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NEUROSE E PSICOSE

Nesse trabalho, Freud (1923) procura descrever as relações existentes


entre as instâncias do psiquismo humano e como elas estão relacionadas à
neurose e à psicose.
Em seu trabalho, O Ego e o Id (1923), Freud propõe uma diferenciação do
aparelho psíquico humano, no qual seria divido em três instâncias: o id, o ego e
o superego.
Barbosa, Dias, Moya (2010), citando Lins (2007), comentam como a
teoria freudiana conceitua essas três instâncias. Segundo elas, o id seria
constituído de energia instintiva e inconsciente, sendo regido pelo princípio do
prazer e sendo, a partir dele que se derivam as demais estruturas. O ego
representaria o princípio da realidade, sendo regido pelas normas sociais pré-
estabelecidas. O superego seria representado pela consciência, sendo a
estrutura da personalidade regida pelos padrões culturais na qual o sujeito está
inserido.
De acordo com Pocinho (2014), é possível ainda acrescentar que o ego
funciona como uma instância mediada pelo id e pelo superego, tendo uma
relativa autonomia em relação essas citadas instâncias.
A mesma autora, citando Hall e Lindzey (1984), continua dizendo que o
ego obedece ao princípio de realidade e opera por meio do processo
secundário, em nível consciente. O ego, assim, pode ser considerado o
“executivo da personalidade” porque controla a ação, seleciona os aspectos do
meio aos quais reagirá e decidem quais são os instintos a serem satisfeitos e
de que modo.
O superego, por sua vez, segundo Pocinho (2014), é constituído pelas
regras morais, valores e crenças estabelecidas no grupo social do qual o
sujeito está inserido. Assim, o ego também tem que se adaptar as essas
exigências.
Nesse sentido, o superego atua em nível consciente e representa os
valores socioculturais do sujeito e o id representa a herança biológica que, em
determinados momentos, entrarão em contradição em decorrência das
imposições constituídas pelo meio social. Assim, o ego tem o papel
fundamental de buscar o equilíbrio entre as demandas irracionais do id e as
normas e valores impostos pelo meio social constituindo o superego
(POCINHO, 2014).
Desse modo, a mais importante função do ego é manter um estado de
adaptação interna para o aparelho mental, bem como de adaptação entre o
organismo e o meio ambiente, procurando manter esse sistema em equilíbrio.
O equilíbrio estabelecido pelo ego, porém, não é rígido, nem imutável,
havendo, dentro de certos limites, uma constante oscilação de seu estado
dinâmico (POCINHO, 2014).
A estrutura psíquica formada dessas três instâncias precisa ser
considerada de forma integrada, pois são interdependentes.
A partir da compreensão dessas instâncias, é possível entender as
relações que foram feitas entre as mesmas com a neurose e a psicose.
Para Freud, a mais importante diferença genética entre uma neurose e
uma psicose está no fato de que, enquanto a neurose pode ser entendida a
partir do resultado de um conflito entre o ego e o id, a psicose pode ser
entendida a partir de um conflito semelhante nas relações entre o ego e o
mundo externo (FREUD, 1923).
Assim, as neuroses transferenciais se originam quando o ego se recusa a
aceitar um poderoso impulso instintual do id, ou quando o ego proíbe esse
impulso do id de alcançar o objeto a que visa, ou quando o ego se recusa a
ajudar o id a encontrar um escape para esse impulso (FREUD, 1923).
O ego, então, segundo Freud (1923), se defende contra o impulso
através do mecanismo da repressão. O conteúdo reprimido luta contra esse
destino, criando ao longo de caminhos sobre os quais o ego não tem poder,
uma representação substitutiva (que se impõe ao ego mediante uma
conciliação): o sintoma.
O autor continua dizendo que ao descobrir que sua unidade está
ameaçada e prejudicada, o ego continua a lutar contra o sintoma, da mesma
forma como desviou o impulso instintual original. Para Freud (1923), isso
produz o quadro de uma neurose.
O autor acrescenta que com o mecanismo da repressão, o ego está
seguindo ordens do superego, que se originam de influências do mundo
externo que encontraram representação no superego.
Nesse sentido, o ego entra em conflito com o id, a serviço do superego e
da realidade, sendo esse o estado de coisas em toda neurose de transferência.
Assim, a partir dessa perspectiva de Freud, Pocinho (2014), resume a
neurose como o resultado de um conflito intrapsíquico entre o ego e o id. Neste
conflito, o ego, em sua dependência da realidade, suprime um fragmento do id
(da vida instintual), ignorando a realidade pelo mecanismo da repressão. Ao
reprimir os impulsos instintuais do id, o ego bloqueia o acesso à consciência
desses impulsos, bem como nega lhe sua satisfação.
Freud (1923) então ressalta que o mundo externo pode governar o ego
por duas maneiras: através de percepções atuais e presentes, sempre
renováveis e através do armazenamento de lembranças de experiências
anteriores, as quais, sob a forma de um mundo interno, são tanto de posse,
quanto parte constituinte do ego.
Na psicose, o ego cria um novo mundo externo e interno, sendo ele
construído de acordo com os impulsos desejosos do id e que o motivo dessa
dissociação do mundo externo é alguma frustração intolerável de um desejo,
por parte da realidade (FREUD, 1923).
Nesse sentido, Pocinho (2014) resume a psicose a partir das ideias de
Freud, como resultado de uma rebelião por parte do id contra o mundo externo,
sem conseguir se adaptar as exigências impostas pela realidade. Assim, ocorre
afastamento do ego em relação à realidade e, depois, há uma tentativa do ego
de reparação do dano causado, tentando retomar à realidade.
Enquanto na neurose os conflitos são internos, havendo um
distanciamento a realidade, na psicose há uma fuga dessa realidade. A sua
principal angústia é a de fragmentação. Nesta perturbação, tem lugar uma
clivagem do ego em bons e maus objetos, o que permite rejeitar para o exterior
os maus objetos e conservar apenas os bons objetos (POCINHO, 2014).
Assim, para Freud (1923), a etiologia comum de uma neurose e de uma
psicose pode ser considerada a mesma, consistindo em uma frustração, ou
seja, em uma não-realização de um desejo da infância.
Essa frustração é sempre externa, mas, em cada sujeito, ela pode
proceder do agente interno (superego) que assumiu a representação das
exigências de cada realidade. O efeito patogênico, então, vai depender do ego,
em uma tensão conflitual ou de permanecer fiel à sua dependência do mundo
externo e tentar silenciar o id, ou de se deixar ser derrotado pelo id, se
afastando da realidade (FREUD, 1923).
A partir do que foi mencionado, é possível dizer que as neuroses de
transferência correspondem a um conflito entre o ego e o id; as neuroses
narcísicas, a um conflito entre o ego e o superego, e as psicoses, a um conflito
entre o ego e o mundo externo (FREUD, 1923).
Freud (1923), ressalta que essa hipótese de que as neuroses e as
psicoses se originam nos conflitos do ego e de que elas refletem um fracasso
de seu funcionamento, em que não consegue conciliar todas as exigências
feitas a ele, precisa ainda ser suplementada. Segundo ele, seria necessário
que ainda fossem estudadas em que circunstâncias e por que meios o ego
pode ter êxito em emergir de tais conflitos, que estão sempre presentes, sem
que o indivíduo apresente uma patologia. Ele supõe que o resultado dessas
situações dependerá de considerações econômicas, ou seja, das magnitudes
relativas das tendências que estão lutando entre si. Além disso, supõe ser
possível que o ego evite uma ruptura se deformando, se submetendo a
usurpações em sua própria unidade e até mesmo, efetuando uma clivagem ou
divisão de si próprio. Desse modo, incoerências, excentricidades e loucuras
apareceriam sob formas semelhante às suas perversões sexuais, através de
cuja aceitação poupam a si próprios repressões.
Por fim, Freud (1923), ressalta que ainda são necessários estudos para
entender o qual poderia ser o mecanismo, análogo ao mecanismo da
repressão, por qual ego se desliga do mundo externo. Segundo ele, tal
mecanismo deveria, tal como a repressão, abranger uma retirada da catexia
enviada pelo ego.
REFERENCIAS

1924.P., 2, 250-4. (Trad. de Joan Riviere.)


FREUD, Sigmund. Neurose e psicose. Volume XIX.
https://chasqueweb.ufrgs.br/~slomp/psicanalise/freud-neurose-e-psicose.htm

BARBOSA, Isabela M.; DIAS, Marta R.; MOYA, Clara I. S.. Diferenças
estruturai e sintomáticas segundo a psicanálise. In: XIII Encontro Latino
Americano de Iniciação Científica e IX Encontro Latino Americano de Pós-
Graduação – Universidade do Vale do Paraíba, São José dos Campos, SP.
2010. Disponível em:
<http://www.inicepg.univap.br/cd/INIC_2010/anais/arquivos/0927_1089_01.pdf>
. Acesso em: 5 out 2017.

POCINHO, Margarida. Neurose, Psicose e Funcionamento Borderline: Uma


Análise a Partir da Estrutura do Aparelho Psíquico. Interações: sociedade e as
novas modernidades, n. 27. Disponível em: <http://www.interacoes-
ismt.com/index.php/revista/article/view/378/392>. Acesso em: 5 out 2017.

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