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MACROECONOMIA – UMA INTRODUÇÃO

Caro estudante, a economia, como disciplina do pensamento humano, surgiu com o objetivo
de explicar quanto será produzido e consumido de determinada mercadoria e a que preço.

Pense na padaria de seu bairro. Todos os dias, é preciso saber quanto produzir, pois se o
padeiro produzir em excesso, terá prejuízo. E se produzir menos também terá prejuízo, pois
deixará de ganhar pelos pães que deixa de vender. Assim, a padaria ajusta a produção e o
preço do pão um nível tal que não possa sobrar ou faltar pão para seus clientes. Nessa
situação, o preço do pãozinho é tal que equilibra a quantidade demandada e ofertada de pães.

A situação ilustrada acima é denominada equilíbrio parcial porque apenas o preço e a


quantidade de pães importam. Mas se o preço do pão diminuir demais, o que acontece com a
demanda por bolo? E por biscoito? E por pão de queijo? Provavelmente, mudanças no preço
dos pães afetará a oferta e demanda por outros bens. A situação que equilibra
simultaneamente as quantidades de bens e serviços em todos os mercados é chamada
equilíbrio geral. Ambas as abordagens pertencem ao campo da microeconomia.

Mas e se desejamos saber algo mais abrangente, por exemplo, quanto os preços das
mercadorias se elevarão no próximo mês? E qual será a produção total da economia no
próximo trimestre? O método de análise do equilíbrio parcial não será suficiente. E o equilíbrio
geral não será capaz de dar respostas rápidas a essa pergunta, pois seria necessário dizer o que
acontecerá em cada mercado individualmente (mercado de pães, de biscoitos, de bolos, ...).

As dificuldades com o instrumental da microeconomia oferecem a oportunidade para a


macroeconomia. Ao invés de tratar das quantidades produzidas em cada mercado, a
macroeconomia trata a produção de forma agregada. Da mesma forma, a macroeconomia
trata da evolução média dos preços dos bens e serviços, ao invés de analisar o preço em cada
mercado distinto. É importante destacar, as ferramentas analíticas macroeconômicas são
abstratas – a produção e o nível dos preços não fazem menção a uma mercadoria particular,
mas a todos os bens e serviços simultaneamente!

A macroeconomia faz uso de um conjunto de ferramentas empíricas para responder de


maneira ágil às questões mais abrangentes. Nesse universo, não existem infinitos mercados,
quero dizer, a característica de cada produto ou serviço não importa. Na verdade, os mercados
considerados são menos numerosos. Por exemplo, temos o mercado de bens e serviços, onde
se determina o nível de produção. Há o mercado de trabalho, em que se define o nível de
emprego. O mercado monetário, onde se define a quantidade de moeda disponível para
transações; e o mercado de títulos, onde quem tem dinheiro empresta para quem não tem. E
o mercado cambial, em que se determina os termos de troca entre os bens e serviços
produzidos aqui e no exterior (e também a oferta de divisas – moeda estrangeira). Por fim, o
preço dos bens e serviços é dado pelo nível geral dos preços, a média dos preços dos bens e
serviços produzidos em determinado período.

Mas porquê precisamos saber sobre isso? Porquê nós e os negócios que gerimos (ou iremos
gerir no futuro) são agentes econômicos que precisam saber se os produtos e serviços que
ofereceremos serão adquiridos por outros agentes econômicos. Voltemos ao exemplo da
padaria, faz sentido aumentar a produção de pão se o desemprego na vizinhança aumenta? Ou
se é esperado que o desemprego na vizinhança aumente no futuro? Os dados
macroeconômicos oferecem instrumentos para a tomada de decisão ao nível
microeconômico!
EVOLUÇÃO DA TEORIA MACROECONÔMICA

Aqui o papo fica um pouco mais sério. A macroeconomia, como disciplina da economia,
ganhou força a partir dos anos 1930 a partir das teorias desenvolvidas pelo economista inglês
John Maynard Keynes. O grande desafio daquele tempo era desvendar as razões pelas quais o
desemprego tornara-se não mais um fenômeno transitório, mas de caráter permanente,
principalmente por conta dos efeitos da crise de 1929.

Até este momento, os dados empíricos favoreciam a tese de que os agentes econômicos
poderiam, a partir das decisões microeconômicas, permitir às economias atingir a máxima
eficiência (máxima produção e pleno emprego), desde que não sofressem quaisquer tipos de
restrições (governo). Com o produto e o emprego determinado, as questões macroeconômicas
se resolveriam muito facilmente, de modo que o foco dos economistas estava orientado para
aspectos da microeconomia.

A ideia de que produto e emprego estariam determinados não encontrava respaldo em um


momento em que as pessoas procuravam emprego e não encontravam. É nesse contexto que
Keynes publica sua Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda (1936). Em sua obra, Keynes
mostrava que não era correto dizer que as economias tendem a empregar todos seus recursos,
cabendo ao Estado o papel de direcionar a atividade produtiva.

A primeira interpretação sobre a Teoria Geral dava conta de que seriam salários rígidos os
responsáveis pelo desemprego permanente – como os salários não caem, haveria um excesso
de pessoas procurando trabalho e um permanente desequilíbrio do mercado de trabalho. Essa
interpretação foi bastante criticada, com muitos economistas advogando em prol do que seria
a verdadeira mensagem da teoria keynesiana (pós keynesianos). Essa divergência decorre de
dúvidas decorrentes da leitura da Teoria Geral. Embora não a cite formalmente (e até mesmo
admita alterações nos salários nominais), a rigidez dos salários reais acabou sendo reconhecida
como a forma pela qual Keynes teria confrontado a teoria convencional.

Uma interpretação importante da Teoria Geral foi dada por John Hicks que, em 1937, lança o
artigo “Mr. Keynes and the classics: a suggested interpretation”, que lança as bases da síntese
neoclássica ao interpretar a teoria keynesiana a partir do modelo IS/LM. Esse modo de
interpretar a Teoria Geral ficou tão famosa que as análises posteriores simplesmente passaram
a recorrer a ele ao invés da obra original.

O instrumental do modelo IS/LM, ao oferecer meios para coordenar as políticas fiscal e


monetária em prol do pleno emprego, alcança resultados importantes nos quarenta anos
seguintes. Mas, de forma implícita, ele pode ser resumido da seguinte forma: olha, se estamos
no pleno emprego, qualquer intervenção afeta apenas o nível geral de preços (variável
nominal); mas fora do pleno emprego, as políticas afetam a produção e o emprego (variáveis
reais).

Contudo, ao menos no curto prazo, a política fiscal poderia ter efeitos também no lado real da
economia, mesmo em pleno emprego. Se o desemprego se eleva, haveria um excesso de
oferta de trabalho que contribuiria para uma queda dos salários (e do nível de preços); Se os
preços são elevados, os salários reais (poder de compra) seriam menores e as empresas
estariam mais dispostas a contratar. Esse é o raciocínio por trás da Curva de Phillips – menos
inflação conduz a mais desemprego.
Em termos, a abordagem da Curva de Phillips expressa uma situação curiosa: a evolução de
uma variável nominal (inflação) explicando as mudanças em uma variável real (emprego).
Além disso, esse raciocínio parte do princípio de que os agentes não se importam com os
preços, apenas com seus salários, o que os conduz a uma situação de ilusão monetária. Essa
ilusão poderia ser revertida se os agentes considerarem o que acontece com os preços no
futuro. Se isso acontece, essa relação entre emprego e inflação não existe porque se a inflação
hoje é maior que no passado, os trabalhadores irão negociar salários maiores e, portanto, não
haveria elevação do emprego, apenas dos preços.

Esse modo de ver o processo de ajuste dos salários deu margem a duas interpretações. A
primeira afirma que o efeito da variação dos preços sobre o emprego perduraria durante o
tempo necessário para que o ajuste ocorresse. Assim, seria necessário manter a taxa de
inflação acelerada para elevar o emprego (aceleracionistas).

A produção voltaria ao patamar original à medida em que os trabalhadores percebessem com


correção qual o real nível dos preços, o que mostra a relevância das expectativas dos agentes
na formulação das políticas econômicas. O mote da segunda forma de interpretar o processo
de ajuste dos salários era o de que não dá pra enganar os agentes o tempo todo. Nesse caso,
os agentes formulariam suas expectativas com base na própria teoria econômica que explica o
comportamento de determinada variável e, por isso, suas expectativas seriam iguais ao
preconizado pela teoria econômica, sem erros (expectativas racionais ou novos clássicos).

Em termos, ao longo dos últimos noventa anos, o pensamento macroeconômico divide-se


entre a noção clássica de que os mercados tendem ao pleno emprego e a máxima produção e
a divergência keynesiana de que os mercados são incapazes de atingir o pleno emprego sem a
coordenação das políticas econômicas. Os monetaristas, herdeiros da tradição clássica,
reconhecem a possibilidade de as políticas econômicas serem importantes no curto prazo. Já
os novos clássicos representam uma radicalização do pensamento monetarista, pois não
reconhecem qualquer efeito das políticas mesmo no curto prazo.

A importância dos novos clássicos refere-se ao papel que as expectativas desempenham em


seu pensamento. Ao coloca-las como uma questão crucial, tornou-se necessário dar
sustentação microeconômica aos fundamentos macroeconômicos. Em resposta, os novos
keynesianos representam uma forma de dar, a partir da tradição keynesiana, fundamentação
microeconômica aos aspectos macroeconômicos da teoria.

E O PANORAMA ATUAL?

A necessidade de fundamentar microeconomicamente os agregados macroeconômicos deu


origem a uma corrida para a incorporação de modelos macroeconométricos que
estabelecessem elos empíricos entre a micro e a macroeconomia. De qualquer forma,
inicialmente as tentativas não permitiram a consolidação de um modelo macroeconômico,
fato que se resolveu durante um período com os Modelos Dinâmicos Estocásticos de Equilíbrio
Geral (DSGE), fortemente questionado após 2008 por não ter antecipado a crise. Atualmente,
o contexto macroeconômico é de crise e questionamentos similares aos da década de 1930.

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