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Diversidade de Espécies e de Ecossistemas da Vegetação Remanescente da


Serra Vermelha, Área de Chapada, Municípios de Curimatá, Redenção do
Gurguéia e Morro Cabeça no Tempo, Sudest...

Article · May 2009


DOI: 10.18029/1809-0109/pace.n23p1-72

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Antonio Alberto Jorge Farias Castro


Universidade Federal do Piauí
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ISSN 1809-0109
Publicações Avulsas em

Conservação de
Ecossistemas
Universidade Federal do Piauí CCN Biologia Teresina PI

Número 23 Maio 2009

Programa de Biodiversidade do Trópico Ecotonal do Nordeste


(Programa BIOTEN)

DIVERSIDADE DE ESPÉCIES E DE ECOSSISTEMAS DA


VEGETAÇÃO REMANESCENTE DA SERRA VERMELHA,
ÁREA DE CHAPADA, MUNICÍPIOS DE CURIMATÁ,
REDENÇÃO DO GURGUÉIA E MORRO CABEÇA NO TEMPO,
SUDESTE DO PIAUÍ

Antonio Alberto Jorge Farias Castro


Antonio Sérgio Farias Castro
Ruth Raquel Soares de Farias
Samara Raquel de Sousa
Nívea Maria Carneiro Farias Castro
Cláudia Germana Barbosa da Silva
Maura Rejane de Araújo Mendes
José Sidiney Barros
Raimundo Nonato Lopes
O Trópico Ecotonal do Nordeste (CASTRO, 1995/2004) corresponde a uma região de transição, ou área de
tensão ecológica (IBGE, 1996), entre comunidades que contém espécies características de cada uma delas
e presumivelmente é intermediária em termos de condições ambientais. Atravessa todo o Estado do Piauí,
compondo o maior domínio fitoecológico da bacia hidrográfica do rio Parnaíba, distribuindo-se desde as
proximidades de Luís Corrêa e estendendo-se para o sul até as nascentes do rio Gurguéia. As formações
vegetais presentes caracterizam-se por apresentar floras indiferenciadas que se interpenetram sob forma
de encrave e ecótono. As condições climáticas nestas áreas são diversas, variando de clima semi-árido a
subúmido úmido, com isoietas anuais que oscilam de 700 a 1.500 mm com deficiência hídrica de 6 a 9
meses. Assim, a presença desses climas; o contato do cristalino com o sedimentar; o domínio da caatinga,
do cerrado e da vegetação de transição (vários tipos) entre eles; as variações gradativas de relevo em
grandes extensões com baixas cotas altimétricas, sem interrupções de serras ou planaltos; a posição da
bacia do rio Parnaíba que acompanha o reverso da cuesta da Serra da Ibiapaba e a posição geográfica
entre a Amazônia úmida (a oeste), o semi-árido (a nordeste e a leste) e o subúmido (a sudoeste e ao sul),
configuram os níveis atuais de heterogeneidade ambiental, independente de efeitos antrópicos. A busca
de (bio)(eco)indicadores inclui as biodiversidades de tipo (espécies), de função e de ecossistemas. A partir
de demandas multidisciplinares, este GRUPO, responsável pelo Programa de Biodiversidade do Trópico
Ecotonal do Nordeste (BIOTEN), vinculado ao CCN/Departamento de Biologia, foi criado para dar
continuidade à dimensão biodiversidade dos Programas DESERT (1991/1997), SARID (1998/2004),
WAVES (1998/2000), FITCEM (1995/2001), FITCAM (2000/2002), PGCA (2000/2005), PRODEMA/PI
(2002/-) e ECOCEM (2001/-), bem como à sua produção bibliográfica associada.

Fotografia da Capa:
Fotografia estilizada de um trecho da vegetação de floresta estacional
semidecidual da área de chapada da Serra Vermelha,
Redenção do Gurguéia, Piauí

Créditos:
Programa bioTEN, 2008_09
Publ. avulsas conserv. ecossistemas, 23:1-72 (mai. 2009) 1

DIVERSIDADE DE ESPÉCIES E DE ECOSSISTEMAS DA


VEGETAÇÃO REMANESCENTE DA SERRA VERMELHA,
ÁREA DE CHAPADA, MUNICÍPIOS DE CURIMATÁ,
REDENÇÃO DO GURGUÉIA E MORRO CABEÇA NO TEMPO,
SUDESTE DO PIAUÍ (1)

Antonio Alberto Jorge Farias Castro


Pesquisador (Líder) do BIOTEN, Coordenador Geral do Sítio 10 (PELD/CNPq) e Professor Associado II do
Departamento de Biologia do Centro de Ciências da Natureza da Universidade Federal do Piauí (UFPI).
E-Mail: albertojorgecastro@gmail.com
Antonio Sérgio Farias Castro
Engenheiro Agrônomo, Especialista em Botânica (UFC), Pesquisador Visitante do Sítio 10 (PELD/CNPq) e do
BIOTEN. E-Mail: antoniosergio@floradoceara.com
Ruth Raquel Soares de Farias
Bióloga, Mestre em Biologia Vegetal (PPGBV/UFPE), Pesquisadora do Sítio 10 (PELD/CNPq) e do BIOTEN.
E-Mail: ruthraquel@ibest.com.br
Samara Raquel de Sousa
Bióloga, Assistente de Pesquisa, Membro da Equipe Técnica do Sítio 10 (PELD/CNPq)
e do BIOTEN. E-Mail: sambio2007@hotmail.com
Nívea Maria Carneiro Farias Castro
Bióloga, Mestre em Botânica (PPGB/UFPE), Coordenadora de Extensão e Membro da Equipe Técnica do Sítio 10
(PELD/CNPq). E-Mail: nmcfcastro@novafapi.com.br
Cláudia Germana Barbosa da Silva
Bióloga, Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente (PRODEMA/UFPI), Pesquisadora do Sítio 10 (PELD/CNPq)
e do BIOTEN. E-Mail: claudia_germana@yahoo.com.br
Maura Rejane de Araújo Mendes
Bióloga, Mestre em Biologia Vegetal (PPGBV/UFPE), Doutoranda em Botânica (PPGB/UnB), Pesquisadora do Sítio
10 (PELD/CNPq) e do BIOTEN. E-Mail: maurarejanem@gmail.com
José Sidiney Barros
Geólogo, Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente (PRODEMA/UFPI), Doutorando em Ecologia
(PPGE/UnB), Professor Assistente (UESPI) e Pesquisador do Sítio 10 (PELD/CNPq) e do BIOTEN.
E-Mail: jsidneybarros@uol.com.br
Raimundo Nonato Lopes
Bolsista de Apoio Técnico (PELD/CNPq), Assistente de Campo e Membro da Equipe Técnica do Sítio 10
(PELD/CNPq) e do BIOTEN. E-Mail: rnlopes2008@hotmail.com

(1) Relatório Final do Projeto de Pesquisa "Diiversidade de Espécies e de Ecossistemas da Vegetação


Remanescente da Serra Vermelha, Área de Chapada, Municípios de Curimatá, Redenção
do Gurguéia e Morro Cabeça no Tempo, Sudeste do Piauí" financiado pelo Instituto DESERT
com apoio do Programa BIOTEN, Sítio 10 do PELD/CNPq e UFPI.

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2 Publ. avulsas conserv. ecossistemas, 23:1-72 (mai. 2009)

RESUMO

Várias são as abordagens que se pode fazer sobre a biodiversidade. Neste estudo, a
biodiversidade de tipo associada com a diversidade de ecossistemas foi a abordagem
perseguida por conta da oportunidade de se fazer pela primeira vez a caracterização da
vegetação florestal de transição da área de chapada da Serra Vermelha
(9°20'47,8"-9°55'15,1"S, 43°54'01,9"-44°58'48,5"W e 535-700 m), municípios de Redenção do
Gurguéia, Bom Jesus, Morro Cabeça no Tempo e Curimatá. Com aplicação do Protocolo de
Avaliação Fitossociológica Mínima (PAFM), foram instaladas 30 parcelas de 20x30 m (600
m²), correspondendo a 1,8 hectares de área amostrada, onde foram incluídos todos os
indivíduos lenhosos vivos com DNS ≥ 3 cm. A suficiência de amostragem florística foi
alcançada. Um total de 146 táxons foi registrado, relacionados a 44 famílias e 99 gêneros
botânicos. As famílias de maior representatividade em relação ao número de espécies na
taxocenose foram Caesalpiniaceae (19), Fabaceae (14) e Bignoniaceae (10). Em relação ao
número de espécies, os gêneros que mais se destacaram foram Bauhinia (6), Hymenaea e
Erythroxylum (4), Aspidosperma, Combretum, Croton e Passiflora (3). No que se refere
às famílias com maior número de indivíduos, destacaram-se Caesalpiniaceae com 805,
Euphorbiaceae (781) e Erythroxylaceae (661). Em relação ao posicionamento das famílias
quanto ao IVI, verificou-se que na área de estudo, Caesalpiniaceae (16,75%), Euphorbiaceae
(7,83%) e Erythroxylaceae (7,16%) se destacam. O Índice de Shannon variou de 2,76 a 3,22
nats./inds. e o de Equabilidade, de 0,81 a 0,91, conferindo à taxocenose altas diversidade e
equabilidade. A comparação das espécies da área de estudo com 12 levantamentos realizados
em vários tipos de vegetação "atlântica" e com 6 outros levantamentos de vegetação florestal
do interior do Nordeste, mostra similaridade maior com vegetação de "floresta estacional
semidecidual" do bioma Caatinga. De forma complementar, a comparação das espécies da área
de estudo com 11 levantamentos desenvolvidos em vários tipos de vegetação "seca" do
Nordeste, indica que a Floresta Estacional Semidecidual de Transição da área de chapada
da Serra Vermelha apresenta maiores semelhanças com a "caatinga do sedimentar" e,
principalmente com o "carrasco", afastando esta do enquadramento enquanto "mata atlântica
do Nordeste", o que não a dispensa absolutamente de ser conservada, principalmente por
causa do seu caráter de "insubstituibilidade".

INTRODUÇÃO

A biodiversidade diz respeito à variabilidade dos organismos vivos de todas as origens,


compreendendo, entre outros, os ecossistemas terrestres e marinhos, outros ecossistemas
aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte, envolvendo ainda a diversidade
dentro das espécies, entre espécies e de ecossistemas.
A importância da biodiversidade tem a ver com o fato de que todos os alimentos que
comemos e grande parte das roupas e remédios que usamos são produtos diretos da
diversidade biológica. Além do mais, ela está diretamente relacionada ao funcionamento dos
ecossistemas e presta importantes serviços ecológicos a todas as espécies, principalmente à
espécie humana, como, por exemplo, o ciclo do carbono, o ciclo do oxigênio, o ciclo do
nitrogênio (e outros ciclos biogeoquímicos) e a regulação do clima (ao nível do Planeta).

Programa bioTEN RELATÓRIOS


Publ. avulsas conserv. ecossistemas, 23:1-72 (mai. 2009) 3

A destruição da biodiversidade leva à degradação ambiental (de solos, águas e


atmosfera) e à desertificação em regiões áridas, semiáridas e subúmidas secas, ao aquecimento
global (efeito estufa) e a mudanças climáticas ao nível de grande escala.
Várias são as abordagens que se pode fazer sobre a biodiversidade. Quando o conjunto
da informação genética existente nas espécies que constituem a flora (vegetais), a fauna
(animais) e a microbiota (microrganismos) é o foco, faz-se referência à diversidade genética.
Quando o número de espécies e suas relações de abundância (fitossociologia), relacionadas
com os diferentes habitats (locais) ou ecossistemas existentes é o que interessa diretamente,
trata-se da diversidade de espécies. Quando o foco, enfim, é o número, freqüência,
variedade de habitats (locais), comunidades bióticas e processos ecológicos, está-se referindo à
diversidade de ecossistemas.
Por outro lado, segundo Castro (2003), quando os estudos são de taxonomia
(classificação, determinação e identificação), flora (conjunto de espécies vegetais), florística
(flora associada a estimativas de amostragem) e fitogeografia (qualitativa e quantitativa) de
plantas, a abordagem é a de biodiversidade de tipo. Por sua vez, quando os estudos são de
morfologia externa (organografia) e anatomia (morfologia interna) e de desenvolvimento dos
sistemas radiculares (radicilares), dos sistemas subterrâneos de plantas, e estudos de anatomia
ecológica de folhas, o foco é a biodiversidade de forma. Quando os estudos estão voltados
para as estratégias fisiológicas adaptativas de espécies vegetais aos estresses do meio
ambiente, a biodiversidade de função toma a dianteira.
Neste estudo, a biodiversidade de tipo associada com a diversidade de
ecossistemas foi a abordagem perseguida por conta da oportunidade de se fazer pela
primeira vez a caracterização da vegetação florestal de transição da "área de chapada" da
Serra Vermelha, a partir da sua flora ou parte da sua flora (flórula), localizada nos municípios
de Redenção do Gurguéia, Bom Jesus, Morro Cabeça no Tempo e Curimatá, região sudeste do
Estado do Piauí, foco de uma proposta de "plano de manejo florestal sustentável' de
responsabilidade técnica de Toniolo e col. (2005).
Sem o conhecimento da flora de qualquer área, o conhecimento de sua vegetação fica
prejudicado, porque levam em consideração somente os aspectos fisionômicos, isto é, de
"aparência", que embora reflitam a estrutura ou organização dessa mesma vegetação, dão peso
exclusivo para os padrões de textura das imagens de satélite, por exemplo, que normalmente
são utilizadas para este fim, e pior ainda, quando associadas a escalas pequenas de trabalho,
muito inclusivas, mas facilmente disponíveis, até por questões dos custos financeiros de
aquisição. Não é à toa, que por causa disso, durante o período das chuvas, alguns tipos de
vegetação do Nordeste, muito diferentes, são confundidos.
Sendo estacional, semidecidual ou decidual, qualquer formação vegetal precisa ser
analisada levando em conta os seus aspectos de sazonalidade e de caducidade associados.

TERMOS DE REFERÊNCIA

Domínio Fitogeográfico:
[Botânica/Fitogeografia]: Determinado pelo tipo de vegetação [e elementos florísticos
autóctones] (dessa vegetação e/ou formação vegetal) de uma região natural.

Programa bioTEN RELATÓRIOS


4 Publ. avulsas conserv. ecossistemas, 23:1-72 (mai. 2009)

Domínio Morfoclimático e Fitogeográfico:


[Geomorfologia]: Conjunto espacial de certa ordem de grandeza territorial (de centenas de
milhares a milhões de quilômetros quadrados de área) onde haja um esquema coerente de
feições de relevo, tipos de solos, formas de vegetação e condições climático-hidrológicas
[Ab’Sáber 2003].
Domínio Florístico:
[Botânica]: Determinado pela flora [conjunto das espécies vegetais] de um determinado tipo de
vegetação. Espécies de/da Mata Atlântica, por exemplo.
Bioma:
[Ecologia]: Grande comunidade terrestre, ou conjunto de comunidades [Conjunto de
populações animais (fauna) e vegetais (flora) em uma mesma área, formando um todo
integrado e uniforme], distribuída em uma grande área geográfica, caracterizada por um tipo
de clima dominante e de uma vegetação dominante.
Província Biogeográfica:
[Geografia]: Território [área geográfica] florístico que se caracteriza pela posse de ao menos
uma comunidade climática e pelo endemismo de nível genérico e específico. [Exemplos no
Brasil: amazônica, central e atlântica].
Floresta Estacional:
Floresta [Formação Florestal] que responde aos aspectos de estacionalidade [estações do ano
(verão, outono, inverno e primavera), período seco e período chuvoso].
Floresta Semidecidual ou Decidual:
Floresta Semidecidual [ou Subcaducifólia] é a que perde parcialmente as folhas durante o
período seco [com deficiência hídrica], ou durante as estações de inverno até meados da
primavera no hemisfério sul. Quando a perda de folhas é total trata-se de Floresta Decidual
[Caducifólia].
Floresta de Terras Baixas, Submontana ou Montana:
Em latitudes próximas do Equador (5 a 16º) as florestas com cotas altimétricas na faixa de 5 a
100 m correspondem às Florestas de Terras Baixas, na faixa de 100 a 600 m, às Florestas
Submontanas, e na faixa de 600 a 2.000 m, às Florestas Montanas.
Biota:
Conjunto dos seres animais e vegetais de uma região.
Flora:
Conjunto das espécies vegetais de uma determinada localidade.
Fauna:
Conjunto dos animais próprios de uma região ou de um período geológico.
Vegetação:
Conjunto de plantas que apresenta uma fisionomia [caráter dado a uma comunidade
vegetal pela forma biológica de seus componentes], que não se agrupam ao acaso e que
varia bastante, conforme o clima e o solo. Exemplos: o cerrado, a caatinga e a floresta.
Florística:
Parte da fitogeografia que trata particularmente das famílias, gêneros e espécies ocorrentes em
uma determinada região. Mantém uma relação estreita com "tamanho de área" e "amostra".

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EM DISCUSSÃO

Antes da existência da Lei da Mata Atlântica (Lei Nº 11.428, de 22/12/2006) não havia
nenhum instrumento de proteção voltado para as "florestas estacionais semideciduais ou
deciduais", diferentemente do "status" de proteção das "matas de galeria", ou "matas ciliares",
por exemplo, por causa do Código Florestal (Lei Nº 4.771, de 15/9/1965).
Assim, aquelas "florestas secas" em uma situação de não consideração quanto ao fato
da "caatinga" sequer ser um dos "patrimônios nacionais" do Brasil, porque a mesma e o
"cerrado" não foram contemplados no $4º do Art. 225 da Constituição Federal de 1988, as
mesmas passaram a ter proteção sob a égide da "lei da mata atlântica" como se todas as
florestas estacionais fossem também "mata atlântica".
Antes e durante a gestão do Decreto Lei Nº 750, de 10/2/1993, muita discussão já
havia sobre a definição real dos domínios da Mata Atlântica. Até então, a base era o Mapa de
Vegetação do Brasil de 1988, resultado de interpretações visuais e automáticas a partir dos
padrões de contraste da textura das imagens de satélite e das escalas de trabalho disponíveis à
época.
Falava-se de domínio sem nem mesmo ter-se conhecimento sobre a flora (composição
florística) de "todas" as matas atlânticas brasileiras. Que domínio era este? Domínio
morfoclimático e fitogeográfico? Domínio fitogeográfico? Domínio florístico?
Para alguns especialistas, o "domínio" ou a distribuição da "mata atlântica" deveria ser
restrita à faixa litorânea e os que admitiam uma penetração para o interior do Brasil referiam-se
apenas à região Sudeste. Inclusive, aquele Decreto Lei Nº 750 já refletia isto quando fazia
referência a "espaços que contivessem aspectos fitogeográficos e botânicos sob influência das
condições climatológicas peculiares do mar".
Depois disto, políticas de inclusão foram aos poucos considerando todas as áreas
associadas delimitadas a partir do Mapa de Vegetação do Brasil (IBGE 1988), como as Florestas
Ombrófilas (Densa, Mista e Aberta), as Florestas Estacionais (Semidecidual e Decidual), os
Manguezais, as Restingas e Campos de Altitude associados, bem como os Brejos interioranos e
também os "encraves florestais" da região Nordeste, reforçando cada vez mais a idéia de que
"todas as formações florestais extra-amazônicas" seriam, ou deveriam ser, então, "mata
atlântica".
Como até aqui, no entanto, nenhuma contribuição apareceu (ou foi priorizada) a partir
do conhecimento da flora (composição florística) dessas "formações florestais", a situação
continuou/continua sem mudanças, ao ponto, inclusive, do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) cometer generalizações absurdas, como as mais recentes, com referência à
retirada dos cerrados setentrionais do Piauí do bioma Cerrado por ocasião da revisão das "áreas
prioritárias para conservação da biodiversidade do bioma Cerrado e Pantanal", em 2006, e da
extensão do bioma Mata Atlântica para 42 (quarenta e dois) municípios do Piauí, conforme as
"áreas de aplicação da Lei Nº 11.428 de 2006", em 2008, incluindo absurdamente as "florestas
estacionais deciduais" de Teresina, capital do Estado, e entorno.
Se alguns levantamentos florísticos foram feitos para algumas "matas", acabaram,
provavelmente, ficando pouco divulgados ou absolutamente restritos ao ambiente acadêmico
das Universidades ou Institutos de Pesquisa.

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Entretanto, na medida em que o conhecimento amplia-se com relação às "florestas


estacionais", cada vez mais os levantamentos florísticos e fitossociológicos assumem seus
papéis de agregação de valor. Com o passar do tempo e da facilidade de aporte de recursos e
de infra-estrutura, por causa até de demandas econômicas de desenvolvimento, as
classificações de vegetação tendem a ser mais completas, porque adicionarão aos corriqueiros
mapeamentos de vegetação, os conhecimentos sobre a botânica e a ecologia das associações
vegetais remanescentes em escalas de trabalho obrigatoriamente maiores.
A prova disto já se pode ver com este trabalho, uma vez que o mesmo mostra, ao
contrário do que se podia imaginar, que na verdade há florestas estacionais de todo tipo:
florestas estacionais da "caatinga", florestas estacionais da "floresta amazônica" e florestas
estacionais da "mata atlântica", por exemplo. Se isto vai ser reconhecido politicamente, ou não,
será preciso acompanhar as resistências e/ou mudanças no âmbito dos pactos sociais que se
estabelecerão a curto e médio prazo.
Em nenhum momento, entretanto, discussões como estas não invalidam qualquer
estratégia de conservação da biodiversidade, ou de seleção de áreas prioritárias, ou de eleição
de unidades de conservação. Nenhum juízo de valores se fez ou se está fazendo sobre a
importância ou não da biologia da conservação das áreas relacionadas. Suas validades só se
justificam por conta dos "princípios de cautela" que devem nortear também a maioria das ações
neste campo de atuação da natureza humana.

PRINCIPAIS MUNICÍPIOS ENVOLVIDOS

Redenção do Gurguéia localiza-se a uma latitude de 09º29'12" sul e a uma longitude de


44º35'11" oeste, estando a uma altitude de 292 metros. Sua população estimada em 2007 era
de 8.270 habitantes. Possui uma área de 2.437,4 km². O que corresponde a uma densidade
populacional de 3,4 hab./km².
Bom Jesus localiza-se a uma latitude de 9º04'28" sul e a uma longitude de 44º21'31" oeste,
estando a uma altitude de 277 metros. Sua população estimada em 2007 era de 20.087
habitantes. Possui uma área de 5.469,2 km². O que corresponde a uma densidade populacional
de 3,1 hab./km².
Morro Cabeça no Tempo localiza-se a uma latitude de 09º43'30" sul e a uma longitude de
43º54'02" oeste, estando a uma altitude de 479 metros. Sua população estimada em 2007 era
de 6.398 habitantes. Possui uma área de 2.224,1 km². O que corresponde a uma densidade
populacional de 2,9 hab./km².
Curimatá localiza-se a uma latitude de 10º02'11" sul e a uma longitude de 44º18'22" oeste,
estando a uma altitude de 328 metros. Sua população estimada em 2007 era de 10.615
habitantes. Possui uma área de 2.378,9 km². O que corresponde a uma densidade populacional
de 4,5 hab./km².

S OL OS

A caracterização dos solos se baseou na descrição do Perfil 21, Amostra "P 36",
coletada por Heráclio Fernandes Raposo de Mélo Filho e Antonio Cabral Cavalcanti (Embrapa
1986, pág. 148-150) na estrada Curimatá/Parnaguá, 35 km de Curimatá, município de
Parnaguá (PI), nas coordenadas de 9°54'S, 44°33'W e 340 m, muito próximas das áreas
amostradas na Serra Vermelha, aplicáveis no contexto deste Relatório.

Programa bioTEN RELATÓRIOS


Publ. avulsas conserv. ecossistemas, 23:1-72 (mai. 2009) 7

O solo é do tipo Latossolo Amarelo, Álico, Horizonte A Fraco, Profundo (cerca de até
110 m), Fase Caatinga Hipoxerófila (Grameal), Relevo (local) Plano. Ver Figura 1.
Litologia e cronologia: Formação Sambaíba do Triássico. Material originário:
cobertura de material arenoso sobre arenitos. Sem pedregosidade e sem rochosidade. Relevo
regional: plano e suave ondulado. Erosão: nula e laminar ligeira. Drenagem:
acentuadamente drenado. Vegetação Primária: Caatinga.

Figura 1. Fotografia em terra de um trecho de uma das estradas na área de chapada da Serra Vermelha.
Condomínio Fazenda Chapada do Gurguéia (CCG). Detalhe para o Latossolo Amarelo. Município de Curimatá, PI (?).
Créditos: Programa bioTEN (2008_09).

CLIMA DA REGIÃO

Para a caracterização do clima da região foram usados os dados de temperatura e


precipitação para os municípios de Bom Jesus, Curimatá e Redenção do Gurguéia. Alguns
dados também foram considerados para o município de Morro Cabeça no Tempo.
Em Bom Jesus as temperaturas médias oscilam entre os valores de 24,8°C (fevereiro)
a 28,6°C (setembro) com média de 26,2°C (Lima e Assunção 2002). As temperaturas mínimas
variam de 18,8°C (julho) a 21,9°C (outubro) com média de 20,6°C e as máximas, por sua vez,
variam de 30,1°C (fevereiro) a 36,0°C (setembro) com média de 32,7°C. A precipitação total
anual gira em torno de 949,9 mm. Chuvas com mais de 100 mm acontecem do final da
primavera (Novembro) a meados do Outono (Abril) do ano seguinte. O mês mais chuvoso,
cerca de 170 mm, é Janeiro, e o menos chuvoso, cerca de 2 mm, corresponde a Agosto. Assim,
o período chuvoso vai de Novembro a Abril. Com base em uma Capacidade de Água
Disponível no Solo (CAD) de 120 mm, segundo Rossato (2001), porque o solo é latossólico, a
deficiência hídrica anual é de 656,2 mm. Excedente, somente em março e abril, de 25,7 mm e
4,4 mm, respectivamente.
Em Curimatá as temperaturas médias oscilam entre os valores de 24,7°C (fevereiro) a
28,5°C (setembro) com média de 26,0°C (Lima e Assunção 2002). As temperaturas mínimas
variam de 18,4°C (julho) a 21,9°C (outubro) com média de 20,3°C e as máximas, por sua vez,
variam de 30,0°C (fevereiro) a 35,8°C (setembro) com média de 32,6°C. A precipitação total
anual gira em torno de 770,9 mm. Chuvas com mais de 100 mm acontecem do final da
primavera (novembro) ao início do outono (março) do ano seguinte. O mês mais chuvoso,
cerca de 150 mm, é janeiro, e o menos chuvoso, cerca de 1 mm, corresponde a julho. Em
agosto não chove.
Programa bioTEN RELATÓRIOS
8 Publ. avulsas conserv. ecossistemas, 23:1-72 (mai. 2009)

Assim, o período chuvoso vai de novembro a março. Com base em uma CAD de
120 mm, segundo a mesma Rossato (2001), a deficiência hídrica anual é de 685,0 mm. Não
há excedente.
Em Redenção do Gurguéia as temperaturas médias oscilam entre os valores de
24,7°C (fevereiro) a 28,6°C (setembro) com média de 26,1°C (Lima e Assunção 2002). As
temperaturas mínimas variam de 18,6°C (julho) a 21,8°C (outubro) com média de 20,4°C e as
máximas, por sua vez, variam de 30,0°C (fevereiro) a 36,0°C (setembro) com média de
32,6°C. A precipitação total anual gira em torno de 904,6 mm. Chuvas com mais de 100 mm
acontecem do início do verão (dezembro) a meados do outono (abril) do ano seguinte. O mês
mais chuvoso, cerca de 190 mm, continua sendo janeiro, e o menos chuvoso, cerca de menos
de 1 mm, corresponde a junho. Em julho e agosto não chovem. Assim, o período chuvoso
vai de dezembro a abril. Com base naquela mesma CAD, a deficiência hídrica anual é de
698,1 mm. Excedente, somente em março, de 46,7 mm.
Para a região, a evapotranspiração potencial total anual varia de 1.548,3 mm a
1.576,0 mm.
Em Curimatá e Redenção do Gurguéia o clima é do tipo C1dA'3a' (subúmido seco
com pouco [março] ou nenhum excedente de água, terceiro megatérmico e pequena amplitude
térmica anual).
Em Morro Cabeça no Tempo o clima é do tipo C1dA'4a' (subúmido seco com
pouco ou nenhum excedente de água, segundo megatérmico e pequena amplitude térmica
anual).
De acordo com Andrade Júnior e col. (2004), considerando cenários diferentes, isto é,
seco, regular, chuvoso e médio, o clima para a região de estudo pode variar de árido
(passando por semi-árido) a subúmido seco, dependendo do método que se utiliza para o
cálculo da evapotranspiração potencial. Diferenças entre Thornthwaite (1948) e Thornthwaite e
Mather (1955).

VEGETAÇÃO (Primeiras Impressões)

No caminho para a Serra Vermelha, partindo de Bom Jesus, vários tipos de vegetação
aparecem com variações de caducidade e com muitos sinais de secundarificação. Nas partes
mais baixas e com solos arenosos, o cerrado (cerrado típico e cerradão de cerrado)
predomina, mas muito queimado e com áreas vastíssimas impactadas por práticas passadas e
recentes de implantação de lavouras de subsistência (Figura 2). À esquerda da PI-257 depois
da Placa de Sinalização para a Serra Vermelha, a fisionomia da vegetação é a de floresta
estacional decidual (Figuras 3 e 4) com muitos sinais de secundarificação.
A presença de Amburana cearensis (imburana-de-cheiro) (Figura 5), espécie
comum das "caatingas arbustivo-arbóreas", de Cenostigma gardnerianum (caneleiro,
canela-de-velho) (Figura 6), espécies comuns das "matas de encosta", e em solos arenosos, a
Parkia platycephala (faveira-de-bolota) (Figura 7), a Magonia pubescens (tingui-de-bola)
(Figura 8) e a Dimorphandra gardneriana (barbatimão 1) (Figura 9), espécies comuns do
"cerrado", emprestam à paisagem, de um modo geral, um caráter de transição.

1
Na Serra Vermelha, uma vez que o nome mais comum na maioria dos lugares é "Fava-d'Anta".

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Figura 2. Fotografia em terra de um trecho da vegetação impactada pelo fogo nas margens da PI-257. Vegetação de
Cerrado Típico (Cerrado sensu stricto). Município de Redenção do Gurguéia, PI (?). Créditos: Programa bioTEN
(2008_09).

Figura 3. Fotografia em terra de um trecho da vegetação na direção/subida da Serra Vermelha à esquerda da PI-
257. Floresta Estacional Decidual. Município de Curimatá, PI (?). Créditos: Programa bioTEN (2008_09).

Figura 4. Fotografia em terra de um trecho da vegetação na direção/subida da Serra Vermelha à esquerda da


PI-257. Floresta Estacional Decidual. Município de Curimatá, PI (?). Créditos: Programa bioTEN (2008_09).

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10 Publ. avulsas conserv. ecossistemas, 23:1-72 (mai. 2009)

Figura 5. Tronco de imburana-de-cheiro (Amburana cearensis (Allemão) A.C. Sm.).


Floresta Estacional Decidual. Município de Curimatá, PI (?). Créditos: Programa bioTEN (2008_09).

Figura 6. Tronco de caneleiro (Cenostigma gardnerianum Tul.). Município de Curimatá, PI (?). Créditos: Programa
bioTEN (2008_09).

Figura 7. Folhagem da faveira-de-bolota (Parkia platycephala Benth.). Município de Redenção do Gurguéia, PI (?).
Créditos: Programa bioTEN (2008_09).

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Figura 8. Tronco de tingui-de-bola (Magonia pubescens A. St-.Hil.). Município de Redenção do Gurguéia, PI (?).
Créditos: Programa bioTEN (2008_09).

Figura 9. Folhas de barbatimão (Dimorphandra gardneriana Benth.). Município de Redenção do Gurguéia, PI (?).
Créditos: Programa bioTEN (2008_09).

Na área de chapada da Serra Vermelha, algumas fisionomias aparecem mais densas


e altas e outras, mais abertas e baixas. De qualquer modo, o padrão monoestratificado é mais
conspícuo. Há variações de caducidade, mas o padrão semidecíduo é mais presente do que o
decíduo. As Figuras 10 e 11 mostram isto.

Figura 10. Fotografia em terra de um trecho da vegetação de porte mais alto na Serra Vermelha. Município (?).
Créditos: Programa bioTEN (2008_09).

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12 Publ. avulsas conserv. ecossistemas, 23:1-72 (mai. 2009)

Figura 11. Fotografia em terra de um trecho da vegetação de porte mais baixo na Serra Vermelha. Município (?).
Créditos: Programa bioTEN (2008_09).

Há trechos em que o componente lenhoso mostra muitos sinais de queimadas,


provavelmente, periódicas. As grandes extensões, o vento e a falta de aceiros alastram o fogo
que é ateado nos baixões (Figuras 12 e 13). Como as áreas de Reserva Legal distribuem-se
nas bordas da chapada, elas são as primeiras a serem fortemente impactadas.

Figura 12. Fotografia em terra de um trecho da vegetação muito afetada pelo fogo na Serra Vermelha. Uma das
áreas de Reserva Legal. Município (?). Créditos: Programa bioTEN (2008_09).

Figura 13. Fotografia em terra de outro trecho da vegetação muito afetada pelo fogo na Serra Vermelha. Uma das
áreas de Reserva Legal. Município (?). Créditos: Programa bioTEN (2008_09).

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METODOLOGIA

Área de Estudo

As Figuras 14 e 15 mostram a área de estudo do presente Relatório.

Figura 14. Recorte de uma imagem do Google Earth (Versão 4.2, Imagem de 13/11/2007, Acessada em 30/4/2009)
da área de chapada da Serra Vermelha. Detalhe para o Ponto 2.0 (9º55'15,1"S, 44°28'52,5"W e 324 m), à esquerda
da PI-257, e Ponto 24.9 (9°35'49,9"S, 44°04'07,2"W e 613 m), um dos pontos centrais de coleta de material botânico.
Município de Parnaguá, Piauí (?). Créditos: Programa bioTEN (2008_09).

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14 Publ. avulsas conserv. ecossistemas, 23:1-72 (mai. 2009)

Figura 15. Distribuição dos pontos de coleta de material botânico na subida e na área de chapada da Serra
Vermelha. Municípios de Redenção do Gurguéia, Curimatá e Morro Cabeça no Tempo, PI (?). Pontos: P01
(09°51'03,5''S, 44°28'13,1''W e 437 m), P02 (09°49'10,6''S, 44°27'05,2''W e 491 m), P03 (09°47'16,3''S, 44°21'51,3''W
e 599 m), P04 (09°41'26,2''S, 44°13'20,5''W e 620 m), P05 (09°39'27,7''S, 44°10'53,7''W e 567 m), P06 (09°40'59,6''S,
44°06'15,7''W e 673 m), P07 (09°39'36,4''S, 44°11'11,1''W e 503 m), P08 (09°37'50,6''S, 44°07'52,5''W e 644 m), P09
(09°35'49,9''S, 44°04'07,2''W e 613 m), P10 (09°34'27,7''S, 43°57'39,9''W e 699 m) e P11 (09°35'51,3''S, 43°55'05,8''W
e 637 m). Créditos: Programa bioTEN (2008_09).

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Seleção das Áreas

Para o levantamento da vegetação foram selecionadas as fisionomias em melhor estado


de conservação na expectativa de se encontrar nelas uma maior representação florística da
vegetação da área de chapada do Condomínio Fazenda Chapada do Gurguéia (CCG) e do seu
entorno.
O histórico das áreas foi levado em consideração. Nas áreas de chapada, algumas
Áreas de Reserva Legal e algumas áreas das Unidades de Produção Anual (UPAs), definidas por
aquele plano de manejo florestal sustentável (Toniolo e col. 2005), foram consideradas.
Infelizmente, não se localizou no campo todas as parcelas de 20x20 m (400 m²) que
subsidiaram informação para a elaboração daquele mesmo "plano de manejo".
Três excursões científicas foram empreendidas, a primeira, para reconhecimento e
registro fotográfico inicial de paisagens no período de 22 a 26/10/ 2008. A segunda e a terceira,
para as amostragens florísticas complementares e amostragem fitossociológica, nos períodos de
5 a 17/1/2009 e de 19 a 25/2/2009. Foi possível observar os dois períodos estacionais, o seco e
o chuvoso. A área delimitada entre as coordenadas geográficas de 9°20'47,8'' a 9°55'15,1'' de
latitude sul e de 43°54'01,9'' a 44°58'48,5'' de longitude oeste, correspondeu à área de
observação na qual se fizeram os levantamentos qualitativos e quantitativos, o que
correspondeu mais ou menos a uma área de 689.427,18 hectares. As altitudes variaram de 324
a 699 m (média de 562,6 m).
Um total de 36 (trinta e seis) pontos de observação foi selecionado dos quais em 11
(onze) deles houve concentração de coletas de material botânico. A Tabela 1 lista as
coordenadas geográficas desses pontos.

Instalação das Parcelas

Como o acesso físico para os boqueirões (áreas de baixada) se encontrava inacessível


durante o período da nossa estadia para a realização deste trabalho, as unidades amostrais
foram somente instaladas nas áreas de chapada da Serra Vermelha. Assim, 30 (trinta)
parcelas de 20x30 m (600 m²), perfazendo um total de 1,8 hectares de área amostrada foram
alocadas. Na amostragem do componente lenhoso, todos os indivíduos vivos com diâmetro do
caule ao nível do solo (DNS) ≥ 3 cm no interior das parcelas foram medidos. Fez-se uso,
portanto, do Protocolo de Avaliação Fitossociológica Mínima (PAFM) (Castro e col.
2009), em que considera o mínimo de 1 (um) hectare de área amostrada, e/ou o mínimo de 30
(trinta) indivíduos por unidade amostral, e/ou o mínimo de 30 (trinta) unidades amostrais. Para
a complementação do levantamento florístico, foram observadas as "espécies amostráveis", isto
é, espécies "fora das parcelas" que seriam amostradas caso estivessem no interior das mesmas,
bem como todas as espécies (lenhosas e herbáceas) com oferta de material reprodutivo
(Método de Coletas Preferenciais - MCP) (Castro e col. 1998). O sistema de classificação
adotado para organização dos táxons foi o de Cronquist (1988). Para a abreviatura dos nomes
de autores, utilizou-se Brummitt e Powell (1992).

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16 Publ. avulsas conserv. ecossistemas, 23:1-72 (mai. 2009)

Tabela 1. Relação dos pontos de parada/observação e coordenadas geográficas anotadas durante as excursões e
coletas de material botânico. Área de chapada da Serra Vermelha.

PONTOS
LATITUDE LONGITUDE ALTITUDE
PONTOS DE
(Sul) (Oeste) (metros)
COLETAS

1 09°20'47,8'' 44°32'43,5'' 344 -


2 09°55'15,1'' 44°28'52,5'' 324 -
3 09°53'30,9'' 44°28'12,1'' 345 -
4 09°52'13,3'' 44°28'15,1'' 355 -
5 09°51'03,5'' 44°28'13,1'' 437 1
6 09°49'10,6'' 44°27'05,2'' 491 2
7 09°47'16,3'' 44°21'51,3'' 599 3
8 09°41'26,2'' 44°13'20,5'' 620 4
9 09°41'27,9'' 44°13'18,4'' 630 -
10 09°40'01,4'' 44°11'49,7'' 595 -
11 09°39'27,7'' 44°10'53,7'' 567 5
12 09°40'59,6'' 44°06'15,7'' 673 6
13 09°40'15,7'' 44°04'59,5'' 679 -
14 09°40'06,8'' 44°04'44,4'' 668 -
15 09°40'03,9'' 44°06'46,5'' 658 -
16 09°34'02,5'' 44°14'03,4'' 569 -
17 09°31'55,4'' 44°16'45,6'' 562 -
18 09°41'30,7'' 44°14'06,5'' 615 -
19 09°41'12,9'' 44°13'44,3'' 621 -
20 09°39'36,4'' 44°11'11,1'' 503 7
21 09°37'50,6'' 44°07'52,5'' 644 8
22 09°36'28,5'' 44°05'19,3'' 648 -
23 09°36'16,5'' 44°04'57,2'' 635 -
24 09°35'49,9'' 44°04'07,2'' 613 9
25 09°35'01,1'' 44°02'35,0'' 653 -
26 09°33'37,3'' 44°58'48,5'' 681 -
27 09°34'27,7'' 43°57'39,9'' 699 10
28 09°36'26,0'' 43°54'56,0'' 669 -
29 09°35'51,3'' 43°55'05,8'' 637 11
30 09°38'32,1'' 43°55'19,7'' 631 -
31 09°40'48,4'' 43°54'08,1'' 516 -
32 09°43'13,1'' 43°54'01,9'' 493 -
33 09°43'50,3'' 43°55'42,5'' 493 -
34 09°40'51,4'' 44°03'07,0'' 699 -
35 09°53'08,9'' 44°28'09,4'' 360 -
36 09°33'32,3'' 44°35'12,8'' 327 -

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A Tabela 2 mostra as coordenadas geográficas das unidades amostrais que


compuseram a nossa amostra.

Tabela 2. Relação das coordenadas geográficas anotadas para as 30 (trinta) unidades amostrais em que foram
realizados os levantamentos fitossociológicos. Área de chapada da Serra Vermelha.

LATITUDE LONGITUDE ALTITUDE


PONTOS
(Sul) (Oeste) (metros)

1 09°37'30,1" 44°09'40,8'' 630


2 09°36'20,5" 44°11'10,7" 591
3 09°34'14,1" 44°13'44,4" 588
4 09°33'16,5" 44°15'02,8" 584
5 09°32'32,0" 44°15'52,2" 535
6 09°37'46,0" 44°07'50,2" 625
7 09°37'28,8" 44°07'15,5" 627
8 09°41'27,5" 44°13'00,2" 626
9 09°41'23,7" 44°13'00,4" 625
10 09°40'42,8" 44°12'20,0" 623
11 09°39'37,3" 44°11'10,7" 540
12 09°38'37,7" 44°08'13,9" 648
13 09°39'24,9" 44°07'28,7" 668
14 09°40'19,5" 44°06'23,4" 652
15 09°40'24,2" 44°06'28,3" 691
16 09°40'29,3" 44°05'27,4" 637
17 09°40'13,7" 44°04'49,6" 700
18 09°42'16,1" 44°15'50,0" 614
19 09°43'00,4" 44°17'32,2" 616
20 09°45'13,1" 44°19'56,0" 615
21 09°38'40,3" 44°09'29,3" 658
22 09°38'36,5" 44°09'17,0" 670
23 09°37'17,8" 44°06'51,3" 680
24 09°17'03,7" 44°06'24,4" 630
25 09°41'09,9" 44°12'45,6" 610
26 09°41'22,2" 44°13'23,8" 600
27 09°41'17,3" 44°13'47,3" 600
28 09°42'09,5" 44°15'38,2" 600
29 09°42'48,2" 44°17'08,7" 610
30 09°43'09,3" 44°17'43,9" 630

Os parâmetros fitossociológicos de abundância considerados na análise da organização


comunitária foram densidade total, área basal total, freqüência total, alturas e diâmetros
mínimo, médio e máximo, bem como os parâmetros absolutos e relativos de densidade,
freqüência e dominância.

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18 Publ. avulsas conserv. ecossistemas, 23:1-72 (mai. 2009)

Dentre os parâmetros sintéticos, o índice do valor de importância (IVI) e o índice do


valor de cobertura (IVC). O índice de diversidade utilizado foi o de Shannon (H'). Para os
cálculos foi utilizado o programa MATA NATIVA versão 2.6:

1. Índice de diversidade de Shannon (H') (Shannon, Weaver, 1949;


Wiener, 1948; todos citados por Ashby (1970), onde:

H' = -  [pi.ln(pi)],

em que "pi" é dado pela razão de ni/N. A diversidade de abundância é


considerada somente para espécies.

Os índices de similaridade e de equabilidade utilizados foram:

1. Índice de Sørensen

IS =2a/(2a+b+c)

Nesta medida, "a" corresponde às ocorrências conjuntas, isto é, ao


número de espécies comuns a duas comunidades, enquanto que "b"
e "c" correspondem ao número de ocorrências exclusivas em cada uma
daquelas, quando comparadas. Aqueles índices de similaridade são
adimensionais e, se multiplicados por 100, passam a ser indicados como
porcentagens.

2. Índice de uniformidade (equabilidade) de Pielou

J' = H'/ln(S)

onde: J' (índice de Pielou), H' (índice de diversidade de Shannon) e S (número


de espécies presentes).

Os dados para obtenção do balanço hídrico e climatograma foram elaborados em uma


planilha Excel com uso do programa BHídrico, Versão 3.2 (D’Angiolella e Vasconcellos 2003),
segundo Thornthwaite e Mather (1955).

Listas de Espécies

Como o levantamento florístico e fitossociológico da área de chapada da Serra


Vermelha para efeitos do conhecimento acerca da sua biodiversidade de tipo ou diversidade
de espécies, foi o primeiro realizado, até o presente momento, dois procedimentos de
comparação com outros levantamentos foram feitos, o primeiro, entre o nosso levantamento e
um conjunto de "checklists" (listas de espécies) de levantamentos botânicos já realizados e
publicados para áreas de "mata atlântica" do Nordeste e, o segundo, entre o nosso
levantamento e outro conjunto de "checklists" de levantamentos botânicos também já
realizados e publicados para áreas de "caatinga", de "carrasco", de "restinga" e de "florestas
estacionais" do Nordeste, conforme a indicação dos seus próprios autores.

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Publ. avulsas conserv. ecossistemas, 23:1-72 (mai. 2009) 19

Para a primeira comparação, a idéia foi a de analisar quanto de semelhança (ou não)
nossas espécies guardam com as espécies de "mata atlântica" do Nordeste. Para isto foram
selecionadas listas no portal "Scientific electronic library online" (SCIELO Brasil) a partir
de publicações produzidas nos últimos 10 (dez) anos, 1999 a 2008, relacionadas com a
fisionomia "mata atlântica do Nordeste". Neste contexto 16 (dezesseis) "checklists" foram
selecionadas para serem confrontadas com mais 3 (três): Avelino Lopes (Castro e col. 2007),
SNE (2005) e Toniolo e col. (2005).
Para a segunda comparação, o foco foi o de verificar quanto de semelhança (ou não) a
flora (ou flórula) da Serra Vermelha mantém com a flora de áreas de outros tipos de
vegetação "seca" do Nordeste. Para isto foram selecionadas listas de trabalhos considerados
importantes para o Nordeste, ou pelo seu ineditismo à época da publicação, ou por conta da
qualidade dos trabalhos e/ou dos seus autores, ou por conta das áreas e tipos de vegetação
característicos.
Nessas comparações o método de classificação foi o de análise de agrupamentos (de
aglomerados ou "cluster analysis") [PC-ORD, Versão 4.14, Método de Ligação: Método de
Ward. Medida de Distâncias: Índice de Sørensen (Bray-Curtis)] e o de classificação-ordenação
foi o de análise de espécies indicadoras ("Two-way indicator species analysis", TWINSPAN) [PC-
ORD, Versão 4.14, Número de Amostras: 19 (dezenove) e Número de Espécies: 829
(oitocentos e vinte e nove)].

RESULTADOS

Flora

A Tabela 3 mostra os táxons observados e coletados durante todas as campanhas


científicas realizadas na Serra Vermelha. Um total de 149 táxons foi registrado, relacionados a
44 famílias e 100 gêneros botânicos.
Dos 149 táxons, 78 (52,3%) foram determinados até o nível de espécie, 57 (38,3%)
foram determinados até o nível de gênero, 9 (6,0%), até o nível de família e 5 (3,4%) sequer
foram determinados botanicamente. A carência de conhecimento sobre a flora da Serra
Vermelha e seus altos níveis de heterogeneidade chama a atenção para os cuidados que se
deve ter sobre a sua biologia da conservação.
As famílias de maior representatividade em relação ao número de espécies na
taxocenose estudada foram: Caesalpiniaceae, 19 (12,75%); Fabaceae, 14 (9,39%);
Bignoniaceae, 12 (8,05%); Mimosaceae, 10 (6,71%); Rubiaceae, 7 (4,70%); Apocynaceae e
Euphorbiaceae, 6 (4,03%); Combretaceae, Myrtaceae e Rutaceae, 5 (3,35%); Erythroxylaceae,
Malpighiaceae e Sapotaceae, 4 (2,68%); Anacardiaceae, Annonaceae, Flacourtiaceae,
Passifloraceae e Sapindaceae, com 3 (2,01%). Foram representadas por apenas uma única
espécie, 19 famílias, correspondendo a 12,75% do total de espécies (Figura 16).
Este número de 19 (43,2%) para famílias "monoespecíficas" (dentre aquelas 44
famílias) na área no levantamento florístico realizado é relevante, uma vez que demonstra um
alto nível de variedade e, portanto, de heterogeneidade. Muita heterogeneidade pode estar
associada a níveis altos de "fragilidade" em termos de manutenção do "pool" de espécies.

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20 Publ. avulsas conserv. ecossistemas, 23:1-72 (mai. 2009)

Tabela 3. Lista das famílias e espécies presentes nas áreas amostradas na Serra Vermelha. NI (Espécie Não
Determinada Taxonomicamente). NIA (Número de Indivíduos Amostrados). Nas três últimas colunas o "-" (hífen) faz
referência a ausência de "nome vulgar" ou a espécies apenas observadas (não amostradas quantitativamente).

FAMÍLIAS E ESPÉCIES VEGETAIS %


NOME VULGAR NIA
(Nome Científico) TOTAL

01 Anacardiaceae 0 0

01 Anacardium occidentale L. cajuí - -


02 Astronium fraxinifolium Schott ex Spreng. gonçalo-alves - -
03 Myracrodruon urundeuva Fr. Allemão aroeira - -

02 Annonaceae 366 6,19

04 Duguetia riedeliana R.E.Fr. ata-braba 278 4,70


05 Ephedranthus pisocarpus R.E.Fr. cunduru 80 1,35
06 Rollinia leptopetala R.E.Fr. bananinha 8 0,14

03 Apocynaceae 132 2,23

07 Aspidosperma macrocarpon Mart. - - -


08 Aspidosperma multiflorum A.DC. pau-pereiro 64 1,08
09 Aspidosperma pyrifolium Mart. pereiro 65 1,10
10 Rauvolfia sp burra-leiteira-2 1 0,02
11 Tabernaemontana catharinensis A.DC. burra-leiteira 2 0,03
12 Tabernaemontana hystrix Steud. - - -

04 Asteraceae (Compositae) 0 0

13 Dasyphyllum sprengelianum (Gardner)


- - -
Cabrera

05 Bignoniaceae 198 3,35

14 Adenocalymma cf involucratum (Bureau &


- - -
K.Schum.) L.Lohmann
15 Adenocalymma sp - - -
16 Amphilophium sp - - -
17 Anemopaegma arvense (Vell.) Stellfeld ex de
catuaba - -
Souza
18 Anemopaegma velutinum Mart. ex DC. - - -
19 Cuspidaria sp - - -
20 Fridericia sp - - -

Programa bioTEN RELATÓRIOS


Publ. avulsas conserv. ecossistemas, 23:1-72 (mai. 2009) 21

Continuação.

FAMÍLIAS E ESPÉCIES VEGETAIS %


NOME VULGAR NIA
(Nome Científico) TOTAL

21 Handroanthus chrysotrichus (Mart. ex DC.)


Mattos (= Tabebuia chrysotricha (Mart. ex DC.) pau-d’arco - -
Standl.)
22 Memora sp - - -
pau-d’arco-
23 Tabebuia sp1 - -
amarelo
pau-d’arco-
24 Tabebuia sp2 - -
amarelo-2
25 NI sp1 cipó-de-caititu 198 3,35

06 Bombacaceae 0 0

26 Pseudobombax sp embiratanha - -

07 Boraginaceae 8 0,14

27 Cordia rufescens A.DC. grão-de-galo 8 0,14

08 Caesalpiniaceae 805 13,62

28 Bauhinia acuruana Moric. mirorozinho 41 0,69


29 Bauhinia pulchella Benth. mororó-de-bode 18 0,30
30 Bauhinia sp1 cinturão-do-cão 1 0,02
31 Bauhinia sp2 miroró 18 0,30
32 Bauhinia sp3 mororó 3 0,05
33 Bauhinia sp4 - - -
34 Cenostigma gardnerianum Tul. canela-de-velho 309 5,23
35 Chamaecrista eitenorum (H.S. Irwin &
borrachinha 68 1,15
Barneby) H.S. Irwin & Barneby
jatobá,
36 Copaifera sp1 1 0,02
catinga-de-porco
37 Copaifera sp2 podói 41 0,69
38 Dimorphandra gardneriana Tul. - - -
39 Diptychandra aurantiaca Tul. ssp epunctata
birro 84 1,42
(Tul.) H.C.Lima, A.M.Carvalho & Costa ex G.P.Lewis
40 Hymenaea eriogyne Benth. jatobá 125 2,12
41 Hymenaea cf parvifolia Huber. jatobazinho 80 1,35
42 Hymenaea velutina Ducke timbó 11 0,19
43 Hymenaea sp - - -
44 Peltogyne sp - - -

Programa bioTEN RELATÓRIOS


22 Publ. avulsas conserv. ecossistemas, 23:1-72 (mai. 2009)

Continuação.

FAMÍLIAS E ESPÉCIES VEGETAIS %


NOME VULGAR NIA
(Nome Científico) TOTAL

45 Poeppigia procera C. Presl. - 4 0,07


46 Senna lechriosperma H.S.Irwin & Barneby falsa-jurema-preta 1 0,02

09 Celastraceae 4 0,07

47 Maytenus sp - 4 0,07

10 Combretaceae 181 3,06

48 Combretum glaucocarpum Mart. vaqueta 149 2,52


49 Combretum mellifluum Eichler - - -
50 Combretum sp - - -
51 Terminalia fagifolia Mart. & Zucc. camaçari 31 0,52
52 NI sp2 - 1 0,02

11 Convolvulaceae 0 0

53 Evolvulus sp1 - - -
54 Evolvulus sp2 - - -

12 Erythroxylaceae 661 11,18

55 Erythroxylum amplifolium (Mart.) O.E.Schulz catuaba-preta - -


56 Erythroxylum barbatum O.E.Schulz pau-de-casca 325 5,50
57 Erythroxylum rosuliferum O.E.Schulz alecrim 111 1,88
58 Erythroxylum vaccinifolium Mart. catuaba-roxa 225 3,81

13 Euphorbiaceae 781 13,21

59 Croton nepetaefolius Baill. - - -


60 Croton sp1 mulatinha 4 0,07
61 Croton sp2 - - -
62 Manihot sp maniçoba 15 0,25
63 Sapium glandulosum (L.) Morong - 2 0,03
64 Sebastiania sp araçá 760 12,86

14 Fabaceae (Papilionaceae) 165 3,37

65 Dalbergia cf frutescens (Vell.) Britton violete 21 0,36


66 Dioclea sp1 - - -

Programa bioTEN RELATÓRIOS


Publ. avulsas conserv. ecossistemas, 23:1-72 (mai. 2009) 23

Continuação.

FAMÍLIAS E ESPÉCIES VEGETAIS %


NOME VULGAR NIA
(Nome Científico) TOTAL

67 Dioclea sp2 - - -
68 Dipteryx lacunifera Ducke fava-de-morcego 41 0,69
69 Lonchocarpus sp1 - 2 0,03
70 Lonchocarpus sp2 - 2 0,03
71 Machaerium sp violete - -
72 Platypodium elegans Vogel sucupira - -
73 Pterodon abruptus (Moric.) Benth. cangaeiro 19 0,32
74 Stylosanthes sp - - -
75 Swartzia flaemingii Raddi var psilonema
banha-de-galinha 67 1,13
(Harms) R.S.Cowan
76 Trischidium decipiens (R.S.Cowan) H.Ireland
- 11 0,19
(= Bocoa decipiens Cowan)
77 Vatairea macrocarpa (Benth.) Ducke amargoso - -
78 NI sp3 - 2 0,03

15 Flacourtiaceae 264 4,47

79 Casearia sp1 cunduruzinho 29 0,49


80 Casearia sp2 - - -
81 Lindackeria ovata (Benth.) Gilg figueirinha 235 3,98

16 Loganiaceae 2 0,03

82 Strychnos cf rubiginosa A.DC. - - -


83 Strychnos sp quina-branca 2 0,03

17 Lythraceae 0 0

84 Lafoensia pacari A.St.-Hil. - - -

18 Malpighiaceae 94 1,59

85 Banisteriopsis stellaris (Griseb.) B. Gates - - -


86 Byrsonima correifolia A. Juss. murici 94 1,59
87 Byrsonima sp murici-2 - -
88 NI sp4 - - -

19 Malvaceae 40 0,68

89 Pavonia glazioviana Gürke gaxumba 40 0,68

Programa bioTEN RELATÓRIOS


24 Publ. avulsas conserv. ecossistemas, 23:1-72 (mai. 2009)

Continuação.

FAMÍLIAS E ESPÉCIES VEGETAIS %


NOME VULGAR NIA
(Nome Científico) TOTAL

20 Melastomataceae 0 0

90 Mouriri pusa Gardner puçá - -

21 Meliaceae 0 0

91 Trichilia emarginata (Turcz.) C.DC. catuaba - -

22 Mimosaceae 329 5,57

92 Acacia riparia (Kunth.) Britton & Rose ex Britton


unha-de-gato 223 3,77
& Killip
93 Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan var
angico-preto - -
cebil (Griseb.) Altschul
94 Calliandra sessilis Benth. - - -
95 Calliandra umbellifera Benth. - - -
96 Calliandra sp - - -
97 Mimosa acutistipula (Mart.) Benth. jurema-preta 2 0,03
98 Mimosa lepidophora Rizzini - - -
99 Parkia plathycephala Benth. faveira - -
100 Pityrocarpa moniliformis (Benth.) Luckow &
quipé 104 1,76
Jobson. (= Piptadenia moniliformis Benth.)
101 Senegalia langsdorffii (Benth.) Bocage (=
jurema-branca - -
Acacia langsdorfii Benth.)

23 Moraceae 0 0

102 Brosimum gaudichaudii Trécul inharé - -

24 Myrtaceae 532 9,00

103 Eugenia sp capinam 378 6,40


104 Myrcia sp - - -
105 Myrciaria sp goiaba-braba 153 2,59
106 Psidium sp - - -
107 NI sp5 - 1 0,02

25 Nyctaginaceae 298 5,04

108 Neea obovata Spruce ex Heimerl farinha-velha 298 5,04

Programa bioTEN RELATÓRIOS


Publ. avulsas conserv. ecossistemas, 23:1-72 (mai. 2009) 25

Continuação.

FAMÍLIAS E ESPÉCIES VEGETAIS %


NOME VULGAR NIA
(Nome Científico) TOTAL

26 Ochnaceae 184 3,11

109 Ouratea sp1 coração-de-negro 124 2,10


110 Ouratea sp2 catuaba-branca 60 1,02

27 Olacaceae 24 0,41

111 Ximenia americana L. ameixa-de-espinho 24 0,41

28 Passifloraceae 0 0

112 Passiflora sp - - -
113 Passiflora cincinnata Mart. - - -
114 Passiflora recurva Mart. - - -

29 Polygalaceae 0 0

115 Bredemeyera brevifolia (Benth.) Klotzsch ex


- - -
A.W.Benn.
116 Polygala sp - - -

30 Rubiaceae 251 4,25

117 Cordiera sp1 marmela 230 3,89


118 Cordiera sp2 - 1 0,02
119 Coutarea sp - - -
120 Faramea nitida Benth. - 20 0,34
121 Guettarda sp - - -
122 NI sp6 - - -
123 NI sp7 - - -

31 Rutaceae 164 2,77

124 Esenbeckia pumila Pohl - - -


125 Pilocarpus trachylophus Holmes barandim 70 1,18
126 Zanthoxylum sp laranja-braba 5 0,08
127 NI sp8 - 88 1,49
128 NI sp9 - 1 0,02

Programa bioTEN RELATÓRIOS


26 Publ. avulsas conserv. ecossistemas, 23:1-72 (mai. 2009)

Continuação.

FAMÍLIAS E ESPÉCIES VEGETAIS %


NOME VULGAR NIA
(Nome Científico) TOTAL

32 Sapindaceae 2 0,03

129 Magonia pubescens A.St.-Hil. tingui - -


130 Paullinia sp - - -
131 Talisia sp pitomba 2 0,03

33 Sapotaceae 78 1,32

132 Chrysophyllum sp - 3 0,05


133 Manilkara cf triflora (Allemão) Ducke ameixa-de-leite 75 1,27
134 Manilkara sp maçaranduba - -
135 Pouteria sp - - -

34 Solanaceae 0 0

136 Solanum crinitum Lam. jurubeba - -

35 Sterculiaceae 0 0

137 Helicteres baruensis Jacq gachumba - -


138 Helicteres muscosa Mart. sacatrapo - -

36 Tiliaceae 73 1,24

139 Apeiba tibourbou Aubl. pente-de-macaco - -


140 Luehea candicans Mart. açoita-cavalo 73 1,24

37 Turneraceae 6 0,10

141 Turnera sp - 6 0,10

38 Verbenaceae 1 0,02

142 Vitex sp - 1 0,02

39 Vochysiaceae 242 4,09

143 Callisthene microphylla Warm. - 135 2,28


144 Qualea sp - 107 1,81

Programa bioTEN RELATÓRIOS


Publ. avulsas conserv. ecossistemas, 23:1-72 (mai. 2009) 27

Conclusão.

FAMÍLIAS E ESPÉCIES VEGETAIS %


NOME VULGAR NIA
(Nome Científico) TOTAL

40 Desconhecida 1 19 0,32

145 NI sp10 cipó-de-cesta 19 0,32

41 Desconhecida 2 2 0,03

146 NI sp11 joão-mole 2 0,03

42 Desconhecida 3 4 0,07

147 NI sp12 - 4 0,07

43 Desconhecida 4 0 0

148 NI sp13 catinga-de-porco - -

44 Desconhecida 5 0 0

149 NI sp14 mutamba - -

TOTAL (Indivíduos Amostrados) - 5.910 -

Programa bioTEN RELATÓRIOS


28 Publ. avulsas conserv. ecossistemas, 23:1-72 (mai. 2009)

Figura 16. Distribuição das famílias botânicas pelos números de espécies na área de chapada do Condomínio Fazenda
Chapada do Gurguéia (CCG), Serra Vermelha. Município (?). Créditos: Programa bioTEN (2008_09)

Em relação ao número de espécies, os gêneros que mais se destacaram foram:


Bauhinia (6), Hymenaea e Erythroxylum (4), Aspidosperma, Tabebuia, Combretum,
Croton e Passiflora (3), Tabernaemontana, Adenocalymma, Anemopaegma,
Copaifera, Evolvulus, Dioclea, Lonchocarpus, Casearia, Strychnos, Byrsonima,
Acacia, Calliandra, Mimosa, Ouratea, Cordiera, Manilkara e Helicteres (2),
representando um total de 56,25%. Os demais gêneros (43,75%) estiveram representados por
uma única espécie (Figura 17).

Programa bioTEN RELATÓRIOS


Publ. avulsas conserv. ecossistemas, 23:1-72 (mai. 2009) 29

Figura 17. Distribuição dos gêneros botânicos pelos números de espécies na área de chapada do Condomínio Fazenda
Chapada do Gurguéia (CCG), Serra Vermelha. Município (?). Créditos: Programa bioTEN (2008_09)

As Tabelas 4 e 5 listam os levantamentos utilizados nas comparações realizadas.

Programa bioTEN RELATÓRIOS


30 Publ. avulsas conserv. ecossistemas, 23:1-72 (mai. 2009)

Tabela 4. Lista dos levantamentos realizados na "Mata Atlântica" segundo indicação dos seus próprios autores (L1:
Rodal e Nascimento 2002, L2: Pereira e Alves 2006, L4: Rodal e col. 2005, L5: Ferraz e Rodal 2006, L6: Oliveira e col.
2006, L8: Rodal e col. 2005, L9: Meira Neto e col. 2005, L10: Cestaro e Soares 2004, L11: Sambuichi 2006, L12:
Locatelli e Machado 2004, L13: Feitosa 2004, L15: Nascimento e Rodal 2008, L16: Andrade e Rodal 2004, L18: Pereira
e col. 2002 e L19: Sambuiche 2002), levantamentos realizados na Serra Vermelha (L24: Toniolo e col. 2005 e L25:
Castro e col. [este trabalho]), levantamento realizado em Avelino Lopes (L26: Castro e col. 2007) e levantamento
realizado nos ecótonos meridionais do Piauí: L27: SNE 2005). MCP (Método de Coletas Preferenciais). DAP (Diâmetro
à Altura Padrão: 1,30 m). PAP (Perímetro à Altura Padrão: 1,30 m). CFCG (Condomínio Fazenda Chapada do
Gurguéia).
COORDENADAS

PRECIPITAÇÃO
CRITÉRIO DE

FISIONOMIA
ID (Shannon)
INCLUSÃO
LOCAL e
LISTA

(mm)
SOLO CLIMA NTI NE

Reserva
Bruno Não

Floresta Serrana
Biológica de
Cálcico, Areia
Serra Negra
Quartzosa e
(Inajá e 271
1 MCP Podzólico - - 900 -
Floresta, (319)
Vermelho- A
PE):
marelo
8º35-38'S e
Eutrófico
38º02-04'W
APA Barra
do Rio Quente

Atlântica
Oriental
Mata
Mamanguape
2 MCP - - - - 111
(Rio Tinto, Úmido e
Marcação e Subúmido
Lucena, PB)
Mata do
Brejão,
Mata da
Prefeitura,
Mapa da
Brejo de Altitude

Maguary e
Mata do
1.100

4 Assentamento MCP - - - - -
(Bonito,
PE):
08º29'40"S
e
35º41'45"W
e 450-500
m

Programa bioTEN RELATÓRIOS


Publ. avulsas conserv. ecossistemas, 23:1-72 (mai. 2009) 31

Continuação.

COORDENADAS

PRECIPITAÇÃO
CRITÉRIO DE

FISIONOMIA
ID (Shannon)
INCLUSÃO
LOCAL e
LISTA

(mm)
SOLO CLIMA NTI NE

Mata do
Sirigi na

Floresta Ombrófila
Zona da Podzólico
Mata Norte Vermelho

Montana
DAP Quente e
(São Amarelo

1.103

1.521
5 5 Úmido - 151
Vicente Órtico
cm (Köppen)
Férrer, PE): (Brasil,
07°38'S e 1981a)
35°30'W e
600-640 m
Reserva
Ecológica Altur

Floresta Ombrófila
Estadual a
Mata do 0,2 2,2

Aberta
1.450

4.997
6 Pau-Ferro me Podzólico - a 90
(Areia, PB): DNS 3,5
06°58'S e 
35°42'W e 3 cm
600 m
Mata do Floresta Estacional Semidecidual
Toró,
Estação
Ecológica
do Tropical
Terras Baixas

Tapacurá com
1.300

de

8 (São MCP - Estação - - 202


Lourenço Seca
da Mata, (Köppen)
PE):
08°01'S e
35°11'W e
200-500 m

Programa bioTEN RELATÓRIOS


32 Publ. avulsas conserv. ecossistemas, 23:1-72 (mai. 2009)

Continuação.

COORDENADAS

PRECIPITAÇÃO
CRITÉRIO DE

FISIONOMIA
ID (Shannon)
INCLUSÃO
LOCAL e
LISTA

(mm)
SOLO CLIMA NTI NE

Muçununga

Baixas (Muçununga)
de

Floresta Ombrófila
Densa de Terras
Caravelas

1.200 a 1.750
(Caravelas, Espodossolos
53
9 BA): 17°41' MCP (Embrapa, - - -
(67)
13"S e 1999)
39°28'
24"W e
50 m
Mata do

Floresta Estacional
Decidual de Terras
Argissolo
Olho d'Água Quente e
PAP Amarelo
3,19 a 3,26

(Macaíba, Úmido, 540

Baixas
 Distrófico, 60
1.227
10

RN): Semiárido e
10 Neossolo (66)
5º53'S, Quente 260
cm Flúvico
35º23'W e (Köppen)
Distrófico
40 m
Fazenda

Floresta Atlântica
Retiro

Secundária
(Ilhéus,
DAP Argissolo, Quente e
BA):
2.000
3,88
11

 10 Vermelho- Úmido 120 62


14°43'
cm Amarelo (Köppen)
14"S e
39°09'
31"W
Parque
Ecológico
João
Vasconcelos Podzólico
Brejo de Altitude

Sobrinho Vermelho-
900 e 1.300

(Caruaru, Amarelo e
Úmido ou
12

PE): MCP Latossolos - 380 58


Subúmido
08°18' Vermelho-
36"S e Amarelo
36°00' Húmicos
00"W e
800-1.000
m

Programa bioTEN RELATÓRIOS


Publ. avulsas conserv. ecossistemas, 23:1-72 (mai. 2009) 33

Continuação.

COORDENADAS

PRECIPITAÇÃO
CRITÉRIO DE

FISIONOMIA
ID (Shannon)
INCLUSÃO
LOCAL e
LISTA

(mm)
SOLO CLIMA NTI NE

Mata do

Mata Atlântica
Tejipió

2,55 e 2,68
(Recife, DAP
369 29 e
13

PE): 5 - - -
759 37
08°06"S e cm
34°57"W e
15-64 m
Serra do
Bituri, Mata

Floresta Estacional Montana


da Malhada
(Brejo da
Madre de
Deus, PE):
DNS Podzólico
08°11'14"-

1.553
2,99
15

3 Vermelho- - 948 62
08°12'
cm Amarelo Orto
27"S e
36°23'73"-
36°24'
63"W e
900-1.030
m
Estação
Ecológica
Floresta Estacional Semidecidual

do
Tapecurá
(São
Lourenço
DAP Quente e
da Mata, 75
1.300

1.145
3,42
16

 - Úmido
PE): (85)
5 cm (Köppen)
8º03'04-
53"S,
35º09-10'
48-55"W e
100 a 140
m

Programa bioTEN RELATÓRIOS


34 Publ. avulsas conserv. ecossistemas, 23:1-72 (mai. 2009)

Continuação.

COORDENADAS

PRECIPITAÇÃO
CRITÉRIO DE

FISIONOMIA
ID (Shannon)
INCLUSÃO
LOCAL e
LISTA

(mm)
SOLO CLIMA NTI NE

Fazenda

Remanescente em
Área de Transição
São Bento
(Areia e

Caatinga
DNS Quente e
Remígio, Regossolo 43

3.153
2,99
18

 Úmido 700
PB): Distrófico (54)
3 cm (Köppen)
6º52'52"S,
35º47'42"W
e 596 m
Fazenda

Mata Atlântica Raleada


Novo

sobre Plantação de
Cacau (Cabruca)
Horizonte
Tropical
(Ilhéus, DAP
Podzólico Quente e 35
3,35
19

BA):  - 138
Eutrófico Úmido (41)
14º36' 5 cm
(Köppen)
52,3"S e
39º15'
54,0"W
CFCG,
Serra
Vermelha
(Morro
Vegeação Subxerófila

Cabeça no DAP Transição


(Caatinga Brejada)

Tempo e  de Tropical
Redenção 2 Semi-Árido 600
24

do cm, Latossolos para - e - -


Gurguéia, DNS Tropical 800
PI):  Subúmido
09°29'03"- 3 cm Seco
09°53'16"S
e
43°51'35"-
44°25'13"W

Programa bioTEN RELATÓRIOS


Publ. avulsas conserv. ecossistemas, 23:1-72 (mai. 2009) 35

Conclusão.

COORDENADAS

PRECIPITAÇÃO
CRITÉRIO DE

FISIONOMIA
ID (Shannon)
INCLUSÃO
LOCAL e
LISTA

(mm)
SOLO CLIMA NTI NE

CFCG,
Serra
Subúmido
Vermelha

Floresta Estacional Semidecidual de


Seco ou
(Morro
Variações
Cabeça no
de Árido
Tempo e
(passando
Redenção
por Semi-

Transição
do DNS
Latossolo Árido) a 78

904,6

5.910
3,49
25

Gurguéia, 
Amarelo Subúmido (149)
PI): 3 cm
Seco
09°17'03,7"
(Thornthwaite
- 09°43'
1948) ou
09,3"S e
(Thornthwaite
44°06'24,4"
e Mather
- 44°17'
1955)
43,9"W e
535-700 m
Fazenda Latossolos
Jirau Amarelos,
Floresta Estacional

(Caatiga Arbórea)
(Avelino Álicos,
Semidecidual
Quente e
Lopes, PI): DNS Distróficos; 800
Subúmido
2.946
3,32
26

10°08'28,4"  Argilosos ou e 97
(Cepro,
Se 3 cm Podzólico 900
1998)
43°48'45,5" Vermelho-
W e 485- Amarelo
582 m Concrecionários

Vários
27

MCP - - - - - - -
Municípios

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36 Publ. avulsas conserv. ecossistemas, 23:1-72 (mai. 2009)

A Figura 18 mostra a análise de agrupamentos que foi realizada com base no Índice
de Similaridade de Sørensen e que a partir desta, 2 (dois) grupos se formam e no Grupo 2
onde se encontra este levantamento florístico, o L25, as maiores similaridades (com mais de
75%) se dão entre ele e a L27, que foi o levantamento empreendido por pesquisadores da
Sociedade Nordestina de Ecologia (SNE), em 2005, que à época fizeram coletas de material
botânico nas proximidades da Serra Vermelha, em áreas da região dos ecótonos meridionais
do Piauí, conforme Castro (2007). Se o esforço amostral da L27 tivesse sido maior, essa
similaridade deveria ultrapassar os 80%, ou mais, provavelmente.
L25 mantém similaridade acima de 50% com a L24, que se trata do levantamento que
Toniolo e col. (2005) fizeram para a elaboração do "plano de manejo sustentável". Neste, o
esforço amostral em termos de "levantamento florístico" foi insuficiente.
L25 mantém mais similaridade com Avelino Lopes (PI) (L26: Caatinga Arbórea), com
Areia e Remígio (PB) (L18: Caatinga Remanescente em Área de Transição) e com Macaíba (RN)
(L10: Floresta Estacional Decidual de Terras Baixas) do que com todos os outros levantamentos
do Grupo 1, cuja expectativa de interpretação se direciona mais para "vegetação de mata
atlântica", até por causa das suas localizações geográficas e quantidade de precipitação (acima
de 900 mm), mais associadas que são a questões orográficas, isto é, de "barlavento" e
"sotavento".

Information Remaining (%)


100 75 50 25 0

L1

L4

L2

L6

L13

L9

L5

L12
1
L15

L8

L16

L11

L19

L10

L18

2
L26

L24

L25

L27

Figura 18. Dendrograma da análise de agrupamentos realizada com base nos dados da Tabela 4. Flora (flórula) da
área de chapada da Serra Vermelha. Semelhança de Sørensen entre a L25 com 18 outros levantamentos. Grupo 1
[L1: Reserva Biológica de Serra Negra, Inajá e Floresta, PE (Rodal e Nascimento 2002), L4: Mata do Brejão, Mata da
Prefeitura, Mapa da Maguary e Mata do Assentamento, Bonito, PE (Rodal e col. 2005), L2: APA Barra do Rio
Mamanguape, Rio Tinto, Marcação e Lucena, PB (Pereira e Alves 2006), L6: Reserva Ecológica Estadual Mata do
Pau-Ferro, Areia, PB (Oliveira e col. 2006), L13: Mata do Tejipió, Recife, PE (Feitosa 2004), L9: Muçununga de
Caravelas, Caravelas, BA (Meira Neto e col. 2005), L5: Mata do Sirigi na Zona da Mata Norte, São Vicente Férrer, PE
(Ferraz e Rodal 2006), L12: Parque Ecológico João Vasconcelos Sobrinho, Caruaru, PE (Locatelli e Machado 2004),
L15: Serra do Bituri, Mata da Malhada, Brejo da Madre de Deus, PE (Nascimento e Rodal 2008), L8: Mata do Toró,
Estação Ecológica do Tapacurá, São Lourenço da Mata, PE (Rodal e col. 2005), L16: Estação Ecológica do Tapacurá,
São Lourenço da Mata, PE (Nascimento e Rodal 2008), L11: Fazenda Retiro, Ilhéus, BA (Sambuichi 2006) e L19:
Fazenda Novo Horizonte, Ilhéus, BA (Sambuichi 2002)]. Grupo 2 [L10: Mata do Olho d’Água, Macaíba, RN (Cestaro e
Soares 2004), L18: Fazenda São Bento, Areia e Remígio, PB (Pereira e col. 2002), L26: Fazenda Jirau, Avelino Lopes,
PI (Castro e col. 2007), L24: Condomínio Fazenda Chapada do Gurguéia, Serra Vermelha, Morro Cabeça no Tempo e
Redenção do Gurguéia, PI (Toniolo e col. 2005), L25: Condomínio Fazenda Chapada do Gurguéia (CCG), Serra
Vermelha, Morro Cabeça no Tempo e Redenção do Gurguéia, PI e L27: (SNE 2005)]. Créditos: Programa bioTEN
(2008_09).

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Publ. avulsas conserv. ecossistemas, 23:1-72 (mai. 2009) 37

A Figura 19 mostra a classificação-ordenação a partir de espécies indicadoras


(TWINSPAN) e que já na primeira divisão, um dos 2 (dois) grupos já se tornou indivisível e foi
exatamente o que incluiu o levantamento florístico deste trabalho, o L25.
Com alto autovalor de 0,8301, porque próximo de 1 (um), o Grupo 2 inclui 4 (quatro)
listas ("checklists"): L24, L25, L26 e L27. Para este grupo as espécies indicadoras são:
Cenostigma gardnerianum Tul. (canela-de-velho), Terminalia fagifolia Mart. & Zucc.
(camaçari) e Mimosa acutistipula (Mart.) Benth. (jurema-preta) e, ao contrário do que
acontece com outros grupos, estas espécies indicadoras são absolutamente exclusivas para o
Grupo 2.
No Grupo 1 se inclui todas as outras listas, 15 (quinze) de um total de 19 (dezenove)
listas levantadas para esse exercício de comparação. Para este último, as espécies indicadoras
são: Schefflera morototoni (Aubl.) Maguire, Steyerm. & Frodin, Protium heptaphyllum
(Aubl.) Marchand e Byrsonima sericea DC.
De novo, a flora (flórula) da área de chapada da Serra Vermelha mostra que através
de análises estatísticas multivariadas simples (Figuras 4 e 5) que as Florestas Estacionais
Semideciduais ou Deciduais não é a mesma coisa em todo o Brasil e que suas inclusões
como "matas do domínio da Mata Atlântica" e/ou como "ecossistemas obrigatoriamente
associados com a Mata Atlântica" não passa de uma grande generalização. Ainda mais quando
se está em uma região de transição, uma das mais importantes regiões ecotonais do Brasil
setentrional, denominada de "área de tensão ecológica", segundo Rivas (1996).

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38 Publ. avulsas conserv. ecossistemas, 23:1-72 (mai. 2009)

Autovalor

Figura 19. Diagrama de análise de espécies indicadoras ("Two-way indicator species analysis" com base nos dados da
Tabela 4. Flora (flórula) da área de chapada da Serra Vermelha. Classificação-Ordenação (TWINSPAN) entre a L25 e
18 (dezoito) outros levantamentos. Grupo 1 [L1: Reserva Biológica de Serra Negra, Inajá e Floresta, PE (Rodal e
Nascimento 2002), L2: APA Barra do Rio Mamanguape, Rio Tinto, Marcação e Lucena, PB (Pereira e Alves 2006), L4:
Mata do Brejão, Mata da Prefeitura, Mapa da Maguary e Mata do Assentamento, Bonito, PE (Rodal e col. 2005), L5:
Mata do Sirigi na Zona da Mata Norte, São Vicente Férrer, PE (Ferraz e Rodal 2006), L6: Reserva Ecológica Estadual
Mata do Pau-Ferro, Areia, PB (Oliveira e col. 2006), L8: Mata do Toró, Estação Ecológica do Tapacurá, São Lourenço da
Mata, PE (Rodal e col. 2005), L9: Muçununga de Caravelas, Caravelas, BA (Meira Neto e col. 2005), L10: Mata do Olho
d’Água, Macaíba, RN (Cestaro e Soares 2004), L11: Fazenda Retiro, Ilhéus, BA (Sambuichi 2006), L12: Parque
Ecológico João Vasconcelos Sobrinho, Caruaru, PE (Locatelli e Machado 2004), L13: Mata do Tejipió, Recife, PE (Feitosa
2004), L15: Serra do Bituri, Mata da Malhada, Brejo da Madre de Deus, PE (Nascimento e Rodal 2008), L16: Estação
Ecológica do Tapacurá, São Lourenço da Mata, PE (Nascimento e Rodal 2008), L18: Fazenda São Bento, Areia e
Remígio, PB (Pereira e col. 2002) e L19: Fazenda Novo Horizonte, Ilhéus, BA (Sambuichi 2002)]. Grupo 2 [L24:
Condomínio Fazenda Chapada do Gurguéia, Serra Vermelha, Morro Cabeça no Tempo e Redenção do Gurguéia, PI
(Toniolo e col. 2005), L25: Condomínio Fazenda Chapada do Gurguéia (CCG), Serra Vermelha, Morro Cabeça no
Tempo e Redenção do Gurguéia, PI, L26: Fazenda Jirau, Avelino Lopes, PI (Castro e col. 2007) e L27: (SNE 2005)].].
Créditos: Programa bioTEN (2008_09).

Numa segunda ordem de comparação, as espécies completamente determinadas


botanicamente da L25 foram confrontadas com as espécies de outros 10 (dez) levantamentos:
três realizados em "caatinga do cristalino" (LA, LB e LC), dois realizados em "florestas
estacionais afiliadas a 'matas secas'" (LD e LE), um em "restinga" (LF), dois em "carrasco" (LG
e LH) e dois em "caatinga do sedimentar" (LI e LJ). Ver Tabela 5.

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Publ. avulsas conserv. ecossistemas, 23:1-72 (mai. 2009) 39

Tabela 5. Lista dos levantamentos realizados em vários tipos de vegetação "seca" do Nordeste segundo indicação dos
seus próprios autores (LA: Rodal 2008, LB: Sanatana e Souto 2006, LC: Rodal e col. 2008, LD: Almeida e Machado
2007, LE: Lima e col. 2007, LF: Sacramento e col. 2007, LG: Araújo e col. 1998, LH: Araújo e col. 1999, LI: Lemos e
Rodal 2001 e LJ: Mendes 2003). DNS (Diâmetro do Caule ao Nível do Solo). DCA (...). MCP (Método de Coletas
Preferenciais). Créditos: Programa bioTEN (2008_09).
COORDENADAS

PRECIPITAÇÃO

FISIONOMIA
ID (Shannon)
LOCAL e

Critério
LISTA

(mm)
de SOLO CLIMA NTI NE
Inclusão

Planossolo,
Solonetz
RPPN
Solodizado,
Maurício
Solos
Dantas
Litólicos
(Floresta e Altura 

Caatinga
Eutróficos,
Betânia, 1me

3.140
A Regossolos - - 511 28
PE): DNS  3
Eutróficos e
08°18’43”S cm
Distróficos e
e
Bruno não
38°11’45”W
Cálcico
e 545 m
(Embrapa,
2003)
Estação

Arbóreo-Arbustiva
Ecológica

Hiperxerófila
Altura  Luvissolos
Caatinga
de Seridó,
1me Crômicos
733,7

2.448
2,35

B região de - 22
DNS  3 (Embrapa,
Seridó
cm 1999)
(Serra
Negra, RN)

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40 Publ. avulsas conserv. ecossistemas, 23:1-72 (mai. 2009)

Continuação.

COORDENADAS

PRECIPITAÇÃO

FISIONOMIA
ID (Shannon)
LOCAL e

Critério
LISTA

(mm)
de SOLO CLIMA NTI NE
Inclusão

Fazenda
Fasa (FA) e
Poço do
Ferro (PF)

Caatinga Arbustivo-Arbórea
(Floresta,
PE)

2,54 2,25 1,91 1,99


(08°30’ a
Areia

23, 24, 28 e 22
08°37’S e Altura 
Quartzosa
38°00’ a 1me

1.748
C distrófica - 632
38°17’W e DNS 
(Sudene,
550 m) 3 cm
1979)
e Fazenda
Boa Vista
(Custódia,
PE)
(08°18’S e
38°35’W e
450 m)
São João
do Cariri,
Floresta Estacional

Areia e
(Mata Seca)
Decídual

Ringino
D (PB), Inajá Vários - - - - - 622
e Floresta
(PE) e
Macaíba
(RN)

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Publ. avulsas conserv. ecossistemas, 23:1-72 (mai. 2009) 41

Continuação.

COORDENADAS

PRECIPITAÇÃO

FISIONOMIA
ID (Shannon)
LOCAL e
Critério
LISTA

(mm)
de SOLO CLIMA NTI NE
Inclusão

Serra das
Almas,

Floresta Estacional
Decidual Montana
Planalto da

(Mata Seca)
Ibiapaba
(Ceará): DNS  3

5.683
3,20
E - - - 88
05°05’ a cm
05°15’S e
40°51’ a
41°00’W e
650 m
Praia do
Paiva
(Cabo de

Restinga
Santo
Neosssolos As'
2.000

F Agostinho, MCP - 571 124


Quartzarênico (Köppen)
PE):
08°07'30''S
e
35°00'55''W
Baixa Fria,
Carrasco e
Estrondo
3,10 2,6 3,10

(Novo
Carrasco

49
Oriente, DNS  Areias
G - - - 54
CE): 3 cm Quartzosas
49
05°28’-43’S
e 40°-55’W
e 750-850
m

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42 Publ. avulsas conserv. ecossistemas, 23:1-72 (mai. 2009)

Conclusão.

COORDENADAS

PRECIPITAÇÃO

FISIONOMIA
ID (Shannon)
LOCAL e

Critério
LISTA

(mm)
de SOLO CLIMA NTI NE
Inclusão

Jaburana
Areias
(Ubajara,
Quartzosas

Carrasco
CE):
DNS  Distróficas

1,289

4.254
H 03°54’34”S - - 74
3 cm profundas
e
(Embrapa,
40°59’24”
1979)
W e 830 m
Serra da
Capivara
(São
Raimundo

Caatinga Arbórea do Sedimentar


Nonato,
São João
do Piauí,
Coronel Latossolo
José Dias e Vermelho-
DNS  BSwh'
3,00

I Canto do Amarelado 689 - 56


3 cm (Köppen)
Buriti, PI): (Pellerin,
08°26’50” 1991)
a
08°54’23”S
e
42°19’47”
a
42°45’51”W
e 600 m
Morro do
(Thornthwaite e Mather 1955)

Baixio (São
Caatinga Arbórea do

José do
Piauí, PI):
Sedimentar

Neossolo
2,96 e 2,27
Semi-Árido

06°51’16,6
DNS  Litólico 33
J a 06°51’ 816 -
3 cm (Embrapa, 30
14,0”S e
1999)
41°28’27,8”
a 41°28’
10,2”W e
430-540 m

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Publ. avulsas conserv. ecossistemas, 23:1-72 (mai. 2009) 43

A comparação das espécies da L25 (lista deste trabalho/relatório) com as espécies das
listas da Tabela 5 mostra que a Floresta Estacional Semidecidual de Transição da área
de chapada da Serra Vermelha apresenta 30 (38,5%) espécies exclusivas. Das nossas 78
(setenta e oito) espécies completamente determinadas botanicamente, 7 (9,0%) também
ocorrem na "Caatinga do Cristalino", 18 (23,1%) também ocorrem em outras "Florestas
Estacionais", 2 (1,9%) também ocorrem na "Restinga", 42 (53,9%) espécies também ocorrem
no "Carrasco" e 36 (46,1%) também ocorrem na "Caatinga do Sedimentar". Maiores
semelhanças com a "caatinga do sedimentar" e, principalmente com o "carrasco", afastam a
"floresta estacional semidecidual de transição" da área de chapada da Serra Vermelha da
"mata atlântica do Nordeste". A Tabela 6 mostra as espécies da L25, suas exclusivas e a
presença comum para algumas das espécies das listas da Tabela 5.

Tabela 6. Lista das espécies da L25 (Floresta Estacional Semidecidual de Transição, este trabalho). Listas: LA:
Rodal 2008, LB: Sanatana e Souto 2006, LC: Rodal e col. 2008, LD: Almeida e Machado 2007, LE: Lima e col. 2007,
LF: Sacramento e col. 2007, LG: Araújo e col. 1998, LH: Araújo e col. 1999, LI: Lemos e Rodal 2001 e LJ: Mendes
2003. CAC (Caatinga do Cristalino). FED (Floresta Estacional Decidual). RES (Restinga). CAR (Carrasco). CAS
(Caatinga do Sedimentar). EE (Espécie Exclusiva para a L25, ""). "" (Indicação de Presença comum). Créditos:
Programa bioTEN (2008_09).

LA LB LC LD LE LF LG LH LI LJ
ESPÉCIES da L25 (ver Tabela 5) EE
CAC FED RES CAR CAS

Anacardium occidentale L. 
Astronium fraxinifolium Schott ex

Spreng.
Myracrodruon urundeuva Fr.
   
Allemão
Duguetia riedeliana R.E.Fr. 
Ephedranthus pisocarpus R.E.Fr.   
Rollinia leptopetala R.E.Fr.     
Aspidosperma macrocarpon

Mart.
Aspidosperma multiflorum A.DC.     
Aspidosperma pyrifolium Mart.    
Tabernaemontana catharinensis

A. DC.
Tabernaemontana hystrix Steud. 
Dasyphyllum sprengelianum

(Gardner) Cabrera
Adenocalymma cf involucratum
(Bureau 
& K.Schum.) L. Lohmann
Anemopaegma arvense (Vell.)
Stellfeld 
Ex de Souza

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44 Publ. avulsas conserv. ecossistemas, 23:1-72 (mai. 2009)

Continuação.

LA LB LC LD LE LF LG LH LI LJ
ESPÉCIES EE
CAC FED RES CAR CAS

Anemopaegma velutinum Mart.



ex DC.
Handroanthus chrysotrichus
(Mart. ex DC.) Matos (= Tabebuia

chrysotricha (Mart. ex DC.)
Standl.)
Cordia rufescens A.DC.    
Bauhinia acuruana Moric.   
Bauhinia pulchella Benth.   
Cenostigma gardnerianum Tul. 
Chamaecrista eitenorum (H.S.
Irwin & Barneby) H.S. Irwin &  
Barneby
Dimorphandra gardneriana Tul. 
Diptychandra aurantiaca Tul. ssp
epunctata (Tul.) H.C. Lima, A.M. 
Carvalho & Costa ex G.P.Lewis
Hymenaea eriogyne Benth.   
Hymenaea cf parvifolia Huber. 
Hymenaea velutina Ducke   
Poeppigia procera C. Presl  
Senna lechriosperma H.S. Irwin &

Barneby
Combretum glaucocarpum Mart.    
Combretum mellifluum Eichler 
Terminalia fagifolia Mart. & Zucc. 
Erythroxylum amplifolium

(Mart.) O.E.Schulz
Erythroxylum barbatum
 
O.E.Schulz
Erythroxylum rosuliferum

O.E.Schulz
Erythroxylum vaccinifolium Mart.  
Croton nepetaefolius Baill.  
Sapium glandulosum (L.) Morong 
Dalbergia cf frutescens (Vell.)

Britton
Dipteryx lacunifera Ducke 
Platypodium elegans Vogel   

Programa bioTEN RELATÓRIOS


Publ. avulsas conserv. ecossistemas, 23:1-72 (mai. 2009) 45

Continuação.

LA LB LC LD LE LF LG LH LI LJ
ESPÉCIES EE
CAC FED RES CAR CAS

Pterodon abruptus (Moric.) Benth. 


Swartzia flaemingii Raddi var
   
psilonema (Harms) R.S. Cowan
Trischidium decipiens (R.S.

Cowan) H. Ireland
Vatairea macrocarpa (Benth.)

Ducke
Lindackeria ovata (Benth.) Gilg  
Strychnos cf rubiginosa A. DC.  
Lafoensia pacari A.St.-Hil.
Banisteriopsis stellaris (Griseb.)
 
B. Gates
Byrsonima correifolia A. Juss. 
Pavonia glazioviana Gürke  
Mouriri pusa Gardner 
Trichilia emarginata (Turcz.) C.

DC.
Acacia riparia (Kunth.) Britton &

Rose ex Britton & Killip)
Anadenanthera colubrina (Vell.)
 
Brenan var cebil (Griseb.) Altschul
Calliandra sessilis Benth. 
Mimosa acutistipula (Mart.)

Benth.
Mimosa lepidophora Rizzini 
Parkia plathycephala Benth. 
Ptyrocarpa moniliformis (Benth.)
Luckow & Jobson. (= Piptadenia    
moniliformis Benth.)
Senegalia langsdorfii (Benth.)
Bocage    
(= Acacia langsdorfii Benth.)

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46 Publ. avulsas conserv. ecossistemas, 23:1-72 (mai. 2009)

Conclusão.

LA LB LC LD LE LF LG LH LI LJ
ESPÉCIES EE
CAC FED RES CAR CAS

Zapoteca portoricensis (Jacq.)



H.M. Hern
Brosimum gaudichaudii Trécul  
Neea obovata Spruce ex Heimerl 
Ximenia americana L.   
Passiflora cincinnata Mart. 
Passiflora recurva Mast. 
Bredemeyera brevifolia (Benth.)

Klotzsch ex A.W. Benn.
Faramea nitida Benth. 
Esenbeckia pumila Pohl 
Pilocarpus trachylophus Holmes 
Magonia pubescens A.St.-Hil. 
Manilkara cf triflora (Allemão)

Ducke
Solanum crinitum Lam.  
Helicteres baruensis Jacq.  
Helicteres muscosa Mart.   
Apeiba tibourbou Aubl. 
Luehea candicans Mart. 
Callisthene microphylla Warm. 

Amostragem

Um total de 1,8 hectares correspondeu à área amostrada, isto é, à soma das áreas das
30 (trinta) unidades amostrais. Um total de 5.910 indivíduos lenhosos foi amostrado com uma
média de 197 ind./parcela. O Coeficiente de Variação foi alto, de 20,77%, mas perfeitamente
adequado para comunidades (fitocenoses) naturais de vegetação.
Houve suficiência de amostragem. A Figura 20 mostra a curva do coletor onde a
tendência de estabilização é facilmente dectável a partir da parcela 22. A partir desta a
amostragem poderia ser interrompida.

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Publ. avulsas conserv. ecossistemas, 23:1-72 (mai. 2009) 47

Figura20. Curva do coletor para área de chapada da Serra Vermelha. Municípios de Redenção do Gurguéia,
Curimatá e Morro Cabeça no Tempo, PI (?). Créditos: Programa bioTEN (2008_09).

Fitossociologia

Um total de 73 (49,0%) das 149 espécies do levantamento florístico não foram


amostradas fitossociologicamente, uma vez que somente 76 (setenta e seis) espécies o foram,
das quais, 30 (39,5%) espécies foram comuns entre as que foram observadas (florística) e as
que foram amostradas dendrometricamente (fitossociologia). Das 76 espécies, 44 (57,9%)
foram determinadas ao nível de espécie, 23 (30,3%) ao nível de gênero e 9 (11,8%), até o
nível de família botânica. Daquelas 73, que não foram analisadas quantitativamente, 37
(50,7%) foram determinadas ao nível de espécie, 32 (43,8%) ao nível de gênero e 4 (5,5%)
permaneceram ao nível de família.
No que se refere às famílias com maior número de indivíduos, destacaram-se
Caesalpiniaceae (13,62%), com 805, Euphorbiaceae (13,21%), com 781, Erythroxylaceae
(11,18%), com 661, Myrtaceae (9%), com 532, Annonaceae (6,19%), com 366, Mimosaceae
(5,57%), com 329, Nyctaginaceae (5,04%), com 298, Flacourtiaceae (4,47%), com 264,
Rubiaceae (4,25%), com 251, e Vochysiaceae (4,09%), com 242 indivíduos (Figura 21).
Em relação ao posicionamento das famílias quanto ao Índice do valor de Importância
(IVI), verificou-se em CCG e entorno, Caesalpiniaceae (16,75%), Euphorbiaceae (7,83%),
Erythroxylaceae (7,16%), Myrtaceae (6,98%), Nyctaginaceae (5,74%), Mimosaceae (5,69%),
Vochysiaceae (5,17%), Combretaceae (4,96%), Annonaceae (4,93%) e Fabaceae (4,14%).
Observa-se que as famílias detentoras dos maiores IVIs, foram as mesmas de maiores IVCs.

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48 Publ. avulsas conserv. ecossistemas, 23:1-72 (mai. 2009)

Figura 21. Distribuição do número de indivíduos por família na área de chapada do Condomínio Fazenda Chapada do
Gurguéia (CCG), Serra Vermelha. Município (?). Créditos: Programa bioTEN (2008_09).

Daquelas 76 espécies, apenas 7 (9,2%) apareceram com IVI maior que 10%, isto é, de
10,05 (para Senegalia riparia) até 26,70 (para Cenostigma gardnerianum), a mais
importante da nossa taxocenose. A espécie Lindackeria ovata, uma das importantes
indicadoras de "vegetação de carrasco", comum na Serra da Ibiapaba, Ceará, segundo Antonio
Sérgio Farias Castro (2009, informação pessoal) apresentou IVI de 9,50%, o 8º por ordem de
grandeza.
Um total de 19 espécies compôs o conjunto das maiores populações vegetais na área,
considerada aqui as que têm um número de indivíduos maior que 100. A espécie Sebastiania
sp, uma Euphorbiaceae, conhecida por araçá, apresentou a maior delas: 760 indivíduos.
Dentre as espécies raras, isto é, espécies com apenas 1 ou 2 indivíduos foram
registradas 18 (23,7%) espécies. Não se sabe ainda se este "status" de "espécies raras" tem a
ver com o fato de serem biologicamente raras, ou se "apareceram raras" por causa de questões
de amostragem.

Programa bioTEN RELATÓRIOS


Publ. avulsas conserv. ecossistemas, 23:1-72 (mai. 2009) 49

Um total de 12 espécies apareceu com maiores áreas basais, consideradas aqui as que
indicaram áreas maiores que 2 m². A espécie Cenostigma gardnerianum foi a maior: 14,26
m². Mas, 309 indivíduos foram envolvidos. Entretanto, Terminalia sp, que ainda não sabemos
se se trata de Terminalia fagifolia, o camaçari da Serra Vermelha, foi a espécie que se
destacou: área basal de 3,42 m² para 31 indivíduos amostrados.
Acima de 30 cm de diâmetro apareceram 24 espécies. As espécies Pterodon
abruptus (cangaeiro), Diptychandra aurantiaca ssp epunctata (birro), Cenostigma
gardnerianum (canela-de-velho) e Terminalia sp (provavelmente o camaçari, que é a
mesma Terminalia fagifolia) apresentaram diâmetros acima de 60 cm. Esta última, inclusive,
foi a espécie que apresentou o maior deles: 143,24 cm.
Acima de 10 m de altura máxima, 41 espécies foram registradas. No primeiro estrato, o
das emergentes, poucas (ou todas) se destacam porque suas alturas máximas são graduais. Na
comunidade a altura média foi de 6,5 m e a altura máxima, de 15 m. Apesar das diferenças das
alturas máximas, a vegetação da área de chapada da Serra Vermelha é monoestratificada.
Neste aspecto, mais semelhança ela mantém com as áreas de "carrasco" da Serra da Ibiapaba.
Um total de 23 espécies apresentou volumes cilíndricos em pé maiores que 5 m³. Pode-
se citar, pela relevância, que as espécies mais importantes foram: Swartzia flaemingii var
psilonema (banha-de-galinha), Diptychandra aurantiaca ssp epunctata (birro),
Terminalia fagifolia (camaçari) e Cenostigma gardnerianum (canela-de-velho) com 12,47
m³, 18,97 m³, 39,44 m³ e 127,31 m³, respectivamente.
As Tabelas 7 e 8 mostram os parâmetros de abundância analíticos e sintéticos da
taxocenose amostrada na área de chapada da Serra Vermelha.

Tabela 7. Parâmetros de abundância da taxocenose amostrada na área de chapada da Serra Vermelha [Espécies
lenhosas com DNS (Diâmetro do Caule ao Nível do Solo) ≥ 3 cm, L25 (Condomínio Fazenda Chapada do Gurguéia
(CCG), Serra Vermelha, Morro Cabeça no Tempo e Redenção do Gurguéia, PI)]. N (Número de Indivíduos). DA
(Densidade Absoluta). DR (Densidade Relativa). FA (Frequência Absoluta). FR (Frequencia Relativa). DoA (Dominância
Absoluta). DoR (Dominância Relativa). IVC (Índice do Valor de Cobertura) e IVI (Índice do Valor de Importância).
Créditos: Programa bioTEN (2008_09).

ESPÉCIES (Nome Científico) N DA DR FA FR DoA DoR IVC IVI

Cenostigma gardnerianum 309 171,67 5,23 100,00 3,00 7,92 18,47 23,70 26,70
Sebastiania sp 760 422,22 12,86 93,33 2,80 2,19 5,10 17,96 20,76
Neea obovata 298 165,56 5,04 100,00 3,00 3,08 7,19 12,23 15,23
Eugenia sp 378 210,00 6,40 93,33 2,80 2,03 4,73 11,13 13,93
Erythroxylum barbatum 325 180,56 5,50 100,00 3,00 1,26 2,94 8,44 11,44
Duguetia riedeliana 278 154,44 4,70 96,67 2,90 1,07 2,50 7,21 10,11
Senegalia riparia 223 123,89 3,77 96,67 2,90 1,45 3,38 7,15 10,05
Lindackeria ovata 235 130,56 3,98 100,00 3,00 1,08 2,53 6,50 9,50
Callisthene microphylla 135 75,00 2,28 76,67 2,30 1,81 4,21 6,50 8,80
Cordiera sp1 230 127,78 3,89 83,33 2,50 0,66 1,55 5,44 7,94

Programa bioTEN RELATÓRIOS


50 Publ. avulsas conserv. ecossistemas, 23:1-72 (mai. 2009)

Continuação.

ESPÉCIES (Nome Científico) N DA DR FA FR DoA DoR IVC IVI

Hymenaea eriogyne 125 69,44 2,12 70,00 2,10 1,54 3,60 5,72 7,82
Combretum glaucocarpum 149 82,78 2,52 76,67 2,30 1,27 2,96 5,49 7,79
Erythroxylum vaccinifolium 225 125,00 3,81 86,67 2,60 0,53 1,22 5,03 7,63
Pityrocarpa moniliformis 104 57,78 1,76 86,67 2,60 1,35 3,14 4,90 7,50
Myrciaria sp 153 85,00 2,59 86,67 2,60 0,95 2,22 4,81 7,41
NI sp1 198 110,00 3,35 100,00 3,00 0,39 0,92 4,27 7,27
Terminalia sp 31 17,22 0,52 56,67 1,70 1,80 4,20 4,72 6,42
Qualea sp 107 59,44 1,81 63,33 1,90 1,16 2,71 4,52 6,42
Diptychandra aurantiaca
84 46,67 1,42 80,00 2,40 1,06 2,46 3,88 6,28
ssp epunctata
Chamaecrista eitenorum 68 37,78 1,15 80,00 2,40 0,99 2,32 3,47 5,87
Ouratea sp1 124 68,89 2,10 86,67 2,60 0,36 0,83 2,93 5,53
Erythroxylum rosuliferum 111 61,67 1,88 80,00 2,40 0,49 1,15 3,03 5,43
Manilkara cf triflora 75 41,67 1,27 83,33 2,50 0,65 1,52 2,79 5,29
Swartzia flaemingii var
67 37,22 1,13 80,00 2,40 0,68 1,59 2,72 5,12
psilonema
NI sp4 88 48,89 1,49 63,33 1,90 0,66 1,53 3,02 4,92
Hymenaea cf parvifolia 80 44,44 1,35 40,00 1,20 1,01 2,35 3,70 4,90
Copaifera sp2 41 22,78 0,69 63,33 1,90 0,84 1,95 2,65 4,55
Byrsonima correifolia 94 52,22 1,59 76,67 2,30 0,24 0,56 2,15 4,45
Ephedranthus pisocarpus 80 44,44 1,35 66,67 2,00 0,45 1,04 2,40 4,40
Luehea candicans 73 40,56 1,24 83,33 2,50 0,23 0,54 1,77 4,27
Aspidosperma multiflorum 64 35,56 1,08 50,00 1,50 0,62 1,45 2,54 4,04
Aspidosperma pyrifolium 65 36,11 1,10 50,00 1,50 0,61 1,43 2,53 4,03
Pilocarpus trachylophus 70 38,89 1,18 56,67 1,70 0,06 0,15 1,33 3,03
Dipteryx lacunifera 41 22,78 0,69 40,00 1,20 0,45 1,05 1,74 2,94
Pterodon abruptus 19 10,56 0,32 36,67 1,10 0,54 1,27 1,59 2,69
Pavonia glazioviana 40 22,22 0,68 56,67 1,70 0,12 0,29 0,96 2,66
Bauhinia acuruana 41 22,78 0,69 60,00 1,80 0,07 0,17 0,87 2,67
Ouratea sp2 60 33,33 1,02 30,00 0,90 0,23 0,53 1,54 2,44
Ximenia americana 24 13,33 0,41 50,00 1,50 0,16 0,36 0,77 2,27
Dalbergia cf frutescens 21 11,67 0,36 40,00 1,20 0,26 0,60 0,96 2,16
Casearia sp 29 16,11 0,49 43,33 1,30 0,09 0,20 0,69 1,99
Bauhinia sp2 18 10,00 0,30 40,00 1,20 0,04 0,09 0,39 1,59
Faramea nitida 20 11,11 0,34 26,67 0,80 0,05 0,12 0,46 1,26
NI sp2 19 10,56 0,32 26,67 0,80 0,03 0,08 0,40 1,20
Manihot sp 15 8,33 0,25 23,33 0,70 0,07 0,16 0,42 1,12
Trischidium decipiens 11 6,11 0,19 26,67 0,80 0,02 0,06 0,24 1,04
Rollinia leptopetala 8 4,44 0,14 26,67 0,80 0,02 0,04 0,18 0,98
Cordia rufescens 8 4,44 0,14 23,33 0,70 0,01 0,03 0,16 0,86

Programa bioTEN RELATÓRIOS


Publ. avulsas conserv. ecossistemas, 23:1-72 (mai. 2009) 51

Conclusão.

ESPÉCIES (Nome Científico) N DA DR FA FR DoA DoR IVC IVI

Bauhinia pulchella 18 10,00 0,30 13,33 0,40 0,02 0,04 0,35 0,75
Turnera sp 6 3,33 0,10 16,67 0,50 0,01 0,01 0,11 0,61
Hymenaea velutina 11 6,11 0,19 6,67 0,20 0,03 0,08 0,27 0,47
Croton sp 4 2,22 0,07 13,33 0,40 0,01 0,02 0,09 0,49
NI sp6 4 2,22 0,07 10,00 0,30 0,01 0,02 0,09 0,39
Zanthoxylum sp 5 2,78 0,08 10,00 0,30 0,01 0,02 0,10 0,40
Bauhinia sp3 3 1,67 0,05 10,00 0,30 0,02 0,00 0,06 0,36
Poeppigia procera 4 2,22 0,07 6,67 0,20 0,02 0,06 0,12 0,32
Maytenus sp 4 2,22 0,07 6,67 0,20 0,01 0,02 0,09 0,29
Strychnos sp 2 1,11 0,03 6,67 0,20 0,02 0,04 0,07 0,27
Lonchocarpus sp1 2 1,11 0,03 6,67 0,20 0,01 0,02 0,06 0,26
Mimosa acutistipula 2 1,11 0,03 6,67 0,20 0,00 0,01 0,04 0,24
NI sp8 2 1,11 0,03 6,67 0,20 0,00 0,00 0,04 0,24
Talisia sp 2 1,11 0,03 6,67 0,20 0,00 0,00 0,04 0,24
Tabernaemontana
2 1,11 0,03 6,67 0,20 0,00 0,01 0,04 0,24
catharinensis
NI sp3 2 1,11 0,03 3,33 0,10 0,03 0,07 0,10 0,20
Lonchocarpus sp2 2 1,11 0,03 3,33 0,10 0,02 0,05 0,08 0,18
Sapium glandulosum 2 1,11 0,03 3,33 0,10 0,00 0,00 0,04 0,14
Chrysophyllum sp 3 1,67 0,05 3,33 0,10 0,00 0,01 0,06 0,16
Copaifera sp1 1 0,56 0,02 3,33 0,10 0,00 0,00 0,02 0,12
Senna lechriosperma 1 0,56 0,02 3,33 0,10 0,01 0,01 0,03 0,13
NI sp9 1 0,56 0,02 3,33 0,10 0,00 0,01 0,02 0,12
Cordiera sp2 1 0,56 0,02 3,33 0,10 0,00 0,00 0,02 0,12
NI sp5 1 0,56 0,02 3,33 0,10 0,00 0,00 0,02 0,12
Rauvolfia sp 1 0,56 0,02 3,33 0,10 0,00 0,00 0,02 0,12
NI sp7 1 0,56 0,02 3,33 0,10 0,00 0,00 0,02 0,12
Bauhinia sp1 1 0,56 0,02 3,33 0,10 0,00 0,01 0,03 0,13
Vitex sp 1 0,56 0,02 3,33 0,10 0,00 0,00 0,02 0,12
3.283,3
3 ind/ha
5.910

42,89
m²/ha
ind.

TOTAIS - - - - - -

Programa bioTEN RELATÓRIOS


52 Publ. avulsas conserv. ecossistemas, 23:1-72 (mai. 2009)

Tabela 8. Parâmetros de abundância da taxocenose amostrada na área de chapada da Serra Vermelha [Espécies
lenhosas com DNS (Diâmetro do Caule ao Nível do Solo) ≥ 3 cm, L25 (Condomínio Fazenda Chapada do Gurguéia
(CCG), Serra Vermelha, Morro Cabeça no Tempo e Redenção do Gurguéia, PI)]. AB (Área Basal). VT (Volume
Cilíndrico em Pé) e VT/ha (Volume Cilíndrico em Pé por Hectare). Créditos: Programa bioTEN (2008_09).

ESPÉCIES (Nome Científico) AB VT VT/ha

Cenostigma gardnerianum 14,26 127,31 70,73


Sebastiania sp 3,94 21,81 12,12
Neea obovata 5,55 46,16 25,65
Eugenia sp 3,65 27,90 15,50
Erythroxylum barbatum 2,27 14,40 8,00
Duguetia riedeliana 1,93 14,31 7,95
Senegalia riparia 2,61 20,63 11,46
Lindackeria ovata 1,95 10,72 5,95
Callisthene microphylla 3,25 29,10 16,17
Cordiera sp1 1,19 5,74 3,19
Hymenaea eriogyne 2,78 26,77 14,87
Combretum glaucocarpum 2,29 19,40 10,78
Erythroxylum vaccinifolium 0,95 5,84 3,24
Pityrocarpa moniliformis 2,42 24,57 13,65
Myrciaria sp 1,72 13,72 7,62
NI sp1 0,71 5,35 2,97
Terminalia sp 3,24 39,44 21,91
Qualea sp 2,09 18,18 10,10
Diptychandra aurantiaca ssp
1,90 18,97 10,54
epunctata
Chamaecrista eitenorum 1,79 17,51 9,73
Ouratea sp1 0,64 4,33 2,41
Erythroxylum rosuliferum 0,89 5,90 3,28
Manilkara cf triflora 1,18 8,49 4,72
Swartzia flaemingii var psilonema 1,22 12,47 6,93
NI sp4 1,18 4,12 2,29
Hymenaea cf parvifolia 1,81 16,53 9,18
Copaifera sp2 1,51 15,43 8,57
Byrsonima correifolia 0,43 3,12 1,74

Programa bioTEN RELATÓRIOS


Publ. avulsas conserv. ecossistemas, 23:1-72 (mai. 2009) 53

Continuação.

ESPÉCIES (Nome Científico) AB VT VT/ha

Ephedranthus pisocarpus 0,81 6,07 3,37


Luehea candicans 0,41 2,97 1,65
Aspidosperma multiflorum 1,12 10,04 5,58
Aspidosperma pyrifolium 1,10 10,41 5,78
Pilocarpus trachylophus 0,11 0,50 0,28
Dipteryx lacunifera 0,81 7,84 4,35
Pterodon abruptus 0,98 10,92 6,07
Bauhinia acuruana 0,13 0,79 0,44
Pavonia glazioviana 0,22 0,96 0,53
Ouratea sp2 0,41 2,54 1,41
Ximenia americana 0,28 2,38 1,32
Dalbergia cf frutescens 0,46 4,35 2,42
Casearia sp 0,16 1,08 0,60
Bauhinia sp2 0,07 0,44 0,24
Faramea nitida 0,09 0,28 0,15
NI sp2 0,06 0,36 0,20
Manihot sp 0,13 1,14 0,63
Trischidium decipiens 0,04 0,14 0,08
Rollinia leptopetala 0,03 0,22 0,12
Cordia rufescens 0,02 0,13 0,07
Bauhinia pulchella 0,03 0,25 0,14
Turnera sp 0,01 0,04 0,02
Croton sp 0,01 0,07 0,04
Hymenaea velutina 0,06 0,52 0,29
Zanthoxylum sp 0,01 0,06 0,03
NI sp6 0,01 0,07 0,04
Bauhinia sp3 0,00 0,02 0,01
Poeppigia procera 0,04 0,45 0,25
Maytenus sp 0,01 0,09 0,05
Strychnos sp 0,03 0,19 0,11
Lonchocarpus sp1 0,02 0,07 0,04
Tabernaemontana catharinensis 0,01 0,07 0,04
Mimosa acutistipula 0,01 0,05 0,03
NI sp8 0,00 0,03 0,01
Talisia sp 0,00 0,01 0,01
NI sp3 0,05 0,17 0,09
Lonchocarpus sp2 0,04 0,28 0,16
Chrysophyllum sp 0,01 0,04 0,02
Sapium glandulosum 0,00 0,01 0,01
Senna lechriosperma 0,01 0,07 0,04

Programa bioTEN RELATÓRIOS


54 Publ. avulsas conserv. ecossistemas, 23:1-72 (mai. 2009)

Conclusão.

ESPÉCIES (Nome Científico) AB VT VT/ha

Bauhinia sp1 0,01 0,04 0,02


NI sp9 0,01 0,04 0,02
NI sp5 0,00 0,02 0,01
Vitex sp 0,00 0,02 0,01
Copaifera sp1 0,00 0,01 0,00
Cordiera sp2 0,00 0,01 0,00
Rauvolfia sp 0,00 0,01 0,00
NI sp7 0,00 0,01 0,00

77,20 m²

358,04
644,48

m³/ha

TOTAIS

Médias 1,02 8,48 4,71


Desvios Padrões 1,92 17,03 9,46

Diversidade

Com relação aos parâmetros de diversidade biológica a parcela com o maior número de
indivíduos foi a de número 1, com 285 indivíduos. A menor, com 118 indivíduos, foi a de
número 8. O número de espécies diferentes por parcela variou de 28 a 39. O Índice de
Shannon variou de 2,76 a 3,22 nats/inds e o de Equabilidade, de 0,81 a 0,91, conferindo à
taxocenose alta diversidade e alta equabilidade. A Tabela 9 mostra os valores para todas
as unidades amostrais.

Tabela 9. Parâmetros de diversidade da taxocenose amostrada na área de chapada da Serra Vermelha [Espécies
lenhosas com DNS (Diâmetro do Caule ao Nível do Solo) ≥ 3 cm, L25 (Condomínio Fazenda Chapada do Gurguéia
(CCG), Serra Vermelha, Morro Cabeça no Tempo e Redenção do Gurguéia, PI)]. Créditos: Programa bioTEN
(2008_09).

Índice de Índice de
Número de Número de
Diversidade Uniformidade
PARCELA Indivíduos Espécies por
de Shannon (Equabilidade)
por Parcela Parcela
(H') de Pielou (J')

1 285 39 3,22 0,88


2 220 35 2,97 0,83
3 178 31 3,05 0,89
4 201 35 3,03 0,85

Programa bioTEN RELATÓRIOS


Publ. avulsas conserv. ecossistemas, 23:1-72 (mai. 2009) 55

Conclusão.

Índice de Índice de
Número de Número de
Diversidade Uniformidade
PARCELA Indivíduos Espécies por
de Shannon (Equabilidade)
por Parcela Parcela
(H') de Pielou (J')

5 224 29 2,95 0,88


6 233 34 3,02 0,86
7 231 39 3,20 0,87
8 118 32 2,98 0,86
9 277 35 2,93 0,82
10 184 31 3,11 0,91
11 136 29 2,87 0,85
12 201 37 3,06 0,85
13 203 34 2,97 0,84
14 237 36 2,96 0,83
15 161 35 3,19 0,90
16 203 36 3,08 0,86
17 250 37 3,20 0,89
18 233 32 2,80 0,81
19 200 30 2,94 0,86
20 199 33 3,00 0,86
21 144 31 2,88 0,84
22 212 38 3,16 0,87
23 175 32 3,07 0,88
24 157 32 3,07 0,88
25 224 36 2,92 0,82
26 143 29 2,94 0,87
27 166 32 3,12 0,90
28 173 30 2,76 0,81
29 198 33 3,09 0,88
30 144 28 2,94 0,88

5.910 76 3,49
GERAL 0,81
ind esp nat/ind

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CONCLUSÕES

Considerando:

1. O "status" de vegetação de transição e/ou de vegetação ecotonal da região


meridional do Piauí onde se localiza a Serra Vermelha, por conta da
presença de espécies do cerrado, da caatinga (floresta estacional
semidecidual ou decidual) e do carrasco (conhecido também por "arboreto
estacional semicaducifólio xero-escleromórfico" ou ainda como "altifruticeto
caducifólio denso");
2. A flora (flórula) da área de chapada da Serra Vermelha até então
conhecida (Tabela 3);
3. A quase ausência de "fanerógamas epífitas" e a baixa riqueza de
"criptógamas" como pteridófitas (samambaias) e briófitas (musgos e hepáticas)
como componentes da sinúsia de "scrub" de vegetação subúmida e úmida;
4. A ausência de endemismos, isto é, ausência de plantas muito restritas
em sua distribuição geográfica e com ligação à biogeografia da Mata
Atlântica. A espécie Swartzia flaemingii Raddi var psilonema
(Harms) R.S. Cowan (banha-de-galinha) (Figura 49) não é de Mata
Atlântica, embora o gênero botânico "Swartzia" seja endêmico para as
Matas Atlânticas do sudeste brasileiro 2;
5. O fato de que dentre as espécies coletadas e amostradas na área de
chapada da Serra Vermelha, nenhuma se relaciona às que estão listadas
na INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 6, de 23/9/2008, que trata da Lista das
Espécies da Flora Brasileira Ameaçada de Extinção 3 associada com
Mata Atlântica;

2
Mansano e Tozzi (1999): A tribo Swartzieae pertence à subfamília Papilionoideae de Leguminosae (=
Fabaceae) e consiste do gênero tipo (com 143 espécies) e de outros 11 gêneros (com um total de cerca de
50 espécies), todos de regiões paleo ou neotropicais. O sudeste do Brasil possui uma considerável
representatividade de espécies desta tribo, principalmente do gênero Zollernia, que compreende 70% do
total de suas espécies ocorrentes nesta área. Os objetivos do presente trabalho são estudar a distribuição
geográfica, o ambiente preferencial e localizar os centros de diversidade dos componentes de Swartzieae
na região sudeste do Brasil. Para tanto foram obtidos dados de coletas próprias e os contidos nas etiquetas
de material herborizado. Foi verificada a ocorrência de quatro gêneros, Bocoa na caatinga, Exostyles,
Swartzia e Zollernia com forte associação com a Mata Atlântica. Rio de Janeiro é o estado que apresenta o
maior número de espécies, 15, seguido pelo Espírito Santo com 13, Minas Gerais com 12 e São Paulo com
sete. Seis espécies apresentam ampla distribuição na região sudeste, sendo que algumas delas ultrapassam
este limite em direção ao norte do Brasil. Em contraste, Swartzia alternifoliolata e S. capixabensis
são endêmicas do estado do Espírito Santo, Zollernia cowanii de Minas Gerais e S. glazioviana, Z.
glabra e Z. glaziovii são endêmicas do estado do Rio de Janeiro. Os centros de diversidade da tribo
Swartzieae na região sudeste do Brasil e dos gêneros Swartzia e Zollernia localizam-se principalmente
no norte do Espírito Santo e na região da capital do estado do Rio de Janeiro.
3
A "aroeira" (Myracrodruon urundeuva Fr. Allemão) listada no Anexo I da INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 6
não foi encontrada na área de chapada da Serra Vermelha, até o presente momento. Faz exceção sua
presença nas áreas de baixada e em Floresta Estacional Decidual (Curimatá e Morro Cabeça no Tempo,
Piauí). Entretanto, esta espécie, apesar de ainda ser considerada "ameaçada de extinção", dependendo de
fácil manejo, tem fácil regeneração.
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6. A análise de agrupamentos (Figura 18) realizada, que coloca a L25


(Condomínio Fazenda Chapada do Gurguéia (CCG) e região de entorno,
Serra Vermelha, Morro Cabeça no Tempo e Redenção do Gurguéia, Piauí)
no Grupo 2 separada dos outros levantamentos (Tabela 4) realizados em
áreas de "Mata Atlântica", segundo a indicação dos seus próprios autores;
7. A classificação-ordenação (Figura 19) realizada, que coloca o L25
também em um segundo grupo, logo na primeira divisão e com
autovalor de 0,8301, separando-o de todas os outros levantamentos
constantes da mesma Tabela 4;
8. A similaridade (Tabela 6) que há entre a flora da Serra Vermelha com o
"Carrasco", na ordem de 53,9%, com a "Caatinga do Sedimentar", na ordem
de 46,1% e com a Floresta Estacional Decidual (Caatinga Arbórea), na
ordem de 23,1%;
9. A tipologia climática da Serra Vermelha, que se caracteriza com um clima
do tipo Subúmido Seco;
10. A quantidade de precipitação total anual de cerca de 900 mm, portanto,
inferior a 1.000 mm;
11. A classificação dos solos do tipo Latossolo Amarelo, conforme
extrapolação coerente a partir de Jacomine (1986) associada à uma Fase
(Vegetação) de Caatinga Hipoxerófila;
12. O fato do relevo da Serra Vermelha não se configurar com um de
"barlavento" e "sotavento", isto é, não ter características "orográficas", apesar
das altitudes variarem de 324 m a 699 m (média de 562,6 m);
13. As distâncias da Serra Vermelha para o Oceano Atlântico: cerca de 780 km
na direção norte e cerca de 960 km na direção leste, em linha reta, e esta
última com inclusão (intercepção) do Planalto da Borborema 4 entre o
"litoral oriental do Nordeste", na altura de Pernambuco/Alagoas, e a "Serra
Vermelha",

não há como associar a vegetação de Floresta Estacional Semidecidual de Transição da


área de chapada da Serra Vermelha com a vegetação de Mata Atlântica a despeito da sua
inclusão na área de aplicação da Lei da Mata Atlântica (Lei Nº 11.428, de 22/12/2006 e
Decreto Nº 6.660, de 21/11/2008).
Certamente há "florestas estacionais semideciduais ou deciduais" que são "mais
Caatinga", outras que são "mais Carrasco", outras que são "mais Amazônia" e, ainda outras,
que são "mais Mata Atlântica 5 ". A "flora (composição florística)" que inclui as espécies
dominantes, intermediárias e raras de qualquer área é o que define. A floresta estacional
semidecidual de transição da Serra Vermelha fica no grupo das "matas secas", ou das
"caatingas arbóreas", portanto, uma vegetação do bioma Caatinga.

4
O Planalto da Borborema, também conhecido como Serra das Russas, é uma região montanhosa
brasileira no interior do Nordeste. Situa-se em parte dos estados da Paraíba, de Pernambuco, do Rio Grande
do Norte e de Alagoas. Seu rebordo oriental, escarpado, domina a baixada litorânea com um desnível de 300
m, o que lhe confere ao topo uma altitude de 500 m. Para o interior, o planalto ainda se alteia mais e alcança
média de 800 m em seu centro, donde passa a baixar até atingir 600 m junto ao rebordo ocidental. Diferem
consideravelmente as topografias da porção oriental e da porção ocidental.
5
A Lei da Mata Atlântica deveria ser revista para discriminar melhor pelas suas floras (composições florísticas)
que "florestas estacionais semideciduais ou deciduais" poderiamde fato pertencerem ao "domínio da Mata
Atlântica".
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JUSTIFICATIVA

Não se pode classificar uma vegetação apenas com base em sua "fisionomia" ou
formação vegetal característica. A flora (composição florística) precisa também ser considerada,
sempre que haja dados ou se possa complementar interpretações com este tipo de informação.
Padrões de textura de contrastes de imagens de satélite nas escalas de trabalho disponíveis
atualmente no Brasil podem incluir "floras (ou flórulas)" diferentes, por causa das muitas floras
da "caatinga" (Andrade-Lima 1981), da "Amazônia" (TNC 1992) e do "cerrado" (Castro
1994), por exemplo. A "flora areal" de cada "domínio florístico" deve ter "assinaturas digitais"
diferentes. O problema pode estar na escala (de trabalho) e/ou na resolução das imagens,
provavelmente.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O fato de concluir que a floresta estacional semidecidual de transição da área de


chapada da Serra Vermelha não ser "Mata Atlântica", isto é, não está incluída no bioma
Mata Atlântica, não a dispensa absolutamente de ser preservada/conservada. Sem impedir as
demandas de desenvolvimento socioeconômico durável (sustentável) ao nível local e regional,
parte de sua área deverá ser incluída no sistema atual de unidades de conservação do Estado
do Piauí, até por necessidade de otimização em termos de representatividade ecológica, ou
com a criação de uma nova unidade de conservação, de "proteção integral" (parque nacional,
estação ecológica, por exemplo), ou de "uso sustentável" (reserva particular do
patrimônio natural, ou área de relevante interesse ecológico, por exemplo), ou ainda
com a ampliação de alguma unidade de conservação já existente na área ou em suas
proximidades.
A região do Piauí onde se inclui a Serra Vermelha está inserida nas áreas definidas
pelo Projeto de Áreas Prioritárias para Conservação, Uso Sustentável e Repartição
dos Benefícios da Biodiversidade Brasileira (maio/2007) do Ministério do Meio Ambiente
(MMA) (Figura 22). Além do mais, o caráter de "insubstituibilidade" da sua flora/vegetação
é indiscutivelmente imperativo.
Por causa de aspectos próprios da amostragem, a partir da suficiência de
representatividade florística obtida (Figura 20), do universo amostral, por conta do tipo de
fitocenose [comunidade vegetal] estudada, dos aspectos relacionados ao padrão em
mosaico da vegetação ecotonal [vegetação de transição] do Estado do Piauí, do caráter de
flora "areal" [característico de cada área], e das diversidades "" (alfa) e "" (beta)
[diversidades biológicas local e entre-amostras] envolvidas, os resultados deste trabalho não
podem ser extrapolados para outras áreas, senão para as que se incluem na área de chapada
da Serra Vermelha.

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Publ. avulsas conserv. ecossistemas, 23:1-72 (mai. 2009) 59

Figura 22. Áreas Prioritárias para conservação da Biodiversidade no Piauí definidas durante a revisão feita pela
Secretaria de Biodiversidade e Florestas (SBF). Créditos: MMA (maio/2007).

DIFICULDADES

Como foi citado desde o início dos "resultados" deste Relatório, o número de espécies
determinadas completamente (até o nível de espécie) foi baixo: apenas 52,3%. Uma
porcentagem de 47,7 % ficou sem determinação botânica completa. Esta foi então, a maior
dificuldade.
Mais excursões científicas precisam ser empreendidas para se fazer a complementação
de coletas de material botânico com acompanhamento, o mais completo possível, dos estádios
do desenvolvimento ontogenético das plantas a partir da formação do "botão floral" até
"fruto maduro".

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Publ. avulsas conserv. ecossistemas, 23:1-72 (mai. 2009) 63

REGISTRO FOTOGRÁFICO

Figura 23. Erythroxylum rosuliferum O.E. Schulz. Créditos: Programa bioTEN (2008_09).

Figura 24. Sebastiania sp. Créditos: Programa bioTEN (2008_09).

Figura 25. Diptychandra aurantiaca Tul. ssp epunctata (Tul.) H.C. Lima, A.M. Carvalho & Costa ex G.P. Lewis.
Créditos: Programa bioTEN (2008_09).

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64 Publ. avulsas conserv. ecossistemas, 23:1-72 (mai. 2009)

Figura 26. Cenostigma gardnerianum Tul. Créditos: Programa bioTEN (2008_09).

Figura 27. Chamaecrista eitenorum (H.S. Irwin & Barneby) H.S. Irwin & Barneby.
Créditos: Programa bioTEN (2008_09).

Figura 28. Terminalia fagifolia Mart. & Zucc. Créditos: Programa bioTEN (2008_09).

Programa bioTEN RELATÓRIOS


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Figura 29. Eugenia sp. Créditos: Programa bioTEN (2008_09).

Figura 30. Erythroxylum vaccinifolium Mart. Créditos: Programa bioTEN (2008_09).

Figura 31. Cipó-de-caititu. Créditos: Programa bioTEN (2008_09).

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66 Publ. avulsas conserv. ecossistemas, 23:1-72 (mai. 2009)

Figura 32. Callisthene microphylla Warm. Créditos: Programa bioTEN (2008_09).

Figura 33. Cordiera sp. Créditos: Programa bioTEN (2008_09).

Figura 34. Erythroxylum barbatum O.E. Schulz. Créditos: Programa bioTEN (2008_09).

Programa bioTEN RELATÓRIOS


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Figura 35. Myrciaria sp. Créditos: Programa bioTEN (2008_09).

Figura 36. Lindackeria ovata (Benth.) Gilg. Créditos: Programa bioTEN (2008_09).

Figura 37. Combretum glaucocarpum Mart. (= Thiloa glaucocarpa (Mart.) Eichler).


Créditos: Programa bioTEN (2008_09).

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68 Publ. avulsas conserv. ecossistemas, 23:1-72 (mai. 2009)

Figura 38. Acacia riparia (Kunth.) Britton & Rose ex Britton & Killip. Créditos: Programa bioTEN (2008_09).

Figura 39. Qualea sp. Créditos: Programa bioTEN (2008_09).

Figura 40. Neea obovata Spruce ex Heimerl. Créditos: Programa bioTEN (2008_09).

Programa bioTEN RELATÓRIOS


Publ. avulsas conserv. ecossistemas, 23:1-72 (mai. 2009) 69

Figura 41. Pityrocarpa moniliformis (Benth.) Luckow & Jabson (= Piptadenia moniliformis Benth.).
Créditos: Programa bioTEN (2008_09).

Figura 42. Pavonia glazioviana Gürke. Créditos: Programa bioTEN (2008_09).

Programa bioTEN RELATÓRIOS


70 Publ. avulsas conserv. ecossistemas, 23:1-72 (mai. 2009)

Figura 43. Sapium glandulosum (L.) Morong. Créditos: Programa bioTEN (2008_09).

Figura 44. Estrada principal do Condomínio Fazenda Chapada do Gurguéia. Vegetação de floresta estacional
semidecidual de transição nas margens da estrada. Município de Redenção do Gurguéia, PI.
Créditos: Programa bioTEN (2008_09).

Programa bioTEN RELATÓRIOS


Publ. avulsas conserv. ecossistemas, 23:1-72 (mai. 2009) 71

Figura 45. Área desmatada com manutenção de alguns indivíduos arbóreos da floresta estacional semidecidual
de transição. Pouquíssima regeneração. Cobertura atual do solo com espécies ruderais. Município de Redenção
do Gurguéia, PI. Créditos: Programa bioTEN (2008_09).

Figura 46. Ramos de Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan. var cebil (Gris.) Altschul, uma das espécies
indicadoras de vegetação de caatinga arbórea. Município de Redenção do Gurguéia, PI.
Créditos: Programa bioTEN (2008_09).

Figura 47. Uma das descidas da Serra Vermelha na direção de Morro Cabeça no Tempo, PI. A árvore da direita é
uma pitombeira (Talisia esculenta Radlk.). Esta espécie é cosmopolita. Neste ecossistema ela é nativa
autóctone ou nativa alóctone? Município de Morro Cabeça no Tempo, PI. Créditos: Programa bioTEN (2008_09).

Programa bioTEN RELATÓRIOS


72 Publ. avulsas conserv. ecossistemas, 23:1-72 (mai. 2009)

Figura 48. Trecho da vegetação de floresta estacional decidual na estrada que liga Morro Cabeça no Tempo e a
área do Condomínio Fazenda Chapada do Gurguéia. No centro da fotografia dois indivíduos de aroeira (Myracrodruon
urundeuva Fr. Allemão). Morro Cabeça no Tempo, PI. Créditos: Programa bioTEN (2008_09).

Figura 49. Frutos de banha-de-galinha (Swartzia flaemingii Raddi var psilonema (Harms) R.S. Cowan). Município
(?). Créditos: Programa bioTEN (2008_09).

Programa bioTEN RELATÓRIOS


As Publicações Avulsas em Conservação de Ecossistemas são publicações
seriadas do Programa de Biodiversidade do Trópico Ecotonal do Nordeste
(bioTEN) do Departamento de Biologia do Centro de Ciências da Natureza da
Universidade Federal do Piauí.
Contêm exclusivamente trabalhos aprovados por consultores "ad-hoc", com
tiragem limitada (mídia impressa), disponibilizados também na página
www.bioten.bio.br, distribuídos nos seguintes temas:

Publicações Prévias
Herbário
Projetos de P&PG
Relatórios
Texto para Discussão
Didática
Metodologia
Registro Fotográfico

Consultores que colaboraram com este número:

Maria de Fátima de Oliveira Pires, Biól., M.Sc., D.Sc.


Valdemar Rodrigues, Biól., D.Sc.

Citação Bibliográfica:

CASTRO, A.A.J.F.; CASTRO, A.S.F.; FARIAS, R.R.S. de; SOUSA, S.R. de; CASTRO,
N.M.C.F.; SILVA, C.G.B. da; MENDES, M.R. de A.; BARROS, J.S.; LOPES, R.N.
Diversidade de espécies e de ecossistemas da vegetação remanescente da Serra
Vermelha, área de chapada, municípios de Curimatá, Redenção do Gurguéia e Morro
Cabeça no Tempo, sudeste do Piauí. Publ. avulsas conserv. ecossistemas,
Teresina, n.23, Pp.1-72, mai./2009. (Série: Relatórios). ISSN 1809-0109.

Apoio:
Projeto de Biodiversidade e Fragmentação de Ecossistemas nos Cerrados
Marginais do Nordeste (Processo CNPq Nº 521131/2001-4)

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ


Programa de Biodiversidade do Trópico Ecotonal do Nordeste (bioTEN)
Centro de Ciências da Natureza (CCN)
Departamento de Biologia
Bloco I
Campus da Ininga
64049 550 - Teresina - Piauí - Brasil
Fone: +55 (0++86) 3215.5830 / 3215.5504
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