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Artigo | Voto nulo não anula eleição


Pela Lei Eleitoral votos nulos e brancos são considerados inválidos

Liliam Daniela dos Anjos* COMPARTILHE


Brasil de Fato | Belo Horizonte (MG), 13 de Setembro de 2018 às 15:17

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A quantidade de votos brancos e nulos está alto nas pesquisas eleitorais / Reprodução

É só começar o período eleitoral que surgem campanhas pelo voto nulo, sugerindo à
população que um percentual maior que 50% de votos nulos anulariam as eleições e,
portanto, essa seria uma forma de demonstrar a insatisfação do eleitor. Tal situação
não é verdadeira. Pela Lei Eleitoral (9504/1997), votos nulos e brancos são
considerados inválidos e não entram na contagem de votos que definem os vencedores
das eleições. Desta forma, se um percentual considerável de eleitores votarem branco
ou nulo, esses votos não serão contabilizados e os eleitos serão definidos pelos votos
válidos. Em muitas situações, uma proporção significativa de votos nulos e brancos
pode, inclusive, beneficiar quem está mais bem posicionado na disputa, já que, com
muitos votos inválidos seria necessário um número menor de votos para se eleger.

A lenda tem origem em uma interpretação equivocada do artigo 224 do Código


Eleitoral (Lei 4737/1965) que prevê a necessidade de nova eleição se a nulidade atingir
mais da metade dos votos. A nulidade a que se refere o Código, no entanto, diz
respeito aos votos dado a um candidato e que foram anulados por decisão judicial
(abuso do poder político, compra de votos etc.). Se o candidato tiver obtido mais da
metade dos votos válidos, devem-se convocar novas eleições.

O fato de não anular eleição, não significa que não devemos refletir sobre o porquê um
número expressivo de pessoas pretendem anular o voto, ou simplesmente não
comparecer às urnas. Pesquisas apontam que, considerando os votos nulos, brancos e
abstenções, a tendência é que mais de 40% da população não vote em nenhum
candidato à presidência em 2018. O número já vem crescendo desde as eleições de
2014, mas deve aumentar significativamente nas próximas eleições.

O cenário tem muito a nos dizer. Reflete o desencantamento da população que não se
vê representada nas instituições políticas compostas, em sua maioria, por homens
brancos e ricos que votam, quase sempre, para retirar direitos dos trabalhadores. A
situação ficou ainda pior após o golpe de 2016 que colocou no poder um presidente
sem votos e promoveu, em curto espaço de tempo, medidas que pioraram a vida da
população.

É sempre bom lembrar que o voto no Brasil é um direito conquistado com muita luta e
mobilização. Até muito pouco tempo, votar era privilégio de alguns que não concebiam
a entrada do povo na política. As próximas eleições serão para disputar não apenas
votos, mas a esperança na democracia e na política. No cenário atual, votar não pode
ser apenas uma ação isolada no dia 07 de outubro, mas uma ferramenta para
contribuir para as mudanças que o Brasil precisa.

*Liliam Daniela dos Anjos é cientista política e militante da Consulta Popular.

Edição: Joana Tavares


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Este conteúdo foi originalmente publicado na versão impressa


(Edição 250) do Brasil de Fato Minas Gerais.

Confira a edição completa

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