Sie sind auf Seite 1von 50

Crescimento de trincas assistida

pelo meio ambiente em juntas


soldadas
Prof. Dr. Julian A. Avila D
E-mail: julian.avila@unesp.br

Aluno Eng. Esp. Christian E. M. de Souza


E-mail: christian.souza@docente.unip.br
O fenômeno de fratura assistida pelo ambiente é um processo,
dependente do tempo, em que materiais apresentam susceptibilidade à
fratura devido à ação conjugada de esforços mecânicos e de meios
agressivos que, isoladamente, não implicariam em falha do componente.

Deve ser enfatizado que as tensões podem ser de tipos:

 Tensões decorrentes de carregamento em serviço;


 Tensões residuais, resultantes de tratamentos térmicos;
 Processos de fabricação.
Mecânica de fratura aplicada à fadiga.

Fadiga de materiais metálicos é um fenômeno muito complexo, e não


totalmente entendido. Na presença de uma solda, o problema torna-se
ainda mais complicado devido às variáveis adicionais introduzidas durante
a soldagem, tais como alteração da microestrutura na zona de fusão,
diferenças na resistência mecânica do material de adição (solda), criação
de zonas frágeis, tensões residuais, aparecimento de defeitos na forma de
trincas e poros, geometria da junta soldada e distorções.
Como consequência, falhas por fadiga em estruturas soldadas ocorrem
mais frequentemente na região da solda.
A iniciação de uma trinca compreende as mudanças em nível
microestrutural que causam nucleação de danos permanentes, seguidos
pela criação de microdefeitos até o crescimento e coalescência desses
defeitos, o que produz uma trinca dominante, com comprimento muitas
vezes maior que o diâmetro dos grãos que formam a microestrutura do
material.
A propagação da trinca dominante tem uma etapa com crescimento
subcrítico, ou seja, crescimento estável, até atingir um tamanho crítico, que
causará a instabilidade da estrutura ou fratura da mesma.
Propagação da trinca por fadiga
Na Mecânica de Fratura Linear Elástica, a introdução do
conceito do fator de intensidade de tensões (K) é de extrema
importância, pois descreve o campo de tensões na ponta da
trinca.

FONTE - (SURESH, 1998)


Observa-se que a velocidade de propagação da trinca,
da/dN, é uma variável importante para a determinação da vida
em fadiga de uma estrutura e está relacionada ao valor da
variação do fator de intensidade de tensões atuante.
Em uma análise de fadiga, o valor do fator de intensidade de
tensão é variável devido à variação cíclica da tensão aplicada
e ao incremento no comprimento da trinca. Logo, o fator de
intensidade de tensão também descreve o campo de tensão
na ponta de uma trinca em análise de fadiga.
Região I: Região correspondente a velocidades muito baixas
de propagação onde é possível definir um valor de ΔKI abaixo
do qual não há propagação, ou não tem significado por ser
menor que 10 mm/ciclo.
Região II: A taxa típica de propagação da trinca
correspondente ao resultados obtidos utilizando a norma ASTM
E647-15 estão na faixa de 10 e 10 mm/ciclo.
Região III: É correspondente à aproximação da condição
para a propagação instável da trinca, onde a taxa de
propagação da trinca é muito elevada, valores de da/dN
maiores a 10 mm/ciclo e a vida restante em propagação é
muito pequena.
Processos de Soldagem

A Soldagem é o processo de união


de materiais (particularmente os
metais) mais importante do ponto de
vista industrial sendo extensivamente
utilizada na fabricação e recuperação
de peças, equipamentos e estruturas.

Fonte: https://aventa.com.br/novidades/como-definir-qual-melhor-processo-de-
soldagem
Porque preciso conhecer
mais sobre soldagem?
Fratura Frágil dos Navios Classe LIBERTY
(1941/1945)

Fonte: http://inspecaoequipto.blogspot.com/2013/11/caso-050-fratura-fragil-dos-navios.html
Observa-se a relação da queda de energia necessária para o rompimento
do corpo de prova com a queda de temperatura.
FONTE: http://inspecaoequipto.blogspot.com/2013/11/caso-050-fratura-fragil-dos-navios.html
Procedimentos de
soldagem
Especificação de Procedimento de
Soldagem (EPS) é um documento
preparado para fornecer aos soldadores e
operadores de soldagem as diretrizes para
a produção de soldas. Para atingir o seu
objetivo, deve conter detalhadamente
todos os parâmetros e condições da
operação de soldagem.
FONTE: ABEND
Fonte: http://inspetornivel1.blogspot.com/2008/03/
documentos-tecnicos.html
Terminologia de Soldagem

Soldagem (Welding) é o processo de união de


materiais, a Solda (weld) é o resultado deste
processo.
Metal Base (base metal): Material da peça que
sofre o processo de soldagem.
Metal de Adição (filler metal): Material
adicionado, no estado líquido, durante a soldagem
(ou brasagem).
Poça de Fusão (weld pool): Região em fusão, a
cada instante, durante uma soldagem.
Penetração (penetration): Distância da
superfície original do metal de base ao ponto em que
termina a fusão, medida perpendicularmente à
mesma.
Junta (joint): Região entre duas ou peças que
serão unidas.
Chanfro (groove): Corte efetuado na junta para
possibilitar/facilitar a soldagem em toda a sua
espessura Fonte: http://joinville.ifsc.edu.br/~valterv/Soldagem/Aula%2001%20-
Tecnologia%20da%20Soldagem.pdf
Normas de Soldagem

 ASME Boiler and Pressure Vessel Code Sec.II – Material


Specification

 ASME Boiler and Pressure Vessel Code Sec.IX – Welding and


brazing qualifications

 ASME Boiler and Pressure Vessel Code Sec.VIII Div.1 – Rules for
construction of pressure vessels
Tipos de soldagem

Estima se que temos ao todo mais de 70


processos de soldagem mundialmente.

1. Soldagem com eletrodo revestido


2. Soldagem TIG
3. Soldagem MIG / MAG
4. Soldagem por arame tubular
5. Soldagem por arco submerso
6. Soldagem oxigás
Tipos de Soldas

Fonte: https://aventa.com.br/novidades/como-definir-qual-melhor-processo-de-soldagem
Consumíveis para soldagem

Eletrododo
Revestido
Arame
Tubular

Varetas de
grafite para
Goivagem
Arame para
solda MAG

http://www.soldasbrasil.com.br/consumivel-soldagem.php
Consumíveis para soldagem

Vareta para
solda de
oxigás

Arame para
Solda MIG

Vareta para
solda TIG

http://www.soldasbrasil.com.br/consumivel-soldagem.php
Penetração de soldagem
No processo de soldagem, se a
solda não tiver penetração adequada
poderá ocorrer ruptura do equipamento.
O reforço de solda também ao sofrer
alteração, poderá ocorrer uma solda
mais frágil.

Concentração
de tensão

Fonte: http://joinville.ifsc.edu.br/~valterv/Soldagem/Aula%2001%20-
Tecnologia%20da%20Soldagem.pdf
Concentração
de tensão

Fonte: http://joinville.ifsc.edu.br/~valterv/Soldagem/Aula%2001%20-
Tecnologia%20da%20Soldagem.pdf
Preparação do metal base para a soldagem
A preparação e alinhamento do metal base antes de
executar a solda, é tão importante quanto a própria solda

Área
Preparada

Área
Preparada
Passe de acabamento.
Posicionamento da ZTA

A zona termicamente afetada ou “ZTA”, é


uma área que se deve ter muito cuidado
durante e após o procedimento de soldagem.
Crescimento de grãos em soldagem

Exemplo de crescimento de grãos em ensaio macrográfico

Quanto maior o grão menor a


resistência mecânica, e quanto
menor o grão maior a sua
resistência mecânica e sua
ductilidade

Crescimento dos grãos


tendência de iniciar as
trincas
Crescimento de grãos em soldagem
Exemplo de ZTA
Pré-aquecimento e Pós-aquecimento na
Soldagem
Em alguns processos de soldagem o uso de pré ou pós aquecimento
são obrigatórios.
As tensões de contração
Alívio de tesão
Diminuição da taxa de resfriamento A dureza na zona termicamente afetada (ZTA)

Reduz o risco de trincas por hidrogênio


No caso do preaquecimento, o metal é expandido e como a
solda está se solidificando, a diferença de temperatura entre o
metal de solda e o metal de base é menor, reduzindo assim a
quantidade de deformações e esforços residuais que puderam
se apresentar na junta soldada.

O preaquecimento do material busca principalmente


minimizar sua susceptibilidade à aparição de trincas a frio,
porém esse procedimento afeta a microestrutura resultante da
junta soldada e consequentemente suas propriedades
mecânicas.
O preaquecimento do material busca principalmente
minimizar sua susceptibilidade à aparição de trincas a frio,
porém esse procedimento afeta a microestrutura resultante da
junta soldada e consequentemente suas propriedades
mecânicas.

Ele afeta a estrutura do material por meio da taxa de


resfriamento entre as temperaturas de 800 e 500 graus Celsius
(ΔT8-5) e tem uma forte influência sobre o tempo disponível
para difusão do hidrogênio da junta soldada, na faixa de
temperatura de 300 até 100 graus Celsius (ΔT3-1).
Como especificado pela API 1104, a temperatura de
preaquecimento depende de vários fatores: composição química
e propriedades físicas do metal de base, energia de soldagem,
tipo de eletrodo e espessura do metal de base. Para calcular a
temperatura de preaquecimento é preciso obter o valor do
Carbono Equivalente (CE).

O carbono equivalente é um indicador do potencial do aço


para apresentar trincas na solda devido à ação do hidrogênio
como formador de trincas.
Uma das fórmulas empíricas mais comuns empregadas para
determinar a soldabilidade de um aço e o potencial de trincar por
hidrogênio é ado carbono equivalente (CE), determinada pelo
International Institute of Welding (IIW) como:
Esta acima é válida para aços com alto conteúdo de carbono,
superior a 0,12%.
Basicamente quanto maior for o teor de carbono do material
de base, maior será a temperatura de pré-aquecimento
requerida.
Um método simples para determinar a necessidade de
préaquecimento de uma solda é o do carbono equivalente
(Ceq). A temperabilidade de um aço está relacionada ao seu
teor de carbono acrescido dos teores de certos elementos de
liga.
Quanto maior for o carbono equivalente maior será a
temperatura de pré- aquecimento requerida.
Aços API normalmente apresentam boa soldabilidade quando
o teor de carbono é menor que 0,20% e carbono equivalente
(CEIIW) inferior a 0,44 %, entretanto, podem ser suscetíveis a
trinca induzida pelo hidrogênio (trinca a frio), especialmente
quando a composição química é enriquecida em elementos de
liga e/ou na soldagem de chapas grossas.

O preaquecimento pode ser necessário para reduzir a


velocidade de resfriamento e favorecer a liberação do
hidrogênio, uma vez que em alguns casos é inevitável a
formação de microestruturas suscetíveis à trinca a frio.
Ensaio não
destrutivo (END)
Os ensaios não destrutivos
tem o objetivo de analisar a
qualidade da soldadura sem a
necessidade de destruir o
corpo de prova.
Ensaios visuais
Ensaio de Liquido penetrante
Ensaio de partículas magnéticas
Ensaio de Ultrassom
Teste de radiografia
Tipos de inspeções mais utilizadas
Ensaio visual,
Líquido penetrante,
Partículas magnéticas,
Ultra-som,
Radiografia (Raios X e Gama),
Análise de vibrações,
Termografia,
Emissão acústica,
Estanqueidade
Análise de deformações.
Defeitos das soldas

Porosidade;
Inclusão de escória;
Inclusão de tungstênio;
Falta de fusão;
Falta de penetração;
Mordedura;
Trincas
Defeitos de Soldagem

• Trincas de solidificação ou trincas a quente


• Trincas induzidas por hidrogênio no metal de solda
• Porosidade
• Inclusões de escória ou outras inclusões
• Trincas de cratera
• Falta de fusão
• Perfil do cordão desfavorável
Defeitos de Soldagem

Mordedura

Porosidade
Defeitos de Soldagem
Falta de penetração

Falta de fusão
Defeitos de Soldagem
Inclusão de escória

Inclusão de tungstênio
Trincas induzidas por hidrogênio no
metal de solda
Esse modo de fissuração acontece a temperaturas próximas
da ambiente, sendo mais comumente observada na ZTA.
O hidrogênio é introduzido na poça de fusão através da
umidade ou do hidrogênio contidos nos compostos dos fluxos ou
nas superfícies dos arames ou do metal de base.
Numa poça de fusão de aço o hidrogênio se difunde do cordão
de solda para as regiões adjacentes da zona termicamente
afetada que foram reaquecidas suficientemente para formar
austenita.
À medida que a solda se resfria a austenita se transforma e
dificulta a difusão posterior do hidrogênio.
A fissuração pelo hidrogênio ocorre apenas na presença
de quatro fatores:

 Presença de hidrogênio dissolvido no metal fundido


 Tensões residuais ou externas
 Microestrutura frágil
 Baixa temperatura (<150 graus celsius) – geralmente
ocorre perto da temperatura ambiente.

OBS: É importante ressaltar que nenhum desses fatores


isoladamente irá provocar a trinca a frio!
O transporte de hidrogênio é influenciado fortemente pela
presença de aprisionadores de hidrogênio, tais como:
contornos de grão, discordâncias, carbonetos e partículas
não metálicas.
A solubilidade do hidrogênio no material diminui com a
temperatura, assim, o material no final do resfriamento estará
supersaturado de hidrogênio.
Então o hidrogênio migra da ZF para a ZTA, já que a
temperabilidade da ZF é menor. Também, em casos onde a
microestrutura na ZF é austenítica ou a temperabilidade é
maior nessa região, o hidrogênio não migrará.
Conclusão

Neste trabalho pode se notar a importância que se deve


ter ao empregar o processo de soldagem e seguir os
procedimento de forma metódica, afim de que não haja
problemas com tensões residuais e microtrincas, vindo a se
propagar ao longo do tempo ocasionando o rompimento
do equipamento.
Muito obrigado!!

Prof. Dr. Julian A. Avila D


E-mail: julian.avila@unesp.br

Aluno Eng. Esp. Christian E. M. de Souza


E-mail: christian.souza@docente.unip.br
Bibliografia
http://mmborges.com/processos/Uniao/uniao%20termica%20-%20soldagem.htm
http://wwwo.metalica.com.br/processos-de-soldagem
http://www.fbts.org.br/dcq/soldagem/Normafbtsn007revisada.pdf
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAy0IAK/solda-sub-merco?part=4
http://cursos.unisanta.br/mecanica/ciclo10/CAPIT5.pdf
http://fei.edu.br/~rodrmagn/PROJETOS_IC/2005/DM2004.pdf
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAepAwAH/defeitos-soldagem
http://www.infosolda.com.br/biblioteca-digital/livros-senai/processos/164-processo-com-eletrodo-revestido-
fundamentos.html
http://demet.eng.ufmg.br/wp-content/uploads/2012/10/terminologia.pdf
http://engenheirodemateriais.com.br/2017/07/05/trincas-a-frio-ou-fissuracao-por-hidrogenio/
http://ftp.demec.ufpr.br/disciplinas/EME733/Arquivos%20da%20disciplina/Defeitos%20em%20soldagem.pdf
SURESH, S. Fatigue of materials.: Cambridge University Press, 1998
API 1104, Welding of Pipelines and Related Facilities, April, 2010
Davidson, J.L. Hydrogen–Induced Cracking of Low Carbon – Low Alloy
Steel Weldments. Materials Forum, v. 19, p. 35-51, 1995

Das könnte Ihnen auch gefallen