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CURSO DE REALIDADE BRASILEIRA – 2º MÓDULO

Links e Comentários

FORMAÇÃO CULTURAL E ÉTNICA DO POVO BRASILEIRO


Assessoria: Ricardo Gebrim.

Data: 4 e 5/08/2018

LINKS DE VÍDEOS PARA COMPLEMENTAR E FACILITAR A LEITURA:


https://www.youtube.com/watch?v=g-8acI-aoIM

https://www.youtube.com/watch?v=Kv_jpWk4cok&list=PLyz4LUAInoJJgiAJBM-MqfA69gClLt1uz

Contexto em que foi escrito o livro [entrevista com Darcy Ribeiro]:

Programa Roda Viva – https://youtu.be/UMDnMuPhveo

Programa Jô Soares – https://youtu.be/EojkNXl6_zI

Darcy Ribeiro por ele mesmo: https://youtu.be/RIjf2qKn4LM

Interpretes do Brasil-01: https://youtu.be/gZJnX7bSxNQ

Vídeos sobre o livro (cada vídeo tem 26 minutos de duração):

Capítulo 1 - https://youtu.be/3wNOuXwvSvk - Matriz Indígena

Capítulo 2 – https://youtu.be/KXh22w3uXdY - Matriz Lusa

Capítulo 3 – https://youtu.be/_GDkl0-Ro20 - Matriz Afro

Capítulo 4 – https://youtu.be/KH6JaVAz5LI - Encontros e Desencontros

Capítulo 5 – https://youtu.be/Eem0OtW0AHw - Brasil Crioulo

Capítulo 6 – https://youtu.be/ViKWM8JImgY - Brasil Sertanejo

Capítulo 7 – https://youtu.be/EGhb4ATzoYE - Brasil Caipira

Capítulo 8 – https://youtu.be/3LHR3HrW3Ec - Brasil Sulino

Capítulo 9 – https://youtu.be/fKxzczwX9sc - Brasil Caboclo

Capítulo 10 – https://youtu.be/SShbSt3LYjE - Invenção do Brasil


SÁBADO 04/08
MÍSTICA
Que país é esse? – Affonso Romano de Sant’Ana [ https://youtu.be/LEA4NlUqzHs ]

(1)

Uma coisa é um país, outra um ajuntamento. Uma coisa é um país, outra um regimento. Uma coisa é um país, outra o
confinamento.

Mas já soube datas, guerras, estátuas usei caderno "Avante" — e desfilei de tênis para o ditador.

Vinha de um "berço esplêndido" para um "futuro radioso" e éramos maiores em tudo — discursando rios e pretensão.

Uma coisa é um país, outra um fingimento. Uma coisa é um país, outra um monumento. Uma coisa é um país, outra o
aviltamento. [...]

(2)

Há 500 anos caçamos índios e operários, há 500 anos queimamos árvores e hereges, há 500 anos estupramos livros e
mulheres, há 500 anos sugamos negras e aluguéis.

Há 500 anos dizemos: que o futuro a Deus pertence, que Deus nasceu na Bahia, que São Jorge é que é guerreiro, que do
amanhã ninguém sabe, que conosco ninguém pode, que quem não pode sacode.

Há 500 anos somos pretos de alma branca, não somos nada violentos, quem espera sempre alcança e quem não chora não
mama ou quem tem padrinho vivo não morre nunca pagão.

Há 500 anos propalamos: este é o país do futuro, antes tarde do que nunca, mais vale quem Deus ajuda e a Europa ainda se
curva.

Há 500 anos somos raposas verdes colhendo uvas com os olhos, semeamos promessa e vento com tempestades na boca,
sonhamos a paz da Suécia com suíças militares, vendemos siris na estrada e papagaios em Haia, senzalamos casas-grandes e
sobradamos mocambos, bebemos cachaça e Brahma, Joaquim Silvério e derrama, a polícia nos dispersa e o futebol nos
conclama, cantamos salve-rainhas e salve-se quem puder, pois Jesus Cristo nos mata num carnaval de mulatas.

(...)

In: SANT'ANNA, Affonso Romano de. A poesia possível. Rio de Janeiro: Rocco, 198
LEITURAS E FILMES RECOMENDADOS AO LONGO DA FALA DE RICARDO GEBRIM

F ILMES
A Guerra do Fogo – sobre o domínio do fogo e o início da civilização

Brava gente Brasileira – sobre as características dos povos indígenas

A Missão – sobre as missões jesuítas e os povos indígenas no século XVI

Snowden [Oliver Stone]– Sobre a espionagem americana

Os fuzis [Rui Guerra] – sobre a questão da fome no semi-árido

O Som ao redor

L IVROS
A Origem da Família da Sociedade e do Estado – Engels

[ http://www.dhnet.org.br/direitos/anthist/marcos/hdh_engels_origem_propriedade_privada_estado.pdf ]

Armas, Germes e Aço – Jared Diamond

[ https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/622169/mod_resource/content/1/Diamond%2C%20Jared%2C%20Armas%
2C%20Germes%20e%20Aço.pdf ]

Triste Fim de Policarpo Quaresma – Lima Barreto [para entender o contexto da proclamação da República no Brasil]

[ http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000159.pdf ]

Viva o Povo Brasileiro – João Ubaldo Ribeiro [livro do Darcy Ribeiro em forma de conto]

[ http://lelivros.love/book/download-viva-o-povo-brasileiro-joao-ubaldo-ribeiro-em-epub-mobi-e-pdf/ ]

A escravidão reabilitada – Jacob Gorender [ a abolição como resultado de luta de classes]

Negros estrangeiros – Manoela Carneiro da Cunha [escravizados libertos e sua volta a África]

Os Sertões – Euclides da Cunha [Ler o volume 2 que trata das batalhas. O V1 é totalmente descritivo]

[ http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000091.pdf ]

Geografia da Fome – Josué de Castro

[ http://obha.fiocruz.br/wp-content/uploads/2016/12/geografia-da-fome-josue-decastro.pdf ]

Formação Econômica do Brasil – Celso Furtado

[http://www.afoiceeomartelo.com.br/posfsa/Autores/Furtado,%20Celso/Celso%20Furtado%20-
%20Formação%20Econômica%20do%20Brasil.pdf ]

A Desordem Mundial (2016) – Moniz Bandeira

A Segunda Guerra Fria (2013) – Moniz Bandeira


EXPOSIÇÃO
Ideias e conceitos sobre a formação cultural e étnica do povo brasileiro:

1) a partir da perspectiva europeia

2) sob a ótica dos pensadores brasileiros

O início da formação do povo brasileiro se dá no encontro de portugueses e dos povos indígenas. Mas é necessário romper
com a visão maniqueísta (qualquer visão do mundo que o divide em poderes opostos e incompatíveis. admitir que os bons
sejam sempre bons e os maus sempre maus) da história.

Antes de entrar diretamente no tema é necessário saber olhar em perspectiva. Por isso importante rever alguns aspectos
da história da espécie humana.

TÓPICOS DA HISTÓRIA M UNDIAL


Idade Média -> sociedade estamentada

Filho de nobre é nobre. Filho de carpinteiro é carpinteiro. Não há mobilidade social.

Com o Novo Mundo, no continente americano, essas regras passam a não valer.

1532 – expedição ao que hoje corresponde ao Peru – Por ordem de Carlos V – Conquista do Império Inca

Os incas não dominavam a escrita

Francisco Pizarro (criador de porcos) + 168 espanhóis contra cerca de 80 mil soldados incas

Espanhóis com espadas e cavalos com matracas mataram mais de 12 mil soldados.

Capturaram o rei Inca e pedem o maior resgate de ouro da história.

Os povos Astecas (México) são igualmente dominados pelos espanhóis. Eles possuíam alguma escrita

Por que Pizarro conseguiu a vitória? Antecedentes de guerra interna do povo inca e doenças vindas anteriormente como
varíola dizimaram os reis de linha direta e houve disputa pelo trono entre os sucessores (irmãos). Tal divisão os fragilizou.

Por que?

 Povos da Europa -> resistência a doenças, aço, expansão


 Povos da América -> não

A espécie humana surgiu ao norte do continente africano (China também reinvindica)

Filme: A guerra do fogo

 Evolução: Primatas – homo erectus – naendertal – sapiens – sapiens sapiens


 Inventos: lança, arco e flecha -> são saltos de qualidade
 São onívoros = comem tudo que seja comestível (carne e vegetais)
 Povos caçadores e coletores
o Não podem se fixar, são nômades
o Modo difícil de vida e sobrevivência. Maioria das plantas não é comestível.
o Não há um chefe
o Filme: Brava gente brasileira

Natureza -> O ser humano desenvolve critério de seleção (comestíveis x venenosas)

Desenvolvimento da agricultura -> controle da produção -> consegue excedente de produção (produz mais que a
quantidade necessária à subsistência

Sedentarismo:

 Mais filhos
 Organização da sociedade fica cada vez mais complexa
 Estabelecimento de classes sociais
 Livro: A Origem da Família da Propriedade e do Estado - Engels

As grandes civilizações surgiram basicamente na mesma região: Entre os Rios Tigre e Eufrates (Éden / Paraíso)

 Rios que tornavam férteis as terras.

Agricultura:

 Domesticação de sementes comestíveis


 Controle da produção
 Com aumento da produtividade:
 Sacerdotes – legitimam o poder
 Escravidão – mão de obra

Animais:

 A espécie humana tentou domesticar todos os animais


 Só conseguiu com poucos (28) Ex.: porco, cavalo, gato, cachorro, boi, galinha, cabra, ...
 1º animal domesticado: lobo -> cão [matilha comia as carniças das caças dos humanos pois era melhor que caçar e
servia de aviso de perigo eminente]

O hemisfério norte consegue uma grande vantagem ao domesticar a agricultura e os animais

 notar que a concentração territorial é maior no hemisfério norte facilitando o deslocamento, o intercâmbio
 o fato de muitos povos compartilharem a mesma latitude, faz com que seja possível replicar, sem impacto, o
mesmo tipo de cultura agropastoril
 nossa espécie extinguiu animais para alimentação, especialmente aqueles que não fugiam e não viam o ser
humano como predador
 Livro: Armas, germes e aço – Jared Diamond

Os inventos

 Quando realizados servem a uma determinada necessidade [utilidade]


 São determinantes as condições históricas
 Ex.: Disco de Festos [Museu de Herakleion em Creta] – primeiro registro tipográfico da história [em torno de
1800-1600 aC. ] – Imprensa: 1440 dC., Johannes Guttenberg

Necessidades: crescem e se desenvolvem em sociedades mais complexas

Povos caçadores e coletores são progressivamente eliminados pelos povos agricultores. Como podemos saber isso? R.:
Através da raiz linguística das palavras (indo-europeia) -> indica a dominação. Exceção: País Basco – montanha inacessível

 Braços para a agricultura


 Liberar gente para a guerra
 Cada vez mais gente é necessária para o trabalho -> escravidão
 Contato com diferentes povos e sobrevivência às doenças tornam as populações mais fortes

Teoria da dominação favorecer determinadas etnias

 Mentira: teorias racistas


 Verdade: vantagens geográficas e tecnológicas
 Forças produtivas se desenvolvem mais em alguns lugares que outros

Os Incas possuíam uma agricultura escravista -> dizimariam povos acessíveis (Índios do Brasil) caso os espanhóis e
portugueses não tivesse aportado na região.

A espécie humana fez tudo que podia em todos os locais que habitou. Em alguns lugares tiveram maiores e melhores
condições e souberam aproveitar.
Brasil

 “O pecado de Adão e Eva não tinha chegado ao Novo Mundo”


 Encontro entre portugueses e povos indígenas. Dois povos que não se conhecem e não se enxergam.
 Encontros e desencontros: premissas culturais completamente diferentes.
 Em 1500: Tratado de Tordesilhas divide o mundo entre Portugal e Espanha com o aval do Papa (de “Deus”).
 ARTE e TRABALHO – os indígenas têm outra lógica de estruturação do tempo humano
 Eldorado – lenda que os indígenas inventaram para enganar e afastar espanhóis e portugueses

Formas de dominação:

1. Escravização para mão-de-obra;


2. Dominação e apropriação de riquezas;
3. Obrigar o povo a pagar tributos e trocas injustas (vender mais barato e comprar mais caro)

Lógica de trabalho: povo europeu ≠ povos indígenas

Povos indígenas:

1. Não resistiam às doenças, fugiam pela mata, não possuíam a tecnologia;


2. Em primeiro momento não se encontram as riquezas do ouro e da prata;
3. Nas trocas injustas -> apenas o pau-brasil que era usado para tingir roupa, o que não valia a pena

Resultado: 30 anos de abandono da colônia. Quem ficava era pela aventura. Enxergavam na nova terra a possibilidade de
um mundo novo, sem pecado e com as pessoas andando nuas.

Pergunta para discussão nos NBs: Qual a solução encontrada por Portugal para colonizar o Brasil?

Portugal

Quase todos os povos lutam pela construção de sua identidade e isso não era o forte em Portugal. O povo lusitano vivia em
disputa com os demais povos da Espanha (Basco, Cataluña, Castilla).Influência árabe na península ibérica. Assim sendo o
país tem suas fronteiras definidas, é o primeiro da Europa.

Europa católica analfabeta

Europa mulçumana:

 com leitura e escrita (para leitura do Corão, a Palavra de Deus encarnada)


 tradução dos pensadores e filósofos gregos

Única saída possível para Portugal: o mar -> caminho marítimo para as Índias

Árabes = mouros da África subsaariana e tinham a pele mais escura.

 mestiçagem já existente em Portugal


 contato precoce com a África

No Brasil a mestiçagem

 mais iniciativa pessoal que política


 indígena
 poligamia -> cunhadismo (ao ter união com uma mulher indígena todos os parentes dela se tornam cunhados do
português estabelecendo com ele relação de reciprocidade e comprometimento pessoal)

Cosmogonia povos indígenas: criança é ser pequeno, pronto, vinda do homem. A mulher é só depositária para fazer a
criança crescer -> filhos de pai não indígena também não é índio.

O homem branco tampouco reconhece na criança um descendente legítimo, um filho a ser apresentado na Corte.
Conclusão: os brasilíndios são rejeitados por duas nações -> “ninguendade” -> mamelucos -> criados como índios mas não
sendo um deles trabalha a serviço dos portugueses caçando seus parentes maternos. Se tornaram muito bons neste ofício.

“Os brasilíndios foram chamados de mamelucos pelos jesuítas espanhóis, horrorizados com a bruteza e desumanidade dessa
gente castigadora de seu gentio materno. Nenhuma designação podia ser mais apropriada. O termo originalmente se referia a
uma casta de escravos que os árabes tomavam de seus pais para criar e adestrar em suas casas-criatórios, onde desenvolviam
o talento que acaso tivessem. [...] Mas podiam alcançar a alta condição de mamelucos se revelassem talento para exercer o
mando e a suserania islâmica sobre a gente de que foram tirados.” Darcy Ribeiro

Mameluco -> origem árabe -> de regiões árabes não islamizadas para lutar contra seu povo e em prol do islamismo (lógica
do capitão-do-mato). Saladino era mameluco

Em que contexto se inicia a efetiva exploração da colônia brasileira:

Para os nobres o testamento seguia a seguinte ordem:

 1º filho – título do pai e principais posses


 2º filho – ia para a Igreja
 3º filho – título de nobreza
 4º filho - 50 kg de açúcar (fortuna)

Os portugueses pegam a cana-de-açúcar do Sri Lanka, os técnicos genoveses, gente que sabia plantar, $$ da Inglaterra e da
Holanda e plantam no Brasil, nos engenhos. Dividem as terras em capitanias hereditárias-> popularizam o açúcar.

*obs: formam a primeira “empresa multinacional”

Em Portugal existiam trabalhadores sem terra mas estes não aceitaria realizar trabalho braçal no Brasil

Solução para a mão-de-obra -> trabalhadores escravizados africanos.

 já existia a estrutura escravocrata na África


 povos agricultores
 conheciam a metalurgia

O tráfico de escravos foi tão ou mais lucrativo que o comércio da cana-de-acúcar.

Na África islamizada muitos dentre os escravos sabiam ler e escrever.

Comparativamente os EUA, a Austrália -> modelo de colonização é réplica do país anterior (Inglaterra)

 Mayflower -> calvinistas fugindo da perseguição anglicana


 Inglaterra, York, Jersey -> Nova Inglaterra, Nova York, Nova Jersey

No Brasil o objetivo é o lucro.

 Navios negreiros -> tumbeiros


o Ao chegar no Brasil -> surra disciplinatória -> desumanização
o Não olhar o homem branco nos olhos
o Não colocar pessoas de mesma nação juntas
o Paradoxo: são os trabalhadores escravizados que irão difundir a língua portuguesa
o Mulheres que viam eram adolescentes na média de uma menina para cada 6 a 10 homens – relação sexual
em regime escravocrata: mesmo com consentimento é estupro
o Mestiçagem pai branco e mãe negra -> mulata/o -> ninguendade
 Cruzamento de égua e jumento -> mula (estéril) que serve a carregar peso.
 Daí a palavra mulata/o
 Serve ao opressor dentro de sus condição de quebra de identidade

Sociedade escravocrata -> medo de revoltas -> medo perpetua-se como legado até nossos dias.

Os filhos mestiços dos senhores de escravos ficavam na Casa Grande -> tinham privilégios mas não eram tratados como
iguais. Não eram livres, também não africanos. Servidão-> pintura: Debret – A família brasileira 1820
Olhando o Nordeste do Brasil a partir do litoral se observam 3 regiões

1. Zona da mata – Cana de açúcar


2. Agreste
3. Caatinga -> criação de gado para abastecer zonas escravizadas / pessoas livres -> o sertanejo

Visão de Caio Prado Jr. – Brasil Empresa: o objetivo é produzir/gerar riqueza

 Açúcar -> mandado para Europa


 Subproduto: massa de “ninguendades”
o Mamelucos
o Mulatos
o Criolos, filhos de escravos e nascido no Brasil (s/ identidade africana) ≠ do boçal que era nascido na
África

No Sul -> Uruguai / Paraguai -> Missões jesuíticas

 Ideais de Rousseau -> criar sociedade ideal


 Pegam crianças indígenas para doutrinar
o Ninguendade marginal
o A criança não serve mais a ser índia e não será nada
o Forma de extermínio de um povo indígena
o Filme: A Missão

Decadência do ciclo da cana -> Descoberta do ouro em Minas Gerais -> grande leva de portugueses vêm para o Brasil

O ciclo do ouro traz novas questões:

 Trabalhador escravizado -> % do ouro extraído para comprar a liberdade


 Negros de ganho -> ofícios da cidade que também ganhavam % da venda auferida (barbeiro, prostitutas, ... )

Quem plantava e produzia alimento?

O Sul -> criação de gado -> pasto livre -> charque (carne salgada para levar para Minas). Bebida da erva mate boa para
digestão

 Cultura gaúcha – sociedade conservadora construída através das culturas pecuária e agrícola
 Bandeirantes fazem o transporte do charque
 Nas paradas / entrepostos ao longo do percurso criam cidades

Ouro -> Enviado para Portugal -> Paga as dívidas com a Inglaterra -> financia a Revolução Industrial

 Brasil-Empresa: Mineração

O gaúcho tem um paralelo com o sertanejo

 Sociedades conservadoras
 Culturas nascidas da pecuária
 Forte sentido de hierarquia

Em Pelotas é possível visitar uma das charqueadas que abasteciam os charques para Minas [Charqueada São João]. Foi
cenário das minisséries: “A Casa das Sete Mulheres” e “O tempo e o vento”

Ali há uma capela dedicada à Nossa Senhora com decoração de conchas, feitas pelos escravos. Com o tempo as conchas
sofreram desgaste. Daí foi possível encontrar pequenos orixás que estavam por debaixo das conchas. Ver link:
https://goo.gl/images/2HqoYK

Resistência cultural -> se forçou uma junção enriquecida com outros elementos. Só no Brasil existe um panteão de orixás.
No continente africano cada orixá vem de um povo e de uma região.

Nasce uma nova africanidade


Fim do ciclo do ouro -> massa humana de gente livre -> garimpeiros, negros forros

 Terras sem dono + garimpeiros com família


o Construção de habitações
o Estabelecimento de relações sociais com os vizinhos de mesma trajetória
o Comida e festas -> o caipira
o Ocupa a Paulistânia (MG, GO, SP, RJ)

O sertanejo para abastecer o engenho, o gaúcho para levar carne ao garimpo e o caipira com a decadência do garimpo

Ciclo do café -> Revolução Industrial: Na Inglaterra a jornada é de 16h de trabalho -> Café energético de baixo custo.

Produção de café para o trabalhador explorado na Europa.

O Brasil é a sucessão de uma grande empresa voltada para fora: cana-de-açúcar -> ouro/prata -> café

Ciclo menor: Borracha -> o caboclo (indígena + negro)

 Construção de teatros-ópera nos moldes europeus: Manaus e Belém


 Réplica de hábitos europeus (casacos de pele e ternos de veludo)
 Desperdício de dinheiro
o Charuto de dinheiro
o Roupas mandadas lavar em Paris
o Água Perrier para beber (Amazônia é maior fonte de água potável do mundo)
 Identidade burguesa -> olhar para fora
 Riqueza às custas dos seringueiros que sofriam na extração da borracha

Projeto Brasil-Empresa

 Permite a mestiçagem -> elemento de dominação


 Biologicamente a mestiçagem é benéfica e não anula identidades
o Mestiçagem sem uma cultura imperialista
o Absorver e adaptar-se às culturas mesclando-as
o Povo aberto a receber influências
 Nota:
o Holandeses castigados se não matassem seus filhos mestiços
o Austrália / Canadá -> países ‘transplantados’ prostitutas para popular o país
 Livro: Viva o povo brasileiro – João Ubaldo Ribeiro [livro do Darcy Ribeiro em forma de conto]
 Povo e classe dominante vivem realidades diferentes -> o povo brasileiro se constituiu

“Nenhum povo que passasse por isso [escrevidão] como sua rotina de vida, através de séculos, sairia dela sem ficar marcado
indelevelmente. Todos nós, brasileiros, somos carne da carne daqueles pretos e índios supliciados. Todos nós brasileiros somos,
por igual, a mão possessa que os supliciou. A doçura mais terna e a crueldade mais atroz aqui se conjugaram para fazer de
nós a gente sentida e sofrida que somos e a gente insensível e brutal, que também somos.

[...] A mais terrível de nossas heranças é esta de levar sempre conosco a cicatriz do torturador impressa na alma e pronta a
explodir na brutalidade racista e classista. Ela é que incandesce, ainda hoje, em tanta autoridade brasileira disposta a
torturar, seviciar e machucar os pobres que lhes caem nas mãos. Ela, porém, provocando crescente indignação nos dará
forças, amanhã, para conter os possessos e criar aqui uma sociedade solidária” Darcy Ribeiro

Guardadas as regionalidades -> unidade de língua -> massa de ninguendades se constitui como povo nas maiores
exclusões da história

“o comunismo será mestiço”

Não é possível pensar em uma sociedade de justiça e igualdade na qual se considerem diferenças fenótipas

Segundo Darcy Ribeiro, “o Brasil é a nova Roma”

Modernistas brasileiros -> identificação de uma cultura antropofágica


História brasileira: resistência no conflito. Segundo Caio Prado Jr. Existe um conflito permanente entre dois projetos:
Brasil Nação x Brasil Não-Nação.

Frase sempre dita, de diferentes formas, ao longo da história brasileira: “O Brasil vai bem e o povo vai mal.”

 Povo ≠ país
 Economia melhora e o povo não está bem
 Para a classe dominante: ideia de nação como uma figura

Bandeira Brasileira: Ressignificação do povo para uma alegoria da elite

 Para a elite: verde = Casa de Bragança, a família de dom Pedro I / amarelo = a casa de Habsburgo-Lorena, da qual
fazia parte D. Leopoldina, esposa de D. Pedro I / azul = a esfera armilar, um instrumento da astronomia que era
usado em navegações e que consta de um modelo reduzido do cosmos
 Para o povo: verde = florestas e matas, a natureza do Brasil / amarelo = o ouro e todas as riquezas do país / azul
= o céu estrelado com cada um dos Estados da Federação
 Elite: versão utilitarista do país
 Nação só faz sentido para o povo
 Atualmente o golpe tem uma intenção: jogar o povo na ninguendade marginal
 Brasil do golpe: empresa da exportação, do agronegócio, retorno aos interesses externos (ideia de Caio prado Jr. –
Brasil que nasce em função de interesses capitalistas)

Conhecer o processo histórico ajuda a compreender o comportamento da classe dominante.

Cada classe dominante tem sua idiossincrasia (característica comportamental peculiar a um grupo ou a uma pessoa)

Exemplo: a Argentina ditadura 1976 - 1983

 Genocídio dos indígenas argentinos. Eugenia (limpeza – raça pura)


 Exército prende os indígenas e os matam, por fuzilamento ou por contaminação
 Escravos -> ordem de serem devolvidos ao continente africano. Por custo muito caro são fuzilados
 A classe dominante argentina -> valor: violência resolve seu problema matando

Classe dominante brasileira -> valor: antecipação – enxerga à frente (Florestan Fernandes).

 São vários exemplos: a proclamação da independência por D. Pedro I, a proclamação da república pelo Marechal
Deodoro que era monarquista, o golpe de 64, a Lei de Terras antes da abolição..
 Quando as revoltas são incontidas, as mudanças são feitas pelo sistema à luz de suas regras
 A República foi um golpe da classe dominante antecipando-se e impedindo a verdadeira revolução
 Para entender o “golpe” que foi a república é para ler o livro: O triste Fim de Policarpo Quaresma de Lima
Barreto
 O golpe de 64
o 13 de março -> Jango anuncia reformas de base
o 1º de abril -> golpe militar
 Ditadura: façamos uma abertura lenta, gradual e segura antes que o povo a faça
 Povo-nação que se reconstitui e “levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima”

Críticas à obra de Darcy Ribeiro: ele não é uma unanimidade

 Análise culturalista
 não faz discussão sobre a questão de classes
 elogio à mestiçagem (alguns setores fazem críticas a essa postura)

Tópicos explicativos do povo brasileiro:

 povo-nação a partir da ninguendade


 base escravocrata
 Brasil –Empresa
A genialidade consiste em fazer a síntese das ideias pré-existentes. No Século XIX houve a produção de grandes sínteses. É
possível citar 3 muito importantes:

1. Qual foi o processo de surgimento da humanidade. Charles Darwin – Evolução das Espécies (rompimento com
explicação divina)
2. Como as pessoas enlouquecem, explicação das neuroses humanas, crianças dotadas de sexualidade. Sigmund
Freud (rompimento com explicação divina)
3. As diferenças sociais. Explicações religiosas legitimam o poder. Marx e Engels fazem a síntese de 3 vertentes de
pensamentos fundamentais. Explicação que responde como as classes sociais se formam, se organizam e disputam.
Socialismo materialista histórico-dialético(rompimento com explicação divina)
a. Socialismo utópico na França
b. Compreensão de classes sociais [Ricardo – Inglaterra]. A relação com a economia nos caracteriza, nos dá
interesses particulares e próprios e as classes lutam entre si.
c. Pensamento filosófico alemão [Hegel] da visão dialética de conflito

Resistência indígena: referencia ao filme Brava Gente Brasileira

Filme: O Som ao redor

A força da população negra: resistência

 Medo constante da elite -> levado até os dias de hoje


 Trabalho braçal -> racismo estrutural
 Revoltas e quilombos
 Música e demais artes

Abolição da escravatura -> necessária a compreensão dialética

 1ª grande luta que uniu setores progressistas para luta social


 Livro: A escravidão reabilitada – Jacob Gorender [ a abolição como resultado da luta de classes]
 Livro: Negros estrangeiros – Manoela Carneiro da Cunha [escravizados libertos e sua volta a África]
 Destituição da Princesa Isabel
 Revolta da Armada -> para restabelecer a escravidão
o Rui Barbosa queima os arquivos dos escravos
 No momento: proteção para não permitir identificar a posse
 Na História: ato reacionário

Canudos – Antônio Conselheiro

 Ocupação de terras devolutas


 Experiência de vida comunitária
 Defendia seu modo de ser e viver
 Após crescer muito foi destruído. Por que?
o A força do exemplo de liberdade
 Livro: Os Sertões – Euclides da Cunha [volume 2 – lutas]
 Canudos não se rendeu. Lutou até o fim -> lutas de resistência

Classe operária: introduz propostas para a sociedade, o país como um todo

1934 – Aliança Nacional Libertadora [O programa básico da organização, divulgado em fevereiro, tinha como pontos
principais a suspensão do pagamento da dívida externa do país, a nacionalização das empresas estrangeiras, a reforma
agrária e a proteção aos pequenos e médios proprietários, a garantia de amplas liberdades democráticas e a constituição de
um governo popular, deixando em aberto, porém, a definição sobre as vias pelas quais se chegaria a esse governo. – fonte
Wikipedia]

Transmitir a passividade do povo brasileiro é também uma manipulação ideológica

Histórico do Curso de Realidade Brasileira (CRB) – lógica magética, trocas e festas (noites culturais) que apresentam o
histórico de vários povos do Brasil.
1930 – Mudança / fração da classe burguesa

 Nenhuma classe social é homogênea, brigam entre si e se unem contra inimigo maior
 Cabe à classe operária apoiar quem mais interessa
 Em caso de ameaça, a classe dominante se une, superando divergências
 República Velha – “café com leite” [grandes latifundiários]
 Industrial Francisco Matarazzo
 Governo Getúlio Vargas
 1930 a 1980 – período importante na História
o grande crescimento do PIB – 7% ao ano (nível da China na atualidade)
o população brasileira crescimento de 2% ao ano
o as desigualdades aumentam

O Brasil com 518 anos de história oficial, possui cerca de 450 anos de legado rural. Em 1970: 50% da população vivia no
campo e a outra metade vivia em centros urbanos. Em 1990 mais de 90% da população vive em áreas urbanas.

Atualmente redução da taxa de natalidade e tendência a chegar a 0% (nº dos que nascem é igual ao dos que morrem – sem
taxa de reposição)

Mundo rural – economia natural. Existe desnutrição mas não existe fome. Acesso a teto, mesmo que precariamente

Livro: Geografia da fome – Josué de Castro

Mundo urbano – economia do capital

 o teto é uma mercadoria


 concentrações urbanas são desestruturadoras
 perda da socialização
o arrebenta valores
o até que ponto miséria e fome se associam com a criminalidade
 filme: Os fuzis [Rui Guerra]
 o ser humano é uma construção social
 miséria urbana – desmonte do modo de ser
 Livro: Formação Econômica do Brasil – Celso Furtado

Se pegarmos os 10 primeiros países com a maior população, o maior território, o maior PIB apenas 4 países aparecem em
todas as listas: Brasil, Rússia, China e EUA

1930 – 1980: período desenvolvimentista puxado por 3 grandes “locomotivas”

1. Indústria Estatal: energia, comunicação, ferro e aço (negociada permissão com os EUA em troca de apoio de base
militar durante a 2ª Guerra)
2. Multinacionais
a. Lei de remessa de lucro (parte deveria ficar no país)
b. Produção local (parte das peças adquiridas deveriam vir da indústria nacional)
c. Taxa de exportação (o valor a exportação deveria ficar para o país)
3. Capital privado nacional
a. Investimento em setores não interessantes para as multinacionais: alimento e vestuário

O controle dos setores estratégico confere muito poder ao Estado

8 anos de governo FHC -> desmanche das estatais e consequente perda de poder do Estado. Desde então, com as
multinacionais

a) todo o lucro é enviado para fora mais ainda com a possibilidade de comprar a própria tecnologia

b) não obrigatoriedade de compra de componentes nacionais

c) não tem mais taxa de exportação


Capital Privado Nacional -> comprado por empresas estrangeiras

Ocorreu então um desgaste da política neoliberal. A esquerda fez uma aliança para conquistar o poder. Com consequente
necessidade de fazer concessões. Em alianças é importante ter força própria

 Quem ganhou com a gestão petista:


o Indústria naval
o Educação privada
o Construtoras / empreiteiras

Golpe de 2016: nova ofensiva neoliberal. Conjunção de classes e frações interessadas no golpe. São elas:

1. Interesses estratégicos dos EUA


2. Grandes multinacionais – energia
3. O capital financeiro

A burguesia associada ao golpe é aquela dependente do capital das frações citadas. A mídia é a facilitadora e a classe média
alta irá legitimar os interesses da elite.

Filme: Snowden [Oliver Stone]

Os golpes de Estado não são mais via militares porque:

 Isola o país em termos de legitimidade internacional


 Autoimagem dos EUA: Democracia (justificativa para invadir todos os países)
 Forças Armadas não são confiáveis

O braço atual (força de execução) do golpe é o aparato composto por:

 Polícia Federal
 Ministério Público
 Poder Judiciário
 Mídia como poder organizador

Livros do Moniz Bandeira que explicam essa nova formatação de golpe: A Desordem Mundial e A Segunda Guerra Fria

ENCERRAMENTO

VIVA O POVO BRASILEIRO


Patativa do Assaré Quando o infeliz agregado
Se se libertar do patrão
Quando passar a chacina Para morar sossegado
Que surge de dia a dia No seu pedaço de chão
O tráfico de cocaína Quando a reforma agrária
E a real democracia Que sempre foi necessária
Seguir os caminhos certos Para o caboclo roceiro
E os Chicos Mendes libertos For criada e registrada
Das balas do pistoleiro Em nossa pátria adorada:
Diremos em nossa terra VIVA O POVO BRASILEIRO!
Por vale, sertão e serra:
VIVA O POVO BRASILEIRO! O sonho da nossa gente
Foi sempre viver feliz
Quando o artista que tem fama Trabalhando independente
Ocupar o televisor Em nosso grande país
Só apresentar programa Quando o momento chegar
De moral, fé e amor Do nosso Brasil pagar
Quando o crime mercenário O que deve ao estrangeiro
Este monstro sanguinário O maior prazer teremos
Deixar de ganhar dinheiro E libertos gritaremos:
Pra matar seu semelhante VIVA O POVO BRASILEIRO!
E não houver assaltante:
VIVA O POVO BRASILEIRO!

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