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Capítulo 1

A metodologia do diagnóstico da personalidade pode ser estruturada a partir de quatro principais


componentes, a saber:

1- Estruturação do processo diagnóstico;


2- Observação, investigação e exploração;
3- conteúdos e
4- Formas de pensamentos clínicos.

1- Estruturação do processo diagnóstico

O contexto do diagnóstico da personalidade é constituído entre outras coisas, por por múltiplos
elementos. Mencionamos alguns dos exemplos que surgem mais frequentemente: Identificação do
paciente, enquadramento da atividade diagnóstica, entrevistas e outras técnicas de investigação
clínica da personalidade, anamnese, relações psicólogo-paciente, testes psicológicos, exames
adicionais e complementares, apreciações e avaliações do material, integração dos dados,
Conclusões diagnósticas, orientações, encaminhamentos, indicações terapêuticas, parecer
psicológico, relatórios, acompanhamento, etc.

Na prática clínica, ao realizar um diagnóstico da personalidade, o psicólogo opta por determinada


organização dos elementos, constituindo, assim, um processo diagnóstico. Este processo, que pode
variar de caso para caso atendido pelo mesmo profissional, é pois a forma assumida pela
organização e estruturação dos alimentos presentes em determinado estudo da personalidade. Isto
significa que o processo diagnóstico, podendo ser estruturado de diferentes maneiras, comporta uma
metodologia de sua estruturação. Considerações a respeito da estruturação de um em conta, por
exemplo, o ponto em que se inicie o processo, os objetivos aqui o diagnóstico se propõe, os passos
que se dão para tingidos, a orientação a ser seguida, os modelos em que se baseia, etc.

As diferentes maneiras de estruturar seu processo diagnóstico condicionaram o aparecimento de


vários tipos de processos a saber, processos de tipo psicométrico, processos de tipo psicanalítico,
processos que reproduzem o modelo médico, de tipo comportamental, de tipo de escalas
diagnosticas e Processos de tipo compreensivo.

Processos de tipo compreensivo

Estes processos definiram-se mais recentemente na psicologia clínica, embora possuam


características e identidade própria, geralmente incluem partes de um ou mais processos
anteriormente apontados. Objetiva uma compreensão psicológica globalizada do paciente e não
apenas, aspectos ou partes que corresponde a determinados testes psicológicos. A ênfase nesse
enfoque reside no julgamento clínico derivado do conhecimento amplo da personalidade do
paciente obtido pelos vários meios disponíveis: Entrevista, observações, testes psicológicos
objetivos, testes psicológicos usados como forma de entrevistas, procedimentos intermediários entre
testes psicológicos e entrevistas, exames complementares, etc.

A anamnese e a exploração clínica da personalidade constituinte as pedras angulares desses


processos, com especial referência a comunicação direta e indireta do paciente e as relações
paciente-psicólogo. Neles, o psicólogo depende da sua experiência clínica e necessita contar com o
melhor da sua formação profissional e humanística. As conclusões do diagnóstico representam
integrações de vários elementos e partes, em todos os níveis altos as grandes linhas de composição
do diagnóstico abrange as dinâmicas intrapsíquicas, entre familiares e sócio culturais, como forças e
conjuntos de forças em interação, que resultam em desajustamentos individuais. Os dinamismos de
desenvolvimento e maturação do indivíduo são também considerados nesses processos tanto do
ponto de vista do desajustamento quanto da normalidade.

São exemplos de fatores estruturantes encontrados, principalmente nos processos de tipo


compreensivo:

a-Objetivo de elucidar o significado das perturbações : Há sempre motivos para o paciente


buscar o trabalho especializado do psicólogo. Às vezes é difícil, no emaranhado dos
acontecimentos, localizar aquilo que está fazendo uma pessoa sofrer, isto porque nem ela própria o
sabe dizer abertamente. O objetivo a alcançar é, se possível, a elucidação dos determinantes das
perturbações. Um estudo da personalidade, em psicologia clínica, tem sentido se não se evadir da
elucidação daquilo que leva o paciente a procurar atendimento. Suas conclusões devem especificar
os pontos nadais dos desajustamentos e seus significados, em termos não de causas remotas e gerais
e, sim, de relações imediatamente distinguíveis que permitam definir objetivos terapêuticos.
Devem, assim, oferecer meios para este tipo de interferência, bem como para orientações,
encaminhamentos e outras providências. As conclusões diagnósticas, porém, não são fixas e
imutáveis. Correspondem a constelações de fatores que estão presentes sob dadas circunstâncias e
que podem se alterar. O ser humano não e um objeto cristalizado que permanece sempre idêntico a
si mesmo, ele está sempre em mudança.

b) Consideração de conjunto: Cada caso clínico apresenta o seu contexto específico.


Consideramos como contexto o conjunto de todos os elementos, dados, informações, etc., presentes
em determinado estudo diagnóstico. Esta totalidade inclui tanto os elementos de observação,
entrevistas e testes psicológicos, como os elementos subjetivos do profissional (impressões,
sentimentos, pensamentos etc). Um detalhe é apreciado em função desse contexto, e as hipóteses
diagnosticas levam em conta a totalidade dos dados. O contexto abrange os princípios de
estruturação do processo e é, ele próprio, um elemento estruturante.

Ele orienta a observação e a investigação; é fonte de criação de hipóteses, auxilia na discriminação


entre elementos principais e secundários, permite verificar se interpretações ou inferências são ou
não adequadas, define o campo para os conteúdos e as formas de pensamentos clínicos etc. As
conclusões diagnosticas são, também, formuladas com base em considerações de conjunto, pela
ponderação, isolamento, seleção, posição relativa, etc., dos elementos do contexto. Para que um
contexto diagnóstico adquira significados, é mister que seja fecundado com pensamentos clínicos.

c) Seleção de aspectos centrais e nodais : O contexto de um particular estudo de caso é composto,


como vimos, por elementos cuja heterogeneidade pode logo saltar à vista. Se o objetivo do
profissional é alcançar conclusões diagnosticas, como lidar com esses elementos que têm a
aparência de multiplicidade, de desordem, de caos e que despertam angústias no psicólogo? A
resposta, aparentemente, é simples. Não são quaisquer dados que servem às finalidades do
psicólogo: impõe-se uma escolha seletiva. Ele reconhece e focaliza aqueles dados e aspectos que
são fundamentais, distinguindo-os dos incidentes. Ou seja, discrimina no contexto os fatos
principais dos fatos secundários, descobrindo, assim, os elementos relevantes, os fatores básicos, as
partes prevalentes, os fatos nodais e essenciais. Isto significa que o diagnóstico da personalidade
não é constituído pela descrição feita às cegas de todos os elementos e dados encontrados. Há
fatores, fatos e partes que dão sentido e coesão ao diagnóstico, que são os centrais e nodais, cuja
presença pode ser percebida no contexto. As vezes, um elemento aparentemente mínimo pode, ao
ganhar uma posição central revelar-se como catalisador da estruturação do processo e determinante
de pensamentos clínicos.
A escolha seletiva leva-nos a considerar o diagnóstico da finalidade com uma situação estruturada
para compreender e descrever o que é relevante e significativo na personalidade do indivíduo, em
função dos propósitos de elucidar aquilo que ocasionou a procura do atendimento. A seletividade,
por sua vez, supõe que o psicólogo saiba discernir o que é significativo do que não é para isto ele
necessita usar de sua experiência profissional e pessoal, de conhecimentos psicológicos, a
capacidade de pensar lidando com os dados e de extrair do contexto do caso em foco todo material
que mais lhe chame a atenção, que apareça com prioridade, evidência ou intensidade, além de
muitos outros fatores.

2- Observação, investigação e exploração : trata-se de uma categoria abrangente de todos os


métodos e técnicas que visam obter dados e informações sobre o paciente com finalidades
diagnósticos estão compreendidos nesta categoria entrevista clínica, a observação clínica, testes
psicológicos e outras técnicas de investigação o estudo desses elementos constituem uma área a
parte na metodologia do diagnóstico da personalidade, em virtude dos elementos particulares que
apresentam.

A investigação diagnóstica pretende explorar fatos que não se acha claramente visíveis para atingir
as manifestações interiores dos fatos, é forçoso existir o espírito de pesquisa que não se contente
com a simples aparências existe explicações convencionais. A diretriz de todo pesquisador
interessado não pretender saber previamente aqui possa conduzir da observação, e não se apressar
em oferecer uma explicação. O psicólogo clínico procura examinar inúmeros setores da
personalidade através de métodos e técnicas especificamente elaborados para isso, sem perder de
vista a unidade e a totalidade do ser humano.

Entrevista clínica: É o principal recurso de que dispõe o psicólogo no exercício de sua atividade
merecendo por isso atenção especial do mesmo. A entrevista clínica, além de ser constituir em uma
situação disposta para a obtenção de informações sobre ocorrências externas, propicia a observação
de fenômenos nela própria emergentes (que se manifestam diretamente). Isso leva-nos a considerar
o papel da observação clínica.

Observação clínica: cada momento de contato com paciente é uma oportunidade que se apresenta
para a observação o paciente e seus familiares utilizam conscientemente e inconscientemente todo o
percurso do processo diagnóstico para comunicar o que é ou lhes parece relevante. É indispensável
para a sua eficácia que a observação seja seletiva, isto é que focalize pontos relevantes.

Exploração por testes psicológicos: Os testes psicológicos em diagnósticos da personalidade


podem ser utilizados de dois diferentes modos: a- Como formas auxiliares de entrevista e b-como
testes propriamente ditos.

a- Formas auxiliares de entrevistas: As técnicas projetivas são as que melhor se prestam a um uso
livre na clínica psicológica. Elas são introduzidas e integradas em situações de entrevista, para
facilitar a comunicação, elicitar associações livres e, especialmente com crianças, para criar uma
atmosfera favorável ao relacionamento e provocar o aparecimento de conteúdos inconscientes. A
compreensão de que esse é o papel das técnicas projetivas representa a tendência principal. Nesse
caso, a análise qualitativa de conteúdo, segundo se tem verificado, é mais útil do que as categorias
formais de avaliação.

b- Testes psicológicos: É preciso ter em mente que os testes são somente recursos com que o
psicólogo pode contar, em suas atividades e não o único método a ser utilizado. Não se pode extrair
dos testes o que eles não têm a oferecer ( que é dado por outros meios).

Outras técnicas de investigação clínica da personalidade:


Procedimento de desenhos-estórias este procedimento realiza uma série de desenhos livres
(cromático e acromático), como estímulo para que o sujeito conte uma história associada livremente
vivo logo após a realização de cada desenho. Tendo concluído cada desenho história, examinando
continua a força fornecer esclarecimentos (fase do inquérito) e o título da história. Destina-se Este
sentimento a quaisquer sujeitos de ambos os sexos na faixa etária de 5 a 15 anos,
independentemente de nível socio-econômico mental e cultural.

Jogo dos rabiscos: O examinador traça um rabisco no papel e pede para o sujeito fazer nele as
alterações que desejar, procurando dar forma a ele e fornecendo suas associações verbais. Depois
disso, ambos continuam alternadamente esse mesmo trabalho, desenhando e verbalizando.

Observação lúdica ou hora do jogo: Com os elementos essenciais contidos em uma sala destinada
a ludoterapia, ou seja, brinquedos, massas, jogos, etc. O procedimento recomenda deixar o sujeito
usar do tempo como quiser. Seu comportamento é observado geralmente sem a interferência do
profissional.

Observação, investigação e exploração não são atividades que se levem a cabo desordenadamente.
O aprofundamento da pesquisa deve ser realizado conjuntamente com a estruturação do processo
diagnóstico e a formulação dos pensamentos clínicos. Desde que haja um processo diagnóstico
estruturando-se ou estruturado a pesquisa insere-se nele. Não devem permanecer como um conjunto
de elementos desconectados entre si.

O background teórico e de experiências profissionais e pessoais representa um acervo útil a


observação e investigação no campo diagnóstico da personalidade, desde que por sua causa o
psicólogo não impeça sua liberdade e criatividade de observar e investigar um caso.

A tarefa de realizar um diagnóstico da personalidade tanto pode exigir a ampliação do campo de


investigação quanto sua redução, dependendo daquilo que está em jogo. Quando é que os dados se
mostram suficientes para concluirmos no estudo diagnóstico da personalidade? Pensamos que nosso
trabalho cessa quando captamos aquilo que é relevante e significativo, elucidando os propósitos da
procura do atendimento. Ou então quando nos vemos impossibilitado de prosseguir, por qualquer
motivo.

Conteúdos

Conteúdos são os dados; formas são as organizações desses dados. Ou, propriamente: Os conteúdos
são constituídos por termos que podem ser substituídos, enquanto que as formas tem caráter
permanente, aquilo que estrutura os conteúdos.

Os conteúdos são elementos variáveis de caso para caso clínico e permitem, caso concreto, a
realização da forma. Em diagnóstico da personalidade pode, com efeito, ocorrer que formas de
pensar rígidas, ou mesmo mecânicas, não leve em conta as exigências de novas estruturas que os
conteúdos apresentam. Na prática Clínica, a situação ideal na esfera dos Pensamentos clínicos é
aquela em que para cada caso, determinem sempre as formas evidenciando-se assim uma grande
flexibilidade e criatividade da parte de quem pensa. Dos múltiplos tipos de conteúdo que ocorrem
no contexto do diagnóstico da personalidade, os mais importantes são aqueles que se referem à
persoanlidade do paciente.

Como exemplos, podemos citar os seguintes: Conteúdos internos da vida mental do paciente;
conteúdos relativos ao ambiente do paciente (natureza e dinâmica das forças ambientais e das forças
incidentes sobre o paciente, psicopatologia da família situações de tensão e etc), conteúdos
históricos genéticos e históricos evolutivos (processos de maturação e desenvolvimento ,
regressões, de fixações, momentos de incidências psicopatológicas, etc); conteúdo das relações
psicólogo paciente; conteúdo des fatores socioculturais.

Capítulo 2: Apresentação das formas de pensamentos clínicos

O pensamento em psicologia é um pensamento científico. Isto significa que seus conceitos,


representações, etc, têm o propósito de atingir um objetivo que é o conhecimento científico,
utilizando-se de métodos particulares adaptados ao seu objeto de estudo.

Em diagnóstico da personalidade ele pode embarcar fatores como sentir, perceber, intuir entre
tantos outros fatores que lhe emprestam um largo alcance. O pensamento clínico em diagnóstico da
personalidade dá-se duas maneiras fundamentais: a- objeto que queremos conhecer gente está
presente, dado, b- O objeto não está presente, não é dado. As formas ou modalidade de
pensamentos clínicos em diagnósticos da personalidade são os diferentes caminhos ou vias que
houve que o pensamento percorre em suas tentativas de diminuir a distância que existe entre os
problemas e as verdadeiras respostas a respeito daquilo que está acontecendo com o paciente
(provocando-lhe desajustamentos, perturbações e sofrimentos).

Não há uma única e sim várias formas ou modalidades de pensamento conduzir-se, considerando-se
a finalidade de realização do diagnóstico da personalidade. Na verdade, a forma em diagnóstico da
personalidade contém elevado grau de liberdade. O aparecimento de uma forma específica de
pensar, em face de um caso clínico, é decorrente de grande numero de determinantes em ação e da
interação entre eles. De modo geral, há uma resultante da estruturação desses determinantes, cujas
as operações em partes desconhecemos.

Capítulo 3 – Apreensão de objeto presente, dado.

Quando o psicólogo se propõe a realizar um estudo diagnóstico, a observação clínica impõe-se fator
fundamental do trabalho. O nível de desenvolvimento deste instrumental primário do psicólogo
determine as suas possibilidades de estabelecer contato real com o paciente.

O processo perceptivo possibilita a apreensão de uma totalidade organizada e dinâmica. Embora o


objeto observado possa ser complexo (ele geralmente o é), dado que inúmeros fatores estão nele
presentes, realmente ocorre uma síntese perceptiva pela qual o fenômeno percebido se torna uma
unidade perceptiva. No momento em que se dá integração dos fatos perceptivos no diagnóstico da
personalidade, é captada a fenomenologia (descrição dos fenômenos) do paciente, traduzindo-se,
então como algo que faz sentido para o profissional. Verifica-se que ao se perceberem os fatos,
acham-se neles fundidos os significados que comportam, inclusive as interpretações e valores que
lhes são atribuídos, entendendo-se significados, atributos, interpretações e valores como atributos
dos fatos e não como alguma coisa deles dissociada e passível de apreensão é separado.

Capítulo 4 - Identificação de objetos semelhantes ao da experiência anterior

Uma das formas de pensamentos clínicos usuais nessa espécie de diagnóstico refere-se a
identificação, na experiência atual, de fatores que estiveram presentes em experiências anteriores,
de sorte que a solução diagnóstica se efetua por comparação entre essas duas situações. A
identificação é feita com auxílio da memória de experiências profissionais, por meio da analogia.

As experiências profissionais tomadas como fatores diagnósticos São fatores determinantes do


processo diagnóstico, capazes de se constituírem em uma forma autônoma de pensamento clínico, e
como componentes deste campo, desempenham o papel principal para iniciar, percorrer e concluir o
diagnóstico.

Identificação de objetos semelhantes aos da experiência anterior são termos que designam o
reconhecimento por parte do psicólogo daquilo que está presente em um objeto atual, por analogia
com outro ou outro objeto que fizeram parte de suas experiências no passado. Em outros termos,
reconhecer que algo significa, ou saber que algo acontece, em função da verificação de que certos
caracteres que o fenômeno observado é semelhante às características de outros ou outros
fenômenos, já conhecidos. O conhecimento, aqui, resulta da comparação entre o fenômeno atual,
desconhecido, e aquele ou aqueles conhecidos, por amor hoje estabelecido entre ambos os
fenômenos ou ambas as classes de fenômenos.

Essa analogia é possível em virtude da similaridade existente entre ambos, naquelas características
que importa ao observador. Se por exemplo, o psicólogo ser costumo a lidar com pessoas que ele
considera de determinado tipo, sua familiaridade com seu nome nos apresentados por essas pessoas
pode auxiliá-lo a reconhecer e lidar com novas pessoas, parecidas com elas. À semelhança é
naturalmente relativa a determinadas características ou partes da personalidade. A natureza do
pensamento em questão relaciona-se a processos relativamente simples de pensamento reprodutivo,
embora de modo algum, afirmemos que sejam mecânicos.

Capítulo 5- analogia entre partes constituintes de um mesmo objeto

A situação mais comum em que ocorre a analogia intra-objetal em diagnóstico da personalidade ,


refere-se a duas partes pertinentes ao foco da observação, sendo que uma parte é conhecida e a outra
está para se conhecer. A forma pela qual a primeira parte do problema chegou a ser conhecida não
importa para essa modalidade de pensamento o que realmente importa é a maneira pela qual o esse
conhecimento vai contribuir para a solução do problema como um todo. A base de sustentação
dessa forma de pensamento clínico reside na semelhança existente entre as manifestações
significantes cujos significados são conhecidos e aquelas cujos significados não são conhecidos. Tal
semelhança permite a realização de um raciocínio analógico, sendo as conclusões obtidas por este
meio. Ou seja, os significados referentes à parte não conhecida são em feridos por analogia e
correspondem essencialmente aos significados referentes a parte conhecida.

Para que a realização dessa modalidade de pensamento clínico apresente maior grau de confiança, é
forçoso que fique subordinada a determinadas condições, que são requeridas para o foco da
observação. Entregamos a expressão foco da observação para designar todos os aspectos de dada
perturbação da personalidade que são considerados pelo profissional em determinado caso seu foco
de observação não contiver as condições apropriadas a realização dessa modalidade, é preferível
evitar seu emprego.

São condições básicas: 1-contexto delimitado e definido a parte conhecida e a parte ser conhecida
são claramente especificados quanto à sua natureza e contornos:

2- Estrutura homogênea: as manifestações significantes de cada uma das partes existente no foco da
observação são homogêneas sob uma única estrutura;
3- coesão e harmonia: os preceitos de coesão e harmonia entre as partes devem ser obedecidas de
modo a que, em algum nível, haja unidade no fenômeno que se apresente ao foco da observação é o
sentido oposto de fragmentação;
4- Proximidade: Sendo constituintes de um mesmo objeto, a parte conhecida e a partes
desconhecidas estão próximas no tempo e ou no espaço, ressaltando-se elementos comuns entre
elas. A reunião dessas condições, por sua vez, auxilia a caracterizar e conceituar objeto, na acepção
utilizada in caput desse capítulo.
Capítulo 6- Pensamento classificatório

De modo geral, encontramos os seguintes passos no desenvolvimento movimento do pensamento


classificatório em diagnóstico da personalidade:

a- À medida que o profissional toma contato com os dados de um caso, certos aspectos chamam-
lhe atenção e causam-lhe impressões mais fortes do que outros. Em parte, isso ocorre devido à
experiência prévia. Aspectos que ele considera de importância secundária são, naturalmente,
eliminados do foco da atenção. Outros, que ele considera relevantes, permanecem no foco. Sobre
estes, ele considera sua atenção.
b- Os aspectos do caso que possuem conteúdo semelhantes costumam ser separados e agrupados,
formando-se, assim, às vezes vários grupos. Em termos topológicos estes grupos correspondem a
áreas da personalidade. Há várias maneiras pelas quais a aglutinação pode se realizar: Por
perturbações de funções, pelo significado psico dinâmico, pela dimensão histórico-genética e
evolutiva, etc. Geralmente, o profissional procura detectar características comuns entre duas ou
mais áreas, através de indicadores de relações entre elas.

c- O passo seguinte é verificar se as áreas e demais aspectos envolvidos no caso clínico


caracterizam, no conjunto, alguma noção conhecida do psicólogo, e se esta noção possui uma
designação conceitual. Surge a primeira hipótese classificatória. Nesse caso, é forçoso que o
psicólogo possua um referencial de classificação internalizar do, ou externamente utilizável.

d- A hipótese classificatória é confrontada com os dados do caso. Ela deve ser capaz de
compreender o conjunto das informações relevantes e constituir uma explicação satisfatória. Se não
preencher estas finalidades, deve surgir uma hipótese concorrente, caso o psicólogo persista em
seus propósitos de classificação. Pode ocorrer conflito entre diferentes hipóteses: será isto ou
aquilo? Normalmente, o aparecimento de novos fatos ou a explicitação de novos significados para
os fatos existentes tendem a solucionar o conflito. Permanece a hipótese mais provável, que se
afigura compatível com conjunto dos dados.

e- Surgindo novas hipóteses, os passos acima se são repetidos, seja em sucessão, seja paralelamente
aos anteriores. Convém distinguir, no mínimo entre processos psicóticos e processos neuróticos que
prevalecem em determinado momento na personalidade.

O que chamamos de processos psicóticos correspondem a prevalência de estados mentais de tipo


primitivo do desenvolvimento e da maturação da personalidade. Processos neuróticos dizem
respeito a estados mentais mais tardios ou avançados em relação ao desenvolvimento e a
maturação.

Capítulo 7- recorrência a teoria

Sua principal característica consiste em que os fatos observados se referem aos termos de uma ou
mais teoria que eles explicitam o sentido. Os fatos que o psicólogo encontra em um paciente em
particular, ou a seu respeito, são reconhecidos como pertencentes ou relacionados a determinadas
concepções teóricas e, portanto, podem ser descrito segundo essas concepções.

A realização da correspondência, fundamentada ou não, entre os fatos e sua descrição sobre um


vértice teórico, ou seja, o uso da teoria para dar sentido aos fatos constitui a modalidade de
pensamento clínico que estamos caracterizando. Nesse contexto, a teoria é usada de modo explícito,
deliberado e intencional, contrapondo-se ao uso inadvertido e sem Intenção. Refere-se ao emprego
de teorias definidas e formuladas, ainda que seus autores não sejam mencionados. A suposição
básica inerente ao uso desta forma de pensar é de que ser determinado aspecto da personalidade se
inscreve no arcabouço de certa teoria, seu sentido é o da teoria, supondo-se que a teoria tenha
sentido.

A ocorrência deste tipo de pensamento prende-se a prévia existência de duas situações resolvidas:

a- Que o profissional identifique e distinga o que são e o que não são distúrbios da personalidade
em exame;
b- Que o profissional conheça as formulações teóricas com as quais ele realiza os distúrbios da
personalidade em exame e que essas formulações tragam um acréscimo ao conhecimento do
paciente.

Recorrência á teoria não representa uma mera passagem do individual ao universal mas, para atingir
o seus propósito, visa apresentar sentido ao fenômeno individual que a observação não foi capaz de
fazer emergir de outra maneira. Uma boa teoria é uma referência completa a respeito de um objeto
que, nos dados clínicos de um caso em particular, aparece somente de modo parcial. Apesar de na
observação esse objeto se apresentar incompleto, o psicólogo, sustentado pela teoria, faz afirmações
não só sobre a parte que ele é visível como, também sobre a parte invisível do mesmo. Deste modo,
não fica inteiramente cego como na fábula dos cegos e do elefante. Conhecendo uma parte do
objeto, por exemplo, a tromba, o sujeito pode fazer afirmações sobre objeto inteiro, elefante, devido
às informações teóricas que possui.

A teoria, assim, oferece indicações para a pesquisa de fenômenos que inicialmente não estão no
campo de observação, mas cuja existência é teoricamente esperada. É usada para completar o
significado do observado e esclarecer o que é inicialmente indeterminado. No entanto, é necessário
distinguir entre o uso da teoria com a finalidade de completar claro o de observação, e o uso em que
as relações estabelecidas são extrínsecas aos fenômenos. De modo geral, não parece adequado
formulasse conclusões diagnosticas através do vértice teórico quando é grande a imprecisão do
observado, esqueço gestão teórica pode ser enganosa.

Os fatos precedem as teorias. Cabe ao processo ao profissional ter em primeiro lugar contatos com
fatos, antes de recorrer à teoria explícita para explicá-lo. Isto significa evitar que os fatos sejam
obscurecidos por concepções prévias. Se os fatos precedem as teorias, o observador poderá
posteriormente encontrar teorias que se relacione ao observado, em nível diferente daquele em que
as observações são feitas através do véu diáfano das concepções teóricas. A teoria colocada antes do
fato faz o psicólogo correr o risco de se referir a outra coisa que não aos próprios fatos com as quais
necessita lidar.

Capítulo 8- dedução

As aplicações de princípios dedutivos ao material clínico isto é princípios que se assentam na


inferência de significado para os casos singulares a partir de Proposições que comportam
generalizações. Para que a dedução tenha a sua eficácia no diagnóstico da personalidade, é mister
que ela desmente o significado que se busca para os casos singulares em exame. E o significado
corresponde geralmente a conteúdos latentes que provocam sintomas e demais perturbações da
personalidade, aliados às respectivas interações com o ambiente.

O significado emerge sob condição de que ele seja um conhecimento anteriormente obtido,
pertencente a uma classe em que o caso atual está contido, efetuando-se uma interferência em
conformidade com os princípios do modelo dedutivo. O estudo modelo dedutivo psicologia clínica
é corriqueiro, no entanto é interessante notar que na maioria das vezes ocorre de modo implícito,
raramente verbalizado, e muito menos formulado em termos de proposições claramente definidos.
Outro aspecto não neglicenciável é que o modelo dedutivo não dispensa, ao contrário, exige o
emprego da observação e da investigação com a finalidade de determinar o conteúdo em noções
mais profundas das premissas em questão.

Capítulo 9- prova de hipótese

Esse modelo de pensamento clínico apresenta a particularidade de que, diante de fatos de ocorrência
que reclama soluções, o psicólogo concebe ideias ou hipóteses que surgem inicialmente com cunho
de verdade e que estimulam a imaginar e desenvolver procedimentos com o fito de verificar-las.

O sentido que atribuímos a prova de hipóteses é clínico e derivado das concepções de senso
comum, pelo qual o pensamento, diante de alguns fatos e propondo-se problemas diagnósticos,
imagina uma ou mais hipóteses a serem verificadas à luz de novas observações, de conformidade
com procedimentos conducentes a uma conclusão em que cada uma das hipóteses formuladas é ou
não rejeitada. Caso seja não rejeitada, é aumentado o seu grau de corroboração. Normalmente, As
hipóteses não são aleatórias, são ideias que se impõem como bastante fortes e plausíveis a ponto de
merecer aplicações de trabalho em pormenor sobre elas.

Esse pensamento clínico tem normalmente a sequência de fases:

1- Existência de problemas a serem solucionados (Os problemas são geralmente apresentados sob a
forma de queixas);

2- Questionamentos quanto à natureza e o significado dos problemas (Um posicionamento do


psicólogo diante dos problemas, e sua investigação é orientada no sentido de descoberta do
significado dos sintomas e demais perturbações da personalidade. Os meios utilizados são as
observações, investigações e explorações);

3- Formulação de hipóteses diagnósticas: Como ensaio de solução dos problemas;

4- Elaboração racional de um plano de verificação (Corresponde a prefiguração da combinação das


condições requeridas pelas hipóteses com os recursos e meios disponíveis, resultando na escolha de
determinados exames, os testes psicológicos e direções de investigação);

5- Procedimentos práticos de verificação (Os meios comumente utilizados são os testes


psicológicos, observações e exames, técnicas de investigação clínica da personalidade, anamnese ,
exames complementares, estudo das relações psicólogo paciente, estudo da dinâmica de forças
internas e externas a personalidade etc.);

6- Conclusões diagnósticas. A rigor, as hipóteses iniciais devem ser formuladas de modo tal que
constituam elucidação dos sintomas e demais perturbações da personalidade, que o psicólogo tem
em vista esclarecer. As hipóteses Devem constituir explicitações do significado e função desses
sintomas e perturbação.

Basicamente há dois tipos de situações destinadas a pôr a prova uma hipótese: a-Pelo uso
predominante de testes psicológicos; b- Pelo uso predominante de procedimentos clínicos. Os testes
são instrumentos que podem servir para a verificação de hipóteses definidas, e subordinam-se a
planejamentos e procedimentos que variam de conformidade com que elas requerem.

Por outro lado, a prova de hipóteses costuma, também, ser realizada dentro de uma situação
predominantemente clínica. Neste caso, são usados como meio de verificação de hipótese os
próprios dados clínicos, que surgem em consequência do emprego de métodos e técnicas clínicas
(Entrevistas, observações, técnicas de investigação clínica, etc). Sendo a hipótese e uma tentativa de
elucidação, ela evita ser resposta genérica a questões específicas, e coloca-se precisamente como
resposta específica aquelas questões que lhe deram origem. Não existe, por exemplo, valor prático
para maioria dos diagnósticos da personalidade, a afirmação vaga de que o paciente possui
problemas emocionais. Mas é, às vezes, de grande valor a especificação da natureza, estrutura,
dinâmica, significado e condições em que existem problemas emocionais.

Capítulo 10 - denominador comum

Caracteriza-se pela verificação de que há no material clínico do paciente algo que se repete ao longo
do processo diagnóstico, tomando a forma aproximada de uma constante, que chamaremos de
dominador comum e que dá sentido aos dados do estudo diagnóstico.

A base formal dessa modalidade de pensamento clínico reside em que a conclusão é alcançada pela
constatação de que há um fator decisivo que está presente significativamente em todas as as partes
do material clínico.

Três condições são requeridas para a existência desse pensamento clínico: a- Definição de um
campo de variação para os dados ou material clínico; b- Descoberta do fator comum, que se repete
ao longo do campo de variação; e c- Presença do fator comum em cada uma das principais partes ou
passagens do estudo diagnóstico.

Essa modalidade de pensamento oferece a vantagem de que o acompanhamento da repetição do


fator ao longo do processo diagnóstico dá ensejo a verificação da hipótese de que esse fato
representa, e contribui para o grau de corroboração da mesma. Isto ocorre se o significado for
interpretado em cada parte de modo independente das demais, e se todo o procedimento for isento
de viés.

Capítulo 11- Pistas indicativas da solução

Esta modalidade de pensamento consiste na observação de pistas, os sinais e outros elementos


indicativos que conduzem a apreensão por parte do psicólogo de significados relevantes em termos
da perturbação do indivíduo, assunto que o encaminhou à consulta.

As pistas e indicações são, às vezes, precárias e obscuras e o significado a ser descoberto pode estar
escamoteado sob numerosas aparências discordantes e formas aparentemente desconectadas entre
si. Mas ele pode emergir, vindo a luz, quando seus sinais são corretamente interpretados.

O objeto de nossa descoberta são, então, configurações das personalidades inferidas a partir da
observação de suas partes, fragmentos, propriedades ou características que se manifestam nos dados
brutos (Não interpretados).

Dada à existência de sintomas e outras perturbações atuais da personalidade do paciente, o


psicólogo propõe-se a encontrar significados e funções para os mesmos. O psicólogo pode usar dos
recursos dar entrevistas, observações, testes psicológicos, outras técnicas de investigação clínica,
que lhe fornecem um conjunto de informações para apreciação.

Há uma inferência, que se faz a partir da observação de aspectos visíveis, para aspectos não
visíveis. A área de inferência é maior ou menor dependendo das pistas e indicações disponíveis.
Normalmente, essa área é maior se a quantidade e a qualidade das informações forem baixas.
Embora seja uma das formas mais comuns e habituais do pensamento em psicologia clínica, é
evidente que ela fica na dependência do reconhecimento de sinais indicativos de certos significados,
por parte do psicólogo. Determinadas manifestações são pistas evidentes para o especialista, embora
o leigo possa não as reconhecer como tais.

Há também, o risco de se chegar a falsas conclusões, tomando-se por base dados insuficientes. E
mesmo existindo dados suficientes, o profissional pode se enganar, extraindo apenas aquelas pistas
que sugerem determinada direção, desprezando as demais. Neste caso concorre geralmente seus
desejos, preconcepções e memórias, impedindo a aproximação ao conhecimento. É preferível que o
psicólogo não se deixe ofuscar, e que se baseia em pistas realmente observadas e na solução por ela
sugeridas. Além disso, pode usar do critério de verificar se há dados que contrariem a conclusão
formulada.

Capítulo 12- Articulação das partes entre si

Baseia-se na particularidade de que o material disponível é convenientemente separado por partes,


que são analisadas, sofrendo a análise de cada parte influencia das demais, em um processo de
interação entre partes, até se constituir o resultado final ou conclusão diagnóstica. Neste processo de
interação, a conclusão é construída aos poucos, para a emergência da qual se caminha por partes,
sendo que cada parte, ao surgir esclarece e é esclarecida pelos demais. Cada fator que aparece é
tomado como uma contribuição a constituição do resultado final, fundamentando-se outro e
lançando luz mutuamente, para reforçar cada vez mais certas convicções ou hipótese que vão se
ampliando, ajustando, tomando corpo e consistência até emergirem, Fazendo sentido, como
conclusão do estudo diagnóstico.

Há, portanto, esclarecimento mútuo das partes entre si com vista a se atingir a conclusão, que é mais
ampla do que cada uma das partes tomadas isoladamente.

No processo de diagnóstico da personalidade normalmente colhemos dados e impressões através de


entrevistas, observações, testes psicológicos e outros meios. À medida que vamos obtendo as
informações, podemos separá-las Segundo certas convicções, hipóteses e interpretações. Se uma
parte do caso, interpretada, possui um sentido, outra parte pode, porém, possuir sentido diferente
daquele. Podemos ver como esses sentidos combinam entre si e, também como combina o sentido
de uma terceira parte e, de modo idêntico com as demais partes que vão surgindo, que podem ter,
cada qual, um sentido próprio mas cujas interpretações podem outrossim, ser influenciadas pelos
sentidos das partes antecedentes e, eventualmente, corrigidas em função das partes consequentes.
Cada parte, então toma seu lugar dentro de um contexto cuja configuração embora não seja
conhecida, vai se tornando cada vez cara mais bem caracterizada.

O produto final da construção é a conclusão diagnóstica, ou seja, uma concepção diagnóstica mais
geral resultante da integração sucessiva de várias interpretações perfazendo um todo unitário,
compreensível e harmônico. Reconhece-se a construção como produto terminado do estudo
diagnóstico. Nada mais é necessário acrescentar de essencial em relação aos objetivos visados, se
estes forem atingidos.

Capítulo 13- Exclusão das alternativas menos verossímeis em um processo de tentativas

Na avaliação clínica da personalidade há inicialmente um problema diagnóstico, colocado ao


profissional que se expressa na maioria das vezes sobre a forma da procura de sentido, significado
ou função para as perturbações da personalidade do paciente. O profissional trata então de delinear
o universo dos fenômenos em causa, observando, investigando e sugerindo suas versões. De
conformidade com a natureza e qualidade de suas experiências anteriores, ele delimita o conjunto
das informações que ele lhe parecem ser relevante, conquanto isto ainda não ofereça qualquer
solução. A solução, se vier, dimanará de tentativas, ou seja, ocorrerá dentro de um processo de
tentativas que corresponde ao levantamento e verificação de distintas hipóteses atinentes ao
problemas colocados.

O psicólogo vê-se confrontado com a necessidade de se decidir por uma dentre as várias hipóteses
que se apresentam. É imperioso que ele considere os fatos de modo a eliminar aquelas hipóteses ou
alternativas que se revela em desacordo ou em menor acordo com eles. Há uma verdadeira atividade
mental de depuração mediante a qual são rejeitadas as alternativas menos verosímeis e, ás vezes
toda uma linha ou sistema de alternativas, em favor de outras. Assim, de tentativa para tentativa vai
havendo exclusão das alternativas, antes cogitadas, que se verificarem menos apropriadas á solução
do problema diagnóstico.

É óbvio que em cada situação o processo de tentativas será ampliado ou reduzido de acordo não só
com a natureza do material, que facilita ou oferece resistência, mas também o próprio sujeito que
concebe versões e lida com as informações.

O processo de pensar, sob essa modalidade clínica é, às vezes mais complicado do que indica nossa
descrição, quando envolve um processo de tomada de decisões progressivamente mais específicas.
É sob Esta modalidade que geralmente se coloca a maioria dos assuntos que designamos como
diagnóstico diferencial.

Capítulo 14- visão simultânea de conjunto

A ideia central contida nessa modalidade de pensamento clínica é de que, em determinado momento
do estudo de caso, todas as partes, passagens ou fases constantes do processo diagnóstico, que
apresente alguma importância semiológica, sofram representação simultânea na mente do pensador,
que as tem presente de chofre, em bloco e como totalidade. Não se trata, porém, de mera relação de
partes entre si, mas da visão inclusiva de conjunto que distingue as partes e, ao mesmo tempo, a
inserção de cada uma num contexto globalizador. O processo geral é, pois, constituído por uma
visão sincrônica em que cada segmento, ao invés de ser considerado sucessiva ou alternadamente, é
observado como seguimento e, também como parte de um todo. A visão sincrônica, quando surge,
dá sentido aos dados.

Quando em diagnóstico da personalidade temos simultaneamente presentes todas as principais


informações, podemos realizar operações e relações de conjunto. Isso significa que existem
consequências desse adotar o ângulo globalista de visão; se temos representado diante de nós todo
material clínico semiologicamente expressivo, este simples fato gera consequências quase naturais.
Observando o todo, deparamos-nos com o surgimento das propriedades do todo e, também de
operações mentais sintéticas realizadas com base no todo. Elas surgem como implicações não
apenas da visão de conjunto, mas, ainda, da intencionalidade do especialista em atingir conclusões
através desse método.

As várias partes significantes de um objeto inteiro estão inicialmente dispersas, não no objeto, mas
em nossa mente. Estas partes, ao serem encontradas por nós, permitem uma recomposição mental
da natureza do objeto inteiro. A solução diagnóstica é a descoberta do significado do objeto inteiro
a partir da observação dos fragmentos dispersos. É a recomposição desse objeto destes seus
elementos isolados que não só passam a ter significado em relação ao todo, como desvendam o
significado do próprio todo.

Capítulo 15- Fechamento


Em diagnóstico da personalidade, fechamento é uma modalidade de pensamento clínico.
Inicialmente, informações oriundas de anamnese, exames, testes psicológicos, observações, etc.
Nessa fase inicial do pensamento não há sentido claro, há algo indefinido e vago. Podem ocorrer,
aqui e significados parciais, relativos a uma ou outra informação que aparece no processo
diagnóstico. Significados parciais, porém que fazem ressaltar no processo diagnóstico. Parece faltar
alguma coisa para ver sentido, pode ser uma informação importante que não temos em mãos ou elo
que ainda não descobrimos de ligação entre os fatos.

O sentido não aparece, de fato devida à ausência de um fator importante de tipo simples ou
complexo (que às vezes ainda precisa ser investigado), a ser incluído no processo de pensamento
clínico. No momento em que o fator que está faltando é desvendado vindo ocupar o seu lugar, então
surge sentido e significado para o conjunto das informações relevante de que dispomos. Ele é
designado pela constatação de que seu lugar deve ser preenchido. Esse fator oferece compreensão
ao todo, ou seja, faz completar uma visão de conjunto significativa em que as partes se estruturam
como unidade e totalidade. Ao oferecer sentido aqui ao conjunto, o próprio fator emergente tem
sentido como parte dele. Assim, é solucionado o problema diagnóstico, atingindo se a conclusão,
pois encontramos aquilo que faltava para que a conclusão se completasse. E completando, há
fechamento.

A acepção que damos, especificamente, a fechamento está relacionada a existência de um fator


lacunar que enquanto tal impede a solução mas que, uma vez deve desvendados, esclarece e
caracteriza o significado do conjunto dos dados e do contexto global do caso, proporcionando a
conclusão diagnóstica. O profissional tanto pode perceber o fator lacunar na organização dos dados
anteriores a solução, quanto verificar a posteriori sua existência. Percebe-se - e isto faz parte dessa
forma de pensamento- que há unidade e totalidade a nível de significado.

É frequente a ocorrência de fechamento como reestruturação de informações conhecidas,


prescindindo-se da incorporação de novos dados ao problema, para sua solução. Isto equivale a
dizer que o fator que desempenha papel decisivo no fechamento comumente não vem de fora
integrar-se ao conjunto, mas é descoberto nas próprias informações já existentes, como fruto do
pensamento clínico.

Capítulo 16- Imagens Intuitivas

Na prática do diagnóstico psicológico essa modalidade de pensamento clínico pode ser descrita, em
termos gerais da seguinte maneira: O profissional, ao atender o paciente, “ouve” atentamente o que
este comunica entendendo-se por ouvir não apenas a comunicação verbal porventura existente, mas
também a não verbal. Para além da natureza e significado inteligível da comunicação oral do
paciente, e aparentemente sem qualquer relação evidente com ela, surgem de modo espontâneo
imagens intuitivas na mente do profissional. São imagens de conteúdo tal que no primeiro momento
podem ser experimentadas como fora do contexto das observações e da conversação mantida
durante a entrevista. Ao se dar atenção a elas e ao sentido que possuem, verifica-se, porém, que não
são independentes das situações emocional do paciente, ao contrário correspondem aquilo que ele
pretende comunicar a respeito de seus estados mentais mais profundos. No momento em que o
significado dessas imagens é verbalizado ao paciente, este reconhece-o como algo relevante que lhe
estado acessível á sua verbalização. Isto devido ao fato de que o paciente não consegue comunicar
por meio de palavras tudo quanto necessita, havendo áreas mentais inacessíveis a sua simbolização.

A comunicação do conteúdo destas áreas é então tentada pelo paciente de modo não verbal e pode
ser captada pelo profissional de modo igualmente não verbal, e com êxito por via de imagens
intuitivas. A estrutura dessas imagens assemelha-se a daquelas descritas pelos psicólogos como
imagens mentais; todavia apresenta uma notável peculiaridade de representar na mente do
profissional significados emocionais expressos de modo não verbal pelo paciente. A conclusão
diagnóstica, neste caso, é resultante da decifração da mensagem que surge no bojo das imagens
intuitivas. Se o paciente é realmente compreendido pelo profissional, que ele transmite significados,
é realizada uma passagem para o pensamento verbal, ou há a gênese do verbal naquela área da
personalidade. Aquilo que tinha sido um conglomerado de sensações sem nome para o paciente,
passa a ser experimentado como algo com sentido e significado emocional.

O termo intuição é, via de regra utilizado em um dos diversos sentidos que possui. Para nós é
denotativo de uma operação do aparelho mental que consiste em captar, em um conjunto de dados,
o sentido e o significado de um fato, uma ação, uma ideia ou um sentimento que dizem respeito às
camadas profundas da situação emocional não verbal de outro indivíduo, ou outros indivíduos, e
que está mais além daquilo que é manifestos nos dados imediatamente observáveis.

Um problema que se impõe e que não pode ser eludido pelo profissional ao tomar decisões
diagnostica é a diferenciação entre imagens intuitivas e outras imagens correspondentes a conteúdos
de sua própria personalidade que nada tem a ver comando interno do paciente. A diferenciação
entre elas faz-se pela experiência profissional de lidar com fenômeno dessa natureza. Por isso,
proconizamos um uso cauteloso dessa forma de pensamento clínico: No caso de não ser a única via
de acesso os fenômenos emocionais a que se refere, seria usada em combinação com outras vias que
permitissem novas verificações; no caso, porém, de se apresentar como a única via de acesso a esses
fenômenos, seria desejável que seu emprego ficasse restrito aos profissionais que passaram por
análise pessoal.

Capítulo 17 – O sentir, em contexto mais abragente

Para desenvolver seu trabalho em atmosfera mental dessa natureza, o psicólogo necessita estar
atento em sintonia não apenas em relação ao que se passa com o paciente como, somente, consigo
mesmo. Deste modo, ele pode receber e experimentar cargas afetivas intensas e profundas e, ao
mesmo tempo situar-se como mediador entre as manifestações psíquicas em estado bruto do
paciente e a respectiva transformaão em conhecimento. Ele passa a ser um instrumento desta
transformação, desde que o seu sentir, que é diferente do sentir do paciente, seja percebido e
empregado no sentido de alcançar um significado para aquilo que está envolvido na situação. O
sentir é, então, como a razão um fator constitutivo fundamental do pensamento clínico psicológico.

Além da já mencionada opção de estar preparado para experimentar intensas cargas emocionais, a
fim de desvendar-lhes o sentido, um fator essencial é o profissional estar em plena sintonia consigo
mesmo. Isto quer dizer que ele se observa atentamente com a intenção de obter compreensão do que
se passa consigo e com o paciente. Consulta suas próprias emoções para que estas lhe informem o
significado que possuem, por exemplo, um gesto aparentemente insignificante, o menor sorriso,
certas formas de olhar, de se movimentar, que ele observa nos demais e que lhe transmitem
emoções. Ao observar-se, tendo familiaridade com o fluxo do próprio mundo interno, o profissional
está em condições favoráveis para reconhecer fenômenos da vida interior de outras pessoas.

Assim, ele estabelece contato com fenômenos mentais que lhe são prenhes de sentido justamente
porque seu sentir é a expressão de experiências emocionais profundas, as quais ele tem acesso.
Nessas condições há um estado de visão aumentada ou nível de consciência ampliada relativamente
aos fenômenos da vida emocional e aos movimentos da vida em geral, no sentido de que o
psicólogo sente com profundidade e penetrância o significado de certas ocorrências profissionais
que observa. Deste modo, ele consegue comungar em uma consciência mais profunda e
universalizante da sua própria situação e das demais pessoas isto é, em contexto mais abrangente da
condição humana e da vida neste planeta. Os contextos mais abrangentes do sentir são infinitos,
expressando-se de infinitas maneiras. Eles depender do momento do sentir, da personalidade de
quem sente e, também no contexto daquilo que se observa e que está em jogo no momento do
sentir. Eles não podem ser simplesmente arrolados ou categorizados porque, assim como para a
sabedoria, não há para eles limites pensados pela nossa mente dentro do quais fiquem saturados.

Capítulo 18- Insight

Mesmo em casos extremos, quando nada sabemos informar sobre a natureza dos processos e
operações pelos quais um profissional consegue atingir determinada conclusão diagnóstica,
costumamos nos referir ao fato de ele obtê-la (se fenômeno se torna realmente significativo) como
um insight que teve a respeito daquilo que se passa com o paciente.

Indicamos, pois insight como um processo pela qual o significado de um objeto ou situação se torna
claro para pessoa que observa esse objeto ou situação. O insight, No sentido apontado, é uma
função mental que pode estar presente em todo e qualquer modalidade de pensamento clínico
descrito, desde que seja preenchida a condição de corresponder realmente a uma estruturação ou
reestruturação significativas no contexto diagnóstico, feita de tal modo que a conclusão resulte de
procedimentos mentais com sentido e significados estruturais. Excluem-se, portanto, as meras
justaposições cegas externas e mecânicas de elementos, e outras sem sentido contextual
estruturante.

Concluímos que se forem atendidas as exigências estruturais na obtenção das conclusões


diagnosticas, o insight pode estar presente na prática de cada uma das modalidades mencionadas no
presente trabalho, ou melhor, cada modalidade de pensamento clínico pode vir a se realizar como
um caso particular de insight ou conter uma oportunidade para com a ocorrência de insight.

Capítulo 19- Implicações e conclusões

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