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Resumo
A segurança vem tomando cada vez mais espaço nas prioridades das empresas. Manter um
índice nulo de acidentes e implementar uma cultura de comportamento seguro nos
funcionários são umas das maiores preocupações das empregadoras atuais. O DDS é muito
utilizado entre as companhias, por ser ferramenta simples que promove alto impacto nos
resultados de Segurança. Este artigo cita um estudo de caso ocorrido numa empresa do ramo
sucroalcooleiro, que diante do alto índice de acidentes, em vista a grande ocorrência de
acidentes de trabalho por fatores humano, decidiu melhorar a performance dos DDS
realizados, padronizando-os e avaliando-o, além de implementar um controle sobre os
diálogos realizados. Neste grupo, o DDS passou a ser utilizado como um veículo para
promover a conscientização diária do trabalhador, visando reduzir o comportamento de risco
dos mesmos. No trabalho realizado, a análise de performance de DDS nos mostrou uma
correlação direta entre o número de DDS realizados e a redução de acidentes. À partir do
momento que essa ferramenta foi padronizada e os diálogos realizados passaram a ser
mensurados e avaliados quanto ao conteúdo, a empresa pôde focar pontualmente nos
desvios, buscando alternativas complementares para garantir a melhoria contínua dos
resultados encontrados. O foco na liderança primária para desenvolver essa nova fase do
DDS e a absorção por parte dos colaboradores traz o desafio diário da melhoria contínua do
programa, consequentemente a redução dos acidentes de trabalho.
1. Introdução
Promover campanhas de segurança e garantir a sua sustentabilidade no setor agrícola e
industrial não é tarefa fácil para os empreendedores sucroalcooleiros. A diferença operacional
entre os setores, distância das frentes de trabalho, dificuldade de locomoção e disseminação
das informações são barreiras que agravam a manutenção de segurança no setor.
Recomendações simples como o uso correto de EPIs podem demandar dias para serem
transmitidas corretamente aos operadores da operação agrícola, e mesmo a realização de uma
rota simples de inspeção pela área de Segurança do Trabalho não consegue abranger
completamente as duas macro áreas de trabalho (indústria e agrícola).
Eliminar comportamento de risco não colabora apenas para garantir a segurança operacional
nas áreas agrícola e industrial, como coloca o empreendimento conforme com a OHSAS
18001, que foi desenvolvida para ajudar as organizações a cumprirem suas obrigações de
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2. Revisão Bibliográfica
2.1. Acidente de Trabalho
Obter um índice de zero acidente é meta comum para qualquer empregador quando se fala em
segurança do trabalho. Acredita-se pelo senso comum que acidentes de trabalho são aqueles
eventos que provocam lesões, ferimentos ou morte do segurado. Mas o mesmo pode ocorrer
quando não houver estas causas.
"Acidente de trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da
empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art.
11 desta lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a
morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o
trabalho" (art. 19 da Lei nº 8.213/91).
Acidentes de trabalho registrados são aqueles cujas comunicações são protocolizadas e
caracterizadas pelo INSS. Abrangendo a conceituação descrita acima, além do acidente de
trabalho típico, por expressa determinação legal, as doenças profissionais e/ou ocupacionais
equiparam-se a acidentes de trabalho. Os incisos do art. 20 da Lei nº 8.213/91 as conceitua:
Doença Profissional: aquelas que são adquiridas em determinados ramos de atividade e que
são resultantes das condições especiais em que o trabalho é realizado;
O art. 21 da Lei nº 8.213/91 equipara ainda a acidente de trabalho:
I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído
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diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o
trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação;
II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em consequência de:
a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de
trabalho;
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao
trabalho;
c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de
trabalho;
d) ato de pessoa privada do uso da razão;
e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior;
III - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua
atividade;
IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho:
a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa;
b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou
proporcionar proveito;
c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta dentro
de seus planos para melhor capacitação da mão de obra, independentemente do meio de
locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado;
d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o
meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado.
§ 1º Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras
necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado é considerado no
exercício do trabalho.
O acidente é um fato que nenhuma empresa gostaria de vivenciar devido ao impacto
social/emocional que este evento pode provocar na vítima bem como as várias preocupações
legais que podem repercutir para o empreendimento. A empresa deve comunicar o acidente
do trabalho ocorrido com seu empregado havendo ou não afastamento do trabalho, até o
primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência. E, em caso de morte, deve informar de imediato à
autoridade competente, sob pena de multa variável entre o limite mínimo e o teto máximo de
salário de contribuição, sucessivamente aumentada nas residências, aplicada e cobrada na
forma do artigo 286 do Regulamento da Previdência Social – RPS, aprovada pelo Decreto nº
3.048 de 6 de maio de 1999.
Os acidentes do trabalho devem ser comunicados por meio da CAT (Comunicação de
Acidente de Trabalho), sendo apresentado de três maneiras:
Inicial: correspondente ao registro do acidente de trabalho típico ou de trajeto e doença
profissional ou de trabalho.
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De acordo com Zocchio (2002), condições inseguras nos locais de trabalho são falhas,
defeitos, irregularidades técnicas, carência de dispositivo de segurança, desorganização que
comprometem a segurança do trabalhador.
Por muitas vezes as condições inseguras estão ligadas diretamente com o comportamento de
risco, pois os funcionários verificam tais fatores e mesmo assim realizam a tarefa, podendo
ocasionar o acidente. O funcionário deve avisar sua liderança sobre qualquer precariedade nas
condições de trabalho e se recusar a executar o serviço para a sua própria proteção. É possível
ter várias condições inseguras, abaixo algumas de mais ocorrência:
Falta de proteção em máquinas e equipamentos;
Proteções inadequadas ou defeituosas;
Deficiência em equipamentos e ferramentas;
Falta de cultura 5S;
Escassez de espaço;
Passagens perigosas e/ou obstruídas;
Defeito nas edificações;
Instalações elétricas inadequadas ou defeituosas;
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Iluminação inadequada;
Ventilação inadequada;
Falta de equipamento de proteção individual (EPI);
Falta ou falha de manutenção.
“O chefe que tem por hábito dialogar com os subordinados sobre segurança do
trabalho, corrigindo falhas e ensinando a maneira segura de executar as tarefas, além
de prevenir acidentes, promove, ao mesmo tempo, o equilíbrio da produtividade nas
atividades sob sua responsabilidade.” (ZOCCHIO, 2002:121).
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O fluxograma de realização do DDS nas empresas segue a sistemática abaixo (Figura 1):
O líder coleta as
Os líderes se
O departamento O líder realiza o assinaturas dos
preparam no
de segurança do diálogo com a participantes na
tema e reúne a
trabalho passa equipe durante lista de presença
equipe antes de
os temas para a 5 a 10 minutos e libera para
iniciar o
liderança. sobre o tema. suas respectivas
trabalho.
atividades.
3. Materiais e Métodos
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pesquisadora reside, o que facilitou a realização do estudo iniciado no mês de janeiro de 2014
para conhecimento do negócio e levantamento dos dados do ramo sucroalcooleiro-alvo.
No decorrer do referido mês, foi dado início à segunda etapa do estudo caracterizada pelo
levantamento dos registros de DDS realizados por mês no ano de 2013, com confecção dos
gráficos e planilhas necessárias para o acompanhamento da performance.
No mês de fevereiro 2014 foi iniciada a terceira etapa da pesquisa, com a quantificação de
DDS por líder x acidentes ocorridos no mês. O instrumento usado para a coleta de dados foi
um formulário para registro de DDS nas frentes de trabalho de todos os envolvidos no
diálogo. Os líderes com baixa performance em DDS eram convocados mensalmente para
reunião com a Diretoria e Gerentes para discussão da importância da ferramenta.
Gradativamente, o trabalho foi se desenvolvendo até o seu término.
Ao ser recolhido o formulário, em seguida, foi feita a tabulação dos dados coletados por meio
de planilhas eletrônicas, o que possibilitou o tratamento estatístico dos dados numéricos para
a geração de informações representadas graficamente (quarta etapa).
Para a avaliação das condições do DDS realizado no ramo sucroalcooleiro-alvo, realizou-se
uma verificação in loco nas frentes de trabalho, quanto à forma que os Líderes executavam os
diálogos de segurança com a sua equipe, permitindo uma avaliação qualitativa. (terceira
etapa).
Posteriormente, foi feita uma análise dos dados levantados e uma discussão com base nos
resultados obtidos, os resultados eram apresentados na reunião semanal do time de gerentes e
diretoria para análise, tomadas de decisões e estratégias (quinta etapa). Já os dados obtidos
pela avaliação qualitativa (visita in loco), permitiu a elaboração de cadernos de DDS para
cada líder das frentes de trabalho (sexta etapa).
O objetivo da pesquisa foi alcançado por meio da definição de variáveis-chave, que
permitiram descrever aspectos de baixa performance de DDS por parte dos líderes que tinham
colaboradores envolvidos em acidentes de trabalho, visando melhoria qualitativa e
quantitativa na busca da redução dos acidentes.
4. Resultado e Discussão
4.1. Impacto do DDS na Performance de Segurança
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Ano 2014
Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho
DDS 304 407 650 563 1312 2105 2093
Acidentes 1 5 4 2 2 2 0
5. Conclusão
Os resultados de segurança de uma empresa são conquistados com bastante disciplina, porém
a jornada é longa. Algumas ferramentas podem ser usadas para se visualizar os passos a serem
dados, sendo a usada neste estudo a performance do DDS.
Conclui-se que o DDS é uma ferramenta simples, de fácil aplicação. Logicamente, trata-se de
um instrumento valioso para a conscientização dos trabalhadores na prevenção de acidentes, e
que todas as empresas não só do segmento sucroalcooleiro, mas também dos outros setores
deveriam adotá-lo, mensurando, pois ele é de baixo custo e eficaz, de grande importância para
o desenvolvimento de uma cultura de prevenção de acidentes do trabalho e para a valorização
da vida, promovendo a interação entre os funcionários e reduzindo os custos que as empresas
e o governo têm com os acidentes.
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Este trabalho mostra que o caminho que a empresa tem percorrido não é mais tão obscuro,
assim os passos podem ser dados com mais ênfase nas ferramentas de segurança já adotadas,
sempre levando em conta o seu gerenciamento.
Referências
FILHO, Leonidio Francisco Ribeiro. Técnicas de segurança do trabalho. São Paulo: 1974.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 1991.
RODRIGUES, William Costa. Metodologia Científica. Paracambi, São Paulo: 2007, p 20.
Disponível em:< http://www. ebras.bio.br/autor/aulas/metodologia_cientifica.pdf> Acesso em
14/08/2014.
SILVA, Edna Lúcia da. Metodologia da pesquisa e elaboração de dissertação. 3. ed. rev.
atual.Florianópolis: Laboratório de Ensino a Distância da UFSC, 2001, 121p.
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