Sie sind auf Seite 1von 41

Mestrado

em Ensino da Música

ESE/ESMAE – Instituto Politécnico do Porto

Ano letivo 2017/2018




Relatório de observação de
diferentes contextos educativos




Unidade curricular: Introdução à Prática Educativa
Docente: Dr. Rui Bessa
Mestrando: Pedro Góis

Índice


Introdução 2

Tipo de observação escolhida 3

Escola Pública 4

Escola Profissional 7

Escola Particular 11

Percepção transversal das instituições observadas 16

Considerações finais 18

Bibliografia 19

Anexos 20


















1

Introdução




O papel do professor nos dias de hoje, no modelo de ensino
artístico e musical, assume-se como um importante agente que não se
deve limitar à transmissão unilateral de conhecimentos técnicos e
musicais, devendo sim desempenhar um importante papel motivacional
enquanto “exemplo” e proporcionando dentro da sala de aula a um de
ideias e segundo Edgar Morin (2000), a sala de aula é o cenário onde se
desenrola a partilha variada de diversas matérias e onde é essencial
combinar com perícia imperativos curriculares às necessidades e
singularidades de cada aluno.



Este trabalho foi realizado no âmbito da unidade curricular
Introdução à Prática Educativa lecionada pelo professor Rui Bessa e é o
resultado final de várias observações realizadas em diferentes
instituições escolares com especialidade no ensino da música, que foram
o Conservatório de Música do Porto (escola pública), Escola Profissional
de Música de Espinho (escola profissional) e Academia de Música de
Costa Cabral (escola particular). Este relatório baseia-se na
multiplicidade do ensino artístico individual em Portugal, que está
propagado em diferentes contextos educativos, cujo o principal objetivo
é analisar e comparar os pontos comuns e as principais diferenças entre
ensino público, privado e profissional. Foram observadas um total de 4
aulas individuais, 1 aula de conjunto (naipe/técnica) e 1 audição de
percussão. Espero que este trabalho se torne enriquecedor pelo facto
de observar outros colegas de profissão com mais experiência, tendo
sido alguns deles meus professores, mas sobretudo porque lecionam em
diferentes escolas do ensino da música.

2

Tipo de observação escolhida





v Porquê?

Após uma análise sobre todas as opções de observações
fornecidas pelo professor, cheguei à conclusão que a grelha de
observação de fim aberto seria a mais indicada para mim. Penso que
com esta grelha irei ter mais proveito, sem qualquer tipo de restrições,
onde irei desta forma alcançar observações mais profundas.





v O que é e como funciona?

O registo de acontecimentos neste tipo de observação por norma
é feito de cinco em cinco minutos, sendo que neste período se deve
registar a maior quantidade de informação possível das atividades
realizadas. Essa informação deverá focar-se nas competências de ensino
específicas como a interação professor aluno e a forma de abordagem
aos alunos, a adequação do discurso aos vários alunos, o clima e a
gestão da sala de aula, a utilização de recursos, bem como a correção
científica do discurso, entre outros.
Nesta observação, por opção própria, irei fazer três tipos de
esquematizações. Assim sendo, irei fazer de cinco em cinco minutos nas
aulas de carácter individual, observações de dez em dez minutos na aula
de excertos de orquestra (Escola Profissional de Música de Espinho), e
por último, farei observações divididas por obras, relativas à audição de
percussão realizada no dia 15 de Junho na Academia de Música de Costa
Cabral.



3

Escola Pública



Conservatório de Música do Porto


O conservatório de música do Porto é uma escola pública do
Ensino Artístico Especializado da Música, tendo sido criado pela Câmara
Municipal do Porto a 1 de Julho de 1917, foi inicialmente instalado num
edifício situado na Travessa do Carregal (Porto). A 13 de Março de 1975
transferiu-se para um palacete localizado na Rua da Maternidade, nº 13,
propriedade da Câmara Municipal do Porto, onde permaneceu até 15 de
Setembro de 2009. Nesta data mudou novamente de instalações, para a
Praça Pedro Nunes, mercê de obras de requalificação e ampliação.

O projeto educativo do Conservatório de Música do Porto não se
limita à organização tradicional de ensino. Desta forma, é uma escola de
música que procura promover uma realidade cultural e local,
envolvendo toda a comunidade da cidade, através de manifestações
culturais externas ao espaço escola. No historial do Conservatório de
Música do Porto estão inscritos professores da mais alta qualificação
pedagógica e artística, assim como alunos que foram também
importantes figuras da música portuguesa como intérpretes,
compositores, diretores de orquestra, professores ou outras funções na
área da música. É ainda de realçar que a atual Orquestra Sinfónica do
Porto - Casa da Música teve origem no Conservatório de Música do
Porto.

No que diz respeito ao património, o Conservatório de Música do
Porto, ao longo da sua existência, vem sendo uma instituição musical da
cidade que tem servido de abonadora e fiel depositária de espólios com
características bibliográficas musicais/documentais, obras de arte,
instrumentos ou ainda documentação e objetos pessoais ou
institucionais de várias procedências e interesse museológico. Nos
últimos anos, tem sido feito um esforço enorme para construir um
arquivo de registos sonoros e de imagem, para além do registo escrito
de audições e concertos. Estes documentos revelam-se de grande
interesse não só para a identidade do Conservatório, na se podem rever

4

todos os membros da sua comunidade educativa, mas também para a
importância da existência do ensino artístico vocacional público, na vida
cultural do nosso país.





Docentes de Percussão:
• Francisco Soares
• Isabel Silva
• Paulo Costa
• Paulo Oliveira






Data: 03-05-2018 Horário: 12h - 12.45h
Ano: 8º Disciplina: Instrumento (Percussão)
Tempo Observações
12h O aluno chega chega à sala de aula no horário previsto, tendo
comunicado de imediato ao professor que se tinha esquecido das
partituras em casa, ao qual o professor lhe responde que não havia
problema porque tinha os originais no cacifo dele. De seguida o professor
pergunta ao aluno como tinha sido a semana de estudo, ao qual o aluno
responde que correu dentro da normalidade e que estava entusiasmado
com a nova peça de marimba.
12.05h O professor pergunta ao aluno se quer começar por vibrafone ou
marimba, ao qual o aluno responde prontamente que quer começar pela
obra de marimba. O aluno prepara as baquetas e coloca-se em frente ao
instrumento perguntando ao professor se pode tocar a peça um pouco
mais lento do andamento que está escrito, ao qual o professor lhe
responde: “Podes e deves” esboçando um sorriso.
12.10h
O aluno começa a tocar a obra (Generalife – E. Séjourné) e falha logo as
primeiras notas, sendo interrompido pelo professor que lhe disse para ter
calma. Na segunda tentativa já conseguiu avançar e tocar até onde tinha
estudado.
12.15h
Quando terminou de tocar, o professor foi pronto em lhe dar os parabéns
pelo estudo e que estava muito contente por ele ter preparado mais de
metade da obra numa semana. O aluno disse que só não estudou mais
porque tinha havido um feriado nessa semana (1 de Maio).

5

12.20h De seguida o professor começou por corrigir algumas notas erradas que o

aluno tinha estudado mal, e começou a tocar essas passagens para o
aluno ouvir.
12.25h
Corrigidos os erros de leitura, o professor começou a falar num problema
técnico a 4 baquetas, onde o aluno assumiu que tinha algumas
dificuldades de rotação das baquetas. O professor recomendou-lhe
alguns exercícios técnicos de um manual de marimba (Method of
Movement for Marimba -Leigh Howeard Stevens).
12.30h
De seguida o aluno passa para o vibrafone, onde irá tocar uma peça a 4
baquetas.
12.35h
O professor pede-lhe para tocar a escala e arpejo da tonalidade da obra
(Lá bemol Maior), ao qual o aluno executa na perfeição. De seguida
começa a tocar a peça até ao fim sem partitura.
12.40h
O aluno teve algumas falhas de memória pelo fato de estar a tocar sem
partitura. O professor começa por elogiar o bom som que o aluno tem no
instrumento, bem como a articulação e clareza nas frases. De seguida
disse que apesar do aluno se ter esquecido das partituras em casa, nunca
devemos tocar sem a partitura, porque ela é um guia e uma grande ajuda
na performance e na memória visual.
Obs. Foi notória a boa relação professor-aluno, o que ajudou a criar uma bom
ambiente na sala de aula. Apesar no aluno se ter esquecido das
partituras, o professor foi rápido a arranjar uma solução. A postura do
professor foi sempre a mais correta, mesmo quando o aluno falhou notas
ou teve falhas de memória, o que ajudou a que o aluno não ficasse
nervoso e encarasse o erro de uma forma natural.















6

Escola Profissional



Escola Profissional de Música de Espinho


Criada no âmbito do programa de criação de Escolas
Profissionais, em Outubro de 1989 e tendo como entidade promotora
a Academia de Música de Espinho, a Escola Profissional de Música de
Espinho propôs-se desde o inicio possibilitar a formação aos jovens
candidatos a músicos, na altura praticamente inexistente no
panorama do ensino da música em Portugal e tendo como principal
objetivo dar seu melhor contributo possível para diminuir o défice de
músicos portugueses que possam integrar as orquestras nacionais.
Após varias reformulações, hoje em dia a EPME tem como oferta
educativa o Curso Básico de Instrumento (7o, 8o e 9o anos); o Curso
de Instrumentista de Cordas e de Tecla e o Curso de Instrumentista
de Sopro e de Percussão (10o, 11o e 12o anos).

O Projeto Educativo da Escola Profissional de Música de
Espinho privilegia a procura permanente de experiencias
profissionais relevantes, nomeadamente através da realização de
estágios de formação e apresentações em contexto real de trabalho,
mantendo simultaneamente uma forte preocupação em fornecer uma
sólida formação científica e uma formação integrada que responda a
diferentes necessidades dos alunos. Por outro lado, atenta na
valorização da atitude do individuo enquanto cidadão e enquanto
Homem: na sua capacidade de rever e definir regras de uma forma
responsável e democrática, formulando juízos de valor próprios
sobre a sociedade em que está inserido, respeitando os outros em
princípios de justiça e solidariedade e reconhecendo os valores éticos
da humanidade.

A validez dos resultados obtidos pela Escola Profissional de
Música de Espinho ao longo do seu percurso, refletem-se no
significativo número de diplomados que exercem atividade
profissional na área da performance e da docência, assim como, pelos
inúmeros concertos levados a todo o país e também a países
estrangeiros.

7

Docentes de Percussão:
• Joaquim Alves
• Nuno Aroso
• Nuno Simões
• Rui Rodrigues










Data: 25-05-2018 Horário: 16h - 16.45h
Ano: 12º ano Profissional Disciplina: Aula de Timbales
Tempo Observações
16h O aluno chega 5 minutos atrasado à aula porque estava a ter exame de
formação musical.
16.05h Quando o aluno chega à sala de aula o professor pergunta-lhe como
correu o exame, ao qual o aluno responde que poderia ter corrido
melhor principalmente a identificação dos intervalos.
16.10h O aluno antes de começar a tocar diz que não teve muito tempo para
estudar devido aos exames que teve durante a semana.
16.15h O aluno acaba de tocar a obra (March – Elliot Carter) tendo revelado
algumas dificuldades técnicas e interpretativas, e foram precisamente
esses pontos focados pelo professor.
16.20h De seguida o professor pediu ao aluno para executar uma passagem da
obra a metade do andamento, ao qual o aluno mesmo assim teve
dificuldades em conseguir tocar, onde o professor pediu-lhe para utilizar
o metrónomo.
16.25h Mesmo com a ajuda do metrónomo o aluno revela imensos problemas
de pulsação, ao qual o professor lhe disse que devia estudar sempre com
a ajuda do metrónomo.
16.30h O professor pede ao aluno para tocar mão separadas para perceber bem
o que cada mão está a fazer (sempre com o uso do metrónomo),
primeiro a mão direita e em seguida a esquerda.
16.35h Após o exercício o aluno consegue finalmente tocar a passagem com as
duas mão junto com o metrónomo, ao qual o professor lhe diz que
quando temos um problema devemos simplifica-lo e tocar mãos
separadas.

8

16.40h O aluno executa a obra (sempre com algumas dificuldades de pulsação),
onde o professor no final pediu-lhe para apontar na partitura as
passagens mais complicadas e que não estavam ritmicamente perfeitas, e
durante o seu estudo semanal apenas se focar nessas passagens e tocar
mãos separadas.

Obs. O ligeiro atraso do aluno, acabou por comprometer a planificação


prevista pelo professor. As recomendações do professor às dificuldades
do aluno numa determinada passagem, do meu ponto de vista, foram
excelentes, pelo que irei adotar algumas dessas dicas. Também achei
fundamental o fato de o professor insistir com o aluno para usar o
metrónomo no seu estudo diário.











Data: 25-05-2018 Horário: 17h - 18h
Ano: Alunos do ensino Profissional Disciplina: Excertos de Orquestra
Tempo Observações
16h Antes de começar a aula os alunos preparam a disposição da sala de aula,
bem como o equipamento sonoro para ouvirem os exertos musicais. O
professor começa por dizer que vão trabalhar dois exertos (pandeiro e
caixa) das obras Overture Carnival – Dvorák, e Scheherazade – Rimsky-
Korsakov. Logo de seguida é feita a audição da primeira obra com os
alunos atentos e a seguir a partitura.
16.10h Após a audição do exerto musical o professor exemplifica variadas formas
de tocar a passagem no Pandeiro dizendo que se deve tentar imitar a
melodia dos violinos, colocando novamente o áudio do início da obra.
16.20h Em seguida os alunos tentam executar o exerto musical, sendo que a
maior parte teve dificuldade em executar o trémulo inicial, pelo que o
professor voltou a exemplificar usando a técnica de fricção com o polegar
e o shaker com o pulso.
16.30h Depois de todos terem tocado o Pandeiro, o professor coloca a segunda
obra (Scheherazade – Rimsky-Korsakov). Os alunos sempre com muita
atenção e a seguir a partitura. À semelhança da primeira obra, o
professor exemplifica novamente várias formas de tocar o mesmo,
dizendo que as baquetas usadas podem ter uma grande influência no
resultado final.
9

16.40h Um dos alunos questionou o professor se a segunda nota do exerto
musical seria rufo fechado ou duplas, ao qual o professor respondeu que
depende da interpretação de cada maestro, colocando em seguida alguns
exemplos de várias orquestras.

16.50h Em seguida os alunos executam o excerto com rufo fechado e com


duplas, seguindo o exemplo que o professor lhes deu a ouvir.
Obs. As aulas de excertos de orquestra tem uma dinâmica muito agradável
pelo fato do professor colocar e dar a conhecer variados exemplos
musicais, não se limitando apenas a uma técnica de execução, mas sim à
variedade e promoção de novas formas de tocar uma simples passagem
musical. Por este fator conseguiu ter sempre a atenção dos alunos na
exploração técnica e tímbrica dos instrumentos.
































10

Escola Particular


Academia de Música de Costa Cabral

A Academia de Música de Costa Cabral (AMCC), com sede social
na Rua Costa Cabral, no 877, freguesia de Paranhos, foi fundada em
Setembro de 1995 pela D. Ana Maria Rodrigues Pereira Ferreira em
colaboração com os seus filhos Francisco Pereira da Costa Ferreira e
José Pereira da Costa Ferreira, que hoje assumem a direção da escola.
Além da sua sede, possuí ainda um edifício (nº 990) na mesma rua
onde se realizam a maior parte das aulas de instrumento, naipe e
orquestra. Ambos os edifícios são datados do inicio do século XX,
apresentam um estilo arquitectónico impar e estão equipados por
materiais que potenciam uma boa formação a todos os alunos, das
mais variadas especialidades.

Desde os seus primórdios, esta escola teve como objectivos
gerais promover e fomentar a divulgação musical em todas as suas
vertentes. Já em 2000, foi oficializada pelo Ministério da Educação,
integrando atualmente a rede nacional de escolas do ensino artístico
especializado da música. No seio da sua oferta educativa, no ano
letivo 2010/2011 deu-se inicio aos cursos em regime integrado e em
2011/2012 a AMCC passou a oferecer à comunidade educativa os
cursos profissionais de nível III (ensino secundário), sendo neste
momento uma escola de ensino musical e artístico de referência no
panorama musical nacional.






Docentes de Percussão:
• André Dias
• Pedro Góis



11




Data: 14-05-2018 Horário: 18.15h - 19h
Ano: 9ºA ensino integrado Disciplina: Instrumento (Percussão)
Tempo Observações
18.15h Esta será a última aula antes da Prova Global (a ser realizada no dia 22 de
Maio), pelo que o professor decidiu fazer uma simulação da mesma.
Sendo assim, o professor avisou o aluno que teria de tocar as obras todas
para a prova (Marimba, vibrafone, caixa e timbales) e uma escala
escolhida pelo professor.
18.20h O aluno prepara os instrumentos e baquetas para efetuar a simulação da
prova, onde o professor o ajuda na afinação dos timbales.
18.25h O aluno começa por executar a escala e arpejo de Dó sustenido Maior e a
relativa menor, não tendo demonstrado qualquer dificuldade em
executar a mesma. De referir que a escala lhe foi pedida segundos antes
de ele a tocar. De seguida começa a tocar a obra de caixa (Estudo nº 1
(Advanced) – Mitchell Peters). Apesar de alguma hesitação nas primeiras
pautas, conseguiu ter uma performance muito positiva em termos de
som e técnica.
18.30h De seguida passou para a obra de Marimba (Rain Dance – Alice Gomez)
onde teve uma prestação, do meu ponto de vista, fantástica. Com
dinâmicas extremas e uma técnica bastante apurada.
18.35h O próximo instrumento foram os Tímpanos (Scherzo – Mitchell Peters). O
aluno executou a obra bastante bem, mas com pouca definição nas
passagens rápidas.
18.40h A seguir o aluno tocou a peça de Vibrafone (Skateboard – Kopetzki).
Dinâmicas, pulsação e musicalidade muito apuradas. Teve uma boa
prestação, pese algumas falhas de pedal.
18.45h Por fim, o professor disse que o aluno teria de tocar uma leitura à
primeira vista (na marimba), no qual senti alguma inquietação por parte
do aluno. O aluno teria 3 minutos para estudar, mas sem tocar no
instrumento.
18.50h O aluno começa a tocar a leitura à primeira vista com muitas falhas,
paragens e imprecisões rítmicas, até que o professor o manda parar.
18.55h O professor faz uma analise geral da simulação da prova, começando por
dizer que no geral o aluno precisa de trabalhar mais peles (caixa e
tímpanos). Nos instrumentos de lâminas (marimba e vibrafone) a
performance foi a roçar a perfeição. Sendo que na leitura à primeira vista
o professor foi mais crítico, dizendo que a leitura de uma partitura é
essencial para qualquer músico, e que o aluno devia treinar todos os dias
uma leitura diferente.

12

Obs. No geral este aluno está muito bem preparado para realizar a sua prova
global. Está acima da média nos instrumentos de lâminas e isso foi
destacado pelo seu professor. Nos instrumentos de peles, deve ser mais
rigoroso na sua técnica. Um dos pontos importantes referidos pelo
professor foi a leitura à primeira vista. No meu ponto de vista, um músico
que tenha uma boa leitura irá ter mais facilidades em preparar repertório
mais rápido, o que aliado a uma boa técnica são as componentes mais
importantes para a evolução em qualquer tipo de instrumento.








Data: 15-05-2018 Horário: 16.30h – 17.15h
Ano: 10ºB Ensino Profissional Disciplina: Instrumento (Percussão)
Tempo Observações
16.30h Esta será uma aula de instrumentos de lâminas e o programa a
apresentar será: “Rotations II” – Eric Sammutt e “Estudo nº 24” – David
Friedman. O professor começa por perguntar como foi a semana de
estudo, ao qual o aluno responde que estudou bastante mas que tem
dificuldades no dampening no vibrafone. O professor sugeriu então
começar por vibrafone.
16.35h O aluno preparou a partitura e as baquetas e começou a tocar o “Estudo
nº24”, notando-se evidentes dificuldades no dampening e na condução
melódica da frase da mão direita. O que foi precisamente isso que o
professor lhe disse após chegar ao fim do estudo.
16.40h O professor começa por lhe explicar de uma forma pormenorizada como
funciona a técnica de dampening, exemplificando no instrumento. De
seguida pede ao aluno para tirar alguns apontamentos no caderno do
que ele tinha dito, e para repetir o exercício muito devagar.
16.45h O aluno começa a revelar melhorias, ao qual o professor lhe diz que deve
quando existe um problema o ideal é transportarmos esse mesmo
problema para fora da peça que estamos a tocar, tentando fazer
exercícios mais básicos que nos levem a resolver o problema por diversos
caminhos.
16.50h O aluno volta a tocar o início da peça com menos falhas e com melhorias
claras no seu dampening.
16.55h De seguida o aluno passa para a marimba. E antes de tocar a peça de
marimba, a pedido do professor, o aluno faz alguns alongamentos sem
qualquer recurso a baquetas ou instrumentos, ao qual eu também me
juntei.

13

17h O aluno começa a tocar a “Rotations II” (cerca de 7 minutos porque tocou
num andamento bastante lento)
17.05h O aluno acaba de tocar a obra, e ao longo da sua performance foi
demonstrando algumas dificuldades técnicas, nomeadamente a rotação
(1-2-3-4-3-2-1) e (1-3-4-3-2-3-4-3) que são os principais movimentos
usados na obra toda.
16.10h Não restando muito mais tempo de aula, o professor decide passar para
o caderno do aluno alguns exercícios técnicos baseados em rotações. Por
último o professor, juntamente com o aluno, planificou a semana de
estudo, mais focada em exercícios de dampening (vibrafone) e rotações
(marimba).
Obs. Achei interessante a abordagem que o professor fez aos problemas
evidenciados pelo aluno. No vibrafone, o professor tentou desconstruir o
estudo e apenas se focar no início do mesmo, criando exercícios extra-
partitura para resolver o mesmo. Na peça de marimba, devido a termos
feito um aquecimento perdemos algum tempo de aula, pelo que o aluno
só teve oportunidade de tocar uma vez, acabando por ser o professor a
tocar alguns exemplos de como queria que o aluno tocasse. O professor
adotou várias estratégias de ensino consoante as dificuldades do aluno
que mesmo que não tenha tido tempo na marimba, foram muito bem
aplicadas.







Data: 15-06-2018 Horário: 17.45h
Ano: Alunos do Ensino Profissional Disciplina: Audição de Percussão
Tempo Obra Observações
Antes da - Os alunos preparam os instrumentos para a audição.
audição Apenas será necessário marimba, vibrafone e caixa, não

havendo ninguém que toque multipercussão.
Entretanto o público vai chegando, sendo a maior parte
família dos músicos que iram tocar. Chegando à hora
marcada todos se dirigem para a sala de percussão
(Presto).
17.45h Etude in C
Dando início à audição o professor dá as boas-vindas a
Major todos os presentes, desejando boa sorte aos
intérpretes. A primeira aluna sobe ao palco e começa a
tocar. Ambiente fantástico criado por esta aluna que, na
minha opinião tocou a obra de uma forma exemplar.
Muitas palmas para esta prestação.

14

17.55h Rain Dance
O aluno dirige-se para a marimba e começa a tocar a
obra mas com pouca firmeza e certeza, até que passado
uns compassos deixa de tocar. Sentiu-se um inquietação
na sala, até que o aluno decide recomeçar a obra desde
o início. Tocou até ao fim, mas sempre com
insegurança.
18.05 Etude 4
O próximo aluno dirige-se para o vibrafone e nota-se
desde logo confiança na sua postura. Começa a tocar os
primeiros acordes e desde logo conseguiu envolver o
público na sua performance muito musical e expressiva.
Fantástico! Ouviu-se um “bravo” da plateia.
18.20h Asventuras
Segue-se a última performance da audição. A aluna para
surpresa de todos começa a tocar (com as baquetas de
caixa entre si) fora do palco, dirigindo-se para a caixa
sempre a tocar. Desde logo criou bastante impacto
neste início inesperado. Chegando ao instrumento
começa a tocar de uma forma muito virtuosista
deixando o público estupefacto. Performance muito
positiva, sobretudo pela surpresa inicial de entrar em
palco a tocar.
18.35h -
Chegando ao fim da audição, o professor felicita tos os
alunos pelas suas prestações e agradece a presença de
todos os presentes na última audição de percussão do
ano letivo.



















15

Percepção transversal das instituições observadas


Neste capítulo preferi dividir por tópicos temáticos, para ser
mais objetivo na minha analise.




Recursos
Todas as instituições revelaram estar dotadas de excelentes
condições ao nível de qualidade e quantidade. A Academia de Música
de Costa Cabral destaca-se por ter mais instrumentos de percussão e
a Escola Profissional de Música de Espinho por ter mais salas que as
outras instituições.


Condições físicas e acústicas
Nas três escolas encontrei muitas diferenças ao nível das
condições físicas e acústicas dos espaços;
• No conservatório de Música do Porto encontrei espaços e salas
amplas com luz artificial. As salas de percussão, um pouco
desarrumadas, com pouco isolamento acústico.
• Na Escola Profissional de Música de Espinho encontrei
excelentes condições, com luz natural e artificial e salas muito
arrumadas. Uma das 3 salas de percussão é bastante ampla e
com um excelente isolamento sonoro.
• Na Academia de Música de Costa Cabral observei espaços
muito amplos com jardins interiores. Em relação às salas de
percussão estavam um pouco desarrumadas e nenhuma delas
de isolamento, o que pode prejudicar o bom funcionamento das
aulas.


Docentes
A nível dos docentes verifiquei que a Academia de Música de
Costa Cabral é a escola que possui menos professores. Já o
Conservatório de Música do Porto e a Escola Profissional de Música
de Espinho tem o mesmo número (4 cada), talvez pelo fato da oferta
de tempos letivo ser maior no caso do Conservatório e haver um
professor para cada instrumento no caso de Espinho.
16


Oferta Educativa
A Escola profissional de Música de Espinho apenas oferece os
cursos de ensino profissional do 7º ao 12º ano; A Academia de
Música de Costa Cabral tem ofertas educativas no ensino articulado e
integrado do 5º ao 12º ano, tal como o Conservatório de Música do
Porto. De referir ainda a oferta de cursos livres e ensino profissional,
no caso da Academia, e oferta do ensino integrado pré-escolar no
caso do Conservatório.


Relação Professor-aluno
Em todas as instituições foi possível observar um bom
ambiente e proximidade entre professores e alunos.


Programa
Em relação aos programas, na Academia de Música de Costa
Cabral e no Conservatório de Música do Porto não existe um
documento que siga a estrutura formal de um programa, no entanto
possuem planificações nos diferentes níveis de ensino. No caso da
Escola Profissional de Música de Espinho, não foi possível aceder a
qualquer tipo de informação relativa a este ponto.

















17


Considerações Finais


Tendo em conta a minha observação, concluo que o ensino
artístico musical e vocacional na grande área do Porto é bastante
diversificado consoante o seu contexto.
Talvez o meu maior destaque, sem lesar as outras instituições,
vai para a Escola Profissional de Música de Espinho. Não só pelas
instalações recentes e pela sala de percussão muito bem organizada e
isolada em termos acústicos, mas também pelo historial de
professores que estão lá ou já pertenceram aos quadros da mesma.
No panorama nacional de percussão continua a ser das escolas mais
importantes para o desenvolvimento da variante percussão,
lançando ano após ano alunos com qualidade indiscutível no ensino
superior.
Gostaria ainda de agradecer a todas as instituições no qual fui
recebido, bem como pelos professores , que muitos deles foram meus
professores e agora são meus colegas de profissão, onde alguns
partilham o palco comigo no Drumming Grupo de Percussão. Esta
unidade curricular foi sem dúvida a mais estimuladora para mim,
talvez por toda a componente prática, mas também por observar e
aprender com os meus colegas de profissão.


















18

Bibliografia



§ Morin, Edgar (2000). Os sete saberes para a educação do
futuro. Instituto Piaget.

§ Website do Conservatório de Música do Porto


http://www.ct-musica-
porto.com/index.php/instituicao/historial

§ Website da Escola Profissional de Música de Espinho


http://musica-espinho.com/escola/a-escola-2/historia/

§ Website da Academia de Música de Costa Cabral


http://www.costacabral.com/amcc/historial/


19

Anexos

I - Programa de percussão do Conservatório de Música do Porto 21

II - Planificação anual do ensino básico (8º ano) do ensino integrado


na AMCC 33

III - Planificação anual do ensino secundário (10º ano) do ensino


profissional na AMCC 34

IV - Planificação semestral (1º e 2º semestre) do 10º ano profissional


na AMCC 35

V - Planificação semestral (1º e 2º semestre) do 9º ano integrado na


AMCC 37

VI - Programa da audição de percussão 39

20

21

22

23

24

25

26

27

28

29

30

31

32

33

34

35

36

37

38


AUDIÇÃO


DE

Percussão


Professor

André Dias




Presto
Rua de Costa Cabral, 877, 4200-225 PORTO
Tel.: 225 500 901/ 225 088 723
17:45h
Email: academia@costacabral.com / Site: www.costacabral.com


15-06-2018

39

Maria Salomé Moreira | 6ºgrau/10ºano


Profissional
Etude in C Major - Musser

Tiago Dias | 6ºgrau/10ºano


Profissional
Rain Dance – Alice Gomez

Francisco Fernandes | 7ºgrau/11ºano


Profissional
Etude 4 – Gérard. Pérotin

Jéssica Peixoto | 8ºgrau/12ºano


Profissional
Asventuras – Alexej Gerassimez

Rua de Costa Cabral, 877, 4200-225 PORTO


Tel.: 225 500 901/ 225 088 723
Email: academia@costacabral.com / Site: www.costacabral.com

40

Das könnte Ihnen auch gefallen