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DESDE 1978 caderno informativo de prevenção de acidentes

www.fieramilano.com.br MARÇO - ANO XXXVI - NO 426 - R$ 15,00

CAPACETES PARA
USO INDUSTRIAL
MAIS DE 100 ANOS PROTEGENDO
TRABALHADORES CONTRA
IMPACTOS E ARCOS ELÉTRICOS

NR-12
MELHOR APLICAÇÃO DA
NORMA REDUZIRIA ACIDENTES

ENTREVISTA
SERGIO PORTO,
PRESIDENTE DO SECONCI-SP
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editorial

Por um mundo com menos acidentes


A Revista Cipa deste mês oferece matérias, artigos e colunas – de cunho teórico-
empírico – que exploram tanto questões de caráter reflexivo como de cunho prático
para setor.

Os textos aqui presentes abordam diversos temas e fornecem uma boa referência da
amplitude da informação e aplicação da saúde e segurança no trabalho buscando,
por meio de estudos e especialistas, propostas e soluções para um setor melhor, ou
seja, por um mundo com boas condições de trabalho, com menos doenças e acidentes.

Visualiza-se nesta edição por exemplo, uma rica análise quanto ao histórico e o
atual cumprimento da NR-12, que destaca o alto número de acidentes com máqui-
nas e que poderiam ser reduzidos, efetivando uma cultura de informação e correta
aplicação da norma pelas empresas.

Outro aspecto evidenciado, na matéria de capa, é quanto ao uso de capacetes de


segurança para uso industrial. Proteger a cabeça é um instinto natural do ser hu-
mano, também não é para menos, pois, a cabeça é como um computador pessoal e
deve estar sempre sob proteção. E quando tratamos de situações de trabalho, que
envolvem perigos de acidentes, esta proteção é ainda mais necessária. Nesta edi-
ção delineamos o aspecto histórico, bem como sua importância para o trabalhador,
os materiais utilizados, tendências e inovação para este importante EPI.

A OIT (Organização Internacional do Trabalho) estima que a cada 15 segundos um traba-


lhador morre de acidentes ou doenças relacionadas com o trabalho no mundo. A cada ano
acidentes de trabalho não mortais vitimam 317 milhões de pessoas. É um quadro assusta-
dor. A quantidade de sinistro nos ambientes de trabalho se nivela a uma guerra permanente.

A construção civil, por exemplo, é um dos setores com o maior número de mortes em
acidentes de trabalho no País. Nesta edição, o presidente do Sindicato da Indústria
da Construção Civil do Estado de São Paulo, Sergio Porto, comenta a ações imple-
mentadas pela entidade dentro e fora dos canteiros de obras, visando a segurança
integral do trabalhador do segmento.

A prevenção, portanto, é a tônica de tudo. Mas as falhas reincidem porque empregadores


e trabalhadores não se conscientizam das consequências pessoais dolorosas dos aciden-
tes e dos encargos físicos, estruturais e financeiros debitados a eles mesmos e à sociedade.

Esperamos que os conteúdos trazidos em nossa revista contribuam de forma positi-


va. Que sejam como uma ponte entre o conhecimento e o desenvolvimento de boas
práticas, para que estas sejam cumpridas corretamente, e quem sabe, repensadas e
adaptadas conforme a realidade do País e a legislação vigente.
Confiança
em todo lugar.
Um espaço confinado não foi projetado para a
ocupação contínua de trabalhadores por isso
apresenta um número muito grande de riscos
para a saúde. Existência de gases tóxicos e
explosivos, ausência de oxigênio, dificuldade de
movimentação, falta de iluminação adequada e
restrições ao acesso são alguns dos principais
fatores regidos pela norma NR33.
Quando o trabalhador está em um espaço
confinado, tem que ter a confiança de que seu
equipamento de proteção é feito com as melhores
matérias primas e com qualidade técnica aprovado
por normas nacionais e internacionais. Se for da
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índice
DESDE 1978 caderno informativo de prevenção de acidentes
ANO XXXVI MARÇO 2015 Nº 426

www.fieramilano.com.br MARÇO - ANO XXXVI - NO 426 - R$ 15,00


cipa caderno informativo de prevenção de acidentes • www.cipanet.com.br

CAPACETES PARA
USO INDUSTRIAL
MAIS DE 100 ANOS PROTEGENDO
TRABALHADORES CONTRA
IMPACTOS E ARCOS ELÉTRICOS

NR12
MELHOR APLICAÇÃO DA
NORMA REDUZIRIA ACIDENTES

ENTREVISTA
SERGIO PORTO,
PRESIDENTE DO SECONCI-SP

Capa_426 B.indd 1 2/25/15 6:32 PM

Ano XXXVI
março 2015
Nº 426

32 capa

Capacetes de segurança:
características e qualidade
18 entrevista
Segurança e saúde do trabalhador são as grandes preocupações
do Seconci-SP
Sergio Porto fala sobre as ações da entidade dentro e fora dos canteiros de obras

10 cipa-notícias 66 qualidade de vida

16 fique sabendo 70 adicional

22 INSS 74 meio ambiente

26 direitos 78 legislação em SST

44 segurança 80 vetor

46 destaque 84 prevenção

48 odontologia do trabalho 94 treinamento

52 ações indenizatórias 96 caso de sucesso

54 bem-estar 102 vitrine

56 insalubridade 104 agenda

60 cultura organizacional 106 leitor em alerta


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se conquista.
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Nacional da Propriedade Industrial em 25.8.79, sob
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trabalho, da empresa Documentos em 8 de janeiro de 1987, no Livro A, sob


matrícula nº 5.815.
e seus bens.

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Trabalho cipa Palestra
escravo
As operações de fiscaliza-
ção para combater o tra-
notícias técnica

balho escravo ou análogo Legrand oferece cursos


em sistemas elétricos
resgataram, em duas déca-
das, mais de 47 mil pesso-
as submetidas a condições
degradantes e a jornadas
exaustivas em propriedade O 1° Encontro dos Téc-
rurais e em empresas nos nicos de Segurança do
centros urbanos. Segundo Trabalho, evento pro-
dados da Divisão de Fis- movido pela Regional
calização para Erradica- ABCDMRR do Sintesp
ção do Trabalho Escravo, (Sindicato dos Técnicos
obtidos pela Agência Bra- de Segurança do Tra-
sil com exclusividade, des- balho no Estado de São
de 1995, quando o País re- Paulo), em parceria com
formulou seu sistema de a Escola Senac de Santo
combate ao trabalho escra- André, ocorreu no dia 24
vo contemporâneo, foram O Grupo Legrand, especialista mundial em sistemas elé- de janeiro. O encontro
realizadas 1.724 operações teve como tema “Sábado
tricos e digitais para infraestruturas prediais, realizará
em 3.995 propriedades e de Capacitação Didática
em março o curso RTIE (Regras Técnicas de Instalações
aplicadas multas indeniza- Pedagógica para Instru-
tórias cujo valor supera R$
Elétricas), destinado a profissionais do setor, bem como
clientes do Grupo. O encontro será no showroom Inno- tores” e contou com a
92 milhões.
val, localizado na sede corporativa da Legrand, em São presença de aproxima-
damente 180 profissio-
Paulo. Dentre os principais assuntos estão: geração, trans-
Capacitação missão, distribuição, consumo e limites de responsabili-
nais entre técnicos de
Um curso sobre “Sistema segurança do trabalho
dade; noções em segurança em instalações e serviços em
de Comando de Incidentes e estudantes do setor. A
eletricidade (NR-10); noções em instalações elétricas de palestra técnica ficou por
(SCI)” foi promovido pela baixa tensão (NBR 5410); noções em padrão brasileiro de
APPA (Administração dos conta do professor Misael
plugues e tomadas (NBR 14.136); introdução a grandezas José Pascoal, que é tam-
Portos de Paranaguá e An-
elétricas e cálculos; noções de aterramento e equipoten- bém técnico de seguran-
tonina) visando preparar os
funcionários que atuam na cialização e padrão de alimentação residencial, fator de ça do trabalho, educador
área portuária para a ação demanda (exercício de dimensionamento de um padrão de pedagógico e consultor
no caso de acidentes. As entrada). Confira a programação: especializado em treina-
empresas que operam no mentos para formação de
porto de Paranaguá inte- 17/03 - PMCQE: Projeto e Montagem de Centros e Qua- instrutores. Diversas per-
gram um Plano de Auxílio dros sonalidades marcaram
Mútuo em caso de aciden- 18/03 - S.I.A: Soluções em Instalações Aparentes presença, como Marcos
tes com vítimas e ambien- 19/03 - ARN: Automação Residencial Nereya Antonio de Almeida
tais, vazamentos de produ- 23/03 - RTIE: Regras Técnicas de Instalações Elétricas Ribeiro, presidente do
to químico perigoso, incên- 24/03 - AMIT: Aplicação e Montagem de Interruptores e Sintesp; Luiz Crispim,
dio ou explosões. O capitão diretor vice-presidente
Tomadas
Ícaro Gabriel Greinert, co- da regional ABCDMRR,
25/03 - SPROT: Segurança e Proteção de Instalações Elé-
ordenador regional de Pro- e o secretário da OAB de
teção e Defesa Civil Ad- tricas
Diadema, Edvaldo Apa-
junto do Litoral do Paraná, 26/03 - PMCQE: Projeto e Montagem de Centros e Qua- recido Lubeck, que des-
que ministrou o curso, afir- dros de fevereiro presta apoio
mou que este tipo de orien- 27/03 - ARN: Automação Residencial Nereya e assistência jurídica aos
tação é fundamental para profissionais técnicos da
agir com maior eficiência Mais informações pelo site www.clubecontato.com.br região do ABCDMRR.
em grandes emergências.

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ICOH realiza cipa Segurança e
Congresso
Internacional notícias medicina do
trabalho
A Saraiva acaba de lan-
Schmersal projeta çar a 15ª edição do livro
Segurança e Medicina do
crescimento de 10% Trabalho. O título reúne

para 2015 a legislação tutelar que


garante aos trabalhadores
a proteção legal da inte-
gridade físico-psíquica
e a qualidade de vida
laboral sadia. Constam
Será realizado de 31 de na obra, as Normas Re-
maio a 5 de junho de gulamentadoras – NRs
2015, em Seul, capital 1 a 36, dispositivos da
da Coreia do Sul, o 31º Constituição Federal e
Congresso Internacio- da CLT, Convenções da
nal em Saúde Ocupacio- A alemã Schmersal, líder reduzido nível de investi- OIT e principais normas
nal, pelo Internacional mundial em sistemas de mentos, decorrente das in- trabalhistas e Previden-
Comission on Ocupa- segurança para máquinas certezas na área econômi- ciárias. O livro atende às
cional Health (ICOH). e equipamentos indus- ca, política e altos juros", necessidades dos profis-
O evento é a maior re- triais, encerrou o ano de comenta Rogério Baldauf, sionais dos segmentos de
ferência na área de SST 2014 com um crescimento diretor-superintendente segurança e medicina do
no mundo. O foco des- de 14% em seus negócios. da Schmersal. Ainda para trabalho, da área jurídica,
te ano será “Harmonia Este desempenho é resul- este ano, a empresa tem estudantes e sindicatos.
Global em Saúde Ocu-
tado do aquecimento dos como estratégia expandir
pacional: o mundo uni-
do”, que tem como men-
setores de segurança, de seus negócios na América Sobes,
sagem encorajar os paí- elevadores e das indús- Latina e ampliar sua atua- Sobes- Rio
ses a buscarem juntos, trias que precisam se ade- ção em outros segmentos e Abest
quar às normas de segu- de mercado, como por
formas harmoniosas de
trabalharem em conjun- rança como a NR-12. Para exemplo, a indústria ali-
têm novas
to durante a realização 2015, a companhia espera mentícia com os produtos diretorias
do Congresso. Parale- atingir a marca de 10% de da linha higiênica. Em No dia 30 de janeiro, no
lamente à realização do expansão. "Mesmo diante relação às exportações prédio do MTE (Minis-
Congresso, outras ativi- do atual cenário econômi- houve um avanço, pois a tério do Trabalho e Em-
dades estão programa- co, que não está favorá- participação dos produtos prego), no Rio de Janei-
das para acontecer, tais vel, a empresa aposta em vendidos para o mercado ro, foram empossadas as
como, a 30ª Conferên- novas diretorias e con-
novos mercados e em li- externo foi de 9,9% em
cia Anual da Asia Paci- selhos da Sobes (Socie-
nhas de produtos lançadas 2014, enquanto que, no
fic Occupational Safe- dade Brasileira de Enge-
ty and Health Organi- este ano para garantir seu mesmo período de 2013,
nharia de Segurança), da
zation (APOSHO), a 25ª crescimento. Além disso, foi de 8,5%. Já para o
unidade Sobres-Rio e da
Conferência em Saúde está previsto um investi- ano que se inicia, a Sch- Abest (Academia Brasi-
Ocupacional entre Co- mento de 4% do fatura- mersal prevê um aumento leira de Engenharia do
reia-China-Japão e o 10º mento para ampliação da de 11% de seu volume de Trabalho), para o biênio
Encontro da Rede Glo- área fabril, novas máqui- exportações. "Esperamos 1/2015 até 12/2016. Os
bal de Centros Colabo- nas e equipamentos e tam- que 2015 seja um ano de novos presidentes são:
radores em Saúde Ocu- bém na área eletrônica. Os expansão e oportunidades Sobes, Harold Stoessel
pacional da OMS (Or- desafios são justamente para estender nossos ne- Sadalla; Sobes-Rio, Luiz
ganização Mundial da por conta do baixo cres- gócios em outros segmen- Alexandre Mosca; e
Saúde). Abest, Evaldo Valladão.
cimento, especialmente o tos", define Baldauf.

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Policiais do cipa Condenação
Rio receberão
atenção em
SST
notícias por falta de
segurança no
trabalho
A assinatura de um Pro- Projeto inédito de A Vara do Trabalho de
tocolo de Intenções entre
a Fundacentro e o Gover- saúde e bem-estar para Ipiaú (BA), condenou a
Frutab Frutos da Bahia
no do Estado do Rio de
Janeiro, no dia 26 de ja- funcionários Ltda. (Doce Mel) a pa-
gar indenização de R$
neiro, garantirá atenção 200 mil por danos mo-
especial aos policiais ci- rais coletivos em uma
vis do Estado em saúde ação civil pública por
e segurança no trabalho. descumprir uma série de
O evento teve a presença normas de segurança e
do ministro do Trabalho saúde do trabalho. A de-
e Emprego, Manoel Dias, A Pizza Hut São Paulo sabilidade de ajudar ao cisão do titular da Vara,
da presidente da entida- criou um projeto inédito próximo, o funcionário juiz Firmo Ferreira Le-
de, Maria Amélia de Sou- al Neto, determina ain-
para os seus funcioná- fará parte da mudança
za Reis, do diretor técni- da que a empresa cum-
rios com o objetivo de na qualidade de vida dos
co da entidade, Robson pra uma série de normas
Spinelli Gomes e o che-
retransmitir conhecimen- colegas. Os participantes de saúde e segurança es-
fe de Polícia Civil, Fer- tos, dicas e ensinamen- do Programa Atividade tabelecidas pelo MTE
nando Veloso, e o Proto- tos relacionados a saúde foram escolhidos por já (Ministério do Traba-
colo tem como objetivo, e bem-estar. Trata-se da terem uma maior sinergia lho e Emprego) para tor-
a conjugação de esfor- Atividade Multiplicado- com os outros colabo- nar seguras as ativida-
ços entre a Fundacentro ra, na qual os colabora- radores e pela oportuni- des no meio ambiente de
e a Polícia Civil do Esta- dores do já conhecido dade de retransmitir ex- trabalho. A fábrica já re-
do do Rio de Janeiro pa- Projeto Atividade, que periências que vão além correu da decisão. Se-
ra a realização conjun- dá oportunidade de em- daquilo que foi passado gundo o Ministério Pú-
ta de projetos e ações de prego para maiores de 60 em palestra”, conta Da- blico do Trabalho na
mútuo interesse em aten- Bahia (MPT/BA), autor
anos, serão convidados niella Cristina, gerente
dimento às demandas de da ação, o empregador
a participar de palestras de RH e Treinamento da
segurança e saúde no tra- não concedia aos em-
balho da corporação da
e cursos para depois re- Pizza Hut SP. As horas de pregados o descanso se-
PCERJ. As ações serão passar os conhecimentos palestras assistidas serão manal de 24 horas con-
desenvolvidas por meio adquiridos para os de- devidamente remunera- secutivas, não fornecia
de plano de trabalho que mais colaboradores. Uma das aos participantes. O equipamentos de prote-
contemplará a identifi- pessoa de cada unidade, Programa Atividade é ção individual obrigató-
cação do objeto, as me- indicada pelo gerente, um dos grandes orgulhos rios, não fazia o paga-
tas a serem atingidas, será designada para par- da Pizza Hut São Paulo. mento aos trabalhadores
etapas ou fases de exe- ticipar de encontros men- Criado há 12 anos, o pro- até o quinto dia útil do
cução, denominação de sais. Este recrutado deve jeto fechou o ano de 2014 mês seguinte ao traba-
responsáveis pelas eta- fazer parte do Programa com 10% do quadro de lhado, além de não dis-
pas, plano de aplicação por de serviço especia-
Atividade e ter mais de funcionários. Para 2015,
de recursos (caso haja lizado em engenharia
quatro meses de casa. o objetivo é aumentar
necessidade, pois o Pro- de segurança e medicina
tocolo em si não envolve
A responsabilidade dele este número para 25%. do trabalho. Essas e ou-
a transferência de recur- é disseminar o conhe- A Pizza Hut São Paulo tras dez irregularidades
sos), cronograma de de- cimento para os demais fechou 2014 com 1.100 foram constatadas por
sembolso, pagamento ou colegas do restaurante funcionários e tem co- meio de visita de audito-
execução orçamentária onde trabalha. “O baca- mo expectativa chegar a res fiscais do Ministério
(caso haja necessidade) na é que, além de ganhar 1.300 até o final do ano do Trabalho que fizeram
e formas de divulgação. conhecimento e a respon- de 2015. a fiscalização do local.

14 • cipa caderno informativo de prevenção de acidentes •


SRTE/MG cipa de oito horas, com duas

fique sabendo
Notifica hospitais extras, mas convenção ou
A Superintendência acordo coletivo poderá
Regional do Trabalho prever até quatro horas
e Emprego em Minas extras. A matéria será
Gerais (SRTE/MG) ISO 9001 grande conquista: uma
das mais importantes enviada à sanção presi-
notificou, no início de Nova versão
fevereiro de 2015, 71 acreditações interna- dencial.
A ISO 9001, uma das cionais, a CARF, sigla
hospitais, clínicas mé- Fonte: Agência Câmara
mais conhecidas e utili-
dicas e laboratórios em em inglês para Com- de Notícias
zadas nas certificações
Montes Claros. A ação, mission on Accredition of
de qualidade do mundo,
que integra o Projeto Rehabilitation Facilities,
terá uma nova versão em
Prevenção de Acidentes entidade canadense mun- PORTARIA
2015. Em substituição à
e Doenças do Trabalho dialmente reconhecida
versão de 2012, a atuali- Consulta pública
da superintendência, por seus altos níveis de
zação da norma trará mo-
determina que os esta- exigência na acreditação A Portaria nº471, de 11
dificações significativas,
belecimentos atendam de centros de reabilitação
as quais todas as em- de fevereiro, prorroga
ao disposto na Norma do mundo. A acreditação
presas certificadas preci- em 60 dias o prazo da
Regulamentadora nº 32, é uma maneira formal de
sarão se adaptar no prazo consulta pública do
do MTE, que define as reconhecer e evidenciar
de três anos após a pu-
condições ideais para processos seguros e que texto técnico básico
blicação do documento.
a segurança e bom de- garantam a qualidade de criação do Anexo I
Atualmente, segundo
sempenho dos traba- do tratamento. Desde o
estimativas da Interna- (Condições Sanitárias e
lhadores do setor de início de 2013, o IMREA
tional Organization for de Conforto Aplicáveis
prestação de serviços Standartization (ISO), vem promovendo uma
da saúde. Os hospitais, série de mudanças e me- a Trabalhadores do
existem, aproximada-
clínicas e laboratórios mente, 1,3 milhão de em- lhorias na estrutura física Transporte Rodoviário
notificados têm até 30 presas certificadas pela e em seus processos assis- em Atividade Externa)
dias para comprovar norma no mundo.  As tenciais e administrativos
da NR-24 (Condições
o total atendimento à sugestões de modificação com o objetivo principal
norma. O setor de saúde de garantir ainda mais Sanitárias e de Con-
são propostas através do
apresenta um dos ín- Comitê Técnico – TC qualidade e segurança na forto nos Locais de
dices mais altos de aci- 176, que inclui represen- reabilitação das pessoas Trabalho), disponível
dentes do trabalho. A tantes de diversos países, com deficiência física. no sítio: http://portal.
maior incidência desses entre eles o Brasil. Um O intuito é atender os
acontecimentos está re- mte.gov.br/seg_sau/
dos aspectos que deverá pacientes de acordo com
lacionada ao despreparo padrões internacionais de consultas-publicas.htm.
conter na nova versão é
no manuseio de mate- a exigência de uma po- qualidade. As sugestões podem ser
riais perfurocortantes, lítica de gestão de riscos   encaminhadas ao DSST
como agulhas e bisturis. mais rigorosa. Os riscos MOTORISTAS (Departamento de Se-
Todos os profissionais envolvidos no negócio
que, de alguma forma,
Jornada máxima é gurança e Saúde no
precisarão ser monito- mantida
estejam envolvidos na rados em nível macro. No Trabalho) até o dia 11
prestação de serviços O Plenário da Câmara de abril via e-mail (nor-
caso de uma construtora,
de saúde devem ser cor- dos Deputados concluiu,
por exemplo, será preciso matizacao.sit@mte.
retamente orientados e no dia 11 de fevereiro, a
criar ferramentas de gov.br) ou poe correio
preparados. A NR-32 votação das emendas do
gestão não só do processo
abrange médicos, enfer- Senado ao projeto que au- (Ministério do Trabalho
da obra, mas também dos
meiros, farmacêuticos, menta o tempo máximo e Emprego, Departa-
possíveis impactos que
agentes de saúde, psi- ao volante do motorista mento de Segurança
ela causará no entorno.
cólogos, nutricionistas e profissional de 4 horas
e Saúde no Trabalho,
até os trabalhadores res- para 5,5 horas contínuas
IMREA e altera a forma de apro- CoordenaçãoGeral de
ponsáveis pela limpeza
dos estabelecimentos, Reconhecimento veitamento do descanso Normatização e Pro-
que devem saber exata- O Instituto de Medicina obrigatório, além de gramas, Esplanada dos
mente como manipular Física e Reabilitação do outros detalhes no re- Ministérios, Bloco “F”,
os materiais descartados Hospital das Clínicas da gulamento da profissão.
Anexo “B”, 1º andar,
ou como organizar e Faculdade de Medicina Segundo a PL 4246/12, a
identificar os produtos da USP (IMREA) fechou jornada do motorista pro- Sala 107, CEP 70059-
de higiene. o ano de 2014 com uma fissional continua a ser 900, Brasília/ DF).

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cipa entrevista Sergio Porto

Segurança e saúde dos trabalhadores


da construção são as grandes
preocupações do Seconci-SP
PRESIDENTE FALA SOBRE AS AÇÕES DA ENTIDADE DENTRO E FORA DOS CANTEIROS DE OBRAS

POR BRUNO RIBEIRO


FOTO DIVULGAÇÃO

O Seconci-SP (Serviço Social da


Construção do Estado de São Paulo)
tem se notabilizado pelas ações em
prol da saúde e segurança dos cida-
dãos e, principalmente, dos trabalha-
dores da construção civil. Contando
com 11 mil funcionários, 3.200 deles
nas áreas médica e odontológica, re-
alizou, no ano passado, cerca de dois
milhões de atendimentos nos cantei-
ros de obras paulistas, somando con-
sultas, exames e radiografias.
No comando da entidade está o enge-
nheiro civil Sergio Porto, eleito presi-
dente para o triênio 2014-2017, com
o objetivo de expandir os serviços
prestados à indústria da construção e
ao governo e prefeitura de São Paulo.
Com mais de 40 anos de atuação no
setor, Sergio Porto foi presidente
do Sinduscon (Sindicato da Indús-
tria da Construção Civil do Estado
de São Paulo) e do ITQC (Instituto
Brasileiro de Tecnologia e Qualida-
de da Construção), além de coorde-
nador-adjunto da CIC (Comissão da
Indústria da Construção) da Fiesp
(Federação das Indústrias do Estado
de São Paulo).
Nas próximas páginas, Porto fala
sobre a estrutura do Seconci-SP e
dos serviços prestados pela entidade
a trabalhadores e empresas da cons-
trução civil.

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cipa entrevista

“O Seconci trata da saúde integral do fia. Só não fazemos internações. Nesses


casos, encaminhamos o paciente para o
profissional da construção civil” SUS. Fazemos ainda campanhas de va-
cinação e de prevenção à AIDS, levan-
CIPA: Qual a estrutura do Seconci- Penha e Ermelino Matarazzo. Com do ao trabalhador informações sobre o
SP, hoje? o serviço da construção e a OSS, te- que causa e o que não causa a doença.
SERGIO PORTO: O Seconci é dividido mos em torno de 11 mil funcionários, Distribuímos ainda materiais sobre cui-
em duas partes. A primeira é o Se- 3.200 na área médica e odontológica, dados com a alimentação, combate às
conci Construção, que é uma entida- trabalhando em 81 pontos. Este ano bebidas alcóolicas em obras, que são
de que faz atendimento laboratorial fizemos oito milhões de atendimen- um perigo muito grande, e até sobre
e odontológico para trabalhadores da tos, somando tudo. combate à depressão entre os traba-
construção civil. Nesse segmento, lhadores. Uma coisa muito importante
contamos com 11 unidades de aten- No tocante à saúde, quais são os que fazemos e que aumentou muito o
dimento. A outra parte é o Seconci serviços prestados pela entidade número de horas trabalhadas é a vacina
OSS, que começou em 1988. Hoje, para os trabalhadores da constru- contra a gripe. A equipe do Seconci vai
administramos quatro hospitais, qua- ção civil? até as obras e aplica a vacina em todos
tro AMES e três serviços de apoio do O Seconci trata da saúde integral do os trabalhadores.
Governo do Estado e atendemos tam- funcionário da construção civil. Faze-
bém a área de saúde da Prefeitura de mos atendimento ambulatorial, odon- Como a entidade realiza os atendi-
São Paulo, em duas macrorregiões: tológico, consultas, exame e radiogra- mentos?

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cipa entrevista

Temos 11 postos de atendimento aos Prevenção de Riscos Ambientais) e Seconci é também certificado na ISO.
quais os trabalhadores podem se di- PCMAT (Programa de Condições e Conseguimos, em função disso, fazer
rigir. No entanto, como a locomoção Meio Ambiente de Trabalho na In- um atendimento bem interessante.
em São Paulo é um grande problema, dústria da Construção Civil), exames
criamos unidades de atendimento mó- admissionais e demissionais para as Qual a avalição do Seconci sobre o
veis que vão até as obras. Temos duas, empresas. Mas claro que elas não são atual estágio da segurança laboral
por enquanto; em breve serão três. obrigadas a contratar o Seconci para nos canteiros de obras brasileiros?
isso. Só prestamos os serviços àque- Se você analisar os números relativos
O Seconci atua fortemente na pre- las que nos solicitam. e absolutos, verá que já houve uma
venção e tratamento de problemas diminuição muito grande do número
odontológicos. Por que essa preocu- Como a entidade age caso haja ir- de acidentes. Claro que temos sempre
pação especial? regularidades relacionadas à SST que trabalhar para que esse número
Acredito que os problemas odonto- no canteiro de obras? chegue a zero, mas que houve uma
lógicos no Brasil sejam mais graves O que nós fazemos é treinamento, melhora é evidente. Hoje, existem di-
até que os outros. Por isso, temos um atendimento e orientação. Nós não versos equipamentos de segurança e
atendimento bastante forte nessa área. temos nenhum poder fiscalizatório. existe treinamento. No Brasil, exige-se
O trabalhador atendido pelo Seconci Nas obras em que há engenheiros também fiscalização, sendo que há pa-
sai com os problemas bucais total- nossos atuando, eles corrigem even- íses em que ela não é exigida. Agora,
mente resolvidos. tuais erros ou irregularidades. a principal arma do trabalhador contra
acidentes é ele mesmo se proteger, ele
Como os trabalhadores podem se Para as construtoras, quais são os cumprir as normas e, apesar dos avan-
beneficiar do serviços do Seconci? benefícios de utilizar os serviços do ços, ainda existe o problema da cons-
O uso do Seconci é regulado pelo Seconci? cientização. O empregador também
acordo coletivo de trabalho que o As empresas passam a ter trabalhado- tem sua responsabilidade e nem todos
sindicato da construção civil e dos res com a saúde controlada. Quando oferecem os treinamentos necessário.
trabalhadores firmam todo ano. Pelo o funcionário pega uma gripe ou tem A grande maioria oferece, mas ainda
acordo, para usar os serviços do Se- uma dor lombar, por exemplo, ele existem aqueles que deixam a desejar.
conci as empresas devem contribuir tem que se ausentar do trabalho por
com 1% da folha de pagamento. uns dias, ou então a produtividade Quais as metas e planos da entida-
dele cai. Com o nosso atendimento, de para os próximos anos?
O Seconci desenvolve também isso acontece menos e a empresa pas- Para este ano, temos o plano de abrir
ações relacionadas à segurança sa a ter funcionários mais produtivos, mais duas unidades de atendimento
ocupacional para os trabalhadores perdendo menos horas de trabalho. aos trabalhadores da construção. Na
da construção. Quais são elas? segmento OSS, temos chamamentos
Temos uma equipe de técnicos e enge- Quais são os principais desafios en- do Estado e Município para adminis-
nheiros que ministra cursos para aten- frentados pela entidade? trar novas unidades. Mas podemos
dimento às normas regulamentadoras A entidade tem 50 anos de existên- entrar ou não, isso depende das pro-
do Ministério do Trabalho. Temos cia e, nesse tempo, aprendeu a fazer postas das outras entidades chamadas.
cursos de NR-35 e, para este ano, esta- o serviço e a lidar com o trabalha- Estamos também finalizando estudos
mos programando também um curso dor. Claro que esse trabalho exige sobre obesidade na construção civil,
para trabalho em espaços confinados. um aprimoramento constante, mas o mostrando o ganho de peso por faixa
Seconci tem sido vitorioso em todos etária e trabalho exercido e também
A entidade presta alguma espécie esses anos, sem grandes obstáculos. sobre a inclusão de pessoas com defi-
de assessoria às empresas no seg- Atendemos dentro de todas as nor- ciência nos canteiros de obras. Outra
mento de segurança do trabalho? mas e credenciamentos necessários coisa é que temos tido muita procura
Além de treinamentos que valem e temos a preocupação de certificar por laudos ergonômicos e, por isso,
para toda a vida do trabalhador, fa- nossas unidades de atendimento nos passaremos a contar com um ergono-
cipa
zemos também PPRA (Programa de melhores organismos possíveis. O mista para a realização de análises.

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cipa entrevista

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cipa
INSS

O limbo jurídico
previdenciário-
trabalhista
IMPASSE PARA TRABALHADORES E EMPREGADORES CAUSADO
PELA CARÊNCIA DE LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
POR WAGNER VERQUIETINI

O direito é pródigo em criar no- minhado para a Previdência Social para


mes ou expressões espetaculares para recebimento de auxílio-previdenciário.
fatos normalmente simples.  Uma de- Após vencimento do prazo, recebe alta
las é o denominado: “limbo jurídico do INSS e tem o dever de reassumir seu
previdenciário-trabalhista”. posto na empresa. Mas quando subme-
Limbo na linguagem popular é um te-se ao exame médico na empresa, é
estado de indefinição ou incerteza. considerado inapto para o retorno.
O que a doutrina e a jurisprudência Assim, o órgão estatal o considera
passaram a denominar de limbo jurídi- apto, mas para a empresa, ele não tem
co previdenciário-trabalhista é a situ- condições de trabalho.
ação na qual o trabalhador recebe alta Nesse momento, o trabalhador
médica previdenciária, mas é conside- fica em uma situação de indefinição e
rado inapto pelo médico do trabalho incerteza. O limbo jurídico previden-
da empresa. Assim, fica sem benefício ciário-trabalhista é um fato extrema-
social e sem salário, no limbo. mente comum e expõe a falência da
Um exemplo:  um trabalhador so- Previdência Social, com altas precipi-
fre um acidente do trabalho e é enca- tadas e sem fundamento.

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cipa

Destreza
Conforto

Aderência

Proteção

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cipa
INSS

Os casos dessa natureza causam jurídico", sem poder trabalhar e sem


grande sofrimento ao trabalhador e receber o benefício do INSS. Recur-
transferem o problema às esferas tra- so Ordinário da reclamada a que se
balhista e previdenciária, pois não há nega provimento, no particular. (TRT
legislação específica que regule a ma- 02ª R. – RO 00021854620105020465
téria e tampouco uma definição clara – (20131307589) – 8ª T. – Rel. Juiz
das responsabilidades. Sidnei Alves Teixeira – DOE/SP
Ao mesmo tempo, a situação causa 02.12.2013) v107.
angústia e incerteza aos empregadores, 135000054929 JCLT.2 – ALTA
pois pairam dúvidas se devem ou não PREVIDENCIÁRIA – TRABA-
recepcionar o empregado que, apesar LHADOR INAPTO – CONTRATO
de declarado apto pelo INSS, não se DE TRABALHO VIGENTE – PA-
encontra em condições de desempe- GAMENTO DE SALÁRIOS – RES-
nhar suas atribuições profissionais. PONSABILIDADE DO EMPREGA-
Diante desse quadro, quais os di- DOR – PRINCÍPIO DA ALTERIDA-
reitos do trabalhador? Como o em- DE – I- Sendo do empregador os ônus
pregador deve se posicionar para se decorrentes de sua atividade produti-
eximir de responsabilidades? va, cabe a ele assumir sua obrigação condições de exercer suas atividades,
Em que pese não existir legislação no tocante ao adimplemento dos sa- o empregador deverá apresentar recur-
específica sobre o tema, a Justiça do lários, nos termos do princípio da al- so ou ação acidentária contra o INSS.
Trabalho vem enfrentando esse pro- teridade insculpido no art. 2º da CLT. Veja que se trata de uma obriga-
blema com regularidade. A corrente II- Assim, em situações anômalas, em ção do empregador e não do empre-
majoritária é no sentido de que o em- que o trabalhador é considerado apto gado. Este é o ponto fundamental.
pregador é responsável pelo empre- pelo INSS, mas, infelizmente, está Em caso de impossibilidade do
gado quando o INSS o considera apto inapto para o trabalho, ficando em empregado reassumir seu posto ou
ao retorno de suas atividades. verdadeiro limbo jurídico, sem rece- mesmo ser readaptado, a empresa
Assim, diante do princípio da di- ber o benefício previdenciário ou os poderá optar por conceder licença
versidade, o empregador tem o ônus salários, deve o contrato de trabalho remunerada até que a questão seja
de arcar com os salários do empregado voltar ao seu curso normal, cabendo solucionada pelo INSS. Portanto, o
ainda que este não retorne efetivamen- ao empregador alocar o trabalhador empregado, que não poderá ficar sem
te às atividades antes desempenhadas. em seu posto de trabalho ou adaptá- nenhuma fonte de subsistência, deve-
Neste aspecto, cabe verificar os -lo em outra função e, por corolário, rá ser sempre prestigiado.
seguintes julgados: pagar seus salários. (TRT 24ª R. – RO Isso posto, quando o trabalhador
113000090124 – TRABALHA- 0000764-30.2011.5.24.0091 – Rel. se encontra no “limbo jurídico pre-
DOR CONSIDERADO APTO PELO Des. Nicanor de Araújo Lima – DJe videnciário-trabalhista” é fundamen-
INSS E INAPTO PELO EMPREGA- 01.07.2014 – p. 42) v108. tal, para evitar prejuízos à sua saúde
DOR – RECUSA DA EMPRESA EM Como o órgão previdenciário goza e financeiros para a empresa, que se
ACEITAR O RETORNO AO TRA- de fé pública – o ato administrativo entre com as medidas cabíveis e não
BALHO – IMPOSSIBILIDADE – que concede a alta médica tem presun- se agrave as condições precárias do
Tendo o empregado sido considerado ção de legitimidade e veracidade. Por empregado, exigindo-lhe trabalhos
apto pelo INSS, a ré deve aceitar seu este motivo, cabe ao empregador e não superiores às suas forças. cipa

retorno ao trabalho, podendo ingres- ao empregado usar dos meios admiti-


sar com recurso administrativo no ór- dos em lei para desconstituir o ato em
WAGNER VERQUIETINI
gão previdenciário, caso entenda pela sede administrativa ou em ação pró- é advogado especialista
incapacidade. O que não se admite pria contra a autarquia previdenciária. em Direito do Trabalho, do
Bonilha Advogados
é a situação indefinida do emprega- Ou seja, constatado pelo médico
do, deixado numa espécie de "limbo do trabalho que o empregado não tem

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cipa

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cipa
direitos

Acidente ocorrido em
horário do almoço
ASPECTOS JURÍDICOS SOBRE OS DIREITOS DOS EMPREGADOS
QUANDO O FATO OCORRE NESSE PERÍODO DA JORNADA DE
TRABALHO

POR DENISE SIMONAKA

Preliminarmente, é fundamental acidente sofrido pelo segurado em


conceituar o que vem a ser acidente horário destinado à refeição e des-
do trabalho: “Acidente do trabalho é canso, visto este período ser consi-
aquele que decorre do exercício pro- derado como exercício do trabalho.
fissional e que causa lesão corporal Assim, o acidente típico sofrido
ou perturbação funcional que provo- pelo segurado-empregado, ainda que
ca a perda ou redução, permanente fora do local e horário de trabalho e
ou temporária, da capacidade para sem decorrer do exercício do traba-
o trabalho”, nos termos do artigo 19 lho em si, desde que durante o perío-
da Lei 8.213/91. do destinado a refeição ou descanso,
O horário de almoço faz parte da é equiparado a acidente do trabalho. 
jornada de trabalho do empregado, Nesse sentido os seguintes julgados:
assim quando o acidente ocorre nes- “APELAÇÃO CÍVEL E RE-
se meio tempo, resta configurado o MESSA NECESSÁRIA ACIDENTE
acidente do trabalho. DE TRABALHO OCORRIDO EM
Dispõe a alínea d, inciso IV, e § HORÁRIO DE ALMOÇO - NEXO
1º, do artigo 21 da Lei 8.213/91, que CAUSAL - CONFIGURAÇÃO -
se equipara a acidente do trabalho, o TERMO INICIAL DO PAGAMEN-

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cipa
direitos

imediato à autoridade competente.


Muitas empresas, equivocada-
mente, deixam de emitir a Guia de
Comunicação de Acidente do Traba-
lho quando se verifica que não have-
rá necessidade do empregado se afas-
tar do trabalho por mais de 15 dias.
Ocorrendo o acidente de traba-
lho, independentemente de afasta-
mento ou não, ainda que por meio
período, é obrigatória a emissão da
Guia de Comunicação de Acidente
do Trabalho por parte do emprega-
dor, sob pena de multa pelo MTE
(Ministério do Trabalho e Emprego).
Na falta de comunicação por par-
te da empresa ou quando se tratar de
segurado especial pode formalizá-la
o próprio acidentado, seus dependen-
tes, a entidade sindical competente,
o médico que o assistiu ou qualquer
autoridade pública, não prevalecen-
do nestes casos o prazo de entrega.
Quando houver registro policial da
ocorrência do acidente, será exigida a
apresentação do respectivo boletim.
Na hipótese de dano decorrente
de acidente do trabalho, é devida in-
denização pelo empregador quando
este incorrer em dolo ou culpa, nos
exatos termos do art. 7º, XXVIII, da
TO DO BENEFÍCIO - JUNTADA do laudo que a comprove. 3. Recurso Constituição da República.
DO LAUDO AOS AUTOS - RE- conhecido, mas improvido. (TJ-ES - A jurisprudência do colendo TST
CURSO CONHECIDO, MAS IM- Remessa Ex-officio: 24050035864 (Tribunal Superior do Trabalho)
PROVIDO. 1. O horário de almoço ES 24050035864, Relator: MANO- orienta que o empregado acidentado
faz parte da jornada de trabalho. EL ALVES RABELO, Data de Julga- possui direito à estabilidade provisó-
Quando o acidente ocorre nesse ínte- mento: 22/04/2008, SEGUNDA CÂ- ria pelo período de doze meses após
rim, resta configurado o acidente do MARA CÍVEL, Data de Publicação: a cessação do auxílio-doença.
trabalho. 2. Não procede o parecer 19/05/2008) (grifo nosso).” “AGRAVO DE INSTRUMEN-
do Ministério Público no tocante à A empresa deverá comunicar o TO EM RECURSO DE REVISTA.
necessidade de reforma da sentença acidente do trabalho ocorrido com ACIDENTE DE TRABALHO. ES-
quanto ao termo a quo para a fruição seu empregado ao INSS transmitin- TABILIDADE. INDENIZAÇÃO
do auxílio. A jurisprudência é pací- do a Guia de Comunicação de Aci- SUBSTITUTIVA. SÚMULA 378,
fica no sentido de que, quando a in- dente do Trabalho (CAT), havendo ITEM I, DO TST. A jurisprudência
capacidade não é reconhecida admi- ou não afastamento do trabalho, até do TST orienta que o empregado aci-
nistrativamente, a aposentadoria por o primeiro dia útil seguinte ao da dentado possui direito à estabilidade
invalidez é devida a partir da juntada ocorrência e, em caso de morte, de provisória pelo período de doze me-

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cipa

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cipa
direitos

ses após a cessação do auxílio-do- período de 12 meses após a cessação NÃO CONFIGURADA. O fato do
ença. No caso, o Trabalhador sofreu do auxílio-doença ao empregado aci- trabalhador estar jogando futebol
acidente de trabalho com afastamen- dentado. (ex-OJ nº 105 da SBDI-1 - em horário de lazer não configura
to para percepção do auxílio-doença inserida em 01.10.1997) evento infortunístico, a teor do arti-
e foi demitido pouco mais de dois II - São pressupostos para a con- go 21 da Lei nº 8.213/91. Logo, não
meses após a alta médica previden- cessão da estabilidade o afastamento se configurou a existência de aciden-
ciária. Nesse contexto, a decisão superior a 15 dias e a conseqüente te de trabalho e, portanto, não havia
regional que mantém o pagamento percepção do auxílio-doença aci- estabilidade acidentária, a teor do
da indenização substitutiva está de dentário, salvo se constatada, após a artigo 118 da Lei nº 8.213/91 (TRT
acordo com a jurisprudência des- despedida, doença profissional que 17ª R; RO 00239.2006.006.17.00.9;
ta c. Corte, consolidada na Súmula guarde relação de causalidade com Rel. Juiz Lino Faria Petelinkar; Julg.
378, item I, do TST. BENEFÍCIO DA a execução do contrato de emprego. 13/12/2006)”.
JUSTIÇA GRATUITA. A Empresa (primeira parte - ex-OJ nº 230 da Assim, quando o acidente ocor-
apenas referiu em relação ao deferi- SBDI-1 - inserida em 20.06.2001)   rer fora do local e horário normal
mento da Justiça Gratuita ao Traba- III - O empregado submetido a de trabalho, deve ser efetuada uma
lhador que houve violação das Leis contrato de trabalho por tempo de- análise minuciosa das peculiarida-
5.584/70 e 1.060/50, mas não cuidou terminado goza da garantia provisó- des que envolvem o caso concreto,
de especificar qual artigo das referi- ria de emprego decorrente de aciden- para se saber se o conceito de aci-
das leis teria sido violado. Incidência te de trabalho prevista no  n  no art. dente do trabalho é ou não extensí-
da Súmula 221 do TST. MULTA DO 118 da Lei nº 8.213/91.” vel, porque não é possível estabele-
ARTIGO 475-J DO CPC. O e. TRT Não será considerado acidente do cer uma regra geral.
asseverou que - o Juízo de primeiro trabalho o acidente de trajeto sofrido Desta forma, a finalidade da es-
grau não fixou a multa prevista no art. pelo segurado que por interesse pes- tabilidade provisória é a proteção
475-J do CPC para o caso de even- soal tiver interrompido ou alterado o do emprego, sendo devida a garan-
tual descumprimento da obrigação de percurso habitual. tia de emprego pelo prazo de doze
pagar- (fl. 172). Assim, verifica-se a Nesse sentido os seguintes julgados: meses após a cessação do auxílio-
falta de interesse recursal pela ausên- “ACIDENTE DE TRABALHO. doença acidentário, conforme dis-
cia de sucumbência da Empresa, no NÃO-CONFIGURAÇÃO. Não con- põe o artigo 118 da Lei 8.231/91:
particular. Agravo de instrumento co- figura acidente de trabalho o infor- “Art. 118. O segurado que sofreu
nhecido e desprovido. (TST - AIRR: túnio sofrido nas dependências da acidente do trabalho tem garantida,
1912003120085020036,Relator: empresa, quando da realização de pelo prazo mínimo de doze meses, a
Alexandre de Souza Agra Belmonte, atividade de lazer proposta pelos manutenção do seu contrato de tra-
Data de Julgamento: 12/11/2014, 3ª próprios empregados, sem qualquer balho na empresa, após a cessação
Turma, Data de Publicação: DEJT determinação ou participação da em- do auxílio-doença acidentário, inde-
21/11/2014) – grifo nosso.” pregadora, ante a ausência de nexo pendentemente de percepção de au-
O direito à estabilidade acidentá- entre o acidente sofrido e a presta- xílio-acidente”, não podendo ser dis-
ria vem expresso na Súmula 378 do ção do trabalho, consoante se infere pensado o empregado nesse período. cipa

colendo TST: das normas dos artigos 19 e 21 da


“Súmula nº 378 do TST Lei nº 8.213/91 (TRT 18ª R; RO DENISE SIMONAKA
ESTABILIDADE PROVISÓRIA. 3093/2000; Rel. Juiz Marcelo No- é advogada, pós-graduada
ACIDENTE DO TRABALHO. ART. gueira Pedra; Julg. 06/03/2001)” em  Direto Penal  e Processo
Penal pelo Complexo Jurí-
118 DA LEI Nº 8.213/1991. (inserido “NULIDADE DA DISPENSA. dico Damásio de Jesus, Idio-
item III) - Res. 185/2012, DEJT di- ACIDENTE NO AMBIENTE DE mas; foi professora assisten-
te na mesma Instituição,;
vulgado em 25, 26 e 27.09.2012   TRABALHO EM HORÁRIO DE sólida experiência em con-
I - É constitucional o artigo 118 LAZER. NÃO CONFIGURAÇÃO tencioso Cível e nas relações
trabalhistas, atuando como
da Lei nº 8.213/1991 que assegura o DE EVENTO INFORTUNÍSTICO. advogada associada no Es-
direito à estabilidade provisória por ESTABILIDADE ACIDENTÁRIA critório Mendes & Paim

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cipa

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cipa matéria de capa

Capacetes
de segurança:
características
e qualidade
COM CERTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA, PROTEGEM TRABALHADORES EM DIVERSAS
ATIVIDADES
POR BRUNO RIBEIRO
cipa matéria de capa

Capacetes são usados há muitos CLASSES E TIPOS


e muitos anos, primeiramente por
cavaleiros e soldados medievais, ge- Segundo Isaac Léo Bain, diretor
ralmente associados a pesadas arma- da Duráveis, fabricante brasileira de
duras. Nos séculos 19 e 20, policiais, EPIs, embora existam capacetes de
bombeiros e militares passaram a usar diversos tipos, os chamados capace-
um tipo especial conhecido como pi- tes de segurança para uso na indús-
ckelhaube, confeccionado em couro tria são produtos bastante específicos,
envernizado, com ponteira e guarni- com características bem definidas e
ções metálicas. que requerem atendimento às normas
Hard-Boiled Hat, considerado o primeiro capacete técnicas. “Existem equipamentos para
utilizado como EPI proteção da cabeça que não são exa-
tamente capacetes, mas às vezes são
laborais, principalmente na constru- assim chamados. São os casquetes ou
ção civil. capacetes peso pena, que são feitos
No Brasil, os capacetes de prote- para proteção contra encontrões ou
ção também são usados desde o início pancadas. Tem também os capacetes
do século 20, mas de forma regula- usados por bombeiros, motociclistas
mentada apenas a partir de 1978, com e motoristas de caminhões sem carro-
a publicação na Norma Regulamen- ceria, mas esses não são os capacetes
tadora número 6 (NR 6) do Ministé- de segurança para uso na indústria.
rio do Trabalho. Além de estabelecer Esses atendem a outras normas.”
que os empregadores têm obrigação Capacetes de segurança são, por-
de fornecer esse e outros EPIs aos tanto, apenas aqueles fabricados de
trabalhadores, o documento define os acordo com a norma NBR 8221. Se-
tipos de proteção a serem oferecidas gundo o documento, esses equipamen-
pelos capacetes: a) proteção contra tos podem ser divididos nas classes A
impactos de objetos sobre o crânio, e B. Os capacetes classe A oferecem
Pickelhaube utilizado pela Polícia Militar do Paraná b) proteção contra choques elétricos apenas proteção conta impactos e
e c) proteção do crânio e face contra agentes térmicos, enquanto os classe
O uso do capacete como EPI agentes térmicos. B protegem também contra arcos elé-
(equipamento de proteção individu- Em 1983, os capacetes de se- tricos. Por essa razão, capacetes classe
al), no entanto, é mais recente. Ini- gurança passaram a contar com um B pode ser usados por trabalhadores
ciou-se, provavelmente, há cerca de padrão uniforme de qualidade, for- de quaisquer setores, enquanto que os
120 anos, quando Edward Dickinson necido por meio das especificações
Bullard projetou capacetes de couro da norma ABNT NBR 8221, baseada
DURÁVEIS

para proteger as cabeças dos traba- em uma norma norte-americana da


lhadores de sua empresa de equipa- Ansi (American National Standards
mentos para mineração na Califórnia, Institute). Desde 2009, com a publi-
Estados Unidos. Em 1919, Bullard cação da Portaria Inmetro 118, esses
patenteou o chamado “Hard-Boiled equipamentos só podem ser comer-
Hat” (em português, algo como cializados se atenderem ao padrão de
“chapéu cozido”, uma referência ao qualidade adotado no Brasil, condi-
vapor utilizado no processo de pro- ção atestada por meio da obtenção do
dução), fabricado com lona. Por volta certificado de aprovação (CA) emiti-
Isaac Léo Bain, da Duráveis:
de 1930, os capacetes de proteção já do por laboratórios acreditados e do Existem vários tipos de capacetes, mas só
eram usados em diversas atividades selo do Inmetro. alguns são considerados EPIs

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classe A não podem ser usados por tra-


TIPOS DE CAPACETE DE SEGURANÇA
balhadores do setor elétrico ou que re-
Tipo I (aba total): Protege todo o perímetro da cabeça e o rosto. É indicado para proteger
alizem atividades nas quais há o risco o trabalhador de escorrimento de líquidos, de contatos com energia elétrica e radiações
de descargas elétricas. solares. É usado em setores como a indústria siderúrgica e elétrica.
Existem ainda os capacetes tipo I Tipo II (aba frontal): É indicado para atividades onde o risco de bater a cabeça é maior
(com aba total), tipo II (aba frontal) do que ser atingido pela queda de objetos. Protege o rosto e os olhos de escorrimento de
e tipo III (sem aba). De acordo com líquidos, de contatos com energia elétrica e radiações solares. São usados na construção
Bain, os três tipos de capacete ofe- civil e em serviços de manutenção.
recem segurança aos usuários, com Tipo III (sem aba): Usado principalmente na realização de esportes e em trabalhos
a diferença de que o tipo I oferece restritos, que exigem proteção dos impactos apenas na região da cabeça. Praticantes de
alpinismo e trabalhadores de áreas florestais usam esse tipo de capacete.
maior proteção à nuca: “Antigamen-
te, praticamente só se usavam os ca-
pacetes com aba total, mas isso foi
mudando aos poucos. Embora eles
forneçam uma proteção a mais, a
diferença é muito pequena. Acredito
que a escolha entre capacetes tipo I
ou II seja mais uma questão de tradi-
ção e de hábito.”
PROSAFETY

Capacete com aba frontal (tipo II)

Bain explica ainda que capacetes


de aba total têm uma desvantagem
em relação aos demais: dificulta o
acoplamento de acessórios: “A aba
em todo o capacete dificulta a mon-
tagem das estruturas necessárias ao
acoplamento de abafadores de ruídos
e outros acessórios.”

MATERIAIS E CARACTERÍSTICAS
CONSTRUTIVAS

Capacetes de segurança são for-


mados por casco e suspensão. O casco

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cipa matéria de capa

DURÁVEIS
protege a cabeça do trabalhador contra

DIVULGAÇÃO 3M
impactos, descargas elétricas e altas
temperaturas, enquanto que a suspen-
são garante a absorção da força trans-
mitida ao casco por um objeto cadente.
Léo Bain explica que os cascos
são geralmente fabricados com po-
lietileno de alta densidade, enquanto
que a suspensão é formada por partes
plásticas, também de polietileno, e Guilherme Dias, da 3M:
Materiais sustentáveis são tendência Capacete com acessórios para serrista – abafador de
por tiras de poliamida e algodão. ruído e máscara
Tanto os capacetes classe A como
os classe B são fabricados com o mais caro, usado apenas para trabalhos

3M
mesmo material. Bain explica que a em áreas críticas.”
diferença está na espessura do casco, Guilherme Dias, engenheiro de
apenas: “Antigamente, a qualidade do serviços técnicos da área de segu-
isolamento elétrico do polietileno não rança pessoal da 3M, complementa:
era tão boa. Assim, se o casco fosse “Há também materiais como resinas
muito fino, ele não isolava a eletri- com fibras, que são utilizados para
cidade. Hoje, porém, a qualidade do propósitos específicos, normalmente
polietileno é tão boa que dificilmente direcionados a altas temperaturas.
não vai prover essa proteção, a não Há ainda uma tendência de cresci-
ser que seja uma camada realmente mento do uso de materiais com apelo
muito fininha. Capacetes fabricados mais sustentável.” Capacete com abafador de ruído
com polietileno reciclado também Os cascos dos capacetes de segu-

DURÁVEIS
não oferecem isolação elétrica, mas rança podem apresentar ainda slots ou
se forem vendidos como capacetes fendas laterais destinadas ao acopla-
Classe A, tudo bem.” mento de outros acessórios conjugados
O diretor da Duráveis afirma ain- de segurança, como protetor auricular
da que cerca de 10% dos capacetes de ou máscaras. De acordo com a NR 6,
segurança são fabricados com celeron, equipamento conjugado de proteção in-
plástico laminado com reforço de al- dividual é todo dispositivo associado ao
godão e resina, que proporciona maior EPI principal, com o objetivo de prote-
resistência térmica ao produto final. ger contra outros riscos associados.
São, por isso, utilizados para trabalhos Já as suspensões são formadas por
em indústrias nas quais há maior ex- cintas de tecido e pela carneira, estru-
posição do trabalhador a temperatu- tura de plástico que as sustentam. O
ras elevadas, tais como siderúrgicas, conjunto funciona como amortecedor
mineradoras, de fundição e de papel e em eventuais impactos. De acordo
celulose: “O plástico normal amolece com a NBR 8221, para oferecer prote- Suspensão de capacete de proteção
em temperaturas muito altas e perde ção adequada ao trabalhador, as cintas
sua função, enquanto o celeron perma- da suspensão devem manter distâncias mais indicados, uma vez que estudos
nece intacto. Além disso, se cai metal maiores do que 6 mm (no ajuste má- demonstram que polímeros plásticos,
fundido ou outro líquido quente no ca- ximo) e 9 mm (no ajuste mínimo) em quando em contato com cabelos, pro-
pacete de celeron, não acontece nada, relação à face interna do casco. duzem eletricidade estática, situação
enquanto que os de polietileno podem Para a fabricação das tiras da sus- arriscada para profissionais que tra-
até furar. Mas o celeron é um material pensão, os tecidos são os materiais balham em áreas classificadas.

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PRINCIPAIS COMPONENTES DE CAPACETES DE SEGURANÇA cetes classes A e B) e contra choques


CASCO: O capacete propriamente dito, que oferece proteção contra impactos, perfurações, elétricos (capacetes classe B). Além
altas temperaturas e arcos elétricos. disso, é importante que sejam fabrica-
SUSPENSÃO: Fabricada com plástico e tecido, é montada na parte interna do capacete. dos de forma tal que a superfície seja
Absorve impactos e protege a cabeça e a coluna cervical do trabalhador. lisa e não apresente pontas cortantes e
CARNEIRA: Parte da suspensão que circunda a cabeça do usuário. que a distância entre o casco e a sus-
CINTAS: Fitas de tecido que, associadas à carneira, formam a suspensão pensão seja a indicada na NBR 8221.
TIRA DE NUCA: Suporte que, encaixado à nuca do trabalhador, não deixa o capacete cair De acordo com a norma técnica,
mesmo durante a movimentação da cabeça para que o EPI funcione adequada-
SLOT: Aberturas laterais que permitem o acoplamento de acessórios mente, é importante também que a
ACESSÓRIO CONJUGADO: Máscaras, abafadores de ruídos ou outros dispositivos que suspensão seja suficientemente flexí-
podem ser acoplados ao capacete vel, reduzindo o impacto sobre a ca-
JUGULAR: Tira de tecido colocada sob o queixo do trabalhador, com o objetivo de fixar o capacete beça e a coluna do trabalhador.
Daniel Adrian Luciani, diretor in-
dustrial da fabricante de EPIs Mon-
A norma recomenda ainda que se mudanças ocorridas no processo de tana, acrescenta, entre as caracte-
utilize uma tira absorvente de suor, produção vieram basicamente de rísticas importantes de capacetes de
fabricada com material atóxico, sobre inovações tecnológicas aplicadas às segurança, a leveza e propriedades C

a tira da suspensão que cobre a região máquinas: “Nesse caso, as inovações antialérgicas. Segundo ele, entretan- M

da testa do trabalhador. costumam vir de equipamentos mais to, esses e outros atributos devem ser
Y

modernos, que possibilitam maior avaliados diretamente pelo cliente:


FABRICAÇÃO produtividade nas fábricas”. “Depois dos testes em laboratório,
CM

Após a fabricação, a injeção e a cos- os produtos devem ser avaliados pe- MY

De acordo com Léo Bain, a fa- tura das fitas da suspensão, o capacete los usuários em termos de conforto, CY

bricação de capacetes de segurança está pronto para montagem e embala- leveza, design etc.” CMY

compreende três etapas principais: in- gem. Antes, no entanto, deve passar por Segundo Guilherme Dias, a qualida- K

jeção termoplástica, costura das fitas um criterioso controle de qualidade. de do produto passa, em primeiro lugar,
da suspensão e montagem. pelo atendimento às normas vigentes,
A injeção termoplástica é reali- UTILIZAÇÃO E QUALIDADE mas não se restringe a isso: “O profissio-
zada por meio de um molde de aço nal da segurança precisa ter certeza de
no formato do casco do capacete com Segundo Léo Bain, para que te- que o capacete que ele está adquirindo
um vão entre as partes inferior e supe- nham a qualidade necessária, os capa- é próprio para a atividade em que será
rior: “Esse molde vai dentro de uma cetes de segurança devem, em primei- utilizado, ou seja, ele precisa conhecer o
injetora plástica que o aquece, injeta ro lugar, fornecer as proteções previs- ambiente de trabalho para buscar o ca-
o polietileno líquido e o resfria por tas contra perfuração e impacto (capa- pacete com as características que aten-
cerca de um minuto”, explica Bain.
Segundo o diretor da Duráveis, o HISTÓRICO DE MATERIAIS UTILIZADOS
mesmo processo é realizado há muitos ALUMÍNIO: Em meados da década de 1930, o alumínio passou a ser o material preferencial
anos e, durante esse tempo, não houve para a fabricação de capacetes, exceto os utilizados na indústria elétrica.
grandes mudanças, a não ser em re- PLÁSTICO: Ainda na década de 1930, a MSA passou a fabricar capacetes de plástico
lação à qualidade do aço utilizado no para a indústria elétrica e metálica, devido à necessidade de utilização de materiais não
molde e das máquinas de costura, que condutores de energia. O material utilizado, chamado de Bakelite, suportava temperaturas
até 350oF.
permitem uma produção mais rápida e
eficiente. “Houve mudanças quantita- TERMOPLÁSTICOS: resistentes e fáceis de moldar, foram introduzidos a partir de 1950.
Atualmente, é o material de preferencia na fabricação de capacetes, sendo o polietileno de
tivas no processo, mas não necessaria-
alta densidade o mais utilizado.
mente qualitativas”, acrescenta.
NOVIDADES: Polietileno reciclado, celeron e ABS são alguns dos novos materiais utilizados.
Guilherme Dias afirma que as

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derão à sua necessidade. DICAS DE USO Assim, para a manutenção do CA,


O profissional chama atenção Capacetes de segurança devem ser usados
é necessária a fiscalização permanen-
também para a influência do conforto com a aba frontal virada para a frente. te do Inmetro, que visita as empresas
na qualidade final do produto: “Mes- Antes de usar o capacete, o trabalhador regularmente, coletando amostrar
mo que o produto seja aprovado nos deve observar se o casco está rachado para testes. Caso as amostras coleta-
ensaios de laboratório, se ele não for ou trincado. Caso note problemas, deve das não apresentem o padrão de qua-
confortável, o usuário irá tirá-lo da solicitar a substituição do EPI. lidade das anteriores, os produtos têm
cabeça durante a jornada de trabalho, Não usar bonés e gorros sob o capacete, o CA revogado.
pois podem diminuir a eficiência do EPI.
ficando exposto aos riscos.” Bain explica que o Inmetro faz
Já para Wellington Naves, coor- A higienização do capacete deve ser feita inspeções periódicas, das quais a em-
apenas com sabão neutro, o que garantirá
denador de produtos da fornecedo- presa têm conhecimento antecipada-
a vida útil do equipamento.
ra de EPIs Prosafety, para que um mente, e inspeções surpresa, feitas
Não alterar a coloração do capacete.
capacete seja considerado seguro, é sem qualquer notificação anterior. “O
O trabalhador deve ajustar corretamente
importante observar a forma correta agente credenciado pelo Inmetro en-
a suspenção antes do uso.
de utilização, ajuste à cabeça, cuida- tra na fábrica e coleta a amostra que
Conferir a classe do capacete, que
dos com o produto etc. “Se o usuário deve estar gravada no casco ou aba e a
ele quiser, a qualquer momento. Se
seguir as formas corretas de utiliza- existência de certificado de aprovação. as amostras não passarem no teste, o
ção, limpeza e cuidados básicos com Caso haja qualquer dúvida, o trabalhador processo para a obtenção do CA tem
o capacete, o trabalhador diminuirá deve comunicar o responsável. que ser refeito. Por isso, as fabrican-
a probabilidade de acidentes. Não é tes têm que andar na linha.”
porque o capacete é rígido que ele capacete deve ser substituído após O diretor da Duráveis revela que,
serve como recipiente para transporte acidentes. para a obtenção do CA, as empresas
de ferramentas, instrumento musical têm que realizar um investimento
(batuque, pandeiro)...” CERTIFICAÇÃO médio de cerca de R$ 10 mil. Para a
Se respeitadas as formas de uso, os manutenção do certificado de aprova-
capacetes de segurança devem durar A certificação é o atestado de ção, o fabricante deve realizar, ainda,
pelo menos cinco anos após a data da qualidade de capacetes de segurança um investimento anual de R$ 8 mil,
fabricação, estipulam os fabricantes. e diversos outros EPIs. Para obtê-la, para custear as inspeções e testes rea-
Mas esse tempo vale para o produto os produtos devem ser aprovados nos lizados pelo Inmetro.
fechado, na embalagem original e sem testes e ensaios realizados por órgãos Antes de encaminhar os produtos
uso. Na prática, a vida útil do capacete acreditados pelo Inmetro. para testes, porém, Bain afirma que é
depende do ambiente de trabalho em Entre os testes e ensaios exigidos importante contar com um controle de
que é usado, da presença de agentes pela NBR 8221 para capacetes de se- qualidade prévio: “Nós não contamos
químicos, da frequência de higieniza- gurança estão: ensaio de resistência a com laboratório próprio, mas temos
ção e da exposição de raio ultravioletas. impactos, ensaio de resistência à pene- evidências indiretas de que nossos pro-
Segundo Léo Bain, no entan- tração, teste de flamabilidade, ensaio dutos passarão nos testes. Essas evidên-
to, há trabalhadores que utilizam o de absorção de água e ensaio de rigidez cias nos são dadas por meio da medição
mesmo capacete durante quase toda dielétrica (para capacetes classe B). da espessura do casco e da elasticidade
sua trajetória profissional: “O EPI Uma vez aprovados, os produtos das tiras da suspensão, por exemplo.”
passa a fazer parte da vida profis- recebem o CA (certificado de apro- Já Guilherme Dias explica que a
sional do trabalhador.” vação), mas o controle de qualidade 3 M possui laboratório próprio e, por
É importante ressaltar que o capa- não para por aí: “O CA significa que isso, tem meios de avaliar se o pro-
cete protege a cabeça do trabalhador os produtos testados cumprem as exi- duto apresenta a qualidade pretendida
por meio da absorção da energia do gências da norma, mas não garante antes da avaliação dos laboratórios
impacto, que danifica o casco e as que todos os outros lotes fabricados acreditados pelo Inmetro.
correias da suspensão. Assim, mesmo pela empresa também as cumprirão”, No Brasil, existem apenas três
que os danos não sejam aparentes, o explica Léo Bain. laboratórios acreditados para a reali-

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DURÁVEIS
zação de testes em capacetes de se- de segurança responderam por aproxi-
gurança. Bain afirma que, embora em madamente R$ 163 milhões, o que re-
pequeno número, eles costumam co- presenta uma participação de 3,2% no
brar preços bem razoáveis e entregar faturamento do setor.
os resultados rapidamente. “Esse não Capacetes Classe A respondem
é um gargalo para o setor”, reforça. por 27,5% do mercado de capacetes e
Para Guilherme Dias, o fato de os Classe B por 44,9% (o restante do
haver mais de uma opção de labora- Capacete tipo II com fita fotoluminescente share é de capacetes para prevenção e
tório para a realização de ensaios já combate a incêndios). Léo Bain afir-
é um cenário favorável, que estimula tam a ventilação e tornam o uso do ma que a preferência pelos capacetes
a concorrência. “Deve-se ter atenção EPI mais confortável. A desvanta- Classe B se justifica pela relação cus-
para que todos eles sigam um mesmo gem, porém, é que as aberturas impe- to-benefício, já que o produto oferece
padrão de qualidade, de forma que o dem que o casco proteja o trabalhador proteção adicional a preço não muito
resultado seja semelhante independen- contra arcos elétricos, enquadrando superior ao do Classe A. “O classe A
te do laboratório escolhido”, alerta. esses capacetes na Classe A. existe porque há casos em que o mate-
Outras novidades, segundo Bain, rial não pode isolar eletricidade, como
INOVAÇÃO são a aplicação de fitas adesivas foto- é o caso do celeron e do polietileno
luminescentes nos cascos, para facili- reciclado. Existem também capacetes
Entre as novidades e tendências tar a visualização do trabalhador em com respiros, que por isso não conse-
em termos de capacetes de segurança, locais escuros, e a inclusão de etique- guem evitar arcos elétricos.”
Léo Bain destaca o uso crescente, ao ta com o tipo sanguíneo do usuário O diretor da Duráveis acredita que,
menos em países europeus e nos Esta- no EPI. “Essa é uma medida muito embora o mercado brasileiro de capa-
dos Unidos, de materiais inovadores, importante, pois, caso o trabalha- cetes de segurança sinta os efeitos da
como o ABS (plástico com borracha), dor sofra um acidente e necessite de atual crise econômica, o País conta
que oferece resistência maior a subs- transfusão de sangue, o socorro pode com um bom potencial a ser explo-
tâncias químicas. “Em indústrias em ser prestado imediatamente.” rados e fabricantes e fornecedores de
que há o risco de respingo de subs- qualidade. “A Duráveis, por exemplo,
tâncias químicas, o ABS é o material MERCADO vende cerca de 500 mil capacetes de
a ser utilizado. Nós não fabricamos segurança por ano, o que significa
ainda, porque o uso é muito restrito.” De acordo com dados da publica- quase 10% do mercado. Temos ainda
Outra vantagem oferecida pelo ção Indicadores do Mercado Brasilei- a concorrência de grandes multina-
ABS, de acordo com Bain, é a possi- ro de Equipamentos de Proteção Indi- cionais como a 3M e a MSA e outras
bilidade de personalização dos EPIs, vidual 2014, da Animaseg (Associa- empresas de médio e pequeno portes.”
por meio de pinturas e desenhos que ção Nacional da Indústria de Material Para Guilherme Dias, o mercado
os tornam mais bonitos e mais atra- de Segurança e Proteção ao Trabalho), brasileiro está acompanhando as ten-
tivos para os trabalhadores. “No po- o mercado de EPIs movimentou mais dências globais em termos de produtos:
lietileno a pintura não fica legal, mas de R$ 5 bilhões em 2013. Os capacetes “Nota-se que vários produtos dispo-
no ABS fica muito bonito e lustroso. níveis em mercados com uma cultura
E isso é importante porque, em um mais madura em termos de segurança,
3M

cenário em que muitos acidentes têm como EUA e Europa, estão disponí-
finais trágicos pela falta de uso do veis também no Brasil. Tecnicamente,
EPI, um visual legal faz com que o o país também está evoluindo, através
trabalhador tenha vontade de usar o da atualização de sua norma de certifi-
equipamento.” cação de capacetes e da nova versão da
Outra novidade recente, diz Bain, NBR 8221, que está em fase final de re-
é a fabricação de capacetes com pe- visão, o que trará evoluções nos ensaios
quenos furos ou respiros, que aumen- Capacetes com aberturas para ventilação de certificação dos produtos.” cipa

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cipa
segurança

Trabalho em altura:
riscos, penalidades e
medidas de prevenção
EMPREGADORES DEVEM ATENDER À LEGISLAÇÃO
PARA ASSEGURAR A SAÚDE E SEGURANÇA DOS SEUS
FUNCIONÁRIOS

POR REDAÇÃO
FOTO DIVULGAÇÃO

Atenção redobrada para a execu- alizado o trabalho. “Por exemplo,


ção de trabalho em altura. Nas ativi- a exposição às intempéries, como
dades realizadas em locais elevados, ventos e chuvas, pode causar hi-
com altura superior a dois metros do potermia, portanto recomenda-se
piso, o risco de queda pode ter con- o uso de vestimenta adequada ou
sequências graves e fatais. De acor- barreira para impedir a exposição.
do com Sheila Comachio, gerente Já o calor intenso pode causar de-
de Segurança do Trabalho do Imtep, sidratação e, consequentemente, o
grupo voltado à saúde empresarial, mal súbito”, destaca.
as ocorrências de acidente de traba- Da mesma forma, trabalhos si-
lho em altura são provenientes do multâneos acarretam riscos adicio-
não atendimento às normas de saúde nais, como: atividades de corte e sol-
e segurança do trabalho, em especial da, com exposição a gases e vapores,
a NR-35. “Contudo, é importante eletricidade, realizadas em áreas
ressaltar que os requisitos das de- classificadas, espaços confinados ou
mais normas regulamentadoras tam- em locais com falta de espaço, ilumi-
bém deverão ser cumpridos”, afirma. nação deficiente, presença de equi-
Segundo a profissional, é fun- pamentos ou em terrenos instáveis,
damental observar as atividades e que podem ocasionar soterramento.
as condições do ambiente a ser re- De acordo com a Norma Regu-
lamentadora, os empregadores que
não cumprem a legislação trabalhis-
ta estão sujeitos a multas, que va-
riam conforme o número de empre-
gados, infração e tipo. Em caso de
reincidência, embaraço ou resistên-
cia à fiscalização o valor pode ser
ainda maior. “Outra penalidade que
pode ser aplicada é quando o agen-
te de inspeção do trabalho constatar
situação de risco grave e iminente
Sheila Comachio,
gerente de Segurança do Trabalho do Imtep à saúde ou integridade física do

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cipa
segurança

trabalhador. Neste caso, ele pode- • Emitir Permissão de Trabalho supervisionado e a organização e
rá propor à autoridade competente – PT para atividades não rotineiras; arquivamento da documentação ine-
a imediata interdição do estabele- • Desenvolver procedimento ope- rente para disponibilização, quando
cimento, setor ou equipamento ou, racional para as atividades rotineiras necessário, à Inspeção do Trabalho;
ainda, embargo parcial ou total da de trabalho em altura, o qual deve • Capacitar os trabalhadores
obra”, finaliza Sheila. ser documentado, divulgado, enten- através de treinamento periódico
Confira abaixo algumas medidas dido e conhecido por todos os tra- prático e teórico com carga mínima
descritas na NR-35 para evitar aci- balhadores que realizam o trabalho de oito horas;
dentes em altura: bem como as pessoas envolvidas; • Realizar exames médicos vol-
• Garantir a implementação das • Assegurar a realização de ava- tados às patologias que poderão ori-
medidas de proteção adequadas, liação prévia das condições do am- ginar mal súbito e queda de altura,
sendo que a seleção, inspeção, forma biente de trabalho a fim de planejar considerando também os fatores psi-
de utilização e limitação de uso dos e implementar as ações e medidas cossociais;
sistemas de proteção coletiva e indi- de segurança aplicáveis não con- • Suspender o trabalho caso
vidual devem atender às normas téc- templadas na AR e no procedimento ofereça condição de risco não pre-
nicas vigentes, às orientações dos fa- operacional; vista e;
bricantes e aos princípios da redução • Criar uma sistemática de auto- • Disponibilizar equipe para res-
do impacto e dos fatores de queda; rização dos trabalhadores para traba- postas em caso de emergências para
• Realizar a Análise de Risco – lho em altura; trabalho em altura com os recursos
AR antes do início da atividade; • Assegurar que o trabalho seja necessários. cipa

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cipa
destaque

Conforto completa 30
anos de dedicação à
segurança
QUALIDADE, TECNOLOGIA E SUSTENTABILIDADE SÃO A
MARCA DA EMPRESA EM SUA TRAJETÓRIA NO MERCADO

POR ADRIANE DO VALE | adriane.vale@editoracasanova.com.br


FOTOS DIVULGAÇÃO

Há 30 anos, mais precisamente 6.000 m2 e uma produção aproxi-


no dia 24 de janeiro de 1985, ini- mada de 130.000 pares/mês entre
ciavam em Estância Velha, no Rio calçados e luvas.
Grande do Sul, as atividades da Ao completar três décadas, a em-
Conforto Artefatos de Couro Ltda. presa é reconhecida no mercado pela
No começo, a empresa atuava na qualidade de seus produtos e como
fabricação de EPIs (Equipamentos referência em desenvolvimento sus-
de Proteção Individual) de maneira tentável, com grandes investimentos
geral. Nos anos seguintes, chegou a em tecnologia, sem deixar de se preo-
trabalhar com exportação de calça- cupar com o respeito socioambiental.
dos de moda, mas por questões estra- Seus produtos estão hoje em pra-
tégicas decidiu apostar na produção ticamente todos os setores que utili-
de calçados e luvas de proteção. zam calçados e luvas de proteção, ou
Ao longo dos anos, a Conforto seja, indústrias, serviços, construção
ampliou sua estrutura e verticalizou civil, transportes, agricultura e mui-
alguns processos, como a produ- tos outros.
ção de solado e o beneficiamento Entre os calçados, conta com sa-
do couro para seu consumo.  Hoje, patos masculinos e femininos, boti-
conta com uma área de mais de nas e botas, além da linha Nobuck

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cipa
destaque

cha Isolante e, ainda, luvas de tato, apesar das dificuldades apresentadas


para calor etc. pela economia nacional, a empresa
Apesar das instabilidades do tem planos de expandir e aprimorar
mercado, a Conforto tem registrado ainda mais seus produtos e processo
um crescimento constante em torno produtivo, trabalhar no desenvol-
de 10% nos últimos cinco anos. Isso vimento e melhoria dos modelos já
se deve à proposta de investir em existentes e ampliar seu parque fabril.
tecnologia, atendimento ao cliente,
em treinamentos para sua equipe de
João Altair, diretor da Conforto colaboradores e à necessidade das
empresas garantirem a segurança e a
saúde dos trabalhadores, em cumpri-
e Social (masculinos e femininos). mento às normas regulamentadoras,
Também possui linhas de calçados cada vez mais rígidas, o que influen-
para trabalhos com energia elétrica cia as vendas.
(isolante), antiestáticos, hidrofuga- “Com muita união e o trabalho de
dos, proteção térmica, resistência a todos os colaboradores nessas três dé-
perfuros, impactos, linha branca, en- cadas, a Conforto conseguiu se firmar
tre outras. Quando se trata de luvas, no mercado pela qualidade e atendi-
os destaques são: Petroleira, Solda- mento diferenciados”, destaca João
dor e Cobertura das Luvas de Borra- Altair, diretor da empresa. Para 2015, Botina produzida pela Conforto
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mais um importante espaço.

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comercializar seus produtos de segurança também nas grandes Mineradoras do País.
Com esta regulamentação, agora podemos nos orgulhar de sermos uma empresa completa em
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Uso de fármacos
prescritos pelo
cirurgião-dentista
JOÃO RODOLFO HOPP IMPLICAÇÕES NAS ATIVIDADES DE TRABALHO
CRO-SP 28.086
Cirurgião-Dentista
do Trabalho

Graduado pela FOB-USP


Especialista em
Periodontia
Especialista em
Odontologia do Trabalho
– CFO – 022/2001
Mestrando em Trabalho,
Saúde e Ambiente –
Fundacentro - SP
Diretor Científico do
Departamento de
Odontologia do Trabalho
da APCD-ABCD

Prezados leitores, dando sequên- se vê exposto aos perigos inerentes às


cia aos temas que abrangem as rela- mesmas, trazendo à discussão, o po-
ções entre a saúde oral e as atividades tencial aumento dos riscos de inciden-
pessoais e laborais, como previsto na tes e acidentes, que podem sobrevir.
última edição da coluna, tratarei das Todavia, isto não significa que
consequências que alguns dos fár- os efeitos destas substâncias sobre o
macos necessários, prescritos pelo desempenho do usuário possam ser
cirurgião-dentista e consumidos pelo minimizados ou desconsiderados na
trabalhador, durante o desenrolar das visão ocupacional, pois no caso de
terapias odontológicas. trabalhadores com atividades não pe-
É fato que nem sempre os efeitos rigosas, ao fazerem uso destes fárma-
colaterais, atribuídos aos grupos de fár- cos, ficarão sujeitos aos seus efeitos,
macos aqui citados, manifestam-se, em que podem contribuir na ocorrência
razão das diferentes sensibilidades or- de acidentes de pequena monta ou
gânicas de cada indivíduo, frente às di- nos acidentes de trajeto.
*
CORRESPONDÊNCIA PARA A SEÇÃO
versas doses e períodos das prescrições. Já se faz distante o tempo em que
Com a finalidade de melhor exem- o arsenal farmacológico usado na te-
ODONTOLOGIA DO TRABALHO
hopp@hopp.odo.br plificar os possíveis reflexos destes rapêutica odontológica restringia-se
fármacos nas atividades laborais, to- a alguns poucos analgésicos de baixa
marei como exemplo, situações nas potência (ácido acetilsalicílico, dipiro-
quais, rotineiramente, o trabalhador na, e prometazina) e um reduzido gru-

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cipa odontologia do trabalho

lar (redução da coordenação motora


e distúrbio no plano dos movimen-
tos), neuropatia periférica. Daqueles
antimicrobianos mais recentes no
mercado, as Daptomicinas têm como
efeitos colaterais a mialgia, artralgia e
fraqueza muscular.
Nessa mesma linha de atenção aos
efeitos colaterais das drogas terapêuti-
cas, destaca-se o uso cada vez mais ha-
bitual dos ansiolíticos (também conhe-
cidos por “tranquilizantes”) nas terapias
odontológicas, chegando a constituir
15,4% do total de receitas emitidas por
cirurgiões-dentistas em 2010 (Boletim
Anvisa-Jan/2012), com o fim de contro-
lar quadros clínicos nos quais a tensão
e ansiedade sejam uma das causas de-
sencadeadoras ou agravantes da doença
primária, ou mesmo, em situações nas
Fig. 1 – Opções de fármacos
quais o controle de tais reações, vise à
po de antibióticos, como as penicilinas Produtos contendo cloridrato de facilitação da execução de manobras e
e associações de tetraciclina-enzimas, tramadol (controle da dor de modera- procedimentos clínicos. Exemplo des-
muito embora a Lei 5.081/1966, que da para intensa) traz consigo o efeito tes fármacos prescritos são as substân-
regula a profissão odontológica, em colateral muito comum da tontura, cias chamadas de benzodiazepínicos,
seu art. 6º, sempre facultou ao ciru- sonolência e cefaleia, descrito pelos cujo efeito esperado é a depressão no
gião-dentista o uso de qualquer fárma- próprios fabricantes. Dentre os an- âmbito do Sistema Nervoso Central, e,
co, desde que justificado seu emprego timicrobianos (também conhecidos por consequência, seus usuários devem
na prática odontológica. por antibióticos), como é o caso das ser alertados e prevenidos quanto às in-
Com o advento de tratamentos novas quinolonas, segundo a Anvisa, terferências prejudiciais na execução
odontológicos conservadores e/ou podem causar cefaleia, tontura, insô- de tarefas e ocupações perigosas e/ou
de reabilitações cada vez mais com- nia e alterações do humor, enquanto que requerem plena agilidade mental,
plexos, o emprego de fármacos, com os bactericidas à base de Nitroimida- como nos centros de operação, uso
diferentes efeitos, tem transformado zol (Metronidazol), quando em doses de máquinas e ferramentas, condução
a forma com que o cirurgião-dentista elevadas, podem provocar zumbidos, de veículos, realização de trabalho
busca solucionar as necessidades dos vertigem, convulsões, ataxia cerebe- em altura, em áreas de risco, espaços
seus pacientes. confinados, entre outras, que exigem o
O reconhecimento de novas espe- máximo de atenção concentrada, como
cialidades odontológicas, no campo ilustra a figura 2.
das dores orofaciais e doenças osteo- Estas correlações entre os aspectos
musculares, assim como a inserção de técnicos dos efeitos colaterais dos prin-
procedimentos cirúrgicos complexos cípios ativos prescritos pelo cirurgião-
e de grande impacto pós-operatório, dentista com os riscos das atividades
ainda que realizados em ambiente laborais é objeto de reduzida percepção
ambulatorial, exigem cada vez mais o pelas áreas de saúde e segurança das
uso de diferentes recursos farmacoló- corporações, assim como, pouco obser-
gicos, ilustrados na figura 1. Fig. 2 – Atenção concentrada vadas pelas Comissões de Análise de

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cipa
odontologia do trabalho

claração, mesmo que o atendimento


seja fora do horário de serviço, e que São mais de 50 mil m2
com a melhor infraestrutura
no documento conste se há ou não da América do Sul para
restrições ao trabalho, em função do treinamentos prático e teórico.
Cursos disponíveis
pós-operatório e/ou de fármacos pres- • Brigada de Incêndio - NR 23
critos; e apresente cópia ao Serviço • Trabalho em Altura - NR-35
• Primeiros Socorros (com DEA)
de Saúde Ocupacional da empresa, • Emergência Química
como forma de manter a informação • Trabalho em Espaço Confinado - NR 33
• Abandono de Área - NBR 15219/2005 -
no seu prontuário de saúde. Plano de Emergência / IT16
Fig. 3 – SESST (Serviço Especializado de Saúde e Se- Enfermeiro ou médico do tra- • Simulador de incêndio em Veículo
gurança do Trabalho) • Simulador de Fogo na Mata
balho – Dê ciência sobre a situação • Simulador Subestação - Transformador
atestada e, julgando necessário, soli- • Proteção Respiratória
Acidentes, quando da ocorrência destes. • Segurança e Saúde no Trabalho
A escamoteação destes aspectos cite ao cirurgião-dentista um relató- com Inflamáveis e Combustíveis - NR 20
rio da situação bucal do trabalhador • DEA - Desfibrilador Externo Automático
deve-se em parte pelo fato de que os
trabalhadores em tratamento odon- que levou às restrições, e mantenha
tológico, em geral, o faz em dia e/ou arquivados os documentos, mesmo
horário não laboral, ainda que a lei que em cópia.
(5.081/1966) garanta o contrário, e Gestor de fator humano – De-
mesmo quando das urgências, a comu- pendendo da estrutura dos serviços
de SST e das rotinas administrativas
nicação de ausência ao trabalho cum-
pre tão somente o papel de justificati- práticas, encaminhe, cópia do atesta-
Tel.:
(11) 4666.4046
va e abono das horas não trabalhadas. do emitido por cirurgião-dentista, ao www.rochacara.ecofire.com.br
A incipiente e ainda tímida pre- serviço próprio ou externo de saúde
sença de cirurgiões-dentistas à fren- ocupacional, solicitando o apensar no
te de Programas de Odontologia do prontuário do trabalhador.
Trabalho, no âmbito dos SESST Encerrando esta contribuição, cha-
(Serviços Especializados de Saúde mo à reflexão todos aqueles que de
e Segurança do Trabalho) nas cor- alguma maneira, direta ou indireta-
porações, como sugere a figura 3, é mente, participam e concursam para
um fator limitante para que estas si- que a prevenção de acidentes, e suas
tuações sejam acompanhadas desde danosas consequências, seja uma prá-
o ponto de vista técnico-preventivo, tica pensada a partir de suas múltiplas
por tratar-se de alçada da odontolo- dimensões da saúde e segurança, ainda
gia, e não apenas sob o ângulo esta- que algumas delas, em maior ou me-
tístico-administrativo. nor grau, ainda estejam submersas na
Desta maneira, enquanto se aguar- realidade ocupacional.
da o aprimorar das práticas voltadas aos Certo de ter podido contar com a
cuidados ocupacionais para com a saú- dileta leitura de vocês, espero-os na
de integral dos trabalhadores, deposito próxima oportunidade, para a qual está
aqui, algumas orientações que, quando prevista a abordagem sobre tema Aci-
observadas, podem reduzir as chances dentes de Trabalho – Impactos sobre
de situações nefastas vinculadas aos estruturas buco-dentais.
efeitos colaterais dos fármacos, a saber: Até lá! Ficamos à disposição através
Trabalhador – Exija sempre a do e-mail othopp@hopp.odo.br para
prescrição por escrito do seu cirur- sugestões e/ou críticas que contribuam
gião-dentista; Solicite ao cirurgião- para o debate sobre as interfaces estu-
dentista a emissão de atestado/de- dadas e pela Odontologia do Trabalho.

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cipa ações indenizatórias

Acidente do trabalho
em máquina
HABILITAÇÃO E FISCALIZAÇÃO SÃO RESPONSABILIDADES
DOS EMPREGADORES
SYLVINO CINTRA DE
SOUZA JUNIOR Em 9 de dezembro de 2014, o do acidente de trabalho sofrido, posto
juiz Titular da 2ª Vara do Traba- que não houve a comprovação de que
Advogado especializado
em acidentes do trabalho lho de Simões Filho, BA, prolatou tivesse sido ministrado treinamento
e doenças ocupacionais, sentença do processo nº 00001453- adequado ao trabalhador que o quali-
professor, consultor de
segurança e saúde do 98.2013.5.05.0102, onde o trabalha- ficasse para a operação da prensa de
trabalhador e diretor dor A.C.O propôs ação indenizatória tampa de distribuidor”.
técnico jurídico nacional
da Associação Brasileira contra sua empregadora Robert Bosch Como conclusão, o senhor perito
de Proteção às Vítimas de Ltda., em razão de acidente do traba- afirma: “(...) repetindo o que via seus
Doenças e Acidentes do
Trabalho (Abravat)
lho ocorrido em 4 de abril de 2013. companheiros fazerem nessas con-
A empregadora emitiu a CAT (Co- dições, utilizou-se de uma chave de
municação de Acidente de Trabalho), fenda para soltar a peça (...)”, o que
com a seguinte descrição: “Na data e não descaracteriza a impropriedade
horário acima indicados, ao retornar do seu ato, e, caso confirmada tal ale-
do período de almoço, continuou de- gação, se evidenciará que a empresa,
senvolvendo o trabalho que havia fei- por meio dos responsáveis diretos,
to no turno da manhã, ou seja, operan- não fiscalizava a prática de métodos
do a prensa que estampava as bobinas de trabalho inseguros cometidos pelos
produzidas pela reclamada”. seus empregados, com o potencial de
Em audiência inaugural foi de- gerar acidentes.
terminado a atuação de engenheiro Em sua sentença, diz o Magistrado:
de segurança do trabalho para fazer a “No que tange às circunstâncias do aci-
investigação do referido acidente do dente, em que pese o laudo pericial (fls.
trabalho, tendo a mesma ocorrido em 245/253) ter concluído que a causa do
16 de abril de 2014. acidente está diretamente relacionada
O expert, em suas conclusões, relata a uma ação inapropriada do reclaman-
que o reclamante agiu de forma impru- te, o qual tentou resolver um problema
dente, utilizando-se de uma chave de operacional sem se valer dos meios téc-
fenda para soltar uma das peças que iria nicos adequados, a mesma peça técnica
alimentar a referida prensa; alegou tam- deixa claro que a impropriedade do ato
bém que o obreiro deveria ter desligado cometido pelo obreiro contou com a
a máquina para soltar a referida peça. falta de fiscalização por parte dos res-
Em outro momento, o perito judi- ponsáveis diretos da empregadora, por
cial alega: “Tal constatação de impru- isso que esta “não fiscalizava a prática
* dência por parte do reclamante, não de métodos de trabalho inseguros co-
CORRESPONDÊNCIA PARA A SEÇÃO
exime a empresa, entretanto, de assu- metidos pelos empregados, com poten-
AÇÕES INDENIZATÓRIAS mir o fato de que o trabalhador podia cial de gerar acidentes (fl. 249).
sylvinocintra@tapaseg.com.br
estar devidamente treinado ou capaci- A conclusão do perito encontra
tado para desempenhar as atividades abrigo nos relatos das testemunhas.
que realizava quando da ocorrência A testemunha D.T.S, que prestou

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cipa ações indenizatórias

socorro ao reclamante logo após o fatos descritos pela primeira testemu- bilidade pelo infortúnio.
acidente declara que: “era comum os nha arrolada pelo autor. Consoante o Diz ainda o juiz do trabalho:
demais operadores realizarem o des- relato dessa segunda testemunha, em- “Quanto ao grau de culpa da empre-
travamento da máquina de bolacha bora o procedimento para desobstru- gadora, forçoso é reconhecer que sua
com uma chave de fenda” e que “ha- ção da máquina operada pelo obreiro conduta negligente e omissa foi deci-
via uma proteção na máquina, que foi previsse o desligamento desta, “nor- siva para o evento. Assim, reputa-se
retirada para facilitar o destravamen- malmente os demais operadores deso- grave a culpa que lhe é imputada”.
to, porquanto, sem essa proteção era bstruíam a máquina sem desligar”. A Finalizando o magistrado con-
mais rápido destravar”; salienta que: testemunha declara que “não sabe in- denou a reclamada ao pagamento de
“encarregados e supervisores tinham formar porque o supervisor não corri- Dano Moral e Material.
conhecimento de que a chapa de pro- gia essa conduta dos operadores, em- Após esta sentença, fica claro o
teção era removida para facilitar a bora soubesse dela”. Por fim, diz que: entendimento da maioria dos juízes
desobstrução da máquina”. Por fim, “após o acidente a pré-plastificadora do Trabalho do Brasil, que a empre-
essa testemunha informa que “cerca (máquina em que houve o sinistro) re- sa não só deve escolher pessoa de-
de uma hora e meia após o acidente cebeu uma proteção a mais.” vidamente habilitada para a função
os mecânicos providenciaram a colo- Fica, pois, evidente que o empre- que lhe for determinada, bem como
cação da chapa de proteção na má- gado foi induzido a uma prática de ser vigiada para que não venha des-
quina em que houve o sinistro.” operação insegura tacitamente apro- cumprir as normas de segurança da
Por sua vez a testemunha M.A.S.S, vada pela empregadora, razão pela empresa, e, sobretudo as NRs da Por-
arrolada pela própria ré, confirmou os qual deve pesar sobre esta a responsa- taria MTE 3214/78. cipa

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cipa
bem-estar

Ginástica laboral merece


mais confiança
RESULTADOS OBTIDOS DEMONSTRAM MELHORIA NA
QUALIDADE DE VIDA
POR MÁRCIO ALDECOA

Todos os anos as empresas pro- como os fatores psicológico, físico e


curam métodos para proporcionarem interativo. A interação, por exemplo,
qualidade de vida aos seus colabora- pode acarretar um melhor ambiente
dores no ambiente de trabalho. Di- para desempenho das atividades do
ferentes ações podem ser executadas dia a dia.
nesse sentido, porém, uma melhoria Mas, em vez de apenas explicar
relevante é obtida por meio da ginás- as melhorias, prefiro exemplificar
tica laboral. Entretanto, com o passar descrevendo um recente trabalho
dos anos, a atividade foi deixada de realizado na Sabesp (Companhia
lado pelas companhias, que creden- de Saneamento Básico do Estado
ciam a atividade, na maioria das ve- de São Paulo), na região do Grande
zes, como ineficaz. ABC paulista.
Como professor de educação As unidades de São Bernardo do
física e especialista na questão de Campo e de Ribeirão Pires comple-
ginástica laboral, procuro sempre taram a primeira temporada da inclu-
aprender com as histórias de empre- são da ginástica laboral na grade de
sas que não conseguiram resultados atividades de qualidade de vida para
com a prática. Contudo, sei que a os colaboradores em 2014. De acor-
ginástica laboral dá resultado posi- do com a Unidade de Gerenciamento
tivo aos colaboradores em aspectos Regional (URG) Billings da Sabesp,

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cipa
bem-estar

pesquisa recente apontou que 81% positivo graças ao trabalho conjun- uma unidade da Sabesp no ABC: a
dos colaboradores dos pontos do to elaborado pelo corpo diretivo da URG Billings em Diadema.
Grande ABC aprovaram a ginástica Unidade de Gerenciamento Regional Exemplos com este é que com-
laboral, além de qualificarem a ativi- Billings e da LIFE PQV. provam a eficácia da ginástica labo-
dade entre boa e ótima. A URG Billings sempre se pre- ral para a melhoria do ambiente de
A empresa também relatou que ocupou em potencializar a qualida- trabalho e para tornar os colabora-
a atividade teve a finalidade de fo- de de vida dos seus colaboradores. dores mais disposto a vestir de vez
mentar um ambiente de trabalho Por isso, o meu trabalho conseguiu a camisa da empresa. A ginástica
produtivo, qualidade de vida e bem resultados relevantes. A empresa laboral não merece desconfiança,
estar, contribuindo para a diminui- participou ativamente no acompa- mas, sim, a valorização do mercado
ção do absenteísmo e melhorando o nhamento da ginástica laboral dos corporativo, pois ela é que possibili-
clima organizacional. Neste um ano, colaboradores e sempre procurou tará uma empresa forte. Colaborador
foi observada a melhora em todos os melhorar e promover mais saúde no feliz e com saúde é sinônimo de em-
aspectos desejados, com os colabora- ambiente corporativo. presa com resultados positivos.
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dores mais dispostos no desempenho As aulas de ginástica laboral nas
de suas atividades e uma melhoria no unidades do Grande ABC são exe- MÁRCIO ALDECOA
clima e do ambiente de trabalho. cutadas duas vezes por semana, com é professor de educação
física e diretor da LIFE PQV
Acredito que o atendimento aos duração de 12 minutos. O resultado
marcio@lifepqv.com.br
colaboradores das unidades da Sa- ganhou enorme proporção, ao ponto
besp no ABC Paulista tem resultado do trabalho ser expandido para mais

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insalubridade

Agentes químicos na
perícia judicial
OS PRINCIPAIS EQUÍVOCOS DOS PERITOS NÃO QUÍMICOS
POR ANTONIO CARLOS VENDRAME

O perito judicial é um profissional tipo Morse e recepção de sinais em fo-


solitário. Não tem com quem esclare- nes”. Apesar de tal enquadramento es-
cer suas dúvidas, a não ser os livros e tar no rol dos agentes químicos, não há
a Internet. Não pode assumir que tem quaisquer exposições a agentes quími-
dúvidas, pois o nome perito quer dizer cos envolvidos nesta operação. Nossa
sapiente, conhecedor etc. Muitos são impressão pessoal é de que tal enqua-
verdadeiros autodidatas. Mas é preciso dramento foi incluído nos agentes quí-
tomar cuidado com o autodidatismo. micos por falta de opção.
Millor Fernandes já dizia: “o autodida- Infelizmente o Anexo 13 é mui-
ta é um ignorante por conta própria”. tíssimo exercitado em perícias de
A legislação vigente em insalubri- insalubridade em razão da desneces-
dade, sem qualquer revisão há mais sidade de análise laboratorial, a qual
de 30 anos, especialmente os anexos traz vários inconvenientes à perícia,
11, 12 e 13 da NR-15 da Portaria n° especialmente o custo da análise. No
3.214/78 do Ministério do Trabalho e entanto, a legislação dispensou so-
Emprego, traz uma terrível herança da mente a avaliação da concentração
Portaria 491/65, a avaliação qualitativa do agente, não o tempo de exposição.
da insalubridade. Tal avaliação pres- Assim, a avaliação de uma atividade,
creve a pura e simples inspeção no lo- por exemplo, de mecânico, para o
cal de trabalho, que é mal interpretada agente óleo mineral (qualitativo) não
pela maioria das conclusões periciais, considerará a concentração do agen-
como sendo a simples presença do te; no entanto, deve observar o tempo
agente nas atividades do trabalhador. de exposição ao agente (e não precon-
A insalubridade, especialmente por ceber que o mecânico está exposto de
agentes químicos, implica na exposição forma permanente).
do trabalhador (por qualquer das vias Os próprios conceitos contidos
de acesso aérea, digestiva ou dermal) nos anexos também são mal interpre-
ao agente. Desta forma, o manuseio de tados. No anexo 11, que é avaliado
embalagens fechadas e lacradas não ca- de forma quantitativa, temos alguns
racteriza a insalubridade, ainda que se agentes com a indicação de “absor-
argumente que vez ou outra uma emba- ção também pela pele”. Tal indicação
lagem se rompa, por exemplo. quer dizer só, e somente só, que tais
O anexo 13 da NR-15 se encontra agentes, além da absorção aérea, tam-
há mais de 30 anos sem atualização, bém possuem a absorção pela pele.
contendo vários enquadramentos ob- Muitas conclusões periciais errone-
soletos, a exemplo do em insalubridade amente interpretam que a “absorção
de grau médio de “telegrafia e radiote- também pela pele” dispensa a avalia-
legrafia, manipulação em aparelhos do ção quantitativa, podendo o enqua-

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cipa
insalubridade

dramento ser qualitativo. Isto é um caso o enquadramento não poderá ocor- com ligações simples entre os áto-
grave equívoco e, em lugar algum da rer sem avaliação quantitativa, sendo mos de carbono e hidrogênio) e não
legislação está prevista tal condição, obrigatória a avaliação da concentração tem nada a ver com parafina. Um
não passando de mero achismo ou in- do tolueno e xileno. solvente olefínico é constituído de
vencionismo de alguns. Outro equívoco bastante comum alcenos (hidrocarbonetos com uma
Outro detalhe interessante está nos laudos periciais está relacionado dupla ligação entre os átomos de car-
contido no caput do anexo 13 da NR- com a nomenclatura dos agentes quí- bono e hidrogênio).
15: “Excluam-se cesta relação as ati- micos. Para aqueles não familiariza- Finalmente, aqueles peritos que
vidades ou operações com os agentes dos com a química, a questão de no- não possuem formação na área da
químicos constantes dos Anexos 11 e menclatura é uma verdadeira arma- química devem redobrar os cuidados
12”. Assim, se um determinado agen- dilha. Quem poderia acreditar que na avaliação de um agente químico,
te constar do anexo 11 e 13 prevalece acetaldeído, aldeído acético, aldeído uma vez que a química representa um
o anexo 11 e, tal caracterização deve- etílico, etanal, acetal, etilaldeído, universo à parte das ciências, cheio
rá ser realizada de forma quantitativa. acetilaldeído e 1,1 dietoxi-etano, re- de armadilhas, onde nem sempre im-
O mesmo vale para o anexo 12: se um presentam o mesmo produto? Como pera a lógica. cipa

determinado agente constar do anexo saber que EDTA é ácido etilenodia-


12 e 13 prevalece o anexo 12 e, tal minotetracético? ANTONIO CARLOS
caracterização também deverá ser re- É importante também conhecer VENDRAME
alizada de forma quantitativa. as funções orgânicas, especialmente Engenheiro químico e en-
genheiro de segurança do
Um exemplo clássico é relativo aos dos solventes. Muitos laudos carac- trabalho, mestre em química
solventes aromáticos, tolueno e xileno, terizam insalubridade para solventes ambiental e ecotoxicologia,
diretor da Vendrame Consul-
listados no anexo 11 da NR-15, bem alifáticos (cadeia aberta) os quais tores Associados, perito da
como no anexo 13 da mesma norma sob não possuem qualquer relação com Justiça do Trabalho, cível e
Federal, membro da ACGIH
o título “Emprego de produtos contendo solventes aromáticos (anel benzêni- (American Conference of Go-
hidrocarbonetos aromáticos como sol- co). Um solvente parafínico é cons- vernmental Industrial Hygie-
ventes ou em limpeza de peças”. Neste tituído por alcanos (hidrocarbonetos nists) e autor de 11 livros.

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cultura

Lideranças
comprometidas
com a segurança
FORMAR LÍDERES QUE ENTENDAM A SEGURANÇA COMO
VALOR É UM DESAFIO PARA AS ORGANIZAÇÕES

POR ADRIANE DO VALE | adriane.vale@editoracasanova.com.br


FOTOS SHUTTERSTOCK E DIVULGAÇÃO

Desde a Revolução Industrial, pe- insana, as coisas mudaram no univer-


ríodo em que os trabalhadores eram so organizacional. Hoje, as empresas
vistos como máquinas e facilmente passaram a perceber que seus colabo-
substituídos quando não atendiam as radores são os maiores responsáveis
exigências de produção, normalmen- pelo sucesso dos negócios e a quali-
te com as sequelas de uma jornada dade de vida, a segurança e a saúde

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cipa
cultura

deles são fundamentais para produzi- atua no desenvolvimento de lide- consultor e professor da Unicamp
rem mais e com maior qualidade. ranças em segurança, na análise de (Universidade Estadual de Campi-
Dentro desta nova visão, os lí- cultura de segurança e de interven- nas), o posicionamento dos líderes
deres assumiram a responsabilidade ções para mudanças efetivas, a cul- corporativos tem se intensificado no
de garantir a funcionalidade de uma tura de segurança existe em todas as reconhecimento de que os acidentes
cultura que valorize esses princípios. organizações, no entanto, ela pode de trabalho representam um desvio
Inclusive, algumas empresas che- ser disfuncional, ou seja, um tra- organizacional a ser evitado, ou seja,
gam a adotar programas que os fa- balhador operar uma máquina sem a liderança percebe de forma muito
zem assimilar que as metas a serem o conhecimento necessário, haver mais clara a importância ética, moral
cumpridas, a produção a ser atingida omissão em relação aos riscos ou a e mesmo financeira de que devem
e os lucros necessários não devem cultura permitir enganar o sistema ser evitados. Inclusive, as ações em
ocorrer em detrimento da segurança de controle, ou melhor, as regras todas as esferas da sociedade auxi-
e saúde do trabalho. não são respeitadas. liam muito no desenvolvimento des-
Para que os líderes sejam realmen- E quando os líderes enxergam to- sa nova consciência dos líderes.
te líderes e colaborem para uma cultu- dos estes erros e não chamam a aten- Miranda cita como exemplo o
ra de segurança forte, precisam de uma ção, é algo bastante grave, pois auto- FAP (Fator Acidentário de Preven-
boa comunicação, um bom relaciona- rizam que eles persistam. “O exemplo ção), que penaliza as empresas com
mento interpessoal, empatia, poder de dos líderes, de qualquer nível, é fun- muitos acidentes e beneficia aquelas
persuasão, imparcialidade e sempre damental, pois são eles que transmi- com índices baixos em relação ao se-
dar feedback aos seus liderados, para tem os valores da empresa entre os tor econômico em que atua. “A apli-
que haja confiança e respeito entre to- quais, subtende-se, o da vida humana. cação da teoria do malus-bônus, que
dos e, as ações, no campo da produção Se algo dá errado é porque em algum altera as alíquotas da cobrança dos
ou das melhorias das condições de tra- ponto desta transmissão a cultura foi RAT (Riscos Ambientais do Traba-
balho, sejam entendidas e praticadas, modificada, passando ser falha”. lho) nas empresas, trouxe uma nova
sem sacrifícios ou s ofrimentos. Portanto, conforme o especia- perspectiva na gestão empresarial
Pois o sucesso dos líderes e con- lista, sempre há uma cultura de se- relativa à prevenção de acidentes e
sequentemente da empresa ocorre gurança, mas nem sempre forte ou doenças e, portanto, passou também
quando eles conseguem transmitir os correta. No Brasil, ela funciona bem a exigir atitudes muito mais cuidado-
princípios norteadores do negócio, os ou mal dentro das empresas até em sas dos líderes.”
objetivos e os valores da organização. função da legislação, que, na opi- Em sua visão, uma palavra define
nião de Polity, é uma das melhorias qual deve ser a postura dos líderes
CULTURA DE SEGURANÇA implementadas, apesar de ainda ser em relação às ações de SST: proa-
ignorada por muitos. tiva. “Não cabe mais uma postura
Segundo Michel Polity, diretor Para Luiz Carlos Miranda Júnior, reativa em relação à prevenção de
da SAFEmap Brasil, empresa que engenheiro de segurança do trabalho, acidentes. A bem da verdade, não se
pode chamar de prevenção as ações
tomadas após a ocorrência de um
acidente para evitar eventos simila-
res futuros. A visão de buscar solu-
ções somente após o acidente é, no
mínimo, retrógrada e em nada con-
tribui para os interesses de todas as
partes interessadas nesta questão.
Trabalhadores perdem com ela ao se
lesionarem, as empresas se prejudi-
Michel Polity, Luiz Carlos Miranda Júnior, engenheiro de seguran-
cam com a ausência da expertise e
diretor da SAFEmap Brasil ça do trabalho, consultor e professor da Unicamp experiência do trabalhador aciden-

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cipa
cultura

tado, além de poder ver seus custos res coloquem em risco suas vidas em E tudo parte dos líderes, que preci-
com seguridade social aumentados, e detrimento de qualquer outra coisa, sam ser formados com base nos va-
o País perde recursos muito relevan- e há compreensão disto, existe uma lores organizacionais.
tes que poderiam ser investidos em cultura de segurança forte e os valo- Para isso, podem ser adotadas al-
outras necessidades da sociedade”. res são preservados. gumas diretrizes como: estabelecer o
“Mas estes valores têm que ser que é ser líder, o que eles fazem, o
SEGURANÇA X METAS passados o tempo todo pelos líderes que não fazem e como fazem; mos-
e de uma forma que os trabalhado- trar que todos são passíveis de erro;
Muitas vezes, na urgência do res os aceitem, que não seja visto a importância do saber se relacionar
cumprimento de metas, a seguran- como um discurso, pois mais do que com os outros; reconhecer as virtudes
ça é deixada de lado e todos sabem assimilar a cultura de segurança, o e os pontos fracos; apontar os erros de
os resultados. Mas Polity salienta importante é transformá-la em algo forma assertiva e construtiva em prol
que quando os valores corretos são uniforme e consistente com o que os da confiança; e os líderes devem exe-
identificados e transmitidos pelos lí- líderes acreditam”, afirma o diretor cutar projetos pessoais de segurança.
deres a toda cadeia organizacional e da SAFEmap. Miranda também acredita que
enfatiza-se que eles não são negoci- E esta transformação leva tempo, trabalhar a importância de uma cul-
áveis, ou seja, é inegociável ter uma não ocorre em um apertar de botão, tura de segurança forte com os líde-
fatalidade para se atingir um objeti- tem que ser heterogênea e é algo res não é uma tarefa banal. Muito
vo, é inegociável que os trabalhado- complexo de se fazer, mas possível. pelo contrário é um desafio, princi-

Untitled-2 1 23/02/15 13:48

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cipa
cultura

O PAPEL DO DEPARTAMENTO
DE SEGURANÇA

Nesse trabalho de formação de


lideranças comprometidas com uma
cultura de segurança forte, os depar-
tamentos afins também têm um papel
a desempenhar. Polity menciona que
o departamento de segurança deve
fazer parte do processo, auxiliar, mas
lembra que não é o único responsá-
vel pela segurança de uma empresa.
“O departamento é um consultor,
um gestor, faz a segurança funcio-
nar, mas não pode esquecer que os
líderes também são responsáveis,
apesar de muitas vezes dependerem
do departamento de segurança para
executar um processo, tirar dúvidas,
ajudar a neutralizar os riscos, fazer
palmente porque, no Brasil, o siste- na prevenção de acidentes e doenças. mudanças de equipamentos, pois a
ma de formação não privilegia a im- Este desejo deve se materializar nas segurança deve trabalhar preventiva-
portância da prevenção de acidentes. decisões e ações da organização de mente e não reativamente”.
Sendo assim, auxiliar as pessoas a forma a evidenciar que este é o cami- O engenheiro Miranda destaca
construírem uma cultura de seguran- nho a ser seguido por seus líderes e que os Sesmts ou departamentos de
ça eficaz requer muito empenho. por todos os trabalhadores. Ou seja, SST devem municiar as lideranças
Ele fala que esta tarefa seria mui- a gestão de riscos, materializada na com todas as informações técnicas e
to mais fácil se nas escolas os jovens sua identificação, eliminação ou mi- legais pertinentes; precisam treinar
tivessem os primeiros contatos com tigação, para que os acidentes sejam os trabalhadores em conjunto com as
a importância da prevenção de aci- prevenidos, deve se constituir em um áreas de desenvolvimento organiza-
dentes e doenças. Mesmo sem esse valor organizacional e, portanto, de cional; devem prospectar e fornece-
recurso, é necessário buscar o desen- todos que fazem parte da empresa. rem ferramentas ágeis que viabilizem
volvimento da cultura de segurança Outro aspecto fundamental para a identificação, a análise e as solu-
entre os líderes, sob pena das em- que a liderança possa atingir o obje- ção de riscos; devem acompanhar a
presas não conseguirem bons resul- tivo esperado é o de conhecer e saber eficácia das soluções; devem sugerir
tados na prevenção de acidentes e motivar seus liderados. Nessa difícil novos patamares a serem atingidos a
doenças. Afinal, o papel da liderança tarefa de construir passo-a-passo partir do estabelecimento de objeti-
na gestão de riscos é fundamental e uma nova cultura de segurança, é vos e metas. “Enfim, a maior respon-
imprescindível. necessário saber enfrentar e transpor sabilidade dos Sesmts ou dos departa-
O engenheiro cita alguns pontos obstáculos sem que eles venham a mentos de SST nas organizações que
cruciais para que a liderança, de fato, ter o efeito de desencorajar as pes- buscam a interdependência em gestão
comprometa-se com a construção de soas. Para isso, líderes devem se de riscos não é realizar as tarefas, mas
a cultura de segurança organizacio- dedicar a um papel que nem sempre sim estabelecer os programas e recur-
nal. O primeiro e talvez o mais im- priorizam: conhecer individualmen- sos necessários para que as lideranças
portante, na sua visão, é que a orga- te as pessoas e saber quais são suas e os trabalhadores possam participar
nização, de forma deliberada e sin- características principais a fim de de forma ativa na gestão e eliminação
cera, queira atingir um novo patamar tratá-las como seres únicos que são. dos riscos de acidentes”. cipa

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cipa

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cipa qualidade de vida

Quando o ambiente
de trabalho consome
a saúde
ESTRESSE E DEPRESSÃO SÃO CADA VEZ MAIS COMUNS NO
AMBIENTE DE TRABALHO

POR DÉBORA LUZ | debora.luz@editoracasanova.com.br


FOTOS SHUTTERSTOCK E DIVULGAÇÃO

Pesquisas recentes revelam dados Hospital das Clínicas de São Paulo,


preocupantes em relação à qualidade 20% dos profissionais, entre 18 e 36
de vida do profissional em seu am- anos apresentam algum diagnóstico
biente de trabalho. Segundo análise de depressão. Desses, 33% precisa-
realizada pela ISMA (Internacional ram ficar afastados do trabalho por,
Stress Management Association), no mínimo 50 dias.
70% dos brasileiros sofrem com es- Para Marco Sérgio Martins, mé-
tresse. Este mal é causador de inú- dico e diretor da GTS Consultoria,
meros problemas relacionados ao tra- empresa especializada na gestão da
balho, tais como, absenteísmo, baixa qualidade de vida e bem estar por
produtividade, afastamentos por do- meio de programas voltados à obe-
ença e ambiente hostil. sidade, tabagismo e alcoolismo para
Outro dado alarmante é em rela- empresas e público final, “parte da
ção à depressão, que tem aumenta- responsabilidade em relação à quali-
do o índice de afastamento cada vez dade de vida do profissional cabe aos
mais em empresas pelo Brasil. Se- gestores. Mais do que prover novas
gundo o Instituto de Psiquiatria do atividades, desafios e até melhorias

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TRABALHO, SERIEDADE,
cipa qualidade de vida PARCERIA, SEGURANÇA E SAÚDE
- Prêmio Marca Brasil 2012
de Assessoria em Segurança
do Trabalho
- Compromisso com o cliente
- Qualidade
- Tradição
nários, pois é o conjunto de sintomas - Credibilidade
que apontam se uma empresa está do- Gestão de Segurança e
Saúde Ocupacional
ente do estresse”.
- PPRA e LTCAT
Para ele, promover programas - PCMAT
- PPP
preventivos seria a melhor solução. - PCMSO
“Muitas empresas hoje em dia adotam - CIPA
- Laudo Ergonômico
soluções rápidas como um simples - Laudo Elétrico
‘café da manhã’ com o diretor, ginásti- - Vasos sob pressão e caldeiras
- Pára-raios
ca laboral, convênios com academias e - Cursos e Treinamentos
Marco Sérgio Martins, até mesmo consultorias especializadas Clínicas próprias, rede credenciada
médico e diretor da GTS Consultoria em todo território Nacional.
em saúde corporativa, encarregadas CONTRATO DE TERCEIRIZAÇÃO
no mapeamento e acompanhamento COM ASSESSORIA PERMANENTE

na produtividade, é fundamental que da saúde de cada pessoa”.


estejam atentos a possíveis mudanças Martins explica que ao detectar
de comportamento”. algum problema no trabalhador, o
Sintomas como esquecimento re- gestor age primeiramente de forma
pentino, considerável perda ou ganho a dar apoio individualizado, ainda
de apetite, além de apatia, sonolên- mais se for um trabalhador isolado.
cia e outros fatores podem sinalizar Já em caso de um grupo, é primordial
depressão, que provém do estresse. analisar quais são os fatores que de-
“Problemas domésticos, conflitos no terminaram esse problema. “Muitas Tel.:(11) 2 1 8 2 . 4 1 8 2
local de trabalho, insatisfação e mui- vezes uma orientação à liderança é www.rochaassessoria.com.br
tos outros itens podem desencadear suficiente para melhorar todo o clima
uma mudança brusca de comporta-
mento e produtividade. É por essa ra-
da empresa.”
assine
zão que o gestor deve estar cada vez PROBLEMA AFETA INDIVÍDUOS
publicações
segmentadas
mais próximo de seus liderados”, diz E EMPRESAS
nas áreas de:
o especialista, que completa: “É bem
√ segurança do trabalho
melhor tratar um estresse na fase ini- A falta de qualidade de vida no
√ segurança patrimonial
cial do que tratar doenças provocadas trabalho pode gerar transtornos na
√ segurança contra incêndio
por ele”. vida dos profissionais e, consequen-
De acordo com Martins, o gestor temente, na vida das empresas. “Os
é parte integrante da empresa e, para problemas físicos aparecem com
que haja qualidade de vida no am- maior intensidade e o equilíbrio emo-
biente de trabalho, é necessário que cional fica bastante afetado”, alerta a
seja instituída uma política. Roberta Ribeiro, diretora clínica da
Cabe aos gestores a avaliação do CGP Brasil (Chestnut Global Part-
TRAGÉDIA EM
SANTA MARIA

TEM
CULPADOS?

clima organizacional e dos fatores que ners), empresa voltada para a concep-
o influenciam. Segundo o médico, ção e entrega de programas de Assis-
avaliar o nível de estresse dos funcio- tência ao Empregado, de Bem Estar e
nários deve ser um dos primeiros itens. Saúde Corporativa. Ela afirma que as
“Os sintomas do estresse podem apa- crises de estresse, descontentamento
recer de muitas formas, desde uma dor e irritação ficam mais intensas, o que
de cabeça até uma crise hipertensiva, afeta não só o rendimento pessoal,
dor nas costas, faltas sem justificati- mas também faz com que problemas
INFORMAÇÕES: (55) 11 5585-4355
vas. O importante é que o gestor esteja profissionais sejam levados para casa,
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atento ao comportamento dos funcio- afetando o relacionamento familiar. info@fieramilano.com.br
samara.andrade@fieramilano.com.br

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cipa qualidade de vida

Roberta Ribeiro,
diretora clínica da CGP Brasil

Momentos que envolvem, por


exemplo, diminuição das vendas,
contenção de despesas e cortes de
pessoal afetam a qualidade de vida
dos funcionários. Para Roberta, estes
problemas quase sempre aumentam o
estresse e a insegurança. “Eles inter-
ferem no bem estar do profissional, e
a intensa pressão por resultados pode em programas de qualidade de vida, “Parece andar na contramão pedir aos
ter o efeito reverso de aumentar o es- ele ganha saúde, equilíbrio e desen- gestores das empresas pensarem em
tresse e reduzir a produtividade. Este volvimento. Já as empresas ganham promover prevenção de estresse, po-
bem estar também é afetado se a em- produtividade, engajamento, compro- rém por meio de atitudes simples (um
presa não oferece condições mínimas metimento e criatividade dos seus co- local para relaxamento, um grupo de
de infraestrutura física, banheiros, laboradores. Mas, quem mais ganha teatro, um passeio durante o expedien-
água, ventilação, iluminação adequa- com isso é a própria sociedade que te), a empresa é capaz de reduzir esse
da, localização, etc.”, complementa. contará com pessoas mais saudáveis e dano que faz tanto mal”.
Programas de qualidade de vida criativas para encontrar soluções para “Outra forma de ajudar a geren-
podem ser considerados uma boa fer- nossos desafios globais”, assegura ciar o estresse é a pausa compensató-
ramenta para a motivação de funcio- Roberta que finaliza: “Empregado fe- ria lúdica, onde além de garantir pre-
nários, uma vez que ensina a pessoa liz é empregado produtivo”. venção as LERs (Lesões por esforços
a gostar de si própria e se valorizar. repetitivos) e DORTs (Distúrbios Os-
Não é necessário um grande investi- COMO LIDAR E PREVENIR teomusculares Relacionados ao Tra-
mento para implantar um programa balho), também descontrai e melhora
deste na empresa. “Programas que “Hoje em dia é impossível viver o relacionamento entre os colegas”,
promovam a saúde física e mental dos sem estresse. O que devemos aprender destaca o diretor da GTS Consultoria.
colaboradores como os de assistência é gerenciar esse mal, para que ele não Para finalizar, Marco Sérgio dei-
ao empregado, que fornecem supor- se torne uma doença física e/ou men- xa a dica: “Estamos falando de vida
te psicossocial, financeiro e legal, e tal”, relata o médico Marco Sérgio acima de tudo. Antes de profissionais,
os programas de gerenciamento de Martins, que afirma que existem várias essas pessoas - como todos - tam-
estresse e descompressão, são muito formas de gerenciar o estresse. Uma bém têm família, contas, cansaço e
bem vindos”, afirma a diretora clínica delas é ter um local reservado para o sonhos. É preciso respeitar o tempo
da CGP Brasil. funcionário “descansar” no máximo e espaço de cada um para que todos
O bem-estar dos funcionários é 20 minutos. Esse local deve ser deco- passem a conviver bem e possamos
benéfico tanto para a empresa quan- rado de forma diferente do ambiente reduzir esse quadro de doenças gera-
to para o profissional. “Investindo de trabalho, com música relaxante. das a partir do ambiente de trabalho”. cipa

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cipa

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cipa
adicional

Como evitar o adicional


de periculosidade pelo
Anexo 4 da NR-16?
POR SERGIO ANCONA LOPEZ E JOSÉ CARLOS MARTINS

Analisando a íntegra da Portaria operador dessas funções como "tra-


1.078 do MTE de 16 de julho de 2014, balhador que executa suas ativida-
que aprova o Anexo IV - Atividades des ou operações em instalações ou
e Operações Perigosas com Energia equipamentos elétricos”, e não es-
Elétrica da NR-16, entende-se que pecificamente “eletricista”, ou seja,
seu principal objetivo foi tornar mais o adicional poderá ser devido a um
objetivos os critérios que definirão se funcionário não eletricista, desde
é periculosa ou não as atividades ou que ele esteja executando alguma
operações em instalações elétricas ou atividade ou operação que normal-
serviços elétricos. mente é delegada a um eletricista e
Inicialmente, o novo anexo que agora venha a ser considerada
abrange as atividades de sistema elé- periculosa, a exemplo, os mecânicos
trico de potência (antes do relógio de de manutenção de equipamentos.
medição, portanto, na concessioná-
ria, na usina etc.) e as atividades no QUEM TEM DIREITO AO
sistema elétrico de consumo (após o ADICIONAL DE PERICULOSIDADE?
relógio de medição, como é o caso
dos consumidores de energia elétrica A Portaria é clara ao definir
da distribuidora), e também trata o que, se a atividade for executada

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cipa
adicional

em instalações ou equipamentos MEDIDAS PARA ELIMINAR sários e dos treinamentos específicos


elétricos energizados em alta ten- A PERICULOSIDADE implementados. A não existência des-
são, ela é periculosa. EM BAIXA TENSÃO te programa já é fator decisivo para a
Por definição da NBR-5410 da caracterização de periculosidade.
ABNT, alta tensão é aquela acima O tópico c, do item 1, define que Além disso, outra operação que
de 1.000 volts para corrente alter- as atividades ou operações em ins- não é considerada periculosa é aque-
nada. Portanto, atividades de eletri- talações ou equipamentos elétricos la que envolve o uso de extra baixa
cistas ou de não eletricistas no inte- energizados em baixa tensão (110, tensão, presente em pilhas, pequenas
rior de uma Cabine Primária ener- 220, 380 ou 440 volts), típicos de baterias e dínamos de bicicleta, con-
gizada a 13.800 volts, por exemplo, instalações industriais são periculo- forme definição da ABNT.
configura atividade periculosa, sas na ausência ou descumprimento As atividades elementares, como
salvo se for exposição eventual ou do item 10.2.8 da NR-10. ligar e desligar interruptores ou ligar
caso fortuito. Em outras palavras, deverão ser e desligar aparelhos eletroeletrôni-
Dessa forma, o controle das ati- aplicadas as medidas de proteção cos, também não são consideradas
vidades por meio de registros de coletiva, mediante procedimentos periculosas, desde que estejam em
entrada, tempo de permanência e nas atividades a serem desenvolvi- conformidade com as normas técni-
definição das atividades locais dos das. A primeira medida é a desener- cas estabelecidas.
colaboradores que adentrem recintos gização elétrica por meio, principal- Fica claro a aproximação que o
com presença de alta tensão, é fun- mente, do tratamento e etiquetagem, Anexo IV da NR-16 faz com a NR-10,
damental para análise e conclusão se previstos no item 10.5 da NR-10. e nesse sentido um bom atendimento
a exposição é intermitente ou even- Em sua impossibilidade deve-se em- às normas técnicas vigentes, e em es-
tual. Se considerada intermitente, o pregar a tensão de segurança. Caso pecífico à NR-10, podem eliminar a
Anexo IV é categórico ao equipará-la não seja possível a adoção das duas periculosidade nas atividades dos ele-
à exposição permanente. medidas anteriores, a isolação das tricistas ou de quem, não sendo eletri-
E quanto os serviços em proxi- partes vivas, o uso de obstáculos, cista, está sujeito aos riscos em decor-
midade? No Anexo II do tópico 10- de barreiras, de sinalização, de sis- rência de instalações elétricas.
14 da Portaria 3214/78, do MTE, tema de seccionamento automático Tópicos fundamentais que de-
são apresentados os conceitos de de alimentação e o bloqueio de re- vem ser rigorosamente atendidos é
Zona Livre (ZL), Zona Controlada ligamento automático, por exemplo, o de ter um excelente programa de
(ZC) e Zona de Risco (ZR) e como devem ser aplicados. travamento e etiquetagem de chaves
se estabelece o vínculo entre as Zo- Outra medida importante é a exe- elétricas e disjuntores, e de dispor
nas e os níveis de voltagem. Como cução do aterramento, que deve ser de excelente tecnologia quanto à
conceito geral, quanto maior a vol- conforme regulamentação estabele- proteção coletiva, através de bons
tagem, maiores são as Zonas. cida pelos órgãos competentes. aterramentos e outras medidas que
Voltando ao exemplo anterior impeçam o contato direto com com-
da Cabine Primária de 13.800 QUEM NÃO DEVE RECEBER O ponentes energizados.
volts, e aplicando a tabela presente ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
no mesmo tópico (10-14 do Anexo SERGIO ANCONA LOPEZ
II), a ZR é de 38 cm enquanto a Por outro lado, também fica claro é engenheiro químico, de
ZC é de 138 cm. Já a ZL, que se na Portaria 1.078 os casos em que não segurança do trabalho e
diretor-técnico da ALEC En-
inicia a uma distância superior da é devido o pagamento do adicional de genharia. sergioancona@
ZC, será toda aquela a uma dis- periculosidade. É evidente que a aná- alecconsultoria.com.br
tância maior de 138 cm, para esse lise da periculosidade fica vinculado
JOSÉ CARLOS MARTINS
exemplo. E, para a Portaria 1.078, a ter um programa de travamento e é engenheiro eletricista e
no item b, tópico 1, somente os etiquetagem (LOTO), e sua respecti- de segurança do trabalho
da ALEC Engenharia. alec@
serviços realizados em ZL serão va auditoria, evidenciando que a em- alecconsultoria.com.br
considerados não periculosos. presa dispõe dos equipamentos neces- cipa

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cipa

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cipa meio ambiente e sustentabilidade

Novas exigências
ambientais para
financiamentos
TELMA BARTHOLOMEU
SILVA
Advogada sênior da
bancários
área de Meio Ambiente POR TELMA BARTHOLOMEU SILVA
e Desenvolvimento
Sustentável do escritório
AIDAR SBZ, especialista As reflexões a seguir têm por ob- responsabilidade civil, já que nesta é
em Meio Ambiente
pela escola Superior do jetivo trazer alguns posicionamentos o patrimônio do causador do dano, o
Ministério Público de São sobre a responsabilidade ambiental denominado “responsável” que será
Paulo, mestre em Direito
Econômico e Financeiro das instituições financeiras e como afetado para recompor a situação ao
– área de concentração isto pode afetar os empresários, nos estado anterior à ocorrência do dano
Meio Ambiente –
auditora ambiental seus negócios do dia a dia. (se possível) e/ou indenizar vítimas
internacional, professora, É importante que o empresariado diretas ou terceiros afetados pelo epi-
consultora e palestrante.
fique bem atento às novas exigências sódio danoso.
ambientais que podem ser adotadas Neste cenário, ao longo do tempo,
pelas instituições financeiras, como a doutrina e a jurisprudência do direi-
condicionantes para obtenção de fi- to ambiental vem evoluindo para que
nanciamentos aos seus projetos. se identifique e se busque a reparação
Sabe-se que uma vez ocorrido o e/ou indenização dos responsáveis di-
dano ambiental, em geral, estamos retos, mas também dos indiretos.
diante de algo de difícil reparação, Desta forma, queremos alertar os
em virtude não só da degradação do interessados em obter financiamen-
meio ambiente em si e da dificuldade to para projetos que podem causar
de repor o equilíbrio ecológico dos algum impacto ambiental, desde a
recursos naturais afetados, mas tam- ampliação de uma fábrica até a ins-
bém de uma amplitude de vítimas. talação de uma nova planta, porque,
Assim, verifica-se que a teoria da a partir de agora, o acesso aos recur-
responsabilidade civil pelo dano am- sos financeiros estará cada vez mais
biental foi adquirindo importância, cercado de variáveis ambientais e
com o tempo, por meio da implemen- condições que o empresariado deverá
tação de tutelas específicas, princí- apresentar às instituições financeiras.
pios e contornos próprios, e políticas Isto porque, especificamente, no
ligadas à área ambiental. tocante à responsabilidade ambiental
Importante lembrar que uma vez dos financiadores, o tema, que já vi-
ocorrido o dano ambiental o causador, nha sendo amplamente discutido no
também conhecido no nosso sistema cenário internacional e também na-
como responsável, pode ser penaliza- cional, ganhou importância entre nós,
do em três esferas: na civil, na admi- culminando, no ano passado com a
*
CORRESPONDÊNCIA PARA A SEÇÃO
nistrativa e na penal, cada qual com publicação da Resolução Bacen  n0
suas punições e implicações próprias. 4.327, de 25 de abril de 2014, a qual
MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE
telmabsadv@yahoo.com.br Optamos neste artigo em focar na dispõe sobre as diretrizes que devem

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cipa meio ambiente e sustentabilidade

financiamento de projetos de grande


vulto, os quais precisam ter uma série
de requisitos atendidos para a libera-
ção do financiamento pretendido.
No Brasil, desde a publicação da
Lei 6.938/81 – Lei da Política Nacio-
nal de Meio Ambiente - o artigo 12 já
previa a necessidade dos interessados
em financiamentos e/ou incentivos
cumprirem regras de licenciamento
ambiental e normas do Conama (Con-
selho Nacional do Meio Ambiente).
Neste sentido, o art. 12 prevê:
“As entidades e órgãos de finan-
ciamento e incentivos governamentais
ser observadas no estabelecimento e outras, até o meio de 2015. condicionarão a aprovação de projetos
na implementação da Política de Res- Em um primeiro momento, pode habilitados a esses benefícios ao li-
ponsabilidade Socioambiental pelas soar um pouco estranho uma institui- cenciamento, na forma desta Lei, e ao
instituições financeiras e demais ins- ção financeira ser responsabilizada cumprimentos das normas, dos critérios
tituições  autorizadas a funcionar pelo por um dano ambiental de um projeto e dos padrões expedidos pelo Conama.
Bacen (Banco Central do Brasil). que financiou, mas a evolução do tema Parágrafo único. As entidades e órgãos
Esta Resolução traz uma “lição de caminhou para este posicionamento, referidos no caput deste artigo deverão
casa” para os bancos e demais institui- principalmente a partir dos movimen- fazer constar dos projetos a realização
ções financeiras se adequarem às práti- tos das ONGs internacionais contra de obras e aquisição de equipamentos
cas de responsabilidade socioambiental financiamentos de projetos poluidores destinados ao controle de degradação
nos seus negócios e nas relações com as que levaram às instituições perceberem ambiental e à melhoria da qualidade do
partes interessadas. a necessidade de criar maior conscien- meio ambiente.”
No entanto, além da Resolução tização e políticas ambientais satisfató- Daí a importância e atualidade
foi publicado o Normativo SARB n0 rias dentro das grandes corporações. do tema, para que todos aqueles que
14/2014, da Febraban (Federação Bra- Neste sentido, o Banco Mundial pretendam um financiamento ou que
sileira de Bancos), de modo que, se a e o IFC (International Finance Cor- por ventura tenham alguma institui-
Resolução é mais voltada às instituições poration) criaram, juntamente com ção financeira como participante do
financeiras, que estas se estruturem e as maiores instituições financeiras do negócio, como investidor, saibam
possam avaliar seus tomadores de cré- mundo, um padrão internacional para claramente a quais exigências estarão
dito e/ou parceiros sob a ótica ambien- tratamento dos riscos e danos causa- submetidos para que não sejam “exi-
tal. O normativo diz como fazer e o que dos ao meio ambiente no financia- gidos” além do necessário e tampouco
pode ser exigido dos tomadores de cré- mento de projetos, o que deu origem tenham o seu financiamento superva-
dito daqui pra frente, com previsão de aos Princípios do Equador no ano lorizado com taxas extras.
cláusulas mínimas que devem constar de 2003, a partir do qual as empre- Atualmente, a questão ganha con-
dos contratos celebrados. sas interessadas em obter recursos no tornos de avaliação com critérios mais
Assim, o momento para entender a mercado financeiro deveriam incor- específicos e o financiador vai analisar
amplitude disso tudo, o impacto destas porar medidas e políticas ambientais nas operações sujeitas ao gerenciamen-
novas considerações na relação com as preventivas e reparadoras eficazes no to do risco socioambiental não só os
instituições financeiras e de se adequar desenvolvimento de seus projetos. aspectos legais e riscos de crédito, mas
é agora, pois, desde fevereiro deste Os Princípios do Equador são en- também os riscos de reputação.
ano algumas instituições já devem tendidos como diretrizes socioambien- No entanto, o que é o tal risco so-
atuar observando estas novas regras e, tais que os bancos devem observar no cioambiental que levará às operações

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cipa meio ambiente e sustentabilidade

não faz quando deveria fazer, quem


deixa fazer, quem não se importa que
façam, quem financia para que façam,
e quem se beneficia quando outros fa-
zem”. (grifo nosso)
Atualmente, de acordo com a Reso-
lução nº 4.327, fixando diretrizes para
a implementação da PRSA (Política
de Responsabilidade Socioambiental)
pelas instituições financeiras e demais
instituições autorizadas a funcionar
pelo Bacen, as instituições financeiras
e demais autorizadas devem manter es-
trutura de governança compatível com
o seu porte, a natureza do seu negócio,
a complexidade de serviços e produtos
oferecidos, bem como as atividades,
a terem estas avaliações? nômicas e ambientais rumo ao desen- processos e sistemas adotados a fim de
Em linhas gerais podemos entender volvimento sustentável, assinando para assegurar o cumprimento das diretrizes
o risco socioambiental como o potencial tanto o Protocolo Verde. e dos objetivos da PRSA.
dano que uma atividade econômica pode Desde então, as instituições fi- Por outro lado, o normativo SARB
causar à sociedade e ao meio ambiente. nanceiras, autarquias e demais órgãos nº 14/2014 da Febraban estabelece
Neste sentido, se pensarmos nas públicos deveriam incluir a variável cláusulas contratuais que, no mínimo,
instituições financeiras a maior parte ambiental como um requisito para o devem constar nas negociações com
dos riscos socioambientais associados deferimento de crédito às empresas, o as partes interessadas dentre as quais
às instituições financeiras são indire- que representou um grande avanço na destacam-se, além da regra genérica
tos e advém das relações de negócios questão da responsabilidade ambiental das obrigações do tomador observar a
incluindo aquelas com a cadeia de das grandes empresas e bancos. legislação ambiental aplicável, também
fornecimento e com os clientes, por No entanto, a questão da respon- a previsão do tomador ter que monito-
meio de atividades de financiamento sabilidade objetiva por danos cau- rar suas atividades de forma a identifi-
e investimento. sados ao meio ambiente só veio a se car e mitigar impactos ambientais não
 Seguindo esta linha de raciocínio, o consolidar entre os tribunais com o antevistos no momento da contratação
§1º do art. 14 da Lei 6.938/81 estabelece julgamento, no STJ (Superior Tribu- do crédito e também a obrigação de o
ao poluidor direto ou indireto a obriga- nal de Justiça) do Recurso Especial nº tomador monitorar seus fornecedores
ção de reparar a integralidade dos danos 650.728-SC , no qual o ministro An- diretos e relevantes no que diz respeito
causados ao meio ambiente e aos tercei- tônio Herman Vasconcellos Benjamin a impactos ambientais.
ros afetados por sua atividade, indepen- se manifestou no sentido de que, uma Atentas a todas essas exigências,
dentemente da existência de culpa. vez constatado o nexo causal entre as empresas que tenham interesse em
 Assim, em 1995, na tentativa de a ação e a omissão do agente com o usufruir de recursos financeiros, con-
responsabilizar as instituições financei- dano ambiental, surgirá, objetivamen- cedidos por instituições financeiras
ras sobre os danos causados ao meio te, o dever de promover a recuperação com políticas ambientais próprias,
ambiente pelas atividades que financia- da área afetada, bem como de reparar devem estar bem assessoradas.
vam, o governo federal e os principais eventuais danos remanescentes. O fato é que a variável ambiental
bancos públicos federais brasileiros, sob Destaca-se que a decisão consi- veio para ficar e vai permear todas
a liderança do BNDES (banco Nacional dera que para o fim de apuração do as relações das empresas com as insti-
do Desenvolvimento), se reuniram a nexo de causalidade do dano ambien- tuições financeiras e quanto a isto não
fim de compatibilizar as políticas eco- tal, equiparam-se: “(...) quem faz, quem há mais nenhuma dúvida.

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cipa legislação em SST

Adicional de
insalubridade: salário
mínimo ou salário base?
MARCOS HENRIQUE
MENDANHA

Médico especialista em
medicina do trabalho,
medicina legal e perícia
médica. Advogado
especialista em direito do
trabalho, perito judicial,
assistente técnico e
coordenador do CENBRAP
(Centro Brasileiro de Pós-
Graduações)

O art. 192 da CLT assim coloca: adicional de insalubridade deveria ser


“O exercício de trabalho em condi- pago sobre salário mínimo profissio-
ções insalubres, acima dos limites de nal, e na ausência dele, sobre o salá-
tolerância estabelecidos pelo MTE rio mínimo nacional. Por esse enten-
(Ministério do Trabalho e Emprego), dimento, por exemplo, os médicos,
assegura a percepção de adicional sendo vinculados ao regime celetista
respectivamente de 40%, 20%  e 10% e fazendo jus ao adicional de insalu-
do salário mínimo da região, segundo bridade, deveriam recebê-lo mediante
se classifiquem nos graus máximo, porcentagens sobre o salário mínimo
médio e mínimo.” profissional dessa categoria, ou seja,
Pelo texto celetista (a redação do três vezes o salário mínimo vigente
art. 192 é de 1977), o adicional de in- (atualmente, R$ 1.866,00), com ful-
salubridade deve ser pago por porcen- cro no art. 5 da Lei 3.999/1961.
tagens sobre o salário mínimo. No en- Todavia, em 2008, o STF (Su-
tanto, a Constituição Federal de 1988, premo Tribunal Federal), após
em seu art. 70, inciso IV, proibiu que o análise do processo RE-565.714-
*
CORRESPONDÊNCIA PARA A SEÇÃO
salário mínimo seja um fator de inde- SP, editou a Súmula Vinculante n0
xação para qualquer pagamento. 4, e pela qual, o adicional de insalu-
LEGISLAÇÃO EM SST
marcos@asmetro.com.br
Em 2003, o TST (Tribunal Supe- bridade deveria ser pago de forma
rior do Trabalho), por meio da Súmu- uniforme, à todos os trabalhadores
la 17, combinada com Súmula 228, que fizessem jus a esse adicional,
pacificou o entendimento de que o sobre porcentagem incidente sobre

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cipa legislação em SST

o salário básico (e não sobre o sa- prema Corte adotou técnica decisória beleça uma base de cálculo diferente
lário mínimo). A justificativa usada conhecida no direito constitucional do salário mínimo, para efeitos de
pelo STF, foi a adequação do art. alemão como declaração de incons- pagamento do adicional de insalu-
192 da CLT ao art. 70, inciso IV, do titucionalidade sem pronúncia da nu- bridade. Atualmente, existem vários
texto constitucional. lidade (Unvereinbarkeitserklärung), projetos de lei tramitando no Con-
Mas também em 2008, a CNI ou seja, a norma, não obstante ser gresso Nacional que buscam a alte-
(Confederação Nacional da Indús- declarada inconstitucional, continua ração do art. 192 da CLT, no sentido
tria) entrou com uma Reclamação no a reger as relações obrigacionais, em de que haja uma adequação ao texto
STF (n0 6266) requerendo suspensão face da impossibilidade de o Poder constitucional, e que o adicional de
da aplicação da Súmula Vinculante Judiciário se substituir ao legislador insalubridade não mais seja pago so-
n0 4, e do novo texto da Súmula 228 para definir critério diverso para a bre percentuais do salário mínimo.
do TST. Argumentos: insegurança regulação da matéria. Desde então, Curioso: há mais de 20 anos que
jurídica e perigo de acréscimo ex- para os trabalhadores do direito nossos congressistas tentam adequar
traordinário de demandas judiciais. privado (celetistas), o adicional de o art. 192 da CLT ao texto constitu-
Concordando com a CNI, o minis- insalubridade continua sendo pago cional, e não conseguem. Estranho,
tro Gilmar Mendes desfez então a sobre o salário mínimo (e não sobre não? Nos faz pensar: em Brasília
eficácia da Súmula Vinculante n0 4 o salário base), o que ocorre até os temos representantes de menos da
do próprio STF, deferindo a liminar dias de hoje.  classe trabalhadora ou representan-
proposta pela Confederação pela não Pelo que vimos, os tribunais tes demais da classe empregadora?
aplicação da referida súmula. A Su- aguardam uma norma legal que esta- Reflitamos sobre. cipa
cipa
vetor

Dengue, Chikungunya,
verão e águas
O Brasil está enfrentando um perí- uma palavra em makonde (povo que
LUCIA SCHULLER
odo de muitas dificuldades, com gran- habita a África Oriental) que significa
Bióloga e mestre em des escândalos no âmbito do governo. “aqueles que se dobram”, descreven-
saúde púbica Estão caindo as máscaras dos políticos do a aparência encurvada de pacientes
hipócritas e, em decorrência disso e do que sofrem de artralgia - dor nas arti-
desejo de poder, a população começa culações - intensa.
também a enfrentar a escassez da água. Segundo informações de infectolo-
Essa carência atinge todo o Sudeste gistas da Fiocruz (Fundação Oswaldo
podendo se espalhar pelo Brasil já que Cruz) o trânsito do vírus já está sendo
o planeta está nitidamente passando por monitorado pelo governo brasileiro há
uma transformação importante. Seja ela alguns anos e esse monitoramento, de
simplesmente um fenômeno da nature- certa forma, retardou a sua chega ao
za, cíclico, ou uma consequência do des- Brasil. Em entrevista extensa ao pro-
matamento desmedido na Amazônia, o grama “Ligado em Saúde” do canal
fato é que uma crise jamais vista se apro- Saúde da Fiocruz a infectologista Oti-
xima das grandes capitais do País. lia Lupi fez uma análise muito abran-
Para piorar a situação a dengue gente e esclarecedora da situação atual
ressurge com força total e desta vez da presença do vírus Chikungunya em
não mais sozinha e sim acompanhada nosso País. É recomendado assistir à
do vírus Chikungunya que entrou no sua explicação que está no endereço
Brasil ano passado e já vitimou mi- http://www.canal.fiocruz.br/video/in-
lhares nos países do Caribe e América dex.php?v=Chikungunya-LES-1721.
Latina. O vírus começou a circular na O vírus Chikungunya provoca uma
África Oriental e desde então vem mi- infecção com sintomatologia de febre,
grando para outros países. Só na Índia dores de cabeça, náuseas, quase to-
causou mais de um milhão de casos. dos os sintomas semelhantes aos da
O nome Chikungunya deriva de dengue, porém o excesso de dores ar-

*
CORRESPONDÊNCIA PARA A SEÇÃO

VETOR
Alameda Dom Pedro de Alcântara, 618 - CEP
09771-281 - São Bernardo do Campo - SP
info@abcexpurgo.com.br
Dengue

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cipa
vetor

a saúde pública.
O mais sério de tudo isso é que a
população está sem informação sobre
a realidade da situação. O governo e
os políticos buscam tapar o sol com
a peneira, num esforço de manter a
sua hegemonia e a sua popularidade,
esquecendo-se de que o desgaste será
muito maior se a população continuar
desavisada da realidade.
Já se faz necessário um plano B,
que enfrente essa situação nunca vista,
mas que pode pôr as cidades dentro de
um caos e desordem difíceis de conter.
Chikungunya Talvez uma das declarações mais
ticulares indica a presença do vírus. importante é a água. Sem água não há desastrosas foi a de uma alta autori-
Essas dores podem permanecer até vida. Nossos corpos são formados por dade do governo federal dizer que
por um ano no paciente, mesmo após 80% de água, dependemos dela para “Deus é brasileiro”, um deus que
a eliminação do vírus. O tratamento cultivar alimentos, para a higiene pesso- mesmo quando erramos tanto ele
dos pacientes é sintomático a exemplo al e para beber. A água é usada na indús- nos perdoa e nos dá o que queremos,
do que ocorre com a dengue, porém tria nos seus procedimentos produtivos como filhos mimados. Pode ser que
não necessita de tanta hidratação quanto em larga escala. em algumas camadas da sociedade
precisam os pacientes diagnosticados A população corre então em peso às cuja religiosidade haja concordância
com dengue. Segundo informações da lojas de materiais de construção atrás de com esse absurdo mas, certamente,
Fundação Oswaldo Cruz o diagnóstico caixas d’água de todos os tamanhos, va- está muito longe da realidade.
entre um e outro vírus pode confundir o silhames, tambores, tudo que possa ar- Segundo a própria Sabesp, por
médico assistente já que os sintomas são mazenar a pouca água que as torneiras meio de seus interlocutores, só tere-
muito semelhantes. liberam ou da chuva. mos água até março em São Paulo. E
Outro aspecto importante que vem O foco agora é armazenar água a depois, o que virá?
sendo divulgado é o fato das populações todo o custo, o que é bastante compre- Enquanto os nossos governantes não
nunca terem sido expostas a esse vírus ensível. Porém um novo problema se decidem o que falar para a população, é
o que coloca todos os brasileiros vulne- avizinha: a armazenagem acelerada de importante que seja observado que as re-
ráveis à infecção. É esperada uma alta água em vasilhames ou reservatórios servas de água, sejam elas quais forem,
incidência da doença em razão da ampla que não estejam bem protegidos vai precisam estar devidamente protegidas
dispersão do mosquito transmissor que dinamizar a proliferação do mosquito da presença de insetos com tampas bem
é o Aedes Aegypti. Além disso um outro Aedes Aegypti e até do Culex spp. Este vedadas. Não podemos esquecer que os
mosquito, o Aedes Albopictus também último ovipõe em água parada com mosquitos também costumam acessar
pode transmitir o mesmo vírus. A dife- poluição ou com resíduos e, como o interior das caixas de água através do
rença entre eles é que o Aedes Aegypti nem sempre a água estará potável ou cano de descarga ou ladrão, e lá dentro
possui hábitos domiciliares, ou seja, filtrada, pode haver uma explosão colocam os seus ovos.
vive dentro das casas e o A. albopictus também dessa espécie de mosquito Agora, mais do que nunca, temos
habita mais em bordas de florestas. que não alberga esses vírus, porém todos de estar atentos ao mosquito da
Essa mistura de acontecimentos, de carrega outros vírus como o da encefa- dengue que também transmite a febre
um novo vírus e da falta de água, são lite, por exemplo. Situação de extrema Chikungunya, ainda desconhecida
duas forças importantes que afetam a gravidade se avizinha e faz-se neces- para os brasileiros, porém cuja recu-
população, porém os vírus acabam fi- sária um trabalho intenso pelas autori- peração é bastante prolongada.
cando em segundo plano já que o mais dades de vigilância e de educação para E que Deus nos proteja!

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NR-12: histórico e
cumprimento
ACIDENTES COM MÁQUINAS SÃO MUITOS E PODERIAM SER
REDUZIDOS COM MAIOR CONHECIMENTO E APLICAÇÃO
DA NORMA

POR LEANDRO BOTEGA DE SOUSA

Medidas preentivas evitam acidentes

Foi no período da presidência de Ge- V do título II da CLT, relativo à Segu-


túlio Vargas que se instituiu a chamada rança e Medicina do trabalho e outras
CLT (Consolidação das Leis do Traba- proveniências conforme segue:
lho) pelo Decreto-Lei 5452, de 1° de Art. 157- Cabe às empresas:
maio de 1943, que se refere ao direito do I – Cumprir e fazer cumprir as
trabalho e ao direito processual do mes- normas de Segurança e Medicina
mo, que unificou toda a legislação traba- do Trabalho.
lhista então existente no País e implan- II – Instruir os empregados, atra-
tou, por exemplo, o salário mínimo, a vés de treinamentos ou palestras,
jornada de trabalho, entre outros. Nessa quanto às precauções a tomar no sen-
época, começa a redução dos abusos aos tido de evitar acidentes do trabalho ou
direitos dos trabalhadores e consequen- doenças ocupacionais.
temente a redução dos acidentes. Art. 158 - Cabe aos empregados:
Em 22 de dezembro de 1977, com I – Observar as normas de Segu-
a Lei nº 6514, foi alterado o capítulo rança e Medicina do Trabalho.

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II – Colaborar com a empresa O Ministro de Estado do Traba- NORMAS REGULAMENTADORAS


na aplicação dos dispositivos deste lho, no uso de suas atribuições legais, NR-1 – Disposições Gerais
capítulo. considerando o disposto no art. 200, NR-2 – Inspeção Prévia
Da Lei 6514, seção XI, das Má- da consolidação das Leis do Trabalho, NR-3 – Embargo e Interdição
quinas e Equipamentos, escrita em com redação dada pela Lei n.º 6.514, NR-4 – Serviço Especializado em Segurança
e Medicina do Trabalho – SESMT
1967 e nova redação em 22 de de- de 22 de dezembro de 1977, resolve:
NR-5 – Comissão Interna de Prevenção de
zembro de 1977, nos informa: Art. 1º - Aprovar as Normas Re- Acidentes – CIPA
Art. 184 – As máquinas e os gulamentadoras – NRs – do Capítulo NR-6 – Equipamento de Proteção
equipamentos deverão ser dotados V, Título II, da Consolidação das Leis Individual – EPI
de dispositivos de partida e parados do Trabalho, relativas à Segurança e NR-7 – Exames Médicos
NR-8 – Edificações
quando se fizerem necessários para Medicina do Trabalho:
NR-9 – Riscos Ambientais
a prevenção de acidentes do traba- Este texto não substitui a publica- NR-10 – Instalações e Serviços de Eletricidade
lho, especialmente quanto ao risco de ção original. NR-11 – Transporte, Movimentação,
acionamento acidental. No decorrer dos anos estas nor- Armazenagem e Manuseio de Materiais
Parágrafo único – É proibida a mas regulamentadoras começaram NR-12 – Máquinas e Equipamentos
fabricação, a importação, a venda, a a ser mais exigidas pelos órgãos fis- NR-13 – Vasos Sob Pressão
NR-14 – Fornos
locação e o uso de máquinas e equi- calizadores e consequentemente de
NR-15 – Atividades e Operações Insalubres
pamentos que não atendam ao dispos- maior valia como instrução para o NR-16 – Atividades e Operações Perigosas
to neste artigo. atendimento da legislação vigente. NR-17 – Ergonomia
Art. 185 – Os reparos, limpeza e Logo algumas empresas com cultura NR-18 – Obras de Construção, Demolição,
ajustes somente poderão ser executa- mais desenvolvida em segurança e e Reparos
NR-19 – Explosivos
dos com as máquinas paradas, salvo saúde do trabalho também começa-
NR-20 – Combustíveis Líquidos e
se o movimento for indispensável à ram a buscar atendê-las. Inflamáveis
realização do ajuste. Na lista citada ao lado, das nor- NR-21 – Trabalhos a Céu Aberto
Art. 186 – O Ministério do Tra- mas regulamentadoras, se encontra a NR-22 – Trabalhos Subterrâneos
balho estabelecerá normas adicionais NR-12, foco deste trabalho. Ela é di- NR-23 – Proteção Contra Incêndios
sobre proteção e medidas de seguran- recionada à segurança em máquinas NR-24 – Condições Sanitárias dos Locais
de Trabalho
ça na operação de máquinas e equipa- e equipamentos e busca reduzir o nú-
NR-25 – Resíduos Industriais
mentos, especialmente quanto à pro- mero de acidentes e dar maior digni- NR-26 – Sinalização de Segurança
teção das partes móveis, distância en- dade e valorização aos trabalhadores. NR-27 – Registro de Profissionais
tre estas, vias de acesso às máquinas e Com a norma divulgada, aprovada NR-28 – Fiscalização e Penalidades
equipamentos de grandes dimensões, e possuindo força de lei, verificou-se NR-29 - Segurança e Saúde no Trabalho
Portuário
emprego de ferramentas, sua adequa- que o número de afastamentos gerados
NR-30 - Segurança e Saúde no Trabalho
ção e medidas de proteção exigidas por acidentes dava sinais de redução, Aquaviário
quando motorizadas ou elétricas. ainda que os valores continuassem NR-31 - Segurança e Saúde no Trabalho
Já em 8 de julho de 1978, com a altos, necessitando detalhar melhor. na Agricultura, Pecuária Silvicultura,
Portaria n° 3.214, foram aprovadas as Cabe salientar que, quanto maior o Exploração Florestal e Aquicultura
Normas Regulamentadoras (NRs), do número de acidentes com afastamento NR-32 - Segurança e Saúde no Trabalho
em Estabelecimentos de Saúde
capítulo V, Título II, da CLT, relativas e óbito, maior o valor que o INSS de-
NR-33 - Segurança e Saúde no Trabalho
à Segurança e Medicina do Trabalho. verá desembolsar para sustentar estes em Espaços Confinados
Resolve: Art. 1° Aprovar as Normas trabalhadores ou seus familiares. NR-34 - Condições e Meio Ambiente de
Regulamentadoras. Trabalho na Indústria da Construção e
Aprovada as Normas Regulamen- PARADOXO: Reparação Naval
NR-35 - Trabalho em Altura
tadoras – NRs – do Capítulo V, Título ACIDENTES X MORTES
NR-36 - Segurança e Saúde no Trabalho
II, da Consolidação das Leis do Tra- em Empresas de Abate e Processamento de
balho, relativas à Segurança e Medi- Enquanto o número de acidentes Carnes e Derivados
cina do Trabalho. diminui, o número de mortes se man-

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prevenção

tém constante. Aventa-se a hipótese


de que isso seja devido à possibili-
dade de não se registrar os acidentes,
enquanto que as mortes não podem
passar sem registro.
No início da década de 80, entida-
des representativas dos trabalhadores
começaram a expressar preocupação
com o sofrimento das vítimas de aci-
dentes de trabalho. A maior parte dos
acidentes com os membros superio-
res se originava nas prensas e simila-
res. No final da década de 80, com o
apoio da então Delegacia Regional do
Trabalho/SP, Magrini e colaboradores
pesquisaram condições de trabalho
com prensas mecânicas nas indústrias
da Zona Norte da cidade de São Pau-
lo, revelando que 91% destas máqui-
nas eram do tipo engate de chaveta,
38% exigiam ingresso das mãos dos
operadores nas zonas de prensagem
e 78% apresentavam a zona de pren-
sagem aberta (sem proteção). Esta
situação gerava o elevado número de
acidentes graves apresentados nas es-
tatísticas da Previdência Social.
Buscando reverter esta situação,
de 1993 a 1995, a Convenção Cole-
tiva Geral dos Metalúrgicos de São
Paulo promoveu a criação de uma
Membros superiores têm grande incidência em acidentes com máquinas
subcomissão bipartite de caráter per-
manente para estudar o assunto. Em
1996 teve a necessidade de buscar um as partes. O evento importante que Também neste período ficou proi-
diagnóstico mais preciso envolvendo mostrou que as ações estavam no ca- bida a construção de prensas com
órgãos públicos, técnicos, acadêmi- minho correto aconteceu em abril de engate de chaveta e, motivados com
cos e representações sindicais, visan- 1999, o Brasil foi sede do XV Con- o sucesso por meio da norma ABNT
do o estabelecimento de proteções e gresso Mundial de Segurança e Saúde NBR 13930, foi firmada, em 27 de
procedimentos para o trabalho seguro no Trabalho, que premiou com o 1º maio de 1999, a Convenção Cole-
com prensas e similares. Nascia as- lugar, dentre diversos concorrentes tiva, adotando a obrigatoriedade de
sim o PPRPS (Programa de Preven- internacionais, o vídeo elaborado em implantação do PPRPS pelos signatá-
ção de Prensas e Similares). conjunto pela DRT/SP/Fundacentro e rios, com alcance nos municípios de
Na continuidade, a Portaria DRT/ o Sindicato dos Metalúrgicos de SP, São Paulo, Mogi das Cruzes e região.
SP nº. 50 de 11/09/1997 criou a Co- “Máquina Risco Zero”, apresentando A partir de estudos, em 1993, o
missão de Negociação Tripartite so- o andamento das negociações e meios Estado do Rio Grande do Sul, por
bre Proteções em Prensas Mecânicas, de prevenção de acidente com pren- intermédio da DRT/RS procurou es-
onde evoluiu o entendimento entre sas e similares. tabelecer instâncias de negociação

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prevenção

tripartite, a exemplo do que já vinha


acontecendo no centro do País, bus-
cando a sinergia das ações desenvol-
vidas em conjunto pelo Ministério
Público do Trabalho e Emprego e re-
presentações dos trabalhadores e em-
pregadores. Orientados por um pla-
nejamento nacional, que subdividiu
a geografia de riscos do trabalho no
País, em 2000, foi estabelecida como
meta macro regional no Rio Grande
do Sul a redução de acidentes na in-
dústria metalúrgica. No mesmo ano
foi elaborado um diagnóstico para
priorização de estratégias de redução
de acidentes, o qual foi confirmado
pelo estudo apresentado pelo Minis-
tério da Previdência e Assistência
Social que identificou, dentre as má-
quinas que mais causam acidentes, as
prensas para metalurgia, responsável Cumprimento da NR-12 reduz o número de acidentes

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por 42% dos casos de esmagamento


de dedos ou de mãos registrados em
1995 e 25% de todos os acidentes
graves causados por máquinas no
mesmo ano.
Como ação imediata no RS, em
2001, surgiu à necessidade de um Ma-
nual Básico de Segurança em Prensas
e Similares, buscando mostrar e erra-
dicar os riscos mais comuns presentes
nas prensas e similares, lançado em
2006 com base na NT16/2005.
Em 2004, o Ministério do Tra-
balho publicou a Nota Técnica 37,
estabelecendo princípios para pro-
teções em prensas e similares nacio-
nalmente. Em 2005, esta nota téc-
nica foi substituída pela NT16 com
pequenas alterações.
Gradativamente, um crescente
número de normas nacionais e in-
ternacionais começaram a ser apli- Empresas devem investir em gestão de segurança e saúde do trabalhador
cadas, sendo exigidas pelos órgãos
competentes para evitar riscos de bro de 2010, foi aprovada, inclusive, fazer este cálculo, pois se há inves-
acidentes nos mais diversos tipos de com novo nome: Segurança no Tra- tirmos dificilmente terá um aciden-
máquinas e aplicações. A partir da balho em Máquinas e Equipamentos, te e, por isso, nunca saberemos se o
NT16 observou-se a necessidade de incluindo o PPRPS (Programa de investimento realmente evitou algum
criar e nacionalizar normas sobre se- Prevenção de Riscos em Prensas e acidente. No entanto, se existir algum
gurança em máquinas e equipamen- Similares), NT16, normas nacionais acidente, certamente os custos serão
tos. Um exemplo desta necessidade e internacionais. É importante re- altos, sem falar no problema social
do PPRPS é a própria NT16, falan- forçar que a NR-12, de 2010, é bem criado, pois um profissional lesiona-
do especificamente sobre prensas e mais completa, porém, não anula a do ou mutilado certamente terá pro-
similares e o Manual sobre Prensar validade de normas estrangeiras caso blemas de adaptação no ambiente de
e Similares divulgado pela FIERGS necessário para projetos, construção trabalho e no meio social.
(Federação das Indústrias do Rio de máquinas e adequação de máqui- Possíveis motivos do não atendi-
Grande do Sul). nas e equipamentos. mento da norma:
Também, com a necessidade de ► Pouco interesse e/ou falta de
expandir esta aplicação para todas as DIFICULDADES DAS conhecimento das empresas para in-
máquinas do parque fabril nacional, EMPRESAS EM APLICAR E vestir e disponibilizar profissionais
houve a necessidade de atualizar a ATENDER A NORMA que compreendam a NR-12, assim
NR-12 e inserir o máximo das nor- como outras normas;
mas existentes nacionais e interna- Os motivos são vários, observa- ► Poucas empresas prestadoras
cionais para segurança em máquinas dos na prática. Abaixo seguem al- de serviço em segurança de máqui-
e equipamentos em um mesmo do- guns, mas o principal é um ambiente nas e equipamentos se dedicam a
cumento. Por este motivo, em 2008 de produção onde o investimento é implantar dispositivos de segurança
começou um movimento de reestru- feito somente onde há custo/benefí- nas máquinas e equipamentos, não se
turação da NR-12, a qual, em dezem- cio. Na parte de segurança é difícil especializam em implantar o trabalho

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completo de consultoria e treinamen- FUNÇÃO DE CADA máquinas e equipamentos.


to para a mudança da cultura e, assim, DEPARTAMENTO
buscar transformar todo processo de ► Recursos humanos – cabe a ele
implantação de gestão; ► Alta Gerência – tem a função de organizar e monitorar todos os trei-
► Interpretação errada das em- buscar subsídios e conhecimento do namentos, reciclagens e integrações.
presas que acham que o departa- assunto e tomar a decisão de como Controlar e garantir para não entrar
mento de engenharia de segurança será feito o atendimento da NR-12. no ambiente de trabalho profissio-
(Sesmt) deve sozinho coordenar a Ser exemplo e dar apoio para a equi- nais sem treinamento em máquinas
implantação. Há falta de compreen- pe para implantar e fazer cumprir os e NR-12.
são de que são necessários todos os requisitos da norma. O treinamento é o passo inicial
departamentos, que trabalham dire- para o entendimento e conscientiza-
ta e indiretamente com máquinas e ► Engenharia de processos – o de- ção da alta gerência e também padro-
equipamentos, participando e conhe- partamento com conhecimento amplo niza o entendimento com relação a
cendo como proceder com os siste- de máquinas e seus processos e com norma. Com um bom conhecimento
mas de segurança; acesso em todos os departamentos fica mais fácil tomar decisões e cum-
► Falta de conhecimento ou foco da empresa tem a função de geren- prir a norma. É importante reforçar
errado do trabalho do departamento ciar todo programa de implantação e que o não conhecimento não exime da
de segurança e saúde a respeito das instituir os procedimentos internos. responsabilidade de atendê-la. Hoje,
NRs, sendo ineficiente ao informar à Criar e implantar o programa de pre- ainda temos empresas que são pegas
alta gerência do poder de lei que as servação dos sistemas de segurança, de surpresa quanto a obrigatoriedade
NRs têm e os assuntos que cada uma assim como participar do treinamento de atender a NR-12, entre outras nor-
delas exige; e conscientização dos funcionários. mas, quando em uma fiscalização.
► Falta de preparo da alta gerên- O gerenciamento de implantação
cia em escutar o departamento de se- também pode ser feito por um pro- Referências:
gurança e saúde quando este informa fissional treinado do departamento Informações do site http://www.
as necessidades. de manutenção, porém, não exime a salariominimo.net/2009/09/01/clt-
O que conclui-se, infelizmente, responsabilidade da engenharia em -consolidacao-das-leis-trabalhistas-
é a inexistência de preparo dentro garantir a entrada de máquinas e no- -o-que-e-para-que-serve/>. Acesso
das empresas, que deveriam buscar vos projetos no ambiente fabril, aten- em: 22 jan. 2001. 06h30min.
entender e observar os ganhos finais, dendo a NR-12. Artigos da CLT. Disponível em: <
investindo em gestão de segurança http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
e saúde com foco no trabalhador e ► Departamento de Segurança – decreto-lei/Del5452.htm >. Acesso
buscar melhorar o grau de motivação tem a função de participar de todo o em: 22 jan. 2001. 06h00min.
e autoestima, os resultados em pro- programa, ajudar a definir métodos Normas Regulamentadoras. Dis-
dutividade e custos com saúde física de segurança, procedimentos e treina- ponível em: < http://normas regu-
e moral. mentos e fiscalizar a etapa de progra- lamentadoras.wordpress.com/legis-
O proposto neste texto é mostrar ma e após, quando passar para ges- lacao/lei-6514-1977 - Seção XI >.
a necessidade do envolvimento dos tão. Tem função primordial em fazer Acesso em: 22 jan. 2001. 06h20min.
departamentos da estrutura de uma cumprir as legislações de segurança Manual de Segurança em Prensas e
empresa, buscar a sinergia entre to- externa e interna, informando para as Similares – pelo Ministério do Trabalho
dos e principalmente entre os depar- chefias imediatas quanto ao não aten- e Emprego, DRT/RS e Fiergs, Primeira
tamentos de engenharia de processos, dimento de possíveis penalidades. edição revisada de março de 2007.
recursos humanos, engenharia de
segurança, produção e manutenção, ► Departamento médico – tem a cipa

para juntos colaborarem no desenvol- função de monitorar por meio de LEANDRO BOTEGA
DE SOUSA
vimento e manutenção da implanta- indicadores o resultado dos traba-
É engenheiro mecânico e de segurança do tra-
ção de sistemas de segurança. lhos executados em segurança das balho. E-mail: Leandro.botega@ig.com.br

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cipa
treinamento

Pessoa competente para


proteção contra quedas
PROT-CAP CAPACITA PROFISSIONAIS A EXECUTAREM
CORRETAMENTE OS PROCEDIMENTOS NORMATIVOS

POR ADRIANE DO VALE | adriane.vale@editoracasanova.com.br


FOTOS OSÍRIS BERNARDINO

Com a proposta de ampliar o co- Com este recurso, os participantes


nhecimento e trocar experiências com do curso puderam executar o treina-
os clientes, a PROT-CAP realizou, mento prático, que envolveu a colo-
de 3 a 5 de fevereiro, o curso Pessoa cação correta do cinto e a inspeção;
Competente em Proteção Contra Que- trauma de suspensão; conexões com-
das - NR-35, em parceria com a Hei- patíveis e incompatíveis; uso correto
ght Works Training Brasil e recebeu do talabarte e posicionamento; mon-
apoio de parceiros e fornecedores. tagem de ancoragens e linhas de vida
Na oportunidade, a empresa inau- de pré-engenharia; e técnicas de res-
gurou sua torre de treinamento. Trata- gate industrial.
-se de um andaime plataforma em Tanto a parte teórica quanto a prá-
aço, projetado exclusivamente para a tica foram ministradas por Fabio Luiz
PROT-CAP, que se aproxima da rea- Cruz, instrutor para Pessoa Compe-
lidade vivenciada pelos profissionais, tente em Proteção Contra Quedas
pois foi dimensionado com seis me- OSHA, ANSI, CSA e NR-35.
tros de altura, um metro de largura e Segundo Cruz, por meio do cur-
dois metros de comprimento. so, os alunos ampliam seu conheci-

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cipa
treinamento

Portanto, o curso é um programa


de aprovação/reprovação e incorpora
amplo treinamento, tanto em sala de
aula quanto na prática. Provas escri-
tas e práticas são aplicadas com base
nos requisitos das normas referentes.
O instrutor explicou que pela
OSHA, Pessoa Competente é defini-
da como aquela capaz de identificar
os riscos existentes e previsíveis no
ambiente de trabalho ou condições
que são insalubres ou perigosas para
os empregados, com autorização
para tomar medidas corretivas ime-
diatas para eliminá-las.
Por meio da formação e/ou ex-
periência, uma Pessoa Competente
é conhecedora das normas aplicá-
veis e capaz de identificar os riscos
no local de trabalho relativos a uma
operação específica. Desta forma, o
curso é indicado para supervisores
de área, engenheiros, técnicos de
segurança do trabalho, bombeiros
industriais, brigadistas e membros
de equipes de resgate, entre outros
que desejam implementar e monito-
Empresa inaugurou torre de treinamento rar um programa de proteção contra
queda conforme a NR-35.
mento e habilidade para identificar poral (cinto paraquedista) para cada O treinamento abordou ainda:
condições perigosas, desenvolver tipo de atividade; • Introdução sobre normas e legis-
programas de proteção e treinamen- • Definir as conexões conforme a lação;
tos e escolher equipamentos para atividade; • Conceitos básicos de proteção
lidar adequadamente com riscos de • Definir os pontos de ancoragens contra quedas;
queda. Ao ser aprovado no curso, o e a criação de ancoragens provisórias; • Prevenção de Quedas de Obje-
aluno recebe um certificado reco- • Conhecer os conceitos, apli- tos em Altura;
nhecendo que atendeu ou excedeu cações e limitações de trava quedas • Suporte corporal;
os requisitos da OSHA (norte-ame- retrátil, linhas de vidas horizontais • Conectores;
ricana), ANSIZ359.2 (da Canadense e verticais e definir a utilização de • Ancoragens;
CSA) e a brasileira NR-35, além de: cada um deles; • Equipamentos especializados;
• Conhecer as normas e legisla- • Aprender sobre as noções bási- • Noções básicas de resgate;
ções relacionadas a altura; cas de resgate industrial, seu concei- • Cuidados e manutenção de
• Fazer análise de risco para tra- to e aplicações; equipamentos; e
balho em altura; • Definir as melhores metodolo- • NR-35 – Considerações e apli-
• Criar os procedimentos opera- gias para cuidados e manutenção de cação.
cionais para trabalho em altura; equipamentos; e O curso será ministrado mensal-
• Definir o melhor suporte cor- • Conhecer e aplicar a NR-35. mente pela PROT-CAP. cipa

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cipa caso de sucesso

SST em indústria têxtil


SANCRIS – EMPRESA PROPORCIONA AO TRABALHADOR
UM AMBIENTE CADA VEZ MAIS SEGURO E SAUDÁVEL

POR DÉBORA LUZ | debora.luz@editoracasanova.com.br


FOTOS DIVULGAÇÃO

Fundada em 1987 em Brusque A empresa está constantemente fo-


(SC) a Sancris, empresa brasileira que cada em desenvolver produtos de forma
comercializa Linhas, Fios e Zíperes ecologicamente correta, não danifican-
em todo País, conta atualmente com do o meio ambiente e voltado a susten-
uma infraestrutura de 55.000 m² divi- tabilidade, e preza o bem-estar do seu
dida em três unidades: Sancris Linhas maior patrimônio, o colaborador.
e Fios, Sancris Zíperes e Sancris Tin- A empresa sempre teve a preocu-
turaria. Seus produtos possibilitam pação com SST, realizando diversas
aos estilistas, confeccionistas, ma- ações relacionadas a área. Desde sua
lharias e outros segmentos criarem e concepção, o proprietário da empre-
desenvolverem suas peças com maior sa tem uma visão aberta e importante
valor agregado, qualidade e versatili- de prevenção, sendo este o principal
dade. A Sancris conta com uma equi- ponto de partida para o sucesso, pro-
pe de representantes em todo Brasil va disso são os baixos números em
aproximando a empresa do cliente. acidentes de trabalhos ao longo de 27
Atende ainda com três lojas de fábri- anos de mercado. Porém, em 2012, a
ca, localizadas em Brusque (anexo à Sancris direcionou sua forma de traba-
matriz), Blumenau e São Paulo (SP). lhar começando um direcionamento e

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cipa caso de sucesso

foco em gestão, com a criação de um


Sesmt (Serviço Especializado em En-
genharia de Segurança e em Medicina
do Trabalho), trazendo profissionais
com capacitação técnica e inovadora,
buscando sempre melhorias contínuas
e valorizando seus colaboradores.
Pensando nisso, iniciou um tra-
balho voltado à gestão de saúde e
segurança no trabalho com melhorias
contínuas, planejamentos com todos
os setores e com o comprometimento
da alta direção da empresa. A empre-
sa tem como lema e implementa na
prática a boa gestão de saúde e segu-
rança, bem como no meio ambiente
de trabalho, fatores estes que além de
aumentarem a produtividade, dimi-
nuem o custo do produto final, pois reuniões mensais para tratar de assun- portância do uso do protetor auditivo
reduz as interrupções no processo, o tos diversos em relação a segurança, e dos cuidados com a audição afim de
absenteísmo e os acidentes e/ou do- atua na fiscalização de EPI´s com o evitar perdas auditivas.
enças ocupacionais. programa “Blitz de EPI´s”, que são D) Programa de treinamentos
Para que isso acontecesse de uma inspeções nos setores abordando os específicos: É realizado periodica-
forma eficaz foi necessário um plane- trabalhadores afim de fiscalizar o uso mente treinamentos específicos com
jamento que permitiu a participação da e realizar orientações quanto ao uso operadores de paleteira e empilha-
alta administração e dos empregados de EPI´s, essas ações são realizadas deira NR-11, trabalho em altura NR-
na busca de soluções práticas e econo- em dias aleatórios e é registrada em 35, trabalho com eletricidade NR-10,
micamente viáveis e altos investimen- formulário e que ajuda a conscienti- Trabalho com máquinas e equipa-
tos. Mais do que cumprir a legislação zar e fiscalizar o uso de EPI´s. mentos NR-12. Esses treinamentos
atual brasileira a empresa tem uma B) Formação da brigada de in- buscam atender os requisitos legais,
extrema preocupação em fazer um cêndio: A empresa formou a brigada sendo realizados conforme determi-
ambiente de trabalho cada vez mais de incêndio com treinamento teórico e nam as normas do ministério do tra-
seguro e saudável, e também questão prático com 35 trabalhadores que parti- balho e ajudam a reduzir os riscos
de sustentabilidade para a continuida- ciparam voluntariamente. Atualmente a de acidentes. Trabalhador treinado é
de no crescimento da empresa. brigada realiza simulados e treinamen- trabalhador capacitado para desempe-
Em 2014 a Sancris recebeu o Prêmio tos periódicos afim de estar preparada nhar suas atividades com segurança.
Melhor Empresa em SST pela Anima- para atuar em caso de sinistro. E) Atendimento médico: A
seg, um reconhecimento por ter desen- C) Implantação do Programa de empresa possui médico do trabalho
volvido uma cultura de prevenção que, Prevenção de Perdas Auditivas: No que realiza consultas ocupacionais
além de atender os requisitos legais, faz qual os colaboradores recebem trei- e também disponibiliza de agen-
com que a saúde e a integridade física namentos periódicos quanto ao uso da para consultas emergências e de
dos trabalhadores sejam preservadas. correto de EPI´s, palestras referentes rotina para todos os trabalhadores
à perda auditiva e o funcionamento interessados. Dessa forma a empre-
AÇÕES DESENVOLVIDAS da audição, com auxilio da fonoau- sa contribui assistencialmente com
dióloga responsável terceirizada que a saúde dos trabalhadores, além de
A) CIPA com 42 membros atu- realiza as audiometrias da empresa. disponibilizar o convênio com plano
antes: A Cipa da empresa além de Essa ação busca conscientizar da im- de saúde aos trabalhadores.

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cipa caso de sucesso

G) Integração: A empresa pos-


sui um programa de integração com
os novos colaboradores, com carga
horária de duas horas, destinado ao
treinamento em saúde e segurança do
trabalho, no qual são passadas orien-
tações referentes ao uso de EPI´s e
procedimentos de segurança adotados
pela empresa. Esse treinamento é feito
com todos os trabalhadores além do
treinamento específico de cada setor.
H) Alimentação saudável: A
empresa disponibiliza de cozinha in-
dustrial que serve refeições saudáveis
elaboradas por nutricionista, que são
fornecidas aos trabalhadores interes-
sados com custo mensal simbólico.
I) Ações em Segurança: Preo-
cupada com o conforto e bem-estar a
Sancris realizou diversas melhorias no
ambiente de trabalho, bem como ad-
quiriu climatizadores para o parque fa- crível para os envolvidos já que per- tralmente para seus colaboradores.
bril, estão sendo instalados climatiza- cebemos que além de cumprir a legis- Nesse programa são pontuadas di-
dores para a melhorar o bem-estar dos lação, podemos aprender que o lado versas variáveis, entre elas algumas
trabalhadores, para que tanto o am- social tem um valor imensurável, já relacionadas a Saúde e Segurança do
biente administrativo ou parque fabril que cada uma dessas pessoas tem Trabalho, Exemplos: 1) Uso de EPI e
seja de boa qualidade e de satisfação. uma história de vida e aprendemos atendimento às normas de segurança.
J) Ações em ergonomia: Após muito com isso, colocamos comuni- 2) Extintores e hidrantes sinalizados
concluída a análise ergonômica do tra- cados no jornal local aonde alguns de e desobstruídos. 3) Uso de uniformes
balho a empresa buscou implantar as nossos PCD vieram por intermédio e crachás. Esse item costuma incenti-
ações necessárias, adquirindo mobili- desse meio de comunicação. var os trabalhadores no cumprimento
ário adequado (cadeiras e banquetas L) Informativo em Saúde e Se- das normas de segurança pois resulta
ergonômicas) e alterando postos de gurança: A empresa possui uma diretamente no Programa de Partici-
trabalho afim de evitar danos a saúde espécie de informativo mensal, cha- pação dos Resultados da Empresa.
dos trabalhadores. A grande maioria mado de Sancris News, para divulgar N) Além das ações e programas
das ações propostas foram implanta- informações de Saúde e Segurança já citados a empresa mantêm outros
das e tiveram resposta positiva dos tra- do Trabalho, trazendo informações programas como o PPRA (Programa
balhadores que não se queixam mais referentes a eventos ocorridos na de Prevenção de Ricos Ambientais),
dos desconfortos que existiam. empresa, divulgação de novos even- PCMSO (Programa de Controle Mé-
K) Incentivo aos PCD´s: Em tos e assuntos relacionadas à saúde e dico e Saúde Ocupacional), PPR
2013 a Sancris iniciou um trabalho segurança aplicadas à empresa. Essa (Programa de Proteção Respiratória)
intensivo para a contratação de pes- ação busca orientar os trabalhadores e Análise Ergonômica do trabalho, em
soas com necessidades especiais, re- quanto a procedimentos de segurança constante atualização e implantação,
alizamos uma parceria com o INSS e mantê-los informados. realizando a gestão da saúde e segu-
local para adequar nosso postos de M) A empresa ainda possui um rança dos trabalhadores no ambiente
trabalho a pessoas com alguma ne- programa de participação dos resul- labora. Esses programas colocados
cessidade, essa é uma experiência in- tados que são distribuídos semes- em prática, sendo geridos pelos pro-

98 • cipa caderno informativo de prevenção de acidentes • www.fieramilano.com.br


cipa

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cipa caso de sucesso

lho, contribuindo na realização dos


simulados realizados pela brigada de
incêndio, entre outras ações com foco
na segurança.
A melhoria na assistência aos tra-
balhadores em relação à saúde tam-
bém é percebida, nos ambientes de
trabalho e feedback com os colabora-
dores. Mas sem dúvida os melhores
resultados estão no baixo índice de
acidente de trabalho e doenças ocupa-
cionais, e em um ambiente cada vez
mais seguro e saudável.

NOVAS INICIATIVAS

Sabendo-se que a segurança do


trabalho é uma área de constante tran-
sição, pela atualização e criação de
normas por parte do Ministério do Tra-
balho, a empresa está sempre buscan-
fissionais de segurança que trabalham ções em máquinas) que foram adqui- do estar atualizada, cumprindo com
em conjunto, auxiliam no controle e ridos ou desenvolvidos pelo setor de os requisitos legais com a finalidade
mitigação dos riscos bem como no manutenção da empresa. Entretanto a principal de promover um ambiente
monitoramento dos possíveis agravos maior dificuldade para a implantação de trabalho mais saudável e seguro
a saúde dos trabalhadores. foi a realização de todas essas mu- para os trabalhadores. Além de todos
danças em um curto espaço de tem- os programas já existentes na política
VENCENDO OBSTÁCULOS po, mas diferente do que geralmente de saúde e segurança no trabalho.
se encontra na maioria das empresas, A empresa Sancris possui vários
Como a diretoria da empresa es- houve o apoio e a colaboração da projetos em andamentos para dar uma
tava disposta a implantar a política de grande maioria dos trabalhadores, atenção especial em 2015, como de-
SST na empresa, dando autonomia ao não gerando resistência às mudan- senvolver ações relacionadas a NR-12
setor de segurança do trabalho para ças, o que acabou por contribuir com que rege proteções de máquinas, que
realização das ações necessárias, ini- a efetiva implantação da política de requer investimentos de alto custo e
ciou-se uma mudança radical focada saúde e segurança do trabalho. tempo de trabalho. Investindo em no-
na conscientização dos trabalhadores A Sancris atualmente proporciona vos modelos de máquinas e melhorias
para com os assuntos relacionados a um ambiente mais saudável e seguro do processo assim entra outro foco, a
segurança (EPI´s, Ergonomia, Treina- para os trabalhadores, decorrente dos ergonomia do trabalho, mais um dos
mentos para trabalho em altura, NR- investimentos em sistema de ventila- projetos que está articulado com to-
10 para eletricistas, treinamentos para ção, equipamentos ergonômicos, ade- das as normas e setores da empresa.
operadores de paleteira e empilhadei- quações de máquinas e mobiliário. Ainda em 2015, a Sancris está
ra, entre outros). Percebe-se também que os trabalha- com um projeto de mudanças de
Passou-se ainda a investir em dores passaram a valorizar as ações processos no setor de embalagem de
equipamentos para redução do calor direcionadas aos cuidados da saúde cone de forma mecanizada, pensan-
na produção, equipamentos ergono- e segurança, participando de treina- do no melhor conforto ergonômico
micamente corretos para os setores mentos voluntariamente, utilizando do colaborador. Um potencial futuro
(cadeiras, bancos, escadas, adapta- os EPI´s em toda jornada de traba- case em ergonomia. cipa

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cipa

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cipa
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Dosímetro de O Detector Gas-

Vibração Pro permite de-


tecção de cinco
O Medidor/Dosímetro gases, bomba
de vibração VIB É um interna op-
equipamento de vi- cional, reco-
bração ocupacional de nhecimento
“corpo inteiro” e “mão automático
e braço” e que satisfaz de falha de
os requisitos da norma vazão no
ISO 804. Compõe-se de flow cover, indicação de status tri-
uma caixa ergonômica e color +ve SafetyTM, indicação de
de pequenas dimensões na qual se alarme de percepção infalível (vi-
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pigmento na palma que evita es- de sinal, armazenamento e transfe- caixa integral à prova de choques
corregamento e melhora a durabi- rência dos dados. com resistência a água e poeira;
lidade e a produtividade. Diminui monitor para espaço confinado que
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lística, siderurgia, cozinhas indus- de Imagem
triais, entre outros.
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encontrar em um termômetro infra-
vermelho convencional. Equipado
com o exclusivo micro detector
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calor, identificar o ponto exato para
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zenar imagens e dados.
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cipa

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Programe-se
12 e 13 | mar | 2015 Local: Porto Alegre/RS Local: Porto Alegre/RS 26 | mar | 2015
CURSO: NR-33 – Realização: NN EVENTOS Realização: NN EVENTOS CURSO: NR-20 –
INFORMAÇÕES: INFORMAÇÕES:
TREINAMENTO PARA SEGURANÇA E SAÚDE
Tel. (51) 3222-9063, 3395-4731 Tel. (51) 3222-9063, 3395-4731
TRABALHADORES E NO TRABALHO COM
nneventos@nneventos.com.br  nneventos@nneventos.com.br 
VIGIAS EM ESPAÇO INFLAMÁVEIS E
www.nneventos.com.br www.nneventos.com.br
CONFINADO COMBUSTÍVEIS – CURSO
Local: Barueri, SP INTEGRAÇÃO
Realização: JS Técnicas e 19 e 20 | mar | 2015 21 | mar | 2015 Local: Barueri, SP
Soluções CURSO: FORMAÇÃO CURSO: NR-35 – Realização: JS Técnicas e
SUPERVISOR - 20H
INFORMAÇÕES: DE MULTIPLICADORES Soluções
Local: Itapecerica da Serra -
Tel. (11) 2831-2998 PARA PROFISSIONAIS DO São Paulo INFORMAÇÕES:
comercial@js.srv.br SESMT Realização: Rochacara Ecofire Tel. (11) 2831-2998
www.js.srv.br Local: Porto Alegre/RS INFORMAÇÕES: comercial@js.srv.br
Realização: NN EVENTOS Telefone: (11) 4666-4046 www.js.srv.br
14 | ma | 2015 INFORMAÇÕES: rochacara@rochacara.ecofire.
Tel. (51) 3222-9063, 3395-4731 com.br
CURSO: NR – SUPERVISOR 26 e 27 | mar | 2015
nneventos@nneventos.com.br  www.rochacara.ecofire.com.br
- 20H CURSO: ANCORAGENS 
www.nneventos.com.br
Local: Itapecerica da Serra - Local: Piracicaba, SP
São Paulo 23 a 26 | mar | 2015 INFORMAÇÕES:
Realização: Rochácara Ecofire 20 e 21 | mar | 2015 CURSO: PCM - Petzl Technical Partner –
INFORMAÇÕES: CRUSO: NR- 12 - PLANEJAMENTO
Spelaion
Telefone: (11) 4666-4046 ASPECTOS LEGAIS, E CONTROLE DA
MANUTENÇÃO Telefones: (19) 3434-0535 e
rochacara@rochacara.ecofire. APLICAÇÃO E GESTÃO 3411-5605
Local: Porto Alegre/RS
com.br PARA IMPLANTAÇÃO E spelaionbrasil@gmail.com
Realização: NN EVENTOS
www.rochacara.ecofire.com.br MANUTENÇÃO www.spelaion.com
INFORMAÇÕES:
Local: Porto Alegre/RS
Tel. (51) 3222-9063, 3395-4731
Realização: NN EVENTOS
16 a 18 | mar | 2015 www.nneventos.com.br 27 a 30 | mar | 2015
INFORMAÇÕES:
FOOD HOSPITALITY Tel. (51) 3222-9063, 3395-4731 CURSO: NR- 20
WORLD nneventos@nneventos.com.br  25 e 26 | mar | 2015 ESPECÍFICO (16H)
Local: São Paulo, SP www.nneventos.com.br CURSO: ANÁLISE + DIDÁTICA (8H)
Realização: Grupo Cipa Fiera PRELIMINAR DE RISCOS – = FORMAÇÃO DE
Milano APR APLICADA ÀS NRS MULTIPLICADORES
INFORMAÇÕES:
18 e 25 | mar | 2015 Local: São Paulo/SP
INTERNOS
Tel. (11) 5585-4355 CURSO: NR-35 Realização: NN EVENTOS
Local: Porto Alegre/RS
info@fieramilano.com.br TREINAMENTO INFORMAÇÕES:
Realização: NN EVENTOS
www.fhwbrasil.com.br TRABALHO EM ALTURA Tel. (51) 3222-9063, 3395-4731
INFORMAÇÕES:
BÁSICO TEÓRICO E nneventos@nneventos.com.br 
Prático Módulo I www.nneventos.com.br Tel. (51) 3222-9063, 3395-4731
17 e 18 | mar | 2015 Local: Barueri, SP nneventos@nneventos.com.br 
CURSO: ANÁLISE Realização: JS Técnicas e 24 | mar | 2015 www.nneventos.com.br
PRELIMINAR DE RISCOS – Soluções CURSO: NR-20 –
APR APLICADA AS NRS INFORMAÇÕES: SEGURANÇA E SAÚDE 28 | mar | 2015
Local: Porto Alegre/RS Tel. (11) 2831-2998 NO TRABALHO COM CURSO: NR-35
Realização: NN EVENTOS comercial@js.srv.br INFLAMÁVEIS E -TRABALHADOR - 8H
INFORMAÇÕES: www.js.srv.br COMBUSTÍVEIS – CURSO Local: Itapecerica da Serra -
Tel. (51) 3222-9063, 3395-4731 BÁSICO
São Paulo
nneventos@nneventos.com.br  Local: Barueri, SP
21 | mar | 2015 Realização: JS Técnicas e Realização: Rochácara Ecofire
www.nneventos.com.br
CURSO: CLASSIFICAÇÃO Soluções INFORMAÇÕES:

DE ÁREAS E CONTROLE INFORMAÇÕES: Telefone: (11) 4666-4046


17 e 18 | mar | 2015 DE FONTES DE IGNIÇÃO Tel. (11) 2831-2998 rochacara@rochacara.ecofire.
CURSO: APOSENTADORIA (ELETRICIDADE comercial@js.srv.br com.br
ESPECIAL E PPP  ESTÁTICA) - NRS  10 E 20 www.js.srv.br www.rochacara.ecofire.com.br

* CORRESPONDÊNCIA PARA A SEÇÃO CIPA-Agenda debora.luz@editoracasanova.com.br

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Programe-se
28 | mar | 2015 31 | mar | 2015 7 e 8 | abr | 2015 INTERNACIONAL
CURSO: NR-35 – CURSO: GESTÃO DE CURSO: PROJETOS DE DE TECNOLOGIA
SUPERVISOR - 20H PESSOAS EM SERVIÇOS MANUTENÇÃO EM REABILITAÇÃO,
Local: Porto Alegre/RS INCLUSÃO E
Local: Itapecerica da Serra - DE SST
Realização: NN EVENTOS ACESSIBILIDADE
São Paulo Local: Porto Alegre/RS
INFORMAÇÕES:
Local: São Paulo. SP
Realização: Rochácara Ecofire Realização: NN EVENTOS Realização: Grupo Cipa Fiera
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7 a 9 | abr | 2015 www.reatech.tmp.br
CURSO: INTRODUÇÃO
6 a 10 | abr | 2015 AO GERENCIAMENTO DE
30 e 31 | mar | 2015 CURSO: INSPETOR DE 10 e 11 | abr | 2015
RISCOS
CURSO: GESTÃO E ACESSO POR CORDAS Local: Porto Alegre/RS
CURSO: NR- 26 NBR
IMPLANTAÇÃO DO PPR Local: Piracicaba, SP
14.725: CLASSIFICAÇÃO,
Realização: NN EVENTOS
FISPQ E RÓTULOS DE
Local: São Paulo/SP INFORMAÇÕES: INFORMAÇÕES:
PRODUTOS QUÍMICOS
Realização: NN EVENTOS Petzl Technical Partner – Tel. (51) 3222-9063, 3395-4731
Local: Porto Alegre/RS
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Categoria em luto - Nota de pesar cias e capacidades profissionais. Um orgulho para todos nós.
Meu Amigo Luiz Cláudio Nogueira, formado em enfermagem Vivemos, e o Luiz Claudio vivia, dedicando as nossas vidas, em
pela UERN (Universidade do Estado do Rio Grande do Nor- defesa da segurança e a saúde de todos os trabalhadores, pra-
te), curso de formação de técnico de segurança do trabalho ticando a prevenção de acidentes.
pelo CEFET em 1998, perdeu a vida no exercício da profissão Por ironia do destino deparamos com essa tristeza tão grande,
num acidente drástico, após a explosão na casa de bombas aonde ele veio perder a vida no exercício de sua profissão! Adeus
do navio-plataforma FPSO Cidade de São Mateus, da empre- meu aluno, amigo, conterrâneo e companheiro, que agora faz
sa norueguesa BW Offshore, que opera a embarcação e presta parte do rol das 15 mortes por ano que ocorrem neste setor.
serviços para a Petrobras. Uma perda irreparável para a família Que mais este acidente sirva para continuarmos em nossa luta,
e para toda a categoria do Brasil, onde a comoção e a tristeza nos mobilizando e nos organizando para que as condições de
tomaram conta de todos nós! trabalho sejam pelo menos seguras, onde o trabalhador tenha
O acidente aconteceu por volta das 12h50 do dia 11 de feve- direito de continuar trabalhando com segurança e proteção!
reiro de 2015, no litoral do Espírito Santo com a morte de mais Que as Políticas de Segurança e Saúde no Trabalho no Brasil se-
sete trabalhadores. Sugiro que em todos os eventos em segu- jam realmente mais efetivas no campo da segurança e da saúde
rança e saúde do Trabalho no Brasil, deste ano, seja feito um dos trabalhadores. Luiz Claudio nasceu em 30.12.1971, deixou
minuto de silêncio pela morte do companheiro e colega de sua esposa Andressa Kaline e uma filha Ana Tereza de apenas 1
profissão, e em memória de Luiz Cláudio e das demais vítimas aninho. Atualmente ele morava no Rio das Ostras (RJ).
de acidentes de trabalho no país! Alfredo Luiz da Costa,
Vou guardar muitas saudades de um aluno e colega exemplar Técnico de segurança do trabalho da ALC & Associados,
com comprovada experiência regada de muitas competên- professor e diretor do SINTEST/RN

* CORRESPONDÊNCIA PARA A SEÇÃO CIPA-Agenda e CIPA-Correio debora.luz@editoracasanova.com.br

www.fieramilano.com.br • cipa caderno informativo de prevenção de acidentes • 105


cipa leitor em alerta

Os síndicos dos prédios deveriam avaliar os riscos cientização, pois contraria a NR- 35, ou seja, não há
para não cair sobre todos os condôminos a penaliza- qualquer ponto de ancoragem, e observa-se ainda a
ção legal, devido a omissão, imprudência e negligên- falta do uso do cinto de segurança, capacete e óculos
cia. Imaginem se a furadeira escapa, a broca quebra de proteção.
ou ocorre um desequilíbrio. Onde este terceirizado As fotos e o texto foram encaminhados pelo técnico
vai parar? É tão fácil prevenir. Fica aqui minha de segurança do trabalho Carlos Alberto Correia, de
contribuição e quem sabe esta foto ajude na cons- São Bernardo do Campo (SP). cacorreia57@ig.com.br

*CORRESPONDÊNCIA PARA A SEÇÃO LEITOR EM ALERTA R. Felix de Souza, 305/307 - V. Congonhas - CEP 04612-080 - São Paulo (SP) adriane.vale@editoracasanova.com.br
Leitor em Alerta é seção da revista Cipa para publicar fotos de situações de riscos a que trabalhadores e o meio ambiente possam estar expostos. Ao se deparar com um flagrante dessa
natureza, envie sua foto e comentários. As fotos serão publicadas desde que o leitor informe no envelope ou no correio eletrônico, nome completo, endereço, e-mail, RG e profissão.

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