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Campus Experimental de Itapeva

RAMON DIAS PENTEADO

DESENVOLVIMENTO DE UM SISTEMA DE PLANEJAMENTO E


CONTROLE DA PRODUÇÃO PARA UMA SERRARIA DE PEQUENO
PORTE DO MUNICÍPIO DE ITAPEVA/SP: estudo de caso

Itapeva - SP
2018
RAMON DIAS PENTEADO

DESENVOLVIMENTO DE UM SISTEMA DE PLANEJAMENTO E


CONTROLE DA PRODUÇÃO PARA UMA SERRARIA DE PEQUENO
PORTE DO MUNICÍPIO DE ITAPEVA/SP: estudo de caso

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


na Universidade Estadual Paulista “Júlio de
Mesquita Filho” – Campus Experimental de
Itapeva, como requisito para a conclusão do
curso de Engenharia Industrial Madeireira.

Dr.Antonio
Orientador: Prof. Dr. Xxxxxxxxxx
Xxxxxxxxxx
Francisco Savi

Itapeva - SP
2018
A Ficha Catalográfica será elaborada pela Biblioteca.
Para solicitar, acesse:
http://www.itapeva.unesp.br/#!/biblioteca/ficha-catalografica/
AGRADECIMENTOS

Este trabalho não deve ser considerado resultante somente de um esforço individual.
Ele nasce de grandes contribuições que recebi durante o meu trajeto até este
momento, seja no âmbito profissional, pessoal, acadêmico e como cidadão, ao
respeitar pessoas e instituições que foram fundamentais para isso. Este
agradecimento será feito a todos os que, de alguma forma, contribuíram direta e
indiretamente para a realização deste trabalho.
Agradeço aos meus colegas de trabalho, por me passarem suas experiências,
conhecimentos, oportunidades de muito aprendizado e por confiarem em mim e na
minha capacidade de solucionar os mais variados problemas. Em especial, agradeço
ao Wilson, ao Wesley, à Rosimary, à Rosimeire, ao Joeli, ao Célio e ao Jeremias.
Agradeço à UNESP, faculdade acolhedora e de grandes acervos de conhecimento,
em que me preparei para alcançar o reconhecimento de profissional capacitado ao
mercado, bem como a todos os funcionários e colaboradores que acabei conhecendo
nesta trajetória.
Agradeço aos meus professores, cujos ensinamentos estarão registrados na memória
juntamente com grande carinho e admiração. Especialmente, agradeço ao Antonio
Francisco Savi por acreditar no meu potencial, pela confiança em mim depositada e
por me orientar para a realização deste trabalho. Agradeço à Elen Martines Morales,
pelas conversas, oportunidades e conselhos recebidos durante essa fase da minha
vida dentro da universidade. Agradeço ao Carlos de Oliveira Affonso por me oferecer
oportunidades de aprendizado que me capacitaram a construir e continuar construindo
o que sou.
Agradeço à minha família, por me apoiarem nas horas em que mais precisei, por
comemorarem comigo minhas conquistas e por me darem conselhos em momentos
de necessidade. Em especial, agradeço à minha mãe Luciane, à minha irmã Helena,
ao meu pai Paulo e à minha avó, dona Nair.
“Vencer a si próprio é a maior das vitórias.”
Platão
RESUMO

O desenvolvimento de sistemas de Planejamento e Controle da produção (PCP) para


serrarias de pequeno porte é pouco explorado, fazendo com que tais programas de
controle da produção, para este tipo de indústria, sejam mal utilizados ou até mesmo
inexistentes, o que afeta negativamente no rendimento e eficiência da produção. Este
trabalho tem como objetivo a descrição de uma rotina de PCP utilizada em uma
serraria de pequeno porte da cidade de Itapeva/SP, suas características e os
problemas encontrados ao utilizá-la. Em seguida, apresentar propostas de melhorias
desta rotina e aplicar no dia-a-dia da serraria. A metodologia utilizada foi a pesquisa-
ação prática em um estudo de caso com pesquisa aplicada ao ambiente industrial em
questão, abordando aspectos qualitativos da indústria e do sistema PCP. Os
resultados foram um sistema mais eficiente de controle de estoques de produção,
estoques de matéria-prima, maior agilidade em registros de pedidos por clientes, em
dimensionamento de necessidades da produção, com informações mais claras para
uma melhor tomada de decisão do gestor. Conclui-se que o desenvolvimento do
sistema de planejamento e controle da produção para serrarias de pequeno porte
pode ser feito em planilhas eletrônicas e beneficiar a produção. Este trabalho poderá,
de certa forma, contribuir para novas pesquisas relacionadas ao desenvolvimento de
sistemas de controle de produção para serrarias de pequeno porte, no que tange a
eficiência como objetivo de uma produção sem desperdícios.

Palavras-chave: Controle. Produção. Serraria.


ABSTRACT

The development of Production Planning and Control (PPC) systems for small sawmills
is poorly explored, making such tools of production control, for this type of industry, to
be misused or non-existent, which negatively affects the efficiency and production. This
paper aims to describe a PPC routine used in a small sawmill in the city of Itapeva,
São Paulo, its characteristics and the problems found when using it. Then, present
improvements for the routine and its application in the sawmill daily acitivities. The
methodology used was the practical-action research in a case study applied to the
industrial environment in question, addressing qualitative aspects of the industry and
the PPC system. The results were a more efficient stock and raw material invetory
control system, more agility in ordering records by clients and sizing of production
needs, with clearer information for a better decision making by the manager. In
conclusion, the development of the production planning and control system for small
sawmills can be implemented using spreadsheets, benefiting the production. This work
may contribute to further researches related to the development of production control
systems for small sawmills, regarding efficiency as an objective of production without
waste.

Keywords: Control. Production. Sawmill.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Módulos do Gerenciador de Serraria V. 4.0 .............................................. 32


Figura 2 - Telas de trabalho do PCP ......................................................................... 33
Figura 3 - Informações de produção do PCP/PCP Diário ......................................... 34
Figura 4 - Processo de previsão de vendas/gestão da carteira de pedidos (PCP -
Pedidos por Clientes) ................................................................................................ 35
Figura 5 - Planejamento Agregado de Produção (PCP DIário) ................................. 36
Figura 6 - Controle de estoque com planilhas do Excel. A – Campos de identificação
do produto. B – Diferenças na descrição de produtos de 1ª e 2ª qualidades. C –
Campo de separação de pedidos do estoque. .......................................................... 39
Figura 7 - Tábuas de qualidades 1 e 2, produções, saídas e destinos de produção. A
– Entrada de informações da produção diária da serraria. ........................................ 40
Figura 8 - Produção diária ......................................................................................... 41
Figura 9 - Tela do PCP .............................................................................................. 42
Figura 10 - Planejamento de recursos semanal ........................................................ 43
Figura 11 - Classificação ABC para a produção........................................................ 44
Figura 12 - Estoques de segurança .......................................................................... 44
Figura 13 - Planejamento de Produção Diária........................................................... 45
Figura 14 - Necessidades, Pedidos, m³ à produzir e dias de produção .................... 45
Figura 15 - PCP - Pedidos por Cliente ...................................................................... 46
Figura 16 - Relatório de estoque ............................................................................... 47
Figura 17 - Controle do estoque de matéria-prima por baias de separação ............. 48
LISTA DE ABREVIATURAS

ATO Assemple-to-Order
BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
ERP Enterprise Resource Planning
ETO Engineer-to-order
MPS Planejamento Mestre da Produção
MRP Planejamento das Necessidades de Materiais
MTO Make-to-Order
MTS Make-to-Stock
PCP Planejamento e Conrole da Produção
ROB Receita Operacional Bruta
S&OP Planejamento de Vendas e Operações
ST Metro estéreo
VBA Visual Basic for Aplications
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 12
2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 15
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 16
3.1 Introdução .......................................................................................................... 16
3.2 Planejamento e Controle da Produção ............................................................ 17
3.2.1 Sistemas de produção ...................................................................................... 19
3.2.2 Atividades do PCP ........................................................................................... 21
3.3. Rendimentos de produção em serrarias ........................................................ 23
3.4. Prioridades na gestão de estoques de uma serraria..................................... 23
3.4.1. Ponto de ressuprimento .................................................................................. 24
3.4.2. Estoque de segurança..................................................................................... 24
3.4.3. Estoque máximo .............................................................................................. 25
3.4.4. Classificação ABC ........................................................................................... 25
3.4.5. Classificação XYZ ........................................................................................... 26
3.5. Planilhas eletrônicas ........................................................................................ 26
5 MATERIAIS E MÉTODOS ..................................................................................... 28
5.1 Metodologia científica ....................................................................................... 28
5.2 Descrição da serraria de pequeno porte ......................................................... 30
5.3 Descrição da rotina PCP atual ......................................................................... 32
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 37
6.1 Controle de estoque de produção e produção diária..................................... 38
6.2 Planejamento e Controle da Produção ............................................................ 41
6.3 Controle de estoque de toras ........................................................................... 47
7 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 49
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 51
12

1 INTRODUÇÃO
A administração da produção requer os mesmos conjuntos de atividades
para qualquer tamanho das indústrias. Na prática, porém, empresas de grande porte
se diferenciam das de pequeno porte por possuírem seus conjuntos únicos de
problemas. Para Dagnoni (2008), tais empresas podem apresentar as mesmas
questões de administração e planejamento da produção, mas apresentam
dificuldades em isolar esses problemas de outras questões organizacionais. O
processo decisório também é afetado negativamente à medida em que as
informações se sobrepõem.
Segundo dados do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social – BNDES (2018), as empresas são classificadas em micros, pequenas, médias
e grandes de acordo com a sua Receita Operacional Bruta (ROB) anual ou do grupo
econômico a qual ela pertença. Para ser classificada como microempresa, o seu ROB
anual deve ser menor ou igual a R$ 360 mil. A pequena empresa tem seu ROB anual
entre R$ 360 mil e R$ 4,8 milhões. Médias empresas giram em torno de R$ 4,8 milhões
até R$ 300 milhões. Já as grandes empresas operam com receitas maiores que R$
300 milhões ao ano.
Independente de quão grande é considerada a empresa, como resultado
da mudança do ambiente de negócios e por tornar-se mais complexo, a capacidade
analítica e a velocidade na tomada de decisões são cada vez mais exigidas dos
gestores. O processo de decisão precisa de suporte para que gere resultados
satisfatórios e do uso de ferramentas para apoiá-lo (HEINRICH, 2010).
Miranda, Almeida e Simão (2012) destacam a contabilidade gerencial como
uma ferramenta para auxiliar os gestores na tomada de decisão, utilizando métodos
de custeio. Heinrich (2010) Explica sobre a simulação de dados e de como este
processo auxilia as decisões dos gestores. Dagnoni (2008) utiliza o MRP (Material
Requeriment Planning) como ferramenta para elaborar um sistema de previsão de
demanda, auxiliando os gestores no que diz respeito ao desperdício de materiais,
compra de matéria-prima, planejamento de estoque e recursos financeiros, auxiliando
na tomada de decisão.
13

Essas ferramentas e métodos que auxiliam na tomada de decisão nas


empresas são despertadas continuamente através de pesquisas e apoiadas por novas
tecnologias, pelo fato da indústria acompanhar as exigências do mercado e buscar
meios para garantir a qualidade e manter prazos curtos de atendimento ao cliente.
Controlar o processo produtivo da empresa acaba por se tornar um aspecto
imprescindível para se manter no mercado globalizado.
Dentre esses métodos, o planejamento da produção tem como objetivo
produzir com eficiência, utilizando os insumos de maneira correta e sem que ocorra
desperdício, diminuindo o custo da matéria-prima. Esse tipo de pensamento só ganha
espaço na indústria quando a falta de objetividade na elaboração da programação da
produção ocorre com muita frequência, bem como a falta de organização e de atenção
aos detalhes do processo produtivo. O mesmo pensamento acontece em empresas
de pequeno, médio e grande porte. Em serrarias de pequeno porte, por exemplo,
quando não há pessoal qualificado para a função de planejamento da produção, tais
pontos são percebidos com maior facilidade.
Segundo Silva e Pinto (2006), indústrias que dispõem de baixa tecnologia
de produção e precisam de grande quantidade de funcionários para produzir são
consideradas tradicionais, e indústrias que possuem tecnologia sofisticada de
produção, com alta capacitação dos profissionais e grande taxa de investimento, são
classificadas como modernas. Serrarias são indústrias com o objetivo de processar
toras em peças menores com variadas dimensões e podem ser classificadas nos dois
quesitos, dependendo da estrutura tecnológica da mesma.
As de pequeno porte e baixo nível tecnológico são comumente encontradas
por todo território nacional, nas quais grande parcela da produção é derivada de
florestas nativas e de comunidades locais, apesar de que florestas replantadas vêm
ganhando cada vez mais espaço entre os fornecedores, resultado de maiores
fiscalizações e meios ecologicamente corretos de exploração das florestas.
Grande parte dos administradores de uma serraria de pequeno porte
trabalham sem conseguir enxergar o horizonte de eventos possíveis para administrar
da melhor forma sua indústria, justamente porque não contam com a informação certa,
na hora certa. Outro erro comum é apoiarem-se em palpites, tornando uma produção
ineficiente ou excessivamente prejudicial (ZOCCHE, 2011).
14

Zoldan (2005) levantou informações sobre 3 empresas do setor madeireiro


do município de Ponta Grossa/PR e verificou que, nas empresas analisadas, o
controle de produção são realizados manualmente, com processos inadequados e
apresentando riscos de faturamento negativo. Os processos produtivos não eram
registrados e quando o faziam, não apresentavam periodicidade e nem um destino
correto para outros setores dentro da indústria.
Pequenas empresas necessitam de processos diferenciados de gestão,
diferente dos que são utilizados em empresas de grande porte, devido às suas
características específicas e limitações do ambiente em que atuam, enfrentando
problemas específicos como falta de recursos financeiros, falta de qualificação de
mão-de-obra, gestão inadequada, fraqueza na coleta de informações e na
comunicação entre estas. Porém, a formalização das atividades de planejamento é
vista de forma positiva pelos gestores, possibilitando em um mapeamento de
produção até o crescimento do volume de vendas. Essas ferramentas trazem
vantagens competitivas necessárias para os dias atuais, mantendo sua sobrevivência
no mercado (ZEN et al, 2017).
15

2 OBJETIVOS
O objetivo deste trabalho é caracterizar a produção de uma serraria de
pequeno porte localizada no município de Itapeva/SP e determinar suas necessidades
de planejamento e controle através de ferramentas que englobam os setores de
produção. A partir disto, propor melhorias e elaborar rotinas de um Planejamento e
Controle da Produção (PCP) mais conciso a ser implementado na rotina da indústria.
Como objetivos específicos, cita-se:
• Pesquisar, na literatura, as características que definem um sistema de
PCP e o funcionamento entre estas.
• Entender as características de uma serraria de pequeno porte.
• Coletar as características de uma empresa madeireira para a aplicação
de um sistema de PCP.
• Avaliar o sistema atual de controle de produção utilizado em uma
serraria de pequeno porte: o software empregado e suas
improdutividades.
• Propor um modelo de PCP que determine os parâmetros necessários
para a boa produção e atendimento dos clientes nos prazos
determinados sem rotinas improdutivas, de forma sucinta e que
entregue análises satisfatórias para o gestor responsável.
16

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 Introdução
A área de manufatura foi considerada, por muitos anos, como uma
consequência dos setores industriais de maior credibilidade, decidindo
estrategicamente os caminhos da indústria e ordenando que o setor de produção
realizasse os procedimentos a fim de alcançar os objetivos (GARCIA, 2016). Com o
passar do tempo, o mundo se tornou tão competitivo ao ponto de uma empresa de
pequeno porte, mas produtivamente bem estruturada, ser capaz de concorrer com
outras de grande porte em um cenário que fortalece os que conseguem realizar um
bom atendimento ao cliente e entregar o que se é pedido no prazo determinado.
Porém, para alcançar tal competitividade, a gestão de informações deve fluir dentro
da indústria de maneira que chegue clara e coerentemente aos seus destinos, a fim
de que gestores responsáveis possam tomar medidas corretas em relação aos
caminhos da produção.
Andrade (2007) discorre sobre as mudanças ocorridas no panorama
competitivo industrial e que elas levaram a uma crescente revalorização do papel da
manufatura para o alcance dos objetivos estratégicos das empresas. Algumas causas
para essas mudanças que ocasionam, a cada dia, o aumento da competitividade, são
a queda de importantes barreiras alfandegárias protecionistas, o desenvolvimento de
novas tecnologias de processos e gestão e o melhor entendimento do papel
estratégico que a produção deve exercer no sentido de atingir os objetivos de
crescimento organizacional.
Diminuir os prazos de recebimento de matéria-prima e o tempo de entrega
do produto, sem perdas em estoque e na produção, determina quão competitiva é a
empresa que opta por entrar no mercado de trabalho acirrado como é nos dias atuais,
e geralmente provêm de decisões do gestor da empresa, responsável por definir as
metas e determinar quais caminhos a indústria seguirá. De acordo com Oliveira
(2009), essa tomada de decisão vinda dos gestores vem de variadas fontes e formatos
e podem ser, ou não, fidedignas, mas ainda sim devem ser tomadas.
17

Enterprise Resource Planning (ERP) é definido como um sistema de


informação integrado sob forma de software, cujo objetivo é dar suporte às tomadas
de decisões dos gestores. Geralmente, apresentam módulos que se comunicam entre
si e utilizam a mesma base de dados, de forma a manter o cerne de informações e
compartilhá-las para os demais módulos que se comunicam com ela. Essa ferramenta
permite a implementação e utilização de ferramentas de planejamento de recursos
humanos, manufatura, finanças e suprimentos de toda a empresa (SOUZA, 2000).
O ERP, utilizado atualmente por vários segmentos de empresas, é o
principal responsável por armazenar as informações pertinentes à essa tomada de
decisão. O sistema, em sua totalidade, fornece tais informações que, quando
compiladas adequadamente, são uma poderosa fonte de informação para o
balizamento no processo de tomada de decisão. O que vale ressaltar é que a forma
como esses dados serão coletados e armazenados no sistema irá influenciar
fortemente seu valor de levar a uma ação (OLIVEIRA, 2009).
Ao analisar um ERP, percebe-se em sua funcionalidade vários módulos
cuja finalidade é atender todas as necessidades da indústria para as tomadas de
decisões. Dentre esses módulos, o setor produtivo é o que menos conta com a
utilização dos usuários, mostrando que grande parte dos usuários de ERP dão mais
atenção aos módulos envolvidos diretamente com os recursos financeiros do que com
os relacionados aos de produção (OLIVEIRA, 2009). A falta de atenção ao módulo de
Planejamento e Controle da Produção (PCP) pode ser encarado como um fator
relevante para que a indústria consiga atingir suas metas e entregar o que todo gestor
necessita: o lucro.
Todo esse panorama, somado à crescente pressão competitiva vinda da
globalização dos mercados, define a importância de monitorar e aperfeiçoar o
desempenho das atividades do Planejamento e Controle da Produção (ANDRADE,
2007). O capítulo 3.2 a seguir discorre sobre a definição do PCP e suas
funcionalidades.

3.2 Planejamento e Controle da Produção


Garcia (2016) define que o PCP tem como tarefa essencial o
gerenciamento no fluxo de materiais, a utilização de pessoas capacitadas e
18

equipamentos funcionais para atender as necessidades dos clientes com eficiência,


sendo responsável pela coordenação e aplicação dos recursos produtivos para
atender os planos estabelecidos nos níveis estratégico, tático e operacional, mas
ressalva que não é papel do PCP tomar decisões, e sim fornecer informações para
que essas decisões sejam tomadas de forma mais correta.
A internacionalização advinda da globalização dos mercados, as
exigências dos clientes para agilidade na entrega dos pedidos, além da redução de
custos industriais para ganho de competitividade, tornam o PCP uma peça essencial
para que a indústria tenha condições de reação à chegada e mudanças da demanda,
exigindo agilidade e flexibilidade de produção, qualidade, velocidade, confiabilidade e
adaptações cada vez maiores, sendo estas boas características da responsividade de
um sistema de PCP (GARCIA, 2016).
Com a era da tecnologia da informação, tais sistemas de controle de
produção passaram a ser influenciados por sistemas de planejamento de recursos
empresariais (ERP), o que permitiu a unificação de áreas como financeiro, vendas,
contabilidade e produção para a tomada de decisão dos gestores responsáveis. Neste
sentido, o Planejamento e Controle da Produção consegue atuar no curto, médio e
longo prazo de produção.
A longo prazo, o PCP consegue atuar estrategicamente em conjunto com
o setor financeiro e de marketing através da previsão de vendas, gerando e validando
o Planejamento de Vendas e Operações (Sales and Operations Planning – S&OP). O
período abordado neste nível deverá ser maior que o usual, como trimestres ou anos,
com informações mais genéricas de famílias de produtos. Essas informações
retornarão resultados como necessidade de novas instalações, ampliações de
capacidade de produção e definição do mix de produção que mais tarde deverão ser
transformadas em decisões sobre futuros investimentos.
Alguns pontos devem ser levados em consideração para elucidar a função
do PCP a longo prazo. Estes pontos estão relacionados com a demanda exigida pelo
mercado, com a capacidade de produção necessária para atender a demanda com a
estratégia adotada e como será a alocação dos recursos produtivos da indústria.
A médio prazo, o PCP planeja e controla a demanda e previsões de
recursos de modo a atender à necessidade dos seus clientes no prazo determinado.
19

O médio prazo é definido pelo nível tático do controle de produção, atuando para
analisar e desdobrar o S&OP em um Planejamento Mestre da Produção (MPS), a fim
de mostrar informações mais detalhadas como quantidade dos produtos individuais
em períodos mais curtos como semanas ou meses. Também existem questões a
serem levantadas para a situação de médio prazo, sendo o tipo do sistema produtivo
utilizado, o fluxo e o período de produção.
A curto prazo, o PCP atua com o planejamento das demandas de
produções, ou seja, quantidade de colaboradores a serem empregados, quais
recursos serão utilizados e quais materiais serão produzidos, além de controlar o
desempenho da indústria através de indicadores de produção. Caso ocorram atrasos
de entregas, quebras de máquinas ou alteração dos pedidos feitos por clientes, cabe
ao PCP repassar as informações para os gerentes responsáveis para que sejam feitas
decisões que adaptem a indústria ao novo cenário. O curto prazo caracteriza-se por
ser um nível operacional onde ocorre a atuação do Planejamento das Necessidades
de Materiais (MRP) e deve apresentar soluções para situações como a escolha do
produto e a quantidade a ser produzido, os tempos e os meios de produção, bem
como a aquisição dos insumos e matérias-primas.

3.2.1 Sistemas de produção


Segundo Garcia (2016), para que um profissional tenha lucidez e precisão
nas suas decisões de planejamento e controle da produção, deve-se conhecer bem o
sistema produtivo da indústria. Tais sistemas produtivos podem ser classificados de
diversas maneiras, conforme exposto abaixo:
Classificação de acordo com o grau de padronização dos produtos:
Produtos padronizados: o sistema de produção funciona como uma linha
de montagem dentre os pontos de produção, o que proporciona economia de tempo
de locomoção dos operadores e maior rapidez no transporte dos produtos. Cada
colaborador realiza uma tarefa no tempo determinado na linha de produção. Este tipo
de produção apresenta vantagens como alta produtividade aliada a redução dos
preços, caracterizando-se por ser uma produção em larga escala (BERTO, 2012).
fabricados sob medida: Serviços ou bens que têm como características
serem desenvolvidos especificamente para seus clientes. Geralmente não há
20

produção para estoque, é utilizado grandes recursos produtivos e são difíceis de terem
seus métodos de trabalho padronizados, o que ocasiona no aumento o valor final do
produto (JUNIOR et al, 2011).
Classificação de acordo com o tipo de operação:
Produção contínua: é o tipo de produção que favorece a automação
industrial, quando a característica principal é a uniformidade na produção e na
demanda, além da dificuldade de os produtos serem identificados individualmente,
baixando os custos (JUNIOR et al, 2011).
Produção discreta: a produção pode ser isolada em um único produto ou
em lotes, sendo identificados individualmente. Dentro deste tipo de operação, ocorrem
subdivisões como produção repetitiva em massa, produção repetitiva em lote e
produção por projeto.
A produção repetitiva em massa tem o princípio de reduzir ao máximo os
custos de produção e assim baratear o produto, onde cada colaborador executa uma
pequena etapa do processo de fabricação, sem a necessidade de locomover-se do
seu local de trabalho, resultando numa maior velocidade de produção e redução dos
custos produtivos, sem a utilização de mão de obra capacitada (SANTOS, 2010).
A produção repetitiva em lote é caracterizada pela manufatura intermitente,
ou seja, quando um lote de produto é fabricado, outro toma o seu lugar na linha de
produção. A produção por encomenda também é chamada de produção por projeto e
diferencia-se bastante de modo a ser fabricado um produto único demandando
elevado tempo para tal (RANZEIRO & SACOMANO, 2006).
Classificação de acordo com o ambiente de produção:
Make-to-Stock (MTS): os produtos são feitos sem levar em conta a
necessidade de se ter um pedido sobre ele, ou seja, são produzidos a fim de gerar
certa quantidade em estoque pois há grandes possibilidades de que haja demanda
para a produção.
Make-to-Order (MTO): a produção só acontece após o recebimento do
pedido realizado pelo cliente, com prazos de atendimento. Não há o foco em estocar
os produtos, e sim enviá-los diretamente para o cliente.
Assemple-to-Order (ATO): definem-se como produtos cuja finalidade é a
montagem em outros produtos, variando de acordo com a necessidade do cliente.
21

Engineer-to-order (ETO): geralmente apresentam grandes prazos para a


entrega e englobam um conjunto maior e único, com participação direta do cliente em
sua elaboração (GIACON, 2010).
Classificação de acordo com o fluxo dos processos:
Fluxo de processos em linha: são os que apresentam uma sequência de
operações a serem realizadas bem precisas. A produção segue uma cadeia linear de
acontecimentos de modo que não acarrete atraso nas outras operações (COSTA,
2010).
Fluxo de processos em lote: fabricam grande variedade de produtos com
grande fluxo intermitente (em intervalos). Geralmente, possuem alta flexibilidade na
produção e apresentam grande dificuldade de controle devido ao fluxo desordenado
do sistema produtivo, o que pode impactar negativamente nos programas de
qualidade (COSTA, 2010).
Fluxo de processos por projetos: trabalham na perspectiva de atender o
cliente conforme sua necessidade e especificações, apresentando um modo de
trabalho muito flexível (BOLSI, 2011).

3.2.2 Atividades do PCP


Andrade (2007) afirma que, independente do sistema produtivo, da forma
empregada para administrar a produção ou da tecnologia utilizada, todas as atividades
do PCP podem ser agrupadas em três operações principais: planejamento, controle e
programação.
O planejamento tem como objetivo a construção um plano de ação para a
produção. É entendido como uma formalização do que se pretende produzir, os quais
podem ser realizados ou não por diversos motivos (o cliente pode mudar de ideia em
relação às datas de entrega, quantidades, funcionários podem faltar entre outros). O
controle é o procedimento de lidar com as variáveis e ajustá-las para que o plano de
produção seja executado, envolvendo também as atividades de acompanhamento
para que se mantenha o sistema de padrões de produção e metas pré-estabelecidos.
A programação tem o objetivo de determinar quando e onde cada etapa necessária
para a produção dos itens estabelecidos no planejamento deve ser iniciada.
22

Ainda de acordo com Andrade (2007) as atividades que constituem a


essência do PCP e são inerentes ao seu funcionamento são listados a seguir.
Processo de previsão de vendas/gestão da carteira de pedidos: uma das
atividades do PCP, esta etapa determina o que será produzido e em quais
quantidades, bem como seu prazo de conclusão. Esta atividade trabalha em conjunto
com o setor de vendas da indústria.
Planejamento agregado de produção: é a atividade responsável pelo
estabelecimento dos níveis gerais de produção e capacidade, utilizando as
informações obtidas sobre as necessidades de produção, lotes de produtos ou grupos
que compartilham o mesmo insumo, a partir do qual torna-se possível avaliar a
necessidade de novos investimentos em capacidade de produção no médio e longo
prazo.
Planejamento mestre de produção: etapa onde se é definido um referencial
básico para a produção. É estabelecido o momento e em qual quantidade um produto
específico deverá ser produzido dentro de um determinado horizonte de
planejamento. Deve-se levar em consideração nesta etapa os produtos individuais, e
não mais as famílias de produtos.
Planejamento das necessidades de materiais: refere-se ao planejamento
dos materiais necessários para atender o programa de produção e utiliza como fonte
de informação a lista de materiais gerada a partir das necessidades dos produtos e a
posição dos estoques.
Controle de estoques: responsável por controlar as quantidades físicas dos
itens fabricados, comprados e utilizados pela produção.
Programação da produção: consiste em definir a carga dos centros de
trabalho e os momentos nos quais eles devem ser executados, a fim de cumprir os
prazos e programas de entrega estabelecidos.
Planejamento e controle da capacidade: tem o objetivo de definir os níveis
máximos de capacidade industrial, bem como dos postos de trabalho dos
colaboradores, avaliando as necessidades de ações para adequar o sistema às
demandas impostas no decorrer do tempo.
Controle de produção: é a atividade responsável por monitorar as
operações de produção e tomar decisões a fim de que os objetivos definidos no
23

planejamento sejam cumpridos (como mudança de prioridades, necessidades de


horas extras entre outros fatores ligados à produção).

3.3. Rendimentos de produção em serrarias


Define-se serraria como um local de recebimento, armazenamento,
processamento, estocagem e preparação para expedição de toras e madeiras
serradas, podendo ou não haver um local para secagem das peças acabadas. Quanto
às suas capacidades de produção, podem ser classificadas em pequenas (as que
processam até 50 m³ de toras por dia), médias (as que processam de 50 a 100 m³ de
toras por dia) e grandes (as que ultrapassam 100 m³ de toras por dia) (GARCIA, 2013).
Ainda segundo Garcia (2013), para a mensuração do desempenho de uma
indústria de processamento de madeira serrada, são mais comumente avaliados o
coeficiente de transformação, também chamado de rendimento, do volume de tora
sob volume de madeira serrada, e a produtividade, que é mensurada através da
quantidade de madeira serrada produzida por hora/homem.

3.4. Prioridades na gestão de estoques de uma serraria


Estoque é definido como acumulação de materiais, mercadorias ou
produtos para posterior utilização, de modo a atender as necessidades dos usuários
e manter a continuidade das atividades industriais. Tal acúmulo de materiais ou
produtos ocorre pela falta de previsibilidade total das demandas, resultado da
impossibilidade de prever a produção com eficácia (CUNHA JUNIOR, 2014).
Em uma serraria, a grande dificuldade, bem como o objetivo do responsável
em gerenciar as quantidades em estoque, é encontrar o equilíbrio entre a quantidade
necessária de matéria-prima para manter a indústria produzindo e sua demanda, uma
vez que grandes quantidades de materiais armazenados podem acarretar em prejuízo
para a empresa, devido à degradação destes materiais com o passar do tempo, além
de representar investimentos que não estão sendo trabalhados. Além disso, pouca
quantidade de materiais gera o risco de parada de produção. A fim de estabelecer
esse equilíbrio, alguns pontos devem ser levados em consideração.
24

3.4.1. Ponto de ressuprimento


O ponto de ressuprimento representa a quantidade de matéria-prima em
estoque que garante a continuidade da produção da indústria, levando em
consideração o tempo de chegada dos materiais requisitados, ou, tempo de reposição
de estoque. Para o cálculo dessa quantidade, Póvoa e Chaves (2014) definem a
seguinte fórmula:

𝑃𝑅 = (𝐶 ∗ 𝑇𝑅) + 𝐸𝑆 (Equação 1)

Sendo:
PR = Ponto de ressuprimento;
C = Consumo normal do material;
TR = Tempo de ressuprimento;
ES = Estoque de segurança.

3.4.2. Estoque de segurança


Cunha Junior (2014) define estoque mínimo, também conhecido como
estoque de segurança, como a quantidade capaz de sustentar uma produção quando
o tempo de ressuprimento é superior ao programado. Sua quantidade calculada é uma
das mais importantes informações para o gestor de estoque e tem a obrigação de
existir para amparar os atrasos de suprimento, evitando o risco de falta do material e,
consequentemente, parada de produção. O cálculo se dá através da função do nível
de atendimento dos fornecedores fixado pela indústria, em função da importância
operacional e do valor do material, como pode ser visto na equação 2:

𝐸𝑆 = 𝐾 ∗ 𝑇𝑅 ∗ 𝐶𝑀𝑀 (Equação 2)

Sendo:
ES = Estoque de segurança;
K = Fator de segurança;
TR = Tempo de ressuprimento;
CMM = Consumo médio mensal.
25

3.4.3. Estoque máximo


Como a falta de material com demanda de produção pode acarretar em
prejuízos para a indústria, a sobra de material acarreta em altos custos de manutenção
do estoque. Partindo deste princípio, o estoque máximo permite calcular a quantidade
máxima de material permitida em estoque, aproveitando o espaço físico disponível.
Tal valor deve ultrapassar a quantidade do estoque de segurança e o lote de compra
de modo a suportar as variações normais de estoque. O cálculo para a determinação
do estoque máximo é representado como segue abaixo (CUNHA JUNIOR, 2014):

𝐸𝑚𝑎𝑥 = 𝐸𝑆 + 𝐿𝐶 (Equação 3)

Sendo:
Emax = Estoque máximo;
ES = Estoque de segurança;
LC = Lote de compra.

3.4.4. Classificação ABC


Conhecido por outros nomes como Regra 80/20, Princípio de Pareto ou
Princípio do desequilíbrio, a ferramenta de classificação ABC foi criada pelo
economista italiano Vilfredo Pareto, em 1897. O objetivo da ferramenta é analisar
padrões de modo a classificar diferentes tipos de itens mantidos em estoque através
da sua movimentação de valor, permitindo aos gerentes concentrarem suas atenções
nos itens mais significativos do estoque (PÓVOA, CHAVES; 2014).
A ferramenta classifica os itens avaliados em três grupos, sendo eles: itens
classe A, itens classe B e itens classe C. Os itens classe A são aqueles que
representam 80% do valor em estoque sendo apenas 20% de todo o estoque. Os itens
classe B representam 10% do valor em estoque sendo representado por 30% do total
em estoque. Os itens classe C recebem essa classificação por representarem 50% de
todo o estoque mas apenas 10% do valor total estocado.
A grande vantagem dessa ferramenta está em identificar itens de grande
importância que representam boa parcela de valores do estoque, devendo suas
26

quantidades e demandas serem controladas de forma mais rigorosa pelo gestor


responsável.
Póvoa e Chaves (2014) ressaltam que, pelo fato de mudanças nos
ambientes corporativos e tecnológicos, itens classificados como classe A podem,
dependendo de uma situação específica, se enquadrar na classe B ou C. Portanto,
mesmo que um cálculo automatizado entregue as classificações dos itens como
explanados anteriormente, é necessário realizar uma avaliação nos critérios de corte
e porcentagens periodicamente.

3.4.5. Classificação XYZ


Paralelo à classificação ABC, a classificação XYZ avalia o grau crítico do
material no desempenho das atividades industriais. Sua finalidade é minimizar a falta
de itens imprescindíveis para a indústria, além de priorizar materiais mais importantes
e auxiliar na elaboração de possíveis alternativas de substituição para itens que
podem ser substituídos.
Mendes e Castilho (2009) definem as classes X, Y e Z como é exposto a
seguir: itens classe X são materiais que apresentam baixo critério de utilização e sua
falta não acarreta em paralizações ou riscos para a indústria, têm a possibilidade de
serem substituídos e são fáceis de se obterem. Itens classe Y apresentam grau médio
de criticidade, podem ser substituídos por outros materiais, mas são vitais para a
realização das atividades industriais. Os itens de classe Z não podem ser substituídos
e sua falta provoca a paralização das atividades, colocando em risco clientes e
profissionais.

3.5. Planilhas eletrônicas


A modelagem de problemas quantitativos e gerenciais são comumente
realizadas em planilhas eletrônicas, bem como a maior parte da especulação no
mundo dos negócios, em que é levado em conta o aspecto temporal. As planilhas
eletrônicas apresentam, hoje, várias modalidades cujo usuário pode se adaptar,
resultado do custo acessível do software e a facilidade em criar interfaces flexíveis,
permitindo a tomada de decisão em um ambiente amigável e customizado.
27

O mercado apresenta várias opções, mas uma das ferramentas mais


utilizadas é o Excel, uma ferramenta de planilha eletrônica bem conhecida pelo público
em geral. Para Pedro (2012), esta é uma ferramenta que, se utilizada sabiamente,
“possibilita a integração e automatização de sistemas inteiros de gerenciamento de
empresas e indústrias”. Em empresas de pequeno porte, as planilhas eletrônicas
apresentam uma valiosa alternativa para o desenvolvimento dos sistemas necessários
ao seu gerenciamento, seja pela fácil acessibilidade, pelo conhecimento amplamente
difundido e pelo baixo custo.
O Visual Basic for Aplications (VBA) é uma ferramenta dentro do Excel cuja
finalidade é permitir ao usuário desenvolver rotinas e telas que sejam necessárias
para o seu controle. Com variadas possibilidades de manipulação, o VBA torna-se
importante ferramenta de criação de sistemas pois dá a liberdade ao usuário de
adaptar as necessidades da indústria em uma interface amigável e de total
conhecimento.
28

5 MATERIAIS E MÉTODOS

5.1 Metodologia científica


A fim de atingir os objetivos propostos nesta pesquisa, é necessário a
utilização de procedimentos metodológicos adequados ao estudo para que sua
condução resulte na correta coleta e análise de dados com o aspecto científico
necessário. Pinhal (2017) discorre que uma pesquisa pode ser classificada em dois
tipos de taxonomia: pesquisa quanto aos fins, podendo ser do tipo descritiva,
metodológica, intervencionista, aplicada, explicativa ou exploratória; e pesquisa
quanto aos meios, podendo variar entre pesquisa de campo ou de laboratório,
documental, bibliográfica, telematizada, participante, pesquisa-ação, estudo de caso
ou experimental. Nos parágrafos a seguir, serão explicados os itens cujo este trabalho
se encaixa.
A pesquisa aplicada tem o objetivo de gerar conhecimentos para a
aplicação prática, com foco em solucionar problemas específicos e envolvendo
situações e interesses locais. É um tipo de pesquisa abrangente, porém sucinta no
que se refere aos seus objetivos.
O estudo de caso visa reunir informações sobre um fenômeno, sendo
caracterizado como um procedimento metodológico que se concentra na
compreensão dinâmica do contexto real ao qual a situação a ser avaliada se encontra.
O enfoque qualitativo do estudo de caso tem caráter descritivo, tendo como foco o
processo em si e seu significado, sendo o pesquisador o instrumento-chave e o
ambiente a fonte direta dos dados, além de ter as habilidades de observar, analisar e
registrar as interações entre as pessoas e das pessoas com o sistema (FREITAS &
JABBOUR, 2011).
Tripp (2005) explana sobre a metodologia de pesquisa-ação e de como a
sua popularidade e amplitude de aplicação influencia negativamente sua utilização a
qualquer tipo de tentativa de investigação prática ou melhoria. Para ele, a pesquisa-
ação é uma variante da investigação-ação, na qual emprega-se técnicas de pesquisa
de qualidade suficiente para enfrentar críticas da universidade. Deste modo, Tripp
29

(2005) classifica em 5 modalidades de pesquisa-ação, sendo: pesquisa-ação técnica,


pesquisa-ação prática e pesquisa-ação política. Esta última modalidade fragmenta-se
em duas novas modalidades, que são pesquisa-ação socialmente crítica e pesquisa-
ação emancipatória.
A pesquisa-ação técnica caracteriza-se pela utilização de uma prática
existente em outros lugares que será aplicada no local onde a pesquisa será realizada
a fim de estudar os resultados e obter melhorias. A pesquisa-ação prática é
reconhecida quando o pesquisador projeta ou escolhe as mudanças que serão
realizadas no meio. As tomadas de decisões do pesquisador sobre o quê, quando e
como fazer acontecem através de suas concepções profissionais sobre o que será
melhor para o seu grupo de trabalho. A pesquisa-ação política define-se como uma
mudança da cultura institucional e suas limitações. A pesquisa-ação socialmente
crítica resulta em uma mudança no modo de pensar a respeito de valores sociais,
corporativos e da política das limitações, tal quando o modo “dominante” de ver a
pensar é prejudicial e precisa ser alterado. Por fim, a pesquisa-ação emancipatória
baseia-se na pesquisa-ação socialmente crítica, porém com a ideia de levar adiante
as melhorias propostas para uma escala maior, atingindo todo o grupo social de seu
meio.
Nesta situação, este trabalho pode ser classificado, quanto aos seus fins,
como uma pesquisa aplicada, de forma a trabalhar na resolução de um problema real
e aprimoramento das funções de produção apresentadas na indústria. Relacionando
aos meios de pesquisa, este trabalho classifica-se como pesquisa bibliográfica, dado
o seu embasamento teórico a respeito do tema através da consulta de pesquisas
científicas, trabalhos de mestrados e doutorados sobre o assunto. Também pode-se
classificar como um estudo de caso do tipo qualitativo, pois será realizada em uma
empresa de processamento de madeira serrada no município de Itapeva/SP com o
objetivo de melhorar o relacionamento das pessoas com o sistema de controle. Por
fim, também se classifica como uma pesquisa-ação prática, pois as mudanças a
serem projetadas como forma de melhorar o mecanismo de controle de produção
partem da vivência, embasamento teórico e de experiências adquiridas ao longo da
trajetória percorrida pelo autor deste trabalho.
30

5.2 Descrição da serraria de pequeno porte


A serraria abordada neste trabalho está localizada no município de
Itapeva/SP e atende clientes nos estados de São Paulo e Paraná. A indústria produz
cerca de 1200 m³ de madeira serrada ao mês, empregando 40 funcionários. Os
produtos são nomeados de forma local por tábuas (medidas entre 140 e 230 mm de
espessura), longarinas (entre 230 mm e 380 mm de espessura) e pontaletes (medidas
acima de 380 mm de espessura), gerando peças de primeira e segunda qualidade
provenientes de madeira de eucalipto de florestas de terceiros, replantadas.
A diferenciação entre as qualidades das peças se dá a olho nu pelos
colaboradores da linha de produção e são separados em estoque para expedição,
sendo as tábuas de primeira qualidade isentas de nós ou outras características que
não agradam os clientes, e as de segunda qualidade sendo produzidas com o máximo
de eficiência, desconsiderando as características de classificação.
O processo produtivo inicia-se com o munk alimentando a mesa de toras,
para posteriormente ser processada pela quádrupla. A quádrupla retira as costaneiras,
formando um semi-bloco que é encaminhado para a múltipla, que por sua vez produz
as tábuas. Da múltipla, as tábuas seguem em direção à destopadeira 1, onde é
realizado o corte nas dimensões finais da tábua e finalizado o processo das tábuas de
primeira qualidade. Das costaneiras produzidas pela quádrupla, estas são
encaminhadas para a refiladeira 1 onde tenta-se aproveitar o máximo do corte no
sentido horizontal para a produção de novas tábuas, podendo sair as de primeira
qualidade, ou, caso não seja possível, ocorre a produção das tábuas de segunda
qualidade.
Da refiladeira 1, as peças são encaminhadas para uma máquina de corte
que realiza o desdobro horizontal, eliminando resíduos como casca e dando o
acabamento à peça, sendo deslocadas posteriormente para a destopadeira 2.
Costaneiras de grandes proporções que não se adequam às dimensões de entrada
da refiladeira 1 são encaminhadas para outra máquina, a Desdobro Horizontal de
Costaneiras. São produzidas mais tábuas de primeira qualidade que são enviadas
para a refiladeira 2 e depois para a destopadeira 3 para a finalização.
A produção da serraria apresenta produtos padronizados, variando-se as
dimensões da madeira serrada a cada lote de produção, com uma linha de produção
31

do tipo repetitiva em massa processando os lotes de forma intermitente. Os


funcionários são distribuídos entre a área da serraria, do pátio de toras, do galpão de
armazenagem para a produção de pallets, manutenção e escritório. Com os
processos divididos em linhas principal e aproveitamento, a serraria segue o padrão
do tipo MTO, onde a produção só acontece assim que o pedido do cliente é recebido.
Porém, ocorre a produção de peças provenientes da linha de aproveitamento, que
gera estoque para venda (MTS).
Um programa controla a produção da serraria de modo a quantificar e dar
baixas de produção e estoque. O programa utilizado é chamado de Gerenciador de
Serraria e está na sua quarta versão, foi desenvolvido utilizando como base a
programação em Visual Basic da Microsoft, mais conhecido como VBA. O ambiente
de programação funciona em conjunto com o pacote Office e permite ao usuário
programar novas funções ao que se deseja, otimizando a leitura, entrada e saída de
dados entre outras competências, dependendo exclusivamente da experiência do
usuário em programar nessa linguagem.
O software desenvolvido tem pouca frequência de atualizações. O
fornecedor mantém contato direto com os funcionários da indústria e a cada eventual
necessidade de mudança nas funções, as adaptações necessárias são realizadas à
distância, através de programas de comunicação entre os computadores via internet.
A interface é simples, com botões intuitivos e menus apresentando todas as funções
disponíveis no programa (Figura 1). O Gerenciador de Serraria v. 4.0 funciona no
servidor da empresa, tendo seu acesso controlado por usuário e senha, e o programa
é distribuído através da liberação da máquina a ser utilizada por um código de série.
O programa foi encomendado pela diretoria da indústria e era utilizado desde 2013
para o gerenciamento completo da serraria.
O programa conta com módulos básicos para o gerenciamento financeiro
e de produção. Os menus com aspecto “apagado” são disponíveis para determinados
usuários e fazem parte da configuração do sistema em si, alterações de programação
e outras funcionalidades utilizadas somente pelo programador ou acessadas pela alta
gerência. Como foco deste trabalho, será analisada a rotina do Planejamento e
Controle da Produção disponibilizada pelo programa para o usuário final.
32

Figura 1 - Módulos do Gerenciador de Serraria V. 4.0


Fonte: O autor

5.3 Descrição da rotina PCP atual


Quando um cliente realiza o pedido para a indústria, as informações sobre
“o que”, “quanto” e “para quando” são informadas no menu Lançamento > PCP do
programa. Os registros variavam de data de inclusão, número do pedido, cliente, data
de entrega do pedido, discriminação dos produtos e suas quantidades. Nesta fase, a
única informação dada pelo sistema é a discriminação do produto, caso este esteja
cadastrado, sendo o usuário o responsável por registrar e diferenciar os produtos e os
pedidos.
Caso o cliente faça um pedido de determinados produtos para a data X e
nesse mesmo pedido tenha outros produtos para as datas Y e Z, por exemplo, o
programa obriga o usuário a cadastrar novamente o pedido, porém o próprio usuário
deve informar quais produtos pertencem ao pedido cadastrado, variando a data de
entrega. Ou seja, para um pedido cujas datas de entregas correspondem a um longo
período, o programa só irá aceitar cadastros de pedidos para dias específicos,
gerando assim grande quantidade de registros do mesmo pedido.
33

Na inclusão dos itens que farão parte do pedido registrado, o usuário


também deve informar a grade cujo produto será montado, a quantidade de peças por
pacote e a quantidade de pacotes a serem produzidas (Figura 2). O programa puxa
do seu banco de dados as dimensões de espessura, largura e comprimento da peça
e calcula o volume em metro cúbico a ser produzido de acordo com a quantidade de
pacotes. O usuário também deve informar o índice de conversão a ser utilizada para
a produção do produto e o múltiplo, que se refere à quantidade de peças a serem
retiradas por tora na produção. O índice e o múltiplo são utilizados para determinar a
demanda necessária de toras, alocando a peça para que seja produzida de modo a
não ocorrer falta nem sobra de matéria-prima.
As informações de dimensão que o programa entrega de cada peça para o
usuário vem do seu próprio banco de dados, onde o usuário pode alterar, cadastrar
novos produtos e excluir registros.

Figura 2 - Telas de trabalho do PCP


Fonte: O autor
34

Após realizado todo o registro dos pedidos, o usuário deve lançar cada
produto na tela de PCP Diário (Figura 3), um módulo destinado ao registro da
produção por dia na serraria, levantando quantidades e necessidades para a indústria.
Essa função mostra-se muito importante, pois ajuda a planejar a fabricação das peças
de modo a compreender toda a necessidade de toras, funcionários e capacidades de
produção.
No caso em que, para o usuário, este módulo exige o registro de cada
produto do pedido do cliente. Mesmo já tendo registrado o pedido no Lançamento >
PCP, ainda é necessário registrá-lo novamente no Lançamento > PCP Diário,
informando os mesmos dados de produção (formação de grades, quantidade por
pacotes, quantidade de pacotes, índice de conversão e múltiplo).

Figura 3 - Informações de produção do PCP/PCP Diário


Fonte: O autor

Após todos os registros terem sido salvos no sistema, um relatório de


previsão de vendas e produção é gerado, agrupando os produtos para cada cliente,
informando as informações necessárias para a sua produção. Esse relatório era
utilizado como base para acompanhamento da produção (Figura 4).
35

A coluna “Estoque” refere-se à quantidade produzida em estoque de cada


produto, porém não há função que determine a quantidade de acordo com a produção,
sendo o usuário responsável por informar a quantidade na janela do PCP do
programa. Nesta mesma janela, o usuário também informa quanto de cada produto
selecionado foi produzido, quanto do produto ainda falta produzir e quanto já foi
entregue ao cliente. A coluna “A Entregar” realiza a subtração entre o que foi produzido
e o que foi entregue, resultando nos pacotes prontos para serem expedidos para seus
clientes.

Figura 4 - Processo de previsão de vendas/gestão da carteira de pedidos (PCP - Pedidos por


Clientes)
Fonte: O autor

Assim que o usuário insere as informações sobre os pedidos dos clientes


também no PCP Diário do sistema, um relatório de planejamento diário é produzido
(Figura 5), informando a capacidade total diária necessária para atender ao
planejamento de produção. A produção diária deve atender os requisitos da indústria,
sendo em média uma produção de 60 m³ por dia, serrando 200 st de toras. Estes
valores podem variar dependendo da frequência de parada de máquinas,
36

disponibilidade de toras, falta de pessoal treinado para a produção, fatores climáticos


entre outros. Quando ocorre da produção ultrapassar o limite de produção diário da
serraria, então é necessário manter os colaboradores trabalhando além do horário
normal de jornada. Quando a produção é menor, pode-se realocar pedidos para que
não haja lacunas de produtividade na indústria.

Figura 5 - Planejamento Agregado de Produção (PCP DIário)


Fonte: O autor

A produção da indústria em questão resulta nos materiais pedidos pelos


clientes e em peças além do pedido, que são classificadas em primeira e segunda
qualidades. Essas peças são vendidas com preços diferenciados devido à suas
características e são resultados da conversão das toras em madeira serrada (quando
a metragem de um pedido é atendida, mas ainda há toras ou tempo extra para as
máquinas continuarem a operar).
37

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO

O programa analisado apresenta falta de automação bem evidente, o que


deixa o exercício do controle e planejamento da produção muito repetitivo. Uma rotina
de lançamento de produção e baixa no sistema acaba levando horas para ser
realizado, pelo fato do usuário ser obrigado a procurar o produto o qual se refere nas
mais diversas janelas que o programa apresenta.
Com relação ao cadastro dos produtos, a interface é simples e não entrega
nenhuma praticidade além de adicionar dados, cabendo ao usuário a
responsabilidade de inserir e confiar nas informações mostradas pelo sistema.
No que se refere ao cadastro dos pedidos no PCP, em um pedido com
vários produtos a serem produzidos em datas diferentes, essa tarefa de registro e
controle de produção pelo programa torna-se exaustiva para o usuário responsável.
O fato do usuário ser obrigado a informar todas as quantidades em cada
campo para que o sistema tenha funcionalidade acaba por prejudicar a própria
funcionalidade do sistema, pois uma vez que não se informe esses dados, o sistema
não entende que houve produção, geração de estoque ou finalização dos pedidos.
A janela do PCP Diário também aparece para o usuário como o PCP do
sistema: não há funções que abatam a quantidade de produtos no dia produzido,
sendo o usuário responsável por informar as baixas de produção também nessa etapa
do módulo.
De modo geral, o programa não entrega nada para o usuário além das
informações registradas nele. Seu fluxo de comunicação de dados é inflexível e se
apresenta com módulos muito isolados um do outro, o que dificulta o planejamento da
produção em si, ao invés de facilitar a compreensão do processo de planejamento e
controle da produção. Além disso, a demora e a dificuldade que o usuário tinha em
encontrar as informações de produção necessárias era significante. Em alguns testes
e treinamentos no Gerenciador de Serraria, houve uma demora de aproximadamente
3 horas para planejar e finalizar uma produção diária de um pedido com vários
produtos e datas, devido ao fato do próprio usuário ser obrigado a navegar em várias
38

telas diferentes e ter de cadastrar praticamente as mesmas informações em todas


essas telas.
Além disso, o programa tem cadastrado todos os produtos para indicar a
produção, mas não conseguia indicar quantidades e valores em estoque,
provavelmente devido às falhas de comunicação da programação. As soluções para
os problemas mencionados anteriormente começaram a ser idealizadas a partir deste
ponto, em uma planilha do Excel. Os resultados obtidos perante os problemas
mencionados no item anterior são discutidos abaixo.

6.1 Controle de estoque de produção e produção diária


O estoque da serraria armazena apenas madeira serrada de várias
dimensões. Os locais de armazenamentos ficam espalhados pelo pátio e pelo galpão.
Foi necessário realizar um cadastro de todos os produtos e o controle de quantidades
em estoque passou a contar com as seguintes informações:
Produtos – descrição das tábuas, longarinas ou pontaletes produzidos;
Class. – classificação dos produtos produzidos;
Espess. – espessura do produto;
Larg. – largura do produto;
Compr. – comprimento do produto;
Grade padrão – a forma como será montado os pacotes de cada produto;
No novo módulo desenvolvido para a situação de produção da serraria, a
entrada de dados necessária é apenas a descrição do produto a ser produzido (Figura
6 – A). O novo módulo idealizado em Excel utiliza fórmulas de extração de texto,
elementos condicionais, fórmulas de buscas e concatenamento para entender qual
produto a descrição digitada está se referindo. É necessário apenas ao usuário seguir
um padrão de digitação no campo especificado, sendo que tábuas, longarinas ou
pontaletes de segunda qualidade têm um acréscimo de números romanos para
identificação, diferente dos produtos de primeira qualidade (Figura 6 – B). As
informações de Grade padrão também deve ser informado na planilha para que as
fórmulas de extração de texto e operações matemáticas possam realizar os cálculos
de quantidade de pacotes, m³ e saldos em estoque (Figura 6 – D). Cada célula tem
39

sua fórmula escrita especificamente para a função desejada, tornando-se, assim,


peças importantes para o funcionamento total da planilha.
Outra situação era que, além de não haver o controle de estoque eficiente,
ocorriam vendas cujos clientes recebiam com prazos longos, tendo assim que separar
a quantidade necessitada, para não gerar conflitos de disponibilidade de peças para
futuros clientes. A solução foi criar um campo “Status/Vendas” para que o usuário
informasse qual é a situação dos pacotes produzidos e outro campo “m³ vendido” pra
determinar a quantidade a ser reservada para o cliente, retirando assim as peças da
disponibilidade em estoque (Figura 6 – C).
Além destas informações, campos informando a entradas e saídas totais
dos produtos produzidos ajudam a fazer o balanço da produção e o campo “inventário”
determina a quantidade inicial inventariada na indústria, bem como o campo
“correção” para arrumar certas quantidades de estoque, caso necessário. Quando é
registrada a saída de um produto até que sua quantidade seja zero, a tabela entende
que não há mais o produto em estoque e sua descrição torna-se “cinza”, facilitando
assim a visualização dos produtos na lista.

Figura 6 - Controle de estoque com planilhas do Excel. A – Campos de identificação do produto. B –


Diferenças na descrição de produtos de 1ª e 2ª qualidades. C – Campo de separação de pedidos do
estoque.
Fonte: o Autor.
40

O lançamento da produção ocorre na mesma planilha, seguindo a linha do


produto produzida. As colunas até “Status/Vendas” são congeladas para que o usuário
possa visualizar a linha completa do produto. Nas colunas seguintes, a planilha conta
com campos de “Entrada”, para informar a quantidade do produto produzido em m³;
“Saída”, informando a quantidade utilizada para produção de pallets ou enviada para
o cliente; “Destino/ID”, para discriminar o destino do produto (Figura 7 – A). O “ID”
neste caso é um código que serve para identificar que aquele pedido teve saída e
deverá ser dado baixa automaticamente no controle do PCP, quando informado; e
“Saldo”, mostrando a quantidade final do dia de produção.

Figura 7 - Tábuas de qualidades 1 e 2, produções, saídas e destinos de produção. A – Entrada de


informações da produção diária da serraria.
Fonte: o Autor.

Com toda a produção do dia lançada, é possível visualizar a quantidade


produzida de cada qualidade de produto, bem como a quantidade total, os destinos
de produção e as demais informações pertinentes ao estoque. Uma nova planilha
resume a produção diária, onde ela busca, a cada dia, os produtos lançados e
apresenta seus preços a partir de uma tabela de preços de clientes por produtos,
cadastrados na tabela como uma fórmula que identifica o produto e relaciona com o
cliente, além de quantidades e informações de produção (Figura 8).
41

Figura 8 - Produção diária


Fonte: o Autor.

6.2 Planejamento e Controle da Produção


O controle total da produção se dá na mesma pasta do Excel onde ocorre
o controle de estoque de produção. Os campos necessários para que o PCP funcione
são basicamente o número do pedido do cliente, um número de identificação do
pedido/item, a data de entrega, a data de produção, a descrição do produto e a
quantidade em metro cúbico (Figura 9 – A). Após adicionar essas informações, a
planilha busca os dados registrados na planilha de estoque, onde estão todos os
produtos cadastrados.
Assim, o PCP é capaz de mostrar quanto há no estoque, quanto falta para
produzir até completar o pedido e quanto já foi entregue. Outras informações são
necessárias para a planejamento da produção como a Conversão e o Múltiplo. A
Conversão determina, aproximadamente, quanto da tora em metro estéreo deve ser
utilizada para produzir 1 m³ de madeira serrada para cada produto. Um metro estéreo
equivale à quantidade de tora em um metro cúbico, considerando o volume da tora e
o volume dos espaços vazios entre elas.
De acordo com dados da própria serraria, o valor utilizado é 5 st de tora
para a produção de 1 m³ de madeira serrada. Já o Múltiplo informa a dimensão da
tora a ser necessária para a produção. Por exemplo, peças que apresentam 1300 mm
de comprimento, ao utilizar múltiplo igual a 2, o valor ideal da tora a ser utilizada na
produção é de 2700 mm de comprimento.
42

Neste primeiro momento, ocorre o registro dos pedidos e a inclusão das


informações de produção. Os dados a mais são todos retirados do banco de dados
do estoque. Após isso, ocorre um tratamento com os dados salvos de modo a facilitar
o entendimento para o processo de planejamento da produção. A primeira ferramenta
desenvolvida foi uma tela onde pudesse ser visto as necessidades de produção de
acordo com os dias corridos, como pode ser visto na figura 10.

Figura 9 - Tela do PCP


Fonte: o Autor.

O Planejamento de Recursos Semanal informa ao usuário as datas, as


quantidades e identifica as toras que serão necessárias para atender os pedidos dos
clientes. A necessidade das toras varia de acordo com a dimensão do produto a ser
produzido, sendo que a tora deve ser comprada com 100 mm de comprimento a mais,
para que ocorra o destopo do produto após a serragem, melhorando o acabamento
da tábua e evitando que as rachaduras de topo das toras se mantenham nas tábuas.
Como a serraria em questão trabalha com toras de 2500 mm até 3100 mm, todo o
PCP foi adaptado para reconhecer essas medidas à partir dos registros no de estoque
e organizá-las de forma a torna-se mais dinâmico o fluxo de informações para a
compra dessas toras.
43

Figura 10 - Planejamento de recursos semanal


Fonte: o Autor.

Outra tela adaptada para a produção da serraria foi a Classificação ABC e


XYZ. Foi realizado um mix dos dois tipos de classificação a fim de informar qual a
maior necessidade de toras para a produção (Figura 11), levando em conta toda a
cartilha de pedidos do PCP, as conversões de produção e os índices dos produtos. A
classificação é dividida em A, B e C e apresenta as toras de maior prioridade (A) até
as de menor prioridade. Vale ressaltar que as escolhas de prioridades são levadas em
consideração apenas as quantidades necessárias para a produção.
Também foi determinado estoques de segurança para cada tipo de tora de
acordo com a demanda de produção necessária (Figura 12). Quando uma tora
específica tem demanda, a tela de Estoque de Segurança determina automaticamente
a quantidade ideal necessária para se ter em estoque, de modo a não manter toras
por muito tempo no pátio, bem como disponibilizando uma quantidade mínima para a
44

produção. Como o período é controlado em semanas, e levando em conta que o


período ideal de pedidos de toras por fornecedores é de, em média, uma semana, o
lead time é ajustado entre 0,7 e 1,2, porém podendo ser maior, pois em períodos de
chuva, grande parte dos fornecedores não conseguem remover a carga de suas
florestas. Tal fato pode afetar muito negativamente a serraria, parando a produção e
causando prejuízo.

Figura 11 - Classificação ABC para a produção


Fonte: o Autor.

Figura 12 - Estoques de segurança


Fonte: o Autor.

Além das necessidades diárias de toras, também é possível acompanhar o


andamento da produção através do Planejamento de Produção Diária, uma janela
onde é informado, também puxando das informações registradas do PCP, a meta de
45

produção por dia, como os produtos a serem produzidos e suas quantidades, como
pode ser visto na Figura 13.

Figura 13 - Planejamento de Produção Diária


Fonte: o Autor.
De forma complementar ao planejamento diário de produção, foi elaborado
uma tabela dinâmica a fim de reunir todas as informações do estoque e do PCP,
porém com a capacidade de mostrar em tempo real o que está sendo produzido, os
dias, quantidades e outras informações capazes de personalizações (Figura 14). A
ferramenta Tabela Dinâmica funciona como uma confirmação dos dados registrados
no PCP.

Figura 14 - Necessidades, Pedidos, m³ à produzir e dias de produção


Fonte: o Autor.
46

Por fim, a Figura 15 apresenta o relatório para impressão do PCP, um


resumo do PCP com os dados mais pertinentes a serem passados para o encarregado
de produção, para que ele e outros funcionários também possam acompanhar o que
está sendo produzido de maneira sucinta. O relatório mostra os produtos, as grades
com que deverão ser montadas, a quantidade de pacotes e peças, campos
informando quantidades em estoques e entregues, as toras necessárias e suas
quantidades em metro estéreo, finalizando com seu status de produção.

Figura 15 - PCP - Pedidos por Cliente


Fonte: o Autor.

Além deste relatório, também é possível gerar outro informando quais são
os produtos em estoque, os disponíveis para a venda e os utilizados para a produção
de pallets e outros fins.
47

Figura 16 - Relatório de estoque


Fonte: o Autor.

Todos os dados apresentados até então são gerados à partir de um único


cadastro na tela do Estoque de Produção e do PCP. As outras telas só se tornaram
possíveis com a utilização de fórmulas condicionais, operações matemáticas e
programações em Visual Basic.

6.3 Controle de estoque de toras


No pátio da serraria, existem espaços onde são armazenadas as toras
trazidas pelos fornecedores. Os espaços separados são nomeados de baias e
identificam-se pelas características das toras que são armazenadas. Na Figura 17, há
o controle específico de cada baia, suas quantidades de entrada de tora, a saída para
a utilização na produção e o volume final, em metros estéreos, para o planejamento
da produção dos dias seguintes.
O controle de disponibilidade de toras era feito de forma manual e a
avaliação das disponibilidades de produção de forma visual. Para manter uma
48

segurança nos estoques, sempre havia quantidade de tora além do necessário,


representando um investimento desnecessário. Com o controle mais rigoroso, a
indústria tem mais flexibilidade em controlar as entregas de toras dos fornecedores e
avaliar as possibilidades de produção diretamente da tela do controle de estoque,
averiguando as informações com a demanda do PCP.

Figura 17 - Controle do estoque de matéria-prima por baias de separação


Fonte: o Autor.
49

7 CONCLUSÃO
O gerenciamento das informações de estoque e produção tornaram-se
muito mais palpáveis ao usuário, dando-lhe a liberdade de buscar dados que até então
não se tinha conhecimento na serraria. Tais dados deram ao responsável pela
indústria uma nova visão de como sua serraria estava produzindo, além de tempos de
produção e entrega. Problemas como falta de direção da produção e a necessidade
de se produzir um item à outro foram respondidas através das novas telas que
passaram a auxiliar o planejamento da produção para atender os clientes no prazo e
com qualidade. O planejamento, até então idealizado somente pelo encarregado de
produção, agora está acessível para outros colaboradores, aumentando o acesso à
informação.
A velocidade com que o usuário consegue registrar os pedidos na tela do
PCP e no cadastro ou alteração, dependendo da necessidade, de novos produtos
tiveram grande aumento, pois o novo sistema imaginado para a serraria apresenta
funções simples e intuitivas, diferentemente do sistema antigo utilizado pela indústria.
Agora, o usuário digita o produto e o relatório já está pronto para ser impresso.
O fato de planejar a produção pelas telas proporcionadas pelo programa
Excel possibilita a atualização constante das rotinas de produção, podendo ser
alterados conforme a necessidade do usuário, sendo necessário apenas o
conhecimento em utilizar suas fórmulas corretamente. Esse fato possibilita ao usuário
criar fórmulas especificamente para realizar a função desejada, dando assim
possibilidade total de personalização das planilhas.
Muitos cadastros das mesmas informações agora não são mais
necessários, uma vez que o PCP em Excel trabalha com os dados cadastrados no
estoque. O apontamento de produção do PCP Diário ocorre na mesma tela do PCP,
além da utilização de uma Tabela Dinâmica para adaptar resultados em tempo real,
dependendo da necessidade da gerência ou do encarregado de produção.
As relações automáticas de cálculo de entrada e saída de produtos
possibilitaram o controle real de estoque, que até então não existia no programa
anterior. Com o controle preciso de quantidade produzida, é possível enviar aos
50

clientes interessados relatórios sobre estoques disponíveis para venda. O campo para
separação dos pedidos também foi um fator importante para a serraria, uma vez que
um produto separado deixa de aparecer nos relatórios de estoque, evitando
duplicação de venda dos produtos.
Além da elaboração de um PCP mais objetivo, as implementações dentro
do novo sistema trouxeram mais segurança e comprometimento com a produção,
como o Planejamento dos Recursos Semanal, o Sistema de Classificação ABC, o
Cálculo de Estoque de Segurança por Semana, o Planejamento da produção Diária,
entre outros relatórios possíveis de serem criados, dependendo da necessidade do
gerente ou outro colaborador.
Com isso, a ferramenta Excel mostra-se essencial na elaboração de
sistemas de controle de produção, facilitando a tomada de decisão dentro da indústria
e definindo as necessidades tanto de produção quanto de programação do sistema.
Para empresas de pequeno porte, como é o caso da serraria utilizada neste trabalho,
o Excel obteve excelentes resultados, o que o tornou uma ótima ferramenta de
controle e gerenciamento da produção.
51

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