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EXCELENTÍSSIMO JUIZ...

(juízo competente para apreciar a demanda proposta)

EMENTA: PREVIDENCIÁRIO. CONCESSÃO DE BENEFÍCIO.


APOSENTADORIA POR IDADE RURAL. BÓIA-FRIA.

PARTE AUTORA, (nacionalidade), (estado civil – indicar se há


união estável), (profissão), portador(a) do documento de
identidade sob o n.º..., CPF sob o n.º..., e-mail…, residente e
domiciliado(a) na rua.., bairro.., cidade.., estado.., CEP..., vem
a presença de Vossa Excelência propor a presente

AÇÃO JUDICIAL PARA CONCESSÃO DE BENEFÍCIO


PREVIDENCIÁRIO

contra o INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL


(INSS), pessoa jurídica de direito público, na pessoa do seu
representante legal, domiciliado na rua..., bairro..., cidade...,
estado..., CEP..., pelos fatos e fundamentos que a seguir aduz.

1. FATOS

A Parte Autora, na qualidade segurado especial, requereu em... (data do


requerimento administrativo) a concessão do benefício de aposentadoria por idade
rural na agência da Previdência Social da sua cidade.

Entretanto, o benefício restou indeferido pelo INSS, sob a alegação de


que não foi comprovado o exercício de atividade rural na função de boia-fria, bem
como não foi alcançada a carência mínima exigida em lei.

Todavia, a Parte Autora preenche todos os requisitos necessários à


concessão do benefício.

Desta forma, a limitação apresentada pelo INSS não se justifica, razão pela qual busca o
Poder Judiciário para ver seu direito reconhecido.

2. FUNDAMENTAÇÃO DE MÉRITO

A Parte Autora desenvolveu atividade rural na localidade de... (local


onde foi exercida a atividade rural), permanecendo na lavoura no período de...
(data do inicio da atividade rural) a... (data final da atividade rural), cultivando...
(descrever as atividades desenvolvidas na lavoura).

Como prova do exercício de atividade rural, foram juntados ao


requerimento administrativo os documentos abaixo relacionados, os quais não
deixam dúvida de que efetivamente trabalhou na lavoura.

Documento Observação Data


A fim de corroborar as assertivas contidas na presente ação judicial, juntam-se, ainda, os
seguintes documentos:

Documento Observação Data

Nos casos em que a atividade rural é desenvolvida na qualidade de boia-


fria, a ação deve ser analisada e interpretada de maneira sui generis, conferindo
especial atenção à prova testemunhal, sem que isso implique em violação à
Súmula n. 149 do STJ1.

Isto porque, se assim não o fizesse, acabaria por negar o benefício


respectivo a todas aquelas pessoas que, embora realmente tivessem trabalhado
em terras de terceiros, não dispusessem de documentos suficientes a ensejar um
início de prova material, o que, aliás, salienta-se, seria uma grave injustiça.

Nesse sentido foi o entendido adotado pela 1ª Seção do Superior


Tribunal de Justiça no julgamento do REsp n. 1321493/PR, sob o rito dos
processos repetitivos, in verbis:

RECURSO ESPECIAL. MATÉRIA REPETITIVA. ART. 543-C DO CPC E


RESOLUÇÃO STJ 8/2008. RECURSO REPRESENTATIVO DE
CONTROVÉRSIA. SEGURADO ESPECIAL. TRABALHO RURAL.
INFORMALIDADE. BOIAS-FRIAS. PROVA EXCLUSIVAMENTE
TESTEMUNHAL. ART. 55, § 3º, DA LEI 8.213/1991. SÚMULA 149/STJ.
IMPOSSIBILIDADE. PROVA MATERIAL QUE NÃO ABRANGE TODO O
PERÍODO PRETENDIDO. IDÔNEA E ROBUSTA PROVA TESTEMUNHAL.
EXTENSÃO DA EFICÁCIA PROBATÓRIA. NÃO VIOLAÇÃO DA
PRECITADA SÚMULA.

1. Trata-se de Recurso Especial do INSS com o escopo de combater o


abrandamento da exigência de produção de prova material, adotado pelo
acórdão recorrido, para os denominados trabalhadores rurais boias-frias.

2. A solução integral da controvérsia, com fundamento suficiente, não


caracteriza ofensa ao art. 535 do CPC.

1
Súmula 149/STJ: "A prova exclusivamente testemunhal não basta à comprovação da
atividade rurícola, para efeitos da obtenção de benefício previdenciário".
3. Aplica-se a Súmula 149/STJ ("A prova exclusivamente testemunhal não
basta à comprovação da atividade rurícola, para efeitos da obtenção de
benefício previdenciário") aos trabalhadores rurais denominados "boias-
frias", sendo imprescindível a apresentação de início de prova material.

4. Por outro lado, considerando a inerente dificuldade probatória da


condição de trabalhador campesino, o STJ sedimentou o
entendimento de que a apresentação de prova material somente sobre
parte do lapso temporal pretendido não implica violação da Súmula
149/STJ, cuja aplicação é mitigada se a reduzida prova material for
complementada por idônea e robusta prova testemunhal.

5. No caso concreto, o Tribunal a quo, não obstante tenha pressuposto o


afastamento da Súmula 149/STJ para os "boias-frias", apontou diminuta
prova material e assentou a produção de robusta prova testemunhal para
configurar a recorrida como segurada especial, o que está em consonância
com os parâmetros aqui fixados.

6. Recurso Especial do INSS não provido. Acórdão submetido ao regime do


art. 543-C do CPC e da Resolução 8/2008 do STJ.

(REsp 1321493/PR, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, PRIMEIRA


SEÇÃO, julgado em 10/10/2012, DJe 19/12/2012, sem grifo no original).

Na mesma linha, para ilustrar, traz-se à colação as seguintes ementas:

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE RURAL. SEGURADO


ESPECIAL. REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR. ATIVIDADE RURAL.
BOIA-FRIA. REQUISITOS. MATÉRIA REPETITIVA. ART. 543-C DO CPC E
RESOLUÇÃO STJ 8/2008. SÚMULA 83/STJ.

1. A comprovação do exercício de atividade rural pode ser efetuada


mediante início de prova material, complementada por prova
testemunhal idônea.

2. Cumprido o requisito etário (55 anos de idade para mulher e 60 anos


para homem) e comprovado o exercício da atividade agrícola no período
correspondente à carência (art. 142 da Lei n. 8.213/91), é devido o
benefício de aposentadoria por idade rural.

3. O acórdão recorrido está em sintonia com o atual entendimento deste


Tribunal Superior, sobretudo com aquele proferido na ocasião do
julgamento do REsp 1.321.493, de relatoria do eminente Ministro Herman
Benjamin, submetido ao rito do art. 543-C do CPC, razão pela qual não
merece prosperar a irresignação. Incidência da Súmula 83/STJ.

4. Não há falar em suspensão do processo, nos termos do art. 543-C, § 1º,


do CPC, em razão da afetação do Recurso Especial 1.354.908/SP de
relatoria do eminente Ministro Mauro Campbell Marques, pois, esse trata
da necessidade de "comprovação do trabalho rural em período
imediatamente anterior ao requerimento", quando o trabalhador apresenta
períodos intercalados de atividade rural e urbana. Entretanto, essa não é a
hipótese dos autos.

5. Agravo Regimental não provido.

(STJ AgRg no AREsp 721.371/PR, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN,


SEGUNDA TURMA, julgado em 06/10/2015, DJe 03/02/2016, sem grifo
no original)
PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA RURAL POR IDADE EM REGIME
DE ECONOMIA FAMILIAR. BOIA-FRIA. REQUISITOS LEGAIS.
COMPROVAÇÃO. SÚMULA 149 DO STJ. CONSECTÁRIOS. TUTELA
ESPECÍFICA. Fixada pelo STJ a obrigatoriedade do reexame de sentença
ilíquida proferida contra a União, Estados, Distrito Federal e Municípios e
as respectivas autarquias e fundações de direito público na REsp
1101727/PR, a previsão do art. 475 do CPC torna-se regra, admitido o
seu afastamento somente nos casos em que o valor da condenação seja
certo e não exceda a sessenta salários mínimos. Satisfeitos os requisitos
legais de idade mínima e prova do exercício de atividade rural por tempo
igual ao número de meses correspondentes à carência, é devida a
aposentadoria rural por idade. Considera-se provada a atividade rural do
segurado especial havendo início de prova material complementado
por idônea prova testemunhal. Em se tratando de trabalhador boia-
fria, a aplicação da Súmula 149 do STJ é feita com parcimônia em
face das dificuldades probatórias inerentes à atividade dessa classe de
segurado especial. […] (TRF4, AC 5047955-41.2015.404.9999, Quinta
Turma, Relator p/ Acórdão Luiz Antonio Bonat, juntado aos autos em
25/02/2016, sem grifo no original)

Os documentos apresentados, tanto na ceara administrativa, quanto os


agora anexados, revelam forte início de prova material a autorizar o manejo da
presente actio, prova esta que será complementada por prova testemunhal, o que
desde já requer.

2.1 REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA CONCESSÃO DA


APOSENTADORIA POR IDADE RURAL

Os requisitos para a concessão da aposentadoria por idade aos


trabalhadores rurais são: a) idade mínima de 60 anos para o homem e de 55 anos
para a mulher (Lei nº 8.213, art. 48, § 1º); b) exercício de atividade rural, ainda
que de forma descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do
benefício, em número de meses idênticos à carência deste (Lei n.º 8.213, art.
143), independentemente de recolhimento de contribuições previdenciárias.

Para verificação do tempo (nº de meses) a ser comprovado, deve-se considerar a tabela
constante do art. 142 da Lei n.º 8.213/91, levando-se em conta o ano em que o segurado
implementou as condições necessárias para inativação, ou seja, idade mínima e tempo de trabalho
rural.

Ano de implemento das Meses de atividade rural


condições exigido
1991 60 meses
1992 60 meses
1993 66 meses
1994 72 meses
1995 78 meses
1996 90 meses
1997 96 meses
1998 102 meses
1999 108 meses
2000 114 meses
2001 120 meses
2002 126 meses
2003 132 meses
2004 138 meses
2005 144 meses
2006 150 meses
2007 156 meses
2008 162 meses
2009 168 meses
2010 174 meses
2011 180 meses

Na aplicação dos artigos 142 e 143 da Lei, deve-se atentar para os


seguintes pontos: a) ano-base para averiguação do tempo rural; b) termo inicial
do período de trabalho rural correspondente à carência, e c) termo inicial do
direito ao benefício.

Geralmente, o ano-base corresponderá àquele em que o segurado


completou a idade mínima, desde que, até então, já disponha de tempo rural
suficiente para o deferimento do benefício. Em tais casos, o termo inicial do
período a ser considerado como de exercício de labor rural, contado
retroativamente, é a data do implemento do requisito etário, mesmo que o
requerimento administrativo seja formalizado posteriormente, em homenagem ao
princípio do direito adquirido (Constituição Federal, art. 5.º, XXXVI; Lei de
Benefícios, art. 102, §1º).

Todavia, se o segurado, completando a idade necessária, permanecer


exercendo atividade agrícola até a ocasião em que preencher o número de meses
suficientes para concessão do benefício, tanto o ano-base para a verificação do
tempo rural quanto o início de tal período de trabalho, contado retroativamente,
será o da data da implementação do tempo equivalente à carência.
A título de exemplo, se o segurado tiver completado a idade mínima em
1997 e requerido o benefício na esfera administrativa em 2001, deverá comprovar
o exercício de trabalho rural em um dos seguintes períodos: a) 96 meses antes de
1997; b) 120 meses antes de 2001, ou c) períodos intermediários (102 meses antes
de 1998, 108 meses antes de 1999, 114 meses antes de 2000)

A disposição contida no art. 143 da Lei n.º 8.213 - ou seja, a de que o


exercício da atividade rural deve ser comprovado no período imediatamente
anterior ao requerimento do benefício -, deve ser interpretada em favor do
segurado. Tal regra atende às situações em que ao segurado é mais fácil ou
conveniente a comprovação do exercício do labor rural no período imediatamente
anterior ao requerimento administrativo; entretanto, a sua aplicação deve ser
relativizada, em face do disposto no art. 102, § 1º, da Lei, e, principalmente, por
força da garantia constitucional do direito adquirido.

Com efeito, e considerando que, no caso, a Parte Autora nasceu em...


(data de nascimento), tendo completado... (60 anos mulher/65 anos homem) anos
de idade em... (ano que completou a idade necessária para a aposentadoria), a
carência exigida conforme o disposto no art. 142 da Lei nº 8.213/91 corresponde
a... (verificar na tabela prevista no artigo 142 da Lei n. 8.213/91o numero de
meses de contribuição necessários de acordo com o ano que completou a idade
para a aposentadoria) meses de contribuição.

Logo, preenchidos os requisitos necessários à concessão do benefício de


aposentadoria por idade rural, ou seja, idade mínima e carência faz jus à Parte
Autora ao deferimento da benesse.

Neste sentido caminha a jurisprudência pátria:

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA RURAL POR IDADE. REGIME DE


ECONOMIA FAMILIAR. BOIA-FRIA. REQUISITOS LEGAIS.
COMPROVAÇÃO. INÍCIO DE PROVA MATERIAL, COMPLEMENTADA
POR PROVA TESTEMUNHAL. JUROS. HONORÁRIOS. 1. Procede o pedido
de aposentadoria rural por idade quando atendidos os requisitos previstos
nos artigos 11, VII, 48, § 1º e 142, da Lei nº 8.213/91. 2. Comprovado o
implemento da idade mínima (sessenta anos para o homem e
cinquenta e cinco anos para a mulher) e o exercício de atividade rural,
ainda que de forma descontínua, por tempo igual ao número de meses
correspondentes à carência, é devido o benefício de aposentadoria
rural por idade à parte autora. 3. Considera-se comprovado o exercício de
atividade rural havendo início de prova material complementada por prova
testemunhal idônea, sendo dispensável o recolhimento de contribuições
para fins de concessão do benefício. 4. Consolidou-se na 3ª Seção desta
Corte, na linha de precedentes do STJ, o entendimento de que a Lei nº
11.960, de 29/06/2009 (publicada em 30/06/2009), que alterou o art.
1.º-F da Lei nº 9.494/97, determinando a incidência nos débitos da
Fazenda Pública, para fins remuneração do capital e compensação da
mora, uma única vez, até o efetivo pagamento, do índice de juros da
caderneta de poupança, aplica-se imediatamente aos feitos de natureza
previdenciária. 5. Os honorários advocatícios devem ser fixados em 10%
sobre o valor da condenação, excluídas as parcelas vincendas. Súmula nº
76 desta Corte. (TRF4, APELREEX 0012947-88.2015.404.9999, Quinta
Turma, Relator Paulo Afonso Brum Vaz, D.E. 21/01/2016, sem grifo no
original).

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE RURAL. SEGURADO


ESPECIAL. BOIA-FRIA. REQUISITOS CUMPRIDOS. 1. A comprovação do
exercício de atividade rural pode ser efetuada mediante início de prova
material, complementada por prova testemunhal idônea. 2. O documento
juntado corresponde ao início de prova material exigido para o
reconhecimento do benefício de aposentadoria rural por idade, sobretudo
por tratar-se de trabalhadora boia-fria. 3. A prova material juntada aos
autos foi devidamente corroborada pela prova testemunhal colhida em
audiência de instrução, a qual se mostrou idônea e coerente com o
contexto dos autos. 4. Cumprido o requisito etário (55 anos de idade
para mulher e 60 anos para homem) e comprovado o exercício da
atividade agrícola no período correspondente à carência (art. 142 da
Lei n. 8.213/91), é devido o benefício de aposentadoria por idade
rural. (TRF4, AC 0008490-13.2015.404.9999, Sexta Turma, Relatora p/
Acórdão Vânia Hack de Almeida, D.E. 17/02/2016, sem grifo no original).

Portanto, o indeferimento por parte do INSS não encontra amparo na lei, sendo devida a
concessão do benefício de aposentadoria por idade rural.

3. REQUERIMENTOS

Diante do exposto, requer:

1. A citação do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, na pessoa do


seu representante legal, para que responda a presente demanda, no prazo legal,
sob pena de revelia;

2. A concessão do benefício da justiça gratuita em virtude da Parte


Autora não poder arcar com o pagamento das custas processuais e honorários
advocatícios sem prejuízo do seu sustento ou de sua família, condição que
expressamente declara, na forma do art. 4º da Lei n.º 1.060/50;

3. A condenação do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS para


conceder o benefício de aposentadoria por idade rural, bem como pagar as
parcelas vencidas desde a data do requerimento administrativo, monetariamente
corrigidas desde o respectivo vencimento e acrescidas de juros legais moratórios,
ambos incidentes até a data do efetivo pagamento;

4. A condenação do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS para


arcar com as custas processuais e honorários advocatícios;

5. Requer, ainda, provar o alegado por todos os meios de prova


admitidos em direito, notadamente a documental e testemunhal.

6. Informa, por fim, não ter interesse na realização de audiência de


conciliação/mediação, nos termos do art. 319, VII, do CPC.

Dá-se à causa o valor de R$... (valor da causa)

Pede deferimento.

(Cidade e data)

(Nome, assinatura e número da OAB do advogado)

Rol de documentos:
...

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