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ANGOLANO
Estudo de mercado e despiste de
oportunidades. Projecto iPME.
Entidade Promotora
AEP – Associação Empresarial de Portugal
Coordenação
Paulo Nunes de Almeida
Equipa
Luís Ferreira
Amadeu Martins 1
António Guedes de Oliveira
Mónica Quinta
Ricardo Coutinho
Ricardo Coelho
Sérgio Ribeiro
Sérgio Gonçalves
Susana Carneiro
Maio 2012.
O Projecto “i-PME” resulta de uma iniciativa da AEP que visa aumentar a possibilidade de acesso a
informação de proximidade, útil, fiável, oportuna, estruturada, com valor e facilmente assimilável que
contribua para forma uma network colaborativa, articulando sistemas de aproximação “ponto a ponto”.
É cofinanciado pelo Estado Português, através do QREN, e a pela União Europeia, através do FEDER.
ÍNDICE
1.INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 4
1.1 Enquadramento: O Projecto i-PME ................................................................... 4
1.2 Objectivos do estudo ................................................................................... 5
1.3 Estrutura do estudo ..................................................................................... 5
2.UMA VISÃO GLOBAL ............................................................................................... 7
2.1 O Mundo em números ................................................................................... 7
2.2 Tendências globais ...................................................................................... 9
AMBIENTE DE NEGÓCIOS ..................................................................................... 10
CRESCIMENTO POPULACIONAL ............................................................................... 11
URBANIZAÇÃO .............................................................................................. 12
PODER DE COMPRA .......................................................................................... 14
SECTORES ................................................................................................... 16
2.3 O salto subsariano? .................................................................................... 21
ESPÍRITO DE PROTESTO DO NORTE ARRASTAR-SE-Á PARA O SUL .............................................. 21
MOMENTO PARA A REBELIÃO? ............................................................................... 21 2
3. ANGOLA: CRESCIMENTO ACENTUADO ........................................................................... 24
3.1 Indicadores Chave ..................................................................................... 24
3.2 Perfil Geral ............................................................................................. 24
CLIMA DE MAIOR ESTABILIDADE E CONFIANÇA ................................................................ 24
UM PAÍS DE OPORTUNIDADES ................................................................................ 25
PETRÓLEO, O MOTOR DA ECONOMIA ......................................................................... 25
ECONOMIA CADA VEZ MAIS INTEGRADA NA GLOBALIZAÇÃO ................................................... 25
TRIÂNGULO CHINA, EUA E EUROPA COMO PRINCIPAIS PARCEIROS COMERCIAIS .............................. 26
PRESENÇA NA CPLP COMO PLATAFORMA PARA NOVOS INVESTIMENTOS ...................................... 26
3.3 Situação Económica ................................................................................... 27
3.4 Caracterização do tecido empresarial ............................................................. 28
3.5 Estádio de Desenvolvimento e Índice de Competitividade ..................................... 30
ESTÁDIO DE DESENVOLVIMENTO ............................................................................. 30
ÍNDICE DE COMPETITIVIDADE ................................................................................ 31
3.6 Relações bilaterais Portugal/Angola ............................................................... 31
COMÉRCIO .................................................................................................. 31
INVESTIMENTO .............................................................................................. 34
3.7 Parceiros comerciais, de investimento e político-institucionais .............................. 38
COMÉRCIO .................................................................................................. 38
INVESTIMENTO .............................................................................................. 40
POLÍTICO-INSTITUCIONAIS ................................................................................... 41
3.8 Condições Legais de Acesso ao Mercado .......................................................... 42
REGIME DE IMPORTAÇÃO .................................................................................... 42
REGIME DE INVESTIMENTO ESTRANGEIRO .................................................................... 44
3.9 Síntese Estratégica .................................................................................... 49
4. DESPISTE DE OPORTUNIDADES .................................................................................. 51
4.1 Oportunidades de negócio no mercado angolano ................................................ 51
PETRÓLEO .................................................................................................. 51
AGRICULTURA E PESCAS ..................................................................................... 52
CONSTRUÇÃO E INFRA-ESTRUTURAS ......................................................................... 52
SERVIÇOS DIVERSOS ......................................................................................... 53
BANCA E SEGUROS .......................................................................................... 53
SECTOR MINEIRO ............................................................................................ 53 3
BENS DE CONSUMO .......................................................................................... 54
TURISMO .................................................................................................... 54
SECTORES GOVERNAMENTAIS ................................................................................ 54
5. UMA VISÃO PRÁTICA SOBRE OS NEGÓCIOS EM ANGOLA........................................................... 56
5.1 Como desenvolver negócios ......................................................................... 56
5.2 Cultura de negócios ................................................................................... 59
5.3 Dez dicas práticas para vender e investir em Angola ........................................... 62
5.4 O que é importante ter em conta numa relação negocial com o mercado angolano ..... 64
5.5 O novo regime do investimento privado – Aspectos a reter ................................... 65
5.6 Tributação em Angola ................................................................................ 67
PRINCIPAIS IMPOSTOS ....................................................................................... 67
PAGAMENTOS A NÃO RESIDENTES ............................................................................ 67
INCENTIVOS AO INVESTIMENTO: ISENÇÕES E REDUÇÕES ...................................................... 68
................................................................................................................ 69
5.7 Angola na voz de outros .............................................................................. 69
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 73
1.I NTRODUÇÃO
É, neste contexto, que o Projecto i-PME assume especial relevância. Procura-se que com a
prossecução deste projecto seja possível obter informação de proximidade, agregada e que se
constitua como ferramenta útil para empresas e demais agentes.
O projecto i-PME visa construir as bases para a criação de uma rede colaborativa empresarial,
marcada pela informação de proximidade e relevante, capaz de actuar como facilitadora para
o aproveitamento de oportunidades de negócio.
Esperamos que, deste modo, o presente documento se constitua como uma ferramenta de
trabalho duplamente útil: enquanto contributo para o estudo dos mercados e como síntese de
oportunidades de negócio.
O segundo capítulo é marcado pela explanação de uma visão global não só em termos
numéricos como no que concerne a grandes tendências que são passíveis de serem identificadas
nos diversos sectores. Uma vez efectuada esta análise, procede-se, no terceiro capítulo, à
caracterização aprofundada sobre Angola. Desde o detalhe sobre a situação económica à
caracterização do tecido empresarial, passando pela análise ao seu estádio de desenvolvimento
e aos principais parceiros comerciais e de investimento. Será assim observado, com o devido
rigor, um conjunto de variáveis que permitirão obter uma leitura sobre o mercado de destino.
O quarto capítulo constitui-se como aquele onde serão apresentadas algumas oportunidades de
mercado detectadas para as PME nacionais e que, naturalmente, decorrem do estado actual de
evolução do mercado angolano.
Por fim, o estudo termina com a apresentação de um conjunto de aspectos práticos que se
espera que possam servir de importante ferramenta de aprendizagem para todos os
interessados.
OPORTUNIDA ASPECTOS
VISÃO CARACTERIZA-
INTRODUÇÃO DES DE PRÁTICOS DE
GLOBAL ÇÃO ANGOLA
NEGÓCIOS NEGÓCIO
6
2.U MA VISÃO GLOBAL
A revista “The Economist” aponta algumas previsões de crescimento do PIB mundial, para o ano
de 2012, tal como se apresenta na figura abaixo.
A atravessar um período negativo marcado por fortes medidas restritivas em vários países, a
Europa Ocidental apresenta-se como o único bloco onde se prevê um decréscimo (em 0,2%) do
PIB no decorrer do ano de 2012.
No sentido oposto, encontram-se regiões com um enorme potencial de crescimento que deverá
tornar-se ainda mais evidente em 2012. Assim, o continente asiático (com um crescimento
previsto de 6,5%) e a África Subsariana (com um crescimento a rondar os 5,0%) constituir-se-ão
como locais privilegiados. Estando inserida nesta última região, Angola dispõe de uma
oportunidade de ouro que deverá aproveitar e ser aproveitada por investidores externos.
A América do Norte, outrora com elevadas taxas de crescimento, registará o segundo valor
mais baixo (1,4%), traduzindo o período de menor fulgor que atravessa.
TABELA 1 - RANKING DOS PAÍSES COM MAIOR CRESCIMENTO DO PIB PARA 2012
Macau, um pequeno país, será o número um no ranking das economias que mais crescerá
durante este ano, provando que as apostas de casino podem ser um meio sustentável de
crescimento.
Igualmente proeminentes, são as economias da Líbia e do Iraque, dois países árabes nos quais a
reconstrução e a estabilização após períodos mais violentos conduzirão a um crescimento
progressivo. No caso da Líbia, o atraso é ainda mais significativo porque vem de uma queda
ainda mais vertiginosa resultante de um longo período de guerra que findou há pouco tempo.
Relativamente ao Iraque, embora as devastações da guerra sejam mais distantes, o caos pós-
conflito que se instalou, atrasou a recuperação do país. O ano de 2012 poderá marcar o começo
de algo mais sustentado.
A China beneficiará não só das potencialidades que já apresenta, como também da recessão de
alguns países ricos e desenvolvidos que acabará por favorecer este país asiático. A Mongólia,
por sua vez, vive um período marcado pela expansão no sector mineiro e será expectável que
venha a contribuir para o aumento do crescimento generalizado do país. Angola, Laos e Níger
irão também beneficiar de preços relativamente elevados das commodities, e a Etiópia e o
Ruanda estão gradualmente a ganhar dimensão com a comercialização das suas economias
ainda rurais.
Colocando a ênfase nas contas públicas, percebemos o cenário negativo que alguns países
atravessam e continuarão, muito provavelmente, a experienciar no decorrer deste ano de
2012.
Rússia 4,5
Itália 121
Brasil 14,3
Portugal 119
Índia 34,2
Sudão 109
9
China 51,3
0 50 100 150 200 250
Assim, nos 10 países com maiores níveis de dívida pública em percentagem do PIB, é possível
encontrar Portugal (9ª posição), bem como mais dois países da Europa Ocidental, Grécia (3ª) e
Itália (8ª). A liderar o grupo de países com nível mais elevado de dívida pública está o Japão.
Por seu turno, se atendermos à diferença entre o output real per capita em 2007 com o
previsto para 2012, percebemos que grandes potências como o Reino Unido, os EUA e a França,
registaram grandes perdas neste período. No sentido oposto, China, Índia e Brasil,
evidenciaram um crescimento muito significativo que fazem destes países destinos apetecíveis
para investir.
AMBIENTE DE NEGÓCIOS
A visão relativamente à economia global tem vindo a ser cada vez mais negativa, com algumas
economias fortes a estarem próximas da recessão. O “The Economist Intelligence Unit” espera
que a economia mundial aumente em cerca de 3,3% em 2012 (numa base de PPP 1), ficando
ligeiramente abaixo dos 3,7% em 2011. Todavia, a mesma fonte considera que o risco de uma
recessão global (o mundo crescer abaixo dos 3%) é muito elevado uma vez que estará próximo
dos 40%.
6,8
10
4,9 5,2
3,7 3,3
2,6 2,7
-11,7
1
PPP: Paridade de Poder de Compra
tesouro, as despesas e contratações deverão continuar a um ritmo lento devido ao sentimento
de elevada instabilidade existente.
Tal como evidenciado acima, o comércio mundial crescerá 5,2% em 2012 que, ainda assim,
representa menos de metade do crescimento registado em 2010. De sublinhar ainda que, uma
das principais indústrias ligadas ao comércio mundial, a indústria naval, deverá sofrer já que
serão transportadas menos mercadorias.
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
1990 1995 2000 2005 2010 2015* 2020*
12
O mundo tem vindo a ficar mais urbano. Assim, não só aumentou a população nos últimos anos,
como também a proporção de indivíduos que vive em áreas urbanas. A taxa de urbanização
mundial passou de 43% em 1990 para 50,9% em 2010.
80
74,0
70
60 60,7
50 50,9
Mundo
40
União europeia
30 Portugal
20
10
0
1990 1995 2000 2005 2010
13
Os maiores aglomerados urbanos do mundo situam-se quase na sua totalidade fora da Europa.
Em 2010, as 20 maiores cidades do mundo estavam assim distribuídas:
10 situavam-se na Ásia;
6 na América,
2 na Europa (incluindo Istambul) e,
2 em África.
Segundo a ONU, em 2020 a Europa terá apenas Istambul nesta lista, passando África a ter 3
cidades nas 20 maiores do Mundo. As cidades asiáticas serão as que registarão um maior
crescimento populacional.
TABELA 2 - MAIORES AGLOMERADOS URBANOS DO MUNDO, 2010 E 2020
PODER DE COMPRA
O poder de compra é, indubitavelmente, um dos factores mais determinantes influenciando
decisivamente a procura. Uma das formas de o medir passa pela utilização do Produto Interno
Bruto per capita, ajustado em paridade de poder de compra.
Na última década verificou-se um crescimento do PIB global per capita. Neste indicador, os
países da União Europeia cresceram abaixo da média mundial. Em particular Portugal registou
um crescimento marginal ao longo da primeira década deste século.
FIGURA 9 - EVOLUÇÃO DO PRODUTO INTERNO BRUTO PER CAPITA EM PPC, 1990 – 2010
30.000
25.000
20.000
15.000
10.000
5.000
0
1990 1995 2000 2005 2010
Ranking País (2010) PIB (milhões USD) País (2020) PIB (milhões USD)
1 EUA 14.802.081 China 28.124.970
2 China 9.711.244 EUA 22.644.910
3 Japão 4.267.492 Índia 10.225.943
4 Índia 3.912.911 Japão 6.196.979
5 Alemanha 2.861.117 Rússia 4.326.987
6 Rússia 2.221.755 Alemanha 3.981.033
7 Reino Unido 2.183.277 Brasil 3.868.813
8 França 2.154.399 Reino Unido 3.360.442
9 Brasil 2.138.888 França 3.214.921
10 Itália 1.767.120 México 2.838.722
Fonte: Fundo Monetário Internacional, Organização das Nações Unidas
SECTORES
Ainda que o cenário global indique, de uma forma geral, um previsível abrandamento no
crescimento da economia, é importante sublinhar as distintas evoluções que as várias regiões
irão assumir (ver figura 2).
Tal como acontece ao nível dos países, também no que concerne aos diferentes sectores de
actividade se prevê que percorram diferentes caminhos ao longo do próximo ano. De seguida,
expõe-se as perspectivas para diversos sectores, de acordo com o “The Economist Intelligence
Unit”.
INDÚSTRIA AUTOMÓVEL
BENS DE CONSUMO
INDÚSTRIA DA DEFESA
ENERGIA
O consumo global de energia irá crescer aproximadamente 3%
em 2012, um pouco superior ao registado em 2011. O
crescimento na oferta de petróleo irá superar a procura, com a
recuperação da produção na Líbia e a expansão no Iraque.
ENTRETENIMENTO
SERVIÇOS FINANCEIROS
Uma produção recorde de trigo registada na Índia no ano transacto, vai contribuir para o
aumento significativo nos stocks de trigo, bem como para a descida do seu preço em cerca de
19%. Neste domínio, a Indonésia irá consolidar-se enquanto o principal importador de trigo do
continente asiático.
CUIDADOS DE SAÚDE
TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO
MEDIA
O ouro permanecerá muito volátil e com preço incerto dada a necessidade de, em contexto de
economia recessiva, o manter enquanto reserva.
PROPRIEDADE
Nos países asiáticos emergentes, os preços das habitações descerão, embora a extensão da
queda dependa da vontade dos governos em dar a volta à situação.
TELECOMUNICAÇÕES
TURISMO E LAZER
Ainda assim, é provável que a dinâmica seja um pouco diferente daquela registada no
mediterrâneo onde os protestantes eram mais ricos e mais bem informados. Em países como o
Uganda, os oprimidos estão a observar os libertadores de Tunis, Tripoli e Cairo como modelos a
seguir, criando ligações políticas entre países africanos raramente vistas.
Tal como acontece no norte de África, as comunicações móveis e os media são muito populares
no resto do continente e não apenas nos enclaves considerados ricos. Mais de um milhão de
nigerianos tem um telemóvel da marca “Blackberry” e África, considerada como um todo, tem
mais telemóveis que a América, aponta a revista The Economist. Embora estes dados possam
parecer meros indicadores, deverão ser observados numa outra perspectiva – os tradicionais
impedimentos à criação de grupos de oposição nestes países está a enfraquecer. A difusão das
redes sociais por um lado, e o aumento do interesse mundial sobre as questões políticas neste 21
grupo de países, por outro, têm contribuído para o enfraquecimento progressivo de alguns
regimes outrora ditatoriais. Para além desta constatação, importa considerar um outro facto
não menos relevante – não faltam motivos para as populações protestarem já que os empregos
escasseiam e o preço das matérias-primas aumentam de dia para dia.
Pese embora vários países africanos tenham beneficiado da entrada de elevadas quantias
relativas ao petróleo e a minerais, a verdade é que as desigualdades sociais persistem e os mais
poderosos continuam a dominar.
A distribuição da riqueza está, mais uma vez, a potenciar o conflito na República Democrática
do Congo. O aperto nas regras comerciais por parte da América, resultou numa paralisação
virtual na mineração na parte leste do país e alguns mineiros locais desempregados, pensam
em juntar-se às milícias de forma a poder continuar a viver, mesmo que isso ponha cobro a
todos os esforços no sentido de restaurar a paz num país há muito afectado pela violência.
O impacto mais óbvio da ascensão democrática que se verificou no norte de África, sentir-se-á
em países como o Níger, o Chade e o Mali que possuíam relações próximas com o coronel
Kadhafi e que muito beneficiaram da sua riqueza. É expectável que o seu sucessor venha a
investir muito mais na Líbia do que em outros países, ao invés de investir em países externos. A
agravar esta situação, está o facto de cerca de dezenas de milhares de trabalhadores da região
do Sahel regressarem da Líbia, traduzindo-se no fim das remessas para os países locais.
Os dois maiores vizinhos da região do Sahel – Nigéria e Sudão – constituem-se também como
exemplos onde a violência predomina. Na Nigéria, um grupo islâmico extremista, Boko Horam,
tem aumentado a onda de violência. Por outro lado, no Sudão, diversas milícias estão presas do
lado errado da fronteira norte-sul, seguindo a divisão do país em Julho de 2011, acabando por
surgir conflitos.
O mesmo se aplica aqueles países que enfrentarão eleições políticas no decorrer do ano de
2012. Quer o Zimbabué quer o Quénia sofreram violência extrema nas últimas eleições. Ambos
terão que enfrentar novas eleições nos próximos 12 meses e a oposição sente-se balizada pelo
sucesso que os rebeldes árabes tiveram no norte.
Em síntese, pese embora seja expectável que o continente africano enfrente no próximo ano
uma onda de protestos, isso não significará o retorno a uma larga escala de conflitos, tal como
sucedeu em anos anteriores. Por outro lado, as guerras civis no Sudão e em Angola deverão ter
terminado para bem. 22
Em termos globais, o crescimento do PIB é forte graças ao boom dos recursos e à melhoria no
que diz respeito à gestão económica que tem sido prosseguida. Os protestos políticos não irão,
certamente, alterar esta situação. No entanto, os investidores externos – que agora formam fila
nos aeroportos africanos – quererão escolher os seus destinos de forma extremamente
cuidadosa.
Nove líderes africanos estão no poder há mais de duas décadas e isso poderá condicionar
algumas das decisões futuras. Por comparação, democracias com alterações regulares e
ordeiras na liderança, tal como o Gana e a África do Sul, irão ficar ainda mais atractivas no
ano de 2012.
I
PARTE
ESTUDO DE MERCADO
1.INTRODUÇÃO
1.1 Enquadramento:
PONTO DE PARTIDA PARA QUALQUER NEGÓCIO. ONDE SE PROCURA 1.2 Objectivos do estudo
ANALISAR O MERCADO DE DESTINO NAS SUAS MAIS VARIADAS 1.3 Estrutura do estudo
COMPONENTES:
MICROECONOMIA; 2.UMA VISÃO GLOBAL
2.1 O Mundo em números
COMPETITIVIDADE; 2.2 Tendências globais
RELAÇÕES BILATERAIS; 2.3 O salto subsariano?
4. DESPISTE DE OPORTUNIDADES
4.1 Oportunidades de negócio no
mercado angolano
Aliado a estes factores, a democracia parece igualmente ganhar novo fôlego com a marcação
de eleições legislativas e presidenciais para este ano de 2012.
UM PAÍS DE OPORTUNID ADES
Antiga colónia portuguesa, Angola é hoje em dia um dos países potencialmente mais ricos de
África devido, em grande parte, às reservas de petróleo e de outros recursos minerais que
acumula no seu território. Para além disso, os recursos hidroeléctricos associados às grandes
extensões de terra que se encontram por cultivar, fazem de Angola um país apetecível à larga
maioria dos investidores. Tendo uma forte indústria transformadora e de serviços, a economia
angolana é ainda rica no domínio dos diamantes, minérios de ferro e petróleo. A realização de
um grande evento desportivo como o Campeonato Africano das Nações que decorreu no país no
ano de 2010 representou uma oportunidade única num conjunto variado de sectores de
actividade.
25
petrolíferos de:
A evolução prevista quer para a evolução do preço internacional quer para a produção anual de
petróleo permitem antecipar um cenário favorável para a produção anual para a economia
angolana no horizonte 2020 (média das receitas 2010-2020 acima de USD 40 MM/ano).
Dados de 2012 do The Economist Intelligence Unit indicam que a economia angolana oferece
oportunidades de crescimento sem paralelo, em que o crescimento real do PIB:
O Plano do Governo prevê que, entre 2009 e 2013, a economia angolana deverá crescer a uma
taxa média anual de 17%.
Nesta data, a Fitch Ratings, a Moody´s Investor Services e a Standard & Poor´s Rating Services,
reconheceram que a economia de Angola continua robusta e caminho da direcção correcta. O
documento que veio a público, adianta que as três agências resolveram, à data, elevar a
anterior notação de “B+” com perspectiva positiva para “BB-“ com perspectiva estável, nas
tabelas da Fitch e da Standard&Poor´s e de “B1” com perspectiva positiva para “Ba3” com
perspectiva estável na tabela da Moody´s (classificação que equivale à classificação “BB-“ das
outras duas agências).
Debruçando-nos sobre os motivos que deram origem a esta reavaliação, o Ministério das
Finanças, destacou o facto da Fitch Ratings ter apreciado a forma rápida como Angola
ultrapassou o efeito da crise financeira global de 2008-2009, reforçando a sua política
macroeconómica ao combinar medidas de ajustamento fiscal e monetário com a recuperação
dos preços internacionais do petróleo. Desta forma, conseguiu regularizar uma parcela
substancial de pagamentos acumulados em 2009 e manter a trajectória de recuperação das
reservas internacionais.
Por seu turno, a Moody’s identificou três factores que estiveram na base desta sua decisão.
Primeiramente, a melhoria nas contas fiscais e cambiais que se deveu, em grande medida, à
recuperação dos preços do petróleo. Um segundo factor foi o progresso evidenciado no domínio
da execução das reformas preconizadas por Angola no acordo com o FMI que incluem maior
transparência fiscal e a constituição de um fundo para melhorar a gestão das receitas
petrolíferas excedentárias. Por fim, o terceiro factor deveu-se à regularização dos pagamentos
em atraso aos fornecedores que estavam acumulados durante a crise de 2009.
O interesse inglês sobre o mercado angolano tem sido crescente com o pedido de várias
empresas que estão sedeadas em Londres a requerer informação sobre o ambiente de negócios
em Angola, a estratégia do Governo, as oportunidades que existem actualmente no mercado,
entre outros aspectos.
Apoiada pelos elevados preços do barril do petróleo, a balança de pagamentos externa registou
um superavit equivalente a 7% do PIB, enquanto as reservas externas chegaram, no final de
2011, ao equivalente de 5,3 meses de importações.
Por outro lado, a prossecução da implementação por parte do governo angolano dos planos
orçamentais previstos, deverão conduzir a uma redução significativa no défice fiscal no sector
não-petrolífero, ajudando igualmente na redução da inflação para apenas um dígito. Como o
ambiente global permanece incerto, as autoridades estão comprometidas em atingir um maior
montante de reservas externas para providenciarem uma importante almofada de conforto
contra a volatilidade das receitas do petróleo.
Também neste domínio as autoridades angolanas têm desenvolvido medidas importantes,
visando assegurar que as receitas do petróleo sejam transferidas para a tesouraria do Estado
num período temporal previsível e regular.
Em suma, as autoridades angolanas têm vindo a adoptar um conjunto de medidas – nos mais
diversos domínios – que têm agilizado e contribuído para a aceleração da economia local.
Baseada numa forte indústria petrolífera, Angola apresenta, nos dias de hoje, uma economia
cada vez mais forte e consolidada, ainda que alguns problemas subsistem.
PIB a preços de mercado (109 USD) 75,5 82,5 104,6 123,0 144,5 169,4
b
PIB per capita (USD) 4.070 4.320 5.330 6.100 6.970 7.690
Crescimento real do PIB (Var.%) 0,8 3,4 3,4 7,7 7,0 6,2
Saldo do sector público (% do PIB) -4,9b 6,8 7,1 7,0 5,3 5,4
b b
Dívida pública (%do PIB) 24,1 22,8 17,4 16,9 14,9 13,3
6
Saldo da balança corrente (10 USD)
Importações de bens e serviços (Var. %)
-7.572
0,9b
7.421
-0,1b
13.819
2,5
15.072
8,5
13.643
7,5
15.227
3,8
28
Taxa de inflação (média) 13,9 14,5 13,5ª 11,3 9,6 8,5
Notas: (a) Valores efectivos; (b) Estimativas; (c) Previsões
Sejam empresas de capital angolano ou de capital externo, a verdade é que Angola parece,
cada vez mais, ser uma terra de oportunidades para muitas empresas e nos mais variados
sectores.
O quadro que abaixo se apresenta, permite efectuar um retrato geral das diversas áreas de
actividade existentes, bem como o relevo de cada um dos sectores no que concerne ao número
de empresas e ao volume de vendas gerado.
TABELA 4 - O TECIDO EMPRESARIAL ANGOLANO EM NÚMEROS
Instaladas
Nº Volume Vendas Grupo Estrangeiro
Sector Nº Grupos Recente-
Empresas (Milhões, USD) Dominante
mente
Actividades comerciais 58 47 22,668.9 25 Deutsche Post AG , DEU
Comércio por grosso e a TEIXEIRA DUARTE -
retalho 53 42 4,263.4 11 ENGENHARIA E
CONSTRUÇÕES, S.A. , PRT
Outros serviços 33 28 2,279.0 10 Deutsche Post AG , DEU
Transporte,
A.P. Møller - Mærsk A/S ,
armazenamento e 27 19 1,957.9 7
DNK
comunicações
Construção A.P. Møller - Mærsk A/S ,
23 21 3,276.6 8
DNK
Finanças 22 18 4,731.4 4 BANCO BPI, S.A. , PRT
Comunidade e actividades
13 11 300.0 Deutsche Post AG , DEU
de serviços pessoais
Hotéis e restaurantes A.P. Møller - Mærsk A/S ,
9 7 5,587.7 5
DNK
Alimentação, bebidas e
5 3 26,879.7 1 Nestlé S.A. , CHE
tabaco
Metais e produtos de Cameron International
5 5 228.0 3
metais Corporation , USA
Indústria extractiva
4 4
Panalpina Welttransport
(Holding) AG , CHE
29
Petróleo PORTUGAL TELECOM,
4 4 219.5
SGPS, S.A. , PRT
Produtos químicos SF - SOCIEDADE DE
3 3 60.0 1
CONTROLO, S.A. , PRT
Produtos minerais não SECIL - COMPANHIA GERAL
metálicos 3 2 697.6 2 DE CAL E CIMENTO, S.A. ,
PRT
Maquinaria e equipamento Cameron International
2 2 1
Corporation , USA
Equipamentos eléctricos e COMPANHIA INDUSTRIAL
electrónicos 2 2 3,247.3 1 QUINTAS & QUINTAS,
SGPS, S.A. , PRT
Outras indústrias PORTUGAL TELECOM,
2 2
transformadoras SGPS, S.A. , PRT
Têxtil, vestuário e couro EFACEC CAPITAL, SGPS,
2 2 3,247.3
S.A. , PRT
Madeira e produtos de Panalpina Welttransport
1 1
madeira (Holding) AG , CHE
Edição, impressão e media PORTUGAL TELECOM,
1 1
SGPS, S.A. , PRT
Produtos petrolíferos e Panalpina Welttransport
1 1
combustível nuclear (Holding) AG , CHE
Instrumentos de precisão 1 1 Johnson & Johnson , USA
Veículos a motor e outros
equipamentos de 1 1 Johnson & Johnson , USA
transporte
Agricultura e caça 1 1 CREMONINI SPA , ITA
Saúde e serviços sociais TEIXEIRA DUARTE, S.A. ,
1 1 39.9 1
PRT
Borracha e produtos
1 1 Johnson & Johnson , USA
plásticos
Administração Pública e Government of The
1 1
Defesa United States , USA
Educação TEIXEIRA DUARTE, S.A. ,
1 1 39.9 1
PRT
Fonte: ITC – Atractividade Mercado e Principais Players Internacionais Instalados
De entre os vectores avaliados, o país obteve as menores pontuações no que concerne às infra-
estruturas (1,9) e ao ensino superior (1,9) e as maiores no que diz respeito ao ambiente
macroeconómico (4,2) e à eficiência no mercado de trabalho (4,0).
ÍNDICE DE COMPETITIVIDADE
Instituições
7
Inovação 6 Infra-estruturas
5
Sofisticação de 4 Ambiente
negócios 3 macroeconómico
2
1 Angola
Dimensão do Saúde e Educação
0
mercado primária Economias em transição
COMÉRCIO
Angola posiciona-se como um parceiro cada vez mais relevante no que diz respeito à relação
com Portugal a nível comercial, sobretudo enquanto cliente.
Observando os produtos que mais têm sido exportados para Angola, percebe-se que, ao longo
dos anos, existe um padrão comum. No quadro que se segue, evidenciam-se os cinco grupos de
produtos que estão no topo e fundo das exportações.
TABELA 5 - EXPORTAÇÕES DE PORTUGAL PARA ANGOLA POR GRUPOS DE PRODUTOS
Grupos de Produtos 2006 (103 EUR) 2009 (103 EUR) 2010 (103 EUR)
Grupos de Produtos 2006 (103 EUR) 2009 (103 EUR) 2010 (103 EUR)
13. Vestuário 0 0 5
14. Calçado 4 1 1
Embora ainda elevado e positivo para Portugal, este é o valor mais baixo dos últimos 5 anos
que, em 2009, chegou a atingir os 2,0 mil milhões de euros. O valor de 2010 representa um
coeficiente de cobertura de 339,8%. 33
3
TABELA 7 – TROCAS COMERCIAIS ENTRE PORTUGAL E ANGOLA (10 EUR)
Como cliente 8ª 6ª 4ª 4ª 5ª
Em suma, a balança comercial entre Portugal e Angola pode ser representada através da
seguinte representação gráfica:
2.000.000
1.500.000
1.000.000
500.000
0
2006 2007 2008 2009 2010 2010 Jan/Ago 2011 Jan/Ago
INVESTIMENTO
À semelhança do que se verifica no âmbito da transacção de bens e serviços, também no
domínio do investimento os fluxos registados demonstram uma importância crescente de
Angola enquanto parceira nacional. Ainda assim, 2010 ficou marcado por uma ligeira
desaceleração nos fluxos de investimento de e para Angola.
A acrescer a esta situação, o facto do nível de desinvestimento no país se ter cifrado em 459,3
milhões de euros, conduziu a um investimento líquido negativo de 232,5 milhões de euros.
140
120
100
80 Investimento
35
Desinvestimento
60
Líquido
40
20
0
2006 2007 2008 2009 2010
Tal como é visível na tabela a seguir apresentada, o sector da construção continua a ser aquele
para onde se dirigem mais fluxos de investimento, sendo também aquele no qual ocorrem os
maiores níveis de desinvestimento. Esta é, aliás, uma tendência que se mantém desde 2007.
TABELA 9 - INVESTIMENTO DIRECTO DE PORTUGAL EM ANGOLA, POR SECTORES DE ACTIVIDADE (EM MILHÕES DE
EUR)
2009 2010
Act. Consultoria, científicas e técnicas e act. Administrativas 5,9 31,0 4,4 7,0
e dos serviços de apoio
Comércio; repara. veículos automóveis; transp. e armaz.; 123,1 10,2 99,9 26,3
alojamento, restauração
36
Fonte: Banco de Portugal
Também no sentido inverso se tem denotado uma parceria crescente entre os dois países. O
fluxo de investimentos de Angola em Portugal entre 2006 e 2009 registou um assinalável
crescimento a rondar os 556%, passando de 17,6 milhões para 116,0 milhões de euros de
investimento bruto. No entanto, no ano de 2010, os valores do investimento directo de Angola
em Portugal voltou a cair para valores ligeiramente superiores a 45 milhões de euros.
140
120
100
80 Investimento
Desinvestimento
60
Líquido
40
20
0
2006 2007 2008 2009 2010
Tal como sucede com outros itens, o ano de 2010 marca uma inversão nesta tendência. Assim,
o sector da intermediação monetária manteve-se enquanto principal destino do fluxo de
investimento, mas as outras actividades cotaram-se enquanto segundo destino principal.
TABELA 10 - INVESTIMENTO DIRECTO ANGOLA EM PORTUGAL, POR SECTORES DE ACTIVIDADE (EM MILHÕES DE
EUR)
2009 2010
Act. Consultoria, científicas e técnicas e act. Administrativas 2,9 0,0 7,9 0,1
e dos serviços de apoio
Comércio; repara. veículos automóveis; transp. e armaz.; 17,5 0,2 0,2 0,2
alojamento, restauração
Neste ponto, iremos detalhar a rede de parceiros que Angola possui nestes três domínios,
visando perceber a dimensão internacional que Angola assume no panorama mundial.
COMÉRCIO
Dados disponibilizados pelo Instituto Nacional de Estatística Angolano indicam que o volume de
exportações decorridos entre o terceiro trimestre de 2011 e o período homólogo de 2010,
aumentaram em, aproximadamente, 28,7%, cifrando-se num total de 17.302 milhões USD.
China e Estados Unidos da América mantiveram-se enquanto os dois clientes mais importantes,
respectivamente, tendo-se registado uma alteração no que concerne o terceiro cliente mais
relevante. Se no terceiro trimestre de 2010 era o Canadá que assumia esse lugar, no mesmo
período de 2010 passou a ser a Índia.
Canadá
1.397 Milhões
USD – 8,1% França
521 Milhões USD
– 3,0% Itália China
Estados Unidos 6.188 Milhões
da América 892 Milhões USD
– 5,2% USD – 35,8%
2.777 Milhões
USD – 16,1%
Taiwan
Índia 1.306 Milhões
1.871 Milhões USD – 7,5%
USD – 10,8%
Angola
Entre o período de análise, Portugal passou da 2ª para a 1ª posição no que aos fornecedores diz
respeito, representando 19,9% do total das importações angolanas. Esta subida no ranking de
fornecedores ficou a dever-se a um aumento de 226,3 milhões USD ao nível das importações
com origem em Portugal.
A relação de proximidade crescente entre Angola e China traduz-se, também, no aumento que
se verificou no fluxo de importações entre ambos – 72 milhões USD. O incremento da aposta nas
importações com origem na China e a diminuição nos valores da parceria com outros países
conduziu a que este país asiático seja o segundo principal fornecedor angolano.
39
Reino Unido
139,3 Milhões
USD – 3,2%
Holanda
432,3 Milhões
USD – 9,8%
Portugal China
Estados Unidos 831,1 Milhões
França
da América 145,9 Milhões 471,0 Milhões
USD – 19,9% USD – 10,7%
336,5 Milhões USD – 3,3%
USD – 7,7%
Angola
Dados de 2010 revelam que Angola foi o país africano de língua oficial portuguesa que mais
investimento directo estrangeiro (IDE) recebeu. Apesar disso, estes fluxos baixaram cerca de
15% em relação ao ano transacto. De acordo com o “World Investment Report 2011” da agência
das Nações Unidas para o Comércio e Investimento (UNCTAD), o IDE em Angola passou dos 11,6
mil milhões de dólares (aproximadamente 8,044 mil milhões de euros) em 2009, para os 9,9 mil
milhões de dólares (6,852 mil milhões de euros) no ano seguinte.
Apesar da contracção em termos absoluto que se registou no último ano, estes valores
equivalem a 200,9% do total da formação bruta de capital fixa (FBCF) em 2009, e 221,8% em
2010 o que traduz a importância do IDE que Angola recebe. Na verdade, os valores tornam-se
ainda mais significativos quando comparados com o de outros países uma vez que o fluxo de IDE
em Angola é:
POLÍTICO-INSTITUCIONAIS
Para além dos parceiros políticos e institucionais com os quais Angola mantém contacto,
importa igualmente perceber as organizações nas quais o país se encontra inserido e que
conduzem a um estreitar de relações com alguns países.
Comunidade para o Desenvolvimento da África África do Sul, Angola, Botswana, Ilhas Maurícias,
Austral Lesoto, Madagáscar, Malawi, Moçambique,
Namíbia, República Democrática do Congo,
Seicheles, Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia e
Zimbabué
Organização dos Países Exportadores de Petróleo Angola, Argélia, Líbia, Nigéria, Venezuela,
Equador, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos,
Irã, Iraque, Kuwait, Catar
Conferência das Nações Unidas para o Comércio e 194 países, incluindo Angola
o Desenvolvimento
Comunidade dos Países de Língua Oficial Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau,
Portuguesa Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e
Timor-Leste (enquanto membros); Guiné
Equatorial, Maurícia e Senegal (enquanto
observadores)
REGIME DE IMPORTAÇÃO
1º QUAIS AS RESTRIÇÕES ÀS EXPORTAÇÕES PARA ANGOLA?
A pauta aduaneira de Angola tem por base o Sistema Harmonizado de Designação e Codificação
de Mercadorias (SH). Desde Setembro de 2008 que entrou em vigor uma nova pauta onde se
estipula a isenção de pagamento de impostos sobre a importação de matérias-primas, de bens
de equipamentos e bens intermédios para a indústria, bem como uma redução das taxas sobre
58 categorias de bens básicos. Registou-se igualmente um acréscimo das tarifas em 33
categorias de produtos variados.
43
Relativamente aos direitos “ad valorem”, a taxa máxima dos produtos importados mantém-se
nos 30% (por exemplo nos produtos de joalharia) e a mínima nos 2% (ex: cereais).
São várias as organizações/bancos aos quais o investidor se pode dirigir, entre os quais:
Ministério do Comércio
Av. 4 de Fevereiro
Luanda
Tel.: 244-222-310 626 | Fax: 244-222-310 335
E-mail: gab.min.com@ebonet.net | http://www.angola-portal.ao/MINCO
Agro-pecuária;
Indústria transformadora;
Pesca;
Construção civil;
Saúde e educação;
Transportes e respectivas infra-estruturas.
Por outro lado, as zonas de desenvolvimento referenciadas são:
De referir que só são abrangidos pelo regime em apreço os projectos que atinjam um valor
mínimo de USD 100.000 (no caso de capital externo), sendo os restantes casos regulados por
legislação própria. 47
Existem 2 regimes processuais de apresentação de projectos de investimento:
Regime de Declaração Prévia – quando se trate de investimentos entre USD 100 mil e 5
milhões, a proposta é apresentado à Agência Nacional de Investimento Privado (ANIP);
Regime Contratual – para investimentos de valor superior a USD 5 milhões;
independentemente do valor, em áreas sujeitas a concessão temporária, ou quando
exista a obrigatoriedade de participação do sector empresarial público. No caso de
regime contratual, compete ao Conselho de Ministros a aprovação dos projectos.
9º ACORDO RELEVANTES
Prós Contras
- Economia diversificada e em crescimento, - Reduzido nível de transparência;
gerando oportunidades de crescimento em vários
sectores;
- Boas margens em alguns negócios; - Mão-de-obra pouco qualificada;
II
PARTE
OPORTUNIDADES DE
NEGÓCIO
1.INTRODUÇÃO
1.1 Enquadramento:
BASE PARA IDENTIFICAÇÃO DE OPORTUNIDADES RELEVANTES DE NEGÓCIO 1.2 Objectivos do estudo
PARA PME NACIONAIS. 1.3 Estrutura do estudo
3. ANGOLA: CRESCIMENTO
ACENTUADO
3.1 Indicadores Chave
3.2 Perfil Geral
3.3 Situação Económica
PARTE I: Enquadra
3.4 Caracterização do tecido
empresarial
3.5 Estádio de Desenvolvimento
50
e Índice de Competitividade
3.6 Relações bilaterais
Portugal/Angola
3.7 Parceiros comerciais, de
investimento e político-
institucionais
3.8 Condições Legais de Acesso
ao Mercado
3.9 Síntese Estratégica
4. DESPISTE DE OPORTUNIDADES
4.1 Oportunidades de negócio
no mercado angolano
Está localizada numa das regiões mais dinâmicas da economia mundial e com grande potencial
de aceitação de bens e serviços diversos, vivendo uma fase de reestruturação, com intensa
procura por produtos, serviços e investimentos.
Embora com as suas limitações e contrariedades, tem uma série de oportunidades que já têm
vindo a ser exploradas por várias empresas e que, no futuro, poderão continuar a ser
aproveitadas. Em ano de eleições (Setembro de 2012), essas oportunidades parecem ser ainda
maiores, uma vez que os vários ministérios, governos provinciais e demais organismos estatais
estão financeiramente dotados para apostar em projectos com visibilidade reconhecida.
Apesar de ser uma natural vantagem face a outros concorrentes no mesmo mercado, a língua
portuguesa não deve ser encarada enquanto garante de sucesso. Na verdade, a dimensão
cultural entre Portugal e Angola apresenta óbvias diferenças que podem condicionar o êxito do
51
investimento português no país. Só com a correcta avaliação de todas as dimensões que estão
subjacentes a um processo de investimento externo ou de exportação, será possível caminhar
no sentido do êxito. De facto, a entrada no mercado angolano não pode ser vista como uma
oportunidade de curto prazo e, assim, as empresas que o pretendam fazer deverão ter
projectos viáveis de médio/longo prazo, arranjar parceiros credíveis e capacidade para
investir.
É numa lógica integrada que o mercado africano, e mais concretamente o mercado angolano,
deverá ser perspectivado. Cabe aos empresários portugueses saber aproveitar as oportunidades
que possam surgir neste grande mercado.
Aqui fica uma listagem das grandes oportunidades de investimento que, actualmente, se
podem identificar neste mercado:
PETRÓLEO
Em Angola, o crescimento da economia está quase todo suportado na produção de petróleo,
continuando este a ser o principal motor do país. O controlo do sector petrolífero é,
actualmente, assegurado por um grupo multinacional detido pelo Governo angolano, sendo que
as empresas norte-americanas representam mais de metade do investimento em Angola.
Neste contexto, importa sublinhar as oportunidades que surgem de novas indústrias a montante
– fertilizantes e plásticos.
AGRICULTURA E PESCAS
O território angolano contém recursos naturais na agricultura, na silvicultura e nas pescas.
Estes são sectores considerados prioritários por parte da ANIP – Agência Nacional para o
Investimento Privado em Angola.
Apesar das boas condições naturais que apresenta, devido às chuvas irregulares, à falta de
melhores instalações e infra-estruturas para actividades agrícolas, bem como à falta de
indústrias, o sector agrícola apresenta grandes debilidades estruturais, ainda que tenha imenso
potencial.
Assim, graças à sua extensa rede hidrográfica, ao ambiente diversificado e às imensas terras
cultiváveis, Angola tem um enorme potencial para a produção de culturas tropicais e
subtropicais. Entre outras oportunidades, estão as seguintes: terra, água e clima; cultivo de
vegetais, frutas, cereais, algodão, oleaginosas, entre outras.
No domínio das pescas, importa sublinhar que Angola conta com enormes recursos numa costa
de 1.300km e 200 milhas.
Entre os projectos de grande impacto no curto e médio prazo:
Subsistem grandes carências, nomeadamente no que diz respeito a estradas, ferrovias, pontes,
aeroportos, escolas, hospitais e habitações. À semelhança do sector de agricultura e pescas,
este é outro dos sectores considerados prioritários pela ANIP. Entre as infra-estruturas que a
própria Agência cita como prioritárias estão as rodoviárias, as ferroviárias, as portuárias e as
aeroportuárias.
Estradas:
o Mais de 2.500 km;
o Investimentos de melhoria nas rotas Namíbia/RSA e Norte de Angola/RDC;
o A primeira auto-estrada em direcção à Namíbia/África do Sul.
Comunicações:
o Maior eficiência em 2012 com satélite próprio;
o Conclusão das linhas de fibra óptica;
o Satélite de exploração mineral;
Energia:
o 75 micro hidroeléctricas;
o 200 mil barris de petróleo/dia para projectos;
Caminhos-de-ferro:
o Conclusão de Benguela em 2012 com acesso a RDC e Zâmbia e destinado
também à logística das regiões diamantíferas das Lundas;
Portos:
o Novo Porto de Luanda (Barra do Dande);
o Novo Porto de Cabinda;
o Expansão do Lobito;
o Expansão do Namíbe;
o Portões marítimos de Luanda para navegação de cabotagem.
Novos aeroportos:
o Conclusão de Luanda;
o Conclusão de Catumbela (Benguela)
Programa “1 Milhão de casas”
SERVIÇOS DIVERSOS
Embora o mercado angolano em geral tenha vindo a assumir uma cadência de crescimento e
um caminho claramente ascendente, ainda persistem sérias carências em alguns domínios, 53
nomeadamente:
BANCA E SEGUROS
O sistema financeiro em Angola é ainda muito recente. No entanto, já conta com uma forte
presença portuguesa dos principais bancos nacionais. O facto de ser algo relativamente recente
reflecte-se na percentagem da população que tem uma conta bancária – dados de 2009
indicavam que apenas 5% do povo angolano possuía conta bancária.
SECTOR MINEIRO
Angola é um país conhecido pela riqueza dos seus recursos naturais. É fonte de pedras
preciosas de qualidade reconhecida a nível mundial e Luanda é uma das mais importantes e
prósperas regiões produtoras de diamantes do mundo. A produção de diamantes atingiu, em
2007, cerca de 9,7 milhões de quilates.
Estudos recentes apontam para que o subsolo angolano contenha 36 dos 45 minerais mais
importantes no comércio mundial, traduzindo bem a riqueza do mercado angolano. Possui
grandes recursos, muitos ainda não conhecidos e não explorados como o ferro, o manganês, o
ouro, o calcário, os fosfatos, os mármores e o granito.
BENS DE CONSUMO
Devido às fortes carências que algumas indústrias ainda apresentam, as importações continuam
a ter forte representatividade na economia angolana, nomeadamente no que concerne aos
géneros alimentícios. O país importa uma porção significativa das suas necessidades
alimentares e é precisamente isso que o Governo pretende contrariar, incentivando o sector
agrícola angolano a diminuir a dependência das importações alimentares.
Os investimentos em supermercados e alimentos são extremamente necessários.
TURISMO
Angola oferece uma diversidade paisagística que lhe permite ser um país com um enorme
potencial no que diz respeito a este sector. Existem várias alternativas de turismo tais como
praias, rios e montanhas, oferecendo todos os tipos de pesca, caça e parques naturais.
No entanto, apesar do potencial que possui, existem centenas de hotéis localizados em Angola
a necessitar de obras de restauração ou reconstrução, sendo ainda a promoção do turismo
fortemente prejudicada devido à falta de infra-estruturas adequadas.
54
SECTORES GOVERNAMENT AIS
É da exclusiva responsabilidade do Governo de Angola o desenvolvimento e a manutenção das
seguintes áreas de investimento:
Produção, distribuição e venda de equipamento militar;
Banco Central e assuntos ligados à moeda nacional;
Propriedade e administração de estruturas portuárias e aeroportuárias.
PARTE
NEGÓCIO
1.INTRODUÇÃO
1.1 Enquadramento:
PRETENDE-SE FORNECER UM CONJUNTO DE INFORMAÇÕES ÚTEIS E 1.2 Objectivos do estudo
PRÁTICAS, CAPAZES DE FACILITAR O DESENVOLVIMENTO DE NEGÓCIOS EM 1.3 Estrutura do estudo
ANGOLA.
VISA AUMENTAR O CONHECIMENTO EM DIMENSÕES POR VEZES 2.UMA VISÃO GLOBAL
DESCONSIDERADAS MAS QUE ASSUME GRANDE RELEVÂNCIA NUM PROCESSO 2.1 O Mundo em números
2.2 Tendências globais
DE INTERNACIONALIZAÇÃO. 2.3 O salto subsariano?
3. ANGOLA: CRESCIMENTO
ACENTUADO
3.1 Indicadores Chave
3.2 Perfil Geral
3.3 Situação Económica
3.4 Caracterização do tecido
empresarial
3.5 Estádio de Desenvolvimento
e Índice de Competitividade
3.6 Relações bilaterais
55
Portugal/Angola
3.7 Parceiros comerciais, de
PARTE I: Enquadra investimento e político-
institucionais
3.8 Condições Legais de Acesso
ao Mercado
3.9 Síntese Estratégica
4. DESPISTE DE OPORTUNIDADES
4.1 Oportunidades de negócio no
mercado angolano
Os conflitos pelos quais o país passou durante longos anos, bem como o estado pouco
democrático no qual o país era governado, conduziram à perda de competitividade e, em
muitos casos, eficiência, em vários domínios. Tal situação está bem evidente nos indicadores
acima apresentados.
Num total de 183 países que englobam o estudo “Doing Business in Angola, 2011”, apenas num
indicador – protecção aos investidores – o país se encontra dentro da primeira metade. No
sentido oposto, sublinha-se a dificuldade de resolver os contratos em tribunais já que, neste
domínio, ocupa o lugar 181 de 183. De acordo com o relatório, são necessários 46
procedimentos, 1.011 dias e um custo de 44,4% do valor da queixa para ver um contrato
cumprido com recurso aos tribunais. Nos últimos quatro anos, nada tem sido efectuado para
melhorar esta situação negativa. Detalhando o que anteriormente já foi exposto, percebe-se
como se desenrola todo este processo em Angola e o atraso que (ainda) possui relativamente a
outras regiões.
No esquema que se segue, evidencia-se o percurso que é necessário seguir para iniciar a
actividade empresarial em Angola.
FIGURA 17 - INICIAR ACTIVIDADE EM ANGOLA: PROCEDIMENTOS E DIAS NECESSÁRIOS
3. Verificar os documentos da
4. Obter o NIF no Guichet Unico
empresa no Guichet Unico (1
(1 dia);
59
dia);
Custo: as taxas estão incluídas
Custos: as taxas estão incluídas
no próximo procedimento
na empresa
À semelhança do que acontece com os costumes, com a cultura, com as tradições e com a
própria organização territorial – que variam de país para país -, também no que concerne à
forma de negociar é importante atentar nas especificidades de cada mercado.
Uma vez que os angolanos importam quase tudo o que consomem, é importante levar para as
reuniões empresariais o maior número de informações possíveis quer da empresa, quer dos seus
produtos. Caso haja um comprovativo de certificação – do produto ou da empresa – será uma
mais-valia adicional. Estes factos tornam-se ainda mais relevantes se tivermos em consideração
o facto de Angola ter um vasto conjunto de fornecedores e, como tal, ser extremamente
importante a diferenciação através da inovação, de estratégias de marketing, de
merchandising, entre outras. Neste contexto, folders e outros materiais impressos que
apresentem a empresa, as fotos da organização, entre outras, são muito bem aceites
localmente.
Embora haja semelhanças no que diz respeito ao idioma, Portugal e Angola são povos bastante
distintos nos mais variados aspectos, inclusivamente na forma de negociar. Assim, é importante
obedecer a um conjunto de requisitos fundamentais que contribuam para conquista a confiança
dos interlocutores:
Uso de fato, de preferência discreta mas com boa apresentação é muito importante
uma vez que o negociador sentir-se-á prestigiado;
Apresentações deverão ser informais e simpáticas, sendo o momento ideal para troca
de cartões (que deverão conter o máximo de informações possíveis);
Deixar clara a intenção e apresentar as informações da proposta de negócio de forma
isolada, por partes e de forma tranquila;
Utilizar pelo lado positivo o facto do povo angolano apreciar muito a cultura
portuguesa nos mais variados aspectos. Por outro lado, será importante recolher
informações sobre Angola já que o desconhecimento poder-se-á tornar constrangedor;
Caso a negociações chegue a bom-porto, é necessário estar preparado para os aspectos
burocráticos – por diversas vezes, poderá ter que se enfrentar um ambiente com
regulamentações confusas e uma máquina governamental também ela complexa. 60
Manter a tranquilidade é, assim, fundamental, uma vez que há sempre perspectivas de
negócios num país altamente importador como o angolano.
3) Reuniões empresariais
Normalmente, a primeira reunião é usada para se conhecer melhor os intervenientes e
pode-se, inclusivamente, nem falar de negócios. Tal como referido anteriormente, os
angolanos preferem negócios com pessoas que conhecem e confiam e, portanto, a
reunião é frequentemente usada para determinar se a pessoa é o tipo com quem eles
gostariam de realizar negócio.
As reuniões não são sempre tão privadas como em muitas outras culturas. Na verdade,
pode inclusivamente dar a sensação de haver várias reuniões na mesma sala e as
agendas não fazem parte da cultura empresarial. É importante que não se retire o
casaco do fato, a menos que seja convidado a fazê-lo pois isso é visto como demasiado
casual.
5.3 DEZ DICAS PRÁTICAS PARA VENDER E INVESTIR EM ANGOLA
62
poderão beneficiar de incentivos. Ainda assim, a concessão do incentivo carece sempre de
análise e aprovação casuística do projecto por parte do Ministério das Finanças.
Num relatório publicado pela AICEP, é aconselhado o estabelecimento do negócio nas cidades
do Huambo, Uíla ou Benguela, onde já existem infra-estruturas rodoviárias e ferroviárias,
consumo privado, capacidade produtiva instalada e mais de 1 milhão de habitantes.
Devem ainda ser obtidos comprativos dessas qualificações, de que não possui antecedentes
criminais nem é portador de nenhuma doença infecto-contagiosa que o impeça de prestar
trabalho para Angola. 63
9. COMO RESOLVER A QUESTÃO DOS VISTOS?
Os vistos de trabalho constituem-se, não raras vezes, como um sério entrave à prossecução dos
negócios em Angola. Assim, este é um requisito que convém ser tratado com tempo uma vez
que o prazo de processamento é de, pelo menos, 45 dias a contar do dia da recepção do
pedido.
Pode dirigir-se aos serviços consulares locais já que estão autorizados a emitir vistos comuns e
de trabalho. Em todo este processo que tem um tempo de conclusão significativo, é preciso
ainda ter em consideração que o serviço consular tem de enviar o pedido para a Direcção de
Emigração e Fronteiras de Angola.
Ter em atenção que entre a saída da mercadoria de Angola e a sua entrega ao cliente
podem mediar meses;
Saber que o pequeno retalho, os mercados municipais e o comércio grossista, são
prioridades do governo na organização do comércio interno;
Saber que Angola necessita, cada vez mais, de soluções técnicas e não tanto de
contentores com mercadorias;
Conhecer as faltas de resposta da indústria transformadora local.
5.4 O QUE É IMPORTANTE TER EM CONTA NUMA RELAÇÃO NEGOCIAL COM O
MERCADO ANGOLANO
Assim,
3. Incentivos Fiscais
Zona A:
o Investimento superior a 50 milhões de dólares ou gerador de um mínimo de 500
postos de trabalho;
Zonas B e C:
o Investimento superior a 20 milhões de dólares ou gerador de um mínimo de 500
postos de trabalho.
TIPOS DE INCENTIVOS
Deduções à matéria colectável;
Deduções à colecta;
Amortizações e reintegrações aceleradas;
Crédito fiscal;
Isenção e Redução de taxas de impostos;
Contribuições e direitos de importação;
Deferimento no tempo do pagamento de impostos.
67
PRINCIPAIS IMPOSTOS
Os principais impostos em Angola estão presentes na tabela seguinte:
Imposto Taxa
Imposto Industrial 35%
Imposto de consumo Até 30%
Impostos aduaneiros Até 30%
Imposto Predial Urbano 30%
Sisa 10%
Imposto de Selo 0,5%-1%
Imposto sobre o Rendimento do Trabalho Até 17%
Fonte: Pricewaterhouse Coopers
68
Zona A: Zona B:
Imposto Industrial – 8 anos; Imposto Industrial – 12 anos;
Direitos Aduaneiros – 3 anos; Direitos Aduaneiros – 4 anos;
Imposto Aplicação Capital – 5 anos Imposto Aplicação Capital – 10 anos
Zona C:
Imposto Industrial – 15 anos;
Direitos Aduaneiros – 6 anos;
Imposto Aplicação Capital – 15 anos
72
6. C ONSIDERAÇÕES F INAIS
75