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CURSO ON-LINE – ECONOMIA PARA AFRFB 2009 1

PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI

Aula 2 de Economia

AFRFB 2009

Prezados (as),

Acredito que vocês estejam assoberbados de estudos, não é verdade? É até


mesmo por isso que gostaria apenas de dizer algumas coisas com vocês.

O nervosismo e a preocupação em nada, mais em nada mesmo, nos ajuda


nessa reta final. Digo isso por experiência própria. Mais de uma vez cheguei na
prova tão estressado que acabei não conseguindo utilizar todo o conhecimento
adquirido em um longo tempo de preparação. Procurem dar continuidade na
caminhada de vocês de maneira intensa mas sem se deixar desesperar. Pode
apostar que caso vocês façam isto desde agora, na hora da prova, mesmo que com
menos de 100% da matéria estudada, vocês terão um aproveitamento muito maior.

Sobre a nossa aula, abordaremos primeiramente o ponto referente a mensur-


ação dos produtos nominal e real. Em continuidade abordaremos os conceitos per-
tinentes às contas do sistema financeiro e ao multiplicador dos meios de pagamento.

Tenham todos uma ótima aula.

Um abraço

Francisco

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Produto Nominal X Produto Real

Podemos definir o produto da economia como sendo o somatório de todos os


bens e serviços finais produzidos em determinado período de tempo. (Ex: um ano).

Ao se calcular o produto são levados em consideração as quantidades de


bens e serviços produzidos e os seus respectivos preços. Sendo o PIB medido em
termos monetários, quando se compara o seu valor de um ano para outro, caímos
no problema da unidade monetária (o Real no caso do Brasil) não ser ainda uma
medida totalmente estável de poder aquisitivo. O conceito de PIB real é simples.
Queremos medir o consumo, o investimento, as compras do governo e as
exportações em preços constantes, sem variação, e não em preços correntes. O
que nos interessa saber é o quanto a economia efetivamente cresceu em termos de
bens e serviços, e não somente em valores monetários.

Vale ressaltar no entanto que o crescimento no preço do produto é


efetivamente importante, não pelo fato de ocorrer inflação, mais sim quando a
empresa vendedora consegue melhorar a qualidade do produto e assim
incrementar o seu preço.

Para calcular o PIB em termos reais o IBGE coleta os dados sobre os preços
dos bens e serviços. Vejamos um exemplo:

PIB Nominal de 2003: Somatório dos preços dos bens X quantidades de bens.

PIBnominal2003 = SOMATÓRIO DOS PREÇOS2003 X Quantidade2003

Neste caso acima, temos o produto de 2003 avaliado a preços de 2003;

Produto Nominal de 2004

PIBnominal2004 = SOMATÓRIO DOS PREÇOS2004 X Quantidade2004

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Produto avaliado a preços de 2004;

Com estes cálculos o IBGE obtém o produto nominal de cada ano, levando
em consideração os chamados preços correntes.

O problema no cálculo em questão é que uma vez que ocorra aumento ou


diminuição do PIB de um ano para outro, necessitamos saber o que realmente
variou, a quantidade produzida, os preços dos produtos, ou os dois
conjuntamente.

Para a interpretação do crescimento real do PIB, necessitamos nos valor


valer de alguns índices estatísticos, utilizados para separar o que é efetivamente
aumento real do produto da economia e o que é aumento nominal, provocado
somente pela variação dos preços de um ano para outro.

Dentre os índices utilizados, destacamos os índices de LASPEYRES,


PAASCHE E FISHER.

Índice de Laspeyres (Método da Época Base)

O índice de LASPEYRES é aquele que parte de um ano base para


calcular a variação nos preços ocorrida entre o próprio período base e o
período seguinte.

Índice de Laspeyres = L = Σ P2*Q1/ Σ P1*Q1

Sendo:

Σ P2*Q1 = Somatório dos preços atuais multiplicado pelas quantidades do


ano anterior;

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Σ P1*Q1 = Somatório dos preços do ano anterior multiplicado pelas


quantidade do ano anterior.

Demonstramos abaixo uma fórmula para cálculo do crescimento do produto


real (período base) para o (período atual), considerando o crescimento do
produto devido somente ao aumento dos preços:

Crescimento Produto Real (%) = Crescimento Produto Nominal - 1 x 100


Índice de LASPEYRES

OBS: Ressalvamos que, caso o resultado seja negativo, teremos um


crescimento negativo do produto real do período 1 para o período 2. Para
chegarmos ao resultado temos que considerar que o período 1 é a base, tal
como definido o índice de LASPEYRES.

Vamos a realização de um exemplo que exemplifica bem as informações


até agora estudadas.

(AFRF/SRF – ESAF/2002) Suponha uma economia hipotética que produza


apenas dois bens finais, A e B. Considere a tabela a seguir:

Bem A Bem B
Preço Quantidade Preço Quantidade
período 1 2,00 10 3,5 15
período 2 2,50 12 4,83 10

Com base nessas informações e utilizando-se do índice de preços de


Laspeyres, é correto afirmar que, entre os períodos 1 e 2,

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a) o produto nominal apresentou uma variação positiva de 8% e o produto real


não apresentou variação.
b) o produto nominal apresentou uma variação positiva de 12% e o produto real
apresentou uma variação negativa de 19,65%, aproximadamente.
c) o produto nominal apresentou uma variação positiva de 8% e o produto real
apresentou variação negativa de 8,33%, aproximadamente.
d) o produto nominal apresentou uma variação positiva de 8% e o produto real
apresentou variação negativa de 2,5%.
e) o produto nominal apresentou uma variação positiva de 8% e o produto real
apresentou variação negativa de 19,65%, aproximadamente.

Veja que a questão trata do mesmo assunto nas cinco opções, ou seja, se
realizarmos o cálculo corretamente, já teremos a resposta!

Primeiro calculamos o valor do PIB nominal dos períodos 1 e 2:

Σ P1*Q1 = 2*10 + 3,5*15 = 20 + 52,5 = 72,5


Σ P2*Q2 = 2,5*12 + 4,83*10 = 30 + 48,30 = 78,30

A variação do produto nominal é feita através da razão entre o produto


nominal do período 2 e o produto nominal do período 1.

Δ (variação) nominal entre 1 e 2 = 78,30/72,50 = 1,08 ou 8%

E a variação real, como eu faço?

A primeira coisa é calcularmos o índice de Laspeyres para os preços,


conforme pedido na questão:

L1,2 = Σ P2*Q1/Σ P1*Q1 =

Σ P2*Q1 = 2,5*10 + 4,83*15 = 25 + 72,45 = 97,45

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Σ P1*Q1 nós já calculamos = 72,5, logo,


L1,2 = 97,45/72,5 = 1,3442

Bem pessoal, se temos o valor do crescimento do produto nominal e o


valor do índice de Laspeyres, simplesmente aplicamos a fórmula:

Crescimento do Produto Real = Crescimento Produto Nominal - 1 x 100


Índice de Laspeyres

Produto Real = 1,08 / 1,3442 = 0,8035 –1 = -19,65%

Este resultado demonstra que o PIB real decresceu 19,65% entre os


períodos 1 e 2.

Gabarito: letra e

Um esclarecimento:

Como o produto nominal cresceu 8% e o produto real decresceu 19,65%?

O PIB real decresceu porque no seu cálculo estão incluídos tanto a


variação na quantidade produzida quanto a variação dos preços. O cálculo do
Índice de Laspeyres neste exemplo serviu, em essência, para verificar quanto
ocorreu de aumento do PIB devido somente ao aumento dos preços. Como o PIB
mede a riqueza do país, verificamos que o que realmente necessitava crescer,
que era a produção em si, não cresceu, tendo na verdade diminuído.

Se vocês repararem na tabela acima, verão que para o bem A até ocorre
um aumento da quantidade produzida, mas para o bem B ocorreu um decréscimo
entre os dois períodos.

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Índice de Paasche (Método da época atual ou deflator implícito do


PIB)

Para o cálculo do índice de Paasche utilizamos como parâmetro de análise


o período atual.

Índice de Paasche = P = Σ P2*Q2 / Σ P1*Q2

Σ P2*Q2 = Somatório dos preços atuais multiplicado pelas quantidades do


ano atual;

Σ P1*Q2 = Somatório dos preços do ano anterior multiplicado pelas


quantidade do ano atual.

Vejamos um exemplo que parte do conceito do índice de Paasche:

(AFRF/SRF – ESAF/2002) Considere uma economia hipotética que só produza


dois bens finais: A e B, cujos dados de preço e quantidade encontram-se a
seguir:

Período Bem A Bem B


preço quantidade preço quantidade
1 2,00 10 3,50 15
2 2,50 11 3,80 15

Com base nessas informações, a inflação medida pelo índice de PAASCHE de


preços entre os períodos 1 e 2 foi de, aproximadamente:

a) 13,42%
b) 17,42%
c) 9,30%

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d) 20,45%
e) 5,50%

Sigamos o método de cálculo acima desenvolvido:

Σ P2*Q2 = 2,5*11 + 3,8*15 = 27,5 + 57 = 84,5


Σ P1*Q2 = 2*11 + 3,5*15 = 22 + 52,5 = 74,5
P = 84,5/74,5 = 1,1342 = 13,42%

Gabarito: letra “a”

Índice de Fisher

O Índice de Fisher é a média geométrica dos índices de preços de


Laspeyres e de Paasche.

F = ( (Σ P2*Q1/ Σ P1*Q1) * (Σ P2*Q2 / Σ P1*Q2) )^1/2


Índice Laspeyres Índice de Paasche

O resultado do índice de Fisher visa captar de forma conjunta as variações


de preços obtidas dos resultados dos índices de Laspeyres de Paasche.

Vamos assim a resolução de alguns exercícios para fixarmos os conteúdos


até agora desenvolvidos.

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Exercícios:

1/2
16 - (INFRAERO – 2004) A fórmula V = (P X L) , sendo “P” o índice de Paasche
e “L” o índice de Laspeyres, calcula o índice de

a) Gini
b) Marshall-Cramer
c) Fisher
d) Friedman
e) Gauss-Markov

17 – (AFRF/SRF – ESAF/2002) Suponha uma economia que só produza dois bens


finais (A e B). Considere os dados a seguir:

Período Bem A Bem B


quantidade preço quantidade preço
1 10 5 12 6
2 10 7 10 9

Com base nestes dados, é incorreto afirmar que:

a) o produto nominal do período 2 foi maior do que o produto nominal do período 1.


b) o crescimento do produto nominal entre os períodos 1 e 2 foi de,
aproximadamente, 31%.
c) não houve crescimento do produto real entre os períodos 1 e 2, considerando o
índice de Laspeyres de preço.
d) a inflação desta economia medida pelo índice de Laspeyres de preço foi de 30%.
e) não houve crescimento do produto real, entre os períodos 1 e 2, considerando o
índice de Fisher.

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Gabaritos:

Questão 16 – Letra “c”.

Sem necessidade de ser feito qualquer comentário.

Questão 17 – Letra “d”.

Veja que se a assertiva fala apenas de inflação, não perguntando nada a respeito
de crescimento do produto entre os períodos. Sendo assim, temos apenas que
medir a variação ocorrida nos preços entre os anos 1 e 2.

Índice de Laspeyres = L = Σ P2*Q1/ Σ P1*Q1.

( P2 A * Q1 A + P2 B * Q1 B) (7 * 10 + 9 * 12) 178
L= L= = = = 1,45 = 45%
( P1 A * Q1 A + P1 B * Q1 B) (5 * 10 + 6 * 12) 122

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As contas do Sistema Financeiro e o multiplicador bancário

As contas do sistema financeiro demonstram, estatisticamente, os chamados


agregados monetários. Sabe-se que a palavra agregado significa junção de coisas,
da mesma forma que a palavra monetário refere-se a tudo aquilo pertencente ou que
possui relação com a moeda.

Pelo exposto, podemos conceituar o termo agregados monetários como


sendo o conjunto de instrumentos e derivações financeiras relacionadas à moeda.
Em termos econômicos os agregados monetários representam as formas de
mensuração e derivação da moeda, utilizada nas relações de trocas entre os
agentes do próprio sistema econômico, quais sejam empresas e trabalhadores.

Assim sendo, necessitamos saber quais seriam as funcionalidades do uso da


moeda, para só então conhecermos os agregados monetários.

Moeda

A Moeda pode ser definida como um objeto de aceitação geral, utilizado na


troca de bens e serviços. Esta possui curso obrigatório dentro do país, ou seja, tem
aceitação incondicional como forma de pagamento nas transações com bens e
serviços. Vale lembrar que a característica de aceitação geral é garantida pela Lei
9069/95, criadora do Plano Real.

A moeda apresenta o que chamamos de funções. São elas:

Intermediária de trocas

Essa função decorre do próprio conceito de moeda. É o meio pelo qual as


transações são efetuadas. Ela evita a troca direta e a necessidade de coincidências
de desejos.

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Ex: José troca seu produto por moeda e fica em condições de adquirir,
através dela, os produtos de que necessita.

Unidade de medida de valor ( Unidade de Conta)

A moeda serve para comparar o valor de mercadorias diferentes: Se um carro


vale R$ 20.000,00 e um imóvel R$ 200.000,00, um imóvel pode ser trocado por dez
carros. Veja que as trocas sempre se dão em termos de unidades monetárias.

Reserva de valor

A moeda pode ser retida em poder de uma pessoa após a venda de seu
trabalho, constituindo uma reserva ou um crédito em relação à sociedade. Essa
característica da moeda obriga, no entanto, que os seus possuidores resguardem-se
de riscos relativos a essa retenção.

Os depósitos no sistema bancário são a proteção contra perdas e assaltos.


Ainda é preciso evitar a desvalorização da moeda em relação a seu poder de
compra, que ocorre em virtude da inflação. Nesse caso, os detentores de moeda
procuram realizar aplicações em títulos que rendem juros, ou mesmo em ativos que
podem valorizar-se.

Os Agregados Monetários

Os agregados monetários, também chamados de meios de pagamento, são


definidos como o estoque de moeda disponível para uso da coletividade em
qualquer momento do tempo.

A partir do cálculo dos meios de pagamento é possível medir a liquidez


econômica, objetivando o atendimento às transações com bens e serviços e aos
próprios préstimos da política monetária..

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O agregado monetário mais líquido e mais comum de uma economia é o


representado pelo conceito de (M1), que corresponde ao saldo de papel moeda em
poder do público (PMPP), também chamado de moeda manual, adicionado do
saldo do depósito a vista (DV), moeda escritural, mantidosnos bancos:

M1 = PMPP + DV

O cálculo do saldo de Papel Moeda em Poder do Público – (PMPP) inicia-se a


partir do chamado papel moeda emitido - PME. Este é composto pelo o que o Banco
Central, responsável pela emissão de moeda, coloca em circulação (Papel Moeda
em Circulação - PMC) e o que fica no seu Caixa (o papel moeda emitido mas que
não se encontra em circulação).

PME = PMC + CAIXA DO BACEN

Por mera manipulação da forma, podemos concluir que o Papel Moeda em


Circulacao – PMC, o que realmente é colocado para circular na economia, pode ser
descrito como o Papel Moeda Emitido menos o que o BACEN deixa em seu caixa.

PMC = PME – CAIXA DO BACEN

O PMC, também chamado de Base Monetária, é composto pelo Papel Moeda


em Poder do Público - PMPP mais as chamadas Reservas Bancárias. As reservas
se constituem nos encaixes compulsórios e voluntários dos bancos no Banco Central
e no caixa que estes bancos (Itaú, Bradesco, BB) possuem como forma de atender
os seus compromissos com seus clientes e fornecedores. Dessa maneira podemos
novamente dizer que a Base Monetária é composta pelos seguintes fatores:

• Nos encaixes compulsórios e voluntários1 dos bancos realizados no


Banco Central;
• No caixa dos bancos em moeda corrente; e
• No Papel Moeda em Poder do Público (PMPP).
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Os encaixes compulsórios representam o dinheiro de propriedade dos


bancos que precisa, ou seja, é obrigatório que seja recolhido ao BACEN, com fins de
se evitar o seu empréstimo ao público.

O segundo componente da Base Monetária, os encaixes voluntários,


representam depósitos realizados, como o próprio nome diz, de forma voluntária no
BACEN. Destaca-se que o Banco Central remunera tanto os depósitos compulsórios
como os depósitos voluntários realizados pelos bancos.

Finalmente, o PMPP é o próprio dinheiro que fica na mão de todos nós no dia-
a-dia e que obrigatoriamente não está depositado nos bancos na forma de depósitos
a vista.

PMPP = PAPEL MOEDA EMITIDO – CAIXA DA AUTORIDADE


MONETÁRIA – ENCAIXE DOS BANCOS

O que vemos pela fórmula acima, como forma de orientar o nosso


entendimento, é que nem todo papel moeda emitido (PME) se transforma em Papel
Moeda em Poder do Público (PMPP). O que temos na verdade é que o total do
Papel Moeda Emitido (PME) menos o caixa do BACEN, representa o Papel Moeda
em Circulação (PMC), este sim subdividido conforme apontado acima..

Dessa maneira, pelo conjunto das informações até agora estudadas, temos
que:

PMC (Papel Moeda em Circulação) = PME (Papel Moeda Emitido) – Caixa do


BACEN = BASE MONETÁRIA

Observação: Os depósitos a vista não devem ser confundidos com o caixa dos bancos
comerciais. Embora contabilmente um depósito em dinheiro aumente, em um primeiro momento, o
caixa dos bancos, o banco utilizará os seus recursos em caixa para outras transações financeiras que
não a de deixar o dinheiro parado na conta corrente.

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De volta à análise do conceito M1 (meios de pagamentos restritos - moeda


com o público mais os depósitos a vista), que não rende juros e é de liquidez
imediata, podemos dizer que este é também chamado de haver monetário ou
mesmo de moeda.

Além do conceito M1, existem as demais composições dos agregados


monetários, nestes incorporados as aplicações financeiras “menos líquidas” que
propriamente o Papel Moeda em Poder do Público (PMPP) e os depósitos a vista
(DV). São os chamados conceitos de M2, M3 e M4, ou meio de pagamentos
ampliados.

M2 = M1 + DEPÓSITOS ESPECIAIS REMUNERADOS + DEPÓSITOS DE


POUPANÇA + TÍTULOS EMITIDOS POR INSTITUIÇÕES DEPOSITÁRIAS

M3 = M2 + COTAS DE FUNDOS DE RENDA FIXA + OPERAÇÕES


COMPROMISSADAS REGISTRADAS NO SELIC

M4 = M3 + TÍTULOS PÚBLICOS DE ALTA LIQUIDEZ

Os ativos acima, que rendem juros, são chamados de haveres não


monetários ou também de quase-moeda.

Os haveres monetários e não monetários possuem ainda outra defnominacao


técnica, subdividida da seguinte forma:

M1 = Passivo monetário restrito do BACEN e dos bancos criadores de moeda


escritural;

M2 = consolidado bancário menos fundos de renda fixa = passivo monetário


restrito do BACEN e passivo monetário ampliado emitidos primariamente pelas
instituições depositárias;

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M3 = passivo monetário restrito do BACEN e passivo monetário ampliado das


instituições depositárias e fundos de renda fixa;

M4 = consolidado bancário mais governos = passivo monetário do BACEN,


instituições depositárias, fundos de renda fixa e tesouro nacional, estaduais e
municipais.

Sendo:

Instituições depositárias: bancos múltiplos, bancos comerciais, caixas


econômicas, bancos de investimento, bancos de desenvolvimento, agências de
fomento, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito
imobiliário, associações de poupança e empréstimo, companhias hipotecárias. As
instituições financeiras não depositárias, como sociedades de arrendamento
mercantil, corretoras e distribuidoras de títulos e de valores mobiliários, nessas
definições de agregados monetários são consideradas empresas do setor produtivo.

Consolidado monetário: Banco Central, bancos múltiplos com carteira


comercial, bancos comerciais e caixas econômicas. Por restrições operacionais, as
cooperativas de crédito ainda não foram incluídas nesse consolidado.

Consolidado bancário: consolidado monetário, outras instituições


depositárias e fundos de renda fixa.

Criação e Destruição de Moeda

A criação ou destruição de moeda concretiza-se através das operações


realizadas entre o setor bancário e o público em geral. Diz-se que há criação de
moeda quando o público recebe do setor bancário haveres monetários (papel-
moeda em poder do público + depósitos à vista) e, em contrapartida, entrega
haveres não-monetários ao setor bancário.

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Exemplo: Quando clientes resgatam suas aplicações feitas em poupança,


utilizando-se desse valor para realizarem transações com bens e serviços,
exemplifica um caso típico de criação de moeda.

A destruição de moeda ocorre quando o público entrega haveres monetários


ao setor bancário e, em contrapartida, recebe do setor bancário haveres não-
monetários.

Exemplo: Seria o caso agora em que clientes realizam aplicações financeiras


em bancos, tais como poupança, fundos de investimento e etc.

Criação de Moeda

(PÚBLICO) —> haveres não-monetários (SETOR BANCÁRIO)


<— haveres monetários

Destruição de Moeda

(PÚBLICO) —> haveres monetários (SETOR BANCÁRIO)


<— haveres não-monetários

Mais alguns exemplos de criação de moeda:

- uma pessoa faz um saque de seu depósito a prazo;

- uma empresa desconta uma duplicata em um banco;

- um exportador recebe em reais o valor correspondente a uma venda ao exterior;

- um banco adquire títulos governamentais do público, creditando suas contas


correntes.

Exemplos de destruição de moeda:

- uma pessoa faz um depósito em sua caderneta de poupança;


- um banco vende títulos governamentais ao público;

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- um importador paga ao banco o valor correspondente a uma compra no exterior;


- um banco vende um imóvel a uma empresa, recebendo o pagamento em dinheiro.
- uma pessoa paga um empréstimo bancário, sendo debitado em sua conta corrente.

A criação de moeda a partir dos Depósitos à Vista

Conforme podemos verificar no nosso dia-a-dia, a rede bancária possui a


capacidade de receber depósitos a vista de nós clientes, seja para a realização de
aplicações financeiras, seja para pagamento de contas diversas.

Com os depósitos recebidos os bancos passam a ter a capacidade de realizar


empréstimos, cobrando por isso, juros remuneratórios.

O objetivo desta explanação é o de dizer que os bancos acabam por criar o


que definimos como moeda escritural, simplesmente se utilizando de recursos de
terceiros “poupadores”, e transferindo-os para clientes “devedores”. Na verdade,
como os bancos sabem que nem todos os clientes poupadores irão efetuar saques
ao mesmo tempo, estes utilizam os recursos “que sobram” emprestando a outros.
Esta atividade gera em si o que chamamos de multiplicador dos agregados
monetários ou dos meios de pagamento.

A Base Monetária e o multiplicador dos meios de pagamento

Conforme verificamos em tópico anterior, a quantidade de moeda em


circulação (PMC), também chamada de Base Monetária, é definida pelo Banco
Central. Parte da Base é demandada pelos bancos na forma de encaixes
compulsórios e voluntários, sendo a outra parte representada pelo papel moeda em
poder do público (PMPP). Relembrando, temos que:

Base Monetária = Encaixes (compulsório e voluntário) + PMPP

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Também definimos que a oferta de moeda circulante na economia (M1) é


dividida entre o PMPP e o total de depósitos a vista nos bancos (DV).

M1 = PMPP + DV

Considerando que os depósitos a vista estão nos bancos, estes se utilizam


dos recursos depositados para realizarem empréstimos. O fator que definirá quanto
os bancos poderão oferecer de recursos está baseado nos encaixes obrigatórios
exigidos pelo Banco Central. Dessa maneira, quanto menor for à quantia a ser
depositada obrigatoriamente no caixa da autoridade monetária pelos bancos,
maior será a capacidade de geração de empréstimos, pelo simples fato que
estes possuem mais dinheiro “sobrando”.

Os empréstimos realizados à sociedade retornam em momento futuro para o


próprio banco emprestador, ou mesmo outro banco componente do sistema
financeiro. A partir do dinheiro depositado oportunizam-se novos empréstimos à
sociedade.

A multiplicação dos agregados monetários ocorre a partir do momento em


que a moeda é depositada no sistema bancário na condição de depósito à vista.

A criação de moeda será derivada em um valor múltiplo de uma injeção


monetária inicial. Vejamos a multiplicação a partir dos dados dos agregados
monetários:

Base Monetária (B) = PMPP + Encaixes (E); de outra forma:

PMPP = Base Monetária – Encaixes (1)

M1 = PMPP + DV; de outra forma:

PMPP = M1 – DV (2)

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Base Monetária (B) – Encaixes (E) = Meios de Pagamento (M1) – DV


(1) (2)

Base Monetária (B) = Meios de Pagamento (M1) – DV + Encaixes (E)

Dividindo-se os termos por M1, temos:

B / M1 = 1 – (DV / M1) + E / M1

Multiplicando-se e dividindo-se o último termo por DV, chegamos a:

B / M1 = 1 – (DV / M1) + (E / M1) * (DV/DV)

Chamando a razão do volume de depósitos a vista sobre os meios de


pagamento (DV / M1) de “d” e a razão dos encaixes sobre o os depósitos a vista
(E / DV) de “e”, temos que:

B / M1 = 1 – d + ed

Colocando-se em evidência o “d” e posteriormente invertendo-se a expressão,


teremos o seguinte resultado:

M1 = B / 1 – d(1 – e), sendo 1 / 1 – d(1 – e) = m, chamado de multiplicador


dos meios de pagamento (ou dos agregados monetários).

M1 = B x m

A partir desta expressão é possível saber qual será o impacto sobre o


aumento dos meios de pagamento M1, derivado do aumento da base monetária.

Da expressão M1 = B /1 – d(1 – e), chegamos a algumas conclusões


importantes:

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9 Na medida em que aumenta o total de depósitos a vista no sistema


bancário, maior será a expansão dos agregados monetários quando do
resultado de um aumento da base monetária pelo Banco Central;

9 De forma contrária, quando o Banco Central aumenta a exigência do


percentual de encaixes dos bancos, menor a capacidade de expansão
do crédito pelos bancos e, conseqüentemente, da expansão dos meios
de pagamento.

Vamos a uma questão sobre o assunto:

(Bacen/Analista – FCC/2006) Numa determinada economia, os encaixes totais


mantidos pelo sistema bancário representam 4/10 do total dos depósitos à vista em
conta corrente. Se a população desse país mantiver 1/5 dos meios de pagamento na
forma de moeda manual, um aumento de 1.000 na base monetária acarretará um
acréscimo nos meios de pagamento, de

a) 6250
b) 3125
c) 2358
d) 1923
e) 1470

A fórmula para se calcular o valor do aumento dos meios de pagamento


proveniente do aumento da base monetária é M1 = B / 1 – d(1 – e), sendo M1 os
meios de pagamentos (agregados monetários), que são representados pelo PMPP +
DV.

B é a base monetária, representada pelo somatório do PMPP mais os


encaixes dos bancos no Banco Central (E). “d” é igual a razão do volume de
depósitos a vista (DV) sobre os meios de pagamento (M1) e “e” o volume de encaixe
dos bancos no Bacen (E) sobre os depósitos à vista (DV).

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Na questão já nos é informado o valor da expansão da base monetária (1000)


e a razão entre os encaixes dos bancos e os depósitos a vista (4/10). Na questão,
no entanto, é informado apenas o percentual de meios de pagamento (M1) em
moeda manual, também chamado por nós de papel moeda em poder do Público –
PMPP (1/5).

A questão até poderia complicar mas, conforme vimos acima, o conceito de


agregado monetário M1 é parte derivado dos depósitos a vista (DV), nosso interesse
nessa questão, e parte derivado do volume de PMPP, sendo DV + PMPP = 1. Se a
razão de moeda manual sobre os meios de pagamento (PMPP/M1) é igual a 1/5,
podemos entender que a razão de moeda escritural sobre os meios de pagamento
(DV/M1) é igual a 4/5.

Com isso temos que,

∆M1 = ∆B * 1 / 1 – d(1 – e)

∆M1 = 1000* 1/ 1 – 4/5 (1 – 4/10) = 1000* 1 /0,52 = 1923

Gabarito: letra d

As Contas do Sistema Monetário

Estando demonstrada a íntima relação existente entre os agregados


monetários e a sua multiplicação a partir dos bancos comerciais, por meio do que
conceituamos de multiplicador bancário “m” = 1 / 1 – d(1 – e), partimos agora para a
exposição das contas do sistema monetário, seja pela composição destas no Bacen,
seja sobre a sua estruturação para os bancos componentes do sistema.

As contas do sistema monetário são estruturadas como em toda


contabilidade, existindo operações ativas e operações passivas.

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Apresentamos as contas com o fim de entendermos tanto o processo de


criação e de destruição de moeda como também a contabilização das exigências da
Autoridade Monetária para com os bancos e vice-versa.

O Balanço Consolidado dos Bancos Comercias

Os bancos comerciais representam um dos lados do sistema monetário, já


que são estes que promovem a interligação do Banco Central, em nome do governo,
com o público em geral.

O balanço consolidado (simplificado) dos bancos comerciais é assim dividido:

Ativo Passivo
Encaixes Depósitos à vista
- Em moeda corrente
- Depósitos Voluntários Depósitos a prazo
- Depósitos Compulsórios Redescontos e outros recursos do
Bacen.
Empréstimos externos
Empréstimos ao setor privado
Empréstimos a entidades públicas Recursos próprios (passivo não
exigível)
Títulos públicos e privados

Imobilizado
Outras aplicações

No lado do ativo:

• Encaixes: Trata-se da parcela dos depósitos à vista que o sistema


bancário comercial não emprestou ao público. São os chamados
depósitos compulsórios e voluntários;

• Empréstimos ao setor privado e ao setor público: São os empréstimos


feitos ao sistema não bancário, tais como o governo, as famílias e etc;

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• Títulos Públicos e Privados: São os haveres não monetários na forma


de títulos encarteirados pelos bancos;

• Imobilizado: É a contabilização dos recursos das estruturas físicas de


funcionamento dos bancos;

• Outras Aplicações: São as aplicações em moeda estrangeira dos


bancos.

No lado do Passivo:

• Depósitos à vista: São os depósitos captados pelo sistema bancário do


público em geral e disponíveis em conta-corrente;

• Depósitos a prazo: São os depósitos captados pelo sistema bancário


do público em geral e disponíveis em outras contas (poupança, títulos
de renda fixa (CDB, RDB);

• Redescontos: São os recursos tomados a título de empréstimo pelos


bancos via Banco Central;

• Recursos Externos: São recursos tomados pelos bancos para


financiamento de suas linhas de concessão de crédito ao público em
geral;

• Recursos Próprios: São os recursos de propriedade dos próprios


bancos comerciais. São considerados passivo não exigível, por
constituírem conta do patrimônio líquido;

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Podemos verificar que as operações ativas são aquelas provenientes da


destinação dada pelos bancos para o volume de depósitos vista feitos pelo público.
O passivo é representado em sua maior parte, pelos próprios depósitos realizados
pelo público.

Vejamos agora o balanço consolidado do Banco Central.

O Balanço Consolidado do Banco Central

Ativo Passivo
Encaixes em moeda corrente Saldo do papel-moeda emitido
Haveres com o setor privado
Títulos públicos federais Depósitos do Tesouro Nacional
Operações de redesconto Recursos Externos
Depósitos dos Bancos Comerciais
Empréstimos ao Tesouro
Nacional - Depósitos Voluntários

- Depósitos Compulsórios
Reservas internacionais

No lado do ativo encontram-se:

• Encaixes em moeda corrente: Trata-se da parte do papel moeda


emitido (PME) que não se encontra em circulação;

• Títulos Públicos Federais: O Bacen é chamado de agente financeiro do


Tesouro Nacional. Ele realiza as chamadas operações de Mercado
Aberto, que se caracterizam pela colocação e retirada de dinheiro de
circulação por meio dos títulos emitidos pelo Tesouro. Na sua
contabilidade entra como ativo, constando como passivo do Tesouro
Nacional;

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• Operações de Redesconto: São os empréstimos feitos as bancos


comerciais. Fica localizado do lado esquerdo do seu balanço, ficando
do lado direito no balanço dos bancos comerciais;

• Reservas Internacionais: O estoque de moeda estrangeira pertencente


ao país fica sob guarda do Banco Central. Ele a tem como ativo por
necessidade de utilizar estes recursos para fazer frente às demandas
de divisas estrangeiras por bancos e pelo público em geral;

No lado do passivo, temos:

• Papel Moeda Emitido: Trata-se do total de moeda emitida que pode ou


não estar circulando. Se estiver PME = PMC, caso contrário não.
Destaca-se que o total de papel moeda em circulação nunca poderá
ser maior que o total de papel moeda emitido (moeda manual);

• Depósitos do Tesouro: São os depósitos feitos pelo Tesouro para


cobrir as operações realizadas pelo BACEN;

• Recursos Externos: São representados pela reestruturação da dívida


externa (FMI e organismos internacionais);

• Depósitos Compulsório e Voluntário: São os recursos depositados


pelos bancos comerciais no Bacen, podendo ser, como o próprio nome
diz, obrigatórios ou voluntários.

De acordo com a Contabilidade, no lado do passivo existem as contas que


identificam as origens dos recursos. De forma contrária, as contas pertencentes ao
ativo referem-se às aplicações dos recursos. Em referência ao Bacen, as contas do

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passivo são divididas em monetárias, ou seja, utilizadas como meios de pagamento,


e não monetárias, não utilizadas como meios de pagamento.

O Balanço consolidado do sistema monetário

Ativo Passivo
Aplicações dos Bancos Agregados Monetários
Comerciais
- Empréstimos ao setor privado - Papel-moeda em poder do público
- Títulos públicos e privados - Depósitos à vista nos Bancos
Aplicações do Banco Central Recursos Não-monetários
- Reservas internacionais - Depósitos a prazo
- Empréstimos ao Tesouro - Depósitos do Tesouro Nacional
Nacional
- Títulos públicos federais - Títulos do Banco Central
- Saldo líquido das demais contas

Terminamos assim a nossa aula dois. Vamos a resolução de alguns


exercícios para fixarmos os conteúdos.

Um abraço,

Francisco

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Exercícios:

18 - (AFRF/SRF – ESAF/2005) Não faz(em) parte do passivo do balancete do Banco


Central:
a) recursos externos.
b) depósitos do tesouro nacional.
c) redescontos.
d) papel moeda emitido.
e) encaixes dos bancos comerciais.

19 – (ACE/TCU – ESAF/2002) Faz (em) parte do ativo do balancete do Banco


Central
a) o papel-moeda emitido.
b) as reservas internacionais.
c) os depósitos do Tesouro Nacional.
d) a Base Monetária.
e) os depósitos dos bancos comerciais

20 – (AFPS/MPAS – ESAF/2002) Considere os seguintes dados: m = 4/3 e R = 0,5,


onde m = multiplicador dos meios de pagamento em relação a base monetária e R =
encaixes totais dos bancos comerciais/depósitos a vista. Com base nessas
informações, pode-se afirmar que o coeficiente “papel-moeda em poder do

publico/M1 é igual

a) 0,2
b) 0,3
c) 0,4
d) 0,5
e) 0,7

21 – (BACEN/ANALISTA – ESAF/2001) Considere os seguintes dados: papel-moeda


em poder do publico / M1 = 0,3; encaixe total dos bancos comerciais / depósitos a

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vista nos bancos comerciais = 0,3. Com base nessas informações, pode-se afirmar
que

a) um aumento de 30% na relação “depósitos a vista nos bancos comerciais / M1”


resulta em um aumento de aproximadamente 19,830% no multiplicador bancário.
b) um aumento de 25% na relação “depósitos a vista nos bancos comerciais / M1”
resulta em um aumento de aproximadamente 21,687% no multiplicador bancário.
c) um aumento de 20% na relação “depósitos a vista nos bancos comerciais / M1”
resulta em um aumento de aproximadamente 23,786% no multiplicador bancário.
d) um aumento de 10% na relação “encaixe total dos bancos comerciais / depósitos
a vista nos bancos comerciais” resulta em uma redução de aproximadamente
8,750% no multiplicador bancário.
e) um aumento de 15% na relação “encaixe total dos bancos comerciais / depósitos
a vista nos bancos comerciais” resulta em uma redução de aproximadamente
9,102% no multiplicador bancário.

22 – (APO/MPOG – ESAF/2001) São consideradas operações ativas do Banco


Central:
a) alterações nos impostos sobre as operações financeiras; empréstimos do Banco
Central ao Tesouro Nacional; empréstimos do Banco Central ao setor privado;
operações de redesconto.
b) alterações nas reservas internacionais do país; empréstimos do Banco Central ao
Tesouro Nacional; empréstimos do Banco Central ao setor privado; operações de
redesconto.
c) alterações nas reservas internacionais do país; empréstimos do Banco Central ao
Tesouro Nacional; alteração dos impostos sobre as operações financeiras;
operações de redesconto.
d) alterações dos impostos sobre as operações financeiras; alterações dos impostos
sobre as operações de câmbio; empréstimos do Banco Central ao Tesouro Nacional;
operações de redesconto.
e) alterações nos impostos sobre as operações financeiras; empréstimos do Banco
Central ao Tesouro Nacional; empréstimos do Banco Central aos bancos comerciais;
empréstimos do Banco Central ao setor privado.

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23 – (EPPGG/MPOG – ESAF/2008) Considerando a definição de meios de


pagamentos adotada no Brasil, é incorreto afirmar que:
a) o M1 engloba o papel-moeda em poder do público.
b) o M2 engloba os depósitos para investimento e as emissões de alta liquidez
realizadas primariamente no mercado interno por instituições depositárias.
c) o papel-moeda em poder do público é resultado da diferença entre papel-moeda
emitido pelo Banco Central do Brasil e as disponibilidades de caixa do sistema
bancário.
d) o M3 inclui as captações internas por intermédio dos fundos de renda fixa.
e) o M3 engloba os títulos públicos de alta liquidez.

24 – (EPPGG/MPOG – ESAF/2009) Considere os seguintes coeficientes de


comportamento monetário:
M1 = meios de pagamentos
c = (papel-moeda em poder do público/M1)
d = (depósitos a vista nos bancos comerciais/M1)
R = (encaixes totais dos bancos comerciais/depósitos a vista nos bancos comerciais)
Considerando que c = d/3 e R = 0,3, o valor do multiplicador da base monetária será
de, aproximadamente,

a) 2,105
b) 3,103
c) 1,290
d) 1,600
e) 2,990

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Gabarito:

Questão 18: letra “c”

Os redescontos correspondem aos empréstimos de liquidez realizados as


Instituições Financeiras. Sendo assim, dentro do balanço do BACEN, estes
correspondem a um ativo.

Questão 19: letra “b”

Conforme exposto no próprio balanço do BACEN.

Questão 20: letra “d”

Sabe-se que o multiplicador dos meios de pagamento é dado pela seguinte fórmula:
m = 1/1-d(1-R), sendo “d” igual a razão entre os depósitos a vista é o M1. “R” é igual
a razão entre o total de encaixas ou reservas sobre os depósitos a vista.
No exercício temos as informações de m = 4/3 e de R = 0,5. Dessa forma, temos:

4/3 = 1/1 – d*(1 -0,5)


4*(1 - d*(0,5) = 3
- 2d = -1
d = 0,5

Para resolvermos a questão precisamos lembrar da composição do conceito M1 =


PMPP + DV. Da mesma forma, já sabemos que d = DV/M1. Com isso, podemos
concluir que PMPP/M1 só poderá ser igual a 0,5.

Questão 21: letra “c”

Vejamos o resultado do multiplicador bancário antes de realizarmos o aumento em


uma das variáveis:

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Se PMPP/M1 = 0,3, então DV/M1 = 0,7.

m = 1/1-0,7(1-0,3) = 1,96

De agora em diante temos que ir no método de tentativa e erro, até chegar na


resposta da questão.

Vejamos a letra C, gabarito da questão. Um aumento de 20% na relação depósitos a


vista/M1.

Se o valor da relação era 0,7, um aumento de 20% deixará a relação igual a :


0,7*1,2 = 0,84.

Colocando este valor na fórmula, temos:

m = 1/1-0,84(1 - 0,3) = 2,42.

Para se chegar a variação, temos que dividir o resultado do multiplicador atual pelo
multiplicador anterior. Do resultado retira-se 1 e multiplica-se por 100.

((2,42/1,96)-1)*100 = 23,78%.

Questão 22: letra “b”

Conforme demonstrado no balancete do BACEN.

Questão 23: letra “e”

Os títulos públicos de alta liquidez são considerados apenas no conceito M4.

Questão 24: letra “a“

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Uma condição padrão é que os meios de pagamento são divididos em PMPP + DV.

M1 = PMPP + DV

Quando dividimos os termos por M1, temos:

M1/M1 = PMPP/M1 + DV/M1

1= c+d

Como c = d/3, temos que


3c = d

1 = c + 3c
4c = 1
c = 0,25

Dessa maneira chegamos ao “d”


1=c+d
1 = 0,25 + d
d = 0,75

Substituindo na fórmula do multiplicador, temos:

m = 1/1 – d(1 – R)
m = 1/1 – 0,75 (1 – 0,3)
m = 2,10

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