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2016 423
Estanislau, G. M., & Bressan, R. A. (Orgs.). 2014. Saúde Mental na Escola: o que os educadores devem saber.
São Paulo: Artmed.
saúde que possam estar acompanhando a criança. Seu compulsão alimentar. Não existe causa única para esse
tratamento pode ser baseado em modalidades de psi- tipo de transtorno, e sim fatores de vulnerabilidade,
coterapia cognitiva comportamental e medicamentos precipitantes e de reforço ao quadro. O tratamento tem
quando necessário. por objetivo o restabelecimento do estado nutricional
No capitulo 15, os autores descrevem a esqui- e interrupção dos sintomas comportamentais, pois é
zofrenia como um transtorno com forte componente comum que outros quadros psiquiátricos estejam asso-
genético, associado a alterações do desenvolvimento ciados a esse transtorno.
do cérebro. A prevalência da esquizofrenia é de 1% Por fim, o capítulo 19 aborda os aspectos jurídi-
na população. Suas características estão relacionadas cos que estão relacionados aos diferentes transtornos,
a diversas apresentações, como um isolamento social, visando o amparo a indivíduos com deficiências e/
alterações cognitivas, sintomas psicóticos e proble- ou limitações e também aqueles que apresentem con-
mas funcionais. O diagnóstico é feito clinicamente dições que dificultem sua aprendizagem de forma
e buscam excluir outras possibilidades que expli- significativa. O objetivo desse capítulo é ampliar as
quem os sintomas (problemas neurológicos e drogas, necessidades educacionais especiais, considerando
por exemplo). Quanto antes o início do tratamento esses indivíduos com grande potencial para ser
(ação medicamentosa e início de terapias), melhor o explorado na escola, por meio de um processo
prognóstico. baseado na interação e na diversidade, propiciando um
Os transtornos de Espectro Autista (TEAs) e o processo mais rico de construção coletiva de conheci-
uso de drogas na adolescência são tratados no capitulo mento. Para que essa etapa seja realizada, é necessário
16 e 17. A causa do TEA é complexa e tem associação que o sistema educacional se aproxime do setor de
com diversos fatores, dentre eles influências genéticas serviços especializados, como escolas especiais, cen-
e ambientais. Não há tratamento específico, pois é pre- tros especializados, serviços de saúde e trabalhos de
ciso avaliar as habilidades e dificuldades de cada criança assistência social, sem que não haja a sobrevalorização
dentro de seu contexto. Apesar do tratamento farma- de nenhuma das partes. Nesse contexto, são expostos
cológico não ser obrigatório no TEAs, o é importante alguns aspectos jurídicos contempladas nesse livro, a
no controle dos sintomas periféricos, como agitação, fim de que o leitor raciocine de forma crítica e adote
impulsividade e agressividade. posicionamentos mais seguros no que tange a assun-
O capítulo 17 aborda os transtornos relacionados tos dessa natureza.
ao uso de drogas. As drogas, como qualquer substância, Essa obra é de conteúdo altamente relevante para
é capaz de atravessar as barreiras de proteção do cére- o cenário nacional, pois os autores abordam temas
bro causando inúmeras alterações no comportamento complexos, ressaltando a extrema importância de se
de um indivíduo e podem reforçar o prazer daquela avaliar um quadro clínico de transtorno dentro do
experiência. Em vista disso, o autor traz alternativas a ambiente escolar. O livro mostra estratégias de preven-
prevenção, classificada em três estágios (prevenção pri- ção, resguardando-se, porém, do estigma que faz com
mária, secundária e terciária), em que o sistema escolar que muitos pais ou jovens distanciem-se do tratamento
apresenta um papel colaborativo, veiculando estratégias por medo de serem ridicularizados. O papel dos pais
que permitam o desenvolvimento e capacitação dos e dos professores é fundamental para o diagnóstico
jovens, já que o impacto na população adolescente é precoce e observação do tratamento, com a aplicação
bastante alto. de novos hábitos no indivíduo a fim de que os efeitos
O excesso na preocupação com a imagem cor- do transtorno sejam minimizados junto ao tratamento
poral e questões referentes ao peso justificam a medicamentoso, quando necessário.
preocupação com os adolescentes quanto aos transtor- Recebido em: 09/12/2015
nos alimentares (TA). O capítulo 18 aborda o TA e suas Reformulado em: 06/04/2015
subdivisões (anorexia nervosa, bulimia nervosa, trans- Aprovado em: 04/05/2016
tornos alimentares não especificados e transtorno de
Sobre a autora:
Janaína Mandra Garcia é discente em Psicopedagogia e de Iniciação Científica do Programa Stricto Sensu em Psico-
logia Educacional do Centro Universitário FIEO (UNIFIEO), Osasco-SP.
E-mail: janaina.mandra@gmail.com