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Belém-Pa
2014
UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA
Belém-Pa
2014
Sumário
Introdução 03
Mora do Devedor 06
Mora do Credor 07
Purgação da Mora 08
Perdas e Danos 08
Juros 10
Conclusão 11
Referências Bibliográficas 12
Introdução
A lei admite ainda, que a ocorrência de caso fortuito ou força maior, em algumas
situações, não há de suprimir a obrigação de indenizar. Artigo 393, CC/02 1 . Para fins
exemplificativos: ocorrerá o disposto no artigo 393 do CC/02 quando o próprio devedor
assumir a responsabilidade de responder pelos prejuízos mesmo tendo ocorrido caso fortuito
ou força maior. Ainda abordando a questão de caso fortuito ou de força maior, comente-se
também que em caso de mora do devedor por fato não imputável ao mesmo procederá, o
disposto no artigo 399, CC/022 . A partir disto observa-se que o inadimplemento varia de
açodo com a natureza da obrigação descumprida; como disposto anteriormente, há diferença
nos inadimplementos das obrigações de fazer, personalíssimas e de não fazer, esta última
regulada pelo artigo 390, CC/023 .
1 Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expres s a mente nã o s e
houver por el es res pons a bi l i za do.
2 Art. 399. O devedor em mora responde pela impossibilidade da prestação, embora essa impossibilidade res ul te de ca s o
devi a a bs ter.
4 Art. 389. Nã o cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e a tualização monetária s egundo
índi ces ofi ci a i s regul a rmente es ta bel eci dos , e honorá ri os de a dvoga do.
denominado inadimplemento absoluto, ou seja, aquele que impossibilita o credor de receber a
prestação em débito; para fins exemplificativos de inadimplemento absoluto, eis a seguinte
situação: A encomenda de B cinco mil flores naturais para fins de ornamentação em um
casamento, flores estas que apenas brotam no inverno; as flores que estariam em espaço
refrigerado para fins de armazenamento na noite da véspera do casamento, aparecem
murchas na manhã do evento, por descuido de B que não fechou a porta do espaço
refrigerado onde se encontravam as flores. Impossibilitando assim a entrega das mesmas no
local do evento. O inadimplemento absoluto não se confunde com o inadimplemento relativo,
visto que neste a prestação ainda realizável não foi cumprida no tempo, lugar e forma
convencionados, existindo, portanto, um retardamento; o inadimplemento relativo configura
então a mora.
Art. 396, CC/027 . Exemplo: Uma equipe de animação é contratada para animar
uma festa de aniversário infantil, convencionado entre as partes que a equipe deveria estar
presente às 18h00, mas, em razão de congestionamento imprevisto, somente compareceu às
19h30; o credor não poderá pretender compensação pelo atraso, visto que o retardamento se
deu por evento fortuito.
5 Art. 393, §úni co. O ca so fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não eram pos s ívei s evi ta r
ou i mpedi r.
6 Art. 394. Cons idera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento e o credor que não quiser recebê -l o no tempo,
Ou seja, a obrigação deverá estar vencida, então exigível, havendo então a mora.
Quando a obrigação possuir termo de vencimento certo, será chamada de mora ex re; quando
a obrigação não possuir termo de vencimento definido, se tratará de mora ex persona.
C) A Culpa do Devedor
Se a prestação atrasada não for mais de interesse do credor, este poderá considerar
a resolução da prestação atrasada. Art. 395, §único, CC/02 8 . Ocorrendo o disposto no artigo
395, será configurado inadimplemento absoluto, podendo então o credor ser indenizado o que
efetivamente perdeu e o que razoavelmente deixou de lucrar.
8 Art. 395, §úni co. Se a prestação, devido à mora, se tornar i nútil a o credor, este poderá enjeitá -la, e exigir a satisfaçã o da s
perda s e da nos .
9 Art. 395. Res ponde o devedor pelos prejuízos a que sua mora der causa, mais juros, atualização dos va l ores mo netá ri os
s egundo índi ces ofi ci a i s regul a rmente es ta bel eci dos , e honorá ri os de a dvoga do.
B) Responsabilidade pelo risco de destruição da coisa devida durante o período em que
há mora do devedor – Perpetuatio Devida
Nos termos do artigo 400 do Código Civil, a mora accipiendi produz os seguintes
efeitos jurídicos:
10 Art. 399. O devedor em mora responde pela impossibilidade da prestação, embora essa res ul te de ca s o fortui to ou de
força ma ior, s e estes ocorrerem durante o atraso; s alvo s e provar i senção de culpa, ou que o dano s obrevi ria ainda qua ndo
a obri ga çã o fos s e oportuna mente des empenha da .
11 Art. 331. Sa l vo disposição l egal em contrário, não tendo s ido a justada época para o pagamento, pode o credor exi gi -l o
i medi a ta mente.
12 Art. 134. Os negócios jurídicos entre vi vos, sem prazo, são exeqüíveis desde l ogo, salvo se a execução tiver de ser feita em
credor a ressarcir as despesas empregadas em conservá -la, e s ujei ta -o a recebê -l a pel a es ti ma çã o ma i s fa vorá vel a o
devedor, s e o s eu va l or os cul a r entre o di a es ta bel eci do pa ra o pa ga mento e o da s ua defi ni çã o.
A) Subtrai do devedor o ônus pela guarda da coisa, ressalvada a hipótese de ter agido
com dolo
A purgação da mora é ato jurídico pelo qual a parte neutraliza os efeitos do seu
retardamento, ofertando a prestação devida ou aceitando-a no tempo, lugar e forma
convencionados. Pelo credor, a purgação se dá com a oferta deste receber o pagamento e
sujeitando-se aos efeitos da mora até a mesma data; pelo devedor, a purgação se dá quando
este oferece a prestação mais os valores dos prejuízos decorridos do dia da oferta; como
disposto no artigo 401, CC/02.
3. Perdas e Danos
Álvaro Villaça Azevedo discorre que “a expressão perdas e danos, nada mais
significa do que os prejuízos, os danos, causados ante o descumprimento obrigacional”. Ou
seja, perdas e danos é indenizar o prejudicado, por força de comportamento ilícito do violador
da responsabilidade. Art. 927, CC/02 14 . Não se deve confundir “pagamento de perdas e
danos” com “pagamento do equivalente”, pois a primeira se refere a todo tipo de prejuízo
material ou moral enquanto que na segunda diz-se respeito à devolução de valores pagos ou
adiantados.
Art. 389, CC/02 – Não cumprida a obrigação, responde por perdas e danos, mais
juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e
honorários de advogado.
Art. 393, CC/02 – O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso
fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado.
Art. 403 – Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e danos
só incluem os prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito dela direito e imediato sem
prejuízo do disposto na lei processual. Existir-se-á provas do lucro cessante, pois não se
indeniza conjecturas. Exemplo: Jóquei cotado como o favorito para ganhar corrida, tem seu
cavalo machucado por ato ilícito de outrem, não existe possibilidade de haver lucro cessante
pelo valor que ele deixou de receber pela vitória corrida, pois esta não teria como ser
provada.
14Art. 927. Aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem, fi ca obri ga do a repa rá -l o. §úni co – ha verá obri ga çã o de
repa rar o dano, independentemente de culpa, nos cas os es peci fi ca dos em l ei , ou qua ndo a a ti vi da de norma l mente
des envol vi da pel o a utor do da no i mpl i ca r, por s ua na tureza , ri s co pa ra os di rei tos de outrem.
A) Efetividade ou certeza
Visto que a lesão ao bem jurídico, tanto material como moral, não poderá ser
hipotética.
B) Subsistência
3.1. Juros
Art. 406 – Quando os juros moratórios não forem convencionados, ou forme sem
taxa estipulada, ou quando provierem de determinação da lei, serão fixados segundo a taxa
que estiver em vigor para a mora do pagamento de impostos devidos à Fazenda Nacional.
Conclusão
AZEVEDO, Álvaro Villaça. Teoria Geral das Obrigações – 9ed. São Paulo: Revista dos
Tribunais;
DINIZ, Maria Helena Diniz. Curso de Direito Civil Brasileiro: Teoria Geral das Obrigações
– 16ed. São Paulo: Saraiva, 2002;
FILHO, Sérgio Cavalieri. Programa de Responsabilidade Civil – 2ed. São Paulo: Malheiros,
2000;
GAGLIANO, Pablo Stolze. Novo Curso de Direito Civil, Volume 2: Obrigações / Pablo
Stolze Gagliano, Rodolfo Pamplona Filho – 15ed. São Paulo: Saraiva, 2014;
PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de Direito Civil – 19ed. Rio de Janeiro: Forense,
2002;
RODRIGUES, Silvio. Direito Civil: Parte Geral das Obrigações – 30ed. São Paulo: Saraiva,
2002;
VENOSA, Silvio de Salvo. Direito Civil II: Teoria Geral das Obrigações e Teoria Geral dos
Contratos – 7ed. São Paulo: Atlas, 2007.