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Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais


Pós-Graduação em Filosofia Contemporânea
A razão na modernidade

Professor: Ibraim Vitor de Oliveira


Aluna: Bruna Coutinho Silva

Formulação de perguntas aos textos de Kant (1784; 1786)

Texto 1: Resposta à pergunta: “Que é o iluminismo?” (1784)

1) O que é o Iluminismo para Kant?


O Iluminismo em Kant é a saída da menoridade, ou seja, da tutela do pensamento por
outrem.

2) Por quais razões menoridade é uma saída fácil?


Os homens há tempos são tutelados, o que se constitui em um costume que os coloca
em uma postura de comodidade: é mais fácil que outros pensem por mim. Aqueles que foram
se constituindo em tutores, como médicos, párocos, também usam da lógica do
convencimento de que se deve pensar apenas a partir dos saberes que eles próprios ensinam; é
a lógica da domesticação que não produz avanços, pois prescinde do esforço da crítica.

3) Qual a condição primordial para a ilustração?


O exercício da liberdade enquanto uso público da razão.

4) O que distingue o uso da razão nos âmbitos público e privado? O que as relaciona?
No âmbito público, toda pessoa, em condição de erudito, pode e deve expor seus
pensamentos acerca de determinadas questões; é permitido o livre raciocínio.
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No âmbito privado, as pessoas são coagidas pelo que a instituição a que pertencem
(Estado, Igreja, Exército) apregoa, de modo que se atêm a ensinar e disseminar o que lhes é
passado por outrem.
A relação entre ambas é que o uso público da razão está contido no privado, se se tem
um entendimento deste como pertencente ao âmbito mundial, portanto, dizendo respeito à
toda sociedade civil. Neste sentido, portanto, um âmbito não anula o outro, e não é necessário
se abrir mão do que é instituído pelo que é fruto de reflexões novas acerca dele. Ademais,
nenhuma instituição é capaz de impedir o exercício da liberdade do pensar, ou seja, a exclusão
ou a eliminação da ilustração da história humana é impossível.

5) Kant opõe-se veementemente ao controle, a partir das instituições, do que se produz


em termos do livre exercício do pensamento, por exemplo, a partir da inspeção de escritos que
“ferem” suas doutrinas. O que o leva a tal juízo?
Para Kant, o livre exercício da razão é sinônimo do progresso da humanidade; é meio
de evolução pela “[...] purificação dos erros e, em geral, o avanço na ilustração” (KANT,
1784, p. 5). Portanto, qualquer instituição que age na contramão da possibilidade de ser
revista pelo uso da razão, se apresenta como empecilho para o que é de direito da
humanidade: “[...] se servir da própria razão em tudo o que é assunto da consciência” (KANT,
1784, p. 6).

Texto 2: Que significa orientar-se no pensamento? (1786)

1) Para Kant, a razão em sua orientação própria, em sua própria faculdade, encontra-se
aliada ao princípio subjetivo de diferenciação. Explique esta afirmativa.
O princípio subjetivo de diferenciação se trata de um sentimento primeiro que nos
permite distinguir os objetos e o espaço que nos cerca e que nos fornece uma orientação, um
caminho a se seguir. Tal princípio é uma necessidade da razão quando esta se ocupa de pensar
nos objetos supra-sensíveis, que ultrapassam o mundo dos sentidos e do sensível.

2) Quando se trata de pensar no Ser primordial, como se manifesta a necessidade da


razão?
Ao se pensar no Ser primordial (Bem ou Deus), a razão tem por necessidade o situar
no conceito de ilimitado, uma vez que não se pode admitir a realidade da existência e de todas
as coisas que nela se encontra sem se recorrer a um princípio originário inteligente.
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Sem admitir um Criador inteligente, é impossível, sem cair em puros absurdos,


aduzir ao menos um fundamento inteligente dessas coisas; e, embora não possamos
demonstrar a impossibilidade de uma tal finalidade sem uma primeira causa
primordial inteligente (pois então teríamos razões objectivas suficientes desta
afirmação e não precisaríamos apelar para razões subjectivas), permanece assim,
apesar de tudo, nesta carência de discernimento, uma razão subjectiva suficiente
para admitir a causa originária, em virtude de a razão necessitar de pressupor algo
que lhe é inteligível para, a partir dele, explicar o fenómeno dado, já que tudo aquilo
a que ela pode associar um conceito não socorre semelhante necessidade (KANT,
1786, p. 9-10).

Desse modo, se apresenta a necessidade da razão em seu uso teórico, na admissão da


existência de Deus como causa causadora, ou seja, como princípio originário do que é
contingente.

3) Do uso prático da necessidade da razão provém as leis morais, admitindo, assim, o


bem supremo dependente. De que condições dependem esse bem supremo?
A moralidade, ou as leis morais, é possível por duas razões: a liberdade humana e a
natureza (a máxima beatitude), que são as condições das quais dependem. Ambas as
condições objetivam o conceito de bem supremo, daí que constituem-se no uso prática da
necessidade da razão, a própria ética.

4) Em que a crença história se diferencia da fé racional?


A crença histórica se funda em fatos concretos, em informações provenientes da
experiência. Nesse sentido, pode constituir-se em um saber, pois este se fundamenta em dados
objetivos. A fé racional, por sua vez, parte do pressuposto da admissão pela razão do Ser
primordial, que, como vimos, prova-se pela própria razão em seus motivos subjetivos, sem ser
necessário recorrer aos dados da experiência.

5) Para Kant, ninguém pode se convencer da existência de Deus e ninguém pode negá-la
veementemente. Explique essa colocação.
O conceito de infinitude, que é a base do entendimento e da distinção do Ser
primordial, não pode ser admitido a partir da experiência, ainda que esta se me revele de
modo que não contradiga aquele conceito. No entanto, nenhuma experiência é capaz de
comprovar, outrossim, a inexistência de tal Ser, por não conseguir alcançar seu registro, que é
o da infinitude, a causa causadora de todas as causas.
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6) Kant critica aqueles pensadores - “gênios” - que colocam a razão em um grau de


importância menor e, por exemplo, colocam a especulação e a inspiração singular no lugar de
um entendimento racional e universal, comum a todos, e defende a liberdade de pensar.
Explicite e explique os três sentidos que a esta são atribuídos.
A liberdade de pensar, em primeiro lugar, se opõe à coação civil. As forças superiores
podem inibir nossa liberdade de falar e escrever, fazendo com que a liberdade de pensar seja
prejudicada em seu exercício, pois depende da comunicação coletiva, recíproca.
Ela também se opõe, em segundo lugar, à pressão sobre a consciência moral, realizada
por aqueles que tutelam outros sob a égide de prescrições morais que pressionam as pessoas a
temerem ser inquiridas.
Por fim, em terceiro lugar,

[...] a liberdade de pensamento significa ainda que a razão não se submeta a


nenhumas outras leis a não ser àquelas que ela a si mesmo dá, e o seu contrário é a
máxima de um uso sem lei da razão (para assim, como imagina o génio, ver mais
longe do que sob a restrição imposta pelas leis) (KANT, 1786, p. 16).

Desse modo, há de se ter como pedra-de-toque a razão, submetida às suas leis subjetivas, para
o pleno exercício da liberdade de pensar.
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REFERÊNCIAS

KANT, I. Que significa orientar-se no pensamento? [1786]. Tradução de Artur Morão.


Disponível em:
<http://www.lusosofia.net/textos/kant_que_significa_orientar_se_no_pensamento__1786_.pd
f>. Acesso em: 10 set. 2018.

KANT, I. Resposta à pergunta: “Que é o iluminismo?” [1784]. Tradução de Artur Morão.


Disponível em: <http://www.lusosofia.net/textos/kant_o_iluminismo_1784.pdf>. Acesso em:
10 set. 2018.

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