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Abstract: Global transformations have occurred in modern times have led to the emergence
of new challenges and the need to search for new perspectives on stakeholder participation
in the international system. The inclusion of new topics within the multilateral trading system
is fundamental to the quest for the welfare of man take a central role in the discussions, and
sustainable development be achieved based on respect and balance between humans and the
market. Due to the transversality of human rights and the relevance that has the international
system of human rights in the processes of decision making and policy coordination at the
international level, the discussion on the relationship between intellectual property rights and
such is current and necessary. This article analyzes the protection of intellectual property in
international trade and the possible conflicting relationship between the tutelage of
international law and guarantee of human values relevant, particularly regarding the right to
health. There will be a review of intellectual property protection in international trade, then
we will analyze the human rights guarantees in relation to their formation and structure,
particularly the right to health. Finally, we will highlight the main challenges and perspectives
of the relationship between human rights and intellectual property, specifically about the
right to access to medicines.
Keywords: intellectual property, pharmaceutical patent, right to health, medicine,
development.
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internacional e promover a sua liberalização” maior liberdade para definir suas políticas em
(BULZICO, 2006). Após sua criação, o relação ao reconhecimento das patentes para
comércio internacional baseou-se no produtos de determinados setores. O Acordo
multilateralismo econômico, isto é, na atuação TRIPS, portanto, transformou o cenário
em conjunto dos Estados, em um ordenamento internacional relativo à cobertura patentária, em
jurídico internacional antecipadamente razão do aumento do alvo da matéria
negociado e na existência de uma organização patenteável para as áreas da saúde e da nutrição.
responsável pelo correto emprego dessas
normas. 1.2. O ACORDO TRIPS E
Na década de 1980, os EUA lideram AS PATENTES FARMACÊUTICAS
os países desenvolvidos nas discussões políticas
acerca da criação de um sistema mundial de O Acordo TRIPS pode ser
proteção da propriedade intelectual, uma vez compreendido a partir de duas características
que a proteção máxima do monopólio do importantes. A primeira se baseia no fato de ter
conhecimento técnico assegura um este acordo estabelecido regras sobre os direitos
enriquecimento contínuo aos países detentores de propriedade intelectual, já que determinou
deste conhecimento. Isto significa dizer que, a padrões mínimos de proteção a todas as formas
garantia dos direitos de propriedade intelectual de propriedade intelectual, definiu o objeto a
em nível global mantém estabelecida a relação ser protegido, os direitos conferidos aos
desigual entre os países produtores de alta detentores das patentes, e suas exceções. Tais
tecnologia (desenvolvidos) e os demais países regras, é bom destacar, são mais rígidas do que
consumidores (em desenvolvimento). aquelas vigentes na ocasião nos países
Por esta razão, apesar de a negociação desenvolvidos.
das normas ter como base a conjugação de O Acordo TRIPS, se caracteriza
vontades, uma grande pressão por parte dos também por não reconhecer a liberdade de cada
países desenvolvidos foi feita para que os temas país signatário de adotar uma estrutura
relacionados à propriedade intelectual e ao legislativa que beneficie o seu desenvolvimento
comércio fossem incluídos no GATT a partir tecnológico, uma vez que deixou pouca
da Rodada Uruguai de negociações, uma vez flexibilidade para instituição de regimes de
que “atendendo aos interesses das indústrias norte- propriedade intelectual internos, reduzindo as
americanas de computadores, softwares, microeletrônica, margens de manobra dos governos que
produtos químicos, produtos farmacêuticos e pretendiam acelerar o acesso a novas
biotecnologia, os Estados Unidos pleitearam a inclusão tecnologias em busca de uma melhoria no
do tema de propriedade intelectual, serviços e padrão de vida de seus cidadãos.
investimentos na Rodada Uruguai” (CHAVES, Neste acordo, “os Estados-Membros
OLIVEIRA, HASENCLEVER, MELO, 2007). se propõem, mediante a incorporação de
Essa Rodada culminou com a padrões mínimos de proteção administrativa e
assinatura de diversos acordos multilaterais, judicial da propriedade intelectual, contra-
dentre eles o Acordo TRIPS considerado um arrestando, sob pena de sanções, a pirataria, a
de três acordos multilaterais que formam a contrafação e o roubo, a harmonizar e
estrutura fundamental da OMC. equilibrar os direitos do titular da patente com a
Em que se pese a relevância da CUP e imperiosidade de difundir e facilitar o acesso ao
da CUB, é o Acordo TRIPS que interessa ao conhecimento e transferir tecnologia”
tema abordado neste artigo, pois até a chegada (CHAVES, OLIVEIRA, HASENCLEVER,
deste acordo muitos países não ofereciam MELO, 2007).
proteção patentária para medicamentos ou Destarte, a assinatura do acordo
produtos agrícolas, porquanto, em obrigou todos os membros da OMC a
conformidade com os direitos garantidos pela outorgarem uma proteção mínima aos direitos
CUP, os países em desenvolvimento tinham da propriedade intelectual, inclusive a patente
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