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Sumário
5. Projeto de Prevenção contra Incêndio ................................................................................................ 3
5.1. Exigências de sistemas e medidas de segurança ...................................................................... 3
5.2. Classificação da ocupação dos imóveis ...................................................................................... 5
5.3. Classificação dos riscos de incêndios ......................................................................................... 5
5.3.1. Risco leve ............................................................................................................................. 5
5.3.2. Risco médio .......................................................................................................................... 6
5.3.3. Risco elevado ....................................................................................................................... 6
5.3.4. Carga de incêndio ................................................................................................................ 7
5.4. Proteção por extintores................................................................................................................ 9
5.4.1. Capacidade extintora ......................................................................................................... 11
5.4.2. Área de proteção ................................................................................................................ 11
5.4.3. Do caminhamento .............................................................................................................. 11
5.4.4. Localização, Sinalização e Fixação ................................................................................... 12
5.4.5. Tipo e quantidade de extintores ......................................................................................... 12
5.5. Sistema Hidráulico Preventivo ................................................................................................... 14
5.5.1. Canalizações ...................................................................................................................... 14
5.5.2. Reservatórios ..................................................................................................................... 15
5.5.3. Hidrantes ............................................................................................................................ 16
5.5.4. Dimensionamento .............................................................................................................. 17
5.5.5. Abrigos de mangueiras ...................................................................................................... 18
5.5.6. Linhas de mangueiras ........................................................................................................ 19
5.5.7. Hidrante de recalque .......................................................................................................... 19
5.5.8. Reserva técnica de incêndio (RTI) ..................................................................................... 20
5.6. Referências bibliográficas.......................................................................................................... 25
As Instruções Normativas do Corpo de Bombeiros de Santa Catarina podem ser obtidas em:
http://www.cbm.sc.gov.br/dat/index.php/instrucoes-normativas-in
De acordo com a IN001 (CBMSC, 2015), constituem sistemas e medidas de segurança contra
incêndio e pânico:
• acesso de viaturas;
• resistência ao fogo de elementos estruturais nas edificações;
• controle de materiais de acabamento e revestimento;
• saídas de emergência;
• brigada de incêndio;
• iluminação de emergência;
• sinalização para abandono de local;
• alarme e detecção de incêndio;
• proteção por extintores;
• sistema hidráulico preventivo;
• chuveiros automáticos (sprinklers);
• sistema de água nebulizada;
• sistema de espuma;
• sistema fixo de gases limpos e dióxido de carbono;
• proteção contra descargas atmosféricas;
• rede publica de hidrantes; e
• plano de emergência.
Os sistemas e medidas de segurança contra incêndio e pânico são exigidos em função dos seguintes
parâmetros do imóvel, conforme CBMSC (2015):
A IN001 do CBMSC apresenta tabelas para a determinação dos sistemas e medidas que devem ser
adotados dependendo do tipo de ocupação.
A Tabela 5.2 refere-se à construção do tipo geminada, em que cada unidade habitacional tem saída
direta para o logradouro.
Tabela 5.1. Sistemas e medidas exigidos para a ocupação Residencial Privativa Multifamiliar.
Parâmetro mínimo Sistema ou medida obrigatório
Independe Proteção por extintores
Independe Saídas de emergência
Independe Instalações de gás combustível (quando houver consumo de gás)
Tabela 5.2. Sistemas e medidas exigidos para a ocupação Residencial Privativa Multifamiliar –
edificações geminadas.
Parâmetro mínimo Sistema ou medida obrigatório
Independe Independe Instalação de gás combustível em abrigos individuais
Segundo a IN-01 do CBMSC, as edificações comerciais que não possuírem áreas destinadas ao
armazenamento de GLP (sujeitas às prescrições da IN029 do CBMSC) e que não sejam destinadas
à distribuição, abastecimento ou venda de combustíveis e de lubrificantes (sujeitas às prescrições da
IN021 do CBMSC), devem possuir os sistemas e medidas mínimos de acordo com a Tabela 5.3.
As demais ocupações, como shopping centers, industrial, pública, etc., estão descritas na Instrução
Normativa 001 (CBMSC, 2015).
Segundo a IN001 do CBMSC, para determinação de medidas de segurança contra incêndio e pânico,
as edificações serão classificadas da seguinte forma:
I - Residencial:
a) Privativa (multifamiliar);
b) Coletiva (Pensionatos, asilos, internatos e congêneres);
c) Transitória (hotéis, apart-hotéis, motéis e congêneres);
II - Comercial (mercantil e comercial);
III - Industrial;
IV - Mista (residencial e comercial);
V - Pública (quartéis, secretarias, tribunais, consulados e congêneres);
VI - Escolar (escolas, creches, jardins e congêneres);
VII - Hospitalar e laboratorial;
VIII - Garagens;
IX - De reunião de público (cinemas, teatros, estádios, igrejas, auditórios, salão de exposições,
boates, clubes, circos, centro de convenções, restaurantes e congêneres);
X - Edificações especiais:
a) Arquivos;
b) Cartórios;
c) Museus;
d) Bibliotecas;
e) Estações de rádio e TV;
f) Centros de computação;
g) Subestação elétrica;
h) Centrais telefônicas/telecomunicações;
i) Postos para reabastecimentos de combustíveis;
j) Terminais rodoviários;
k) Oficina de conserto de veículos automotores.
XI - Depósito de inflamáveis;
XII - Depósito de explosivos e munições.
Para efeito de determinação dos níveis de exigências do sistema de segurança contra incêndio, a
IN003 do CBMSC (baseada na NBR 14432/01, ABNT), estabelece que as edificações devem ser
classificadas em função da ocupação, da localização e da carga de incêndio.
f) Escolar diferenciada;
g) Reunião de Público com concentração;
h) Reunião de Público sem concentração;
i) Hospitalar sem internação e sem restrição de mobilidade;
j) Parques aquáticos;
k) Atividades agropastoris (exceto silos);
l) Riscos diferenciados;
m) Mista (para duas ou mais ocupações previstas neste inciso, desde que exista compartimentação
entre as diferentes ocupações e com saídas de emergência independentes).
Considera-se como Risco Leve também as edificações comerciais quando em um único pavimento
ou, quando edificações mistas, com via de circulação independente daquela que serve o fluxo
2
residencial, e que comportem carga de incêndio média estimada menor do que 60 kg/m . A IN 03 do
CBMSC estabelece que quando se tratar de várias instalações comerciais numa mesma edificação,
considera-se para efeito de carga computada, o somatório delas.
a) Residencial transitória;
b) Garagens;
c) Mista (quando não houver compartimentação entre as diferentes ocupações ou com sobreposição
de fluxo nas saídas de emergência);
d) Industrial;
e) Comercial (apenas supermercados ou galerias comerciais);
f) Shopping Center;
g) Hospitalar com internação ou com restrição de mobilidade;
h) Postos de revenda de GLP;
i) Locais com restrição de liberdade;
j) Depósitos;
k) Atividades agropastoris (apenas silos);
l) Túneis, galerias e minas;
m) Edificações especiais (apenas para oficinas de consertos de veículos automotores, caldeiras ou
vasos sob pressão).
Considera-se como Risco Médio também as edificações comerciais, industriais ou mistas quando
instaladas em mais de um pavimento, com acessos dando em vias de circulação comum (nas mistas,
quando houver a sobreposição de fluxos comercial - residencial) e com carga de incêndio média
2
estimada entre 60 e 120 Kg/m .
Quando o somatório das unidades comerciais da edificação mista e as demais comportarem carga
2
de incêndio estimada maior do que 120 Kg/m .
Quando a ocupação do imóvel não estiver bem definida, para efeito de exigência será o imóvel
enquadrado na classificação do maior risco de incêndio.
Onde:
Qi = Quantidade de calor para o combustível i (kcal)
K = Poder calorífico do combustível i (kcal/kg)
P = Peso do combustível i (kg)
Tabela 5.4. Poder calorífico de combustíveis sólidos, líquidos e gases, conforme IN 03/DAT/CBMSC.
Combustíveis (sólidos e líquidos) MJ/Kg Kcal/Kg
Acetona 30 -
Acrílico 28 6700
Açúcar 17 4000
Álcool 40 9600
Algodão 18 4300
Benzeno 40 9600
Borracha 21 a 42 5000 a 10000
Carpet 21 5000
Carvão 36 8500
Carvão de coque 29 7000
Celulose 20 4700
Coque 23 a 30 5500 a 7200
Couro 19 4500
Diesel 43 10200
Epóxi 344 8200
Éter 37 8900
Fibras 19 4500
Gasolina 47 1150
Gorduras e óleos vegetais 42 10000
Graxa 41 9800
Hidrogênio 143 34100
Hulha 21 a 34 5000 a 8100
Jornal 19 4450
Látex 44 10500
Lã 23 5500
Lenha 10 a 15 2400 a 3700
Livros 16 a 17 3800 a 4000
o
Madeira a 20 C e 65% de umidade relativa 17 4100
Madeira seca 21 5000
Tabela 5.4. Poder calorífico de combustíveis sólidos, líquidos e gases, conforme IN 03/DAT/CBMSC
(continuação).
Combustíveis (sólidos e líquidos) MJ/Kg Kcal/Kg
Móveis de madeira 17 a 21 4100 a 5000
Nafta 42 10000
Naftalina 24 5800
Óleos combustíveis 42 10000
Óleo de linhaça 39 9300
Palha 16 3800
Papel (em pilhas) 16 a 17 3800 a 4000
Papel 17 4100
Petróleo 46 11000
Plásticos 31 7500
Poliamidas 31 7500
Policarbonatos 29 7000
Poliester 31 7400
Poliestileno 39 9240
Polietileno 44 10600
Poliuretano 23 5500
PVC flexível 23 5240
PVC rígido 18 4310
Resina fenólica 25 6000
Revestimentos 15 3500
Roupas 17 a 21 4000 a 5000
Seda 19 4600
Trigo (a granel) 15 3500
Turba (ou Turfa) 8 a 16 2000 a 4200
3
Combustíveis (gases) Kcal/m
Acetileno 5100
Gás 13600
Gás de alto forno 900
Gás de Gasogênio de hulha 1100
Gás de Gasogênio de coque 900
Gás de Gasogênio de lenha 1200
Gás natural 8900 a 17800
5o Somatório das quantidades de calor para cada combustível através da equação 5.2.
n
Q= ∑Q i (5.2)
i =1
Onde:
Q = Quantidade de calor total (kcal)
Qi = Quantidade de calor para o combustível i (kcal)
n = o número total de combustíveis
Onde:
2
qe = Carga de incêndio específica (kcal/m )
Q = Quantidade de calor total (kcal)
2
S = Área da edificação ou do compartimento (m )
Independente do número de pavimentos ou da área total construída, será exigido Sistema Preventivo
por extintores, atendendo os critérios de exigência contidas na IN001/DAT/CBMSC nas seguintes
edificações:
2
Edificações comerciais com área superior a 50 m ou com carga de incêndio igual ou superior a 25
2
kg/m , deverão dispor de Proteção por Extintores.
O sistema deverá apresentar os extintores locados em planta baixa, com o uso de simbologia própria
e o registro da capacidade extintora. Os detalhes genéricos deverão apresentar a cota de instalação
dos aparelhos e as sinalizações.
A sinalização dos extintores locados em planta baixa deve seguir os padrões da Tabela 5.5.
Cada extintor especificado em planta deve apresentar seu respectivo detalhe genérico. A Figura 5.1
apresenta alguns exemplos.
Figura 5.1. Detalhes genéricos para extintores sem sinalização, com sinalização de parede e com
sinalização de piso e parede.
Entende-se por carreta aquele extintor sobre-rodas, provido de mangueira com 5 m de comprimento
no mínimo e equipada com difusor ou esguicho, com as seguintes capacidades mínimas:
Cada Capacidade Extintora protege uma área máxima de acordo com o grau de risco, como pode se
observar na Tabela 5.6.
5.4.3. Do caminhamento
Os extintores devem ser, tanto quando possível, equidistantes e distribuídos de forma a cobrir a área
do risco respectivo e que o operador não percorra, do extintor até o mais afastado, um
caminhamento máximo, como indicado na Tabela 5.7.
O caminhamento deverá ser medido através de acessos e áreas para circulação, observando-se
todos os desvios, inclusive os obstáculos.
Quando houver diversificação de riscos numa mesma edificação, os extintores devem ser colocados
de modo adequado à natureza do fogo a extinguir, dentro de sua área de proteção.
2
Para edificações residenciais privativas com área inferior a 50m e apenas uma “unidade residencial”
por pavimento, permite-se a existência de apenas um extintor de incêndio. Ficam isentas da
2
exigência de extintor de incêndio edificações comerciais com área inferior a 50m e carga de fogo
2
inferior a 25Kg/m .
Quando a edificação for comercial (mercantil e/ou escritório), possuindo lojas independentes e onde
a porta principal não der acesso à circulação comum da edificação, onde estiver instalado o sistema
de segurança contra incêndio, para cada loja ou sala deverá ser previsto, no mínimo, um extintor de
incêndio.
2
Para áreas superiores a 400 m , com risco de incêndio elevado é obrigatório o emprego de extintores
manuais e extintores sobre rodas (carretas). Os extintores sobre-rodas só devem ser localizados em
pontos centrais da edificação e sua área de cobertura é restrita ao pavimento onde se encontram. O
extintor sobre-rodas só cobrirá os pontos de área que permitir o seu livre deslocamento. Não é
permitida a proteção unicamente por extintores sobre-rodas podendo ser, no máximo, até a metade
da proteção total correspondente ao risco. Quando a edificação dispuser de extintores sobre-rodas,
só será computada, no máximo, a metade da carga para efeito de cálculo da Capacidade Extintora.
As distâncias a serem percorridas pelo operador serão acrescidas da metade dos valores constantes
para os caminhamentos dos extintores manuais.
O Corpo de Bombeiros de Santa Catarina somente aceita os extintores manuais ou sobre-rodas que
possuírem a identificação do fabricante e os selos de marca de conformidade emitidos por órgãos
oficiais, sejam de vistoria ou de inspeção, respeitadas as datas de vigência e devidamente lacrados.
Tipos de extintor:
Com água pressurizada: usados para fogos classe A; disponíveis em recipientes de 10 litros.
Com gás carbônico: usados para fogos classe C (mas também pode ser usado para fogos classes A
e B; disponíveis em recipientes de 2, 4, 6 e 10 kg.
Com pó químico especial: usados para fogos classe D (mas também pode ser usado para fogos
classes A e C; disponíveis em recipientes de 1, 2, e 4 litros.
Classes de incêndios:
Classe A: incêndio em materiais sólidos tais como madeira, papel, tecido etc. (deixam resíduos
quando queimados e queimam em superfície e profundidade.
Classe B: incêndio em líquidos inflamáveis tais como óleo, gasolina, querosene etc. (não deixam
resíduos quando queimados e queimam em superfície).
Classe C: incêndio em equipamentos elétricos energizados tais como máquinas elétricas, quadros
de força etc.; a desligar o circuito elétrico o incêndio passa para classe A.
Classe D: incêndio em metais que inflamam facilmente, elementos pirofóricos como potássio,
alumínio em pó etc.
Exercício 5.2. Determinar a quantidade de extintores necessários em uma escola com 4 pavimentos
2
de 400 m cada pavimento (20 m x 20 m). Existe um corredor central de 2 m x 20 m.
5.5.1. Canalizações
A canalização do sistema poderá ser em tubo de ferro fundido ou galvanizado, aço preto ou cobre e
as redes subterrâneas exteriores à edificação, poderão ser com tubos de cloreto de polivinila rígido,
fibro-cimento ou categoria equivalente. Nas instalações internas as tubulações deverão ser
enterradas a pelo menos 1,20 m de profundidade, observando-se a construção de um nicho com as
dimensões mínimas de 0,25 x 0,30 m, guarnecido por tampa metálica pintada de vermelho.
As canalizações conexões e peças, quando se apresentarem expostas, aéreas ou não, deverão ser
pintadas de vermelho.
5.5.2. Reservatórios
A construção do reservatório das edificações pode ser em concreto armado, metálico, fibra, cloreto
de polivinila – PVC ou outros materiais, desde que se garantam as resistências ao fogo, mecânicas e
a intempéries.
O abastecimento do Sistema Hidráulico Preventivo poderá ser feito de três formas, a seguir descritas:
o
1 ) Por Reservatório Superior
a) A adução será feita por gravidade ou com auxílio de bombas de reforço. Caso seja feita por
gravidade, os reservatórios elevados devem estar à altura suficiente para fornecer as vazões e
pressões mínimas requeridas, sendo que a altura é considerada:
I - do fundo do reservatório (quando a adução for feita na parte inferior do reservatório) até
o centro geométrico da tomada d'água do hidrante mais desfavorável hidraulicamente;
II - da face inferior do tubo de adução (quando a adução for feita nas paredes laterais dos
reservatórios – p. ex. reservatórios de fibra/PVC) até o centro geométrico da tomada d`água do
hidrante mais desfavorável hidraulicamente.
b) A canalização para o consumo predial deve ser instalada com saída lateral, de modo a assegurar
a RTI;
c) Abaixo do reservatório, a canalização do SHP deverá ser dotada de registro de gaveta no mesmo
diâmetro da canalização;
d) Abaixo do registro de manutenção deverá ser instalada válvula direcional, no mesmo diâmetro da
canalização, de maneira a bloquear o recalque;
e) Tanto o registro, quanto a válvula, deverão ser instalados de modo a facilitar o acesso, o exame
visual e a manutenção;
f) A prumada no SHP apresentará nos pavimentos ou setores um ou mais hidrantes. No caso de
haver mais de uma prumada no sistema, e essas se intercomunicarem, deverá haver a possibilidade
de isolá-las por meio de registro de paragem, não sendo permitida a instalação de registro nas
colunas;
g) Os reservatórios devem ser dotados de dispositivos para acesso à vistoria interna;
h) A canalização para limpeza do reservatório deverá ser metálica, até a altura do registro, que
também deverá ser metálico, quando instalado em barrilete, excetuando-se nos casos de
reservatórios de PVC e fibrocimento instalados em compartimento protegido.
o
2 ) Por Reservatório Inferior
a) No abastecimento por Reservatório Inferior, a adução será feita por duas bombas fixas:
b) As bombas elétricas deverão dispor de redes independentes com chave para desarme no quadro
de entrada, sinalizada de modo a diferenciá-la de outras chaves.
1) A alimentação de energia para esses motores (elétricos) deverá derivar do cabo alimentador
da edificação, antes da caixa seccionadora ou do disjuntor automático geral da edificação, de
modo que o corte de energia elétrica na ocorrência do incêndio não inutilize o funcionamento
das bombas;
2) Os condutores do circuito elétrico devem ser protegidos por eletrodutos e possuírem traçado
que os preserve de danos pelo calor e/ou das chamas, de eventuais danos mecânicos,
agentes químicos e da umidade;
5.5.3. Hidrantes
Os hidrantes deverão sempre ocupar lugares de modo a se proceder a sua localização no menor
tempo possível e estar localizados em locais de fácil acesso. Devem ser instalados,
preferencialmente, dentro do abrigo de mangueiras, de modo que seja permitida a manobra e
substituição de qualquer peça.
Em instalações de risco Médio ou Elevado, os hidrantes devem ser sinalizados com um quadrado de
cor amarela ou vermelha com 1 m de lado, pintado no piso e com as bordas de 10 cm, pintados na
cor branca. Os hidrantes devem ser dispostos de modo a evitar que, em caso de sinistro, fiquem
bloqueados pelo fogo.
Para as edificações de risco Leve, os hidrantes terão saída singela, enquanto nas edificações de
risco Médio ou Elevado, terão saída dupla.
Quando externos, os hidrantes devem ser localizados tanto quanto possível afastados das paredes
da edificação, não podendo, no entanto, distar mais de 15 m.
Os hidrantes deverão estar situados em locais de fácil acesso. Os hidrantes não poderão ser
instalados em rampas, em escadas e nem seus patamares.
Em edificações onde a vazão vertical é predominante, haverá em cada pavimento pelo menos um
hidrante.
5.5.4. Dimensionamento
A vazão deverá ser calculada na boca do requinte pela fórmula geral para orifícios pequenos,
conforme indicado pela equação 5.6.
Q = Cd A 2gH (5.6)
Onde:
3
Q é a vazão na boca do requinte (m /s);
Cd é o coeficiente de descarga;
2
A é a área do bocal (m );
2
g é a aceleração da gravidade (m/s );
H é a pressão dinâmica mínima na boca do requinte (mca).
2
Q = 0,2046 D H (5.7)
Onde:
Q é a vazão na boca do requinte (litros/min);
D é o diâmetro do requinte (mm);
H é a pressão dinâmica mínima na boca do requinte (mca).
A perda de carga unitária é calculada pela fórmula de Hazen Williams, mostrada pela equação 5.8.
10,641Q 1,85
J= (5.8)
C 1,85 D 4,87
Onde:
J é a perda de carga unitária (mca/m);
3
Q é a vazão (m /s);
C é o coeficiente de rugosidade;
D é o diâmetro da tubulação ou da mangueira (m).
As portas dos abrigos deverão dispor de viseiras de vidro com a inscrição "INCÊNDIO", em letras
vermelhas com as dimensões mínimas: traço de 0,5 cm e moldura de 3 x 4 cm. A porta do abrigo
deverá possuir dispositivos para ventilação, de modo a evitar o desenvolvimento de fungos e/ou
líquens no interior dos abrigos (Figura 5.2).
As linhas de mangueiras, dotadas de juntas de união, tipo Storz, não poderão ultrapassar o
comprimento máximo de 30 m.
Os diâmetros mínimos das mangueiras e os requintes a serem adotados nos esguichos, deverão
obedecer aos valores indicados na Tabela 5.9.
As mangueiras devem ser flexíveis, de fibra resistente à umidade e com revestimento interno de
borracha. Deverão estar acondicionadas nos abrigos, de modo a facilitar o seu emprego imediato.
O hidrante de recalque será localizado preferencialmente junto à via pública, na calçada ou embutido
em muros ou fachadas, observando-se as mesmas cotas para instalação dos hidrantes de parede.
Poderá ser instalado junto à via de acesso de veículos, via de circulação interna, de modo a ser
operado com facilidade e segurança e em condições que lhe permitam a fácil localização.
O hidrante de recalque será dotado de válvula angular com diâmetro de 63 mm, dotado de adaptador
Rosca x Storz de 63 mm com tampão cego.
O hidrante de recalque poderá ser instalado em um nicho (quando for em paredes), observando as
dimensões de 0,40 x 0,50 x 0,20 m, projetando a saída para frente; deve constar a inscrição incêndio
na viseira da porta em fibra de vidro, com eixo pivotante; deve dispor de dreno em pingadeiras.
Em edificações residenciais é proibido o uso de válvula de retenção que impeça a retirada de água
do sistema, através do hidrante de recalque.
Nas indústrias, um hidrante externo, tipo industrial - coluna, poderá substituir o registro de recalque.
A reserva técnica de incêndio será dimensionada de tal forma que forneça ao sistema uma
autonomia mínima de 30 minutos.
a) Risco Leve - A vazão no hidrante mais favorável (maior pressão), acrescido de 2 minutos por
hidrante excedente a quatro;
b) Risco Médio e Risco Elevado - As vazões nos hidrantes mais desfavoráveis (menor pressão),
considerando em uso simultâneo:
No caso de risco leve, calcula-se a vazão no hidrante mais favorável (Q1) através
da Eq. 5.7. A RTI será dada por:
A RTI, quando em reservatório subterrâneo, será o dobro da previsão para a do reservatório elevado,
para todas as classes de risco.
Figura 5.4. Detalhe vertical de reservatório superior com adução por gravidade.
Blocos de edificações poderão ter suas prumadas alimentadas por um único reservatório elevado
(superior ou em Castelo d'água), desde que este comporte as RTI mínimas para cada um dos blocos.
Exercício 5.3. Determinar a RTI para o edifício residencial com 4 pavimentos esquematizado
abaixo. O diâmetro da tubulação é de 63mm.
Exercício 5.4. Verificar se a pressão no hidrante mais desfavorável do exercício anterior atende as
exigências da IN 07 do CBMSC. Adotar mangueira de 15m e tubulação de aço galvanizado de
63mm.
Exercício 5.5. Determinar a RTI para um edifício residencial com 12 pavimentos esquematizado
abaixo. O diâmetro da tubulação é de 63mm.
ABNT (2003). NBR 13714 – Sistemas de hidrantes e de mangotinhos para combate a incêndio. Rio
de Janeiro.
CBMSC (2015). Instrução Normativa 01 – Atividade Técnica, Corpo de Bombeiros de Santa Catarina,
Diretoria de Atividades Técnicas.
CBMSC (2014). Instrução Normativa 06 – Sistema Preventivo por Extintores, Corpo de Bombeiros de
Santa Catarina, Diretoria de Atividades Técnicas.