Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
Fenomenologia
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Fenomenologia (do grego phainesthai aquilo que se apresenta ou que mostra e logos explicação, estudo) é uma
metodologia e corrente filosófica que afirma a importância dos fenômenos da consciência, os quais devem ser
estudados em si mesmos – tudo que podemos saber do mundo resumese a esses fenômenos, a esses objetos ideais que
existem na mente, cada um designado por uma palavra que representa a sua essência, sua "significação". Os objetos
da Fenomenologia são dados absolutos apreendidos em intuição pura, com o propósito de descobrir estruturas
essenciais dos atos (noesis) e as entidades objetivas que correspondem a elas (noema).
Edmund Husserl (18591938) filósofo, matemático e lógico – é o fundador desse método de investigação filosófica e
quem estabeleceu os principais conceitos e métodos que seriam amplamente usados pelos filósofos desta tradição. Ele,
influenciado por Franz Brentano seu mestre lutou contra o historicismo e o psicologismo. Idealizou um recomeço
para a filosofia como uma investigação subjetiva e rigorosa que se iniciaria com os estudos dos fenômenos, como estes
aparentam à mente, para encontrar as verdades da razão. Suas investigações lógicas influenciaram até mesmo os
filósofos e matemáticos da mais forte corrente oposta, o empirismo lógico. A Fenomenologia representou uma reação à
eliminação da metafísica, pretensão de grande parte dos filósofos e cientistas do século XIX.
Husserl foi professor em Gotinga e Friburgo em Brisgóvia, e autor de “Ficar Sem Estudar" – 1906. Contrariamente a
todas as tendências no mundo intelectual de sua época, quis que a filosofia tivesse as bases e condições de uma ciência
rigorosa. Porém, como dar rigor ao raciocínio filosófico em relação a objetos tão variáveis como as coisas do mundo
real?
O êxito do método científico está no estabelecimento de uma "verdade provisória" útil, que será verdade até que um
fato novo mostre outra realidade. Para evitar que a verdade filosófica também fosse provisória Husserl propõe que ela
deveria referirse às coisas como se apresentam na experiência de consciência, estudadas em suas essências, em seus
verdadeiros significados, de um modo livre de teorias e pressuposições, despidas dos acidentes próprios do mundo
real, do mundo empírico objeto da ciência. Buscando restaurar a "lógica pura" e dar rigor à filosofia, argumenta a
respeito do princípio da contradição na Lógica.
No primeiro volume de “Investigações lógicas” 190001, sob o título Prolegomena, Husserl lança sua crítica contra o
Psicologismo. Segundo os psicologistas, o princípio de contradição seria a impossibilidade de o sistema associativo
estar a associar e dissociar ao mesmo tempo. Significaria que o homem não pode pensar que A é "A" e ao mesmo tempo
pensar que A é "não A". Husserl opõese a isto e diz que o sentido do princípio de contradição está em que, se A é "A",
não pode ser "não A". Segundo ele, o princípio da contradição não se refere à possibilidade do pensar, mas à verdade
daquilo que é pensado. Insistiu em que o princípio da contradição, e assim os demais princípios lógicos, têm validez
objetiva, isto é, referemse a alguma coisa como verdadeira ou falsa, independentemente de como a mente pensa ou o
pensamento funciona.
Em seu artigo “Filosofia como ciência rigorosa" 191011 Husserl ataca o naturalismo e o historicismo. Objetou que o
Historicismo implicava relativismo, e por esse motivo era incapaz de alcançar o rigor requerido por uma ciência
genuína.
Índice
A redução Fenomenológica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Fenomenologia 1/9
17/10/2018 Fenomenologia – Wikipédia, a enciclopédia livre
Consciência e Intencionalidade
A Redução Eidética
A Intuição do Invariante
Redução Transcendental
Fenomenologia e Fenomenalismo
Outros Pensadores
Max Scheler
Heidegger
MerleauPonty
Sartre
A Fenomenologia e Outras Filosofias
O Empirismo
John Locke
David Hume
Psicologismo e Historicismo
Idealismo
Platão
Immanuel Kant
Fenomenologia e Psicologia
Karl Jaspers
Críticas à Fenomenologia
Lista de Pensadores
Ligações externas
A redução Fenomenológica
A fenomenologia é o estudo da consciência e dos objetos da consciência. A redução fenomenológica, "epoché", é o
processo pelo qual tudo que é informado pelos sentidos é mudado em uma experiência de consciência, em um
fenômeno que consiste em se estar consciente de algo. Coisas, imagens, fantasias, atos, relações, pensamentos,
eventos, memórias, sentimentos, etc. Constituem nossas experiências de consciência.
Husserl propôs que no estudo das nossas vivências, dos nossos estados de consciência, dos objetos ideais, desse
fenômeno que é estar consciente de algo, não devemos nos preocupar se ele corresponde ou não a objetos do mundo
externo à nossa mente. O interesse para a Fenomenologia não é o mundo que existe, mas sim o modo como o
conhecimento do mundo se realiza para cada pessoa. A redução fenomenológica requer a suspensão das atitudes,
crenças, teorias, e colocar em suspenso o conhecimento das coisas do mundo exterior a fim de concentrarse a pessoa
exclusivamente na experiência em foco, porque esta é a realidade para ela.
O Noesis é o ato de perceber e o Noema é o objeto da percepção – esses são os dois pólos da experiência. A coisa como
fenômeno de consciência (noema) é a coisa que importa, e referese à conclamação "às coisas em si mesmas" que fizera
Husserl. "Redução fenomenológica" significa, portanto, restringir o conhecimento ao fenômeno da experiência de
consciência, desconsiderar o mundo real, colocálo "entre parênteses", o que no jargão fenomenológico não quer dizer
que o filósofo deva duvidar da existência do mundo como os idealistas radicais duvidam, mas se preocupar com o
conhecimento do mundo na forma que se realiza e na visão do mundo que o indivíduo tem.
Consciência e Intencionalidade
Vivência (Erlebnis) é todo o ato psíquico; a Fenomenologia, ao envolver o estudo de todas as vivências, tem que
englobar o estudo dos objetos das vivências, porque as vivências são intencionais e é nelas essencial a referência a um
objeto. A consciência é caracterizada pela intencionalidade, porque ela é sempre a consciência de alguma coisa. Essa
https://pt.wikipedia.org/wiki/Fenomenologia 2/9
17/10/2018 Fenomenologia – Wikipédia, a enciclopédia livre
Em “A Psicologia de um ponto de vista empírico" 1874 Franz Brentano
afirma: "Podemos assim definir os fenômenos psíquicos dizendo que eles
são aqueles fenômenos os quais, precisamente por serem intencionais,
contêm neles próprios um objeto". Isto equivale afirmar, como Husserl, que
os objetos dos fenômenos psíquicos independem da existência de sua
réplica exata no mundo real porque contêm o próprio objeto. A descrição de
atos mentais, assim, envolve a descrição de seus objetos, mas somente
como fenômenos e sem assumir ou afirmar sua existência no mundo
empírico. O objeto não precisa de fato existir. Foi um uso novo do termo
"intencionalidade" que antes se aplicava apenas ao direcionamento da
vontade.
A Redução Eidética
Franz Brentano: mestre de Husserl
Reconhecido o objeto ideal, o noema, o passo seguinte é sua “redução
eidética”, redução à ideia. Consiste na análise do noema para encontrar
sua essência. Isto porque não podemos nos livrar da subjetividade e ver as coisas em si mesmas, pois em toda
experiência de consciência estão envolvidos o que é informado pelos sentidos e o modo como a mente enfoca aquilo que
é informado. Portanto, dandose conta dos objetos ideais, uma realidade criada na consciência não é suficiente ao
contrário: os vários atos da consciência precisam ser conhecidos nas suas essências, aquelas essências que a
experiência de consciência de um indivíduo deverá ter em comum com experiências semelhantes nos outros.
A redução eidética é necessária para que a filosofia preencha os requisitos de uma ciência genuinamente rigorosa de
claridade apodítica, a certeza absolutamente transparente e sem ambiguidade requisitos antes mencionados por
Descartes. Os objetos da ciência rigorosa têm que ser essências atemporais, cuja atemporalidade é garantida por sua
idealidade, fora do mundo cambiável e transiente da ciência empírica.
Por exemplo, "um triângulo". Posso observar um triângulo maior, outro menor, outro de lados iguais, ou desiguais.
Esses detalhes da observação elementos empíricos precisam ser deixados de lado a fim de encontrar a essência da
ideia de triângulo do objeto ideal que é o triângulo , que é tratarse de uma figura de três lados no mesmo plano.
Essa redução à essência, ao triângulo como um objeto ideal, é a redução eidética.
A Intuição do Invariante
Não importa para a Fenomenologia como os sentidos são afetados pelo mundo real. Husserl distingue entre percepção
e intuição. Alguém pode perceber e estar consciente de algo, porém sem intuir o seu significado. A intuição eidética é
essencial para a redução eidética. Ela é o darse conta da essência, do significado do que foi percebido. O modo de
apreender a essência, Wesensschau, é a intuição das essências e das estruturas essenciais. De comum, o homem forma
uma multiplicidade de variações do que é dado. Porém, enquanto mantém a multiplicidade, o homem pode focalizar
sua atenção naquilo que permanece imutável na multiplicidade, a essência esse algo idêntico que continuamente se
mantém durante o processo de variação, e que Husserl chamou "o Invariante".
No exemplo do triângulo, o "Invariante" do triângulo é aquilo que estará em todos os triângulos, e não vai variar de um
triângulo para outro. A figura que tiver unicamente três lados em um mesmo plano, não será outra coisa, será um
triângulo. Não podemos acreditar cegamente naquilo que o mundo nos oferece. No mundo, as essências estão
acrescidas de acidentes enganosos. Por isso, é preciso fazer variar imaginariamente os pontos de vista sobre a essência
para fazer aparecer o invariante.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Fenomenologia 3/9
17/10/2018 Fenomenologia – Wikipédia, a enciclopédia livre
O que importa não é a coisa existir ou não ou como ela existe no mundo,
mas a maneira pela qual o conhecimento do mundo acontece como
intuição, o ato pelo qual a pessoa apreende imediatamente o conhecimento
de alguma coisa com que se depara – que também é um ato
primordialmente dado sobre o qual todo o resto é para ser fundado.
Husserl definiu a Fenomenologia em termos de um retorno à intuição,
Anschauung, e a percepção da essência. Além do mais, a ênfase de Husserl
sobre a intuição precisa ser entendida como uma refutação de qualquer
abordagem meramente especulativa da filosofia. Sua abordagem é
A Universidade de Friburgo, onde
“concreta”, trata do fenômeno dos vários modos de consciência.
Husserl e Heidegger ensinavam
filosofia.
A Fenomenologia não restringe seus dados à faixa das experiências
sensíveis, pois admite dados não sensíveis (categoriais) como as relações
de valor, desde que se apresentem intuitivamente.
Redução Transcendental
Embora tenha trabalhado até o final de sua vida na definição do que chamou Redução Transcendental, Husserl não
chegou a uma conclusão clara. Basicamente seria a redução fenomenológica aplicada ao próprio sujeito, que então se
vê não como um ser real, empírico, mas como consciência pura, transcendental, geradora de todo significado.
Para o fenomenólogo, a função das palavras não é nomear tudo que nós vemos ou ouvimos, mas salientar os padrões
recorrentes em nossa experiência. Identificam nossos dados dos sentidos atuais como sendo do mesmo grupo que
outros que já tenhamos registrado antes. Uma palavra não descreve uma única experiência, mas um grupo ou um tipo
de experiências; a palavra "mesa" descreve todos os vários dados dos sentidos que nós consultamos normalmente
quanto às aparências ou às sensações de "mesa". Assim, tudo que o homem pensa, quer, ama ou teme, é intencional,
isto é, referese a um desses universais (que são significados e, como tal, são fenômenos da consciência). E por sua vez,
o conjunto dos fenômenos, o conjunto das significações, tem um significado maior, que abrange todos os outros, é o
que a palavra "Mundo" significa.
Fenomenologia e Fenomenalismo
A fenomenologia não pode ser confundida com o Fenomenalismo, pois este não leva em conta a complexidade da
estrutura intencional da consciência que o homem tem dos fenômenos. A Fenomenologia examina a relação entre a
consciência e o Ser. Para o Fenomenalismo, tudo que existe são as sensações ou possibilidades permanentes de
sensações, que é aquilo a que chamam fenômeno. O fenomenólogo, diferentemente do fenomenalista, precisa prestar
atenção cuidadosa ao que ocorre nos atos da consciência, que são o que ele chama fenômeno.
Outros Pensadores
Max Scheler
O mais original e dinâmico dos primeiros associados de Husserl, no entanto, foi Max Scheler (18741928), que havia
integrado o grupo de Munique quem realizou seu principal trabalho fenomenológico com respeito a problemas do valor
e da obrigação. Ampliou a ideia de intuição, colocando, ao lado de uma intuição intelectual, outra de caráter
emocional, fundamento da apreensão do valor.
Heidegger
https://pt.wikipedia.org/wiki/Fenomenologia 4/9
17/10/2018 Fenomenologia – Wikipédia, a enciclopédia livre
Discípulo de Husserl, Heidegger dedicou a ele sua obra fundamental Ser e
Tempo (1927), mas logo surgiram diferenças entre ele e o mestre. Discutir e
absorver os trabalhos de importantes filósofos na história da metafísica
era, para Heidegger, uma tarefa indispensável, enquanto Husserl
repetidamente enfatizou a importância de um começo radicalmente novo
para a filosofia, queria colocar "entre parênteses" a história do pensamento
filosófico abrindo poucas exceções como Descartes, Locke, Hume e Kant.
Em sua crítica a Husserl, Heidegger salientou que ser lançado no mundo
Max Scheler um dos grandes
entre coisas e na contingência de realizar projetos é um tipo de
expoentes da fenomenologia
intencionalidade muito mais fundamental que a intencionalidade de
meramente contemplar ou pensar objetos. E é aquela intencionalidade
mais fundamental a causa e a razão desta última.
MerleauPonty
Maurice MerleauPonty (19081961), outro importante representante do Existencialismo na França, foi ao mesmo
tempo o mais importante fenomenólogo francês. Suas obras, “A Estrutura do comportamento” (1942) e
“Fenomenologia da percepção” (1945), foram os mais originais desenvolvimentos e aplicações posteriores da
Fenomenologia produzidos na França.
Em sua tentativa de aplicar a Fenomenologia ao exame da existência humana, como fez Heidegger, Sartre e outros
autores franceses desenvolveram uma linguagem sofisticada, recheada de termos que caíram no gosto dos
acadêmicos, mas se tornaram um obstáculo ao entendimento da doutrina inclusive entre os próprios intelectuais.
Sartre
JeanPaul Sartre (19051980) segue estritamente o pensamento de Husserl na análise da consciência em seus
primeiros trabalhos, “A Imaginação” (1936) e “O Imaginário: Psicologia fenomenológica da imaginação” (1940), nos
quais faz a distinção entre a consciência perceptual e a consciência imaginativa aplicando o conceito de
intencionalidade de Husserl.
No seu “A Filosofia do Existencialismo”, de 1965, Sartre declara que "a subjetividade deve ser o ponto de partida" do
pensamento existencialista, o que mostra que o existencialista é primeiramente um fenomenólogo. A negação de
valores e o convite ao anarquismo implícitos na doutrina atraíram os pensadores de Esquerda e afastaram os
conservadores de Direita.
A Fenomenologia e Outras Filosofias
O Empirismo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Fenomenologia 5/9
17/10/2018 Fenomenologia – Wikipédia, a enciclopédia livre
Galileu (15641642), é apontado como um dos fundadores do Empirismo pelo fato de aplicar aos objetos de estudo a
experimentação, algo que possui seu limiar na atitude de Galileu em apontar sua luneta para o espaço, descobrindo
posteriormente a nãoexistência das esferas celestes, tal qual determinavam as premissas de Aristóteles. Desta forma,
Galileu lançou sua teoria com carência de provas (embora sua teoria fosse consistente e embasada no seu experimento)
passando posteriormente por sessões da Inquisição Católica a fim de dirimir as dúvidas em relação ao sistema
Aristotélico.
A nova atitude naturalista de Galileu de dúvida e observação, inspirou Francis Bacon (15611626) a criar tábuas para
o controle da experimentação e o estabelecimento de leis científicas, o que levou rapidamente o homem a novos
conhecimentos no campo da astronomia, da química e da física. A mesma atitude de observação e interpretação
natural levada ao estudo da mente e do conhecimento, deu origem à Corrente Empirista, que haveria de afetar
profundamente a filosofia e criar o Positivismo, ou seja, o tratamento científico de todos os fatos e fenômenos,
inclusive em Política.
John Locke
O filósofo empirista procurou no seu Essay Concerning Human Understanding (1690) demonstrar que todas as ideias
são registros de impressões sensíveis (ou são derivadas de combinações, de associações entre essas ideias de origem
sensível), e criticou o pensamento de Descartes (15961650) de que existiriam algumas ideias que seriam inatas que o
homem teria no espírito ao nascer , como, por exemplo, a ideia de perfeição. Segundo John Locke, alguma coisa é
enviada pelos objetos e é captada por nossos sentidos e dão causa à formação das ideias. Este pensamento é a base da
teoria corpuscular da luz.
David Hume
Ainda mais contundente que seu predecessor, Locke, Hume negou o valor do raciocínio indutivo e denunciou que a
relação de causa e efeito não é suficiente como conhecimento, pois nada encontramos entre causa e efeito senão que
um acidente costumeiramente se segue a outro. Estamos habituados a chamar o primeiro acidente de causa apenas
porque ele sempre acontece antes do segundo que chamamos de efeito. Ou seja, um efeito não remonta
necessariamente a sempre uma mesma causa. "O Sol nasce todos os dias", logo "O Sol nascerá amanhã". Segundo
Hume, nada nos garante que NECESSARIAMENTE o sol nascerá amanhã. Entretanto, através do hábito, tomamos
uma crença (belief) de que isso acontecerá.
Psicologismo e Historicismo
À influência da psicologia associativa de Locke sobre a filosofia (ou teoria) do conhecimento se chamou Psicologismo.
É a teoria de que os problemas da epistemologia (a validade do conhecimento humano) e inclusive a questão da
consciência, podem ser solucionados por meio do estudo científico dos processos psicológicos. A Psicologia deve ser
tomada como base para a Lógica. Os psicologistas entendiam a lógica domínio da filosofia como ciência. Seria
apenas uma disciplina definidora, normativa, dos atos psíquicos, dos modos associativos do pensamento, e suas
matérias apenas regras para pensar bem, e não fonte de verdade. A filosofia ficou fora de moda, "reduzida" a uma
psicologia científica vinculada ao Positivismo.
O historicismo representava a mesma tendência empirista para uma interpretação científica da História. Os fatos
históricos somente poderiam ser compreendidos e julgados se confrontados com a cultura estética, religiosa,
intelectual e moral do período histórico em que aconteciam, e não em relação a valores morais permanentes.
Idealismo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Fenomenologia 6/9
17/10/2018 Fenomenologia – Wikipédia, a enciclopédia livre
A Fenomenologia de Husserl é uma forma de idealismo, porque lida com objetos ideais, com as ideias das coisas em
sua essência, tal como os idealistas Platão, Hegel[1] e outros. Desde os ensinamentos de Platão a filosofia nos diz que,
por influência dos sentidos (a construção das ideias que o homem tem em sua mente se faz por informação dos
sentidos, como dito por Locke) existem várias imagens possíveis de um objeto, porém todas elas significando a mesma
coisa, ou seja, todas elas redutíveis ao mesmo significado, todas referindose ao mesmo objeto ideal, contendo a
mesma ideia, constituídas da mesma essência. Todas as imagens de mesa (o exemplo mais frequente nos textos) têm
uns certos componentes que fazem com que cada uma das imagens signifique "mesa", uma mesa maior, menor, alta
ou baixa, vista de cima ou de baixo, por uma pessoa míope ou por outra daltônica, não importa, terá sempre aqueles
componentes básicos que garantirão àquele objeto o significado de mesa.
Platão
Para Platão (428347 AC), essa essência de cada coisa, o que se chamou "universais", estava no Mundo das Ideias que
as almas humanas podiam vislumbrar antes da encarnação. Aristóteles (384322 AC) reconheceu de pronto a
importância desse pensamento, porém trouxe a essência das coisas para o mundo real, para as coisas mesmas. Em
uma mesa, por exemplo, havia algo que era sua essência, e que, não importando quantas e quais fossem as variações
acidentais, fazia que fosse uma mesa e não outra coisa qualquer. Husserl, por sua vez, retira do objeto a sua essência e
a coloca na mente do homem. O objeto ideal mesa, o fenômeno da representação da mesa na mente, independe de que
haja qualquer mesa no mundo externo, no mundo real, porque a essência de "mesa" está na própria mente.
Immanuel Kant
A afinidade entre Husserl e Kant está em ambos buscarem a condição de verdade do conhecimento. Husserl sustenta
que a verdade está no conhecimento das essências, e Kant, que ela existe limitada às categorias do que é possível
conhecer.
Segundo a filosofia do conhecimento (Crítica) de Immanuel Kant (17241804), nós não podemos conhecer as coisas
inteiramente, porque nem todos os sinais que recebemos das coisas são aceitos pela mente, e disto resulta que não
podemos conhecer inteiramente o real. Conhecemos do real apenas aquilo que a mente pode assimilar, e que ele
chamou fenômeno; ao que permanece incognoscível para nós ele chamou o noumeno. Então Kant tomou a série de
conceitos que Aristóteles havia listado como o que podemos dizer das coisas, e transformoua em uma série de
categorias que são o que podemos conhecer das coisas. Para Kant o dado empírico tem validade, porém nunca
validade absoluta ou apodítica. Husserl igualmente duvida do conhecimento científico dos fatos e, para ele, o que deve
ser procurado é o conhecimento científico das essências.
Fenomenologia e Psicologia
Foi de grande importância e de grande impacto o pensamento fenomenológico na psicologia, na qual Franz Brentano e
o alemão Carl Stumpf haviam preparado o terreno, e na qual o psicólogo americano William James, a escola de
Würzburg, e os psicólogos da Gestalt haviam trabalhado ao longo de linhas paralelas. Este método, e as adaptações
desse método, tem sido usados para estudar diferentes emoções, patologias, coisas tais quais separação, solidão,
solidariedade, as experiências artística e religiosa, o silêncio e a fala, percepção e o comportamento, e assim por
diante.
Karl Jaspers
Mas a Fenomenologia deu provavelmente sua maior contribuição no campo da psiquiatria, no qual o alemão Karl
Jaspers (18831969), um destacado existencialista contemporâneo, ressaltou a importância da investigação
fenomenológica da experiência subjetiva de um paciente.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Fenomenologia 7/9
17/10/2018 Fenomenologia – Wikipédia, a enciclopédia livre
O paciente psicológico é paciente em vista do objeto ideal que em sua
mente corresponde à realidade, não importa qual a situação externa, e
porque essa construção ideal difere do padrão comum dos objetos ideais na
mente das demais pessoas com respeito aos mesmos estímulos dos
sentidos. O psicólogo precisa encontrar o significado nos objetos do mundo
ideal do seu paciente, a fim de poder lidar com sua situação psicológica.
Críticas à Fenomenologia
Na psicologia, a objeção que se levanta é contra a possibilidade de se viver Carl Stumpf
com o paciente sua própria visão do mundo, de sua situação e de si
mesmo. Como a subjetividade deve estar também no psicólogo, é impossível ter o terapeuta uma intuição desses
aspectos que seja inteiramente livre do seu próprio eu, do seu próprio pensar, de modo a evitar introduziremse em sua
análise certas impressões pessoais que precisaria evitar.
A Fenomenologia diz que o terapeuta deve buscar compreender com a sua subjetividade a subjetividade alheia. Na
verdade, necessita um grupo de psicólogos consultores de modo que as suas visões possam se somar para uma
compreensão mais profunda de um fenômeno, "intersubjetividade". Porém deve lembrarse de que, a rigor, ele não tem
nenhum padrão absolutamente confiável para aprovar ou reprovar qualquer comportamento alheio, apesar de se
encontrar confortável com a estatística da normalidade das atitudes e dos costumes.
Na Política e no Direito, o modo de se lidar com a subjetividade é a Democracia, em que o problema da subjetividade é
contornado por meio do consenso, pela coincidência estatística de opiniões, pelo voto de um conselho ou da
população, de modo que, por assim dizer, a subjetividade de um único indivíduo, ou de uma minoria de intelectuais,
não venha a prevalecer. Em Moral e Religião, a âncora são as escrituras, consideradas revelação divina.
Lista de Pensadores
Ligações externas
Newsletter of Phenomenology. (http://www.phenomenology.ro/newsletter/newsletter_all.htm) (onlinenewsletter)
Research in Phenomenology. (http://www.brill.nl/m_catalogue_sub6_id9390.htm) Duquesne Univ. Pr., Pittsburgh
Pa 1.1971ff. ISSN 00855553 (http://dispatch.opac.dnb.de/DB=1.1/LNG=EN/CMD?ACT=SRCHA&IKT=8&TRM=00855553)
Studia Phaenomenologica. (http://www.studiaphaenomenologica.com/) ISSN 15825647 (http://dispatch.opac.dnb.de/DB=
1.1/LNG=EN/CMD?ACT=SRCHA&IKT=8&TRM=15825647)
Center for Advanced Research in Phenomenology (http://www.phenomenologycenter.org)
Sociedade Brasileira de Psicologia Humanista Existencial (http://www.sobraphe.org.br)
1. SANTOS, Jose Henrique. O trabalho do negativo: ensaios sobre a Fenomenologia do espírito. São Paulo: Edições
Loyola, c2007. 356p. ISBN 9788515034512(broch.).
Obtida de "https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Fenomenologia&oldid=52917999"
Esta página foi editada pela última vez às 16h37min de 16 de agosto de 2018.
Este texto é disponibilizado nos termos da licença AtribuiçãoCompartilhaIgual 3.0 Não Adaptada (CC BYSA 3.0) da
Creative Commons; pode estar sujeito a condições adicionais. Para mais detalhes, consulte as condições de
utilização.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Fenomenologia 9/9