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1. Introdução
b) Fixação estável – A estabilização das fraturas deve ser estável o suficiente para
suportar as demandas biomecânicas locais, podendo ser obtida a partir de várias
técnicas e tipos de implantes, desde que bem aplicados. Para tanto, esta fixação pode
ser de estabilidade absoluta, ou seja, aquela que não permite movimentação no foco
de fratura, ou relativa, que por outro lado permite tais movimentos. A primeira é
obtida a partir do princípio de fixação interfragmentária, que pode ser estática como
nos casos de parafusos de tração e placas ou dinâmica a partir das bandas de tensão. A
segunda possui nas osteossínteses com haste intramedular e placas em ponte, seus
maiores exemplos.
c) Preservação do suprimento sanguíneo – Este conceito está cada vez mais atual,
visto que a importância das partes moles na consolidação das fraturas é bastante
valorizada. Desta forma é fundamental a execução de uma técnica o mais atraumática
possível, no que tange aos tecidos perifraturários, evitando grandes dissecções e
manipulações dos fragmentos ósseos. Tais cuidados diminuem sobremaneira a
incidência de complicações como infecção, retardo de consolidação, pseudartrose,
deiscência de pele, etc.
2. Tipos de Osteossíntese
a) Estabilidade absoluta
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Figura 6 – Parafuso de compressão através de placa de suporte em fratura por cisalhamento de uma
representação de platô tibial. Note que a placa exerce um efeito anti-deslizante ao fragmento fraturado,
funcionando como uma escora.
Figura 7 – Desenho esquemático mostrando compressão axial com o uso de parafusos excêntricos em
placa do tipo DCP. Note que a compressão ocorre essencialmente na cortical próxima à placa.
Figura 8 – Desenho mostrando compressão da cortical próxima à
placa evidenciando abertura da cortical oposta
Técnica patela: Suas diferenças básicas são o fato de que os fios de Kirschner são
passados paralelos no terço anterior, não havendo a necessidade portanto de fixação
na cortical e o fio de aço é contorna as extremidades proximais e distais dos fios de
Kirschner, logo este não transfixa o osso. (figura 12)
Figura 12 - Radiografia em perfil do joelho, mostrando banda
de tensão para tratamento de fratura de patela.
a.6) Placa em banda de tensão – Assim como no item anterior, nesta técnica a
estabilidade também é obtida de forma dinâmica. As placas exercem tal função
quando colocadas na face de tensão do osso, como na face lateral do fêmur, ântero-
medial ou ântero-lateral da tíbia, posterior do úmero, posterior da ulna e dorso-lateral
do rádio. São importantes principalmente nos ossos cujo eixo de carga difere do eixo
anatômico e são submetidos a forças axiais, como é o caso em especial do fêmur. Nas
fraturas do membro superior, do úmero e ossos do antebraço, os quais não são
submetidos a intensa carga axial e sim rotacional, eventualmente podem ser colocadas
nas demais faces mesmo não sendo as de tensão. (figura 13)
Figura 13 – Desenho de placa colocada na face lateral do fêmur funcionando como banda de tensão,
ocorrendo tensão lateral compressão da cortical medial.
b) Estabilidade relativa
A estabilidade relativa tem sido cada vez mais usada, mesmo porque esta
normalmente implica em abordagens menos invasivas, sendo preferida classicamente
nos casos de fraturas cominutivas, porém com a evolução das técnicas e implantes tais
indicações abrangem atualmente as fraturas metafisárias e diafisárias do esqueleto,
mesmo de traços simples. Sua característica principal consiste em permitir mobilidade
no foco e desta forma estimular a formação de calo ósseo, logo não há necessidade de
que seus pontos de fixação estejam próximos ao foco. Seus principais exemplos são:
b.1) Fixação externa – Apesar dos diferentes tipos de fixadores e montagens, estes
implantes na maioria dos casos proporcionam estabilidade relativa. O padrão de
rigidez é definido por vários aspectos, como:
- Pinos de schanz: Número, disposição ao longo do osso, proximidade do foco de
fratura e diâmetro.
- Barras: Número, proximidade ao osso.
- Montagem: uniplanar, biplanar, circular.
Sua aplicabilidade é bastante ampla e versátil, com especial destaque para os
politraumatizados, polifraturados, infecção associada e nas fraturas com grandes
lesões de partes moles. Podem também ser usadas para ligamentotaxia, bem como
para reconstruções, transportes e alongamentos ósseos. (figura 14)
Figura 14 - Radiografias em AP e perfil da perna, revelando fratura exposta
da tíbia tratada com fixador externo biplanar.
3.2 – Placas em ponte – Devem ser feitas, sempre que possível com acessos
segmentares, que com a evolução e maior domínio da técnicas, estão cada vez
menores, tanto que recentemente tem sido utilizado o termo “placa percutânea“,
correspondendo a acessos realmente pequenos para introdução da placa, associados a
pequenos orifícios, suficientes para a introdução dos parafusos. Para tanto são
necessárias placa maiores, a fim de permitir maior movimentação no foco de fratura e
melhor distribuição das forças ao longo do implante. Uma vez que o método visa
estabilidade relativa, a utilização de placas largas e portanto mais rígidas, com
exceção do fêmur, deve ser evitada. O número e disposição dos parafusos é outro
fator que deve ser considerado nesta método, de tal sorte que no fêmur, considera-se
que três parafusos de cada lado são suficientes. Enquanto que no úmero e na tíbia dois
parafusos alternados nas extremidades têm mostrado bons resultados, embora existam
alguns autores que defendam a introdução de um terceiro parafuso.