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24/10/2018 Carta de Kurukan Fuga – Wikipédia, a enciclopédia livre

Carta de Kurukan Fuga


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
A Carta de Kurukan Fuga[1] ou Curucã Fuga[2] (Kurukan Fuga), também chamada Carta do Mandinga, era a
constituição do Império do Mali. Recebeu seu nome em homenagem a planície de Kurukan Fuga, situada dois
quilômetros ao norte de Cangaba, na qual ocorreu a cerimônia de investidura de Sundiata Keita após sua vitória sobre
Sumaoro Kante na Batalha de Kirina (c. 1235) e se reuniu a Grande Assembleia (Gbara) com chefes dos dezesseis clãs
dos mandingas e aliados.[1][3]

Índice
Histórico
Características
Recuperação e proteção
Ligações externas
Referências
Bibliografia

Histórico
Após a queda do Império do Gana no século XII, a região entre o deserto do Saara e os rios Níger e Senegal se
fragmentou em pequenos Estados, entre eles o reino Sosso, liderado por Sumaoro Kante. Aos poucos, os Sossos se
expandiram, conquistando os mandingas e outros povos. Já no século XIII, o príncipe Sundiata Keita organizou uma
coalizão para combater os Sosso. A batalha decisiva aconteceu na região de Kulikoro, hoje território do Mali, por volta
de 1235.

Sundiata Keita venceu a batalha, abrindo o caminho para a instauração do Império do Mali. Após a vitória, foi
realizada uma assembleia reunindo os povos que formavam a coalizão. Keita foi proclamado mansa ou magam
(imperador), porém tendo que cumprir obrigações e direitos estabelecidos na Carta.

Características
A Carta de Kurukan Fuga é apontada como um dos primeiros modelos de constituição. Ela prevê a defesa dos direitos
humanos, determina a divisão de poderes, estabelece liberdades cívicas, protege as atividades profissionais, a
integridade física dos súditos do império e dos seus bens[4]. Além disso, proibia a escravidão e impunha a obrigação de
indenização por danos sofridos[5].

Outro aspecto importante foi a divisão da população em clãs. Os malinkas e outros povos aliados foram divididos pela
Carta em 16 castas de nobres, os "portadores de aljavas". Já os marabus, entre eles alguns que professavam o
islamismo, formaram os cinco clãs dos "guardiães da fé". Os praticantes de ofícios, inclusive o de griô, foram
repartidos entre outros quatro clãs.

Os Sossos, derrotados na batalha, tiveram que se fundir aos clãs de praticantes de ofícios, e perderam suas terras, que
foram consideradas domínio imperial.

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A divisão conferia a cada clã um grau considerável de autonomia, permitindo que cada rei conservasse os costumes de
seu povo. A descentralização jurídica e administrativa era uma característica do antigo Império do Gana, que o
domínio Sosso vinha tentando suprimir[6].

Recuperação e proteção
Em 2009, a Carta, na sua versão preservada pela tradição oral griô, foi incluída pela UNESCO na lista do Patrimônio
Cultural Intangível da Humanidade[7].

Ligações externas
Texto da Carta (http://www.anpe-mali.org/news/la-charte-de-kouroukan-fouga) em francês

Referências
1. Niane 2010, p. 151.
2. Silva 2009.
3. Lopes 2017.
4. Debates do Parlamento Europeu (http://www.europarl.europa.eu/sides/getDoc.do?pubRef=-//EP//NONSGML+CR
E+20100907+SIT+DOC+PDF+V0//PT&language=PT), 7 de setembro de 2010, p. 48
5. Anistia Internacional. Haki Zetu - Direitos Económicos, Sociais e Culturais na Prática (http://www.amnesty.nl/sites/
default/files/public/main_book_portugees_deel1.pdf). Amsterdã, 2011. P. 16
6. WALDMAN, Maurício. Africanidade, espaço e tradição: a topologia do imaginário espacial tradicional africano na
fala "griot" sobre Sundjata Keita do Mali (http://www.casadasafricas.org.br/img/upload/934803.pdf). África: Revista
do Centro de Estudos Africanos, 20-21. São Paulo: USP, 1997-1998. P. 255-256
7. The Manden Charter, proclaimed in Kurukan Fuga (http://www.unesco.org/culture/ich/index.php?lg=en&pg=00011
&RL=00290). UNESCO Culture Sector - Intangible heritage (em inglês)

Bibliografia
– África do século XII ao XVI. São Carlos:
Lopes, Nei Lopez; Macedo, José Rivair (2017). Universidade de São Carlos; UNESCO
«Kurukan Fuga; Carta do Mandinga». Dicionário de
História da África: Séculos VII a XVI. Belo Horizonte: Silva, Alberto da Costa (2009). «11 - Mali». A Enxada
Autêntica e a Lança - A África Antes dos Portugueses. Rio de
Janeiro: Editora Nova Fronteira Participações S.A.
Niane, Djibril Tamsir (2010). «6 - O Mali e a segunda ISBN 978-85-209-3947-5
expansão manden». História Geral da África – Vol. IV

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