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Disciplina:
Elaborado por:
Professor:
BERNADO SUPRANI
SEROPÉDICA, 2018.
1. Análise da Implicação
Para a coleta de dados foi feita uma única visita ao Colégio Estadual José Maria
de Brito. A visita ocorreu no turno da manhã. Em um primeiro momento conheci o
espaço físico do colégio, e mais tarde foi realizada uma entrevista semi-estruturada com
o profissional. A escola não fez nenhum tipo de exigência em relação a documentação
necessária para realização da visita. Ainda cabe dizer que o trabalhador, alvo desta
análise, prefere não ser identificado, por isso o chamaremos aqui de João.
O trabalhador João tem 27 anos, é casado, não tem filhos, reside no bairro
Guaratiba situado no município do Rio de Janeiro, graduado em Licenciatura e
Bacharelado em Química pela UFRRJ no ano de 2013, o mesmo fez mestrado e
atualmente está no terceiro ano do doutorado na mesma instituição que está localizada
no município de Seropédica – RJ. João é professor concursado, com carga horária de 30
horas semanais, do estado do Rio de Janeiro desde 2014. Como professor do estado do
Rio de Janeiro, atualmente Felipe se encontra lotado no Colégio Estadual Maria José de
Brito, localizado no Município de Itaguaí – RJ. A escola Estadual em que o profissional
está lotado faz parte da regional metropolitana 4. Além disso, João também é professor
de um curso pré-vestibular no bairro de campo grande – RJ , com carga horária de 12
horas semanais, desde 2013. E por fim, o profissional também é tutor do cederj, com 10
horas semanais, desde 2016. Cabe ainda dizer que para esta análise iremos tomar como
foco o vínculo empregatício que o profissional tem com a Seeduc – Secretaria Estadual
de Educação do Estado do Rio de Janeiro, atuando nesta como professor do ensino de
Química, habilitado também para ensino de Física, em turmas do ensino médio na
escola já citada acima.
A sede da seduc está localizada na Avenida Professor Pereira Reis 119, 04º
andar – Santo Cristo – Rio de Janeiro – RJ. Há também as chamadas regionais, que são
vinculadas a Seduc, e se organizam de forma distrital. O colégio estadual no qual o
profissional se encontra lotado pertence a regional metropolitana 4, localizada na Rua
Maria de Jesus Botelho, 100 - Campo Grande - Rio de Janeiro – RJ. Ainda sobre o
Colégio Estadual, este fica localizado na Avenida Deputado Octavio Cabral, 668
Centro – Itaguaí – RJ. Em todos os endereços citados foi observado que há uma boa
oferta de transporte público, sendo que o trabalhador em questão faz uso do seu carro
particular para se locomover até o local de trabalho. Em relação ao acesso a transporte
dos alunos, estes têm direito a gratuidade no transporte público amparados pela lei Nº
3339, de 29 de Dezembro de 1999.
Informações sobre o ambiente físico
A Escola Estadual José Maria de Brito e sua estrutura física, há dez salas de
aula, dois banheiros para alunos, um banheiro para funcionários, um banheiro para
cadeirante, uma biblioteca, uma sala de reuniões, uma sala dos professores, uma sala da
coordenação, uma sala da direção, uma secretaria, um almoxarifado, uma cozinha, um
refeitório, uma quadra esportiva e um pátio grande.
No que diz respeito ao Colégio Estadual Maria José de Brito, onde o profissional
está lotado, há em torno de trinta professores que se dividem entre os cinco dias da
semana, além de outros profissionais, como diretora, coordenadora, secretaria, equipe
de limpeza etc. A maioria dos profissionais é do sexo feminino, a idade média é 40
anos de idade. Não há profissionais com algum tipo de deficiência física. Há
profissionais concursados e contratados. Os profissionais em geral, moram distante do
local de trabalho, a maioria utiliza veículo particular para chegar à escola.
Ainda cabe dizer que esta empresa não visa fins lucrativos, logo não há muita
perspectiva no que se relaciona a concorrência com o mercado, por se tratar justamente
de uma empresa que oferece serviço gratuito. Como qualquer empresa pública,
justamente por depender do financiamento público, ela está a mercê da situação
econômica do estado, e atualmente, está situação é estável, devido aos últimos
acontecimentos no cenário político e econômico. Isto refletiu em diferentes aspectos, o
servidor que antes recebia sempre no quinto dia útil hoje recebe apenas no décimo dia
útil, há atraso no pagamento de inativos, atraso no pagamento do décimo terceiro e
férias etc.
3. Análise da Atividade
Em um dia de trabalho normal, João precisa sair de sua casa com pelo menos 1
hora de antecedência (isto se for de veículo particular) para chegar com pontualidade
em seu local de trabalho. No entanto, mesmo saindo com antecedência, por algumas
vezes o profissional se depara com dificuldades em seu trajeto, sendo elas: trânsito,
engarrafamento, abastecimento do veículo, blitz etc. As dificuldades citadas, por
algumas vezes, impedem que o profissional chegue ao seu local de trabalho com
pontualidade.
Uma outra dificuldade apontada pelo profissional está relacionada ao uso de sua
voz, que é uma de suas ferramenta de trabalho. O professor relata que em alguns
momentos, por conta também da conversa paralela, ele precisa aumentar o tom de voz
para conseguir dar aula. Quando este percebe que está se excedendo, ele precisa
novamente dialogar com a turma sobre a conversa, e assim abaixar o tom de voz. Já
houve situações em que o profissional saiu de sala rouco e teve dificuldade para
prosseguir com as aulas.
No que diz respeito a relação com a direção da escola, o profissional relata que
assim como outros professores, ele tem dificuldade na relação com a direção. Segundo o
relato, parece que aqueles que têm mais proximidade da direção conseguem ter alguns
privilégios, como por exemplo, a escolha dos dias nos quais dará aula. João menciona
ter dificuldades na organização dos seus horários. É importante falar que esta
organização deve ser feita pela direção junto ao professor, mas a parece que na prática
isso não funciona. No caso de João, ele precisaria organizar seus tempos em dois dias da
semana, uma vez que o profissional exercer outras atividades, mas a direção se mostra
indiferente a situação de João. O profissional relata que desde sua entrada na escola, há
2 anos, a direção não atende seu pedido de organizar seus tempos de aula em dois dias
na semana. Parece que o mesmo não acontece com outros professores, principalmente
aqueles mais antigos, que parecem terem a preferência para organizar seus horários.
Sobre a relação de João com seus alunos, este diz que tem uma boa relação com
a maioria deles, mas que precisa ter uma postura firme para ganhar o respeito dos
alunos, principalmente quando está de frente a uma turma nova.
Segundo João sua relação com toda equipe é boa, mas parece que nem sempre
foi assim. João relata que há dois anos, no momento de sua entrada no colégio, ele
percebeu uma certa resistência por parte da direção e do corpo docente. Isto aconteceu
porque João assumiu os tempos de um outro professor, que também era lotado na
escola, mas que tinha esses tempos como uma GLP (aula extra). Segundo João, o
professor não recebeu bem sua chegada porque estaria perdendo os tempos, logo,
também estaria perdendo dinheiro. Por isso este professor teria falado mal de João para
aquelas pessoas nas quais ele era próximo, criando uma resistência a figura de João.
Porém, João diz que com o tempo conseguiu se aproximar de toda equipe, e hoje tem
uma boa relação com todos.
Uma outra situação que gera incômodo a João diz respeito a aprovação
majoritária dos alunos que é exigida pelo governo do estado. Isto faz com que o
profissional se veja numa posição de ter que favorecer alguns alunos que não obtiveram
êxito na matéria. Segundo o profissional, no momento do conselho de classe, caso
algum professor estava reprovando muitos alunos, ele é chamado a atenção de uma
forma sutil.
Ao decorrer do relato João aponta para alguns problemas que vem enfrentado
em relação a remuneração. O primeiro deles é a data do pagamento, que é estabelecida
pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro, e tem sido efetuada somente no décimo dia
útil há quase dois anos. Esta mudança na data de pagamento, em um primeiro momento,
gerou muitos problemas ao trabalhador, que precisou se reorganizar financeiramente
quanto ao pagamento de suas contas. Um outro problema gira em torno da atualização
do salário, que já está no quarto ano consecutivo sem nenhum tipo de aumento. Um
outro incômodo para João está ligado ao aumento que este deveria receber por causa do
seu título de mestre. João entrou com um processo administrativo no ano de 2015,
somente em 2018 o processo foi deferido, agora ele aguardo a publicação em diário
oficial para que seja feito o reajuste no salário.
Por fim, sobre a relação do profissional com a Seeduc, este relata possui uma
relação de distância com a mesma, isso porque a comunicação entre o profissional e a
Seeduc é realizada pela escola.
Discussão
Nesta etapa final iremos nos debruçar sobre a análise do ofício do professor João
e os aspectos gerais que atravessam o exercício desta profissão, tendo como ponto de
partida a experiência profissional do trabalhador João
Conclusão
4. Bibliografia