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UNIVERSIDADE CEUMA

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL


CAMPUS IMPERATRIZ

JOSÉ DE PAIVA SANTOS NETO

GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL NO MUNÍCIPIO


DE BURITICUPU-MA

IMPERATRIZ
2017
JOSÉ DE PAIVA SANTOS NETO

GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL NO MUNÍCIPIO


DE BURITICUPU-MA

Trabalho de Conclusão de Curso na


modalidade Monografia apresentado ao
Departamento de Engenharia Civil da
Universidade CEUMA, como requisito para
obtenção do grau de Engenheira Civil.

Orientadora: Profa. Dra Maria Carolina Silva

IMPERATRIZ-MA
2017
FICHA CATALOGRÁFICA
JOSÉ DE PAIVA SANTOS NETO

GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL NO MUNÍCIPIO


DE BURITICUPU-MA

PROJETO DE CONCLUSÃO DE CURSO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO


CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DA UNIVERSIDADE CEUMA, CAMPUS
IMPERATRIZ, COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA
OBTENÇÃO DO TÍTULO DE ENGENHEIRO CIVIL.

BANCA EXAMINADORA:

______________________________________________________
Orientadora: Profa Dra. Maria Carolina Silva

______________________________________________________
Prof.o Me. André Salgado de Andrade Sandim

______________________________________________________
Prof.o Esp. Anis Salim Hosni

IMPERATRIZ, MA – BRASIL
DEZEMBRO DE 2017
Dedico este trabalho a toda minha família, em especial à
memória do meu pai José Nesildo de Paiva Santos, pois estou
realizando um dos seus sonhos. Agradeço pelo exemplo de vida
e por todos os momentos que passamos juntos.
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente а Deus qυе permitiu qυе tudo isso acontecesse ао


longo da minha vida, е não somente nestes anos como universitário, mas que em
todos os momentos é o maior mestre qυе alguém pode conhecer.
Agradeço ao meu Pai José Nesildo de Paiva Santos, qυе apesar de todas as
dificuldades mе fortaleceu е ensinou a me tornar o homem que sou hoje!
Agradeço а minha mãe Ana Maria de Oliveira Santos, heroína qυе mе dеυ
apoio, incentivo nas horas mais difíceis, de desânimo е cansaço. Obrigado por ter
acreditado em mim e participado desse momento.
Agradeço também а todos os professores qυе mе acompanharam durante а
graduação, em especial à Prof.ª Dr.ª Maria Carolina Silva е ao Prof. André Salgado
de Andrade Sandim, responsáveis pеlа realização deste trabalho, disponibilizando
tempo e conhecimento.
À Universidade Ceuma, pela oportunidade de fazer о curso e pelo ambiente
criativo е amigável qυе me proporcionou.
Obrigada ao meu irmão, aos primos e tios, que nos momentos de minha
ausência dedicados аоs estudos, sempre me fizeram entender qυе о futuro é feito а
partir da constante dedicação no presente!
RESUMO

A construção civil tem uma grande contribuição na geração de resíduos causadores


de impactos ambientais, alterando paisagens e afetando o bem-estar da sociedade
como um todo. Os resíduos sólidos, por sua vez, são todos os restos
sólidos ou semissólidos das atividades humanas, como aqueles gerados pelas
atividades envolvidas nos processos da construção civil. O objetivo deste trabalho foi
avaliar a destinação de todo o resíduo gerado pela construção civil e identificar a sua
correta destinação final no município de Buriticupu-MA. As visitas e posteriores
entrevistas aos engenheiros e autoridades responsáveis foram um meio de abordar o
atual cenário da destinação de Resíduos de Construção e Demolição no referido
município. Verificou-se que os geradores de resíduos se limitavam apenas a contratar
uma empresa de coleta ou até mesmo “carroceiros” para o recolhimento dos entulhos
e não se responsabilizavam pelo processo posterior à coleta. Dessa forma, concluiu-
se que uma maior fiscalização do poder público e a incorporação de uma área para
destinação final dos RCDs no município de Buriticupu-MA seria uma excelente
tratativa para o problema diagnosticado.

Palavra-chave: Construção civil. Resíduos sólidos. Destinação final.


ABSTRACT

Civil construction has a major contribution to the generation of waste that causes
environmental impacts, altering landscapes and affecting the well-being of society as
a whole. Solid waste, in turn, is all solid or semi-solid waste from human activities, such
as those generated by activities involving our civil construction processes. The
objective of this work was to evaluate the destination of all the waste generated by the
civil construction and to identify its correct final destination in the municipality of
Buriticupu-MA. As visits and interviewed posts to engineers and authorities responsible
for a means to address the current scenario of the destination of Construction and
Demolition Waste not mentioned municipality. It was found that waste generators were
limited to hiring a collection company or even "carcassers" to collect the debris and
were not responsible for the post-collection process. Thus, it was concluded that a
greater control of the public power and an incorporation of an area for the purpose of
the RCDs in the municipality of Buriticupu-MA would be an excellent treatment for the
diagnosed problem.

Keywords: Construction. Solid waste. Final destination


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Ciclo de vida das edificações. .................................................................. 19


Figura 2 - RCD sem segregação despejados em Buriticupu-MA .............................. 22
Figura 3 - Composição dos Resíduos da Construção e Demolição .......................... 23
Figura 4 - Histórico dos RCDs versus Reciclagem no Brasil. ................................... 29
Figura 5 - Ponto A de despejo irregular de Resíduos localizado nas margens da BR-
222 nas proximidades no povoado Buritizinho, Buriticupu-MA. ................................ 35
Figura 6 - Ponto B de despejo irregular de Resíduos localizado nas margens da BR-
222 nas proximidades do povoado Sagrima, Buriticupu-MA .................................... 35
Figura 7 - Terreno baldio usado para destinação dos entulhos nas margens da BR-
222 no município de Buriticupu-MA. ......................................................................... 37
Figura 8 - Tipos de obras encontradas no município de Buriticupu-MA. ................... 38
Figura 9 - Resíduos da construção civil despejados nas ruas de Buriticupu-MA. ..... 38
Figura 10 - Tipos de financiamento das obras no município de Buriticupu-MA......... 39
Figura 11 - Construção de um posto de saúde, localizado na Rua Dom Moto, Vila
Isaias, Buriticupu-MA. .............................................................................................. 40
Figura 12 - Questionamento sobre a existência de engenheiros responsáveis pelas
obras no município. .................................................................................................. 40
Figura 13 - Questionamento sobre a existência de fiscalização da prefeitura ou algum
outro órgão responsável. ......................................................................................... 42
Figura 14 - Questionamento sobre a consciência dos impactos causados pela
destinação inadequada dos RCDs no meio ambiente.. ............................................ 42
Figura 15 - Questionamento sobre a existência e aplicabilidade do Programa de
Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (PGRCC) no município de
Buriticupu-MA.. ........................................................................................................ 43
Figura 16 - Reforma e ampliação de ponto comercial localizado na Av. Davi Alves
Silva, Centro, Buriticupu-MA.. .................................................................................. 44
Figura 17 - Despejo dos RCDs no município de Buriticupu-MA................................ 44
Figura 18 - Fluxograma da destinação dos RCDs em Buriticupu-MA.. ..................... 45
Figura 19 - Esquema proposto para a destinação dos Resíduos da Construção Civil
em Buriticupu-MA..................................................................................................... 46
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Correlação das vantagens e desvantagens do uso de RCDs reciclados na


pavimentação asfáltica.. ........................................................................................... 30
Tabela 2 - Vantagens e desvantagens do uso de RCDs reciclados como agregado
para concreto não estrutural.. .................................................................................. 31
Tabela 3 - Correlação entre as vantagens e desvantagens do uso de RCDs reciclados
como agregado para argamassa.............................................................................. 32
Tabela 4 – Média de entulhos retirados das ruas do município de Buriticupu-MA ao
longo dos últimos três anos. ..................................................................................... 36
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas


ACE - Ciclo de Vida dos Edifícios
ACV - Avaliação do Ciclo de Vida das Edificações
CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente
CVE - Ciclo de Vida das Edificações
IDHEA - Instituto Desenvolvimento da Habitação Ecológica
LIMPLOC - Almeida Limpeza Locações LTDA
MMA - Ministério do Meio Ambiente
NBR - Norma Brasileira
OMS - Organização Mundial da Saúde
ONGs - Organizações Não Governamentais
ONU - Organização das Nações Unidas
PGRCC - Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil
PNRS - Política Nacional de Resíduos Sólidos
RCC - Resíduos da Construção Civil
RCD - Resíduos de Construção e Demolição
RSC - Resíduos Sólidos da Construção
SISNAMA - Sistema Nacional do Meio Ambiente
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 14
2 JUSTIFICATIVA ............................................................................................ 15
3 OBJETIVOS .................................................................................................. 16
3.1 OBJETIVOS GERAIS .................................................................................... 16
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.......................................................................... 16
4 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................ 16
4.1 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E CONSTRUÇÃO CIVIL. ................ 16
4.2 RESÍDUO SÓLIDO ........................................................................................ 19
4.3 RESÍDUO SÓLIDO NA CONSTRUÇÃO CIVIL .............................................. 21
4.4 IMPACTOS AMBIENTAIS CAUSADOS PELO DESPEJO INADEQUADO DOS
RCD... ...................................................................................................................... 23
4.5 ASPECTOS LEGAIS PARA GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DA
CONSTRUÇÃO CIVIL. ............................................................................................. 24
4.5.1 Resolução Conama 307/02 .......................................................................... 24
4.5.2 Política nacional do meio ambiente ........................................................... 25
4.5.3 Política nacional de resíduos sólidos ........................................................ 26
4.5.4 Lei orgânica do município de Buriticupu ................................................... 26
4.6 RECICLAGEM DOS RCD’S .......................................................................... 27
4.6.1 Reciclagem dos RCDs no Brasil ................................................................. 28
4.7 DESTINAÇÃO FINAL .................................................................................... 29
4.7.1 Pavimentação .............................................................................................. 29
4.7.2 Agregado para concreto ............................................................................. 31
4.7.3 Agregado para argamassa .......................................................................... 32
5 METODOLOGIA ........................................................................................... 33
5.1 ÁREA DE ESTUDO ....................................................................................... 33
5.2 DELINEAMENTO DA PESQUISA ................................................................. 33
6 RESULTADOS E DISCUSSÕES .................................................................. 35
6.1 RESULTADOS DOS QUESTIONÁRIOS APLICADOS AOS RESPONSÁVEIS
POR OBRAS NO MUNICÍPIO DE BURITICUPU-MA. .............................................. 37
6.2 DESTINAÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL NO
MUNICÍPIO DE BURITICUPU-MA. .......................................................................... 45
6.3 ESQUEMA PROPOSTO PARA DESTINAÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS DA
CONSTRUÇÃO CIVIL NO MUNICÍPIO DE BURITICUPU-MA. ................................ 45
6.4 AÇÕES PROPOSTAS PARA MINIMIZAR OS IMPACTOS CAUSADOS PELA
DESTINAÇÃO INADEQUADA DOS RCD EM BURITICUPU-MA. ............................ 46
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................... 47
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 48
APÊNDICES.................................................................................................. 52
ANEXOS ....................................................................................................... 58
14

1 INTRODUÇÃO

Desde o princípio da história do mundo, tem-se que a Construção Civil


desenvolve atividades que procuram melhorar a qualidade de vida da sociedade,
buscando atender as necessidades básicas e imediatas do ser humano. Porém, as
consequências devido aos erros e hábitos predatórios ao meio ambiente de gerações
passadas são hoje vivenciadas por todas as nações.
As atividades antrópicas se avaliadas como causadoras de resíduos deixam
de parecer simples e corriqueiras, e ganham uma enorme dimensão que reflete
nacional e internacionalmente devido as proporções que tem tomado. Porém, os
resíduos da construção civil quando não controlados são lançados em aterros,
ocasionando transtornos, como prejuízos de ordem ambiental, social e econômica
para as cidades e cidadãos.
Ao se observar especificamente os resíduos sólidos e a dificuldade para sua
correta disposição nos centros urbanos, vê-se que a falta de espaços físicos agrava a
situação, já que o material passará a ocupar áreas impróprias, como por exemplo
terrenos abandonados, o que coloca em risco a saúde e o bem-estar da população, o
equilíbrio dos processos e serviços ecossistêmicos e a qualidade dos recursos
naturais que posteriormente serão utilizados.
Sendo assim, partindo-se do pressuposto que na construção civil há uma
grande geração de entulho, o que gera um desperdício desnecessário de material,
que se inicia na extração, passando pelo seu transporte até a sua utilização na obra,
causando uma série de transtorno à população. Outro fato que causa grande
preocupação é que não existe uma separação desses resíduos que vão para
descarte, o que provoca a contaminação desses materiais que poderiam ser
reciclados e novamente empregados nas obras de engenharia.
Os Resíduos de Construção e Demolição – RCD, também comumente
conhecidos como entulhos, tem se tornado um dos grandes alvos dos estudos do meio
técnico-científico, utilizando o mesmo como agregado para inúmeros usos na
construção civil e também na pavimentação rodoviária, entrando como substituto às
matérias-primas hoje utilizadas nestes setores (CARNEIRO et al., 2001).
Através do seu emprego como agregado ou matéria-prima, existe uma grande
probabilidade dos RCDs deixarem de ser um problema, tornando-se uma solução para
a escassez de materiais granulares na construção. O uso desse resíduo cooperaria
15

de modo positivo para a redução do consumo de recursos naturais utilizados na


construção civil, sendo assim uma importante ferramenta no combate à degradação
ambiental.
Buscando a redução do volume dos resíduos provenientes da construção civil,
surgiram normativas e leis que tornam a obrigatoriedade a classificação, transporte e
destinação todos os resíduos gerados nas obras, seguindo parâmetros da Resolução
CONANA 307/2002, principalmente. Portanto, o não cumprimento destas normas
enquadrará os infratores na Lei de Crimes Ambientais.
Diante desse contexto, as empresas passaram a investir na busca por novas
tecnologias e metodologias, a fim de atender as normas vigentes, com o objetivo de
fazer com que o processo de gestão de resíduos faça parte da rotina da construção
civil. Haja vista que os índices de desenvolvimento podem permanecer estagnados
enquanto o percentual de resíduos cresce por falta de interesse em sua gestão e
controle da sua destinação.
Dado o exposto, o presente estudo tem como objetivo principal diagnosticar o
atual cenário referente à destinação de Resíduos da Construção e Demolição no
município de Buriticupu-MA.

2 JUSTIFICATIVA

O cenário da construção civil brasileira vem passando por mudanças devido


à Resolução n° 307 do CONAMA (2002), na tentativa de se tornar ambientalmente e
socialmente correto, agregando valor aos produtos que eram encontrados sem uma
destinação adequada.
A grande quantidade de resíduos sólidos da construção civil é despejada em
locais inadequados e, em sua maioria, nas áreas livres dos bairros periféricos do
município de Buriticupu-MA. Isso afeta o bem-estar da população como um todo,
gerando, sobretudo impactos sociais e ambientais, além de perdas econômicas, visto
que o entulho considerado como lixo, pode ser agregado à construção civil
novamente, através de um processo de reciclagem.
16

3 OBJETIVOS

3.1 OBJETIVOS GERAIS

O objetivo principal desta pesquisa foi demonstrar através de diagnóstico a


real forma de destinação dos RCDs em obras da construção civil no município de
Buriticupu-MA, bem como identificar as dificuldades encontradas pelo poder público
no tocante aos problemas causados por esses materiais, e observar as
recomendações e aplicabilidade da Resolução 307/2002 do Conselho Nacional do
Meio Ambiente.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Levantar informações sobre o destino final dos RCDs em Buriticupu-MA;


• Avaliar os principais problemas causados pela destinação de RCDs no município;
• Identificar a participação da fiscalização durante o processo de descarte;
• Apresentar propostas para a solução da destinação de RCDs diante do diagnóstico
encontrado.

4 REFERENCIAL TEÓRICO

4.1 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E CONSTRUÇÃO CIVIL.

De acordo com Schenini (2004), no final da década de 80 e início dos anos


90 começou a aparecer um discurso da sustentabilidade com debates que envolviam
questões de meio ambiente e de desenvolvimento social em sentido amplo.
Entretanto, na década 70 já se observava uma preocupação com a sustentabilidade
nos movimentos sociais, em defesa da ecologia. Nas conferências internacionais
promovidas pela Organização das Nações Unidas eram debatidos os temas
relacionados ao meio ambiente e desenvolvimento.
Para Cerqueira e Oliveira (2016), a grande aparição de problemas ambientais
fez aparecer a necessidade de uma conscientização ecológica em escala mundial.
Nesse contexto, grandes conferências internacionais foram realizadas para debater a
17

preservação do meio ambiente. A primeira dessas grandes conferências realizada


pela Organização das Nações Unidas (ONU) foi a “Conferência das Nações Unidas
sobre o Meio Ambiente Humano”, realizada em Estocolmo, na Suécia em 1972.
Existiram outros eventos que foram realizados, entre eles a Eco-92, sediada no Brasil.
O objetivo principal da RIO 92 foi debater os problemas ambientais ocorrentes
no mundo, com a participação de representantes de 176 países, 1.400 Organizações
Não Governamentais (ONGs), totalizando mais de 30 mil participantes.
A Agenda 21, documento resultante da RIO 92, avaliou toda a extração de
matérias primas, redução da poluição, consumo racional de água e energia, entre
outros (SCHENINI et al., 2004). Segundo Cerqueira e Oliveira (2016), esse documento
defendia a ajuda dos países desenvolvidos àqueles em desenvolvimento, pelo fato
que o desenvolvimento sustentável do planeta não podia ser adquirido sem o
desaparecimento da pobreza e a diminuição das desigualdades sociais.
Para John (2000), o conceito de desenvolvimento sustentável surge como
efeito do entendimento entre o desenvolvimento e a preservação ambiental afim de
garantir a sobrevivência da espécie humana.
De acordo com os pensamentos de Hartmann (2003), a definição de
desenvolvimento sustentável é a extração equilibrada dos recursos naturais, de modo
a atender as necessidades e o conforto da presente geração sem comprometer as
condições de sobrevivência das gerações futuras, incorporando, dessa forma, a
variável ambiental.
A Unesco define desenvolvimento sustentável como aquele que permite
responder às necessidades presentes sem comprometer a capacidade das futuras
gerações em suprir às suas próprias necessidades (MULLER, 2002).
Para complementar os pensamentos do autor Muller (2002):

O desenvolvimento sustentável diz respeito a uma sociedade ser capaz de


manter, a médio e longo prazo, um círculo virtuoso de crescimento econômico
e um padrão de vida adequado. Trata-se de melhorar os ciclos econômicos
com suas flutuações, com realizações de melhoria no padrão de vida, a
despeito das flutuações setoriais e crises econômicas localizadas, ou seja, a
sustentabilidade é uma questão multidimensional e intertemporal.
(KARPINSK et al. 2009, p. 18-19).

Atualmente, para se obter uma construção sustentável as empresas têm que


tomar como base em seus meios de produção, medidas de eficiência e de melhor
aproveitamento de todos os recursos usados. De acordo com Hartmann (2003), dentro
18

de uma obra da construção civil há muito desperdício, como sobra e quebra de


materiais, que poderiam ter um melhor reaproveitamento com a adoção de novas
tecnologias para reutilização das sobras como a reciclagem destes materiais.
O Instituto para o Desenvolvimento da Habitação Ecológica (IDHEA, 1999),
define “Construção Sustentável” como um sistema de construção que busca a
garantia da qualidade de vida às gerações atuais e futuras. Esse tipo de modelo
construtivo promove alterações no entorno, de forma a atender as necessidades da
edificação e o uso do homem moderno, preservando o meio ambiente e os recursos
naturais. Portanto, os aspectos econômicos, sociais e ambientais devem ser
contemplados em qualquer projeto de edificação.
De acordo com John (2002), a construção sustentável é definida como um
processo holístico que aspira a restauração e manutenção da harmonia entre os
ambientes natural e construído, e a criação de assentamentos que afirmem a
dignidade humana e encorajem a equidade econômica. Sendo desenvolvimento
sustentável a capacidade crescimento econômico e social juntamente com a
sustentabilidade ambiental, causando melhorias na qualidade de vida dos indivíduos
e das comunidades. O mesmo autor cita que os desafios deparados na esfera das
construções são múltiplos, entretanto, sendo caracterizados pela otimização e
redução do consumo de materiais e energia, na redução dos resíduos gerados, na
preservação do ambiente natural e na melhoria da qualidade do ambiente construído.

Na concepção do Ministério do Meio Ambiente – MMA (2016), recomenda-se:

• Modificação dos conceitos da arquitetura convencional na direção de projetos


flexíveis com possibilidade de readequação para futuras mudanças de uso e
atendimento de novas necessidades, reduzindo as demolições;
• Busca de soluções que potencializem o uso racional de energia ou de energias
renováveis;
• Gestão ecológica da água;
• Redução do uso de materiais com alto impacto ambiental;
• Redução dos resíduos da construção com modulação de componentes para
diminuir perdas e especificações que permitam a reutilização de materiais.

A construção e o gerenciamento do ambiente construído devem ser


encarados dentro da perspectiva de ciclo de vida da edificação. O ciclo de vida dos
edifícios (CVE) pode ser caracterizado com início no planejamento, fase primordial
19

para assegurar o desempenho sustentável do edifício, acabada a etapa de


concepção, inicia-se o canteiro de obras, momento em que acontece a realização do
empreendimento e quando são percebidos os impactos da construção propriamente
dita. A Figura 1 demonstra as etapas que fazem parte do ciclo de vida das edificações,
elas são fundamentais para o nível de desempenho que permanecerá ao longo do
tempo no edifício (DEGANI, 2010).

Figura 1 - Ciclo de vida das edificações.

Fonte: Pereira, 2016.

Para Degani (2010), o CVE possui uma outra etapa extremamente relevante,
em se tratando de sustentabilidade ambiental que é representada pelas atividades de
Manutenção e Reforma, pois são determinantes para o aumento da vida útil das
edificações e no aperfeiçoamento de seus níveis de desempenho, caracterizado pelo
envolvimento das seguintes atividades: substituição de componentes; manutenção
das superfícies, sistemas e equipamentos; manutenção corretiva e preventiva de
equipamentos e sistemas; ações de modernização e ampliação.

4.2 RESÍDUO SÓLIDO


20

De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento


(PNUD, 1998), podemos chamar de resíduos todos os restos das atividades humanas,
considerados como inúteis, indesejáveis ou descartáveis. Para a Organização Mundial
de Saúde (OMS) resíduo é algo que seu proprietário não mais deseja, em um dado
momento e em determinado local, e que não tem valor de mercado.
Reforçando essa ideia Lucena et al, (2016) descrevem que pelo fato da
ampliação do pensamento coletivo em relação ao meio ambiente, é de enorme
preocupação e questão de debate na esfera internacional e nacional a quantidade de
resíduos gerados, visto que, antigamente os resíduos eram limitados, hoje em dia
originam um grande problema.
Os resíduos caracterizam-se como sólidos, gasosos e/ou líquidos. Os líquidos
são provenientes principalmente das atividades industriais e domésticas, e tem origem
na utilização de materiais líquidos em processos industriais no setor químico,
siderúrgico, metalúrgico, metalomecânica, petroquímico, agroindustrial e alimentício,
entre outros (IGNÁCIO, 1998).
Segundo os autores Bidone e Povinelli (1999), o termo resíduo sólido, que
geralmente é sinônimo a lixo, vem do latim residuu e significa sobras de substâncias,
contendo a presença de partículas sólidas para diferenciar resíduos sólidos á resíduos
líquidos ou gasosos.
De acordo com a ABNT, por meio da norma NBR 10.004/2004, resíduos
sólidos são definidos como:

Resíduos nos estados sólidos e semi-sólido que resultam de atividades de


origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de
varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas
de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de
controle de poluição, bem como determinados líquidos, cujas particularidades
tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de
água, ou exijam para isso soluções, técnica e economicamente, inviáveis em
face à melhor tecnologia disponível (NBR 10.004/2004. p. 01).

Ainda de acordo com a norma NBR 10.004/2004, os resíduos são


classificados como:

Resíduos Classe I – Perigosos: aqueles que apresentam periculosidade ou


características como inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade,
patogenicidade. Pode-se citar como tintas, solventes, lâmpadas
fluorescentes, pilhas como alguns exemplos para este tipo de resíduo.
21

Resíduos classe II – Não perigosos: estes resíduos podem ser divididos em


duas outras classes:
Resíduos classe II A – Não inertes: “são aqueles resíduos que não são
enquadrados nem como resíduos perigosos (Classe I) e nem como resíduos
inertes (Classe II B), podendo apresentar propriedades como
biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água”. Pode-se citar
como exemplos: matérias orgânicas, papéis, lodos, entre outros.
Resíduos classe II B – Inertes: qualquer tipo de resíduos que, quando
amostrados de uma forma representativa, segundo a ABNT NBR 10007, e
submetidos a um contato dinâmico e estático com água destilada ou
desionizada, à temperatura ambiente, conforme ABNT NBR 10006, não
tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações
superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se aspecto, cor,
turbidez, dureza e sabor. Como exemplos citam-se: entulhos, materiais e
construção e tijolos. (NBR 10.004/2004. p. 03 - 04).

Para os autores Silva e Almeida (2010), os resíduos sólidos oferecem ampla


heterogeneidade e complexidade. As suas propriedades físicas, químicas e biológicas
alteram de acordo com sua a fonte ou atividade geradora. A NBR 10.004/2004
classifica os resíduos quanto a sua periculosidade à saúde pública e ao meio
ambiente. O grau de periculosidade dos resíduos depende de suas propriedades
físicas, químicas e infectocontagiosas.
A sustentabilidade ambiental e social na gestão dos resíduos sólidos constrói-
se por meio de modelos e sistemas integrados que possibilitam a redução dos
resíduos gerados pela população, com a implantação de programas que permitem
também a reutilização desse material e, por fim, a reciclagem, para que possam servir
de matéria-prima para a indústria, diminuindo o desperdício e gerando renda
(GALBIATI, 2005).

4.3 RESÍDUO SÓLIDO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

A construção civil além de um importante segmento da indústria brasileira é


uma grande geradora de impactos ambientais, modificando paisagens e acumulando
grande quantidade de resíduos sólidos de suas obras (LUCENA et al., 2016).
Mattos (2013) define os resíduos sólidos da construção civil como as sobras
das construções e demolições, e devem ser gerenciados do projeto à sua destinação
final, para que impactos ambientais sejam evitados ou amenizados. Popularmente
chamados de entulhos, requerem uma gestão adequada para que se possam reduzir
custos sociais, financeiros e ambientais.
22

Segundo os autores Dorsthorst et al. (2003) e Pinto (1999), estudos


evidenciam que 40% a 70% da massa dos resíduos urbanos são gerados em canteiros
de obras. Infelizmente, cerca de 50% do entulho gerado é disposto irregularmente na
maioria dos centros urbanos brasileiros de médio e grande porte. A Figura 2 revela
como se encontra a situação dos RCDs depositados na cidade de Buriticupu.

Figura 2 - RCDs sem segregação despejados em Buriticupu-MA.

Fonte: Autor, 2016.

Os RCDs são todos os resíduos decorrentes de obras de grande e pequeno


portes. Muitos destes resíduos têm um alto potencial de reutilização ou reciclagem.
Porém, a grande variabilidade dos resíduos oriundos da construção civil dificulta a
segregação e reciclagem dos mesmos.
A composição dos RCDs varia de acordo com a fase da obra e com o tipo de
obra, afetando a qualidade dos agregados reciclados produzidos. Partindo disso, John
(2000) apontou em seu estudo que esta dificuldade pode ser ultrapassada com a
classificação dos RCDs ou pela separação dos resíduos a fim de diminuir a
variabilidade.
23

De acordo com Pinto (1999), a composição dos RCDs gerados nas obras é
muito variável de acordo com local, tipo ou fase da obra. Como exemplo e, de acordo
com a Figura 3, esses resíduos são compostos essencialmente de argamassa e
concreto, tijolos e blocos.

Figura 3 - Composição dos Resíduos da Construção e Demolição.

1%
9%
30%

60%

Tijolos e blocos Argamassa e Concreto Outros materias Organicos

Fonte: Pinto, 1999.

4.4 IMPACTOS AMBIENTAIS CAUSADOS PELO DESPEJO INADEQUADO DOS


RCD

De acordo com Oliveira e Mendes (2008), os problemas ambientais


envolvendo a ampla geração de resíduos da construção civil são evidentes, assim
como as inúmeras interferências no meio ambiente devido ao acúmulo e destinação
inadequada para tais resíduos. Mesmo diante desse quadro, percebe-se ainda uma
tímida reação, tanto por parte do setor público como do setor privado, no sentido de
buscar saídas eficazes transcritas em mecanismos de absorção desse resíduo como
agregado que possa ser incorporado ou mesmo substituir recursos naturais em linhas
de produção, ou até mesmo no seu retorno para as fontes geradoras, como insumo.
Sendo assim, Lucena et al., (2016) descreve que o setor da construção civil é
uma grande alavanca para o desenvolvimento social e econômico, em paralelo e de
mesma intensidade, vem gerando impactos negativos para o meio ambiente em todas
24

as etapas do processo construtivo, tais como: extração da matéria prima, produção


de materiais, construção, utilização e demolição.
Para Lima e Chenna (2000), os problemas mais graves quanto à disposição
dos entulhos em locais inadequados, estão diretamente ligados à obstrução dos
sistemas de drenagem, à degradação urbana, servir como abrigo para espécies de
animais que possam transmitir doenças graves ao ser humano e o assoreamento de
rios e córregos.
De acordo com Cassa et al., (2001), são várias as consequências negativas
causadas pelo fluxo irracional e descontrolado do grande volume de resíduos de
construção civil gerado nos municípios. Dentre os problemas causados por este
ineficaz gerenciamento desses resíduos, podemos destacar o impacto ambiental e o
econômico.
Para se evitar problemas do ponto de vista ambiental, é necessário que sejam
implementadas ações de gestão ambiental de acordo com a legislação vigente, que é
o principal instrumento para se obter o desenvolvimento sustentável.

4.5 ASPECTOS LEGAIS PARA GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DA


CONSTRUÇÃO CIVIL.

4.5.1 Resolução Conama 307/02

A Resolução CONAMA nº 307 é o principal marco regulatório na gestão de


RCDs. Antes da sua criação em 2002, não havia clareza na identificação dos resíduos
gerados pela atividade da construção civil entre os resíduos qualificados nas normas
técnicas de referência. Assim confirmada por Barreto (2005), a definição de resíduos
sólidos urbanos da NBR 10004 referia-se ao conjunto de resíduos em estado sólido
ou semissólido que resultavam de atividades da comunidade de origem industrial,
doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição, ou seja, não era
mencionada, explicitamente, a atividade da construção civil como geradora de
resíduos.
A Resolução nº 307 do CONAMA define os Resíduos de Construções de
Demolições - RCDs como:

Resíduos da construção civil: são os resíduos provenientes de construções,


reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, e os resultantes
25

da preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos


cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas,
madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento
asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica, etc. (RESOLUÇÃO nº
307 do CONAMA, 2002, p. 08).

Deve-se levar em conta que os mesmos não podem ser dispostos em aterros
de resíduos domiciliares, em encostas, corpos d’água, lotes vagos e muito menos em
área protegidas por lei. A referida Resolução teve como exigência a obrigatoriedade
de cada município desenvolver e implantar o Plano Municipal de Gestão dos Resíduos
da Construção Civil.
A Resolução nº 307 do CONAMA classifica os resíduos da construção em
quatro classes, conforme dispõe seu art. 3°:

I. Classe A - são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados,


tais como:
A. De construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de
outras obras de infraestrutura, inclusive solos provenientes de
terraplanagem;
B. De construção, demolição, reformas e reparos de edificações:
componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento
etc.) argamassa e concreto;
C. De processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em
concreto (blocos, tubos, meios-fios etc.) produzidas nos canteiros de obras;
II. Classe B - são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como:
plásticos, papel/papelão, metais, vidros, madeiras e outros;
III. Classe C - são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas
tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua
reciclagem/recuperação, tais como os produtos oriundos do gesso;
IV. Classe D - são os resíduos perigosos oriundos do processo de construção,
tais como: tintas, solventes, óleos e outros, ou aqueles contaminados
oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas,
instalações industriais e outros. (RESOLUÇÃO Nº 307 do CONAMA, 2002,
p. 11 - 13).

4.5.2 Política nacional do meio ambiente

Para Oliveira e Mendes (2008), a Lei n° 6.938/81 conhecida como Política


Nacional do Meio Ambiente é de grande importância, uma vez que busca além da
preservação, a melhora e recuperação do Meio Ambiente, onde instituiu na ocasião o
SISNAMA (Sistema Nacional do Meio Ambiente) que representa o conjunto de órgão,
entidades e normas de todos os entes federativos, estabelecendo ainda os objetivos
e instrumentos até então inexistentes na legislação prática.
26

Há destaque à questão dos RCC, uma vez que sua finalidade é estudar e
propor diretrizes e políticas públicas para a preservação do meio ambiente,
deliberando sobre as formas de controle ambiental por meio de resoluções,
que são normas técnicas e administrativas com força de lei (tema
controvertido), voltadas para a execução das diretrizes abstratas constantes
na lei nº 6.938/81. No âmbito municipal, é instrumento para a implementação
da gestão de resíduos da construção civil o Plano Integrado de
Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, a ser elaborado pelos
municípios e pelo distrito federal, o qual deverá incorporar o Programa
Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil; e Projetos de
Gerenciamento de Resíduo da Construção Civil (PASQUALOTTO FILHO et
al., 2007, p. 22).

4.5.3 Política nacional de resíduos sólidos

Segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA, 2016), a Lei nº 12.305/10, que


institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) é bastante atual e contém
instrumentos importantes para permitir o avanço necessário ao país no enfrentamento
dos principais problemas ambientais, sociais e econômicos decorrentes do manejo
inadequado dos resíduos sólidos.
Na percepção do MMA (2016), a PNRS apresenta os seguintes aspectos:

Prevê a prevenção e a redução na geração de resíduos, tendo como proposta


a prática de hábitos de consumo sustentável e um conjunto de instrumentos
para propiciar o aumento da reciclagem e da reutilização dos resíduos sólidos
(aquilo que tem valor econômico e pode ser reciclado ou reaproveitado) e a
destinação ambientalmente adequada dos rejeitos (aquilo que não pode ser
reciclado ou reutilizado). Institui a responsabilidade compartilhada dos
geradores de resíduos: dos fabricantes, importadores, distribuidores,
comerciantes, o cidadão e titulares de serviços de manejo dos resíduos
sólidos urbanos na Logística Reversa dos resíduos e embalagens pós-
consumo e pós-consumo. (MMA – Ministério do Meio Ambiente, 2016. p. 01).

Na concepção de Mattos (2013), a PNRS é uma lei que visa reverter e diminuir
um dos principais problemas ambientais que é o descarte dos produtos sólidos. Como
essa lei é relativamente jovem, muitas ações ainda estão em andamento. Sendo
assim, o Poder público deve ser implacável na fiscalização frente às empresas quando
ao gerenciamento dos resíduos e trabalhar frente a população buscando estimular
uma educação ambiental de forma que estes não sejam apenas coadjuvantes, mas
sim estejam à frente deste processo.

4.5.4 Lei orgânica do município de Buriticupu


27

De acordo com Câmara Municipal de Vereadores de Buriticupu (1997), no seu


Art. 204, o município deverá atuar no sentido de assegurar a todos os cidadãos o
direito ao meio ambiente ecologicamente saudável e equilibrado, bem de uso comum
do povo e essencial à qualidade de vida.
Na percepção da Câmara Municipal de Vereadores de Buriticupu (1997), o
município deverá a segurar os seguintes aspectos:

Art. 205. - O Município deverá atuar mediante planejamento, controle e


fiscalização das atividades, públicas ou privadas, causadoras efetivas ou
potenciais de alterações significativas no meio ambiente.
Art. 210. - O município assegurará a participação das entidades
representativas da comunidade no planejamento e na fiscalização de
proteção ambiental, garantindo o amplo acesso dos interessados das
informações sobre as fontes de poluição e degradação ambiental, ao seu
dispor. (Câmara Municipal de Vereadores de Buriticupu, 1997, p. 43).

Segundo o referido documento, o município precisará articular-se com os


órgãos estaduais, regionais e federais, competentes e ainda, quando for o caso, com
outros municípios, objetivados a solução de problemas comuns relativos a proteção
ambiental, para garantir efetividade a esse direito a toda a sociedade.

4.6 RECICLAGEM DOS RCD

De acordo com os autores Angulo et al. (2000), a transformação de RCD em


materiais utilizados na construção civil teve início na Europa após a Segunda Guerra
Mundial. Para Levy (2001), na Alemanha, cerca de 85% do entulho da segunda grande
guerra havia sido removido e em 1960 todo o entulho havia sido reciclado ficando
então caracterizado como o início do desenvolvimento das técnicas de reciclagem de
RCDs.
Segundo Dorsthorst et al. (2003), na Holanda atualmente 95% de todo RCDs
produzido é reutilizado ou reciclado e, desde o ano 2000, é proibido enviar resíduo
com possibilidade reutilização para os aterros sanitários.
Para os autores Schneider e Philippi (2004), países que fazem parte da União
Europeia e os EUA, a reciclagem dos resíduos é uma realidade bastante frequente. A
taxa de resíduos aproveitados na construção civil nesses lugares pode passar de
90%.
28

Diversos benefícios são originados pela reciclagem dos entulhos dos RCD,
em específico para a população e o meio ambiente. Contanto, na escala
social, pode-se observar a redução nos custos de construção em especial de
casas populares e na geração de empregos aumentando a competividade da
economia do pais (JOHN, 2000, p. 27).

4.6.1 Reciclagem dos RCDs no Brasil

Em estudo feito por Miranda, Angulo e Careli (2009), foram assinaladas em


2009 a existência de 48 usinas de reciclagem no Brasil, sendo 50% destas do setor
público. Têm-se registros de Usinas de Reciclagem de RCD operando no Brasil desde
1986, entretanto, nessa época ainda não havia um número considerável para a
quantidade de resíduos produzidos no Brasil. Após a publicação da resolução nº 307
do CONAMA em 2002, alcançou-se então um aumento no número de usinas.
De acordo com Lucena (2016), com a intenção de sensibilizar e mobilizar os
governos e a sociedade a respeito do problema envolvendo o descarte irregular dos
resíduos da construção civil, surgiu em 2011 a ABRECON – Associação Brasileira
para a Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e Demolição. Na pesquisa
realizada pela ABRECON com a finalidade de ampliar e melhorar o setor de
reciclagem de RCDs, entre os anos de 2014 e 2015, os dados obtidos foram os
seguintes:

• Inicialmente a maior parte das usinas eram públicas;


• A maioria das usinas de reciclagem de RCD se encontra no estado de São Paulo;
• Das 105 usinas, 83% era do setor privado;
• As usinas pesquisadas tinham em média entre 5 e 20 funcionários;
• Falta apoio do setor público;
• Os principais clientes das usinas eram as Construtoras (28%) e Órgãos Públicos
(24%);
• A falta de legislação que estimulasse o consumo do aglomerado reciclado era a
principal causa de dificuldades nas vendas.
29

Para Kartam et al. (2004), os produtos oriundos de materiais da construção


reciclados no Brasil, surgem sem análise, precisando passar por etapas de
desenvolvimento e crescimento até atingir uma maturidade de mercado.
A Figura 4 correlaciona os dados obtidos acerca da reciclagem de RCD e os
fatos que atrelados a uma melhor destinação final dos resíduos da construção civil no
Brasil ao longo do tempo.

Figura 4 - Histórico dos RCDs versus Reciclagem no Brasil.

Fonte: Lucena, 2016.

4.7 DESTINAÇÃO FINAL

Segundo Rocha (2006), várias são as possibilidades de reaproveitamento dos


RCDs. É importante que se considere as características socioeconômico e culturais
de cada região. Nos itens seguintes serão descritos alguns exemplos.

4.7.1 Pavimentação
30

Zordan (1997) e Leite (2001) avaliaram a viabilidade técnicas da utilização


desses materiais em relação as suas propriedades mecânicas. Os autores concluíram
que agregados reciclados podem sim serem utilizados na pavimentação.
De acordo com Pierezan (2006), uma forma de controlar o problema ambiental
causado pelo despejo inadequado dos RCDs, muitas vezes dispostos
clandestinamente em locais como terrenos baldios, margens de rios e nas ruas das
periferias, é através de sua utilização com agregado na produção asfáltica, sendo
empregado como base, sub-base ou revestimento primário na forma de brita corrida
ou ainda em misturas do resíduo com solo. Segundo o mesmo autor, o entulho, que
pode ser usado sozinho ou misturado ao solo, precisa ser trituração até alcançar a
granulometria almejada.

Tabela 1 – Correlação das vantagens e desvantagens do uso de RCDs reciclados na


pavimentação asfáltica.

Vantagens Desvantagens
Forma de reciclagem que exige Um maior custo pelo fato de exigir
menor utilização de tecnologia o que um maior consumo de ligante.
implica menor custo do processo.
Permite a utilização de todos os É necessária uma maior energia
componentes minerais do entulho (tijolos, na compactação das camadas subjacentes
argamassas, materiais cerâmicos, areia, (base, sub-base), para que as mesmas
pedras, etc.), sem a necessidade de atingirem os índices exigidos na norma.
separação de nenhum deles.

Economia de energia no processo


de moagem do entulho (em relação à sua
utilização em argamassas), uma vez que,
usando-o no concreto, parte do material
permanece em granulometrias graúdas.

Possibilidade de utilização de uma


maior parcela do entulho produzido, como
o proveniente de demolições e de
pequenas obras que não suportam o
investimento em equipamentos de
moagem/ trituração.

Fonte: Pierezan (2006).

Na percepção dos autores Frota, Menta e Nunes (2003) o agregado reciclado


utilizado como compostos das misturas asfáltica apresentaram algumas
características, partindo do pressuposto que realizaram um teste com três misturas
31

asfálticas, sendo a primeira empregada seixo como agregado e outras duas utilizando
agregado reciclado em diferentes proporções (50 e 60%) na sua composição,
juntamente com areia e cimento Portland em todos os casos. Os autores descrevem
que as misturas com agregado reciclado precisam de uma maior quantidade de
ligante, já que estes materiais apresentaram maior porosidade. O teor de ligante para
a misturas contendo agregado reciclado foi 6,4 e 6,5% e para a mistura com seixo foi
de 5,5%. Portanto, os referidos autores concluíram que as misturas contendo
agregado reciclado são tecnicamente viáveis.

4.7.2 Agregado para concreto

Levy (2006) e Pierezan (2006) afirmam que o agregado reciclado não é viável
para fins estruturais devido a maior absorção de água em relação ao material natural.
Para concretos sem função estrutural, o resíduo processado pelas usinas de
reciclagem pode substituir parcialmente os agregados convencionais, como areia e
brita.

Tabela 2 - Vantagens e desvantagens do uso de RCDs reciclados como agregado para concreto
não estrutural.

Vantagens Desvantagens
Possibilita o uso de todos os A presença de faces polidas em
componentes minerais do entulho (tijolos, materiais cerâmicos (pisos, azulejos, etc.)
argamassas, materiais cerâmicos, areia, interfere negativamente na resistência à
pedras, etc.), sem a necessidade de compressão do concreto produzido.
separação de nenhum deles.

Economia de energia no processo Consumo de água em quantidade


de moagem do entulho, uma vez que, bastante superior devido à grande
usando-o no concreto, parte do material absorção do entulho.
permanece em granulometrias graúdas.

Possibilidade de utilização de uma Apresenta uma menor resistência


maior parcela do entulho produzido, como à compressão em concretos com
o proveniente de demolições e de agregados reciclados.
pequenas obras.

Apresenta melhorias no A trabalhabilidade fica afetada


desempenho do concreto em relação aos pelo fato dos agregados reciclados
agregados convencionais, quando se apresentarem uma composição mais seca,
utiliza baixo consumo de cimento. necessitando uma maior quantidade de
água que o normal.
Fonte: Pierezan (2006).
32

De acordo com Miranda, Angulo e Careli (2009), para que o agregado seja
utilizado no concreto, é necessário realizar a mistura dos agregados naturais com os
reciclados. Quando limitamos a porcentagem do agregado reciclado em relação ao
natural, pode haver a redução da variabilidade das propriedades e assim os limites
dados nas normas podem ser atendidos.

4.7.3 Agregado para argamassa

Pierezan (2006) cita que após ser processado por equipamentos


denominados "argamasseiras", que moem o entulho na própria obra em
granulometrias semelhantes às da areia, ele pode ser utilizado como agregado para
argamassas de assentamento e revestimento. Na mistura de cimento, areia e água, a
fração mineral do entulho é adicionada a uma caçamba de piso horizontal, onde dois
rolos moedores girando em torno de um eixo central vertical, proporciona a moagem
e homogeneização da mistura que sai do equipamento pronto para ser usada.

Tabela 3 - Correlação entre as vantagens e desvantagens do uso de RCDs reciclados como


agregado para argamassa.

Vantagens Desvantagens
Utilização do resíduo no local As argamassas de revestimento
gerador, o que elimina custos com obtidas apresentam problemas de
transporte. fissuração, possivelmente pela excessiva
quantidade de finos presentes no entulho
moído pelas argamasseiras.
Efeito pozolânico apresentado Nem todos os RCDs podem ser
pelo entulho moído. utilizados para essa finalidade,
necessitando ser realizada uma seleção.

Redução no consumo do cimento e da Ainda há a possibilidade de a


cal. água migrar para a matriz, influenciando
a zona de transição pasta/agregado e a
quantidade de água que pode reagir com
o cimento (hidratação retardada do
cimento).

Ganho na resistência à A possibilidade de existirem


compressão das argamassas. contaminações pelo excesso de materiais
pulverulentos, de matéria orgânica e a
presença de gesso de construção.

Fonte: Pierezan, 2006.


33

De acordo com Miranda e Selmo (2004), um ponto comum de se encontrar em


obras é a utilização de cal em argamassas com areia reciclada de RCD. Isto ocorre
porque é muito tradicional o uso da cal para a melhoria da trabalhabilidade de
argamassas de assentamento e revestimento, já que a areia de rio normalmente é
pobre em materiais finos. Mas com o agregado miúdo reciclado de entulho pode
ocorrer o inverso, pelo fato de os teores de materiais pulverulentos das areias de
origem recicladas serem muito elevados.
Enquanto o teor de materiais pulverulentos das areias naturais beneficiadas
raramente ultrapassa 5%, este é o valor mínimo encontrado em areias recicladas de
RCD. Como o RCD normalmente vem misturado com materiais cerâmicos e até solo,
este valor pode oscilar facilmente entre 15% e 30%. Assim, é desnecessário utilizar
cal em argamassas com areia reciclada de RCD que tenha elevado teor de materiais
pulverulentos, sendo isto já uma grande vantagem econômica (MIRANDA, 2017).

5 METODOLOGIA

5.1 ÁREA DE ESTUDO

A pesquisa foi realizada em Buriticupu no estado no Maranhão. O município


se entende em uma área de 2.545,6 km2 e contava com uma população de 65.237 mil
habitantes de acordo com o último censo (IBGE, 2010). A principal atividade
econômica no município era a extração de madeira, mas com o passar dos anos esse
cenário foi alterado, hoje a economia da cidade se baseia na agropecuária e
agricultura.

5.2 DELINEAMENTO DA PESQUISA

Quanto à natureza do estudo, tratou-se de pesquisa de caráter descritivo e


exploratório, buscando conhecer e analisar a realidade do município, através da
descrição, observação e interpretação dos dados, sem nenhum tipo de interferência
nos resultados.
A presente pesquisa foi dividida entre visitas in loco nas obras distribuídas
pelo município de Buriticupu-MA e entrevistas através de questionários com os
34

responsáveis por tais obras, totalizando 20 pessoas, dentre elas o Secretário


Municipal de Meio Ambiente e Preservação dos Recursos Naturais e o representante
da empresa Almeida Limpeza Locações LTDA, esta responsável pela retirada de
resíduos da cidade. No decorrer da coleta de dados, buscaram-se encontrar os
principais pontos da cidade que são utilizados para despejo e destinação dos resíduos
da construção civil.
Na Figura 5, vê-se um primeiro ponto (A) utilizado como local para destinação
irregular de resíduos da construção civil nas margens da BR-222 nas proximidades
do povoado Buritizinho em Buriticupu-MA. Já na Figura 6, pode ser observado um
segundo local (B) na qual estavam sendo colocados os RCDs recolhidos nas obras
nas proximidades do povoado Sagrima.
35

Figura 3 - Ponto A de despejo irregular de resíduos localizado nas margens da BR-222 nas
proximidades no povoado Buritizinho, Buriticupu-MA.

Fonte: Autor, 2017.

Figura 4 - Ponto B de despejo irregular de resíduos localizado nas margens da BR-222 nas proximidades
do povoado Sagrima, Buriticupu-MA.

Fonte: Autor, 2017.

O questionário utilizado para o levantamento de dados encontra-se nos


APÊNDICES.

6 RESULTADOS E DISCUSSÕES
36

Neste projeto foi verificada a situação em que se encontram depositados os


RCDs na cidade de Buriticupu-MA. De acordo com informações repassadas pela
Secretaria Municipal de Meio Ambiente, não existe nenhuma lei municipal que
regulamente o descarte adequado desses resíduos, bem como não existem
fiscalizações por parte das autoridades competentes do local e tampouco
penalizações ou medidas corretivas. Contudo, identificou-se que a destinação final é
feita através de uma empresa terceirizada da prefeitura que recolhe os entulhos nas
ruas e nas obras para dar destinação ao lixão do município, sem nenhum tipo de
tratamento ou reaproveitamento. Ressalta-se que não existe a regulamentação do
PGRCC (Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil) e que a
destinação de todo o material é feita de maneira irregular.

Tabela 4 - Média de entulhos retirados das ruas do município de Buriticupu ao longo dos últimos
três anos.

Ano Quantidade (toneladas)

2015 1283

2016 1536

2017 (Até o mês de junho) 661,85

Fonte: Elaborado pelo Autor, 2017.

A partir de informações obtidas em pesquisas na Secretaria Municipal de Meio


Ambiente e na empresa Almeida Limpeza Locações LTDA (Limploc), responsável pela
retirada dos RCDs das ruas da cidade, observou-se que houve um aumento de
19,72% da quantidade de entulhos coletados no município entres os anos de 2015 e
2016, devido ao crescimento do número de obras na cidade. Ressalta-se, portanto, a
importância da participação do poder público no combate ao aumento da geração de
RCDs e ao despejo desses resíduos de maneira desordenada nas ruas e terrenos
abandonados do município.
37

Figura 5 - Terreno baldio usado para destinação dos entulhos nas margens da BR-222 no
município de Buriticupu-MA.

Fonte: Autor, 2017.

A localidade indicada na Figura 7 foi encontrada sem nenhum tipo de estrutura


para ser usada como aterro nas margens da BR-222, próxima ao povoado Buritizinho.
Na ocasião de uma visita in loco, questionado sobre a existência desse local, o
secretário de Meio Ambiente afirmou que a empresa responsável pela remoção dos
entulhos já foi notificada devido à situação observada.
A Limploc garantiu que esse terreno está sendo usado como “aterro sanitário”
devido ao aumento da quantidade de entulho na cidade e não existe um local
apropriado para que esses resíduos sejam destinados adequadamente.

6.1 RESULTADOS DOS QUESTIONÁRIOS APLICADOS AOS RESPONSÁVEIS


POR OBRAS NO MUNICÍPIO DE BURITICUPU-MA.

Ao se observar a Figura 8, nota-se que 65% das obras visitadas no município


de Buriticupu eram de reformas e ampliação. Partindo-se desse pressuposto,
assegura-se que esse tipo de obra é o principal gerador de resíduos sólidos da
construção civil. Isso se dá pelo fato de ocorrer grande número de demolições nesse
tipo de obra.
38

Figura 8 - Tipos de obras encontradas no município de Buriticupu-MA.

Qual o tipo de obra em questão?

35,0%

65,0%

Construções Novas Reformas e Ampliação

Fonte: Autor, 2017.

Figura 9 - Resíduos da construção civil despejados nas ruas de Buriticupu-MA.

Fonte: Autor, 2017.

Observa-se no Figura 10 que um percentual 75% das obras visitadas tem


como fonte financiadora o setor privado. Notou-se que o setor da construção civil no
município, atualmente, está sendo alavancando por uma enorme quantidade de
pequenas obras, caracterizadas por reformas e construções de novas edificações com
os recursos dos próprios proprietários.
39

Por outro lado, as obras públicas que representaram 25% das obras da
cidade, eram as de maiores portes, constituídas principalmente por construções e
reformas de escolas e postos de saúde. Sendo assim, essas edificações também
aparecem com um grande potencial para serem geradoras de entulhos em Buriticupu,
caso não sejam feitos planejamentos adequados para a execução dessas obras.

Figura 10 – Tipos de financiamento das obras no município de Buriticupu-MA.

A obra em questão e de caráter público ou privado?

25,0%

75,0%

Público Privado

Fonte: Autor, 2017.


40

Figura 11 - Construção de um posto de saúde, localizado na Rua Dom Moto, Vila Isaias,
Buriticupu-MA.

Fonte: Autor, 2017.

Nota-se a importância do planejamento e do conhecimento na execução de


obras, pois com boas práticas e acompanhamento adequado haveria diminuição da
enorme quantidade de entulho gerados atualmente.

Figura 12 - Questionamento sobre a existência de engenheiros responsáveis pelas obras no


município.

Existe engenheiro responsável pela obra ?

35,0%

65,0%

Sim Não

Fonte: Autor, 2017.


41

Pelos resultados demostrados na Figura 12, observou-se que na maioria das


obras no município não existe um engenheiro responsável, cerca de 65% se
encontravam nessa situação de irregularidade. Portanto, a falta desses profissionais
qualificados pode afetar diretamente a geração de entulhos, pelo fato de que nessas
construções podem ocorrer vários erros da execução, necessitando serem feitas
demolições e retrabalhos.
Sendo assim, essas obras acabam consumido mais material e mão de obra,
elevando o valor gasto nessas edificações pela falta de um planejamento e um
controle adequado na execução das mesmas. Portanto, a falta de um profissional de
qualidade pode gerar impactos econômicos, sociais e ambientais, afetando
diretamente o bem-estar da população.
A partir da Figura 13 abaixo, pode-se verificar que não existia nenhum tipo de
fiscalização por parte das autoridades municipais, ocasionando um enorme problema,
pois quando os RCDs não eram recolhidos pela empresa responsável, eram
despejados de maneira irregular pelos os responsáveis das obras. No entanto, a
destinação feita pela empresa responsável por esse serviço nem sempre era feita
adequadamente, já que não havia nenhum tipo de punição aos responsáveis pela
destinação final inadequada do RCD.

Figura 13 - Questionamento sobre a existência de fiscalização da prefeitura ou algum outro


órgão responsável.

Existe algum tipo de fiscalização por parte da prefeitura?

0,0%

100,0%

Sim Não

Fonte: Autor, 2017.


42

Figura 14 - Questionamento sobre a consciência dos impactos causados pela destinação


inadequada dos RCDs no meio ambiente.

Você tem consciência dos impactos causados pela destinação


inadequadas dos RCDs?

15,0%

85,0%

Sim Não

Fonte: Autor, 2017.

Conforme a Figura 14, 85% das pessoas entrevistadas demonstraram


consciência dos impactos causados pelos despejos dos RCDs em locais que não
sejam adequados para essa finalidade. Sendo assim, pelo alto índice observado
nesse item do questionário, pode-se verificar um elevado grau de irresponsabilidade
e descomprometimento por parte dos envolvidos nas obras e pelos representantes da
empresa responsável.
A partir da Figura 15, identificou-se que havia uma grande disparidade sobre
a existência e aplicação do PGRCC nas obras visitadas no município, visto que 40%
dos entrevistados afirmaram que não ter conhecimento da existência de um plano de
gerenciamento de resíduos.
Outros 35% dos responsáveis pelas obras asseguraram que já tiveram
contato com PGRCC em outras localidades, mas que no momento da pesquisa suas
ações não estavam sendo colocadas em prática. Por outro lado, 25% dos
entrevistados afirmaram que conheciam e praticavam o PGRCC. Neste caso, citaram
que todos os entulhos gerados tinham destinação final de acordo com o plano de
gerenciamento de resíduos.
43

Figura 15 - Questionamento sobre a existência e aplicabilidade do Programa de Gerenciamento


de Resíduos da Construção Civil (PGRCC) no município de Buriticupu-MA.

Você tem conhecimento do PGRCC ?

25,0%
40,0%

35,0%

Não Sim, mas não é colocado em pratica. Sim

Fonte: Autor, 2017.

Figura 16 - Reforma e ampliação de ponto comercial localizado na Av. Davi Alves Silva, Centro,
Buriticupu-MA.

Fonte: Autor, 2017.


44

Figura 17 – Despejo dos RCDs no município de Buriticupu-MA.

Fonte: Autor, 2017.

As Figuras 16 e 17 demonstram a realidade de como são despejados os


resíduos da construção civil no município de Buriticupu. Os mesmos são descartados
ao ar livre, muitas vezes em ruas do centro da cidade, como nas imagens acima,
contradizendo alguns dos entrevistados que afirmaram que em suas edificações a
destinação final dos RCDs eram feitas de acordo com a legislação.

6.2 DESTINAÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL NO


MUNICÍPIO DE BURITICUPU-MA.

O esquema demostrado na Figura 18, indica como são feitas as etapas da


destinação final dos resíduos da construção civil no município de Buriticupu,
caracterizados por poucas etapas. Iniciando-se com a geração dos RCDs nas obras
e chegando até seu destino final em aterros e terrenos baldios sem ao menos passar
por nenhum tipo de tratamento/separação ou reciclagem, a fim de serem reutilizado
nas obras.

Figura 18 - Fluxograma da destinação dos RCDs em Buriticupu-MA.


45

Fonte: Autor, 2017.

6.3 ESQUEMA PROPOSTO PARA DESTINAÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS DA


CONSTRUÇÃO CIVIL NO MUNICÍPIO DE BURITICUPU-MA.

Partindo-se do contexto já apresentado, propôs-se um esquema para a


destinação final dos resíduos da construção civil em Buriticupu-MA, iniciado com a
geração dos RCDs nas obras, passando pela criação de um local que possa ser usado
para a triagem dos resíduos e posteriormente realizado a reciclagem desses
materiais, viabilizando seu uso como agregado reciclado nas etapas seguintes da obra
ou até mesmo em outras edificações (Figura 19).
46

Figura 19 - Esquema proposto para a destinação dos Resíduos da Construção Civil em


Buriticupu-MA.

Fonte: Autor, 2017.

6.4 AÇÕES PROPOSTAS PARA MINIMIZAR OS IMPACTOS CAUSADOS PELA


DESTINAÇÃO INADEQUADA DOS RCD EM BURITICUPU-MA.

A partir dos resultados obtidos foram propostas as seguintes ações para


minimizar os impactos socioambientais causados pela destinação inadequada dos
resíduos da construção civil no município de Buriticupu-MA:

• Implantação do Programa Municipal de Gerenciamento de RCD;


• Realização de projetos de gerenciamento de RCD;
• Criação de uma área para a reciclagem e disposição final dos resíduos;
• Proibição da acomodação de RCD em locais não apropriados;
• Implementação de ações de fiscalização e de controle do descarte dos RCDs;
• Implementação de medidas corretivas aos responsáveis pelo descarte inadequado
dos RCDs;
• Elaboração de um projeto educativo com o objetivo de esclarecer os impactos
causados pelo descarte inadequado dos RCDs.

Com a efetividade das sugestões apresentadas, a prefeitura municipal


minimizará boa parte do problema socioambiental causado pela disposição
47

inadequada de RCD, tal como poderá regressar estes resíduos ao reaproveitamento


em obras da iniciativa pública ou privada como agregados reciclados. Sendo assim, o
poder público de Buriticupu caminhará para a mitigação definitiva dos impactos
gerados pela ausência de um plano de gerenciamento de resíduos da construção civil.

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Embora identificados alguns avanços, ainda existem alguns empecilhos que


inviabilizam o cumprimento das ações previstas em Leis e Resoluções pertinentes ao
tema. Tem-se que o gargalo para a efetividade desse processo de descarte adequado
é principalmente a falta de fiscalização. Observou-se a ausência de fiscalização da
prefeitura ou de qualquer outro órgão responsável em algumas pequenas obras da
cidade de Buriticupu-MA, sendo então o descarte dos RCDs feito na maioria das vezes
em aterros irregulares espalhados pela cidade.
Identificou-se que a reutilização dos resíduos da construção civil é um
importante fator que precisa ser abordado nas práticas comuns das construções de
edificações, mirando uma maior sustentabilidade, proporcionando diminuição dos
usos de recursos naturais e minimizando impactos ao meio ambiente.
Em virtude dos fatos, um dos fatores que atrapalham o desenvolvimento do
setor de reciclagem de RCD é a ausência de estímulos públicos. Os governantes
precisam se conscientizar, visto que os agregados reciclados podem se tornar uma
solução sustentável e econômica para a diminuição dos impactos negativos ao meio.
São necessárias campanhas educativas efetivas e que esclareçam os riscos
causados pelo despejo inadequado desses resíduos no meio ambiente.
Diante do que foi exposto na pesquisa, verificou-se que a criação de um local
adequado para a realização da separação/segregação e reciclagem dos RCDs no
município de Buriticupu-MA seria uma excelente alternativa para o cenário atual da
destinação final dos resíduos oriundos da construção civil.
48

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Normatização: NBR 10.004 Resíduos Sólidos. Rio de Janeiro, 1987. 63p.

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Concreto. Dissertação (Mestrado) - Departamento de Saneamento e Meio Ambiente
da Faculdade de Engenharia Civil, Universidade Estadual de Campinas, Campinas,
1997.
52

APÊNDICE

Apêndice A – Questionário aplicado.

1. Há quanto tempo você trabalha no ramo da construção civil ou atua em suas


funções?
( ) menos de 1 ano ( ) 1 a 5 anos ( ) 6 a 10 anos
( ) mais de 11 anos

2. Você possui alguma formação superior ou formação técnica na área da


construção civil ou ambiental?
( ) Não ( ) Sim

3. Existe alguma lei ou norma regulamentadora municipal que trata a questão dos
RCDs no município de Buriticupu?
( ) Não ( ) Sim

4. Alguma fiscalização acompanha a destinação dos RCDs?


( ) Sim ( ) Não

5. Existe algum tratamento, reciclagem ou reutilização dos RCDs antes da sua


destinação final?
( ) Sim ( ) Não
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

6. Você tem consciência dos impactos ambientais e sociais causados pela


destinação inadequada do RCD no município de Buriticupu?
( ) Sim ( ) Não

7. Qual o volume de RCD retirado das ruas e obras mensalmente?


( ) 0 a 50 m3 ( ) 51 a 100 m3 ( ) 101 a 200 m3
53

( ) 201 a 300 m3 ( ) Mais de 300 m3


( ) Não tenho essa informação.

8. Você tem conhecimento ou dispunha de PGRCC?


( ) Não ( ) Sim
( ) Sim, mas não é colocado em prática.

9. Caso a resposta da questão 6 tenha sido “Sim”, quem acompanhava e


controlava o PGRCC?
( ) Departamento de Engenharia, somente.
( ) Engenharia associada a outro Departamentos, por exemplo, Qualidade.
( ) Departamentos de Qualidade ou Planejamento.
( ) Empresa Terceirizada.

10. A destinação dos RCDs era contemplada no PGRCC ou em um local


adequado?
( ) Sim ( ) Não

11. Caso a resposta da questão 7 tenha sido “Não”, como é feita a destinação final
dos RCDs no município de Buriticupu?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

12. Na sua opinião, a destinação final dos RCDs está sendo feita de maneira
correta no município de Buriticupu?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Legenda:
- RCD: Resíduo da Construção e Demolição.
- PGRCC: Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil.
54

Apêndice B – Proprietários ou responsáveis por obras no município de Buriticupu.

1. Qual o tipo de obra?


( ) Construção nova ( ) Reforma e Ampliação

2. A obra em questão é de caráter público ou privado?


( ) Público ( ) Privado

3. Qual o seu nível de escolaridade?


( ) Ensino Fundamental incompleto.
( ) Ensino Fundamental completo.
( ) Ensino Médio incompleto.
( ) Ensino Médio completo.
( ) Ensino Superior.

4. Existe algum engenheiro civil ou técnico de edificações responsável pela


execução da obra?
( ) Não ( ) Sim

5. Como é feita a destinação final dos RCDs gerados pela obra?


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

6. Alguma fiscalização por parte da prefeitura na destinação dos RCDs?


( ) Sim ( ) Não

7. Você tem consciência dos impactos ambientais e sociais causados pela


destinação inadequada do RCds no município de Buriticupu?
( ) Sim ( ) Não

8. Você tem conhecimento ou já ouviu falar no PGRCC?


( ) Nunca tive conhecimento .
55

( ) Sim.
( ) Sim, mas não é colocado em prática.

9. Na sua opinião, a destinação final dos RCDs gerados pela sua obra está sendo
feita de maneira correta?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

Legenda:
- RCD: Resíduo da Construção e Demolição.
- PGRCC: Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil.
56

Apêndice C – Ofício enviado para autoridades no município de Buriticupu-MA.


57

Apêndice D – Ofício enviado ao representante da empresa responsável pela retirada


dos entulhos no Município de Buriticupu-MA.
58

ANEXOS

Anexo 1 – Ciclo de vida das edificações.

Fonte: Pereira, 2016.

Anexo 2 - Histórico dos RCDs versus Reciclagem no Brasil.

Fonte - Lucena, 2016.

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