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Rio de Janeiro
Março de 2017
Melo, Jonathan da Maia Santos de
Análise da flambagem elástica e da resistência de
telhas autoportantes de aço formadas a frio / Jonathan da
Maia Santos de Melo. – Rio de Janeiro: UFRJ/COPPE,
2017.
IX, 92 p.: il.; 29,7 cm.
Orientador: Eduardo de Miranda Batista
Dissertação (mestrado) – UFRJ/ COPPE/ Programa de
Engenharia Civil, 2017.
Referências Bibliográficas: p. 85-92.
1. Vigas-calha. 2. Perfis de aço formados a frio. 3.
Estabilidade elástica. I. Batista, Eduardo de Miranda. II.
Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPPE,
Programa de Engenharia Civil. III. Título.
iii
DEDICATÓRIA
iv
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Dr. Eduardo de Miranda Batista, pela atenciosa orientação e apoio, além
do constante estímulo ao aprendizado.
Aos meus familiares, pelo carinho, incentivo e amizade. Sem o apoio dos mesmos
essa conquista seria deveras dificultada.
v
Resumo da Dissertação apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos
necessários para a obtenção do grau de Mestre em Ciências (M.Sc.)
Março/2017
vi
Abstract of Dissertation presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Master of Science (M.Sc.)
March/2017
The present investigation addresses the main structural aspects related to the
performance of large span orthotropic roofing system, based on thin-walled stiffened
cold-formed sections, CFS. The study is focused on the structural performance under
bending effects of stiffened trapezoidal CFS, strongly affected by the variation of its
cross-section geometrical properties. The structural efficacy is estimated with the aid of
elastic buckling analysis allowing identification of the concerned buckling modes and
critical bending moments. The obtained results indicate the main geometrical aspects
and dimensions of the intermediate stiffeners to be considered in order to improve the
buckling behavior of the trapezoidal CFS. It was concluded that the design of improved
trapezoidal CFS are deeply dependent of the shape, geometry and distribution of the
intermediate stiffeners in the cross-section. Minor adjustments in the geometry of the
intermediate stiffeners can significantly change the buckling behavior. The adopted
methodology is described and the final results of improved trapezoidal CFS indicate the
best sections for both structural resistance and roofing coverture efficacy.
vii
Sumário
1 Introdução ............................................................................................................... 1
1.1 Objetivo ............................................................................................................. 3
1.2 Estrutura da Dissertação .................................................................................... 4
2 Descrição das características das vigas-calha ...................................................... 6
2.1 Tecnologia de fabricação e emprego das telhas autoportantes existentes ......... 6
2.1.1 Tipos de aço utilizados ............................................................................... 7
2.1.2 Geometrias de seção transversal ............................................................... 10
2.1.3 Espessuras e vãos usuais .......................................................................... 12
2.1.4 Montagem e aspectos logísticos ............................................................... 14
2.2 Tipologia selecionada para estudo ................................................................... 16
3 Revisão Bibliográfica............................................................................................ 20
3.1 Normas relacionadas ........................................................................................ 21
3.2 Flambagem de placas ....................................................................................... 23
3.3 Modos de flambagem em PFF sob flexão simples .......................................... 26
3.3.1 Modo de flambagem local (L) .................................................................. 27
3.3.2 Modo de flambagem distorcional (D) ...................................................... 28
3.3.3 Modo de flambagem global (G) ............................................................... 29
3.4 Métodos para a análise de estabilidade elástica ............................................... 29
3.4.1 Análise pelo MFF ..................................................................................... 30
3.4.2 Análise pelo MEF ..................................................................................... 32
3.4.3 Análise pela GBT ..................................................................................... 34
3.5 Os enrijecedores intermediários ....................................................................... 35
3.6 Métodos para estimar o momento fletor resistente .......................................... 38
3.6.1 Método da Largura Efetiva (MLE)........................................................... 39
3.6.2 Método da Resistência Direta (MRD) ...................................................... 40
3.6.3 Método da Seção Efetiva (MSE) .............................................................. 43
3.6.4 Comentários .............................................................................................. 44
4 Desenvolvimento de vigas-calha aprimoradas com base na análise de
flambagem elástica ....................................................................................................... 45
4.1 Metodologia empregada................................................................................... 45
4.2 Gerador de coordenadas da ST e ponto de partida .......................................... 47
4.3 Variações geométricas ..................................................................................... 48
4.4 Seleção de três tipologias ................................................................................. 51
4.5 Análises de perfis enrijecidos .......................................................................... 54
4.5.1 Análise por placas..................................................................................... 55
4.5.2 Refinamento dos resultados ...................................................................... 56
4.5.3 Ajustes finais na geometria....................................................................... 58
viii
4.5.4 Resumo dos resultados ............................................................................. 59
4.6 Condições de contorno no modelo de análise .................................................. 62
4.7 Hipóteses de carregamento .............................................................................. 65
4.7.1 Peso próprio da cobertura ......................................................................... 67
4.7.2 Sobrecargas............................................................................................... 67
4.7.3 Vento ........................................................................................................ 67
4.8 Vãos máximos e balanços requeridos .............................................................. 69
4.8.1 Análises de flambagem elástica................................................................ 69
4.8.2 Estimativa de resistência e vãos obtidos................................................... 71
4.9 Discussão ......................................................................................................... 79
5 Conclusões ............................................................................................................. 81
5.1.1 Sugestões para trabalhos futuros .............................................................. 83
Referências .................................................................................................................... 85
ix
1 Introdução
Uma das alternativas para a construção dessas coberturas, que apresentam grandes
vãos entre apoios, são as estruturas leves, que têm sido utilizadas em detrimento dos
métodos tradicionais com estruturas metálicas robustas ou estruturas em concreto.
Dentre os materiais disponíveis, nota-se a tendência marcante do uso do aço para a
finalidade apontada.
Nas últimas duas décadas tem sido evidente a expansão do emprego de estruturas
de aço no Brasil, sobretudo no mercado brasileiro de coberturas, onde o aço está
presente em cerca de 20%, de acordo com o Centro Brasileiro da Construção em Aço –
CBCA [1]. Apresentando características de resistência, rigidez e leveza, as coberturas
em aço obtidas por perfis formados a frio (PFF) têm sido amplamente utilizadas,
conduzindo a soluções competitivas.
Por serem compostas por PFF com espessuras de paredes finas, da ordem de 0,8 a
1,55 mm, estas coberturas estão sujeitas à incidência dos fenômenos de flambagem
típicos dos perfis de chapa dobrada com elevada esbeltez. Portanto, os critérios de
verificação das telhas autoportantes incluem análises de flambagem elástica para
determinação de cargas críticas e modos de flambagem local (L) e distorcional (D).
1
Faixas Finitas (MFF). Esta pesquisa se utiliza do software livre CUFSM, baseado no
MFF, para proceder o estudo de perfis de vigas-calha.
2
com cerca de 1,0 mm de espessura, os vãos livres vencidos se encontram na faixa de 12
a 14 metros, com balanços de 2 a 6 metros.
Portanto, um estudo dos parâmetros enumerados de ‘i’ a ‘v’, acima, seria útil para
a proposição de melhorias em peças hipotéticas, visando possíveis acréscimos nos vãos
livres vencidos, com mínimo impacto da eficiência do sistema, relacionada à taxa de
cobertura Cob = Lb / Ls, que representa a razão entre a projeção horizontal da telha
(daqui por diante chamada de ‘cobrimento’) e a largura da bobina de aço.
A taxa de cobertura pode ser considerada uma das medidas de eficiência das viga-
calha, já que está relacionada à economia de material e à redução do peso próprio do
sistema. Vigas com inclinações acentuadas nas almas tendem a apresentar momentos
resistentes altos e taxas de cobertura baixas.
1.1 Objetivo
3
ii. a partir de uma largura de bobina de aço predefinida (utilizada como
matéria-prima para a conformação a frio das peças), maximizar a projeção
horizontal das telhas, visando maior potencial de cobertura de cada
unidade;
4
O capítulo 5 apresenta as conclusões deste trabalho, trazendo ao final algumas
sugestões para o desenvolvimento de trabalhos futuros.
5
2 Descrição das características das vigas-
calha
Para tanto, nos tópicos a seguir são selecionados e discutidos alguns aspectos
considerados primordiais ao processo de familiarização com a tipologia estrutural em
tela.
Por conta dos grandes comprimentos das peças, é comum a fabricação de vigas-
calha a partir de bobinas de aços estruturais manipuladas por um processo contínuo em
mesa perfiladeira de roletes para conformação a frio. Essa forma de fabricação dos
perfis é uma alternativa ao emprego de prensas dobradeiras (processo descontínuo),
pouco aplicáveis ao caso estudado, já que o comprimento do perfil fica limitado à
largura da prensa. A Figura 2 ilustra esses processos.
Figura 2 – (a) Processo descontínuo (prensa) [4]; (b) Processo contínuo (perfiladeira)
[4]; (c) Bobina de aço estrutural [5].
6
O processo contínuo (Figura 2b) é realizado a partir do deslocamento longitudinal
de uma chapa de aço sobre os roletes de uma linha de perfilação. Os roletes vão
conferindo à chapa, gradativamente, a forma definitiva do perfil. Uma vez que a mesa
perfiladeira é alimentada pelo desenrolar de uma bobina de aço, o perfil é cortado
quando deixa a linha de perfilação e atinge o comprimento indicado no projeto.
Para peças com comprimentos maiores, que compõem o escopo deste trabalho,
cujo transporte à obra seja inviável, há a opção de fabricação pelo processo contínuo no
próprio canteiro por meio de máquinas perfiladoras autotransportáveis, conforme
ilustrado pela Figura 3.
7
A Tabela 1, adaptada da ABNT NBR 14762:2010 [7], apresenta os tipos de aço
especificados em normas brasileiras para uso estrutural, com aplicação para chapas
finas.
Os aços patináveis são aços de alta resistência e baixa liga que apresentam maior
resistência à corrosão atmosférica que os aços estruturais comuns. A resistência à
corrosão se dá por meio da formação da pátina, uma camada densa, aderente e protetora
de óxidos que surge na superfície do aço durante a exposição atmosférica [8].
8
Além disso, embora esse tipo de aço seja fabricado pelas usinas siderúrgicas
nacionais, aspectos referentes a sua fabricação e especificação, juntamente com os
custos de aquisição envolvidos, fazem com que os aços patináveis não sejam uma
escolha corrente no mercado das telhas autoportantes.
iii. Pré-pintados; e
Dentre esses tipos, os aços zincados de qualidade estrutural (Grau ZAR, conforme
especificações da ABNT NBR 7008:2012 [10]) apresentam boa aceitação para emprego
em vigas-calha.
Por estas razões bobinas de aço galvanizado têm sido a opção mais adotada na
concepção de telhas autoportantes, já que reúnem num só produto a resistência
mecânica do substrato aço à corrosão conferida pela camada de revestimento de zinco,
apresentando boa performance nas operações posteriores de conformação, soldagem e
pintura [11].
9
Tabela 2 – Características de fornecimento das bobinas laminadas a frio, zincadas,
utilizadas na conformação de vigas-calha, obtidas em catálogos técnicos de três usinas.
Norma Grau do Espessura t Largura (mm)
Usina
Técnica Aço (mm)
CSN 0,30 – 3,00 1000 – 1500
1
De acordo com os catálogos técnicos das três usinas, outras faixas de largura
podem ser obtidas mediante consulta.
1
Dados disponíveis em:
http://www.csn.com.br/conteudo_pti.asp?idioma=0&conta=45&tipo=59673&prSv=1
2
Dados disponíveis em:
http://vega.arcelormittal.com/produtos_mercados/catalogos/pdf/arcelormittal-catalogo-acos-planos.pdf
3
Dados disponíveis em:
https://www.comercialgerdau.com.br/pt/produtos/bobina-zincada#ad-image-0
10
Figura 4 – Telha autoportante do fabricante Santo André - Fabricante A.
(a) ilustração disponível em: http://www.sandre.com.br/telha_autoportante_259.php.
(b) dimensões da seção transversal (formulada pelo autor).
11
(a) ilustração disponível em: http://www.telhaseultrapaineis.com.br/tup-260/.
(b) Dimensões da seção transversal (formulada pelo autor).
12
Figura 9 – Tipologias: (a) telha plana; e (b) telha em arco. Adaptado de AÇOPORT
[13].
v. a espessura da chapa.
A Figura 10 apresenta os vãos vencidos pelas peças dos Fabricantes ‘A’ a ‘D’ em
função dos balanços utilizados nas extremidades das telhas e da espessura das mesmas.
Os dados utilizados para a confecção das curvas foram obtidos a partir dos catálogos do
próprio fabricante.
13
Figura 10 – Vãos vencidos pelas telhas autoportantes dos Fabricantes A, B, C e D.
Neste estudo, serão analisadas telhas de tipologia plana com 1,0 mm de espessura,
buscando-se verificar a possibilidade de vencer vãos ainda maiores que 15 metros, após
a implementação das melhorias propostas.
14
interligadas através de parafusos galvanizados com arruelas de vedação e fixação,
formando um sistema ortotrópico de cobertura [14].
15
Figura 13 – Esquema de fixação das telhas dos Fabricantes B e D.
(a) ilustração disponível em: https://www.multiporte.com.br/produtos/.
(b) ilustração disponível em: http://acoport.com.br/telhas-autoportantes/dados-tecnicos/.
Ilustrações adaptadas pelo autor.
Dependendo das dimensões da obra, a montagem das telhas na posição final pode
contar ainda com equipamentos como torres metálicas, guindastes, lanças telescópicas e
andaimes.
16
Os termos “essenciais” e “acidentais” são usuais para definir tipos, sendo
encontrados na literatura relacionada à ciência da computação e à gramática da forma
[3].
17
Figura 15 – Seção transversal de viga-calha – geometria inicial.
vi. geração por operações de dobra sobre uma chapa de largura Ls = 1200
mm.
18
Figura 16 – Ilustração dos parâmetros Ls (largura da bobina de aço) e Lb (cobrimento).
19
3 Revisão Bibliográfica
As duas primeiras classes constituem o grupo dos perfis pesados, ao passo que os
perfis formados a frio são também chamados de ‘perfis leves’.
20
No Brasil, os trabalhos diversos realizados na Universidade Federal do Rio
de Janeiro/ COPPE, por iniciativa do professor Eduardo de Miranda
Batista;
21
Nos EUA, Canadá e México, a normatização é estabelecida por meio da “North
American Specification for the Design of Cold-Formed Steel Structural Members” [16].
Esta norma é aplicável a todos os tipos de emprego de PFF e nela são abordadas as
formulações para o cálculo de resistências dos elementos pelos Métodos da Largura
Efetiva - MLE e da Resistência Direta - MRD, que serão discutidos adiante. A
normatização norte-americana é ainda utilizada em muitos países que não possuem uma
especificação técnica equivalente para os PFF.
22
Figura 17 – Limitações geométricas para aplicabilidade do MRD em peças sob flexão.
Adaptado da AISI [21].
De acordo com PFEIL [22], “as chapas são produtos laminados, nos quais uma
dimensão (a espessura) é muito menor que as outras duas (largura e comprimento)”. A
Figura 18 apresenta uma sugestão para a diferenciação de chapas grossas e finas [22].
23
Figura 18 – Características das chapas grossas e finas [22].
24
Figura 19 – Placa comprimida simplesmente apoiada no contorno. Trajetórias de
equilíbrio. Adaptado de REIS e CAMOTIM [23].
O modo de falha por flambagem local, (ou de placa), ocorre em perfis de chapa
fina dobrada sujeitos a carregamentos frequentemente menores aos que correspondem à
plastificação total ou parcial da sua seção transversal. A Figura 20 ilustra o
comportamento de uma placa isolada perfeita sob compressão.
25
Figura 20 – Comportamento das placas isoladas perfeitas sob compressão [22].
26
Os PFF com comprimento não muito superior à largura das paredes podem
apresentar modos de flambagem local de placa. Para comprimentos intermediários,
pode ocorrer o modo distorcional. Para perfis de chapas mais “longas”, onde o
comprimento é predominante nas dimensões da peça, pode ocorrer o modo de
flambagem global, o qual é dependente da geometria da seção transversal e do
comprimento do perfil. Esses três são os modos clássicos em PFF, e serão abordados
com frequência nesta pesquisa.
27
Dependendo da idealização das condições de contorno, que simulam a união entre
vigas-calha adjacentes, a configuração deformada da peça no modo local pode sofrer
alterações, mantendo, porém, as características gerais descritas no parágrafo anterior. A
inserção de enrijecedores longitudinais também causa impactos na geometria
deformada, sendo tais impactos objeto de análise mais detalhada apresentada adiante.
28
transversais (ST’s) assumem disposições diferentes ao se variar o sentido do momento
fletor e condições de contorno, entre outros parâmetros.
29
desses perfis deve ser obtido com a maior acurácia possível, a fim de produzir
resultados confiáveis para serem aplicados em procedimentos de projeto [27].
i. Métodos diretos;
30
No MFF, a estrutura é dividida em subdomínios bidimensionais (faixas) ou
tridimensionais (camadas), nos quais um par oposto de lados (2D) ou um ou mais pares
opostos de faces (3D) de um dado subdomínio são coincidentes com o contorno da
estrutura. A geometria da estrutura é usualmente constante ao longo de uma ou duas
coordenadas, ao passo que a largura de uma faixa é constante de uma extremidade a
outra [29].
31
Figura 24 dispõe um exemplo de resultado de análise linear elástica de perfil de viga-
calha pelo software CUFSM.
A análise de PFF por meio de softwares com base no MEF pode ser uma boa
opção quando se faz necessário analisar estruturas que não se enquadram nas limitações
do MFF, sendo tais limitações as extremidades simplesmente apoiadas, seção
transversal constante e carregamento axial.
4
http://www.ce.jhu.edu/bschafer/cufsm/.
32
interpolação dos deslocamentos nodais nas direções transversais e longitudinais da
estrutura.
Um dos software mais usados para análises numéricas via MEF, com aplicação ao
problema da flambagem, é o software ANSYS [35]. Além de análises de flambagem
elástica (“buckling”) por autovalores, com as quais se obtém os modos de flambagem, o
software permite ao usuário a realização de análises não-lineares, permitindo a
introdução de imperfeições inicias nas peças e a consideração de plasticidade e tensões
residuais. A Figura 25 ilustra um modelo de viga-calha analisado pelo software.
Figura 25 – Deformadas de perfil trapezoidal, (a) vista isométrica ANSYS; (b) vista da
seção transversal ANSYS; (c) vista da seção transversal MFF. Adaptado de TRICHES
[37].
33
O principal entrave ao uso do software ANSYS é a complexidade requerida na
entrada de dados de cada peça analisada. As modelagens em elementos finitos, com
vistas ao estudo de pós-flambagem, exigem:
Outra teoria, que também vem sendo largamente aplicada para a análise linear dos
perfis formados a frio, é a Teoria Geralizada de Vigas ou “Generalized Beam Theory
(GBT)”. Essa teoria permite identificar a contribuição de cada modo pré-definido de
deformação no comportamento estrutural.
34
A entrada de dados do software, que requer as propriedades elásticas e as
dimensões da seção transversal do perfil, é bastante semelhante ao software de faixas
finitas. Assim como o CUFSM, o GBTUL fornece as curvas de assinatura do perfil de
paredes finas em estudo, que relacionam o comprimento do membro com sua carga
crítica. Também são fornecidas as participações modais nas peças estudadas para cada
comprimento.
35
Figura 26 – Modos de flambagem locais de placa, (a) modo de flambagem sem
enrijecedor; (b) modo de flambagem com enrijecedor. Dimensão “s” representando o
comprimento de semionda. Adaptado de SEVERO JÚNIOR [44].
36
A normatização europeia (EN 1993-1-3) [17] apresenta alguns dos tipos mais
comuns de enrijecedores intermediários usados em PFF, como pode ser verificado na
Figura 28.
37
Figura 30 – Tensões críticas de flambagem local elástica em placas quadradas
enrijecidas, com apoios simples em todo o contorno.
Em uma análise inicial, para estas pequenas chapas, é possível concluir que os
enrijecedores com geometria trapezoidal são os que conferem as maiores tensões
críticas de flambagem local elástica, para alturas 'h' crescentes. Nota-se que para
pequenas dimensões de 'h', o enrijecedor de dobra simples apresenta resultados
ligeiramente mais interessantes.
38
Como já abordado, as telhas autoportantes são elementos estruturais projetados
para vencer grandes vãos. Tais peças são sujeitas, a priori, a carregamentos que causam
esforços internos ao longo das mesmas, sendo os momentos fletores na região central
das peças os esforços mais relevantes.
Nessa ótica, o estudo das telhas autoportantes proposto por este trabalho esbarra
em uma questão fundamental: a partir do estudo de diversas geometrias de vigas-calha,
que culmina na seleção de modelos eficientes com as melhores taxas de cobertura, qual
seria o vão máximo de viga factível, adotando determinada hipótese de carregamento?
Como forma de considerar a redução de rigidez da placa, foi proposto por Von
Karman que, ao invés de se utilizar uma distribuição de tensões não-uniforme em uma
placa de largura b, fosse considerada toda a força aplicada sendo suportada por uma
39
placa de largura fictícia bef (menor do que b), sujeita a uma distribuição uniforme de
tensões (Figura 31).
Figura 31 – (a) Placa real sob compressão uniforme sofrendo flambagem local. A
largura b e a distribuição de tensões é não-uniforme; (b) Placa efetiva, com largura
efetiva bef e distribuição de tensões uniforme. Adaptado de TRICHES [37].
Este método foi empregado por muitos anos e ainda consta da ABNT NBR
14762:2010 [7]. No entanto, a solução manual é bastante trabalhosa. O Método das
Larguras Efetivas, cuja concepção pouco contribui para a compreensão dos fenômenos
que afetam a estabilidade, leva à aplicação de um conjunto de cálculos relativamente
complexos onde a presença de erros por parte do projetista nem sempre é facilmente
detectável [26].
40
analise computacional, para, com base em curvas de resistência calibradas
experimentalmente, prever a resistência do perfil.
Atualmente, o método já está inserido nas versões correntes das normas norte-
americana, australiana e brasileira.
Para o caso das vigas-calha, uma vez obtidos os momentos críticos elásticos, os
momentos fletores resistentes são determinados para os respectivos modos de
flambagem, por meio de curvas de dimensionamento específicas, como as apresentadas
na norma ABNT NBR 14762:2010 [7].
𝑀𝑅𝑒 = 1,11(1 − 0,278𝜆0 2 )𝑊𝑓𝑦 𝑝𝑎𝑟𝑎 0,6 < 𝜆0 < 1,336 (Eq. 2)
𝑊𝑓𝑦
𝑀𝑅𝑒 = 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝜆0 ≥ 1,336 (Eq. 3)
𝜆0 2
𝑊𝑓𝑦 0,5
𝑜𝑛𝑑𝑒 𝜆0 = ( ) (Eq. 4)
𝑀𝑒
41
0,15 𝑀𝑅𝑒
𝑀𝑅𝑙 = (1 − ) 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝜆𝑙 > 0,776 (Eq. 6)
𝜆𝑙 0,8 𝜆𝑙 0,8
𝑀𝑅𝑒 0,5
𝑜𝑛𝑑𝑒 𝜆𝑙 = ( ) (Eq. 7)
𝑀𝑙
0,22 𝑊𝑓𝑦
𝑀𝑅𝑑𝑖𝑠𝑡 = (1 − ) 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝜆𝑑𝑖𝑠𝑡 > 0,673 (Eq. 9)
𝜆𝑑𝑖𝑠𝑡 𝜆𝑑𝑖𝑠𝑡
𝑊𝑓𝑦 0,5
𝑜𝑛𝑑𝑒 𝜆𝑑𝑖𝑠𝑡 = ( ) (Eq. 10)
𝑀𝑑𝑖𝑠𝑡
𝑀𝑅𝑠𝑒𝑟
𝐼𝑒𝑓 = 𝐼𝑔 ( ) ≤ 𝐼𝑔 (Eq. 11)
𝑀𝑛
𝑜𝑛𝑑𝑒
𝑀𝑛 é o momento fletor solicitante calculado considerando as combinações de
ações para os estados-limites de serviço;
𝑀𝑅𝑠𝑒𝑟 é o momento fletor resistente, calculado pelas fórmulas anteriores, porém
substituindo o produto 𝑊𝑓𝑦 por 𝑀𝑛 ;
𝐼𝑔 é o momento de inércia da seção bruta.
No estudo conduzido por DINIS et al. [48] foi evidenciado, a partir de resultados
numéricos e experimentais, que a interação local-distorcional-global (LDG) em colunas
de aço formadas a frio, associada às coincidentes cargas críticas de flambagem local,
distorcional e global, pode ser responsável pela ocorrência de uma não negligenciável
perda de resistência desses perfis, em relação aos resultados fornecidos pela aplicação
das formulações do MRD.
42
análises elasto-plásticas de 2a ordem efetuadas através do método dos elementos finitos,
concluiu-se pela existência de uma significativa redução da resistência última
provocada pela interação LD.
De acordo com o texto da norma brasileira (ABNT NBR 14762:2010) [7], nesse
método a flambagem local é considerada por meio de propriedades geométricas efetivas
(reduzidas) da seção transversal das barras.
O método foi proposto por BATISTA [50] e [51], cujos trabalhos contemplaram,
inicialmente, aplicações para colunas e vigas. A ideia foi viabilizar um método simples
43
para o cálculo da resistência de perfis, evitando a obrigação de acesso a programas
computacionais para obtenção dos esforços críticos de flambagem.
A versão atual da norma brasileira [7] traz as formulações para a obtenção dos
momentos fletores resistentes de cálculo para barras submetidas à flexão simples. No
entanto, como já abordado, as formulações foram calibradas para seções transversais
usuais, em cujas geometrias as vigas-calha deste estudo não se enquadram.
3.6.4 Comentários
44
4 Desenvolvimento de vigas-calha
aprimoradas com base na análise de
flambagem elástica
2. Variações geométricas;
6. Hipóteses de carregamento; e
45
Figura 32 – Fluxograma esquemático das etapas do estudo.
46
4.2 Gerador de coordenadas da ST e ponto de partida
47
Figura 34 – (a): Implementação de sistema generativo com interface gráfica amigável.
(b): arquivo de texto com inputs para análise de flambagem elástica no programa
computacional CUFSM.
48
Figura 35 – Definição das tipologias 1, 2 e 3 de viga-calha.
49
Amplitudes de Momentos Críticos: Esp 1mm
8,76 0,9
7,81 0,8
Momento Crítico [kN.m] 6,05 0,7
0,6
Cob = Lb / Ls
0,5 Mcr Sup
0,3 Cobrim.
0,2
-1,20 -1,55 0,1
-1,74
0
T1 T2 T3
Com vistas a sanar essa questão foram testadas ST’s com variações incrementais
de 20 mm, a partir dos Tipos 1, 2 e 3, de quatro maneiras distintas, denominadas “A”,
“B”, “C” e “D”. O incremento na dimensão de uma placa acarreta consequentemente
em redução da dimensão de outra, conforme ilustrado na Figura 37.
50
Implementando-se seis variações incrementais em cada um dos modos
exemplificados na Figura 37, foi possível obter 24 ST’s diferentes para cada “Tipo”,
com cobrimentos e momentos críticos variados. A Tabela 4 exemplifica os resultados
obtidos para a “variação B” do Tipo 2.
Tabela 4 – Variações incrementais “B” em peças Tipo 2, t = 1,0 mm, e seus respectivos
resultados.
Analisando-se as amplitudes das 24 ST’s geradas para cada tipo, foi possível
realizar uma triagem de modo a prosseguir os estudos apenas com as melhores peças.
Escolhendo-se as 7 ST’s que forneceram as maiores amplitudes de momentos críticos
para cobrimentos crescentes, foi possível construir o gráfico ilustrado na Figura 38,
indicativo do desempenho de cada seção.
51
Figura 38 – Amplitudes de momentos críticos para as sete “melhores” peças de cada
Tipo para 4 classes de espessuras.
52
Amplitudes de Momentos Críticos: Esp 1mm
0,9
9,63 0,8
Momento Crítico [kN.m] 8,59
0,7
6,65
0,6
Cob = Lb / Ls
0,5 Mcr Sup
53
4.5 Análises de perfis enrijecidos
ii. as peças analisadas com enrijecedores foram as peças T1*, T2* e T3*,
com extremidades superiores restringidas à translação no plano da ST; e
54
2 ª Etapa: Refino; e
3 ª Etapa: Ajustes.
55
Amplitudes de Momentos Críticos: Esp 1mm
0,8
23,69
0,7
Momento Crítico [kN.m]
20,83
15,40 0,6
Cob = Lb / Ls
0,5
Mcr Sup
0,4
Mcr Inf
0,3 Cobrim.
0,2
-7,43 0,1
-9,75
-11,07
0
T1* 1 Et T2* 1 Et T3* 1 Et
56
Figura 44 – Geometria e amplitudes de momentos críticos para as peças enrijecidas na
2ª Etapa.
51,62
0,6
Cob = Lb / Ls
0,5
Mcr Sup
0,4
Mcr Inf
0,3 Cobrim.
0,2
-25,10
-37,11 0,1
-44,13
0
T1* 2 Et T2* 2 Et T3* 2 Et
57
4.5.3 Ajustes finais na geometria
58
Figura 47 – Geometria e amplitudes de momentos críticos para as peças enrijecidas na
3ª Etapa.
59,88 0,6
Cob = Lb / Ls
0,5
Mcr Sup
0,4
Mcr Inf
0,3 Cobrim.
0,2
-24,95 0,1
-37,54
-45,11
0
T1* 3 Et T2* 3 Et T3* 3 Et
A Figura 49, a seguir, ilustra a evolução dos resultados para a peça T1* com
espessura t = 1,0 mm. A Figura 50 apresenta as curvas de fator de carga x
comprimentos de meia-onda para as peças T1* nas três etapas. Essas curvas são obtidas
a partir das análises de flambagem pelo programa computacional CUFSM, sendo usual
descrevê-las como "curvas de assinatura" das seções transversais analisadas (nessa
figura tem-se, portanto, três curvas de assinatura).
59
Figura 49 – Evolução dos resultados de cada etapa de análise – Peça T1*, de espessura t
= 1,0mm.
Da Figura 49 é possível constatar que, para as peças T1*, o ganho propiciado pela
inserção de enrijecedores após várias etapas de análises atingiu 963% em termos de
amplitude de momentos críticos. Esse resultado evidencia que esse tipo de seção só
pode ser considerado (para uso prático) com a inserção de enrijecedores.
60
Com a discretização do contorno bastante conservadora (extremidades superiores
das peças restringidas à translação no plano da ST), as curvas de assinatura constantes
da Figura 50 demonstram um afastamento do modo de flambagem global, sendo as
peças submetidas, basicamente, aos modos locais de placa e a modos distorcionais da
seção.
A configuração final das peças, a ser utilizada nos próximos itens, contou ainda
com um último rearranjo nas almas, com eliminação dos enrijecedores em seu ponto
médio (onde as tensões normais são virtualmente nulas).
61
Figura 51 – Configurações geométricas finais. Dimensões em milímetros.
Tendo em vista que o rebite de ligação entre duas telhas fica bem próximo da
extremidade das abas e, também, tendo em vista que as mesas superiores podem auxiliar
no travamento de duas peças vizinhas, pensou-se basicamente em duas idealizações
para os vínculos de extremidade, conforme ilustrado na Figura 52.
62
Figura 52 – Ilustração (a): viga-calha sem enrijecedores. Ilustração (b): conectores de
aba típicos entre vigas-calha adjacentes. Ilustração (c): condições de apoio sugeridas na
análise de estabilidade elástica. Adaptado de MELO et al. [3].
Para viabilizar o processo decisório da melhor opção de vínculo, qual seja, a que
promove o comportamento de flambagem mais próximo do sistema ortotrópico de
cobertura ora estudado, foi simulado no software CUFSM uma peça única com quatro
calhas enrijecidas (Figura 53), com todos os nós livres a translações e rotações no plano
da ST. Também foram simuladas peças individuais com vinculações nas extremidades,
utilizando as opções 1 e 2.
63
Figura 54 – Fator de carga x comprimentos de meia-onda para a peça T1*enr de
espessura t = 1,0 mm solicitada por momentos fletores que comprimem as fibras
inferiores (MBC).
A Figura 54 demonstra que a idealização dos vínculos pouco importa para o caso
de aplicação de momentos fletores que comprimem as fibras inferiores das peças.
64
livres nas extremidades). A opção 1 fornece resultados ligeiramente a favor da
segurança.
Uma vez que existem mecanismos para afastar o modo global das situações
práticas, nos próximos capítulos serão efetuados os cálculos de resistência das peças
considerando críticos os modos local e distorcional apenas.
65
Figura 56 – Dimensões do galpão hipotético a ser considerado.
Sobrecarga distribuída;
Sobrecarga pontual;
Vento de Pressão; e
Vento de Sucção.
Para o emprego das formulações da NBR 14762 [7], no que tange aos estados
limites último e de utilização, foram consideradas as combinações de carregamento em
duas situações, ilustradas na Figura 57.
66
Figura 57 – Hipóteses de carregamento considerando ventos de pressão e sucção.
4.7.2 Sobrecargas
4.7.3 Vento
67
as laterais e estrutura parcialmente vedada e aberta. Dessa maneira, foi possível
investigar diferentes situações usuais a fim de prosseguir os estudos com a disposição
que forneceu os resultados mais desfavoráveis. Os parâmetros considerados foram os
seguintes:
68
Δp12 302,2 Vento 90° (face imperm.)
69
Figura 59 – Modos de flambagem elástica para vigas-calha com mesa inferior
comprimida (MBC): (a-c) modos locais e (d) modo distorcional [3].
70
Figura 61 – Fator de carga x comprimentos de meia-onda para as peças T1*enr, T2*enr
e T3*enr, de espessura t = 1,0 mm, solicitadas por momentos fletores que comprimem
as fibras inferiores (MBC).
Este item apresenta os vãos e balanços obtidos para as peças T1*enr, T2*enr e
T3*enr (ângulos mesa inferior – alma iguais a 40, 56 e 70°, respectivamente). A Figura
62 apresenta as variáveis a serem determinadas. Os cálculos de resistência dos perfis
levaram em consideração as formulações da NBR 14762 [7], expostas no item 3.6.2.
71
Figura 62 – Parâmetros “l” (vão central) e “a” (balanços) a serem obtidos.
72
Figura 63 – variáveis geométricas para vigas-calha tipo T*.
73
Figura 64 – Vãos requeridos para peças biapoiadas sem balanços (T1*enr; θ = 40°).
Figura 65 – Vãos requeridos para peças biapoiadas sem balanços (T2*enr; θ = 56°).
Figura 66 – Vãos requeridos para peças biapoiadas sem balanços (T3*enr; θ = 70°).
74
Figura 67 – Balanços requeridos para peças biapoiadas (T1*enr; θ = 40°).
75
Figura 70 – Relação balanço/ vão central para peças biapoiadas (T1*enr; θ = 40°).
Figura 71 – Relação balanço/ vão central para peças biapoiadas (T2*enr; θ = 56°).
Figura 72 – Relação balanço/ vão central para peças biapoiadas (T3*enr; θ = 70°).
76
Figura 73 – Balanço necessário x balanço máximo para peças biapoiadas.
(T1*enr; θ = 40°).
Os resultados das análises finais das peças deste estudo foram resumidos pelas
Figuras 64 a 78. Para peças biapoiadas, sem balanços, com espessura ‘t’ de 1,0 mm,
solicitadas pelas hipóteses de carregamento ora propostas, foi possível atingir vãos da
ordem de 9 a 13 metros (Figuras 64 a 66). Esses gráficos mostram as razões de esforços
solicitantes/ esforços resistentes e as razões de magnitude de flechas/ flechas limites
para as ST’s no meio do vão. As indicações “TC” e “BC” fazem menção a Top
Compression e Bottom Compression, respectivamente, visando apresentar os resultados
tanto para solicitações que comprimem as mesas superiores quanto as que comprimem a
mesa inferior.
Nos gráficos dessas figuras, a curva representativa da flecha nos balanços sofre
uma mudança de direção relacionada à mudança de direção da própria flecha, já que,
para balanços de pequena magnitude, as deformações de extremidade ocorrem de baixo
para cima, ao passo que para balanços maiores, tais deformações ocorrem de maneira
inversa.
79
Por fim, da Figura 76 a 78 são mostrados os balanços necessários para diferentes
vãos centrais, considerando cada uma das variáveis relevantes (esforços “BC”, “TC”,
flecha no meio do vão e flecha nos balanços). Verifica-se que a flecha máxima dos
balanços é o limitador principal do aumento dos vãos vencidos, uma vez que o aumento
dos balanços é diretamente proporcional ao aumento dos vãos centrais, visando adequar
as flechas no meio dos vãos.
Não entrou no escopo desse trabalho a validação rigorosa do MRD para as peças
T*enr, ou seja, os resultados obtidos apenas poderiam ser ratificados por meio de
análises experimentais. Tais resultados visam, portanto, apresentar a ordem de grandeza
das melhorias obtidas a partir da manipulação geométrica de perfis de viga-calha e
nortear a faixa de vãos admissíveis para hipóteses de carregamento usuais no Brasil.
80
5 Conclusões
Antes de iniciar o estudo e propor melhorias para estas peças, foi pertinente
elucidar alguns aspectos teóricos que norteiam o desempenho dos perfis de aço
formados a frio sujeitos a momentos fletores.
Por fim, foi proposta uma metodologia para atingir os objetivos específicos desta
dissertação. Os passos consistiram basicamente na melhoria contínua de determinadas
tipologias de viga-calha, a partir de manipulações geométricas nas seções transversais.
Também foram considerados os ganhos em termos de momentos críticos de flambagem
81
elástica e de resistência a momentos fletores causados pela inserção de enrijecedores
intermediários nas peças.
82
dos modelos encontrados no mercado seriam capazes de cobrir, no máximo, 15 metros
de vão central, com balanços menores que 6 metros.
A priori, para peças com espessura ‘t’ = 1,0 mm, por meio de um rápido estudo
das condições de contorno, os modos globais das ST’s não se demonstraram críticos em
nenhum momento. A execução de ensaios seria bastante pertinente para um estudo mais
rigoroso, que permitiria conclusões mais seguras a respeito do contorno entre as peças.
83
estes ensaios, sugere-se a construção de caixas de sucção, à semelhança do
modelo executado nos trabalhos de [2] ou, ainda, aplicação de carga
gradual em corpo de prova do perfil estudado, apoiado com grampos e
carregado por meio de tambores de água, com inserção de extensômetros
em posições específicas, à semelhança dos ensaios em perfis cartola
desenvolvidos por [56]; e
84
Referências
85
[8] GERDAU, Catálogo de Aços Planos e Bobinas Laminadas a Quente,
2016.
86
[16] AISI. North American Specification for the Design of Cold-Formed
Steel Structural Members. Washington, American Iron and Steel Institute,
2012.
[21] AISI – American Iron and Steel Institute. North American Specification
for the Design of Cold-Formed Steel Structural Members. Washington,
AISI/COS/NASPEC, 2001.
87
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York, McGraw-Hill, 1961.
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York, 1976.
88
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with general boundary conditions using CUFSM: conventional and constrained
finite strip methods”. Proceedings of the 20th Int; I. Spec. Conf. on Cold-
Formed Steel Structures, St. Louis, MO. November, 2010.
[35] ANSYS, “User’s Manual for revision 12”, Swanson Analysis Systems
Inc., Houston, USA, 2009.
[39] SCHARDT, R., “The generalized beam theory. Instability and plastic
collapse of steel structures”. In: M. R. Conference, University of Manchester,
Granada, London, pp. 469-475, 1983.
89
[40] DAVIS, M., “Generalized Beam Theory (GBT) for coupled instabilities
problemas”. In: Coupled Instabilities in Metal Structures: Theoretical and
Design Aspects, CISM Course, Springer-Verlag, Wien, n. 379, pp. 151-223,
1998.
[42] BEBIANO, R., SILVESTRE, N., CAMOTIM, D., “GBTUL – a code for the
buckling analysis of cold-formed steel members”. In: Proceedings of 19th
International Specialty Conference on Recent Research and
Developments in Cold-Formed Steel Design and Construction, St. Louis,
14-15/10, pp. 61-79, 2008.
[43] BEBIANO, R., PINA, P., SILVESTRE, N., CAMOTIM, D., GBTUL 1.0β –
Buckling and Vibration Analysis of Thin-Walled Members, DECivil/IST,
Technical University of Lisbon. (http://www.civil.ist.utl.pt/gbt), 2010.
90
[46] PIERIN, I., SILVA, V. P., ROVERE, H. L. L., “Forças normais e momentos
fletores críticos de perfis formados a frio”. Revista da Estrutura de Aço, v. 2,
n. 1 (abr), pp. 21-40, 2013.
[48] DINIS, P. B., BATISTA, E. M., CAMOTIM, D., SANTOS, E., “Local-
distortional-global interaction in lipped channel columns: Experimental results,
numerical simulations and design considerations”. Thin-Walled Structures, 61,
2-13, 2012.
[50] BATISTA, E. M., “Effective section method: a general direct method for the
design of steel cold-formed members under local-global buckling interaction”.
Thin-Walled Structures, v. 48, p. 345-356, 2010.
[52] SCHAFER, B., “Designing Cold-Formed Steel Using the Direct Strength
Method”. In: 18th International Specialty Conference on Cold-Formed Steel
Structures, Orlando, Florida: University of Missouri Systems, Out. 2006.
91
[53] CBCA – Centro Brasileiro da Construção em aço/ Instituto Aço Brasil –
Galpões para Usos Gerais. 4 ed. Brasil, 2010.
92