Sie sind auf Seite 1von 3

RODÍGUEZ GARAVITO, César; RODRÍGUEZ FRANCO, Diana.

Cortes y Cambio
Social. Cómo la Corte Constitucional transforma el desplazamiento forzado em
Colombia. Bogotá: DeJusticia, 2010, 290 p.

O livro se propõe a analisar um aspecto no estudo das cortes constitucionais que


tem recebido pouca atenção, a saber, a implantação e o impacto das decisões. Para isso,
focou no estudo de um caso que levou em conta um problema estrutural verificado na
Colômbia, o da Sentença T-025 de 2004, acerca da violação de direitos da população
deslocada no país por conta da violência.

Na decisão supramencionada, a Corte verificou a existência de uma violação


massiva de direitos fundamentais dessa população deslocada, dando então ensejo à
implantação de algo sem precedentes no país, valendo-se de instituto criado pela própria
corte anos antes, mas desenvolvendo-o de forma peculiar. Valendo-se, então, de
pesquisas em referencial teórico e pesquisa de campo, os autores procuraram defender
esse instituto, bem como apresentar as consequências da sentença e de sua aplicação
para a superação da situação vivida pela população colombiana.

Segundo o autor, um dos principais aspectos em relação à sentença se revela no


conhecimento por parte dos populares de que a situação de deslocamento vivida não é
apenas consequência direta da violência, mas uma efetiva violação de direitos, que
deveria ser superada.

A princípio, tratou-se da justificação do ativismo judicial adotado pela corte no


caso em questão e em outros casos ao longo dos anos. A situação vivida especialmente
pelos países do Sul em relação à implantação de políticas públicas em vista a superar
certas violações de direito não se tem mostrado eficiente, diante do que as cortes
constitucionais desses países vêm ganhando certo espaço e gerando controvérsias acerca
de seu papel na superação dessas violações.

No capítulo 1, de título “Las cortes y el cambio social estructural: los efectos del
constitucionalismo progressista” revelou-se o propósito do livro, em relação à sua
análise da “macrosentença” assinalada: o estudo de seus efeitos, de forma a responder o
questionamento que se faz ao final, a respeito de que servem as decisões judiciais. A
sentença tem como questão central a declaração da existência de um Estado de Coisas
Inconstitucional, bem como o seguimento e implantação de políticas públicas apontadas
pela corte.

O autor aponta a existência de um “neoconstitucionalismo progressista”, que é


impulsionada a solucionar casos ditos “estruturais”, ou seja, casos em que se verifica a
violação de direitos em massa, bem como a necessidade de cooperação de vários órgãos
e entidades estatais para buscar sua solução, além de ordens de instrução dirigidas por
juízes para o caso concreto. Segundo se apresenta, as cortes são instância adequada para
proporcionar o “desestancamento” do Estado e promover a proteção de direitos, não
devendo prosperar argumentos que retiram a legitimidade das cortes para tanto.

No entanto, assevera o autor que deve haver meios para tanto, a saber, a
participação popular ativa na implementação, desenvolvimento e controle das políticas
públicas a serem adotadas, de forma a superar o estado de insensibilidade que as cortes
costumam adotar diante da maioria dos casos, buscando uma sentença, mas sem
acompanha-la devidamente.

O autor, em uma análise realista da atuação dos juízes nas democracias ditas
“realmente existentes”, afirma que as cortes podem efetivamente atuar nos casos em que
existe um bloqueio para a efetivação de políticas públicas voltadas à realização dos
direitos constitucionais. Deve-se, entretanto, pontuar que não é qualquer atuação ativista
das cortes constitucionais que se mostra eficiente e legítima nessas democracias, mas
uma atuação voltada à cooperação com os órgãos e entidades ineficientes do governo e
demais poderes, de forma a evitar algo como uma corte dotada de poderes que não se
podem controlar.

A atuação em questão envolve, segundo apresentado, possibilidades de


participação e deliberação pública, a fim de favorecer a democracia e a geração de
soluções eficazes. O estudo também busca centrar não apenas nos efeitos instrumentais
e diretos das decisões judiciais, mas também nos indiretos e simbólicos.

O autor se vale de uma crítica construtivista à visão neorrealista, baseada num


mote positivista. Pugna-se na visão construtivista por uma valorização dos efeitos das
sentenças para além do verificado a priori, dentre o que há de imediato. Segundo ele, e
para suplantar a conclusão que o mesmo chega ao final do livro, devem ser analisados
os efeitos simbólicos alcançados, em especial aqueles provocados no debate social,
acadêmico e mesmo midiático. Para medir esses efeitos, o autor apresenta a evolução do
debate no meio jornalístico ao longo dos anos de implantação da sentença, apontando o
aumento no mesmo e comemorando a maior presença mesmo da linguagem afetas aos
direitos fundamentais entre a população.

Pugna, ademais, por uma superação da visão “essencialista” por parte das cortes-
em oposição ao ativismo das mesmas- que se contenta em atestar a violação ou não de
direitos, não se dirigindo a apresentar remédios para violação da lei e do direito. Com a
aplicação adequada do ativismo, na verdade, se promoveria e dinamizaria a democracia.

A declaração de ECI pela corte colombiana neste caso e em outros no mesmo


sentido, mas anteriores, é sintoma da presença desse ativismo, que, por promover o
diálogo e a cooperação, se diz “dialógico”. O autor demonstra as falhas que
caracterizam esse ECI por meio da própria decisão da Corte, que procurou deixar visível
a situação antes de apresentar seus remédios.

Na apresentação dos remédios, o que se faz ao longo da obra, o autor destaca


que a participação foi promovida no caso, bem como um acompanhamento visando à
real colocação em prática da decisão, com vistas a solucionar o problema. A
participação se deu por meio de audiências públicas realizadas de tempos em tempo,
com presença de representantes da população deslocada, bem como dos órgãos e
entidades do governo responsáveis pela elaboração de políticas públicas.

Diante do acompanhamento e de seus resultados, a corte promovia pequenas


decisões complementares à primeira sentença, chamadas de “autos”, que buscavam
concretizar ainda mais o que se mostrava ainda necessário fazer. Neste ponto, o autor
declara que a corte passou a promover, diretamente, políticas públicas, como se agente
executivo fosse, quando um ativismo dialógico, como apresentou e defende o autor,
deve ser aquele que dita ordens mais abertas, entre as quais aquelas primeiro ditadas
pela corte na sentença inicial.

O estudo verificou o avanço que a decisão na Sentença T-025 de 2004


proporcionou, no que tange à solução dos problemas vividos, a colocação do tema do
deslocamento forçado no centro das políticas públicas e do debate dos cidadãos, vez que
a participação proporcionada nas decisões e desenvolvimento das politicas foi mais
aberta às pessoas diretamente envolvidas e interessadas, em especial organizações da
sociedade civil.

Houve, como se depreende da leitura dos capítulos seguintes, avanço notável em


relação a direitos como saúde e educação às populações deslocadas, mas a situação de
vulnerabilidade ainda se mostrava incontrolada. Destaca que a dificuldade de acesso da
população à defesa de seus direitos e a falta de coordenação entre os órgãos e entidades
responsáveis pela aplicação das políticas públicas ainda se mostram como empecilho
para a consecução almejada e desclassificação do ECI.

Das könnte Ihnen auch gefallen