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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

SETOR PALOTINA
CURSO DE ENGENHARIA DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
DISCIPLINA: GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS

TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS


ORGÂNICOS

Docente: Dra. Eliane Hermes


2018
INTRODUÇÃO
✓ Qualidade física, química e sanitária

✓ Resíduos com alto teor de água

✓ Tratamento biológico

✓ Formas de tratamento/disposição: aterros sanitários, incorporados em


solos agrícolas, queimados para geração de energia, alimentação animal

- Incorporação ao solo Fertilizante ou condicionador do solo

- Resíduos Agroindustriais no solo


CONCEITOS BÁSICOS E MICROBIOLOGIA DA COMPOSTAGEM

Decomposição aeróbia e termofílica de resíduos orgânicos por populações


microbianas existentes nos próprios resíduos, sob condições controladas,
que produz um material parcialmente estabilizados de lenta decomposição
quando em condições favoráveis (PARR e WILSON, 1980).

Decomposição biológica e estabilização de substratos orgânicos, sob


condições que permitem o desenvolvimento de temperaturas termofílicas
como o resultado do calor produzido biologicamente para produzir um
produto final que é estável, livre de patógenos e pode ser beneficamente
aplicado no solo (HAUG, 1993).
OBJETIVOS

✓ Transformar material orgânico em um material biologicamente


estável, com redução do volume original;

✓ Destruir patogênicos como ovos de insetos e demais


organismos indesejáveis;

✓ Reter o máximo dos nutrientes como N, P, K e micronutrientes


da matéria orgânica original;

✓ Criar um produto que possa ser usado como suporte para o


crescimento das plantas e um melhorador das propriedades do
solo.
RESÍDUOS ORGÂNICOS PARA A COMPOSTAGEM

❑ Combinação planejada de materiais de acordo com características como


pH, conteúdo de água, relação C/N e dimensões físicas

Transformações bioquímicas:

Moléculas mais simples fonte de energia

Moléculas mais complexas: quebradas em substratos mais simples

Moléculas voláteis geração de odores

Produto final: material escuro de partículas pequenas


com cheiro agradável de terra.
Representação das características gerais dos resíduos e as influências no processo de compostagem

Açúcares e outros carboidratos: completamente biodegradados


Lipídios, celulose e hemicelulose: reduzidos em 60 a 75%
A compostagem retém a maior parte dos nutrientes presentes
no material original

✓ Perda de nitrogênio

✓ Nitrogênio e Fósforo são imobilizados por bactérias

✓ K permanece em sua forma iônica LIXIVIAÇÃO

✓ Condições que levam a perda de N


FATORES QUE AFETAM A COMPOSTAGEM

❑ TEMPERATURA

Metabolismo exotérmico – 30 a 70°C


✓ Microrganismos termotolerantes

✓ Processo de decomposição

✓ Temperatura ótima: 60 a 70°C

Degradação rápida da
matéria orgânica e morte
de patogênicos

70°C: restringe o número de microrganismos que conseguem


nela viver, desprendimento de amônia principalmente quando o
material possui baixa relação C/N
❑ MICRORGANISMOS
Sucessão: nutrientes, pH, umidade, oxigênio disponível e temperatura do
subtrato
Mesofílicos e termofílicos
Bactérias: efeito mais significativo no processo
Fungos: importância no final do processo

Grupos microbianos:
Bactérias: Bacillus e Clostridium (cresc. rápido e grande atividade respirat.)
Actinomicetos: bactérias filamentosas. Conversão de celulose e hemicelulose
Fungos: fase mesófila. Humicola insolens
USO DE INOCULANTES

✓ Rápida colonização dos materiais e consequentemente uma bem


sucedida fase inicial do processo

✓ Fonte extra de microrganismos necessários para o início do processo

✓ Inoculantes comerciais: sólido ou líquido

✓ Estercos curtidos, terra preta e chorume

✓ Influência de seu uso na compostagem


Fonte: MALIMPENCE (2011)
❑ OXIGÊNIO
Predominantemente aeróbio
Participação de microrganismos anaeróbios facultativos

Relação entre temperatura e taxa de consumo de O (taxa de degradação) na compostagem


Fonte: Epstein (1997)

A decomposição anaeróbia é um processo mais lento e menos eficiente em


relação a aeróbia
Geração de gases de forte odor
❑ UMIDADE
Manutenção da umidade adequada é importante por 2 motivos:
▪ A água é necessária no metabolismo microbiano
▪ A água concorre com O pelos mesmos espaços vazios da leira

Atividade biológica cessa totalmente abaixo de 15%


Ideal: 40 a 60%
Abaixo de 40%: inibição do processo
Acima de 60%: deslocamento do O ANAEROBIOSE

Quantidade de água na leira: evaporação e transpiração


Umidade tende a diminuir durante o processo

Uso de materiais altamente absorventes: manutenção da umidade ideal


❑ RELAÇÃO C/N

Nutrientes mais importantes para a atividade microbiana

Maior relação C/N: aumento no tempo de decomposição do material

Relação ideal: 30/1

Carbono: fonte de energia


Nitrogênio: formação de proteínas, DNA e RNA
Relação C/N influencia na AERAÇÃO

Resíduos de alta relação C/N: alta estrutura as leiras de compostagem


Resíduos de baixa relação C/N: alta conteúdo de água
▪ Excesso de materiais com baixa relação C/N: colapso da estrutura da leira
resultando da interrupção do processo AERÓBIO

Cálculo das quantidades de cada material necessário

PMRC = (30 X Nn) – Cn


Cc – (30 x Nc)
Em que:
PMRC – partes de material rico em C
Nn – teor de nitrogênio do material rico em N
Cn – teor de carbono do material rico em N
Cc – teor de carbono do material rico em C
Nc – teor de nitrogênio do material rico em C Fonte: EMBRAPA (2001)
COMPOSIÇÃO MÉDIA DOS MATERIAIS ORGÂNICOS
MO C N
Resíduos orgânicos % C/N
Materiais ricos em nitrogênio (N)
esterco aves 51,6 30 3,2 9
esterco suíno 34,4 20 1,5 13
esterco bovino 62 36 1,92 19
lodo de esgoto 51,6 30 3,2 9
torta usina de cana 75,3 43,8 2,19 20
resíduo de pescado (mg kg-1) - 240,90 81,48 3
Materiais ricos em carbono (C)
bagaço de cana 72 41,5 1,07 38
café - palha 90 51,7 0,62 83
capim jaraguá 86,9 50,6 0,79 64
trigo - palha 87,9 51,5 0,73 70
arroz - palha 54,34 30,42 0,78 39
capim limão (cidreira) 91,52 50,84 0,82 62
cevada - palha 85 47,25 0,75 63
mandioca: cascas e raízes 58,94 32,64 0,34 96
milho -palha 96,75 53,76 0,48 112
Fonte: KIEHL (2010); SANES et al. (2015)
❑ GRANULOMETRIA
Extensão da superfície disponível para a ação dos microrganismos e
aeração disponível
▪ Menor granulometria
▪ Maior granulometria

A granulometria deve manter a porosidade da leira para a difusão de ar

✓ Trituração prévia dos resíduos exceto para resíduos de rápida


decomposição: elevada formação de água na fase mesofílica

✓ Rynk (1992) recomenda tamanho da partícula de 0,3 a 1,5 cm

✓ Medida flexível em função do material, tamanho da leira e condições


ambientais
❑ pH
Atividade microbiana
O pH de cada material utilizado tem grande influência na fase inicial
Misturas ácidas (pH<4): retardam a ação microbiana

Ideal: formar misturas que resultem em pH entre 5,0 e 7,0


Queda do pH no início do processo
Aumento da temperatura: 6,0 a 7,0

Condições sugeridas para uma rápida compostagem


CONDIÇÕES FAIXA ADEQUADA FAIXA PREFERÍVEL
Relação C:N 20:1 – 40:1 25:1 – 30:1
Umidade (%) 40-65 50-60
Concentração de O (%) Maior que 5% Muito maior que 5
Tamanho da partícula (cm) 0,3 a 1,5 Vários
pH 5,5-9,0 6,5-8,0
Temperatura (°C) 43,5-65,5 54,5-60,0
Fonte: Matos (2014)
ASPECTOS AMBIENTAIS
Impactos negativos da compostagem:

➢ emissões de odores e efluentes

➢ saúde ocupacional dos operadores

➢ atração e proliferação de moscas nas leiras

➢ aplicação do composto orgânico no solo

Resíduos como lodos de esgoto, estercos e carcaças de


animais demandam maiores preocupações

- Qualidade do composto: características dos resíduos, possível presença de


metais pesados, poluentes orgânicos e patógenos.
❑ OBSERVAÇÃO DAS LEIRAS DE COMPOSTAGEM

- Temperatura = ou > 55°C


- Inibição de crescimento de larvas de moscas
- Uso de termômetro

❑ CONTROLE DE MOSCAS

- Manutenção de temperaturas termofílicas nas leiras


- Resíduos que atraem moscas BOMBONAS

Inevitavelmente o resíduo antes da compostagem já possui


certa quantidade de ovos de moscas

- Primeiras horas do processo são mais propícias ao cres. larvas


- Impedem a colonização dos microrganismos GERAÇÃO ODORES
❑ GERAÇÃO DE CHORUME (PERCOLADO)

- Líquido de cor marrom-escura e odor característico


- Composição varia em função das características do resíduos

Caracterização de percolado da compostagem de restos de alimentos, cama e


cortes de grama
Parâmetro Valor
DBO máxima (mg L-1) 2.300
DQO máxima (mg L-1) 2.500
Nitrogênio total (mg L-1) 970
Fósforo P2O5 (mg L-1) 190
Potássio K2O (mg L-1) 2.400
Umidade (%) 98,80
pH 8,0
Fonte: Matos (2014)

Possível presença de potenciais contaminantes: lodo de


esgoto, resíduos de processos industriais
- Alta atividade biológica aeróbia e termofílica = baixa produção de percolado

- Produção de percolado varia pela quantidade e tipo de resíduo

❑ EMISSÃO DE ODORES

- Compostagem mal conduzida ANAEROBIOSE

- Compostos organo-sulfurados como H2S

- Varia com o tipo de resíduo e estágio da compostagem

- Cuidado na montagem da leira: falta de material volumoso

Estes odores não persistem no ambiente tão pouco na


massa do composto revolvida ou em maturação
❑ ELIMINAÇÃO DE ORGANISMOS PATOGÊNICOS

- Resíduos: meio propício para o cresc. microrganismos indesejáveis


- Compostagem elimina ou reduz a níveis seguros por 2 fatores:
▪ Temperaturas acima de 55 °C por longos períodos
▪ Antagonismo microbiano

- Organ. causadores de doenças: bactérias, vírus, protozoários ou helmintos

❑ EFEITO SOBRE METAIS PESADOS

- Redução da disponibilidade destes no solo


- Forte capacidade de alguns ácidos presente no composto formarem
quelatos ou absorvê-los (BAIRD, 2002)
MATERIAIS
MONTAGEM
VERMICOMPOSTAGEM

➢ Fontes de matéria-prima SEMICURADA

➢ Minhocas: alimentação balanceada rica em N, fibras e carboidratos

A minhocultura ou vermicompostagem é a transformação biológica de


resíduos orgânicos, onde as minhocas atuam acelerando o processo de
decomposição, resultando no mais valioso e natural adubo orgânico: o
HÚMUS.

➢ Habitat da minhocas: solos ricos em m.o.

➢ Fatores limitantes: umidade, acidez e textura do solo


ESPÉCIES DE MINHOCAS CRIADAS COMERCIALMENTE NO BRASIL

1) Eisenia foetida, ou minhoca dos montes de esterco

2) Lumbricus rubellus, ou minhoca de resíduos


orgânicos, a "verdadeira" Californiana (Califomia-red)

3) Eudrilus eugeniae, "african nightcrawler", a


gigante africana

TIPOS DE CRIATÓRIOS:

➢ Caixas de madeira ou tonéis de 200 L

➢ Canteiros em blocos, tijolos, madeira ou bambu. Piso cimentado ou terra


batida
CUIDADOS NA CONSTRUÇÃO DOS CANTEIROS

1) Construir o minhocário em terreno com uma leve inclinação, que receba um


pouco de sol.
2) Escolher área de fácil acesso para a distribuição da matéria-prima.
3) Cada canteiro precisa de um espaço de aprox. 35 m2, para facilitar o manejo
suficiente para a passagem de pessoas, carrinhos ou tratores, se for o caso.
4) Construir os canteiros próximo a um reservatório ou poço.
5) Nunca deixar o meio em que as minhocas vivem encharcar.
6) Minhoca detesta luz, calor e água em excesso. Necessidade de cobertura.
MANEJO DO MINHOCÁRIO

➢ 1.500 minhocas/m2

➢ Temperatura: 20 a 25 °C, umidade de 70 a 85% e


pH 7,0, aeração e drenagem do meio.

➢ Controle de inimigos naturais: galinhas,


sanguessugas, pássaros e formigas lava-pés

➢ COLHEITA E COMERCIALIZAÇÃO DAS MINHOCAS


- Alimentação animal e humana (proteína)
- Pesca esportiva
- Minhocultura
- Indústria farmacêutica

➢ COLHEITA E COMERCIALIZAÇÃO DO HÚMUS


ESTABILIDADE E MATURIDADE DO COMPOSTO:
Compostagem e Vermicompostagem

➢ Estabilidade: estágio de decomposição da m.o. e é função da atividade


biológica.
➢ Maturidade: condição organo-química a qual indica a presença ou
ausência de ácidos orgânicos fitotóxicos.

➢ Relação C/N > 20

➢ Imobilização Microbiana de Nutrientes

➢ Produto final: celulose, hemicelulose e lignina PENEIRAMENTO

➢ Estabilidade do composto: pH, N solúvel, índice de C/N inicial e final

➢ Análises visuais e testes de revolvimento


LEGISLAÇÃO PARA FERTILIZANTES ORGÂNICOS

➢ Fertilizantes, Corretivos e Inoculantes

➢ Lei 6.894 (1980): inclui as substâncias orgânicas fornecedoras de


nutrientes aos vegetais como fertilizantes

➢ Decreto 4.954 (2004): produtos de origem orgânica

➢ Instrução Normativa 25 (2009) estabelece os produtos ou matérias-primas


utilizadas como fertilizantes orgânicos

O teor de elementos químicos e nutrientes ou qualquer outro


componente do produto deverá ser nitidamente impresso no
rótulo ou na etiqueta de identificação do fertilizante
* Valores expressos em base seca, umidade determinada a 65 °C

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