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Instituto Superior de Ciências de Educação da Huíla

Metodología de la investigación.
Professor: Alfredo Peña Ricardo, 2017

Métodos teóricos e métodos empíricos. Conceito.

Estes métodos científicos permitem abordar a realidade, estudar os fenómenos da natureza, a sociedade
e o pensamento com o propósito de descobrir a essência e suas relações.
Os métodos teóricos são métodos de investigação científica, que se produzem no pensamento
humano. É um conjunto de processos mentais, que permitem o raciocínio lógico do ser humano para
estudar a realidade e poder estabelecer teorias, leis, princípios, generalizações que devem ser
comprovados na prática.
Os métodos teóricos possibilitam a interpretação conceptual dos dados empíricos, permitem no fundo
explicar os factos e aprofundar nas relações essenciais e qualidades fundamentais dos processos não
observados directamente.
Os métodos empíricos são métodos de investigação científica que se realizam mediante a prática, que
requer actividade prática e acção física, para comprovação de factos. Estes métodos empíricos estudam
a realidade concreta e actuam sobre ela. Participam na descoberta e na acumulação dos factos bem
como no processo de verificação das hipóteses.
Métodos teóricos. Características. Distintos tipos de métodos teóricos.
Características: (a) São o produto da actividade cognitiva do ser humano; (b) Foram os primeiros a
ser utilizados na ciência; (c) Estão associados à linguagem; (d) Existem diversos tipos de métodos
teóricos, porém, iremos aprofundar apenas os seguintes:

Indutivo e dedutivo. Conceito. Características. Relações com o processo de investigação.

O método indutivo parte de dados particulares, suficientemente constatados e infere uma verdade geral
ou universal, não contida nas partes examinadas. Ou seja, parte dos factos particulares observados para
chegar a uma proposição geral do conjunto da realidade empírica.
A indução é uma operação lógica que vai do particular ao geral. Representa um salto em frente para o
conhecimento, traduzido no enriquecimento da informação a partir do exame de acontecimentos
particulares.
A partir de uma serie de proposições sobre o objecto ou acontecimento constrói-se uma generalização,
ou seja a partir das premissas tira-se uma conclusão.
O caminho vai do especial ao nível mais geral, dos indivíduos às espécies, dos factos às leis.

Exemplo: o corvo 1 é negro, o corvo 2 é negro, o corvo 3 é negro, o corvo n é negro. Logo:
todos os corvos são negros.

Podemos definir indução, como uma forma de raciocínio mediante a qual passamos do conhecimento
de casos particulares, a um conhecimento mais geral que reflecte o que há de comum nos fenómenos
individuais. O método indutivo estabelece as generalizações sobre a base dos estudos dos fenómenos
singulares, porém deve ser aplicado quanto temos certeza de que podemos “saltar” para essa
generalização, o que em ciências sociais, nem sempre é possível.
O método dedutivo, é uma forma de raciocínio que parte do geral para o menos geral ou particular.
Reformula ou enuncia de modo explícito a informação já contida nas premissas.
A dedução é a operação inversa da indução, ou seja, parte do geral para o particular, passa-se de um
conhecimento geral a outro de menor nível de generalidade. O método dedutivo tem como objectivo
explicar o conteúdo das premissas, ao contrário do método indutivo, que procura ampliar o alcance dos
conhecimentos. Ou seja: os argumentos dedutivos sacrificam a ampliação do conteúdo para atingir a

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certeza, ao passo que os argumentos indutivos aumentam o conteúdo das premissas com sacrifício da
precisão.
A dedução parte de princípios, leis e axiomas que reflectem as relações gerais, estáveis, necessárias e
fundamentais entre os objectos e fenómenos da realidade.
Exemplo: se já sabemos que todos os corvos são pretos, podemos deduzir que, se alguém nos
oferecer um corvo, ele será preto.
A indução e a dedução reflectem a lógica objectiva dos fenómenos e processos da realidade, permitem
o enlace entre o singular e o geral da mesma realidade.
Vejamos um exemplo prático: Numa mesma investigação sobre determinado tema, podemos, numa
primeira fase, usar o método dedutivo, usando a observação para verificar se determinada teoria
existente se confirma na realidade.
Noutra fase, e porque, por exemplo, o investigador constata que existe algo que não está completo em
determinada teoria, parte para uma investigação empírica, e usa o método indutivo, para desenvolver
uma nova teoria a partir da análise de dados da sua investigação.
Resumindo,
DEDUÇÃO INDUÇÃO ANÁLISE SÍNTESE
Refaz, recompõe,
Decompõe o todo em
-Junta as partes específicas representa o muito em
-Retirar ou separar partes
de algo numa unidade, num pouco;
consequências de algo Separa e examina o Permite a extrapolação,
todo, tentanto generalizar,
-Combinar juízos sobre peculiar para aprofundar a
induzir;
algo compreender a estrutura compreensão do objecto;
-Funda-se na experiência, no
-Conduz à Inferência, a
contacto directo, por exemplo Encontra as relações, as Examina com clareza,
uma Conclusão
observando vinte casos para interdependências, as fidelidade e seriedade,
-Permite a aplicação de
emitir uma lei geral; articulações mas resumindo.
princípios a casos
-Vai do particular ao geral, da Baseia-se no exame
particulares
parte para o todo crítico, evitando a
-VAI DO TODO PARA A Evita a parcialidade
-UNIR OBSERVAÇÕES confusão e a
PARTE (Aristóteles)
(FRANCIS BACON) superficialidade
Correlacionam-se

Hipotético-dedutivo. Conceito. Características. Relações com o processo de investigação.

Neste método, a ciência inicia-se com conceitos não derivados da experiência, mas a partir de
postulados em forma de hipóteses formuladas pelo investigador com base nas suas premissas. Ou
seja, a ciência tem o seu ponto de partida nos problemas, que o investigador identifica, os quais são o
resultado de discrepâncias entre as expectativas e o que ele observa na realidade.
Assim, o método hipotético-dedutivo parte da percepção de uma lacuna nos conhecimentos; sobre
essa lacuna formula hipóteses; depois, pelo processo de inferência dedutiva, testa a predição da
ocorrência dos fenómenos abrangidos pela hipótese. É no fundo, um método de tentativas e eliminação
de erros, e pode não levar á certeza, pois formulamos uma hipótese e vamos depois testá-la e no final,
confirmar ou refutar a hipótese. É hoje o método principal em investigação científica de carácter
experimental.
À medida que a ciência vai atingindo um certo nível de desenvolvimento teórico-metodológico, as
hipóteses cumprem uma função importante no progresso do conhecimento e convertem-se em ponto de
partida de novas deduções que dão origem ao método hipotético-dedutivo.
O método hipotético-dedutivo, é aquele que partindo de uma hipótese (Suposição de possível
resposta dum problema) fazemos deduções que nos permitem chegar a considerações finais.
Este método toma como premissa uma hipótese, que surge de princípios, leis teóricas ou sugerida pelo
conjunto de dados empíricos. A partir da dita hipótese e seguindo as regras lógicas da dedução, chegará
a novas conclusões, considerações e predições empíricas que são levadas a verificação. O método
hipotético-dedutivo desempenha um papel essencial no processo de verificação da hipótese.
Em suma, vejamos um esquema simplificativo das etapas do método hipotético-dedutivo, adaptado a
partir de Lakatos e Marconi (2008):

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Esquema resumo do Método Hipotético-dedutivo

Conhecimento Prévio e teorias existentes

Formulação de hipóteses ou questões de investigação a partir de um facto, lacuna ou


problema detectado

Escolha de técnicas e métodos para testagem das hipóteses e recolha de dados

Recolha de dados e testagem

Análise dos dados (quantitativos ou qualitativos)

Avaliação das hipóteses

Refutação das hipóteses Aceitação das hipóteses enunciadas


enunciadas (rejeição)

Poderá conduzir a uma Nova teoria/paradigma

Que poderá originar, novas lacunas ou novos problemas…


Método de modelação: tipos de modelo; características gerais dos modelos

A modelação é o método a través do qual criamos abstracções com vista a explicar a realidade, o
modelo.
O modelo científico é um instrumento da investigação de carácter material ou teórico, criado para
reproduzir o fenómeno que se está a estudar.
O modelo é uma reprodução simplificada da realidade, que cumpre uma função heurística. A modelação
é justamente o processo a través do qual criamos modelos com vistas a investigar a realidade.
a modelação é o método que opera em forma prática ou teórica com um objecto, não em forma directa,
senão utilizando certo sistema intermédio, auxiliar, natural ou artificial e cujas qualidades são:
 Encontra-se em correspondência com o objecto mesmo do conhecimento.
 Em determinadas etapas do conhecimento o modelo está em condições de substituir, em certas
relações, ao objecto que se estuda.
 No processo de investigação oferece informação sobre o objecto que interessa-nos.

 Modelo teórico
"O modelo teórico é uma construção sistémica de supostos teóricos acerca de algum processo (objecto),
ao qual descreve atribuindo-lhe una estrutura de relações internas, um mecanismo que explicará, ao
toma-lo como referência, diversas qualidades e regularidades desse processo. Está caracterizado por

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um alto nível de abstracção que permite o estabelecimento de novas hipóteses e o enquadramento de
novos problemas;

Características gerais dos modelos

1. O modelo deve cumprir determinado nível de analogia estrutural e funcional com a realidade.
2. O modelo deve ser operativo e muito mais fácil de estudar que o fenómeno real.
3. Um mesmo fenómeno da realidade pode ser representado por vários modelos,
4. O modelo interpreta-se na teoria científica.
5. Um modelo pode representar vários sistemas reais.
Método histórico - lógico

O método histórico estuda a trajectória real dos fenómenos e acontecimentos no percurso de sua
história. O método lógico investiga as leis gerais do funcionamento e desenvolvimento dos fenómenos
O método lógico e o histórico não estão divorciados entre si, senão que pelo contrário se complementam
e estão intimamente vinculados. O método lógico para poder descobrir as leis fundamentais dos
fenómenos, deve basear-se nos dados que lhe proporciona o método histórico
O método lógico de descobrir as leis, a lógica objectiva do desenvolvimento histórico do fenómeno e não
limitar-se à simples descrição dos factos.
O método lógico deve basear-se neste estudo histórico e complementá-lo, pondo de manifesto a lógica
interna de desenvolvimento destas teorias e sua marcha progressiva ate um pensamento pedagógico
mais profundo, completo, científico e desenvolvimento.

Método causal

Tudo fenómeno natural ou social é provocado por um ou outro fenómeno devido à relação causal que
existe entre eles.
Entende-se por relação causal a que existe entre a causa e o efeito, devido a que, todo fenómeno, facto
ou processo da natureza e a sociedade é provocado por outro que se considera sua causa. Chama-se
causa ao fenómeno ou conjunto de fenómenos que precedem a outros e lhe dão origem e efeito ao
fenómeno que se produz pela acção de aqueles.
O conhecimento das relações causais entre fenómenos, factos ou processos é uma das vias que permite
explicar cientificamente os fenómenos naturais e sociais, conhecer as leis que regem-no e pô-los em
função das necessidades do desenvolvimento da sociedade.
Em consequência o uso do método causal consiste em estabelecer as características (propriedades,
qualidades, variáveis) que possui o objecto de investigação, precisar suas relações determinando quais
delas são causas e quais efeitos.

As qualidades das relações causais que determina o uso do método causal são:

1. Todo fenómeno tanto natural como social, deve-se a uma ou várias causas. Todo fenómeno natural
ou social se encontra causalmente condicionado, conferindo-lhe à relação causal um carácter de
universalidade.
2. Sempre que se de a causa ou conjunto de causas e as condições necessárias para sua
manifestação, se produz necessariamente o efeito; onde ai um efeito é porque actua sua causa ou
causas.
3. A relação causal tem a propriedade de ser determinada (qualidade determinista); uma determinada
causa produz um efeito determinado, baixo condições dadas. Esta determinação faz com que muitos
fenómenos naturais e sociais se repitam com determinada regularidade e sequência necessária,
facto este que permite chegar ao conhecimento da lei que rege o fenómeno.
Mas, esta relação causal determinista só é válida em fenómenos ou processos que em sua
modelação, se têm em conta muito poucas variáveis, o qual está longo em grande medida da
realidade, em especial nos processos sociais.
4. Sucessão no tempo da causa e o efeito. Quando a investigação é mais essencial e profunda no
estudo do objecto de investigação, a relação causal tem um carácter temporal; o que possibilita que
a causa e o efeito mudem num momento determinado de lugar na realidade objectiva, já que o

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fenómeno que actua como causa de outro fenómeno é, por sua vez, efeito dum fenómeno anterior,
de aqui que todo fenómeno é causa dum e efeito de outro.
A causa provoca o efeito e antecede-lo no tempo, tendo um papel activo a causa com respeito ao
efeito. A causa dirige o desenvolvimento do processo. Por sua vez o efeito repercute sobre a causa
modificando-a e transformando-a.
Há que ter cuidado que qualquer mudança sucessiva dos fenómenos no tempo implique que entre
eles exista uma relação causal. Por exemplo, a noite não é a causa do dia, nem o relâmpago do
trono.
5. A relação causal ou objectiva, existe independentemente de nossa consciência; a relação causal é
inerente aos fenómenos da natureza. Nos processos sociais a objectividade da relação se da através
da subjectividade inerente ao objecto e manifesta-se no advir histórico social, em que os homens
com suas subjectividades intervêm explicitamente na investigação.
O profundo conhecimento dos fenómenos põe de manifesto a relação causal objectiva que existe
entre eles. A sujeição as leis que existem dos mesmos e seu domínio proporciona uma explicação
científica do fenómeno.
O enfoque objectivo da causalidade é um ponto de vista materialista científico da relação causa
efeito.
6. Mutabilidade e relatividade do conhecimento causal do fenómeno.
Esta característica está dada por:
 Um mesmo fenómeno pode ser efeito de vários outros.
 Um mesmo fenómeno pode provocar distintos efeitos. Isto está dado pelas condições de lugar e
tempo em que a causa actua.
7. Acção conjunta de múltiplas causas num mesmo processo. Este facto expressa a necessidade de
investigar o carácter que tem cada uma das causas e os nexos existente entre elas e a influência de
umas sobre as outras.

PROCEDIMENTOS LÓGICOS DOS MÉTODOS TEÓRICOS: ANÁLISE - SÍNTESE, INDUÇÃO –


DEDUÇÃO

Análise - síntese
Conceito. Características. Relações com o processo de investigação.

A análise e a síntese são dois processos cognitivos que cumprem funções muito importantes na
investigação científica.
Analise. É o processo mental, a operação intelectual que possibilita decompor mentalmente um todo
complexo nas suas partes e qualidades (a partir da representação mental do todo único, fazemos a
decomposição ou divisão em nossa mente das partes desse todo único).
A análise permite a divisão mental do todo nas suas variadas relações e componentes. Quando
pensamos num objecto, fenómeno ou processo como um todo único, para estudá-lo, e compreendê-lo,
dividimo-lo em partes.
Quando estamos a estudar utilizamos os métodos teóricos, para compreender determinados objectos,
processos, coisas, fazemos abstracção e mentalmente dividimos em partes, para estudar cada parte em
separada e, compreender melhor cada parte, o que facilita a compreensão do todo.

Síntese. É o processo mental inverso à análise; mediante a síntese integramos mentalmente as partes
que separamos ou em que dividimos o objecto, fenómeno ou processo de estudo. Depois de efectuada a
análise na nossa mente, unimos cada uma das partes para chegar novamente ao todo único. A síntese é
a operação inversa da análise.
Exemplo: pacientemente construímos um puzzle constituído de peças pequeninas que se
encaixam umas nas outras distintamente até completarmos uma imagem única.

Conhecer estes processos mentais é muito importante, pois permite que enfrentemos a realidade com
maior consciência dos métodos que aplicamos, dos caminhos lógicos que utilizamos para estudar e
apreender, para investigar as coisas e penetrar na essência das mesmas.

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Estes processos não existem independentemente um do outro: a análise dum objecto realiza-se a partir da
relação que existe entre os elementos que conformam dito objecto como um todo; e por sua vez, a sínteses
se produz sobre a base dos resultados prévios da análise.

Indução - Dedução

A indução é um procedimento a través do qual a partir de factos singulares se passa a proposições gerais, o
que ajuda à formulação das hipóteses. Este procedimento da investigação sempre está unido à dedução,
ambos são momentos do conhecimento dialéctico da realidade, indissoluvelmente ligados e condicionados
entre si.
A dedução apoia-se nas asseverações generalizadoras a partir das quais se realizam demonstrações ou
inferências particulares. As inferências dedutivas constituem uma cadeia de enunciados, cada um dos quais
é uma premissa ou conclusão que se segue directamente segundo as leis da lógica formal.
Na actividade científica a indução e a dedução complementam-se entre si: do estudo de numerosos casos
particulares, através da indução, obtêm-se generalizações e leis empíricas, as que constituem pontos de
partida para definir ou confirmar formulações teóricas. De ditas formulações teóricas se deduzem novas
conclusões lógicas, as que são submetidas a comprovações experimentais.
Daí que somente a complementação mútua entre estes procedimentos nos pode proporcionar um
conhecimento verdadeiro sobre a realidade.
Em diferentes momentos da investigação pode predominar um ou outro procedimento, atendendo às
características das tarefas que realiza o investigador.
É importante significar:
1. A selecção dos métodos que têm de se utilizar numa investigação relaciona-se estreitamente com a
delimitação do objecto que se estuda, a determinação do objectivo e as tarefas e a formulação da
hipótese. Também está em dependência do tipo de investigação de que se trata, o tempo de que se
dispõe para sua realização e a natureza e o tamanho da amostra. Só quando exista uma interelação
adequada entre os métodos seleccionados e a concepção geral da investigação, estes contribuirão à
obtenção da informação necessária que, posteriormente ordenada, processada e analisada, permita
chegar a conclusões e recomendações que satisfaçam, com o rigor científico requerido, as
problemáticas objecto de investigação.

2. Ao abordar o estudo dos métodos, é necessário destacar um dos princípios básicos que regem a
investigação científica e que se refere à utilização combinada e em sistema dos vários métodos. Os
dados que obtenham-se no percurso da investigação devem reflectir buscas por distintas vias e em
diferentes situações.

3. A informação recolhida na prática alcançará o nível da generalização teórica requerida quando esta seja
processada e interpretada à luz das concepções teóricas e através da utilização de métodos de carácter
teórico.

MÉTODOS EMPÍRICOS DE INVESTIGAÇÃO

A observação científica: qualidades, tipos e organização

A observação científica consiste na percepção directa do objecto de investigação. A observação científica é


o instrumento universal do científico.

Qualidades da observação científica

 Objectividade: Deve reflectir o objecto de estudo, suas propriedades e relações. Este é um conceito
polémico por quanto nas investigações das ciências naturais o sujeito cognoscente deve tomar distância
do objecto cognoscível para livrá-lo de todo o subjectivismo. Mas, na investigação qualitativa estabelece-
se uma relação interpessoal a nível psicológico, social, cultural e até físico, de modo que tanto o sujeito
como o objecto se transformam mutuamente.

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 Validez: Através da observação científica deve-se recolher informação de todas as variáveis do modelo
ou hipóteses de investigação.
 Confiabilidade: A observação deve ser executada de modo idêntico independentemente do observador
em função de um desenho preciso e claro.
 A observação pode utilizar-se conjuntamente com outros procedimentos ou técnicas (a entrevista,
questionário, etc.), ou com outros métodos, tais como a medição e o método experimental, o que
possibilita a comparação dos resultados obtidos pelas diferentes vias, complementando-se e permitindo
obter uma maior precisão na informação recolhida.
 A observação como método empírico, permite investigar o fenómeno na sua manifestação mais externa,
no seu desenvolvimento, mas sem chegar à essência do mesmo, a suas causas; daí que na prática, na
busca de explicações da essência do objecto investigado, se utilizem os métodos teóricos.

Tipos de observação

Observação simples: Realiza-se com certa espontaneidade, por uma pessoa de qualificação adequada para
a mesma. Esta deve executar-se de forma consciente e sem prejuízos.
Observação sistemática: Requer um controlo adequado que garanta a maior objectividade, realizando-se a
observação de forma reiterada e por diferentes observadores, inclusive para garantir a uniformidade dos
resultados deste.
Observação participativa: O observador forma parte do grupo observado e participa nele durante o tempo
que dure a observação.
Observação não participante: O investigador realiza a observação de fora, não forma parte do grupo
investigado.
Observação aberta: Os sujeitos e objectos da investigação, sabem que vão ser observados. Quando se
utiliza este tipo de observação analisa-se previamente se o facto de que os observados conheçam
previamente que sua conduta é observada, pode afectar os resultados da observação. Em caso positivo é
necessário realizar a observação encoberta, fechada ou secreta.
Observação encoberta: As pessoas que são objecto da investigação não sabem. O observador está oculto,
auxilia-se com meios técnicos, que na maioria dos casos não são de fácil obtenção. Esta investigação é mais
objectiva.

Organização da observação

Está determinada por muitos factores: tipo de objecto que se investiga, características pessoais do
observador, métodos, procedimentos e técnicas que requeiram a observação, grandezas a observar, meios
com que se conta para a observação e outros. Uma vez tidos em conta todos estes factores, elabora-se um
plano de observação onde se precisa: objecto, grandezas e variáveis a observar, tempo de duração da
observação e o resultado esperado. A partir deste elabora-se um programa de observação, determinado
pelas perguntas que têm que esclarecer-se através da mesma.
Os resultados da observação devem ser registados de modo que possam extrair-se conclusões que
permitam explicar, interpretar ou compreender o observado.
Como ocorre em geral, esta técnica aplica-se regularmente combinada com outros métodos empíricos e
teóricos de investigação.
O método experimental: características, exigências. Organização do experimento

O experimento é um método empírico onde o investigador controla ou anula as variáveis cuja influência não
deseja estudar, de modo que lhe permita avaliar o comportamento das que lhe interessam.
O objectivo do experimento pode ser: estabelecer determinadas leis, relações ou detectar no objecto uma
determinada propriedade; para verificar uma hipótese, uma teoria, um modelo. Um mesmo experimento pode
levar-se a cabo com variados fins.
O experimento sempre está indissoluvelmente unido à teoria.
Em geral, no experimento criam-se as condições ou se adequam as existentes para esclarecer as
propriedades e relações do objecto de estudo.
O método experimental implica:

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- Uma relação activa entre o investigador e a realidade.
- Um isolamento do objecto da influência de factores não essenciais.
- Reprodução em condições controladas.
- Repetição em determinadas condições.
- Modificação e combinação planificada das condições.
- Redução ao mínimo de factores fortuitos ou de incerteza.
No experimento o investigador cria as situações que deseja reproduzir da realidade em consonância com os
fins que se propõe alcançar.
Na investigação tradicional, o método experimental é de enorme valor para confirmar ou negar hipóteses e
teorias, assim como para formular explicações e leis
Na sociedade não é exacto referir-se a um experimento com “controlo” das variáveis já que estas encontram-
se presentes e influindo na investigação sem possibilidades de ser totalmente governadas pelo investigador.
o experimento compreende (a) a criação das condições necessárias; (b) a eliminação ou controlo de todas
as influências e factores que constituam um obstáculo; (c) a fixação do objecto por meio de distintos recursos
ou a produção artificial do fenómeno.
O anterior é factível no estudo de fenómenos naturais ou processos tecnológicos, mas não o é tanto na
investigação de processos e fenómenos da sociedade ou do pensamento.
É por isso que em determinadas ciências específicas como a sociologia, a pedagogia, a psicologia, a
antropologia, a etnografia, entre outras, fala-se de “desenhos quase-experimentais” porque a multiplicidade
de variáveis obstaculiza ou impede seu isolamento e controlo.
Para poder “medir” estas variáveis qualitativas no experimento social, as mesmas são operacionalizadas,
descompondo-as em variáveis mais específicas (dimensões) que podem ser avaliadas através de outras
variáveis (indicadores) que podem ser medidas e observadas durante o experimento.
Por outro lado, os experimentos podem classificar-se como constatadores se perseguem caracterizar o
fenómeno ou comprovar suas relações. Pelo contrário, se o objectivo é modificar com um carácter criador à
realidade estudada, o experimento classifica-se como transformador.
É comum observar a realização de experimentos pedagógicos nos quais se formam um grupo de controlo (o
qual não recebe influência alguma do investigador e desenvolve-se o processo do modo habitual) e outro
grupo experimental em que actua o estímulo do investigador. Este tipo de experimento pode realizar-se em
paralelo quando ambos os grupos coexistem no tempo, ou sucessivo quando o grupo é o mesmo antes e
depois do estímulo.
Em ambos os casos pretende-se reproduzir os requisitos do experimento como método empírico, o que é
discutido na praxes investigativa por muitos autores com enfoques interpretativos.
Os defensores do experimento pedagógico e/ou social adoptam um conjunto de medidas organizativas
capazes de “controlar” ou isolar as variáveis. Estas medidas de controlo resumem-se em:
 Formação de grupos por pares de sujeitos com qualidades, características e situações semelhantes.
 Criação de grupos por distribuição de frequências.
 Organização aleatória.
Naturalmente isto não permite uma divisão exacta em grupos semelhantes.
Por último, deve assinalar-se que se debate acerca da “objectividade” do experimento nas ciências sociais,
devido a que o investigador e sua influência podem “subjectivar” o resultado.
As condições que rodeiam o objecto são aquelas condições naturais ou artificiais criadas pelo investigador
nas que se realiza o experimento, com os meios e instrumentos adequados para a mesma.
O facto de que no experimento o investigador provoca o processo ou fenómeno que deseja abordar, faz com
que o método experimental apresente toda uma série de vantagens sobre os restantes métodos empíricos.
 Separação e isolamento das propriedades nas quais presta atenção para seu estudo, de modo a que
possa exercerem influência sobre elas.
 Possibilidade de estudo do processo ou fenómeno em condições variadas.
 Reproducir o experimento.
A experimentação no processo de investigação científica, fundamentalmente nas ciências exactas, cria a
possibilidade de estudar exaustivamente os nexos ou relações entre determinados aspectos do mesmo, e
evidenciar as suas causas condicionantes, não ocorrendo exactamente assim no caso das ciências sociais e
humanas.

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A organização do experimento

O experimento coloca os fenómenos estudados em determinadas condições, cria situações devidamente


organizadas, para obter a informação requerida com a maior qualidade.
Ao examinar a sequência de etapas a realizar na hora de organizar o experimento é necessário:
1. Definir o problema a que se quer dar resposta com a realização do experimento. De dito problema
derivam o objecto de estudo e seu campo de acção, o objectivo a alcançar e a hipótese a contrastar.
2. Selecção das variáveis dependentes e independentes que se definiram na hipótese com um alto grau de
abstracção e que são necessárias estudar para a demonstração desta.
3. Operacionalização e definição dos níveis das variáveis e interpretação empírica destas, de tal forma, que
possam ser avaliadas qualitativa ou quantitativamente no experimento.
4. Selecção e preparação da população e das amostras que serão objecto de investigação, assim como
dos instrumentos de medição.
5. Fazer o plano de execução do experimento, assim como de sua comprovação, de forma tal, que se
demonstre sua reprodutibilidade e confiabilidade.
6. Realização do experimento mediante a acção sobre o objecto, a observação do seu comportamento e a
medição das suas magnitudes em condições controladas, para garantir a não influência de factores
indesejáveis no percurso da experimentação.
7. Elaboração estatística e interpretação dos dados obtidos na sua assimilação teórica e sua inclusão na
teoria científica.

O experimento tem necessidade de unir-se num sistema integral com a teoria para poder funcionar como
meio de obtenção de conhecimentos.
Se os resultados do experimento concordam com as predições teóricas (modeladas), então a teoria recebe
comprovação experimental; quando o experimento contradiz a teoria pode ser explicado pela influência de
factores não tomados em consideração, ou desconhecidos, ou pela falsidade da hipótese. Os resultados do
experimento só servem para comprovar a teoria hipotética ou para estimular a criação de novas teorias. A
teoria participa na elaboração do experimento, o qual se vê claro na existência de formas do conhecimento,
como é o experimento ideal (todo experimento, ao ser pensado e planificado, actua como experimento ideal).

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