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Oriente x Ocidente
Platonismo
Mais tarde, por volta do século I a.C. e II d.C., a preocupação com uma
gnose salvadora em um quadro amplamente platônico foi difundida entre os
pensadores do Médio Platonismo. Nome moderno dado a um estágio no
desenvolvimento da filosofia platônica que dura desde 90 a.C., quando
Antíoco rejeita o ceticismo da Nova Academia instaurado por Arcesilau, até o
desenvolvimento do Neoplatonismo por Plotino. Absorveu muitas doutrinas
das escolas rivais peripatéticas e estoicas. Plutarco foi o filósofo proeminente
neste período. Defendeu a liberdade da vontade e a imortalidade da alma.
Procurou mostrar que Deus, ao criar o mundo, havia transformado a matéria,
como receptáculo do mal, na alma divina do mundo. Deus é um ser
transcendente, que opera através de intermediários divinos, que são os deuses
e os daemons. Numênio combinou o Platonismo com o Neopitagorismo, além
de outras filosofias orientais, em um movimento que prefigura o
desenvolvimento do Neoplatonismo.
Hermetismo
Entre as suas
manifestações mais
importantes, tendo em vista a
história posterior da Tradição
Esotérica Ocidental, temos a
tradição egípcio-helenística
conhecida como Hermetismo.
O nome refere-se a uma
lendário, e mais ou menos
divinizado, professor da
sabedoria oculta, Hermes Trismegistos, uma mistura sincrética do deus grego
Hermes e o deus egípcio Thoth. Acreditava-se que esta sabedoria havia
florescido no Egito em tempos muitos antigos e que sobreviveram apenas
alguns textos desta sabedoria. Na realidade estes textos podem ser datados
século II e III d.C.
Gnose
A busca pela Gnose também foi comum entre os cristãos, não ficando
apenas restrita à tradição egípcio-helenista. O termo foi usado de uma forma
positiva por alguns padres da Igreja, principalmente Clemente de Alexandria,
mas não podemos dizer o mesmo do fenômeno conhecido como Gnosticismo,
já que alguns pais da Igreja como
Irineu, Hipólito e Epifânio
apresentaram-no como heresia. O
Gnosticismo foi percebido como uma
religião dualista que ensinava que
centelhas de luz divina foram
aprisionadas no mundo da matéria e
dele deviam escapar a fim de
encontrar o caminho de retorno para
a sua fonte divina. De acordo com a
mitologia gnóstica mais popular,
estes seres humanos estavam se
rebelando contra o demiurgo, uma
deidade ignorante ou maligna (às vezes apresentado com o Deus do Antigo
Testamento) que criou este mundo de trevas e ignorância como forma de
aprisionar as almas e, deste modo, evitar que os seres humanos acordassem a
sua centelha divina. Atingindo a gnose (“conhecimento”), os gnósticos
compreendiam a sua origem divina e podiam trilhar o caminho para escapar
do mundo do demiurgo e seus ajudantes demoníacos, os arcontes, que
tentariam impedir que eles fossem além das esferas celestiais e encontrasse o
caminho de retorno para a Luz divina. Após a descoberta dos manuscritos de
Nag Hammadi, a nossa imagem sobre estas correntes gnósticas tornou-se
muito mais complexa que antes, pois descobriu-se que não existia no
Cristianismo Primitivo uma simples antítese entre Ortodoxia e heresia dualista
gnóstica (a “religião gnóstica” contra a religião da igreja) e sim um
Cristianismo nas mais diferentes perspectivas e variedades, algumas mais ou
menos “gnósticas” que as outras.
O termo gnose irá sempre estar presente na Tradição Esotérica
Ocidental e devemos antes de mais nada focar na distinção entre gnose,
gnóstico e gnosticismo para não nos confundirmos. Os termos gnóstico e
gnosticismo derivam da palavra grega gnosis, que é traduzida como
conhecimento. Um gnóstico é com frequência definido como uma pessoa que
busca a salvação por meio do conhecimento, porém este conhecimento não é
um conhecimento racional e muito menos um acúmulo de informação. A
língua grega distingue o conhecimento teórico e o conhecimento obtido pela
experiência direta. Este último é a gnose e a pessoa que possui ou aspira esse
conhecimento é um gnóstico. A distinção entre gnose e gnosticismo já é um
pouco mais complicada. Definir gnosticismo como a soma de crenças heréticas
do segundo século não é proveitoso, assim como não é definir gnose como o
conhecimento dos mistérios divinos revelados a uma elite. Como diz Stephan
A. Hoeller, os investigadores contemporâneos podem afirmar que é possível
haver gnose sem gnosticismo, que uma pessoa pode ter visões e uniões sem
adotar a visão de mundo gnóstica. Embora isto seja possível, não conduz a
resultados produtivos. Qual o benefício de ter experiências incomuns sem um
contexto apropriado para compreendê-las? A tradição do gnosticismo se
desenvolveu com base nessas experiências em primeiro lugar, sendo
unicamente apropriada para facilitar ainda mais as experiências gnósticas.
Claramente a gnose e o gnosticismo estão íntima e utilmente ligados e, na
verdade, não podem ser separados com segurança (HOELLER, 2005).
Neoplatonismo
Teurgia
Essa época foi então a que viu o Egito se apagar ante o Cristianismo
nascente. Alexandria desempenhou um papel importante nas diferentes
controvérsias que marcaram os primórdios dessa religião que Constantino
deveria impor. No século III, os egípcios abandonaram a escrita hieroglífica e
passaram a usar a escrita copta para transcrever a sua língua. Mesmo com o
imperador Juliano causando um breve retorno dos cultos aos mistérios,
ajudando a propagar o paganismo, tempo depois o imperador Teodósio
promulgaria um édito contra os cultos não-cristãos, o qual marcaria o fim do
clero egípcio e suas cerimônias, bem como perseguição a todas as outras
tradições na Europa (REBISSE, 2004).
O Trabalho do Monasticismo
Para finalizarmos esta introdução, é interessante focar no advento do
Monasticismo no Ocidente, que se estabeleceu em grandes comunidades e em
ambientes amplos como a África do Norte e a Irlanda. Os Padres do Deserto e
seus sucessores marcaram presença percebida em figuras como João
Cassiano, cujas Conferências registram sua experiência com ascetas do
Império Romano Oriental e viria a infundir grande parte de seu pensamento e
prática no Cristianismo ocidental. Mas a figura mais produtiva foi Bento de
Nursia (480-547), que estabeleceu o grande monastério em Monte Cassino, na
Itália, e formulou a Regra de São Bento, um guia para a vida monástica que a
Ordem Beneditina ainda hoje segue (SMOLEY, 2004).
Os escritos monásticos
parecem não se importar com
qualquer tipo de preocupação
da sociedade em geral, porém,
em uma perspectiva mais
ampla, os monastérios
realizavam uma função
extremamente vital, pois
serviam como repositórios de aprendizagem e civilização em uma era em que
parecia quase certo que pereceriam totalmente. Os monges também
contribuíram preservando o pouco que restou da civilização clássica. Também
preparavam a terra para a agricultura e a administravam bem, criando uma
base econômica para a civilização europeia (SMOLEY, 2004).
Fraternalmente,
A Sociedade Hermética
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
O ALVORECER. http://oalvorecer.com.br/