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CAPACETES PARA
USO INDUSTRIAL
MAIS DE 100 ANOS PROTEGENDO
TRABALHADORES CONTRA
IMPACTOS E ARCOS ELÉTRICOS
NR-12
MELHOR APLICAÇÃO DA
NORMA REDUZIRIA ACIDENTES
ENTREVISTA
SERGIO PORTO,
PRESIDENTE DO SECONCI-SP
Luvas Anticorte Toro®
com Proteção à Abrasão
Luvas tricotadas em 4 fios de Aramida Kevlar® com
reforço em Vaqueta ou Groupon na palma e nos dedos.
Maior Proteção
e Durabilidade
Os textos aqui presentes abordam diversos temas e fornecem uma boa referência da
amplitude da informação e aplicação da saúde e segurança no trabalho buscando,
por meio de estudos e especialistas, propostas e soluções para um setor melhor, ou
seja, por um mundo com boas condições de trabalho, com menos doenças e acidentes.
Visualiza-se nesta edição por exemplo, uma rica análise quanto ao histórico e o
atual cumprimento da NR-12, que destaca o alto número de acidentes com máqui-
nas e que poderiam ser reduzidos, efetivando uma cultura de informação e correta
aplicação da norma pelas empresas.
A construção civil, por exemplo, é um dos setores com o maior número de mortes em
acidentes de trabalho no País. Nesta edição, o presidente do Sindicato da Indústria
da Construção Civil do Estado de São Paulo, Sergio Porto, comenta a ações imple-
mentadas pela entidade dentro e fora dos canteiros de obras, visando a segurança
integral do trabalhador do segmento.
Insufladores e exaustores Proteção respiratória Detectores de gases Equipamentos para acesso e resgate
CAPACETES PARA
USO INDUSTRIAL
MAIS DE 100 ANOS PROTEGENDO
TRABALHADORES CONTRA
IMPACTOS E ARCOS ELÉTRICOS
NR12
MELHOR APLICAÇÃO DA
NORMA REDUZIRIA ACIDENTES
ENTREVISTA
SERGIO PORTO,
PRESIDENTE DO SECONCI-SP
Ano XXXVI
março 2015
Nº 426
32 capa
Capacetes de segurança:
características e qualidade
18 entrevista
Segurança e saúde do trabalhador são as grandes preocupações
do Seconci-SP
Sergio Porto fala sobre as ações da entidade dentro e fora dos canteiros de obras
44 segurança 80 vetor
46 destaque 84 prevenção
ATENDIMENTO
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8 • cipa caderno informativo de prevenção de acidentes •
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Trabalho cipa Palestra
escravo
As operações de fiscaliza-
ção para combater o tra-
notícias técnica
• Vibrações EN ISO
10819 - 1996
fique sabendo
Notifica hospitais extras, mas convenção ou
A Superintendência acordo coletivo poderá
Regional do Trabalho prever até quatro horas
e Emprego em Minas extras. A matéria será
Gerais (SRTE/MG) ISO 9001 grande conquista: uma
das mais importantes enviada à sanção presi-
notificou, no início de Nova versão
fevereiro de 2015, 71 acreditações interna- dencial.
A ISO 9001, uma das cionais, a CARF, sigla
hospitais, clínicas mé- Fonte: Agência Câmara
mais conhecidas e utili-
dicas e laboratórios em em inglês para Com- de Notícias
zadas nas certificações
Montes Claros. A ação, mission on Accredition of
de qualidade do mundo,
que integra o Projeto Rehabilitation Facilities,
terá uma nova versão em
Prevenção de Acidentes entidade canadense mun- PORTARIA
2015. Em substituição à
e Doenças do Trabalho dialmente reconhecida
versão de 2012, a atuali- Consulta pública
da superintendência, por seus altos níveis de
zação da norma trará mo-
determina que os esta- exigência na acreditação A Portaria nº471, de 11
dificações significativas,
belecimentos atendam de centros de reabilitação
as quais todas as em- de fevereiro, prorroga
ao disposto na Norma do mundo. A acreditação
presas certificadas preci- em 60 dias o prazo da
Regulamentadora nº 32, é uma maneira formal de
sarão se adaptar no prazo consulta pública do
do MTE, que define as reconhecer e evidenciar
de três anos após a pu-
condições ideais para processos seguros e que texto técnico básico
blicação do documento.
a segurança e bom de- garantam a qualidade de criação do Anexo I
Atualmente, segundo
sempenho dos traba- do tratamento. Desde o
estimativas da Interna- (Condições Sanitárias e
lhadores do setor de início de 2013, o IMREA
tional Organization for de Conforto Aplicáveis
prestação de serviços Standartization (ISO), vem promovendo uma
da saúde. Os hospitais, série de mudanças e me- a Trabalhadores do
existem, aproximada-
clínicas e laboratórios mente, 1,3 milhão de em- lhorias na estrutura física Transporte Rodoviário
notificados têm até 30 presas certificadas pela e em seus processos assis- em Atividade Externa)
dias para comprovar norma no mundo. As tenciais e administrativos
da NR-24 (Condições
o total atendimento à sugestões de modificação com o objetivo principal
norma. O setor de saúde de garantir ainda mais Sanitárias e de Con-
são propostas através do
apresenta um dos ín- Comitê Técnico – TC qualidade e segurança na forto nos Locais de
dices mais altos de aci- 176, que inclui represen- reabilitação das pessoas Trabalho), disponível
dentes do trabalho. A tantes de diversos países, com deficiência física. no sítio: http://portal.
maior incidência desses entre eles o Brasil. Um O intuito é atender os
acontecimentos está re- mte.gov.br/seg_sau/
dos aspectos que deverá pacientes de acordo com
lacionada ao despreparo padrões internacionais de consultas-publicas.htm.
conter na nova versão é
no manuseio de mate- a exigência de uma po- qualidade. As sugestões podem ser
riais perfurocortantes, lítica de gestão de riscos encaminhadas ao DSST
como agulhas e bisturis. mais rigorosa. Os riscos MOTORISTAS (Departamento de Se-
Todos os profissionais envolvidos no negócio
que, de alguma forma,
Jornada máxima é gurança e Saúde no
precisarão ser monito- mantida
estejam envolvidos na rados em nível macro. No Trabalho) até o dia 11
prestação de serviços O Plenário da Câmara de abril via e-mail (nor-
caso de uma construtora,
de saúde devem ser cor- dos Deputados concluiu,
por exemplo, será preciso matizacao.sit@mte.
retamente orientados e no dia 11 de fevereiro, a
criar ferramentas de gov.br) ou poe correio
preparados. A NR-32 votação das emendas do
gestão não só do processo
abrange médicos, enfer- Senado ao projeto que au- (Ministério do Trabalho
da obra, mas também dos
meiros, farmacêuticos, menta o tempo máximo e Emprego, Departa-
possíveis impactos que
agentes de saúde, psi- ao volante do motorista mento de Segurança
ela causará no entorno.
cólogos, nutricionistas e profissional de 4 horas
e Saúde no Trabalho,
até os trabalhadores res- para 5,5 horas contínuas
IMREA e altera a forma de apro- CoordenaçãoGeral de
ponsáveis pela limpeza
dos estabelecimentos, Reconhecimento veitamento do descanso Normatização e Pro-
que devem saber exata- O Instituto de Medicina obrigatório, além de gramas, Esplanada dos
mente como manipular Física e Reabilitação do outros detalhes no re- Ministérios, Bloco “F”,
os materiais descartados Hospital das Clínicas da gulamento da profissão.
Anexo “B”, 1º andar,
ou como organizar e Faculdade de Medicina Segundo a PL 4246/12, a
identificar os produtos da USP (IMREA) fechou jornada do motorista pro- Sala 107, CEP 70059-
de higiene. o ano de 2014 com uma fissional continua a ser 900, Brasília/ DF).
Temos 11 postos de atendimento aos Prevenção de Riscos Ambientais) e Seconci é também certificado na ISO.
quais os trabalhadores podem se di- PCMAT (Programa de Condições e Conseguimos, em função disso, fazer
rigir. No entanto, como a locomoção Meio Ambiente de Trabalho na In- um atendimento bem interessante.
em São Paulo é um grande problema, dústria da Construção Civil), exames
criamos unidades de atendimento mó- admissionais e demissionais para as Qual a avalição do Seconci sobre o
veis que vão até as obras. Temos duas, empresas. Mas claro que elas não são atual estágio da segurança laboral
por enquanto; em breve serão três. obrigadas a contratar o Seconci para nos canteiros de obras brasileiros?
isso. Só prestamos os serviços àque- Se você analisar os números relativos
O Seconci atua fortemente na pre- las que nos solicitam. e absolutos, verá que já houve uma
venção e tratamento de problemas diminuição muito grande do número
odontológicos. Por que essa preocu- Como a entidade age caso haja ir- de acidentes. Claro que temos sempre
pação especial? regularidades relacionadas à SST que trabalhar para que esse número
Acredito que os problemas odonto- no canteiro de obras? chegue a zero, mas que houve uma
lógicos no Brasil sejam mais graves O que nós fazemos é treinamento, melhora é evidente. Hoje, existem di-
até que os outros. Por isso, temos um atendimento e orientação. Nós não versos equipamentos de segurança e
atendimento bastante forte nessa área. temos nenhum poder fiscalizatório. existe treinamento. No Brasil, exige-se
O trabalhador atendido pelo Seconci Nas obras em que há engenheiros também fiscalização, sendo que há pa-
sai com os problemas bucais total- nossos atuando, eles corrigem even- íses em que ela não é exigida. Agora,
mente resolvidos. tuais erros ou irregularidades. a principal arma do trabalhador contra
acidentes é ele mesmo se proteger, ele
Como os trabalhadores podem se Para as construtoras, quais são os cumprir as normas e, apesar dos avan-
beneficiar do serviços do Seconci? benefícios de utilizar os serviços do ços, ainda existe o problema da cons-
O uso do Seconci é regulado pelo Seconci? cientização. O empregador também
acordo coletivo de trabalho que o As empresas passam a ter trabalhado- tem sua responsabilidade e nem todos
sindicato da construção civil e dos res com a saúde controlada. Quando oferecem os treinamentos necessário.
trabalhadores firmam todo ano. Pelo o funcionário pega uma gripe ou tem A grande maioria oferece, mas ainda
acordo, para usar os serviços do Se- uma dor lombar, por exemplo, ele existem aqueles que deixam a desejar.
conci as empresas devem contribuir tem que se ausentar do trabalho por
com 1% da folha de pagamento. uns dias, ou então a produtividade Quais as metas e planos da entida-
dele cai. Com o nosso atendimento, de para os próximos anos?
O Seconci desenvolve também isso acontece menos e a empresa pas- Para este ano, temos o plano de abrir
ações relacionadas à segurança sa a ter funcionários mais produtivos, mais duas unidades de atendimento
ocupacional para os trabalhadores perdendo menos horas de trabalho. aos trabalhadores da construção. Na
da construção. Quais são elas? segmento OSS, temos chamamentos
Temos uma equipe de técnicos e enge- Quais são os principais desafios en- do Estado e Município para adminis-
nheiros que ministra cursos para aten- frentados pela entidade? trar novas unidades. Mas podemos
dimento às normas regulamentadoras A entidade tem 50 anos de existên- entrar ou não, isso depende das pro-
do Ministério do Trabalho. Temos cia e, nesse tempo, aprendeu a fazer postas das outras entidades chamadas.
cursos de NR-35 e, para este ano, esta- o serviço e a lidar com o trabalha- Estamos também finalizando estudos
mos programando também um curso dor. Claro que esse trabalho exige sobre obesidade na construção civil,
para trabalho em espaços confinados. um aprimoramento constante, mas o mostrando o ganho de peso por faixa
Seconci tem sido vitorioso em todos etária e trabalho exercido e também
A entidade presta alguma espécie esses anos, sem grandes obstáculos. sobre a inclusão de pessoas com defi-
de assessoria às empresas no seg- Atendemos dentro de todas as nor- ciência nos canteiros de obras. Outra
mento de segurança do trabalho? mas e credenciamentos necessários coisa é que temos tido muita procura
Além de treinamentos que valem e temos a preocupação de certificar por laudos ergonômicos e, por isso,
para toda a vida do trabalhador, fa- nossas unidades de atendimento nos passaremos a contar com um ergono-
cipa
zemos também PPRA (Programa de melhores organismos possíveis. O mista para a realização de análises.
O limbo jurídico
previdenciário-
trabalhista
IMPASSE PARA TRABALHADORES E EMPREGADORES CAUSADO
PELA CARÊNCIA DE LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
POR WAGNER VERQUIETINI
Destreza
Conforto
Aderência
Proteção
Acidente ocorrido em
horário do almoço
ASPECTOS JURÍDICOS SOBRE OS DIREITOS DOS EMPREGADOS
QUANDO O FATO OCORRE NESSE PERÍODO DA JORNADA DE
TRABALHO
Aplicações
• Manipulação e transporte de chapas ou • Manutenção mecânica • Manipulação de chapas
peças de vidro • Montagem de painéis com rebarbas
• Manipulação de partes plásticas pós-injeção metálicos oleosos • Manipulação de chapas de metal
• Manipulação de matérias de fibra de vidro • Ferramentaria • Trabalhos metalúrgicos na
após a retirada das formas • Manutenção pesada presença de riscos de corte
• Coleta e tratamento de resíduos • Indústria automotiva • Corte de tiras metálicas (plasma)
industriais perfurocortantes • Indústria metal-mecânica
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cipa
direitos
ses após a cessação do auxílio-do- período de 12 meses após a cessação NÃO CONFIGURADA. O fato do
ença. No caso, o Trabalhador sofreu do auxílio-doença ao empregado aci- trabalhador estar jogando futebol
acidente de trabalho com afastamen- dentado. (ex-OJ nº 105 da SBDI-1 - em horário de lazer não configura
to para percepção do auxílio-doença inserida em 01.10.1997) evento infortunístico, a teor do arti-
e foi demitido pouco mais de dois II - São pressupostos para a con- go 21 da Lei nº 8.213/91. Logo, não
meses após a alta médica previden- cessão da estabilidade o afastamento se configurou a existência de aciden-
ciária. Nesse contexto, a decisão superior a 15 dias e a conseqüente te de trabalho e, portanto, não havia
regional que mantém o pagamento percepção do auxílio-doença aci- estabilidade acidentária, a teor do
da indenização substitutiva está de dentário, salvo se constatada, após a artigo 118 da Lei nº 8.213/91 (TRT
acordo com a jurisprudência des- despedida, doença profissional que 17ª R; RO 00239.2006.006.17.00.9;
ta c. Corte, consolidada na Súmula guarde relação de causalidade com Rel. Juiz Lino Faria Petelinkar; Julg.
378, item I, do TST. BENEFÍCIO DA a execução do contrato de emprego. 13/12/2006)”.
JUSTIÇA GRATUITA. A Empresa (primeira parte - ex-OJ nº 230 da Assim, quando o acidente ocor-
apenas referiu em relação ao deferi- SBDI-1 - inserida em 20.06.2001) rer fora do local e horário normal
mento da Justiça Gratuita ao Traba- III - O empregado submetido a de trabalho, deve ser efetuada uma
lhador que houve violação das Leis contrato de trabalho por tempo de- análise minuciosa das peculiarida-
5.584/70 e 1.060/50, mas não cuidou terminado goza da garantia provisó- des que envolvem o caso concreto,
de especificar qual artigo das referi- ria de emprego decorrente de aciden- para se saber se o conceito de aci-
das leis teria sido violado. Incidência te de trabalho prevista no n no art. dente do trabalho é ou não extensí-
da Súmula 221 do TST. MULTA DO 118 da Lei nº 8.213/91.” vel, porque não é possível estabele-
ARTIGO 475-J DO CPC. O e. TRT Não será considerado acidente do cer uma regra geral.
asseverou que - o Juízo de primeiro trabalho o acidente de trajeto sofrido Desta forma, a finalidade da es-
grau não fixou a multa prevista no art. pelo segurado que por interesse pes- tabilidade provisória é a proteção
475-J do CPC para o caso de even- soal tiver interrompido ou alterado o do emprego, sendo devida a garan-
tual descumprimento da obrigação de percurso habitual. tia de emprego pelo prazo de doze
pagar- (fl. 172). Assim, verifica-se a Nesse sentido os seguintes julgados: meses após a cessação do auxílio-
falta de interesse recursal pela ausên- “ACIDENTE DE TRABALHO. doença acidentário, conforme dis-
cia de sucumbência da Empresa, no NÃO-CONFIGURAÇÃO. Não con- põe o artigo 118 da Lei 8.231/91:
particular. Agravo de instrumento co- figura acidente de trabalho o infor- “Art. 118. O segurado que sofreu
nhecido e desprovido. (TST - AIRR: túnio sofrido nas dependências da acidente do trabalho tem garantida,
1912003120085020036,Relator: empresa, quando da realização de pelo prazo mínimo de doze meses, a
Alexandre de Souza Agra Belmonte, atividade de lazer proposta pelos manutenção do seu contrato de tra-
Data de Julgamento: 12/11/2014, 3ª próprios empregados, sem qualquer balho na empresa, após a cessação
Turma, Data de Publicação: DEJT determinação ou participação da em- do auxílio-doença acidentário, inde-
21/11/2014) – grifo nosso.” pregadora, ante a ausência de nexo pendentemente de percepção de au-
O direito à estabilidade acidentá- entre o acidente sofrido e a presta- xílio-acidente”, não podendo ser dis-
ria vem expresso na Súmula 378 do ção do trabalho, consoante se infere pensado o empregado nesse período. cipa
Capacetes
de segurança:
características
e qualidade
COM CERTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA, PROTEGEM TRABALHADORES EM DIVERSAS
ATIVIDADES
POR BRUNO RIBEIRO
cipa matéria de capa
MATERIAIS E CARACTERÍSTICAS
CONSTRUTIVAS
DURÁVEIS
protege a cabeça do trabalhador contra
DIVULGAÇÃO 3M
impactos, descargas elétricas e altas
temperaturas, enquanto que a suspen-
são garante a absorção da força trans-
mitida ao casco por um objeto cadente.
Léo Bain explica que os cascos
são geralmente fabricados com po-
lietileno de alta densidade, enquanto
que a suspensão é formada por partes
plásticas, também de polietileno, e Guilherme Dias, da 3M:
Materiais sustentáveis são tendência Capacete com acessórios para serrista – abafador de
por tiras de poliamida e algodão. ruído e máscara
Tanto os capacetes classe A como
os classe B são fabricados com o mais caro, usado apenas para trabalhos
3M
mesmo material. Bain explica que a em áreas críticas.”
diferença está na espessura do casco, Guilherme Dias, engenheiro de
apenas: “Antigamente, a qualidade do serviços técnicos da área de segu-
isolamento elétrico do polietileno não rança pessoal da 3M, complementa:
era tão boa. Assim, se o casco fosse “Há também materiais como resinas
muito fino, ele não isolava a eletri- com fibras, que são utilizados para
cidade. Hoje, porém, a qualidade do propósitos específicos, normalmente
polietileno é tão boa que dificilmente direcionados a altas temperaturas.
não vai prover essa proteção, a não Há ainda uma tendência de cresci-
ser que seja uma camada realmente mento do uso de materiais com apelo
muito fininha. Capacetes fabricados mais sustentável.” Capacete com abafador de ruído
com polietileno reciclado também Os cascos dos capacetes de segu-
DURÁVEIS
não oferecem isolação elétrica, mas rança podem apresentar ainda slots ou
se forem vendidos como capacetes fendas laterais destinadas ao acopla-
Classe A, tudo bem.” mento de outros acessórios conjugados
O diretor da Duráveis afirma ain- de segurança, como protetor auricular
da que cerca de 10% dos capacetes de ou máscaras. De acordo com a NR 6,
segurança são fabricados com celeron, equipamento conjugado de proteção in-
plástico laminado com reforço de al- dividual é todo dispositivo associado ao
godão e resina, que proporciona maior EPI principal, com o objetivo de prote-
resistência térmica ao produto final. ger contra outros riscos associados.
São, por isso, utilizados para trabalhos Já as suspensões são formadas por
em indústrias nas quais há maior ex- cintas de tecido e pela carneira, estru-
posição do trabalhador a temperatu- tura de plástico que as sustentam. O
ras elevadas, tais como siderúrgicas, conjunto funciona como amortecedor
mineradoras, de fundição e de papel e em eventuais impactos. De acordo
celulose: “O plástico normal amolece com a NBR 8221, para oferecer prote- Suspensão de capacete de proteção
em temperaturas muito altas e perde ção adequada ao trabalhador, as cintas
sua função, enquanto o celeron perma- da suspensão devem manter distâncias mais indicados, uma vez que estudos
nece intacto. Além disso, se cai metal maiores do que 6 mm (no ajuste má- demonstram que polímeros plásticos,
fundido ou outro líquido quente no ca- ximo) e 9 mm (no ajuste mínimo) em quando em contato com cabelos, pro-
pacete de celeron, não acontece nada, relação à face interna do casco. duzem eletricidade estática, situação
enquanto que os de polietileno podem Para a fabricação das tiras da sus- arriscada para profissionais que tra-
até furar. Mas o celeron é um material pensão, os tecidos são os materiais balham em áreas classificadas.
a tira da suspensão que cobre a região máquinas: “Nesse caso, as inovações antialérgicas. Segundo ele, entretan- M
da testa do trabalhador. costumam vir de equipamentos mais to, esses e outros atributos devem ser
Y
De acordo com Léo Bain, a fa- tura das fitas da suspensão, o capacete los usuários em termos de conforto, CY
bricação de capacetes de segurança está pronto para montagem e embala- leveza, design etc.” CMY
compreende três etapas principais: in- gem. Antes, no entanto, deve passar por Segundo Guilherme Dias, a qualida- K
jeção termoplástica, costura das fitas um criterioso controle de qualidade. de do produto passa, em primeiro lugar,
da suspensão e montagem. pelo atendimento às normas vigentes,
A injeção termoplástica é reali- UTILIZAÇÃO E QUALIDADE mas não se restringe a isso: “O profissio-
zada por meio de um molde de aço nal da segurança precisa ter certeza de
no formato do casco do capacete com Segundo Léo Bain, para que te- que o capacete que ele está adquirindo
um vão entre as partes inferior e supe- nham a qualidade necessária, os capa- é próprio para a atividade em que será
rior: “Esse molde vai dentro de uma cetes de segurança devem, em primei- utilizado, ou seja, ele precisa conhecer o
injetora plástica que o aquece, injeta ro lugar, fornecer as proteções previs- ambiente de trabalho para buscar o ca-
o polietileno líquido e o resfria por tas contra perfuração e impacto (capa- pacete com as características que aten-
cerca de um minuto”, explica Bain.
Segundo o diretor da Duráveis, o HISTÓRICO DE MATERIAIS UTILIZADOS
mesmo processo é realizado há muitos ALUMÍNIO: Em meados da década de 1930, o alumínio passou a ser o material preferencial
anos e, durante esse tempo, não houve para a fabricação de capacetes, exceto os utilizados na indústria elétrica.
grandes mudanças, a não ser em re- PLÁSTICO: Ainda na década de 1930, a MSA passou a fabricar capacetes de plástico
lação à qualidade do aço utilizado no para a indústria elétrica e metálica, devido à necessidade de utilização de materiais não
molde e das máquinas de costura, que condutores de energia. O material utilizado, chamado de Bakelite, suportava temperaturas
até 350oF.
permitem uma produção mais rápida e
eficiente. “Houve mudanças quantita- TERMOPLÁSTICOS: resistentes e fáceis de moldar, foram introduzidos a partir de 1950.
Atualmente, é o material de preferencia na fabricação de capacetes, sendo o polietileno de
tivas no processo, mas não necessaria-
alta densidade o mais utilizado.
mente qualitativas”, acrescenta.
NOVIDADES: Polietileno reciclado, celeron e ABS são alguns dos novos materiais utilizados.
Guilherme Dias afirma que as
DURÁVEIS
zação de testes em capacetes de se- de segurança responderam por aproxi-
gurança. Bain afirma que, embora em madamente R$ 163 milhões, o que re-
pequeno número, eles costumam co- presenta uma participação de 3,2% no
brar preços bem razoáveis e entregar faturamento do setor.
os resultados rapidamente. “Esse não Capacetes Classe A respondem
é um gargalo para o setor”, reforça. por 27,5% do mercado de capacetes e
Para Guilherme Dias, o fato de os Classe B por 44,9% (o restante do
haver mais de uma opção de labora- Capacete tipo II com fita fotoluminescente share é de capacetes para prevenção e
tório para a realização de ensaios já combate a incêndios). Léo Bain afir-
é um cenário favorável, que estimula tam a ventilação e tornam o uso do ma que a preferência pelos capacetes
a concorrência. “Deve-se ter atenção EPI mais confortável. A desvanta- Classe B se justifica pela relação cus-
para que todos eles sigam um mesmo gem, porém, é que as aberturas impe- to-benefício, já que o produto oferece
padrão de qualidade, de forma que o dem que o casco proteja o trabalhador proteção adicional a preço não muito
resultado seja semelhante independen- contra arcos elétricos, enquadrando superior ao do Classe A. “O classe A
te do laboratório escolhido”, alerta. esses capacetes na Classe A. existe porque há casos em que o mate-
Outras novidades, segundo Bain, rial não pode isolar eletricidade, como
INOVAÇÃO são a aplicação de fitas adesivas foto- é o caso do celeron e do polietileno
luminescentes nos cascos, para facili- reciclado. Existem também capacetes
Entre as novidades e tendências tar a visualização do trabalhador em com respiros, que por isso não conse-
em termos de capacetes de segurança, locais escuros, e a inclusão de etique- guem evitar arcos elétricos.”
Léo Bain destaca o uso crescente, ao ta com o tipo sanguíneo do usuário O diretor da Duráveis acredita que,
menos em países europeus e nos Esta- no EPI. “Essa é uma medida muito embora o mercado brasileiro de capa-
dos Unidos, de materiais inovadores, importante, pois, caso o trabalha- cetes de segurança sinta os efeitos da
como o ABS (plástico com borracha), dor sofra um acidente e necessite de atual crise econômica, o País conta
que oferece resistência maior a subs- transfusão de sangue, o socorro pode com um bom potencial a ser explo-
tâncias químicas. “Em indústrias em ser prestado imediatamente.” rados e fabricantes e fornecedores de
que há o risco de respingo de subs- qualidade. “A Duráveis, por exemplo,
tâncias químicas, o ABS é o material MERCADO vende cerca de 500 mil capacetes de
a ser utilizado. Nós não fabricamos segurança por ano, o que significa
ainda, porque o uso é muito restrito.” De acordo com dados da publica- quase 10% do mercado. Temos ainda
Outra vantagem oferecida pelo ção Indicadores do Mercado Brasilei- a concorrência de grandes multina-
ABS, de acordo com Bain, é a possi- ro de Equipamentos de Proteção Indi- cionais como a 3M e a MSA e outras
bilidade de personalização dos EPIs, vidual 2014, da Animaseg (Associa- empresas de médio e pequeno portes.”
por meio de pinturas e desenhos que ção Nacional da Indústria de Material Para Guilherme Dias, o mercado
os tornam mais bonitos e mais atra- de Segurança e Proteção ao Trabalho), brasileiro está acompanhando as ten-
tivos para os trabalhadores. “No po- o mercado de EPIs movimentou mais dências globais em termos de produtos:
lietileno a pintura não fica legal, mas de R$ 5 bilhões em 2013. Os capacetes “Nota-se que vários produtos dispo-
no ABS fica muito bonito e lustroso. níveis em mercados com uma cultura
E isso é importante porque, em um mais madura em termos de segurança,
3M
cenário em que muitos acidentes têm como EUA e Europa, estão disponí-
finais trágicos pela falta de uso do veis também no Brasil. Tecnicamente,
EPI, um visual legal faz com que o o país também está evoluindo, através
trabalhador tenha vontade de usar o da atualização de sua norma de certifi-
equipamento.” cação de capacetes e da nova versão da
Outra novidade recente, diz Bain, NBR 8221, que está em fase final de re-
é a fabricação de capacetes com pe- visão, o que trará evoluções nos ensaios
quenos furos ou respiros, que aumen- Capacetes com aberturas para ventilação de certificação dos produtos.” cipa
publicações
segmentadas
nas áreas de:
√ segurança do trabalho
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√ segurança contra incêndio TRAGÉDIA EM
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www.fieramilano.com.br • cipa caderno informativo de prevenção de acidentes • 43
cipa
segurança
Trabalho em altura:
riscos, penalidades e
medidas de prevenção
EMPREGADORES DEVEM ATENDER À LEGISLAÇÃO
PARA ASSEGURAR A SAÚDE E SEGURANÇA DOS SEUS
FUNCIONÁRIOS
POR REDAÇÃO
FOTO DIVULGAÇÃO
trabalhador. Neste caso, ele pode- • Emitir Permissão de Trabalho supervisionado e a organização e
rá propor à autoridade competente – PT para atividades não rotineiras; arquivamento da documentação ine-
a imediata interdição do estabele- • Desenvolver procedimento ope- rente para disponibilização, quando
cimento, setor ou equipamento ou, racional para as atividades rotineiras necessário, à Inspeção do Trabalho;
ainda, embargo parcial ou total da de trabalho em altura, o qual deve • Capacitar os trabalhadores
obra”, finaliza Sheila. ser documentado, divulgado, enten- através de treinamento periódico
Confira abaixo algumas medidas dido e conhecido por todos os tra- prático e teórico com carga mínima
descritas na NR-35 para evitar aci- balhadores que realizam o trabalho de oito horas;
dentes em altura: bem como as pessoas envolvidas; • Realizar exames médicos vol-
• Garantir a implementação das • Assegurar a realização de ava- tados às patologias que poderão ori-
medidas de proteção adequadas, liação prévia das condições do am- ginar mal súbito e queda de altura,
sendo que a seleção, inspeção, forma biente de trabalho a fim de planejar considerando também os fatores psi-
de utilização e limitação de uso dos e implementar as ações e medidas cossociais;
sistemas de proteção coletiva e indi- de segurança aplicáveis não con- • Suspender o trabalho caso
vidual devem atender às normas téc- templadas na AR e no procedimento ofereça condição de risco não pre-
nicas vigentes, às orientações dos fa- operacional; vista e;
bricantes e aos princípios da redução • Criar uma sistemática de auto- • Disponibilizar equipe para res-
do impacto e dos fatores de queda; rização dos trabalhadores para traba- postas em caso de emergências para
• Realizar a Análise de Risco – lho em altura; trabalho em altura com os recursos
AR antes do início da atividade; • Assegurar que o trabalho seja necessários. cipa
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do Trabalho
Acidente do trabalho
em máquina
HABILITAÇÃO E FISCALIZAÇÃO SÃO RESPONSABILIDADES
DOS EMPREGADORES
SYLVINO CINTRA DE
SOUZA JUNIOR Em 9 de dezembro de 2014, o do acidente de trabalho sofrido, posto
juiz Titular da 2ª Vara do Traba- que não houve a comprovação de que
Advogado especializado
em acidentes do trabalho lho de Simões Filho, BA, prolatou tivesse sido ministrado treinamento
e doenças ocupacionais, sentença do processo nº 00001453- adequado ao trabalhador que o quali-
professor, consultor de
segurança e saúde do 98.2013.5.05.0102, onde o trabalha- ficasse para a operação da prensa de
trabalhador e diretor dor A.C.O propôs ação indenizatória tampa de distribuidor”.
técnico jurídico nacional
da Associação Brasileira contra sua empregadora Robert Bosch Como conclusão, o senhor perito
de Proteção às Vítimas de Ltda., em razão de acidente do traba- afirma: “(...) repetindo o que via seus
Doenças e Acidentes do
Trabalho (Abravat)
lho ocorrido em 4 de abril de 2013. companheiros fazerem nessas con-
A empregadora emitiu a CAT (Co- dições, utilizou-se de uma chave de
municação de Acidente de Trabalho), fenda para soltar a peça (...)”, o que
com a seguinte descrição: “Na data e não descaracteriza a impropriedade
horário acima indicados, ao retornar do seu ato, e, caso confirmada tal ale-
do período de almoço, continuou de- gação, se evidenciará que a empresa,
senvolvendo o trabalho que havia fei- por meio dos responsáveis diretos,
to no turno da manhã, ou seja, operan- não fiscalizava a prática de métodos
do a prensa que estampava as bobinas de trabalho inseguros cometidos pelos
produzidas pela reclamada”. seus empregados, com o potencial de
Em audiência inaugural foi de- gerar acidentes.
terminado a atuação de engenheiro Em sua sentença, diz o Magistrado:
de segurança do trabalho para fazer a “No que tange às circunstâncias do aci-
investigação do referido acidente do dente, em que pese o laudo pericial (fls.
trabalho, tendo a mesma ocorrido em 245/253) ter concluído que a causa do
16 de abril de 2014. acidente está diretamente relacionada
O expert, em suas conclusões, relata a uma ação inapropriada do reclaman-
que o reclamante agiu de forma impru- te, o qual tentou resolver um problema
dente, utilizando-se de uma chave de operacional sem se valer dos meios téc-
fenda para soltar uma das peças que iria nicos adequados, a mesma peça técnica
alimentar a referida prensa; alegou tam- deixa claro que a impropriedade do ato
bém que o obreiro deveria ter desligado cometido pelo obreiro contou com a
a máquina para soltar a referida peça. falta de fiscalização por parte dos res-
Em outro momento, o perito judi- ponsáveis diretos da empregadora, por
cial alega: “Tal constatação de impru- isso que esta “não fiscalizava a prática
* dência por parte do reclamante, não de métodos de trabalho inseguros co-
CORRESPONDÊNCIA PARA A SEÇÃO
exime a empresa, entretanto, de assu- metidos pelos empregados, com poten-
AÇÕES INDENIZATÓRIAS mir o fato de que o trabalhador podia cial de gerar acidentes (fl. 249).
sylvinocintra@tapaseg.com.br
estar devidamente treinado ou capaci- A conclusão do perito encontra
tado para desempenhar as atividades abrigo nos relatos das testemunhas.
que realizava quando da ocorrência A testemunha D.T.S, que prestou
socorro ao reclamante logo após o fatos descritos pela primeira testemu- bilidade pelo infortúnio.
acidente declara que: “era comum os nha arrolada pelo autor. Consoante o Diz ainda o juiz do trabalho:
demais operadores realizarem o des- relato dessa segunda testemunha, em- “Quanto ao grau de culpa da empre-
travamento da máquina de bolacha bora o procedimento para desobstru- gadora, forçoso é reconhecer que sua
com uma chave de fenda” e que “ha- ção da máquina operada pelo obreiro conduta negligente e omissa foi deci-
via uma proteção na máquina, que foi previsse o desligamento desta, “nor- siva para o evento. Assim, reputa-se
retirada para facilitar o destravamen- malmente os demais operadores deso- grave a culpa que lhe é imputada”.
to, porquanto, sem essa proteção era bstruíam a máquina sem desligar”. A Finalizando o magistrado con-
mais rápido destravar”; salienta que: testemunha declara que “não sabe in- denou a reclamada ao pagamento de
“encarregados e supervisores tinham formar porque o supervisor não corri- Dano Moral e Material.
conhecimento de que a chapa de pro- gia essa conduta dos operadores, em- Após esta sentença, fica claro o
teção era removida para facilitar a bora soubesse dela”. Por fim, diz que: entendimento da maioria dos juízes
desobstrução da máquina”. Por fim, “após o acidente a pré-plastificadora do Trabalho do Brasil, que a empre-
essa testemunha informa que “cerca (máquina em que houve o sinistro) re- sa não só deve escolher pessoa de-
de uma hora e meia após o acidente cebeu uma proteção a mais.” vidamente habilitada para a função
os mecânicos providenciaram a colo- Fica, pois, evidente que o empre- que lhe for determinada, bem como
cação da chapa de proteção na má- gado foi induzido a uma prática de ser vigiada para que não venha des-
quina em que houve o sinistro.” operação insegura tacitamente apro- cumprir as normas de segurança da
Por sua vez a testemunha M.A.S.S, vada pela empregadora, razão pela empresa, e, sobretudo as NRs da Por-
arrolada pela própria ré, confirmou os qual deve pesar sobre esta a responsa- taria MTE 3214/78. cipa
pesquisa recente apontou que 81% positivo graças ao trabalho conjun- uma unidade da Sabesp no ABC: a
dos colaboradores dos pontos do to elaborado pelo corpo diretivo da URG Billings em Diadema.
Grande ABC aprovaram a ginástica Unidade de Gerenciamento Regional Exemplos com este é que com-
laboral, além de qualificarem a ativi- Billings e da LIFE PQV. provam a eficácia da ginástica labo-
dade entre boa e ótima. A URG Billings sempre se pre- ral para a melhoria do ambiente de
A empresa também relatou que ocupou em potencializar a qualida- trabalho e para tornar os colabora-
a atividade teve a finalidade de fo- de de vida dos seus colaboradores. dores mais disposto a vestir de vez
mentar um ambiente de trabalho Por isso, o meu trabalho conseguiu a camisa da empresa. A ginástica
produtivo, qualidade de vida e bem resultados relevantes. A empresa laboral não merece desconfiança,
estar, contribuindo para a diminui- participou ativamente no acompa- mas, sim, a valorização do mercado
ção do absenteísmo e melhorando o nhamento da ginástica laboral dos corporativo, pois ela é que possibili-
clima organizacional. Neste um ano, colaboradores e sempre procurou tará uma empresa forte. Colaborador
foi observada a melhora em todos os melhorar e promover mais saúde no feliz e com saúde é sinônimo de em-
aspectos desejados, com os colabora- ambiente corporativo. presa com resultados positivos.
cipa
dores mais dispostos no desempenho As aulas de ginástica laboral nas
de suas atividades e uma melhoria no unidades do Grande ABC são exe- MÁRCIO ALDECOA
clima e do ambiente de trabalho. cutadas duas vezes por semana, com é professor de educação
física e diretor da LIFE PQV
Acredito que o atendimento aos duração de 12 minutos. O resultado
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colaboradores das unidades da Sa- ganhou enorme proporção, ao ponto
besp no ABC Paulista tem resultado do trabalho ser expandido para mais
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Agentes químicos na
perícia judicial
OS PRINCIPAIS EQUÍVOCOS DOS PERITOS NÃO QUÍMICOS
POR ANTONIO CARLOS VENDRAME
dramento ser qualitativo. Isto é um caso o enquadramento não poderá ocor- com ligações simples entre os áto-
grave equívoco e, em lugar algum da rer sem avaliação quantitativa, sendo mos de carbono e hidrogênio) e não
legislação está prevista tal condição, obrigatória a avaliação da concentração tem nada a ver com parafina. Um
não passando de mero achismo ou in- do tolueno e xileno. solvente olefínico é constituído de
vencionismo de alguns. Outro equívoco bastante comum alcenos (hidrocarbonetos com uma
Outro detalhe interessante está nos laudos periciais está relacionado dupla ligação entre os átomos de car-
contido no caput do anexo 13 da NR- com a nomenclatura dos agentes quí- bono e hidrogênio).
15: “Excluam-se cesta relação as ati- micos. Para aqueles não familiariza- Finalmente, aqueles peritos que
vidades ou operações com os agentes dos com a química, a questão de no- não possuem formação na área da
químicos constantes dos Anexos 11 e menclatura é uma verdadeira arma- química devem redobrar os cuidados
12”. Assim, se um determinado agen- dilha. Quem poderia acreditar que na avaliação de um agente químico,
te constar do anexo 11 e 13 prevalece acetaldeído, aldeído acético, aldeído uma vez que a química representa um
o anexo 11 e, tal caracterização deve- etílico, etanal, acetal, etilaldeído, universo à parte das ciências, cheio
rá ser realizada de forma quantitativa. acetilaldeído e 1,1 dietoxi-etano, re- de armadilhas, onde nem sempre im-
O mesmo vale para o anexo 12: se um presentam o mesmo produto? Como pera a lógica. cipa
Lideranças
comprometidas
com a segurança
FORMAR LÍDERES QUE ENTENDAM A SEGURANÇA COMO
VALOR É UM DESAFIO PARA AS ORGANIZAÇÕES
deles são fundamentais para produzi- atua no desenvolvimento de lide- consultor e professor da Unicamp
rem mais e com maior qualidade. ranças em segurança, na análise de (Universidade Estadual de Campi-
Dentro desta nova visão, os lí- cultura de segurança e de interven- nas), o posicionamento dos líderes
deres assumiram a responsabilidade ções para mudanças efetivas, a cul- corporativos tem se intensificado no
de garantir a funcionalidade de uma tura de segurança existe em todas as reconhecimento de que os acidentes
cultura que valorize esses princípios. organizações, no entanto, ela pode de trabalho representam um desvio
Inclusive, algumas empresas che- ser disfuncional, ou seja, um tra- organizacional a ser evitado, ou seja,
gam a adotar programas que os fa- balhador operar uma máquina sem a liderança percebe de forma muito
zem assimilar que as metas a serem o conhecimento necessário, haver mais clara a importância ética, moral
cumpridas, a produção a ser atingida omissão em relação aos riscos ou a e mesmo financeira de que devem
e os lucros necessários não devem cultura permitir enganar o sistema ser evitados. Inclusive, as ações em
ocorrer em detrimento da segurança de controle, ou melhor, as regras todas as esferas da sociedade auxi-
e saúde do trabalho. não são respeitadas. liam muito no desenvolvimento des-
Para que os líderes sejam realmen- E quando os líderes enxergam to- sa nova consciência dos líderes.
te líderes e colaborem para uma cultu- dos estes erros e não chamam a aten- Miranda cita como exemplo o
ra de segurança forte, precisam de uma ção, é algo bastante grave, pois auto- FAP (Fator Acidentário de Preven-
boa comunicação, um bom relaciona- rizam que eles persistam. “O exemplo ção), que penaliza as empresas com
mento interpessoal, empatia, poder de dos líderes, de qualquer nível, é fun- muitos acidentes e beneficia aquelas
persuasão, imparcialidade e sempre damental, pois são eles que transmi- com índices baixos em relação ao se-
dar feedback aos seus liderados, para tem os valores da empresa entre os tor econômico em que atua. “A apli-
que haja confiança e respeito entre to- quais, subtende-se, o da vida humana. cação da teoria do malus-bônus, que
dos e, as ações, no campo da produção Se algo dá errado é porque em algum altera as alíquotas da cobrança dos
ou das melhorias das condições de tra- ponto desta transmissão a cultura foi RAT (Riscos Ambientais do Traba-
balho, sejam entendidas e praticadas, modificada, passando ser falha”. lho) nas empresas, trouxe uma nova
sem sacrifícios ou s ofrimentos. Portanto, conforme o especia- perspectiva na gestão empresarial
Pois o sucesso dos líderes e con- lista, sempre há uma cultura de se- relativa à prevenção de acidentes e
sequentemente da empresa ocorre gurança, mas nem sempre forte ou doenças e, portanto, passou também
quando eles conseguem transmitir os correta. No Brasil, ela funciona bem a exigir atitudes muito mais cuidado-
princípios norteadores do negócio, os ou mal dentro das empresas até em sas dos líderes.”
objetivos e os valores da organização. função da legislação, que, na opi- Em sua visão, uma palavra define
nião de Polity, é uma das melhorias qual deve ser a postura dos líderes
CULTURA DE SEGURANÇA implementadas, apesar de ainda ser em relação às ações de SST: proa-
ignorada por muitos. tiva. “Não cabe mais uma postura
Segundo Michel Polity, diretor Para Luiz Carlos Miranda Júnior, reativa em relação à prevenção de
da SAFEmap Brasil, empresa que engenheiro de segurança do trabalho, acidentes. A bem da verdade, não se
pode chamar de prevenção as ações
tomadas após a ocorrência de um
acidente para evitar eventos simila-
res futuros. A visão de buscar solu-
ções somente após o acidente é, no
mínimo, retrógrada e em nada con-
tribui para os interesses de todas as
partes interessadas nesta questão.
Trabalhadores perdem com ela ao se
lesionarem, as empresas se prejudi-
Michel Polity, Luiz Carlos Miranda Júnior, engenheiro de seguran-
cam com a ausência da expertise e
diretor da SAFEmap Brasil ça do trabalho, consultor e professor da Unicamp experiência do trabalhador aciden-
tado, além de poder ver seus custos res coloquem em risco suas vidas em E tudo parte dos líderes, que preci-
com seguridade social aumentados, e detrimento de qualquer outra coisa, sam ser formados com base nos va-
o País perde recursos muito relevan- e há compreensão disto, existe uma lores organizacionais.
tes que poderiam ser investidos em cultura de segurança forte e os valo- Para isso, podem ser adotadas al-
outras necessidades da sociedade”. res são preservados. gumas diretrizes como: estabelecer o
“Mas estes valores têm que ser que é ser líder, o que eles fazem, o
SEGURANÇA X METAS passados o tempo todo pelos líderes que não fazem e como fazem; mos-
e de uma forma que os trabalhado- trar que todos são passíveis de erro;
Muitas vezes, na urgência do res os aceitem, que não seja visto a importância do saber se relacionar
cumprimento de metas, a seguran- como um discurso, pois mais do que com os outros; reconhecer as virtudes
ça é deixada de lado e todos sabem assimilar a cultura de segurança, o e os pontos fracos; apontar os erros de
os resultados. Mas Polity salienta importante é transformá-la em algo forma assertiva e construtiva em prol
que quando os valores corretos são uniforme e consistente com o que os da confiança; e os líderes devem exe-
identificados e transmitidos pelos lí- líderes acreditam”, afirma o diretor cutar projetos pessoais de segurança.
deres a toda cadeia organizacional e da SAFEmap. Miranda também acredita que
enfatiza-se que eles não são negoci- E esta transformação leva tempo, trabalhar a importância de uma cul-
áveis, ou seja, é inegociável ter uma não ocorre em um apertar de botão, tura de segurança forte com os líde-
fatalidade para se atingir um objeti- tem que ser heterogênea e é algo res não é uma tarefa banal. Muito
vo, é inegociável que os trabalhado- complexo de se fazer, mas possível. pelo contrário é um desafio, princi-
O PAPEL DO DEPARTAMENTO
DE SEGURANÇA
Quando o ambiente
de trabalho consome
a saúde
ESTRESSE E DEPRESSÃO SÃO CADA VEZ MAIS COMUNS NO
AMBIENTE DE TRABALHO
TEM
CULPADOS?
clima organizacional e dos fatores que ners), empresa voltada para a concep-
o influenciam. Segundo o médico, ção e entrega de programas de Assis-
avaliar o nível de estresse dos funcio- tência ao Empregado, de Bem Estar e
nários deve ser um dos primeiros itens. Saúde Corporativa. Ela afirma que as
“Os sintomas do estresse podem apa- crises de estresse, descontentamento
recer de muitas formas, desde uma dor e irritação ficam mais intensas, o que
de cabeça até uma crise hipertensiva, afeta não só o rendimento pessoal,
dor nas costas, faltas sem justificati- mas também faz com que problemas
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vas. O importante é que o gestor esteja profissionais sejam levados para casa,
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Roberta Ribeiro,
diretora clínica da CGP Brasil
DA CABEÇA
AOS PÉS
Novas exigências
ambientais para
financiamentos
TELMA BARTHOLOMEU
SILVA
Advogada sênior da
bancários
área de Meio Ambiente POR TELMA BARTHOLOMEU SILVA
e Desenvolvimento
Sustentável do escritório
AIDAR SBZ, especialista As reflexões a seguir têm por ob- responsabilidade civil, já que nesta é
em Meio Ambiente
pela escola Superior do jetivo trazer alguns posicionamentos o patrimônio do causador do dano, o
Ministério Público de São sobre a responsabilidade ambiental denominado “responsável” que será
Paulo, mestre em Direito
Econômico e Financeiro das instituições financeiras e como afetado para recompor a situação ao
– área de concentração isto pode afetar os empresários, nos estado anterior à ocorrência do dano
Meio Ambiente –
auditora ambiental seus negócios do dia a dia. (se possível) e/ou indenizar vítimas
internacional, professora, É importante que o empresariado diretas ou terceiros afetados pelo epi-
consultora e palestrante.
fique bem atento às novas exigências sódio danoso.
ambientais que podem ser adotadas Neste cenário, ao longo do tempo,
pelas instituições financeiras, como a doutrina e a jurisprudência do direi-
condicionantes para obtenção de fi- to ambiental vem evoluindo para que
nanciamentos aos seus projetos. se identifique e se busque a reparação
Sabe-se que uma vez ocorrido o e/ou indenização dos responsáveis di-
dano ambiental, em geral, estamos retos, mas também dos indiretos.
diante de algo de difícil reparação, Desta forma, queremos alertar os
em virtude não só da degradação do interessados em obter financiamen-
meio ambiente em si e da dificuldade to para projetos que podem causar
de repor o equilíbrio ecológico dos algum impacto ambiental, desde a
recursos naturais afetados, mas tam- ampliação de uma fábrica até a ins-
bém de uma amplitude de vítimas. talação de uma nova planta, porque,
Assim, verifica-se que a teoria da a partir de agora, o acesso aos recur-
responsabilidade civil pelo dano am- sos financeiros estará cada vez mais
biental foi adquirindo importância, cercado de variáveis ambientais e
com o tempo, por meio da implemen- condições que o empresariado deverá
tação de tutelas específicas, princí- apresentar às instituições financeiras.
pios e contornos próprios, e políticas Isto porque, especificamente, no
ligadas à área ambiental. tocante à responsabilidade ambiental
Importante lembrar que uma vez dos financiadores, o tema, que já vi-
ocorrido o dano ambiental o causador, nha sendo amplamente discutido no
também conhecido no nosso sistema cenário internacional e também na-
como responsável, pode ser penaliza- cional, ganhou importância entre nós,
do em três esferas: na civil, na admi- culminando, no ano passado com a
*
CORRESPONDÊNCIA PARA A SEÇÃO
nistrativa e na penal, cada qual com publicação da Resolução Bacen n0
suas punições e implicações próprias. 4.327, de 25 de abril de 2014, a qual
MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE
telmabsadv@yahoo.com.br Optamos neste artigo em focar na dispõe sobre as diretrizes que devem
Adicional de
insalubridade: salário
mínimo ou salário base?
MARCOS HENRIQUE
MENDANHA
Médico especialista em
medicina do trabalho,
medicina legal e perícia
médica. Advogado
especialista em direito do
trabalho, perito judicial,
assistente técnico e
coordenador do CENBRAP
(Centro Brasileiro de Pós-
Graduações)
o salário básico (e não sobre o sa- prema Corte adotou técnica decisória beleça uma base de cálculo diferente
lário mínimo). A justificativa usada conhecida no direito constitucional do salário mínimo, para efeitos de
pelo STF, foi a adequação do art. alemão como declaração de incons- pagamento do adicional de insalu-
192 da CLT ao art. 70, inciso IV, do titucionalidade sem pronúncia da nu- bridade. Atualmente, existem vários
texto constitucional. lidade (Unvereinbarkeitserklärung), projetos de lei tramitando no Con-
Mas também em 2008, a CNI ou seja, a norma, não obstante ser gresso Nacional que buscam a alte-
(Confederação Nacional da Indús- declarada inconstitucional, continua ração do art. 192 da CLT, no sentido
tria) entrou com uma Reclamação no a reger as relações obrigacionais, em de que haja uma adequação ao texto
STF (n0 6266) requerendo suspensão face da impossibilidade de o Poder constitucional, e que o adicional de
da aplicação da Súmula Vinculante Judiciário se substituir ao legislador insalubridade não mais seja pago so-
n0 4, e do novo texto da Súmula 228 para definir critério diverso para a bre percentuais do salário mínimo.
do TST. Argumentos: insegurança regulação da matéria. Desde então, Curioso: há mais de 20 anos que
jurídica e perigo de acréscimo ex- para os trabalhadores do direito nossos congressistas tentam adequar
traordinário de demandas judiciais. privado (celetistas), o adicional de o art. 192 da CLT ao texto constitu-
Concordando com a CNI, o minis- insalubridade continua sendo pago cional, e não conseguem. Estranho,
tro Gilmar Mendes desfez então a sobre o salário mínimo (e não sobre não? Nos faz pensar: em Brasília
eficácia da Súmula Vinculante n0 4 o salário base), o que ocorre até os temos representantes de menos da
do próprio STF, deferindo a liminar dias de hoje. classe trabalhadora ou representan-
proposta pela Confederação pela não Pelo que vimos, os tribunais tes demais da classe empregadora?
aplicação da referida súmula. A Su- aguardam uma norma legal que esta- Reflitamos sobre. cipa
cipa
vetor
Dengue, Chikungunya,
verão e águas
O Brasil está enfrentando um perí- uma palavra em makonde (povo que
LUCIA SCHULLER
odo de muitas dificuldades, com gran- habita a África Oriental) que significa
Bióloga e mestre em des escândalos no âmbito do governo. “aqueles que se dobram”, descreven-
saúde púbica Estão caindo as máscaras dos políticos do a aparência encurvada de pacientes
hipócritas e, em decorrência disso e do que sofrem de artralgia - dor nas arti-
desejo de poder, a população começa culações - intensa.
também a enfrentar a escassez da água. Segundo informações de infectolo-
Essa carência atinge todo o Sudeste gistas da Fiocruz (Fundação Oswaldo
podendo se espalhar pelo Brasil já que Cruz) o trânsito do vírus já está sendo
o planeta está nitidamente passando por monitorado pelo governo brasileiro há
uma transformação importante. Seja ela alguns anos e esse monitoramento, de
simplesmente um fenômeno da nature- certa forma, retardou a sua chega ao
za, cíclico, ou uma consequência do des- Brasil. Em entrevista extensa ao pro-
matamento desmedido na Amazônia, o grama “Ligado em Saúde” do canal
fato é que uma crise jamais vista se apro- Saúde da Fiocruz a infectologista Oti-
xima das grandes capitais do País. lia Lupi fez uma análise muito abran-
Para piorar a situação a dengue gente e esclarecedora da situação atual
ressurge com força total e desta vez da presença do vírus Chikungunya em
não mais sozinha e sim acompanhada nosso País. É recomendado assistir à
do vírus Chikungunya que entrou no sua explicação que está no endereço
Brasil ano passado e já vitimou mi- http://www.canal.fiocruz.br/video/in-
lhares nos países do Caribe e América dex.php?v=Chikungunya-LES-1721.
Latina. O vírus começou a circular na O vírus Chikungunya provoca uma
África Oriental e desde então vem mi- infecção com sintomatologia de febre,
grando para outros países. Só na Índia dores de cabeça, náuseas, quase to-
causou mais de um milhão de casos. dos os sintomas semelhantes aos da
O nome Chikungunya deriva de dengue, porém o excesso de dores ar-
*
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Dengue
a saúde pública.
O mais sério de tudo isso é que a
população está sem informação sobre
a realidade da situação. O governo e
os políticos buscam tapar o sol com
a peneira, num esforço de manter a
sua hegemonia e a sua popularidade,
esquecendo-se de que o desgaste será
muito maior se a população continuar
desavisada da realidade.
Já se faz necessário um plano B,
que enfrente essa situação nunca vista,
mas que pode pôr as cidades dentro de
um caos e desordem difíceis de conter.
Chikungunya Talvez uma das declarações mais
ticulares indica a presença do vírus. importante é a água. Sem água não há desastrosas foi a de uma alta autori-
Essas dores podem permanecer até vida. Nossos corpos são formados por dade do governo federal dizer que
por um ano no paciente, mesmo após 80% de água, dependemos dela para “Deus é brasileiro”, um deus que
a eliminação do vírus. O tratamento cultivar alimentos, para a higiene pesso- mesmo quando erramos tanto ele
dos pacientes é sintomático a exemplo al e para beber. A água é usada na indús- nos perdoa e nos dá o que queremos,
do que ocorre com a dengue, porém tria nos seus procedimentos produtivos como filhos mimados. Pode ser que
não necessita de tanta hidratação quanto em larga escala. em algumas camadas da sociedade
precisam os pacientes diagnosticados A população corre então em peso às cuja religiosidade haja concordância
com dengue. Segundo informações da lojas de materiais de construção atrás de com esse absurdo mas, certamente,
Fundação Oswaldo Cruz o diagnóstico caixas d’água de todos os tamanhos, va- está muito longe da realidade.
entre um e outro vírus pode confundir o silhames, tambores, tudo que possa ar- Segundo a própria Sabesp, por
médico assistente já que os sintomas são mazenar a pouca água que as torneiras meio de seus interlocutores, só tere-
muito semelhantes. liberam ou da chuva. mos água até março em São Paulo. E
Outro aspecto importante que vem O foco agora é armazenar água a depois, o que virá?
sendo divulgado é o fato das populações todo o custo, o que é bastante compre- Enquanto os nossos governantes não
nunca terem sido expostas a esse vírus ensível. Porém um novo problema se decidem o que falar para a população, é
o que coloca todos os brasileiros vulne- avizinha: a armazenagem acelerada de importante que seja observado que as re-
ráveis à infecção. É esperada uma alta água em vasilhames ou reservatórios servas de água, sejam elas quais forem,
incidência da doença em razão da ampla que não estejam bem protegidos vai precisam estar devidamente protegidas
dispersão do mosquito transmissor que dinamizar a proliferação do mosquito da presença de insetos com tampas bem
é o Aedes Aegypti. Além disso um outro Aedes Aegypti e até do Culex spp. Este vedadas. Não podemos esquecer que os
mosquito, o Aedes Albopictus também último ovipõe em água parada com mosquitos também costumam acessar
pode transmitir o mesmo vírus. A dife- poluição ou com resíduos e, como o interior das caixas de água através do
rença entre eles é que o Aedes Aegypti nem sempre a água estará potável ou cano de descarga ou ladrão, e lá dentro
possui hábitos domiciliares, ou seja, filtrada, pode haver uma explosão colocam os seus ovos.
vive dentro das casas e o A. albopictus também dessa espécie de mosquito Agora, mais do que nunca, temos
habita mais em bordas de florestas. que não alberga esses vírus, porém todos de estar atentos ao mosquito da
Essa mistura de acontecimentos, de carrega outros vírus como o da encefa- dengue que também transmite a febre
um novo vírus e da falta de água, são lite, por exemplo. Situação de extrema Chikungunya, ainda desconhecida
duas forças importantes que afetam a gravidade se avizinha e faz-se neces- para os brasileiros, porém cuja recu-
população, porém os vírus acabam fi- sária um trabalho intenso pelas autori- peração é bastante prolongada.
cando em segundo plano já que o mais dades de vigilância e de educação para E que Deus nos proteja!
NR-12: histórico e
cumprimento
ACIDENTES COM MÁQUINAS SÃO MUITOS E PODERIAM SER
REDUZIDOS COM MAIOR CONHECIMENTO E APLICAÇÃO
DA NORMA
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nas áreas de:
√ segurança do trabalho
√ segurança patrimonial
√ segurança contra incêndio
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DE SOUSA
vimento e manutenção da implanta- indicadores o resultado dos traba-
É engenheiro mecânico e de segurança do tra-
ção de sistemas de segurança. lhos executados em segurança das balho. E-mail: Leandro.botega@ig.com.br
NOVAS INICIATIVAS
Categoria em luto - Nota de pesar cias e capacidades profissionais. Um orgulho para todos nós.
Meu Amigo Luiz Cláudio Nogueira, formado em enfermagem Vivemos, e o Luiz Claudio vivia, dedicando as nossas vidas, em
pela UERN (Universidade do Estado do Rio Grande do Nor- defesa da segurança e a saúde de todos os trabalhadores, pra-
te), curso de formação de técnico de segurança do trabalho ticando a prevenção de acidentes.
pelo CEFET em 1998, perdeu a vida no exercício da profissão Por ironia do destino deparamos com essa tristeza tão grande,
num acidente drástico, após a explosão na casa de bombas aonde ele veio perder a vida no exercício de sua profissão! Adeus
do navio-plataforma FPSO Cidade de São Mateus, da empre- meu aluno, amigo, conterrâneo e companheiro, que agora faz
sa norueguesa BW Offshore, que opera a embarcação e presta parte do rol das 15 mortes por ano que ocorrem neste setor.
serviços para a Petrobras. Uma perda irreparável para a família Que mais este acidente sirva para continuarmos em nossa luta,
e para toda a categoria do Brasil, onde a comoção e a tristeza nos mobilizando e nos organizando para que as condições de
tomaram conta de todos nós! trabalho sejam pelo menos seguras, onde o trabalhador tenha
O acidente aconteceu por volta das 12h50 do dia 11 de feve- direito de continuar trabalhando com segurança e proteção!
reiro de 2015, no litoral do Espírito Santo com a morte de mais Que as Políticas de Segurança e Saúde no Trabalho no Brasil se-
sete trabalhadores. Sugiro que em todos os eventos em segu- jam realmente mais efetivas no campo da segurança e da saúde
rança e saúde do Trabalho no Brasil, deste ano, seja feito um dos trabalhadores. Luiz Claudio nasceu em 30.12.1971, deixou
minuto de silêncio pela morte do companheiro e colega de sua esposa Andressa Kaline e uma filha Ana Tereza de apenas 1
profissão, e em memória de Luiz Cláudio e das demais vítimas aninho. Atualmente ele morava no Rio das Ostras (RJ).
de acidentes de trabalho no país! Alfredo Luiz da Costa,
Vou guardar muitas saudades de um aluno e colega exemplar Técnico de segurança do trabalho da ALC & Associados,
com comprovada experiência regada de muitas competên- professor e diretor do SINTEST/RN
Os síndicos dos prédios deveriam avaliar os riscos cientização, pois contraria a NR- 35, ou seja, não há
para não cair sobre todos os condôminos a penaliza- qualquer ponto de ancoragem, e observa-se ainda a
ção legal, devido a omissão, imprudência e negligên- falta do uso do cinto de segurança, capacete e óculos
cia. Imaginem se a furadeira escapa, a broca quebra de proteção.
ou ocorre um desequilíbrio. Onde este terceirizado As fotos e o texto foram encaminhados pelo técnico
vai parar? É tão fácil prevenir. Fica aqui minha de segurança do trabalho Carlos Alberto Correia, de
contribuição e quem sabe esta foto ajude na cons- São Bernardo do Campo (SP). cacorreia57@ig.com.br
*CORRESPONDÊNCIA PARA A SEÇÃO LEITOR EM ALERTA R. Felix de Souza, 305/307 - V. Congonhas - CEP 04612-080 - São Paulo (SP) adriane.vale@editoracasanova.com.br
Leitor em Alerta é seção da revista Cipa para publicar fotos de situações de riscos a que trabalhadores e o meio ambiente possam estar expostos. Ao se deparar com um flagrante dessa
natureza, envie sua foto e comentários. As fotos serão publicadas desde que o leitor informe no envelope ou no correio eletrônico, nome completo, endereço, e-mail, RG e profissão.