Sie sind auf Seite 1von 545

Assembleia Legislativa do Estado de Rondônia

ALE-RO Assistente Legislativo

Edital N° 01, de 08 de Maio de 2018


MA031-2018
DADOS DA OBRA

Título da obra: Assembleia Legislativa do Estado de Rondônia

Cargo: Assistente Legislativo

(Baseado no Edital N° 01, de 08 de Maio de 2018)

•Língua Portuguesa
• Raciocínio Lógico-Matemático
• Noções de Informática
• Legislação Específica
• História e Geografia de Rondônia
• Conhecimentos Específicos

Gestão de Conteúdos
Emanuela Amaral de Souza

Diagramação/ Editoração Eletrônica


Elaine Cristina
Igor de Oliveira
Camila Lopes
Thais Regis

Produção Editoral
Suelen Domenica Pereira
Julia Antoneli

Capa
Joel Ferreira dos Santos
APRESENTAÇÃO

PARABÉNS! ESTE É O PASSAPORTE PARA SUA APROVAÇÃO.

A Nova Concursos tem um único propósito: mudar a vida das pessoas.


Vamos ajudar você a alcançar o tão desejado cargo público.
Nossos livros são elaborados por professores que atuam na área de Concursos Públicos. Assim a
matéria é organizada de forma que otimize o tempo do candidato. Afinal corremos contra o tempo,
por isso a preparação é muito importante.
Aproveitando, convidamos você para conhecer nossa linha de produtos “Cursos online”, conteúdos
preparatórios e por edital, ministrados pelos melhores professores do mercado.
Estar à frente é nosso objetivo, sempre.
Contamos com índice de aprovação de 87%*.
O que nos motiva é a busca da excelência. Aumentar este índice é nossa meta.
Acesse www.novaconcursos.com.br e conheça todos os nossos produtos.
Oferecemos uma solução completa com foco na sua aprovação, como: apostilas, livros, cursos on-
line, questões comentadas e treinamentos com simulados online.
Desejamos-lhe muito sucesso nesta nova etapa da sua vida!
Obrigado e bons estudos!

*Índice de aprovação baseado em ferramentas internas de medição.

CURSO ONLINE

PASSO 1
Acesse:
www.novaconcursos.com.br/passaporte

PASSO 2
Digite o código do produto no campo indicado no
site.
O código encontra-se no verso da capa da apostila.
*Utilize sempre os 8 primeiros dígitos.
Ex: FV054-18

PASSO 3
Pronto!
Você já pode acessar os conteúdos online.
SUMÁRIO

Língua Portuguesa

Leitura, compreensão e interpretação de textos. ..................................................................................................................................................... 83


Estruturação do texto e dos parágrafos. ......................................................................................................................................................................04
Articulação do texto: pronomes e expressões referenciais, nexos, operadores sequenciais. .............................................................. 07
Significação contextual de palavras e expressões. ................................................................................................................................................... 76
Equivalência e transformação de estruturas. ..............................................................................................................................................................04
Sintaxe: processos de coordenação e subordinação. ............................................................................................................................................. 63
Emprego de tempos e modos verbais. .........................................................................................................................................................................07
Pontuação. ..................................................................................................................................................................................................................................50
Estrutura e formação de palavras. ...................................................................................................................................................................................04
Funções das classes de palavras. ......................................................................................................................................................................................07
Flexão nominal e verbal. .......................................................................................................................................................................................................07
Pronomes: emprego, formas de tratamento e colocação. ................................................................................................................................... 07
Concordância nominal e verbal. .......................................................................................................................................................................................52
Regência nominal e verbal. .................................................................................................................................................................................................58
Ortografia oficial. .....................................................................................................................................................................................................................44
Acentuação gráfica..................................................................................................................................................................................................................47

Raciocínio Lógico-Matemático

Lógica: proposições, valor-verdade negação, conjunção, disjunção, implicação, equivalência, proposições compostas....... 93
Equivalências lógicas. ............................................................................................................................................................................................................93
Problemas de raciocínio: deduzir informações de relações arbitrárias entre objetos, lugares, pessoas e/ou eventos fictícios
dados. ...........................................................................................................................................................................................................................................93
Diagramas lógicos, tabelas e gráficos. ........................................................................................................................................................................110
Conjuntos e suas operações. .............................................................................................................................................................................................01
Números naturais, inteiros, racionais, reais e suas operações. ........................................................................................................................... 01
Representação na reta. .........................................................................................................................................................................................................01
Unidades de medida: distância, massa e tempo. ..................................................................................................................................................... 19
Representação de pontos no plano cartesiano. .......................................................................................................................................................29
Álgebra básica: equações, sistemas e problemas do primeiro grau. .............................................................................................................. 23
Porcentagem e proporcionalidade direta e inversa. ............................................................................................................................................... 74
Sequências, reconhecimento de padrões, progressões aritmética e geométrica. .................................................................................... 70
Juros. .............................................................................................................................................................................................................................................77
Geometria básica: distâncias e ângulos, polígonos, circunferência, perímetro e área. ........................................................................... 47
Medidas de comprimento, área, volume. ....................................................................................................................................................................19
Princípios de contagem e noção de probabilidade................................................................................................................................................115
SUMÁRIO

Noções de Informática

Arquitetura básica de computadores: hardware: componentes e funções; unidade central de processamento; memória
ROM, RAM, cache, tipos e tamanhos de memória; dispositivos de entrada e saída e de armazenamento de dados; impres-
soras, teclado, mouse, disco rígido, pendrives, scanner, plotter, discos ópticos; conectores; barramentos: especificação de
equipamentos. ..........................................................................................................................................................................................................................01
Software: software básico; noções de sistemas operacionais; utilitários; antivírus. .................................................................................. 01
Windows XP/7 BR: ambiente gráfico; janela do computador/Windows Explorer: ícones, atalhos de teclado, pastas, tipos de
arquivos, localização, criação, cópia e remoção de arquivos, cópias de arquivos para outros dispositivos; ajuda do Windows;
lixeira: remoção e recuperação de arquivos e de pastas, cópias de segurança/backup, uso dos recursos. ................................. 01
MSOffice 2010 BR (Word, Excel, Powerpoint, Access, Outlook): conceitos, características, funcionalidades, ícones, atalhos de
teclado, uso dos recursos. ...................................................................................................................................................................................................21
Internet: conceitos; características; figuras e imagens (formatos); acesso; browsers (Internet Explorer 9 BR x Firefox Mozilla x
Google Chrome); .....................................................................................................................................................................................................................55
Correio eletrônico/e-mail; ...................................................................................................................................................................................................55
Thunderbird Mozilla: conceitos, características, funcionalidades, ícones, atalhos de teclado e uso dos recursos..................... 55

Legislação Específica

Constituição Estadual: Título I – Da Organização do Estado: Disposições Preliminares, Da Competência do Estado e da


Administração Pública; Título II – Da Organização dos Poderes: Do Poder Legislativo................................................................ 01
Regimento Interno da Assembleia Legislativa do Estado de Rondônia: Resolução nº 32, de 21 de agosto de 1990 e suas
alterações..................................................................................................................................................................................................................... 04
Estatuto dos Servidores Públicos da administração direta, das autarquias e das fundações públicas estaduais: Lei Com-
plementar nº 68, de 09 de dezembro de 1992 e suas alterações......................................................................................................... 50
Plano de Carreira, Cargos e Remuneração e o Quadro de Pessoal da Assembleia Legislativa do Estado de Rondônia: Lei
Complementar nº 731, de 30 de setembro de 2013 e suas alterações............................................................................................... 50
Estrutura Organizacional Administrativa e o Quadro Gerencial e de Assessoramento da Assembleia Legislativa do Esta-
do de Rondônia: Lei Complementar nº 967, de 10 de janeiro de 2018 e suas alterações.......................................................... 50
SUMÁRIO

História e Geografia de Rondônia

I – HISTÓRIA DE RONDÔNIA 1. As bases da ocupação colonial da Amazônia; .............................................................................. 01


2. As políticas do Estado português para as regiões dos vales do Guaporé e Madeira; ............................................................. 01
3. A questão das fronteiras entre América Portuguesa e o império hispânico e a criação da Capitania de Mato Grosso; ... 05
4. A economia colonial nos vales do Guaporé e Madeira: mineração, drogas do sertão, o escravismo, o contrabando e
as rotas fluviais; ........................................................................................................................................................................................................ 06
5. Colonização e povoamento no vale do Madeira e do Guaporé nos séculos XIX e XX; .......................................................... 08
6. O advento da exploração seringueira e a questão das fronteiras; .................................................................................................. 09
7. As diversas etapas da construção da Ferrovia Madeira-Mamoré; ................................................................................................... 10
8. A Comissão Rondon e a instalação das linhas telegráficas; ............................................................................................................... 12
9. A criação dos Territórios Federais do Guaporé e de Rondônia; ....................................................................................................... 12
10. Os novos surtos de povoamento e a ampliação do extrativismo mineral; ............................................................................... 13
11. A implantação do Estado de Rondônia; .................................................................................................................................................. 13
12. Os projetos de colonização estatais e privados; .................................................................................................................................. 14
13. A instalação da rodovia federal BR-364................................................................................................................................................... 14

II - GEOGRAFIA DE RONDÔNIA 1. Povoamento e ocupação dos Vales do Madeira, Mamoré e Guaporé; ......................... 16
2. Colonização ibérica na região; ...................................................................................................................................................................... 16
3. A colonização portuguesa no Vale do Guaporé; .................................................................................................................................... 16
4. Os séculos XIX e XX e a exploração da borracha, poia e castanha;................................................................................................. 16
5. A construção da EFMM e da Linha Telegráfica; ...................................................................................................................................... 16
6. Território Federal do Guaporé/Rondônia; ................................................................................................................................................. 16
7. A Rodovia BR-364 e os garimpos; ................................................................................................................................................................ 16
8. A ocupação recente da Amazônia e Rondônia, a Colonização Agropastoril; ............................................................................. 16
9. O Estado de Rondônia, da criação as questões atuais; ....................................................................................................................... 16
10. O ambiente amazônico, as estruturas físicas e ambientais da região; ........................................................................................ 16
11. O Estado de Rondônia, componentes do meio físico e ambiental; ............................................................................................. 17
12. Populações e ocupação do espaço; .......................................................................................................................................................... 18
13. As divisões regionais; ...................................................................................................................................................................................... 19
14. Produção econômica regional; ................................................................................................................................................................... 19
15. As questões socioambientais; ..................................................................................................................................................................... 19
16. Populações tradicionais.................................................................................................................................................................................. 19
SUMÁRIO

Conhecimentos Específicos

Processo organizacional (planejamento, coordenação, direção, organização e controle). ........................................................ 01


Relações Interpessoais: comunicação e relações interpessoais. ........................................................................................................... 07
Administração de conflitos: desenvolvimento de trabalho em equipe............................................................................................... 13
Noções sobre Administração de Materiais e Patrimônio. ....................................................................................................................... 21
Logística: conceito, evolução, dimensão, processo logístico, transporte. ......................................................................................... 29
Arquivos: finalidade, classificação, fases, técnicas, sistemas e métodos de arquivamento. Protocolo: finalidades, objeti-
vos e atividades. ....................................................................................................................................................................................................... 34
Noções sobre Contratos Administrativos. ..................................................................................................................................................... 59
Noções de administração de pessoal, de material e de patrimônio. .................................................................................................. 62
Atos administrativos de uso mais frequente: circulares, avisos, portarias......................................................................................... 65
Ofícios, despachos e ordens de serviços. ...................................................................................................................................................... 79
Procedimentos administrativos. Noções básicas de organização de arquivos e fichários. Documentos oficiais, tipos de
documentos. ............................................................................................................................................................................................................101
Correspondência oficial: conceito, classificação; recepção e expedição de correspondência em geral. ............................101
Protocolo: conceito, sistema de protocolo. .................................................................................................................................................102
Noções de Administração Pública: princípios. Descentralização e desconcentração. Administração Direta e Indire-
ta. ............................................................................................................................................................................................................. 102
Características básicas das organizações formais modernas: tipos de estrutura organizacional, natureza, finalidades e
critérios de departamentalização. ...................................................................................................................................................................105
Empreendedorismo governamental e novas lideranças no setor público. Convergências e diferenças entre a gestão
pública e a gestão privada. Excelência nos serviços públicos. ............................................................................................................109
Gestão da Qualidade. Gestão de resultados na produção de serviços públicos. O paradigma do cliente na gestão públi-
ca. .................................................................................................................................................................................................................................117
Noções de administração de recursos materiais: funções e objetivos; classificação e especificação de materiais; com-
pras; registros; cadastro de fornecedores; acompanhamento de pedidos. ....................................................................................119
Ética profissional. O papel do servidor. .........................................................................................................................................................119
Interação com o público interno e externo. ................................................................................................................................................120
Cidadania: direitos e deveres do cidadão. O cidadão como usuário e contribuinte...................................................................133
LÍNGUA PORTUGUESA

Letra e Fonema.......................................................................................................................................................................................................... 01
Estrutura das Palavras............................................................................................................................................................................................. 04
Classes de Palavras e suas Flexões..................................................................................................................................................................... 07
Ortografia.................................................................................................................................................................................................................... 44
Acentuação................................................................................................................................................................................................................. 47
Pontuação.................................................................................................................................................................................................................... 50
Concordância Verbal e Nominal......................................................................................................................................................................... 52
Regência Verbal e Nominal................................................................................................................................................................................... 58
Frase, oração e período.......................................................................................................................................................................................... 63
Sintaxe da Oração e do Período......................................................................................................................................................................... 63
Termos da Oração.................................................................................................................................................................................................... 63
Coordenação e Subordinação............................................................................................................................................................................. 63
Crase.............................................................................................................................................................................................................................. 71
Colocação Pronominal............................................................................................................................................................................................ 74
Significado das Palavras......................................................................................................................................................................................... 76
Interpretação Textual............................................................................................................................................................................................... 83
Tipologia Textual....................................................................................................................................................................................................... 85
Gêneros Textuais....................................................................................................................................................................................................... 86
Coesão e Coerência................................................................................................................................................................................................. 86
Reescrita de textos/Equivalência de Estruturas............................................................................................................................................. 88
Estrutura Textual........................................................................................................................................................................................................ 90
Redação Oficial.......................................................................................................................................................................................................... 91
Funções do “que” e do “se”................................................................................................................................................................................100
Variação Linguística...............................................................................................................................................................................................101
O processo de comunicação e as funções da linguagem......................................................................................................................103
LÍNGUA PORTUGUESA

PROF. ZENAIDE AUXILIADORA PACHEGAS BRANCO

Graduada pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Adamantina. Especialista pela Universidade Estadual Paulista
– Unesp

LETRA E FONEMA

A palavra fonologia é formada pelos elementos gregos fono (“som, voz”) e log, logia (“estudo”, “conhecimento”). Significa
literalmente “estudo dos sons” ou “estudo dos sons da voz”. Fonologia é a parte da gramática que estuda os sons da lín-
gua quanto à sua função no sistema de comunicação linguística, quanto à sua organização e classificação. Cuida, também,
de aspectos relacionados à divisão silábica, à ortografia, à acentuação, bem como da forma correta de pronunciar certas
palavras. Lembrando que, cada indivíduo tem uma maneira própria de realizar estes sons no ato da fala. Particularidades na
pronúncia de cada falante são estudadas pela Fonética.
Na língua falada, as palavras se constituem de fonemas; na língua escrita, as palavras são reproduzidas por meio de
símbolos gráficos, chamados de letras ou grafemas. Dá-se o nome de fonema ao menor elemento sonoro capaz de esta-
belecer uma distinção de significado entre as palavras. Observe, nos exemplos a seguir, os fonemas que marcam a distinção
entre os pares de palavras:
amor – ator / morro – corro / vento - cento

Cada segmento sonoro se refere a um dado da língua portuguesa que está em sua memória: a imagem acústica que
você - como falante de português - guarda de cada um deles. É essa imagem acústica que constitui o fonema. Este forma
os significantes dos signos linguísticos. Geralmente, aparece representado entre barras: /m/, /b/, /a/, /v/, etc.

Fonema e Letra
- O fonema não deve ser confundido com a letra. Esta é a representação gráfica do fonema. Na palavra sapo, por
exemplo, a letra “s” representa o fonema /s/ (lê-se sê); já na palavra brasa, a letra “s” representa o fonema /z/ (lê-se zê).
- Às vezes, o mesmo fonema pode ser representado por mais de uma letra do alfabeto. É o caso do fonema /z/, que
pode ser representado pelas letras z, s, x: zebra, casamento, exílio.

- Em alguns casos, a mesma letra pode representar mais de um fonema. A letra “x”, por exemplo, pode representar:
- o fonema /sê/: texto
- o fonema /zê/: exibir
- o fonema /che/: enxame
- o grupo de sons /ks/: táxi

- O número de letras nem sempre coincide com o número de fonemas.


Tóxico = fonemas: /t/ó/k/s/i/c/o/ letras: t ó x i c o
1 2 3 4 5 6 7 12 3 45 6

Galho = fonemas: /g/a/lh/o/ letras: ga lho


1 2 3 4 12345

- As letras “m” e “n”, em determinadas palavras, não representam fonemas. Observe os exemplos: compra, conta. Nestas
palavras, “m” e “n” indicam a nasalização das vogais que as antecedem: /õ/. Veja ainda: nave: o /n/ é um fonema; dança: o
“n” não é um fonema; o fonema é /ã/, representado na escrita pelas letras “a” e “n”.

- A letra h, ao iniciar uma palavra, não representa fonema.


Hoje = fonemas: ho / j / e / letras: h o j e
1 2 3 1234

Classificação dos Fonemas


Os fonemas da língua portuguesa são classificados em:

1) Vogais
As vogais são os fonemas sonoros produzidos por uma corrente de ar que passa livremente pela boca. Em nossa língua,
desempenham o papel de núcleo das sílabas. Isso significa que em toda sílaba há, necessariamente, uma única vogal.

1
LÍNGUA PORTUGUESA

Na produção de vogais, a boca fica aberta ou entrea- 1) Ditongo


berta. As vogais podem ser:
É o encontro de uma vogal e uma semivogal (ou vice-
- Orais: quando o ar sai apenas pela boca: /a/, /e/, /i/, versa) numa mesma sílaba. Pode ser:
/o/, /u/. - Crescente: quando a semivogal vem antes da vogal:
sé-rie (i = semivogal, e = vogal)
- Nasais: quando o ar sai pela boca e pelas fossas na- - Decrescente: quando a vogal vem antes da semivo-
sais. gal: pai (a = vogal, i = semivogal)
/ã/: fã, canto, tampa - Oral: quando o ar sai apenas pela boca: pai
/ ẽ /: dente, tempero - Nasal: quando o ar sai pela boca e pelas fossas na-
/ ĩ/: lindo, mim sais: mãe
/õ/: bonde, tombo
/ ũ /: nunca, algum 2) Tritongo

- Átonas: pronunciadas com menor intensidade: até, É a sequência formada por uma semivogal, uma vo-
bola. gal e uma semivogal, sempre nesta ordem, numa só sílaba.
Pode ser oral ou nasal: Paraguai - Tritongo oral, quão - Tri-
- Tônicas: pronunciadas com maior intensidade: até, tongo nasal.
bola.
3) Hiato
Quanto ao timbre, as vogais podem ser:
- Abertas: pé, lata, pó É a sequência de duas vogais numa mesma palavra que
- Fechadas: mês, luta, amor pertencem a sílabas diferentes, uma vez que nunca há mais
- Reduzidas - Aparecem quase sempre no final das pa- de uma vogal numa mesma sílaba: saída (sa-í-da), poesia
lavras: dedo (“dedu”), ave (“avi”), gente (“genti”). (po-e-si-a).

2) Semivogais Encontros Consonantais

Os fonemas /i/ e /u/, algumas vezes, não são vogais. O agrupamento de duas ou mais consoantes, sem vo-
Aparecem apoiados em uma vogal, formando com ela uma gal intermediária, recebe o nome de encontro consonantal.
só emissão de voz (uma sílaba). Neste caso, estes fonemas Existem basicamente dois tipos:
são chamados de semivogais. A diferença fundamental en- 1-) os que resultam do contato consoante + “l” ou “r”
tre vogais e semivogais está no fato de que estas não de- e ocorrem numa mesma sílaba, como em: pe-dra, pla-no,
sempenham o papel de núcleo silábico. a-tle-ta, cri-se.
Observe a palavra papai. Ela é formada de duas sílabas: 2-) os que resultam do contato de duas consoantes
pa - pai. Na última sílaba, o fonema vocálico que se destaca pertencentes a sílabas diferentes: por-ta, rit-mo, lis-ta.
é o “a”. Ele é a vogal. O outro fonema vocálico “i” não é tão Há ainda grupos consonantais que surgem no início
forte quanto ele. É a semivogal. Outros exemplos: saudade, dos vocábulos; são, por isso, inseparáveis: pneu, gno-mo,
história, série. psi-có-lo-go.

3) Consoantes Dígrafos

Para a produção das consoantes, a corrente de ar expi- De maneira geral, cada fonema é representado, na es-
rada pelos pulmões encontra obstáculos ao passar pela ca- crita, por apenas uma letra: lixo - Possui quatro fonemas e
vidade bucal, fazendo com que as consoantes sejam verda- quatro letras.
deiros “ruídos”, incapazes de atuar como núcleos silábicos.
Seu nome provém justamente desse fato, pois, em portu- Há, no entanto, fonemas que são representados, na es-
guês, sempre consoam (“soam com”) as vogais. Exemplos: crita, por duas letras: bicho - Possui quatro fonemas e cinco
/b/, /t/, /d/, /v/, /l/, /m/, etc. letras.

Encontros Vocálicos Na palavra acima, para representar o fonema /xe/ fo-


ram utilizadas duas letras: o “c” e o “h”.
Os encontros vocálicos são agrupamentos de vogais e Assim, o dígrafo ocorre quando duas letras são usadas
semivogais, sem consoantes intermediárias. É importante para representar um único fonema (di = dois + grafo = le-
reconhecê-los para dividir corretamente os vocábulos em tra). Em nossa língua, há um número razoável de dígrafos
sílabas. Existem três tipos de encontros: o ditongo, o triton- que convém conhecer. Podemos agrupá-los em dois tipos:
go e o hiato. consonantais e vocálicos.

2
LÍNGUA PORTUGUESA

Dígrafos Consonantais

Letras Fonemas Exemplos


lh /lhe/ telhado
nh /nhe/ marinheiro
ch /xe/ chave
rr /re/ (no interior da palavra) carro
ss /se/ (no interior da palavra) passo
qu /k/ (qu seguido de e e i) queijo, quiabo
gu /g/ ( gu seguido de e e i) guerra, guia
sc /se/ crescer
sç /se/ desço
xc /se/ exceção

Dígrafos Vocálicos

Registram-se na representação das vogais nasais:

Fonemas Letras Exemplos


/ã/ am tampa
an canto
/ẽ/ em templo
en lenda
/ĩ/ im limpo
in lindo
õ/ om tombo
on tonto
/ũ/ um chumbo
un corcunda

* Observação: “gu” e “qu” são dígrafos somente quando seguidos de “e” ou “i”, representam os fonemas /g/ e /k/:
guitarra, aquilo. Nestes casos, a letra “u” não corresponde a nenhum fonema. Em algumas palavras, no entanto, o “u” repre-
senta um fonema - semivogal ou vogal - (aguentar, linguiça, aquífero...). Aqui, “gu” e “qu” não são dígrafos. Também não há
dígrafos quando são seguidos de “a” ou “o” (quase, averiguo) .
** Dica: Conseguimos ouvir o som da letra “u” também, por isso não há dígrafo! Veja outros exemplos: Água = /agua/ nós
pronunciamos a letra “u”, ou então teríamos /aga/. Temos, em “água”, 4 letras e 4 fonemas. Já em guitarra = /gitara/ - não
pronunciamos o “u”, então temos dígrafo [aliás, dois dígrafos: “gu” e “rr”]. Portanto: 8 letras e 6 fonemas).

Dífonos

Assim como existem duas letras que representam um só fonema (os dígrafos), existem letras que representam dois
fonemas. Sim! É o caso de “fixo”, por exemplo, em que o “x” representa o fonema /ks/; táxi e crucifixo também são exemplos
de dífonos. Quando uma letra representa dois fonemas temos um caso de dífono.

Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/fono/fono1.php
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.

3
LÍNGUA PORTUGUESA

Questões
ESTRUTURA DAS PALAVRAS
1-) (PREFEITURA DE PINHAIS/PR – INTÉRPRETE DE LI-
BRAS – FAFIPA/2014) Em todas as palavras a seguir há um
dígrafo, EXCETO em
(A) prazo. As palavras podem ser analisadas sob o ponto de vista
(B) cantor. de sua estrutura significativa. Para isso, nós as dividimos
(C) trabalho. em seus menores elementos (partes) possuidores de sen-
(D) professor. tido. A palavra inexplicável, por exemplo, é constituída por
três elementos significativos:
1-)
(A) prazo – “pr” é encontro consonantal In = elemento indicador de negação
(B) cantor – “an” é dígrafo Explic – elemento que contém o significado básico da
(C) trabalho – “tr” encontro consonantal / “lh” é dígrafo palavra
(D) professor – “pr” encontro consonantal q “ss” é dí- Ável = elemento indicador de possibilidade
grafo
RESPOSTA: “A”. Estes elementos formadores da palavra recebem o
nome de morfemas. Através da união das informações
2-) (PREFEITURA DE PINHAIS/PR – INTÉRPRETE DE LI- contidas nos três morfemas de inexplicável, pode-se en-
BRAS – FAFIPA/2014) Assinale a alternativa em que os itens tender o significado pleno dessa palavra: “aquilo que não
destacados possuem o mesmo fonema consonantal em to- tem possibilidade de ser explicado, que não é possível tornar
das as palavras da sequência. claro”.
(A) Externo – precisa – som – usuário.
MORFEMAS = são as menores unidades significativas
(B) Gente – segurança – adjunto – Japão.
que, reunidas, formam as palavras, dando-lhes sentido.
(C) Chefe – caixas – deixo – exatamente.
(D) Cozinha – pesada – lesão – exemplo.
Classificação dos morfemas:
2-) Coloquei entre barras ( / / ) o fonema representado
Radical, lexema ou semantema – é o elemento por-
pela letra destacada:
tador de significado. É através do radical que podemos for-
(A) Externo /s/ – precisa /s/ – som /s/ – usuário /z/
mar outras palavras comuns a um grupo de palavras da
(B) Gente /j/ – segurança /g/ – adjunto /j/ – Japão /j/ mesma família. Exemplo: pequeno, pequenininho, pequenez.
(C) Chefe /x/ – caixas /x/ – deixo /x/ – exatamente O conjunto de palavras que se agrupam em torno de um
/z/ mesmo radical denomina-se família de palavras.
(D) cozinha /z/ – pesada /z/ – lesão /z/– exemplo /z/
RESPOSTA: “D”. Afixos – elementos que se juntam ao radical antes (os
prefixos) ou depois (sufixos) dele. Exemplo: beleza (sufi-
3-) (CORPO DE BOMBEIROS MILITAR/PI – CURSO DE xo), prever (prefixo), infiel.
FORMAÇÃO DE SOLDADOS – UESPI/2014) “Seja Sangue
Bom!” Na sílaba final da palavra “sangue”, encontramos Desinências - Quando se conjuga o verbo amar, ob-
duas letras representando um único fonema. Esse fenôme- têm-se formas como amava, amavas, amava, amávamos,
no também está presente em: amáveis, amavam. Estas modificações ocorrem à medida
A) cartola. que o verbo vai sendo flexionado em número (singular e
B) problema. plural) e pessoa (primeira, segunda ou terceira). Também
C) guaraná. ocorrem se modificarmos o tempo e o modo do verbo
D) água. (amava, amara, amasse, por exemplo). Assim, podemos
E) nascimento. concluir que existem morfemas que indicam as flexões das
palavras. Estes morfemas sempre surgem no fim das pala-
3-) Duas letras representando um único fonema = dí- vras variáveis e recebem o nome de desinências. Há desi-
grafo nências nominais e desinências verbais.
A) cartola = não há dígrafo
B) problema = não há dígrafo • Desinências nominais: indicam o gênero e o número
C) guaraná = não há dígrafo (você ouve o som do “u”) dos nomes. Para a indicação de gênero, o português cos-
D) água = não há dígrafo (você ouve o som do “u”) tuma opor as desinências -o/-a: garoto/garota; menino/
E) nascimento = dígrafo: sc menina. Para a indicação de número, costuma-se utilizar
RESPOSTA: “E”. o morfema –s, que indica o plural em oposição à ausência
de morfema, que indica o singular: garoto/garotos; garota/
garotas; menino/meninos; menina/meninas. No caso dos
nomes terminados em –r e –z, a desinência de plural assu-
me a forma -es: mar/mares; revólver/revólveres; cruz/cruzes.

4
LÍNGUA PORTUGUESA

• Desinências verbais: em nossa língua, as desinências Palavras primitivas: aquelas que, na língua portugue-
verbais pertencem a dois tipos distintos. Há desinências sa, não provêm de outra palavra: pedra, flor.
que indicam o modo e o tempo (desinências modo-tem-
porais) e outras que indicam o número e a pessoa dos ver- Palavras derivadas: aquelas que, na língua portugue-
bos (desinência número-pessoais): sa, provêm de outra palavra: pedreiro, floricultura.

cant-á-va-mos: Palavras simples: aquelas que possuem um só radical:


cant: radical / -á-: vogal temática / -va-: desinência mo- azeite, cavalo.
do-temporal (caracteriza o pretérito imperfeito do indicati-
vo) / -mos: desinência número-pessoal (caracteriza a primei- Palavras compostas: aquelas que possuem mais de
ra pessoa do plural) um radical: couve-flor, planalto.
* As palavras compostas podem ou não ter seus ele-
cant-á-sse-is: mentos ligados por hífen.
cant: radical / -á-: vogal temática / -sse-:desinência mo-
do-temporal (caracteriza o pretérito imperfeito do subjunti- Processos de Formação de Palavras
vo) / -is: desinência número-pessoal (caracteriza a segunda
pessoa do plural) Na Língua Portuguesa há muitos processos de forma-
ção de palavras. Entre eles, os mais comuns são a derivação,
Vogal temática a composição, a onomatopeia, a abreviação e o hibridismo.
Entre o radical cant- e as desinências verbais, surge Derivação por Acréscimo de Afixos
sempre o morfema –a. Este morfema, que liga o radical
às desinências, é chamado de vogal temática. Sua função É o processo pelo qual se obtêm palavras novas (deri-
é ligar-se ao radical, constituindo o chamado tema. É ao vadas) pela anexação de afixos à palavra primitiva. A deri-
tema (radical + vogal temática) que se acrescentam as de- vação pode ser: prefixal, sufixal e parassintética.
sinências. Tanto os verbos como os nomes apresentam vo-
gais temáticas. No caso dos verbos, a vogal temática indica
Prefixal (ou prefixação): a palavra nova é obtida por
as conjugações: -a (da 1.ª conjugação = cantar), -e (da 2.ª
acréscimo de prefixo.
conjugação = escrever) e –i (3.ªconjugação = partir).
In feliz des leal
• Vogais temáticas nominais: São -a, -e, e -o, quando
Prefixo radical prefixo radical
átonas finais, como em mesa, artista, perda, escola, base,
combate. Nestes casos, não poderíamos pensar que essas
terminações são desinências indicadoras de gênero, pois Sufixal (ou sufixação): a palavra nova é obtida por
mesa e escola, por exemplo, não sofrem esse tipo de flexão. acréscimo de sufixo.
A estas vogais temáticas se liga a desinência indicadora
de plural: mesa-s, escola-s, perda-s. Os nomes terminados Feliz mente leal dade
em vogais tônicas (sofá, café, cipó, caqui, por exemplo) não Radical sufixo radical sufixo
apresentam vogal temática.
Parassintética: a palavra nova é obtida pelo acréscimo
• Vogais temáticas verbais: São -a, -e e -i, que ca- simultâneo de prefixo e sufixo. Por parassíntese formam-
racterizam três grupos de verbos a que se dá o nome de se principalmente verbos.
conjugações. Assim, os verbos cuja vogal temática é -a per-
tencem à primeira conjugação; aqueles cuja vogal temática En trist ecer
é -e pertencem à segunda conjugação e os que têm vogal Prefixo radical sufixo
temática -i pertencem à terceira conjugação.
Em tard ecer
Interfixos prefixo radical sufixo

São os elementos (vogais ou consoantes) que se in- Outros Tipos de Derivação


tercalam entre o radical e o sufixo, para facilitar ou mes-
mo possibilitar a leitura de uma determinada palavra. Por Há dois casos em que a palavra derivada é formada
exemplo: sem que haja a presença de afixos. São eles: a derivação
Vogais: frutífero, gasômetro, carnívoro. regressiva e a derivação imprópria.
Consoantes: cafezal, sonolento, friorento.
Derivação regressiva: a palavra nova é obtida por re-
Formação das Palavras dução da palavra primitiva. Ocorre, sobretudo, na formação
de substantivos derivados de verbos.
Há em Português palavras primitivas, palavras deriva- janta (substantivo) - deriva de jantar (verbo) / pesca
das, palavras simples, palavras compostas. (substantivo) – deriva de pescar (verbo)

5
LÍNGUA PORTUGUESA

Derivação imprópria: a palavra nova (derivada) é ob- Fontes de pesquisa:


tida pela mudança de categoria gramatical da palavra pri-
mitiva. Não ocorre, pois, alteração na forma, mas somente http://www.brasilescola.com/gramatica/estrutura-e-
na classe gramatical. formacao-de-palavras-i.htm
Não entendi o porquê da briga. (o substantivo “porquê” SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
deriva da conjunção porque) coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Seu olhar me fascina! (olhar aqui é substantivo, deriva Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
do verbo olhar). ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
** Dica: A derivação regressiva “mexe” na estrutura da Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
palavra e geralmente transforma verbos em substantivos: ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
caça = deriva de caçar, saque = deriva de sacar.
A derivação imprópria não “mexe” com a palavra,
apenas faz com que ela pertença a uma classe gramatical Questões sobre Estrutura das Palavras
“imprópria” da qual ela realmente, ou melhor, costumeira-
mente faz parte. A alteração acontece devido à presença de 1-) (RIOPREVIDÊNCIA – ESPECIALISTA EM PREVIDÊN-
outros termos, como artigos, por exemplo: CIA SOCIAL – CEPERJ/2014) A palavra “infraestrutura” é for-
O verde das matas! (o adjetivo “verde” passou a fun- mada pelo seguinte processo:
cionar como substantivo devido à presença do artigo “o”) A) sufixação
Composição B) prefixação
C) parassíntese
Haverá composição quando se juntarem dois ou mais D) justaposição
radicais para formar uma nova palavra. Há dois tipos de E) aglutinação
composição: justaposição e aglutinação.
1-) Infra = prefixo + estrutura – temos a junção de um
Justaposição: ocorre quando os elementos que for- prefixo com um radical, portanto: derivação prefixal (ou
mam o composto são postos lado a lado, ou seja, justapos-
prefixação).
tos: para-raios, corre-corre, guarda-roupa, segunda-feira,
girassol.
RESPOSTA: “B”.
Composição por aglutinação: ocorre quando os ele-
mentos que formam o composto aglutinam-se e pelo me-
2-) (SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA SOCIAL/MG –
nos um deles perde sua integridade sonora: aguardente
AGENTE DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVO – IBFC/2014)
(água + ardente), planalto (plano + alto), pernalta (perna +
alta), vinagre (vinho + acre). O vocábulo “entristecido”, presente na terceira estrofe, é
um exemplo de:
Outros processos de formação de palavras: a) palavra composta
b) palavra primitiva
Onomatopeia – é a palavra que procura reproduzir c) palavra derivada
certos sons ou ruídos: reco-reco, tique-taque, fom-fom. d) neologismo

Abreviação – é a redução de palavras até o limite per- 2-) en + triste + ido (com consoante de ligação “c”) =
mitido pela compreensão: moto (motocicleta), pneu (pneu- ao radical “triste” foram acrescidos o prefixo “en” e o sufixo
mático), metrô (metropolitano), foto (fotografia). “ido”, ou seja, “entristecido” é palavra derivada do processo
de formação de palavras chamado de: prefixação e sufixa-
* Observação: ção. Para o exercício, basta “derivada”!
- Abreviatura: é a redução na grafia de certas palavras,
limitando-as quase sempre à letra inicial ou às letras ini- RESPOSTA: “C”.
ciais: p. ou pág. (para página), sr. (para senhor).
- Sigla: é um caso especial de abreviatura, na qual se
reduzem locuções substantivas próprias às suas letras ini-
ciais (são as siglas puras) ou sílabas iniciais (siglas impuras),
que se grafam de duas formas: IBGE, MEC (siglas puras);
DETRAN ou Detran, PETROBRAS ou Petrobras (siglas impu-
ras).
- Hibridismo: é a palavra formada com elementos
oriundos de línguas diferentes.
automóvel (auto: grego; móvel: latim)
sociologia (socio: latim; logia: grego)
sambódromo (samba: dialeto africano; dromo: grego)

6
LÍNGUA PORTUGUESA

de lago lacustre
CLASSES DE PALAVRAS E SUAS FLEXÕES
de leão leonino
de lebre leporino
de lua lunar ou selênico
Adjetivo é a palavra que expressa uma qualidade ou
característica do ser e se relaciona com o substantivo, con- de madeira lígneo
cordando com este em gênero e número. de mestre magistral
de ouro áureo
As praias brasileiras estão poluídas.
de paixão passional
Praias = substantivo; brasileiras/poluídas = adjetivos de pâncreas pancreático
(plural e feminino, pois concordam com “praias”).
de porco suíno ou porcino
Locução adjetiva dos quadris ciático
de rio fluvial
Locução = reunião de palavras. Sempre que são ne-
cessárias duas ou mais palavras para falar sobre a mesma de sonho onírico
coisa, tem-se uma locução. Às vezes, uma preposição + de velho senil
substantivo tem o mesmo valor de um adjetivo: é a Locu- de vento eólico
ção Adjetiva (expressão que equivale a um adjetivo). Por
exemplo: aves da noite (aves noturnas), paixão sem freio de vidro vítreo ou hialino
(paixão desenfreada). de virilha inguinal
de visão óptico ou ótico
Observe outros exemplos:
* Observação: nem toda locução adjetiva possui um
de águia aquilino adjetivo correspondente, com o mesmo significado. Por
de aluno discente exemplo: Vi as alunas da 5ª série. / O muro de tijolos caiu.
de anjo angelical Morfossintaxe do Adjetivo (Função Sintática):
de ano anual
de aranha aracnídeo O adjetivo exerce sempre funções sintáticas (função
dentro de uma oração) relativas aos substantivos, atuando
de boi bovino como adjunto adnominal ou como predicativo (do sujeito
de cabelo capilar ou do objeto).
de cabra caprino
Adjetivo Pátrio (ou gentílico)
de campo campestre ou rural
de chuva pluvial Indica a nacionalidade ou o lugar de origem do ser.
Observe alguns deles:
de criança pueril
de dedo digital Estados e cidades brasileiras:
de estômago estomacal ou gástrico
de falcão falconídeo Alagoas alagoano
de farinha farináceo Amapá amapaense
de fera ferino Aracaju aracajuano ou aracajuense
de ferro férreo Amazonas amazonense ou baré
de fogo ígneo Belo Horizonte belo-horizontino
de garganta gutural Brasília brasiliense
de gelo glacial Cabo Frio cabo-friense
de guerra bélico Campinas campineiro ou campinense
de homem viril ou humano
de ilha insular
de inverno hibernal ou invernal

7
LÍNGUA PORTUGUESA

Adjetivo Pátrio Composto

Na formação do adjetivo pátrio composto, o primeiro elemento aparece na forma reduzida e, normalmente, erudita.
Observe alguns exemplos:

África afro- / Cultura afro-americana


Alemanha germano- ou teuto-/Competições teuto-inglesas
América américo- / Companhia américo-africana
Bélgica belgo- / Acampamentos belgo-franceses
China sino- / Acordos sino-japoneses
Espanha hispano- / Mercado hispano-português
Europa euro- / Negociações euro-americanas
França franco- ou galo- / Reuniões franco-italianas
Grécia greco- / Filmes greco-romanos
Inglaterra anglo- / Letras anglo-portuguesas
Itália ítalo- / Sociedade ítalo-portuguesa
Japão nipo- / Associações nipo-brasileiras
Portugal luso- / Acordos luso-brasileiros

Flexão dos adjetivos

O adjetivo varia em gênero, número e grau.

Gênero dos Adjetivos

Os adjetivos concordam com o substantivo a que se referem (masculino e feminino). De forma semelhante aos subs-
tantivos, classificam-se em:

Biformes - têm duas formas, sendo uma para o masculino e outra para o feminino: ativo e ativa, mau e má.
Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no feminino somente o último elemento: o moço norte-americano, a
moça norte-americana.

* Exceção: surdo-mudo e surda-muda.

Uniformes - têm uma só forma tanto para o masculino como para o feminino: homem feliz e mulher feliz.
Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no feminino: conflito político-social e desavença político-social.

Número dos Adjetivos

Plural dos adjetivos simples

Os adjetivos simples se flexionam no plural de acordo com as regras estabelecidas para a flexão numérica dos substan-
tivos simples: mau e maus, feliz e felizes, ruim e ruins, boa e boas.
Caso o adjetivo seja uma palavra que também exerça função de substantivo, ficará invariável, ou seja, se a palavra que
estiver qualificando um elemento for, originalmente, um substantivo, ela manterá sua forma primitiva. Exemplo: a palavra
cinza é, originalmente, um substantivo; porém, se estiver qualificando um elemento, funcionará como adjetivo. Ficará, en-
tão, invariável. Logo: camisas cinza, ternos cinza.

Veja outros exemplos:


Motos vinho (mas: motos verdes)
Paredes musgo (mas: paredes brancas).
Comícios monstro (mas: comícios grandiosos).

8
LÍNGUA PORTUGUESA

Adjetivo Composto Observe que:


a) As formas menor e pior são comparativos de supe-
É aquele formado por dois ou mais elementos. Nor- rioridade, pois equivalem a mais pequeno e mais mau, res-
malmente, esses elementos são ligados por hífen. Apenas pectivamente.
o último elemento concorda com o substantivo a que se b) Bom, mau, grande e pequeno têm formas sintéticas
refere; os demais ficam na forma masculina, singular. Caso (melhor, pior, maior e menor), porém, em comparações fei-
um dos elementos que formam o adjetivo composto seja tas entre duas qualidades de um mesmo elemento, deve-se
um substantivo adjetivado, todo o adjetivo composto ficará usar as formas analíticas mais bom, mais mau,mais grande
invariável. Por exemplo: a palavra “rosa” é, originalmente, e mais pequeno. Por exemplo:
um substantivo, porém, se estiver qualificando um elemen- Pedro é maior do que Paulo - Comparação de dois ele-
to, funcionará como adjetivo. Caso se ligue a outra pala- mentos.
vra por hífen, formará um adjetivo composto; como é um Pedro é mais grande que pequeno - comparação de
substantivo adjetivado, o adjetivo composto inteiro ficará duas qualidades de um mesmo elemento.
invariável. Veja:
Camisas rosa-claro. Sou menos alto (do) que você. = Comparativo de Infe-
Ternos rosa-claro.
rioridade
Olhos verde-claros.
Sou menos passivo (do) que tolerante.
Calças azul-escuras e camisas verde-mar.
Telhados marrom-café e paredes verde-claras.
Superlativo
* Observação:
- Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qualquer O superlativo expressa qualidades num grau muito ele-
adjetivo composto iniciado por “cor-de-...” são sempre in- vado ou em grau máximo. Pode ser absoluto ou relativo e
variáveis: roupas azul-marinho, tecidos azul-celeste, vestidos apresenta as seguintes modalidades:
cor-de-rosa. Superlativo Absoluto: ocorre quando a qualidade de
- O adjetivo composto surdo-mudo tem os dois ele- um ser é intensificada, sem relação com outros seres. Apre-
mentos flexionados: crianças surdas-mudas. senta-se nas formas:
1-) Analítica: a intensificação é feita com o auxílio
Grau do Adjetivo de palavras que dão ideia de intensidade (advérbios). Por
exemplo: O concurseiro é muito esforçado.
Os adjetivos se flexionam em grau para indicar a inten- 2-) Sintética: nesta, há o acréscimo de sufixos. Por
sidade da qualidade do ser. São dois os graus do adjetivo: exemplo: O concurseiro é esforçadíssimo.
o comparativo e o superlativo.
Observe alguns superlativos sintéticos:
Comparativo
benéfico - beneficentíssimo
Nesse grau, comparam-se a mesma característica atri-
buída a dois ou mais seres ou duas ou mais características bom - boníssimo ou ótimo
atribuídas ao mesmo ser. O comparativo pode ser de igual- comum - comuníssimo
dade, de superioridade ou de inferioridade.
cruel - crudelíssimo
Sou tão alto como você. = Comparativo de Igualdade difícil - dificílimo
No comparativo de igualdade, o segundo termo da doce - dulcíssimo
comparação é introduzido pelas palavras como, quanto ou
quão. fácil - facílimo
fiel - fidelíssimo
Sou mais alto (do) que você. = Comparativo de Supe-
rioridade Analítico Superlativo Relativo: ocorre quando a qualidade de
No comparativo de superioridade analítico, entre os um ser é intensificada em relação a um conjunto de seres.
dois substantivos comparados, um tem qualidade supe- Essa relação pode ser:
rior. A forma é analítica porque pedimos auxílio a “mais...do 1-) De Superioridade: Essa matéria é a mais fácil de
que” ou “mais...que”.
todas.
2-) De Inferioridade: Essa matéria é a menos fácil de
O Sol é maior (do) que a Terra. = Comparativo de Supe-
todas.
rioridade Sintético

Alguns adjetivos possuem, para o comparativo de * Note bem:


superioridade, formas sintéticas, herdadas do latim. São 1) O superlativo absoluto analítico é expresso por meio
eles: bom /melhor, pequeno/menor, mau/pior, alto/superior, dos advérbios muito, extremamente, excepcionalmente, an-
grande/maior, baixo/inferior. tepostos ao adjetivo.

9
LÍNGUA PORTUGUESA

2) O superlativo absoluto sintético se apresenta sob - de inferioridade: menos + advérbio + que (do que):
duas formas: uma erudita - de origem latina - outra po- Renato fala menos alto do que João.
pular - de origem vernácula. A forma erudita é constituída - de superioridade:
pelo radical do adjetivo latino + um dos sufixos -íssimo, 1-) Analítico: mais + advérbio + que (do que): Renato
-imo ou érrimo: fidelíssimo, facílimo, paupérrimo. A forma fala mais alto do que João.
popular é constituída do radical do adjetivo português + o 2-) Sintético: melhor ou pior que (do que): Renato fala
sufixo -íssimo: pobríssimo, agilíssimo. melhor que João.
3-) Os adjetivos terminados em –io fazem o superlativo
com dois “ii”: frio – friíssimo, sério – seriíssimo; os termi- Grau Superlativo
nados em –eio, com apenas um “i”: feio - feíssimo, cheio
– cheíssimo. O superlativo pode ser analítico ou sintético:
- Analítico: acompanhado de outro advérbio: Renato
Fontes de pesquisa: fala muito alto.
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf32. muito = advérbio de intensidade / alto = advérbio de
php modo
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: - Sintético: formado com sufixos: Renato fala altíssimo.
Saraiva, 2010.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- * Observação: as formas diminutivas (cedinho, perti-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. nho, etc.) são comuns na língua popular.
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- Maria mora pertinho daqui. (muito perto)
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. A criança levantou cedinho. (muito cedo)

Advérbio Classificação dos Advérbios

Compare estes exemplos: De acordo com a circunstância que exprime, o advér-


bio pode ser de:
Lugar: aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, atrás,
O ônibus chegou.
além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí, abaixo,
O ônibus chegou ontem.
aonde, longe, debaixo, algures, defronte, nenhures, adentro,
afora, alhures, aquém, embaixo, externamente, a distância,
Advérbio é uma palavra invariável que modifica o sen-
à distância de, de longe, de perto, em cima, à direita, à es-
tido do verbo (acrescentando-lhe circunstâncias de tempo,
querda, ao lado, em volta.
de modo, de lugar, de intensidade), do adjetivo e do próprio Tempo: hoje, logo, primeiro, ontem, tarde, outrora,
advérbio. amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes,
Estudei bastante. = modificando o verbo estudei doravante, nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já, en-
Ele canta muito bem! = intensificando outro advérbio fim, afinal, amiúde, breve, constantemente, entrementes,
(bem) imediatamente, primeiramente, provisoriamente, sucessiva-
Ela tem os olhos muito claros. = relação com um adje- mente, às vezes, à tarde, à noite, de manhã, de repente, de
tivo (claros) vez em quando, de quando em quando, a qualquer momen-
to, de tempos em tempos, em breve, hoje em dia.
Quando modifica um verbo, o advérbio pode acrescen- Modo: bem, mal, assim, adrede, melhor, pior, depressa,
tar ideia de: acinte, debalde, devagar, às pressas, às claras, às cegas, à
Tempo: Ela chegou tarde. toa, à vontade, às escondidas, aos poucos, desse jeito, desse
Lugar: Ele mora aqui. modo, dessa maneira, em geral, frente a frente, lado a lado,
Modo: Eles agiram mal. a pé, de cor, em vão e a maior parte dos que terminam em
Negação: Ela não saiu de casa. “-mente”: calmamente, tristemente, propositadamente, pa-
Dúvida: Talvez ele volte. cientemente, amorosamente, docemente, escandalosamen-
te, bondosamente, generosamente.
Flexão do Advérbio Afirmação: sim, certamente, realmente, decerto, efeti-
vamente, certo, decididamente, deveras, indubitavelmente.
Os advérbios são palavras invariáveis, isto é, não apre- Negação: não, nem, nunca, jamais, de modo algum, de
sentam variação em gênero e número. Alguns advérbios, forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum.
porém, admitem a variação em grau. Observe: Dúvida: acaso, porventura, possivelmente, provavel-
mente, quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem sabe.
Grau Comparativo Intensidade: muito, demais, pouco, tão, em excesso,
bastante, mais, menos, demasiado, quanto, quão, tanto, as-
Forma-se o comparativo do advérbio do mesmo modo saz, que (equivale a quão), tudo, nada, todo, quase, de todo,
que o comparativo do adjetivo: de muito, por completo, extremamente, intensamente, gran-
- de igualdade: tão + advérbio + quanto (como): Re- demente, bem (quando aplicado a propriedades graduá-
nato fala tão alto quanto João. veis).

10
LÍNGUA PORTUGUESA

Exclusão: apenas, exclusivamente, salvo, senão, somen- Locução Adverbial


te, simplesmente, só, unicamente. Por exemplo: Brando, o
vento apenas move a copa das árvores. Quando há duas ou mais palavras que exercem função
Inclusão: ainda, até, mesmo, inclusivamente, também. de advérbio, temos a locução adverbial, que pode expres-
Por exemplo: O indivíduo também amadurece durante a sar as mesmas noções dos advérbios. Iniciam ordinaria-
adolescência. mente por uma preposição. Veja:
Ordem: depois, primeiramente, ultimamente. Por lugar: à esquerda, à direita, de longe, de perto, para
exemplo: Primeiramente, eu gostaria de agradecer aos meus dentro, por aqui, etc.
amigos por comparecerem à festa. afirmação: por certo, sem dúvida, etc.
modo: às pressas, passo a passo, de cor, em vão, em
* Saiba que: geral, frente a frente, etc.
- Para se exprimir o limite de possibilidade, antepõe-se tempo: de noite, de dia, de vez em quando, à tarde, hoje
ao advérbio “o mais” ou “o menos”. Por exemplo: Ficarei em dia, nunca mais, etc.
o mais longe que puder daquele garoto. Voltarei o menos
tarde possível. * Observações:
- Quando ocorrem dois ou mais advérbios em -mente, - tanto a locução adverbial como o advérbio modifi-
em geral sufixamos apenas o último: Por exemplo: O aluno cam o verbo, o adjetivo e outro advérbio:
respondeu calma e respeitosamente. Chegou muito cedo. (advérbio)
Joana é muito bela. (adjetivo)
Distinção entre Advérbio e Pronome Indefinido De repente correram para a rua. (verbo)

Há palavras como muito, bastante, que podem apare- - Usam-se, de preferência, as formas mais bem e mais
cer como advérbio e como pronome indefinido. mal antes de adjetivos ou de verbos no particípio:
Advérbio: refere-se a um verbo, adjetivo, ou a outro Essa matéria é mais bem interessante que aquela.
advérbio e não sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muito. Nosso aluno foi o mais bem colocado no concurso!
Pronome Indefinido: relaciona-se a um substantivo e - O numeral “primeiro”, ao modificar o verbo, é advér-
sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muitos quilômetros. bio: Cheguei primeiro.

* Dica: Como saber se a palavra bastante é advérbio - Quanto a sua função sintática: o advérbio e a locução
(não varia, não se flexiona) ou pronome indefinido (varia, adverbial desempenham na oração a função de adjunto
sofre flexão)? Se der, na frase, para substituir o “bastante” adverbial, classificando-se de acordo com as circunstân-
por “muito”, estamos diante de um advérbio; se der para cias que acrescentam ao verbo, ao adjetivo ou ao advérbio.
substituir por “muitos” (ou muitas), é um pronome. Veja: Exemplo:
Meio cansada, a candidata saiu da sala. = adjunto ad-
1-) Estudei bastante para o concurso. (estudei muito, verbial de intensidade (ligado ao adjetivo “cansada”)
pois “muitos” não dá!). = advérbio Trovejou muito ontem. = adjunto adverbial de intensi-
dade e de tempo, respectivamente.
2-) Estudei bastantes capítulos para o concurso. (estudei
muitos capítulos) = pronome indefinido Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf75.
Advérbios Interrogativos php
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
São as palavras: onde? aonde? donde? quando? como? ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
por quê? nas interrogações diretas ou indiretas, referentes Saraiva, 2010.
às circunstâncias de lugar, tempo, modo e causa. Veja: Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Interrogação Direta Interrogação Indireta SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Como aprendeu? Perguntei como aprendeu.
Onde mora? Indaguei onde morava. Artigo
Por que choras? Não sei por que choras.
O artigo integra as dez classes gramaticais, definindo-
Aonde vai? Perguntei aonde ia. se como o termo variável que serve para individualizar ou
Donde vens? Pergunto donde vens. generalizar o substantivo, indicando, também, o gênero
Quando voltas? Pergunto quando voltas. (masculino/feminino) e o número (singular/plural).
Os artigos se subdividem em definidos (“o” e as va-
riações “a”[as] e [os]) e indefinidos (“um” e as variações
“uma”[s] e “uns”).

11
LÍNGUA PORTUGUESA

Artigos definidos – São aqueles usados para indicar Mas, se o nome apresentar um caracterizador, a pre-
seres determinados, expressos de forma individual: sença do artigo será obrigatória: O professor visitará a bela
O concurseiro estuda muito. Os concurseiros estudam Roma.
muito.
- antes de pronomes de tratamento:
Artigos indefinidos – São aqueles usados para indicar Vossa Senhoria sairá agora?
seres de modo vago, impreciso: Exceção: O senhor vai à festa?
Uma candidata foi aprovada! Umas candidatas foram
aprovadas! - após o pronome relativo “cujo” e suas variações:
Esse é o concurso cujas provas foram anuladas?
Circunstâncias em que os artigos se manifestam: Este é o candidato cuja nota foi a mais alta.

* Considera-se obrigatório o uso do artigo depois do Fontes de pesquisa:


numeral “ambos”: http://www.brasilescola.com/gramatica/artigo.htm
Ambos os concursos cobrarão tal conteúdo. Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
* Nomes próprios indicativos de lugar admitem o uso Saraiva, 2010.
do artigo, outros não: Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
São Paulo, O Rio de Janeiro, Veneza, A Bahia... ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.SACCO-
NI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed.
* Quando indicado no singular, o artigo definido pode Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
indicar toda uma espécie: Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
O trabalho dignifica o homem. ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
* No caso de nomes próprios personativos, denotando
a ideia de familiaridade ou afetividade, é facultativo o uso Conjunção
do artigo:
Marcela é a mais extrovertida das irmãs. Além da preposição, há outra palavra também invariá-
O Pedro é o xodó da família. vel que, na frase, é usada como elemento de ligação: a con-
junção. Ela serve para ligar duas orações ou duas palavras
* No caso de os nomes próprios personativos estarem de mesma função em uma oração:
no plural, são determinados pelo uso do artigo: O concurso será realizado nas cidades de Campinas e
Os Maias, os Incas, Os Astecas... São Paulo.
A prova não será fácil, por isso estou estudando muito.
* Usa-se o artigo depois do pronome indefinido to-
do(a) para conferir uma ideia de totalidade. Sem o uso dele Morfossintaxe da Conjunção
(o artigo), o pronome assume a noção de qualquer.
Toda a classe parabenizou o professor. (a sala toda) As conjunções, a exemplo das preposições, não exer-
Toda classe possui alunos interessados e desinteressa- cem propriamente uma função sintática: são conectivos.
dos. (qualquer classe)
Classificação da Conjunção
* Antes de pronomes possessivos, o uso do artigo é
facultativo: De acordo com o tipo de relação que estabelecem, as
Preparei o meu curso. Preparei meu curso. conjunções podem ser classificadas em coordenativas e
subordinativas. No primeiro caso, os elementos ligados
* A utilização do artigo indefinido pode indicar uma pela conjunção podem ser isolados um do outro. Esse iso-
ideia de aproximação numérica: lamento, no entanto, não acarreta perda da unidade de
O máximo que ele deve ter é uns vinte anos. sentido que cada um dos elementos possui. Já no segundo
caso, cada um dos elementos ligados pela conjunção de-
* O artigo também é usado para substantivar palavras pende da existência do outro. Veja:
pertencentes a outras classes gramaticais:
Não sei o porquê de tudo isso. Estudei muito, mas ainda não compreendi o conteúdo.
Podemos separá-las por ponto:
* Há casos em que o artigo definido não pode ser Estudei muito. Ainda não compreendi o conteúdo.
usado:
- antes de nomes de cidade e de pessoas conhecidas: Temos acima um exemplo de conjunção (e, conse-
O professor visitará Roma. quentemente, orações coordenadas) coordenativa – “mas”.
Já em:

12
LÍNGUA PORTUGUESA

Espero que eu seja aprovada no concurso! As conjunções subordinativas subdividem-se em inte-


Não conseguimos separar uma oração da outra, pois a grantes e adverbiais:
segunda “completa” o sentido da primeira (da oração prin-
cipal): 1. Integrantes - Indicam que a oração subordinada por
Espero o quê? Ser aprovada. Nesse período temos uma elas introduzida completa ou integra o sentido da principal.
oração subordinada substantiva objetiva direta (ela exerce Introduzem orações que equivalem a substantivos, ou seja,
a função de objeto direto do verbo da oração principal). as orações subordinadas substantivas. São elas: que, se.
Quero que você volte. (Quero sua volta)
Conjunções Coordenativas
2. Adverbiais - Indicam que a oração subordinada
São aquelas que ligam orações de sentido completo exerce a função de adjunto adverbial da principal. De acor-
e independente ou termos da oração que têm a mesma do com a circunstância que expressam, classificam-se em:
a) Causais: introduzem uma oração que é causa da
função gramatical. Subdividem-se em:
ocorrência da oração principal. São elas: porque, que, como
1) Aditivas: ligam orações ou palavras, expressando
(= porque, no início da frase), pois que, visto que, uma vez
ideia de acréscimo ou adição. São elas: e, nem (= e não),
que, porquanto, já que, desde que, etc.
não só... mas também, não só... como também, bem como, Ele não fez a pesquisa porque não dispunha de meios.
não só... mas ainda.
A sua pesquisa é clara e objetiva. b) Concessivas: introduzem uma oração que expressa
Não só dança, mas também canta. ideia contrária à da principal, sem, no entanto, impedir sua
realização. São elas: embora, ainda que, apesar de que, se
2) Adversativas: ligam duas orações ou palavras, ex- bem que, mesmo que, por mais que, posto que, conquanto,
pressando ideia de contraste ou compensação. São elas: etc.
mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não Embora fosse tarde, fomos visitá-lo.
obstante.
Tentei chegar mais cedo, porém não consegui. c) Condicionais: introduzem uma oração que indica a
hipótese ou a condição para ocorrência da principal. São
3) Alternativas: ligam orações ou palavras, expressan- elas: se, caso, contanto que, salvo se, a não ser que, desde
do ideia de alternância ou escolha, indicando fatos que se que, a menos que, sem que, etc.
realizam separadamente. São elas: ou, ou... ou, ora... ora, já... Se precisar de minha ajuda, telefone-me.
já, quer... quer, seja... seja, talvez... talvez.
** Dica: você deve ter percebido que a conjunção con-
Ou escolho agora, ou fico sem presente de aniversário.
dicional “se” também é conjunção integrante. A diferença é
clara ao ler as orações que são introduzidas por ela. Acima,
4) Conclusivas: ligam a oração anterior a uma oração
ela nos dá a ideia da condição para que recebamos um
que expressa ideia de conclusão ou consequência. São elas: telefonema (se for preciso ajuda). Já na oração:
logo, pois (depois do verbo), portanto, por conseguinte, por Não sei se farei o concurso...
isso, assim. Não há ideia de condição alguma, há? Outra coisa: o
Marta estava bem preparada para o teste, portanto não verbo da oração principal (sei) pede complemento (objeto
ficou nervosa. direto, já que “quem não sabe, não sabe algo”). Portanto,
Você nos ajudou muito; terá, pois, nossa gratidão. a oração em destaque exerce a função de objeto direto da
oração principal, sendo classificada como oração subordi-
5) Explicativas: ligam a oração anterior a uma oração nada substantiva objetiva direta.
que a explica, que justifica a ideia nela contida. São elas: d) Conformativas: introduzem uma oração que expri-
que, porque, pois (antes do verbo), porquanto. me a conformidade de um fato com outro. São elas: confor-
Não demore, que o filme já vai começar. me, como (= conforme), segundo, consoante, etc.
Falei muito, pois não gosto do silêncio! O passeio ocorreu como havíamos planejado.

Conjunções Subordinativas e) Finais: introduzem uma oração que expressa a fina-


lidade ou o objetivo com que se realiza a oração principal.
São elas: para que, a fim de que, que, porque (= para que),
São aquelas que ligam duas orações, sendo uma delas
que, etc.
dependente da outra. A oração dependente, introduzida
Toque o sinal para que todos entrem no salão.
pelas conjunções subordinativas, recebe o nome de ora-
ção subordinada. Veja o exemplo: O baile já tinha começado f) Proporcionais: introduzem uma oração que expres-
quando ela chegou. sa um fato relacionado proporcionalmente à ocorrência do
O baile já tinha começado: oração principal expresso na principal. São elas: à medida que, à proporção
quando: conjunção subordinativa (adverbial temporal) que, ao passo que e as combinações quanto mais... (mais),
ela chegou: oração subordinada quanto menos... (menos), quanto menos... (mais), quanto
menos... (menos), etc.

13
LÍNGUA PORTUGUESA

O preço fica mais caro à medida que os produtos escas- Fontes de pesquisa:
seiam. http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf84.
php
* Observação: são incorretas as locuções proporcio- SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
nais à medida em que, na medida que e na medida em que. coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
g) Temporais: introduzem uma oração que acrescenta ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
uma circunstância de tempo ao fato expresso na oração Saraiva, 2010.
principal. São elas: quando, enquanto, antes que, depois que, Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
logo que, todas as vezes que, desde que, sempre que, assim ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
que, agora que, mal (= assim que), etc. Interjeição
A briga começou assim que saímos da festa.
Interjeição é a palavra invariável que exprime emo-
h) Comparativas: introduzem uma oração que expres- ções, sensações, estados de espírito. É um recurso da lin-
sa ideia de comparação com referência à oração principal. guagem afetiva, em que não há uma ideia organizada de
São elas: como, assim como, tal como, como se, (tão)... como, maneira lógica, como são as sentenças da língua, mas sim
a manifestação de um suspiro, um estado da alma decor-
tanto como, tanto quanto, do que, quanto, tal, qual, tal qual,
rente de uma situação particular, um momento ou um con-
que nem, que (combinado com menos ou mais), etc.
texto específico. Exemplos:
O jogo de hoje será mais difícil que o de ontem.
Ah, como eu queria voltar a ser criança!
ah: expressão de um estado emotivo = interjeição
i) Consecutivas: introduzem uma oração que expressa Hum! Esse pudim estava maravilhoso!
a consequência da principal. São elas: de sorte que, de modo hum: expressão de um pensamento súbito = interjei-
que, sem que (= que não), de forma que, de jeito que, que ção
(tendo como antecedente na oração principal uma palavra
como tal, tão, cada, tanto, tamanho), etc. O significado das interjeições está vinculado à maneira
Estudou tanto durante a noite que dormiu na hora do como elas são proferidas. O tom da fala é que dita o senti-
exame. do que a expressão vai adquirir em cada contexto em que
for utilizada. Exemplos:
Atenção: Muitas conjunções não têm classificação úni- Psiu!
ca, imutável, devendo, portanto, ser classificadas de acor- contexto: alguém pronunciando esta expressão na rua
do com o sentido que apresentam no contexto (grifo ; significado da interjeição (sugestão): “Estou te chamando!
da Zê!). Ei, espere!”

O bom relacionamento entre as conjunções de um Psiu!


texto garante a perfeita estruturação de suas frases e pa- contexto: alguém pronunciando em um hospital; sig-
rágrafos, bem como a compreensão eficaz de seu conteú- nificado da interjeição (sugestão): “Por favor, faça silêncio!”
do. Interagindo com palavras de outras classes gramaticais
essenciais ao inter-relacionamento das partes de frases e Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio!
textos - como os pronomes, preposições, alguns advérbios puxa: interjeição; tom da fala: euforia
e numerais -, as conjunções fazem parte daquilo a que se
pode chamar de “a arquitetura textual”, isto é, o con- Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte!
junto das relações que garantem a coesão do enunciado. puxa: interjeição; tom da fala: decepção
O sucesso desse conjunto de relações depende do conhe-
cimento do valor relacional das conjunções, uma vez que As interjeições cumprem, normalmente, duas funções:
a) Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo alegria,
estas interferem semanticamente no enunciado.
tristeza, dor, etc.
Dessa forma, deve-se dedicar atenção especial às con-
Ah, deve ser muito interessante!
junções tanto na leitura como na produção de textos. Nos
textos narrativos, elas estão muitas vezes ligadas à expres-
b) Sintetizar uma frase apelativa.
são de circunstâncias fundamentais à condução da história, Cuidado! Saia da minha frente.
como as noções de tempo, finalidade, causa e consequên-
cia. Nos textos dissertativos, evidenciam muitas vezes a li- As interjeições podem ser formadas por:
nha expositiva ou argumentativa adotada - é o caso das a) simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô
exposições e argumentações construídas por meio de con- b) palavras: Oba! Olá! Claro!
trastes e oposições, que implicam o uso das adversativas e c) grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu Deus!
concessivas. Ora bolas!

14
LÍNGUA PORTUGUESA

Classificação das Interjeições 3) A interjeição pode ser considerada uma “palavra-


frase” porque sozinha pode constituir uma mensagem. Por
Comumente, as interjeições expressam sentido de: exemplo:
Advertência: Cuidado! Devagar! Calma! Sentido! Aten- Socorro! Ajudem-me! Silêncio! Fique quieto!
ção! Olha! Alerta!
Afugentamento: Fora! Passa! Rua! 4) Há, também, as interjeições onomatopaicas ou imi-
Alegria ou Satisfação: Oh! Ah! Eh! Oba! Viva! tativas, que exprimem ruídos e vozes. Por exemplo: Miau!
Alívio: Arre! Uf! Ufa! Ah! Bumba! Zás! Plaft! Pof! Catapimba! Tique-taque! Quá-quá-
Animação ou Estímulo: Vamos! Força! Coragem! Âni- quá!, etc.
mo! Adiante!
Aplauso ou Aprovação: Bravo! Bis! Apoiado! Viva! 5) Não se deve confundir a interjeição de apelo “ó” com
Concordância: Claro! Sim! Pois não! Tá! a sua homônima “oh!”, que exprime admiração, alegria,
Repulsa ou Desaprovação: Credo! Ih! Francamente! tristeza, etc. Faz-se uma pausa depois do “oh!” exclamativo
Essa não! Chega! Basta! e não a fazemos depois do “ó” vocativo. Por exemplo:
Desejo ou Intenção: Pudera! Tomara! Oxalá! Queira “Ó natureza! ó mãe piedosa e pura!” (Olavo Bilac)
Deus! Oh! a jornada negra!” (Olavo Bilac)
Desculpa: Perdão!
Dor ou Tristeza: Ai! Ui! Ai de mim! Que pena! Fontes de pesquisa:
Dúvida ou Incredulidade: Que nada! Qual o quê! http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf89.
Espanto ou Admiração: Oh! Ah! Uai! Puxa! Céus! Quê! php
Caramba! Opa! Nossa! Hein? Cruz! Putz! SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
Impaciência ou Contrariedade: Hum! Raios! Puxa! Pô! coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Ora! Português – Literatura, Produção de Textos & Gramática
Pedido de Auxílio: Socorro! Aqui! Piedade! – volume único / Samira Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa
Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve! Viva! Souza. – 3. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2002.
Adeus! Olá! Alô! Ei! Tchau! Psiu! Socorro! Valha-me, Deus! Numeral
Silêncio: Psiu! Silêncio!
Numeral é a palavra variável que indica quantidade
Terror ou Medo: Credo! Cruzes! Minha nossa!
numérica ou ordem; expressa a quantidade exata de pes-
soas ou coisas ou o lugar que elas ocupam numa determi-
* Saiba que: As interjeições são palavras invariáveis,
nada sequência.
isto é, não sofrem variação em gênero, número e grau
como os nomes, nem de número, pessoa, tempo, modo,
* Note bem: os numerais traduzem, em palavras, o que
aspecto e voz como os verbos. No entanto, em uso espe-
os números indicam em relação aos seres. Assim, quando
cífico, algumas interjeições sofrem variação em grau. Não
se trata de um processo natural desta classe de palavra, a expressão é colocada em números (1, 1.º, 1/3, etc.) não se
mas tão só uma variação que a linguagem afetiva permite. trata de numerais, mas sim de algarismos.
Exemplos: oizinho, bravíssimo, até loguinho. Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem a
ideia expressa pelos números, existem mais algumas pala-
Locução Interjetiva vras consideradas numerais porque denotam quantidade,
proporção ou ordenação. São alguns exemplos: década,
Ocorre quando duas ou mais palavras formam uma dúzia, par, ambos(as), novena.
expressão com sentido de interjeição: Ora bolas!, Virgem
Maria!, Meu Deus!, Ó de casa!, Ai de mim!, Graças a Deus! Classificação dos Numerais
Toda frase mais ou menos breve dita em tom exclama-
tivo torna-se uma locução interjetiva, dispensando análise - Cardinais: indicam quantidade exata ou determina-
dos termos que a compõem: Macacos me mordam!, Valha- da de seres: um, dois, cem mil, etc. Alguns cardinais têm
me Deus!, Quem me dera! sentido coletivo, como por exemplo: século, par, dúzia, dé-
cada, bimestre.
* Observações:
1) As interjeições são como frases resumidas, sintéticas. - Ordinais: indicam a ordem, a posição que alguém ou
Por exemplo: alguma coisa ocupa numa determinada sequência: primei-
Ué! (= Eu não esperava por essa!) ro, segundo, centésimo, etc.
Perdão! (= Peço-lhe que me desculpe.)
* Observação importante:
2) Além do contexto, o que caracteriza a interjeição é As palavras anterior, posterior, último, antepenúltimo,
o seu tom exclamativo; por isso, palavras de outras classes final e penúltimo também indicam posição dos seres, mas
gramaticais podem aparecer como interjeições. Por exem- são classificadas como adjetivos, não ordinais.
plo:
Viva! Basta! (Verbos) - Fracionários: indicam parte de uma quantidade, ou
Fora! Francamente! (Advérbios) seja, uma divisão dos seres: meio, terço, dois quintos, etc.

15
LÍNGUA PORTUGUESA

- Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação - Para designar papas, reis, imperadores, séculos e par-
dos seres, indicando quantas vezes a quantidade foi au- tes em que se divide uma obra, utilizam-se os ordinais até
mentada: dobro, triplo, quíntuplo, etc. décimo e, a partir daí, os cardinais, desde que o numeral
venha depois do substantivo;
Flexão dos numerais
Ordinais Cardinais
Os numerais cardinais que variam em gênero são um/
uma, dois/duas e os que indicam centenas de duzentos/du- João Paulo II (segundo) Tomo XV (quinze)
zentas em diante: trezentos/trezentas; quatrocentos/quatro- D. Pedro II (segundo) Luís XVI (dezesseis)
centas, etc. Cardinais como milhão, bilhão, trilhão, variam
em número: milhões, bilhões, trilhões. Os demais cardinais Ato II (segundo) Capítulo XX (vinte)
são invariáveis. Século VIII (oitavo) Século XX (vinte)
Canto IX (nono) João XXIII ( vinte e três)
Os numerais ordinais variam em gênero e número:
- Se o numeral aparece antes do substantivo, será lido
primeiro segundo milésimo como ordinal: XXX Feira do Bordado. (trigésima)
primeira segunda milésima
** Dica: Ordinal lembra ordem. Memorize assim, por
primeiros segundos milésimos associação. Ficará mais fácil!
primeiras segundas milésimas - Para designar leis, decretos e portarias, utiliza-se o
ordinal até nono e o cardinal de dez em diante:
Os numerais multiplicativos são invariáveis quando
atuam em funções substantivas: Fizeram o dobro do esforço Artigo 1.° (primeiro) Artigo 10 (dez)
e conseguiram o triplo de produção. Artigo 9.° (nono) Artigo 21 (vinte e um)
Quando atuam em funções adjetivas, esses numerais
flexionam-se em gênero e número: Teve de tomar doses tri- - Ambos/ambas = numeral dual, porque sempre se
plas do medicamento. refere a dois seres. Significam “um e outro”, “os dois” (ou
Os numerais fracionários flexionam-se em gênero e “uma e outra”, “as duas”) e são largamente empregados
número. Observe: um terço/dois terços, uma terça parte/ para retomar pares de seres aos quais já se fez referência.
duas terças partes. Sua utilização exige a presença do artigo posposto: Ambos
Os numerais coletivos flexionam-se em número: uma os concursos realizarão suas provas no mesmo dia. O arti-
dúzia, um milheiro, duas dúzias, dois milheiros. go só é dispensado caso haja um pronome demonstrativo:
É comum na linguagem coloquial a indicação de grau Ambos esses ministros falarão à imprensa.
nos numerais, traduzindo afetividade ou especialização de
sentido. É o que ocorre em frases como: Função sintática do Numeral
“Me empresta duzentinho...”
É artigo de primeiríssima qualidade! O numeral tem mais de uma função sintática:
O time está arriscado por ter caído na segundona. (= - se na oração analisada seu papel é de adjetivo, o
segunda divisão de futebol) numeral assumirá a função de adjunto adnominal; se fizer
papel de substantivo, pode ter a função de sujeito, objeto
Emprego e Leitura dos Numerais direto ou indireto.
- Os numerais são escritos em conjunto de três alga- Visitamos cinco casas, mas só gostamos de duas.
rismos, contados da direita para a esquerda, em forma de Objeto direto = cinco casas
centenas, dezenas e unidades, tendo cada conjunto uma Núcleo do objeto direto = casas
separação através de ponto ou espaço correspondente a Adjunto adnominal = cinco
um ponto: 8.234.456 ou 8 234 456. Objeto indireto = de duas
- Em sentido figurado, usa-se o numeral para indicar
Núcleo do objeto indireto = duas
exagero intencional, constituindo a figura de linguagem
conhecida como hipérbole: Já li esse texto mil vezes.
- No português contemporâneo, não se usa a conjun-
ção “e” após “mil”, seguido de centena:
Nasci em mil novecentos e noventa e dois.
Seu salário será de mil quinhentos e cinquenta reais.

* Mas, se a centena começa por “zero” ou termina por


dois zeros, usa-se o “e”:
Seu salário será de mil e quinhentos reais. (R$1.500,00)
Gastamos mil e quarenta reais. (R$1.040,00)

16
LÍNGUA PORTUGUESA

Quadro de alguns numerais

Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários


um primeiro - -
dois segundo dobro, duplo meio
três terceiro triplo, tríplice terço
quatro quarto quádruplo quarto
cinco quinto quíntuplo quinto
seis sexto sêxtuplo sexto
sete sétimo sétuplo sétimo
oito oitavo óctuplo oitavo
nove nono nônuplo nono
dez décimo décuplo décimo
onze décimo primeiro - onze avos
doze décimo segundo - doze avos
treze décimo terceiro - treze avos
catorze décimo quarto - catorze avos
quinze décimo quinto - quinze avos
dezesseis décimo sexto - dezesseis avos
dezessete décimo sétimo - dezessete avos
dezoito décimo oitavo - dezoito avos
dezenove décimo nono - dezenove avos
vinte vigésimo - vinte avos
trinta trigésimo - trinta avos
quarenta quadragésimo - quarenta avos
cinqüenta quinquagésimo - cinquenta avos
sessenta sexagésimo - sessenta avos
setenta septuagésimo - setenta avos
oitenta octogésimo - oitenta avos
noventa nonagésimo - noventa avos
cem centésimo cêntuplo centésimo
duzentos ducentésimo - ducentésimo
trezentos trecentésimo - trecentésimo
quatrocentos quadringentésimo - quadringentésimo
quinhentos quingentésimo - quingentésimo
seiscentos sexcentésimo - sexcentésimo
setecentos septingentésimo - septingentésimo
oitocentos octingentésimo - octingentésimo
novecentos nongentésimo
ou noningentésimo - nongentésimo
mil milésimo - milésimo
milhão milionésimo - milionésimo
bilhão bilionésimo - bilionésimo

17
LÍNGUA PORTUGUESA

fontes de pesquisa: Dicas sobre preposição


http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf40.
php - O “a” pode funcionar como preposição, pronome
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- pessoal oblíquo e artigo. Como distingui-los? Caso o “a”
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. seja um artigo, virá precedendo um substantivo, servindo
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere- para determiná-lo como um substantivo singular e femi-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: nino.
Saraiva, 2010. A matéria que estudei é fácil!
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. - Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois
Preposição termos e estabelece relação de subordinação entre eles.
Preposição é uma palavra invariável que serve para Irei à festa sozinha.
ligar termos ou orações. Quando esta ligação acontece, Entregamos a flor à professora!
normalmente há uma subordinação do segundo termo em *o primeiro “a” é artigo; o segundo, preposição.
relação ao primeiro. As preposições são muito importantes
na estrutura da língua, pois estabelecem a coesão textual - Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o
e possuem valores semânticos indispensáveis para a com- lugar e/ou a função de um substantivo.
preensão do texto. Nós trouxemos a apostila. = Nós a trouxemos.

Tipos de Preposição Relações semânticas (= de sentido) estabelecidas


por meio das preposições:
1. Preposições essenciais: palavras que atuam exclusi-
vamente como preposições: a, ante, perante, após, até, com, Destino = Irei a Salvador.
contra, de, desde, em, entre, para, por, sem, sob, sobre, trás, Modo = Saiu aos prantos.
Lugar = Sempre a seu lado.
atrás de, dentro de, para com.
Assunto = Falemos sobre futebol.
Tempo = Chegarei em instantes.
2. Preposições acidentais: palavras de outras classes
Causa = Chorei de saudade.
gramaticais que podem atuar como preposições, ou seja,
Fim ou finalidade = Vim para ficar.
formadas por uma derivação imprópria: como, durante, ex-
Instrumento = Escreveu a lápis.
ceto, fora, mediante, salvo, segundo, senão, visto.
Posse = Vi as roupas da mamãe.
Autoria = livro de Machado de Assis
3. Locuções prepositivas: duas ou mais palavras va-
Companhia = Estarei com ele amanhã.
lendo como uma preposição, sendo que a última palavra é Matéria = copo de cristal.
uma (preposição): abaixo de, acerca de, acima de, ao lado Meio = passeio de barco.
de, a respeito de, de acordo com, em cima de, embaixo de, Origem = Nós somos do Nordeste.
em frente a, ao redor de, graças a, junto a, com, perto de, por Conteúdo = frascos de perfume.
causa de, por cima de, por trás de. Oposição = Esse movimento é contra o que eu penso.
Preço = Essa roupa sai por cinquenta reais.
A preposição é invariável, no entanto pode unir-se a
outras palavras e, assim, estabelecer concordância em gê- * Quanto à preposição “trás”: não se usa senão nas lo-
nero ou em número. Ex: por + o = pelo por + a = pela. cuções adverbiais (para trás ou por trás) e na locução pre-
positiva por trás de.
* Essa concordância não é característica da preposição,
mas das palavras às quais ela se une. Fontes de pesquisa:
Esse processo de junção de uma preposição com outra http://www.infoescola.com/portugues/preposicao/
palavra pode se dar a partir dos processos de: SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
1. Combinação: união da preposição “a” com o artigo Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
“o”(s), ou com o advérbio “onde”: ao, aonde, aos. Os vocá- ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
bulos não sofrem alteração. Saraiva, 2010.
2. Contração: união de uma preposição com outra pa- Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
lavra, ocorrendo perda ou transformação de fonema: de + ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
o = do, em + a = na, per + os = pelos, de + aquele = da- Pronome
quele, em + isso = nisso. Pronome é a palavra variável que substitui ou acom-
3. Crase: é a fusão de vogais idênticas: à (“a” prepo- panha um substantivo (nome), qualificando-o de alguma
sição + “a” artigo), àquilo (“a” preposição + 1.ª vogal do forma.
pronome “aquilo”). O homem julga que é superior à natureza, por isso o
homem destrói a natureza...

18
LÍNGUA PORTUGUESA

Utilizando pronomes, teremos: Pronome Reto


O homem julga que é superior à natureza, por isso ele
a destrói... Pronome pessoal do caso reto é aquele que, na senten-
Ficou melhor, sem a repetição desnecessária de termos ça, exerce a função de sujeito: Nós lhe ofertamos flores.
(homem e natureza).
Os pronomes retos apresentam flexão de número, gê-
Grande parte dos pronomes não possuem significados nero (apenas na 3.ª pessoa) e pessoa, sendo essa última a
fixos, isto é, essas palavras só adquirem significação dentro principal flexão, uma vez que marca a pessoa do discurso.
de um contexto, o qual nos permite recuperar a referên- Dessa forma, o quadro dos pronomes retos é assim confi-
cia exata daquilo que está sendo colocado por meio dos gurado:
pronomes no ato da comunicação. Com exceção dos pro-
nomes interrogativos e indefinidos, os demais pronomes - 1.ª pessoa do singular: eu
têm por função principal apontar para as pessoas do dis- - 2.ª pessoa do singular: tu
curso ou a elas se relacionar, indicando-lhes sua situação - 3.ª pessoa do singular: ele, ela
no tempo ou no espaço. Em virtude dessa característica, - 1.ª pessoa do plural: nós
- 2.ª pessoa do plural: vós
os pronomes apresentam uma forma específica para cada
- 3.ª pessoa do plural: eles, elas
pessoa do discurso.
* Atenção: esses pronomes não costumam ser usa-
Minha carteira estava vazia quando eu fui assaltada. dos como complementos verbais na língua-padrão. Frases
[minha/eu: pronomes de 1.ª pessoa = aquele que fala] como “Vi ele na rua”, “Encontrei ela na praça”, “Trouxeram
Tua carteira estava vazia quando tu foste assaltada? eu até aqui”, comuns na língua oral cotidiana, devem ser
[tua/tu: pronomes de 2.ª pessoa = aquele a quem se evitadas na língua formal escrita ou falada. Na língua for-
fala] mal, devem ser usados os pronomes oblíquos correspon-
A carteira dela estava vazia quando ela foi assaltada. dentes: “Vi-o na rua”, “Encontrei-a na praça”, “Trouxeram-
[dela/ela: pronomes de 3.ª pessoa = aquele de quem me até aqui”.
se fala]
* Observação: frequentemente observamos a omissão
Em termos morfológicos, os pronomes são palavras do pronome reto em Língua Portuguesa. Isso se dá porque
variáveis em gênero (masculino ou feminino) e em núme- as próprias formas verbais marcam, através de suas desi-
ro (singular ou plural). Assim, espera-se que a referência nências, as pessoas do verbo indicadas pelo pronome reto:
através do pronome seja coerente em termos de gênero Fizemos boa viagem. (Nós)
e número (fenômeno da concordância) com o seu objeto,
mesmo quando este se apresenta ausente no enunciado. Pronome Oblíquo

Fala-se de Roberta. Ele quer participar do desfile da nos- Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que, na sen-
sa escola neste ano. tença, exerce a função de complemento verbal (objeto
[nossa: pronome que qualifica “escola” = concordância direto ou indireto): Ofertaram-nos flores. (objeto indireto)
adequada]
[neste: pronome que determina “ano” = concordância * Observação: o pronome oblíquo é uma forma va-
adequada] riante do pronome pessoal do caso reto. Essa variação in-
[ele: pronome que faz referência à “Roberta” = concor- dica a função diversa que eles desempenham na oração:
dância inadequada] pronome reto marca o sujeito da oração; pronome oblíquo
marca o complemento da oração.
Os pronomes oblíquos sofrem variação de acordo com
Existem seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos,
a acentuação tônica que possuem, podendo ser átonos ou
demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos.
tônicos.
Pronomes Pessoais Pronome Oblíquo Átono
São aqueles que substituem os substantivos, indicando São chamados átonos os pronomes oblíquos que não
diretamente as pessoas do discurso. Quem fala ou escreve são precedidos de preposição. Possuem acentuação tônica
assume os pronomes “eu” ou “nós”; usa-se os pronomes fraca: Ele me deu um presente.
“tu”, “vós”, “você” ou “vocês” para designar a quem se di- Tabela dos pronomes oblíquos átonos
rige, e “ele”, “ela”, “eles” ou “elas” para fazer referência à - 1.ª pessoa do singular (eu): me
pessoa ou às pessoas de quem se fala. - 2.ª pessoa do singular (tu): te
Os pronomes pessoais variam de acordo com as fun- - 3.ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe
ções que exercem nas orações, podendo ser do caso reto - 1.ª pessoa do plural (nós): nos
ou do caso oblíquo. - 2.ª pessoa do plural (vós): vos
- 3.ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes

19
LÍNGUA PORTUGUESA

* Observações: - As preposições essenciais introduzem sempre prono-


- O “lhe” é o único pronome oblíquo átono que já se mes pessoais do caso oblíquo e nunca pronome do caso
apresenta na forma contraída, ou seja, houve a união en- reto. Nos contextos interlocutivos que exigem o uso da
tre o pronome “o” ou “a” e preposição “a” ou “para”. Por língua formal, os pronomes costumam ser usados desta
acompanhar diretamente uma preposição, o pronome forma:
“lhe” exerce sempre a função de objeto indireto na oração. Não há mais nada entre mim e ti.
Os pronomes me, te, nos e vos podem tanto ser objetos Não se comprovou qualquer ligação entre ti e ela.
diretos como objetos indiretos. Não há nenhuma acusação contra mim.
Os pronomes o, a, os e as atuam exclusivamente como Não vá sem mim.
objetos diretos.
* Atenção: Há construções em que a preposição, ape-
- Os pronomes me, te, lhe, nos, vos e lhes podem com- sar de surgir anteposta a um pronome, serve para introdu-
binar-se com os pronomes o, os, a, as, dando origem a for- zir uma oração cujo verbo está no infinitivo. Nesses casos,
mas como mo, mos, ma, mas; to, tos, ta, tas; lho, lhos, lha, o verbo pode ter sujeito expresso; se esse sujeito for um
lhas; no-lo, no-los, no-la, no-las, vo-lo, vo-los, vo-la, vo-las. pronome, deverá ser do caso reto.
Observe o uso dessas formas nos exemplos que seguem: Trouxeram vários vestidos para eu experimentar.
Trouxeste o pacote? Não vá sem eu mandar.
Sim, entreguei-to ainda há pouco.
Não contaram a novidade a vocês? * A frase: “Foi fácil para mim resolver aquela questão!”
Não, no-la contaram. está correta, já que “para mim” é complemento de “fácil”.
A ordem direta seria: Resolver aquela questão foi fácil para
No Brasil, essas combinações não são usadas; até mes- mim!
mo na língua literária atual, seu emprego é muito raro.
- A combinação da preposição “com” e alguns prono-
* Atenção: Os pronomes o, os, a, as assumem formas mes originou as formas especiais comigo, contigo, consigo,
especiais depois de certas terminações verbais.
conosco e convosco. Tais pronomes oblíquos tônicos fre-
- Quando o verbo termina em -z, -s ou -r, o pronome
quentemente exercem a função de adjunto adverbial de
assume a forma lo, los, la ou las, ao mesmo tempo que a
companhia.
terminação verbal é suprimida. Por exemplo:
Ele carregava o documento consigo.
fiz + o = fi-lo
fazeis + o = fazei-lo
- A preposição “até” exige as formas oblíquas tônicas:
dizer + a = dizê-la
Ela veio até mim, mas nada falou.
Mas, se “até” for palavra denotativa (com o sentido de)
- Quando o verbo termina em som nasal, o pronome
assume as formas no, nos, na, nas. Por exemplo: inclusão, usaremos as formas retas:
viram + o: viram-no Todos foram bem na prova, até eu! (=inclusive eu)
repõe + os = repõe-nos
retém + a: retém-na - As formas “conosco” e “convosco” são substituídas
tem + as = tem-nas por “com nós” e “com vós” quando os pronomes pessoais
são reforçados por palavras como outros, mesmos, próprios,
Pronome Oblíquo Tônico todos, ambos ou algum numeral.
Você terá de viajar com nós todos.
Os pronomes oblíquos tônicos são sempre precedidos Estávamos com vós outros quando chegaram as más
por preposições, em geral as preposições a, para, de e com. notícias.
Por esse motivo, os pronomes tônicos exercem a função Ele disse que iria com nós três.
de objeto indireto da oração. Possuem acentuação tônica
forte. Pronome Reflexivo
Quadro dos pronomes oblíquos tônicos:
- 1.ª pessoa do singular (eu): mim, comigo São pronomes pessoais oblíquos que, embora funcio-
- 2.ª pessoa do singular (tu): ti, contigo nem como objetos direto ou indireto, referem-se ao sujeito
- 3.ª pessoa do singular (ele, ela): si, consigo, ele, ela da oração. Indicam que o sujeito pratica e recebe a ação
- 1.ª pessoa do plural (nós): nós, conosco expressa pelo verbo.
- 2.ª pessoa do plural (vós): vós, convosco Quadro dos pronomes reflexivos:
- 3.ª pessoa do plural (eles, elas): si, consigo, eles, elas - 1.ª pessoa do singular (eu): me, mim.
Eu não me lembro disso.
Observe que as únicas formas próprias do pronome tô-
nico são a primeira pessoa (mim) e segunda pessoa (ti). As - 2.ª pessoa do singular (tu): te, ti.
demais repetem a forma do pronome pessoal do caso reto. Conhece a ti mesmo.

20
LÍNGUA PORTUGUESA

- 3.ª pessoa do singular (ele, ela): se, si, consigo. * Observações:


Guilherme já se preparou. * Vossa Excelência X Sua Excelência: os pronomes de
Ela deu a si um presente. tratamento que possuem “Vossa(s)” são empregados em
Antônio conversou consigo mesmo. relação à pessoa com quem falamos: Espero que V. Ex.ª, Se-
nhor Ministro, compareça a este encontro.
- 1.ª pessoa do plural (nós): nos.
Lavamo-nos no rio. ** Emprega-se “Sua (s)” quando se fala a respeito
da pessoa: Todos os membros da C.P.I. afirmaram que Sua
- 2.ª pessoa do plural (vós): vos. Excelência, o Senhor Presidente da República, agiu com pro-
Vós vos beneficiastes com esta conquista. priedade.

- 3.ª pessoa do plural (eles, elas): se, si, consigo. - Os pronomes de tratamento representam uma for-
Eles se conheceram. ma indireta de nos dirigirmos aos nossos interlocutores. Ao
Elas deram a si um dia de folga. tratarmos um deputado por Vossa Excelência, por exemplo,
estamos nos endereçando à excelência que esse deputado
* O pronome é reflexivo quando se refere à mesma supostamente tem para poder ocupar o cargo que ocupa.
pessoa do pronome subjetivo (sujeito): Eu me arrumei e saí.
** É pronome recíproco quando indica reciprocidade - 3.ª pessoa: embora os pronomes de tratamento diri-
de ação: jam-se à 2.ª pessoa, toda a concordância deve ser feita
Nós nos amamos. com a 3.ª pessoa. Assim, os verbos, os pronomes possessi-
Olhamo-nos calados. vos e os pronomes oblíquos empregados em relação a eles
devem ficar na 3.ª pessoa.
Pronomes de Tratamento Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das suas pro-
messas, para que seus eleitores lhe fiquem reconhecidos.
São pronomes utilizados no tratamento formal, ceri-
- Uniformidade de Tratamento: quando escrevemos ou
monioso. Apesar de indicarem nosso interlocutor (portan-
nos dirigimos a alguém, não é permitido mudar, ao longo
to, a segunda pessoa), utilizam o verbo na terceira pes-
do texto, a pessoa do tratamento escolhida inicialmente.
soa. Alguns exemplos:
Assim, por exemplo, se começamos a chamar alguém de
Vossa Alteza (V. A.) = príncipes, duques
“você”, não poderemos usar “te” ou “teu”. O uso correto
Vossa Eminência (V. E.ma) = cardeais
exigirá, ainda, verbo na terceira pessoa.
Vossa Reverendíssima (V. Ver.ma) = sacerdotes e religio-
sos em geral
Quando você vier, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos
Vossa Excelência (V. Ex.ª) = oficiais de patente superior
teus cabelos. (errado)
à de coronel, senadores, deputados, embaixadores, profes-
sores de curso superior, ministros de Estado e de Tribunais, Quando você vier, eu a abraçarei e enrolar-me-ei nos
governadores, secretários de Estado, presidente da Repú- seus cabelos. (correto) = terceira pessoa do singular
blica (sempre por extenso) ou
Vossa Magnificência (V. Mag.ª) = reitores de universi-
dades Quando tu vieres, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos
Vossa Majestade (V. M.) = reis, rainhas e imperadores teus cabelos. (correto) = segunda pessoa do singular
Vossa Senhoria (V. S.a) = comerciantes em geral, oficiais
até a patente de coronel, chefes de seção e funcionários de Pronomes Possessivos
igual categoria São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical
Vossa Meritíssima (sempre por extenso) = para juízes (possuidor), acrescentam a ela a ideia de posse de algo
de direito (coisa possuída).
Vossa Santidade (sempre por extenso) = tratamento Este caderno é meu. (meu = possuidor: 1ª pessoa do
cerimonioso singular)
Vossa Onipotência (sempre por extenso) = Deus
NÚMERO PESSOA PRONOME
Também são pronomes de tratamento o senhor, a se-
nhora e você, vocês. “O senhor” e “a senhora” são empre- singular primeira meu(s), minha(s)
gados no tratamento cerimonioso; “você” e “vocês”, no tra- singular segunda teu(s), tua(s)
tamento familiar. Você e vocês são largamente empregados
singular terceira seu(s), sua(s)
no português do Brasil; em algumas regiões, a forma tu é
de uso frequente; em outras, pouco empregada. Já a forma plural primeira nosso(s), nossa(s)
vós tem uso restrito à linguagem litúrgica, ultraformal ou plural segunda vosso(s), vossa(s)
literária.
plural terceira seu(s), sua(s)

21
LÍNGUA PORTUGUESA

* Note que: A forma do possessivo depende da pessoa *Em relação ao tempo:


gramatical a que se refere; o gênero e o número concordam - Este(s), esta(s) e isto = indicam o tempo presente em
com o objeto possuído: Ele trouxe seu apoio e sua contribui- relação à pessoa que fala:
ção naquele momento difícil. Esta manhã farei a prova do concurso!

* Observações: - Esse(s), essa(s) e isso = indicam o tempo passado, po-


- A forma “seu” não é um possessivo quando resultar rém relativamente próximo à época em que se situa a pes-
da alteração fonética da palavra senhor: Muito obrigado, soa que fala:
seu José. Essa noite dormi mal; só pensava no concurso!

- Aquele(s), aquela(s) e aquilo = indicam um afasta-


- Os pronomes possessivos nem sempre indicam pos-
mento no tempo, referido de modo vago ou como tempo
se. Podem ter outros empregos, como:
remoto:
a) indicar afetividade: Não faça isso, minha filha. Naquele tempo, os professores eram valorizados.
b) indicar cálculo aproximado: Ele já deve ter seus 40 *Em relação ao falado ou escrito (ou ao que se fala-
anos. rá ou escreverá):
- Este(s), esta(s) e isto = empregados quando se quer
c) atribuir valor indefinido ao substantivo: Marisa tem fazer referência a alguma coisa sobre a qual ainda se falará:
lá seus defeitos, mas eu gosto muito dela. Serão estes os conteúdos da prova: análise sintática, or-
tografia, concordância.
- Em frases onde se usam pronomes de tratamento,
o pronome possessivo fica na 3.ª pessoa: Vossa Excelência - Esse(s), essa(s) e isso = utilizados quando se pretende
trouxe sua mensagem? fazer referência a alguma coisa sobre a qual já se falou:
Sua aprovação no concurso, isso é o que mais deseja-
- Referindo-se a mais de um substantivo, o possessi- mos!
vo concorda com o mais próximo: Trouxe-me seus livros e
anotações. - Este e aquele são empregados quando se quer fa-
zer referência a termos já mencionados; aquele se refere
ao termo referido em primeiro lugar e este para o referido
- Em algumas construções, os pronomes pessoais oblí-
por último:
quos átonos assumem valor de possessivo: Vou seguir-lhe
os passos. (= Vou seguir seus passos) Domingo, no Pacaembu, jogarão Palmeiras e São Paulo;
este está mais bem colocado que aquele. (= este [São Paulo],
- O adjetivo “respectivo” equivale a “devido, seu, pró- aquele [Palmeiras])
prio”, por isso não se deve usar “seus” ao utilizá-lo, para ou
que não ocorra redundância: Coloque tudo nos respectivos
lugares. Domingo, no Pacaembu, jogarão Palmeiras e São Paulo;
aquele está mais bem colocado que este. (= este [São Paulo],
Pronomes Demonstrativos aquele [Palmeiras])

São utilizados para explicitar a posição de certa palavra - Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis ou
em relação a outras ou ao contexto. Essa relação pode ser invariáveis, observe:
de espaço, de tempo ou em relação ao discurso. Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), aque-
la(s).
*Em relação ao espaço: Invariáveis: isto, isso, aquilo.
- Este(s), esta(s) e isto = indicam o que está perto da
* Também aparecem como pronomes demonstrativos:
pessoa que fala:
- o(s), a(s): quando estiverem antecedendo o “que” e
Este material é meu.
puderem ser substituídos por aquele(s), aquela(s), aquilo.
Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.)
- Esse(s), essa(s) e isso = indicam o que está perto da Essa rua não é a que te indiquei. (não é aquela que te
pessoa com quem se fala: indiquei.)
Esse material em sua carteira é seu?
- mesmo(s), mesma(s), próprio(s), própria(s): variam em
- Aquele(s), aquela(s) e aquilo = indicam o que está dis- gênero quando têm caráter reforçativo:
tante tanto da pessoa que fala como da pessoa com quem Estas são as mesmas pessoas que o procuraram ontem.
se fala: Eu mesma refiz os exercícios.
Aquele material não é nosso. Elas mesmas fizeram isso.
Vejam aquele prédio! Eles próprios cozinharam.
Os próprios alunos resolveram o problema.

22
LÍNGUA PORTUGUESA

- semelhante(s): Não tenha semelhante atitude. Os pronomes indefinidos podem ser divididos em va-
riáveis e invariáveis. Observe:
- tal, tais: Tal absurdo eu não comenteria.
Variáveis = algum, nenhum, todo, muito, pouco, vário,
* Note que: tanto, outro, quanto, alguma, nenhuma, toda, muita, pouca,
- Em frases como: O referido deputado e o Dr. Alcides vária, tanta, outra, quanta, qualquer, quaisquer*, alguns, ne-
eram amigos íntimos; aquele casado, solteiro este. (ou en- nhuns, todos, muitos, poucos, vários, tantos, outros, quantos,
tão: este solteiro, aquele casado) - este se refere à pessoa algumas, nenhumas, todas, muitas, poucas, várias, tantas,
mencionada em último lugar; aquele, à mencionada em outras, quantas.
primeiro lugar.
Invariáveis = alguém, ninguém, outrem, tudo, nada,
- O pronome demonstrativo tal pode ter conotação algo, cada.
irônica: A menina foi a tal que ameaçou o professor?
*
Qualquer é composto de qual + quer (do verbo que-
- Pode ocorrer a contração das preposições a, de, em rer), por isso seu plural é quaisquer (única palavra cujo plu-
com pronome demonstrativo: àquele, àquela, deste, desta, ral é feito em seu interior).
disso, nisso, no, etc: Não acreditei no que estava vendo. (no
= naquilo) - Todo e toda no singular e junto de artigo significa
inteiro; sem artigo, equivale a qualquer ou a todas as:
Pronomes Indefinidos Toda a cidade está enfeitada. (= a cidade inteira)
Toda cidade está enfeitada. (= todas as cidades)
São palavras que se referem à 3.ª pessoa do discurso, Trabalho todo o dia. (= o dia inteiro)
dando-lhe sentido vago (impreciso) ou expressando quan- Trabalho todo dia. (= todos os dias)
tidade indeterminada.
Alguém entrou no jardim e destruiu as mudas recém São locuções pronominais indefinidas: cada qual,
-plantadas. cada um, qualquer um, quantos quer (que), quem quer (que),
seja quem for, seja qual for, todo aquele (que), tal qual (=
Não é difícil perceber que “alguém” indica uma pessoa
certo), tal e qual, tal ou qual, um ou outro, uma ou outra, etc.
de quem se fala (uma terceira pessoa, portanto) de forma
Cada um escolheu o vinho desejado.
imprecisa, vaga. É uma palavra capaz de indicar um ser hu-
mano que seguramente existe, mas cuja identidade é des-
Indefinidos Sistemáticos
conhecida ou não se quer revelar. Classificam-se em:
Ao observar atentamente os pronomes indefinidos,
- Pronomes Indefinidos Substantivos: assumem o lu-
percebemos que existem alguns grupos que criam oposi-
gar do ser ou da quantidade aproximada de seres na frase.
São eles: algo, alguém, fulano, sicrano, beltrano, nada, nin- ção de sentido. É o caso de: algum/alguém/algo, que têm
guém, outrem, quem, tudo. sentido afirmativo, e nenhum/ninguém/nada, que têm
sentido negativo; todo/tudo, que indicam uma totalidade
Algo o incomoda? afirmativa, e nenhum/nada, que indicam uma totalidade
Quem avisa amigo é. negativa; alguém/ninguém, que se referem à pessoa, e
algo/nada, que se referem à coisa; certo, que particulariza,
- Pronomes Indefinidos Adjetivos: qualificam um ser e qualquer, que generaliza.
expresso na frase, conferindo-lhe a noção de quantidade Essas oposições de sentido são muito importantes na
aproximada. São eles: cada, certo(s), certa(s). construção de frases e textos coerentes, pois delas muitas
vezes dependem a solidez e a consistência dos argumen-
Cada povo tem seus costumes. tos expostos. Observe nas frases seguintes a força que os
Certas pessoas exercem várias profissões. pronomes indefinidos destacados imprimem às afirmações
de que fazem parte:
* Note que: Ora são pronomes indefinidos substanti- Nada do que tem sido feito produziu qualquer resultado
vos, ora pronomes indefinidos adjetivos: prático.
algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito, muitos), Certas pessoas conseguem perceber sutilezas: não são
demais, mais, menos, muito(s), muita(s), nenhum, nenhuns, pessoas quaisquer.
nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s), qualquer,
quaisquer, qual, que, quanto(s), quanta(s), tal, tais, tanto(s), *Nenhum é contração de nem um, forma mais enfática,
tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s), vários, várias. que se refere à unidade. Repare:
Nenhum candidato foi aprovado.
Menos palavras e mais ações. Nem um candidato foi aprovado. (um, nesse caso, é nu-
Alguns se contentam pouco. meral)

23
LÍNGUA PORTUGUESA

Pronomes Relativos - O pronome “cujo”: exprime posse; não concorda com


o seu antecedente (o ser possuidor), mas com o conse-
São aqueles que representam nomes já mencionados quente (o ser possuído, com o qual concorda em gênero
anteriormente e com os quais se relacionam. Introduzem e número); não se usa artigo depois deste pronome; “cujo”
as orações subordinadas adjetivas. equivale a do qual, da qual, dos quais, das quais.
O racismo é um sistema que afirma a superioridade de Existem pessoas cujas ações são nobres.
um grupo racial sobre outros. (antecedente) (consequente)
(afirma a superioridade de um grupo racial sobre outros
= oração subordinada adjetiva). *interpretação do pronome “cujo” na frase acima: ações
das pessoas. É como se lêssemos “de trás para frente”. Ou-
O pronome relativo “que” refere-se à palavra “sistema” tro exemplo:
e introduz uma oração subordinada. Diz-se que a palavra Comprei o livro cujo autor é famoso. (= autor do livro)
“sistema” é antecedente do pronome relativo que.
O antecedente do pronome relativo pode ser o prono- ** se o verbo exigir preposição, esta virá antes do pro-
me demonstrativo o, a, os, as. nome:
Não sei o que você está querendo dizer. O autor, a cujo livro você se referiu, está aqui! (referiu-
Às vezes, o antecedente do pronome relativo não vem se a)
expresso.
Quem casa, quer casa. - “Quanto” é pronome relativo quando tem por an-
tecedente um pronome indefinido: tanto (ou variações) e
Observe: tudo:
Pronomes relativos variáveis = o qual, cujo, quanto, os Emprestei tantos quantos foram necessários.
quais, cujos, quantos, a qual, cuja, quanta, as quais, cujas, (antecedente)
quantas. Ele fez tudo quanto havia falado.
Pronomes relativos invariáveis = quem, que, onde. (antecedente)

Note que: - O pronome “quem” se refere a pessoas e vem sem-


- O pronome “que” é o relativo de mais largo emprego, pre precedido de preposição.
sendo por isso chamado relativo universal. Pode ser subs- É um professor a quem muito devemos.
tituído por o qual, a qual, os quais, as quais, quando seu (preposição)
antecedente for um substantivo.
O trabalho que eu fiz refere-se à corrupção. (= o qual) - “Onde”, como pronome relativo, sempre possui an-
A cantora que acabou de se apresentar é péssima. (= a tecedente e só pode ser utilizado na indicação de lugar: A
qual) casa onde morava foi assaltada.
Os trabalhos que eu fiz referem-se à corrupção. (= os
quais) - Na indicação de tempo, deve-se empregar quando
As cantoras que se apresentaram eram péssimas. (= as ou em que.
quais) Sinto saudades da época em que (quando) morávamos
no exterior.
- O qual, os quais, a qual e as quais são exclusivamente
pronomes relativos, por isso são utilizados didaticamente - Podem ser utilizadas como pronomes relativos as pa-
para verificar se palavras como “que”, “quem”, “onde” (que lavras:
podem ter várias classificações) são pronomes relativos. To- - como (= pelo qual) – desde que precedida das pala-
dos eles são usados com referência à pessoa ou coisa por vras modo, maneira ou forma:
motivo de clareza ou depois de determinadas preposições: Não me parece correto o modo como você agiu semana
Regressando de São Paulo, visitei o sítio de minha tia, o qual passada.
me deixou encantado. O uso de “que”, neste caso, geraria
ambiguidade. Veja: Regressando de São Paulo, visitei o sítio - quando (= em que) – desde que tenha como antece-
de minha tia, que me deixou encantado (quem me deixou dente um nome que dê ideia de tempo:
encantado: o sítio ou minha tia?). Bons eram os tempos quando podíamos jogar videoga-
Essas são as conclusões sobre as quais pairam muitas me.
dúvidas? (com preposições de duas ou mais sílabas utiliza-
se o qual / a qual) - Os pronomes relativos permitem reunir duas orações
numa só frase.
- O relativo “que” às vezes equivale a o que, coisa que, e O futebol é um esporte. / O povo gosta muito deste es-
se refere a uma oração: Não chegou a ser padre, mas deixou porte.
de ser poeta, que era a sua vocação natural. = O futebol é um esporte de que o povo gosta muito.

24
LÍNGUA PORTUGUESA

- Numa série de orações adjetivas coordenadas, pode -lugares: Alemanha, Portugal


ocorrer a elipse do relativo “que”: A sala estava cheia de -sentimentos: amor, saudade
gente que conversava, (que) ria, observava. -estados: alegria, tristeza
-qualidades: honestidade, sinceridade...
Pronomes Interrogativos -ações: corrida, pescaria...

São usados na formulação de perguntas, sejam elas di- Morfossintaxe do substantivo


retas ou indiretas. Assim como os pronomes indefinidos,
referem-se à 3.ª pessoa do discurso de modo impreciso. Nas orações, geralmente o substantivo exerce funções
São pronomes interrogativos: que, quem, qual (e variações), diretamente relacionadas com o verbo: atua como núcleo
quanto (e variações). do sujeito, dos complementos verbais (objeto direto ou
Com quem andas?
indireto) e do agente da passiva, podendo, ainda, funcio-
Qual seu nome?
nar como núcleo do complemento nominal ou do aposto,
Diz-me com quem andas, que te direi quem és.
como núcleo do predicativo do sujeito, do objeto ou como
Sobre os pronomes: núcleo do vocativo. Também encontramos substantivos
como núcleos de adjuntos adnominais e de adjuntos ad-
O pronome pessoal é do caso reto quando tem função verbiais - quando essas funções são desempenhadas por
de sujeito na frase. O pronome pessoal é do caso oblíquo grupos de palavras.
quando desempenha função de complemento.
1. Eu não sei essa matéria, mas ele irá me ajudar. Classificação dos Substantivos
2. Maria foi embora para casa, pois não sabia se devia
lhe ajudar. Substantivos Comuns e Próprios

Na primeira oração os pronomes pessoais “eu” e “ele” Observe a definição:


exercem função de sujeito, logo, são pertencentes ao caso
reto. Já na segunda oração, o pronome “lhe” exerce função Cidade: s.f. 1: Povoação maior que vila, com muitas ca-
de complemento (objeto), ou seja, caso oblíquo. sas e edifícios, dispostos em ruas e avenidas (no Brasil, toda a
Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discurso. sede de município é cidade). 2. O centro de uma cidade (em
O pronome oblíquo “lhe”, da segunda oração, aponta para oposição aos bairros).
a segunda pessoa do singular (tu/você): Maria não sabia se
devia ajudar... Ajudar quem? Você (lhe).
Qualquer “povoação maior que vila, com muitas casas
e edifícios, dispostos em ruas e avenidas” será chamada
Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou
tônicos: os primeiros não são precedidos de preposição, cidade. Isso significa que a palavra cidade é um substantivo
diferentemente dos segundos, que são sempre precedidos comum.
de preposição. Substantivo Comum é aquele que designa os seres de
- Pronome oblíquo átono: Joana me perguntou o que uma mesma espécie de forma genérica: cidade, menino,
eu estava fazendo. homem, mulher, país, cachorro.
- Pronome oblíquo tônico: Joana perguntou para mim Estamos voando para Barcelona.
o que eu estava fazendo.
O substantivo Barcelona designa apenas um ser da es-
Fontes de pesquisa: pécie cidade. Barcelona é um substantivo próprio – aquele
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf42. que designa os seres de uma mesma espécie de forma par-
php ticular: Londres, Paulinho, Pedro, Tietê, Brasil.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Substantivos Concretos e Abstratos
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: Substantivo Concreto: é aquele que designa o ser que
Saraiva, 2010. existe, independentemente de outros seres.
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Observação: os substantivos concretos designam se-
res do mundo real e do mundo imaginário.
Substantivo
Seres do mundo real: homem, mulher, cadeira, cobra,
Substantivo é a classe gramatical de palavras variáveis, Brasília.
as quais denominam todos os seres que existem, sejam Seres do mundo imaginário: saci, mãe-d’água, fantas-
reais ou imaginários. Além de objetos, pessoas e fenôme- ma.
nos, os substantivos também nomeiam:

25
LÍNGUA PORTUGUESA

Substantivo Abstrato: é aquele que designa seres que enxoval roupas


dependem de outros para se manifestarem ou existirem.
Por exemplo: a beleza não existe por si só, não pode falange soldados, anjos
ser observada. Só podemos observar a beleza numa pes- fauna animais de uma região
soa ou coisa que seja bela. A beleza depende de outro ser
feixe lenha, capim
para se manifestar. Portanto, a palavra beleza é um subs-
tantivo abstrato. flora vegetais de uma região
Os substantivos abstratos designam estados, qualida- frota navios mercantes, ônibus
des, ações e sentimentos dos seres, dos quais podem ser
girândola fogos de artifício
abstraídos, e sem os quais não podem existir: vida (estado),
rapidez (qualidade), viagem (ação), saudade (sentimento). horda bandidos, invasores
médicos, bois, credores,
Substantivos Coletivos junta
examinadores

Ele vinha pela estrada e foi picado por uma abelha, ou- júri jurados
tra abelha, mais outra abelha. legião soldados, anjos, demônios
Ele vinha pela estrada e foi picado por várias abelhas. leva presos, recrutas
Ele vinha pela estrada e foi picado por um enxame.
malta malfeitores ou desordeiros
Note que, no primeiro caso, para indicar plural, foi ne- manada búfalos, bois, elefantes,
cessário repetir o substantivo: uma abelha, outra abelha, matilha cães de raça
mais outra abelha. No segundo caso, utilizaram-se duas
palavras no plural. No terceiro, empregou-se um substan- molho chaves, verduras
tivo no singular (enxame) para designar um conjunto de multidão pessoas em geral
seres da mesma espécie (abelhas).
insetos (gafanhotos,
nuvem
mosquitos, etc.)
O substantivo enxame é um substantivo coletivo.
penca bananas, chaves
Substantivo Coletivo: é o substantivo comum que, pinacoteca pinturas, quadros
mesmo estando no singular, designa um conjunto de seres
quadrilha ladrões, bandidos
da mesma espécie.
ramalhete flores
Substantivo coletivo Conjunto de: rebanho ovelhas
assembleia pessoas reunidas repertório peças teatrais, obras musicais
alcateia lobos réstia alhos ou cebolas
acervo livros romanceiro poesias narrativas
antologia trechos literários selecionados revoada pássaros
arquipélago ilhas sínodo párocos
banda músicos talha lenha
bando desordeiros ou malfeitores tropa muares, soldados
banca examinadores turma estudantes, trabalhadores
batalhão soldados vara porcos
cardume peixes
caravana viajantes peregrinos
cacho frutas
cancioneiro canções, poesias líricas
colmeia abelhas
concílio bispos
congresso parlamentares, cientistas
elenco atores de uma peça ou filme
esquadra navios de guerra

26
LÍNGUA PORTUGUESA

Formação dos Substantivos Substantivos Uniformes: apresentam uma única forma,


Substantivos Simples e Compostos que serve tanto para o masculino quanto para o feminino.
Classificam-se em:
Chuva - subst. Fem. 1 - água caindo em gotas sobre a
terra. - Epicenos: referentes a animais. A distinção de sexo se
O substantivo chuva é formado por um único elemento faz mediante a utilização das palavras “macho” e “fêmea”: a
ou radical. É um substantivo simples. cobra macho e a cobra fêmea, o jacaré macho e o jacaré fêmea.
- Sobrecomuns: substantivos uniformes referentes a
Substantivo Simples: é aquele formado por um único pessoas de ambos os sexos: a criança, a testemunha, a víti-
elemento. ma, o cônjuge, o gênio, o ídolo, o indivíduo.
Outros substantivos simples: tempo, sol, sofá, etc. Veja - Comuns de Dois ou Comum de Dois Gêneros: in-
agora: O substantivo guarda-chuva é formado por dois ele- dicam o sexo das pessoas por meio do artigo: o colega e a
colega, o doente e a doente, o artista e a artista.
mentos (guarda + chuva). Esse substantivo é composto.
Substantivo Composto: é aquele formado por dois ou
Saiba que: Substantivos de origem grega terminados
mais elementos. Outros exemplos: beija-flor, passatempo.
em ema ou oma são masculinos: o fonema, o poema, o sis-
tema, o sintoma, o teorema.
Substantivos Primitivos e Derivados
- Existem certos substantivos que, variando de gênero,
Substantivo Primitivo: é aquele que não deriva de ne- variam em seu significado:
nhuma outra palavra da própria língua portuguesa. O subs- o águia (vigarista) e a águia (ave; perspicaz)
tantivo limoeiro, por exemplo, é derivado, pois se originou o cabeça (líder) e a cabeça (parte do corpo)
a partir da palavra limão. o capital (dinheiro) e a capital (cidade)
Substantivo Derivado: é aquele que se origina de ou- o coma (sono mórbido) e a coma (cabeleira, juba)
tra palavra. o lente (professor) e a lente (vidro de aumento)
o moral (estado de espírito) e a moral (ética; conclusão)
Flexão dos substantivos o praça (soldado raso) e a praça (área pública)
o rádio (aparelho receptor) e a rádio (estação emissora)
O substantivo é uma classe variável. A palavra é variá-
vel quando sofre flexão (variação). A palavra menino, por Formação do Feminino dos Substantivos Biformes
exemplo, pode sofrer variações para indicar:
Plural: meninos / Feminino: menina / Aumentativo: - Regra geral: troca-se a terminação -o por –a: aluno
meninão / Diminutivo: menininho - aluna.
- Substantivos terminados em -ês: acrescenta-se -a ao
Flexão de Gênero masculino: freguês - freguesa
- Substantivos terminados em -ão: fazem o feminino
Gênero é um princípio puramente linguístico, não de- de três formas:
vendo ser confundido com “sexo”. O gênero diz respeito 1- troca-se -ão por -oa. = patrão – patroa
a todos os substantivos de nossa língua, quer se refiram 2- troca-se -ão por -ã. = campeão - campeã
a seres animais providos de sexo, quer designem apenas 3- troca-se -ão por ona. = solteirão - solteirona
“coisas”: o gato/a gata; o banco, a casa.
* Exceções: barão – baronesa, ladrão- ladra, sultão -
Na língua portuguesa, há dois gêneros: masculino e
sultana
feminino. Pertencem ao gênero masculino os substantivos
que podem vir precedidos dos artigos o, os, um, uns. Veja - Substantivos terminados em -or:
estes títulos de filmes: acrescenta-se -a ao masculino = doutor – doutora
O velho e o mar troca-se -or por -triz: = imperador - imperatriz
Um Natal inesquecível
Os reis da praia - Substantivos com feminino em -esa, -essa, -isa: côn-
sul - consulesa / abade - abadessa / poeta - poetisa / duque
Pertencem ao gênero feminino os substantivos que - duquesa / conde - condessa / profeta - profetisa
podem vir precedidos dos artigos a, as, uma, umas:
A história sem fim - Substantivos que formam o feminino trocando o -e
Uma cidade sem passado final por -a: elefante - elefanta
As tartarugas ninjas
- Substantivos que têm radicais diferentes no masculi-
Substantivos Biformes e Substantivos Uniformes no e no feminino: bode – cabra / boi - vaca

Substantivos Biformes (= duas formas): apresentam - Substantivos que formam o feminino de maneira es-
uma forma para cada gênero: gato – gata, homem – mulher, pecial, isto é, não seguem nenhuma das regras anteriores:
poeta – poetisa, prefeito - prefeita czar – czarina, réu - ré

27
LÍNGUA PORTUGUESA

Formação do Feminino dos Substantivos Uniformes Femininos: a dinamite, a derme, a hélice, a omoplata, a
cataplasma, a pane, a mascote, a gênese, a entorse, a libido,
Epicenos: a cal, a faringe, a cólera (doença), a ubá (canoa).
Novo jacaré escapa de policiais no rio Pinheiros.
- São geralmente masculinos os substantivos de ori-
Não é possível saber o sexo do jacaré em questão. Isso gem grega terminados em -ma: o grama (peso), o quilo-
ocorre porque o substantivo jacaré tem apenas uma forma grama, o plasma, o apostema, o diagrama, o epigrama, o
para indicar o masculino e o feminino. telefonema, o estratagema, o dilema, o teorema, o trema, o
Alguns nomes de animais apresentam uma só forma
eczema, o edema, o magma, o estigma, o axioma, o traco-
para designar os dois sexos. Esses substantivos são cha-
ma, o hematoma.
mados de epicenos. No caso dos epicenos, quando houver
a necessidade de especificar o sexo, utilizam-se palavras
macho e fêmea. * Exceções: a cataplasma, a celeuma, a fleuma, etc.
A cobra macho picou o marinheiro.
A cobra fêmea escondeu-se na bananeira. Gênero dos Nomes de Cidades: Com raras exceções,
nomes de cidades são femininos.
Sobrecomuns: A histórica Ouro Preto.
Entregue as crianças à natureza. A dinâmica São Paulo.
A acolhedora Porto Alegre.
A palavra crianças se refere tanto a seres do sexo mas- Uma Londres imensa e triste.
culino, quanto a seres do sexo feminino. Nesse caso, nem Exceções: o Rio de Janeiro, o Cairo, o Porto, o Havre.
o artigo nem um possível adjetivo permitem identificar o
sexo dos seres a que se refere a palavra. Veja: Gênero e Significação
A criança chorona chamava-se João.
A criança chorona chamava-se Maria. Muitos substantivos têm uma significação no masculi-
no e outra no feminino. Observe:
Outros substantivos sobrecomuns: o baliza (soldado que, que à frente da tropa, indica os
a criatura = João é uma boa criatura. Maria é uma boa
movimentos que se deve realizar em conjunto; o que vai à
criatura.
frente de um bloco carnavalesco, manejando um bastão), a
o cônjuge = O cônjuge de João faleceu. O cônjuge de
Marcela faleceu baliza (marco, estaca; sinal que marca um limite ou proibi-
ção de trânsito), o cabeça (chefe), a cabeça (parte do cor-
Comuns de Dois Gêneros: po), o cisma (separação religiosa, dissidência), a cisma (ato
Motorista tem acidente idêntico 23 anos depois. de cismar, desconfiança), o cinza (a cor cinzenta), a cinza
(resíduos de combustão), o capital (dinheiro), a capital (ci-
Quem sofreu o acidente: um homem ou uma mulher? dade), o coma (perda dos sentidos), a coma (cabeleira), o
É impossível saber apenas pelo título da notícia, uma coral (pólipo, a cor vermelha, canto em coro), a coral (cobra
vez que a palavra motorista é um substantivo uniforme. venenosa), o crisma (óleo sagrado, usado na administração
A distinção de gênero pode ser feita através da análise da crisma e de outros sacramentos), a crisma (sacramento
do artigo ou adjetivo, quando acompanharem o substanti- da confirmação), o cura (pároco), a cura (ato de curar), o
vo: o colega - a colega; o imigrante - a imigrante; um jovem estepe (pneu sobressalente), a estepe (vasta planície de vege-
- uma jovem; artista famoso - artista famosa; repórter fran- tação), o guia (pessoa que guia outras), a guia (documento,
cês - repórter francesa pena grande das asas das aves), o grama (unidade de peso),
a grama (relva), o caixa (funcionário da caixa), a caixa (re-
- A palavra personagem é usada indistintamente nos cipiente, setor de pagamentos), o lente (professor), a lente
dois gêneros. (vidro de aumento), o moral (ânimo), a moral (honestidade,
a) Entre os escritores modernos nota-se acentuada
bons costumes, ética), o nascente (lado onde nasce o Sol), a
preferência pelo masculino: O menino descobriu nas nuvens
nascente (a fonte), o maria-fumaça (trem como locomotiva
os personagens dos contos de carochinha.
b) Com referência a mulher, deve-se preferir o femini- a vapor), maria-fumaça (locomotiva movida a vapor), o pala
no: O problema está nas mulheres de mais idade, que não (poncho), a pala (parte anterior do boné ou quepe, antepa-
aceitam a personagem. ro), o rádio (aparelho receptor), a rádio (emissora), o voga
(remador), a voga (moda).
- Diz-se: o (ou a) manequim Marcela, o (ou a) modelo
fotográfico Ana Belmonte. Flexão de Número do Substantivo

Observe o gênero dos substantivos seguintes: Em português, há dois números gramaticais: o singular,
Masculinos: o tapa, o eclipse, o lança-perfume, o dó que indica um ser ou um grupo de seres, e o plural, que
(pena), o sanduíche, o clarinete, o champanha, o sósia, o indica mais de um ser ou grupo de seres. A característica
maracajá, o clã, o herpes, o pijama, o suéter, o soprano, o do plural é o “s” final.
proclama, o pernoite, o púbis.

28
LÍNGUA PORTUGUESA

Plural dos Substantivos Simples - Flexionam-se os dois elementos, quando formados


de:
- Os substantivos terminados em vogal, ditongo oral e substantivo + substantivo = couve-flor e couves-flores
“n” fazem o plural pelo acréscimo de “s”: pai – pais; ímã – substantivo + adjetivo = amor-perfeito e amores-per-
ímãs; hífen - hifens (sem acento, no plural). Exceção: cânon feitos
- cânones. adjetivo + substantivo = gentil-homem e gentis-ho-
mens
- Os substantivos terminados em “m” fazem o plural numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-feiras
em “ns”: homem - homens.
- Flexiona-se somente o segundo elemento, quando
- Os substantivos terminados em “r” e “z” fazem o plu- formados de:
ral pelo acréscimo de “es”: revólver – revólveres; raiz - raízes. verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-roupas
palavra invariável + palavra variável = alto-falante e al-
to-falantes
* Atenção: O plural de caráter é caracteres.
palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e reco-re-
cos
- Os substantivos terminados em al, el, ol, ul flexionam-
se no plural, trocando o “l” por “is”: quintal - quintais; cara-
- Flexiona-se somente o primeiro elemento, quando
col – caracóis; hotel - hotéis. Exceções: mal e males, cônsul formados de:
e cônsules. substantivo + preposição clara + substantivo = água-
de-colônia e águas-de-colônia
- Os substantivos terminados em “il” fazem o plural de substantivo + preposição oculta + substantivo = cava-
duas maneiras: lo-vapor e cavalos-vapor
- Quando oxítonos, em “is”: canil - canis substantivo + substantivo que funciona como determi-
- Quando paroxítonos, em “eis”: míssil - mísseis. nante do primeiro, ou seja, especifica a função ou o tipo do
termo anterior: palavra-chave - palavras-chave, bomba-re-
Observação: a palavra réptil pode formar seu plural de lógio - bombas-relógio, homem-rã - homens-rã, peixe-espa-
duas maneiras: répteis ou reptis (pouco usada). da - peixes-espada.

- Os substantivos terminados em “s” fazem o plural de - Permanecem invariáveis, quando formados de:
duas maneiras: verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora
1- Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os sa-
acréscimo de “es”: ás – ases / retrós - retroses ca-rolhas
2- Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam inva-
riáveis: o lápis - os lápis / o ônibus - os ônibus. * Casos Especiais

- Os substantivos terminados em “ao” fazem o plural o louva-a-deus e os louva-a-deus


de três maneiras.
o bem-te-vi e os bem-te-vis
1- substituindo o -ão por -ões: ação - ações
2- substituindo o -ão por -ães: cão - cães o bem-me-quer e os bem-me-queres
3- substituindo o -ão por -ãos: grão - grãos o joão-ninguém e os joões-ninguém.

- Os substantivos terminados em “x” ficam invariáveis: Plural das Palavras Substantivadas


o látex - os látex.
As palavras substantivadas, isto é, palavras de outras
Plural dos Substantivos Compostos classes gramaticais usadas como substantivo, apresentam,
no plural, as flexões próprias dos substantivos.
- A formação do plural dos substantivos compostos Pese bem os prós e os contras.
depende da forma como são grafados, do tipo de palavras O aluno errou na prova dos noves.
que formam o composto e da relação que estabelecem en- Ouça com a mesma serenidade os sins e os nãos.
tre si. Aqueles que são grafados sem hífen comportam-se
como os substantivos simples: aguardente/aguardentes, gi- * Observação: numerais substantivados terminados
rassol/girassóis, pontapé/pontapés, malmequer/malmeque- em “s” ou “z” não variam no plural: Nas provas mensais con-
res. segui muitos seis e alguns dez.
O plural dos substantivos compostos cujos elementos
são ligados por hífen costuma provocar muitas dúvidas e
discussões. Algumas orientações são dadas a seguir:

29
LÍNGUA PORTUGUESA

Plural dos Diminutivos Singular Plural


Flexiona-se o substantivo no plural, retira-se o “s” final Corpo (ô) corpos (ó)
e acrescenta-se o sufixo diminutivo. esforço esforços
fogo fogos
pãe(s) + zinhos = pãezinhos forno fornos
animai(s) + zinhos = animaizinhos fosso fossos
botõe(s) + zinhos = botõezinhos imposto impostos
chapéu(s) + zinhos = chapeuzinhos olho olhos
farói(s) + zinhos = faroizinhos osso (ô) ossos (ó)
tren(s) + zinhos = trenzinhos ovo ovos
colhere(s) + zinhas = colherezinhas poço poços
flore(s) + zinhas = florezinhas porto portos
mão(s) + zinhas = mãozinhas posto postos
papéi(s) + zinhos = papeizinhos tijolo tijolos
nuven(s) + zinhas = nuvenzinhas
funi(s) + zinhos = funizinhos Têm a vogal tônica fechada (ô): adornos, almoços, bol-
sos, esposos, estojos, globos, gostos, polvos, rolos, soros, etc.
túnei(s) + zinhos = tuneizinhos
pai(s) + zinhos = paizinhos * Observação: distinga-se molho (ô) = caldo (molho
pé(s) + zinhos = pezinhos de carne), de molho (ó) = feixe (molho de lenha).
pé(s) + zitos = pezitos
Particularidades sobre o Número dos Substantivos
Plural dos Nomes Próprios Personativos
- Há substantivos que só se usam no singular: o sul, o
Devem-se pluralizar os nomes próprios de pessoas norte, o leste, o oeste, a fé, etc.
sempre que a terminação preste-se à flexão. - Outros só no plural: as núpcias, os víveres, os pêsames,
as espadas/os paus (naipes de baralho), as fezes.
Os Napoleões também são derrotados. - Outros, enfim, têm, no plural, sentido diferente do
As Raquéis e Esteres. singular: bem (virtude) e bens (riquezas), honra (probidade,
bom nome) e honras (homenagem, títulos).
Plural dos Substantivos Estrangeiros - Usamos às vezes, os substantivos no singular, mas
com sentido de plural:
Substantivos ainda não aportuguesados devem ser es- Aqui morreu muito negro.
critos como na língua original, acrescentando-se “s” (exceto Celebraram o sacrifício divino muitas vezes em capelas
quando terminam em “s” ou “z”): os shows, os shorts, os jazz. improvisadas.

Substantivos já aportuguesados flexionam-se de acor- Flexão de Grau do Substantivo


do com as regras de nossa língua: os clubes, os chopes, os
jipes, os esportes, as toaletes, os bibelôs, os garçons, os ré- Grau é a propriedade que as palavras têm de exprimir
quiens. as variações de tamanho dos seres. Classifica-se em:

Observe o exemplo: - Grau Normal - Indica um ser de tamanho considera-


Este jogador faz gols toda vez que joga. do normal. Por exemplo: casa
O plural correto seria gois (ô), mas não se usa.
- Grau Aumentativo - Indica o aumento do tamanho
Plural com Mudança de Timbre
do ser. Classifica-se em:
Analítico = o substantivo é acompanhado de um adje-
Certos substantivos formam o plural com mudança de
tivo que indica grandeza. Por exemplo: casa grande.
timbre da vogal tônica (o fechado / o aberto). É um fato
fonético chamado metafonia (plural metafônico). Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indi-
cador de aumento. Por exemplo: casarão.

30
LÍNGUA PORTUGUESA

- Grau Diminutivo - Indica a diminuição do tamanho Classificação dos Verbos


do ser. Pode ser:
Analítico = substantivo acompanhado de um adjetivo Classificam-se em:
que indica pequenez. Por exemplo: casa pequena.
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indi- - Regulares: são aqueles que apresentam o radical
cador de diminuição. Por exemplo: casinha. inalterado durante a conjugação e desinências idênticas às
de todos os verbos regulares da mesma conjugação. Por
Fontes de pesquisa: exemplo: comparemos os verbos “cantar” e “falar”, conju-
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf12.php gados no presente do Modo Indicativo:
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere- canto falo
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: cantas falas
Saraiva, 2010.
canta falas
Verbo cantamos falamos
cantais falais
Verbo é a palavra que se flexiona em pessoa, núme-
ro, tempo e modo. A estes tipos de flexão verbal dá-se o cantam falam
nome de conjugação (por isso também se diz que verbo
é a palavra que pode ser conjugada). Pode indicar, entre * Dica: Observe que, retirando os radicais, as desi-
outros processos: ação (amarrar), estado (sou), fenômeno nências modo-temporal e número-pessoal mantiveram-se
(choverá); ocorrência (nascer); desejo (querer). idênticas. Tente fazer com outro verbo e perceberá que se
repetirá o fato (desde que o verbo seja da primeira conju-
Estrutura das Formas Verbais gação e regular!). Faça com o verbo “andar”, por exemplo.
Substitua o radical “cant” e coloque o “and” (radical do ver-
Do ponto de vista estrutural, o verbo pode apresentar bo andar). Viu? Fácil!
os seguintes elementos:
- Radical: é a parte invariável, que expressa o significa- - Irregulares: são aqueles cuja flexão provoca altera-
do essencial do verbo. Por exemplo: fal-ei; fal-ava; fal-am. ções no radical ou nas desinências: faço, fiz, farei, fizesse.
(radical fal-) * Observação: alguns verbos sofrem alteração no ra-
- Tema: é o radical seguido da vogal temática que in- dical apenas para que seja mantida a sonoridade. É o caso
dica a conjugação a que pertence o verbo. Por exemplo: de: corrigir/corrijo, fingir/finjo, tocar/toquei, por exemplo.
fala-r. São três as conjugações: Tais alterações não caracterizam irregularidade, porque o
1.ª - Vogal Temática - A - (falar), 2.ª - Vogal Temática - fonema permanece inalterado.
E - (vender), 3.ª - Vogal Temática - I - (partir).
- Desinência modo-temporal: é o elemento que de-
- Defectivos: são aqueles que não apresentam conju-
signa o tempo e o modo do verbo. Por exemplo:
gação completa. Os principais são adequar, precaver, com-
falávamos ( indica o pretérito imperfeito do indicativo)
/ falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo) putar, reaver, abolir, falir.
- Desinência número-pessoal: é o elemento que de-
signa a pessoa do discurso (1.ª, 2.ª ou 3.ª) e o número (sin- - Impessoais: são os verbos que não têm sujeito e, nor-
gular ou plural): malmente, são usados na terceira pessoa do singular. Os
falamos (indica a 1.ª pessoa do plural.) / falavam (in- principais verbos impessoais são:
dica a 3.ª pessoa do plural.)
* haver, quando sinônimo de existir, acontecer, realizar-
* Observação: o verbo pôr, assim como seus derivados se ou fazer (em orações temporais).
(compor, repor, depor), pertencem à 2.ª conjugação, pois a Havia muitos candidatos no dia da prova. (Havia = Exis-
forma arcaica do verbo pôr era poer. A vogal “e”, apesar tiam)
de haver desaparecido do infinitivo, revela-se em algumas Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram)
formas do verbo: põe, pões, põem, etc. Haverá debates hoje. (Haverá = Realizar-se-ão)
Viajei a Madri há muitos anos. (há = faz)
Formas Rizotônicas e Arrizotônicas
* fazer, ser e estar (quando indicam tempo)
Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura Faz invernos rigorosos na Europa.
dos verbos com o conceito de acentuação tônica, perce- Era primavera quando o conheci.
bemos com facilidade que nas formas rizotônicas o acento Estava frio naquele dia.
tônico cai no radical do verbo: opino, aprendam, amo, por
exemplo. Nas formas arrizotônicas, o acento tônico não cai
no radical, mas sim na terminação verbal (fora do radical):
opinei, aprenderão, amaríamos.

31
LÍNGUA PORTUGUESA

* Todos os verbos que indicam fenômenos da natureza são impessoais: chover, ventar, nevar, gear, trovejar, amanhecer,
escurecer, etc. Quando, porém, se constrói, “Amanheci cansado”, usa-se o verbo “amanhecer” em sentido figurado. Qual-
quer verbo impessoal, empregado em sentido figurado, deixa de ser impessoal para ser pessoal, ou seja, terá conjugação
completa.
Amanheci cansado. (Sujeito desinencial: eu)
Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos)
Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu)

* São impessoais, ainda:


- o verbo passar (seguido de preposição), indicando tempo: Já passa das seis.

- os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição “de”, indicando suficiência:


Basta de tolices.
Chega de promessas.

- os verbos estar e ficar em orações como “Está bem, Está muito bem assim, Não fica bem, Fica mal”, sem referência a
sujeito expresso anteriormente (por exemplo: “ele está mal”). Podemos, nesse caso, classificar o sujeito como hipotético,
tornando-se, tais verbos, pessoais.

- o verbo dar + para da língua popular, equivalente de “ser possível”. Por exemplo:
Não deu para chegar mais cedo.
Dá para me arrumar uma apostila?

- Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito, conjugam-se apenas nas terceiras pessoas, do singular e do plural. São
unipessoais os verbos constar, convir, ser (= preciso, necessário) e todos os que indicam vozes de animais (cacarejar, cricrilar,
miar, latir, piar).

* Observação: os verbos unipessoais podem ser usados como verbos pessoais na linguagem figurada:
Teu irmão amadureceu bastante.
O que é que aquela garota está cacarejando?

Principais verbos unipessoais:

1. cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer, ser (preciso, necessário):


Cumpre estudarmos bastante. (Sujeito: estudarmos bastante)
Parece que vai chover. (Sujeito: que vai chover)
É preciso que chova. (Sujeito: que chova)

2. fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo, seguidos da conjunção que.
Faz dez anos que viajei à Europa. (Sujeito: que viajei à Europa)
Vai para (ou Vai em ou Vai por) dez anos que não a vejo. (Sujeito: que não a vejo)

* Observação: todos os sujeitos apontados são oracionais.

- Abundantes: são aqueles que possuem duas ou mais formas equivalentes, geralmente no particípio, em que, além
das formas regulares terminadas em -ado ou -ido, surgem as chamadas formas curtas (particípio irregular).
O particípio regular (terminado em “–do”) é utilizado na voz ativa, ou seja, com os verbos ter e haver; o irregular é em-
pregado na voz passiva, ou seja, com os verbos ser, ficar e estar. Observe:

Infinitivo Particípio Regular Particípio Irregular


Aceitar Aceitado Aceito
Acender Acendido Aceso
Anexar Anexado Anexo
Benzer Benzido Bento
Corrigir Corrigido Correto
Dispersar Dispersado Disperso

32
LÍNGUA PORTUGUESA

Eleger Elegido Eleito


Envolver Envolvido Envolto
Imprimir Imprimido Impresso
Inserir Inserido Inserto
Limpar Limpado Limpo
Matar Matado Morto
Misturar Misturado Misto
Morrer Morrido Morto
Murchar Murchado Murcho
Pegar Pegado Pego
Romper Rompido Roto
Soltar Soltado Solto
Suspender Suspendido Suspenso
Tingir Tingido Tinto
Vagar Vagado Vago

* Importante:
- estes verbos e seus derivados possuem, apenas, o particípio irregular: abrir/aberto, cobrir/coberto, dizer/dito, escrever/
escrito, pôr/posto, ver/visto, vir/vindo.

- Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical em sua conjugação. Existem apenas dois: ser (sou, sois, fui) e
ir (fui, ia, vades).

- Auxiliares: São aqueles que entram na formação dos tempos compostos e das locuções verbais. O verbo principal
(aquele que exprime a ideia fundamental, mais importante), quando acompanhado de verbo auxiliar, é expresso numa das
formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.

Vou espantar todos!


(verbo auxiliar) (verbo principal no infinitivo)

Está chegando a hora!


(verbo auxiliar) (verbo principal no gerúndio)

* Observação: os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e haver.

Conjugação dos Verbos Auxiliares

SER - Modo Indicativo

Presente Pret.Perfeito Pret. Imp. Pret.mais-que-perf. Fut.do Pres. Fut. Do Pretérito


sou fui era fora serei seria
és foste eras foras serás serias
é foi era fora será seria
somos fomos éramos fôramos seremos seríamos
sois fostes éreis fôreis sereis seríeis
são foram eram foram serão seriam

33
LÍNGUA PORTUGUESA

SER - Modo Subjuntivo


Presente Pretérito Imperfeito Futuro
que eu seja se eu fosse quando eu for
que tu sejas se tu fosses quando tu fores
que ele seja se ele fosse quando ele for
que nós sejamos se nós fôssemos quando nós formos
que vós sejais se vós fôsseis quando vós fordes
que eles sejam se eles fossem quando eles forem

SER - Modo Imperativo


Afirmativo Negativo
sê tu não sejas tu
seja você não seja você
sejamos nós não sejamos nós
sede vós não sejais vós
sejam vocês não sejam vocês

SER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


ser ser eu sendo sido
seres tu
ser ele
sermos nós
serdes vós
serem eles

ESTAR - Modo Indicativo



Presente Pret. perf. Pret. Imp. Pret.mais-q-perf. Fut.doPres. Fut.doPreté.
estou estive estava estivera estarei estaria
estás estiveste estavas estiveras estarás estarias
está esteve estava estivera estará estaria
estamos estivemos estávamos estivéramos estaremos estaríamos
estais estivestes estáveis estivéreis estareis estaríeis
estão estiveram estavam estiveram estarão estariam

ESTAR - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


esteja estivesse estiver
estejas estivesses estiveres está estejas
esteja estivesse estiver esteja esteja
estejamos estivéssemos estivermos estejamos estejamos
estejais estivésseis estiverdes estai estejais
estejam estivessem estiverem estejam estejam

34
LÍNGUA PORTUGUESA

ESTAR - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


estar estar estando estado
estares
estar
estarmos
estardes
estarem

HAVER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imp. Pret.Mais-Q-Perf. Fut.do Pres. Fut.doPreté.


hei houve havia houvera haverei haveria
hás houveste havias houveras haverás haverias
há houve havia houvera haverá haveria
havemos houvemos havíamos houvéramos haveremos haveríamos
haveis houvestes havíeis houvéreis havereis haveríeis
hão houveram haviam houveram haverão haveriam

HAVER - Modo Subjuntivo e Imperativo


Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo
ja houvesse houver
hajas houvesses houveres há hajas
haja houvesse houver haja haja
hajamos houvéssemos houvermos hajamos hajamos
hajais houvésseis houverdes havei hajais
hajam houvessem houverem hajam hajam

HAVER - Formas Nominais


Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio
haver haver havendo havido
haveres

haver

havermos
haverdes
haverem

TER - Modo Indicativo


Presente Pret. Perf. Pret. Imp. Preté.mais-q-perf. Fut. Do Pres. Fut. Do Preté.
tenho tive tinha tivera terei teria
tens tiveste tinhas tiveras terás terias
tem teve tinha tivera terá teria
temos tivemos tínhamos tivéramos teremos teríamos
tendes tivestes tínheis tivéreis tereis teríeis
têm tiveram tinham tiveram terão teriam

35
LÍNGUA PORTUGUESA

TER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


tenha tivesse tiver
tenhas tivesses tiveres tem tenhas
tenha tivesse tiver tenha tenha
tenhamos tivéssemos tivermos tenhamos tenhamos
tenhais tivésseis tiverdes tende tenhais
tenham tivessem tiverem tenham tenham

- Pronominais: São aqueles verbos que se conjugam com os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, se, na
mesma pessoa do sujeito, expressando reflexibilidade (pronominais acidentais) ou apenas reforçando a ideia já implícita no
próprio sentido do verbo (pronominais essenciais). Veja:

1. Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam com os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São poucos:
abster-se, ater-se, apiedar-se, atrever-se, dignar-se, arrepender-se, etc. Nos verbos pronominais essenciais a reflexibilidade já
está implícita no radical do verbo. Por exemplo: Arrependi-me de ter estado lá.
A ideia é de que a pessoa representada pelo sujeito (eu) tem um sentimento (arrependimento) que recai sobre ela mes-
ma, pois não recebe ação transitiva nenhuma vinda do verbo; o pronome oblíquo átono é apenas uma partícula integrante
do verbo, já que, pelo uso, sempre é conjugada com o verbo. Diz-se que o pronome apenas serve de reforço da ideia refle-
xiva expressa pelo radical do próprio verbo.
Veja uma conjugação pronominal essencial (verbo e respectivos pronomes):
Eu me arrependo
Tu te arrependes
Ele se arrepende
Nós nos arrependemos
Vós vos arrependeis
Eles se arrependem

2. Acidentais: são aqueles verbos transitivos diretos em que a ação exercida pelo sujeito recai sobre o objeto repre-
sentado por pronome oblíquo da mesma pessoa do sujeito; assim, o sujeito faz uma ação que recai sobre ele mesmo. Em
geral, os verbos transitivos diretos ou transitivos diretos e indiretos podem ser conjugados com os pronomes mencionados,
formando o que se chama voz reflexiva. Por exemplo: A garota se penteava.
A reflexibilidade é acidental, pois a ação reflexiva pode ser exercida também sobre outra pessoa. Por exemplo: A garota
penteou-me.

* Observações:
- Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes oblíquos átonos dos verbos pronominais não possuem função
sintática.
- Há verbos que também são acompanhados de pronomes oblíquos átonos, mas que não são essencialmente prono-
minais - são os verbos reflexivos. Nos verbos reflexivos, os pronomes, apesar de se encontrarem na pessoa idêntica à do
sujeito, exercem funções sintáticas. Por exemplo:
Eu me feri. = Eu (sujeito) – 1.ª pessoa do singular; me (objeto direto) – 1.ª pessoa do singular

Modos Verbais

Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas pelo verbo na expressão de um fato certo, real, verdadeiro. Existem
três modos:

Indicativo - indica uma certeza, uma realidade: Eu estudo para o concurso.


Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade: Talvez eu estude amanhã.
Imperativo - indica uma ordem, um pedido: Estude, colega!

Formas Nominais

Além desses três modos, o verbo apresenta ainda formas que podem exercer funções de nomes (substantivo, adjetivo,
advérbio), sendo por isso denominadas formas nominais. Observe:

36
LÍNGUA PORTUGUESA

1-) Infinitivo
1.1-) Impessoal: exprime a significação do verbo de modo vago e indefinido, podendo ter valor e função de substan-
tivo. Por exemplo:
Viver é lutar. (= vida é luta)
É indispensável combater a corrupção. (= combate à)

O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presente (forma simples) ou no passado (forma composta). Por exemplo:
É preciso ler este livro.
Era preciso ter lido este livro.

1.2-) Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às três pessoas do discurso. Na 1.ª e 3.ª pessoas do singular, não
apresenta desinências, assumindo a mesma forma do impessoal; nas demais, flexiona-se da seguinte maneira:
2.ª pessoa do singular: Radical + ES = teres (tu)
1.ª pessoa do plural: Radical + MOS = termos (nós)
2.ª pessoa do plural: Radical + DES = terdes (vós)
3.ª pessoa do plural: Radical + EM = terem (eles)
Foste elogiado por teres alcançado uma boa colocação.

2-) Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adjetivo ou advérbio. Por exemplo:
Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de advérbio)
Água fervendo, pele ardendo. (função de adjetivo)

Na forma simples (1), o gerúndio expressa uma ação em curso; na forma composta (2), uma ação concluída:
Trabalhando (1), aprenderás o valor do dinheiro.
Tendo trabalhado (2), aprendeu o valor do dinheiro.

* Quando o gerúndio é vício de linguagem (gerundismo), ou seja, uso exagerado e inadequado do gerúndio:
1- Enquanto você vai ao mercado, vou estar jogando futebol.
2 – Sim, senhora! Vou estar verificando!

Em 1, a locução “vou estar” + gerúndio é adequada, pois transmite a ideia de uma ação que ocorre no momento da
outra; em 2, essa ideia não ocorre, já que a locução verbal “vou estar verificando” refere-se a um futuro em andamento,
exigindo, no caso, a construção “verificarei” ou “vou verificar”.

3-) Particípio: quando não é empregado na formação dos tempos compostos, o particípio indica, geralmente, o resul-
tado de uma ação terminada, flexionando-se em gênero, número e grau. Por exemplo: Terminados os exames, os candidatos
saíram.

Quando o particípio exprime somente estado, sem nenhuma relação temporal, assume verdadeiramente a função de
adjetivo. Por exemplo: Ela é a aluna escolhida pela turma.

(Ziraldo)

Tempos Verbais

Tomando-se como referência o momento em que se fala, a ação expressa pelo verbo pode ocorrer em diversos tempos.

37
LÍNGUA PORTUGUESA

1. Tempos do Modo Indicativo


- Presente - Expressa um fato atual: Eu estudo neste colégio.
- Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual, mas que não foi completamente
terminado: Ele estudava as lições quando foi interrompido.
- Pretérito Perfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual e que foi totalmente terminado: Ele
estudou as lições ontem à noite.
- Pretérito-mais-que-perfeito - Expressa um fato ocorrido antes de outro fato já terminado: Ele já estudara as lições
quando os amigos chegaram. (forma simples).
- Futuro do Presente - Enuncia um fato que deve ocorrer num tempo vindouro com relação ao momento atual: Ele
estudará as lições amanhã.
- Futuro do Pretérito - Enuncia um fato que pode ocorrer posteriormente a um determinado fato passado: Se ele
pudesse, estudaria um pouco mais.

2. Tempos do Modo Subjuntivo


- Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no momento atual: É conveniente que estudes para o exame.
- Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado, mas posterior a outro já ocorrido: Eu esperava que ele vencesse o jogo.

Observação: o pretérito imperfeito é também usado nas construções em que se expressa a ideia de condição ou de-
sejo. Por exemplo: Se ele viesse ao clube, participaria do campeonato.

- Futuro do Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer num momento futuro em relação ao atual: Quando ele vier
à loja, levará as encomendas.

Observação: o futuro do presente é também usado em frases que indicam possibilidade ou desejo. Por exemplo: Se
ele vier à loja, levará as encomendas.
** Há casos em que formas verbais de um determinado tempo podem ser utilizadas para indicar outro.
Em 1500, Pedro Álvares Cabral descobre o Brasil.
descobre = forma do presente indicando passado ( = descobrira/descobriu)

No próximo final de semana, faço a prova!


faço = forma do presente indicando futuro ( = farei)

Modo Indicativo

Presente do Indicativo
1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desinência pessoal
CANTAR VENDER PARTIR
cantO vendO partO O
cantaS vendeS parteS S
canta vende parte -
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaIS vendeIS partIS IS
cantaM vendeM parteM M

Pretérito Perfeito do Indicativo


1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desinência pessoal
CANTAR VENDER PARTIR
canteI vendI partI I
cantaSTE vendeSTE partISTE STE
cantoU vendeU partiU U
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaSTES vendeSTES partISTES STES
cantaRAM vendeRAM partiRAM RAM

38
LÍNGUA PORTUGUESA

Pretérito mais-que-perfeito

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal
1.ª/2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantaRAS vendeRAS partiRAS RA S
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantáRAMOS vendêRAMOS partíRAMOS RA MOS
cantáREIS vendêREIS partíREIS RE IS
cantaRAM vendeRAM partiRAM RA M

Pretérito Imperfeito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3ª. conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantAVA vendIA partIA
cantAVAS vendIAS partAS
CantAVA vendIA partIA
cantÁVAMOS vendÍAMOS partÍAMOS
cantÁVEIS vendÍEIS partÍEIS
cantAVAM vendIAM partIAM

Futuro do Presente do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar ei vender ei partir ei
cantar ás vender ás partir ás
cantar á vender á partir á
cantar emos vender emos partir emos
cantar eis vender eis partir eis
cantar ão vender ão partir ão

Futuro do Pretérito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantarIA venderIA partirIA
cantarIAS venderIAS partirIAS
cantarIA venderIA partirIA
cantarÍAMOS venderÍAMOS partirÍAMOS
cantarÍEIS venderÍEIS partirÍEIS
cantarIAM venderIAM partirIAM

39
LÍNGUA PORTUGUESA

Presente do Subjuntivo

Para se formar o presente do subjuntivo, substitui-se a desinência -o da primeira pessoa do singular do presente do
indicativo pela desinência -E (nos verbos de 1.ª conjugação) ou pela desinência -A (nos verbos de 2.ª e 3.ª conjugação).

1.ª conjug. 2.ª conjug. 3.ª conju. Desinên. pessoal Des. temporal Des.temporal
1.ª conj. 2.ª/3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantE vendA partA E A Ø
cantES vendAS partAS E A S
cantE vendA partA E A Ø
cantEMOS vendAMOS partAMOS E A MOS
cantEIS vendAIS partAIS E A IS
cantEM vendAM partAM E A M

Pretérito Imperfeito do Subjuntivo

Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito,
obtendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -SSE mais a desinência de nú-
mero e pessoa correspondente.

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desin. pessoal
1.ª /2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantaSSES vendeSSES partiSSES SSE S
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantáSSEMOS vendêSSEMOS partíSSEMOS SSE MOS
cantáSSEIS vendêSSEIS partíSSEIS SSE IS
cantaSSEM vendeSSEM partiSSEM SSE M

Futuro do Subjuntivo

Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito, ob-
tendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -R mais a desinência de número e
pessoa correspondente.

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desin. pessoal
1.ª /2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaR vendeR partiR Ø
cantaRES vendeRES partiRES R ES
cantaR vendeR partiR R Ø
cantaRMOS vendeRMOS partiRMOS R MOS
cantaRDES vendeRDES partiRDES R DES
cantaREM vendeREM partiREM R EM

40
LÍNGUA PORTUGUESA

Modo Imperativo

Imperativo Afirmativo

Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do presente do indicativo a 2.ª pessoa do singular (tu) e a segunda
pessoa do plural (vós) eliminando-se o “S” final. As demais pessoas vêm, sem alteração, do presente do subjuntivo. Veja:

Presente do Indicativo Imperativo Afirmativo Presente do Subjuntivo


Eu canto --- Que eu cante
Tu cantas CantA tu Que tu cantes
Ele canta Cante você Que ele cante
Nós cantamos Cantemos nós Que nós cantemos
Vós cantais CantAI vós Que vós canteis
Eles cantam Cantem vocês Que eles cantem

Imperativo Negativo

Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar a negação às formas do presente do subjuntivo.

Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo

Que eu cante ---


Que tu cantes Não cantes tu
Que ele cante Não cante você
Que nós cantemos Não cantemos nós
Que vós canteis Não canteis vós
Que eles cantem Não cantem eles
Observações:
- No modo imperativo não faz sentido usar na 3.ª pessoa (singular e plural) as formas ele/eles, pois uma ordem, pedido
ou conselho só se aplicam diretamente à pessoa com quem se fala. Por essa razão, utiliza-se você/vocês.
- O verbo SER, no imperativo, faz excepcionalmente: sê (tu), sede (vós).

Infinitivo Pessoal

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar vender partir
cantarES venderES partirES
cantar vender partir
cantarMOS venderMOS partirMOS
cantarDES venderDES partirDES
cantarEM venderEM partirEM

* Observações:
- o verbo parecer admite duas construções:
Elas parecem gostar de você. (forma uma locução verbal)
Elas parece gostarem de você. (verbo com sujeito oracional, correspondendo à construção: parece gostarem de você).

- o verbo pegar possui dois particípios (regular e irregular):


Elvis tinha pegado minhas apostilas.
Minhas apostilas foram pegas.

41
LÍNGUA PORTUGUESA

fontes de pesquisa: 3-) (POLÍCIA MILITAR/SP – OFICIAL ADMINISTRATIVO


http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf54. – VUNESP/2014) Considere o trecho a seguir.
php Já __________ alguns anos que estudos a respeito da
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- utilização abusiva dos smartphones estão sendo desen-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. volvidos. Os especialistas acreditam _________ motivos para
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere- associar alguns comportamentos dos adolescentes ao uso
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: prolongado desses aparelhos, e _________ alertado os pais
Saraiva, 2010. para que avaliem a necessidade de estabelecer limites aos
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- seus filhos.
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa,
as lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e res-
pectivamente, com:
Questões sobre Verbo (A) faz … haver … têm
(B) fazem … haver … tem
1-) (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS – (C) faz … haverem … têm
2014) A assertiva correta quanto à conjugação verbal é: (D) fazem … haverem … têm
A) Houveram eleições em outros países este ano. (E) faz … haverem … tem
B) Se eu vir você por aí, acabou.
C) Tinha chego atrasado vinte minutos. 3-) Já FAZ (sentido de tempo: não sofre flexão) alguns
D) Fazem três anos que não tiro férias. anos que estudos a respeito da utilização abusiva dos
E) Esse homem possue muitos bens. smartphones estão sendo desenvolvidos. Os especialistas
acreditam HAVER (sentido de existir: não varia) motivos
1-) Correções à frente: para associar alguns comportamentos dos adolescentes ao
A) Houveram eleições em outros países este ano = uso prolongado desses aparelhos, e TÊM (concorda com o
houve termo “os especialistas”) alertado os pais para que avaliem
C) Tinha chego atrasado vinte minutos = tinha chegado a necessidade de estabelecer limites aos seus filhos.
D) Fazem três anos que não tiro férias = faz três anos Temos: faz, haver, têm.
RESPOSTA: “A”.
E) Esse homem possue muitos bens = possui
RESPOSTA: “B”.
Vozes do Verbo
2-) (POLÍCIA CIVIL/SC – AGENTE DE POLÍCIA – ACA-
Dá-se o nome de voz à maneira como se apresenta a
FE/2014) Complete as lacunas com os verbos, tempos e
ação expressa pelo verbo em relação ao sujeito, indicando
modos indicados entre parênteses, fazendo a devida con-
se este é paciente ou agente da ação. Importante lembrar
cordância.
que voz verbal não é flexão, mas aspecto verbal. São três
• O juiz agrário ainda não _________ no conflito porque
as vozes verbais:
surgiram fatos novos de ontem para hoje. (intervir - preté-
rito perfeito do indicativo) - Ativa = quando o sujeito é agente, isto é, pratica a
• Uns poucos convidados ___________-se com os vídeos ação expressa pelo verbo:
postados no facebook. (entreter - pretérito imperfeito do
indicativo) Ele fez o tra-
• Representantes do PCRT somente serão aceitos na balho.
composição da chapa quando se _________ de criticar a sujeito agente ação objeto
atual diretoria do clube, (abster-se - futuro do subjuntivo) (paciente)
A sequência correta, de cima para baixo, é:
A-) interveio - entretinham - abstiverem - Passiva = quando o sujeito é paciente, recebendo a
B-) interviu - entretiveram - absterem ação expressa pelo verbo:
C-) intervém - entreteram - abstêm
D-) interviera - entretêm - abstiverem O trabalho foi feito p o r
E-) intervirá - entretenham - abstiveram ele.
sujeito paciente ação agente
da passiva
2-) O verbo “intervir” deve ser conjugado como o ver-
bo “vir”. Este, no pretérito perfeito do Indicativo fica “veio”, - Reflexiva = quando o sujeito é, ao mesmo tempo,
portanto, “interveio” (não existe “interviu”, já que ele não agente e paciente, isto é, pratica e recebe a ação:
deriva do verbo “ver”). Descartemos a alternativa B. Como
não há outro item com a mesma opção, chegamos à res-
posta rapidamente!
RESPOSTA: “A”.

42
LÍNGUA PORTUGUESA

O menino feriu-se. Conversão da Voz Ativa na Voz Passiva

* Observação: não confundir o emprego reflexivo do Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar subs-
verbo com a noção de reciprocidade: tancialmente o sentido da frase.
Os lutadores feriram-se. (um ao outro)
Nós nos amamos. (um ama o outro) O concurseiro comprou a apostila. (Voz Ativa)
Sujeito da Ativa objeto Direto
Formação da Voz Passiva
A apostila foi comprada pelo concurseiro.
A voz passiva pode ser formada por dois processos: (Voz Passiva)
analítico e sintético. Sujeito da Passiva Agente da Passi-
va
1- Voz Passiva Analítica = Constrói-se da seguinte ma-
neira: Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva; o
sujeito da ativa passará a agente da passiva, e o verbo ativo
Verbo SER + particípio do verbo principal. Por exemplo: assumirá a forma passiva, conservando o mesmo tempo.
A escola será pintada pelos alunos. (na ativa teríamos: os Observe:
alunos pintarão a escola) - Os mestres têm constantemente aconselhado os alu-
O trabalho é feito por ele. (na ativa: ele faz o trabalho) nos.
Os alunos têm sido constantemente aconselhados pelos
* Observação: o agente da passiva geralmente é acom- mestres.
panhado da preposição por, mas pode ocorrer a constru-
ção com a preposição de. Por exemplo: A casa ficou cercada - Eu o acompanharei.
de soldados. Ele será acompanhado por mim.
- Pode acontecer de o agente da passiva não estar ex- * Observação: quando o sujeito da voz ativa for inde-
plícito na frase: A exposição será aberta amanhã. terminado, não haverá complemento agente na passiva.
Por exemplo: Prejudicaram-me. / Fui prejudicado.
- A variação temporal é indicada pelo verbo auxiliar
(SER), pois o particípio é invariável. Observe a transforma-
** Saiba que:
ção das frases seguintes:
- com os verbos neutros (nascer, viver, morrer, dormir,
acordar, sonhar, etc.) não há voz ativa, passiva ou reflexiva,
a) Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do Indicativo)
porque o sujeito não pode ser visto como agente, paciente
O trabalho foi feito por ele. (verbo ser no pretérito per-
ou agente-paciente.
feito do Indicativo, assim como o verbo principal da voz
ativa)
Fontes de pesquisa:
b) Ele faz o trabalho. (presente do indicativo) http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf54.
O trabalho é feito por ele. (ser no presente do indica- php
tivo) SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
c) Ele fará o trabalho. (futuro do presente) Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
O trabalho será feito por ele. (futuro do presente) ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
- Nas frases com locuções verbais, o verbo SER assume Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
o mesmo tempo e modo do verbo principal da voz ativa. ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Observe a transformação da frase seguinte:
O vento ia levando as folhas. (gerúndio)
As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio) Questões

2- Voz Passiva Sintética = A voz passiva sintética - ou 1-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA/GO – ANALISTA JUDICIÁ-
pronominal - constrói-se com o verbo na 3.ª pessoa, segui- RIO – FGV/2014 - adaptada) A frase “que foi trazida pelo
do do pronome apassivador “se”. Por exemplo: instituto Endeavor” equivale, na voz ativa, a:
Abriram-se as inscrições para o concurso. (A) que o instituto Endeavor traz;
Destruiu-se o velho prédio da escola. (B) que o instituto Endeavor trouxe;
(C) trazida pelo instituto Endeavor;
* Observação: o agente não costuma vir expresso na (D) que é trazida pelo instituto Endeavor;
voz passiva sintética. (E) que traz o instituto Endeavor.

43
LÍNGUA PORTUGUESA

1-) Se na voz passiva temos dois verbos, na ativa tere- Regras ortográficas
mos um: “que o instituto Endeavor trouxe” (manter o tem-
po verbal no pretérito – assim como na passiva). O fonema s
RESPOSTA: “B”.
S e não C/Ç

2-) (PRODAM/AM – ASSISTENTE – FUNCAB/2014 - palavras substantivadas derivadas de verbos com radi-
adaptada) Ao passarmos a frase “...e É CONSIDERADO por cais em nd, rg, rt, pel, corr e sent: pretender - pretensão /
muitos o maior maratonista de todos os tempos” para a expandir - expansão / ascender - ascensão / inverter - inver-
voz ativa, encontramos a seguinte forma verbal: são / aspergir - aspersão / submergir - submersão / divertir
A) consideravam. - diversão / impelir - impulsivo / compelir - compulsório /
B) consideram. repelir - repulsa / recorrer - recurso / discorrer - discurso /
C) considerem. sentir - sensível / consentir – consensual.
D) considerarão.
E) considerariam.
SS e não C e Ç
2-) É CONSIDERADO por muitos o maior maratonista
nomes derivados dos verbos cujos radicais terminem
de todos os tempos = dois verbos na voz passiva, então na
em gred, ced, prim ou com verbos terminados por tir ou
ativa teremos UM: muitos o consideram o maior marato-
nista de todos os tempos. -meter: agredir - agressivo / imprimir - impressão / admitir
RESPOSTA: “B”. - admissão / ceder - cessão / exceder - excesso / percutir -
percussão / regredir - regressão / oprimir - opressão / com-
prometer - compromisso / submeter – submissão.
3-) (TRT-16ª REGIÃO/MA - ANALISTA JUDICIÁRIO –
ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC/2014) *quando o prefixo termina com vogal que se junta com
Transpondo-se para a voz passiva a frase “vou glosar a palavra iniciada por “s”. Exemplos: a + simétrico - assimé-
uma observação de Machado de Assis”, a forma verbal re- trico / re + surgir – ressurgir.
sultante deverá ser *no pretérito imperfeito simples do subjuntivo. Exem-
(A) terei glosado plos: ficasse, falasse.
(B) seria glosada
(C) haverá de ser glosada C ou Ç e não S e SS
(D) será glosada
(E) terá sido glosada vocábulos de origem árabe: cetim, açucena, açúcar.
vocábulos de origem tupi, africana ou exótica: cipó, Ju-
3-) “vou glosar uma observação de Machado de Assis” çara, caçula, cachaça, cacique.
– “vou glosar” expressa “glosarei”, então teremos na pas- sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, nça, uça, uçu,
siva: uma observação de Machado de Assis será glosada uço: barcaça, ricaço, aguçar, empalidecer, carniça, caniço,
por mim. esperança, carapuça, dentuço.
RESPOSTA: “D”. nomes derivados do verbo ter: abster - abstenção / de-
ter - detenção / ater - atenção / reter – retenção.
após ditongos: foice, coice, traição.
palavras derivadas de outras terminadas em -te, to(r):
ORTOGRAFIA marte - marciano / infrator - infração / absorto – absorção.

O fonema z
A ortografia é a parte da Fonologia que trata da correta
S e não Z
grafia das palavras. É ela quem ordena qual som devem
ter as letras do alfabeto. Os vocábulos de uma língua são
grafados segundo acordos ortográficos. sufixos: ês, esa, esia, e isa, quando o radical é subs-
tantivo, ou em gentílicos e títulos nobiliárquicos: freguês,
A maneira mais simples, prática e objetiva de apren- freguesa, freguesia, poetisa, baronesa, princesa.
der ortografia é realizar muitos exercícios, ver as palavras, sufixos gregos: ase, ese, ise e ose: catequese, metamor-
familiarizando-se com elas. O conhecimento das regras é fose.
necessário, mas não basta, pois há inúmeras exceções e, formas verbais pôr e querer: pôs, pus, quisera, quis, qui-
em alguns casos, há necessidade de conhecimento de eti- seste.
mologia (origem da palavra). nomes derivados de verbos com radicais terminados
em “d”: aludir - alusão / decidir - decisão / empreender -
empresa / difundir – difusão.

44
LÍNGUA PORTUGUESA

diminutivos cujos radicais terminam com “s”: Luís - Lui- CH e não X


sinho / Rosa - Rosinha / lápis – lapisinho.
após ditongos: coisa, pausa, pouso, causa. palavras de origem estrangeira: chave, chumbo, chassi,
verbos derivados de nomes cujo radical termina com mochila, espadachim, chope, sanduíche, salsicha.
“s”: anális(e) + ar - analisar / pesquis(a) + ar – pesquisar.
As letras “e” e “i”
Z e não S
Ditongos nasais são escritos com “e”: mãe, põem. Com
sufixos “ez” e “eza” das palavras derivadas de adjetivo: “i”, só o ditongo interno cãibra.
macio - maciez / rico – riqueza / belo – beleza. verbos que apresentam infinitivo em -oar, -uar são
sufixos “izar” (desde que o radical da palavra de ori- escritos com “e”: caçoe, perdoe, tumultue. Escrevemos com
gem não termine com s): final - finalizar / concreto – con- “i”, os verbos com infinitivo em -air, -oer e -uir: trai, dói,
cretizar. possui, contribui.
consoante de ligação se o radical não terminar com “s”:
pé + inho - pezinho / café + al - cafezal * Atenção para as palavras que mudam de sentido
quando substituímos a grafia “e” pela grafia “i”: área (super-
Exceção: lápis + inho – lapisinho. fície), ária (melodia) / delatar (denunciar), dilatar (expandir)
/ emergir (vir à tona), imergir (mergulhar) / peão (de estân-
O fonema j cia, que anda a pé), pião (brinquedo).

G e não J * Dica:
- Se o dicionário ainda deixar dúvida quanto à orto-
palavras de origem grega ou árabe: tigela, girafa, ges- grafia de uma palavra, há a possibilidade de consultar o
so. Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), ela-
estrangeirismo, cuja letra G é originária: sargento, gim. borado pela Academia Brasileira de Letras. É uma obra de
terminações: agem, igem, ugem, ege, oge (com pou- referência até mesmo para a criação de dicionários, pois
cas exceções): imagem, vertigem, penugem, bege, foge. traz a grafia atualizada das palavras (sem o significado). Na
Internet, o endereço é www.academia.org.br.
Exceção: pajem.
Informações importantes
terminações: ágio, égio, ígio, ógio, ugio: sortilégio, - Formas variantes são formas duplas ou múltiplas,
litígio, relógio, refúgio. equivalentes: aluguel/aluguer, relampejar/relampear/re-
verbos terminados em ger/gir: emergir, eleger, fugir, lampar/relampadar.
mugir. - Os símbolos das unidades de medida são escritos
depois da letra “r” com poucas exceções: emergir, sur- sem ponto, com letra minúscula e sem “s” para indicar plu-
gir. ral, sem espaço entre o algarismo e o símbolo: 2kg, 20km,
depois da letra “a”, desde que não seja radical termina- 120km/h.
do com j: ágil, agente. Exceção para litro (L): 2 L, 150 L.
- Na indicação de horas, minutos e segundos, não deve
J e não G haver espaço entre o algarismo e o símbolo: 14h, 22h30min,
14h23’34’’(= quatorze horas, vinte e três minutos e trinta e
palavras de origem latinas: jeito, majestade, hoje. quatro segundos).
palavras de origem árabe, africana ou exótica: jiboia, - O símbolo do real antecede o número sem espaço:
manjerona. R$1.000,00. No cifrão deve ser utilizada apenas uma barra
palavras terminadas com aje: ultraje. vertical ($).

O fonema ch Fontes de pesquisa:


http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/or-
X e não CH tografia
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
palavras de origem tupi, africana ou exótica: abacaxi, coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
xucro. Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
palavras de origem inglesa e espanhola: xampu, lagar- ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
tixa. Saraiva, 2010.
depois de ditongo: frouxo, feixe. Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
depois de “en”: enxurrada, enxada, enxoval. ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.

Exceção: quando a palavra de origem não derive de


outra iniciada com ch - Cheio - (enchente)

45
LÍNGUA PORTUGUESA

Hífen ** O hífen é suprimido quando para formar outros ter-


mos: reaver, inábil, desumano, lobisomem, reabilitar.
O hífen é um sinal diacrítico (que distingue) usado para
ligar os elementos de palavras compostas (como ex-presi- Lembrete da Zê!
dente, por exemplo) e para unir pronomes átonos a verbos Ao separar palavras na translineação (mudança de li-
(ofereceram-me; vê-lo-ei). Serve igualmente para fazer a nha), caso a última palavra a ser escrita seja formada por
translineação de palavras, isto é, no fim de uma linha, se- hífen, repita-o na próxima linha. Exemplo: escreverei anti
parar uma palavra em duas partes (ca-/sa; compa-/nheiro). -inflamatório e, ao final, coube apenas “anti-”. Na próxima
linha escreverei: “-inflamatório” (hífen em ambas as linhas).
Uso do hífen que continua depois da Reforma Or-
tográfica: Não se emprega o hífen:

1. Em palavras compostas por justaposição que formam 1. Nas formações em que o prefixo ou falso prefixo
uma unidade semântica, ou seja, nos termos que se unem termina em vogal e o segundo termo inicia-se em “r” ou
para formarem um novo significado: tio-avô, porto-ale- “s”. Nesse caso, passa-se a duplicar estas consoantes: antir-
grense, luso-brasileiro, tenente-coronel, segunda- -fei- religioso, contrarregra, infrassom, microssistema, minissaia,
ra, conta-gotas, guarda-chuva, arco-íris, primeiro-ministro, microrradiografia, etc.
azul-escuro.
2. Nas constituições em que o prefixo ou pseudopre-
2. Em palavras compostas por espécies botânicas e fixo termina em vogal e o segundo termo inicia-se com
zoológicas: couve-flor, bem-te-vi, bem-me-quer, abóbora- vogal diferente: antiaéreo, extraescolar, coeducação, autoes-
-menina, erva-doce, feijão-verde. trada, autoaprendizagem, hidroelétrico, plurianual, autoes-
cola, infraestrutura, etc.
3. Nos compostos com elementos além, aquém, re-
cém e sem: além-mar, recém-nascido, sem-número, recém- 3. Nas formações, em geral, que contêm os prefixos
-casado. “dês” e “in” e o segundo elemento perdeu o “h” inicial: de-
sumano, inábil, desabilitar, etc.
4. No geral, as locuções não possuem hífen, mas algu-
mas exceções continuam por já estarem consagradas pelo 4. Nas formações com o prefixo “co”, mesmo quando o
uso: cor-de-rosa, arco-da-velha, mais-que-perfeito, pé-de- segundo elemento começar com “o”: cooperação, coobriga-
meia, água-de-colônia, queima-roupa, deus-dará. ção, coordenar, coocupante, coautor, coedição, coexistir, etc.

5. Nos encadeamentos de vocábulos, como: ponte Rio- 5. Em certas palavras que, com o uso, adquiriram noção
Niterói, percurso Lisboa-Coimbra-Porto e nas combinações de composição: pontapé, girassol, paraquedas, paraquedis-
históricas ou ocasionais: Áustria-Hungria, Angola-Brasil, ta, etc.
etc.
6. Em alguns compostos com o advérbio “bem”: benfei-
6. Nas formações com os prefixos hiper-, inter- e su- to, benquerer, benquerido, etc.
per- quando associados com outro termo que é iniciado
por “r”: hiper-resistente, inter-racial, super-racional, etc. - Os prefixos pós, pré e pró, em suas formas corres-
pondentes átonas, aglutinam-se com o elemento seguinte,
7. Nas formações com os prefixos ex-, vice-: ex-diretor, não havendo hífen: pospor, predeterminar, predeterminado,
ex-presidente, vice-governador, vice-prefeito. pressuposto, propor.
- Escreveremos com hífen: anti-horário, anti-infeccio-
8. Nas formações com os prefixos pós-, pré- e pró-: so, auto-observação, contra-ataque, semi-interno, sobre-
pré-natal, pré-escolar, pró-europeu, pós-graduação, etc. -humano, super-realista, alto-mar.
- Escreveremos sem hífen: pôr do sol, antirreforma,
9. Na ênclise e mesóclise: amá-lo, deixá-lo, dá-se, abra- antisséptico, antissocial, contrarreforma, minirrestaurante,
ça-o, lança-o e amá-lo-ei, falar-lhe-ei, etc. ultrassom, antiaderente, anteprojeto, anticaspa, antivírus,
autoajuda, autoelogio, autoestima, radiotáxi.
10. Nas formações em que o prefixo tem como se-
gundo termo uma palavra iniciada por “h”: sub-hepático, Fontes de pesquisa:
geo--história, neo-helênico, extra-humano, semi-hospitalar, http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/or-
super-homem. tografia
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
11. Nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
termina com a mesma vogal do segundo elemento: micro
-ondas, eletro-ótica, semi-interno, auto-observação, etc.

46
LÍNGUA PORTUGUESA

Questões Armandinho, personagem do cartunista Alexandre


Beck, sabe perfeitamente empregar os parônimos “cestas”
1-) (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS – 2014) “sestas” e “sextas”. Quanto ao emprego de parônimos, da-
De acordo com a nova ortografia, assinale o item em que das as frases abaixo,
todas as palavras estão corretas: I. O cidadão se dirigia para sua _____________ eleitoral.
A) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial. II. A zona eleitoral ficava ___________ 200 metros de um
B) supracitado – semi-novo – telesserviço. posto policial.
C) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som. III. O condutor do automóvel __________ a lei seca.
D) contrarregra – autopista – semi-aberto. IV. Foi encontrada uma __________ soma de dinheiro no
E) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor. carro.
V. O policial anunciou o __________ delito.
1-) Correção:
A) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial = correta Assinale a alternativa cujos vocábulos preenchem cor-
B) supracitado – semi-novo – telesserviço = seminovo retamente as lacunas das frases.
C) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som = hi- A) seção, acerca de, infligiu, vultosa, fragrante.
droelétrica, ultrassom B) seção, acerca de, infligiu, vultuosa, flagrante.
D) contrarregra – autopista – semi-aberto = semiaberto C) sessão, a cerca de, infringiu, vultosa, fragrante.
E) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor = infraes- D) seção, a cerca de, infringiu, vultosa, flagrante.
trutura E) sessão, a cerca de, infligiu, vultuosa, flagrante.
RESPOSTA: “A”.
3-) Questão que envolve ortografia.
I. O cidadão se dirigia para sua SEÇÃO eleitoral. (setor)
2-) (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS – 2014) II. A zona eleitoral ficava A CERCA DE 200 metros de um
De acordo com a nova ortografia, assinale o item em que
posto policial. (= aproximadamente)
todas as palavras estão corretas:
III. O condutor do automóvel INFRINGIU a lei seca. (re-
A) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial.
lacione com infrator)
B) supracitado – semi-novo – telesserviço.
IV. Foi encontrada uma VULTOSA soma de dinheiro no
C) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som.
carro. (de grande vulto, volumoso)
D) contrarregra – autopista – semi-aberto.
V. O policial anunciou o FLAGRANTE delito. (relacione
E) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor.
com “pego no flagra”)
2-) Correção: Seção / a cerca de / infringiu / vultosa / flagrante
A) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial = correta RESPOSTA: “D”.
B) supracitado – semi-novo – telesserviço = seminovo
C) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som = hi-
droelétrica, ultrassom
D) contrarregra – autopista – semi-aberto = semiaberto ACENTUAÇÃO
E) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor = infraes-
trutura
RESPOSTA: “A”.
Quanto à acentuação, observamos que algumas pala-
vras têm acento gráfico e outras não; na pronúncia, ora se
3-) (CASAL/AL - ADMINISTRADOR DE REDE - COPEVE/ dá maior intensidade sonora a uma sílaba, ora a outra. Por
UFAL/2014) isso, vamos às regras!

Regras básicas – Acentuação tônica

A acentuação tônica está relacionada à intensidade


com que são pronunciadas as sílabas das palavras. Aquela
que se dá de forma mais acentuada, conceitua-se como sí-
laba tônica. As demais, como são pronunciadas com menos
intensidade, são denominadas de átonas.
De acordo com a tonicidade, as palavras são classifica-
das como:
Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre
a última sílaba. Ex.: café – coração – Belém – atum – caju –
papel

Paroxítonas – São aquelas em que a sílaba tônica recai


na penúltima sílaba. Ex.: útil – tórax – táxi – leque – sapato
– passível

47
LÍNGUA PORTUGUESA

Proparoxítonas - São aquelas cuja sílaba tônica está ** Alerta da Zê! Cuidado: Se os ditongos abertos esti-
na antepenúltima sílaba. Ex.: lâmpada – câmara – tímpano verem em uma palavra oxítona (herói) ou monossílaba (céu)
– médico – ônibus ainda são acentuados: dói, escarcéu.

Há vocábulos que possuem mais de uma sílaba, mas Antes Agora


em nossa língua existem aqueles com uma sílaba somente:
são os chamados monossílabos. assembléia assembleia
idéia ideia
Os acentos
geléia geleia
acento agudo (´) – Colocado sobre as letras “a” e “i”, jibóia jiboia
“u” e “e” do grupo “em” - indica que estas letras represen- apóia (verbo apoiar) apoia
tam as vogais tônicas de palavras como pá, caí, público.
paranóico paranoico
Sobre as letras “e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre
aberto: herói – médico – céu (ditongos abertos).
Acento Diferencial
acento circunflexo (^) – colocado sobre as letras “a”,
“e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre fechado: tâma-
Representam os acentos gráficos que, pelas regras de
ra – Atlântico – pêsames – supôs .
acentuação, não se justificariam, mas são utilizados para
acento grave (`) – indica a fusão da preposição “a”
diferenciar classes gramaticais entre determinadas palavras
com artigos e pronomes: à – às – àquelas – àqueles
e/ou tempos verbais. Por exemplo:
trema ( ¨ ) – De acordo com a nova regra, foi totalmen-
Pôr (verbo) X por (preposição) / pôde (pretérito perfeito
te abolido das palavras. Há uma exceção: é utilizado em
de Indicativo do verbo “poder”) X pode (presente do Indica-
palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros: mülle-
tivo do mesmo verbo).
riano (de Müller)
Se analisarmos o “pôr” - pela regra das monossílabas:
til (~) – indica que as letras “a” e “o” representam vo-
terminada em “o” seguida de “r” não deve ser acentuada,
gais nasais: oração – melão – órgão – ímã
mas nesse caso, devido ao acento diferencial, acentua-se,
para que saibamos se se trata de um verbo ou preposição.
Regras fundamentais
Os demais casos de acento diferencial não são mais
utilizados: para (verbo), para (preposição), pelo (substanti-
Palavras oxítonas:
vo), pelo (preposição). Seus significados e classes gramati-
Acentuam-se todas as oxítonas terminadas em: “a”, “e”,
cais são definidos pelo contexto.
“o”, “em”, seguidas ou não do plural(s): Pará – café(s) – ci-
Polícia para o trânsito para realizar blitz. = o primeiro
pó(s) – Belém.
“para” é verbo; o segundo, preposição (com relação de fi-
Esta regra também é aplicada aos seguintes casos:
nalidade).
- Monossílabos tônicos terminados em “a”, “e”, “o”, se-
** Quando, na frase, der para substituir o “por” por
guidos ou não de “s”: pá – pé – dó – há
“colocar”, estaremos trabalhando com um verbo, portanto:
- Formas verbais terminadas em “a”, “e”, “o” tônicos,
“pôr”; nos outros casos, “por” preposição. Ex: Faço isso por
seguidas de lo, la, los, las: respeitá-lo, recebê-lo, compô-lo
você. / Posso pôr (colocar) meus livros aqui?
Paroxítonas:
Regra do Hiato:
Acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em:
- i, is: táxi – lápis – júri
Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos, for a se-
- us, um, uns: vírus – álbuns – fórum
gunda vogal do hiato, acompanhado ou não de “s”, haverá
- l, n, r, x, ps: automóvel – elétron - cadáver – tórax –
acento. Ex.: saída – faísca – baú – país – Luís
fórceps
Não se acentuam o “i” e o “u” que formam hiato quan-
- ã, ãs, ão, ãos: ímã – ímãs – órfão – órgãos
do seguidos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z. Ra-ul, Lu-iz,
- ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou
sa-ir, ju-iz
não de “s”: água – pônei – mágoa – memória
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se esti-
verem seguidas do dígrafo nh. Ex: ra-i-nha, ven-to-i-nha.
** Dica: Memorize a palavra LINURXÃO. Para quê? Re-
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se vierem
pare que esta palavra apresenta as terminações das paro-
precedidas de vogal idêntica: xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba
xítonas que são acentuadas: L, I N, U (aqui inclua UM =
fórum), R, X, Ã, ÃO. Assim ficará mais fácil a memorização!
Observação importante:
Regras especiais:
Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos, formando
Os ditongos de pronúncia aberta “ei”, “oi” (ditongos
hiato quando vierem depois de ditongo (nas paroxítonas):
abertos), que antes eram acentuados, perderam o acento
de acordo com a nova regra, mas desde que estejam em
palavras paroxítonas.

48
LÍNGUA PORTUGUESA

Antes Agora Questões

bocaiúva bocaiuva 1-) (PREFEITURA DE SÃO PAULO/SP – AUDITOR FISCAL


feiúra feiura TRIBUTÁRIO MUNICIPAL – CETRO/2014 - adaptada) Assi-
nale a alternativa que contém duas palavras acentuadas
Sauípe Sauipe
conforme a mesma regra.
(A) “Hambúrgueres” e “repórter”.
O acento pertencente aos encontros “oo” e “ee” foi
(B) “Inacreditáveis” e “repórter”.
abolido:
(C) “Índice” e “dólares”.
(D) “Inacreditáveis” e “atribuídos”.
Antes Agora (E) “Atribuídos” e “índice”.
crêem creem
1-)
lêem leem
(A) “Hambúrgueres” = proparoxítona / “repórter” = pa-
vôo voo roxítona
enjôo enjoo (B) “Inacreditáveis” = paroxítona / “repórter” = paro-
xítona
** Dica: Memorize a palavra CREDELEVÊ. São os verbos (C) “Índice” = proparoxítona / “dólares” = proparoxí-
que, no plural, dobram o “e”, mas que não recebem mais tona
acento como antes: CRER, DAR, LER e VER. (D) “Inacreditáveis” = paroxítona / “atribuídos” = regra
Repare: do hiato
1-) O menino crê em você. / Os meninos creem em você. (E) “Atribuídos” = regra do hiato / “índice” = proparo-
2-) Elza lê bem! / Todas leem bem! xítona
3-) Espero que ele dê o recado à sala. / Esperamos que RESPOSTA: “B”.
os garotos deem o recado!
4-) Rubens vê tudo! / Eles veem tudo! 2-) (SEFAZ/RS – AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL
Cuidado! Há o verbo vir: Ele vem à tarde! / Eles vêm à – FUNDATEC/2014 - adaptada)
tarde! Analise as afirmações que são feitas sobre acentuação
As formas verbais que possuíam o acento tônico na gráfica.
raiz, com “u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de I. Caso o acento das palavras ‘trânsito’ e ‘específicos’
“e” ou “i” não serão mais acentuadas: seja retirado, essas continuam sendo palavras da língua
portuguesa.
II. A regra que explica a acentuação das palavras ‘vá-
Antes Depois rios’ e ‘país’ não é a mesma.
apazigúe (apaziguar) apazigue III. Na palavra ‘daí’, há um ditongo decrescente.
averigúe (averiguar) averigue IV. Acentua-se a palavra ‘vêm’ para diferenciá-la, em si-
tuação de uso, quanto à flexão de número.
argúi (arguir) argui Quais estão corretas?
A) Apenas I e III.
Acentuam-se os verbos pertencentes a terceira pessoa B) Apenas II e IV.
do plural de: ele tem – eles têm / ele vem – eles vêm (verbo C) Apenas I, II e IV.
vir) D) Apenas II, III e IV.
E) I, II, III e IV.
A regra prevalece também para os verbos conter, obter,
reter, deter, abster: ele contém – eles contêm, ele obtém – eles 2-)
obtêm, ele retém – eles retêm, ele convém – eles convêm. I. Caso o acento das palavras ‘trânsito’ e ‘específicos’
seja retirado, essas continuam sendo palavras da língua
Fontes de pesquisa: portuguesa = teremos “transito” e “especifico” – serão ver-
http://www.brasilescola.com/gramatica/acentuacao. bos (correta)
htm II. A regra que explica a acentuação das palavras ‘vá-
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- rios’ e ‘país’ não é a mesma = vários é paroxítona terminada
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. em ditongo; país é a regra do hiato (correta)
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere- III. Na palavra ‘daí’, há um ditongo decrescente = há um
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: hiato, por isso a acentuação (da - í) = incorreta.
Saraiva, 2010. IV. Acentua-se a palavra ‘vêm’ para diferenciá-la, em
situação de uso, quanto à flexão de número = “vêm” é uti-
lizado para a terceira pessoa do plural (correta)
RESPOSTA: “C”.

49
LÍNGUA PORTUGUESA

Dois pontos (:)


PONTUAÇÃO
1- Antes de uma citação
Vejamos como Afrânio Coutinho trata este assunto:

Os sinais de pontuação são marcações gráficas que 2- Antes de um aposto


servem para compor a coesão e a coerência textual, além Três coisas não me agradam: chuva pela manhã, frio à
de ressaltar especificidades semânticas e pragmáticas. tarde e calor à noite.
Um texto escrito adquire diferentes significados quando
pontuado de formas diversificadas. O uso da pontuação 3- Antes de uma explicação ou esclarecimento
depende, em certos momentos, da intenção do autor do Lá estava a deplorável família: triste, cabisbaixa, vivendo
discurso. Assim, os sinais de pontuação estão diretamente a rotina de sempre.
relacionados ao contexto e ao interlocutor.
4- Em frases de estilo direto
Principais funções dos sinais de pontuação
Maria perguntou:
- Por que você não toma uma decisão?
Ponto (.)

1- Indica o término do discurso ou de parte dele, en- Ponto de Exclamação (!)


cerrando o período.
1- Usa-se para indicar entonação de surpresa, cólera,
2- Usa-se nas abreviaturas: pág. (página), Cia. (Com- susto, súplica, etc.
panhia). Se a palavra abreviada aparecer em final de pe- Sim! Claro que eu quero me casar com você!
ríodo, este não receberá outro ponto; neste caso, o ponto
de abreviatura marca, também, o fim de período. Exemplo: 2- Depois de interjeições ou vocativos
Estudei português, matemática, constitucional, etc. (e não Ai! Que susto!
“etc..”) João! Há quanto tempo!

3- Nos títulos e cabeçalhos é opcional o emprego do Ponto de Interrogação (?)


ponto, assim como após o nome do autor de uma citação:
Haverá eleições em outubro Usa-se nas interrogações diretas e indiretas livres.
O culto do vernáculo faz parte do brio cívico. (Napoleão “- Então? Que é isso? Desertaram ambos?” (Artur Aze-
Mendes de Almeida) (ou: Almeida.) vedo)

4- Os números que identificam o ano não utilizam pon- Reticências (...)


to nem devem ter espaço a separá-los, bem como os nú-
meros de CEP: 1975, 2014, 2006, 17600-250. 1- Indica que palavras foram suprimidas: Comprei lápis,
canetas, cadernos...
Ponto e Vírgula ( ; )
2- Indica interrupção violenta da frase.
1- Separa várias partes do discurso, que têm a mesma “- Não... quero dizer... é verdad... Ah!”
importância: “Os pobres dão pelo pão o trabalho; os ricos
dão pelo pão a fazenda; os de espíritos generosos dão pelo
3- Indica interrupções de hesitação ou dúvida: Este
pão a vida; os de nenhum espírito dão pelo pão a alma...”
mal... pega doutor?
(VIEIRA)

2- Separa partes de frases que já estão separadas por 4- Indica que o sentido vai além do que foi dito: Deixa,
vírgulas: Alguns quiseram verão, praia e calor; outros, mon- depois, o coração falar...
tanhas, frio e cobertor.
Vírgula (,)
3- Separa itens de uma enumeração, exposição de mo-
tivos, decreto de lei, etc. Não se usa vírgula
Ir ao supermercado;
Pegar as crianças na escola; * separando termos que, do ponto de vista sintático,
Caminhada na praia; ligam-se diretamente entre si:
Reunião com amigos. - entre sujeito e predicado:
Todos os alunos da sala foram advertidos.
Sujeito predicado

50
LÍNGUA PORTUGUESA

- entre o verbo e seus objetos: Fontes de pesquisa:


O trabalho custou sacrifício aos http://www.infoescola.com/portugues/pontuacao/
realizadores. http://www.brasilescola.com/gramatica/uso-da-virgu-
V.T.D.I. O.D. O.I. la.htm
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cere-
Usa-se a vírgula: ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
- Para marcar intercalação: SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
a) do adjunto adverbial: O café, em razão da sua abun- coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
dância, vem caindo de preço.
b) da conjunção: Os cerrados são secos e áridos. Estão Questões
produzindo, todavia, altas quantidades de alimentos.
c) das expressões explicativas ou corretivas: As indús- 1-) (SAAE/SP - FISCAL LEITURISTA - VUNESP - 2014)
trias não querem abrir mão de suas vantagens, isto é, não
querem abrir mão dos lucros altos.

- Para marcar inversão:


a) do adjunto adverbial (colocado no início da oração):
Depois das sete horas, todo o comércio está de portas fe-
chadas.
b) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos
pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma.
c) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de
maio de 1982.

- Para separar entre si elementos coordenados (dis-


postos em enumeração):
Era um garoto de 15 anos, alto, magro.
A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e animais.

- Para marcar elipse (omissão) do verbo:


Nós queremos comer pizza; e vocês, churrasco.

- Para isolar: (SAAE/SP - FISCAL LEITURISTA - VUNESP - 2014) Se-


- o aposto: São Paulo, considerada a metrópole brasilei- gundo a norma-padrão da língua portuguesa, a pontuação
ra, possui um trânsito caótico. está correta em:
- o vocativo: Ora, Thiago, não diga bobagem. A) Hagar disse, que não iria.
B) Naquela noite os Stevensens prometeram servir, bi-
Observações: fes e lagostas, aos vizinhos.
- Considerando-se que “etc.” é abreviatura da expres- C) Chegou, o convite dos Stevensens, bife e lagostas:
são latina et cetera, que significa “e outras coisas”, seria dis- para Hagar e Helga
pensável o emprego da vírgula antes dele. Porém, o acordo D) “Eles são chatos e, nunca param de falar”, disse, Ha-
ortográfico em vigor no Brasil exige que empreguemos etc. gar à Helga.
precedido de vírgula: Falamos de política, futebol, lazer, etc. E) Helga chegou com o recado: fomos convidados, pe-
los Stevensens, para jantar bifes e lagostas.
- As perguntas que denotam surpresa podem ter com-
binados o ponto de interrogação e o de exclamação: Você 1-) Correções realizadas:
falou isso para ela?! A) Hagar disse que não iria. = não há vírgula entre ver-
bo e seu complemento (objeto)
- Temos, ainda, sinais distintivos: B) Naquela noite os Stevensens prometeram servir bi-
1-) a barra ( / ) = usada em datas (25/12/2014), sepa- fes e lagostas aos vizinhos. = não há vírgula entre verbo e
ração de siglas (IOF/UPC); seu complemento (objeto)
2-) os colchetes ([ ]) = usados em transcrições feitas C) Chegou o convite dos Stevensens: bife e lagostas
pelo narrador ([vide pág. 5]), usado como primeira opção para Hagar e Helga.
aos parênteses, principalmente na matemática; D) “Eles são chatos e nunca param de falar”, disse Ha-
3-) o asterisco ( * ) = usado para remeter o leitor a gar à Helga.
uma nota de rodapé ou no fim do livro, para substituir um E) Helga chegou com o recado: fomos convidados, pe-
nome que não se quer mencionar. los Stevensens, para jantar bifes e lagostas.
RESPOSTA: “E”.

51
LÍNGUA PORTUGUESA

2-) (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – MÉDICO DO TRA- Concordância Verbal


BALHO – CESPE/2014 - adaptada)
A correção gramatical do trecho “Entre as bebidas al- É a flexão que se faz para que o verbo concorde com
coólicas, cervejas e vinhos são as mais comuns em todo seu sujeito.
o mundo” seria prejudicada, caso se inserisse uma vírgula
logo após a palavra “vinhos”. a) Sujeito Simples - Regra Geral
( ) CERTO ( ) ERRADO O sujeito, sendo simples, com ele concordará o verbo
em número e pessoa. Veja os exemplos:
2-) Não se deve colocar vírgula entre sujeito e predi- A prova para ambos os cargos será aplicada
cado, a não ser que se trate de um aposto (1), predicativo às 13h.
do sujeito (2), ou algum termo que requeira estar separado 3.ª p. Singular 3.ª p. Singular
entre pontuações. Exemplos:
O Rio de Janeiro, cidade maravilhosa (1), está em festa! Os candidatos à vaga chegarão às 12h.
Os meninos, ansiosos (2), chegaram! 3.ª p. Plural 3.ª p. Plural
RESPOSTA: “CERTO”.
Casos Particulares
3-) (PRODAM/AM – ASSISTENTE – FUNCAB/2014) Em
apenas uma das opções a vírgula foi corretamente empre- 1) Quando o sujeito é formado por uma expressão par-
gada. Assinale-a. titiva (parte de, uma porção de, o grosso de, metade de, a
A) No dia seguinte, estavam todos cansados. maioria de, a maior parte de, grande parte de...) seguida de
B) Romperam a fita da vitória, os dois atletas. um substantivo ou pronome no plural, o verbo pode ficar
C) Os seus hábitos estranhos, deixavam as pessoas per- no singular ou no plural.
plexas. A maioria dos jornalistas aprovou / aprovaram a ideia.
D) A luta em defesa dos mais fracos, é necessária e Metade dos candidatos não apresentou / apresentaram
fundamental. proposta.
E) As florestas nativas do Brasil, sobrevivem em peque-
na parte do território. Esse mesmo procedimento pode se aplicar aos casos
dos coletivos, quando especificados: Um bando de vânda-
3-) los destruiu / destruíram o monumento.
A) No dia seguinte, estavam todos cansados. = correta
B) Romperam a fita da vitória, os dois atletas = não se Observação: nesses casos, o uso do verbo no singular
separa sujeito do predicado (o sujeito está no final). enfatiza a unidade do conjunto; já a forma plural confere
C) Os seus hábitos estranhos, deixavam as pessoas per- destaque aos elementos que formam esse conjunto.
plexas = não se separa sujeito do predicado.
D) A luta em defesa dos mais fracos, é necessária e fun- 2) Quando o sujeito é formado por expressão que in-
damental = não se separa sujeito do predicado. dica quantidade aproximada (cerca de, mais de, menos de,
E) As florestas nativas do Brasil, sobrevivem em peque- perto de...) seguida de numeral e substantivo, o verbo con-
na parte do território. = não se separa sujeito do predicado corda com o substantivo.
RESPOSTA: “A”. Cerca de mil pessoas participaram do concurso.
Perto de quinhentos alunos compareceram à solenidade.
Mais de um atleta estabeleceu novo recorde nas últimas
Olimpíadas.
CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL
Observação: quando a expressão “mais de um” asso-
ciar-se a verbos que exprimem reciprocidade, o plural é
obrigatório: Mais de um colega se ofenderam na discussão.
Os concurseiros estão apreensivos. (ofenderam um ao outro)
Concurseiros apreensivos.
3) Quando se trata de nomes que só existem no plu-
No primeiro exemplo, o verbo estar encontra-se na ral, a concordância deve ser feita levando-se em conta a
terceira pessoa do plural, concordando com o seu sujeito, ausência ou presença de artigo. Sem artigo, o verbo deve
os concurseiros. No segundo exemplo, o adjetivo “apreen- ficar no singular; com artigo no plural, o verbo deve ficar
sivos” está concordando em gênero (masculino) e núme- o plural.
ro (plural) com o substantivo a que se refere: concurseiros. Os Estados Unidos possuem grandes universidades.
Nesses dois exemplos, as flexões de pessoa, número e gê- Estados Unidos possui grandes universidades.
nero correspondem-se. Alagoas impressiona pela beleza das praias.
A correspondência de flexão entre dois termos é a con- As Minas Gerais são inesquecíveis.
cordância, que pode ser verbal ou nominal. Minas Gerais produz queijo e poesia de primeira.

52
LÍNGUA PORTUGUESA

4) Quando o sujeito é um pronome interrogativo ou *Quando “um dos que” vem entremeada de substanti-
indefinido plural (quais, quantos, alguns, poucos, muitos, vo, o verbo pode:
quaisquer, vários) seguido por “de nós” ou “de vós”, o verbo a) ficar no singular – O Tietê é um dos rios que atravessa
pode concordar com o primeiro pronome (na terceira pes- o Estado de São Paulo. ( já que não há outro rio que faça o
soa do plural) ou com o pronome pessoal. mesmo).
Quais de nós são / somos capazes? b) ir para o plural – O Tietê é um dos rios que estão
Alguns de vós sabiam / sabíeis do caso? poluídos (noção de que existem outros rios na mesma con-
Vários de nós propuseram / propusemos sugestões ino- dição).
vadoras.
8) Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o
Observação: veja que a opção por uma ou outra forma verbo fica na 3ª pessoa do singular ou plural.
indica a inclusão ou a exclusão do emissor. Quando alguém Vossa Excelência está cansado?
diz ou escreve “Alguns de nós sabíamos de tudo e nada fize- Vossas Excelências renunciarão?
mos”, ele está se incluindo no grupo dos omissos. Isso não
ocorre ao dizer ou escrever “Alguns de nós sabiam de tudo e 9) A concordância dos verbos bater, dar e soar faz-se de
nada fizeram”, frase que soa como uma denúncia. acordo com o numeral.
Nos casos em que o interrogativo ou indefinido estiver Deu uma hora no relógio da sala.
no singular, o verbo ficará no singular. Deram cinco horas no relógio da sala.
Qual de nós é capaz? Soam dezenove horas no relógio da praça.
Algum de vós fez isso. Baterão doze horas daqui a pouco.

5) Quando o sujeito é formado por uma expressão que Observação: caso o sujeito da oração seja a palavra re-
indica porcentagem seguida de substantivo, o verbo deve lógio, sino, torre, etc., o verbo concordará com esse sujeito.
concordar com o substantivo. O tradicional relógio da praça matriz dá nove horas.
25% do orçamento do país será destinado à Educação. Soa quinze horas o relógio da matriz.
85% dos entrevistados não aprovam a administração do
prefeito. 10) Verbos Impessoais: por não se referirem a nenhum
1% do eleitorado aceita a mudança. sujeito, são usados sempre na 3.ª pessoa do singular. São
1% dos alunos faltaram à prova. verbos impessoais: Haver no sentido de existir; Fazer indi-
cando tempo; Aqueles que indicam fenômenos da nature-
Quando a expressão que indica porcentagem não é za. Exemplos:
seguida de substantivo, o verbo deve concordar com o nú- Havia muitas garotas na festa.
mero. Faz dois meses que não vejo meu pai.
25% querem a mudança. Chovia ontem à tarde.
1% conhece o assunto.
b) Sujeito Composto
Se o número percentual estiver determinado por artigo
ou pronome adjetivo, a concordância far-se-á com eles: 1) Quando o sujeito é composto e anteposto ao verbo,
Os 30% da produção de soja serão exportados. a concordância se faz no plural:
Esses 2% da prova serão questionados. Pai e filho conversavam longamente.
Sujeito
6) O pronome “que” não interfere na concordância; já o
“quem” exige que o verbo fique na 3.ª pessoa do singular. Pais e filhos devem conversar com frequência.
Fui eu que paguei a conta. Sujeito
Fomos nós que pintamos o muro.
És tu que me fazes ver o sentido da vida. 2) Nos sujeitos compostos formados por pessoas gra-
Sou eu quem faz a prova. maticais diferentes, a concordância ocorre da seguinte ma-
Não serão eles quem será aprovado. neira: a primeira pessoa do plural (nós) prevalece sobre a
segunda pessoa (vós) que, por sua vez, prevalece sobre a
7) Com a expressão “um dos que”, o verbo deve assu- terceira (eles). Veja:
mir a forma plural. Teus irmãos, tu e eu tomaremos a decisão.
Ademir da Guia foi um dos jogadores que mais encan- Primeira Pessoa do Plural (Nós)
taram os poetas.
Este candidato é um dos que mais estudaram! Tu e teus irmãos tomareis a decisão.
Segunda Pessoa do Plural (Vós)
Se a expressão for de sentido contrário – nenhum dos
que, nem um dos que -, não aceita o verbo no singular: Pais e filhos precisam respeitar-se.
Nenhum dos que foram aprovados assumirá a vaga. Terceira Pessoa do Plural (Eles)
Nem uma das que me escreveram mora aqui.

53
LÍNGUA PORTUGUESA

Observação: quando o sujeito é composto, formado 5) Quando os núcleos do sujeito são unidos por “com”,
por um elemento da segunda pessoa (tu) e um da terceira o verbo fica no plural. Nesse caso, os núcleos recebem um
(ele), é possível empregar o verbo na terceira pessoa do mesmo grau de importância e a palavra “com” tem sentido
plural (eles): “Tu e teus irmãos tomarão a decisão.” – no muito próximo ao de “e”.
lugar de “tomaríeis”. O pai com o filho montaram o brinquedo.
O governador com o secretariado traçaram os planos
3) No caso do sujeito composto posposto ao verbo, para o próximo semestre.
passa a existir uma nova possibilidade de concordância: em O professor com o aluno questionaram as regras.
vez de concordar no plural com a totalidade do sujeito, o
verbo pode estabelecer concordância com o núcleo do su- Nesse mesmo caso, o verbo pode ficar no singular, se a
jeito mais próximo. ideia é enfatizar o primeiro elemento.
Faltaram coragem e competência. O pai com o filho montou o brinquedo.
Faltou coragem e competência. O governador com o secretariado traçou os planos para
o próximo semestre.
Compareceram todos os candidatos e o banca.
O professor com o aluno questionou as regras.
Compareceu o banca e todos os candidatos.
Observação: com o verbo no singular, não se pode
4) Quando ocorre ideia de reciprocidade, a concordân-
falar em sujeito composto. O sujeito é simples, uma vez
cia é feita no plural. Observe: que as expressões “com o filho” e “com o secretariado” são
Abraçaram-se vencedor e vencido. adjuntos adverbiais de companhia. Na verdade, é como se
Ofenderam-se o jogador e o árbitro. houvesse uma inversão da ordem. Veja:
“O pai montou o brinquedo com o filho.”
Casos Particulares “O governador traçou os planos para o próximo semes-
tre com o secretariado.”
1) Quando o sujeito composto é formado por núcleos “O professor questionou as regras com o aluno.”
sinônimos ou quase sinônimos, o verbo fica no singular.
Descaso e desprezo marca seu comportamento. *Casos em que se usa o verbo no singular:
A coragem e o destemor fez dele um herói. Café com leite é uma delícia!
O frango com quiabo foi receita da vovó.
2) Quando o sujeito composto é formado por núcleos
dispostos em gradação, verbo no singular: 6) Quando os núcleos do sujeito são unidos por ex-
Com você, meu amor, uma hora, um minuto, um segun- pressões correlativas como: “não só...mas ainda”, “não so-
do me satisfaz. mente”..., “não apenas...mas também”, “tanto...quanto”, o
verbo ficará no plural.
3) Quando os núcleos do sujeito composto são unidos Não só a seca, mas também o pouco caso castigam o
por “ou” ou “nem”, o verbo deverá ficar no plural, de acor- Nordeste.
do com o valor semântico das conjunções: Tanto a mãe quanto o filho ficaram surpresos com a no-
Drummond ou Bandeira representam a essência da poe- tícia.
sia brasileira.
Nem o professor nem o aluno acertaram a resposta. 7) Quando os elementos de um sujeito composto são
resumidos por um aposto recapitulativo, a concordância é
Em ambas as orações, as conjunções dão ideia de “adi- feita com esse termo resumidor.
Filmes, novelas, boas conversas, nada o tirava da apatia.
ção”. Já em:
Trabalho, diversão, descanso, tudo é muito importante
Juca ou Pedro será contratado.
na vida das pessoas.
Roma ou Buenos Aires será a sede da próxima Olim-
píada.
Outros Casos
* Temos ideia de exclusão, por isso os verbos ficam no 1) O Verbo e a Palavra “SE”
singular. Dentre as diversas funções exercidas pelo “se”, há duas
de particular interesse para a concordância verbal:
4) Com as expressões “um ou outro” e “nem um nem a) quando é índice de indeterminação do sujeito;
outro”, a concordância costuma ser feita no singular. b) quando é partícula apassivadora.
Um ou outro compareceu à festa. Quando índice de indeterminação do sujeito, o “se”
Nem um nem outro saiu do colégio. acompanha os verbos intransitivos, transitivos indiretos e
de ligação, que obrigatoriamente são conjugados na ter-
Com “um e outro”, o verbo pode ficar no plural ou no ceira pessoa do singular:
singular: Um e outro farão/fará a prova. Precisa-se de funcionários.
Confia-se em teses absurdas.

54
LÍNGUA PORTUGUESA

Quando pronome apassivador, o “se” acompanha ver- c) Quando o sujeito indicar peso, medida, quantidade e
bos transitivos diretos (VTD) e transitivos diretos e indiretos for seguido de palavras ou expressões como pouco, muito,
(VTDI) na formação da voz passiva sintética. Nesse caso, o menos de, mais de, etc., o verbo SER fica no singular:
verbo deve concordar com o sujeito da oração. Exemplos: Cinco quilos de açúcar é mais do que preciso.
Construiu-se um posto de saúde. Três metros de tecido é pouco para fazer seu vestido.
Construíram-se novos postos de saúde. Duas semanas de férias é muito para mim.
Aqui não se cometem equívocos
Alugam-se casas. d) Quando um dos elementos (sujeito ou predicativo)
for pronome pessoal do caso reto, com este concordará o
** Dica: Para saber se o “se” é partícula apassivadora verbo.
ou índice de indeterminação do sujeito, tente transformar No meu setor, eu sou a única mulher.
a frase para a voz passiva. Se a frase construída for “com- Aqui os adultos somos nós.
preensível”, estaremos diante de uma partícula apassivado-
ra; se não, o “se” será índice de indeterminação. Veja: Observação: sendo ambos os termos (sujeito e pre-
Precisa-se de funcionários qualificados. dicativo) representados por pronomes pessoais, o verbo
Tentemos a voz passiva: concorda com o pronome sujeito.
Funcionários qualificados são precisados (ou precisos)? Eu não sou ela.
Não há lógica. Portanto, o “se” destacado é índice de inde- Ela não é eu.
terminação do sujeito.
Agora: e) Quando o sujeito for uma expressão de sentido par-
Vendem-se casas. titivo ou coletivo e o predicativo estiver no plural, o verbo
Voz passiva: Casas são vendidas. Construção correta! SER concordará com o predicativo.
Então, aqui, o “se” é partícula apassivadora. (Dá para eu A grande maioria no protesto eram jovens.
passar para a voz passiva. Repare em meu destaque. Per- O resto foram atitudes imaturas.
cebeu semelhança? Agora é só memorizar!).
2) O Verbo “Ser” 3) O Verbo “Parecer”
O verbo parecer, quando é auxiliar em uma locução
A concordância verbal dá-se sempre entre o verbo e o verbal (é seguido de infinitivo), admite duas concordâncias:
sujeito da oração. No caso do verbo ser, essa concordân- a) Ocorre variação do verbo PARECER e não se flexiona
cia pode ocorrer também entre o verbo e o predicativo do o infinitivo: As crianças parecem gostar do desenho.
sujeito.
b) A variação do verbo parecer não ocorre e o infinitivo
Quando o sujeito ou o predicativo for: sofre flexão:
As crianças parece gostarem do desenho.
a)Nome de pessoa ou pronome pessoal – o verbo SER (essa frase equivale a: Parece gostarem do desenho as
concorda com a pessoa gramatical: crianças)
Ele é forte, mas não é dois.
Fernando Pessoa era vários poetas. Atenção: Com orações desenvolvidas, o verbo PARE-
A esperança dos pais são eles, os filhos. CER fica no singular. Por Exemplo: As paredes parece que
têm ouvidos. (Parece que as paredes têm ouvidos = oração
b)nome de coisa e um estiver no singular e o outro no subordinada substantiva subjetiva).
plural, o verbo SER concordará, preferencialmente, com o
que estiver no plural: Concordância Nominal
Os livros são minha paixão!
Minha paixão são os livros! A concordância nominal se baseia na relação entre
nomes (substantivo, pronome) e as palavras que a eles se
Quando o verbo SER indicar ligam para caracterizá-los (artigos, adjetivos, pronomes
adjetivos, numerais adjetivos e particípios). Lembre-se:
a) horas e distâncias, concordará com a expressão normalmente, o substantivo funciona como núcleo de um
numérica: termo da oração, e o adjetivo, como adjunto adnominal.
É uma hora. A concordância do adjetivo ocorre de acordo com as
São quatro horas. seguintes regras gerais:
Daqui até a escola é um quilômetro / são dois quilôme- 1) O adjetivo concorda em gênero e número quando
tros. se refere a um único substantivo: As mãos trêmulas denun-
ciavam o que sentia.
b) datas, concordará com a palavra dia(s), que pode
estar expressa ou subentendida: 2) Quando o adjetivo refere-se a vários substantivos, a
Hoje é dia 26 de agosto. concordância pode variar. Podemos sistematizar essa fle-
Hoje são 26 de agosto. xão nos seguintes casos:

55
LÍNGUA PORTUGUESA

a) Adjetivo anteposto aos substantivos: ** Dica: Substitua o “só” por “apenas” ou “sozinho”. Se
- O adjetivo concorda em gênero e número com o a frase ficar coerente com o primeiro, trata-se de advérbio,
substantivo mais próximo. portanto, invariável; se houver coerência com o segundo,
Encontramos caídas as roupas e os prendedores. função de adjetivo, então varia:
Encontramos caída a roupa e os prendedores. Ela está só. (ela está sozinha) – adjetivo
Encontramos caído o prendedor e a roupa. Ele está só descansando. (apenas descansando) - ad-
vérbio
- Caso os substantivos sejam nomes próprios ou de pa-
rentesco, o adjetivo deve sempre concordar no plural. ** Mas cuidado! Se colocarmos uma vírgula depois de
As adoráveis Fernanda e Cláudia vieram me visitar. “só”, haverá, novamente, um adjetivo:
Encontrei os divertidos primos e primas na festa. Ele está só, descansando. (ele está sozinho e descansan-
do)
b) Adjetivo posposto aos substantivos: 7) Quando um único substantivo é modificado por dois
- O adjetivo concorda com o substantivo mais próximo ou mais adjetivos no singular, podem ser usadas as cons-
ou com todos eles (assumindo a forma masculina plural se truções:
houver substantivo feminino e masculino). a) O substantivo permanece no singular e coloca-se o
A indústria oferece localização e atendimento perfeito. artigo antes do último adjetivo: Admiro a cultura espanhola
A indústria oferece atendimento e localização perfeita. e a portuguesa.
A indústria oferece localização e atendimento perfeitos.
A indústria oferece atendimento e localização perfeitos. b) O substantivo vai para o plural e omite-se o artigo
antes do adjetivo: Admiro as culturas espanhola e portu-
Observação: os dois últimos exemplos apresentam guesa.
maior clareza, pois indicam que o adjetivo efetivamente se
refere aos dois substantivos. Nesses casos, o adjetivo foi Casos Particulares
flexionado no plural masculino, que é o gênero predomi-
nante quando há substantivos de gêneros diferentes. É proibido - É necessário - É bom - É preciso - É per-
mitido
- Se os substantivos possuírem o mesmo gênero, o ad-
jetivo fica no singular ou plural. a) Estas expressões, formadas por um verbo mais um
A beleza e a inteligência feminina(s). adjetivo, ficam invariáveis se o substantivo a que se referem
O carro e o iate novo(s). possuir sentido genérico (não vier precedido de artigo).
É proibido entrada de crianças.
3) Expressões formadas pelo verbo SER + adjetivo: Em certos momentos, é necessário atenção.
a) O adjetivo fica no masculino singular, se o substan- No verão, melancia é bom.
tivo não for acompanhado de nenhum modificador: Água É preciso cidadania.
é bom para saúde. Não é permitido saída pelas portas laterais.

b) O adjetivo concorda com o substantivo, se este for b) Quando o sujeito destas expressões estiver deter-
modificado por um artigo ou qualquer outro determinati- minado por artigos, pronomes ou adjetivos, tanto o verbo
vo: Esta água é boa para saúde. como o adjetivo concordam com ele.
É proibida a entrada de crianças.
4) O adjetivo concorda em gênero e número com os Esta salada é ótima.
pronomes pessoais a que se refere: Juliana encontrou-as A educação é necessária.
muito felizes. São precisas várias medidas na educação.

5) Nas expressões formadas por pronome indefinido Anexo - Obrigado - Mesmo - Próprio - Incluso - Qui-
neutro (nada, algo, muito, tanto, etc.) + preposição DE + te
adjetivo, este último geralmente é usado no masculino sin-
gular: Os jovens tinham algo de misterioso. Estas palavras adjetivas concordam em gênero e nú-
mero com o substantivo ou pronome a que se referem.
6) A palavra “só”, quando equivale a “sozinho”, tem fun- Seguem anexas as documentações requeridas.
ção adjetiva e concorda normalmente com o nome a que A menina agradeceu: - Muito obrigada.
se refere: Muito obrigadas, disseram as senhoras.
Cristina saiu só. Seguem inclusos os papéis solicitados.
Cristina e Débora saíram sós. Estamos quites com nossos credores.

Observação: quando a palavra “só” equivale a “somen-


te” ou “apenas”, tem função adverbial, ficando, portanto,
invariável: Eles só desejam ganhar presentes.

56
LÍNGUA PORTUGUESA

Bastante - Caro - Barato - Longe Questões

Estas palavras são invariáveis quando funcionam como 1-) (MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA
advérbios. Concordam com o nome a que se referem quan- E COMÉRCIO EXTERIOR – ANALISTA TÉCNICO ADMINIS-
do funcionam como adjetivos, pronomes adjetivos, ou nu- TRATIVO – CESPE/2014) Em “Vossa Excelência deve estar
merais. satisfeita com os resultados das negociações”, o adjetivo
As jogadoras estavam bastante cansadas. (advérbio) estará corretamente empregado se dirigido a ministro de
Há bastantes pessoas insatisfeitas com o trabalho. (pro- Estado do sexo masculino, pois o termo “satisfeita” deve
nome adjetivo) concordar com a locução pronominal de tratamento “Vossa
Nunca pensei que o estudo fosse tão caro. (advérbio) Excelência”.
As casas estão caras. (adjetivo) ( ) CERTO ( ) ERRADO
Achei barato este casaco. (advérbio)
Hoje as frutas estão baratas. (adjetivo) 1-) Se a pessoa, no caso o ministro, for do sexo femi-
nino (ministra), o adjetivo está correto; mas, se for do sexo
Meio - Meia masculino, o adjetivo sofrerá flexão de gênero: satisfeito. O
pronome de tratamento é apenas a maneira de como tratar
a) A palavra “meio”, quando empregada como adjetivo, a autoridade, não concordando com o gênero (o pronome
concorda normalmente com o nome a que se refere: Pedi de tratamento, apenas).
meia porção de polentas. RESPOSTA: “ERRADO”.
b) Quando empregada como advérbio permanece in- 2-) (GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL – CADASTRO
variável: A candidata está meio nervosa. RESERVA PARA O METRÔ/DF – ADMINISTRADOR - IA-
DES/2014 - adaptada) Se, no lugar dos verbos destacados
** Dica! Dá para eu substituir por “um pouco”, assim no verso “Escolho os filmes que eu não vejo no elevador”,
saberei que se trata de um advérbio, não de adjetivo: “A
fossem empregados, respectivamente, Esquecer e gostar, a
candidata está um pouco nervosa”.
nova redação, de acordo com as regras sobre regência ver-
bal e concordância nominal prescritas pela norma-padrão,
Alerta - Menos
deveria ser
(A) Esqueço dos filmes que eu não gosto no elevador.
Essas palavras são advérbios, portanto, permanecem
(B) Esqueço os filmes os quais não gosto no elevador.
sempre invariáveis.
(C) Esqueço dos filmes aos quais não gosto no eleva-
Os concurseiros estão sempre alerta.
dor.
Não queira menos matéria!
(D) Esqueço dos filmes dos quais não gosto no eleva-
* Tome nota! dor.
Não variam os substantivos que funcionam como ad- (E) Esqueço os filmes dos quais não gosto no elevador.
jetivos:
Bomba – notícias bomba 2-) O verbo “esquecer” pede objeto direto; “gostar”, in-
Chave – elementos chave direto (com preposição): Esqueço os filmes dos quais não
Monstro – construções monstro gosto.
Padrão – escola padrão RESPOSTA: “E”.

Fontes de pesquisa: 3-) (SABESP – TECNÓLOGO – FCC/2014) Considerada a


http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint49. substituição do segmento grifado pelo que está entre pa-
php rênteses ao final da transcrição, o verbo que deverá perma-
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cere- necer no singular está em:
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: (A) ... disse o pesquisador à Folha de S. Paulo. (os pes-
Saraiva, 2010. quisadores)
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- (B) Segundo ele, a mudança climática contribuiu para a
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. ruína dessa sociedade... (as mudanças do clima)
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- (C) No sistema havia também uma estação... (várias es-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. tações)
(D) ... a civilização maia da América Central tinha um
método sustentável de gerenciamento da água. (os povos
que habitavam a América Central)
(E) Um estudo publicado recentemente mostra que a
civilização maia... (Estudos como o que acabou de ser pu-
blicado).

57
LÍNGUA PORTUGUESA

3-) 1-) Verbos Intransitivos


(A) ... disse (disseram) (os pesquisadores)
(B) Segundo ele, a mudança climática contribuiu (con- Os verbos intransitivos não possuem complemento. É
tribuíram) (as mudanças do clima) importante, no entanto, destacar alguns detalhes relativos
(C) No sistema havia (várias estações) = permanecerá aos adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los.
no singular - Chegar, Ir
(D) ... a civilização maia da América Central tinha (ti- Normalmente vêm acompanhados de adjuntos adver-
nham) (os povos que habitavam a América Central) biais de lugar. Na língua culta, as preposições usadas para
(E) Um estudo publicado recentemente mostra (mos- indicar destino ou direção são: a, para.
tram) (Estudos como o que acabou de ser publicado). Fui ao teatro.
RESPOSTA: “C”. Adjunto Adverbial de Lugar

Ricardo foi para a Espanha.


Adjunto Adverbial de Lugar
REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
- Comparecer
O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido por
em ou a.
Dá-se o nome de regência à relação de subordinação Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o
que ocorre entre um verbo (regência verbal) ou um nome último jogo.
(regência nominal) e seus complementos.
2-) Verbos Transitivos Diretos
Regência Verbal = Termo Regente: VERBO
Os verbos transitivos diretos são complementados por
A regência verbal estuda a relação que se estabelece objetos diretos. Isso significa que não exigem preposição
entre os verbos e os termos que os complementam (obje- para o estabelecimento da relação de regência. Ao empre-
tos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos gar esses verbos, lembre-se de que os pronomes oblíquos
adverbiais). Há verbos que admitem mais de uma regência, o, a, os, as atuam como objetos diretos. Esses pronomes
o que corresponde à diversidade de significados que estes podem assumir as formas lo, los, la, las (após formas ver-
verbos podem adquirir dependendo do contexto em que bais terminadas em -r, -s ou -z) ou no, na, nos, nas (após
forem empregados. formas verbais terminadas em sons nasais), enquanto lhe e
A mãe agrada o filho = agradar significa acariciar, con- lhes são, quando complementos verbais, objetos indiretos.
tentar. São verbos transitivos diretos, dentre outros: aban-
A mãe agrada ao filho = agradar significa “causar agra- donar, abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar,
do ou prazer”, satisfazer. admirar, adorar, alegrar, ameaçar, amolar, amparar, auxiliar,
Conclui-se que “agradar alguém” é diferente de “agra- castigar, condenar, conhecer, conservar, convidar, defender,
dar a alguém”. eleger, estimar, humilhar, namorar, ouvir, prejudicar, prezar,
proteger, respeitar, socorrer, suportar, ver, visitar.
Saiba que: Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente
O conhecimento do uso adequado das preposições é como o verbo amar:
um dos aspectos fundamentais do estudo da regência ver- Amo aquele rapaz. / Amo-o.
bal (e também nominal). As preposições são capazes de Amo aquela moça. / Amo-a.
modificar completamente o sentido daquilo que está sen- Amam aquele rapaz. / Amam-no.
do dito. Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la.
Cheguei ao metrô.
Cheguei no metrô. Observação: os pronomes lhe, lhes só acompanham
No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no se- esses verbos para indicar posse (caso em que atuam como
gundo caso, é o meio de transporte por mim utilizado. adjuntos adnominais):
Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto)
A voluntária distribuía leite às crianças. Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua car-
A voluntária distribuía leite com as crianças. reira)
Na primeira frase, o verbo “distribuir” foi empregado Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau hu-
como transitivo direto (objeto direto: leite) e indireto (obje- mor)
to indireto: às crianças); na segunda, como transitivo direto
(objeto direto: crianças; com as crianças: adjunto adverbial). 3-) Verbos Transitivos Indiretos

Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos Os verbos transitivos indiretos são complementados
de acordo com sua transitividade. Esta, porém, não é um por objetos indiretos. Isso significa que esses verbos exi-
fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de diferentes gem uma preposição para o estabelecimento da relação de
formas em frases distintas. regência. Os pronomes pessoais do caso oblíquo de ter-

58
LÍNGUA PORTUGUESA

ceira pessoa que podem atuar como objetos indiretos são Informar
o “lhe”, o “lhes”, para substituir pessoas. Não se utilizam - Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto
os pronomes o, os, a, as como complementos de verbos indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa.
transitivos indiretos. Com os objetos indiretos que não re- Informe os novos preços aos clientes.
presentam pessoas, usam-se pronomes oblíquos tônicos Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os novos
de terceira pessoa (ele, ela) em lugar dos pronomes átonos preços)
lhe, lhes.
- Na utilização de pronomes como complementos, veja
Os verbos transitivos indiretos são os seguintes: as construções:
- Consistir - Tem complemento introduzido pela prepo- Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos preços.
sição “em”: A modernidade verdadeira consiste em direitos Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou so-
iguais para todos.
bre eles)
- Obedecer e Desobedecer - Possuem seus complemen-
Observação: a mesma regência do verbo informar é
tos introduzidos pela preposição “a”:
Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais. usada para os seguintes: avisar, certificar, notificar, cientifi-
Eles desobedeceram às leis do trânsito. car, prevenir.

- Responder - Tem complemento introduzido pela pre- Comparar


posição “a”. Esse verbo pede objeto indireto para indicar “a Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite as
quem” ou “ao que” se responde. preposições “a” ou “com” para introduzir o complemento
Respondi ao meu patrão. indireto: Comparei seu comportamento ao (ou com o) de
Respondemos às perguntas. uma criança.
Respondeu-lhe à altura.
Pedir
Observação: o verbo responder, apesar de transitivo Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente na
indireto quando exprime aquilo a que se responde, admite forma de oração subordinada substantiva) e indireto de
voz passiva analítica: pessoa.
O questionário foi respondido corretamente.
Todas as perguntas foram respondidas satisfatoriamen- Pedi-lhe favores.
te.
Objeto Indireto Objeto Direto
- Simpatizar e Antipatizar - Possuem seus complemen-
Pedi-lhe que se mantivesse em silêncio.
tos introduzidos pela preposição “com”.
Antipatizo com aquela apresentadora. Objeto Indireto Oração Subordinada Subs-
Simpatizo com os que condenam os políticos que gover- tantiva Objetiva Direta
nam para uma minoria privilegiada.
Saiba que:
4-) Verbos Transitivos Diretos e Indiretos - A construção “pedir para”, muito comum na lingua-
gem cotidiana, deve ter emprego muito limitado na língua
Os verbos transitivos diretos e indiretos são acompa- culta. No entanto, é considerada correta quando a palavra
nhados de um objeto direto e um indireto. Merecem desta- licença estiver subentendida.
que, nesse grupo: agradecer, perdoar e pagar. São verbos Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em casa.
que apresentam objeto direto relacionado a coisas e objeto
indireto relacionado a pessoas. Observe que, nesse caso, a preposição “para” introduz
uma oração subordinada adverbial final reduzida de infiniti-
Agradeço aos ouvintes a audiência. vo (para ir entregar-lhe os catálogos em casa).
Objeto Indireto Objeto Direto
Preferir
Paguei o débito ao cobrador.
Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto in-
Objeto Direto Objeto Indireto
direto introduzido pela preposição “a”:
Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais.
- O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito
com particular cuidado: Prefiro trem a ônibus.
Agradeci o presente. / Agradeci-o.
Agradeço a você. / Agradeço-lhe. Observação: na língua culta, o verbo “preferir” deve
Perdoei a ofensa. / Perdoei-a. ser usado sem termos intensificadores, tais como: muito,
Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe. antes, mil vezes, um milhão de vezes, mais. A ênfase já é
Paguei minhas contas. / Paguei-as. dada pelo prefixo existente no próprio verbo (pre).
Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes.

59
LÍNGUA PORTUGUESA

Mudança de Transitividade - Mudança de Signifi- CHAMAR


cado - Chamar é transitivo direto no sentido de convocar,
solicitar a atenção ou a presença de.
Há verbos que, de acordo com a mudança de transitivi- Por gentileza, vá chamar a polícia. / Por favor, vá cha-
dade, apresentam mudança de significado. O conhecimen- má-la.
to das diferentes regências desses verbos é um recurso lin- Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes.
guístico muito importante, pois além de permitir a correta
interpretação de passagens escritas, oferece possibilidades - Chamar no sentido de denominar, apelidar pode
expressivas a quem fala ou escreve. Dentre os principais, apresentar objeto direto e indireto, ao qual se refere predi-
estão: cativo preposicionado ou não.
A torcida chamou o jogador mercenário.
AGRADAR A torcida chamou ao jogador mercenário.
A torcida chamou o jogador de mercenário.
- Agradar é transitivo direto no sentido de fazer cari-
A torcida chamou ao jogador de mercenário.
nhos, acariciar, fazer as vontades de.
Sempre agrada o filho quando.
- Chamar com o sentido de ter por nome é pronominal:
Aquele comerciante agrada os clientes.
Como você se chama? Eu me chamo Zenaide.
- Agradar é transitivo indireto no sentido de causar CUSTAR
agrado a, satisfazer, ser agradável a. Rege complemento in- - Custar é intransitivo no sentido de ter determinado
troduzido pela preposição “a”. valor ou preço, sendo acompanhado de adjunto adverbial:
O cantor não agradou aos presentes. Frutas e verduras não deveriam custar muito.
O cantor não lhes agradou.
- No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransitivo
*O antônimo “desagradar” é sempre transitivo indireto: ou transitivo indireto, tendo como sujeito uma oração re-
O cantor desagradou à plateia. duzida de infinitivo.

ASPIRAR Muito custa viver tão longe da família.


- Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspi- Verbo Intransitivo Oração Subordinada
rar (o ar), inalar: Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o) Substantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo

- Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter Custou-me (a mim) crer nisso.
como ambição: Aspirávamos a um emprego melhor. (Aspi- Objeto Indireto Oração Subordinada Subs-
rávamos a ele) tantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo

* Como o objeto direto do verbo “aspirar” não é pes- *A Gramática Normativa condena as construções que
soa, as formas pronominais átonas “lhe” e “lhes” não são atribuem ao verbo “custar” um sujeito representado por
utilizadas, mas, sim, as formas tônicas “a ele(s)”, “a ela(s)”. pessoa: Custei para entender o problema. = Forma
Veja o exemplo: Aspiravam a uma existência melhor. (= As- correta: Custou-me entender o problema.
piravam a ela)
IMPLICAR
- Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos:
ASSISTIR
a) dar a entender, fazer supor, pressupor: Suas atitudes
- Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, pres-
implicavam um firme propósito.
tar assistência a, auxiliar.
b) ter como consequência, trazer como consequência,
As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos.
acarretar, provocar: Uma ação implica reação.
As empresas de saúde negam-se a assisti-los.
- Como transitivo direto e indireto, significa compro-
- Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presen- meter, envolver: Implicaram aquele jornalista em questões
ciar, estar presente, caber, pertencer. econômicas.
Assistimos ao documentário.
Não assisti às últimas sessões. * No sentido de antipatizar, ter implicância, é transitivo
Essa lei assiste ao inquilino. indireto e rege com preposição “com”: Implicava com quem
não trabalhasse arduamente.
*No sentido de morar, residir, o verbo “assistir” é in-
transitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de NAMORAR
lugar introduzido pela preposição “em”: Assistimos numa - Sempre transitivo direto: Luísa namora Carlos há dois
conturbada cidade. anos.

60
LÍNGUA PORTUGUESA

OBEDECER - DESOBEDECER Há uma construção em que a coisa esquecida ou lem-


- Sempre transitivo indireto: brada passa a funcionar como sujeito e o verbo sofre leve
Todos obedeceram às regras. alteração de sentido. É uma construção muito rara na lín-
Ninguém desobedece às leis. gua contemporânea, porém, é fácil encontrá-la em textos
clássicos tanto brasileiros como portugueses. Machado de
*Quando o objeto é “coisa”, não se utiliza “lhe” nem Assis, por exemplo, fez uso dessa construção várias vezes.
“lhes”: As leis são essas, mas todos desobedecem a elas. Esqueceu-me a tragédia. (cair no esquecimento)
Lembrou-me a festa. (vir à lembrança)
PROCEDER Não lhe lembram os bons momentos da infância? (=
- Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, ter momentos é sujeito)
cabimento, ter fundamento ou comportar-se, agir. Nessa
segunda acepção, vem sempre acompanhado de adjunto SIMPATIZAR - ANTIPATIZAR
adverbial de modo. - São transitivos indiretos e exigem a preposição “com”:
As afirmações da testemunha procediam, não havia Não simpatizei com os jurados.
como refutá-las. Simpatizei com os alunos.
Você procede muito mal.
Importante: A norma culta exige que os verbos e ex-
- Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a prepo- pressões que dão ideia de movimento sejam usados com
sição “de”) e fazer, executar (rege complemento introduzido a preposição “a”:
pela preposição “a”) é transitivo indireto. Chegamos a São Paulo e fomos direto ao hotel.
O avião procede de Maceió. Cláudia desceu ao segundo andar.
Procedeu-se aos exames. Hoje, com esta chuva, ninguém sairá à rua.
O delegado procederá ao inquérito.
Regência Nominal
QUERER
- Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter É o nome da relação existente entre um nome (subs-
vontade de, cobiçar. tantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse
Querem melhor atendimento. nome. Essa relação é sempre intermediada por uma prepo-
Queremos um país melhor. sição. No estudo da regência nominal, é preciso levar em
conta que vários nomes apresentam exatamente o mesmo
- Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição, regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime de
estimar, amar: Quero muito aos meus amigos. um verbo significa, nesses casos, conhecer o regime dos
nomes cognatos. Observe o exemplo: Verbo obedecer e os
VISAR nomes correspondentes: todos regem complementos in-
- Como transitivo direto, apresenta os sentidos de mi- troduzidos pela preposição a. Veja:
rar, fazer pontaria e de pôr visto, rubricar.
O homem visou o alvo. Obedecer a algo/ a alguém.
O gerente não quis visar o cheque. Obediente a algo/ a alguém.

- No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como Se uma oração completar o sentido de um nome, ou
objetivo é transitivo indireto e rege a preposição “a”. seja, exercer a função de complemento nominal, ela será
O ensino deve sempre visar ao progresso social. completiva nominal (subordinada substantiva).
Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar
público.

ESQUECER – LEMBRAR
- Lembrar algo – esquecer algo
- Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo (pronomi-
nal)

No 1.º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja,


exigem complemento sem preposição: Ele esqueceu o livro.
No 2.º caso, os verbos são pronominais (-se, -me, etc) e
exigem complemento com a preposição “de”. São, portan-
to, transitivos indiretos:
- Ele se esqueceu do caderno.
- Eu me esqueci da chave.
- Eles se esqueceram da prova.
- Nós nos lembramos de tudo o que aconteceu.

61
LÍNGUA PORTUGUESA

Regência de Alguns Nomes

Substantivos
Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo a, de
Aversão a, para, por Doutor em Obediência a
Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por
Bacharel em Horror a Proeminência sobre
Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por
Adjetivos
Acessível a Diferente de Necessário a
Acostumado a, com Entendido em Nocivo a
Afável com, para com Equivalente a Paralelo a
Agradável a Escasso de Parco em, de
Alheio a, de Essencial a, para Passível de
Análogo a Fácil de Preferível a
Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a
Apto a, para Favorável a Prestes a
Ávido de Generoso com Propício a
Benéfico a Grato a, por Próximo a
Capaz de, para Hábil em Relacionado com
Compatível com Habituado a Relativo a
Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por
Contíguo a Impróprio para Semelhante a
Contrário a Indeciso em Sensível a
Curioso de, por Insensível a Sito em
Descontente com Liberal com Suspeito de
Desejoso de Natural de Vazio de

Advérbios
Longe de Perto de

Observação: os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados: para-
lela a; paralelamente a; relativa a; relativamente a.

Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint61.php
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.

Questões

1-) (PRODAM – AUXILIAR - MOTORISTA – FUNCAB/2014) Assinale a alternativa em que a frase segue a norma culta da
língua quanto à regência verbal.
A) Prefiro viajar de ônibus do que dirigir.
B) Eu esqueci do seu nome.
C) Você assistiu à cena toda?
D) Ele chegou na oficina pela manhã.
E) Sempre obedeço as leis de trânsito.

62
LÍNGUA PORTUGUESA

1-) Quanto à estrutura da frase, as que possuem verbo


A) Prefiro viajar de ônibus do que dirigir. = prefiro viajar (oração) são estruturadas por dois elementos essenciais:
de ônibus a dirigir sujeito e predicado.
B) Eu esqueci do seu nome. = Eu me esqueci do seu O sujeito é o termo da frase que concorda com o verbo
nome em número e pessoa. É o “ser de quem se declara algo”, “o
C) Você assistiu à cena toda? = correta tema do que se vai comunicar”; o predicado é a parte da
D) Ele chegou na oficina pela manhã. = Ele chegou à frase que contém “a informação nova para o ouvinte”, é o
oficina pela manhã que “se fala do sujeito”. Ele se refere ao tema, constituindo
E) Sempre obedeço as leis de trânsito. = Sempre obe- a declaração do que se atribui ao sujeito.
deço às leis de trânsito Quando o núcleo da declaração está no verbo (que in-
RESPOSTA: “C”. dique ação ou fenômeno da natureza, seja um verbo signi-
ficativo), temos o predicado verbal. Mas, se o núcleo estiver
2-) (POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DE SÃO PAULO/SP – em um nome (geralmente um adjetivo), teremos um predi-
MÉDICO LEGISTA – VUNESP/2014 - adaptada) Leia o se- cado nominal (os verbos deste tipo de predicado são os
guinte trecho para responder à questão. que indicam estado, conhecidos como verbos de ligação):
A pesquisa encontrou um dado curioso: homens com O menino limpou a sala. = “limpou” é verbo de ação
baixos níveis de testosterona tiveram uma resposta imuno- (predicado verbal)
lógica melhor a essa medida, similar _______________ . A prova foi fácil. – “foi” é verbo de ligação (ser); o nú-
A alternativa que completa, corretamente, o texto é: cleo é “fácil” (predicado nominal)
(A) das mulheres
(B) às mulheres Quanto ao período, ele denomina a frase constituída
(C) com das mulheres por uma ou mais orações, formando um todo, com sentido
(D) à das mulheres completo. O período pode ser simples ou composto.
(E) ao das mulheres
Período simples é aquele constituído por apenas uma
oração, que recebe o nome de oração absoluta.
2-) Similar significa igual; sua regência equivale à da
Chove.
palavra “igual”: igual a quê? Similar a quem? Similar à (su-
A existência é frágil.
bentendido: resposta imunológica) das mulheres.
Amanhã, à tarde, faremos a prova do concurso.
RESPOSTA: “D”.
Período composto é aquele constituído por duas ou
mais orações:
Cantei, dancei e depois dormi.
Quero que você estude mais.
FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO
SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO Termos essenciais da oração
TERMOS DA ORAÇÃO
COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO O sujeito e o predicado são considerados termos
essenciais da oração, ou seja, são termos indispensáveis
para a formação das orações. No entanto, existem orações
formadas exclusivamente pelo predicado. O que define a
Frase é todo enunciado suficiente por si mesmo para oração é a presença do verbo. O sujeito é o termo que es-
estabelecer comunicação. Normalmente é composta por tabelece concordância com o verbo.
dois termos – o sujeito e o predicado – mas não obrigato- O candidato está preparado.
riamente, pois há orações ou frases sem sujeito: Trovejou Os candidatos estão preparados.
muito ontem à noite.
Na primeira frase, o sujeito é “o candidato”. “Candida-
Quanto aos tipos de frases, além da classificação em to” é a principal palavra do sujeito, sendo, por isso, deno-
verbais (possuem verbos, ou seja, são orações) e nominais minada núcleo do sujeito. Este se relaciona com o verbo,
(sem a presença de verbos), feita a partir de seus elementos estabelecendo a concordância (núcleo no singular, verbo
constituintes, elas podem ser classificadas a partir de seu no singular: candidato = está).
sentido global: A função do sujeito é basicamente desempenhada por
- frases interrogativas = o emissor da mensagem for- substantivos, o que a torna uma função substantiva da ora-
mula uma pergunta: Que dia é hoje? ção. Pronomes, substantivos, numerais e quaisquer outras
- frases imperativas = o emissor dá uma ordem ou faz palavras substantivadas (derivação imprópria) também po-
um pedido: Dê-me uma luz! dem exercer a função de sujeito.
- frases exclamativas = o emissor exterioriza um estado Os dois sumiram. (dois é numeral; no exemplo, subs-
afetivo: Que dia abençoado! tantivo)
- frases declarativas = o emissor constata um fato: A Um sim é suave e sugestivo. (sim é advérbio; no exem-
prova será amanhã. plo: substantivo)

63
LÍNGUA PORTUGUESA

Os sujeitos são classificados a partir de dois elementos: 1-) com verbo na terceira pessoa do plural, desde que
o de determinação ou indeterminação e o de núcleo do o sujeito não tenha sido identificado anteriormente:
sujeito. Bateram à porta;
Um sujeito é determinado quando é facilmente iden- Andam espalhando boatos a respeito da queda do mi-
tificado pela concordância verbal. O sujeito determinado nistro.
pode ser simples ou composto.
A indeterminação do sujeito ocorre quando não é * Se o sujeito estiver identificado, poderá ser simples
possível identificar claramente a que se refere a concor- ou composto:
dância verbal. Isso ocorre quando não se pode ou não inte- Os meninos bateram à porta. (simples)
ressa indicar precisamente o sujeito de uma oração. Os meninos e as meninas bateram à porta. (composto)
Estão gritando seu nome lá fora.
Trabalha-se demais neste lugar. 2-) com o verbo na terceira pessoa do singular, acres-
cido do pronome “se”. Esta é uma construção típica dos
O sujeito simples é o sujeito determinado que apre- verbos que não apresentam complemento direto:
senta um único núcleo, que pode estar no singular ou no Precisa-se de mentes criativas.
plural; pode também ser um pronome indefinido. Abaixo, Vivia-se bem naqueles tempos.
sublinhei os núcleos dos sujeitos: Trata-se de casos delicados.
Nós estudaremos juntos. Sempre se está sujeito a erros.
A humanidade é frágil.
Ninguém se move. O pronome “se”, nestes casos, funciona como índice de
O amar faz bem. (“amar” é verbo, mas aqui houve uma indeterminação do sujeito.
derivação imprópria, transformando-o em substantivo)
As crianças precisam de alimentos saudáveis. As orações sem sujeito, formadas apenas pelo predi-
cado, articulam-se a partir de um verbo impessoal. A men-
O sujeito composto é o sujeito determinado que apre- sagem está centrada no processo verbal. Os principais ca-
sos de orações sem sujeito com:
senta mais de um núcleo.
Alimentos e roupas custam caro.
1-) os verbos que indicam fenômenos da natureza:
Ela e eu sabemos o conteúdo.
Amanheceu.
O amar e o odiar são duas faces da mesma moeda.
Está trovejando.
Além desses dois sujeitos determinados, é comum a
2-) os verbos estar, fazer, haver e ser, quando indicam
referência ao sujeito implícito na desinência verbal (o
fenômenos meteorológicos ou se relacionam ao tempo em
“antigo” sujeito oculto [ou elíptico]), isto é, ao núcleo do
geral:
sujeito que está implícito e que pode ser reconhecido pela Está tarde.
desinência verbal ou pelo contexto. Já são dez horas.
Abolimos todas as regras. = (nós) Faz frio nesta época do ano.
Falaste o recado à sala? = (tu) Há muitos concursos com inscrições abertas.
* Os verbos deste tipo de sujeito estão sempre na pri- Predicado é o conjunto de enunciados que contém a
meira pessoa do singular (eu) ou plural (nós) ou na segun- informação sobre o sujeito – ou nova para o ouvinte. Nas
da do singular (tu) ou do plural (vós), desde que os prono- orações sem sujeito, o predicado simplesmente enuncia
mes não estejam explícitos. um fato qualquer. Nas orações com sujeito, o predicado é
Iremos à feira juntos? (= nós iremos) – sujeito implícito aquilo que se declara a respeito deste sujeito. Com exceção
na desinência verbal “-mos” do vocativo - que é um termo à parte - tudo o que difere
Cantais bem! (= vós cantais) - sujeito implícito na desi- do sujeito numa oração é o seu predicado.
nência verbal “-ais” Chove muito nesta época do ano.
Houve problemas na reunião.
Mas:
Nós iremos à festa juntos? = sujeito simples: nós * Em ambas as orações não há sujeito, apenas predi-
Vós cantais bem! = sujeito simples: vós cado.

O sujeito indeterminado surge quando não se quer - As questões estavam fáceis!


ou não se pode - identificar a que o predicado da oração Sujeito simples = as questões
refere-se. Existe uma referência imprecisa ao sujeito, caso Predicado = estavam fáceis
contrário, teríamos uma oração sem sujeito.
Na língua portuguesa, o sujeito pode ser indetermina- Passou-me uma ideia estranha pelo pensamento.
do de duas maneiras: Sujeito = uma ideia estranha
Predicado = passou-me pelo pensamento

64
LÍNGUA PORTUGUESA

Para o estudo do predicado, é necessário verificar se No primeiro exemplo, o verbo amanheceu apresenta
seu núcleo é um nome (então teremos um predicado no- duas funções: a de verbo significativo e a de verbo de liga-
minal) ou um verbo (predicado verbal). Deve-se considerar ção. Este predicado poderia ser desdobrado em dois: um
também se as palavras que formam o predicado referem- verbal e outro nominal.
se apenas ao verbo ou também ao sujeito da oração. O dia amanheceu. / O dia estava ensolarado.

Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres No segundo exemplo, é o verbo julgar que relaciona
de opinião. o complemento homens com o predicativo “inconstantes”.
Predicado
Termos integrantes da oração
O predicado acima apresenta apenas uma palavra que
se refere ao sujeito: pedem. As demais palavras ligam-se Os complementos verbais (objeto direto e indireto) e o
direta ou indiretamente ao verbo. complemento nominal são chamados termos integrantes da
A cidade está deserta. oração.
Os complementos verbais integram o sentido dos ver-
O nome “deserta”, por intermédio do verbo, refere-se bos transitivos, com eles formando unidades significativas.
ao sujeito da oração (cidade). O verbo atua como elemento Estes verbos podem se relacionar com seus complementos
de ligação (por isso verbo de ligação) entre o sujeito e a diretamente, sem a presença de preposição, ou indireta-
palavra a ele relacionada (no caso: deserta = predicativo mente, por intermédio de preposição.
do sujeito).
O objeto direto é o complemento que se liga direta-
O predicado verbal é aquele que tem como núcleo mente ao verbo.
significativo um verbo: Houve muita confusão na partida final.
Chove muito nesta época do ano. Queremos sua ajuda.
Estudei muito hoje!
O objeto direto preposicionado ocorre principalmen-
Compraste a apostila?
te:
- com nomes próprios de pessoas ou nomes comuns
Os verbos acima são significativos, isto é, não servem
referentes a pessoas:
apenas para indicar o estado do sujeito, mas indicam pro-
Amar a Deus; Adorar a Xangô; Estimar aos pais.
cessos.
(o objeto é direto, mas como há preposição, denomi-
na-se: objeto direto preposicionado)
O predicado nominal é aquele que tem como núcleo
significativo um nome; este atribui uma qualidade ou esta- - com pronomes indefinidos de pessoa e pronomes
do ao sujeito, por isso é chamado de predicativo do sujei- de tratamento: Não excluo a ninguém; Não quero cansar a
to. O predicativo é um nome que se liga a outro nome da Vossa Senhoria.
oração por meio de um verbo (o verbo de ligação).
Nos predicados nominais, o verbo não é significativo, - para evitar ambiguidade: Ao povo prejudica a crise.
isto é, não indica um processo, mas une o sujeito ao pre- (sem preposição, o sentido seria outro: O povo prejudica
dicativo, indicando circunstâncias referentes ao estado do a crise)
sujeito: Os dados parecem corretos.
O verbo parecer poderia ser substituído por estar, an- O objeto indireto é o complemento que se liga indi-
dar, ficar, ser, permanecer ou continuar, atuando como ele- retamente ao verbo, ou seja, através de uma preposição.
mento de ligação entre o sujeito e as palavras a ele rela- Gosto de música popular brasileira.
cionadas. Necessito de ajuda.
* A função de predicativo é exercida, normalmente, por
um adjetivo ou substantivo. O termo que integra o sentido de um nome chama-se
complemento nominal, que se liga ao nome que comple-
O predicado verbo-nominal é aquele que apresen- ta por intermédio de preposição:
ta dois núcleos significativos: um verbo e um nome. No A arte é necessária à vida. = relaciona-se com a palavra
predicado verbo-nominal, o predicativo pode se referir ao “necessária”
sujeito ou ao complemento verbal (objeto). Temos medo de barata. = ligada à palavra “medo”
O verbo do predicado verbo-nominal é sempre sig-
nificativo, indicando processos. É também sempre por in- Termos acessórios da oração e vocativo
termédio do verbo que o predicativo se relaciona com o
termo a que se refere. Os termos acessórios recebem este nome por serem
1- O dia amanheceu ensolarado; explicativos, circunstanciais. São termos acessórios o ad-
2- As mulheres julgam os homens inconstantes. junto adverbial, o adjunto adnominal, o aposto e o vocativo
– este, sem relação sintática com outros temos da oração.

65
LÍNGUA PORTUGUESA

O adjunto adverbial é o termo da oração que indi- O aposto pode ser classificado, de acordo com seu va-
ca uma circunstância do processo verbal ou intensifica o lor na oração, em:
sentido de um adjetivo, verbo ou advérbio. É uma função a) explicativo: A linguística, ciência das línguas huma-
adverbial, pois cabe ao advérbio e às locuções adverbiais nas, permite-nos interpretar melhor nossa relação com o
exercerem o papel de adjunto adverbial: Amanhã voltarei a mundo.
pé àquela velha praça. b) enumerativo: A vida humana compõe-se de muitas
coisas: amor, arte, ação.
As circunstâncias comumente expressas pelo adjunto c) resumidor ou recapitulativo: Fantasias, suor e sonho,
adverbial são: tudo forma o carnaval.
- assunto: Falavam sobre futebol. d) comparativo: Seus olhos, indagadores holofotes, fixa-
- causa: As folhas caíram com o vento. ram-se por muito tempo na baía anoitecida.
- companhia: Ficarei com meus pais.
- concessão: Apesar de você, serei feliz. O vocativo é um termo que serve para chamar, invocar
- conformidade: Fez tudo conforme o combinado. ou interpelar um ouvinte real ou hipotético, não mantendo
- dúvida: Talvez ainda chova. relação sintática com outro termo da oração. A função de
- fim: Estudou para o exame. vocativo é substantiva, cabendo a substantivos, pronomes
- instrumento: Fez o corte com a faca. substantivos, numerais e palavras substantivadas esse pa-
- intensidade: Falava bastante.
pel na linguagem.
- lugar: Vou à cidade.
João, venha comigo!
- matéria: Este prato é feito de porcelana.
Traga-me doces, minha menina!
- meio: Viajarei de trem.
- modo: Foram recrutados a dedo.
- negação: Não há ninguém que mereça.
- tempo: Ontem à tarde encontrou o velho amigo. Questões

O adjunto adnominal é o termo acessório que deter- 1-) (CASAL/AL - ADMINISTRADOR DE REDE - COPEVE/
mina, especifica ou explica um substantivo. É uma função UFAL/2014 - adaptada)
adjetiva, pois são os adjetivos e as locuções adjetivas que
exercem o papel de adjunto adnominal na oração. Também
atuam como adjuntos adnominais os artigos, os numerais
e os pronomes adjetivos.
O poeta inovador enviou dois longos trabalhos ao seu
amigo de infância.

O adjunto adnominal se liga diretamente ao substan-


tivo a que se refere, sem participação do verbo. Já o predi-
cativo do objeto se liga ao objeto por meio de um verbo.
O poeta português deixou uma obra originalíssima.
O poeta deixou-a.
(originalíssima não precisou ser repetida, portanto: ad-
junto adnominal)

O poeta português deixou uma obra inacabada. O cartaz acima divulga a peça de teatro “Quem tem
O poeta deixou-a inacabada. medo de Virginia Woolf?” escrita pelo norte-americano
(inacabada precisou ser repetida, então: predicativo do Edward Albee. O termo “de Virginia Woolf”, do título em
objeto)
português da peça, funciona como:
A) objeto indireto.
Enquanto o complemento nominal se relaciona a um
B) complemento nominal.
substantivo, adjetivo ou advérbio, o adjunto adnominal se
relaciona apenas ao substantivo. C) adjunto adnominal.
D) adjunto adverbial.
O aposto é um termo acessório que permite ampliar, E) agente da passiva.
explicar, desenvolver ou resumir a ideia contida em um ter-
mo que exerça qualquer função sintática: Ontem, segunda- 1-) O termo complementa a palavra “medo”, que é
feira, passei o dia mal-humorado. substantivo (nome – nominal). Portanto é um complemen-
to nominal. O verbo “ter” tem como complemento verbal
Segunda-feira é aposto do adjunto adverbial de tempo (objeto) a palavra “medo”, que exerce a função sintática de
“ontem”. O aposto é sintaticamente equivalente ao termo objeto direto.
que se relaciona porque poderia substituí-lo: Segunda-feira RESPOSTA: “B”.
passei o dia mal-humorado.

66
LÍNGUA PORTUGUESA

2-) (TRT/AL - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2014) Coordenadas Assindéticas


... que acompanham as fronteiras ocidentais chinesas...
O verbo que, no contexto, exige o mesmo tipo de com- São orações coordenadas entre si e que não são liga-
plemento que o da frase acima está em: das através de nenhum conectivo. Estão apenas justapos-
(A) A Rota da Seda nunca foi uma rota única... tas.
(B) Esses caminhos floresceram durante os primórdios Entrei na sala, deitei-me no sofá, adormeci.
da Idade Média.
(C) ... viajavam por cordilheiras... Coordenadas Sindéticas
(D) ... até cair em desuso, seis séculos atrás.
(E) O maquinista empurra a manopla do acelerador. Ao contrário da anterior, são orações coordenadas en-
tre si, mas que são ligadas através de uma conjunção coor-
2-) Acompanhar é transitivo direto (acompanhar quem denativa, que dará à oração uma classificação. As orações
ou o quê - não há preposição): coordenadas sindéticas são classificadas em cinco tipos:
A = foi = verbo de ligação (ser) – não há complemento, aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicati-
mas sim, predicativo do sujeito (rota única); vas.
B = floresceram = intransitivo (durante os primórdios =
adjunto adverbial); ** Dica: Memorize SINdética = SIM, tem conjunção!
C = viajavam = intransitivo (por cordilheiras = adjunto Orações Coordenadas Sindéticas Aditivas: suas prin-
adverbial); cipais conjunções são: e, nem, não só... mas também, não
D = cair = intransitivo; só... como, assim... como.
E = empurra = transitivo direto (empurrar quem ou o Nem comprei o protetor solar nem fui à praia.
quê?) Comprei o protetor solar e fui à praia.
RESPOSTA: “E”.
Orações Coordenadas Sindéticas Adversativas: suas
Período Composto por Coordenação principais conjunções são: mas, contudo, todavia, entretan-
to, porém, no entanto, ainda, assim, senão.
O período composto se caracteriza por possuir mais de Fiquei muito cansada, contudo me diverti bastante.
uma oração em sua composição. Sendo assim: Li tudo, porém não entendi!
- Eu irei à praia. (Período Simples = um verbo, uma
oração) Orações Coordenadas Sindéticas Alternativas: suas
- Estou comprando um protetor solar, depois irei à principais conjunções são: ou... ou; ora...ora; quer...quer;
praia. (Período Composto =locução verbal + verbo, duas seja...seja.
orações) Ou uso o protetor solar, ou uso o óleo bronzeador.
- Já me decidi: só irei à praia, se antes eu comprar
um protetor solar. (Período Composto = três verbos, três Orações Coordenadas Sindéticas Conclusivas: suas
orações). principais conjunções são: logo, portanto, por fim, por con-
seguinte, consequentemente, pois (posposto ao verbo).
Há dois tipos de relações que podem se estabelecer Passei no concurso, portanto comemorarei!
entre as orações de um período composto: uma relação de A situação é delicada; devemos, pois, agir.
coordenação ou uma relação de subordinação.
Duas orações são coordenadas quando estão juntas Orações Coordenadas Sindéticas Explicativas: suas
em um mesmo período, (ou seja, em um mesmo bloco de principais conjunções são: isto é, ou seja, a saber, na verda-
informações, marcado pela pontuação final), mas têm, am- de, pois (anteposto ao verbo).
bas, estruturas individuais, como é o exemplo de: Não fui à praia, pois queria descansar durante o Do-
Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia. mingo.
(Período Composto) Maria chorou porque seus olhos estão vermelhos.
Podemos dizer:
1. Estou comprando um protetor solar. Período Composto Por Subordinação
2. Irei à praia.
Separando as duas, vemos que elas são independen- Quero que você seja aprovado!
tes. Tal período é classificado como Período Composto Oração principal oração subordinada
por Coordenação.
Quanto à classificação das orações coordenadas, te- Observe que na oração subordinada temos o verbo
mos dois tipos: Coordenadas Assindéticas e Coordenadas “seja”, que está conjugado na terceira pessoa do singular
Sindéticas. do presente do subjuntivo, além de ser introduzida por
conjunção. As orações subordinadas que apresentam ver-
bo em qualquer dos tempos finitos (tempos do modo do
indicativo, subjuntivo e imperativo) e são iniciadas por con-
junção, chamam-se orações desenvolvidas ou explícitas.

67
LÍNGUA PORTUGUESA

Podemos modificar o período acima. Veja: * Atenção: Observe que a oração subordinada subs-
tantiva pode ser substituída pelo pronome “isso”. Assim,
Quero ser aprovado. temos um período simples:
Oração Principal Oração Subordinada É fundamental isso ou Isso é fundamental.
Desta forma, a oração correspondente a “isso” exercerá
A análise das orações continua sendo a mesma: “Que- a função de sujeito.
ro” é a oração principal, cujo objeto direto é a oração su- Veja algumas estruturas típicas que ocorrem na oração
bordinada “ser aprovado”. Observe que a oração subordi- principal:
nada apresenta agora verbo no infinitivo (ser). Além disso,
a conjunção “que”, conectivo que unia as duas orações, - Verbos de ligação + predicativo, em construções do
desapareceu. As orações subordinadas cujo verbo surge tipo: É bom - É útil - É conveniente - É certo - Parece certo - É
numa das formas nominais (infinitivo, gerúndio ou particí- claro - Está evidente - Está comprovado
pio) chamamos orações reduzidas ou implícitas. É bom que você compareça à minha festa.
* Observação: as orações reduzidas não são introdu-
- Expressões na voz passiva, como: Sabe-se, Soube-se,
zidas por conjunções nem pronomes relativos. Podem ser,
Conta-se, Diz-se, Comenta-se, É sabido, Foi anunciado, Ficou
eventualmente, introduzidas por preposição.
provado.
Sabe-se que Aline não gosta de Pedro.
1-) Orações Subordinadas Substantivas

A oração subordinada substantiva tem valor de subs- - Verbos como: convir - cumprir - constar - admirar -
tantivo e vem introduzida, geralmente, por conjunção inte- importar - ocorrer - acontecer
grante (que, se). Convém que não se atrase na entrevista.

Não sei se sairemos hoje. Observação: quando a oração subordinada substanti-


Oração Subordinada Substantiva va é subjetiva, o verbo da oração principal está sempre na
3.ª pessoa do singular.
Temos medo de que não sejamos aprovados.
Oração Subordinada Substantiva b) Objetiva Direta = exerce função de objeto direto
do verbo da oração principal:
Os pronomes interrogativos (que, quem, qual) também
introduzem as orações subordinadas substantivas, bem Todos querem sua aprovação no concurso.
como os advérbios interrogativos (por que, quando, onde, Objeto Direto
como).
Todos querem que você seja aprovado. (Todos
O garoto perguntou qual seu nome. querem isso)
Oração Subordinada Subs- Oração Principal oração Subordinada Substantiva
tantiva Objetiva Direta

Não sabemos quando ele virá. As orações subordinadas substantivas objetivas diretas
Oração Subordinada Substan- (desenvolvidas) são iniciadas por:
tiva - Conjunções integrantes “que” (às vezes elíptica) e
“se”: A professora verificou se os alunos estavam presentes.
Classificação das Orações Subordinadas Substanti-
vas
- Pronomes indefinidos que, quem, qual, quanto (às ve-
zes regidos de preposição), nas interrogações indiretas: O
Conforme a função que exerce no período, a oração
pessoal queria saber quem era o dono do carro importado.
subordinada substantiva pode ser:
a) Subjetiva - exerce a função sintática de sujeito do
verbo da oração principal: - Advérbios como, quando, onde, por que, quão (às ve-
zes regidos de preposição), nas interrogações indiretas: Eu
É fundamental o seu comparecimento à reu- não sei por que ela fez isso.
nião.
Sujeito c) Objetiva Indireta = atua como objeto indireto do
verbo da oração principal. Vem precedida de preposição.
É fundamental que você compareça à
reunião. Meu pai insiste em meu estudo.
Oração Principal Oração Subordinada Substan- Objeto Indireto
tiva Subjetiva

68
LÍNGUA PORTUGUESA

Meu pai insiste em que eu estude. (Meu pai insiste 2-) Orações Subordinadas Adjetivas
nisso)
Oração Subordinada Substantiva Uma oração subordinada adjetiva é aquela que possui
Objetiva Indireta valor e função de adjetivo, ou seja, que a ele equivale. As
orações vêm introduzidas por pronome relativo e exercem
Observação: em alguns casos, a preposição pode estar a função de adjunto adnominal do antecedente.
elíptica na oração.
Marta não gosta (de) que a chamem de senhora. Esta foi uma redação bem-sucedida.
Oração Subordinada Substantiva Substantivo Adjetivo (Adjunto Adno-
Objetiva Indireta minal)

d) Completiva Nominal = completa um nome que O substantivo “redação” foi caracterizado pelo adjetivo
pertence à oração principal e também vem marcada por “bem-sucedida”. Neste caso, é possível formarmos outra
preposição. construção, a qual exerce exatamente o mesmo papel:

Sentimos orgulho de seu comportamento. Esta foi uma redação que fez sucesso.
Complemento Nominal Oração Principal Oração Subordinada
Adjetiva
Sentimos orgulho de que você se comportou. (Sen-
timos orgulho disso.) Perceba que a conexão entre a oração subordinada
Oração Subordinada Substantiva adjetiva e o termo da oração principal que ela modifica é
Completiva Nominal feita pelo pronome relativo “que”. Além de conectar (ou
relacionar) duas orações, o pronome relativo desempenha
Lembre-se: as orações subordinadas substantivas ob- uma função sintática na oração subordinada: ocupa o pa-
jetivas indiretas integram o sentido de um verbo, enquanto pel que seria exercido pelo termo que o antecede (no caso,
que orações subordinadas substantivas completivas nomi- “redação” é sujeito, então o “que” também funciona como
nais integram o sentido de um nome. Para distinguir uma sujeito).
da outra, é necessário levar em conta o termo complemen-
tado. Esta é a diferença entre o objeto indireto e o com-
Observação: para que dois períodos se unam num
plemento nominal: o primeiro complementa um verbo; o
período composto, altera-se o modo verbal da segunda
segundo, um nome.
oração.
e) Predicativa = exerce papel de predicativo do sujei-
Atenção: Vale lembrar um recurso didático para re-
to do verbo da oração principal e vem sempre depois do
conhecer o pronome relativo “que”: ele sempre pode ser
verbo ser.
substituído por: o qual - a qual - os quais - as quais
Nosso desejo era sua desistência. Refiro-me ao aluno que é estudioso. = Esta oração é
Predicativo do Sujeito equivalente a: Refiro-me ao aluno o qual estuda.

Nosso desejo era que ele desistisse. (Nosso desejo Forma das Orações Subordinadas Adjetivas
era isso)
Oração Subordinada Substantiva Quando são introduzidas por um pronome relativo e
Predicativa apresentam verbo no modo indicativo ou subjuntivo, as
orações subordinadas adjetivas são chamadas desenvolvi-
Observação: em certos casos, usa-se a preposição ex- das. Além delas, existem as orações subordinadas adjetivas
pletiva “de” para realce. Veja o exemplo: A impressão é de reduzidas, que não são introduzidas por pronome relativo
que não fui bem na prova. (podem ser introduzidas por preposição) e apresentam o
verbo numa das formas nominais (infinitivo, gerúndio ou
f) Apositiva = exerce função de aposto de algum ter- particípio).
mo da oração principal.
Ele foi o primeiro aluno que se apresentou.
Fernanda tinha um grande sonho: a felicidade! Ele foi o primeiro aluno a se apresentar.
Aposto
No primeiro período, há uma oração subordinada ad-
Fernanda tinha um grande sonho: ser feliz! jetiva desenvolvida, já que é introduzida pelo pronome re-
Oração subordinada lativo “que” e apresenta verbo conjugado no pretérito per-
substantiva apositiva reduzida de infinitivo feito do indicativo. No segundo, há uma oração subordina-
(Fernanda tinha um grande sonho: isso) da adjetiva reduzida de infinitivo: não há pronome relativo
e seu verbo está no infinitivo.
* Dica: geralmente há a presença dos dois pontos! (:)

69
LÍNGUA PORTUGUESA

Classificação das Orações Subordinadas Adjetivas Naquele momento, senti uma das maiores emoções de
minha vida.
Na relação que estabelecem com o termo que caracteri- Quando vi o mar, senti uma das maiores emoções de
zam, as orações subordinadas adjetivas podem atuar de duas minha vida.
maneiras diferentes. Há aquelas que restringem ou especifi-
cam o sentido do termo a que se referem, individualizando-o. No primeiro período, “naquele momento” é um adjun-
Nestas orações não há marcação de pausa, sendo chamadas to adverbial de tempo, que modifica a forma verbal “sen-
subordinadas adjetivas restritivas. Existem também orações ti”. No segundo período, este papel é exercido pela oração
que realçam um detalhe ou amplificam dados sobre o ante-
“Quando vi o mar”, que é, portanto, uma oração subordi-
cedente, que já se encontra suficientemente definido. Estas
nada adverbial temporal. Esta oração é desenvolvida, pois
orações denominam-se subordinadas adjetivas explicativas.
Exemplo 1: é introduzida por uma conjunção subordinativa (quando)
Jamais teria chegado aqui, não fosse um homem que e apresenta uma forma verbal do modo indicativo (“vi”, do
passava naquele momento. pretérito perfeito do indicativo). Seria possível reduzi-la,
Oração obtendo-se:
Subordinada Adjetiva Restritiva Ao ver o mar, senti uma das maiores emoções de minha
vida.
No período acima, observe que a oração em destaque
restringe e particulariza o sentido da palavra “homem”: tra- A oração em destaque é reduzida, apresentando uma
ta-se de um homem específico, único. A oração limita o uni- das formas nominais do verbo (“ver” no infinitivo) e não é
verso de homens, isto é, não se refere a todos os homens, introduzida por conjunção subordinativa, mas sim por uma
mas sim àquele que estava passando naquele momento. preposição (“a”, combinada com o artigo “o”).

Exemplo 2: Observação: a classificação das orações subordinadas


O homem, que se considera racional, muitas vezes age adverbiais é feita do mesmo modo que a classificação dos
animalescamente. adjuntos adverbiais. Baseia-se na circunstância expressa
Oração Subordinada Adjetiva Explicativa pela oração.
Agora, a oração em destaque não tem sentido restritivo
Orações Subordinadas Adverbiais
em relação à palavra “homem”; na verdade, apenas explici-
ta uma ideia que já sabemos estar contida no conceito de
“homem”. a) Causal = A ideia de causa está diretamente ligada
àquilo que provoca um determinado fato, ao motivo do
** Saiba que: A oração subordinada adjetiva explicati- que se declara na oração principal. Principal conjunção su-
va é separada da oração principal por uma pausa que, na bordinativa causal: porque. Outras conjunções e locuções
escrita, é representada pela vírgula. É comum, por isso, que causais: como (sempre introduzido na oração anteposta à
a pontuação seja indicada como forma de diferenciar as ora- oração principal), pois, pois que, já que, uma vez que, visto
ções explicativas das restritivas; de fato, as explicativas vêm que.
sempre isoladas por vírgulas; as restritivas, não. As ruas ficaram alagadas porque a chuva foi muito forte.
Já que você não vai, eu também não vou.
3-) Orações Subordinadas Adverbiais
A diferença entre a subordinada adverbial causal e a
Uma oração subordinada adverbial é aquela que exerce sindética explicativa é que esta “explica” o fato que aconte-
a função de adjunto adverbial do verbo da oração principal. ceu na oração com a qual ela se relaciona; aquela apresenta
Assim, pode exprimir circunstância de tempo, modo, fim, a “causa” do acontecimento expresso na oração à qual ela
causa, condição, hipótese, etc. Quando desenvolvida, vem se subordina. Repare:
introduzida por uma das conjunções subordinativas (com
1-) Faltei à aula porque estava doente.
exclusão das integrantes, que introduzem orações subor-
2-) Melissa chorou, porque seus olhos estão vermelhos.
dinadas substantivas). Classifica-se de acordo com a con-
junção ou locução conjuntiva que a introduz (assim como Em 1, a oração destacada aconteceu primeiro que o
acontece com as coordenadas sindéticas). fato expresso na oração anterior, ou seja, o fato de estar
doente impediu-me de ir à aula. No exemplo 2, a oração
Durante a madrugada, eu olhei você dormindo. sublinhada relata um fato que aconteceu depois, já que
Oração Subordinada Adverbial primeiro ela chorou, depois seus olhos ficaram vermelhos.
b) Consecutiva = exprime um fato que é consequên-
A oração em destaque agrega uma circunstância de cia, é efeito do que se declara na oração principal. São in-
tempo. É, portanto, chamada de oração subordinada adver- troduzidas pelas conjunções e locuções: que, de forma que,
bial temporal. Os adjuntos adverbiais são termos acessórios de sorte que, tanto que, etc., e pelas estruturas tão...que, tan-
que indicam uma circunstância referente, via de regra, a to...que, tamanho...que.
um verbo. A classificação do adjunto adverbial depende da Principal conjunção subordinativa consecutiva: que
exata compreensão da circunstância que exprime. (precedido de tal, tanto, tão, tamanho)

70
LÍNGUA PORTUGUESA

Nunca abandonou seus ideais, de sorte que acabou con- g) Final = indica a intenção, a finalidade daquilo que
cretizando-os. se declara na oração principal. Principal conjunção subordi-
Não consigo ver televisão sem bocejar. (Oração Reduzi- nativa final: a fim de. Outras conjunções finais: que, porque
da de Infinitivo) (= para que) e a locução conjuntiva para que.
Aproximei-me dela a fim de que ficássemos amigas.
c) Condicional = Condição é aquilo que se impõe Estudarei muito para que eu me saia bem na prova.
como necessário para a realização ou não de um fato. As
orações subordinadas adverbiais condicionais exprimem o h) Proporcional = exprime ideia de proporção, ou
que deve ou não ocorrer para que se realize - ou deixe de seja, um fato simultâneo ao expresso na oração principal.
se realizar - o fato expresso na oração principal. Principal locução conjuntiva subordinativa proporcional: à
Principal conjunção subordinativa condicional: se. Ou- proporção que. Outras locuções conjuntivas proporcio-
tras conjunções condicionais: caso, contanto que, desde que, nais: à medida que, ao passo que. Há ainda as estruturas:
salvo se, exceto se, a não ser que, a menos que, sem que, quanto maior...(maior), quanto maior...(menor), quanto me-
uma vez que (seguida de verbo no subjuntivo). nor...(maior), quanto menor...(menor), quanto mais...(mais),
Se o regulamento do campeonato for bem elaborado, quanto mais...(menos), quanto menos...(mais), quanto me-
certamente o melhor time será campeão. nos...(menos).
Caso você saia, convide-me. À proporção que estudávamos mais questões acertáva-
mos.
d) Concessiva = indica concessão às ações do verbo À medida que lia mais culto ficava.
da oração principal, isto é, admitem uma contradição ou
um fato inesperado. A ideia de concessão está diretamente i) Temporal = acrescenta uma ideia de tempo ao fato
ligada ao contraste, à quebra de expectativa. Principal con- expresso na oração principal, podendo exprimir noções de
junção subordinativa concessiva: embora. Utiliza-se tam- simultaneidade, anterioridade ou posterioridade. Principal
bém a conjunção: conquanto e as locuções ainda que, ainda conjunção subordinativa temporal: quando. Outras con-
quando, mesmo que, se bem que, posto que, apesar de que. junções subordinativas temporais: enquanto, mal e locu-
Só irei se ele for. ções conjuntivas: assim que, logo que, todas as vezes que,
A oração acima expressa uma condição: o fato de “eu”
antes que, depois que, sempre que, desde que, etc.
ir só se realizará caso essa condição seja satisfeita.
Assim que Paulo chegou, a reunião acabou.
Compare agora com:
Terminada a festa, todos se retiraram. (= Quando termi-
Irei mesmo que ele não vá.
nou a festa) (Oração Reduzida de Particípio)
A distinção fica nítida; temos agora uma concessão:
Fontes de pesquisa:
irei de qualquer maneira, independentemente de sua ida. A
http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/fra-
oração destacada é, portanto, subordinada adverbial con-
se-periodo-e-oracao
cessiva.
Observe outros exemplos: SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
Embora fizesse calor, levei agasalho. coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Foi aprovado sem estudar (= sem que estudasse / em-
bora não estudasse). (reduzida de infinitivo)

e) Comparativa= As orações subordinadas adverbiais CRASE


comparativas estabelecem uma comparação com a ação
indicada pelo verbo da oração principal. Principal conjun-
ção subordinativa comparativa: como.
Ele dorme como um urso. (como um urso dorme) A crase se caracteriza como a fusão de duas vogais
Você age como criança. (age como uma criança age) idênticas, relacionadas ao emprego da preposição “a” com
o artigo feminino a(s), com o “a” inicial referente aos pro-
*geralmente há omissão do verbo. nomes demonstrativos – aquela(s), aquele(s), aquilo e com
o “a” pertencente ao pronome relativo a qual (as quais).
f) Conformativa = indica ideia de conformidade, ou Casos estes em que tal fusão encontra-se demarcada pelo
seja, apresenta uma regra, um modelo adotado para a acento grave ( ` ): à(s), àquela, àquele, àquilo, à qual, às
execução do que se declara na oração principal. Principal quais.
conjunção subordinativa conformativa: conforme. Outras O uso do acento indicativo de crase está condicionado
conjunções conformativas: como, consoante e segundo (to- aos nossos conhecimentos acerca da regência verbal e no-
das com o mesmo valor de conforme). minal, mais precisamente ao termo regente e termo regido.
Fiz o bolo conforme ensina a receita. Ou seja, o termo regente é o verbo - ou nome - que exige
Consoante reza a Constituição, todos os cidadãos têm complemento regido pela preposição “a”, e o termo regido
direitos iguais. é aquele que completa o sentido do termo regente, admi-
tindo a anteposição do artigo a(s).

71
LÍNGUA PORTUGUESA

Refiro-me a (a) funcionária antiga, e não a (a)quela con- * A letra “a” que acompanha locuções femininas (ad-
tratada recentemente. verbiais, prepositivas e conjuntivas) recebe o acento grave:
Após a junção da preposição com o artigo (destacados - locuções adverbiais: às vezes, à tarde, à noite, às pres-
entre parênteses), temos: sas, à vontade...
Refiro-me à funcionária antiga, e não àquela contratada - locuções prepositivas: à frente, à espera de, à procura
recentemente. de...
- locuções conjuntivas: à proporção que, à medida que.
O verbo referir, de acordo com sua transitividade, clas-
sifica-se como transitivo indireto, pois sempre nos referi- * Cuidado: quando as expressões acima não exerce-
mos a alguém ou a algo. Houve a fusão da preposição a + o rem a função de locuções não ocorrerá crase. Repare:
artigo feminino (à) e com o artigo feminino a + o pronome Eu adoro a noite!
demonstrativo aquela (àquela). Adoro o quê? Adoro quem? O verbo “adoro” requer
objeto direto, no caso, a noite. Aqui, o “a” é artigo, não
Observação importante: Alguns recursos servem de preposição.
ajuda para que possamos confirmar a ocorrência ou não da
crase. Eis alguns: Casos passíveis de nota:
a) Substitui-se a palavra feminina por uma masculina
equivalente. Caso ocorra a combinação a + o(s), a crase *a crase é facultativa diante de nomes próprios femini-
está confirmada. nos: Entreguei o caderno a (à) Eliza.
Os dados foram solicitados à diretora.
Os dados foram solicitados ao diretor. *também é facultativa diante de pronomes possessivos
femininos: O diretor fez referência a (à) sua empresa.
b) No caso de nomes próprios geográficos, substitui-se
o verbo da frase pelo verbo voltar. Caso resulte na expres- *facultativa em locução prepositiva “até a”: A loja ficará
são “voltar da”, há a confirmação da crase. aberta até as (às) dezoito horas.
Faremos uma visita à Bahia.
Faz dois dias que voltamos da Bahia. (crase confirmada) * Constata-se o uso da crase se as locuções preposi-
tivas à moda de, à maneira de apresentarem-se implícitas,
Não me esqueço da viagem a Roma.
mesmo diante de nomes masculinos: Tenho compulsão por
Ao voltar de Roma, relembrarei os belos momentos ja-
comprar sapatos à Luis XV. (à moda de Luís XV)
mais vividos.
* Não se efetiva o uso da crase diante da locução ad-
Atenção: Nas situações em que o nome geográfico se
verbial “a distância”: Na praia de Copacabana, observamos
apresentar modificado por um adjunto adnominal, a crase
a queima de fogos a distância.
está confirmada.
Atendo-me à bela Fortaleza, senti saudades de suas
praias. Entretanto, se o termo vier determinado, teremos uma
locução prepositiva, aí sim, ocorrerá crase: O pedestre foi
** Dica: Use a regrinha “Vou A volto DA, crase HÁ; vou arremessado à distância de cem metros.
A volto DE, crase PRA QUÊ?” Exemplo: Vou a Campinas. =
Volto de Campinas. (crase pra quê?) - De modo a evitar o duplo sentido – a ambiguidade -,
Vou à praia. = Volto da praia. (crase há!) faz-se necessário o emprego da crase.
ATENÇÃO: quando o nome de lugar estiver especifica- Ensino à distância.
do, ocorrerá crase. Veja: Ensino a distância.
Retornarei à São Paulo dos bandeirantes. = mesmo
que, pela regrinha acima, seja a do “VOLTO DE” * Em locuções adverbiais formadas por palavras repeti-
Irei à Salvador de Jorge Amado. das, não há ocorrência da crase.
Ela ficou frente a frente com o agressor.
* A letra “a” dos pronomes demonstrativos aquele(s), Eu o seguirei passo a passo.
aquela(s) e aquilo receberão o acento grave se o termo re-
gente exigir complemento regido da preposição “a”. Casos em que não se admite o emprego da crase:
Entregamos a encomenda àquela menina.
(preposição + pronome demonstrativo) * Antes de vocábulos masculinos.
As produções escritas a lápis não serão corrigidas.
Iremos àquela reunião. Esta caneta pertence a Pedro.
(preposição + pronome demonstrativo)
* Antes de verbos no infinitivo.
Sua história é semelhante às que eu ouvia quando crian- Ele estava a cantar.
ça. (àquelas que eu ouvia quando criança) Começou a chover.
(preposição + pronome demonstrativo)

72
LÍNGUA PORTUGUESA

* Antes de numeral. Questões


O número de aprovados chegou a cem.
Faremos uma visita a dez países. 1-) (POLÍCIA CIVIL/SC – AGENTE DE POLÍCIA – ACA-
FE/2014) Assinale a alternativa que preenche corretamente
Observação: as lacunas da frase a seguir.
- Nos casos em que o numeral indicar horas – funcio- Quando________ três meses disse-me que iria _________
nando como uma locução adverbial feminina – ocorrerá Grécia para visitar ___ sua tia, vi-me na obrigação de ajudá
crase: Os passageiros partirão às dezenove horas. -la _______ resgatar as milhas _________ quais tinha direito.
A-) a - há - à - à - às
- Diante de numerais ordinais femininos a crase está B-) há - à - a - a – às
confirmada, visto que estes não podem ser empregados C-) há - a - há - à - as
sem o artigo: As saudações foram direcionadas à primeira D-) a - à - a - à - às
aluna da classe. E-) a - a - à - há – as
- Não ocorrerá crase antes da palavra casa, quan- 1-) Quando HÁ (sentido de tempo) três meses disse-
do essa não se apresentar determinada: Chegamos todos
me que iria À (“vou a, volto da, crase há!”) Grécia para vi-
exaustos a casa.
sitar A (artigo) sua tia, vi-me na obrigação de ajudá-la A
Entretanto, se vier acompanhada de um adjunto ad-
(ajudar “ela” a fazer algo) resgatar as milhas ÀS quais tinha
nominal, a crase estará confirmada: Chegamos todos exaus-
direito (tinha direito a quê? às milhas – regência nominal).
tos à casa de Marcela.
Teremos: há, à, a, a, às.
- não há crase antes da palavra “terra”, quando essa RESPOSTA: “B”.
indicar chão firme: Quando os navegantes regressaram a
terra, já era noite. 2-) (EMPLASA/SP – ANALISTA JURÍDICO – DIREITO –
Contudo, se o termo estiver precedido por um deter- VUNESP/2014)
minante ou referir-se ao planeta Terra, ocorrerá crase. A ministra de Direitos Humanos instituiu grupo de tra-
Paulo viajou rumo à sua terra natal. balho para proceder _____ medidas necessárias _____ exu-
O astronauta voltou à Terra. mação dos restos mortais do ex-presidente João Goulart,
sepultado em São Borja (RS), em 1976. Com a exumação de
- não ocorre crase antes de pronomes que requerem o Jango, o governo visa esclarecer se o ex-presidente morreu
uso do artigo. de causas naturais, ou seja, devido ____ uma parada cardía-
Os livros foram entregues a mim. ca – que tem sido a versão considerada oficial até hoje –, ou
Dei a ela a merecida recompensa. se sua morte se deve ______ envenenamento.
(http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,-
Observação: Pelo fato de os pronomes de tratamento governo-cria-grupo-exumar--restos-mortais-de- jan-
relativos à senhora, senhorita e madame admitirem artigo, go,1094178,0.htm 07. 11.2013. Adaptado)
o uso da crase está confirmado no “a” que os antecede, no
caso de o termo regente exigir a preposição. Segundo a norma-padrão da língua portuguesa, as la-
Todos os méritos foram conferidos à senhorita Patrícia. cunas da frase devem ser completadas, correta e respecti-
vamente, por
*não ocorre crase antes de nome feminino utilizado em (A) a ... à ... a ... a
sentido genérico ou indeterminado: (B) as ... à ... a ... à
Estamos sujeitos a críticas. (C) às ... a ... à ... a
Refiro-me a conversas paralelas. (D) à ... à ... à ... a
(E) a ... a ... a ... à
Fontes de pesquisa:
http://www.portugues.com.br/gramatica/o-uso-crase-.
2-) A ministra de Direitos Humanos instituiu grupo de
html
trabalho para proceder a medidas (palavra no plural, ge-
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. neralizando) necessárias à (regência nominal pede prepo-
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cere- sição) exumação dos restos mortais do ex-presidente João
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: Goulart, sepultado em São Borja (RS), em 1976. Com a exu-
Saraiva, 2010. mação de Jango, o governo visa esclarecer se o ex-presi-
dente morreu de causas naturais, ou seja, devido a uma
(artigo indefinido) parada cardíaca – que tem sido a versão
considerada oficial até hoje –, ou se sua morte se deve a
(regência verbal) envenenamento. A / à / a / a
RESPOSTA: “A”.

73
LÍNGUA PORTUGUESA

3-) (SABESP/SP – ADVOGADO – FCC/2014) 2) Orações iniciadas por palavras interrogativas: Quem
Para chegar a esta conclusão, os pesquisadores fizeram lhe disse isso?
uma escavação arqueológica nas ruínas da antiga cidade
de Tikal, na Guatemala. 3) Orações iniciadas por palavras exclamativas: Quanto
O a empregado na frase acima, imediatamente depois se ofendem!
de chegar, deverá receber o sinal indicativo de crase caso o
segmento grifado seja substituído por: 4) Orações que exprimem desejo (orações optativas):
(A) Uma tal ilação. Que Deus o ajude.
(B) Afirmações como essa.
(C) Comprovação dessa assertiva. 5) A próclise é obrigatória quando se utiliza o pronome
(D) Emitir uma opinião desse tipo. reto ou sujeito expresso:
(E) Semelhante resultado. Eu lhe entregarei o material amanhã.
Tu sabes cantar?
3-)
(A) Uma tal ilação – chegar a uma (não há acento grave Mesóclise = É a colocação pronominal no meio do
antes de artigo) verbo. A mesóclise é usada:
(B) Afirmações como essa – chegar a afirmações (antes
de palavra no plural e o “a” no singular) Quando o verbo estiver no futuro do presente ou fu-
(C) Comprovação dessa assertiva – chegar à compro- turo do pretérito, contanto que esses verbos não estejam
vação precedidos de palavras que exijam a próclise. Exemplos:
(D) Emitir uma opinião desse tipo – chegar a emitir Realizar-se-á, na próxima semana, um grande evento
(verbo no infinitivo) em prol da paz no mundo.
(E) Semelhante resultado – chegar a semelhante (pala- Repare que o pronome está “no meio” do verbo “rea-
vra masculina) lizará”:
RESPOSTA: “C”. realizar – SE – á. Se houvesse na oração alguma palavra
que justificasse o uso da próclise, esta prevaleceria. Veja:
Não se realizará...
Não fossem os meus compromissos, acompanhar-te-ia
nessa viagem.
COLOCAÇÃO PRONOMINAL (com presença de palavra que justifique o uso de pró-
clise: Não fossem os meus compromissos, EU te acompanha-
ria nessa viagem).
Colocação Pronominal trata da correta colocação dos
Ênclise = É a colocação pronominal depois do verbo. A
pronomes oblíquos átonos na frase. ênclise é usada quando a próclise e a mesóclise não forem
possíveis:
* Dica: Pronome Oblíquo é aquele que exerce a função
de complemento verbal (objeto). Por isso, memorize: 1) Quando o verbo estiver no imperativo afirmativo:
OBlíquo = OBjeto! Quando eu avisar, silenciem-se todos.
Embora na linguagem falada a colocação dos prono- 2) Quando o verbo estiver no infinitivo impessoal: Não
mes não seja rigorosamente seguida, algumas normas de- era minha intenção machucá-la.
vem ser observadas na linguagem escrita.
3) Quando o verbo iniciar a oração. (até porque não se
Próclise = É a colocação pronominal antes do verbo. A inicia período com pronome oblíquo).
próclise é usada: Vou-me embora agora mesmo.
Levanto-me às 6h.
1) Quando o verbo estiver precedido de palavras que
atraem o pronome para antes do verbo. São elas: 4) Quando houver pausa antes do verbo: Se eu passo
a) Palavras de sentido negativo: não, nunca, ninguém, no concurso, mudo-me hoje mesmo!
jamais, etc.: Não se desespere!
b) Advérbios: Agora se negam a depor. 5-) Quando o verbo estiver no gerúndio: Recusou a pro-
c) Conjunções subordinativas: Espero que me expliquem posta fazendo-se de desentendida.
tudo!
d) Pronomes relativos: Venceu o concurseiro que se es- Colocação pronominal nas locuções verbais
forçou. - após verbo no particípio = pronome depois do verbo
e) Pronomes indefinidos: Poucos te deram a oportuni- auxiliar (e não depois do particípio):
dade. Tenho me deliciado com a leitura!
Eu tenho me deliciado com a leitura!
f) Pronomes demonstrativos: Isso me magoa muito. Eu me tenho deliciado com a leitura!

74
LÍNGUA PORTUGUESA

- não convém usar hífen nos tempos compostos e nas 1-) Primeiramente identifiquemos se temos objeto di-
locuções verbais: reto ou indireto. Reconhece o quê? Resposta: a informali-
Vamos nos unir! dade. Pergunta e resposta sem preposição, então: objeto
Iremos nos manifestar. direto. Não utilizaremos “lhe” – que é para objeto indireto.
Como temos a presença do “que” – independente de sua
- quando há um fator para próclise nos tempos com- função no período (pronome relativo, no caso!) – a regra
postos ou locuções verbais: opção pelo uso do pronome pede próclise (pronome oblíquo antes do verbo): que a re-
oblíquo “solto” entre os verbos = Não vamos nos preocupar conhecem.
(e não: “não nos vamos preocupar”). RESPOSTA: “A”.

Observações importantes: 2-) (SABESP – TECNÓLOGO – FCC/2014) A substitui-


ção do elemento grifado pelo pronome correspondente foi
Emprego de o, a, os, as realizada de modo INCORRETO em:
1) Em verbos terminados em vogal ou ditongo oral, os (A) que permitiu à civilização = que lhe permitiu
pronomes: o, a, os, as não se alteram. (B) envolveu diferentes fatores = envolveu-os
Chame-o agora. (C) para fazer a dragagem = para fazê-la
Deixei-a mais tranquila. (D) que desviava a água = que lhe desviava
(E) supriam a necessidade = supriam-na
2) Em verbos terminados em r, s ou z, estas consoantes
finais alteram-se para lo, la, los, las. Exemplos: 2-)
(Encontrar) Encontrá-lo é o meu maior sonho. (A) que permitiu à civilização = que lhe permitiu = cor-
(Fiz) Fi-lo porque não tinha alternativa. reta
(B) envolveu diferentes fatores = envolveu-os = correta
3) Em verbos terminados em ditongos nasais (am, em, (C) para fazer a dragagem = para fazê-la = correta
ão, õe), os pronomes o, a, os, as alteram-se para no, na, (D) que desviava a água = que lhe desviava = que a
nos, nas. desviava
Chamem-no agora. (E) supriam a necessidade = supriam-na = correta
Põe-na sobre a mesa. RESPOSTA: “D”.

* Dica: 3-) (TRT/AL - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2014)


Próclise – pró lembra pré; pré é prefixo que significa cruzando os desertos do oeste da China − que con-
“antes”! Pronome antes do verbo! tornam a Índia − adotam complexas providências
Ênclise – “en”... lembra, pelo “som”, /Ənd/ (end, em In- Fazendo-se as alterações necessárias, os segmentos
glês – que significa “fim, final!). Pronome depois do verbo! grifados acima foram corretamente substituídos por um
Mesóclise – pronome oblíquo no Meio do verbo pronome, respectivamente, em:
Pronome Oblíquo – função de objeto (A) os cruzando - que contornam-lhe - adotam-as
(B) cruzando-lhes - que contornam-na - as adotam
Fontes de pesquisa: (C) cruzando-os - que lhe contornam - adotam-lhes
http://www.portugues.com.br/gramatica/colocacao (D) cruzando-os - que a contornam - adotam-nas
-pronominal-.html (E) lhes cruzando - que contornam-a - as adotam
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. 3-) Não podemos utilizar “lhes”, que corresponde ao
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cere- objeto indireto (verbo “cruzar” pede objeto direto: cruzar
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: o quê?), portanto já desconsideramos as alternativas “B”
Saraiva, 2010. e “D”. Ao iniciarmos um parágrafo ( já que no enunciado
temos uma oração assim) devemos usar ênclise: (cruzan-
Questões do-os); na segunda oração temos um pronome relativo (dá
para substituirmos por “o qual”), o que nos obriga a usar
1-) (IBGE - SUPERVISOR DE PESQUISAS – ADMINIS- a próclise (que a contorna); “adotam” exige objeto direto
TRAÇÃO - CESGRANRIO/2014) Em “Há políticas que reco- (adotam quem ou o quê?), chegando à resposta: adotam-
nhecem a informalidade”, ao substituir o termo destacado nas (quando o verbo terminar em “m” e usarmos um pro-
por um pronome, de acordo com a norma-padrão da lín- nome oblíquo direto, lembre-se do alfabeto: jklM – N!).
gua, o trecho assume a formulação apresentada em: RESPOSTA: “D”.
A) Há políticas que a reconhecem.
B) Há políticas que reconhecem-a.
C) Há políticas que reconhecem-na.
D) Há políticas que reconhecem ela.
E) Há políticas que lhe reconhecem.

75
LÍNGUA PORTUGUESA

c) Homógrafas e homófonas simultaneamente (ou


SIGNIFICADO DAS PALAVRAS perfeitas): São palavras iguais na escrita e na pronúncia:
caminho (subst.) e caminho (verbo);
cedo (verbo) e cedo (adv.);
livre (adj.) e livre (verbo).
Semântica é o estudo da significação das palavras e
das suas mudanças de significação através do tempo ou - Parônimos = palavras com sentidos diferentes, po-
em determinada época. A maior importância está em dis- rém de formas relativamente próximas. São palavras pa-
tinguir sinônimos e antônimos (sinonímia / antonímia) e recidas na escrita e na pronúncia: cesta (receptáculo de
homônimos e parônimos (homonímia / paronímia). vime; cesta de basquete/esporte) e sesta (descanso após o
almoço), eminente (ilustre) e iminente (que está para ocor-
Sinônimos rer), osso (substantivo) e ouço (verbo), sede (substantivo e/
ou verbo “ser” no imperativo) e cede (verbo), comprimento
São palavras de sentido igual ou aproximado: alfabeto (medida) e cumprimento (saudação), autuar (processar) e
- abecedário; brado, grito - clamor; extinguir, apagar - abolir. atuar (agir), infligir (aplicar pena) e infringir (violar), deferir
Duas palavras são totalmente sinônimas quando são (atender a) e diferir (divergir), suar (transpirar) e soar (emi-
substituíveis, uma pela outra, em qualquer contexto (cara tir som), aprender (conhecer) e apreender (assimilar; apro-
e rosto, por exemplo); são parcialmente sinônimas quando, priar-se de), tráfico (comércio ilegal) e tráfego (relativo a
ocasionalmente, podem ser substituídas, uma pela outra, movimento, trânsito), mandato (procuração) e mandado
em determinado enunciado (aguardar e esperar). (ordem), emergir (subir à superfície) e imergir (mergulhar,
afundar).
Observação: A contribuição greco-latina é responsá-
vel pela existência de numerosos pares de sinônimos: ad- Hiperonímia e Hiponímia
versário e antagonista; translúcido e diáfano; semicírculo e
Hipônimos e hiperônimos são palavras que pertencem
hemiciclo; contraveneno e antídoto; moral e ética; colóquio e
a um mesmo campo semântico (de sentido), sendo o hipô-
diálogo; transformação e metamorfose; oposição e antítese.
nimo uma palavra de sentido mais específico; o hiperôni-
mo, mais abrangente.
Antônimos
O hiperônimo impõe as suas propriedades ao hipôni-
mo, criando, assim, uma relação de dependência semânti-
São palavras que se opõem através de seu significado:
ca. Por exemplo: Veículos está numa relação de hiperoní-
ordem - anarquia; soberba - humildade; louvar - censurar; mia com carros, já que veículos é uma palavra de significa-
mal - bem. do genérico, incluindo motos, ônibus, caminhões. Veículos é
um hiperônimo de carros.
Observação: A antonímia pode se originar de um pre- Um hiperônimo pode substituir seus hipônimos em
fixo de sentido oposto ou negativo: bendizer e maldizer; quaisquer contextos, mas o oposto não é possível. A utili-
simpático e antipático; progredir e regredir; concórdia e dis- zação correta dos hiperônimos, ao redigir um texto, evita a
córdia; ativo e inativo; esperar e desesperar; comunista e an- repetição desnecessária de termos.
ticomunista; simétrico e assimétrico.
Fontes de pesquisa:
Homônimos e Parônimos http://www.coladaweb.com/portugues/sinonimos,-an-
tonimos,-homonimos-e-paronimos
- Homônimos = palavras que possuem a mesma grafia SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
ou a mesma pronúncia, mas significados diferentes. Podem coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
ser Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
a) Homógrafas: são palavras iguais na escrita e dife- Saraiva, 2010.
rentes na pronúncia: Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
rego (subst.) e rego (verbo); ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
colher (verbo) e colher (subst.); XIMENES, Sérgio. Minidicionário Ediouro da Lìngua Por-
jogo (subst.) e jogo (verbo); tuguesa – 2ªed. reform. – São Paulo: Ediouro, 2000.
denúncia (subst.) e denuncia (verbo);
providência (subst.) e providencia (verbo). Denotação e Conotação

b) Homófonas: são palavras iguais na pronúncia e di- Exemplos de variação no significado das palavras:
ferentes na escrita:
acender (atear) e ascender (subir); Os domadores conseguiram enjaular a fera. (sentido li-
concertar (harmonizar) e consertar (reparar); teral)
cela (compartimento) e sela (arreio); Ele ficou uma fera quando soube da notícia. (sentido
censo (recenseamento) e senso ( juízo); figurado)
paço (palácio) e passo (andar). Aquela aluna é fera na matemática. (sentido figurado)

76
LÍNGUA PORTUGUESA

As variações nos significados das palavras ocasionam Polissemia


o sentido denotativo (denotação) e o sentido conotativo
(conotação) das palavras. Polissemia é a propriedade de uma palavra adquirir
multiplicidade de sentidos, que só se explicam dentro de
Denotação um contexto. Trata-se, realmente, de uma única palavra,
mas que abarca um grande número de significados dentro
Uma palavra é usada no sentido denotativo quando de seu próprio campo semântico.
apresenta seu significado original, independentemente Reportando-nos ao conceito de Polissemia, logo per-
do contexto em que aparece. Refere-se ao seu significado cebemos que o prefixo “poli” significa multiplicidade de
mais objetivo e comum, aquele imediatamente reconheci- algo. Possibilidades de várias interpretações levando-se em
do e muitas vezes associado ao primeiro significado que consideração as situações de aplicabilidade. Há uma infini-
aparece nos dicionários, sendo o significado mais literal da dade de exemplos em que podemos verificar a ocorrência
palavra. da polissemia:
A denotação tem como finalidade informar o receptor O rapaz é um tremendo gato.
da mensagem de forma clara e objetiva, assumindo um ca- O gato do vizinho é peralta.
ráter prático. É utilizada em textos informativos, como jor- Precisei fazer um gato para que a energia voltasse.
nais, regulamentos, manuais de instrução, bulas de medi- Pedro costuma fazer alguns “bicos” para garantir sua
camentos, textos científicos, entre outros. A palavra “pau”, sobrevivência
por exemplo, em seu sentido denotativo é apenas um pe- O passarinho foi atingido no bico.
daço de madeira. Outros exemplos:
O elefante é um mamífero. Nas expressões polissêmicas rede de deitar, rede de
As estrelas deixam o céu mais bonito! computadores e rede elétrica, por exemplo, temos em
comum a palavra “rede”, que dá às expressões o sentido
Conotação de “entrelaçamento”. Outro exemplo é a palavra “xadrez”,
que pode ser utilizada representando “tecido”, “prisão” ou
Uma palavra é usada no sentido conotativo quando “jogo” – o sentido comum entre todas as expressões é o
apresenta diferentes significados, sujeitos a diferentes in- formato quadriculado que têm.
terpretações, dependendo do contexto em que esteja inse-
rida, referindo-se a sentidos, associações e ideias que vão Polissemia e homonímia
além do sentido original da palavra, ampliando sua signifi-
cação mediante a circunstância em que a mesma é utiliza- A confusão entre polissemia e homonímia é bastante
da, assumindo um sentido figurado e simbólico. Como no comum. Quando a mesma palavra apresenta vários signifi-
exemplo da palavra “pau”: em seu sentido conotativo ela cados, estamos na presença da polissemia. Por outro lado,
pode significar castigo (dar-lhe um pau), reprovação (tomei quando duas ou mais palavras com origens e significados
pau no concurso). distintos têm a mesma grafia e fonologia, temos uma ho-
A conotação tem como finalidade provocar sentimen- monímia.
tos no receptor da mensagem, através da expressividade e A palavra “manga” é um caso de homonímia. Ela pode
afetividade que transmite. É utilizada principalmente numa significar uma fruta ou uma parte de uma camisa. Não é
linguagem poética e na literatura, mas também ocorre em polissemia porque os diferentes significados para a pala-
conversas cotidianas, em letras de música, em anúncios pu- vra “manga” têm origens diferentes. “Letra” é uma palavra
blicitários, entre outros. Exemplos: polissêmica: pode significar o elemento básico do alfabeto,
Você é o meu sol! o texto de uma canção ou a caligrafia de um determinado
Minha vida é um mar de tristezas. indivíduo. Neste caso, os diferentes significados estão in-
Você tem um coração de pedra! terligados porque remetem para o mesmo conceito, o da
escrita.
* Dica: Procure associar Denotação com Dicionário:
trata-se de definição literal, quando o termo é utilizado Polissemia e ambiguidade
com o sentido que consta no dicionário.
Polissemia e ambiguidade têm um grande impacto na
Fontes de pesquisa: interpretação. Na língua portuguesa, um enunciado pode
http://www.normaculta.com.br/conotacao-e-denota- ser ambíguo, ou seja, apresentar mais de uma interpreta-
cao/ ção. Esta ambiguidade pode ocorrer devido à colocação
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- específica de uma palavra (por exemplo, um advérbio) em
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. uma frase. Vejamos a seguinte frase:
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere- Pessoas que têm uma alimentação equilibrada frequen-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: temente são felizes.
Saraiva, 2010. Neste caso podem existir duas interpretações diferen-
tes:

77
LÍNGUA PORTUGUESA

As pessoas têm alimentação equilibrada porque são feli- Observação: toda metáfora é uma espécie de compa-
zes ou são felizes porque têm uma alimentação equilibrada. ração implícita, em que o elemento comparativo não apa-
rece.
De igual forma, quando uma palavra é polissêmica, ela Seus olhos são como luzes brilhantes.
pode induzir uma pessoa a fazer mais do que uma interpre- O exemplo acima mostra uma comparação evidente,
tação. Para fazer a interpretação correta é muito importan- através do emprego da palavra como.
te saber qual o contexto em que a frase é proferida. Observe agora: Seus olhos são luzes brilhantes.
Muitas vezes, a disposição das palavras na construção Neste exemplo não há mais uma comparação (note a
do enunciado pode gerar ambiguidade ou, até mesmo, co- ausência da partícula comparativa), e sim símile, ou seja,
micidade. Repare na figura abaixo: qualidade do que é semelhante.
Por fim, no exemplo: As luzes brilhantes olhavam-me.
Há substituição da palavra olhos por luzes brilhantes. Esta
é a verdadeira metáfora.

Observe outros exemplos:


1) “Meu pensamento é um rio subterrâneo.” (Fernando
Pessoa)
Neste caso, a metáfora é possível na medida em que
o poeta estabelece relações de semelhança entre um rio
subterrâneo e seu pensamento (pode estar relacionando a
fluidez, a profundidade, a inatingibilidade, etc.).

2) Minha alma é uma estrada de terra que leva a lugar


(http://www.humorbabaca.com/fotos/diversas/corto- algum.
cabelo-e-pinto. Acesso em 15/9/2014). Uma estrada de terra que leva a lugar algum é, na frase
Poderíamos corrigir o cartaz de inúmeras maneiras, acima, uma metáfora. Por trás do uso dessa expressão que
indica uma alma rústica e abandonada (e angustiadamente
mas duas seriam:
inútil), há uma comparação subentendida: Minha alma é
Corte e coloração capilar
tão rústica, abandonada (e inútil) quanto uma estrada de
ou
terra que leva a lugar algum.
Faço corte e pintura capilar
A Amazônia é o pulmão do mundo.
Fontes de pesquisa:
Em sua mente povoa só inveja.
http://www.brasilescola.com/gramatica/polissemia.
htm Metonímia
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: É a substituição de um nome por outro, em virtude de
Saraiva, 2010. existir entre eles algum relacionamento. Tal substituição
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- pode acontecer dos seguintes modos:
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
1 - Autor pela obra: Gosto de ler Machado de Assis. (=
Figura de Linguagem, Pensamento e Construção Gosto de ler a obra literária de Machado de Assis).
2 - Inventor pelo invento: Édson ilumina o mundo. (=
Figura de Palavra As lâmpadas iluminam o mundo).
3 - Símbolo pelo objeto simbolizado: Não te afastes
A figura de palavra consiste na substituição de uma da cruz. (= Não te afastes da religião).
palavra por outra, isto é, no emprego figurado, simbólico, 4 - Lugar pelo produto do lugar: Fumei um saboroso
seja por uma relação muito próxima (contiguidade), seja Havana. (= Fumei um saboroso charuto).
por uma associação, uma comparação, uma similaridade. 5 - Efeito pela causa: Sócrates bebeu a morte. (= Só-
Estes dois conceitos básicos - contiguidade e similaridade - crates tomou veneno).
permitem-nos reconhecer dois tipos de figuras de palavras: 6 - Causa pelo efeito: Moro no campo e como do meu
a metáfora e a metonímia. trabalho. (= Moro no campo e como o alimento que pro-
duzo).
Metáfora 7 - Continente pelo conteúdo: Bebeu o cálice todo. (=
Bebeu todo o líquido que estava no cálice).
Consiste em utilizar uma palavra ou uma expressão em 8 - Instrumento pela pessoa que utiliza: Os microfo-
lugar de outra, sem que haja uma relação real, mas em vir- nes foram atrás dos jogadores. (= Os repórteres foram atrás
tude da circunstância de que o nosso espírito as associa dos jogadores).
e percebe entre elas certas semelhanças. É o emprego da 9 - Parte pelo todo: Várias pernas passavam apres-
palavra fora de seu sentido normal. sadamente. (= Várias pessoas passavam apressadamente).

78
LÍNGUA PORTUGUESA

10 - Gênero pela espécie: Os mortais pensam e so- Fontes de pesquisa:


frem nesse mundo. (= Os homens pensam e sofrem nesse http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil2.
mundo). php
11 - Singular pelo plural: A mulher foi chamada para SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
ir às ruas na luta por seus direitos. (= As mulheres foram coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
chamadas, não apenas uma mulher). Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
12 - Marca pelo produto: Minha filha adora danone. ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
(= Minha filha adora o iogurte que é da marca Danone). Saraiva, 2010.
13 - Espécie pelo indivíduo: O homem foi à Lua. (=
Alguns astronautas foram à Lua). Antítese
14 - Símbolo pela coisa simbolizada: A balança pen-
derá para teu lado. (= A justiça ficará do teu lado). Consiste no emprego de palavras que se opõem quan-
to ao sentido. O contraste que se estabelece serve, essen-
Saiba que: Sinédoque se relaciona com o conceito de cialmente, para dar uma ênfase aos conceitos envolvidos
extensão (como nos exemplos 9, 10 e 11, acima), enquanto que não se conseguiria com a exposição isolada dos mes-
que a metonímia abrange apenas os casos de analogia ou mos. Observe os exemplos:
de relação. Não há necessidade, atualmente, de se fazer “O mito é o nada que é tudo.” (Fernando Pessoa)
distinção entre ambas as figuras. O corpo é grande e a alma é pequena.
“Quando um muro separa, uma ponte une.”
Catacrese Não há gosto sem desgosto.

Trata-se de uma metáfora que, dado seu uso contínuo, Paradoxo ou oximoro
cristalizou-se. A catacrese costuma ocorrer quando, por
falta de um termo específico para designar um conceito, É a associação de ideias, além de contrastantes, contra-
toma-se outro “emprestado”. Assim, passamos a empregar ditórias. Seria a antítese ao extremo.
algumas palavras fora de seu sentido original. Exemplos: Era dor, sim, mas uma dor deliciosa.
“asa da xícara”, “batata da perna”, “maçã do rosto”, “pé da Ouvimos as vozes do silêncio.
mesa”, “braço da cadeira”, “coroa do abacaxi”.
Eufemismo
Perífrase ou Antonomásia
É o emprego de uma expressão mais suave, mais nobre
ou menos agressiva, para comunicar alguma coisa áspera,
Trata-se de uma expressão que designa um ser através
desagradável ou chocante.
de alguma de suas características ou atributos, ou de um
Depois de muito sofrimento, entregou a alma ao Senhor.
fato que o celebrizou. É a substituição de um nome por
(= morreu)
outro ou por uma expressão que facilmente o identifique: O prefeito ficou rico por meios ilícitos. (= roubou)
A Cidade Maravilhosa (= Rio de Janeiro) continua Fernando faltou com a verdade. (= mentiu)
atraindo visitantes do mundo todo. Faltar à verdade. (= mentir)
A Cidade-Luz (=Paris)
O rei das selvas (=o leão) Ironia
Observação: quando a perífrase indica uma pessoa, É sugerir, pela entoação e contexto, o contrário do que
recebe o nome de antonomásia. Exemplos: as palavras ou frases expressam, geralmente apresentando
O Divino Mestre (= Jesus Cristo) passou a vida pratican- intenção sarcástica. A ironia deve ser muito bem construí-
do o bem. da para que cumpra a sua finalidade; mal construída, pode
O Poeta dos Escravos (= Castro Alves) morreu muito jo- passar uma ideia exatamente oposta à desejada pelo emis-
vem. sor.
O Poeta da Vila (= Noel Rosa) compôs lindas canções. Como você foi bem na prova! Não tirou nem a nota mí-
nima.
Sinestesia Parece um anjinho aquele menino, briga com todos que
estão por perto.
Consiste em mesclar, numa mesma expressão, as sen- O governador foi sutil como um elefante.
sações percebidas por diferentes órgãos do sentido. É o
cruzamento de sensações distintas. Hipérbole
Um grito áspero revelava tudo o que sentia. (grito = au-
ditivo; áspero = tátil) É a expressão intencionalmente exagerada com o intui-
No silêncio escuro do seu quarto, aguardava os aconte- to de realçar uma ideia.
cimentos. (silêncio = auditivo; escuro = visual) Faria isso milhões de vezes se fosse preciso.
Tosse gorda. (sensação auditiva X sensação tátil) “Rios te correrão dos olhos, se chorares.” (Olavo Bilac)
O concurseiro quase morre de tanto estudar!

79
LÍNGUA PORTUGUESA

Prosopopeia ou Personificação Elipse

É a atribuição de ações ou qualidades de seres anima- Consiste na omissão de um ou mais termos numa ora-
dos a seres inanimados, ou características humanas a seres ção e que podem ser facilmente identificados, tanto por
não humanos. Observe os exemplos: elementos gramaticais presentes na própria oração, quanto
As pedras andam vagarosamente. pelo contexto.
O livro é um mudo que fala, um surdo que ouve, um A catedral da Sé. (a igreja catedral)
cego que guia. Domingo irei ao estádio. (no domingo eu irei ao está-
A floresta gesticulava nervosamente diante da serra. dio)
Chora, violão.
Zeugma
Apóstrofe
Zeugma é uma forma de elipse. Ocorre quando é feita
Consiste na “invocação” de alguém ou de alguma coisa a omissão de um termo já mencionado anteriormente.
personificada, de acordo com o objetivo do discurso, que Ele gosta de geografia; eu, de português. (eu gosto de
pode ser poético, sagrado ou profano. Caracteriza-se pelo português)
chamamento do receptor da mensagem, seja ele imaginá- Na casa dela só havia móveis antigos; na minha, só mo-
rio ou não. A introdução da apóstrofe interrompe a linha de dernos. (só havia móveis)
pensamento do discurso, destacando-se assim a entidade Ela gosta de natação; eu, de vôlei. (gosto de)
a que se dirige e a ideia que se pretende pôr em evidên-
cia com tal invocação. Realiza-se por meio do vocativo. Silepse
Exemplos:
Moça, que fazes aí parada? A silepse é a concordância que se faz com o termo que
“Pai Nosso, que estais no céu” não está expresso no texto, mas, sim, subentendido. É uma
Deus, ó Deus! Onde estás? concordância anormal, psicológica, porque se faz com um
termo oculto, facilmente identificado. Há três tipos de si-
Gradação lepse: de gênero, número e pessoa.

Silepse de Gênero - Os gêneros são masculino e femi-


Apresentação de ideias por meio de palavras, sinôni-
nino. Ocorre a silepse de gênero quando a concordância se
mas ou não, em ordem ascendente (clímax) ou descenden-
faz com a ideia que o termo comporta. Exemplos:
te (anticlímax). Observe este exemplo:
Havia o céu, havia a terra, muita gente e mais Joana
1) A bonita Porto Velho sofreu mais uma vez com o calor
com seus olhos claros e brincalhões...
intenso.
Neste caso, o adjetivo bonita não está concordando
O objetivo do narrador é mostrar a expressividade dos
com o termo Porto Velho, que gramaticalmente pertence
olhos de Joana. Para chegar a este detalhe, ele se refere ao
ao gênero masculino, mas com a ideia contida no termo (a
céu, à terra, às pessoas e, finalmente, a Joana e seus olhos. cidade de Porto Velho).
Nota-se que o pensamento foi expresso em ordem decres-
cente de intensidade. Outros exemplos: 2) Vossa Excelência está preocupado.
“Vive só para mim, só para a minha vida, só para meu O adjetivo preocupado concorda com o sexo da pes-
amor”. (Olavo Bilac) soa, que nesse caso é masculino, e não com o termo Vossa
“O trigo... nasceu, cresceu, espigou, amadureceu, colheu- Excelência.
se.” (Padre Antônio Vieira)
Silepse de Número - Os números são singular e plural.
Fontes de pesquisa: A silepse de número ocorre quando o verbo da oração não
http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil5. concorda gramaticalmente com o sujeito da oração, mas
php com a ideia que nele está contida. Exemplos:
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- A procissão saiu. Andaram por todas as ruas da cidade
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. de Salvador.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere- O povo corria por todos os lados e gritavam muito alto.
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010. Note que nos exemplos acima, os verbos andaram e
gritavam não concordam gramaticalmente com os sujei-
As figuras de construção (ou sintática, de sintaxe) tos das orações (que se encontram no singular, procissão
ocorrem quando desejamos atribuir maior expressividade e povo, respectivamente), mas com a ideia que neles está
ao significado. Assim, a lógica da frase é substituída pela contida. Procissão e povo dão a ideia de muita gente, por
maior expressividade que se dá ao sentido. isso que os verbos estão no plural.

80
LÍNGUA PORTUGUESA

Silepse de Pessoa - Três são as pessoas gramaticais: Observação: o pleonasmo só tem razão de ser quan-
eu, tu e ele (as três pessoas do singular); nós, vós, eles (as do confere mais vigor à frase; caso contrário, torna-se um
três do plural). A silepse de pessoa ocorre quando há um pleonasmo vicioso:
desvio de concordância. O verbo, mais uma vez, não con- Vi aquela cena com meus próprios olhos.
corda com o sujeito da oração, mas sim com a pessoa que Vamos subir para cima.
está inscrita no sujeito. Exemplos: Ele desceu pra baixo.
O que não compreendo é como os brasileiros persista-
mos em aceitar essa situação. Anáfora
Os agricultores temos orgulho de nosso trabalho.
“Dizem que os cariocas somos poucos dados aos jardins É a repetição de uma ou mais palavras no início de vá-
públicos.” (Machado de Assis) rias frases, criando, assim, um efeito de reforço e de coe-
rência. Pela repetição, a palavra ou expressão em causa é
Observe que os verbos persistamos, temos e somos não posta em destaque, permitindo ao escritor valorizar de-
concordam gramaticalmente com os seus sujeitos (brasilei- terminado elemento textual. Os termos anafóricos podem
ros, agricultores e cariocas, que estão na terceira pessoa), muitas vezes ser substituídos por pronomes.
mas com a ideia que neles está contida (nós, os brasileiros, Encontrei um amigo ontem. Ele me disse que te conhe-
os agricultores e os cariocas). cia.
“Tudo cura o tempo, tudo gasta, tudo digere, tudo aca-
Polissíndeto / Assíndeto ba.” (Padre Vieira)
Para estudarmos as duas figuras de construção é ne- Anacoluto
cessário recordar um conceito estudado em sintaxe sobre
período composto. No período composto por coordena- Consiste na mudança da construção sintática no meio
ção, podemos ter orações sindéticas ou assindéticas. A da frase, ficando alguns termos desligados do resto do pe-
oração coordenada ligada por uma conjunção (conectivo)
ríodo. É a quebra da estrutura normal da frase para a intro-
é sindética; a oração que não apresenta conectivo é assin-
dução de uma palavra ou expressão sem nenhuma ligação
dética. Recordado esse conceito, podemos definir as duas
sintática com as demais.
figuras de construção:
Esses alunos da escola, não se pode duvidar deles.
Morrer, todo haveremos de morrer.
1) Polissíndeto - É uma figura caracterizada pela repe-
Aquele garoto, você não disse que ele chegaria logo?
tição enfática dos conectivos. Observe o exemplo: O meni-
no resmunga, e chora, e grita, e ninguém faz nada.
A expressão “esses alunos da escola”, por exemplo,
2) Assíndeto - É uma figura caracterizada pela ausên- deveria exercer a função de sujeito. No entanto, há uma
cia, pela omissão das conjunções coordenativas, resultando interrupção da frase e esta expressão fica à parte, não exer-
no uso de orações coordenadas assindéticas. Exemplos: cendo nenhuma função sintática. O anacoluto também é
Tens casa, tens roupa, tens amor, tens família. chamado de “frase quebrada”, pois corresponde a uma in-
“Vim, vi, venci.” (Júlio César) terrupção na sequência lógica do pensamento.

Pleonasmo Observação: o anacoluto deve ser usado com finalida-


de expressiva em casos muito especiais. Em geral, evite-o.
Consiste na repetição de um termo ou ideia, com as
mesmas palavras ou não. A finalidade do pleonasmo é real- Hipérbato / Inversão
çar a ideia, torná-la mais expressiva.
O problema da violência, é necessário resolvê-lo logo. É a inversão da estrutura frásica, isto é, a inversão da
ordem direta dos termos da oração, fazendo com que o
Nesta oração, os termos “o problema da violência” e sujeito venha depois do predicado:
“lo” exercem a mesma função sintática: objeto direto. As- Ao ódio venceu o amor. (Na ordem direta seria: O amor
sim, temos um pleonasmo do objeto direto, sendo o pro- venceu ao ódio)
nome “lo” classificado como objeto direto pleonástico. Ou- Dos meus problemas cuido eu! (Na ordem direta seria:
tro exemplo: Eu cuido dos meus problemas)
Aos funcionários, não lhes interessam tais medidas.
Aos funcionários, lhes = Objeto Indireto * Observação da Zê!
O nosso Hino Nacional é um exemplo de hipérbato, já
que, na ordem direta, teríamos:
Neste caso, há um pleonasmo do objeto indireto, e o “As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado re-
pronome “lhes” exerce a função de objeto indireto pleo- tumbante de um povo heroico”.
nástico.

81
LÍNGUA PORTUGUESA

Figuras de Som

Aliteração - Consiste na repetição de consoantes como recurso para intensificação do ritmo ou como efeito sonoro
significativo.
Três pratos de trigo para três tigres tristes.
Vozes veladas, veludosas vozes... (Cruz e Sousa)
Quem com ferro fere com ferro será ferido.

Assonância - Consiste na repetição ordenada de sons vocálicos idênticos:


“Sou um mulato nato no sentido lato mulato democrático do litoral.”

Onomatopéia - Ocorre quando se tentam reproduzir na forma de palavras os sons da realidade:


Os sinos faziam blem, blem, blem, blem.

Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil8.php
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.

Questões
1-) (DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – TÉCNICO SUPERIOR ESPECIALIZADO EM BIBLIOTECO-
NOMIA – FGV/2014 - adaptada) Ao dizer que os shoppings são “cidades”, o autor do texto faz uso de um tipo de linguagem
figurada denominada
(A) metonímia.
(B) eufemismo.
(C) hipérbole.
(D) metáfora.
(E) catacrese.

1-) A metáfora consiste em retirar uma palavra de seu contexto convencional (denotativo) e transportá-la para um novo
campo de significação (conotativa), por meio de uma comparação implícita, de uma similaridade existente entre as duas.
(Fonte:http://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/metafora-figura-de-palavra-variacoes-e-exemplos.htm)
RESPOSTA: “D”.

2-) (PREFEITURA DE ARCOVERDE/PE - ADMINISTRADOR DE RECURSOS HUMANOS – CONPASS/2014) Identifique a


figura de linguagem presente na tira seguinte:

A) metonímia
B) prosopopeia
C) hipérbole
D) eufemismo
E) onomatopeia

82
LÍNGUA PORTUGUESA

2-) “Eufemismo = é o emprego de uma expressão mais Normalmente, numa prova, o candidato deve:
suave, mais nobre ou menos agressiva, para comunicar al-
guma coisa áspera, desagradável ou chocante”. No caso da 1- Identificar os elementos fundamentais de uma ar-
tirinha, é utilizada a expressão “deram suas vidas por nós” gumentação, de um processo, de uma época (neste caso,
no lugar de “que morreram por nós”. procuram-se os verbos e os advérbios, os quais definem o
RESPOSTA: “D”. tempo).
2- Comparar as relações de semelhança ou de diferen-
3-) (CASAL/AL - ADMINISTRADOR DE REDE - COPEVE/ ças entre as situações do texto.
UFAL/2014) 3- Comentar/relacionar o conteúdo apresentado com
Está tão quente que dá para fritar um ovo no asfalto. uma realidade.
O dito popular é, na maioria das vezes, uma figura de 4- Resumir as ideias centrais e/ou secundárias.
linguagem. Entre as 14h30min e às 15h desta terça-feira, 5- Parafrasear = reescrever o texto com outras pala-
horário do dia em que o calor é mais intenso, a tempera- vras.
tura do asfalto, medida com um termômetro de contato,
chegou a 65ºC. Para fritar um ovo, seria preciso que o local Condições básicas para interpretar
alcançasse aproximadamente 90ºC.
Disponível em: http://zerohora.clicrbs.com.br. Acesso Fazem-se necessários:
em: 22 jan. 2014. - Conhecimento histórico-literário (escolas e gêneros
literários, estrutura do texto), leitura e prática;
O texto cita que o dito popular “está tão quente que - Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do
dá para fritar um ovo no asfalto” expressa uma figura de texto) e semântico;
linguagem. O autor do texto refere-se a qual figura de lin-
guagem? Observação – na semântica (significado das palavras)
A) Eufemismo. incluem-se: homônimos e parônimos, denotação e conota-
B) Hipérbole. ção, sinonímia e antonímia, polissemia, figuras de lingua-
C) Paradoxo. gem, entre outros.
D) Metonímia.
E) Hipérbato. - Capacidade de observação e de síntese;
- Capacidade de raciocínio.
3-) A expressão é um exagero! Ela serve apenas para
representar o calor excessivo que está fazendo. A figura
Interpretar / Compreender
que é utilizada “mil vezes” (!) para atingir tal objetivo é a
hipérbole.
Interpretar significa:
RESPOSTA: “B”.
- Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir.
- Através do texto, infere-se que...
- É possível deduzir que...
- O autor permite concluir que...
INTERPRETAÇÃO TEXTUAL - Qual é a intenção do autor ao afirmar que...

Compreender significa
Texto – é um conjunto de ideias organizadas e relacio- - entendimento, atenção ao que realmente está escrito.
nadas entre si, formando um todo significativo capaz de - o texto diz que...
produzir interação comunicativa (capacidade de codificar - é sugerido pelo autor que...
e decodificar). - de acordo com o texto, é correta ou errada a afirma-
Contexto – um texto é constituído por diversas frases. ção...
Em cada uma delas, há uma informação que se liga com - o narrador afirma...
a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a
estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa interli- Erros de interpretação
gação dá-se o nome de contexto. O relacionamento entre
as frases é tão grande que, se uma frase for retirada de seu - Extrapolação (“viagem”) = ocorre quando se sai do
contexto original e analisada separadamente, poderá ter contexto, acrescentando ideias que não estão no texto,
um significado diferente daquele inicial. quer por conhecimento prévio do tema quer pela imagi-
Intertexto - comumente, os textos apresentam refe- nação.
rências diretas ou indiretas a outros autores através de cita- - Redução = é o oposto da extrapolação. Dá-se aten-
ções. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto. ção apenas a um aspecto (esquecendo que um texto é um
Interpretação de texto - o objetivo da interpretação conjunto de ideias), o que pode ser insuficiente para o en-
de um texto é a identificação de sua ideia principal. A partir tendimento do tema desenvolvido.
daí, localizam-se as ideias secundárias - ou fundamenta- - Contradição = às vezes o texto apresenta ideias con-
ções -, as argumentações - ou explicações -, que levam ao trárias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões equivo-
esclarecimento das questões apresentadas na prova. cadas e, consequentemente, errar a questão.

83
LÍNGUA PORTUGUESA

Observação - Muitos pensam que existem a ótica do - Observe as relações interparágrafos. Um parágrafo
escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas numa geralmente mantém com outro uma relação de continua-
prova de concurso, o que deve ser levado em consideração ção, conclusão ou falsa oposição. Identifique muito bem
é o que o autor diz e nada mais. essas relações.
- Sublinhe, em cada parágrafo, o tópico frasal, ou seja,
Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que a ideia mais importante.
relaciona palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre si. - Nos enunciados, grife palavras como “correto” ou
Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um “incorreto”, evitando, assim, uma confusão na hora da
pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um prono- resposta – o que vale não somente para Interpretação de
me oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se Texto, mas para todas as demais questões!
vai dizer e o que já foi dito. - Se o foco do enunciado for o tema ou a ideia princi-
pal, leia com atenção a introdução e/ou a conclusão.
Observação – São muitos os erros de coesão no dia - Olhe com especial atenção os pronomes relativos,
a dia e, entre eles, está o mau uso do pronome relativo e pronomes pessoais, pronomes demonstrativos, etc., cha-
do pronome oblíquo átono. Este depende da regência do mados vocábulos relatores, porque remetem a outros vo-
verbo; aquele, do seu antecedente. Não se pode esquecer cábulos do texto.
também de que os pronomes relativos têm, cada um, valor
semântico, por isso a necessidade de adequação ao ante- Fontes de pesquisa:
cedente. http://www.tudosobreconcursos.com/materiais/portu-
Os pronomes relativos são muito importantes na in- gues/como-interpretar-textos
terpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de http://portuguesemfoco.com/pf/09-dicas-para-me-
coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração que lhorar-a-interpretacao-de-textos-em-provas
existe um pronome relativo adequado a cada circunstância, http://www.portuguesnarede.com/2014/03/dicas-pa-
a saber: ra-voce-interpretar-melhor-um.html
- que (neutro) - relaciona-se com qualquer anteceden- http://vestibular.uol.com.br/cursinho/questoes/ques-
te, mas depende das condições da frase. tao-117-portugues.htm
- qual (neutro) idem ao anterior.
- quem (pessoa) Questões
- cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois
o objeto possuído. 1-) (SECRETARIA DE ESTADO DA ADMINISTRAÇÃO PÚ-
- como (modo) BLICA DO DISTRITO FEDERAL/DF – TÉCNICO EM ELETRÔ-
- onde (lugar) NICA – IADES/2014)
- quando (tempo)
- quanto (montante) Gratuidades
Exemplo: Crianças com até cinco anos de idade e adultos com
Falou tudo QUANTO queria (correto) mais de 65 anos de idade têm acesso livre ao Metrô-DF.
Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria Para os menores, é exigida a certidão de nascimento e, para
aparecer o demonstrativo O). os idosos, a carteira de identidade. Basta apresentar um
documento de identificação aos funcionários posicionados
Dicas para melhorar a interpretação de textos no bloqueio de acesso.
Disponível em: <http://www.metro.df.gov.br/estacoes/
- Leia todo o texto, procurando ter uma visão geral do gratuidades.html> Acesso em: 3/3/2014, com adaptações.
assunto. Se ele for longo, não desista! Há muitos candidatos
na disputa, portanto, quanto mais informação você absorver Conforme a mensagem do primeiro período do texto,
com a leitura, mais chances terá de resolver as questões. assinale a alternativa correta.
- Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa (A) Apenas as crianças com até cinco anos de idade
a leitura. e os adultos com 65 anos em diante têm acesso livre ao
- Leia, leia bem, leia profundamente, ou seja, leia o tex- Metrô-DF.
to, pelo menos, duas vezes – ou quantas forem necessárias. (B) Apenas as crianças de cinco anos de idade e os
- Procure fazer inferências, deduções (chegar a uma adultos com mais de 65 anos têm acesso livre ao Metrô-DF.
conclusão). (C) Somente crianças com, no máximo, cinco anos de
- Volte ao texto quantas vezes precisar. idade e adultos com, no mínimo, 66 anos têm acesso livre
- Não permita que prevaleçam suas ideias sobre as ao Metrô-DF.
do autor. (D) Somente crianças e adultos, respectivamente, com
- Fragmente o texto (parágrafos, partes) para melhor cinco anos de idade e com 66 anos em diante, têm acesso
compreensão. livre ao Metrô-DF.
- Verifique, com atenção e cuidado, o enunciado de (E) Apenas crianças e adultos, respectivamente, com
cada questão. até cinco anos de idade e com 65 anos em diante, têm
- O autor defende ideias e você deve percebê-las. acesso livre ao Metrô-DF.

84
LÍNGUA PORTUGUESA

1-) Dentre as alternativas apresentadas, a única que 3-) Recorramos ao texto: “Localizada às margens do
condiz com as informações expostas no texto é “Somente Lago Paranoá, no Setor de Clubes Esportivos Norte (ao
crianças com, no máximo, cinco anos de idade e adultos lado do Museu de Arte de Brasília – MAB), está a Concha
com, no mínimo, 66 anos têm acesso livre ao Metrô-DF”. Acústica do DF. Projetada por Oscar Niemeyer”. As infor-
RESPOSTA: “C”. mações contidas nas demais alternativas são incoerentes
com o texto.
2-) (SUSAM/AM – TÉCNICO (DIREITO) – FGV/2014 - RESPOSTA: “A”.
adaptada) “Se alguém que é gay procura Deus e tem boa
vontade, quem sou eu para julgá‐lo?” a declaração do
Papa Francisco, pronunciada durante uma entrevista à im-
prensa no final de sua visita ao Brasil, ecoou como um TIPOLOGIA TEXTUAL
trovão mundo afora. Nela existe mais forma que substância
– mas a forma conta”. (...)
(Axé Silva, O Mundo, setembro 2013)
A todo o momento nos deparamos com vários textos,
O texto nos diz que a declaração do Papa ecoou como sejam eles verbais ou não verbais. Em todos há a presença
um trovão mundo afora. Essa comparação traz em si mes- do discurso, isto é, a ideia intrínseca, a essência daquilo
ma dois sentidos, que são que está sendo transmitido entre os interlocutores. Estes
(A) o barulho e a propagação. interlocutores são as peças principais em um diálogo ou
(B) a propagação e o perigo. em um texto escrito.
(C) o perigo e o poder. É de fundamental importância sabermos classificar os
(D) o poder e a energia.  textos com os quais travamos convivência no nosso dia a
(E)  a energia e o barulho.   dia. Para isso, precisamos saber que existem tipos textuais
e gêneros textuais.
Comumente relatamos sobre um acontecimento, um
2-) Ao comparar a declaração do Papa Francisco a um
fato presenciado ou ocorrido conosco, expomos nossa opi-
trovão, provavelmente a intenção do autor foi a de mostrar
nião sobre determinado assunto, descrevemos algum lugar
o “barulho” que ela causou e sua propagação mundo afora.
que visitamos, fazemos um retrato verbal sobre alguém
Você pode responder à questão por eliminação: a segun-
que acabamos de conhecer ou ver. É exatamente nessas
da opção das alternativas relaciona-se a “mundo afora”, ou
situações corriqueiras que classificamos os nossos textos
seja, que se propaga, espalha. Assim, sobraria apenas a al- naquela tradicional tipologia: Narração, Descrição e Dis-
ternativa A! sertação.
RESPOSTA: “A”.
As tipologias textuais caracterizam-se pelos aspec-
3-) (SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚ- tos de ordem linguística
BLICA DO DISTRITO FEDERAL/DF – TÉCNICO EM CONTABI-
LIDADE – IADES/2014 - adaptada) Os tipos textuais designam uma sequência definida
Concha Acústica pela natureza linguística de sua composição. São observa-
Localizada às margens do Lago Paranoá, no Setor de dos aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações
Clubes Esportivos Norte (ao lado do Museu de Arte de lógicas. Os tipos textuais são o narrativo, descritivo, argu-
Brasília – MAB), está a Concha Acústica do DF. Projetada mentativo/dissertativo, injuntivo e expositivo.
por Oscar Niemeyer, foi inaugurada oficialmente em 1969
e doada pela Terracap à Fundação Cultural de Brasília (hoje - Textos narrativos – constituem-se de verbos de ação
Secretaria de Cultura), destinada a espetáculos ao ar livre. demarcados no tempo do universo narrado, como também
Foi o primeiro grande palco da cidade. de advérbios, como é o caso de antes, agora, depois, entre
Disponível em: <http://www.cultura.df.gov.br/nossa- outros: Ela entrava em seu carro quando ele apareceu. De-
cultura/concha- acustica.html>. Acesso em: 21/3/2014, pois de muita conversa, resolveram...
com adaptações.
- Textos descritivos – como o próprio nome indica,
Assinale a alternativa que apresenta uma mensagem descrevem características tanto físicas quanto psicológicas
compatível com o texto. acerca de um determinado indivíduo ou objeto. Os tempos
(A) A Concha Acústica do DF, que foi projetada por Os- verbais aparecem demarcados no presente ou no pretérito
car Niemeyer, está localizada às margens do Lago Paranoá, imperfeito: “Tinha os cabelos mais negros como a asa da
no Setor de Clubes Esportivos Norte. graúna...”
(B) Oscar Niemeyer projetou a Concha Acústica do DF
em 1969. - Textos expositivos – Têm por finalidade explicar um
(C) Oscar Niemeyer doou a Concha Acústica ao que assunto ou uma determinada situação que se almeje de-
hoje é a Secretaria de Cultura do DF. senvolvê-la, enfatizando acerca das razões de ela aconte-
(D) A Terracap transformou-se na Secretaria de Cultura cer, como em: O cadastramento irá se prorrogar até o dia 02
do DF. de dezembro, portanto, não se esqueça de fazê-lo, sob pena
(E) A Concha Acústica foi o primeiro palco de Brasília. de perder o benefício.

85
LÍNGUA PORTUGUESA

- Textos injuntivos (instrucional) – Trata-se de uma


modalidade na qual as ações são prescritas de forma se- COESÃO E COERÊNCIA
quencial, utilizando-se de verbos expressos no imperativo,
infinitivo ou futuro do presente: Misture todos os ingredien-
te e bata no liquidificador até criar uma massa homogênea.
Na construção de um texto, assim como na fala, usamos
- Textos argumentativos (dissertativo) – Demarcam- mecanismos para garantir ao interlocutor a compreensão
se pelo predomínio de operadores argumentativos, revela- do que é dito, ou lido. Estes mecanismos linguísticos que
dos por uma carga ideológica constituída de argumentos estabelecem a coesão e retomada do que foi escrito - ou
e contra-argumentos que justificam a posição assumida falado - são os referentes textuais, que buscam garantir
acerca de um determinado assunto: A mulher do mundo a coesão textual para que haja coerência, não só entre os
contemporâneo luta cada vez mais para conquistar seu es- elementos que compõem a oração, como também entre a
paço no mercado de trabalho, o que significa que os gêneros sequência de orações dentro do texto. Essa coesão tam-
estão em complementação, não em disputa. bém pode muitas vezes se dar de modo implícito, baseado
em conhecimentos anteriores que os participantes do pro-
cesso têm com o tema.
Numa linguagem figurada, a coesão é uma linha ima-
ginária - composta de termos e expressões - que une os
diversos elementos do texto e busca estabelecer relações
GÊNEROS TEXTUAIS de sentido entre eles. Dessa forma, com o emprego de di-
ferentes procedimentos, sejam lexicais (repetição, substi-
tuição, associação), sejam gramaticais (emprego de prono-
mes, conjunções, numerais, elipses), constroem-se frases,
São os textos materializados que encontramos em orações, períodos, que irão apresentar o contexto – decor-
nosso cotidiano; tais textos apresentam características só- re daí a coerência textual.
cio-comunicativas definidas por seu estilo, função, com- Um texto incoerente é o que carece de sentido ou o
posição, conteúdo e canal. Como exemplos, temos: receita apresenta de forma contraditória. Muitas vezes essa incoe-
culinária, e-mail, reportagem, monografia, poema, editorial, rência é resultado do mau uso dos elementos de coesão
piada, debate, agenda, inquérito policial, fórum, blog, etc. textual. Na organização de períodos e de parágrafos, um
erro no emprego dos mecanismos gramaticais e lexicais
A escolha de um determinado gênero discursivo de- prejudica o entendimento do texto. Construído com os ele-
pende, em grande parte, da situação de produção, ou seja, mentos corretos, confere-se a ele uma unidade formal.
a finalidade do texto a ser produzido, quem são os locu- Nas palavras do mestre Evanildo Bechara, “o enunciado
tores e os interlocutores, o meio disponível para veicular o não se constrói com um amontoado de palavras e orações.
texto, etc. Elas se organizam segundo princípios gerais de dependência
e independência sintática e semântica, recobertos por unida-
Os gêneros discursivos geralmente estão ligados a es- des melódicas e rítmicas que sedimentam estes princípios”.
feras de circulação. Assim, na esfera jornalística, por exem- Não se deve escrever frases ou textos desconexos – é
plo, são comuns gêneros como notícias, reportagens, edito- imprescindível que haja uma unidade, ou seja, que as frases
riais, entrevistas e outros; na esfera de divulgação científica estejam coesas e coerentes formando o texto. Relembre-se
são comuns gêneros como verbete de dicionário ou de enci- de que, por coesão, entende-se ligação, relação, nexo entre
clopédia, artigo ou ensaio científico, seminário, conferência. os elementos que compõem a estrutura textual.

Fontes de pesquisa: Formas de se garantir a coesão entre os elementos


de uma frase ou de um texto:
http://www.brasilescola.com/redacao/tipologia-tex-
tual.htm
1. Substituição de palavras com o emprego de sinôni-
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
mos - palavras ou expressões do mesmo campo associa-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: tivo.
Saraiva, 2010. 2. Nominalização – emprego alternativo entre um ver-
Português – Literatura, Produção de Textos & Gramática bo, o substantivo ou o adjetivo correspondente (desgastar
– volume único / Samira Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa / desgaste / desgastante).
Souza. – 3. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2002. 3. Emprego adequado de tempos e modos verbais:
Embora não gostassem de estudar, participaram da aula.
4. Emprego adequado de pronomes, conjunções, pre-
posições, artigos:
O papa Francisco visitou o Brasil. Na capital brasileira,
Sua Santidade participou de uma reunião com a Presiden-
te Dilma. Ao passar pelas ruas, o papa cumprimentava as
pessoas. Estas tiveram a certeza de que ele guarda respeito
por elas.

86
LÍNGUA PORTUGUESA

5. Uso de hipônimos – relação que se estabelece com Questões


base na maior especificidade do significado de um deles.
Por exemplo, mesa (mais específico) e móvel (mais gené- * As questões abaixo também envolvem o conteúdo
rico). “Conjunção”. Eu as coloquei neste tópico porque abordam
6. Emprego de hiperônimos - relações de um termo de - inclusive - coesão e coerência.
sentido mais amplo com outros de sentido mais específico.
Por exemplo, felino está numa relação de hiperonímia com 1-) (SEDUC/AM – ASSISTENTE SOCIAL – FGV/2014) As-
gato. sinale a opção que indica o segmento em que a conjunção
7. Substitutos universais, como os verbos vicários.
e tem valor adversativo e não aditivo.
* Ajuda da Zê: verbo vicário é aquele que substitui (A) “Em termos de escala, assiduidade e participação
outro já utilizado no período, evitando repetições. Geral- da população na escolha dos governantes,...”.
mente é o verbo fazer e ser. Exemplo: Não gosto de estudar. (B) “... o Brasil de 1985 a 2014 parece outro país, mo-
Faço porque preciso. O “faço” foi empregado no lugar de derno e dinâmico, no cotejo com a restrita experiência elei-
“estudo”, evitando repetição desnecessária. toral anterior”.
(C) “A hipótese de ruptura com o passado se fortalece
A coesão apoiada na gramática se dá no uso de conec- quando avaliamos a extensão dos mecanismos de distri-
tivos, como pronomes, advérbios e expressões adverbiais, buição de oportunidades e de mitigação de desigualdades
conjunções, elipses, entre outros. A elipse justifica-se quan- de hoje”.
do, ao remeter a um enunciado anterior, a palavra elidida (D) “A democracia brasileira contemporânea, e apenas
é facilmente identificável (Exemplo.: O jovem recolheu-se ela na história nacional, inventou o que mais perto se pode
cedo. Sabia que ia necessitar de todas as suas forças. O ter- chegar de um Estado de Bem-Estar num país de renda mé-
mo o jovem deixa de ser repetido e, assim, estabelece a
dia”.
relação entre as duas orações).
(E) “A baixa qualidade dos serviços governamentais
Dêiticos são elementos linguísticos que têm a pro- está ligada sobretudo à limitação do PIB, e não à falta de
priedade de fazer referência ao contexto situacional ou ao políticas públicas social-democratas”.
próprio discurso. Exercem, por excelência, essa função de
progressão textual, dada sua característica: são elementos 1-)
que não significam, apenas indicam, remetem aos compo- (A) “Em termos de escala, assiduidade e participação
nentes da situação comunicativa. = adição
Já os componentes concentram em si a significação. (B) “... o Brasil de 1985 a 2014 parece outro país, mo-
Elisa Guimarães ensina-nos a esse respeito: derno e dinâmico”. = adição
“Os pronomes pessoais e as desinências verbais indi- (C) “A hipótese de ruptura com o passado se fortalece
cam os participantes do ato do discurso. Os pronomes de- quando avaliamos a extensão dos mecanismos de distri-
monstrativos, certas locuções prepositivas e adverbiais, bem buição de oportunidades e de mitigação de desigualdades
como os advérbios de tempo, referenciam o momento da de hoje”. = adição
enunciação, podendo indicar simultaneidade, anterioridade
(D) “A democracia brasileira contemporânea, e apenas
ou posterioridade. Assim: este, agora, hoje, neste momento
(presente); ultimamente, recentemente, ontem, há alguns ela na história nacional”. = adição
dias, antes de (pretérito); de agora em diante, no próximo (E) “A baixa qualidade dos serviços governamentais
ano, depois de (futuro).” está ligada sobretudo à limitação do PIB, e não à falta =
adversativa (dá para substituirmos por “mas”)
A coerência de um texto está ligada: RESPOSTA: “E”.
- à sua organização como um todo, em que devem es-
tar assegurados o início, o meio e o fim;
- à adequação da linguagem ao tipo de texto. Um texto 2-) (DEFENSORIA PÚBLICA DO DISTRITO FEDERAL/
técnico, por exemplo, tem a sua coerência fundamentada DF – ANALISTA DE APOIO À ASSISTÊNCIA JURÍDICA –
em comprovações, apresentação de estatísticas, relato de FGV/2014) A alternativa em que os elementos unidos pela
experiências; um texto informativo apresenta coerência se conjunção E não estão em adição, mas sim em oposição, é:
trabalhar com linguagem objetiva, denotativa; textos poé- (A) “...a disposição do povo de agir por conta própria e
ticos, por outro lado, trabalham com a linguagem figurada,
fazer justiça com as próprias mãos...”
livre associação de ideias, palavras conotativas.
(B) “...como sintoma de descrença nos políticos e nas
Fontes de pesquisa: instituições:...”
http://www.mundovestibular.com.br/articles/2586/1/ (C) “...os nossos mascarados se inspiram menos nos
COESAO-E-COERENCIA-TEXTUAL/Paacutegina1.html anarquistas e mais nos fascistas italianos...”
Português – Literatura, Produção de Textos & Gramática (D) “...desprezando o passado e a tradição...”
– volume único / Samira Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa (E) “...capaz de exprimir a experiência da violência, da
Souza. – 3. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2002. velocidade e do progresso...”

87
LÍNGUA PORTUGUESA

2-) A Ordem dos Termos na Frase


(A) “...a disposição do povo de agir por conta própria e
fazer justiça com as próprias mãos”. = adição Leia novamente a frase contida no item 2. Note que
(B) “...como sintoma de descrença nos políticos e nas ela é organizada de maneira clara para produzir sentido.
instituições”. = adição Todavia, há diferentes maneiras de se organizar gramatical-
(C) “...os nossos mascarados se inspiram menos nos mente tal frase, tudo depende da necessidade ou da von-
anarquistas e mais nos fascistas italianos”. = ideia de opo- tade do redator em manter o sentido, ou mantê-lo, porém,
sição acrescentado ênfase a algum dos seus termos. Significa di-
(D) “...desprezando o passado e a tradição”. = adição zer que, ao escrever, podemos fazer uma série de inversões
(E) “...capaz de exprimir a experiência da violência, da e intercalações em nossas frases, conforme a nossa von-
velocidade e do progresso”. = adição tade e estilo. Tudo depende da maneira como queremos
RESPOSTA: “C”. transmitir uma ideia, do nosso estilo. Por exemplo, pode-
mos expressar a mensagem da frase 2 da seguinte maneira:

No Brasil e na América Latina, a globalização está cau-


sando desemprego.
REESCRITA DE TEXTOS/EQUIVALÊNCIA DE
ESTRUTURAS Neste caso, a mensagem é praticamente a mesma,
apenas mudamos a ordem das palavras para dar ênfase a
alguns termos (neste caso: No Brasil e na A. L.). Repare que,
para obter a clareza tivemos que fazer o uso de vírgulas.
“Ideias confusas geram redações confusas”. Esta frase Entre os sinais de pontuação, a vírgula é o mais usado e
leva-nos a refletir sobre a organização das ideias em um o que mais nos auxilia na organização de um período, pois
texto. Significa dizer que, antes da redação, naturalmen- facilita as boas “sintaxes”, boas misturas, ou seja, a vírgula
te devemos dominar o assunto sobre o qual iremos tratar ajuda-nos a não “embolar” o sentido quando produzimos
e, posteriormente, planejar o modo como iremos expô-lo, frases complexas. Com isto, “entregamos” frases bem orga-
do contrário haverá dificuldade em transmitir ideias bem nizadas aos nossos leitores.
acabadas. Portanto, a leitura, a interpretação de textos e a
experiência de vida antecedem o ato de escrever. O básico para a organização sintática das frases é a or-
Obtido um razoável conhecimento sobre o que iremos dem direta dos termos da oração. Os gramáticos estrutu-
escrever, feito o esquema de exposição da matéria, é ne- ram tal ordem da seguinte maneira:
cessário saber ordenar as ideias em frases bem estrutura-
das. Logo, não basta conhecer bem um determinado as- SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTO VERBAL + CIR-
sunto, temos que o transmitir de maneira clara aos leitores. CUNSTÂNCIAS
O estudo da pontuação pode se tornar um valioso alia- A globalização + está causando + desemprego + no
do para organizarmos as ideias de maneira clara em frases. Brasil nos dias de hoje.
Para tanto, é necessário ter alguma noção de sintaxe. “Sin-
taxe”, conforme o dicionário Aurélio, é a “parte da gramá- Nem todas as orações mantêm esta ordem e nem to-
tica que estuda a disposição das palavras na frase e a das das contêm todos estes elementos, portanto cabem algu-
frases no discurso, bem como a relação lógica das frases mas observações:
entre si”; ou em outras palavras, sintaxe quer dizer “mistu-
ra”, isto é, saber misturar as palavras de maneira a produ- 1) As circunstâncias (de tempo, espaço, modo, etc.)
zirem um sentido evidente para os receptores das nossas normalmente são representadas por adjuntos adverbiais
mensagens. Observe: de tempo, lugar, etc. Note que, no mais das vezes, quan-
do queremos recordar algo ou narrar uma história, existe
1)A desemprego globalização no Brasil e no na está La- a tendência a colocar os adjuntos nos começos das frases:
tina América causando.
2) A globalização está causando desemprego no Brasil e “No Brasil e na América…” “Nos dias de hoje…” “Nas mi-
na América Latina. nhas férias…”, “No Brasil…”. e logo depois os verbos e ou-
tros elementos: “Nas minhas férias fui…”; “No Brasil existe…”
Ora, no item 1 não temos uma ideia, pois não há uma
frase, as palavras estão amontoadas sem a realização de Observações:
“uma sintaxe”, não há um contexto linguístico nem relação a) tais construções não estão erradas, mas rompem
inteligível com a realidade; no caso 2, a sintaxe ocorreu de com a ordem direta;
maneira perfeita e o sentido está claro para receptores de b) é preciso notar que em Língua Portuguesa, há mui-
língua portuguesa inteirados da situação econômica e cul- tas frases que não têm sujeito, somente predicado. Por
tural do mundo atual. exemplo: Está chovendo em Porto Alegre. Faz frio em Fri-
burgo. São quatro horas agora;

88
LÍNGUA PORTUGUESA

c) Outras frases são construídas com verbos intransiti- Neste caso, há uma oração adjetiva intercalada.
vos, que não têm complemento: As orações adjetivas explicativas desempenham fre-
O menino morreu na Alemanha. (sujeito + verbo + ad- quentemente um papel semelhante ao do aposto explicati-
junto adverbial) vo, por isto são também isoladas por vírgula.
A globalização nasceu no século XX. (idem)
d) Há ainda frases nominais que não possuem verbos: A globalização causa, caro leitor, desemprego no Brasil…
cada macaco no seu galho. Nestes tipos de frase, a ordem Neste outro caso, há um vocativo entre o verbo e o seu
direta faz-se naturalmente. Usam-se apenas os termos complemento.
existentes nelas.
A globalização causa desemprego, e isto é lamentável,
Levando em consideração a ordem direta, podemos no Brasil…
estabelecer três regras básicas para o uso da vírgula: Aqui, há uma oração intercalada (note que ela não per-
1)Se os termos estão colocados na ordem direta não tence ao assunto: globalização, da frase principal, tal ora-
haverá a necessidade de vírgulas. A frase (2) é um exemplo ção é apenas um comentário à parte entre o complemento
disto: verbal e os adjuntos).
A globalização está causando desemprego no Brasil e na
América Latina. Observação: a simples negação em uma frase não exi-
ge vírgula: A globalização não causou desemprego no Brasil
Todavia, ao repetir qualquer um dos termos da oração e na América Latina.
por três vezes ou mais, então é necessário usar a vírgula,
mesmo que estejamos usando a ordem direta. Esta é a re- 3)Quando “quebramos” a ordem direta, invertendo-a,
gra básica nº1 para a colocação da vírgula. Veja: tal quebra torna a vírgula necessária. Esta é a regra nº3 da
A globalização, a tecnologia e a “ciranda financeira” colocação da vírgula.
causam desemprego…
(três núcleos do sujeito) No Brasil e na América Latina, a globalização está cau-
sando desemprego…
A globalização causa desemprego no Brasil, na América No fim do século XX, a globalização causou desemprego
Latina e na África. no Brasil…
(três adjuntos adverbiais)
Nota-se que a quebra da ordem direta frequentemente
A globalização está causando desemprego, insatisfação se dá com a colocação das circunstâncias antes do sujeito.
e sucateamento industrial no Brasil e na América Latina. Trata-se da ordem inversa. Estas circunstâncias, em gramá-
(três complementos verbais) tica, são representadas pelos adjuntos adverbiais. Muitas
vezes, elas são colocadas em orações chamadas adverbiais
2)Em princípio, não devemos, na ordem direta, sepa- que têm uma função semelhante a dos adjuntos adverbiais,
rar com vírgula o sujeito e o verbo, nem o verbo e o seu isto é, denotam tempo, lugar, etc. Exemplos:
complemento, nem o complemento e as circunstâncias, ou
seja, não devemos separar com vírgula os termos da ora- Quando o século XX estava terminando, a globalização
ção. Veja exemplos de tal incorreção: começou a causar desemprego.
Enquanto os países portadores de alta tecnologia de-
O Brasil, será feliz. A globalização causa, o desemprego. senvolvem-se, a globalização causa desemprego nos países
pobres.
Ao intercalarmos alguma palavra ou expressão entre Durante o século XX, a Globalização causou desempre-
os termos da oração, cabe isolar tal termo entre vírgulas, go no Brasil.
assim o sentido da ideia principal não se perderá. Esta é
a regra básica nº 2 para a colocação da vírgula. Dito em Observação: quanto à equivalência e transformação de
outras palavras: quando intercalamos expressões e frases estruturas, um exemplo muito comum cobrado em provas
entre os termos da oração, devemos isolar os mesmos com é o enunciado trazer uma frase no singular e pedir a passa-
vírgulas. Vejamos: gem para o plural, mantendo o sentido. Outro exemplo é a
A globalização, fenômeno econômico deste fim de sécu- mudança de tempos verbais.
lo XX, causa desemprego no Brasil.
Fonte de pesquisa:
Aqui um aposto à globalização foi intercalado entre o http://ricardovigna.wordpress.com/2009/02/02/estu-
sujeito e o verbo. dos-de-linguagem-1-estrutura-frasal-e-pontuacao/

Outros exemplos:
A globalização, que é um fenômeno econômico e cultu-
ral, está causando desemprego no Brasil e na América Lati-
na.

89
LÍNGUA PORTUGUESA

Questões
ESTRUTURA TEXTUAL
1-) (TRF/3ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2014
- adaptada)
Reunir-se para ouvir alguém ler tornou-se uma prática
necessária e comum no mundo laico da Idade Média. Até Primeiramente, o que nos faz produzir um texto é a ca-
a invenção da imprensa, a alfabetização era rara e os livros, pacidade que temos de pensar. Por meio do pensamento,
propriedade dos ricos, privilégio de um pequeno punhado elaboramos todas as informações que recebemos e orien-
de leitores. tamos as ações que interferem na realidade e organização
Embora alguns desses senhores afortunados ocasional- de nossos escritos. O que lemos é produto de um pensa-
mente emprestassem seus livros, eles o faziam para um nú- mento transformado em texto.
mero limitado de pessoas da própria classe ou família. Logo, como cada um de nós tem seu modo de pen-
(Adaptado de: MANGUEL, Alberto, op.cit.) sar, quando escrevemos sempre procuramos uma maneira
organizada do leitor compreender as nossas ideias. A fina-
Mantêm-se a correção e as relações de sentido estabe- lidade da escrita é direcionar totalmente o que você quer
lecidas no texto, substituindo-se Embora (2.º parágrafo) por dizer, por meio da comunicação.
(A) Contudo. Para isso, os elementos que compõem o texto se sub-
(B) Desde que. dividem em: introdução, desenvolvimento e conclusão. To-
(C) Porquanto. dos eles devem ser organizados de maneira equilibrada.
(D) Uma vez que.
(E) Conquanto. Introdução

1-) “Embora” é uma conjunção concessiva (apresenta Caracterizada pela entrada no assunto e a argumenta-
uma exceção à regra). A outra conjunção concessiva é “con- ção inicial. A ideia central do texto é apresentada nessa eta-
quanto”. pa. Essa apresentação deve ser direta, sem rodeios. O seu
RESPOSTA: “E”. tamanho raramente excede a 1/5 de todo o texto. Porém,
em textos mais curtos, essa proporção não é equivalente.
2-) (PRODEST/ES – ASSISTENTE ORGANIZACIONAL – Neles, a introdução pode ser o próprio título. Já nos textos
VUNESP/2014 - adaptada) Considere o trecho: “Se o senhor mais longos, em que o assunto é exposto em várias pági-
não se importa, vou levar minha sobrinha ao dentista, mas nas, ela pode ter o tamanho de um capítulo ou de uma par-
posso quebrar o galho e fazer sua corrida”. Esse trecho está te precedida por subtítulo. Nessa situação, pode ter vários
corretamente reescrito e mantém o sentido em: parágrafos. Em redações mais comuns, que em média têm
(A) Uma vez que o senhor não se importe, vou levar mi- de 25 a 80 linhas, a introdução será o primeiro parágrafo.
nha sobrinha ao dentista, assim que possa quebrar o galho
e fazer sua corrida. Desenvolvimento
(B) Já que o senhor não se importa, vou levar minha so-
brinha ao dentista, porque posso quebrar o galho e fazer A maior parte do texto está inserida no desenvol-
sua corrida. vimento, que é responsável por estabelecer uma ligação
(C) À medida que o senhor não se importe, vou levar entre a introdução e a conclusão. É nessa etapa que são
minha sobrinha ao dentista, logo que possa quebrar o galho elaboradas as ideias, os dados e os argumentos que sus-
e fazer sua corrida. tentam e dão base às explicações e posições do autor. É ca-
(D) Caso o senhor não se importe, vou levar minha so- racterizado por uma “ponte” formada pela organização das
brinha ao dentista, no entanto posso quebrar o galho e fazer ideias em uma sequência que permite formar uma relação
sua corrida. equilibrada entre os dois lados.
(E) Para que o senhor não se importe, vou levar minha O autor do texto revela sua capacidade de discutir um
sobrinha ao dentista, todavia posso quebrar o galho e fazer determinado tema no desenvolvimento, e é através desse
sua corrida. que o autor mostra sua capacidade de defender seus pon-
tos de vista, além de dirigir a atenção do leitor para a con-
2-) “Se o senhor não se importa, vou levar minha so- clusão. As conclusões são fundamentadas a partir daqui.
brinha ao dentista, mas posso quebrar o galho e fazer sua Para que o desenvolvimento cumpra seu objetivo, o es-
corrida” critor já deve ter uma ideia clara de como será a conclusão.
O primeiro período é introduzido por uma conjunção Daí a importância em planejar o texto.
condicional (“se”); o segundo, conjunção adversativa. As Em média, o desenvolvimento ocupa 3/5 do texto, no
conjunções apresentadas que têm a mesma classificação, mínimo. Já nos textos mais longos, pode estar inserido em
respectivamente, e que, por isso, poderiam substituir ade- capítulos ou trechos destacados por subtítulos. Apresentar-
quadamente as destacadas no enunciado são “caso” e “no se-á no formato de parágrafos medianos e curtos.
entanto”. Acredito que, mesmo que você não saiba a clas- Os principais erros cometidos no desenvolvimento são
sificação das conjunções, conseguiria responder à questão o desvio e a desconexão da argumentação. O primeiro está
apenas utilizando a coerência: as demais alternativas não relacionado ao autor tomar um argumento secundário que
a têm. se distancia da discussão inicial, ou quando se concentra
RESPOSTA: “D”. em apenas um aspecto do tema e esquece o seu todo. O

90
LÍNGUA PORTUGUESA

segundo caso acontece quando quem redige tem muitas


ideias ou informações sobre o que está sendo discutido, REDAÇÃO OFICIAL
não conseguindo estruturá-las. Surge também a dificul-
dade de organizar seus pensamentos e definir uma linha
lógica de raciocínio.
Pronomes de tratamento na redação oficial
Conclusão
A redação oficial é a maneira utilizada pelo poder públi-
Considerada como a parte mais importante do texto, co para redigir atos normativos. Para redigi-los, muitas regras
é o ponto de chegada de todas as argumentações elabo- fazem-se necessárias. Entre elas, escrever de forma clara, con-
radas. As ideias e os dados utilizados convergem para essa cisa, sem muito comprometimento, bem como um uso ade-
parte, em que a exposição ou discussão se fecha. quado das formas de tratamento. Tais regras, acompanhadas
Em uma estrutura normal, ela não deve deixar uma de uma boa redação, com um bom uso da linguagem, asse-
brecha para uma possível continuidade do assunto; ou seja, guram que os atos normativos sejam bem executados.
possui atributos de síntese. A discussão não deve ser en- No Poder Público, nós nos deparamos com situações em
cerrada com argumentos repetitivos, como por exemplo: que precisamos escrever – ou falar – com pessoas com as
“Portanto, como já dissemos antes...”, “Concluindo...”, “Em quais não temos familiaridade. Nestes casos, os pronomes de
conclusão...”. tratamento assumem uma condição e precisam estar adequa-
Sua proporção em relação à totalidade do texto deve dos à categoria hierárquica da pessoa a quem nos dirigimos.
ser equivalente ao da introdução: de 1/5. Essa é uma das E mais, exige-se, em discurso falado ou escrito, uma homoge-
características de textos bem redigidos. neidade na forma de tratamento, não só nos pronomes como
Os seguintes erros aparecem quando as conclusões fi- também nos verbos. No entanto, as formas de tratamento
cam muito longas: não são do conhecimento de todos.
Abaixo, seguem as discriminações de usos dos pronomes
- O problema aparece quando não ocorre uma explo- de tratamento, com base no Manual da Presidência da Repú-
ração devida do desenvolvimento, o que gera uma invasão blica.
das ideias de desenvolvimento na conclusão.
- Outro fator consequente da insuficiência de funda- São de uso consagrado:
mentação do desenvolvimento está na conclusão precisar
de maiores explicações, ficando bastante vazia. Vossa Excelência, para as seguintes autoridades:
- Enrolar e “encher linguiça” são muito comuns no tex- a) do Poder Executivo
to em que o autor fica girando em torno de ideias redun- Presidente da República, Vice-Presidente da República, Mi-
dantes ou paralelas. nistro de Estado, Secretário-Geral da Presidência da República,
- Uso de frases vazias que, por vezes, são perfeitamen- Consultor-Geral da República, Chefe do Estado-Maior das For-
te dispensáveis. ças Armadas, Chefe do Gabinete Militar da Presidência da Re-
- Quando não tem clareza de qual é a melhor conclu- pública, Chefe do Gabinete Pessoal do Presidente da República,
são, o autor acaba se perdendo na argumentação final. Secretários da Presidência da República, Procurador – Geral da
República, Governadores e Vice-Governadores de Estado e do
Em relação à abertura para novas discussões, a con- Distrito Federal, Chefes de Estado – Maior das Três Armas, Ofi-
clusão não pode ter esse formato, exceto pelos seguintes ciais Generais das Forças Armadas, Embaixadores, Secretário
fatores: Executivo e Secretário Nacional de Ministérios, Secretários de
- Para não influenciar a conclusão do leitor sobre temas Estado dos Governos Estaduais, Prefeitos Municipais.
polêmicos, o autor deixa a conclusão em aberto.
- Para estimular o leitor a ler uma possível continuidade b) do Poder Legislativo:
do texto, o autor não fecha a discussão de propósito. Presidente, Vice–Presidente e Membros da Câmara dos
- Por apenas apresentar dados e informações sobre o Deputados e do Senado Federal, Presidente e Membros do Tri-
tema a ser desenvolvido, o autor não deseja concluir o as- bunal de Contas da União, Presidente e Membros dos Tribunais
sunto. de Contas Estaduais, Presidente e Membros das Assembleias
- Para que o leitor tire suas próprias conclusões, o autor Legislativas Estaduais, Presidente das Câmaras Municipais.
enumera algumas perguntas no final do texto.
c) do Poder Judiciário:
A maioria dessas falhas pode ser evitada se antes o au- Presidente e Membros do Supremo Tribunal Federal, Presi-
tor fizer um esboço de todas as suas ideias. Essa técnica dente e Membros do Superior Tribunal de Justiça, Presidente e
é um roteiro, em que estão presentes os planejamentos. Membros do Superior Tribunal Militar, Presidente e Membros do
Naquele devem estar indicadas as melhores sequências a Tribunal Superior Eleitoral, Presidente e Membros do Tribunal
serem utilizadas na redação; ele deve ser o mais enxuto Superior do Trabalho, Presidente e Membros dos Tribunais de
possível. Justiça, Presidente e Membros dos Tribunais Regionais Fede-
rais, Presidente e Membros dos Tribunais Regionais Eleitorais,
Fonte de pesquisa: Presidente e Membros dos Tribunais Regionais do Trabalho,
http://producao-de-textos.info/mos/view/Caracter%- Juízes e Desembargadores, Auditores da Justiça Militar.
C3%ADsticas_e_Estruturas_do_Texto/

91
LÍNGUA PORTUGUESA

O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas A Impessoalidade


aos Chefes do Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do car- A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer
go respectivo: Excelentíssimo Senhor Presidente da República; pela escrita. Para que haja comunicação, são necessários: a)
Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional; Ex- alguém que comunique; b) algo a ser comunicado; c) alguém
celentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal. que receba essa comunicação. No caso da redação oficial,
E mais: As demais autoridades serão tratadas com o vo- quem comunica é sempre o Serviço Público (este ou aquele
cativo Senhor, seguido do cargo respectivo: Senhor Senador, Ministério, Secretaria, Departamento, Divisão, Serviço, Seção);
Senhor Juiz, Senhor Ministro, Senhor Governador. o que se comunica é sempre algum assunto relativo às atri-
O Manual ainda preceitua que a forma de tratamento buições do órgão que comunica; o destinatário dessa comu-
“Digníssimo” fica abolida para as autoridades descritas acima, nicação ou é o público, o conjunto dos cidadãos, ou outro
afinal, a dignidade é condição primordial para que tais cargos órgão público, do Executivo ou dos outros Poderes da União.
públicos sejam ocupados. Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal que deve
Fica ainda dito que doutor não é forma de tratamento, ser dado aos assuntos que constam das comunicações oficiais
mas titulação acadêmica de quem defende tese de douto- decorre:
rado. Portanto, é aconselhável que não se use discriminada- a) da ausência de impressões individuais de quem comu-
mente tal termo. nica: embora se trate, por exemplo, de um expediente assina-
do por Chefe de determinada Seção, é sempre em nome do
As Comunicações Oficiais Serviço Público que é feita a comunicação. Obtém-se, assim,
uma desejável padronização, que permite que comunicações
1. Aspectos Gerais da Redação Oficial elaboradas em diferentes setores da Administração guardem
entre si certa uniformidade;
O que é Redação Oficial b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação,
com duas possibilidades: ela pode ser dirigida a um cidadão,
Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é a ma- sempre concebido como público, ou a outro órgão público.
neira pela qual o Poder Público redige atos normativos Nos dois casos, temos um destinatário concebido de forma
e comunicações. Interessa-nos tratá-la do ponto de vista do homogênea e impessoal;
Poder Executivo. c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado: se o
A redação oficial deve caracterizar-se pela impessoalida- universo temático das comunicações oficiais restringe-se a
de, uso do padrão culto de linguagem, clareza, concisão, for- questões que dizem respeito ao interesse público, é natural
malidade e uniformidade. Fundamentalmente esses atributos que não caiba qualquer tom particular ou pessoal.
decorrem da Constituição, que dispõe, no artigo 37: “A admi- Desta forma, não há lugar na redação oficial para impres-
nistração pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer sões pessoais, como as que, por exemplo, constam de uma
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos carta a um amigo, ou de um artigo assinado de jornal, ou
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoali- mesmo de um texto literário. A redação oficial deve ser isenta
dade, moralidade, publicidade e eficiência (...)”. Sendo a publi- da interferência da individualidade que a elabora.
cidade e a impessoalidade princípios fundamentais de toda A concisão, a clareza, a objetividade e a formalidade de
administração pública, claro que devem igualmente nortear a que nos valemos para elaborar os expedientes oficiais con-
elaboração dos atos e comunicações oficiais. tribuem, ainda, para que seja alcançada a necessária impes-
Não se concebe que um ato normativo de qualquer na- soalidade.
tureza seja redigido de forma obscura, que dificulte ou im-
possibilite sua compreensão. A transparência do sentido dos A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais
atos normativos, bem como sua inteligibilidade, são requisitos A necessidade de empregar determinado nível de lingua-
do próprio Estado de Direito: é inaceitável que um texto le- gem nos atos e expedientes oficiais decorre, de um lado, do
gal não seja entendido pelos cidadãos. A publicidade implica, próprio caráter público desses atos e comunicações; de outro,
pois, necessariamente, clareza e concisão. de sua finalidade. Os atos oficiais, aqui entendidos como atos
Fica claro também que as comunicações oficiais são ne- de caráter normativo, ou estabelecem regras para a conduta
cessariamente uniformes, pois há sempre um único comuni- dos cidadãos, ou regulam o funcionamento dos órgãos públi-
cador (o Serviço Público) e o receptor dessas comunicações cos, o que só é alcançado se em sua elaboração for empre-
ou é o próprio Serviço Público (no caso de expedientes dirigi- gada a linguagem adequada. O mesmo se dá com os expe-
dos por um órgão a outro) – ou o conjunto dos cidadãos ou dientes oficiais, cuja finalidade precípua é a de informar com
instituições tratados de forma homogênea (o público). clareza e objetividade.
A redação oficial não é necessariamente árida e infensa à As comunicações que partem dos órgãos públicos fede-
evolução da língua. É que sua finalidade básica – comunicar rais devem ser compreendidas por todo e qualquer cidadão
com impessoalidade e máxima clareza – impõe certos parâ- brasileiro. Para atingir esse objetivo, há que evitar o uso de
metros ao uso que se faz da língua, de maneira diversa da- uma linguagem restrita a determinados grupos. Não há dú-
quele da literatura, do texto jornalístico, da correspondência vida de que um texto marcado por expressões de circulação
particular, etc. restrita, como a gíria, os regionalismos vocabulares ou o jar-
Apresentadas essas características fundamentais da re- gão técnico, tem sua compreensão dificultada.
dação oficial, passemos à análise pormenorizada de cada Ressalte-se que há necessariamente uma distância en-
uma delas. tre a língua falada e a escrita. Aquela é extremamente dinâ-
mica, reflete de forma imediata qualquer alteração de cos-

92
LÍNGUA PORTUGUESA

tumes, e pode eventualmente contar com outros elementos Concisão e Clareza


que auxiliem a sua compreensão, como os gestos, a entoação, A concisão é antes uma qualidade do que uma caracte-
etc., para mencionar apenas alguns dos fatores responsáveis rística do texto oficial. Conciso é o texto que consegue trans-
por essa distância. Já a língua escrita incorpora mais lenta- mitir o máximo de informações com um mínimo de palavras.
mente as transformações, tem maior vocação para a perma- Para que se redija com essa qualidade, é fundamental que se
nência e vale-se apenas de si mesma para comunicar. tenha, além de conhecimento do assunto sobre o qual se es-
Os textos oficiais, devido ao seu caráter impessoal e sua creve, o necessário tempo para revisar o texto depois de pron-
finalidade de informar com o máximo de clareza e concisão, to. É nessa releitura que muitas vezes se percebem eventuais
requerem o uso do padrão culto da língua. Há consenso de redundâncias ou repetições desnecessárias de ideias.
que o padrão culto é aquele em que se observam as regras O esforço de sermos concisos atende, basicamente, ao
da gramática formal e se emprega um vocabulário comum princípio de economia linguística, à mencionada fórmula de
ao conjunto dos usuários do idioma. É importante ressaltar empregar o mínimo de palavras para informar o máximo. Não
que a obrigatoriedade do uso do padrão culto na redação se deve, de forma alguma, entendê-la como economia de
oficial decorre do fato de que ele está acima das diferenças pensamento, isto é, não se devem eliminar passagens subs-
lexicais, morfológicas ou sintáticas regionais, dos modismos tanciais do texto no afã de reduzi-lo em tamanho. Trata-se
vocabulares, das idiossincrasias linguísticas, permitindo, por exclusivamente de cortar palavras inúteis, redundâncias, pas-
essa razão, que se atinja a pretendida compreensão por todos sagens que nada acrescentem ao que já foi dito.
os cidadãos. A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto ofi-
Lembre-se de que o padrão culto nada tem contra a sim- cial. Pode-se definir como claro aquele texto que possibilita
plicidade de expressão, desde que não seja confundida com imediata compreensão pelo leitor. No entanto, a clareza não
pobreza de expressão. De nenhuma forma o uso do padrão é algo que se atinja por si só: ela depende estritamente das
culto implica emprego de linguagem rebuscada, nem dos demais características da redação oficial. Para ela concorrem:
contorcionismos sintáticos e figuras de linguagem próprios - a impessoalidade, que evita a duplicidade de interpre-
da língua literária. tações que poderia decorrer de um tratamento personalista
Pode-se concluir, então, que não existe propriamente um dado ao texto;
“padrão oficial de linguagem”; o que há é o uso do padrão - o uso do padrão culto de linguagem, em princípio, de
culto nos atos e comunicações oficiais. É claro que haverá pre- entendimento geral e por definição avesso a vocábulos de
ferência pelo uso de determinadas expressões, ou será obe- circulação restrita, como a gíria e o jargão;
decida certa tradição no emprego das formas sintáticas, mas - a formalidade e a padronização, que possibilitam a im-
isso não implica, necessariamente, que se consagre a utiliza- prescindível uniformidade dos textos;
ção de uma forma de linguagem burocrática. O jargão buro- - a concisão, que faz desaparecer do texto os excessos
crático, como todo jargão, deve ser evitado, pois terá sempre linguísticos que nada lhe acrescentam.
sua compreensão limitada. É pela correta observação dessas características que se
A linguagem técnica deve ser empregada apenas em redige com clareza. Contribuirá, ainda, a indispensável relei-
situações que a exijam, evitando o seu uso indiscriminado. tura de todo texto redigido. A ocorrência, em textos oficiais,
Certos rebuscamentos acadêmicos, e mesmo o vocabulário de trechos obscuros e de erros gramaticais provém, principal-
próprio à determinada área, são de difícil entendimento por mente, da falta da releitura que torna possível sua correção.
quem não esteja com eles familiarizado. Deve-se ter o cui- A revisão atenta exige, necessariamente, tempo. A pressa
dado, portanto, de explicitá-los em comunicações encami- com que são elaboradas certas comunicações quase sempre
nhadas a outros órgãos da administração e em expedientes compromete sua clareza. Não se deve proceder à redação de
dirigidos aos cidadãos. um texto que não seja seguida por sua revisão. “Não há as-
suntos urgentes, há assuntos atrasados”, diz a máxima. Evite-se,
Formalidade e Padronização pois, o atraso, com sua indesejável repercussão no redigir.
As comunicações oficiais devem ser sempre formais, isto
é, obedecem a certas regras de forma: além das já mencio- Pronomes de Tratamento
nadas exigências de impessoalidade e uso do padrão culto Concordância com os Pronomes de Tratamento
de linguagem, é imperativo, ainda, certa formalidade de tra- Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa indi-
tamento. Não se trata somente da eterna dúvida quanto ao reta) apresentam certas peculiaridades quanto à concordân-
correto emprego deste ou daquele pronome de tratamento cia verbal, nominal e pronominal. Embora se refiram à segun-
para uma autoridade de certo nível; mais do que isso, a for- da pessoa gramatical (à pessoa com quem se fala, ou a quem
malidade diz respeito à polidez, à civilidade no próprio enfo- se dirige a comunicação), levam a concordância para a terceira
que dado ao assunto do qual cuida a comunicação. pessoa. É que o verbo concorda com o substantivo que in-
A formalidade de tratamento vincula-se, também, à ne- tegra a locução como seu núcleo sintático: “Vossa Senhoria
cessária uniformidade das comunicações. Ora, se a administra- nomeará o substituto”; “Vossa Excelência conhece o assunto”.
ção federal é una, é natural que as comunicações que expede Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos a
sigam um mesmo padrão. O estabelecimento desse padrão pronomes de tratamento são sempre os da terceira pessoa:
exige que se atente para todas as características da redação “Vossa Senhoria nomeará seu substituto” (e não “Vossa... vos-
oficial e que se cuide, ainda, da apresentação dos textos. so...”).
A clareza datilográfica, o uso de papéis uniformes para Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o
o texto definitivo e a correta diagramação do texto são in- gênero gramatical deve coincidir com o sexo da pessoa a que
dispensáveis para a padronização. se refere, e não com o substantivo que compõe a locução.

93
LÍNGUA PORTUGUESA

Assim, se nosso interlocutor for homem, o correto é “Vossa - deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de
Excelência está atarefado”, “Vossa Senhoria deve estar satis- corpo 12 no texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas
feito”; se for mulher, “Vossa Excelência está atarefada”, “Vossa de rodapé;
Senhoria deve estar satisfeita”. - para símbolos não existentes na fonte Times New Ro-
No envelope, o endereçamento das comunicações diri- man poder-se-á utilizar as fontes Symbol e Wingdings;
gidas às autoridades tratadas por Vossa Excelência, terá a se- - é obrigatório constar a partir da segunda página o
guinte forma: número da página;
- os ofícios, memorandos e anexos destes poderão ser
A Sua Excelência o Senhor impressos em ambas as faces do papel. Neste caso, as mar-
Fulano de Tal gens esquerda e direita terão as distâncias invertidas nas
Ministro de Estado da Justiça páginas pares (“margem espelho”);
70.064-900 – Brasília. DF - o campo destinado à margem lateral esquerda terá,
no mínimo, 3,0 cm de largura;
A Sua Excelência o Senhor
- o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de
Senador Fulano de Tal
distância da margem esquerda;
Senado Federal
70.165-900 – Brasília. DF - o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5
cm;
Senhor Ministro, - deve ser utilizado espaçamento simples entre as li-
Submeto a Vossa Excelência projeto (...) nhas e de 6 pontos após cada parágrafo, ou, se o editor
de texto utilizado não comportar tal recurso, de uma linha
Fechos para Comunicações em branco;
O fecho das comunicações oficiais possui, além da fina- - não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sub-
lidade de arrematar o texto, a de saudar o destinatário. Os linhado, letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bor-
modelos para fecho que vinham sendo utilizados foram re- das ou qualquer outra forma de formatação que afete a
gulados pela Portaria nº1 do Ministério da Justiça, de 1937, elegância e a sobriedade do documento;
que estabelecia quinze padrões. Com o fito de simplificá-los - a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em
e uniformiza-los, este Manual estabelece o emprego de so- papel branco. A impressão colorida deve ser usada apenas
mente dois fechos diferentes para todas as modalidades de para gráficos e ilustrações;
comunicação oficial: - todos os tipos de documentos do Padrão Ofício de-
a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente vem ser impressos em papel de tamanho A-4, ou seja, 29,7
da República: Respeitosamente, x 21,0 cm;
b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hie- - deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de
rarquia inferior: Atenciosamente, arquivo Rich Text nos documentos de texto;
- dentro do possível, todos os documentos elabora-
Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas dos devem ter o arquivo de texto preservado para consulta
a autoridades estrangeiras, que atendem a rito e tradição pró- posterior ou aproveitamento de trechos para casos análo-
prios, devidamente disciplinados no Manual de Redação do gos;
Ministério das Relações Exteriores. - para facilitar a localização, os nomes dos arquivos de-
vem ser formados da seguinte maneira:
Identificação do Signatário
tipo do documento + número do documento + pala-
Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da
vras-chaves do conteúdo
República, todas as demais comunicações oficiais devem trazer
Ex.: “Of. 123 - relatório produtividade ano 2002”
o nome e o cargo da autoridade que as expede, abaixo do local
de sua assinatura. A forma da identificação deve ser a seguinte:
Aviso e Ofício
(espaço para assinatura)
Nome Definição e Finalidade
Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República Aviso e ofício são modalidades de comunicação oficial
praticamente idênticas. A única diferença entre eles é que
(espaço para assinatura) o aviso é expedido exclusivamente por Ministros de Estado,
Nome para autoridades de mesma hierarquia, ao passo que o ofí-
Ministro de Estado da Justiça cio é expedido para e pelas demais autoridades. Ambos têm
como finalidade o tratamento de assuntos oficiais pelos ór-
Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assi- gãos da Administração Pública entre si e, no caso do ofício,
natura em página isolada do expediente. Transfira para essa também com particulares.
página ao menos a última frase anterior ao fecho.
Forma e Estrutura
Forma de diagramação Quanto a sua forma, aviso e ofício seguem o modelo
Os documentos do Padrão Ofício devem obedecer à do padrão ofício, com acréscimo do vocativo, que invoca o
seguinte forma de apresentação: destinatário, seguido de vírgula.

94
LÍNGUA PORTUGUESA

Exemplos: Em regra, a exposição de motivos é dirigida ao Presidente


Excelentíssimo Senhor Presidente da República da República por um Ministro de Estado.
Senhora Ministra Nos casos em que o assunto tratado envolva mais de um
Senhor Chefe de Gabinete Ministério, a exposição de motivos deverá ser assinada por to-
dos os Ministros envolvidos, sendo, por essa razão, chamada
Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício as de interministerial.
seguintes informações do remetente:
– nome do órgão ou setor; Forma e Estrutura - Formalmente, a exposição de mo-
– endereço postal; tivos tem a apresentação do padrão ofício. A exposição de
– telefone e e-mail. motivos, de acordo com sua finalidade, apresenta duas for-
mas básicas de estrutura: uma para aquela que tenha caráter
Observação: Estas informações estão ausentes no exclusivamente informativo e outra para a que proponha al-
guma medida ou submeta projeto de ato normativo.
memorando, pois se trata de comunicação interna - des-
No primeiro caso, o da exposição de motivos que sim-
tinatário e remetente possuem o mesmo endereço. Se o
plesmente leva algum assunto ao conhecimento do Presiden-
Aviso é de um Ministério para outro Ministério, também
te da República, sua estrutura segue o modelo antes referido
não precisa especificar o endereço. O Ofício é enviado para para o padrão ofício.
outras instituições, logo, são necessárias as informações do
remetente e o endereço do destinatário para que o ofício Mensagem
possa ser entregue e o remetente possa receber resposta.
Definição e Finalidade - É o instrumento de comunica-
Memorando ção oficial entre os Chefes dos Poderes Públicos, notadamente
as mensagens enviadas pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder
Definição e Finalidade Legislativo para informar sobre fato da Administração Pública,
O memorando é a modalidade de comunicação entre expor o plano de governo por ocasião da abertura de sessão
unidades administrativas de um mesmo órgão, que podem legislativa, submeter ao Congresso Nacional matérias que de-
estar hierarquicamente em mesmo nível ou em nível dife- pendem de deliberação de suas Casas, apresentar veto, enfim,
rente. Trata-se, portanto, de uma forma de comunicação fazer e agradecer comunicações de tudo quanto seja de inte-
eminentemente interna. resse dos poderes públicos e da Nação.
Pode ter caráter meramente administrativo, ou ser em- Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos Mi-
pregado para a exposição de projetos, ideias, diretrizes, nistérios à Presidência da República, a cujas assessorias caberá
etc. a serem adotados por determinado setor do serviço a redação final.
público. As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao Con-
Sua característica principal é a agilidade. A tramitação gresso Nacional têm as seguintes finalidades:
do memorando em qualquer órgão deve pautar-se pela ra- - encaminhamento de projeto de lei ordinária, comple-
pidez e pela simplicidade de procedimentos burocráticos. mentar ou financeira;
Para evitar desnecessário aumento do número de comu- - encaminhamento de medida provisória;
nicações, os despachos ao memorando devem ser dados - indicação de autoridades;
no próprio documento e, no caso de falta de espaço, em - pedido de autorização para o Presidente ou o Vice-Pre-
folha de continuação. Este procedimento permite formar sidente da República ausentarem-se do País por mais de 15
dias;
uma espécie de processo simplificado, assegurando maior
- encaminhamento de atos de concessão e renovação de
transparência à tomada de decisões e permitindo que se
concessão de emissoras de rádio e TV;
historie o andamento da matéria tratada no memorando.
- encaminhamento das contas referentes ao exercício an-
terior;
Forma e Estrutura - mensagem de abertura da sessão legislativa;
Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo do - comunicação de sanção (com restituição de autógrafos);
padrão ofício, com a diferença de que o seu destinatário - comunicação de veto;
deve ser mencionado pelo cargo que ocupa. Ex: - outras mensagens.

Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração Forma e Estrutura - As mensagens contêm:


Ao Sr. Subchefe para Assuntos Jurídicos a) a indicação do tipo de expediente e de seu número,
horizontalmente, no início da margem esquerda;
Exposição de Motivos b) vocativo, de acordo com o pronome de tratamento e o
cargo do destinatário, horizontalmente, no início da margem
Definição e Finalidade - Exposição de motivos é o ex- esquerda (Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado Fede-
pediente dirigido ao Presidente da República ou ao Vice-Pre- ral);
sidente para: c) o texto, iniciando a 2,0 cm do vocativo;
a) informá-lo de determinado assunto; b) propor algu- d) o local e a data, verticalmente a 2,0 cm do final do
ma medida; ou c) submeter a sua consideração projeto de texto, e horizontalmente fazendo coincidir seu final com a
ato normativo. margem direita.

95
LÍNGUA PORTUGUESA

A mensagem, como os demais atos assinados pelo Pre- Forma e Estrutura - Um dos atrativos de comunica-
sidente da República, não traz identificação de seu signa- ção por correio eletrônico é sua flexibilidade. Assim, não
tário. interessa definir forma rígida para sua estrutura. Entretanto,
deve-se evitar o uso de linguagem incompatível com uma
Telegrama comunicação oficial.
O campo “assunto” do formulário de correio eletrôni-
Definição e Finalidade - Com o fito de uniformizar a co mensagem deve ser preenchido de modo a facilitar a
terminologia e simplificar os procedimentos burocráticos, organização documental tanto do destinatário quanto do
passa a receber o título de telegrama toda comunicação remetente.
oficial expedida por meio de telegrafia, telex, etc. Para os arquivos anexados à mensagem, deve ser utili-
Por tratar-se de forma de comunicação dispendiosa aos zado, preferencialmente, o formato Rich Text. A mensagem
cofres públicos e tecnologicamente superada, deve restringir- que encaminha algum arquivo deve trazer informações mí-
se o uso do telegrama apenas àquelas situações que não seja nimas sobre seu conteúdo.
possível o uso de correio eletrônico ou fax e que a urgência Sempre que disponível, deve-se utilizar recurso de con-
justifique sua utilização. Em razão de seu custo elevado, esta firmação de leitura. Caso não seja disponível, deve constar
forma de comunicação deve pautar-se pela concisão. na mensagem o pedido de confirmação de recebimento.
Forma e Estrutura - Não há padrão rígido, devendo- Valor documental - Nos termos da legislação em vi-
se seguir a forma e a estrutura dos formulários disponíveis gor, para que a mensagem de correio eletrônico tenha valor
nas agências dos Correios e em seu sítio na Internet. documental, e para que possa ser aceito como documento
original, é necessário existir certificação digital que ateste
Fax a identidade do remetente, na forma estabelecida em lei.

Definição e Finalidade - O fax (forma abreviada já Elementos de Ortografia e Gramática


consagrada de fac-símile) é uma forma de comunicação
que está sendo menos usada devido ao desenvolvimento Problemas de Construção de Frases
da Internet. É utilizado para a transmissão de mensagens
urgentes e para o envio antecipado de documentos, de A clareza e a concisão na forma escrita são alcançadas,
cujo conhecimento há premência, quando não há condi- principalmente, pela construção adequada da frase, “a me-
ções de envio do documento por meio eletrônico. Quando nor unidade autônoma da comunicação”, na definição de
necessário o original, ele segue posteriormente pela via e Celso Pedro Luft.
na forma de praxe. A função essencial da frase é desempenhada pelo pre-
Se necessário o arquivamento, deve-se fazê-lo com có-
dicado, que, para Adriano da Gama Kury, pode ser entendi-
pia do fax e não com o próprio fax, cujo papel, em certos
do como “a enunciação pura de um fato qualquer”. Sempre
modelos, deteriora-se rapidamente.
que a frase possuir pelo menos um verbo, recebe o nome
de período, que terá tantas orações quantos forem os ver-
Forma e Estrutura - Os documentos enviados por fax
bos não auxiliares que o constituem.
mantêm a forma e a estrutura que lhes são inerentes.
Outra função relevante é a do sujeito – mas não indis-
É conveniente o envio, juntamente com o documento
pensável, pois há orações sem sujeito, ditas impessoais –,
principal, de folha de rosto e de pequeno formulário com
os dados de identificação da mensagem a ser enviada, con- de quem se diz algo, cujo núcleo é sempre um substantivo.
forme exemplo a seguir: Sempre que o verbo o exigir, teremos nas orações substan-
tivos (nomes ou pronomes) que desempenham a função
[Órgão Expedidor] de complementos (objetos direto e indireto, predicativo e
[setor do órgão expedidor] complemento adverbial). Função acessória desempenham
[endereço do órgão expedidor] os adjuntos adverbiais, que vêm geralmente ao final da
Destinatário:____________________________________ oração, mas que podem ser ou intercalados aos elementos
No do fax de destino:_______________ Data:___/___/___ que desempenham as outras funções, ou deslocados para
Remetente: ____________________________________ o início da oração.
Tel. p/ contato:____________ Fax/correio eletrônico:____ Temos, assim, a seguinte ordem de colocação dos ele-
No de páginas: ________ No do documento:____________ mentos que compõem uma oração (Observação: os parên-
teses indicam os elementos que podem não ocorrer):
Observações:___________________________________
(sujeito) - verbo - (complementos) - (adjunto adverbial).
Correio Eletrônico
Podem ser identificados seis padrões básicos para as
Definição e finalidade - O correio eletrônico (“e-mail”), orações pessoais (isto é, com sujeito) na língua portuguesa
por seu baixo custo e celeridade, transformou-se na princi- (a função que vem entre parênteses é facultativa e pode
pal forma de comunicação para transmissão de documen- ocorrer em ordem diversa):
tos.
1. Sujeito - verbo intransitivo - (Adjunto Adverbial)

96
LÍNGUA PORTUGUESA

O Presidente - regressou - (ontem). Certo: Não vejo mal em o Governo proceder assim.

2. Sujeito - verbo transitivo direto - objeto direto - (ad- Errado: Antes destes requisitos serem cumpridos, (...).
junto adverbial) Certo: Antes de estes requisitos serem cumpridos, (...).
O Chefe da Divisão - assinou - o termo de posse - (na
manhã de terça-feira). Errado: Apesar da Assessoria ter informado em tempo, (...).
Certo: Apesar de a Assessoria ter informado em tempo, (...).
3. Sujeito - verbo transitivo indireto - objeto indireto -
(adjunto adverbial). Frases Fragmentadas
O Brasil - precisa - de gente honesta - (em todos os se- A fragmentação de frases “consiste em pontuar uma
tores). oração subordinada ou uma simples locução como se fosse
uma frase completa”. Decorre da pontuação errada de uma
frase simples. Embora seja usada como recurso estilístico na
4. Sujeito - verbo transitivo direto e indireto - obj. dire-
literatura, a fragmentação de frases deve ser evitada nos
to - obj. indireto - (adj. Adv.)
textos oficiais, pois muitas vezes dificulta a compreensão.
Os desempregados - entregaram - suas reivindicações -
Exemplo:
ao Deputado - (no Congresso). Errado: O programa recebeu a aprovação do Congresso
5. Sujeito - verbo transitivo indireto - complemento ad- Nacional. Depois de ser longamente debatido.
verbial - (adjunto adverbial) Certo: O programa recebeu a aprovação do Congresso
A reunião do Grupo de Trabalho - ocorrerá - em Buenos Nacional, depois de ser longamente debatido.
Aires - (na próxima semana). Certo: Depois de ser longamente debatido, o programa re-
O Presidente - voltou - da Europa - (na sexta-feira) cebeu a aprovação do Congresso Nacional.

6. Sujeito - verbo de ligação - predicativo - (adjunto ad- Errado: O projeto de Convenção foi oportunamente sub-
verbial) metido ao Presidente da República, que o aprovou. Consultadas
O problema - será - resolvido - prontamente. as áreas envolvidas na elaboração do texto legal.
Certo: O projeto de Convenção foi oportunamente subme-
Estes seriam os padrões básicos para as orações, ou seja, tido ao Presidente da República, que o aprovou, consultadas as
as frases que possuem apenas um verbo conjugado. Na cons- áreas envolvidas na elaboração do texto legal.
trução de períodos, as várias funções podem ocorrer em or-
dem inversa à mencionada, misturando-se e confundindo-se. Erros de Paralelismo
Não interessa aqui análise exaustiva de todos os padrões exis- Uma das convenções estabelecidas na linguagem escrita
tentes na língua portuguesa. O que importa é fixar a ordem “consiste em apresentar ideias similares numa forma gramati-
normal dos elementos nesses seis padrões básicos. Acrescen- cal idêntica”, o que se chama de paralelismo. Assim, incorre-se
te-se que períodos mais complexos, compostos por duas ou em erro ao conferir forma não paralela a elementos paralelos.
mais orações, em geral podem ser reduzidos aos padrões bá- Vejamos alguns exemplos:
sicos (de que derivam).
Os problemas mais frequentemente encontrados na Errado: Pelo aviso circular recomendou-se aos Ministérios eco-
construção de frases dizem respeito à má pontuação, à am- nomizar energia e que elaborassem planos de redução de despesas.
biguidade da ideia expressa, à elaboração de falsos paralelis-
Na frase temos, nas duas orações subordinadas que com-
mos, erros de comparação, etc. Decorrem, em geral, do des-
pletam o sentido da principal, duas estruturas diferentes para
conhecimento da ordem das palavras na frase. Indicam-se, a
ideias equivalentes: a primeira oração (economizar energia) é
seguir, alguns desses defeitos mais comuns e recorrentes na
reduzida de infinitivo, enquanto a segunda (que elaborassem
construção de frases, registrados em documentos oficiais. planos de redução de despesas) é uma oração desenvolvida
introduzida pela conjunção integrante que. Há mais de uma
Sujeito possibilidade de escrevê-la com clareza e correção; uma seria
Como dito, o sujeito é o ser de quem se fala ou que exe- a de apresentar as duas orações subordinadas como desen-
cuta a ação enunciada na oração. Ele pode ter complemen- volvidas, introduzidas pela conjunção integrante que:
to, mas não ser complemento. Devem ser evitadas, portanto,
construções como: Certo: Pelo aviso circular, recomendou-se aos Ministérios
que economizassem energia e (que) elaborassem planos para
Errado: É tempo do Congresso votar a emenda. redução de despesas.
Certo: É tempo de o Congresso votar a emenda.
Outra possibilidade: as duas orações são apresentadas
Errado: Apesar das relações entre os países estarem cor- como reduzidas de infinitivo:
tadas, (...). Certo: Pelo aviso circular, recomendou-se aos Ministérios
Certo: Apesar de as relações entre os países estarem cor- economizar energia e elaborar planos para redução de despesas.
tadas, (...).
Nas duas correções respeita-se a estrutura paralela na
Errado: Não vejo mal no Governo proceder assim. coordenação de orações subordinadas.

97
LÍNGUA PORTUGUESA

Mais um exemplo de frase inaceitável na língua escrita culta: Certo: O salário de um professor é mais baixo do que o de
Errado: No discurso de posse, mostrou determinação, não um médico.
ser inseguro, inteligência e ter ambição.
Errado: O alcance do Decreto é diferente da Portaria.
O problema aqui decorre de coordenar palavras (subs- Novamente, a não repetição dos termos comparados
tantivos) com orações (reduzidas de infinitivo). confunde. Alternativas para correção:
Para tornar a frase clara e correta, pode-se optar ou por Certo: O alcance do Decreto é diferente do alcance da Por-
transformá-la em frase simples, substituindo as orações redu- taria.
zidas por substantivos: Certo: O alcance do Decreto é diferente do da Portaria.
Certo: No discurso de posse, mostrou determinação, segu- Errado: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas
rança, inteligência e ambição. do que os Ministérios do Governo.
No exemplo acima, a omissão da palavra “outros” (ou
Atentemos, ainda, para o problema inverso, o falso pa- “demais”) acarretou imprecisão:
ralelismo, que ocorre ao se dar forma paralela (equivalente) Certo: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas do
a ideias de hierarquia diferente ou, ainda, ao se apresentar, que os outros Ministérios do Governo.
de forma paralela, estruturas sintáticas distintas: Certo: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas do
Errado: O Presidente visitou Paris, Bonn, Roma e o Papa. que os demais Ministérios do Governo.
Ambiguidade
Nesta frase, colocou-se em um mesmo nível cidades (Pa-
ris, Bonn, Roma) e uma pessoa (o Papa). Uma possibilidade Ambígua é a frase ou oração que pode ser tomada em
de correção é transformá-la em duas frases simples, com o mais de um sentido. Como a clareza é requisito básico de
cuidado de não repetir o verbo da primeira (visitar): todo texto oficial, deve-se atentar para as construções que
Certo: O Presidente visitou Paris, Bonn e Roma. Nesta últi- possam gerar equívocos de compreensão.
ma capital, encontrou-se com o Papa. A ambiguidade decorre, em geral, da dificuldade de
identificar a qual palavra se refere um pronome que possui
Mencionemos, por fim, o falso paralelismo provocado mais de um antecedente na terceira pessoa. Pode ocorrer
pelo uso inadequado da expressão “e que” num período que com:
não contém nenhum “que” anterior.
Errado: O novo procurador é jurista renomado, e que tem - pronomes pessoais:
sólida formação acadêmica. Ambíguo: O Ministro comunicou a seu secretariado que
ele seria exonerado.
Para corrigir a frase, suprimimos o pronome relativo: Claro: O Ministro comunicou exoneração dele a seu se-
Certo: O novo procurador é jurista renomado e tem sólida cretariado.
formação acadêmica. Ou então, caso o entendimento seja outro:
Claro: O Ministro comunicou a seu secretariado a exo-
Outro exemplo de falso paralelismo com “e que”: neração deste.
Errado: Neste momento, não se devem adotar medidas
precipitadas, e que comprometam o andamento de todo o pro- - pronomes possessivos e pronomes oblíquos:
grama. Ambíguo: O Deputado saudou o Presidente da Repúbli-
Da mesma forma com que corrigimos o exemplo anterior, ca, em seu discurso, e solicitou sua intervenção no seu Esta-
aqui podemos suprimir a conjunção: do, mas isso não o surpreendeu.
Certo: Neste momento, não se devem adotar medidas pre- Observe a multiplicidade de ambiguidade no exemplo
cipitadas, que comprometam o andamento de todo o progra- acima, a qual torna incompreensível o sentido da frase.
ma. Claro: Em seu discurso o Deputado saudou o Presidente
da República. No pronunciamento, solicitou a intervenção
Erros de Comparação
federal em seu Estado, o que não surpreendeu o Presidente
da República.
A omissão de certos termos ao fazermos uma compara-
ção, omissão própria da língua falada, deve ser evitada na lín-
- pronome relativo:
gua escrita, pois compromete a clareza do texto: nem sempre
Ambíguo: Roubaram a mesa do gabinete em que eu
é possível identificar, pelo contexto, qual o termo omitido. A
costumava trabalhar.
ausência indevida de um termo pode impossibilitar o enten-
dimento do sentido que se quer dar a uma frase: Não fica claro se o pronome relativo da segunda ora-
ção faz referência “à mesa” ou “a gabinete”. Esta ambigui-
Errado: O salário de um professor é mais baixo do que um dade se deve ao pronome relativo “que”, sem marca de gê-
médico. nero. A solução é recorrer às formas o qual, a qual, os quais,
A omissão de termos provocou uma comparação indevi- as quais, que marcam gênero e número.
da: “o salário de um professor” com “um médico”. Claro: Roubaram a mesa do gabinete no qual eu costu-
Certo: O salário de um professor é mais baixo do que o mava trabalhar.
salário de um médico. Se o entendimento é outro, então:

98
LÍNGUA PORTUGUESA

Claro: Roubaram a mesa do gabinete na qual eu costu- dos pronomes de tratamento apresentados nas alternati-
mava trabalhar. vas, o pronome demonstrativo será “sua”. Descartamos, en-
tão, os itens A, C e E. Agora recorramos ao pronome ade-
Há, ainda, outro tipo de ambiguidade, que decorre da quado a ser utilizado para deputados. Segundo o Manual
dúvida sobre a que se refere a oração reduzida: de Redação Oficial, temos:
Ambíguo: Sendo indisciplinado, o Chefe admoestou o Vossa Excelência, para as seguintes autoridades:
funcionário. b) do Poder Legislativo: Presidente, Vice–Presidente e
Para evitar o tipo de ambiguidade do exemplo acima, Membros da Câmara dos Deputados e do Senado Federal
deve-se deixar claro qual o sujeito da oração reduzida. (...).
Claro: O Chefe admoestou o funcionário por ser este RESPOSTA: “D”.
indisciplinado.
2-) (ANTAQ – ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO DE SER-
Ambíguo: Depois de examinar o paciente, uma senhora VIÇOS DE TRANSPORTES AQUAVIÁRIOS – CESPE/2014)
chamou o médico. Considerando aspectos estruturais e linguísticos das cor-
Claro: Depois que o médico examinou o paciente, foi respondências oficiais, julgue os itens que se seguem, de
chamado por uma senhora. acordo com o Manual de Redação da Presidência da Re-
pública.
O tratamento Digníssimo deve ser empregado para to-
Fontes de pesquisa:
das as autoridades do poder público, uma vez que a dig-
http://www.redacaooficial.com.br/redacao_oficial_pu-
nidade é tida como qualidade inerente aos ocupantes de
blicacoes_ver.php?id=2
cargos públicos.
http://portuguesxconcursos.blogspot.com.br/p/reda-
( ) CERTO ( ) ERRADO
cao-oficial-para-concursos.html
2-) Vamos ao Manual: O Manual ainda preceitua que a
Questões forma de tratamento “Digníssimo” fica abolida (...) afinal, a
dignidade é condição primordial para que tais cargos públi-
1-) (TJ-PA - MÉDICO PSIQUIATRA - VUNESP - 2014) cos sejam ocupados.
Leia o seguinte fragmento de um ofício, citado do Manual Fonte: http://www.redacaooficial.com.br/redacao_ofi-
de Redação da Presidência da República, no qual expres- cial_publicacoes_ver.php?id=2
sões foram substituídas por lacunas. RESPOSTA: “ERRADO”.

Senhor Deputado 3-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA/SE – TÉCNICO JUDICIÁRIO


Em complemento às informações transmitidas pelo te- – CESPE/2014) Em toda comunicação oficial, exceto nas di-
legrama n.º 154, de 24 de abril último, informo _____ de que recionadas a autoridades estrangeiras, deve-se fazer uso
as medidas mencionadas em ______ carta n.º 6708, dirigida dos fechos Respeitosamente ou Atenciosamente, de acor-
ao Senhor Presidente da República, estão amparadas pelo do com as hierarquias do destinatário e do remetente.
procedimento administrativo de demarcação de terras in- ( ) CERTO (
dígenas instituído pelo Decreto n.º 22, de 4 de fevereiro de ) ERRADO
1991 (cópia anexa).
(http://www.planalto.gov.br. Adaptado) 3-) Segundo o Manual de Redação Oficial: (...) Manual
estabelece o emprego de somente dois fechos diferentes
A alternativa que completa, correta e respectivamen- para todas as modalidades de comunicação oficial:
te, as lacunas do texto, de acordo com a norma-padrão a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente
da língua portuguesa e atendendo às orientações oficiais da República: Respeitosamente,
a respeito do uso de formas de tratamento em correspon- b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierar-
quia inferior: Atenciosamente,
dências públicas, é:
Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigi-
A) Vossa Senhoria … tua.
das a autoridades estrangeiras, que atendem a rito e tra-
B) Vossa Magnificência … sua.
dição próprios, devidamente disciplinados no Manual de
C) Vossa Eminência … vossa.
Redação do Ministério das Relações Exteriores.
D) Vossa Excelência … sua. RESPOSTA: “CERTO”.
E) Sua Senhoria … vossa.

1-) Podemos começar pelo pronome demonstrativo.


Mesmo utilizando pronomes de tratamento “Vossa” (mui-
tas vezes confundido com “vós” e seu respectivo “vosso”),
os pronomes que os acompanham deverão ficar sempre na
terceira pessoa (do plural ou do singular, de acordo com o
número do pronome de tratamento). Então, em quaisquer

99
LÍNGUA PORTUGUESA

Não encontramos as pessoas que saíram.


FUNÇÕES DO “QUE” E DO “SE” • pronome indefinido: nesse caso, pode funcionar
como pronome substantivo ou pronome adjetivo.
• pronome substantivo: equivale a que coisa. Quando
for pronome substantivo, a palavra que exercerá as fun-
A palavra que em português pode ser: ções próprias do substantivo (sujeito, objeto direto, objeto
Interjeição: exprime espanto, admiração, surpresa. indireto, etc.)
Nesse caso, será acentuada e seguida de ponto de Que aconteceu com você?
exclamação. Usa-se também a variação  o quê! A pala-
vra que não exerce função sintática quando funciona como • pronome adjetivo: determina um substantivo. Nesse
interjeição. caso, exerce a função sintática de adjunto adnominal.

Quê! Você ainda não está pronto? Que vida é essa?


O quê! Quem sumiu?
Conjunção: relaciona entre si duas orações. Nesse
Substantivo: equivale a alguma coisa. caso, não exerce função sintática. Como conjunção, a pala-
Nesse caso, virá sempre antecedida de artigo ou outro vra que pode relacionar tanto orações coordenadas quan-
determinante, e receberá acento por ser monossílabo tô- to subordinadas, daí classificar-se como conjunção coorde-
nativa ou conjunção subordinativa. Quando funciona como
nico terminado em e. Como substantivo, designa também
conjunção coordenativa ou subordinativa, a palavra que
a 16ª letra de nosso alfabeto. Quando a palavra que for
recebe o nome da oração que introduz. Por exemplo:
substantivo, exercerá as funções sintáticas próprias dessa
Venha logo, que é tarde. (conjunção coordenativa ex-
classe de palavra (sujeito, objeto direto, objeto indireto,
plicativa)
predicativo, etc.) Falou tanto que ficou rouco. (conjunção subordinativa
consecutiva)
Ele tem certo quê misterioso. (substantivo na função
de núcleo do objeto direto) Quando inicia uma oração subordinada substantiva, a
palavra que recebe o nome de conjunção subordinativa
Preposição: liga dois verbos de uma locução verbal integrante.
em que o auxiliar é o verboter.
Equivale a de. Quando é preposição, a palavra que não Desejo que você venha logo.
exerce função sintática.

Tenho que sair agora. A palavra se 


Ele tem que dar o dinheiro hoje.
A palavra se, em português, pode ser:
Partícula expletiva ou de realce: pode ser retirada da
frase, sem prejuízo algum para o sentido. Conjunção: relaciona entre si duas orações. Nesse
Nesse caso, a palavra que  não exerce função sintáti- caso, não exerce função sintática. Como conjunção, a pala-
ca; como o próprio nome indica, é usada apenas para dar vra se pode ser:
realce. Como partícula expletiva, aparece também na ex- * conjunção subordinativa integrante: inicia uma ora-
pressão é que. ção subordinada substantiva.
Perguntei se ele estava feliz.
Quase que não consigo chegar a tempo. * conjunção subordinativa condicional: inicia uma ora-
Elas é que conseguiram chegar. ção adverbial condicional (equivale a caso).
Advérbio:  modifica um adjetivo ou um advérbio. Se todos tivessem estudado, as notas seriam boas.
Equivale a quão. Quando funciona como advérbio, a pala-
Partícula expletiva ou de realce: pode ser retirada da
vra que exerce a função sintática de adjunto adverbial; no
frase sem prejuízo algum para o sentido. Nesse caso, a pa-
caso, de intensidade.
lavra se não exerce função sintática. Como o próprio nome
indica, é usada apenas para dar realce.
Que lindas flores!
Passavam-se os dias e nada acontecia.
Que barato!
Parte integrante do verbo: faz parte integrante dos
Pronome: como pronome, a palavra que pode ser: verbos pronominais. Nesse caso, o se não exerce função
• pronome relativo: retoma um termo da oração an- sintática.
tecedente, projetando-o na oração consequente. Equivale Ele arrependeu-se do que fez.
a o qual e flexões.

100
LÍNGUA PORTUGUESA

Partícula apassivadora: ligada a verbo que pede ob- Quanto ao nível informal, por sua vez, representa o es-
jeto direto, caracteriza as orações que estão na voz passi- tilo considerado “de menor prestígio”, e isto tem gerado
va sintética. É também chamada de pronome apassivador. controvérsias entre os estudos da língua, uma vez que, para
Nesse caso, não exerce função sintática, seu papel é apenas a sociedade, aquela pessoa que fala ou escreve de maneira
apassivar o verbo. errônea é considerada “inculta”, tornando-se desta forma
um estigma.
Vendem-se casas. Compondo o quadro do padrão informal da lingua-
Aluga-se carro. gem, estão as chamadas variedades linguísticas, as quais
Compram-se joias. representam as variações de acordo com as condições so-
Índice de indeterminação do sujeito: vem ligando a ciais, culturais, regionais e históricas em que é utilizada.
um verbo que não é transitivo direto, tornando o sujeito Dentre elas destacam-se:
indeterminado. Não exerce propriamente uma função sin-
tática, seu papel é o de indeterminar o sujeito. Lembre-se Variações históricas: Dado o dinamismo que a lín-
de que, nesse caso, o verbo deverá estar na terceira pessoa gua apresenta, a mesma sofre transformações ao longo do
do singular. tempo. Um exemplo bastante representativo é a questão
da ortografia, se levarmos em consideração a palavra far-
Trabalha-se de dia. mácia, uma vez que a mesma era grafada com “ph”, con-
Precisa-se de vendedores. trapondo-se à linguagem dos internautas, a qual se fun-
damenta pela supressão do vocábulos. Analisemos, pois, o
Pronome reflexivo: quando a palavra se é pronome fragmento exposto:
pessoal, ela deverá estar sempre na mesma pessoa do su-
jeito da oração de que faz parte. Por isso o pronome oblí-
quo se sempre será reflexivo (equivalendo a a si mesmo), Antigamente
podendo assumir as seguintes funções sintáticas:
“Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e
eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam anos:
* objeto direto
completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas,
Ele cortou-se com o facão.
mesmo sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arras-
* objeto indireto
tando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio.”
Ele se atribui muito valor.
Carlos Drummond de Andrade
* sujeito de um infinitivo
Comparando-o à modernidade, percebemos um voca-
“Sofia deixou-se estar à janela.”
bulário antiquado.
* Texto adaptado por Por Marina Cabral Variações regionais: São os chamados dialetos, que
são as marcas determinantes referentes a diferentes re-
Fonte: http://brasilescola.uol.com.br/gramatica/classi- giões. Como exemplo, citamos a palavra mandioca que,
ficacao-das-palavras-que-e-se.htm em certos lugares, recebe outras nomenclaturas, tais como:
macaxeira e aipim. Figurando também esta modalidade es-
tão os sotaques, ligados às características orais da lingua-
gem.

VARIAÇÃO LINGUÍSTICA. Variações sociais ou culturais: Estão diretamente li-


gadas aos grupos sociais de uma maneira geral e também
ao grau de instrução de uma determinada pessoa. Como
exemplo, citamos as gírias, os jargões e o linguajar caipira.
A linguagem é a característica que nos difere dos de- As gírias pertencem ao vocabulário específico de cer-
mais seres, permitindo-nos a oportunidade de expressar tos grupos, como os surfistas, cantores de rap, tatuadores,
sentimentos, revelar conhecimentos, expor nossa opinião entre outros. Os jargões estão relacionados ao profissiona-
frente aos assuntos relacionados ao nosso cotidiano e, so- lismo, caracterizando um linguajar técnico. Representando
bretudo, promovendo nossa inserção ao convívio social. a classe, podemos citar os médicos, advogados, profissio-
Dentre os fatores que a ela se relacionam destacam-se os nais da área de informática, dentre outros.
níveis da fala, que são basicamente dois: o nível de formali-
dade e o de informalidade. Vejamos um poema sobre o assunto:
O padrão formal está diretamente ligado à linguagem
escrita, restringindo-se às normas gramaticais de um modo Vício na fala
geral. Razão pela qual nunca escrevemos da mesma ma- Para dizerem milho dizem mio
neira que falamos. Este fator foi determinante para a que Para melhor dizem mió
a mesma pudesse exercer total soberania sobre as demais. Para pior pió

101
LÍNGUA PORTUGUESA

Para telha dizem teia Releva considerar, assim, o momento do discurso, que
Para telhado dizem teiado pode ser íntimo, neutro ou solene. O momento íntimo é o
E vão fazendo telhados. das liberdades da fala. No recesso do lar, na fala entre ami-
Oswald de Andrade gos, parentes, namorados, etc., portanto, são consideradas
perfeitamente normais construções do tipo:
Fonte: http://www.brasilescola.com/gramatica/varia- Eu não vi ela hoje.
coes-linguisticas.htm Ninguém deixou ele falar.
Deixe eu ver isso!
Eu te amo, sim, mas não abuse!
Níveis de linguagem Não assisti o filme nem vou assisti-lo.
Sou teu pai, por isso vou perdoá-lo.
A língua é um código de que se serve o homem para
elaborar mensagens, para se comunicar. Existem basica- Nesse momento, a informalidade prevalece sobre a
mente duas modalidades de língua, ou seja, duas línguas norma culta, deixando mais livres os interlocutores.
funcionais: O momento neutro é o do uso da língua-padrão, que
1) a língua funcional de modalidade culta, língua culta é a língua da Nação. Como forma de respeito, tomam-se
ou língua-padrão, que compreende a língua literária, tem por base aqui as normas estabelecidas na gramática, ou
por base a norma culta, forma linguística utilizada pelo seja, a norma culta. Assim, aquelas mesmas construções se
segmento mais culto e influente de uma sociedade. Cons- alteram:
titui, em suma, a língua utilizada pelos veículos de comu- Eu não a vi hoje.
nicação de massa (emissoras de rádio e televisão, jornais, Ninguém o deixou falar.
revistas, painéis, anúncios, etc.), cuja função é a de serem Deixe-me ver isso!
aliados da escola, prestando serviço à sociedade, colabo- Eu te amo, sim, mas não abuses!
rando na educação; Não assisti ao filme nem vou assistir a ele.
2) a língua funcional de modalidade popular; língua po-
Sou seu pai, por isso vou perdoar-lhe.
pular ou língua cotidiana, que apresenta gradações as mais
diversas, tem o seu limite na gíria e no calão.
Considera-se momento neutro o utilizado nos veículos
Norma culta:
de comunicação de massa (rádio, televisão, jornal, revista,
etc.). Daí o fato de não se admitirem deslizes ou transgres-
A norma culta, forma linguística que todo povo civiliza-
sões da norma culta na pena ou na boca de jornalistas,
do possui, é a que assegura a unidade da língua nacional.
quando no exercício do trabalho, que deve refletir serviço
E justamente em nome dessa unidade, tão importante do
à causa do ensino.
ponto de vista político--cultural, que é ensinada nas esco-
las e difundida nas gramáticas. Sendo mais espontânea e O momento solene, acessível a poucos, é o da arte
criativa, a língua popular afigura-se mais expressiva e dinâ- poética, caracterizado por construções de rara beleza.
mica. Temos, assim, à guisa de exemplificação: Vale lembrar, finalmente, que a língua é um costume.
Estou preocupado. (norma culta) Como tal, qualquer transgressão, ou chamado erro, deixa
Tô preocupado. (língua popular) de sê-lo no exato instante em que a maioria absoluta o co-
Tô grilado. (gíria, limite da língua popular) mete, passando, assim, a constituir fato linguístico registro
de linguagem definitivamente consagrado pelo uso, ainda
Não basta conhecer apenas uma modalidade de lín- que não tenha amparo gramatical. Exemplos:
gua; urge conhecer a língua popular, captando-lhe a es- Olha eu aqui! (Substituiu: Olha-me aqui!)
pontaneidade, expressividade e enorme criatividade, para Vamos nos reunir. (Substituiu: Vamo-nos reunir.)
viver; urge conhecer a língua culta para conviver. Não vamos nos dispersar. (Substituiu: Não nos vamos
Podemos, agora, definir gramática: é o estudo das nor- dispersar e Não vamos dispersar-nos.)
mas da língua culta. Tenho que sair daqui depressinha. (Substituiu: Tenho de
sair daqui bem depressa.)
O conceito de erro em língua: O soldado está a postos. (Substituiu: O soldado está no
seu posto.)
Em rigor, ninguém comete erro em língua, exceto nos
casos de ortografia. O que normalmente se comete são As formas impeço, despeço e desimpeço, dos verbos im-
transgressões da norma culta. De fato, aquele que, num pedir, despedir e desimpedir, respectivamente, são exemplos
momento íntimo do discurso, diz: “Ninguém deixou ele fa- também de transgressões ou “erros” que se tornaram fatos
lar”, não comete propriamente erro; na verdade, transgride linguísticos, já que só correm hoje porque a maioria viu
a norma culta. tais verbos como derivados de pedir, que tem início, na sua
Um repórter, ao cometer uma transgressão em sua fala, conjugação, com peço. Tanto bastou para se arcaizarem as
transgride tanto quanto um indivíduo que comparece a um formas então legítimas impido, despido e desimpido, que
banquete trajando xortes ou quanto um banhista, numa hoje nenhuma pessoa bem-escolarizada tem coragem de
praia, vestido de fraque e cartola. usar.

102
LÍNGUA PORTUGUESA

Em vista do exposto, será útil eliminar do vocabulário


escolar palavras como corrigir e correto, quando nos refe- O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO E AS
rimos a frases. “Corrija estas frases” é uma expressão que FUNÇÕES DA LINGUAGEM.
deve dar lugar a esta, por exemplo: “Converta estas frases
da língua popular para a língua culta”.
Uma frase correta não é aquela que se contrapõe a
uma frase “errada”; é, na verdade, uma frase elaborada con- Comunicação
forme as normas gramaticais; em suma, conforme a norma
culta. A comunicação constitui uma das ferramentas mais im-
portantes que os líderes têm à sua disposição para desem-
Língua escrita e língua falada. Nível de linguagem: penhar as suas funções de influência. A sua importância é
tal que alguns autores a consideram mesmo como o “san-
A língua escrita, estática, mais elaborada e menos eco- gue” que dá vida à organização. Esta importância deve-se
nômica, não dispõe dos recursos próprios da língua falada. essencialmente ao fato de apenas através de uma comuni-
A acentuação (relevo de sílaba ou sílabas), a entoação cação efetiva ser possível:
(melodia da frase), as pausas (intervalos significativos no
decorrer do discurso), além da possibilidade de gestos, - Estabelecer e dar a conhecer, com a participação de
olhares, piscadas, etc., fazem da língua falada a modalidade membros de todos os níveis hierárquicos da organização,
mais expressiva, mais criativa, mais espontânea e natural, os objetivos organizacionais por forma a que contemplem,
estando, por isso mesmo, mais sujeita a transformações e não apenas os interesses da organização, mas também os
a evoluções. interesses de todos os seus membros.
Nenhuma, porém, sobrepõe-se a outra em importân-
cia. Nas escolas, principalmente, costuma se ensinar a lín- - Definir e dar a conhecer, com a participação de mem-
gua falada com base na língua escrita, considerada supe- bros de todos os níveis hierárquicos da organização, a es-
rior. Decorrem daí as correções, as retificações, as emendas, trutura organizacional, quer ao nível do desenho organiza-
a que os professores sempre estão atentos. cional, quer ao nível da distribuição de autoridade, respon-
Ao professor cabe ensinar as duas modalidades, mos- sabilidade e tarefas.
trando as características e as vantagens de uma e outra,
sem deixar transparecer nenhum caráter de superioridade - Definir e dar a conhecer, com a participação de mem-
ou inferioridade, que em verdade inexiste. bros de todos os níveis hierárquicos da organização, de-
Isso não implica dizer que se deve admitir tudo na lín- cisões, planos, políticas, procedimentos e regras aceites e
gua falada. A nenhum povo interessa a multiplicação de respeitadas por todos os membros da organização.
línguas. A nenhuma nação convém o surgimento de diale-
tos, consequência natural do enorme distanciamento entre - Coordenar, dar apoio e controlar as atividades de to-
uma modalidade e outra. dos os membros da organização.
A língua escrita é, foi e sempre será mais bem-ela-
borada que a língua falada, porque é a modalidade que - Efetuar a integração dos diferentes departamentos e
mantém a unidade linguística de um povo, além de ser a permitir a ajuda e cooperação interdepartamental.
que faz o pensamento atravessar o espaço e o tempo. Ne-
nhuma reflexão, nenhuma análise mais detida será possível - Desempenhar eficazmente o papel de influência atra-
sem a língua escrita, cujas transformações, por isso mesmo, vés da compreensão e atuação em conformidade satisfa-
processam-se lentamente e em número consideravelmente ção das necessidades e sentimentos das pessoas por forma
menor, quando cotejada com a modalidade falada. a aumentar a sua motivação.
Importante é fazer o educando perceber que o nível da
linguagem, a norma linguística, deve variar de acordo com Elementos do Processo de Comunicação
a situação em que se desenvolve o discurso.
O ambiente sociocultural determina o nível da lingua- Para perceber desenvolver políticas de comunicação
gem a ser empregado. O vocabulário, a sintaxe, a pronúncia eficazes é necessário analisar antes cada um dos elemen-
e até a entoação variam segundo esse nível. Um padre não tos que fazem parte do processo de comunicação. Assim,
fala com uma criança como se estivesse em uma missa, as- fazem parte do processo de comunicação o emissor, um
sim como uma criança não fala como um adulto. Um enge- canal de transmissão, geralmente influenciado por ruídos,
nheiro não usará um mesmo discurso, ou um mesmo nível um receptor e ainda o feedback do receptor.
de fala, para colegas e para pedreiros, assim como nenhum
professor utiliza o mesmo nível de fala no recesso do lar e - Emissor (ou fonte da mensagem da comunicação):
na sala de aula. representa quem pensa, codifica e envia a mensagem, ou
Existem, portanto, vários níveis de linguagem e, entre seja, quem inicia o processo de comunicação. A codificação
esses níveis, destacam-se em importância o culto e o coti- da mensagem pode ser feita transformando o pensamento
diano, a que já fizemos referência. que se pretende transmitir em palavras, gestos ou símbolos
que sejam compreensíveis por quem recebe a mensagem.

103
LÍNGUA PORTUGUESA

- Canal de transmissão da mensagem: faz a ligação parte do emissor, nomeadamente com o fato de se tor-
entre o emissor e o receptor e representa o meio através narem impossíveis ou pelo menos difíceis as retificações e
do qual é transmitida a mensagem. Existe uma grande as novas explicações para melhor compreensão após a sua
variedade de canais de transmissão, cada um deles com transmissão. Assim, os principais cuidados a ter para que
vantagens e inconvenientes: destacam-se o ar (no caso do a mensagem seja perfeitamente recebida e compreendida
emissor e receptor estarem frente a frente), o telefone, os pelo(s) receptor(es) são o uso de caligrafia legível e unifor-
meios eletrônicos e informáticos, os memorandos, a rádio, me (se manuscrita), a apresentação cuidada, a pontuação
a televisão, entre outros. e ortografia corretas, a organização lógica das ideias, a ri-
queza vocabular e a correção frásica. O emissor deve ainda
- Receptor da mensagem: representa quem recebe e possuir um perfeito conhecimento dos temas e deve tentar
descodifica a mensagem. Aqui é necessário ter em atenção prever as reações/feedback à sua mensagem.
que a descodificação da mensagem resulta naquilo que Como principais vantagens da comunicação escrita,
efetivamente o emissor pretendia enviar (por exemplo, em podemos destacar o fato de ser duradoura e permitir um
diferentes culturas, um mesmo gesto pode ter significados registro e de permitir uma maior atenção à organização
diferentes). Podem existir apenas um ou numerosos recep- da mensagem sendo, por isso, adequada para a transmitir
tores para a mesma mensagem. políticas, procedimentos, normas e regras. Adequa-se tam-
bém a mensagens longas e que requeiram uma maior aten-
- Ruídos: representam obstruções mais ou menos in- ção e tempo por parte do receptor tais como relatórios e
tensas ao processo de comunicação e podem ocorrer em análises diversas. Como principais desvantagens destacam-
qualquer uma das suas fases. Denominam-se ruídos inter- se a já referida ausência do receptor o que impossibilita o
nos se ocorrem durante as fases de codificação ou desco- feedback imediato, não permite correções ou explicações
dificação e externos se ocorrerem no canal de transmissão. adicionais e obriga ao uso exclusivo da linguagem verbal.
Obviamente estes ruídos variam consoante o tipo de canal
de transmissão utilizado e consoante as características do Comunicação Oral
emissor e do(s) receptor(es), sendo, por isso, um dos crité-
rios utilizados na escolha do canal de transmissão quer do No caso da comunicação oral, a sua principal caracte-
tipo de codificação. rística é a presença do receptor (exclui-se, obviamente, a
comunicação oral que utilize a televisão, a rádio, ou as gra-
- Retro-informação (feedback): representa a resposta vações). Esta característica explica diversas das suas prin-
do(s) receptor(es) ao emissor da mensagem e pode ser cipais vantagens, nomeadamente o fato de permitir o fee-
utilizada como uma medida do resultado da comunicação. dback imediato, permitir a passagem imediata do receptor
Pode ou não ser transmitida pelo mesmo canal de trans- a emissor e vice-versa, permitir a utilização de comunica-
missão. ção não verbal como os gestos a mímica e a entoação, por
  exemplo, facilitar as retificações e explicações adicionais,
Embora os tipos de comunicação sejam inúmeros, po- permitir observar as reações do receptor, e ainda a grande
dem ser agrupados em comunicação verbal e comunica- rapidez de transmissão. Contudo, e para que estas vanta-
ção não verbal. Como comunicação não verbal podemos gens sejam aproveitadas é necessário o conhecimento dos
considerar os gestos, os sons, a mímica, a expressão facial, temas, a clareza, a presença e naturalidade, a voz agradável
as imagens, entre outros. É frequentemente utilizada em e a boa dicção, a linguagem adaptada, a segurança e auto-
locais onde o ruído ou a situação impede a comunicação domínio, e ainda a disponibilidade para ouvir.
oral ou escrita como por exemplo as comunicações entre Como principais desvantagens da comunicação oral
“dealers” nas bolsas de valores. É também muito utilizada destacam-se o fato de ser efêmera, não permitindo qual-
como suporte e apoio à comunicação oral. quer registro e, consequentemente, não se adequando a
Quanto à comunicação verbal, que inclui a comunica- mensagens longas e que exijam análise cuidada por parte
ção escrita e a comunicação oral, por ser a mais utilizada na do receptor.
sociedade em geral e nas organizações em particular, por
ser a única que permite a transmissão de ideias complexas Gêneros Escritos e Orais
e por ser um exclusivo da espécie humana, é aquela que
mais atenção tem merecido dos investigadores, caracteri- Gêneros textuais são tipos específicos de textos de
zando-a e estudando quando e como deve ser utilizada. qualquer natureza, literários ou não. Modalidades discur-
sivas constituem as estruturas e as funções sociais (narra-
Comunicação Escrita tivas, discursivas, argumentativas) utilizadas como formas
de organizar a linguagem. Dessa forma, podem ser consi-
A comunicação escrita teve o seu auge, e ainda hoje derados exemplos de gêneros textuais: anúncios, convites,
predomina, nas organizações burocráticas que seguem atas, avisos, programas de auditórios, bulas, cartas, comé-
os princípios da Teoria da Burocracia enunciados por Max dias, contos de fadas, crônicas, editoriais, ensaios, entrevis-
Weber. A principal característica é o fato do receptor estar tas, contratos, decretos, discursos políticos, histórias, ins-
ausente tornando-a, por isso, num monólogo permanente truções de uso, letras de música, leis, mensagens, notícias.
do emissor. Esta característica obriga a alguns cuidados por São textos que circulam no mundo, que têm uma função

104
LÍNGUA PORTUGUESA

específica, para um público específico e com características Exemplo de gêneros orais e escritos: Texto expositivo,
próprias. Aliás, essas características peculiares de um gêne- exposição oral, seminário, conferência, comunicação oral,
ro discursivo nos permitem abordar aspectos da textualida- palestra, entrevista de especialista, verbete, artigo enciclo-
de, tais como coerência e coesão textuais, impessoalidade, pédico, texto explicativo, tomada de notas, resumo de tex-
técnicas de argumentação e outros aspectos pertinentes tos expositivos e explicativos, resenha, relatório científico,
ao gênero em questão. relatório oral de experiência.
Gênero de texto então, refere-se às diferentes formas
de expressão textual. Nos estudos da Literatura, temos, por Domínios sociais de comunicação: Instruções e prescri-
exemplo, poesia, crônicas, contos, prosa, etc. ções.
Para a linguística, os gêneros textuais englobam estes Aspectos tipológicos: Descrever ações.
e todos os textos produzidos por usuários de uma língua. Capacidade de linguagem dominante: Regulação mú-
Assim, ao lado da crônica, do conto, vamos também iden- tua de comportamentos.
tificar a carta pessoal, a conversa telefônica, o email, e tan- Exemplo de gêneros orais e escritos: Instruções de mon-
tos outros exemplares de gêneros que circulam em nossa tagem, receita, regulamento, regras de jogo, instruções de
sociedade. uso, comandos diversos, textos prescritivos.
Quanto à forma ou estrutura das sequências linguís-
ticas encontradas em cada texto, podemos classificá-los
dentro dos tipos textuais a partir de suas estruturas e esti-
los composicionais. Funções da Linguagem
Domínios sociais de comunicação: Cultura Literária Fic-
cional. Quando se pergunta a alguém para que serve a lingua-
Aspectos tipológicos: Narrar. gem, a resposta mais comum é que ela serve para comuni-
Capacidade de linguagem dominante: Mimeses de ação car. Isso está correto. No entanto, comunicar não é apenas
através da criação da intriga no domínio do verossímil. transmitir informações. É também exprimir emoções, dar
Exemplo de gêneros orais e escritos: Conto de Fadas, fá- ordens, falar apenas para não haver silêncio. Para que serve
bula, lenda,narrativa de aventura, narrativa de ficção cien- a linguagem?
tífica, narrativa de enigma, narrativa mítica, sketch ou his- - A linguagem serve para informar: Função Referencial.
tória engraçada, biografia romanceada, romance, romance
histórico, novela fantástica, conto, crônica literária, adivi- “Estados Unidos invadem o Iraque”
nha, piada.
Domínios sociais de comunicação: Documentação e Essa frase, numa manchete de jornal, informa-nos so-
memorização das ações humana. bre um acontecimento do mundo.
Aspectos tipológicos: Relatar. Com a linguagem, armazenamos conhecimentos na
Capacidade de linguagem dominante: Representação memória, transmitimos esses conhecimentos a outras pes-
pelo discurso de experiências vividas, situadas no tempo. soas, ficamos sabendo de experiências bem-sucedidas, so-
Exemplo de gêneros orais e escritos: Relato de expe- mos prevenidos contra as tentativas mal sucedidas de fazer
riência vivida, relato de viagem, diário íntimo, testemunho, alguma coisa. Graças à linguagem, um ser humano recebe
anedota ou caso, autobiografia, curriculum vitae, notícia, de outro conhecimentos, aperfeiçoa-os e transmite-os.
reportagem, crônica social, crônica esportiva, histórico, re- Condillac, um pensador francês, diz: “Quereis aprender
lato histórico, ensaio ou perfil biográfico, biografia. ciências com facilidade? Começai a aprender vossa própria
língua!” Com efeito, a linguagem é a maneira como apren-
Domínios sociais de comunicação: Discussão de proble- demos desde as mais banais informações do dia a dia até
mas sociais controversos. as teorias científicas, as expressões artísticas e os sistemas
Aspectos tipológicos: Argumentar. filosóficos mais avançados.
Capacidade de linguagem dominante: Sustentação, re- A função informativa da linguagem tem importância
futação e negociação de tomadas de posição. central na vida das pessoas, consideradas individualmente
Exemplo de gêneros orais e escritos: Textos de opinião, ou como grupo social. Para cada indivíduo, ela permite co-
diálogo argumentativo, carta de leitor, carta de solicitação, nhecer o mundo; para o grupo social, possibilita o acúmulo
deliberação informal, debate regrado, assembleia, discurso de conhecimentos e a transferência de experiências. Por
de defesa (advocacia), discurso de acusação (advocacia), meio dessa função, a linguagem modela o intelecto.
resenha crítica, artigos de opinião ou assinados, editorial, É a função informativa que permite a realização do
ensaio. trabalho coletivo. Operar bem essa função da linguagem
possibilita que cada indivíduo continue sempre a aprender.
Domínios sociais de comunicação: Transmissão e cons- A função informativa costuma ser chamada também de
trução de saberes. função referencial, pois seu principal propósito é fazer com
Aspectos tipológicos: Expor. que as palavras revelem da maneira mais clara possível as
Capacidade de linguagem dominante: Apresentação coisas ou os eventos a que fazem referência.
textual de diferentes formas dos saberes.

105
LÍNGUA PORTUGUESA

- A linguagem serve para influenciar e ser influenciado: insinuarem intimidade com ele e, portanto, de exprimirem
Função Conativa. a importância que lhes seria atribuída pela proximidade
com o poder. Inúmeras vezes, contamos coisas que fizemos
“Vem pra Caixa você também.” para afirmarmo-nos perante o grupo, para mostrar nossa
valentia ou nossa erudição, nossa capacidade intelectual ou
Essa frase fazia parte de uma campanha destinada a nossa competência na conquista amorosa.
aumentar o número de correntistas da Caixa Econômica Por meio do tipo de linguagem que usamos, do tom
Federal. Para persuadir o público alvo da propaganda a de voz que empregamos, etc., transmitimos uma imagem
adotar esse comportamento, formulou-se um convite com nossa, não raro inconscientemente.
uma linguagem bastante coloquial, usando, por exemplo, a Emprega-se a expressão função emotiva para designar
forma vem, de segunda pessoa do imperativo, em lugar de a utilização da linguagem para a manifestação do enuncia-
venha, forma de terceira pessoa prescrita pela norma culta dor, isto é, daquele que fala.
quando se usa você.
Pela linguagem, as pessoas são induzidas a fazer de- - A linguagem serve para criar e manter laços sociais:
terminadas coisas, a crer em determinadas ideias, a sen- Função Fática.
tir determinadas emoções, a ter determinados estados de
alma (amor, desprezo, desdém, raiva, etc.). Por isso, pode- __Que calorão, hein?
se dizer que ela modela atitudes, convicções, sentimentos, __Também, tem chovido tão pouco.
emoções, paixões. Quem ouve desavisada e reiteradamente __Acho que este ano tem feito mais calor do que nos
a palavra negro pronunciada em tom desdenhoso aprende outros.
a ter sentimentos racistas; se a todo momento nos dizem, __Eu não me lembro de já ter sentido tanto calor.
num tom pejorativo, “Isso é coisa de mulher”, aprendemos
os preconceitos contra a mulher. Esse é um típico diálogo de pessoas que se encontram
Não se interfere no comportamento das pessoas ape- num elevador e devem manter uma conversa nos poucos
nas com a ordem, o pedido, a súplica. Há textos que nos instantes em que estão juntas. Falam para nada dizer, ape-
influenciam de maneira bastante sutil, com tentações e nas porque o silêncio poderia ser constrangedor ou pare-
seduções, como os anúncios publicitários que nos dizem cer hostil.
como seremos bem sucedidos, atraentes e charmosos se Quando estamos num grupo, numa festa, não pode-
usarmos determinadas marcas, se consumirmos certos mos manter-nos em silêncio, olhando uns para os outros.
produtos. Por outro lado, a provocação e a ameaça expres- Nessas ocasiões, a conversação é obrigatória. Por isso,
sas pela linguagem também servem para fazer fazer. quando não se tem assunto, fala-se do tempo, repetem-se
Com essa função, a linguagem modela tanto bons ci- histórias que todos conhecem, contam-se anedotas velhas.
dadãos, que colocam o respeito ao outro acima de tudo, A linguagem, nesse caso, não tem nenhuma função que
quanto espertalhões, que só pensam em levar vantagem, não seja manter os laços sociais. Quando encontramos al-
e indivíduos atemorizados, que se deixam conduzir sem guém e lhe perguntamos “Tudo bem?”, em geral não que-
questionar. remos, de fato, saber se nosso interlocutor está bem, se
Emprega-se a expressão função conativa da linguagem está doente, se está com problemas.
quando esta é usada para interferir no comportamento A fórmula é uma maneira de estabelecer um vínculo
das pessoas por meio de uma ordem, um pedido ou uma social.
sugestão. A palavra conativo é proveniente de um verbo Também os hinos têm a função de criar vínculos, seja
latino (conari) que significa “esforçar-se” (para obter algo). entre alunos de uma escola, entre torcedores de um time
de futebol ou entre os habitantes de um país. Não importa
- A linguagem serve para expressar a subjetividade: que as pessoas não entendam bem o significado da letra
Função Emotiva. do Hino Nacional, pois ele não tem função informativa: o
importante é que, ao cantá-lo, sentimo-nos participantes
“Eu fico possesso com isso!” da comunidade de brasileiros.
Na nomenclatura da linguística, usa-se a expressão
Nessa frase, quem fala está exprimindo sua indignação função fática para indicar a utilização da linguagem para
com alguma coisa que aconteceu. Com palavras, objetiva- estabelecer ou manter aberta a comunicação entre um fa-
mos e expressamos nossos sentimentos e nossas emoções. lante e seu interlocutor.
Exprimimos a revolta e a alegria, sussurramos palavras de
amor e explodimos de raiva, manifestamos desespero, - A linguagem serve para falar sobre a própria lingua-
desdém, desprezo, admiração, dor, tristeza. Muitas ve- gem: Função Metalinguística.
zes, falamos para exprimir poder ou para afirmarmo-nos
socialmente. Durante o governo do presidente Fernando Quando dizemos frases como “A palavra ‘cão’ é um
Henrique Cardoso, ouvíamos certos políticos dizerem “A substantivo”; “É errado dizer ‘a gente viemos’”; “Estou usan-
intenção do Fernando é levar o país à prosperidade” ou “O do o termo ‘direção’ em dois sentidos”; “Não é muito elegan-
Fernando tem mudado o país”. Essa maneira informal de se te usar palavrões”, não estamos falando de acontecimen-
referirem ao presidente era, na verdade, uma maneira de tos do mundo, mas estamos tecendo comentários sobre a

106
LÍNGUA PORTUGUESA

própria linguagem. É o que chama função metalinguística. Verifica-se que a linguagem pode ser usada utilitaria-
A atividade metalinguística é inseparável da fala. Falamos mente ou esteticamente. No primeiro caso, ela é utilizada
sobre o mundo exterior e o mundo interior e ao mesmo para informar, para influenciar, para manter os laços sociais,
tempo, fazemos comentários sobre a nossa fala e a dos etc. No segundo, para produzir um efeito prazeroso de des-
outros. Quando afirmamos como diz o outro, estamos co- coberta de sentidos. Em função estética, o mais importante
mentando o que declaramos: é um modo de esclarecer que é como se diz, pois o sentido também é criado pelo ritmo,
não temos o hábito de dizer uma coisa tão trivial como a pelo arranjo dos sons, pela disposição das palavras, etc.
que estamos enunciando; inversamente, podemos usar a Na estrofe abaixo, retirada do poema “A Cavalgada”, de
metalinguagem como recurso para valorizar nosso modo Raimundo Correia, a sucessão dos sons oclusivos /p/, /t/,
de dizer. É o que se dá quando dizemos, por exemplo, Paro-
/k/, /b/, /d/, /g/ sugere o patear dos cavalos:
diando o padre Vieira ou Para usar uma expressão clássica,
vou dizer que “peixes se pescam, homens é que se não
E o bosque estala, move-se, estremece...
podem pescar”.
Da cavalgada o estrépito que aumenta
- A linguagem serve para criar outros universos. Perde-se após no centro da montanha...

A linguagem não fala apenas daquilo que existe, fala Apud: Lêdo Ivo. Raimundo Correia: Poesia. 4ª ed.
também do que nunca existiu. Com ela, imaginamos novos Rio de Janeiro, Agir, p. 29. Coleção Nossos Clássi-
mundos, outras realidades. Essa é a grande função da arte: cos.
mostrar que outros modos de ser são possíveis, que outros
universos podem existir. O filme de Woody Allen “A rosa Observe-se que a maior concentração de sons oclu-
púrpura do Cairo” (1985) mostra isso de maneira bem ex- sivos ocorre no segundo verso, quando se afirma que o
pressiva. Nele, conta-se a história de uma mulher que, para barulho dos cavalos aumenta.
consolar-se do cotidiano sofrido e dos maus-tratos infligi- Quando se usam recursos da própria língua para acres-
dos pelo marido, refugia-se no cinema, assistindo inúmeras centar sentidos ao conteúdo transmitido por ela, diz-se
vezes a um filme de amor em que a vida é glamorosa, e o que estamos usando a linguagem em sua função poética.
galã é carinhoso e romântico. Um dia, ele sai da tela e am-
bos vão viver juntos uma série de aventuras. Nessa outra Para melhor compreensão das funções de linguagem,
realidade, os homens são gentis, a vida não é monótona, o torna-se necessário o estudo dos elementos da comuni-
amor nunca diminui e assim por diante.
cação.
Antigamente, tinha-se a ideia que o diálogo era de-
- A linguagem serve como fonte de prazer: Função
Poética. senvolvido de maneira “sistematizada” (alguém pergunta
- alguém espera ouvir a pergunta, daí responde, enquanto
Brincamos com as palavras. Os jogos com o sentido outro escuta em silêncio, etc).
e os sons são formas de tornar a linguagem um lugar de Exemplo:
prazer. Divertimo-nos com eles. Manipulamos as palavras
para delas extrairmos satisfação. Elementos da comunicação
Oswald de Andrade, em seu “Manifesto antropófago”,
diz “Tupi or not tupi”; trata-se de um jogo com a frase sha- - Emissor - emite, codifica a mensagem;
kespeariana “To be or not to be”. Conta-se que o poeta Emí- - Receptor - recebe, decodifica a mensagem;
lio de Menezes, quando soube que uma mulher muito gor- - Mensagem - conteúdo transmitido pelo emissor;
da se sentara no banco de um ônibus e este quebrara, fez - Código - conjunto de signos usado na transmissão e
o seguinte trocadilho: “É a primeira vez que vejo um banco recepção da mensagem;
quebrar por excesso de fundos”. - Referente - contexto relacionado a emissor e recep-
A palavra banco está usada em dois sentidos: “móvel tor;
comprido para sentar-se” e “casa bancária”. Também está - Canal - meio pelo qual circula a mensagem.
empregado em dois sentidos o termo fundos: “nádegas” e Porém, com os estudos recentes dos linguistas, essa
“capital”, “dinheiro”.
teoria sofreu uma modificação, pois, chegou-se a conclu-
são que quando se trata da parole, entende-se que é um
Observe-se o uso do verbo bater, em expressões diver-
veículo democrático (observe a função fática), assim, admi-
sas, com significados diferentes, nesta frase do deputado
Virgílio Guimarães: te-se um novo formato de locução, ou, interlocução (diá-
logo interativo):
“ACM bate boca porque está acostumado a bater: bateu
continência para os militares, bateu palmas para o Collor e - locutor - quem fala (e responde);
quer bater chapa em 2002. Mas o que falta é que lhe bata - locutário - quem ouve e responde;
uma dor de consciência e bata em retirada.” - interlocução - diálogo
(Folha de S. Paulo)

107
LÍNGUA PORTUGUESA

As respostas, dos “interlocutores” podem ser gestuais, EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES


faciais etc. por isso a mudança (aprimoração) na teoria. SOBRE: LÍNGUA PORTUGUESA
As atitudes e reações dos comunicantes são também
referentes e exercem influência sobre a comunicação 1-) (FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC/
SP – ADMINISTRADOR - VUNESP/2013) Assinale a al-
Lembramo-nos: ternativa correta quanto à concordância, de acordo
com a norma-padrão da língua portuguesa.
- Emotiva (ou expressiva): a mensagem centra-se no (A) A má distribuição de riquezas e a desigualdade
“eu” do emissor, é carregada de subjetividade. Ligada a esta social está no centro dos debates atuais.
função está, por norma, a poesia lírica. (B) Políticos, economistas e teóricos diverge em re-
- Função apelativa (imperativa): com este tipo de men- lação aos efeitos da desigualdade social.
sagem, o emissor atua sobre o receptor, afim de que este (C) A diferença entre a renda dos mais ricos e a dos
assuma determinado comportamento; há frequente uso mais pobres é um fenômeno crescente.
do vocativo e do imperativo. Esta função da linguagem é (D) A má distribuição de riquezas tem sido muito
frequentemente usada por oradores e agentes de publici- criticado por alguns teóricos.
dade. (E) Os debates relacionado à distribuição de rique-
- Função metalinguística: função usada quando a lín- zas não são de exclusividade dos economistas.
gua explica a própria linguagem (exemplo: quando, na aná-
Realizei a correção nos itens:
lise de um texto, investigamos os seus aspectos morfossin-
(A) A má distribuição de riquezas e a desigualdade so-
táticos e/ou semânticos).
cial está = estão
- Função informativa (ou referencial): função usada
(B) Políticos, economistas e teóricos diverge = diver-
quando o emissor informa objetivamente o receptor de
gem
uma realidade, ou acontecimento.
(C) A diferença entre a renda dos mais ricos e a dos
- Função fática: pretende conseguir e manter a atenção
mais pobres é um fenômeno crescente.
dos interlocutores, muito usada em discursos políticos e
(D) A má distribuição de riquezas tem sido muito criti-
textos publicitários (centra-se no canal de comunicação). cado = criticada
- Função poética: embeleza, enriquecendo a mensa- (E) Os debates relacionado = relacionados
gem com figuras de estilo, palavras belas, expressivas, rit-
mos agradáveis, etc. RESPOSTA: “C”.
Também podemos pensar que as primeiras falas cons- 2-) (COREN/SP – ADVOGADO – VUNESP/2013) Se-
cientes da raça humana ocorreu quando os sons emitidos guindo a norma-padrão da língua portuguesa, a frase
evoluíram para o que podemos reconhecer como “interjei- – Um levantamento mostrou que os adolescentes ame-
ções”. As primeiras ferramentas da fala humana. ricanos consomem em média 357 calorias diárias dessa
fonte. – recebe o acréscimo correto das vírgulas em:
A função biológica e cerebral da linguagem é aquilo (A) Um levantamento mostrou, que os adolescentes
que mais profundamente distingue o homem dos outros americanos consomem em média 357 calorias, diárias
animais. dessa fonte.
(B) Um levantamento mostrou que, os adolescentes
Podemos considerar que o desenvolvimento desta fun- americanos consomem, em média 357 calorias diárias
ção cerebral ocorre em estreita ligação com a bipedia e a dessa fonte.
libertação da mão, que permitiram o aumento do volume (C) Um levantamento mostrou que os adolescentes
do cérebro, a par do desenvolvimento de órgãos fonadores americanos consomem, em média, 357 calorias diárias
e da mímica facial dessa fonte.
(D) Um levantamento, mostrou que os adolescentes
Devido a estas capacidades, para além da linguagem americanos, consomem em média 357 calorias diárias
falada e escrita, o homem, aprendendo pela observação de dessa fonte.
animais, desenvolveu a língua de sinais adaptada pelos sur- (E) Um levantamento mostrou que os adolescentes
dos em diferentes países, não só para melhorar a comuni- americanos, consomem em média 357 calorias diárias,
cação entre surdos, mas também para utilizar em situações dessa fonte.
especiais, como no teatro e entre navios ou pessoas e não
animais que se encontram fora do alcance do ouvido, mas Assinalei com um “X” onde há pontuação inadequada
que se podem observar entre si. ou faltante:
(A) Um levantamento mostrou, (X) que os adolescentes
americanos consomem (X) em média (X) 357 calorias, (X)
diárias dessa fonte.
(B) Um levantamento mostrou que, (X) os adolescentes
americanos consomem, em média (X) 357 calorias diárias
dessa fonte.

108
LÍNGUA PORTUGUESA

(C) Um levantamento mostrou que os adolescentes Distribuímos = regra do hiato


americanos consomem, em média, 357 calorias diárias des- (A) sócio = paroxítona terminada em ditongo
sa fonte. (B) sofrê-lo = oxítona (não se considera o pronome
(D) Um levantamento, (X) mostrou que os adolescentes oblíquo. Nunca!)
americanos, (X) consomem (X) em média (X) 357 calorias (C) lúcidos = proparoxítona
diárias dessa fonte. (D) constituí = regra do hiato (diferente de “constitui”
(E) Um levantamento mostrou que os adolescentes – oxítona: cons-ti-tui)
americanos, (X) consomem (X) em média (X) 357 calorias (E) órfãos = paroxítona terminada em “ão”
diárias, (X) dessa fonte.
RESPOSTA: “D”.
RESPOSTA: “C”.
5-) (TRT/PE – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2012)
3-) (TRT/RO E AC – ANALISTA JUDICIÁRIO – A concordância verbal está plenamente observada na
FCC/2011) Estão plenamente observadas as normas de frase:
concordância verbal na frase: (A) Provocam muitas polêmicas, entre crentes e
a) Destinam-se aos homens-placa um lugar visível materialistas, o posicionamento de alguns religiosos e
nas ruas e nas praças, ao passo que lhes é suprimida a parlamentares acerca da educação religiosa nas escolas
visibilidade social. públicas.
b) As duas tábuas em que se comprimem o famige- (B) Sempre deverão haver bons motivos, junto
rado homem-placa carregam ditos que soam irônicos, àqueles que são contra a obrigatoriedade do ensino
como “compro ouro”. religioso, para se reservar essa prática a setores da ini-
c) Não se compara aos vexames dos homens-placa ciativa privada.
a exposição pública a que se submetem os guardadores (C) Um dos argumentos trazidos pelo autor do tex-
de carros. to, contra os que votam a favor do ensino religioso na
d) Ao se revogarem o emprego de carros-placa na escola pública, consistem nos altos custos econômicos
propaganda imobiliária, poupou-se a todos uma de- que acarretarão tal medida.
monstração de mau gosto. (D) O número de templos em atividade na cidade
e) Não sensibilizavam aos possíveis interessados de São Paulo vêm gradativamente aumentando, em
em apartamentos de luxo a visão grotesca daqueles ve- proporção maior do que ocorrem com o número de es-
lhos carros-placa. colas públicas.
(E) Tanto a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Fiz as correções entre parênteses: como a regulação natural do mercado sinalizam para
a) Destinam-se (destina-se) aos homens-placa um lu- as inconveniências que adviriam da adoção do ensino
gar visível nas ruas e nas praças, ao passo que lhes é supri- religioso nas escolas públicas.
mida a visibilidade social.
b) As duas tábuas em que se comprimem (comprime) (A) Provocam = provoca (o posicionamento)
o famigerado homem-placa carregam ditos que soam irô- (B) Sempre deverão haver bons motivos = deverá haver
nicos, como “compro ouro”. (C) Um dos argumentos trazidos pelo autor do texto,
c) Não se compara aos vexames dos homens-placa a contra os que votam a favor do ensino religioso na escola
exposição pública a que se submetem os guardadores de pública, consistem = consiste.
carros. (D) O número de templos em atividade na cidade de
d) Ao se revogarem (revogar) o emprego de carros- São Paulo vêm gradativamente aumentando, em propor-
-placa na propaganda imobiliária, poupou-se a todos uma ção maior do que ocorrem = ocorre
demonstração de mau gosto. (E) Tanto a Lei de Diretrizes e Bases da Educação como
e) Não sensibilizavam (sensibilizava) aos possíveis in- a regulação natural do mercado sinalizam para as inconve-
teressados em apartamentos de luxo a visão grotesca da- niências que adviriam da adoção do ensino religioso nas
queles velhos carros-placa. escolas públicas.

RESPOSTA: “C”. RESPOSTA: “E”.

4-) (TRE/PA- ANALISTA JUDICIÁRIO – FGV/2011) 6-) (TRE/PA- ANALISTA JUDICIÁRIO – FGV/2011)
Assinale a palavra que tenha sido acentuada seguindo a Segundo o Manual de Redação da Presidência da Repú-
mesma regra que distribuídos. blica, NÃO se deve usar Vossa Excelência para
(A) sócio (A) embaixadores.
(B) sofrê-lo (B) conselheiros dos Tribunais de Contas estaduais.
(C) lúcidos (C) prefeitos municipais.
(D) constituí (D) presidentes das Câmaras de Vereadores.
(E) órfãos (E) vereadores.

109
LÍNGUA PORTUGUESA

(...) O uso do pronome de tratamento Vossa Senhoria (D) As instituições fundamentais de um regime demo-
(abreviado V. Sa.) para vereadores está correto, sim. Numa crático não pode (podem) estar subordinado (subordina-
Câmara de Vereadores só se usa Vossa Excelência para o seu das) às ordens indiscriminadas de um único poder central.
presidente, de acordo com o Manual de Redação da Presi- (E) O interesse de todos os cidadãos estão (está) vol-
dência da República (1991). tados (voltado) para o momento eleitoral, que expõem (ex-
(Fonte: http://www.linguabrasil.com.br/nao-tropece- põe) as diferentes opiniões existentes na sociedade.
-detail.php?id=393)
RESPOSTA: “A”.
RESPOSTA: “E”.
9-) (TRE/AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2010)
A frase que admite transposição para a voz passiva é:
7-) (TRE/AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010)
(A) O cúmulo da ilusão é também o cúmulo do sa-
... valores e princípios que sejam percebidos pela so-
grado.
ciedade como tais. (B) O conceito de espetáculo unifica e explica uma
Transpondo para a voz ativa a frase acima, o verbo grande diversidade de fenômenos.
passará a ser, corretamente, (C) O espetáculo é ao mesmo tempo parte da so-
(A) perceba. ciedade, a própria sociedade e seu instrumento de uni-
(B) foi percebido. ficação.
(C) tenham percebido. (D) As imagens fluem desligadas de cada aspecto
(D) devam perceber. da vida (...).
(E) estava percebendo. (E) Por ser algo separado, ele é o foco do olhar ilu-
dido e da falsa consciência.
... valores e princípios que sejam percebidos pela so-
ciedade como tais = dois verbos na voz passiva, então te- (A) O cúmulo da ilusão é também o cúmulo do sagra-
remos um na ativa: que a sociedade perceba os valores e do.
princípios... (B) O conceito de espetáculo unifica e explica uma
grande diversidade de fenômenos.
RESPOSTA: “A” - Uma grande diversidade de fenômenos é unificada e
explicada pelo conceito...
(C) O espetáculo é ao mesmo tempo parte da socieda-
8-) (TRE/AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010) A
de, a própria sociedade e seu instrumento de unificação.
concordância verbal e nominal está inteiramente corre-
(D) As imagens fluem desligadas de cada aspecto da
ta na frase: vida (...).
(A) A sociedade deve reconhecer os princípios e (E) Por ser algo separado, ele é o foco do olhar iludido
valores que determinam as escolhas dos governantes, e da falsa consciência.
para conferir legitimidade a suas decisões.
(B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes RESPOSTA: “B”.
devem ser embasados na percepção dos valores e prin-
cípios que regem a prática política. 10-) (MPE/AM - AGENTE DE APOIO ADMINISTRA-
(C) Eleições livres e diretas é garantia de um verda- TIVO - FCC/2013) “Quando a gente entra nas serrarias,
deiro regime democrático, em que se respeita tanto as vê dezenas de caminhões parados”, revelou o analista
liberdades individuais quanto as coletivas. ambiental Geraldo Motta.
(D) As instituições fundamentais de um regime de- Substituindo-se Quando por Se, os verbos subli-
mocrático não pode estar subordinado às ordens indis- nhados devem sofrer as seguintes alterações:
criminadas de um único poder central. (A) entrar − vira
(E) O interesse de todos os cidadãos estão voltados (B) entrava − tinha visto
para o momento eleitoral, que expõem as diferentes (C) entrasse − veria
opiniões existentes na sociedade. (D) entraria − veria
(E) entrava − teria visto
Fiz os acertos entre parênteses:
(A) A sociedade deve reconhecer os princípios e valores
Se a gente entrasse (verbo no singular) na serraria, ve-
que determinam as escolhas dos governantes, para confe-
ria = entrasse / veria.
rir legitimidade a suas decisões.
(B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes de- RESPOSTA: “C”.
vem (deve) ser embasados (embasada) na percepção dos
valores e princípios que regem a prática política.
(C) Eleições livres e diretas é (são) garantia de um ver-
dadeiro regime democrático, em que se respeita (respei-
tam) tanto as liberdades individuais quanto as coletivas.

110
MATEMÁTICA

Números inteiros e racionais: operações (adição, subtração, multiplicação, divisão, potenciação); expressões numéricas;
Frações e operações com frações. .................................................................................................................................................................... 01
Números e grandezas proporcionais: razões e proporções; divisão em partes proporcionais ............................................. 11
Regra de três ............................................................................................................................................................................................................. 15
Sistema métrico decimal ...................................................................................................................................................................................... 19
Equações e inequações......................................................................................................................................................................................... 23
Funções ....................................................................................................................................................................................................................... 29
Gráficos e tabelas .................................................................................................................................................................................................... 37
Estatística Descritiva, Amostragem, Teste de Hipóteses e Análise de Regressão ........................................................................... 41
Geometria ................................................................................................................................................................................................................... 47
Matriz, determinantes e sistemas lineares ..................................................................................................................................................... 62
Sequências, progressão aritmética e geométrica ....................................................................................................................................... 70
Porcentagem ............................................................................................................................................................................................................. 74
Juros simples e compostos .................................................................................................................................................................................. 77
Taxas de Juros, Desconto, Equivalência de Capitais, Anuidades e Sistemas de Amortização ................................................... 80
1. Lógica: proposições, valor-verdade negação, conjunção, disjunção, implicação, equivalência, proposições
compostas................................................................................................................................................................................................................... 93
2. Equivalências lógicas. ........................................................................................................................................................................................ 93
3. Problemas de raciocínio: deduzir informações de relações arbitrárias entre objetos, lugares, pessoas e/ou eventos
fictícios dados. .......................................................................................................................................................................................................... 93
4. Diagramas lógicos, tabelas e gráficos.......................................................................................................................................................110
16. Princípios de contagem e noção de probabilidade...........................................................................................................................115
MATEMÁTICA

Exemplo 2
NÚMEROS INTEIROS E RACIONAIS:
OPERAÇÕES (ADIÇÃO, SUBTRAÇÃO, 40 – 9 x 4 + 23
MULTIPLICAÇÃO, DIVISÃO, 40 – 36 + 23
4 + 23
POTENCIAÇÃO); EXPRESSÕES
27
NUMÉRICAS; FRAÇÕES E OPERAÇÕES COM
FRAÇÕES. Exemplo 3
25-(50-30)+4x5
25-20+20=25
Números Naturais
Números Inteiros
Os números naturais são o modelo mate-
 Podemos dizer que este conjunto é composto pelos
mático necessário para efetuar uma contagem.
números naturais, o conjunto dos opostos dos números
Começando por zero e acrescentando sempre uma unida-
naturais e o zero. Este conjunto pode ser representado por:
de, obtemos o conjunto infinito dos números naturais
Z={...-3, -2, -1, 0, 1, 2,...}
Subconjuntos do conjunto  :
1)Conjunto dos números inteiros excluindo o zero
Z*={...-2, -1, 1, 2, ...}
- Todo número natural dado tem um sucessor
a) O sucessor de 0 é 1.
2) Conjuntos dos números inteiros não negativos
b) O sucessor de 1000 é 1001.
Z+={0, 1, 2, ...}
c) O sucessor de 19 é 20.
3) Conjunto dos números inteiros não positivos
Usamos o * para indicar o conjunto sem o zero.
Z-={...-3, -2, -1}

Números Racionais
Chama-se de número racional a todo número que
- Todo número natural dado N, exceto o zero, tem um
pode ser expresso na forma , onde a e b são inteiros
antecessor (número que vem antes do número dado).
quaisquer, com b≠0
Exemplos: Se m é um número natural finito diferente
São exemplos de números racionais:
de zero.
-12/51
a) O antecessor do número m é m-1.
-3
b) O antecessor de 2 é 1.
-(-3)
c) O antecessor de 56 é 55.
-2,333...
d) O antecessor de 10 é 9.
As dízimas periódicas podem ser representadas por
Expressões Numéricas
fração, portanto são consideradas números racionais.
Como representar esses números?
Nas expressões numéricas aparecem adições, subtra-
Representação Decimal das Frações
ções, multiplicações e divisões. Todas as operações podem
acontecer em uma única expressão. Para resolver as ex-
Temos 2 possíveis casos para transformar frações em
pressões numéricas utilizamos alguns procedimentos:
decimais
Se em uma expressão numérica aparecer as quatro
1º) Decimais exatos: quando dividirmos a fração, o nú-
operações, devemos resolver a multiplicação ou a divisão
mero decimal terá um número finito de algarismos após a
primeiramente, na ordem em que elas aparecerem e so-
vírgula.
mente depois a adição e a subtração, também na ordem
em que aparecerem e os parênteses são resolvidos primei-
ro.

Exemplo 1

10 + 12 – 6 + 7
22 – 6 + 7
16 + 7
23

1
MATEMÁTICA

2º) Terá um número infinito de algarismos após a vír- Exemplo 2


gula, mas lembrando que a dízima deve ser periódica para Seja a dízima 1,1212...
ser número racional
OBS: período da dízima são os números que se repe- Façamos x = 1,1212...
tem, se não repetir não é dízima periódica e assim números 100x = 112,1212... .
irracionais, que trataremos mais a frente. Subtraindo:
100x-x=112,1212...-1,1212...
99x=111
X=111/99

Números Irracionais
Identificação de números irracionais

- Todas as dízimas periódicas são números racionais.


- Todos os números inteiros são racionais.
- Todas as frações ordinárias são números racionais.
Representação Fracionária dos Números Decimais - Todas as dízimas não periódicas são números irra-
cionais.
1ºcaso) Se for exato, conseguimos sempre transformar - Todas as raízes inexatas são números irracionais.
com o denominador seguido de zeros. - A soma de um número racional com um número irra-
O número de zeros depende da casa decimal. Para uma cional é sempre um número irracional.
casa, um zero (10) para duas casas, dois zeros(100) e assim - A diferença de dois números irracionais, pode ser um
por diante. número racional.
-Os números irracionais não podem ser expressos na
forma , com a e b inteiros e b≠0.

Exemplo:  -  = 0 e 0 é um número racional.

- O quociente de dois números irracionais, pode ser


um número racional.

Exemplo:  :  =  = 2  e 2 é um número racional.

- O produto de dois números irracionais, pode ser um


número racional.

2ºcaso) Se dízima periódica é um número racional, en- Exemplo:  .  =  = 7 é um número racional.


tão como podemos transformar em fração?
Exemplo:radicais( a raiz quadrada de um nú-
Exemplo 1 mero natural, se não inteira, é irracional.

Transforme a dízima 0, 333... .em fração Números Reais


Sempre que precisar transformar, vamos chamar a dízi-
ma dada de x, ou seja
X=0,333...
Se o período da dízima é de um algarismo, multiplica-
mos por 10.

10x=3,333...

E então subtraímos:

10x-x=3,333...-0,333...
9x=3
X=3/9
X=1/3

Agora, vamos fazer um exemplo com 2 algarismos de


período. Fonte: www.estudokids.com.br

2
MATEMÁTICA

Representação na reta Semirreta direita, fechada de origem a – números reais


maiores ou iguais a a.

Intervalo:[a,+ ∞[
Conjunto:{x∈R|x≥a}

Semirreta direita, aberta, de origem a – números reais


INTERVALOS LIMITADOS maiores que a.
Intervalo fechado – Números reais maiores do que a ou
iguais a e menores do que b ou iguais a b.

Intervalo:]a,+ ∞[
Conjunto:{x∈R|x>a}
Intervalo:[a,b]
Conjunto: {x∈R|a≤x≤b} Potenciação
Multiplicação de fatores iguais
Intervalo aberto – números reais maiores que a e me-
nores que b. 2³=2.2.2=8

Casos
1) Todo número elevado ao expoente 0 resulta em 1.
Intervalo:]a,b[
Conjunto:{x∈R|a<x<b}

Intervalo fechado à esquerda – números reais maiores


que a ou iguais a a e menores do que b.

2) Todo número elevado ao expoente 1 é o próprio


Intervalo:{a,b[ número.
Conjunto {x∈R|a≤x<b}

Intervalo fechado à direita – números reais maiores


que a e menores ou iguais a b.

Intervalo:]a,b] 3) Todo número negativo, elevado ao expoente par,


Conjunto:{x∈R|a<x≤b} resulta em um número positivo.

INTERVALOS IIMITADOS

Semirreta esquerda, fechada de origem b- números re-


ais menores ou iguais a b.

4) Todo número negativo, elevado ao expoente ím-


Intervalo:]-∞,b] par, resulta em um número negativo.
Conjunto:{x∈R|x≤b}

Semirreta esquerda, aberta de origem b – números re-


ais menores que b.

Intervalo:]-∞,b[
Conjunto:{x∈R|x<b}

3
MATEMÁTICA

5) Se o sinal do expoente for negativo, devemos pas- Radiciação


sar o sinal para positivo e inverter o número que está na Radiciação é a operação inversa a potenciação
base. 

Técnica de Cálculo
6) Toda vez que a base for igual a zero, não importa o A determinação da raiz quadrada de um número tor-
valor do expoente, o resultado será igual a zero.  na-se mais fácil quando o algarismo se encontra fatorado
em números primos. Veja: 

Propriedades
1) (am . an = am+n) Em uma multiplicação de potências de
mesma base, repete-se a base e  soma os expoentes.

Exemplos:
24 . 23 = 24+3= 27
(2.2.2.2) .( 2.2.2)= 2.2.2. 2.2.2.2= 27

64=2.2.2.2.2.2=26

2) (am: an = am-n). Em uma divisão de potência de mes- Como é raiz quadrada a cada dois números iguais “tira-
ma base. Conserva-se a base e subtraem os expoentes. -se” um e multiplica.

Exemplos: 1 1
1
96 : 92 = 96-2 = 94
Observe: 3.5 = (3.5) 2 = 3 2 .5 2 = 3. 5
De modo geral, se a ∈ R+ , b ∈ R+ , n ∈ N * , então:

3) (am)n Potência de potência. Repete-se a base e mul-


n
a.b = n a .n b
tiplica-se os expoentes.
Exemplos: O radical de índice inteiro e positivo de um produto
(52)3 = 52.3 = 56 indicado é igual ao produto dos radicais de mesmo índice
dos fatores do radicando.

Raiz quadrada de frações ordinárias

4) E uma multiplicação de dois ou mais fatores eleva- 1 1


dos a um expoente, podemos elevar cada um a esse mes- 2 2 2 2 2
2
mo expoente. Observe: =  = 1 =
(4.3)²=4².3² 3 3 3
32
5) Na divisão de dois fatores elevados a um expoente,
podemos elevar separados. De modo geral, se a ∈ R+ , b ∈ R *+ , n ∈ N * , então:

a na
n =
b nb

4
MATEMÁTICA

O radical de índice inteiro e positivo de um quociente Racionalização de Denominadores


indicado é igual ao quociente dos radicais de mesmo índi-
ce dos termos do radicando. Normalmente não se apresentam números irracionais
com radicais no denominador. Ao processo que leva à eli-
Raiz quadrada números decimais minação dos radicais do denominador chama-se racionali-
zação do denominador.
1º Caso:Denominador composto por uma só parcela

Operações

Operações 2º Caso: Denominador composto por duas parcelas.

Multiplicação

Exemplo Devemos multiplicar de forma que obtenha uma dife-


rença de quadrados no denominador:

Divisão

Questões

01. (Prefeitura de Salvador /BA - Técnico de Nível


Exemplo Superior II - Direito – FGV/2017) Em um concurso, há
150 candidatos em apenas duas categorias: nível superior
e nível médio.

Sabe-se que:
Adição e subtração
• dentre os candidatos, 82 são homens;
• o número de candidatos homens de nível superior é
igual ao de mulheres de nível médio;
• dentre os candidatos de nível superior, 31 são mu-
Para fazer esse cálculo, devemos fatorar o 8 e o 20. lheres.

O número de candidatos homens de nível médio é


(A) 42.
(B) 45.
(C) 48.
(D) 50.
(E) 52.

02. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária


- MSCONCURSOS/2017) Raoni, Ingrid, Maria Eduarda,
Isabella e José foram a uma prova de hipismo, na qual ga-
Caso tenha: nharia o competidor que obtivesse o menor tempo final.
A cada 1 falta seriam incrementados 6 segundos em seu
tempo final. Ingrid fez 1’10” com 1 falta, Maria Eduarda fez
1’12” sem faltas, Isabella fez 1’07” com 2 faltas, Raoni fez
Não dá para somar, as raízes devem ficar desse modo. 1’10” sem faltas e José fez 1’05” com 1 falta. Verificando a
colocação, é correto afirmar que o vencedor foi:

5
MATEMÁTICA

(A) José − 1/3 deveu-se a vazamentos de gás e


(B) Isabella − as demais foram geradas por descuidos ao cozinhar.
(C) Maria Eduarda
(D) Raoni De acordo com esses dados, ao longo da existência
desse prédio comercial, a fração do total de situações de
03. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária - risco de incêndio geradas por descuidos ao cozinhar cor-
MSCONCURSOS/2017) O valor de √0,444... é: responde à
(A) 0,2222... (A) 3/20.
(B) 0,6666... (B) 1/4.
(C) 0,1616... (C) 13/60.
(D) 0,8888... (D) 1/5.
(E) 1/60.
04. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU-
NESP/2017) Se, numa divisão, o divisor e o quociente são 07. (ITAIPU BINACIONAL - Profissional Nível Téc-
iguais, e o resto é 10, sendo esse resto o maior possível, nico I - Técnico em Eletrônica – NCUFPR/2017) As-
então o dividendo é sinale a alternativa que apresenta o valor da expressão
(A) 131.
(B) 121.
(C) 120.
(D) 110.
(E) 101.
(A) 1.
05. (TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) As expres- (B) 2.
sões numéricas abaixo apresentam resultados que seguem (C) 4.
um padrão específico: (D) 8.
(E) 16.
1ª expressão: 1 x 9 + 2
08. (UNIRV/GO – Auxiliar de Laboratório – UNIR-
2ª expressão: 12 x 9 + 3 VGO/2017) Qual o resultado de ?

3ª expressão: 123 x 9 + 4 (A) 3


(B) 3/2
... (C) 5
(D) 5/2
7ª expressão: █ x 9 + ▲
09. (IBGE – Agente Censitário Municipal e Supervi-
Seguindo esse padrão e colocando os números ade- sor – FGV/2017) Suponha que a # b signifique a - 2b .
quados no lugar dos símbolos █ e ▲, o resultado da 7ª
expressão será Se 2#(1#N)=12 , então N é igual a:
(A) 1;
(A) 1 111 111. (B) 2;
(B) 11 111. (C) 3;
(C) 1 111. (D) 4;
(D) 111 111. (E) 6.
(E) 11 111 111.
10. (IBGE – Agente Censitário Municipal e Supervi-
06. (TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) Durante um sor – FGV/2017) Uma equipe de trabalhadores de deter-
treinamento, o chefe da brigada de incêndio de um prédio minada empresa tem o mesmo número de mulheres e de
comercial informou que, nos cinquenta anos de existência homens. Certa manhã, 3/4 das mulheres e 2/3 dos homens
do prédio, nunca houve um incêndio, mas existiram muitas dessa equipe saíram para um atendimento externo.
situações de risco, felizmente controladas a tempo. Segun-
do ele, 1/13 dessas situações deveu-se a ações criminosas, Desses que foram para o atendimento externo, a fra-
enquanto as demais situações haviam sido geradas por di- ção de mulheres é
ferentes tipos de displicência. Dentre as situações de risco (A) 3/4;
geradas por displicência, (B) 8/9;
(C) 5/7;
− 1/5 deveu-se a pontas de cigarro descartadas inade- (D) 8/13;
quadamente; (E) 9/17.
− 1/4 deveu-se a instalações elétricas inadequadas;

6
MATEMÁTICA

Respostas 08. Resposta: D.

01.Resposta: B.
150-82=68 mulheres
Como 31 mulheres são candidatas de nível superior, 37
são de nível médio.
Portanto, há 37 homens de nível superior. 09. Resposta: C.
82-37=45 homens de nível médio. 2-2(1-2N)=12
2-2+4N=12
02. Resposta: D. 4N=12
Como o tempo de Raoni foi 1´10” sem faltas, ele foi o N=3
vencedor.
10. Resposta: E.
03. Resposta: B. Como tem o mesmo número de homens e mulheres:
Primeiramente, vamos transformar a dízima em fração

X=0,4444....
10x=4,444... Dos homens que saíram:
9x=4

Saíram no total

04. Resposta: A.
Como o maior resto possível é 10, o divisor é o número
11 que é igua o quociente.
11x11=121+10=131

05. Resposta: E. MÚLTIPLOS E DIVISORES, MÁXIMO


A 7ª expressão será: 1234567x9+8=11111111 DIVISOR COMUM E MÍNIMO MÚLTIPLO
COMUM.
06. Resposta: D.

Múltiplos

Gerado por descuidos ao cozinhar: Um número é múltiplo de outro quando ao dividirmos


o primeiro pelo segundo, o resto é zero.
Exemplo

Mas, que foram gerados por displicência é 12/13(1- O conjunto de múltiplos de um número natural
1/13) não-nulo é infinito e podemos consegui-lo multiplican-
do-se o número dado por todos os números naturais.
M(3)={0,3,6,9,12,...}

Divisores
07.Resposta: C.
Os números 12 e 15 são múltiplos de 3, portanto 3 é
divisor de 12 e 15.

D(12)={1,2,3,4,6,12}
D(15)={1,3,5,15}

7
MATEMÁTICA

Observações: Na situação apresentada, o lado do ladrilho deverá


medir
- Todo número natural é múltiplo de si mesmo. (A) mais de 30 cm.
- Todo número natural é múltiplo de 1. (B) menos de 15 cm.
- Todo número natural, diferente de zero, tem infinitos (C) mais de 15 cm e menos de 20 cm.
múltiplos. (D) mais de 20 cm e menos de 25 cm.
- O zero é múltiplo de qualquer número natural. (E) mais de 25 cm e menos de 30 cm.

Máximo Divisor Comum Resposta: A.


O máximo divisor comum de dois ou mais números
naturais não-nulos é o maior dos divisores comuns desses
números.
Para calcular o m.d.c de dois ou mais números, deve-
mos seguir as etapas:
• Decompor o número em fatores primos
• Tomar o fatores comuns com o menor expoente
• Multiplicar os fatores entre si.

Exemplo:
Devemos achar o mdc para achar a maior medida pos-
sível
E são os fatores que temos iguais:25=32

Exemplo2
(MPE/SP – Oficial de Promotora I – VUNESP/2016)
No aeroporto de uma pequena cidade chegam aviões de
três companhias aéreas. Os aviões da companhia A che-
gam a cada 20 minutos, da companhia B a cada 30 minutos
e da companhia C a cada 44 minutos. Em um domingo, às
O fator comum é o 3 e o 1 é o menor expoente. 7 horas, chegaram aviões das três companhias ao mesmo
tempo, situação que voltará a se repetir, nesse mesmo dia,
m.d.c às
(A) 16h 30min.
Mínimo Múltiplo Comum (B) 17h 30min.
O mínimo múltiplo comum (m.m.c) de dois ou mais nú- (C) 18h 30min.
meros é o menor número, diferente de zero. (D) 17 horas.
Para calcular devemos seguir as etapas: (E) 18 horas.
• Decompor os números em fatores primos
• Multiplicar os fatores entre si Resposta: E.

Exemplo:

Para o mmc, fica mais fácil decompor os dois juntos.


Basta começar sempre pelo menor primo e verificar a
divisão com algum dos números, não é necessário que os
dois sejam divisíveis ao mesmo tempo.
Observe que enquanto o 15 não pode ser dividido,
continua aparecendo.
Assim, o mmc
Mmc(20,30,44)=2².3.5.11=660

1h---60minutos
Exemplo x-----660
x=660/60=11
O piso de uma sala retangular, medindo 3,52 m × 4,16
m, será revestido com ladrilhos quadrados, de mesma di- Então será depois de 11horas que se encontrarão
mensão, inteiros, de forma que não fique espaço vazio 7+11=18h
entre ladrilhos vizinhos. Os ladrilhos serão escolhidos de
modo que tenham a maior dimensão possível.

8
MATEMÁTICA

Questões caixa acendia, o cliente que estava nela era premiado com
um desconto de 3% sobre o valor da compra e, quando
01. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU- as 3 luzes acendiam, ao mesmo tempo, esse desconto era
NESP/2017) No depósito de uma loja de doces, há uma de 5%. Se, exatamente às 9 horas de um determinado dia,
caixa contendo n bombons. Para serem vendidos, devem as luzes das 3 caixas acenderam ao mesmo tempo, então
ser repartidos em pacotes iguais, todos com a mesma é verdade que o número máximo de premiações de 5%
quantidade de bombons. Com os bombons dessa caixa, de desconto que esse mercado poderia ter dado aos seus
podem ser feitos pacotes com 5, ou com 6, ou com 7 uni- clientes, das 9 horas às 21 horas e 30 minutos daquele dia,
dades cada um, e, nesses casos, não faltará nem sobrará seria igual a
nenhum bombom. Nessas condições, o menor valor que (A) 8.
pode ser atribuído a n é (B) 10.
(A) 280. (C) 21.
(B) 265. (D) 27.
(C) 245. (E) 33.
(D) 230.
(E) 210. 06. (PREF. DE PIRAÚBA/MG – Agente Administrati-
vo – MSCONCURSOS/2017) Sabendo que a sigla M.M.C.
02. (EMBASA – Agente Administrativo – IBFC/2017) na matemática significa Mínimo Múltiplo Comum e que
Considerando A o MDC (maior divisor comum) entre os nú- M.D.C. significa Máximo Divisor Comum, pergunta-se: qual
meros 24 e 60 e B o MMC (menor múltiplo comum) entre o valor do M.M.C. de 6 e 8 dividido pelo M.D.C. de 30, 36
os números 12 e 20, então o valor de 2A + 3B é igual a: e 72?
(A) 72 (A) 8
(B) 156 (B) 6
(C) 144 (C) 4
(D) 204 (D) 2

03. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPEGO 07. (CELESC – Assistente Administrativo – FEPE-
/2017) Em um determinado zoológico, a girafa deve comer SE/2016) Em uma excursão participam 120 homens e 160
a cada 4 horas, o leão a cada 5 horas e o macaco a cada mulheres. Em determinado momento é preciso dividir os
3 horas. Considerando que todos foram alimentados às 8 participantes em grupos formados somente por homens
horas da manhã de domingo, é correto afirmar que o fun- ou somente por mulheres, de maneira que os grupos te-
cionário encarregado deverá servir a alimentação a todos nham o mesmo número de integrantes.
concomitantemente às:
(A) 8 horas de segunda-feira. Neste caso, o número máximo de integrantes em um
(B) 14 horas de segunda-feira. grupo é:
(C) 10 horas de terça-feira. (A) 10.
(D) 20 horas de terça-feira. (B) 15.
(E) 9 horas de quarta-feira. (C) 20.
(D) 30.
04. (EMBASA – Assistente de Laboratório – (E) 40.
IBFC/2017) Um marceneiro possui duas barras de ferro,
uma com 1,40 metros de comprimento e outra com 2,45 08. (PREF. DE GUARULHOS/SP – Assistente de Ges-
metros de comprimento. Ele pretende cortá-las em barras tão Escolar – VUNESP/2016) Para iniciar uma visita moni-
de tamanhos iguais, de modo que cada pedaço tenha a torada a um museu, 96 alunos do 8º ano e 84 alunos do 9º
maior medida possível. Nessas circunstâncias, o total de ano de certa escola foram divididos em grupos, todos com
pedaços que o marceneiro irá cortar, utilizando as duas de o mesmo número de alunos, sendo esse número o maior
ferro, é: possível, de modo que cada grupo tivesse somente alunos
(A) 9 de um único ano e que não restasse nenhum aluno fora
(B) 11 de um grupo. Nessas condições, é correto afirmar que o
(C) 12 número total de grupos formados foi
(D) 13 (A) 8.
(B) 12.
05. (TJM/SP - Escrevente Técnico Judiciário – VU- (C) 13.
NESP/2017) Em um pequeno mercado, o dono resolveu (D) 15.
fazer uma promoção. Para tanto, cada uma das 3 caixas (E) 18.
registradoras foi programada para acender uma luz, em
intervalos de tempo regulares: na caixa 1, a luz acendia a
cada 15 minutos; na caixa 2, a cada 30 minutos; e na caixa 3,
a luz acendia a cada 45 minutos. Toda vez que a luz de uma

9
MATEMÁTICA

09. (PREF. DE JAMBEIRO – Agente Administrativo – 03. Resposta: D.


JOTA CONSULTORIA/2016) O MMC(120, 125, 130) é: Mmc(3, 4, 5)=60
(A) 39000 60/24=2 dias e 12horas
(B) 38000 Como foi no domingo às 8h d amanhã, a próxima ali-
(C) 37000 mentação será na terça às 20h.
(D) 36000
(E) 35000 04. Resposta: B.

10. (MPE/SP – Analista Técnico Científico – VU-


NESP/2016) Pretende-se dividir um grupo de 216 pesso-
as, sendo 126 com formação na área de exatas e 90 com
formação na área de humanas, em grupos menores con-
tendo, obrigatoriamente, elementos de cada uma dessas
áreas, de modo que: (1) o número de grupos seja o maior
possível; (2) cada grupo tenha o mesmo número x de pes- Mdc=5⋅7=35
soas com formação na área de exatas e o mesmo número y 140/35=4
de pessoas com formação na área de humanas; e (3) cada 245/35=7
uma das 216 pessoas participe de um único grupo. Nessas Portanto, serão 11 pedaços.
condições, e sabendo-se que no grupo não há pessoa com
ambas as formações, é correto afirmar que, em cada novo 05. Resposta: D.
grupo, a diferença entre os números de pessoas com for-
mação em exatas e em humanas, nessa ordem, será igual a
(A) 1
(B) 2
(C) 3
(D) 4
(E) 5
Mmc(15, 30, 45)=90 minutos
Respostas
Ou seja, a cada 1h30 minutos tem premiações.
Das 9 ate as 21h30min=12h30 minutos
01. Resposta: E.

9 vezes no total, pois as 9 horas acendeu.


Como são 3 premiações: 9x3=27

06. Resposta: C.

Mmc(5,6,7)=2⋅3⋅5⋅7=210

02. Resposta: E.

Mmc(6,8)=24

Para o cálculo do mdc, devemos multiplicar os comuns:


MDC(24,60)=2²⋅3=12

Mdc(30, 36, 72) =2x3=6


Portanto: 24/6=4

Mmc(12,20)=2²⋅3⋅5=60
2A+3B=24+180=204

10
MATEMÁTICA

07. Resposta: E. - eles são múltiplos de 2, pois terminam com números


pares.
E são múltiplos de 3, lembrando que para ser múltiplo
de 3, basta somar os números e ser múltiplo de 3.
36=3+6=9
90=9+0=9
162=1+6+2=9

NÚMEROS E GRANDEZAS
MDC(120,160)=8x5=40 PROPORCIONAIS: RAZÕES E
PROPORÇÕES; DIVISÃO EM PARTES
08. Resposta:B. PROPORCIONAIS

Razão

Chama-se de razão entre dois números racionais a e


b, com b 0, ao quociente entre eles. Indica-se a razão de a
para b por a/b  ou a : b. 
Exemplo: 
Na sala do 1º ano de um colégio há 20 rapazes e 25
moças. Encontre a razão entre o número de rapazes e o
MDC(84,96)=2²x3=12 número de moças. (lembrando que razão é divisão) 

09. Resposta: A.

Proporção

Proporção é a igualdade entre duas razões. A propor-


ção entre A/B e C/D é a igualdade:

Propriedade fundamental das proporções


Mmc(120, 125, 130)=2³.3.5³.13=39000 Numa proporção:

10. Resposta: B.
O cálculo utilizado aqui será o MDC (Máximo Divisor
Comum)
Os números A e D são denominados extremos enquan-
to os números B e C são os meios e vale a propriedade: o
produto dos meios é igual ao produto dos extremos, isto é:
AxD=BxC

Exemplo: A fração 3/4 está em proporção com 6/8,


pois:
Mdc(90, 125)=2.3²=18

Então teremos
126/18 = 7 grupos de exatas Exercício: Determinar o valor de X para que a razão X/3
90/18 = 5 grupos de humanas esteja em proporção com 4/6.
A diferença é de 7-5=2 Solução: Deve-se montar a proporção da seguinte for-
ma:

11
MATEMÁTICA

Segunda propriedade das proporções


Qualquer que seja a proporção, a soma ou a diferença dos dois primeiros termos está para o primeiro, ou para o se-
gundo termo, assim como a soma ou a diferença dos dois últimos termos está para o terceiro, ou para o quarto termo.
Então temos:

     ou     
Ou
     ou     

Terceira propriedade das proporções


Qualquer que seja a proporção, a soma ou a diferença dos antecedentes está para a soma ou a diferença dos conse-
quentes, assim como cada antecedente está para o seu respectivo consequente. Temos então:

     ou     
Ou
     ou     

Grandezas Diretamente Proporcionais

Duas grandezas variáveis dependentes são diretamente proporcionais quando a razão entre os valores da 1ª grandeza
é igual a razão entre os valores correspondentes da 2ª, ou de uma maneira mais informal, se eu pergunto:
Quanto mais.....mais....

Exemplo
Distância percorrida e combustível gasto
Distância(km) Combustível(litros)
13 1
26 2
39 3
52 4

Quanto MAIS eu ando, MAIS combustível?


Diretamente proporcionais
Se eu dobro a distância, dobra o combustível

Grandezas Inversamente Proporcionais

Duas grandezas variáveis dependentes são inversamente proporcionais quando a razão entre os valores da 1ª grandeza
é igual ao inverso da razão entre os valores correspondentes da 2ª.
Quanto mais....menos...

Exemplo
velocidadextempo a tabela abaixo:
Velocidade (m/s) Tempo (s)
5 200
8 125
10 100
16 62,5
20 50

12
MATEMÁTICA

Quanto MAIOR a velocidade MENOS tempo?? Questões


Inversamente proporcional
Se eu dobro a velocidade, eu faço o tempo pela me- 01. (DESENBAHIA – Técnico Escriturário - INSTITU-
tade. TO AOCP/2017) João e Marcos resolveram iniciar uma so-
ciedade para fabricação e venda de cachorro quente. João
Diretamente Proporcionais iniciou com um capital de R$ 30,00 e Marcos colaborou
Para decompor um número M em partes X1, X2, ..., Xn di- com R$ 70,00. No primeiro final de semana de trabalho, a
retamente proporcionais a p1, p2, ..., pn, deve-se montar um arrecadação foi de R$ 240,00 bruto e ambos reinvestiram
sistema com n equações e n incógnitas, sendo as somas R$ 100,00 do bruto na sociedade, restando a eles R$ 140,00
X1+X2+...+Xn=M e p1+p2+...+pn=P. de lucro. De acordo com o que cada um investiu inicial-
mente, qual é o valor que João e Marcos devem receber
desse lucro, respectivamente?
(A) 30 e 110 reais.
(B) 40 e 100 reais.
A solução segue das propriedades das proporções: (C) 42 e 98 reais.
(D) 50 e 90 reais.
(E) 70 e 70 reais.

02. (TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) Em uma


Exemplo empresa, trabalham oito funcionários, na mesma função,
Carlos e João resolveram realizar um bolão da loteria. mas com cargas horárias diferentes: um deles trabalha 32
Carlos entrou com R$ 10,00 e João com R$ 15,00. Caso ga- horas semanais, um trabalha 24 horas semanais, um tra-
nhem o prêmio de R$ 525.000,00, qual será a parte de cada balha 20 horas semanais, três trabalham 16 horas sema-
um, se o combinado entre os dois foi de dividirem o prê- nais e, por fim, dois deles trabalham 12 horas semanais.
No final do ano, a empresa distribuirá um bônus total de
mio de forma diretamente proporcional?
R$ 74.000,00 entre esses oito funcionários, de forma que
a parte de cada um seja diretamente proporcional à sua
carga horária semanal.
Dessa forma, nessa equipe de funcionários, a diferença
entre o maior e o menor bônus individual será, em R$, de
(A) 10.000,00.
(B) 8.000,00.
(C) 20.000,00.
(D) 12.000,00.
(E) 6.000,00.
Carlos ganhará R$210000,00 e Carlos R$315000,00.
03. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-
Inversamente Proporcionais NESP/2017) Para uma pesquisa, foram realizadas entrevis-
Para decompor um número M em n partes X1, X2, ..., tas nos estados da Região Sudeste do Brasil. A amostra foi
Xn inversamente proporcionais a p1, p2, ..., pn, basta decom- composta da seguinte maneira:
por este número M em n partes X1, X2, ..., Xn diretamente
proporcionais a 1/p1, 1/p2, ..., 1/pn. – 2500 entrevistas realizadas no estado de São Paulo;
A montagem do sistema com n equações e n incógni-
tas, assume que X1+X2+...+ Xn=M e além disso – 1500 entrevistas realizadas nos outros três estados
da Região Sudeste.

Desse modo, é correto afirmar que a razão entre o nú-


mero de entrevistas realizadas em São Paulo e o número
total de entrevistas realizadas nos quatro estados é de
cuja solução segue das propriedades das proporções: (A) 8 para 5.
(B) 5 para 8.
(C) 5 para 7.
(D) 3 para 5.
(E) 3 para 8.

04. (UNIRV/60 – Auxiliar de Laboratório – UNIR-


VGO/2017) Em relação à prova de matemática de um con-
curso, Paula acertou 32 das 48 questões da prova. A razão
entre o número de questões que ela errou para o total de
questões da prova é de

13
MATEMÁTICA

(A) 2/3 Nessas condições, é correto afirmar que a diferença


(B) 1/2 entre o número de caixas carregadas em A e o número de
(C) 1/3 caixas carregadas em B foi igual a
(D) 3/2 (A) 304.
(B) 286.
05. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE- (C) 224.
GO/2017) José, pai de Alfredo, Bernardo e Caetano, de 2, 5 (D) 216.
e 8 anos, respectivamente, pretende dividir entre os filhos a (E) 198.
quantia de R$ 240,00, em partes diretamente proporcionais
às suas idades. Considerando o intento do genitor, é possí-
10. (EMDEC – Assistente Administrativo – IBFC/2016)
vel afirmar que cada filho vai receber, em ordem crescente
Paulo vai dividir R$ 4.500,00 em partes diretamente pro-
de idades, os seguintes valores:
(A) R$ 30,00, R$ 60,00 e R$150,00. porcionais às idades de seus três filhos com idades de 4, 6
(B) R$ 42,00, R$ 58,00 e R$ 140,00. e 8 anos respectivamente. Desse modo, o total distribuído
(C) R$ 27,00, R$ 31,00 e R$ 190,00. aos dois filhos com maior idade é igual a:
(D) R$ 28,00, R$ 84,00 e R$ 128,00. (A) R$2.500,00
(E) R$ 32,00, R$ 80,00 e R$ 128,00. (B) R$3.500,00
(C) R$ 1.000,00
06. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VU- (D) R$3.200,00
NESP/2017) Sabe-se que 16 caixas K, todas iguais, ou 40
caixas Q, todas também iguais, preenchem totalmente cer- Respostas
to compartimento, inicialmente vazio. Também é possível 01. Resposta: C.
preencher totalmente esse mesmo compartimento com- 30k+70k=140
pletamente vazio utilizando 4 caixas K mais certa quantida- 100k=140
de de caixas Q. Nessas condições, é correto afirmar que o K=1,4
número de caixas Q utilizadas será igual a 30⋅1,4=42
(A) 10. 70⋅1,4=98
(B) 28.
(C) 18.
02. Resposta: A.
(D) 22.
Vamos dividir o prêmio pelas horas somadas
(E) 30.
32+24+20+3⋅16+2⋅12=148
07. (IPRESB/SP – Agente Previdenciário – VU- 74000/148=500
NESP/2017) A tabela, onde alguns valores estão substituí- O maior prêmio foi para quem fez 32 horas semanais
dos por letras, mostra os valores, em milhares de reais, que 32⋅500=16000
eram devidos por uma empresa a cada um dos três forne- 12⋅500=6000
cedores relacionados, e os respectivos valores que foram A diferença é: 16000-6000=10000
pagos a cada um deles.
03. Resposta:B.
Fornecedor A B C 2500+1500=4000 entrevistas
Valor pago 22,5 X 37,5
Valor devido Y 40 z

Sabe-se que os valores pagos foram diretamente pro-


porcionais a cada valor devido, na razão de 3 para 4. Nes-
sas condições, é correto afirmar que o valor total devido a 04. Resposta: C.
esses três fornecedores era, antes dos pagamentos efetu- Se Paula acertou 32, errou 16.
ados, igual a
(A) R$ 90.000,00.
(B) R$ 96.500,00.
(C) R$ 108.000,00.
(D) R$ 112.500,00.
(E) R$ 120.000,00.
05. Resposta: E.
09. (CRBIO – Auxiliar Administrativo – VU- 2k+5k+8k=240
NESP/2017) O transporte de 1980 caixas iguais foi total- 15k=240
mente repartido entre dois veículos, A e B, na razão direta K=16
das suas respectivas capacidades de carga, em toneladas. Alfredo: 2⋅16=32
Sabe-se que A tem capacidade para transportar 2,2 t, en- Bernardo: 5⋅16=80
quanto B tem capacidade para transportar somente 1,8 t. Caetano: 8⋅16=128

14
MATEMÁTICA

06. Resposta: E.
Se, com 16 caixas K, fica cheio e já foram colocadas 4 REGRA DE TRÊS
caixa, faltam 12 caixas K, mas queremos colocar as caixas Q,
então vamos ver o equivalente de 12 caixas K

Regra de três simples

Q=30 caixas Regra de três simples é um processo prático para re-


solver problemas que envolvam quatro valores dos quais
conhecemos três deles. Devemos, portanto, determinar um
07. Resposta: E. valor a partir dos três já conhecidos.

Passos utilizados numa regra de três simples:

Y=90/3=30 1º) Construir uma tabela, agrupando as grandezas da


mesma espécie em colunas e mantendo na mesma linha
as grandezas de espécies diferentes em correspondência.

X=120/4=30 2º) Identificar se as grandezas são diretamente ou in-


versamente proporcionais.

3º) Montar a proporção e resolver a equação.


Z=150/3=50 Um trem, deslocando-se a uma velocidade média de
Portanto o total devido é de: 30+40+50=120000 400Km/h, faz um determinado percurso em 3 horas. Em
quanto tempo faria esse mesmo percurso, se a velocidade
utilizada fosse de 480km/h?
08. Resposta: E.
Solução: montando a tabela:

1) Velocidade (Km/h) Tempo (h)


400-----------------3
X=1,05 480---------------- x
Se o irmão mais alto cresceu 10cm, está com 1,50
2) Identificação do tipo de relação:

Velocidade----------tempo
X=1,20 400↓-----------------3↑
Ele cresceu: 1,20-1,05=0,15m=15cm 480↓---------------- x↑

Obs.: como as setas estão invertidas temos que inver-


09. Resposta: E. ter os números mantendo a primeira coluna e invertendo a
2,2k+1,8k=1980 segunda coluna ou seja o que está em cima vai para baixo
4k=1980 e o que está em baixo na segunda coluna vai para cima
K=495
2,2x495=1089 Velocidade----------tempo
1980-1089=891 400↓-----------------X↓
1089-891=198 480↓---------------- 3↓

10. Resposta: B. 480x=1200


X=25

A+B+C=4500 Regra de três composta


4p+6p+8p=4500 Regra de três composta é utilizada em problemas com
18p=4500 mais de duas grandezas, direta ou inversamente propor-
P=250 cionais.
B=6p=6x250=1500
C=8p=8x250=2000
1500+2000=3500

15
MATEMÁTICA

Exemplos: 02. (SEPOG – Analista em Tecnologia da Informação


e Comunicação – FGV/2017) Uma máquina copiadora A
1) Em 8 horas, 20 caminhões descarregam 160m³ de faz 20% mais cópias do que uma outra máquina B, no mes-
areia. Em 5 horas, quantos caminhões serão necessários mo tempo.
para descarregar 125m³? A máquina B faz 100 cópias em uma hora.
A máquina A faz 100 cópias em
Solução: montando a tabela, colocando em cada co- (A) 44 minutos.
luna as grandezas de mesma espécie e, em cada linha, as (B) 46 minutos.
grandezas de espécies diferentes que se correspondem: (C) 48 minutos.
(D) 50 minutos.
Horas --------caminhões-----------volume (E) 52 minutos.
8↑----------------20↓----------------------160↑
5↑------------------x↓----------------------125↑ 03. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária
- MSCONCURSOS/2017) Para a construção de uma ro-
A seguir, devemos comparar cada grandeza com aque- dovia, 12 operários trabalham 8 horas por dia durante 14
la onde está o x. dias e completam exatamente a metade da obra. Porém, a
Observe que: rodovia precisa ser terminada daqui a exatamente 8 dias,
Aumentando o número de horas de trabalho, pode- e então a empresa contrata mais 6 operários de mesma
mos diminuir o número de caminhões. Portanto a relação capacidade dos primeiros. Juntos, eles deverão trabalhar
é inversamente proporcional (seta para cima na 1ª coluna). quantas horas por dia para terminar o trabalho no tempo
Aumentando o volume de areia, devemos aumentar o correto?
número de caminhões. Portanto a relação é diretamente (A) 6h 8 min
proporcional (seta para baixo na 3ª coluna). Devemos igua- (B) 6h 50min
lar a razão que contém o termo x com o produto das outras (C) 9h 20 min
razões de acordo com o sentido das setas. (D) 9h 33min
Montando a proporção e resolvendo a equação temos:

Horas --------caminhões-----------volume 04. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-


8↑----------------20↓----------------------160↓ NESP/2017 ) Um restaurante “por quilo” apresenta seus
5↑------------------x↓----------------------125↓ preços de acordo com a tabela:

Obs.: Assim devemos inverter a primeira coluna fican-


do:

Horas --------caminhões-----------volume Rodolfo almoçou nesse restaurante na última sexta-


5----------------20----------------------160 -feira. Se a quantidade de alimentos que consumiu nesse
8------------------x----------------------125 almoço custou R$ 21,00, então está correto afirmar que
essa quantidade é, em gramas, igual a

(A) 375.
(B) 380.
(C) 420.
Logo, serão necessários 25 caminhões (D) 425.
(E) 450.
Questões

01. (IPRESB/SP - Analista de Processos Previdenciá- 05. . (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-
rios- VUNESP/2017) Para imprimir 300 apostilas destina- NESP/2017 ) Um carregamento de areia foi totalmente
das a um curso, uma máquina de fotocópias precisa traba- embalado em 240 sacos, com 40 kg em cada saco. Se fos-
lhar 5 horas por dia durante 4 dias. Por motivos administra- sem colocados apenas 30 kg em cada saco, o número de
tivos, será necessário imprimir 360 apostilas em apenas 3 sacos necessários para embalar todo o carregamento seria
dias. O número de horas diárias que essa máquina terá que igual a
trabalhar para realizar a tarefa é (A) 420.
(A) 6. (B) 375.
(B) 7. (C) 370.
(C) 8. (D) 345.
(D) 9. (E) 320.
(E) 10.

16
MATEMÁTICA

06. (UNIRV/GO – Auxiliar de Laboratório – UNIR- Respostas


VGO/2017) Quarenta e oito funcionários de uma certa em-
presa, trabalhando 12 horas por dia, produzem 480 bolsas 01. Resposta: C.
por semana. Quantos funcionários a mais, trabalhando 15 ↑Apostilas ↑ horas dias↓
horas por dia, podem assegurar uma produção de 1200 300------------------5--------------4
bolsas por semana? 360-----------------x----------------3
(A) 48
(B) 96 ↑Apostilas ↑ horas dias↑
(C) 102 300------------------5--------------3
(D) 144 360-----------------x----------------4

07. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE-


GO/2017) Durante 90 dias, 12 operários constroem uma 900x=7200
loja. Qual o número mínimo de operários necessários para X=8
fazer outra loja igual em 60 dias?
(A) 8 operários. 02. Resposta: D.
(B) 18 operários. Como a máquina A faz 20% a mais:
(C) 14 operários. Em 1 hora a máquina A faz 120 cópias.
(D) 22 operários. 120------60 minutos
(E) 25 operários 10-------x
X=50 minutos

08. (FCEP – Técnico Artístico – AMAUC/2017) A va- 03. Resposta: C.


zão de uma torneira é de 50 litros a cada 3 minutos. O tem- ↑Operário ↓horas dias↑
po necessário para essa torneira encher completamente 12--------------8------------14
um reservatório retangular, cujas medidas internas são 1,5 18----------------x------------8
metros de comprimento, 1,2 metros de largura e 70 centí- Quanto mais horas, menos operários
metros de profundidade é de: Quanto mais horas, menos dias
(A) 1h 16min 00s
(B) 1h 15min 36s
(C) 1h 45min 16s
(D) 1h 50min 05s
(E) 1h55min 42s
8⋅18x=14⋅12⋅8
X=9,33h
09. (CRMV/SC – Assistente Administrativo – IE- 9 horas e 1/3 da hora
SES/2017) Trabalhando durante 6 dias, 5 operários produ- 1/3 de hora é equivalente a 20 minutos
zem 600 peças. Determine quantas peças serão produzidas 9horas e 20 minutos
por sete operários trabalhando por 8 dias:
(A) 1120 peças 04. Resposta:C.
(B) 952 peças 12,50------250
(C) 875 peças 21----------x
(D) 1250 peças X=5250/12,5=420 gramas

05. Resposta: E.
10. (MPE/SP – Oficial de Promotoria I – VU- Sacos kg
NESP/2016) Para organizar as cadeiras em um auditório, 6 240----40
funcionários, todos com a mesma capacidade de produção, x----30
trabalharam por 3 horas. Para fazer o mesmo trabalho, 20 Quanto mais sacos, menos areia foi
funcionários, todos com o mesmo rendimento dos iniciais, colocada(inversamente)
deveriam trabalhar um total de tempo, em minutos, igual a
(A) 48.
(B) 50.
(C) 46.
(D) 54. 30x=9600
(E) 52. X=320

17
MATEMÁTICA

06. Resposta: A.
↓Funcionários ↑ horas bolsas↓
48------------------------12-----------480
x-----------------------------15----------1200
Quanto mais funcionários, menos horas precisam
Quanto mais funcionários, mais bolsas feitas

X=96 funcionários
Precisam de mais 48 funcionários

07. Resposta: B.
Operários dias
12-----------90
x--------------60
Quanto mais operários, menos dias (inversamente proporcional)

60x=1080
X=18

08. Resposta: B.
V=1,5⋅1,2⋅0,7=1,26m³=1260litros
50litros-----3 min
1260--------x
X=3780/50=75,6min
0,6min=36s
75min=60+15=1h15min

09. Resposta: A.
↑Dias ↑ operários peças↑
6-------------5---------------600
8--------------7---------------x

30x=33600
X=1120

10. Resposta: D.

Como o exercício pede em minutos, vamos transformar 3 horas em minutos

3x60=180 minutos
↑Funcionários minutos↓
6------------180
20-------------x

18
MATEMÁTICA

As Grandezas são inversamente proporcionais, pois quanto mais funcionários, menos tempo será gasto.
Vamos inverter os minutos
↑Funcionários minutos↑
6------------x
20-------------180
20x=6.180
20x=1040
X=54 minutos

SISTEMA MÉTRICO DECIMAL

Unidades de Comprimento
km hm dam m dm cm mm
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
1000m 100m 10m 1m 0,1m 0,01m 0,001m

Os múltiplos do metro são utilizados para medir grandes distâncias, enquanto os submúltiplos, para pequenas distân-
cias. Para medidas milimétricas, em que se exige precisão, utilizamos:

mícron (µ) = 10-6 m angströn (Å) = 10-10 m


    Para distâncias astronômicas utilizamos o Ano-luz (distância percorrida pela luz em um ano):
Ano-luz = 9,5 · 1012 km

Exemplos de Transformação

1m=10dm=100cm=1000mm=0,1dam=0,01hm=0,001km
1km=10hm=100dam=1000m

Ou seja, para trasnformar as unidades, quando “ andamos” para direita multiplica por 10 e para a esquerda divide por
10.

Superfície
A medida de superfície é sua área e a unidade fundamental é o metro quadrado(m²). 
Para transformar de uma unidade para outra inferior, devemos observar que cada unidade é cem vezes maior que a
unidade imediatamente inferior. Assim, multiplicamos por cem para cada deslocamento de uma unidade até a desejada. 

Unidades de Área
km2 hm2 dam2 m2 dm2 cm2 mm2
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado
1000000m2 10000m2 100m2 1m2 0,01m2 0,0001m2 0,000001m2

Exemplos de Transformação

1m²=100dm²=10000cm²=1000000mm²
1km²=100hm²=10000dam²=1000000m²

Ou seja, para trasnformar as unidades, quando “ andamos” para direita multiplica por 100 e para a esquerda divide por
100.

19
MATEMÁTICA

Volume

Os sólidos geométricos são objetos tridimensionais que ocupam lugar no espaço. Por isso, eles possuem volume. Po-
demos encontrar sólidos de inúmeras formas, retangulares, circulares, quadrangulares, entre outras, mas todos irão possuir
volume e capacidade.

Unidades de Volume
km3 hm3 dam3 m3 dm3 cm3 mm3
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico
1000000000m3 1000000m3 1000m3 1m3 0,001m3 0,000001m3 0,000000001m3

Capacidade
Para medirmos a quantidade de leite, sucos, água, óleo, gasolina, álcool entre outros utilizamos o litro e seus múltiplos
e submúltiplos, unidade de medidas de produtos líquidos. 
Se um recipiente tem 1L de capacidade, então seu volume interno é de 1dm³

1L=1dm³

Unidades de Capacidade
kl hl dal l dl cl ml
Quilolitro Hectolitro Decalitro Litro Decilitro Centilitro Mililitro
1000l 100l 10l 1l 0,1l 0,01l 0,001l

Massa

Toda vez que andar 1 casa para direita, multiplica por 10 e quando anda para esquerda divide por 10.
E uma outra unidade de massa muito importante é a tonelada
1 tonelada=1000kg

Tempo

A unidade fundamental do tempo é o segundo(s).


É usual a medição do tempo em várias unidades, por exemplo: dias, horas, minutos

Transformação de unidades

Deve-se saber:
1 dia=24horas
1hora=60minutos
1 minuto=60segundos
1hora=3600s

Adição de tempo

Exemplo: Estela chegou ao 15h 35minutos. Lá, bateu seu recorde de nado livre e fez 1 minuto e 25 segundos. Demorou
30 minutos para chegar em casa. Que horas ela chegou?

20
MATEMÁTICA

Questões

01. (IPRESB/SP - Analista de Processos Previdenciá-


rios- VUNESP/2017) Uma gráfica precisa imprimir um lote
de 100000 folhetos e, para isso, utiliza a máquina A, que
imprime 5000 folhetos em 40 minutos. Após 3 horas e 20
minutos de funcionamento, a máquina A quebra e o servi-
ço restante passa a ser feito pela máquina B, que imprime
Não podemos ter 66 minutos, então temos que trans- 4500 folhetos em 48 minutos. O tempo que a máquina B
ferir para as horas, sempre que passamos de um para o levará para imprimir o restante do lote de folhetos é
outro tem que ser na mesma unidade, temos que passar 1 (A) 14 horas e 10 minutos.
hora=60 minutos (B) 14 horas e 05 minutos.
Então fica: 16h 6 minutos 25segundos (C) 13 horas e 45 minutos.
(D) 13 horas e 30 minutos.
Vamos utilizar o mesmo exemplo para fazer a operação (E) 13 horas e 20 minutos.
inversa.
02. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-
Subtração NESP/2017) Renata foi realizar exames médicos em uma
Vamos dizer que sabemos que ela chegou em casa as clínica. Ela saiu de sua casa às 14h 45 min e voltou às 17h
16h 6 minutos 25 segundos e saiu de casa às 15h 35 minu- 15 min. Se ela ficou durante uma hora e meia na clínica,
tos. Quanto tempo ficou fora? então o tempo gasto no trânsito, no trajeto de ida e volta,
foi igual a
(A) 1/2h.
(B) 3/4h.
(C) 1h.
(D) 1h 15min.
(E) 1 1/2h.
Não podemos tirar 6 de 35, então emprestamos, da
03. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-
mesma forma que conta de subtração.
NESP/2017) Uma indústria produz regularmente 4500 li-
1hora=60 minutos
tros de suco por dia. Sabe-se que a terça parte da produ-
ção diária é distribuída em caixinhas P, que recebem 300
mililitros de suco cada uma. Nessas condições, é correto
afirmar que a cada cinco dias a indústria utiliza uma quan-
tidade de caixinhas P igual a
(A) 25000.
Multiplicação (B) 24500.
(C) 23000.
Pedro pensou em estudar durante 2h 40 minutos, mas (D) 22000.
demorou o dobro disso. Quanto tempo durou o estudo? (E) 20500.

04. (UNIRV/GO – Auxiliar de Laboratório – UNIR-


VGO/2017) Uma empresa farmacêutica distribuiu 14400
litros de uma substância líquida em recipientes de 72 cm3
cada um. Sabe-se que cada recipiente, depois de cheio,
tem 80 gramas. A quantidade de toneladas que representa
todos os recipientes cheios com essa substância é de
(A) 16
Divisão (B) 160
5h 20 minutos :2 (C) 1600
(D) 16000

05. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE-


GO/2017) João estuda à noite e sua aula começa às
18h40min. Cada aula tem duração de 45 minutos, e o in-
tervalo dura 15 minutos. Sabendo-se que nessa escola há
1h 20 minutos, transformamos para minutos 5 aulas e 1 intervalo diariamente, pode-se afirmar que o
:60+20=80minutos término das aulas de João se dá às:

21
MATEMÁTICA

(A) 22h30min 10. (DPE/RR – Auxiliar Administrativo – FCC/2015)


(B) 22h40min Raimundo tinha duas cordas, uma de 1,7 m e outra de 1,45
(C) 22h50min m. Ele precisava de pedaços, dessas cordas, que medissem
(D) 23h 40 cm de comprimento cada um. Ele cortou as duas cordas
(E) Nenhuma das anteriores em pedaços de 40 cm de comprimento e assim conseguiu
obter
06. (IBGE – Agente Censitário Administrativo- (A) 6 pedaços.
FGV/2017) Quando era jovem, Arquimedes corria 15km (B) 8 pedaços.
em 1h45min. Agora que é idoso, ele caminha 8km em (C) 9 pedaços.
1h20min. (D) 5 pedaços.
(E) 7 pedaços.
Para percorrer 1km agora que é idoso, comparado com
a época em que era jovem, Arquimedes precisa de mais: Respostas
(A) 10 minutos;
(B) 7 minutos; 01. Resposta: E.
(C) 5 minutos; 3h 20 minutos-200 minutos
(D) 3 minutos;
(E) 2 minutos. 5000-----40
x----------200
07. (IBGE – Agente Censitário Administrativo- x=1000000/40=25000
FGV/2017) Lucas foi de carro para o trabalho em um ho-
rário de trânsito intenso e gastou 1h20min. Em um dia sem Já foram impressos 25000, portanto faltam ainda 75000
trânsito intenso, Lucas foi de carro para o trabalho a uma
velocidade média 20km/h maior do que no dia de trânsito 4500-------48
intenso e gastou 48min. 75000------x
X=3600000/4500=800 minutos
A distância, em km, da casa de Lucas até o trabalho é: 800/60=13,33h
(A) 36; 19 horas e 1/3 hora
(B) 40; 19h e 20 minutos
(C) 48;
(D) 50; 02. Resposta: C.
(E) 60.

08. (EMDEC - Assistente Administrativo Jr –


IBFC/2016) Carlos almoçou em certo dia no horário das
12:45 às 13:12. O total de segundos que representa o tem-
po que Carlos almoçou nesse dia é:
(A) 1840
(B) 1620
(C) 1780
(D) 2120 Como ela ficou 1hora e meia na clínica o trajeto de ida
e volta demorou 1 hora.
00. (ANP – Técnico Administrativo – CESGRAN-
RIO/2016) Um caminhão-tanque chega a um posto de 03. Resposta:A.
abastecimento com 36.000 litros de gasolina em seu re- 4500/3=1500 litros para as caixinhas
servatório. Parte dessa gasolina é transferida para dois tan- 1500litros=1500000ml
ques de armazenamento, enchendo-os completamente. 1500000/300=5000 caixinhas por dia
Um desses tanques tem 12,5 m3, e o outro, 15,3 m3, e esta- 5000.5=25000 caixinhas em 5 dias
vam, inicialmente, vazios.
Após a transferência, quantos litros de gasolina resta- 04. Resposta:A.
ram no caminhão-tanque? 14400litros=14400000 ml
(A) 35.722,00
(B) 8.200,00
(C) 3.577,20
(D) 357,72
(E) 332,20 200000⋅80=16000000 gramas=16 toneladas

22
MATEMÁTICA

05. Resposta: B.
5⋅45=225 minutos de aula EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES
225/60=3 horas 45 minutos nas aulas mais 15 minutos
de intervalo=4horas
18:40+4h=22h:40
Equação 1º grau
06. Resposta: D. Equação é toda sentença matemática aberta represen-
1h45min=60+45=105 minutos tada por uma igualdade, em que exista uma ou mais letras
que representam números desconhecidos.
15km-------105 Equação do 1º grau, na incógnita x, é toda equação
1--------------x redutível à forma ax+b=0, em que a e b são números reais,
X=7 minutos chamados coeficientes, com a≠0.
Uma raiz da equação ax+b =0(a≠0) é um valor nu-
1h20min=60+20=80min mérico de x que, substituindo no 1º membro da equação,
torna-se igual ao 2º membro.
8km----80
1-------x Nada mais é que pensarmos em uma balança.
X=10minutos

A diferença é de 3 minutos

07. Resposta: B.
V------80min
V+20----48
Quanto maior a velocidade, menor o
tempo(inversamente)

A balança deixa os dois lados iguais para equilibrar, a


equação também.
No exemplo temos:
3x+300
80v=48V+960
Outro lado: x+1000+500
32V=960
E o equilíbrio?
V=30km/h
3x+300=x+1500
30km----60 min
Quando passamos de um lado para o outro invertemos
x-----------80
o sinal
3x-x=1500-300
2x=1200
X=600
60x=2400
Exemplo
X=40km
(PREF. DE NITERÓI/RJ – Fiscal de Posturas –
FGV/2015) A idade de Pedro hoje, em anos, é igual ao do-
08 Resposta: B.
bro da soma das idades de seus dois filhos, Paulo e Pierre.
12:45 até 13:12 são 27 minutos
Pierre é três anos mais velho do que Paulo. Daqui a dez
27x60=1620 segundos
anos, a idade de Pierre será a metade da idade que Pedro
tem hoje.
09. Resposta: B.
A soma das idades que Pedro, Paulo e Pierre têm hoje
1m³=1000litros
é:
36000/1000=36 m³
(A) 72;
36-12,5-15,3=8,2 m³x1000=8200 litros
(B) 69;
(C) 66;
10.Resposta: E.
(D) 63;
1,7m=170cm
(E) 60.
1,45m=145 cm
Resolução
170/40=4 resta 10
A ideia de resolver as equações é literalmente colocar
145/40=3 resta 25
na linguagem matemática o que está no texto.
4+3=7

23
MATEMÁTICA

“Pierre é três anos mais velho do que Paulo”


Pi=Pa+3
“Daqui a dez anos, a idade de Pierre será a metade da
idade que Pedro tem hoje.”
Exemplo

A idade de Pedro hoje, em anos, é igual ao dobro da


soma das idades de seus dois filhos,
Pe=2(Pi+Pa)
Pe=2Pi+2Pa
, portanto não há solução real.
Lembrando que:
Pi=Pa+3 2.

Substituindo em Pe
Pe=2(Pa+3)+2Pa
Pe=2Pa+6+2Pa
Pe=4Pa+6

Pa+3+10=2Pa+3
Pa=10
Pi=Pa+3 3.
Pi=10+3=13
Pe=40+6=46
Soma das idades: 10+13+46=69

Resposta: B.

Equação 2º grau
Se não há solução, pois não existe raiz quadrada
A equação do segundo grau é representada pela fór- real de um número negativo.
mula geral:
Se , há duas soluções iguais:

Onde a, b e c são números reais,

Discussão das Raízes Se , há soluções reais diferentes:

1.

Relações entre Coeficientes e Raízes

Dada as duas raízes:


Se for negativo, não há solução no conjunto dos
números reais.

Se for positivo, a equação tem duas soluções:

24
MATEMÁTICA

Soma das Raízes Substituindo em A


A=44-26=18
Ou A=44-18=26
Resposta: B.

Produto das Raízes Inequação


Uma inequação é uma sentença matemática expressa
por uma ou mais incógnitas, que ao contrário da equação
que utiliza um sinal de igualdade, apresenta sinais de desi-
gualdade. Veja os sinais de desigualdade:
Composição de uma equação do 2ºgrau, conheci-
das as raízes >: maior 
<: menor
Podemos escrever a equação da seguinte maneira: ≥: maior ou igual 
≤: menor ou igual 
x²-Sx+P=0

Exemplo O princípio resolutivo de uma inequação é o mesmo da


equação, onde temos que organizar os termos semelhan-
Dada as raízes -2 e 7. Componha a equação do 2º grau. tes em cada membro, realizando as operações indicadas.
No caso das inequações, ao realizarmos uma multiplicação
Solução de seus elementos por –1 com o intuito de deixar a parte
S=x1+x2=-2+7=5 da incógnita positiva, invertemos o sinal representativo da
P=x1.x2=-2.7=-14 desigualdade.
Então a equação é: x²-5x-14=0
Exemplo 1
Exemplo 4x + 12 > 2x – 2
(IMA – Analista Administrativo Jr – SHDIAS/2015) A 4x – 2x > – 2 – 12
soma das idades de Ana e Júlia é igual a 44 anos, e, quando 2x > – 14
somamos os quadrados dessas idades, obtemos 1000. A x > –14/2
mais velha das duas tem: x>–7
(A) 24 anos
(B) 26 anos Inequação-Produto
(C) 31 anos
(D) 33 anos Quando se trata de inequações-produto, teremos uma
desigualdade que envolve o produto de duas ou mais fun-
Resolução ções. Portanto, surge a necessidade de realizar o estudo
A+J=44 da desigualdade em cada função e obter a resposta final
A²+J²=1000 realizando a intersecção do conjunto resposta das funções.
A=44-J
Exemplo
(44-J)²+J²=1000
1936-88J+J²+J²=1000 a)(-x+2)(2x-3)<0
2J²-88J+936=0
Dividindo por2:
J²-44J+468=0
∆=(-44)²-4.1.468
∆=1936-1872=64

Inequação-Quociente
Na inequação-quociente, tem-se uma desigualdade
de funções fracionárias, ou ainda, de duas funções na qual
uma está dividindo a outra. Diante disso, deveremos nos
atentar ao domínio da função que se encontra no denomi-
nador, pois não existe divisão por zero. Com isso, a função
que estiver no denominador da inequação deverá ser dife-
rente de zero.

25
MATEMÁTICA

O método de resolução se assemelha muito à resolu-


ção de uma inequação-produto, de modo que devemos
analisar o sinal das funções e realizar a intersecção do sinal
dessas funções.
Exemplo
Resolva a inequação a seguir:

x-2≠0 Portanto: 
x≠2 S = { x   R | x ≤ - 1} ou S = ] - ∞ ; -1]

Inequação 2º grau
Chama-se inequação do 2º grau, toda inequação que
pode ser escrita numa das seguintes formas:
ax²+bx+c>0
ax²+bx+c≥0
ax²+bx+c<0
Sistema de Inequação do 1º Grau ax²+bx+c<0
Um sistema de inequação do 1º grau é formado por ax²+bx+c≤0
duas ou mais inequações, cada uma delas tem apenas uma ax²+bx+c≠0
variável sendo que essa deve ser a mesma em todas as
outras inequações envolvidas. 
Exemplo
Veja alguns exemplos de sistema de inequação do 1º
grau:  Vamos resolver a inequação 3x² + 10x + 7 < 0.

Resolvendo Inequações
Resolver uma inequação significa determinar os valo-
res reais de x que satisfazem a inequação dada.
Assim, no exemplo, devemos obter os valores reais de
x que tornem a expressão 3x² + 10x +7 negativa.

Vamos achar a solução de cada inequação. 


4x + 4 ≤ 0 
4x ≤ - 4 
x ≤ - 4 : 4 
x ≤ - 1 

S1 = {x   R | x ≤ - 1} 
Fazendo o cálculo da segunda inequação temos: 
x + 1 ≤ 0 
x ≤ - 1 

A “bolinha” é fechada, pois o sinal da inequação é igual. 

S2 = { x   R | x ≤ - 1} 
Calculando agora o CONJUTO SOLUÇÃO da inequação
temos:  S = {x ∈ R / –7/3 < x < –1}
S = S1 ∩ S2

26
MATEMÁTICA

Questões 06. (UNIRV/GO – Auxiliar de Laboratório – UNIR-


VGO/2017) O valor de m para que a equação (2m -1) x²
01. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária - - 6x + 3 = 0 tenha duas raízes reais iguais é
MSCONCURSOS/2017) O dobro do quadrado de um nú- (A) 3
mero natural aumentado de 3 unidades é igual a sete vezes (B) 2
esse número. Qual é esse número? (C) −1
(A) 2 (D) −6
(B) 3
(C) 4 07. (IPRESB - Agente Previdenciário – VUNESP/2017)
(D) 5 Em setembro, o salário líquido de Juliano correspondeu a
4/5 do seu salário bruto. Sabe-se que ele destinou 2/5 do
02. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU- salário líquido recebido nesse mês para pagamento do alu-
NESP/2017) Um carro parte da cidade A em direção à guel, e que poupou 2/5 do que restou. Se Juliano ficou, ain-
cidade B pela rodovia que liga as duas cidades, percorre da, com R$ 1.620,00 para outros gastos, então o seu salário
1/3 do percurso total e para no ponto P. Outro carro parte bruto do mês de setembro foi igual a
da cidade B em direção à cidade A pela mesma rodovia, (A) R$ 6.330,00.
percorre 1/4 do percurso total e para no ponto Q. Se a (B) R$ 5.625,00.
soma das distâncias percorridas por ambos os carros até os (C) R$ 5.550,00.
pontos em que pararam é igual a 28 km, então a distância (D) R$ 5.125,00.
entre os pontos P e Q, por essa rodovia, é, em quilômetros, (E) R$ 4.500,00.
igual a
(A) 26. 8. (SESAU/RO – Técnico em Informática – FUN-
(B) 24. RIO/2017) Daqui a 24 anos, Jovelino terá o triplo de sua
(C) 20. idade atual. Daqui a cinco anos, Jovelino terá a seguinte
(D) 18. idade:
(E) 16. (A) 12.
(B) 14.
03. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU- (C) 16.
NESP/2017) Nelson e Oto foram juntos a uma loja de ma- (D) 17.
teriais para construção. Nelson comprou somente 10 uni- (E) 18.
dades iguais do produto P, todas de mesmo preço. Já Oto
comprou 7 unidades iguais do mesmo produto P, e gastou 09. (PREF. DE FAZENDA RIO GRANDE/PR – Profes-
mais R$ 600,00 na compra de outros materiais. Se os valo- sor – PUC/2017) A equação 8x² – 28x + 12 = 0 possui raí-
res totais das compras de ambos foram exatamente iguais, zes iguais a x1 e x2. Qual o valor do produto x1 . x2?
então o preço unitário do produto P foi igual a (A) 1/2 .
(A) R$ 225,00. (B) 3.
(B) R$ 200,00. (C) 3/2 .
(C) R$ 175,00. (D) 12.
(D) R$ 150,00. (E) 28.
(E) R$ 125,00.
10 (PREF.DO RIO DE JANEIRO – Agente de Adminis-
04. (ITAIPU BINACIONAL - Profissional Nível Técni- tração – PREF. DO RIO DE JANEIRO/2016) Ao perguntar
co I - Técnico em Eletrônica – NCUFPR/2017) Considere para João qual era a sua idade atual, recebi a seguinte res-
a equação dada por 2x² + 12x + 3 = -7. Assinale a alternati- posta:
va que apresenta a soma das duas soluções dessa equação. - O quíntuplo da minha idade daqui a oito anos, di-
(A) 0. minuída do quíntuplo da minha idade há três anos atrás
(B) 1. representa a minha idade atual.
(C) -1. A soma dos algarismos do número que representa, em
(D) 6. anos, a idade atual de João, corresponde a:
(E) -6. (A) 6
(B) 7
05. (UNIRV/GO – Auxiliar de Laboratório – UNIR- (C) 10
VGO/2017) Num estacionamento encontram-se 18 motos, (D) 14
15 triciclos e alguns carros. Se Pedrinho contou um total de
269 rodas, quantos carros tem no estacionamento?
(A) 45
(B) 47
(C) 50
(D) 52

27
MATEMÁTICA

RESPOSTAS 07. Resposta: B.


Salário liquido: x
01. Resposta: B.
2x²+3=7x
2x²-7x+3=0
∆=49-24=25

10x+6x+40500=25x
Como tem que ser natural, apenas o número 3 convém. 9x=40500
X=4500
02. Resposta: C.
Salario fração
y---------------1
4500---------4/5

Mmc(3,4)=12

4x+3x=336
7x=336
X=48 08. Resposta: D.
A distância entre A e B é 48km
Como já percorreu 28km Idade atual: x
48-28=20 km entre P e Q. X+24=3x
2x=24
03. Resposta:B. X=12
Sendo x o valor do material P Ele tem agora 12 anos, daqui a 5 anos: 17.
10x=7x+600
3x=600 09. Resposta: C.
X=200 ∆=(-28)²-4.8.12
∆=784-384
04. Resposta: E. ∆=400
2x²+12x+10=0
∆=12²-4⋅2⋅10
∆=144-80=64

A soma das duas é -1-5=-6

05. Resposta:B.
Vamos fazer a conta de rodas:
Motos tem 2 rodas, triciclos 3 e carros 4
18⋅2+15⋅3+x⋅4=269
4x=269-36-45
4x=188
X=47 10. Resposta: C.
Atual:x
06. Resposta: B 5(x+8)-5(x-3)=x
∆=-(-6)²-4⋅(2m-1) ⋅3=0 5x+40-5x+15=x
36-24m+12=0 X=55
-24m=-48 Soma: 5+5=10
M=2

28
MATEMÁTICA

O conjunto B é denominado contradomínio, CD.


FUNÇÕES Cada elemento x do domínio tem um correspondente
y no contradomínio. A esse valor de y damos o nome de
imagem de x pela função f. O conjunto de todos os valores
de y que são imagens de valores de x forma o conjunto
Diagrama de Flechas imagem da função, que indicaremos por Im.

Exemplo
Com os conjuntos A={1, 4, 7} e B={1, 4, 6, 7, 8, 9, 12}
criamos a função f: A→B.definida por f(x) = x + 5 que tam-
bém pode ser representada por y = x + 5. A representação,
utilizando conjuntos, desta função, é:

Gráfico Cartesiano

No nosso exemplo, o domínio é D = {1, 4, 7}, o contra-


domínio é = {1, 4, 6, 7, 8, 9, 12} e o conjunto imagem é Im
= {6, 9, 12}

Classificação das funções

Injetora: Quando para ela elementos distintos do do-


mínio apresentam imagens também distintas no contrado-
mínio.
Muitas vezes nos deparamos com situações que en-
volvem uma relação entre grandezas. Assim, o valor a ser
pago na conta de luz depende do consumo medido no pe-
ríodo; o tempo de uma viagem de automóvel depende da
velocidade no trajeto.
Como, em geral, trabalhamos com funções numéricas,
o domínio e a imagem são conjuntos numéricos, e pode-
mos definir com mais rigor o que é uma função matemáti-
ca utilizando a linguagem da teoria dos conjuntos.

Definição: Sejam A e B dois conjuntos não vazios e f Sobrejetora: Quando todos os elementos do contra-
uma relação de A em B. domínio forem imagens de pelo menos um elemento do
Essa relação f é uma função de A em B quando a cada domínio.
elemento x do conjunto A está associado um e apenas um
elemento y do conjunto B.
Notação: f:A→B (lê-se função f de A em B)

Domínio, contradomínio, imagem


O domínio é constituído por todos os valores que po-
dem ser atribuídos à variável independente. Já a imagem
da função é formada por todos os valores correspondentes
da variável dependente.
O conjunto A é denominado domínio da função, indi-
cada por D. O domínio serve para definir em que conjun-
to estamos trabalhando, isto é, os valores possíveis para a
variável x.

29
MATEMÁTICA

Bijetora: Quando apresentar as características de fun- Função Decrescente: a < 0


ção injetora e ao mesmo tempo, de sobrejetora, ou seja, Nesse caso, os valores de y, caem.
elementos distintos têm sempre imagens distintas e todos
os elementos do contradomínio são imagens de pelo me-
nos um elemento do domínio.

Função 1 grau Raiz da função


A função do 1° grau relacionará os valores numéricos Calcular o valor da raiz da função é determinar o valor
obtidos de expressões algébricas do tipo (ax + b), consti- em que a reta cruza o eixo x, para isso consideremos o
tuindo, assim, a função f(x) = ax + b. valor de y igual a zero, pois no momento em que a reta
intersecta o eixo x, y = 0. Observe a representação gráfica
Estudo dos Sinais a seguir:
Definimos função como relação entre duas grandezas
representadas por x e y. No caso de uma função do 1º grau,
sua lei de formação possui a seguinte característica: y = ax
+ b ou f(x) = ax + b, onde os coeficientes a e b pertencem
aos reais e diferem de zero. Esse modelo de função possui
como representação gráfica a figura de uma reta, portanto,
as relações entre os valores do domínio e da imagem cres-
cem ou decrescem de acordo com o valor do coeficiente a.
Se o coeficiente possui sinal positivo, a função é crescente,
e caso ele tenha sinal negativo, a função é decrescente.
Podemos estabelecer uma formação geral para o cál-
culo da raiz de uma função do 1º grau, basta criar uma ge-
Função Crescente: a > 0
neralização com base na própria lei de formação da função,
De uma maneira bem simples, podemos olhar no grá-
considerando y = 0 e isolando o valor de x (raiz da função).
fico que os valores de y vão crescendo.
X=-b/a

Dependendo do caso, teremos que fazer um sistema


com duas equações para acharmos o valor de a e b.

Exemplo:
Dado que f(x)=ax+b e f(1)=3 e f(3)=5, ache a função.

F(1)=1a+b
3=a+b

F(3)=3a+b
5=3a+b

Isolando a em I
a=3-b
Substituindo em II

3(3-b)+b=5
9-3b+b=5
-2b=-4

30
MATEMÁTICA

b=2 Raízes
Portanto,
a=3-b
a=3-2=1

Assim, f(x)=x+2

Função Quadrática ou Função do 2º grau


Em geral, uma função quadrática ou polinomial do se-
gundo grau tem a seguinte forma:
f(x)=ax²+bx+c, onde a≠0
f(x)=a(x-x1)(x-x2) Vértices e Estudo do Sinal
É essencial que apareça ax² para ser uma função qua- Quando a > 0, a parábola tem concavidade voltada
drática e deve ser o maior termo. para cima e um ponto de mínimo V; quando a < 0, a pa-
rábola tem concavidade voltada para baixo e um ponto de
Considerações máximo V. 
Em qualquer caso, as coordenadas de V são 
Concavidade . Veja os gráficos:
A concavidade da parábola é para cima se a>0 e para
baixo se a<0

Discriminante(∆)

∆=b²-4ac

∆>0
A parábola y=ax²+bx+c intercepta o eixo x em dois
pontos distintos, (x1,0) e (x2,0), onde x1 e x2 são raízes da
equação ax²+bx+c=0

∆=0

Quando , a parábola y=ax²+bx+c é tangente ao


eixo x, no ponto

Repare que, quando tivermos o discriminante , as


duas raízes da equação ax²+bx+c=0 são iguais

∆<0

A função não tem raízes reais

31
MATEMÁTICA

Equação Exponencial Função decrescente


Se   temos uma função exponencial de-
É toda equação cuja incógnita se apresenta no expo- crescente em todo o domínio da função.
ente de uma ou mais potências de bases positivas e dife- Neste outro gráfico podemos observar que à medida
rentes de 1. que x aumenta, y diminui. Graficamente observamos que
a curva da função é decrescente.
Exemplo
Resolva a equação no universo dos números reais.

Solução

A Constante de Euler
É definida por :
e = exp(1)
O número e é um número irracional e positivo e em
função da definição da função exponencial, temos que:
Função exponencial Ln(e) = 1
Este número é denotado por e em homenagem ao ma-
A expressão matemática que define a função exponen- temático suíço Leonhard Euler (1707-1783), um dos primei-
cial é uma potência. Nesta potência, a base é um número ros a estudar as propriedades desse número.
real positivo e diferente de 1 e o expoente é uma variável. O valor deste número expresso com 10 dígitos deci-
mais, é:
Função crescente e = 2,7182818284
Se x é um número real, a função exponencial exp(.)
Se   temos uma função exponencial crescente, pode ser escrita como a potência de base e com expoente
qualquer que seja o valor real de x. x, isto é: 
No gráfico da função ao lado podemos observar que à ex = exp(x)
medida que x aumenta, também aumenta f(x) ou y. Grafica-
mente vemos que a curva da função é crescente. Propriedades dos expoentes
Se a, x e y são dois números reais quaisquer e k é um
número racional, então:
- ax ay= ax + y
- ax / ay= ax - y
- (ax) y= ax.y
- (a b)x = ax bx
- (a / b)x = ax / bx
- a-x = 1 / ax  

Logaritmo
Considerando-se dois números N e a reais e positivos,
com a ≠1, existe um número c tal que:

A esse expoente c damos o nome de logaritmo de N


na base a

32
MATEMÁTICA

Ainda com base na definição podemos estabelecer Função Logarítmica


condições de existência:
Uma função dada por , em que
a constante a é positiva e diferente de 1, denomina-se fun-
ção logarítmica.
Exemplo

Consequências da Definição

Questões

01. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Uma


locadora de automóveis oferece dois planos de aluguel de
carros a seus clientes:
Propriedades
Plano A: diária a R$ 120,00, com quilometragem
livre.

Plano B: diária a R$ 90,00, mais R$ 0,40 por quilô-


metro rodado.

Alugando um automóvel, nesta locadora, quantos qui-


lômetros precisam ser rodados para que o valor do aluguel
pelo Plano A seja igual ao valor do aluguel pelo Plano B?

(A) 30.
Mudança de Base (B) 36.
(C) 48.
(D) 75.
(E) 84.

Exemplo 02. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Um


Dados log 2=0,3010 e log 3=0,4771, calcule: vendedor recebe um salário mensal composto de um valor
a)log 6 fixo de R$ 1.300,00 e de uma parte variável. A parte variá-
b) log1,5 vel corresponde a uma comissão de 6% do valor total de
c) log 16 vendas que ele fez durante o mês. O salário mensal desse
Solução vendedor pode ser descrito por uma expressão algébrica
a) Log 6=log 2⋅3=log2+log3=0,3010+0,4771=0,7781 f(x), em função do valor total de vendas mensal, represen-
b) tado por x.
c)
A expressão algébrica f(x) que pode representar o salá-
rio mensal desse vendedor é

33
MATEMÁTICA

(A) f(x) = 0,06x + 1.300.


(B) f(x) = 0,6x + 1.300.
(C) f(x) = 0,78x + 1.300.
(D) f(x) = 6x + 1.300.
(E) f(x) = 7,8x + 1.300.

03. (CONSANPA – Técnico Industrial – FADESP/2017)


Um reservatório em formato de cilindro é abastecido por
uma fonte a vazão constante e tem a altura de sua coluna
d’água (em metros), em função do tempo (em dias), descri-
ta pelo seguinte gráfico:

Os valores de x, soluções da equação f(x)=g(x), são

(A) -0,5 e 2,5.


(B) -0,5 e 3.
Sabendo que a altura do reservatório mede 12 metros,
(C) -1 e 2.
o número de dias necessários para que a fonte encha o
(D) -1 e 2,5.
reservatório inicialmente vazio é
(E) -1 e 3.
(A) 18
(B) 12 06. (EMBASA – Agente Administrativo – IBFC/2017)
(C) 8 A soma das coordenadas do vértice da parábola da função
(D) 6 f(x) = – x² + 8x – 12 é igual a:
(A) 4
(B) 6
04. (TRT – 14ªREGIÃO -Técnico Judiciário – (C) 8
FCC/2016) Carlos presta serviço de assistência técnica de (D) 10
computadores em empresas. Ele cobra R$ 12,00 para ir até
o local, mais R$ 25,00 por hora de trabalho até resolver o 07. (EMBASA – Assistente de Laboratório –
problema (também são cobradas as frações de horas traba-
lhadas). Em um desses serviços, Carlos resolveu o problema IBFC/2017) Substituindo o valor da raiz da função
e cobrou do cliente R$ 168,25, o que permite concluir que , na função g(x) = x2 - 4x + 5, encontramos
ele trabalhou nesse serviço
como resultado:
(A) 5 horas e 45 minutos.
(B) 6 horas e 15 minutos. (A) 12
(C) 6 horas e 25 minutos. (B) 15
(D) 5 horas e 25 minutos. (C) 16
(E) 5 horas e 15 minutos. (D) 17

08. (PETROBRAS - Técnico de Enfermagem do Tra-


05. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) No balho Júnior -CESGRANRIO/2017) Quantos valores reais
sistema de coordenadas cartesianas da figura abaixo, en- de x fazem com que a expressão as-
contram-se representados o gráfico da função de segundo suma valor numérico igual a 1?
grau f, definida por f(x), e o gráfico da função de primeiro
grau g, definida por g(x). (A) 2
(B) 3
(C) 4
(D) 5
(E) 6

34
MATEMÁTICA

09. (IF/ES – Administrador – IFES/2017) O gráfico 11. (ITAIPU BINACIONAL - Profissional Nível Técni-
que melhor representa a função y = 2x , para o domínio co I - Técnico em Eletrônica – NCUFPR/2017) Conside-
em R+ é: rando que log105 = 0,7, assinale a alternativa que apresenta
o valor de log5100.
(A) 0,35.
(B) 0,50.
(C) 2,85.
(D) 7,00.
(E) 70,00.

(A) Respostas

01. Resposta: D.

90+0,4x=120
0,4x=30
X=75km

(B) 02. Resposta: A.

6%=0,06
Como valor total é x, então 0,06x
E mais a parte fixa de 1300
0,06x+1300

03. Resposta: A.

(C)

2x=36
X=18

04.Resposta: B.
(D) F(x)=12+25x
X=hora de trabalho

168,25=12+25x
25x=156,25
X=6,25 horas
1hora---60 minutos
0,25-----x
X=15 minutos

(E) Então ele trabalhou 6 horas e 15 minutos

05. Resposta: E.
10. (PETROBRAS - Técnico de Enfermagem do Tra- Como a função do segundo grau, tem raízes -2 e 2:
balho Júnior -CESGRANRIO/2017) Qual o maior valor de (x-2)(x+2)=x²-4
k na equação log(kx) = 2log(x+3) para que ela tenha exa-
tamente uma raiz? A função do primeiro grau, tem o ponto (0, -1) e (2,3)
(A) 0 Y=ax+b
(B) 3 -1=b
(C) 6 3=2a-1
(D) 9 2a=4
(E) 12 A=2
Y=2x-1

35
MATEMÁTICA

Igualando a função do primeiro grau e a função do se-


gundo grau:
X²-4=2x-1
X²-2x-3=0
∆=4+12=16 A base for -1 desde que o expoente seja par:
X²-5x+5=-1
X²-5x+6=0

∆=25-24=1

06. Resposta:C.

Vamos substituir esses dois valores no expoente


X=2:
X²+4x-60
2²+8-60==48
A soma das coordenadas é igual a 8 X=3
3²+12-60=-39
07. Resposta: D.
Portanto, serão 5 valores.

09. Resposta: A.
Um gráfico de função exponencial não começa do
zero, é é uma curva.

10. Resposta: E.
-2x=-12 Kx=(x+3)²
X=6 Kx=x²+6x+9
X²+(6-k)x+9=0
Substituindo em g(x) Para ter uma raiz, ∆=0
G(6)=6²-4(6)+5=36-24+5=17 ∆=b²-4ac
, ∆=(6-k)²-36=0
08. Resposta: D. 36-12k+k²-36=0
Para assumir valor 1, o expoente deve ser igual a zero. k²-12k=0
X²+4x-60=0 k=0 ou k=12
∆=4²-4.1.(-60)
∆=16+240 11. Resposta:C.
∆=256

A base pode ser igual a 1:


X²-5x+5=1
X²-5x+4=0
∆=25-16=9

36
MATEMÁTICA

Histogramas
GRÁFICOS E TABELAS
São gráfico de barra que mostram a frequência de uma
variável específica e um detalhe importante que são faixas
de valores em x.
Os gráficos e tabelas apresentam o cruzamento entre
dois dados relacionados entre si.
A escolha do tipo e a forma de apresentação sempre
vão depender do contexto, mas de uma maneira geral um
bom gráfico deve: Setor ou pizza- Muito útil quando temos um total e
-Mostrar a informação de modo tão acurado quanto queremos demonstrar cada parte, separando cada pedaço
possível. como numa pizza.
-Utilizar títulos, rótulos, legendas, etc. para tornar claro
o contexto, o conteúdo e a mensagem.
-Complementar ou melhorar a visualização sobre aspec-
tos descritos ou mostrados numericamente através de tabelas.
-Utilizar escalas adequadas.
-Mostrar claramente as tendências existentes nos dados.

Tipos de gráficos
Barras- utilizam retângulos para mostrar a quantidade.

Barra vertical

Fonte: educador.brasilescola.uol.com.br

Linhas- É um gráfico de grande utilidade e muito co-


mum na representação de tendências e relacionamentos
de variáveis

Pictogramas – são imagens ilustrativas para tornar mais


Fonte: tecnologia.umcomo.com.br fácil a compreensão de todos sobre um tema.
Barra horizontal

Da mesma forma, as tabelas ajudam na melhor visua-


lização de dados e muitas vezes é através dela que vamos
fazer os tipos de gráficos vistos anteriormente.

Podem ser tabelas simples:


Quantos aparelhos tecnológicos você tem na sua casa?
aparelho quantidade
televisão 3
celular 4
Geladeira 1
Até as tabelas que vimos nos exercícios de raciocínio
lógico
Fonte: mundoeducacao.bol.uol.com.br

37
MATEMÁTICA

Questões

01. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Na Pes-


quisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, re-
alizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), foram obtidos os dados da taxa de desocupação da
população em idade para trabalhar. Esses dados, em por-
centagem, encontram-se indicados na apresentação gráfi-
ca abaixo, ao longo de trimestres de 2014 a 2017.

O número médio de carros vendidos por dia nesse pe-


ríodo foi igual a
(A) 10.
(B) 9.
(C) 8.
(D) 7.
(E) 6.

Dentre as alternativas abaixo, assinale a que apresenta 04. (CRBIO – Auxiliar Administrativo – VU-
a melhor aproximação para o aumento percentual da taxa NESP/2017) Uma professora elaborou um gráfico de se-
de desocupação do primeiro trimestre de 2017 em relação tores para representar a distribuição, em porcentagem, dos
à taxa de desocupação do primeiro trimestre de 2014. cinco conceitos nos quais foram agrupadas as notas obti-
das pelos alunos de uma determinada classe em uma prova
(A) 15%. de matemática. Observe que, nesse gráfico, as porcenta-
(B) 25%. gens referentes a cada conceito foram substituídas por x
(C) 50%. ou por múltiplos e submúltiplos de x.
(D) 75%.
(E) 90%.

02. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU-


NESP/2017) A tabela seguinte, incompleta, mostra a distri-
buição, percentual e quantitativa, da frota de uma empresa
de ônibus urbanos, de acordo com o tempo de uso destes.

Analisando o gráfico, é correto afirmar que a medida


do ângulo interno correspondente ao setor circular que re-
presenta o conceito BOM é igual a
(A) 144º.
O número total de ônibus dessa empresa é (B) 135º.
(C) 126º
(A) 270. (D) 117º
(B) 250. (E) 108º.
(C) 220
(D) 180. 05. (TCE/PR – Conhecimentos Básicos – CESPE/2016)
(E) 120.

03. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU-


NESP/2017) O gráfico mostra o número de carros vendi-
dos por uma concessionária nos cinco dias subsequentes à
veiculação de um anúncio promocional.

38
MATEMÁTICA

Tendo como referência o gráfico precedente, que mos- Pode-se concluir que
tra os valores, em bilhões de reais, relativos à arrecadação (A) o total da folha de pagamentos é de 35,3 salários.
de receitas e aos gastos com despesas do estado do Paraná (B) 60% dos trabalhadores ganham mais ou igual a 3
nos doze meses do ano de 2015, assinale a opção correta. salários.
(A) No ano considerado, o segundo trimestre caracte- (C) 10% dos trabalhadores ganham mais de 10 salários.
rizou-se por uma queda contínua na arrecadação de recei- (D) 20% dos trabalhadores detêm mais de 40% da ren-
tas, situação que se repetiu no trimestre seguinte. da total.
(B) No primeiro quadrimestre de 2015, houve um pe- (E) 60% dos trabalhadores detêm menos de 30% da
ríodo de queda simultânea dos gastos com despesas e da renda total.
arrecadação de receitas e dois períodos de aumento simul-
tâneo de gastos e de arrecadação.
(C) No último bimestre do ano de 2015, foram regis- 08. (TJ/SP – Estatístico Judiciário – VUNESP/2015)
trados tanto o maior gasto com despesas quanto a maior Considere a tabela de distribuição de frequência seguinte,
arrecadação de receitas. em que xi é a variável estudada e fi é a frequência absoluta
(D) No ano em questão, janeiro e dezembro foram os dos dados.
únicos meses em que a arrecadação de receitas foi ultra-
passada por gastos com despesas. xi fi
(E) A menor arrecadação mensal de receitas e o menor 30-35 4
gasto mensal com despesas foram verificados, respecti- 35-40 12
vamente, no primeiro e no segundo semestre do ano de 40-45 10
2015. 45-50 8
50-55 6
06. (BRDE – Assistente Administrativo – FUNDA- TOTAL 40
TEC/2015) Assinale a alternativa que representa a nomen-
clatura dos três gráficos abaixo, respectivamente. Assinale a alternativa em que o histograma é o que
melhor representa a distribuição de frequência da tabela.

(A)

(A) Gráfico de Setores – Gráfico de Barras – Gráfico de


Linha. (B)
(B) Gráfico de Pareto – Gráfico de Pizza – Gráfico de
Tendência.
(C) Gráfico de Barras – Gráfico de Setores – Gráfico de
(C)
Linha.
(D) Gráfico de Linhas – Gráfico de Pizza – Gráfico de
Barras.
(E) Gráfico de Tendência – Gráfico de Setores – Gráfico
de Linha.

07. (TJ/SP – Estatístico Judiciário – VUNESP/2015) A


distribuição de salários de uma empresa com 30 funcioná- (D)
rios é dada na tabela seguinte. 

Salário (em salários mínimos) Funcionários


1,8 10
2,5 8 (E)
3,0 5
5,0 4
8,0 2
15,0 1

39
MATEMÁTICA

09. (DEPEN – Agente Penitenciário Federal – CES- A partir das informações e do gráfico apresentados,
PE/2015) julgue o item que se segue.
Se os percentuais forem representados por barras ver-
ticais, conforme o gráfico a seguir, então o resultado será
denominado histograma.

Ministério da Justiça — Departamento Penitenciário


Nacional
— Sistema Integrado de Informações Penitenciárias –
InfoPen, ( ) Certo ( ) Errado
Relatório Estatístico Sintético do Sistema Prisional
Brasileiro,
dez./2013 Internet:<www.justica.gov.br> (com adap-
tações) Respostas

A tabela mostrada apresenta a quantidade de deten- 01. Resposta: E.


tos no sistema penitenciário brasileiro por região em 2013. 13,7/7,2=1,90
Nesse ano, o déficit relativo de vagas — que se define pela Houve um aumento de 90%.
razão entre o déficit de vagas no sistema penitenciário e
a quantidade de detentos no sistema penitenciário — re-
gistrado em todo o Brasil foi superior a 38,7%, e, na média 02. Resposta:D
nacional, havia 277,5 detentos por 100 mil habitantes. 81+27=108
Com base nessas informações e na tabela apresentada, 108 ônibus somam 60%(100-35-5)
julgue o item a seguir. 108-----60
Em 2013, mais de 55% da população carcerária no Bra- x--------100
sil se encontrava na região Sudeste. x=10800/60=180

( )certo ( ) errado
03. Resposta: C.
10. (DEPEN – Agente Penitenciário Federal – CES-
PE/2015)

04. Resposta: A.

X+0,5x+4x+3x+1,5x=360
10x=360
X=36
Como o conceito bom corresponde a 4x: 4x36=144°

05. Resposta: B.
Analisando o primeiro quadrimestre, observamos que
os dois primeiros meses de receita diminuem e os dois me-
ses seguintes aumentam, o mesmo acontece com a des-
pesa.

40
MATEMÁTICA

ESTATÍSTICA DESCRITIVA, AMOSTRAGEM,


TESTE DE HIPÓTESES E ANÁLISE DE
REGRESSÃO

Teste de Hipóteses
Definição: Processo que usa estatísticas amostrais
para testar a afirmação sobre o valor de um parâmetro
populacional.
Para testar um parâmetro populacional, você deve
afirmar cuidadosamente um par de hipóteses – uma que
represente a afirmação e outra, seu complemento. Quan-
06. Resposta: C. do uma é falsa, a outra é verdadeira.
Como foi visto na teoria, gráfico de barras, de setores Uma hipótese nula H0 é uma hipótese estatística que
ou pizza e de linha contém uma afirmação de igualdade, tal como ≤, =, ≥
A hipótese alternativa Ha é o complemento da hipó-
tese nula. Se H0 for falsa, Ha deve ser verdadeira, e contém
07. Resposta: D. afirmação de desigualdade, como <, ≠, >.
(A) 1,8x10+2,5x8+3,0x5+5,0x4+8,0x2+15,0x1=104 sa-
lários Vamos ver como montar essas hipóteses
(B) 60% de 30=18 funcionários e se juntarmos quem Um caso bem simples.
ganha mais de 3 salários (5+4+2+1=12)
(C)10% de 30=0,1x30=3 funcionários
E apenas 1 pessoa ganha
(D) 40% de 104=0,4x104= 41,6
20% de 30=0,2x30=6 Assim, fica fácil, se H0 for falsa, Ha é verdadeira
5x3+8x2+15x1=46, que já é maior.
(E) 60% de 30=0,6x30=18 Há uma regrinha para formular essas hipóteses
30% de 104=0,3x104=31,20da renda: 31,20 Formulação verbal Formulação
H0 Formulação verbal Ha
Matemática
08. Resposta: A. A média é A média é
Colocando em ordem crescente: 30-35, 50-55, 45-50, ...maior ou igual
40-45, 35-40, a k. ...menor que k

....pelo menos k. ... abaixo de k


09. Resposta: CERTA.
555----100% ...não menos que ...menos que k.
x----55% k.
x=305,25 ...menor ou igual ..maior que k
Está correta, pois a região sudeste tem 306 pessoas. a k.
... acima de k
....no máximo k.
10. Resposta: ERRADO. ...mais do que
Como foi visto na teoria, há uma faixa de valores no ...não mais que k. k.
... não igual
eixo x e não simplesmente um dado.
... igual a k. a k.

Referências .... k. .... diferente


http://www.galileu.esalq.usp.br de k.
...exatamente k.
...não k.
Exemplo: Um fabricante de torneiras anuncia que o
índice médio de fluxo de água de certo tipo de torneira é
menor que 2,5 galões por minuto.

41
MATEMÁTICA

Classes Frequências
41 |------- 45 7
Referências 45 |------- 49 3
Larson, Ron. Estatística Aplicada. 4ed – São Paulo: Pe- 49 |------- 53 4
arson Prentice Hall, 2010. 53 |------- 57 1
57 |------- 61 5
Frequências
A primeira fase de um estudo estatístico consiste em Total 20
recolher, contar e classificar os dados pesquisados sobre
uma população estatística ou sobre uma amostra dessa Média aritmética
população. Média aritmética de um conjunto de números é o valor
que se obtém dividindo a soma dos elementos pelo núme-
Frequência Absoluta ro de elementos do conjunto.
É o número de vezes que a variável estatística assume Representemos a média aritmética por .
um valor. A média pode ser calculada apenas se a variável envol-
vida na pesquisa for quantitativa. Não faz sentido calcular a
Frequência Relativa média aritmética para variáveis quantitativas.
É o quociente entre a frequência absoluta e o número Na realização de uma mesma pesquisa estatística entre
de elementos da amostra. diferentes grupos, se for possível calcular a média, ficará
Na tabela a seguir, temos exemplo dos dois tipos: mais fácil estabelecer uma comparação entre esses grupos
e perceber tendências.
Considerando uma equipe de basquete, a soma das al-
turas dos jogadores é:

Se dividirmos esse valor pelo número total de jogado-


res, obteremos a média aritmética das alturas:

Distribuição de frequência sem intervalos de classe:


É a simples condensação dos dados conforme as repeti- A média aritmética das alturas dos jogadores é 2,02m.
ções de seu valores. Para um ROL  de tamanho razoável
esta distribuição de frequência é inconveniente, já que exi- Média Ponderada
ge muito espaço. Veja exemplo abaixo: A média dos elementos do conjunto numérico A relati-
va à adição e na qual cada elemento tem um “determinado
Dados Frequência
peso” é chamada média aritmética ponderada.
41 3
42 2
43 1
44 1
45 1
46 2 Mediana (Md)
50 2 Sejam os valores escritos em rol:
51 1
52 1
54 1
57 1 1. Sendo n ímpar, chama-se mediana o termo tal
58 2 que o número de termos da sequência que precedem
60 2 é igual ao número de termos que o sucedem, isto é, é
Total 20 termo médio da sequência ( ) em rol.
2. Sendo n par, chama-se mediana o valor obtido
Distribuição de frequência com intervalos de classe: pela média aritmética entre os termos e , tais que o
Quando o tamanho da amostra é elevado é mais racional número de termos que precedem é igual ao número de
efetuar o agrupamento dos valores em vários intervalos de termos que sucedem , isto é, a mediana é a média arit-
classe. mética entre os termos centrais da sequência ( ) em rol.

42
MATEMÁTICA

Exemplo 1:
Determinar a mediana do conjunto de dados:
{12, 3, 7, 10, 21, 18, 23}

Solução: Isto é:
Escrevendo os elementos do conjunto em rol, tem-se:
(3, 7, 10, 12, 18, 21, 23). A mediana é o termo médio desse
rol. Logo: Md=12

Resposta: Md=12. E para amostra

Exemplo 2:
Determinar a mediana do conjunto de dados:
{10, 12, 3, 7, 18, 23, 21, 25}.
Exemplo 1:
Solução: Em oito jogos, o jogador A, de bola ao cesto, apresen-
Escrevendo-se os elementos do conjunto em rol, tem- tou o seguinte desempenho, descrito na tabela abaixo:
-se: Jogo Número de pontos
(3, 7, 10, 12, 18, 21, 23, 25). A mediana é a média arit- 1 22
mética entre os dois termos centrais do rol. 2 18
3 13
Logo: 4 24
5 26
Resposta: Md=15 6 20
7 19
Moda (Mo)
8 18
Num conjunto de números: , chama-se
moda aquele valor que ocorre com maior frequência. a) Qual a média de pontos por jogo?
b) Qual a variância do conjunto de pontos?
Observação: Solução:
A moda pode não existir e, se existir, pode não ser úni- a) A média de pontos por jogo é:
ca.

Exemplo 1:
O conjunto de dados 3, 3, 8, 8, 8, 6, 9, 31 tem moda
igual a 8, isto é, Mo=8.

Exemplo 2: b) A variância é:
O conjunto de dados 1, 2, 9, 6, 3, 5 não tem moda.

Medidas de dispersão
Duas distribuições de frequência com medidas de ten-
dência central semelhantes podem apresentar característi-
cas diversas. Necessita-se de outros índices numéricas que
informem sobre o grau de dispersão ou variação dos dados Desvio médio
em torno da média ou de qualquer outro valor de concen-
tração. Esses índices são chamados medidas de dispersão. Definição
Medida da dispersão dos dados em relação à média de
Variância uma sequência. Esta medida representa a média das dis-
tâncias entre cada elemento da amostra e seu valor médio.
Há um índice que mede a “dispersão” dos elementos
de um conjunto de números em relação à sua média arit-
mética, e que é chamado de variância. Esse índice é assim
definido:

Seja o conjunto de números , tal que é


sua média aritmética. Chama-se variância desse conjunto,
e indica-se por , o número:

43
MATEMÁTICA

Desvio padrão

Definição
Seja o conjunto de números , tal que é sua média aritmética. Chama-se desvio padrão desse conjunto,
e indica-se por , o número:

Isto é:

Exemplo:
As estaturas dos jogadores de uma equipe de basquetebol são: 2,00 m; 1,95 m; 2,10 m; 1,90 m e 2,05 m. Calcular:
a) A estatura média desses jogadores.
b) O desvio padrão desse conjunto de estaturas.
Solução:
a) Sendo a estatura média, temos:

b) Sendo o desvio padrão, tem-se:

Questões

01. (CRBIO – Auxiliar Administrativo – VUNESP/2017) Uma empresa tem 120 funcionários no total: 70 possuem
curso superior e 50 não possuem curso superior. Sabe-se que a média salarial de toda a empresa é de R$ 5.000,00, e que a
média salarial somente dos funcionários que possuem curso superior é de R$ 6.000,00. Desse modo, é correto afirmar que
a média salarial dos funcionários dessa empresa que não possuem curso superior é de
(A) R$ 4.000,00.
(B) R$ 3.900,00.
(C) R$ 3.800,00.
(D) R$ 3.700,00.
(E) R$ 3.600,00.

02. (TJM/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VUNESP/2017) Leia o enunciado a seguir para responder a questão.

A tabela apresenta o número de acertos dos 600 candidatos que realizaram a prova da segunda fase de um concurso,
que continha 5 questões de múltipla escolha
Número de acertos Número de candidatos
5 204
4 132
3 96
2 78
1 66
0 24

44
MATEMÁTICA

A média de acertos por prova foi de


(A) 3,57.
(B) 3,43
(C) 3,32.
(D) 3,25.
(E) 3,19.

03. (PREF. GUARULHOS/SP – Assistente de Gestão Escolar – VUNESP/2016) Certa escola tem 15 classes no período
matutino e 10 classes no período vespertino. O número médio de alunos por classe no período matutino é 20, e, no período
vespertino, é 25. Considerando os dois períodos citados, a média aritmética do número de alunos por classe é
(A) 24,5.
(B) 23.
(C) 22,5.
(D) 22.
(E) 21.

04. (SEGEP/MA – Técnico da Receita Estadual – FCC/2016) Para responder à questão, considere as informações
abaixo.
Três funcionários do Serviço de Atendimento ao Cliente de uma loja foram avaliados pelos clientes que atribuíram uma
nota (1; 2; 3; 4; 5) para o atendimento recebido. A tabela mostra as notas recebidas por esses funcionários em um deter-
minado dia.

Considerando a avaliação média individual de cada funcionário nesse dia, a diferença entre as médias mais próximas
é igual a
(A) 0,32.
(B) 0,21.
(C) 0,35.
(D) 0,18.
(E) 0,24.

05. (UFES – Assistente em Administração – UFES/2017) Considere n números x1, x2, … , xn, em que x1 ≤ x2 ≤ ⋯ ≤ xn
. A mediana desses números é igual a x(n + 1)/2, se n for ímpar, e é igual à média aritmética de xn ⁄ 2 e x(n + 2)/2, se n for
par. Uma prova composta por 5 questões foi aplicada a uma turma de 24 alunos. A tabela seguinte relaciona o número de
acertos obtidos na prova com o número de alunos que obtiveram esse número de acertos.

Número de acertos Número de alunos


0 4
1 5
2 4
3 3
4 5
5 3

A penúltima linha da tabela acima, por exemplo, indica que 5 alunos tiveram, cada um, um total de 4 acertos na prova.
A mediana dos números de acertos é igual a
(A) 1,5
(B) 2
(C) 2,5
(D) 3
(E) 3,5

45
MATEMÁTICA

06. (UFAL – Auxiliar de Biblioteca – COPEVE/2016) 09. (MPE/SP – Oficial de Promotoria I – VU-
A tabela apresenta o número de empréstimos de livros de NESP/2016) A média de salários dos 13 funcionários de
uma biblioteca setorial de um Instituto Federal, no primeiro uma empresa é de R$ 1.998,00. Dois novos funcionários
semestre de 2016. foram contratados, um com o salário 10% maior que o do
outro, e a média salarial dos 15 funcionários passou a ser
Mës Empréstimos R$ 2.013,00. O menor salário, dentre esses dois novos fun-
cionários, é igual a
Janeiro 15 (A)) R$ 2.002,00.
Fevereiro 25 (B) R$ 2.006,00.
Março 22 (C) R$ 2.010,00.
(D) R$ 2.004,00.
Abril 30
(E) R$ 2.008,00.
Maio 28
Junho 15
10. (PREF. DE NITERÓI – Agente Fazendário –
Dadas as afirmativas, FGV/2015) Os 12 funcionários de uma repartição da pre-
I. A biblioteca emprestou, em média, 22,5 livros por feitura foram submetidos a um teste de avaliação de co-
mês. nhecimentos de computação e a pontuação deles, em uma
II. A mediana da série de valores é igual a 26. escala de 0 a 100, está no quadro abaixo.
III. A moda da série de valores é igual a 15.
50 55 55 55 55 60
verifica-se que está(ão) correta(s) 62 63 65 90 90 100
(A) II, apenas.
(B) III, apenas. O número de funcionários com pontuação acima da
(C) I e II, apenas. média é:
(D) I e III, apenas. (A) 3;
(E) I, II e III. (B) 4;
(C) 5;
07. (COSANPA - Químico – FADESP/2017) Algumas (D) 6;
Determinações do teor de sódio em água (em mg L-1) fo- (E) 7.
ram executadas (em triplicata) paralelamente por quatro
laboratórios e os resultados são mostrados na tabela abai-
xo. Respostas

Replicatas Laboratório 01. Resposta: E.


1 2 3 4
1 30,3 30,9 30,3 30,5 S=cursam superior
2 30,4 30,8 30,7 30,4 M=não tem curso superior
3 30,0 30,6 30,4 30,7
Média 30,20 30,77 30,47 30,53
Desvio
0,20 0,15 0,21 0,15
Padrão
Utilize essa tabela para responder à questão. S+M=600000
O laboratório que apresenta o maior erro padrão é o
de número
(A) 1.
(B) 2. S=420000
(C) 3. M=600000-420000=180000
(D) 4.

08. (ANAC – Analista Administrativo- ESAF/2016)


Os valores a seguir representam uma amostra

331546248 02. Resposta:B.

Então, a variância dessa amostra é igual a


(A) 4,0
(B) 2,5.
(C) 4,5.
(D) 5,5
(E) 3,0

46
MATEMÁTICA

03. Resposta: D. 08. Resposta: C.

M=300

V=250

09. Resposta: C.
Vamos chamar de x a soma dos salários dos 13 funcio-
nários
04. Resposta: B. x/13=1998
X=13.1998
X=25974
Vamos chamar de y o funcionário contratado com me-
nor valor e, portanto, 1,1y o com 10% de salário maior, pois
ele ganha y+10% de y
Y+0,1y=1,1y
(x+y+1,1y)/15=2013
25974+2,1y=15∙2013
2,1y=30195-25974
2,1y=4221
Y=2010

3,36-3,15=0,21 10. Resposta: A.

05.Resposta: B.
Como 24 é um número par, devemos fazer a segunda
regra: M=66,67
Apenas 3 funcionários estão acima da média.

GEOMETRIA
06. Resposta: D.

Ângulos
Denominamos ângulo a região do plano limitada por
duas semirretas de mesma origem. As semirretas recebem
Mediana o nome de lados do ângulo e a origem delas, de vértice do
Vamos colocar os números em ordem crescente ângulo.
15,15,22,25,28,30

Moda é o número que mais aparece, no caso o 15.

07. Resposta: C.
Como o desvio padrão é maior no 3, o erro padrão é
proporcional, portanto também é maior em 3.

47
MATEMÁTICA

Ângulo Agudo: É o ângulo, cuja medida é menor do Triângulo


que 90º.
Elementos
Mediana
Mediana de um triângulo é um segmento de reta que
liga um vértice ao ponto médio do lado oposto.

Na figura, é uma mediana do ABC.

Um triângulo tem três medianas.

Ângulo Obtuso: É o ângulo cuja medida é maior do


que 90º.

A bissetriz de um ângulo interno de um triângulo in-


tercepta o lado oposto

Bissetriz interna de um triângulo é o segmento da


bissetriz de um ângulo do triângulo que liga um vértice a
um ponto do lado oposto.
Ângulo Raso:
Na figura, é uma bissetriz interna do .
- É o ângulo cuja medida é 180º; Um triângulo tem três bissetrizes internas.
- É aquele, cujos lados são semi-retas opostas.

Ângulo Reto: Altura de um triângulo é o segmento que liga um vér-


tice a um ponto da reta suporte do lado oposto e é perpen-
- É o ângulo cuja medida é 90º; dicular a esse lado.
- É aquele cujos lados se apoiam em retas perpendi-
culares. Na figura, é uma altura do .

Um triângulo tem três alturas.

48
MATEMÁTICA

Mediatriz de um segmento de reta é a reta perpen- Triângulo equilátero: três lados iguais.
dicular a esse segmento pelo seu ponto médio.
Na figura, a reta m é a mediatriz de .

Quanto aos ângulos

Triângulo acutângulo:tem os três ângulos agudos

Mediatriz de um triângulo é uma reta do plano do tri-


ângulo que é mediatriz de um dos lados desse triângulo.
Na figura, a reta m é a mediatriz do lado do .
Um triângulo tem três mediatrizes.

Triângulo retângulo:tem um ângulo reto

Classificação Triângulo obtusângulo: tem um ângulo obtuso


Quanto aos lados
Triângulo escaleno:três lados desiguais.

Desigualdade entre Lados e ângulos dos triângulos


Triângulo isósceles: Pelo menos dois lados iguais. Num triângulo o comprimento de qualquer lado é me-
nor que a soma dos outros dois. Em qualquer triângulo, ao
maior ângulo opõe-se o maior lado, e vice-versa.

QUADRILÁTEROS

Quadrilátero é todo polígono com as seguintes pro-


priedades:
- Tem 4 lados.
- Tem 2 diagonais.
- A soma dos ângulos internos Si = 360º
- A soma dos ângulos externos Se = 360º

49
MATEMÁTICA

Trapézio: É todo quadrilátero tem dois paralelos. Diagonal de um polígono é um segmento cujas extre-
midades são vértices não-consecutivos desse polígono.

- é paralelo a

- Losango: 4 lados congruentes


- Retângulo: 4 ângulos retos (90 graus)
- Quadrado: 4 lados congruentes e 4 ângulos retos.

Número de Diagonais

- Observações: Ângulos Internos


A soma das medidas dos ângulos internos de um po-
- No retângulo e no quadrado as diagonais são lígono convexo de n lados é (n-2).180
congruentes (iguais) Unindo um dos vértices aos outros n-3, conveniente-
- No losango e no quadrado as diagonais são per- mente escolhidos, obteremos n-2 triângulos. A soma das
pendiculares entre si (formam ângulo de 90°) e são bisse- medidas dos ângulos internos do polígono é igual à soma
trizes dos ângulos internos (dividem os ângulos ao meio). das medidas dos ângulos internos dos n-2 triângulos.

Áreas

1- Trapézio: , onde B é a medida da base


maior, b é a medida da base menor e h é medida da altura.
2- Paralelogramo: A = b.h, onde b é a medida da
base e h é a medida da altura.
3- Retângulo: A = b.h
4- Losango: , onde D é a medida da diagonal
maior e d é a medida da diagonal menor.
5- Quadrado: A = l2, onde l é a medida do lado.

Polígono Ângulos Externos


Chama-se polígono a união de segmentos que são
chamados lados do polígono, enquanto os pontos são cha-
mados vértices do polígono.
A soma dos ângulos externos=360°

Teorema de Tales
Se um feixe de retas paralelas tem duas transversais,
então a razão de dois segmentos quaisquer de uma trans-
versal é igual à razão dos segmentos correspondentes da
outra.
Dada a figura anterior, O Teorema de Tales afirma que
são válidas as seguintes proporções:

50
MATEMÁTICA

Exemplo

3º Caso: LLL(lado-lado-lado)
Se dois triângulos têm os três lado correspondentes
proporcionais, então esses dois triângulos são semelhan-
tes.

2
Razões Trigonométricas no Triângulo Retângulo

Considerando o triângulo retângulo ABC.


Semelhança de Triângulos

Dois triângulos são semelhantes se, e somente se, os


seus ângulos internos tiverem, respectivamente, as mesmas
medidas, e os lados correspondentes forem proporcionais.

Casos de Semelhança

1º Caso:AA(ângulo-ângulo)
Se dois triângulos têm dois ângulos congruentes de
vértices correspondentes, então esses triângulos são con-
gruentes.

Temos:

2º Caso: LAL(lado-ângulo-lado)
Se dois triângulos têm dois lados correspondentes
proporcionais e os ângulos compreendidos entre eles con-
gruentes, então esses dois triângulos são semelhantes.

51
MATEMÁTICA

a: hipotenusa
b e c: catetos
h:altura relativa à hipotenusa
m e n: projeções ortogonais dos catetos sobre a hipo-
tenusa

Relações Métricas no Triângulo Retângulo


Chamamos relações métricas as relações existentes en-
tre os diversos segmentos desse triângulo. Assim:

1. O quadrado de um cateto é igual ao produto da


hipotenusa pela projeção desse cateto sobre a hipotenusa.

Fórmulas Trigonométricas
2. O produto dos catetos é igual ao produto da hi-
Relação Fundamental potenusa pela altura relativa à hipotenusa.
Existe uma outra importante relação entre seno e cos-
seno de um ângulo. Considere o triângulo retângulo ABC.

3. O quadrado da altura é igual ao produto das pro-


jeções dos catetos sobre a hipotenusa.

4. O quadrado da hipotenusa é igual à soma dos


quadrados dos catetos (Teorema de Pitágoras).

Posições Relativas de Duas Retas


Duas retas no espaço podem pertencer a um mesmo
Neste triângulo, temos que: c²=a²+b² plano. Nesse caso são chamadas retas coplanares. Podem
Dividindo os membros por c² também não estar no mesmo plano. Nesse caso, são de-
nominadas retas reversas.
Retas Coplanares
a) Concorrentes: r e s têm um único ponto comum

Como

-Duas retas concorrentes podem ser:

Todo triângulo que tem um ângulo reto é denominado 1. Perpendiculares: r e s formam ângulo reto.
triangulo retângulo.
O triângulo ABC é retângulo em A e seus elementos são:

52
MATEMÁTICA

2. Oblíquas:r e s não são perpendiculares. 02. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Con-
sidere um triângulo retângulo de catetos medindo 3m e
5m. Um segundo triângulo retângulo, semelhante ao pri-
meiro, cuja área é o dobro da área do primeiro, terá como
medidas dos catetos, em metros:
(A) 3 e 10.
(B) 3√2 e 5√2 .
(C) 3√2 e 10√2 .
(D) 5 e 6.
(E) 6 e 10.
b) Paralelas: r e s não têm ponto comum ou r e s são
coincidentes. 03. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Na
figura abaixo, encontra-se representada uma cinta esticada
passando em torno de três discos de mesmo diâmetro e
tangentes entre si.

Considerando que o diâmetro de cada disco é 8, o


comprimento da cinta acima representada é
Questões
(A) 8/3 π + 8 .
01. (IPRESB/SP - Analista de Processos Previdenci- (B) 8/3 π + 24.
ários- VUNESP/2017) Um terreno retangular ABCD, com (C) 8π + 8 .
40 m de largura por 60 m de comprimento, foi dividido (D) 8π + 24.
em três lotes, conforme mostra a figura. (E) 16π + 24.

04. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Na


figura abaixo, ABCD é um quadrado de lado 10; E, F, G e H
são pontos médios dos lados do quadrado ABCD e são os
centros de quatro círculos tangentes entre si.

Sabendo-se que EF = 36 m e que a área do lote 1 é


864 m², o perímetro do lote 2 é
(A) 100 m.
(B) 108 m.
(C) 112 m.
(D) 116 m.
(E) 120 m. A área da região sombreada, da figura acima apresen-
tada, é

53
MATEMÁTICA

(A) 100 - 5π . Sabendo-se que a razão entre as medidas dos lados


(B) 100 - 10π . correspondentes do retângulo ABCD e da região R é igual
(C) 100 - 15π . a 5/2 , é correto afirmar que as medidas, em centímetros,
(D) 100 - 20π . dos lados da região R, indicadas por x e y na figura, são,
(E) 100 - 25π . respectivamente,
(A) 80 e 64.
05. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017)  No (B) 80 e 62.
cubo de aresta 10, da figura abaixo, encontra-se represen- (C) 62 e 80.
tado um plano passando pelos vértices B e C e pelos pon- (D) 60 e 80.
tos P e Q, pontos médios, respectivamente, das arestas EF (E) 60 e 78.
e HG, gerando o quadrilátero BCQP. 
08. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-
NESP/2017) O piso de um salão retangular, de 6 m de
comprimento, foi totalmente coberto por 108 placas qua-
dradas de porcelanato, todas inteiras. Sabe-se que quatro
placas desse porcelanato cobrem exatamente 1 m2 de
piso. Nessas condições, é correto afirmar que o perímetro
desse piso é, em metros, igual a
(A) 20.
(B) 21.
A área do quadrilátero BCQP, da figura acima, é (C) 24.
(A) 25√5. (D) 27.
(B) 50√2. (E) 30.
(C) 50√5.
(D) 100√2 . 09. (IBGE – Agente Censitário Municipal e Supervi-
(E) 100√5. sor – FGV/2017) O proprietário de um terreno retangular
resolveu cercá-lo e, para isso, comprou 26 estacas de ma-
06. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária deira. Colocou uma estaca em cada um dos quatro cantos
- MSCONCURSOS/2017) O triângulo retângulo em B, a do terreno e as demais igualmente espaçadas, de 3 em 3
seguir, de vértices A, B e C, representa uma praça de uma metros, ao longo dos quatro lados do terreno.
cidade. Qual é a área dessa praça? O número de estacas em cada um dos lados maiores
do terreno, incluindo os dois dos cantos, é o dobro do nú-
mero de estacas em cada um dos lados menores, também
incluindo os dois dos cantos.
A área do terreno em metros quadrados é:
(A) 240;
(B) 256;
(C) 324;
(A) 120 m² (D) 330;
(B) 90 m² (E) 372.
(C) 60 m²
(D) 30 m²
10. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário- VU-
NESP/2017) A figura seguinte, cujas dimensões estão in-
07. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-
dicadas em metros, mostra as regiões R1 e R2 , ambas com
NESP/2017) A figura, com dimensões indicadas em centí-
metros, mostra um painel informativo ABCD, de formato re- formato de triângulos retângulos, situadas em uma praça
tangular, no qual se destaca a região retangular R, onde x > y. e destinadas a atividades de recreação infantil para faixas
etárias distintas.

Se a área de R1 é 54 m², então o perímetro de R2 é, em


metros, igual a

54
MATEMÁTICA

(A) 54.
(B) 48.
(C) 36.
(D) 40.
(E) 42. 96h=1728
H=18

11. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária – Como I é um triângulo:


MSCONCURSOS/2017) Seja a expressão 60-36=24
X²=24²+18²
definida em 0< x < π/2 . Ao simplificá-la, obteremos: X²=576+324
X²=900
(A) 1 X=30
(B) sen²x Como h=18 e AD é 40, EG=22
(C) cos²x
(D) 0 Perímetro lote 2: 40+22+24+30=116

12. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária – 02. Resposta: B.


MSCONCURSOS/2017) Fábio precisa comprar arame para
cercar um terreno no formato a seguir, retângulo em B e C.
Considerando que ele dará duas voltas com o arame no ter-
reno e que não terá perdas, quantos metros ele irá gastar?
(considere √3 =1,7; sen30º=0,5; cos30º=0,85; tg30º=0,57).

(A) 64,2 m
(B) 46,2 m
(C) 92,4 m
(D) 128,4 m Lado=3√2
Outro lado =5√2
Respostas

01. Resposta: D. 03. Resposta: D.

Observe o triângulo do meio, cada lado é exatamente


a mesma medida da parte reta da cinta.
Que é igual a 2 raios, ou um diâmetro, portanto o lado
esticado tem 8x3=24 m
A parte do círculo é igual a 120°, pois é 1/3 do círculo,
como são três partes, é a mesma medida de um círculo.
O comprimento do círculo é dado por: 2πr=8π
Portanto, a cinta tem 8π+24

55
MATEMÁTICA

04. Resposta: E. 5y=320


Como o quadrado tem lado 10,a área é 100. Y=64

5x=400
X=80

08. Resposta: B.
108/4=27m²
6x=27
X=27/6
O perímetro seria

O ladao AF e AE medem 5, cada um, pois F e E é o


ponto Médio
09. Resposta: C.
X²=5²+5² Número de estacas: x
X²=25+25 X+x+2x+2x-4=26 obs: -4 é porque estamos contan-
X²=50 do duas vezes o canto
X=5√2 6x=30
X é o diâmetro do círculo, como temos 4 semi círculos, X=5
temos 2 círculos inteiros. Temos 5 estacas no lado menor, como são espaçadas
A área de um círculo é a cada 3m
4 espaços de 3m=12m
Lado maior 10 estacas
9 espaços de 3 metros=27m
A=12⋅27=324 m²

10. Resposta: B.

A sombreada=100-25π

05. Resposta: C.
CQ é hipotenusa do triângulo GQC.
01. CQ²=10²+5²
CQ²=100+25 9x=108
CQ²=125 X=12
CQ=5√5 Para encontrar o perímetro do triângulo R2:
A área do quadrilátero seria CQ⋅BC
A=5√5⋅10=50√5

06. Resposta: C
Para saber a área, primeiro precisamos descobrir o x.

17²=x²+8²
289=x²+64
X²=225
X=15

07. Resposta: A. Y²=16²+12²


Y²=256+144=400
Y=20
Perímetro: 16+12+20=48

56
MATEMÁTICA

11. Resposta: C.

1-cos²x=sen²x

12. Resposta: D.

Área
Área da base: Sb=πr²

Volume

X=6

Cones
Na figura, temos um plano α, um círculo contido em α,
um ponto V que não pertence ao plano.
A figura geométrica formada pela reunião de todos os
segmentos de reta que tem uma extremidade no ponto V
Y=10,2 e a outra num ponto do círculo denomina-se cone circular.
2 voltas=2(12+18+10,2+6+18)=128,4m

Cilindros
Considere dois planos, α e β, paralelos, um círculo de
centro O contido num deles, e uma reta s concorrente com
os dois.
Chamamos cilindro o sólido determinado pela reunião
de todos os segmentos paralelos a s, com extremidades no
círculo e no outro plano.

Classificação

-Reto:eixo VO perpendicular à base;


Pode ser obtido pela rotação de um triângulo retângu-
lo em torno de um de seus catetos. Por isso o cone reto é
também chamado de cone de revolução.
Quando a geratriz de um cone reto é 2R, esse cone é
denominado cone equilátero.

Classificação
Reto: Um cilindro se diz reto ou de revolução quando
as geratrizes são perpendiculares às bases.
Quando a altura é igual a 2R(raio da base) o cilindro é
equilátero.
Oblíquo: faces laterais oblíquas ao plano da base.

57
MATEMÁTICA

-Oblíquo: eixo não é perpendicular Prismas


Considere dois planos α e β paralelos, um polígono R
contido em α e uma reta r concorrente aos dois.

Área

Área lateral:

Área da base:
Chamamos prisma o sólido determinado pela reunião
Área total: de todos os segmentos paralelos a r, com extremidades no
polígono R e no plano β.
Volume

Pirâmides
As pirâmides são também classificadas quanto ao nú-
mero de lados da base.

Assim, um prisma é um poliedro com duas faces congruen-


Área e Volume tes e paralelas cujas outras faces são paralelogramos obtidos
ligando-se os vértices correspondentes das duas faces paralelas.
Área lateral:
Onde n= quantidade de lados Classificação
Reto: Quando as arestas laterais são perpendiculares
às bases
Oblíquo: quando as faces laterais são oblíquas à base.

58
MATEMÁTICA

Classificação pelo polígono da base Prisma Regular


Se o prisma for reto e as bases forem polígonos regu-
-Triangular lares, o prisma é dito regular.
As faces laterais são retângulos congruentes e as bases
são congruentes (triângulo equilátero, hexágono regular,...)

Área
Área cubo:

Área paralelepípedo:

A área de um prisma:
Onde: St=área total
Sb=área da base
Sl=área lateral, soma-se todas as áreas das faces late-
-Quadrangular rais.

Volume
Paralelepípedo:V=a.b.c
Cubo:V=a³

Demais:

01. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017)  Um


cilindro reto de altura h tem volume V. Para que um cone
reto com base igual a desse cilindro tenha volume V, sua
altura deve ser igual a
(A) 1/3h.
(B) 1/2h.
(C) 2/3h.
E assim por diante... (D) 2h.
(E) 3h.
Paralelepípedos
Os prismas cujas bases são paralelogramos denomi- 02. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária –
nam-se paralelepípedos. MSCONCURSOS/2017) Qual é o volume de uma lata de
óleo perfeitamente cilíndrica, cujo diâmetro é 8 cm e a al-
tura é 20 cm? (use π=3)
(A) 3,84 l
(B) 96 ml
(C) 384 ml
(D) 960 ml

03. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU-


NESP/2017) Inicialmente, um reservatório com formato
de paralelepípedo reto retângulo deveria ter as medidas
indicadas na figura.
Cubo é todo paralelepípedo retângulo com seis faces
quadradas.

59
MATEMÁTICA

Em uma revisão do projeto, foi necessário aumen- 06. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VU-
tar em 1 m a medida da largura, indicada por x na figura, NESP/2017) As figuras seguintes mostram os blocos de
mantendo-se inalteradas as demais medidas. Desse modo, madeira A, B e C, sendo A e B de formato cúbico e C com
o volume inicialmente previsto para esse reservatório foi formato de paralelepípedo reto retângulo, cujos respecti-
aumentado em vos volumes, em cm³, são representados por VA, VB e VC.

(A) 1 m³ .
(B) 3 m³ .
(C) 4 m³ .
(D) 5 m³ .
(E) 6 m³ .

04. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU-


NESP/2017) A figura mostra cubinhos de madeira, todos
de mesmo volume, posicionados em uma caixa com a for-
ma de paralelepípedo reto retângulo.
Se VA + VB = 1/2 VC , então a medida da altura do
bloco C, indicada por h na figura, é, em centímetros, igual a
(A) 15,5.
(B) 11.
(C) 12,5.
(D) 14.
(E) 16

07. (MPE/GO – Secretário Auxiliar – MPEGO/2017)


Um recipiente na forma de um prisma reto de base quadra-
da, com dimensões internas de 10 cm de aresta da base e 25
cm de altura, está com 20% de seu volume total preenchido
com água, conforme mostra a figura. (Figura fora de escala)
Se cada cubinho tem aresta igual a 5 cm, então o volu-
me interno dessa caixa é, em cm³ , igual a
(A) 3000.
(B) 4500.
(C) 6000.
(D) 7500.
(E) 9000.

05. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE-


GO/2017) Frederico comprou um aquário em formato de Para completar o volume total desse recipiente, serão
paralelepípedo, contendo as seguintes dimensões: despejados dentro dele vários copos de água, com 200 mL
cada um. O número de copos totalmente cheios necessá-
rios para completar o volume total do prisma será:
(A) 8 copos
(B) 9 copos
(C) 10 copos
(D) 12 copos
(E) 15 copos

08. (CELG/GT/GO – Analista de Gestão – CSU-


FG/2017) figura a seguir representa um cubo de aresta a.
Estando o referido aquário completamente cheio, a sua
capacidade em litros é de:
(A) 0,06 litros.
(B) 0,6 litros.
(C) 6 litros.
(D) 0,08 litros.
(E) 0,8 litros.

60
MATEMÁTICA

Considerando a pirâmide de base triangular cujos vér- 02. Resposta: D


tices são os pontos B, C, D e G do cubo, o seu volume é V= πr²h
dado por V=3⋅4²⋅20=960 cm³=960 ml
(A) a³/6
(B) a³/3 03. Resposta:E.
(C) a³/3√3 V=2⋅3⋅x=6x
(D) a³/6√6 Aumentando 1 na largura
V=2⋅3⋅(x+1)=6x+6
09. (CRBIO – Auxiliar Administrativo – VU- Portanto, o volume aumentou em 6.
NESP/2017) De um reservatório com formato de parale-
lepípedo reto retângulo, totalmente cheio, foram retirados 04. Resposta:E.
3 m³ de água. Após a retirada, o nível da água restante no São 6 cubos no comprimento: 6⋅5=30
reservatório ficou com altura igual a 1 m, conforme mostra São 4 cubos na largura: 4⋅5=20
a figura. 3 cubos na altura: 3⋅5=15
V=30⋅20⋅15=9000

05. Resposta: C.
V=20⋅15⋅20=6000cm³=6000ml==6 litros

06. Resposta:C.
VA=125cm³
VB=1000cm³

Desse modo, é correto afirmar que a medida da altura


total do reservatório, indicada por h na figura, é, em me-
tros, igual a
(A) 1,8.
(B) 1,75.
(C) 1,7.
(D) 1,65. 180h=2250
(E) 1,6. H=12,5

10. (PREF. DE ITAPEMA/SC – Técnico Contábil – MS- 07. Resposta: C.


CONCURSOS/2016) O volume de um cone circular reto,
cuja altura é 39 cm, é 30% maior do que o volume de um V=10⋅10⋅25=2500 cm³
cilindro circular reto. Sabendo que o raio da base do cone
é o triplo do raio da base do cilindro, a altura do cilindro é: 2500⋅0,2=500cm³ preenchidos.
(A) 9 cm Para terminar de completar o volume:
(B) 30 cm 2500-500=2000 cm³
(C) 60 cm 2000/200=10 copos
(D) 90 cm
08. Resposta: A.
Respostas
A base é um triângulo de base a e altura a
01. Resposta:
Volume cilindro=πr²h

Para que seja igual a V, a altura tem que ser igual a 3h

61
MATEMÁTICA

09. Resposta: E.
V=2,5⋅2⋅1=5m³
Como foi retirado 3m³
5+3=2,5⋅2⋅h
8=5h
H=1,6m

10. Resposta: D.
Cone

Portanto,

Tipos de Matriz
Cilindro Matriz linha
V=Ab.h
V=πr²h Chama-se matriz linha a toda matriz que possui uma
Como o volume do cone é 30% maior: única linha.
117πr²=1,3 πr²h Assim, [2 3 7] é uma matriz do tipo 1 x 3.
H=117/1,3=90
Matriz coluna

Chama-se matriz coluna a toda matriz que possui uma


MATRIZ, DETERMINANTES E SISTEMAS única coluna.
LINEARES
Assim, é uma matriz coluna do tipo 2 x 1.

Matriz
Chama-se matriz do tipo m x n, m ∈N* e n∈N*, a toda Matriz quadrada
tabela de m.n elementos dispostos em m linhas e n colunas.
Indica-se a matriz por uma letra maiúscula e colocar seus Chama-se matriz quadrada a toda matriz que possui
elementos entre parênteses ou entre colchetes como, por número de linhas igual ao número de colunas. Uma matriz
exemplo, a matriz A de ordem 2x3. quadrada A do tipo n x n é dita matriz quadrada de ordem
n e indica-se por An. Exemplo:

Representação da matriz
Forma explicita (ou forma de tabela)
A matriz A é representada indicando-se cada um de Diagonais
seus elementos por uma letra minúscula acompanhada Diagonal principal é a sequência tais que i=j, ou seja,
de dois índices: o primeiro indica a linha a que pertence (a11, a22, a33,..)
o elemento: o segundo indica a coluna a que pertence o Diagonal secundária é a sequência dos elementos tais
elemento, isto é, o elemento da linha i e da coluna j é in- que i+j=n+1, ou seja, (a1n, a2 n-1,...)
dicado por ij.
Assim, a matriz A2 x 3 é representada por:

Forma abreviada
A matriz A é dada por (aij)m x n e por uma lei que fornece
aij em função de i e j.
A=(aij)2 x 2, onde aij=2i+j

62
MATEMÁTICA

Matriz diagonal

Uma matriz quadrada de ordem n(n>1) é chamada de matriz diagonal se, e somen-
te se, todos os elementos que não pertencem à diagonal principal são iguais a zero.

Matriz identidade

Uma matriz quadrada de ordem n(n>1) é chamada de matriz identidade se, e somente se, os elementos da diagonal
principal são iguais a um e os demais são iguais a zero.

Matriz nula

É chamada matriz nula se, e somente se, todos os elementos são iguais a zero.

Matriz Transposta

Dada a matriz A=(aij) do tipo m x n, chama-se matriz transposta de A a matriz do tipo n x m.

Adição de Matrizes

Sejam A= (aij), B=(bij) e C=(cij) matrizes do mesmo tipo m x n. Diz-se que C é a soma de A com B, e indica-se por A+B.
Dada as matrizes:

, portanto
Propriedades da adição
Comutativa: A + B = B + A
Associativa: (A + B) + C = A + (B + C)
Elemento neutro: A + O = O + A = A
Elemento Oposto: A + (-A) = (-A) + A = O
Transposta da soma: (A + B)t = At + Bt

Subtração de matrizes

Sejam A=(aij), B=(bij) e C=(cij), matrizes do mesmo tipo m x n. Diz-se que C é a diferença A-B, se, e somente se, C=A+(-
-B).

63
MATEMÁTICA

Multiplicação de um número por uma matriz Temos que x=3; y=2; z=1; t=1

Considere: Logo,

Determinante
Dada uma matriz quadrada, chama-se determinante o
número real a ela associado.

Cálculo do determinante
Determinante de ordem 1
Multiplicação de matrizes

O produto (linha por coluna) de uma matriz A = (aij)


mxp
por uma matriz B = (bij)p x n é uma matriz C = (cij)m x n,
de modo que cada elemento cij é obtido multiplicando-se
ordenadamente os elementos da linha i de A pelos ele-
mentos da coluna j de B, e somando-se os produtos assim Determinante de ordem 2
obtidos.
Dada as matrizes:
Dada a matriz
O determinante é dado por:

Determinante de ordem 3
Regra 1:

Repete a primeira e a segunda coluna

Matriz Inversa

Seja A uma matriz quadrada de ordem n. Uma matriz B


é chamada inversa de A se, e somente se,

Regra 2

Exemplo:
Determine a matriz inversa de A.

Solução
detA= a11 a22 a33 + a12 a23 a31 + a32 a21 a13 - a31 a22 a13 -a12
Seja
a21 a33 - a32 a23 a11

64
MATEMÁTICA

Sistema de equações lineares Matriz Associada a um Sistema Linear


Um sistema de equações lineares mxn é um conjunto
de m equações lineares, cada uma delas com n incógnitas. Dado o seguinte sistema:

Matriz incompleta

Em que: Classificação

1. Sistema Possível e Determinado

O par ordenado (2, 1) é solução da equação, pois


Sistema Linear 2 x 2

Chamamos de sistema linear 2 x 2 o con­junto de equa-


ções lineares a duas incógnitas, consideradas simultanea-
mente. Como não existe outro par que satisfaça simultane-
Todo sistema linear 2 x 2 admite a forma geral abaixo: amente as duas equações, dizemos que esse sistema é
SPD(Sistema Possível e Determinado), pois possui uma úni-
ca solução.
a1 x + b1 y = c1 2. Sistema Possível e Indeterminado

a2 + b2 y = c2

Sistema Linear 3x3


esse tipo de sistema possui infinitas soluções, os valo-
res de x e y assumem inúmeros valores. Observe o sistema
a seguir, x e y podem assumir mais de um valor, (0,4), (1,3),
(2,2), (3,1) e etc. 

Sistemas Lineares equivalentes 3. Sistema Impossível

Dois sistemas lineares que admitem o mesmo conjunto


solução são ditos equivalentes. Por exemplo:

Não existe um par real que satisfaça simultaneamente


as duas equações. Logo o sistema não tem solução, por-
São equivalentes, pois ambos têm o mesmo conjunto tanto é impossível.
solução S={(1,2)}
Denominamos solução do sistema linear toda sequ- Sistema Escalonado
ência ordenada de números reais que verifica, simultane- Sistema Linear Escalonado é todo sistema no qual as
amente, todas as equações do sistema. incógnitas das equações lineares estão escritas em uma
Dessa forma, resolver um sistema significa encontrar mesma ordem e o 1º coeficiente não-nulo de cada equa-
todas as sequências ordenadas de números reais que satis- ção está à direita do 1º coeficiente não-nulo da equação
façam as equações do sistema. anterior.

65
MATEMÁTICA

Exemplo - Se D ≠ 0, o sistema é possível e determinado.


Sistema 2x2 escalonado. - Se D = 0, o sistema é possível e indeterminado ou
impossível.

Para identificarmos se o sistema é possível, indetermi-


nado ou impossível, devemos conseguir um sistema esca-
Sistema 3x3 lonado equivalente pelo método de eliminação de Gauss.
A primeira equação tem três coeficientes não-nulos, a
segunda tem dois e a terceira, apenas um. Exemplos

- Discutir, em função de a, o sistema:

x + 3 y = 5

Sistema 2x3 2 x + ay = 1

Resolução

1 3
Resolução de um Sistema Linear por Escalonamento
D= = a−6
Podemos transformar qualquer sistema linear em um 2 a
outro equivalente pelas seguintes transformações elemen-
tares, realizadas com suas equações: D = 0⇒ a−6 = 0⇒ a = 6
-trocas as posições de duas equações
-Multiplicar uma das equações por um número real di- Assim, para a ≠ 6, o sistema é possível e determinado.
ferente de 0. Para a ≠ 6, temos:
-Multiplicar uma equação por um número real e adi-
x + 3 y = 5

cionar o resultado a outra equação.
Exemplo
x + 3 y = 5
2 x + 6 y = 1 ~
 ← −2 0 x + 0 y = −9

Que é um sistema impossível.


Inicialmente, trocamos a posição das equações, pois é Assim, temos:
conveniente ter o coeficiente igual a 1 na primeira equação. a ≠ 6 → SPD (Sistema possível e determinado)
a = 6 → SI (Sistema impossível)

Regra de Cramer
Consideramos os sistema . Suponhamos
Depois eliminamos a incógnita x da segunda equação
que a ≠ 0. Observamos que a matriz incompleta desse sis-
Multiplicando a equação por -2:
tema é , cujo determinante é indicado por D =
ad – bc.

Se substituirmos em M a 2ª coluna (dos coeficientes de


Somando as duas equações: y) pela coluna dos coeficientes independentes, obteremos
,cujo determinante é indicado por Dy = af – ce.

Assim, .

Substituindo esse valor de y na 1ª equação de (*) e


Sistemas com Número de Equações Igual ao Núme-
ro de Incógnitas considerando a matriz , cujo determinante é indi-
cado por Dx = ed – bf, obtemos , D ≠ 0.
Quando o sistema linear apresenta nº de equações
igual ao nº de incógnitas, para discutirmos o sistema, ini-
cialmente calculamos o determinante D da matriz dos coe-
ficientes (incompleta), e:

66
MATEMÁTICA

Questões

01. (POLICIA CIENTÍFICA – Perito Criminal –


IBFC/2017) Dadas a matriz e a matriz
, assinale a alternativa que apresenta a matriz
C que representa a soma da matriz A e B, ou seja, C = A + B:

04. (PREF. DE PIRAÚBA/MG – Agente Fiscal de


(D)
Posturas – MSCONCURSOS/2017) Sejam as matrizes
. A matriz A-B é igual a

02. (POLICIA CIENTÍFICA – Perito Criminal –


IBFC/2017) Dadas a matriz e a matriz
, assinale a alternativa que apresenta a matriz C
que representa a subtração da matriz A e B, ou seja, C =
A - B.

05. (UNITINS – Assistente Administrativo – UNI-

TINS/2016) Sejam os determinantes das matrizes

O valor de x²-2xy+y² é
igual a
(A) 8
(B) 6
(C) 4
(D) 2
(E) 0

03. (POLICIA CIENTÍFICA – Perito Criminal –


06. (PREF. DE ITAPEMA/SC – Técnico Contábil – MS-
IBFC/2017) Dada a matriz e a matriz
, assinale a alternativa que apresenta a matriz C CONCURSOS/2016) Sabendo que o determinante da ma-
que representa o produto da matriz A e B, ou seja, C=A*B. triz é 10, então o determinante da matriz

é:

67
MATEMÁTICA

(A) -20 (C) S={(4,0,6)}


(B) -10 (D) S={(3/2 ,6, -7/2)}
(C) 3 (E) Sistema sem solução.
(D) 20
12. (BRDE – Assistente Administrativo – FUNDA-
07. (PREF. DE BIGUAÇU/SC – Professor – UNI- TEC/2015) A solução do sistema linear é:
SUL/2016) Considere
(A) S={(4, ¼)}
(B) S={(3, 3/2 )}
Assinale a alternativa CORRETA: (C) S={(3/2 ,3 )}
(D) S={(3,− 3/2 )}
(A) A + B = 20 (E) S={(1,3/2 )}
(B) A - 3B2 = -51
(C) √2A + 1- 5 = -2 13. (SEDUC/PI – Professor – Matemática – NUCE-
(D) A/B +1 =23 PE/2015) O sistema linear é possível e inde-
(E) 3A -2B + 9 = 25 terminado se:
(A) m ≠ 2 e n = 2 .
(B) m ≠ 1/2 e n = 2 .
08. (PREF. DE TAQUARITUBA/SP – Professor – INS-
(C) m = 2 e n = 2 .
TITUTO EXCELÊNCIA/2016) Dada a matriz , (D) m = 1/2 e n = 2 .
(E) m = 1/2 e n ≠ 2 .
assinale a alternativa que tenha respectivamente os núme-
ros dos elementos a12, a23, a33 e a35. Respostas
(A) 0, 0, 7, 5.
(B) 0, 7, 7, 5. 01. Resposta: E.
(C) 6, 7, 0, 0.
(D) Nenhuma das alternativas.

02. Resposta: E.
09. (MGS – Serviços Técnicos Contábeis – IBFC/2015)
Sejam as matrizes quadradas de e então o valor ordem
e , então o valor do determinante da ma-
triz C = A + B é igual a: 03. Resposta: E.
(A) -2
(B) 2
(C) 6
(D) -6
04. Resposta: A.
10. (PREF. DE SANTO ANDRÉ – Assistente Econômi-
co Financeiro – IBAM/2015) Considere as seguintes ma-
trizes:

05. Resposta:C.
detA=15+10+4x+6+2x-50=-19
Sendo “a” um número real, para que tenhamos A . B = 6x=0
C, o valor da variável “a” deverá ser: X=0
(A) um número inteiro, ímpar e primo.
(B) um número inteiro, par, maior que 1 e menor que 5 detB=0+40-y-0-12y+6=72
(C) um número racional, par, maior que 5 e menor que -13y=26
10. Y=-2
(D) um número natural, impar, maior que 1 e menor X²-2xy+y²=0²-0+4=4
que 5.
06. Resposta: A.
11. (BRDE – Analista de Sistemas – FUNDATE/2015) Observe a primeira coluna: foi multiplicado por 2.
A solução do seguinte sistema linear é: Observe a segunda coluna: foi multiplicada por -1
(A) S={(0,2,-5)} Portanto, fazemos as mesmas operações com o deter-
(B) S={(1,4,1)} minante: 10.2.-1=-20

68
MATEMÁTICA

07. Resposta: B. Substituindo na I


Da primeira matriz, para fazer o determinante, basta 5+z+2(13+2z)+z=10
multiplicar os números da diagonal principal: 5+z+26+4z+z=10
detA=-1⋅3⋅2⋅-4=24 6z=10-31
6z=-21
A matriz B, devemos multiplicar os números da dia- Z=-21/6
gonal secundária e multiplicar ainda por -1(pois, quando Z=-7/2
fazemos determinante, sempre colocamos o menos antes
de fazer a diagonal secundária) X=5+z
detB=-(-1/2⋅1⋅10⋅-1)=-5
Fazendo por alternativa:
A-A+B=20
24-5=20
19=20(F)

(B) A-3B²=-51
24-3⋅(-5)²=-51 12. Resposta: A.
24-75=-51
-51=-51(V)

08. Resposta: A.
A12=0
A23=0
A33=7
A35=5

09. Resposta: D.
Somando as duas equações:
144y=36

-x+28y=3
-x+7=3
-x=3-7
10. Resposta: A. X=4

13. Resposta: D.
Para ser possível e indeterminado, D=Dx=Dy=Dz=0

D=(3m+4m+3)-(3m+6m+2)=0
7m+3-9m-2=0
-2m=-1
m=1/2
a+2=9
a=7

11. Resposta: D.
Da II equação tiramos:
X=5+z (n-4+9)-(-3+6+2n)=0
n+5-2n-3=0
Da III equação: -n=-2
Y=13+2z n=2

69
MATEMÁTICA

Termo Geral da PA
SEQUÊNCIAS, PROGRESSÃO Podemos escrever os elementos da PA(a1, a2, a3, ..., an,...)
ARITMÉTICA E GEOMÉTRICA da seguinte forma:

Sequências
Sempre que estabelecemos uma ordem para os ele-
mentos de um conjunto, de tal forma que cada elemento
seja associado a uma posição, temos uma sequência.
O primeiro termo da sequência é indicado por a1,o se- Observe que cada termo é obtido adicionando-se ao
gundo por a2, e o n-ésimo por an. primeiro número de razões r igual à posição do termo me-
nos uma unidade.
Termo Geral de uma Sequência
Algumas sequências podem ser expressas mediante
uma lei de formação. Isso significa que podemos obter um
termo qualquer da sequência a partir de uma expressão,
que relaciona o valor do termo com sua posição. Soma dos Termos de uma Progressão Aritmética
Para a posição n(n∈N*), podemos escrever an=f(n) Considerando a PA finita (6,10, 14, 18, 22, 26, 30, 34).
6 e 34 são extremos, cuja soma é 40
Progressão Aritmética
Denomina-se progressão aritmética(PA) a sequência
em que cada termo, a partir do segundo, é obtido adicio-
nando-se uma constante r ao termo anterior. Essa constan-
te r chama-se razão da PA. Numa PA finita, a soma de dois termos equidistantes
dos extremos é igual à soma dos extremos.

Soma dos Termos


Exemplo Usando essa propriedade, obtemos a fórmula que per-
A sequência (2,7,12) é uma PA finita de razão 5: mite calcular a soma dos n primeiros termos de uma pro-
gressão aritmética.

Classificação
As progressões aritméticas podem ser classificadas de
acordo com o valor da razão r.
r<0, PA decrescente
r>0, PA crescente
r=0 PA constante

Propriedades das Progressões Aritméticas


-Qualquer termo de uma PA, a partir do segundo, é a
média aritmética entre o anterior e o posterior.

Exemplo
Uma progressão aritmética finita possui 39 termos. O
-A soma de dois termos equidistantes dos extremos é último é igual a 176 e o central e igual a 81. Qual é o pri-
igual à soma dos extremos. meiro termo?
Solução
Como esta sucessão possui 39 termos, sabemos que o
termo central é o a20, que possui 19 termos à sua esquerda
e mais 19 à sua direita. Então temos os seguintes dados
para solucionar a questão:

70
MATEMÁTICA

- Singular: Quando zero é um dos seus termos. Isto


ocorre quando a1 = 0 ou q = 0.

Termo Geral da PG
Pelo exemplo anterior, podemos perceber que cada
Sabemos também que a soma de dois termos equidis- termo é obtido multiplicando-se o primeiro por uma po-
tantes dos extremos de uma P.A. finita é igual à soma dos tência cuja base é a razão. Note que o expoente da razão é
seus extremos. Como esta P.A. tem um número ímpar de igual à posição do termo menos uma unidade.
termos, então o termo central tem exatamente o valor de
metade da soma dos extremos.
Em notação matemática temos:

Portanto, o termo geral é:

Soma dos Termos de uma Progressão Geométrica


Finita
Seja a PG finita de razão q e de soma
dos termos Sn:
1º Caso: q=1

2º Caso: q≠1

Assim sendo:
O primeiro termo desta sucessão é igual a -14.

Progressão Geométrica
Denomina-se progressão geométrica(PG) a sequência Exemplo
em que se obtém cada termo, a partir do segundo, multipli- Dada a progressão geométrica (1, 3, 9, 27,..) calcular:
cando o anterior por uma constante q, chamada razão da PG. a) A soma dos 6 primeiros termos
Exemplo b) O valor de n para que a soma dos n primeiros ter-
Dada a sequência: (4, 8, 16) mos seja 29524

Solução

a)

q=2

Classificação
As classificações geométricas são classificadas assim:
- Crescente: Quando cada termo é maior que o ante-
rior. Isto ocorre quando a1 > 0 e q > 1 ou quando a1 < 0 e
0 < q < 1.
- Decrescente: Quando cada termo é menor que o an- b)
terior. Isto ocorre quando a1 > 0 e 0 < q < 1 ou quando a1
< 0 e q > 1.
- Alternante: Quando cada termo apresenta sinal con-
trário ao do anterior. Isto ocorre quando q < 0.
- Constante: Quando todos os termos são iguais. Isto
ocorre quando q = 1. Uma PG constante é também uma PA
de razão r = 0. A PG constante é também chamada de PG
estacionaria.

71
MATEMÁTICA

Soma dos Termos de uma Progressão Geométrica 04. (FCEP – Técnico Artístico – AMAUC/2017) Consi-
Infinita dere a equação do 1º grau: 2(x - 2) = 3(x/3 + 4) . A raiz da
1º Caso:-1<q<1 equação é o segundo termo de uma Progressão Aritmética
(P.A.). O primeiro termo da P.A. corresponde aos 3/4 da raiz
da equação. O valor do décimo termo da P.A. é:
(A) 48
(B) 36
Quando a PG infinita possui soma finita, dizemos que a (C) 32
série é convergente. (D) 28
(E) 24
2º Caso:
A PG infinita não possui soma finita, dizemos que a sé- 05. (ARTESP – Agente de Fiscalização à Regulação
rie é divergente de Transporte – FCC/2017) Em um experimento, uma
planta recebe a cada dia 5 gotas a mais de água do que
3º Caso: havia recebido no dia anterior. Se no 65° dia ela recebeu
Também não possui soma finita, portanto divergente 374 gotas de água, no 1° dia do experimento ela recebeu
(A) 64 gotas.
Produto dos termos de uma PG finita (B) 49 gotas.
(C) 59 gotas.
(D) 44 gotas.
(E) 54 gotas.
Questões
06. (ARTESP – Agente de Fiscalização à Regulação
01. (PETROBRAS - Técnico de Enfermagem do Tra- de Transporte – FCC/2017) Mantido o mesmo padrão na
balho Júnior -CESGRANRIO/2017) A soma dos n pri- sequência infinita 5, 6, 7, 8, 9, 7, 8, 9, 10, 11, 9, 10, 11, 12,
meiros termos de uma progressão geométrica é dada por 13, 11, 12, 13, 14, 15, . . . , a soma do 19° e do 31° termos
é igual a
(A) 42.
(B) 31.
Quanto vale o quarto termo dessa progressão geomé-
(C) 33.
trica?
(D) 39.
(E) 36.
(A) 1
(B) 3
07. (POLICIA CIENTIFICA/PR – Auxiliar de Necropsia
(C) 27
– IBFC/2017) Considere a seguinte progressão aritmética:
(D) 39
(23, 29, 35, 41, 47, 53, ...)
(E) 40
Desse modo, o 83.º termo dessa sequência é:
02. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017)  Para (A) 137
que a sequência (4x-1 , x² -1, x - 4) forme uma progressão (B) 455
aritmética, x pode assumir, dentre as possibilidades abaixo, (C) 500
o valor de (D) 515
(A) -0,5. (E) 680
(B) 1,5.
(C) 2. 08. (CEGAS – Assistente Técnico – IES/2017) Deter-
(D) 4. mine o valor do nono termo da seguinte progressão geo-
(E) 6. métrica (1, 2, 4, 8, ...):
(A) 438
03. (IBGE – Agente Censitário Municipal e Supervi- (B) 512
sor – FGV/2017) O valor da expressão (C) 256
(D) 128
2(1 - 2 + 3 - 4 + 5 - 6 + 7- ... + 2015 - 2016 + 2017) é:
09. (CRF/MT – Agente Administrativo – QUA-
(A)2014; DRIX/2017) Maria criou uma conta no Instagram. No
(B) 2016; mesmo dia, quatro pessoas começaram a segui-la. Após
(C) 2018; 1 dia, ela já tinha 21 seguidores e após 2 dias, já eram 38
(D) 2020; seguidores. Maria percebeu que, a cada dia, ela ganhava 17
(E) 2022. seguidores. Mantendo-se essa tendência, ela ultrapassará a
barreira de 1.000 seguidores após:

72
MATEMÁTICA

(A) 57 dias.
(B) 58 dias.
(C) 59 dias.
(D) 60 dias. Para a sequência par:
(E) 61 dias. -2016=-2+(n-1)⋅(-2)
-2016=-2-2n+2
10.. (PREF. DE CHOPINZINHO – Procurador Munici- 2n=2016
pal – FAU/2016) Com base na sequência numérica a seguir N=1008
determine o sexto termo da sequência:
196 ;169 ;144 ;121 ; ...
(A) 115.
(B) 100.
(C) 81.
(D) 69.
(E) 49. 1018081-1017072=1009
2⋅1009=2018
Respostas
04. Resposta: A.
01.Resposta: A. Raiz da equação:
2x-4=x+12
X=16 é 0 segundo termo da PA
Primeiro termo:

PA
Como S3 é a soma dos 3 primeiros e S4 é a soma dos 4 (12,16,...)
primeiros termos, se subtrairmos um do outro, obteremos R=16-12=4
o 4º termo.

02. Resposta: B.
Para ser uma PA: =48
X²-1-(4x-1)=x-4-(x²-1)
X²-1-4x+1=x-4-x²+1 05. Resposta: E.
X²+x²-4x-x-3=0
2x²-5x-3=0
∆=25-24=1

A1=374-320
A1=54

06. Resposta: B.
Observe os números em negrito:
9, 11, 13, 15,...
03. Resposta: C. São os números ímpares, a partir do 9 e a cada 5 nú-
Os termos ímpares formam uma PA de razão 2 e são os meros.
números ímpares. Ou seja, o 9 está na posição 5
Os termos pares formam uma PA de razão -2 O 11 está na posição 10 e assim por diante.
Vamos descobrir quantos termos há: O 19º termo, já temos na sequência que é o 14
Seguindo os termos:
2017=1+(n-1)⋅2 25º termo é o 17
2017=1+2n-2 30º termo é 19
2017=-1+2n Como o número seguinte a esses, abaixa duas unida-
2n=2018 des
n=1009 O 31º termo é o 17.
14+17=31

73
MATEMÁTICA

07. Resposta: D. Desconto


Observe a razão: 29-23=6 No caso de haver um decréscimo, o fator de multipli-
A83=a1+82r cação será:
A83=23+82⋅6     Fator de Multiplicação =  1 - taxa de desconto (na
A83=23+492 forma decimal)
A83=515     Veja a tabela abaixo:
Fator de
Desconto
08. Resposta: C. Multiplicação
Q=2 10% 0,90
25% 0,75
34% 0,66
60% 0,40
90% 0,10

    Exemplo: Descontando 10% no valor de R$10,00 te-


09. Resposta: C. mos: 
1000=21+17(n-1)
1000=21+17n-17
1004=17n
N=59 Chamamos de lucro em uma transação comercial de
compra e venda a diferença entre o preço de venda e o
10. Resposta: C. preço de custo.
A sequência tem como base os quadrados perfeitos Lucro=preço de venda -preço de custo
14, 13, 12, 11, 10, 9
Portanto o 6º termo é o 9²=81 Podemos expressar o lucro na forma de porcentagem
de duas formas:

PORCENTAGEM

Porcentagem é uma fração cujo denominador é 100,


seu símbolo é (%). Sua utilização está tão disseminada que
a encontramos nos meios de comunicação, nas estatísticas, (DPE/RR – Analista de Sistemas – FCC/2015) Em sala
em máquinas de calcular, etc. de aula com 25 alunos e 20 alunas, 60% desse total está
com gripe. Se x% das meninas dessa sala estão com gripe,
Os acréscimos e os descontos é importante saber por- o menor valor possível para x é igual a
que ajuda muito na resolução do exercício. (A) 8.
(B) 15.
Acréscimo (C) 10.
Se, por exemplo, há um acréscimo de 10% a um deter- (D) 6.
minado valor, podemos calcular o novo valor apenas multi- (E) 12.
plicando esse valor por 1,10, que é o fator de multiplicação.
Se o acréscimo for de 20%, multiplicamos por 1,20, e assim Resolução
por diante. Veja a tabela abaixo: 45------100%
X-------60%
X=27
Acréscimo ou Lucro Fator de Multiplicação
10% 1,10 O menor número de meninas possíveis para ter gripe
15% 1,15 é se todos os meninos estiverem gripados, assim apenas 2
20% 1,20 meninas estão.
47% 1,47
67% 1,67
 
    Exemplo: Aumentando 10% no valor de R$10,00 te-
mos:  Resposta: C.

74
MATEMÁTICA

Questões

01. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária


- MSCONCURSOS/2017) Um aparelho de televisão que
custa R$1600,00 estava sendo vendido, numa liquidação,
com um desconto de 40%. Marta queria comprar essa te-
levisão, porém não tinha condições de pagar à vista, e o Assim, uma partilha boa seria se André, Beatriz e Clari-
vendedor propôs que ela desse um cheque para 15 dias, ce recebessem, respectivamente,
pagando 10% de juros sobre o valor da venda na liquida- (A) o bracelete, os brincos e o colar.
ção. Ela aceitou e pagou pela televisão o valor de: (B) os brincos, o colar e o bracelete.
(A) R$1120,00 (C) o colar, o bracelete e os brincos.
(D) o bracelete, o colar e os brincos.
(B) R$1056,00
(E) o colar, os brincos e o bracelete.
(C) R$960,00
(D) R$864,00
04. (UTFPR – Técnico de Tecnologia da Informação
– UTFPR/2017) Um retângulo de medidas desconhecidas
02. (TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) A equipe de foi alterado. Seu comprimento foi reduzido e passou a ser
segurança de um Tribunal conseguia resolver mensalmen- 2/ 3 do comprimento original e sua largura foi reduzida e
te cerca de 35% das ocorrências de dano ao patrimônio passou a ser 3/ 4 da largura original.
nas cercanias desse prédio, identificando os criminosos e Pode-se afirmar que, em relação à área do retângulo
os encaminhando às autoridades competentes. Após uma original, a área do novo retângulo:
reestruturação dos procedimentos de segurança, a mes- (A) foi aumentada em 50%.
ma equipe conseguiu aumentar o percentual de resolução (B) foi reduzida em 50%.
mensal de ocorrências desse tipo de crime para cerca de (C) aumentou em 25%.
63%. De acordo com esses dados, com tal reestruturação, (D) diminuiu 25%.
a equipe de segurança aumentou sua eficácia no combate (E) foi reduzida a 15%.
ao dano ao patrimônio em
(A) 35%. 05. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE-
(B) 28%. GO/2017) Paulo, dono de uma livraria, adquiriu em uma
(C) 63%. editora um lote de apostilas para concursos, cujo valor uni-
(D) 41%. tário original é de R$ 60,00. Por ter cadastro no referido
(E) 80%. estabelecimento, ele recebeu 30% de desconto na compra.
Para revender os materiais, Paulo decidiu acrescentar 30%
03. (TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) Três ir- sobre o valor que pagou por cada apostila. Nestas condi-
mãos, André, Beatriz e Clarice, receberam de uma tia he- ções, qual será o lucro obtido por unidade?
rança constituída pelas seguintes joias: um bracelete de (A) R$ 4,20.
ouro, um colar de pérolas e um par de brincos de diamante. (B) R$ 5,46.
A tia especificou em testamento que as joias não deveriam (C) R$ 10,70.
ser vendidas antes da partilha e que cada um deveria ficar (D) R$ 12,60.
(E) R$ 18,00.
com uma delas, mas não especificou qual deveria ser dada
a quem. O justo, pensaram os irmãos, seria que cada um
06. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE-
recebesse cerca de 33,3% da herança, mas eles achavam GO/2017) Joana foi fazer compras. Encontrou um vestido
que as joias tinham valores diferentes entre si e, além disso, de R$ 150,00 reais. Descobriu que se pagasse à vista teria
tinham diferentes opiniões sobre seus valores. Então, deci- um desconto de 35%. Depois de muito pensar, Joana pa-
diram fazer a partilha do seguinte modo: gou à vista o tal vestido. Quanto ela pagou?
(A) R$ 120,00 reais
− Inicialmente, sem que os demais vissem, cada um (B) R$ 112,50 reais
deveria escrever em um papel três porcentagens, indican- (C) R$ 127,50 reais
do sua avaliação sobre o valor de cada joia com relação ao (D) R$ 97,50 reais
valor total da herança. (E) R$ 90 reais

− A seguir, todos deveriam mostrar aos demais suas 07. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VU-
avaliações. NESP/2017) A empresa Alfa Sigma elaborou uma previsão
de receitas trimestrais para 2018. A receita prevista para o
− Uma partilha seria considerada boa se cada um deles primeiro trimestre é de 180 milhões de reais, valor que é
recebesse uma joia que avaliou como valendo 33,3% da 10% inferior ao da receita prevista para o trimestre seguin-
herança toda ou mais. te. A receita prevista para o primeiro semestre é 5% inferior
à prevista para o segundo semestre. Nessas condições, é
As avaliações de cada um dos irmãos a respeito das correto afirmar que a receita média trimestral prevista para
joias foi a seguinte: 2018 é, em milhões de reais, igual a

75
MATEMÁTICA

(A) 200. 03. Resposta: D.


(B) 203. Clarice obviamente recebeu o brinco.
(C) 195. Beatriz recebeu o colar porque foi o único que ficou
(D) 190. acima de 30% e André recebeu o bracelete.
(E) 198.
04. Resposta: B.
08. (CRM/MG – Técnico em Informática- FUN- A=b⋅h
DEP/2017) Veja, a seguir, a oferta da loja Magazine Bom
Preço: Portanto foi reduzida em 50%
Aproveite a Promoção! 05. Resposta: D.
Forno Micro-ondas Como ele obteve um desconto de 30%, pagou 70% do
De R$ 720,00
valor:
Por apenas R$ 504,00
60⋅0,7=42
Ele revendeu por:
Nessa oferta, o desconto é de:
42⋅1,3=54,60
(A) 70%.
(B) 50%. Teve um lucro de: 54,60-42=12,60
(C) 30%.
(D) 10%. 06. Resposta: D.
Como teve um desconto de 35%. Pagou 65%do vestido
09 (CODAR – Recepcionista – EXATUS/2016) Consi- 150⋅0,65=97,50
dere que uma caixa de bombom custava, em novembro, R$
8,60 e passou a custar, em dezembro, R$ 10,75. O aumento 07. Resposta: C.
no preço dessa caixa de bombom foi de: Como a previsão para o primeiro trimestre é de 180
(A) 30%. milhões e é 10% inferior, no segundo trimestre temos uma
(B) 25%. previsão de
(C) 20%. 180-----90%
(D) 15% x---------100
x=200
10. (ANP – Técnico em Regulação de Petróleo e De-
rivados – CESGRANRIO/2016) Um grande tanque estava 200+180=380 milhões para o primeiro semestre
vazio e foi cheio de óleo após receber todo o conteúdo de 380----95
12 tanques menores, idênticos e cheios. x----100
Se a capacidade de cada tanque menor fosse 50% x=400 milhões
maior do que a sua capacidade original, o grande tanque
seria cheio, sem excessos, após receber todo o conteúdo Somando os dois semestres: 380+400=780 milhões
de 780/4trimestres=195 milhões
(A) 4 tanques menores
(B) 6 tanques menores 08. Resposta: C.
(C) 7 tanques menores
(D) 8 tanques menores
(E) 10 tanques menores

Respostas
Ou seja, ele pagou 70% do produto, o desconto foi de
01. Resposta:B. 30%.
Como teve um desconto de 40%, pagou 60% do pro-
duto. OBS: muito cuidado nesse tipo de questão, para não
errar conforme a pergunta feita.
1600⋅0,6=960
Como vai pagar 10% a mais: 09. Resposta: B.
960⋅1,1=1056 8,6(1+x)=10,75
8,6+8,6x=10,75
02. Resposta: E. 8,6x=10,75-8,6
63/35=1,80 8,6x=2,15
Portanto teve um aumento de 80%. X=0,25=25%

76
MATEMÁTICA

10. Resposta: D. J = juros


50% maior quer dizer que ficou 1,5 M=C+C.i.n
Quantidade de tanque: x M=C(1+i.n)
A quantidade que aumentaria deve ficar igual a 12 tan-
ques Juros Simples
1,5x=12 Chama-se juros simples a compensação em dinheiro
X=8 pelo empréstimo de um capital financeiro, a uma taxa com-
binada, por um prazo determinado, produzida exclusiva-
mente pelo capital inicial.
Em Juros Simples a remuneração pelo capital inicial
aplicado é diretamente proporcional ao seu valor e ao tem-
JUROS SIMPLES E COMPOSTOS
po de aplicação.
A expressão matemática utilizada para o cálculo das
situações envolvendo juros simples é a seguinte:
Matemática Financeira J = C i n, onde:
A Matemática Financeira possui diversas aplicações J = juros
no atual sistema econômico. Algumas situações estão pre- C = capital inicial
sentes no cotidiano das pessoas, como financiamentos i = taxa de juros
de casa e carros, realizações de empréstimos, compras a n = tempo de aplicação (mês, bimestre, trimestre, se-
crediário ou com cartão de crédito, aplicações financeiras, mestre, ano...)
investimentos em bolsas de valores, entre outras situações. Observação importante: a taxa de juros e o tempo de
Todas as movimentações financeiras são baseadas na esti- aplicação devem ser referentes a um mesmo período. Ou
pulação prévia de taxas de juros. Ao realizarmos um em- seja, os dois devem estar em meses, bimestres, trimestres,
préstimo a forma de pagamento é feita através de presta- semestres, anos... O que não pode ocorrer é um estar em
ções mensais acrescidas de juros, isto é, o valor de quitação meses e outro em anos, ou qualquer outra combinação de
do empréstimo é superior ao valor inicial do empréstimo. A períodos.
essa diferença damos o nome de juros. Dica: Essa fórmula J = C i n, lembra as letras das pala-
vras “JUROS SIMPLES” e facilita a sua memorização.
Capital Outro ponto importante é saber que essa fórmula
O Capital é o valor aplicado através de alguma opera- pode ser trabalhada de várias maneiras para se obter cada
ção financeira. Também conhecido como: Principal, Valor um de seus valores, ou seja, se você souber três valores,
Atual, Valor Presente ou Valor Aplicado. Em inglês usa-se poderá conseguir o quarto, ou seja, como exemplo se você
Present Value (indicado pela tecla PV nas calculadoras fi- souber o Juros (J), o Capital Inicial (C) e a Taxa (i), poderá
nanceiras). obter o Tempo de aplicação (n). E isso vale para qualquer
combinação.
Taxa de juros e Tempo
    A taxa de juros indica qual remuneração será paga Exemplo
ao dinheiro emprestado, para um determinado período. Maria quer comprar uma bolsa que custa R$ 85,00 à
Ela vem normalmente expressa da forma percentual, em vista. Como não tinha essa quantia no momento e não
seguida da especificação do período de tempo a que se queria perder a oportunidade, aceitou a oferta da loja de
refere: pagar duas prestações de R$ 45,00, uma no ato da compra
8 % a.a. - (a.a. significa ao ano). e outra um mês depois. A taxa de juros mensal que a loja
10 % a.t. - (a.t. significa ao trimestre). estava cobrando nessa operação era de:
    Outra forma de apresentação da taxa de juros é a (A) 5,0%
unitária, que é igual a taxa percentual dividida por 100, sem (B) 5,9%
o símbolo %: (C) 7,5%
0,15 a.m. - (a.m. significa ao mês). (D) 10,0%
0,10 a.q. - (a.q. significa ao quadrimestre) (E) 12,5%
Resposta Letra “e”.
Montante
Também conhecido como valor acumulado é a soma O juros incidiu somente sobre a segunda parcela, pois
do  Capital Inicial com o juro produzido em determina- a primeira foi à vista. Sendo assim, o valor devido seria
do tempo.  R$40 (85-45) e a parcela a ser paga de R$45.
Essa fórmula também será amplamente utilizada para Aplicando a fórmula M = C + J:
resolver questões. 45 = 40 + J
M=C+J J=5
M = montante Aplicando a outra fórmula J = C i n:
C = capital inicial 5 = 40 X i X 1
i = 0,125 = 12,5%

77
MATEMÁTICA

Juros Compostos 02. (FUNAPEP - Analista em Gestão Previdenciária-


o juro de cada intervalo de tempo é calculado a partir -FCC/2017) João emprestou a quantia de R$ 23.500,00 a seu
do saldo no início de correspondente intervalo. Ou seja: o filho Roberto. Trataram que Roberto pagaria juros simples
juro de cada intervalo de tempo é incorporado ao capital de 4% ao ano. Roberto pagou esse empréstimo para seu pai
inicial e passa a render juros também. após 3 anos. O valor total dos juros pagos por Roberto foi
(A) 3.410,00.
Quando usamos juros simples e juros compostos? (B) R$ 2.820,00.
(C) R$ 2.640,00.
 A maioria das operações envolvendo dinheiro uti- (D) R$ 3.120,00.
liza juros compostos. Estão incluídas: compras a médio e (E) R$ 1.880,00.
longo prazo, compras com cartão de crédito, empréstimos
bancários, as aplicações financeiras usuais como Caderneta 03. (IFBAIANO – Técnico em Contabilidade –
de Poupança e aplicações em fundos de renda fixa, etc. Ra- FCM/2017) O montante acumulado ao final de 6 meses e
os juros recebidos a partir de um capital de 10 mil reais, com
ramente encontramos uso para o regime de juros simples:
uma taxa de juros de 1% ao mês, pelo regime de capitaliza-
é o caso das operações de curtíssimo prazo, e do processo
ção simples, é de
de desconto simples de duplicatas.
(A) R$ 9.400,00 e R$ 600,00.
O cálculo do montante é dado por:
(B) R$ 9.420,00 e R$ 615,20.
(C) R$ 10.000,00 e R$ 600,00.
(D) R$ 10.600,00 e R$ 600,00.
(E) R$ 10.615,20 e R$ 615,20.
Exemplo 04. (CEGAS – Assistente Técnico – IESES/2017) O valor
Calcule o juro composto que será obtido na aplicação dos juros simples em uma aplicação financeira de $ 3.000,00
de R$25000,00 a 25% ao ano, durante 72 meses feita por dois trimestres a taxa de 2% ao mês é igual a:
C=25000 (A) $ 360,00
i=25%aa=0,25 (B) $ 240,00
i=72 meses=6 anos (C) $ 120,00
(D) $ 480,00

05. (IPRESB/SP - Analista de Processos Previdenci-


ários- VUNESP/2017) Um capital foi aplicado a juros sim-
ples, com taxa de 9% ao ano, durante 4 meses. Após esse
período, o montante (capital + juros) resgatado foi de R$
2.018,80. O capital aplicado era de
(A) R$ 2.010,20.
(B) R$ 2.000,00.
(C) R$ 1.980,00.
(D) R$ 1.970,40.
M=C+J (E) R$ 1.960,00.
J=95367,50-25000=70367,50
06. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE-
GO/2017) Em um investimento no qual foi aplicado o valor
de R$ 5.000,00, em um ano foi resgatado o valor total de R$
Questões
9.200,00. Considerando estes apontamentos e que o rendi-
mento se deu a juros simples, é verdadeiro afirmar que a
01. (TRE/PR – Analista Judiciário – FCC/2017) Uma taxa mensal foi de:
geladeira está sendo vendida nas seguintes condições: (A) 1,5%
− Preço à vista = R$ 1.900,00; (B) 2 %
− Condições a prazo = entrada de R$ 500,00 e paga- (C) 5,5%
mento de uma parcela de R$ 1.484,00 após 60 dias da data (D) 6%
da compra. (E) 7%
A taxa de juros simples mensal cobrada na venda a
prazo é de 07. (UFES – Assistente em Administração –
(A) 1,06% a.m. UFES/2017) No regime de juros simples, os juros em cada
(B) 2,96% a.m. período de tempo são calculados sobre o capital inicial. Um
(C) 0,53% a.m. capital inicial C0 foi aplicado a juros simples de 3% ao mês.
(D) 3,00% a.m. Se Cn é o montante quando decorridos n meses, o menor
(E) 6,00% a.m. valor inteiro para n, tal que Cn seja maior que o dobro de
C0, é

78
MATEMÁTICA

(A) 30 com a instituição financeira credora para pagá-la 90 dias


(B) 32 após a data do vencimento. Sabendo que a taxa de juros
(C) 34 compostos cobrada pela instituição financeira foi 3% ao
(D) 36 mês, o valor pago pela empresa, desprezando-se os centa-
(E) 38 vos, foi, em reais,
(A) 163.909,00.
08. (PREF. DE NITERÓI/RJ – Agente Fazendário – (B) 163.500,00.
(C) 154.500,00.
FGV/2016) Para pagamento de boleto com atraso em pe-
(D) 159.135,00.
ríodo inferior a um mês, certa instituição financeira cobra,
sobre o valor do boleto, multa de 2% mais 0,4% de juros de 13. (FUNAPE – Analista em Gestão Previdenciária –
mora por dia de atraso no regime de juros simples. Um bo- FCC/2017) O montante de um empréstimo de 4 anos da
leto com valor de R$ 500,00 foi pago com 18 dias de atraso. quantia de R$ 20.000,00, do qual se cobram juros compos-
O valor total do pagamento foi: tos de 10% ao ano, será igual a
(A) R$ 542,00; (A) R$ 26.000,00.
(B) R$ 546,00; (B) R$ 28.645,00.
(C) R$ 548,00; (C) R$ 29.282,00.
(D) R$ 552,00; (D) R$ 30.168,00.
(E) R$ 554,00. (E) R$ 28.086,00.

09. (CASAN – Assistente Administrativo – INSTITU- 14. (IFBAIANO - Técnico em Contabilidade-


TO AOCP/2016) Para pagamento um mês após a data da FCM/2017) A empresa Good Finance aplicou em uma
renda fixa um capital de 100 mil reais, com taxa de juros
compra, certa loja cobrava juros de 25%. Se certa merca-
compostos de 1,5% ao mês, para resgate em 12 meses. O
doria tem preço a prazo igual a R$ 1500,00, o preço à vista valor recebido de juros ao final do período foi de
era igual a (A) R$ 10.016,00.
(A) R$ 1200,00. (B) R$ 15.254,24.
(B) R$ 1750,00. (C) R$ 16.361,26.
(C) R$ 1000,00. (D) R$ 18.000,00.
(D) R$ 1600,00. (E) R$ 19.561,82.
(E) R$ 1250,00.
15. (POLICIA CIENTIFICA – Perito Criminal –
10. (CASAN – Técnico de Laboratório – INSTITUTO IBFC/2017) Assinale a alternativa correta. Uma empresa
AOCP/2016) A fatura de um certo cartão de crédito cobra recebeu um empréstimo bancário de R$ 120.000,00 por 1
juros de 12% ao mês por atraso no pagamento. Se uma ano, pagando o montante de R$ 180.000,00. A taxa anual
fatura de R$750,00 foi paga com um mês de atraso, o valor de juros desse empréstimo foi de:
(A) 0,5% ao ano
pago foi de
(B) 5 % ao ano
(A) R$ 970,00. (C) 5,55 % ao ano
(B) R$ 777,00. (D) 150% ao ano
(C) R$ 762,00. (E) 50% ao ano
(D) R$ 800,00.
(E) R$ 840,00. Respostas

11. (DPE/PR – Contador – INAZ DO PARÁ/2017) Em 01. Resposta: D.


15 de junho de 20xx, Severino restituiu R$ 2.500,00 do seu J=500+1484-1900=84
imposto de renda. Como estava tranquilo financeiramente, C=1900-500=1400
resolveu realizar uma aplicação financeira para retirada em J=Cin
15/12/20xx, período que vai realizar as compras de natal. A 84=1400.i.2
uma taxa de juros de 3% a.m., qual é o montante do capital, I=0,03=3%
sabendo-se que a capitalização é mensal:
02. Resposta: B.
(A) R$ 2.985,13
J=Cin
(B) R$ 2.898,19 J=23500⋅0,04⋅3
(C) R$ 3.074,68 J= 2820
(D) R$ 2.537,36
(E) R$ 2.575,00 03. Resposta: D.
J=Cin
12. (TRE/PR – Analista Judiciário- FCC/2017) A Cia. J=10000⋅0,01⋅6=600
Escocesa, não tendo recursos para pagar um empréstimo M=C+J
de R$ 150.000,00 na data do vencimento, fez um acordo M=10000+600=10600

79
MATEMÁTICA

04. Resposta: A. 13. Resposta: C.


2 trimestres=6meses M=C(1+i)t
J=Cin M=20000(1+0,1)4
J=3000⋅0,02⋅6 M=20000⋅1,4641=29282
J=360
14. Resposta: E.
05. Resposta: E. J=Cin
4meses=1/3ano J=10000⋅0,015⋅12=18000
M=C(1+in)
2018,80=C(1+0,09⋅1/3) Não, ninguém viu errado.
2018,80=C+0,03C Como ficaria muito difícil de fazer sem calculadora, a
1,03C=2018,80 tática é fazer o juro simples, e como sabemos que o com-
C=1960 posto vai dar maior que esse valor, só nos resta a alterna-
tiva E. Você pode se perguntar, e se houver duas alternati-
06. Resposta: E. vas com números maiores? Olha pessoal, não creio que a
M=C(1+in) banca fará isso, e sim que eles fizeram mais para usar isso
9200=5000(1+12i) mesmo.
9200=5000+60000i
4200=60000i 15. Resposta: E.
I=0,07=7% M=C(1+i)t
180000=120000(1+i)
07. Resposta: C. 180000=120000+120000i
M=C(1+in) 60000=120000i
Cn=Co(1+0,03n) i=0,5=50%
2Co=Co(1+0,03n)
2=1+0,03n
1=0,03n
N=33,33 TAXAS DE JUROS, DESCONTO,
Ou seja, maior que 34 EQUIVALÊNCIA DE CAPITAIS, ANUIDADES E
SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO
08. Resposta: C.
M=C(1+in)
C=500+500x0,02=500+10=510
M=510(1+0,004x18) Podemos definir a taxa nominal como aquela em que
M=510(1+0,072)=546,72 a unidade de referência do seu tempo não coincide com a
unidade de tempo dos períodos de capitalização. É usada
09. Resposta: A. no mercado financeiro, mas para cálculo deve-se encontrar
M=C(1+in) a taxa efetiva. Por exemplo, a taxa nominal de 12% ao ano,
1500=C(1+0,25x1) capitalizada mensalmente, resultará em uma taxa mensal
1500=C(1,25) de 1% ao mês. Entretanto, quando esta taxa é capitalizada
C=1500/1,25 pelo regime de juros compostos, teremos uma taxa efetiva
C=1200 de 12,68% ao ano.

10. Resposta: E. Taxa Nominal


M=C(1+in) A taxa nominal de juros relativa a uma operação finan-
M=750(1+0,12) ceira pode ser calculada pela expressão:
M=750x1,12=840 Taxa nominal = Juros pagos / Valor nominal do emprés-
timo
11. Resposta: A.
D junho a dezembro: 6 meses Assim, por exemplo, se um empréstimo de $100.000,00,
M=C(1+i)t deve ser quitado ao final de um ano, pelo valor monetário
M=2500(1+0,03)6 de $150.000,00, a taxa de juros nominal será dada por:
M=2500⋅1,194=2985 Juros pagos = Jp = $150.000 – $100.000 = $50.000,00
Taxa nominal = in = $50.000 / $100.000 = 0,50 = 50%
12. Resposta: A.
90 dias=3 meses Sem dúvida, se tem um assunto que gera muita con-
M=C(1+i)t fusão na Matemática Financeira são os conceitos de taxa
M=150000(1+0,03)3 nominal, taxa efetiva e taxa equivalente. Até na esfera judi-
M=150000⋅1,092727=163909,05 cial esses assuntos geram muitas dúvidas nos cálculos de
Desprezando os centavos: 163909 empréstimos, financiamentos, consórcios  e etc.

80
MATEMÁTICA

Vamos tentar esclarecer esses conceitos, que na maio- NOTA: Para comprovar que a taxa de 0,948% a.m é
ria das vezes nos livros e apostilas disponíveis no mercado, equivalente a taxa de 12% a.a, basta calcular o montante
não são apresentados de uma maneira clara. utilizando a taxa anual, neste caso  teremos que transfor-
Temos a chamada taxa de juros nominal, quando esta mar 18 (dezoito) meses em anos para fazer o cálculo, ou
não é realmente a taxa utilizada para o cálculo dos juros seja : 18: 12 = 1,5 ano. Assim:
(é uma taxa “sem efeito”). A capitalização (o prazo de for- M = c (1 + i)n
mação e incorporação de juros ao capital inicial) será dada M = 1000 (1 + 0,12) 1,5 = 1.000 x  1,185297
através de outra  taxa,  numa unidade de tempo diferente, M = 1.185,29
taxa efetiva.  
Como calcular a taxa que realmente vai ser utilizada; Conclusões:
isto é, a taxa efetiva? - A taxa nominal é 12% a.a, pois não foi aplicada no
Vamos acompanhar através do exemplo cálculo do montante. Normalmente a taxa nominal vem
sempre ao ano!
Taxa Efetiva - A taxa efetiva mensal, como o próprio nome diz, é
Calcular o montante de um capital de R$ 1.000,00 (mil aquela que foi utilizado para cálculo do montante. Pode
reais), aplicados durante 18 (dezoito) meses, capitalizados ser uma taxa proporcional mensal (1 % a.m.) ou uma taxa
mensalmente, a uma taxa de 12% a.a. Explicando o que é equivalente mensal (0,949 % a.m.).
taxa Nominal, efetiva mensal e equivalente mensal: - Qual a taxa efetiva mensal que devemos utilizar? Em
Respostas e soluções: se tratando de concursos públicos, a grande maioria das
1) A taxa Nominal é 12% a.a; pois o capital não vai ser bancas examinadoras utilizam a convenção da taxa propor-
capitalizado com a taxa anual. cional. Em se tratando do mercado financeiro, utiliza-se a
2) A taxa efetiva mensal a ser utilizada depende de convenção de taxa equivalente.
duas convenções: taxa proporcional mensal ou taxa equi-
valente mensal. Taxa Equivalente
a) Taxa proporcional mensal (divide-se a taxa anual por Taxas Equivalentes são taxas que quando aplicadas ao
12): 12%/12 = 1% a.m. mesmo capital, num mesmo intervalo de tempo, produzem
b) Taxa equivalente mensal (é aquela que aplicado aos montantes iguais. Essas taxas devem ser observadas com
R$ 1.000,00, rende os mesmos juros que a taxa anual apli- muita atenção, em alguns financiamentos de longo prazo,
cada nesse mesmo capital). somos apenas informados da taxa mensal de juros e não
  tomamos conhecimento da taxa anual ou dentro do pe-
Cálculo da taxa equivalente mensal: ríodo estabelecido, trimestre, semestre entre outros. Uma
expressão matemática básica e de fácil manuseio que nos
fornece a equivalência de duas taxas é: 
1 + ia = (1 + ip)n, onde: 
ia = taxa anual 
onde: ip = taxa período
iq : taxa equivalente para o prazo que eu quero n: número de períodos 
it : taxa para o prazo que eu tenho
q : prazo que eu quero Observe alguns cálculos: 
t : prazo que eu tenho
Exemplo 1
Qual a taxa anual de juros equivalente a 2% ao mês?
Temos que: 2% = 2/100 = 0,02 
  1 + ia = (1 + 0,02)12 
1 + ia = 1,0212
iq = 0,009489 a.m  ou  iq = 0,949 % a.m. 1 + ia = 1,2682 
3) Cálculo do montante pedido, utilizando a taxa efe- ia = 1,2682 – 1 
tiva mensal ia = 0,2682 
ia = 26,82% 
a) pela convenção da taxa proporcional: A taxa anual de juros equivalente a 2% ao mês é de
M = c (1 + i)n 26,82%. 
M = 1000 (1 + 0,01) 18 = 1.000 x  1,196147
M = 1.196,15 As pessoas desatentas poderiam pensar que a taxa
  anual nesse caso seria calculada da seguinte forma: 2% x
b) pela convenção da taxa equivalente: 12 = 24% ao ano. Como vimos, esse tipo de cálculo não
procede, pois a taxa anual foi calculada de forma correta e
M = c (1 + i)n corresponde a 26,82% ao ano, essa variação ocorre porque
M = 1000 (1 + 0,009489) 18 = 1.000 x  1,185296 temos que levar em conta o andamento dos juros compos-
M = 1.185,29 tos ( juros sobre juros). 

81
MATEMÁTICA

Taxa Real
A taxa real expurga o efeito da inflação. Um aspecto interessante sobre as taxas reais de juros, é que elas podem ser
inclusive, negativas.
Vamos encontrar uma relação entre as taxas de juros nominal e real. Para isto, vamos supor que um determinado capital
P é aplicado por um período de tempo unitário, a certa taxa nominal in
O montante S1 ao final do período será dado por S1 = P(1 + in).
Consideremos agora que durante o mesmo período, a taxa de inflação (desvalorização da moeda) foi igual a j. O capital
corrigido por esta taxa acarretaria um montante S2 = P (1 + j).
A taxa real de juros, indicada por r, será aquela aplicada ao montante S2, produzirá o montante S1. Poderemos então
escrever: S1 = S2 (1 + r)
Substituindo S1 e S2 , vem:
P(1 + in) = (1+r). P (1 + j)
Daí então, vem que:
(1 + in) = (1+r). (1 + j), onde:
in = taxa de juros nominal
j = taxa de inflação no período
r = taxa real de juros
Observe que se a taxa de inflação for nula no período, isto é, j = 0, teremos que as taxas nominal e real são coincidentes.
Exemplo
Numa operação financeira com taxas pré-fixadas, um banco empresta $120.000,00 para ser pago em um ano com
$150.000,00. Sendo a inflação durante o período do empréstimo igual a 10%, pede-se calcular as taxas nominal e real deste
empréstimo.
Teremos que a taxa nominal será igual a:
in = (150.000 – 120.000)/120.000 = 30.000/120.000 = 0,25 = 25%
Portanto in = 25%
Como a taxa de inflação no período é igual a j = 10% = 0,10, substituindo na fórmula anterior, vem:
(1 + in) = (1+r). (1 + j)
(1 + 0,25) = (1 + r).(1 + 0,10)
1,25 = (1 + r).1,10
1 + r = 1,25/1,10 = 1,1364
Portanto, r = 1,1364 – 1 = 0,1364 = 13,64%

Se a taxa de inflação no período fosse igual a 30%, teríamos para a taxa real de juros:
(1 + 0,25) = (1 + r).(1 + 0,30)
1,25 = (1 + r).1,30
1 + r = 1,25/1,30 = 0,9615
Portanto, r = 0,9615 – 1 = -,0385 = -3,85% e, portanto teríamos uma taxa real de juros negativa.

Exemplo
$100.000,00 foi emprestado para ser quitado por $150.000,00 ao final de um ano. Se a inflação no período foi de 20%,
qual a taxa real do empréstimo?
Resposta: 25%

Taxas Proporcionais
Para se compreender mais claramente o significado destas taxas deve-se reconhecer que toda operação envolve dois
prazos:
- o prazo a que se refere à taxa de juros; e
- o prazo de capitalização (ocorrência) dos juros. (ASSAF NETO, 2001).

Taxas Proporcionais: duas (ou mais) taxas de juro simples são ditas proporcionais quando seus valores e seus respecti-
vos períodos de tempo, reduzidos a uma mesma unidade, forem uma proporção. (PARENTE, 1996). Exemplos

Prestação = amortização + juros

Há diferentes formas de amortização, conforme descritas a seguir.

Para os exemplos numéricos descritos nas tabelas, em todas as diferentes formas de amortização, utilizaremos o mes-
mo exercício: uma dívida de valor inicial de R$ 100 mil, prazo de três meses e juros de 3% ao mês.

82
MATEMÁTICA

Pagamento único
É a quitação de toda a dívida (amortização + juros) em um único pagamento, ao final do período. Utilizamos a mesma
fórmula do montante:

Nos juros simples:

M = C (1 + i×n)
M = montante
C = capital inicial
i = taxa de juros
n = período

Nos juros compostos:

M = C (1+i)n
M = montante
C = capital inicial
i = taxa de juros
n = período

Nos juros simples:

Amortiza- Saldo de-


n Juros Prestação
ção vedor

0 - - -
100.000,00

1 - -
3.000,00 103.000,00

2 - -
3.000,00 106.000,00

3 109.000,00 -
3.000,00 100.000,00
Nos juros compostos:

Amortiza- Saldo deve-


n Juros Prestação
ção dor
0 - - - 100.000,00

1 - - 103.000,00
3.000,00

2 - - 106.090,00
3.090,00

3 -
3.182,70 100.000,00 109.272,70

Sistema Price (Sistema Francês)

Foi elaborado para apresentar pagamentos iguais ao longo do período do desembolso das prestações. A fórmula para
encontrarmos a prestação é dada a seguir:

PMT = VP . _i.(1+i)n_
(1+i)n -1

PMT = valor da prestação


VP = valor inicial do empréstimo

83
MATEMÁTICA

i = taxa de juros
n = período

A fórmula foi desenvolvida, considerando-se apenas a capitalização por juros compostos. O resultado é listado a seguir:

Amortiza- Saldo de-


n Juros Prestação
ção vedor

0 - -
- 100.000,00

1 32.353,04
3.000,00 35.353,04 67.646,96

2 33.323,63
2.029,41 35.353,04 34.323,33

3 34.323,33 -
1.029,71 35.353,04

Sistema de Amortização Misto (SAM)


É a média aritmética das prestações calculadas nas duas formas anteriores (SAC e Price). É encontrado pela fórmula:

PMTSAM = (PTMSAC + PMTPRICE) / 2

Amortiza-
n Juros Prestação Saldo devedor
ção
0 - - - 100.000,00

1 3.000,00 67.156,81
32.843,19 35.843,19

2 2.014,70 33.828,32
33.328,49 35.343,19

3 1.014,87 -
33.828,32 34.843,19

Sistema de Amortização Crescente (SACRE)


Este sistema, criado pela Caixa Econômica Federal (CEF), é uma das formas utilizadas para o cálculo das prestações
dos financiamentos imobiliários. Usa-se, para o cálculo do valor das prestações, a metodologia do sistema de amortização
constante (SAC) anual, desconsiderando-se o valor da Taxa Referencial de Juros (TR). Esta é incluída posteriormente, resul-
tando em uma amortização variável. Chamar de “amortização crescente” parece-nos inadequado, pois pode resultar em
amortizações decrescentes, dependendo da ocorrência de TR com valor muito baixo.

Sistema Alemão
Neste caso, a dívida é liquidada também em prestações iguais, exceto a primeira, onde no ato do empréstimo (momen-
to “zero”) já é feita uma cobrança dos juros da operação. As prestações, a primeira amortização e as seguintes são definidas
pelas três seguintes fórmulas:

PMT = _ Vp.i _
1- (1+i)n
PMT = valor da prestação
VP = valor inicial do empréstimo
i = taxa de juros
n = período

A1 = PMT . (1- i)n-1


A1 = primeira amortização
PMT = valor da prestação
i = taxa de juros

84
MATEMÁTICA

n = período

An = An-1 _
(1- i)
An = amortizações posteriores (2º, 3º, 4º, ...)
An-1 = amortização anterior
i = taxa de juros
n = período

Amorti- Presta- Saldo


n Juros
zação ção devedor

0 -
3.000,00 3.000,00 100.000,00

1
2.030,30 32.323,34 34.353,64 67.676,66

2
1.030,61 33.323,03 34.353,64 34.353,63

3 -
34.353,64 34.353,64 (0,01)

OBS: os resíduos em centavos, como saldo devedor final na tabela anterior, são resultados de arredondamento do
cálculo e serão desconsiderados.

Sistema de Amortização Constante – SAC


Consiste em um sistema de amortização de uma dívida em prestações periódicas, sucessivas e decrescentes em pro-
gressão aritmética, em que o valor da prestação é composto por uma parcela de juros uniformemente decrescente e outra
de amortização que permanece constante.
Sistema de Amortização Constante (SAC) é uma forma de amortização de um empréstimo por prestações que incluem
os juros, amortizando assim partes iguais do valor total do empréstimo.
Neste sistema o saldo devedor é reembolsado em valores de amortização iguais. Desta forma, no sistema SAC o valor
das prestações é decrescente, já que os juros diminuem a cada prestação. O valor da amortização é calculado dividindo-se
o valor do principal pelo número de períodos de pagamento, ou seja, de parcelas.
O SAC é um dos tipos de sistema de amortização utilizados em financiamentos imobiliários. A principal característica
do SAC é que ele amortiza um percentual fixo do saldo devedor desde o início do financiamento. Esse percentual de amor-
tização é sempre o mesmo, o que faz com que a parcela de amortização da dívida seja maior no início do financiamento,
fazendo com que o saldo devedor caia mais rapidamente do que em outros mecanismos de amortização.

Exemplo:
Um empréstimo de R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais) a ser pago em 12 meses, a uma taxa de juros de 1% ao mês
(em juros simples). Aplicando a fórmula para obtenção do valor da amortização, iremos obter um valor igual a R$ 10.000,00
(dez mil reais). Essa fórmula é o valor do empréstimo solicitado divido pelo período, sendo nesse caso: R$ 120.000,00 / 12
meses = R$ 10.000,00. Logo, a tabela SAC fica:

Nº Prestação Prestação Juros Amortização Saldo Devedor


0 120000
1 11200 1200 10000 110000
2 11100 1100 10000 100000
3 11000 1000 10000 90000
4 10900 900 10000 80000
5 10800 800 10000 70000
6 10700 700 10000 60000
7 10600 600 10000 50000
8 10500 500 10000 40000

85
MATEMÁTICA

9 10400 400 10000 30000


10 10300 300 10000 20000
11 10200 200 10000 10000
12 10100 100 10000 0

Note que o juro é sempre 10% do saldo devedor do mês anterior, já a prestação é a soma da amortização e o juro.
Sendo assim, o juro é decrescente e diminui sempre na mesma quantidade, R$ 100,00. O mesmo comportamento tem as
prestações. A soma das prestações é de R$ 127.800,00, gerando juros de R$ 7.800,00.
Outra coisa a se observar é que as parcelas e juros diminuem em progressão aritmética (PA) de r=100.

Sistema Americano
O tomador do empréstimo paga os juros mensalmente e o principal, em um único pagamento final.

Considera-se apenas o regime de juros compostos:


n Juros Amortização Prestação Saldo devedor
0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 - 3.000,00 100.000,00
2 3.000,00 - 3.000,00 100.000,00
3 3.000,00 100.000,00 103.000,00 -
Sistema de Amortização Constante (SAC) ou Sistema Hamburguês
O tomador do empréstimo amortiza o saldo devedor em valores iguais e constantes ao longo do período.

Considera-se apenas o regime de juros compostos:

n Juros Amortização Prestação Saldo devedor


0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 33.333,33 36.333,33 66.666,67
2 2.000,00 33.333,33 35.333,33 33.333,34
3 1.000,00 33.333,34 34.333,34 -

Qual a melhor forma de amortização?


A tabela abaixo lista o fluxo de caixa nos diversos sistemas de amortização discutidos nos itens anteriores.

N Pgto único (jrs comp.) Sistema Americano SAC PRICE SAM Alemão
0 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 97.000,00
1 - (3.000,00) (36.333,33) (35.353,04) (35.843,19) (34.353,64)
2 - (3.000,00) (35.333,33) (35.353,04) (35.343,19) (34.353,64)
3 (109.272,70) (103.000,00) (34.333,34) (35.353,04) (34.843,19) (34.353,64)

As várias formas de amortização utilizadas pelo mercado brasileiro, em sua maioria, consideram o regime de capitali-
zação por juros compostos. A comparação entre estas, por meio do VPL (vide item 6.2), demonstra que o custo entre elas
se equivale. Vejam: no nosso exemplo, todos, exceto no sistema alemão, os juros efetivos cobrados foram de 3% ao mês
(regime de juros compostos) ou 9,27% no acumulado dos três meses.

n Pgto único (jrs comp.) Sistema Americano SAC PRICE SAM Alemão

0 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 97.000,00


100.000,00

1 - (2.912,62) (34.323,34) (34.799,21) (33.353,04)


(35.275,08)

86
MATEMÁTICA

2 - (2.827,79) (33.323,63) (33.314,35) (32.381,60)


(33.305,05)

3 (100.000,00) (94.259,59) (32.353,04) (31.886,45) (31.438,44)


(31.419,87)
VPL - - - - - (173,09)

OBS: tabela com as prestações dos sistemas anteriores, descontada da taxa ( juros compostos) de 3% ao mês.
Considerando o custo de oportunidade de 2% ao mês, isto é, abaixo do valor do empréstimo, teríamos a tabela abaixo.
Isso seria uma situação mais comum: juros do empréstimo mais caro que uma aplicação no mercado. Neste caso, quanto
menor (em módulo) o VPL, melhor para o tomador do empréstimo, ou seja, o sistema SAC seria o melhor sob o ponto de
vista financeiro.

n Pgto único (jrs comp.) Sistema Americano SAC PRICE SAM Alemão
0 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 97.000,00
1 - (2.941,18) (35.620,91) (34.659,84) (35.140,38) (33.680,04)
2 - (2.883,51) (33.961,29) (33.980,24) (33.970,77) (33.019,64)
3 (102.970,11) (97.059,20) (32.353,07) (33.313,96) (32.833,52) (32.372,20)
VPL (2.970,11) (2.883,88) (1.935,28) (1.954,04) (1.944,67) (2.071,88)

OBS: tabela com as prestações dos sistemas anteriores, descontada da taxa ( juros compostos) de 2% ao mês.
Outra situação seria considerarmos um empréstimo com taxa de juros abaixo do mercado. Neste exemplo a seguir,
teremos como custo de oportunidade a taxa de 4% ao mês. Isso, na vida real, não será comum: juros do empréstimo mais
barato do que uma aplicação no mercado. Assim, como no exemplo anterior, quanto maior o VPL, melhor para o tomador
do empréstimo, ou seja, o sistema de pagamento único, sob o ponto de vista financeiro, é o melhor, como no caso abaixo.

n Pgto único (jrs comp.) Sistema Americano SAC PRICE SAM Alemão
0 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 97.000,00
1 - (2.884,62) (34.935,89) (33.993,31) (34.464,61) (33.032,34)
2 - (2.773,67) (32.667,65) (32.685,87) (32.676,77) (31.761,87)
3 (97.143,03) (91.566,62) (30.522,21) (31.428,72) (30.975,47) (30.540,26)
VPL 2.856,97 2.775,09 1.874,24 1.892,10 1.883,16 1.665,53
OBS: tabela com as prestações dos sistemas anteriores, descontada da taxa ( juros compostos) de 4% ao mês.
Referências

Passei Direto. Disponível em: https://www.passeidireto.com/arquivo/1599335/exercicios_matematica_finaceiraexercicios_


matematica_finaceiraNos juros compostos:

M = C (1+i)n
M = montante
C = capital inicial
i = taxa de juros
n = período

Nos juros simples:


n Juros Amortização Prestação Saldo devedor
0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 - - 103.000,00
2 3.000,00 - - 106.000,00
3 3.000,00 100.000,00 109.000,00 -

87
MATEMÁTICA

Nos juros compostos:


n Juros Amortização Prestação Saldo devedor
0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 - - 103.000,00
2 3.090,00 - - 106.090,00
3 3.182,70 100.000,00 109.272,70 -

Sistema Price (Sistema Francês)


Foi elaborado para apresentar pagamentos iguais ao longo do período do desembolso das prestações. A fórmula para
encontrarmos a prestação é dada a seguir:

PMT = VP . _i.(1+i)n_
(1+i)n -1

PMT = valor da prestação


VP = valor inicial do empréstimo
i = taxa de juros
n = período
A fórmula foi desenvolvida, considerando-se apenas a capitalização por juros compostos. O resultado é listado a seguir:
n Juros Amortização Prestação Saldo devedor
0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 32.353,04 35.353,04 67.646,96
2 2.029,41 33.323,63 35.353,04 34.323,33
3 1.029,71 34.323,33 35.353,04 -

Sistema de Amortização Misto (SAM)


É a média aritmética das prestações calculadas nas duas formas anteriores (SAC e Price). É encontrado pela fórmula:

PMTSAM = (PTMSAC + PMTPRICE) / 2


n Juros Amortização Prestação Saldo devedor
0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 32.843,19 35.843,19 67.156,81
2 2.014,70 33.328,49 35.343,19 33.828,32
3 1.014,87 33.828,32 34.843,19 -

Sistema de Amortização Crescente (SACRE)


Este sistema, criado pela Caixa Econômica Federal (CEF), é uma das formas utilizadas para o cálculo das prestações
dos financiamentos imobiliários. Usa-se, para o cálculo do valor das prestações, a metodologia do sistema de amortização
constante (SAC) anual, desconsiderando-se o valor da Taxa Referencial de Juros (TR). Esta é incluída posteriormente, resul-
tando em uma amortização variável. Chamar de “amortização crescente” parece-nos inadequado, pois pode resultar em
amortizações decrescentes, dependendo da ocorrência de TR com valor muito baixo.

Sistema Alemão
Neste caso, a dívida é liquidada também em prestações iguais, exceto a primeira, onde no ato do empréstimo (momen-
to “zero”) já é feita uma cobrança dos juros da operação. As prestações, a primeira amortização e as seguintes são definidas
pelas três seguintes fórmulas:

PMT = _ Vp.i _
1- (1+i)n
PMT = valor da prestação
VP = valor inicial do empréstimo
i = taxa de juros
n = período

88
MATEMÁTICA

A1 = PMT . (1- i)n-1


A1 = primeira amortização
PMT = valor da prestação
i = taxa de juros
n = período

An = An-1 _
(1- i)
An = amortizações posteriores (2º, 3º, 4º, ...)
An-1 = amortização anterior
i = taxa de juros
n = período
n Juros Amortização Prestação Saldo devedor
0 3.000,00 - 3.000,00 100.000,00
1 2.030,30 32.323,34 34.353,64 67.676,66
2 1.030,61 33.323,03 34.353,64 34.353,63
3 - 34.353,64 34.353,64 (0,01)
OBS: os resíduos em centavos, como saldo devedor final na tabela anterior, são resultados de arredondamento do
cálculo e serão desconsiderados.

Sistema de Amortização Constante – SAC


Consiste em um sistema de amortização de uma dívida em prestações periódicas, sucessivas e decrescentes em pro-
gressão aritmética, em que o valor da prestação é composto por uma parcela de juros uniformemente decrescente e outra
de amortização que permanece constante.
Sistema de Amortização Constante (SAC) é uma forma de amortização de um empréstimo por prestações que incluem
os juros, amortizando assim partes iguais do valor total do empréstimo.
Neste sistema o saldo devedor é reembolsado em valores de amortização iguais. Desta forma, no sistema SAC o valor
das prestações é decrescente, já que os juros diminuem a cada prestação. O valor da amortização é calculado dividindo-se
o valor do principal pelo número de períodos de pagamento, ou seja, de parcelas.
O SAC é um dos tipos de sistema de amortização utilizados em financiamentos imobiliários. A principal característica
do SAC é que ele amortiza um percentual fixo do saldo devedor desde o início do financiamento. Esse percentual de amor-
tização é sempre o mesmo, o que faz com que a parcela de amortização da dívida seja maior no início do financiamento,
fazendo com que o saldo devedor caia mais rapidamente do que em outros mecanismos de amortização.

Exemplo:
Um empréstimo de R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais) a ser pago em 12 meses, a uma taxa de juros de 1% ao mês
(em juros simples). Aplicando a fórmula para obtenção do valor da amortização, iremos obter um valor igual a R$ 10.000,00
(dez mil reais). Essa fórmula é o valor do empréstimo solicitado divido pelo período, sendo nesse caso: R$ 120.000,00 / 12
meses = R$ 10.000,00. Logo, a tabela SAC fica:
Saldo
Nº Prestação Prestação Juros Amortização
Devedor
0 120000
1 11200 1200 10000 110000
2 11100 1100 10000 100000
3 11000 1000 10000 90000
4 10900 900 10000 80000
5 10800 800 10000 70000
6 10700 700 10000 60000
7 10600 600 10000 50000
8 10500 500 10000 40000
9 10400 400 10000 30000
10 10300 300 10000 20000

89
MATEMÁTICA

11 10200 200 10000 10000


12 10100 100 10000 0

Note que o juro é sempre 10% do saldo devedor do mês anterior, já a prestação é a soma da amortização e o juro.
Sendo assim, o juro é decrescente e diminui sempre na mesma quantidade, R$ 100,00. O mesmo comportamento tem as
prestações. A soma das prestações é de R$ 127.800,00, gerando juros de R$ 7.800,00.
Outra coisa a se observar é que as parcelas e juros diminuem em progressão aritmética (PA) de r=100.

Sistema Americano
O tomador do empréstimo paga os juros mensalmente e o principal, em um único pagamento final.

Considera-se apenas o regime de juros compostos:


n Juros Amortização Prestação Saldo devedor
0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 - 3.000,00 100.000,00
2 3.000,00 - 3.000,00 100.000,00
3 3.000,00 100.000,00 103.000,00 -
Sistema de Amortização Constante (SAC) ou Sistema Hamburguês
O tomador do empréstimo amortiza o saldo devedor em valores iguais e constantes ao longo do período.

Questões

01. (TRE/PR – Analista Judiciário – FCC/2017) Para comprar um automóvel, Pedro realizou uma pesquisa em 3 con-
cessionárias e obteve as seguintes propostas de financiamento:

Concessionária 1: Entrada de R$ 12.000,00 + 1 prestação de R$ 29.120,00 para 30 dias após a entrada.


Concessionária 2: Entrada de R$ 13.000,00 + 1 prestação de R$ 29.120,00 para 60 dias após a entrada.
Concessionária 3: Entrada de R$ 13.000,00 + 2 prestações R$ 14.560,00 para 30 e 60 dias após a entrada, respectiva-
mente.

Sabendo que a taxa de juros compostos era 4% ao mês, para a aquisição do automóvel
(A) a melhor proposta é a 1, apenas.
(B) a melhor proposta é a 2, apenas.
(C) a melhor proposta é a 3, apenas.
(D) as melhores propostas são 2 e 3, por serem equivalentes.
(E) as melhores propostas são 1 e 2, por serem equivalentes.

02. (TST – Analista Judiciário – FCC/2017) Um empréstimo foi obtido para ser liquidado em 10 parcelas mensais de
R$ 2.000,00, vencendo-se a primeira parcela um mês após a data da obtenção. A taxa de juros negociada com a instituição
financeira foi 2% ao mês no regime de capitalização composta. Se, após o pagamento da oitava parcela, o devedor decidir
liquidar o saldo devedor do empréstimo nesta mesma data, o valor que deverá ser pago, desprezando-se os centavos, é,
em reais,
(A) 3.846,00.
(B) 3.883,00.
(C) 3.840,00.
(D) 3.880,00.

(E) 3.845,00.

03. (POLICIA CIENTIFICA/PR – Perito Criminal – IBFC/2017) Assinale a alternativa correta. Uma pessoa comprou
um vídeo game de última geração em uma loja, parcelando em 12 prestações mensais de 140,00 cada uma, sem entrada.
Sabendo-se que a taxa de juros compostos cobrada pela loja foi de 3% ao mês, sendo que os valores estão arredondados
e que: (1,03)12 = 1,4258
(1,03)12 x 0,03 = 0,0428
0,4258/0,0428 = 9,95

90
MATEMÁTICA

O valor do vídeo game era de: 07. (FUNAPE – Analista em Gestão Previdenciária –
(A) R$ 1.393 FCC/2017) Um empréstimo foi contratado com uma taxa
(B) R$ 1.820 nominal de juros de 6% ao trimestre e com capitalização
(C) R$ 1.680 mensal. A taxa efetiva desse empréstimo é igual a
(D) R$ 1.178 (A) 6,2302%.
(E) R$ 1.423 (B) 6,3014%.
(C) 6,1385%.
(D) 6,2463%.
04. (TST – Analista Judiciário – FCC/2017) Um in- (E) 6,1208%.
vestidor aplicou R$ 10.000,00 em títulos que remuneram à
taxa de juros compostos de 10% ao ano e o prazo para res-
gate da aplicação foi de 2 anos. Sabendo-se que a inflação 08. (TRE/BA – Técnico Judiciário – CESPE/2017) Um
no prazo total da aplicação foi 15%, a taxa real de remune- banco emprestou a uma empresa R$ 100.000, entregues no
ração obtida pelo investidor no prazo total da aplicação foi ato, sem prazo de carência, para serem pagos em quatro
(A) 5,00%. prestações anuais consecutivas pelo sistema de amortiza-
(B) 6,00%. ção constante (SAC). A taxa de juros compostos contratada
(C) 5,22%. para o empréstimo foi de 10% ao ano, e a primeira presta-
(D) 5,00% (negativo). ção será paga um ano após a tomada do empréstimo.
(E) 4,55%. Nessa situação, o valor da segunda prestação a ser
paga pela empresa será
(A) superior a R$ 33.000.
05. (TST - Analista Judiciário - FCC/2017) Uma em- (B) inferior a R$ 30.000.
presa obteve um empréstimo no valor de R$ 100.000,00 (C) superior a R$ 30.000 e inferior a R$ 31.000.
para ser liquidado em uma única parcela no final do prazo (D) superior a R$ 31.000 e inferior a R$ 32.000.
de 2 meses. A taxa de juros compostos negociada foi 3% ao (E) superior a R$ 32.000 e inferior a R$ 33.000.
mês e a empresa deve pagar, adicionalmente, na data da
obtenção do empréstimo, uma taxa de cadastro no valor
de R$ 1.000,00. Na data do vencimento do empréstimo a 09. (EMBASA – Contador – IBFC/2017) Um clien-
empresa deve pagar, junto com o valor que pagará à ins- te fez um empréstimo no valor de R$ 2.000,00 no Banco
tituição financeira, um imposto no valor de R$ 530,00. O ABC em 31/12/2013 para reaplicar em um investimento
custo efetivo total para a empresa no prazo do emprésti- em sua empresa. A taxa de juros cobrada pelo Banco era
mo, foi de 10% ao ano. Após um ano, em 31/12/2014, o fluxo de
(A) 7,70%. caixa da empresa foi de R$ 1.100,00. Após dois anos, em
(B) 6,09%. 31/12/2015, o fluxo de caixa da empresa foi de R$ 1.210,00
(C) 7,62%. e em 31/12/2016, após três anos, o fluxo de caixa da em-
(D) 6,00%. presa foi de R$ 1.331,00.
(E) 7,16%. O valor presente líquido dos valores do fluxo de caixa,
trazidos a valor presente em 31/12/2013, era de:
(A) R$ 1.100,00
06. (TRE/PR - Analista Judiciário - FCC/2017) A Cia. (B) R$ 1.000,00
Ted está avaliando a alternativa de compra de um novo (C) R$ 2.210,00
equipamento por R$ 480.000,00 à vista. Estima-se que a (D) R$ 2.331,00
vida útil do equipamento seja de 3 anos, que o valor residual
de revenda no final do terceiro ano seja R$ 70.000,00 e que
os fluxos líquidos de caixa gerados por este equipamento 10.(DPE/PR – Contador – INAZ DO PARÁ/2017) Um
ao final de cada ano sejam R$ 120.000,00, R$180.000,00 e comerciante recebeu, no meio do mês, uma excelente ofer-
R$ 200.000,00, respectivamente. Sabendo que a taxa míni- ta de compra de material para sua empresa no valor de
ma de atratividade é de 10% a.a., a alternativa R$8.000,00. No entanto, por estar desprovido de recursos,
(A) apresenta valor presente líquido positivo. precisou tomar um empréstimo junto ao seu banco, em
(B) apresenta valor presente líquido negativo. parcelas de 15 vezes a uma taxa de juros 2,5% a.m. Deter-
(C) apresenta taxa interna de retorno maior que 10% mine o valor da última prestação do empréstimo, lembran-
a.a. do que o Sistema de financiamento usado é o SAC.
(D) é economicamente viável à taxa mínima de atrati- (A) R$ 533,33
vidade de 10% a.a.. (B) R$ 733,33
(E) é economicamente viável à taxa mínima de atrativi- (C) R$ 653,33
(D) R$ 560,00
dade de 12% a.a..
(E) R$ 546,67

91
MATEMÁTICA

Respostas 06. Resposta: B.


VPL = valor presente das entradas – valor presente das
01. Resposta: B. saídas
Concessionária 1

Concessionária 2 07. Resposta: E.


Temos que transformar os 6% ao trimestre em capita-
lização mensal
6/3=2%a.m
1,02³=1,061208=6,1208%
Concessionária 3

08. Resposta: E.
SD=100000
A=100000/4=25000
02. Resposta: B. J=(100000-25000)⋅0,1
J=7500
P=A+J
P=25000+7500=32500

03. Resposta: A.
Sendo PMT o valor da parcela e PV o valor presente, 09. Resposta: B.
usaremos o sistema de amortização PRICE, por ser parcelas
fixas:

10. Resposta: E.
8000/15 = 533,33
Portanto, a última parcela será de 533,33⋅1,025=546,66

04. Resposta: C.
Sendo i a taxa de juros nominal
R a taxa de juros real
J a taxa de juros de inflação
1+i=(1+r)(1+j)
(1+0,1)²=(1+r)⋅(1+0,15)
1,1²=(1+r) ⋅1,15
1,21=1,15+1,15r
0,06=1,15r
R=0,05217≅0,0522=5,22%

05. Resposta: A.
M=C(1+i)t
M=100000(1+0,03)²=106090
Como teve uma taxa de 1000, a empresa recebeu en-
tão 99000
A empresa teve eu pagar 106090+530=106620
106620=99000(1+i)
106620=99000+99000i
7620=99000i
I=0,0769=7,69%

92
MATEMÁTICA

I. Princípio da não Contradição: uma proposição não


1. LÓGICA: PROPOSIÇÕES, VALOR-VERDADE
pode ser verdadeira “e” falsa ao mesmo tempo.
NEGAÇÃO, CONJUNÇÃO, DISJUNÇÃO, II. Princípio do Terceiro Excluído: toda proposição
IMPLICAÇÃO, EQUIVALÊNCIA, PROPOSIÇÕES “ou” é verdadeira “ou” é falsa, isto é, verifica-se
COMPOSTAS. sempre um desses casos e nunca um terceiro caso.
2. EQUIVALÊNCIAS LÓGICAS.
3. PROBLEMAS DE RACIOCÍNIO: DEDUZIR Valor Lógico das Proposições
INFORMAÇÕES DE RELAÇÕES ARBITRÁRIAS Definição: Chama-se valor lógico de uma proposição a
ENTRE OBJETOS, LUGARES, PESSOAS E/OU verdade, se a proposição é verdadeira (V), e a falsidade, se
EVENTOS FICTÍCIOS DADOS. a proposição é falsa (F).

Exemplo
p: Thiago é nutricionista.
V(p)= V essa é a simbologia para indicar que o valor
Proposição lógico de p é verdadeira, ou
Definição: Todo o conjunto de palavras ou símbolos V(p)= F
que exprimem um pensamento de sentido completo.
Basicamente, ao invés de falarmos, é verdadeiro ou fal-
Nossa professora, bela definição! so, devemos falar tem o valor lógico verdadeiro, tem valor
Não entendi nada! lógico falso.

Vamos pensar que para ser proposição a frase tem que Classificação
fazer sentido, mas não só sentido no nosso dia a dia, mas
também no sentido lógico. Proposição simples: não contém nenhuma outra pro-
Para uma melhor definição dentro da lógica, para ser
posição como parte integrante de si mesma. São geral-
proposição, temos que conseguir julgar se a frase é verda-
mente designadas pelas letras latinas minúsculas p,q,r,s...
deira ou falsa.
E depois da letra colocamos “:”
Exemplos:
(A) A Terra é azul. Exemplo:
Conseguimos falar se é verdadeiro ou falso? Então é p: Marcelo é engenheiro
uma proposição. q: Ricardo é estudante
(B) >2
Proposição composta: combinação de duas ou mais
Como ≈1,41, então a proposição tem valor lógico proposições. Geralmente designadas pelas letras maiúscu-
falso. las P, Q, R, S,...

Todas elas exprimem um fato. Exemplo:


P: Marcelo é engenheiro e Ricardo é estudante.
Agora, vamos pensar em uma outra frase: Q: Marcelo é engenheiro ou Ricardo é estudante.
O dobro de 1 é 2?
Sim, correto? Se quisermos indicar quais proposições simples fazem
Correto. Mas é uma proposição? parte da proposição composta:
Não! Porque sentenças interrogativas, não podemos
declarar se é falso ou verdadeiro. P(p,q)

Bruno, vá estudar. Se pensarmos em gramática, teremos uma proposição


É uma declaração imperativa, e da mesma forma, não composta quando tiver mais de um verbo e proposição
conseguimos definir se é verdadeiro ou falso, portanto, não simples, quando tiver apenas 1. Mas, lembrando que para
é proposição. ser proposição, temos que conseguir definir o valor lógico.
Passei! Conectivos
Ahh isso é muito bom, mas infelizmente, não podemos Agora vamos entrar no assunto mais interessante: o
de qualquer forma definir se é verdadeiro ou falso, porque
que liga as proposições.
é uma sentença exclamativa.
Antes, estávamos vendo mais a teoria, a partir dos co-
Vamos ver alguns princípios da lógica:
nectivos vem a parte prática.

93
MATEMÁTICA

Definição - Disjunção Exclusiva


Palavras que se usam para formar novas proposições,
a partir de outras. Extensa: Ou...ou...
Símbolo: ∨
Vamos pensar assim: conectivos? Conectam alguma
coisa? p: Vitor gosta de estudar.
Sim, vão conectar as proposições, mas cada conetivo q: Vitor gosta de trabalhar
terá um nome, vamos ver?
p∨q Ou Vitor gosta de estudar ou Vitor gosta de tra-
-Negação
balhar.

-Condicional
Extenso: Se...,então..., É necessário que, Condição ne-
Exemplo cessária
p: Lívia é estudante. Símbolo: →
~p: Lívia não é estudante.
Exemplos
q: Pedro é loiro. p→q: Se chove, então faz frio.
¬q: É falso que Pedro é loiro. p→q: É suficiente que chova para que faça frio.
p→q: Chover é condição suficiente para fazer frio.
r: Érica lê muitos livros. p→q: É necessário que faça frio para que chova.
~r: Não é verdade que Érica lê muitos livros. p→q: Fazer frio é condição necessária para chover.

s: Cecilia é dentista. -Bicondicional


¬s: É mentira que Cecilia é dentista. Extenso: se, e somente se, ...
Símbolo:↔
-Conjunção
p: Lucas vai ao cinema
q: Danilo vai ao cinema.

p↔q: Lucas vai ao cinema se, e somente se, Danilo vai


ao cinema.
Nossa, são muitas formas de se escrever com a con-
junção. Referências
Não precisa decorar todos, alguns são mais usuais: “e”, ALENCAR FILHO, Edgar de – Iniciação a lógica matemá-
“mas”, “porém” tica – São Paulo: Nobel – 2002.

Exemplos
p: Vinícius é professor.
q: Camila é médica. Questões
p∧q: Vinícius é professor e Camila é médica.
p∧q: Vinícius é professor, mas Camila é médica. 01. (IFBAIANO – Assistente em Administração –
p∧q: Vinícius é professor, porém Camila é médica. FCM/2017) Considere que os valores lógicos de p e q são
V e F, respectivamente, e avalie as proposições abaixo.
- Disjunção I- p → ~(p ∨ ~q) é verdadeiro
II- ~p → ~p ∧ q é verdadeiro
III- p → q é falso
IV- ~(~p ∨ q) → p ∧ ~q é falso
p: Vitor gosta de estudar.
q: Vitor gosta de trabalhar Está correto apenas o que se afirma em:

p∨q: Vitor gosta de estudar ou Vitor gosta de traba- (A) I e III.


lhar. (B) I, II e III.
(C) I e IV.
(D) II e III.
(E) III e IV.

94
MATEMÁTICA

02. (TERRACAP – Técnico Administrativo – QUA- 05. (EBSERH – Médico – IBFC/2017) Sabe-se que p,
DRIX/2017) Sabendo-se que uma proposição da forma q e r são proposições compostas e o valor lógico das pro-
“P→Q” — que se lê “Se P, então Q”, em que P e Q são pro- posições p e q são falsos. Nessas condições, o valor lógico
posições lógicas — é Falsa quando P é Verdadeira e Q é Fal- da proposição r na proposição composta {[q v (q ^ ~p)] v r}
sa, e é Verdadeira nos demais casos, assinale a alternativa cujo valor lógico é verdade, é:
que apresenta a única proposição Falsa.
(A) falso
(A) Se 4 é um número par, então 42 + 1 é um número (B) inconclusivo
primo. (C) verdade e falso
(B) Se 2 é ímpar, então 22 é par. (D) depende do valor lógico de p
(C) Se 7 × 7 é primo, então 7 é primo. (E) verdade
(D) Se 3 é um divisor de 8, então 8 é um divisor de 15.
(E) Se 25 é um quadrado perfeito, então 5 > 7. 06. (PREF. DE TANGUÁ/RJ – Fiscal de Tributos – MS-
CONCURSOS/2017) Qual das seguintes sentenças é clas-
03. (IFBAIANO – Assistente Social – FCM/2017) sificada como uma proposição simples?
Segundo reportagem divulgada pela Globo, no dia
17/05/2017, menos de 40% dos brasileiros dizem praticar (A) Será que vou ser aprovado no concurso?
esporte ou atividade física, segundo dados da Pesquisa Na- (B) Ele é goleiro do Bangu.
cional por Amostra de Domicílios (Pnad)/2015. Além disso, (C) João fez 18 anos e não tirou carta de motorista.
concluiu-se que o número de praticantes de esporte ou de (D) Bashar al-Assad é presidente dos Estados Unidos.
atividade física cresce quanto maior é a escolaridade.
(Fonte: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/me-
07.(EBSERH – Assistente Administrativo –
nos-de-40-dos-brasileiros-dizem-praticar-esporte-ou-ati-
IBFC/2017) Assinale a alternativa incorreta com relação
vidade-fisica-futebol-e-caminhada-lideram-praticas.ghtml.
aos conectivos lógicos:
Acesso em: 23 abr. 2017).
Com base nessa informação, considere as proposições
p e q abaixo: (A) Se os valores lógicos de duas proposições forem
falsos, então a conjunção entre elas têm valor lógico falso.
p: Menos de 40% dos brasileiros dizem praticar esporte (B) Se os valores lógicos de duas proposições forem
ou atividade física falsos, então a disjunção entre elas têm valor lógico falso.
q: O número de praticantes de esporte ou de atividade (C) Se os valores lógicos de duas proposições forem
física cresce quanto maior é a escolaridade falsos, então o condicional entre elas têm valor lógico ver-
dadeiro.
Considerando as proposições p e q como verdadeiras, (D) Se os valores lógicos de duas proposições forem
avalie as afirmações feitas a partir delas. falsos, então o bicondicional entre elas têm valor lógico
falso.
I- p ∧ q é verdadeiro (E) Se os valores lógicos de duas proposições forem
II- ~p ∨ ~q é falso falsos, então o bicondicional entre elas têm valor lógico
III- p ∨ q é falso verdadeiro.
IV- ~p ∧ q é verdadeiro
08. (DPU – Analista – CESPE/2016) Um estudante de
Está correto apenas o que se afirma em: direito, com o objetivo de sistematizar o seu estudo, criou
sua própria legenda, na qual identificava, por letras, algu-
(A) I e II. mas afirmações relevantes quanto à disciplina estudada e
(B) II e III. as vinculava por meio de sentenças (proposições). No seu
(C) III e IV. vocabulário particular constava, por exemplo:
(D) I, II e III.
(E) II, III e IV. P: Cometeu o crime A.
Q: Cometeu o crime B.
04. (UFSBA - Administrador – UFMT /2017) Assinale R: Será punido, obrigatoriamente, com a pena de reclu-
a alternativa que NÃO apresenta uma proposição.
são no regime fechado.
S: Poderá optar pelo pagamento de fiança.
(A) Jorge Amado nasceu em Itabuna-BA.
(B) Antônio é produtor de cacau.
Ao revisar seus escritos, o estudante, apesar de não re-
(C) Jorge Amado não foi um grande escritor baiano.
(D) Queimem os seus livros. cordar qual era o crime B, lembrou que ele era inafiançável.
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue
o item que se segue.

95
MATEMÁTICA

A proposição “Caso tenha cometido os crimes A e B, 02. Resposta:.E.


não será necessariamente encarcerado nem poderá pagar Vamos fazer por alternativa:
fiança” pode ser corretamente simbolizada na forma (P∧- (A) V→V
Q)→((~R)∨(~S)). V
( )Certo ( )Errado
(B) F→V
09. (PREF. DE RIO DE JANEIRO/RJ – Administrador - V
PREF. DE RIO DE JANEIRO/2016) Considere-se a seguinte
proposição: “Se chove, então Mariana não vai ao deserto”. (C)V→V
Com base nela é logicamente correto afirmar que: V
(A) Chover é condição necessária e suficiente para Ma-
riana ir ao deserto. (D) F→F
V
(B) Mariana não ir ao deserto é condição suficiente
para chover.
(E) V→F
(C) Mariana ir ao deserto é condição suficiente para
F
chover.
(D) Não chover é condição necessária para Mariana ir
03. Resposta: A.
ao deserto.
p∧q é verdadeiro
~p∨~q
10. (PREF. DO RIO DE JANEIRO – Agente de Admi-
nistração – PREF. DE RIO DE JANEIRO/2016) Considere- F∨F
-se a seguinte proposição: F
p∨q
P: João é alto ou José está doente. V∨V
V
O conectivo utilizado na proposição composta P cha-
ma-se: ~p∧q
(A) disjunção F∧V
(B) conjunção F
(C) condicional
(D) bicondicional 04. Resposta: D.
As frases que você não consegue colocar valor lógico
(V ou F) não são proposições.
RESPOSTAS Sentenças abertas, frases interrogativas, exclamativas,
imperativas
01. Resposta: D.
I- p → ~(p ∨ ~q) 05. Resposta: E.
(V) →~(V∨V) Sabemos que p e q são falsas.
V→F q∧~p =F
F q∨( q∧~p)
F∨F
II- ~p → ~p ∧ q F
F→F∧V Como a proposição é verdadeira, R deve ser verdadeira
F→F para a disjunção ser verdadeira.
V
06. Resposta: D.
III- p → q A única que conseguimos colocar um valor lógico.
V→F A C é uma proposição composta.
F
07. Resposta: D.
IV- ~(~p ∨ q) → p ∧ ~q Observe que as alternativas D e E são contraditórias,
~(F∨F) →V∧V portanto uma delas é falsa.
V→V Se as duas proposições têm o mesmo valor lógico, a
→V bicondicional é verdadeira.

96
MATEMÁTICA

08. Resposta: Errado. -Negação


“...encarcerado nem poderá pagar fiança”. p ~p
“Nem” é uma conjunção(∧) V F
F V
09. Resposta: D.
Não pode chover para Mariana ir ao deserto. Se estamos negando uma coisa, ela terá valor lógico
oposto, faz sentido, não?
10. Resposta: A. - Conjunção
O conectivo ou chama-se disjunção e também é repre-
sentado simbolicamente por ∨ Eu comprei bala e chocolate, só vou me contentar se eu
tiver as duas coisas, certo?
Se eu tiver só bala não ficarei feliz, e nem se tiver só
Tabela-verdade
chocolate.
Com a tabela-verdade, conseguimos definir o valor
E muito menos se eu não tiver nenhum dos dois.
lógico de proposições compostas facilmente, analisando
cada coluna.
p q p ∧q
Se tivermos uma proposição p, ela pode ter V(p)=V ou V V V
V(p)=F V F F
F V F
p F F F
V
F -Disjunção

Quando temos duas proposições, não basta colocar só Vamos pensar na mesma frase anterior, mas com o co-
nectivo “ou”.
VF, será mais que duas linhas.
Eu comprei bala ou chocolate.
p q Eu comprei bala e também comprei o chocolate, está
V V certo pois poderia ser um dos dois ou os dois.
V F Se eu comprei só bala, ainda estou certa, da mesma
F V forma se eu comprei apenas chocolate.
F F Agora se eu não comprar nenhum dos dois, não dará
certo.
Observe, a primeira proposição ficou VVFF
E a segunda intercalou VFVF.
Vamos raciocinar, com uma proposição temos 2 possi- p q p ∨q
bilidades, com 2 proposições temos 4, tem que haver um V V V
padrão para se tornar mais fácil! V F V
As possibilidades serão 2n,
F V V
Onde:
n=número de proposições F F F
p q r -Disjunção Exclusiva
V V V
V F V Na disjunção exclusiva é diferente, pois OU comprei
chocolate OU comprei bala.
V V F
Ou seja, um ou outro, não posso ter os dois ao mesmo
V F F tempo.
F V V
F F V p q p∨q
V V F
F V F
V F V
F F F F V V
F F F
A primeira proposição, será metade verdadeira e me-
tade falsa.
A segunda, vamos sempre intercalar VFVFVF.
E a terceira VVFFVVFF.
Agora, vamos ver a tabela verdade de cada um dos
operadores lógicos?

97
MATEMÁTICA

-Condicional A proposição ~(p∧p) é tautologia, pelo Princípio da


não contradição. Está lembrado?
Se chove, então faz frio.
Princípio da não Contradição: uma proposição não
Se choveu, e fez frio pode ser verdadeira “e” falsa ao mesmo tempo.
Estamos dentro da possibilidade.(V)
P ~p p∧~p ~(p∧p)
Choveu e não fez frio V F F V
Não está dentro do que disse. (F) F V F V
Não choveu e fez frio.. A proposição p∨ ~p é tautológica, pelo princípio do
Ahh tudo bem, porque pode fazer frio se não chover, Terceiro excluído.
certo?(V)
Princípio do Terceiro Excluído: toda proposição “ou” é
Não choveu, e não fez frio verdadeira “ou” é falsa, isto é, verifica-se sempre um desses
Ora, se não choveu, não precisa fazer frio. (V) casos e nunca um terceiro caso.
p q p →q
V V V P ~p p∨~p
V F F V F V
F V V F V V
F F V
Esses são os exemplos mais simples, mas normalmente
-Bicondicional conseguiremos resolver as questões com base na tabela
verdade, por isso insisto que a tabela verdade dos opera-
Ficarei em casa, se e somente se, chover. dores, têm que estar na “ponta da língua”, quase como a
tabuada da matemática.
Estou em casa e está chovendo.
A ideia era exatamente essa. (V) Veremos outros exemplos

Estou em casa, mas não está chovendo. Exemplo 1


Você não fez certo, era só pra ficar em casa se choves- Vamos pensar nas proposições
se. (F) P: João é estudante
Q: Mateus é professor
Eu sai e está chovendo. Se João é estudante, então João é estudante ou Mateus
Aiaiai não era pra sair se está chovendo. (F) é professor.
Não estou em casa e não está chovendo. Em simbologia: p→p∨q
Sem chuva, você pode sair, ta? (V)
P Q pVq p→p∨q
p q p ↔q V V V V
V V V V F V V
V F F F V V V
F V F F F F V
F F V
A coluna inteira da proposição composta deu verda-
Tentei deixar de uma forma mais simples, para enten- deiro, então é uma tautologia.
der a tabela verdade de cada conectivo, pois sei que será
difícil para decorar, mas se você lembrar das frases, talvez Exemplo 2
fique mais fácil. Bons estudos! Vamos às questões!
Com as mesmas proposições anteriores:
Tautologia João é estudante ou não é verdade que João é estu-
dante e Mateus é professor.
Definição: Chama-se tautologia, toda proposição com- p∨~(p∧q)
posta que terá a coluna inteira de valor lógico V.
Podemos ter proposições SIMPLES que são falsas e se P Q p∧q ~(p∧q) p∨~(p∧q)
a coluna da proposição composta for verdadeira é tauto- V V V F V
logia. V F F V V
Vamos ver alguns exemplos. F V F V V
F F F V V

98
MATEMÁTICA

Novamente, coluna deu inteira com valor lógico verda-


deiro, é tautologia.

Exemplo 3
Se João é estudante ou não é estudante, então Mateus
é professor.

P Q ~p p∨~p p∨~p→q
V V F V V
V F F V F
F V V V V
F F V V V

Deu uma falsa e agora?


Não é tautologia.
Completando a tabela, se necessário, assinale a opção
que mostra, na ordem em que aparecem, os valores lógi-
cos na coluna correspondente à proposição S, de cima para
Referências baixo.
ALENCAR FILHO, Edgar de – Iniciação a lógica matemá- (A) V / V / F / F / F / F / F / F
tica – São Paulo: Nobel – 2002. (B) V / V / F / V / V / F / F / V
(C) V / V / F / V / F / F / F / V
(D) V / V / V / V / V / V / V / V
Questões (E) V / V / V / F / V / V / V / F

01. (TRT 7ªREGIÃO – Conhecimentos Básicos – CES- 03. (UTFPR – pedagogo – UTFPR/2017) A operação
PE/2017) Texto CB1A5AAA – Proposição P lógica descrita pela tabela verdade da função Z, cujos ope-
A empresa alegou ter pago suas obrigações previden- randos são p e q, é:
ciárias, mas não apresentou os comprovantes de paga-
mento; o juiz julgou, pois, procedente a ação movida pelo
ex-empregado.
A quantidade mínima de linhas necessárias na tabela-
-verdade para representar todas as combinações possíveis
para os valores lógicos das proposições simples que com-
põem a proposição P do texto CB1A5AAA é igual a:

(A) 32.
(A) Conjunção.
(B) 4.
(B) Disjunção.
(C) 8.
(C) Disjunção exclusiva.
(D) 16. (D) Implicação.
(E) Bicondicional.
02. (SERES/PE – Agente de Segurança Penitenciária 04. (POLITEC/MT – Papiloscopista – UFMT/2017)
– CESPE/2017) A partir das proposições simples P: “Sandra Considere a tabela-verdade abaixo, em que nas duas pri-
foi passear no centro comercial Bom Preço”, Q: “As lojas meiras colunas encontram-se os valores-verdade de duas
do centro comercial Bom Preço estavam realizando liquida- proposições A e B. Considere que V é usado para proposi-
ção” e R: “Sandra comprou roupas nas lojas do Bom Preço” ção verdadeira e F para proposição falsa.
é possível formar a proposição composta S: “Se Sandra foi
passear no centro comercial Bom Preço e se as lojas desse
centro estavam realizando liquidação, então Sandra com-
prou roupas nas lojas do Bom Preço ou Sandra foi passear
no centro comercial Bom Preço”. Considerando todas as
possibilidades de as proposições P, Q e R serem verdadei-
ras (V) ou falsas (F), é possível construir a tabela-verdade da
proposição S, que está iniciada na tabela mostrada a seguir.

99
MATEMÁTICA

Assinale a sequência que completa correta e respecti- 08. A sentença (P→Q)↔((~Q)→(~P)) será sempre ver-
vamente a tabela com os valores-verdade de x, y, z, t. dadeira, independentemente das valorações de P e Q como
verdadeiras ou falsas.
(A) V, F, V, V ( )certo ( )errado
(B) V, F, F, F
(C) F, V, V, F
(D) F, V, F, V 09. Tendo como referência essa situação hipotética,
julgue o item que se segue.
05. (AGREBRA – Técnico em Regulação – IBFC/2017)
A sentença P→S é verdadeira.
Assinale a alternativa correta. O valor lógico do bicondicio-
nal entre duas proposições é falso se:
( )certo ( )errado
(A) os valores lógicos das duas proposições forem fal-
sos .
(B) o valor lógico de cada uma das proposições for ver- 10. Tendo como referência essa situação hipotética,
dade. julgue o item que se segue.
(C) o valor lógico da primeira proposição for falso.
(D) o valor lógico da segunda proposição for falso. A sentença Q→R é falsa.
(E) somente uma das proposições tiver valor lógico fal- ( )certo ( )errado
so.

06. (PREF. DE SÃO JOSÉ DO CERRITO/SC – Assitente 11. (UTFPR – Pedagogo – UTFPR/2017) Considere as
Social – IESES/2017) Assinale a alternativa INCORRETA so- seguintes proposições:
bre lógica proposicional:
I) p ∧ ~p
(A) A disjunção inclusiva é falsa apenas quando ambas II) p → ~p
as proposições são falsas. III) p ∨ ~p
(B) A negação de uma proposição é falsa se ela for ver-
IV) p →~q
dadeira, e vice-versa.
(C) A conjunção é verdadeira apenas quando ambas as
proposições são verdadeiras. Assinale a alternativa correta.
(D) A implicação ou condicional é falsa quando ambas
as proposições são falsas. (A) Somente I e II são tautologias.
(B) Somente II é tautologia.
07. (PREF. DE TANGUÁ/RJ – Fiscal de Tributos – MS- (C) Somente III é tautologia.
CONCURSOS/2017) A tabela-verdade da proposição (p (D) Somente III e a IV são tautologias.
->q) ^r <->(p^~r) possui: (E) Somente a IV é tautologia.

(A) 4 linhas
(B) 8 linhas 12 (FUNDAÇÃO HEMOCENTRO DE BRASILIA/DF – Ad-
(C) 16 linhas ministração – IADES/2017) Assinale a alternativa que apre-
(D) 32 linhas senta uma tautologia.

(DPU – Analista – CESPE/2016) Um estudante de di- (A) p∨(q∨~p)


reito, com o objetivo de sistematizar o seu estudo, criou (B) (q→p) →(p→q)
sua própria legenda, na qual identificava, por letras, algu- (C) p→(p→q∧~q)
mas afirmações relevantes quanto à disciplina estudada e (D) p∨~q→(p→~q)
as vinculava por meio de sentenças (proposições). No seu (E) p∨q→p∧q
vocabulário particular constava, por exemplo:

P: Cometeu o crime A.
Respostas
Q: Cometeu o crime B.
R: Será punido, obrigatoriamente, com a pena de reclu-
são no regime fechado. 01. Resposta: C.
S: Poderá optar pelo pagamento de fiança. P: A empresa alegou ter pago suas obrigações previ-
Ao revisar seus escritos, o estudante, apesar de não denciárias.
recordar qual era o crime B, lembrou que ele era inafian- Q: apresentou os comprovantes de pagamento.
çável. R: o juiz julgou, pois, procedente a ação movida pelo
ex-empregado.
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue Número de linhas: 2³=8.
os itens que se seguem.

100
MATEMÁTICA

02. Resposta: D. -Bicondicional


A proposição S é composta por: (p∧q)→(r∨p) p q p ↔q
V V V
P Q R p∧q r∨p S(p∧q)→(r∨p) V F F
V V V V V V F V F
F F V
V V F V V V
V F V F V V 09. Resposta: Errado
Apesar da tendência de falar que é verdadeira, pois fala
V F F F V V que o crime B é inafiançável, logo A é pode optar por pagar
F V V F V V a fiança, não é correto, pois não sabemos sobre o crime A,
F V F F F V se ele é inafiançável ou não.
F F V F V V
10. Resposta: Errado.
F F F F F V Se temos V(Q)=V
Para a proposição Q→R ser falsa, R deve ser falso.
03. Resposta: A. Mas, se o crime B é inafiançável, então R é verdadeiro,
É uma conjunção, pois só é verdadeira quando as duas tornando Q→R verdadeira, por isso está errado.
proposições são verdadeiras.
11. Resposta: C.
04. Resposta:A. P ou a própria negação é tautologia.
A B ¬A ¬A ou B
V V F V 12. Resposta: A.
V F F F Antes de entrar em desespero que tenha que fazer to-
F V V V das as tabela verdade, vamos analisar:
F F V V Provavelmente terá uma alternativa que tenha uma
proposição com conectivo de disjunção e a negação:
05. Resposta: E. p∨~p
p q p ↔q Logo na alternativa A, percebemos que temos algo pa-
V V V recido.
V F F Para confirmar, podemos fazer a tabela verdade:
F V F P Q ~p q∨~p p∨(q∨~p)
F F V V V F V V
V F F F V
06. Resposta: D. F V V V V
A condicional é falsa, apenas quando a primeira for F F V V V
verdadeira e a segunda falsa.

07. Resposta: B.
São três proposições: 2³=8

08. Resposta: Certo.


Analisando as duas tabelas, qualquer valor lógico que
colocarmos dará verdadeiro.
Exemplo: EQUIVALÊNCIAS LÓGICAS
V(P)=V
V(Q)=V Diz-se que uma proposição P(p,q,r..) é logicamente
V(~P)=F equivalente ou equivalente a uma proposição Q(p,r,s..) se as
V(~Q)=F tabelas-verdade dessas duas proposições são IDÊNTICAS.
V(P→Q)=V Para indicar que são equivalentes, usaremos a seguinte
V(~Q→~P)=V notação:
V((P→Q)↔((~Q→(~P))==V P(p,q,r..) ⇔ Q(p,r,s..)

-Condicional Essa parte de equivalência é um pouco mais chatinha,


p q p →q mas conforme estudamos, vou falando algumas dicas.
V V V
V F F Regra da Dupla negação
F V V ~~p⇔p
F F V

101
MATEMÁTICA

p ~p ~~p p q p∧q q∧p


V F V V V V V
F V F V F F F
F V F F
São iguais, então ~~p⇔p F F F F
Regra de Clavius
b) p ∨ q ⇔ q ∨ p
~p→p⇔p
p q p∨q q∨ p
p ~p ~p→p V V V V
V F V V F V V
F V F F V V V
Regra de Absorção F F F F
c) p ∨ q ⇔ q p
p→p∧q⇔p→q
p q p∨q q∨p
V V F F
p q p∧q p→p∧q p→q
V F V V
V V V V V
F V V V
V F F F F
F F F F
F V F V V
F F F V V d) p ↔ q ⇔ q ↔ p
Condicional p q p↔q q↔p
V V V V
Gostaria da sua atenção aqui, pois as condicionais são V F F F
as mais pedidas nos concursos F V F F
A condicional p→q e a disjunção ~p∨q, têm tabelas- F F V V
-verdades idênticas
Equivalências notáveis:
p ~p q p∧q p→q ~p∨q
1 - Distribuição (equivalência pela distributiva)
V F V V V V
a) p ∧ (q ∨ r) ⇔ (p ∧ q) ∨ (p ∧ r)
V F F F F F
F V V F V V
F V F F V V q p ∧ (q p∧ p (p ∧ q) ∨ (p
p q r
∨r ∨ r) q ∧r ∧ r)
Exemplo V V V V V V V V
p: Coelho gosta de cenoura V V F V V V F V
q: Coelho é herbívoro. V F V V V F V V
V F F F F F F F
p→q: Se coelho gosta de cenoura, então coelho é her- F V V V F F F F
bívoro. F V F V F F F F
~p∨q: Coelha não gosta de cenoura ou coelho é her- F F V V F F F F
bívoro F F F F F F F F

A condicional ~p→~q é equivalente a disjunção p∨~q b) p ∨ (q ∧ r) ⇔ (p ∨ q) ∧ (p ∨ r)

p q ~p ~q ~p→~q p∨~q q p ∨ (q p∨ p (p ∨ q) ∧ (p
V V F F V V p q r
∧r ∧ r) q ∨r ∨ r)
V F F V V V V V V V V V V V
F V V F F F V V F F V V V V
F F V V V V V F V F V V V V
V F F F V V V V
Equivalência fundamentais (Propriedades Funda- F V V V V V V V
mentais): a equivalência lógica entre as proposições goza F V F F F V F F
das propriedades simétrica, reflexiva e transitiva. F F V F F F V F
F F F F F F F F
1 – Simetria (equivalência por simetria)
a) p ∧ q ⇔ q ∧ p 2 - Associação (equivalência pela associativa)
a) p ∧ (q ∧ r) ⇔ (p ∧ q) ∧ (p ∧ r)

102
MATEMÁTICA

V V F V F V
q p ∧ (q p (p ∧ q) ∧ (p V F F V V V
p q r p∧q
∧r ∧ r) ∧r ∧ r) F V V V F V
V V V V V V V V F F V F V F
V V F F F V F F
V F V F F F V F 3º caso: (p → ~q) ⇔ (q → ~p)
V F F F F F F F p q ~q p → ~q ~p q → ~p
F V V V F F F F V V F F F F
F V F F F F F F V F V V F V
F F V F F F F F F V F V V V
F F F F F F F F F F V V V V
b) p ∨ (q ∨ r) ⇔ (p ∨ q) ∨ (p ∨ r) 5 - Pela bicondicional
a) (p ↔ q) ⇔ (p → q) ∧ (q → p), por definição
q p ∨ (q p∨ p (p ∨ q) ∨ (p
p q r p q p ↔ q p → q q → p (p → q) ∧ (q → p)
∨r ∨ r) q ∨r ∨ r)
V V V V V V V V V V V V V V
V V F V V V V V V F F F V F
V F V V V V V V F V F V F F
V F F F V V V V F F V V V V
F V V V V V V V
b) (p ↔ q) ⇔ (~q → ~p) ∧ (~p → ~q)
F V F V V V F V p
F F V V V F V V ~q → ~p → (~q → ~p) ∧
p q ↔ ~q ~p
F F F F F F F F ~p ~q (~p → ~q)
q
V V V F F V V V
3 – Idempotência
V F F V F F V F
a) p ⇔ (p ∧ p)
F V F F V V F F
Para ficar mais fácil o entendimento, vamos fazer duas
F F V V V V V V
colunas com p:
c) (p ↔ q) ⇔ (p ∧ q) ∨ (~p ∧ ~q)
p p p∧p p p
V V V ~p ∧ (p ∧ q) ∨ (~p
p q ↔ ∧ ~p ~q
F F F ~q ∧ ~q)
q q
V V V V F F F V
b) p ⇔ (p ∨ p) V F F F F V F F
F V F F V F F F
p p p∨p F F V F V V V V
V V V
F F F 6 - Pela exportação-importação
[(p ∧ q) → r] ⇔ [p → (q → r)]
4 - Pela contraposição: de uma condicional gera-se p q r p ∧ q (p ∧ q) → r q → r p → (q → r)
outra condicional equivalente à primeira, apenas inverten- V V V V V V V
do-se e negando-se as proposições simples que as com- V V F V F F F
põem. V F V F V V V
V F F F V V V
Da mesma forma que vimos na condicional mais acima, F V V F V V V
temos outros modos de definir a equivalência da condicio- F V F F V F V
nal que são de igual importância F F V F V V V
F F F F V V V
1º caso – (p → q) ⇔ (~q → ~p)
p q ~p ~q p → q ~q → ~p Proposições Associadas a uma Condicional (se, então)
V V F F V V
V F F V F F Chama-se proposições associadas a p → q as três pro-
F V V F V V posições condicionadas que contêm p e q:
F F V V V V – Proposições recíprocas: p → q: q → p
– Proposição contrária: p → q: ~p → ~q
2º caso: (~p → q) ⇔ (~q → p) – Proposição contrapositiva: p → q: ~q → ~p
p q ~p ~p → q ~q ~q → p

103
MATEMÁTICA

Observe a tabela verdade dessas quatro proposições: 05. (IBGE – Analista Censitário – FGV/2017) Considere
como verdadeira a seguinte sentença: “Se todas as flores são
q vermelhas, então o jardim é bonito”.
p→ ~p → ~q → É correto concluir que:
p q ~p ~q →
q ~q ~p
p
V V F F V V V V (A) se todas as flores não são vermelhas, então o jardim
V F F V F V V F não é bonito;
F V V F V F F V (B) se uma flor é amarela, então o jardim não é bonito;
F F V V V V V V (C) se o jardim é bonito, então todas as flores são ver-
melhas;
Observamos ainda que a condicional p → q e a sua (D) se o jardim não é bonito, então todas as flores não
recíproca q → p ou a sua contrária ~p → ~q NÃO SÃO são vermelhas;
EQUIVALENTES. (E) se o jardim não é bonito, então pelo menos uma flor
não é vermelha.
Questões
01. (TJ/SP - Escrevente Técnico Judiciário - VU- 06. (POLITEC/MT – Papiloscopista – UFMT/2017)
NESP/2017) Uma afirmação equivalente para “Se estou fe- Uma proposição equivalente a Se há fumaça, há fogo, é:
liz, então passei no concurso” é:
(A) Se passei no concurso, então estou feliz. (A) Se não há fumaça, não há fogo.
(B) Se não passei no concurso, então não estou feliz. (B) Se há fumaça, não há fogo.
(C) Não passei no concurso e não estou feliz. (C) Se não há fogo, não há fumaça.
(D) Estou feliz e passei no concurso. (D) Se há fogo, há fumaça.
(E) Passei no concurso e não estou feliz.
07. (DPE/RR – Técnico em Informática – INAZ DO
02. (UTFPR – Pedagogo – UTFPR/2017) Considere a
frase: PARÁ/2017) Diz-se que duas preposições são equivalen-
Se Marco treina, então ele vence a competição. tes entre si quando elas possuem o mesmo valor lógico. A
A frase equivalente a ela é: sentença logicamente equivalente a: “ Se Maria é médica,
(A) Se Marco não treina, então vence a competição. então Victor é professor” é:
(B) Se Marco não treina, então não vence a competição.
(C) Marco treina ou não vence a competição. (A) Se Victor não é professor então Maria não é médica
(D) Marco treina se e somente se vence a competição. (B) Se Maria não é médica então Victor não é professor
(E) Marco não treina ou vence a competição. (C) Se Victor é professor, Maria é médica
(D) Se Maria é médica ou Victor é professor
03. (TRF 1ª REGIÃO – Cargos de nível médio – CES- (E) Se Maria é médica ou Victor não é professor
PE/2017) A partir da proposição P: “Quem pode mais, cho-
ra menos.”, que corresponde a um ditado popular, julgue o 08. (PREF. DE RIO DE JANEIRO – Administrador –
próximo item.
PREF. DO RIO DE JANEIRO/2016) Uma proposição lo-
Do ponto de vista da lógica sentencial, a proposição P é
equivalente a “Se pode mais, o indivíduo chora menos”. gicamente equivalente a “se eu não posso pagar um táxi,
( ) Certo então vou de ônibus” é a seguinte:
( ) Errado
(A) se eu não vou de ônibus, então posso pagar um táxi
04. (TRT 12ª REGIÃO – Analista Judiciário – FGV/2017) (B) se eu posso pagar um táxi, então não vou de ônibus
Considere a sentença: “Se Pedro é torcedor do Avaí e Marce- (C) se eu vou de ônibus, então não posso pagar um táxi
la não é torcedora do Figueirense, então Joana é torcedora (D) se eu não vou de ônibus, então não posso pagar
da Chapecoense”. um táxi
Uma sentença logicamente equivalente à sentença dada é:
(A) Se Pedro não é torcedor do Avaí ou Marcela é torce- 09. (PREF. DO RIO DE JANEIRO – Agente de Admi-
dora do Figueirense, então Joana não é torcedora da Cha- nistração – PREF. DO RIO DE JANEIRO/2016) Uma pro-
pecoense. posição logicamente equivalente a “todo ato desonesto é
(B) Se Pedro não é torcedor do Avaí e Marcela é torce-
passível de punição” é a seguinte:
dora do Figueirense, então Joana não é torcedora da Cha-
pecoense.
(C) Pedro não é torcedor do Avaí ou Marcela é torcedora (A) todo ato passível de punição é desonesto.
do Figueirense ou Joana é torcedora da Chapecoense. (B) todo ato não passível de punição é desonesto.
(D) Se Joana não é torcedora da Chapecoense, então (C) se um ato não é passível de punição, então não é
Pedro não é torcedor do Avaí e Marcela é torcedora do Fi- desonesto.
gueirense. (D) se um ato não é desonesto, então não é passível
(E) Pedro não é torcedor do Avaí ou Marcela é torcedora de punição.
do Figueirense e Joana é torcedora da Chapecoense.

104
MATEMÁTICA

10. (TJ/PI – Analista Judiciário – FGV/2015) Conside- 08. Resposta: A.


re a sentença: “Se gosto de capivara, então gosto de javali”. Temos p→q e a equivalência pode ser ~q→~p
~p∨q
Uma sentença logicamente equivalente à sentença Nesse caso, como temos apenas condicional nas alter-
dada é: nativas.
Nega as duas e troca
(A) Se não gosto de capivara, então não gosto de javali. p: não posso pagar um táxi
(B) Gosto de capivara e gosto de javali. q: vou de ônibus
(C) Não gosto de capivara ou gosto de javali. ~p: Posso pagar um táxi
(D) Gosto de capivara ou não gosto de javali. ~q: Não vou de ônibus
(E) Gosto de capivara e não gosto de javali. Se não vou de ônibus, então posso pagar um táxi
Respostas 09. Resposta: C.
Vamos pensar da seguinte maneira:
01. Resposta: B. Se todo ato é desonesto, então é passível de punição
p→q⇔~q→~p Temos p→q e a equivalência pode ser: “~q→~p” ou
p: Estou feliz “~p∨q”
q: passei no concurso Nesse caso, as alternativas nos mostram condicional.
A equivalência ficaria: Se um ato não é passível de punição, então não é de-
Se não passei no concurso, então não estou feliz. sonesto.

02. Resposta: E. 10. Resposta: C.


Temos p→q e a equivalência pode ser: “~q→~p” ou Lembra da tabela da teoria??
“~p∨q” p q p→q ~p ~p∨q
P: Marcos treina V V V F V
Q: ele vence a competição V F F F F
Marcos não treina ou ele vence a competição F V V V V
F F V V V
03. Resposta: Certo.
Uma dica é que normalmente quando tem vírgula é Então
condicional, não é regra, mas acontece quando você não p: Gosto de capivara
acha o conectivo. q: Gosto de javali
04. Resposta: C. Temos p→q e a equivalência pode ser ~q→~p, mas não
Temos p→q e a equivalência pode ser: “~q→~p” ou temos essa opção.
“~p∨q” Portanto, deve ser ~p∨q
~p: Pedro não é torcedor do Avaí ou Marcela é torce-
Não gosto de capivara ou gosto de javali.
dora do Figueirense
~q→~p: Se Joana não é torcedora da Chapecoense,
Referências
então Pedro não é torcedor do Avaí ou Marcela é torcedora
ALENCAR FILHO, Edgar de – Iniciação a lógica matemá-
do Figueirense
tica – São Paulo: Nobel – 2002.
~p∨q: Pedro não é torcedor do Avaí ou Marcela é torce-
CABRAL, Luiz Cláudio Durão; NUNES, Mauro César de
dora do Figueirense ou Joana é torcedora da Chapecoense.
Abreu - Raciocínio lógico passo a passo – Rio de Janeiro:
05. Resposta: E. Elsevier, 2013.
Equivalência: p→q⇔~q→~p
Para negar Todos:
Pelo menos faz o contrário, ou seja, no nosso caso,
pelo menos uma flor não é vermelha
~p: Pelo menos uma flor não é vermelha SEQUËNCIA LÓGICA
Se o jardim não é bonito, então pelo menos uma flor
não é vermelha. As sequências lógicas aparecem com frequências nas
provas de concurso. São vários tipos: números, letras, figu-
06. Resposta: C. ras, baralhos, dominós e como é um assunto muito abran-
Nega as duas e troca de lado. gente, e pode ser pedido de qualquer forma, o que ajudará
Se não há fogo, então não há fumaça. nos estudos serão as práticas de exercícios e algumas dicas
que darei. Em cada exemplo, darei algumas dicas para toda
07. Resposta: A. vez que você visualizar esse tipo de questão já ajude a ana-
Nega as duas e troca de lado. lisar que tipo será. Vamos lá?
Se Victor não é professor, então Maria não é medica.

105
MATEMÁTICA

Sequência de Números (A) 9.


Pode ser feita por soma, subtração, divisão, multipli- (B) 11.
cação. (C) 26.
Mas lembre-se, se estamos falando de SEQUÊNCIA, ela (D) 27.
vai seguir um padrão, basta você achar esse padrão, alguns
serão mais difíceis, outro beeem fácil e não se assuste se Resolução
achar rápido, não terá uma “PEGADINHA”, será isso e pon- Quando há uma sequência que não parece progressão
to. aritmética ou geométrica, devemos “apelar” para soma os
Vamos ver alguns tipos de sequências: dois anteriores, soma 1, e assim por diante.
No caso se somarmos os dois primeiros para dar o ter-
-Progressão Aritmética ceiro: 3+6=9
2 5 8 11 Para dar 3, devemos dividir por 3: 9/3=3
Vamos ver se ficará certo com o restante
Progressão aritmética sempre terá a mesma razão. 6+3=9
No nosso exemplo, a razão é 3, pois para cada número 9/3=3
seguinte, temos que somar 3. 3+2=5
5/3
-Progressão Geométrica Opa...parece que deu certo
9 18 36 72 Então:

E agora para essa nova sequência?


Se somarmos 9, não teremos uma sequência, então
não é soma.
O próximo que tentamos é a multiplicação,9x2=18
18x2=36
36x2=72
Opa, deu certo? Resposta: D.
Progressão geométrica de razão 2.
Sequência de Letras
Sobre a sequência de Letras, fica um pouco mais difícil
-Incremento em Progressão
de falar, pois podem ser de vários tipos.
1 2 4 7
Às vezes temos que substituir por números, outras ana-
lisar o padrão de como aparecem. Vamos ver uns exemplos?
Observe que estamos somando 1 a mais para cada nú-
mero.
Exemplo 1
1=1=2
(AGERIO – Analista de Desenvolvimento – FDC/2015)
2+2=4
Considerando a sequência de vocábulos:
4+3=7 galo - pato - carneiro - X - cobra – jacaré
-Série de Fibonacci A alternativa lógica que substitui X é:
1 1 2 3 5 8 13
Cada termo é igual à soma dos dois anteriores. (A) boi
(B) siri
-Números Primos (C) sapo
2 3 5 7 11 13 17 (D) besouro
Naturais que possuem apenas dois divisores naturais. (E) gaivota
-Quadrados Perfeitos Resolução
1 4 9 16 25 36 49 Primeiro tentamos número de sílabas ou letras.
Números naturais cujas raízes são naturais. Letras já não deu certo.

Exemplo 1 Galo=4
Pato=4
(UFPB – Administrador – IDECAN/2016) Considere a Carneiro=8
sequência numérica a seguir: Cobra=4
3, 6, 3, 3, 2, 5/3, 11/9. . . Jacaré=6
Não tem um padrão
Sabendo-se que essa sequência obedece uma regra de
formação a partir do terceiro termo, então o denominador Número de sílabas
do próximo termo da sequência é: Está dividido em 2 e 3 e sem padrões

106
MATEMÁTICA

Começadas com as letras dos meses?não... (A)


Difícil...
São animais, então:

Galo e pato são aves (B)


Cobra e jacaré são répteis
O carneiro é mamífero, se estão aos pares, devemos
procurar outro mamífero que no caso é o boi
Resposta: A.
(C)
Exemplo 2
(IBGE - Técnico em Informações Geográficas e Esta-
tísticas – FGV/2016) Considere a sequência infinita
(D)
IBGEGBIBGEGBIBGEG...

A 2016ª e a 2017ª letras dessa sequência são, respec-


tivamente:
(A) BG; (E)
(B) GE;
(C) EG;
(D) GB;
(E) BI.
Resposta: B.
Resposta: E.
Primeiro risco vai na parte de baixo, depois do lado
É uma sequência com 6 E depois 2 riscos e assim por diante.
Cada letra equivale a sequência Então nossa figura terá que ter 3 riscos, mas a B ou D?
I=1 É a B, pois o risco de cima, tem que ser o maior de
B=2 todos.
G=3
E=4 Questões
G=5
B=0 01. ( TRE/RJ - Técnico Judiciário - Operação de
Computadores – CONSULPLAN/2017) Os termos de uma
2016/6=336 resta 0 determinada sequência foram sucessivamente obtidos se-
2017/6=336 resta 1 guindo um determinado padrão:

Portanto, 2016 será a letra B, pois resta 0, será equiva- (5, 9, 17, 33, 65, 129...)
lente a última letra
O décimo segundo termo da sequência anterior é um
E 2017 será a letra I, pois resta 1 e é igual a primeira
número
letra.
(A) menor que 8.000.
Sequência de Figuras (B) maior que 10.000.
(C) compreendido entre 8.100 e 9.000.
Do mesmo modo que a sequência de letras, é um tema (D) compreendido entre 9.000 e 10.000.
abrangente, pois a banca pode pedir a figura que convém.
02. (DESENBAHIA – Técnico Escriturário - INSTITU-
(FACEPE – Assistente em Gestão de Ciência e Tecno- TO AOCP/2017) Uma máquina foi programada para dis-
logia – UPENET/2015) Assinale a alternativa que contém a tribuir senhas para atendimento em uma agência bancária
próxima figura da sequência. alternando algarismos e letras do alfabeto latino, no qual
estão inclusas as letras K, W e Y, sendo a primeira senha
o número 2, a segunda a letra A, e sucessivamente na se-
guinte forma: (2; A; 5; B; 8; C; ...). Com base nas informações
mencionadas, é correto afirmar que a 51ª e a 52ª senhas,
respectivamente, são:

107
MATEMÁTICA

(A) 69 e Z. 06. (EBSERH – Assistente Administrativo –


(B) 90 e Y. IBFC/2017) Considerando a sequência de figuras @, % , &,
(C) T e 88. # , @, %, &, #,..., podemos dizer que a figura que estará na
(D) 77 e Z. 117ª posição será:
(E) Y e 100. (A) @
(B) %
03. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017)  Na (C) &
figura abaixo, encontram-se representadas três etapas da (D) #
construção de uma sequência elaborada a partir de um (E) $
triângulo equilátero.
07. (IF/PE – Técnico em Eletrotécnica – IFPE/0217)
Considere a seguinte sequência de figuras formadas por
círculos:

Continuando a sequência de maneira a manter o mes-


Na etapa 1, marcam-se os pontos médios dos lados mo padrão geométrico, o número de círculos da Figura 18 é:
do triângulo equilátero e retira-se o triângulo com vértices (A) 334.
nesses pontos médios, obtendo-se os triângulos pretos. Na (B) 314.
etapa 2, marcam-se os pontos médios dos lados dos triân- (C) 342.
gulos pretos obtidos na etapa 1 e retiram-se os triângulos (D) 324.
com vértices nesses pontos médios, obtendo-se um novo (E) 316.
conjunto de triângulos pretos. A etapa 3 e as seguintes
mantêm esse padrão de construção. 08. (CODEBA – Guarda Portuário – FGV/2016) Para
passar o tempo, um candidato do concurso escreveu a sigla
Mantido o padrão de construção acima descrito, o nú- CODEBA por sucessivas vezes, uma após a outra, formando
mero de triângulos pretos existentes na etapa 7 é a sequência:
C O D E B A C O D E B A C O D E B A C O D ...
(A) 729.
(B) 1.024. A 500ª letra que esse candidato escreveu foi:
(C) 2.187.
(D) 4.096. (A) O
(E) 6.561. (B) D
(C) E
04. (SESAU/RO – Enfermeiro – FUNRIO/2017) Ob- (D) B
serve a sequência: 43, 46, 50, 55, 61, ... (E) A

O próximo termo é o: 09. (MPE/SP – Oficial de Promotoria I – VU-


(A) 65. NESP/2016) A sequência ((3, 5); (3, 3, 3); (5; 5); (3, 3, 5);
...) tem como termos sequências contendo apenas os nú-
(B) 66.
meros 3 ou 5. Dentro da lógica de formação da sequência,
(C) 67.
cada termo, que também é uma sequência, deve ter o me-
(D) 68.
nor número de elementos possível. Dessa forma, o número
(E) 69.
de elementos contidos no décimo oitavo termo é igual a:
(A) 5.
05. (TRT 24ª REGIÃO – Analista Judiciário – (B) 4.
FCC/2017) Na sequência 1A3E; 5I7O; 9U11A; 13E15I; (C) 6.
17O19U; 21A23E; . . ., o 12° termo é formado por algaris- (D) 7.
mos e pelas letras (E) 8.
(A) EI.
(B) UA. 10. (CODAR – Recepcionista – EXATUS/2016) A se-
(C) OA. quência numérica (99; 103; 96; 100; 93; 97; ...) possui deter-
(D) IO. minada lógica em sua formação. O número corresponden-
(E) AE. te ao décimo elemento dessa sequência é:

108
MATEMÁTICA

(A) 91 08. Resposta: A.


(B) 88. É uma sequência com 6 letras:
(C) 87 500/6=83 e resta 2
(D) 84 C=1
O=2
D=3
Respostas E=4
B=5
01. Resposta: C. A=0
Os termos tem uma sequência começando por 2²+1
Como restaram 2, então será igual a O.
Portanto, para sabermos o 12º termo, fazemos
213+1=8193
09. Resposta: A.
Vamos somar os números:
02. Resposta: D. 3+5=8
A 51ª senha segue a sequência ímpar que são: (2, 5, 3+3+3=9
8,...) 5+5=10
51/2=25 e somamos 1, para saber qual posição ocupa- 3+3+5=11
rá na sequência. Portanto será a 26 Observe que
A26=a1+25r os termos formam uma PA de razão 1.
A26=2+25⋅3 a18=?
A26=2+75=77 a18=a1+17r
a18=8+17
A 52ª senha ocupará a posição 26 também, mas na se- a18=25
quência par, ou seja, a 26ª letra do alfabeto que é a letra Z.
Para dar 25, com o menor número de elementos possí-
03 Resposta:C veis, devemos ter (5,5,5,5,5)
É uma PG de razão 3 e o a1 também é 3.
10. Resposta: A.
A princípio, queremos ver a sequência com os termos
seguidos mesmo, o que seria:
99+4=103
103-7=96
04. Resposta: D. 96+4=100
Observe que de 43 para 46 são 3 100-7=93
50-46=4 Alternando essa sequência, mas se conseguirmos vi-
55-50=5 sualizar uma outra maneira, ficará mais fácil.
61-55=6
Portanto, o próximo será somando 7 Observe que os termos ímpares (a1,a3,a5...)formam
61+7=68 uma PA de razão r=-3
Os termos pares (a2,a4,a6..) formam uma PA de razão
05. Resposta: D. também r=-3
A partir do 5º termo começa a repetir as letras, por-
tanto: Como a10 é par, devemos tomar como base a sequên-
12/5=2 e resta 2 cia par, mas para isso, vamos lembrar que se estamos tra-
Assim, será igual ao segundo termo, IO. tando apenas dela, a10=a5
Pois, devemos transformar o a2 em a1 e assim por
06. Resposta: A. diante.
A5=a1+4r
117/4=29 e resta 1
A5=103-12
Portanto, é igual a figura 1 @
A5=31
07. Resposta: D.
Figura 1:1
Figura 2:4
Figura 3:9
Figura 4:16
O número de círculos é o quadrado da posição
Figura 18: 18²=324

109
MATEMÁTICA

Quando “nenhum A é B” é verdadeira, vamos ver como


ficam os valores lógicos das outras?
4. DIAGRAMAS LÓGICOS, TABELAS E
GRÁFICOS Frase: Nenhum cachorro é gato. (sim, eu sei. Frase ex-
trema, mas assim é bom para entendermos..hehe)

Todo A é B é necessariamente falsa.


As questões de Diagramas lógicos envolvem as pro- Todo cachorro é gato, faz sentido? Nenhum, não é?
posições categóricas (todo, algum, nenhum), cuja solução
requer que desenhemos figuras, os chamados diagramas. Algum A é B é necessariamente falsa.
Algum cachorro é gato, ainda não faz sentido.
Definição das proposições
Algum A não é B necessariamente verdadeira.
Todo A é B.
Algum cachorro não é gato, ah sim espero que todos
O conjunto A está contido no conjunto B, assim todo
não sejam mas, se já está dizendo algum vou concordar.
elemento de A também é elemento de B.
Algum A é B.
Podemos representar de duas maneiras:
Quer dizer que há pelo menos 1 elemento de A em
comum com o conjunto B.

Temos 4 representações possíveis:

a) os dois conjuntos possuem uma parte dos elemen-


tos em comum.

Quando “todo A é B” é verdadeira, vamos ver como


ficam os valores lógicos das outras?
Pensemos nessa frase: Toda criança é linda.

Nenhum A é B é necessariamente falsa.


Nenhuma criança é linda, mas eu não acabei de falar
que TODA criança é linda? Por isso é falsa.

Algum A é B é necessariamente verdadeira


Alguma Criança é linda, sim, se todas são 1, 2, 3...são
lindas. b) Todos os elementos de A estão em B.

Algum A não é B necessariamente falsa, pois A está


contido em B.
Alguma criança não é linda, bem como já vimos impos-
sível, pois todas são.

Nenhum A é B.
A e B não terão elementos em comum.

110
MATEMÁTICA

c) Todos os elementos de B estão em A. a) Os dois conjuntos possuem uma parte dos elemen-
tos em comum

d) O conjunto A é igual ao conjunto B.


b) Todos os elementos de B estão em A.

Quando “algum A é B” é verdadeira, vamos ver como


ficam os valores lógicos das outras? c) Não há elementos em comum entre os dois conjun-
Frase: Algum copo é de vidro. tos

Nenhum A é B é necessariamente falsa


Nenhum copo é de vidro, com frase fica mais fácil né?
Porque assim, conseguimos ver que é falsa, pois acabei de
falar que algum copo é de vidro, ou seja, tenho pelo menos
1 copo de vidro.

Todo A é B , não conseguimos determinar, podendo ser


verdadeira ou falsa (podemos analisar também os diagra-
mas mostrados nas figuras a e c)
Todo copo é de vidro.
Pode ser que sim, ou não.

Algum A não é B não conseguimos determinar, poden- Quando “algum A não é B” é verdadeira, vamos ver
do ser verdadeira ou falsa(contradiz com as figuras b e d) como ficam os valores lógicos das outras?
Algum copo não é de vidro, como não sabemos se to- Vamos fazer a frase contrária do exemplo anterior
dos os copos são de vidros, pode ser verdadeira. Frase: Algum copo não é de vidro.

Algum A não é B. Nenhum A é B é indeterminada (contradição com as


O conjunto A tem pelo menos um elemento que não figuras a e b)
pertence ao conjunto B. Nenhum copo é de vidro, algum não é, mas não sei se
todos não são de vidro.
Aqui teremos 3 modos de representar:
Todo A é B , é necessariamente falsa
Todo copo é de vidro, mas eu disse que algum copo
não era.

111
MATEMÁTICA

Algum A é B é indeterminada Seja uma sentença (∃x)(Q(x)).


Algum copo é de vidro, não consigo determinar se tem Negação: (∀x)(~Q(x)).
algum de vidro ou não. (∃x)(2x-1=3)
Negação: (∀x)(2x-1≠3)
Quantificadores são elementos que, quando associa-
dos às sentenças abertas, permitem que as mesmas sejam Questões
avaliadas como verdadeiras ou falsas, ou seja, passam a ser
qualificadas como sentenças fechadas. 01. (UFES - Assistente em Administração –
UFES/2017) Em um determinado grupo de pessoas:
O quantificador universal
• todas as pessoas que praticam futebol também pra-
O quantificador universal, usado para transformar sen- ticam natação,
tenças (proposições) abertas em proposições fechadas, é • algumas pessoas que praticam tênis também prati-
indicado pelo símbolo “∀”, que se lê: “qualquer que seja”, cam futebol,
“para todo”, “para cada”. • algumas pessoas que praticam tênis não praticam
natação.
Exemplo:
(∀x)(x + 2 = 6) É CORRETO afirmar que no grupo
Lê-se: “Qualquer que seja x, temos que x + 2 = 6” (fal-
sa). (A) todas as pessoas que praticam natação também
É falso, pois não podemos colocar qualquer x para a praticam tênis.
afirmação ser verdadeira. (B) todas as pessoas que praticam futebol também pra-
ticam tênis.
O quantificador existencial (C) algumas pessoas que praticam natação não prati-
cam futebol.
O quantificador existencial é indicado pelo símbolo (D) algumas pessoas que praticam natação não prati-
“∃” que se lê: “existe”, “existe pelo menos um” e “existe cam tênis.
um”. (E) algumas pessoas que praticam tênis não praticam
futebol.
Exemplos: 02. (TRT - 20ª REGIÃO /SE - Técnico Judiciário –
(∃x)(x + 5 = 9) FCC/2016) que todo técnico sabe digitar. Alguns desses
Lê-se: “Existe um número x, tal que x + 5 = 9” (verda- técnicos sabem atender ao público externo e outros desses
deira). técnicos não sabem atender ao público externo. A partir
Nesse caso, existe um número, ahh tudo bem...claro dessas afirmações é correto concluir que:
que existe algum número que essa afirmação será verda-
(A) os técnicos que sabem atender ao público externo
deira.
não sabem digitar.
(B) os técnicos que não sabem atender ao público ex-
Ok?? Sem maiores problemas, certo? terno não sabem digitar.
(C) qualquer pessoa que sabe digitar também sabe
Representação de uma proposição quantificada atender ao público externo.
(D) os técnicos que não sabem atender ao público ex-
(∀x)(x ∈ N)(x + 3 > 15) terno sabem digitar.
Quantificador: ∀ (E) os técnicos que sabem digitar não atendem ao pú-
Condição de existência da variável: x ∈ N . blico externo.
Predicado: x + 3 > 15.
03. (COPERGAS – Auxiliar Administrativo –
(∃x)[(x + 1 = 4) ∧ (7 + x = 10)] FCC/2016) É verdade que existem programadores que não
Quantificador: ∃ gostam de computadores. A partir dessa afirmação é cor-
Condição de existência da variável: não há. reto concluir que:
Predicado: “(x + 1 = 4) ∧ (7 + x = 10)”.
(A) qualquer pessoa que não gosta de computadores é
Negações de proposições quantificadas ou funcionais um programador.
Seja uma sentença (∀x)(A(x)). (B) todas as pessoas que gostam de computadores não
Negação: (∃x)(~A(x)) são programadores.
(C) dentre aqueles que não gostam de computadores,
Exemplo alguns são programadores.
(∀x)(2x-1=3) (D) para ser programador é necessário gostar de com-
Negação: (∃x)(2x-1≠3) putador.
(E) qualquer pessoa que gosta de computador será um
bom programador.

112
MATEMÁTICA

04. (COPERGAS/PE - Analista Tecnologia da Infor- (C) alguma pessoa que gosta de empadão de camarão
mação gosta de matemática.
- FCC/2016) É verdade que todo engenheiro sabe ma- (D) alguma pessoa que gosta de empadão de camarão
temática. É verdade que há pessoas que sabem matemática não é professor de matemática.
e não são engenheiros. É verdade que existem administra-
dores que sabem matemática. A partir dessas afirmações é
possível concluir corretamente que: 08. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VU-
NESP/2015) Se todo estudante de uma disciplina A é tam-
(A) qualquer engenheiro é administrador. bém estudante de uma disciplina B e todo estudante de
(B) todos os administradores sabem matemática. uma disciplina C não é estudante da disciplina B, e ntão é
verdade que:
(C) alguns engenheiros não sabem matemática.
(D) o administrador que sabe matemática é engenhei-
(A) algum estudante da disciplina A é estudante da dis-
ro. ciplina C.
(E) o administrador que é engenheiro sabe matemática. (B) algum estudante da disciplina B é estudante da dis-
ciplina C.
05. (CRECI 1ª REGIÃO/RJ – Advogado – MSCON- (C) nenhum estudante da disciplina A é estudante da
CURSOS/2016) Considere como verdadeiras as duas pre- disciplina C.
missas seguintes: (D) nenhum estudante da disciplina B é estudante da
disciplina A.
I – Nenhum professor é veterinário; (E) nenhum estudante da disciplina A é estudante da
II – Alguns agrônomos são veterinários. disciplina B.

A partir dessas premissas, é correto afirmar que, neces-


sariamente: 09. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VU-
(A) Nenhum professor é agrônomo. NESP/2015) Considere verdadeira a seguinte afirmação:
(B) Alguns agrônomos não são professores. “Todos os primos de Mirian são escreventes”.
(C) Alguns professores são agrônomos.
Dessa afirmação, conclui­se corretamente que
(D) Alguns agrônomos são professores.
(A) se Pâmela não é escrevente, então Pâmela não é
06. (EMSERH - Auxiliar Administrativo – FUN- prima de Mirian.
CAB/2016) Considere que as seguintes afirmações são (B) se Jair é primo de Mirian, então Jair não é escre-
verdadeiras: vente.
(C) Mirian é escrevente
“Algum maranhense é pescador.” (D) Mirian não é escrevente.
“Todo maranhense é trabalhador.” (E) se Arnaldo é escrevente, então Arnaldo é primo de
Mirian
Assim pode-se afirmar, do ponto de vista lógico, que:

(A) Algum maranhense pescador não é trabalhador 10. (DPE/MT – Assistente Administrativo –
(B) Algum maranhense não pescar não é trabalhador FGV/2015) Considere verdadeiras as afirmações a seguir.
(C) Todo maranhense trabalhadoré pescador
(D) Algum maranhense trabalhador é pescador • Existem advogados que são poetas.
(E) Todo maranhense pescador não é trabalhador. • Todos os poetas escrevem bem.
07. (PREF. DE RIO DE JANEIRO/RJ – Assistente Ad- Com base nas afirmações, é correto concluir que
ministrativo – PREF. DO RIO DE JANEIRO/2015) Em certa
(A) se um advogado não escreve bem então não é poe-
comunidade, é verdade que:
ta.
(B) todos os advogados escrevem bem.
- todo professor de matemática possui grau de mestre;
(C) quem não é advogado não é poeta.
- algumas pessoas que possuem grau de mestre gos-
(D) quem escreve bem é poeta.
tam de empadão de camarão;
(E) quem não é poeta não escreve bem.
- algumas pessoas que gostam de empadão de cama-
rão não possuem grau de mestre.

Uma conclusão necessariamente verdadeira é:

(A) algum professor de matemática gosta de empadão


de camarão.
(B) nenhum professor de matemática gosta de empa-
dão de camarão.

113
MATEMÁTICA

Respostas 04. Resposta: E.

01. Resposta: E.

02. Resposta: D. 05. Resposta: B.


Podemos excluir as alternativas que falam que não sa- Alguns agrônomos são veterinários e podem ser só
bem digitar, pois todos os técnicos sabem digitar. agrônomos.

06. Resposta: D.

03. Resposta: C.

07. Resposta: D.

114
MATEMÁTICA

Podemos ter esses dois modelos de diagramas: 10. Resposta: A.


(A) não está claro se os mestres que gostam de empa- Se o advogado não escreve bem, ele faz parte da área
dão são professores ou não. hachurada, portanto ele não é poeta.
(B) podemos ter o primeiro diagrama
(C) pode ser o segundo diagrama.

08. Resposta: C.
O diagrama C deve ficar para fora, pois todo estudante
de C não é da disciplina B, ou seja, não tem ligação nenhuma.

Referências
Carvalho, S. Raciocínio Lógico Simplificado. Série Pro-
vas e Concursos, 2010.

Assim, os estudantes da disciplina A, também não fa-


zem disciplina C e vice-versa. 16. PRINCÍPIOS DE CONTAGEM E NOÇÃO DE
PROBABILIDADE.
09. Resposta: A.

Análise Combinatória
A Análise Combinatória é a área da Matemática que
trata dos problemas de contagem.

Princípio Fundamental da Contagem


Estabelece o número de maneiras distintas de ocorrên-
cia de um evento composto de duas ou mais etapas.
Se uma decisão E1 pode ser tomada de n1 modos e, a
decisão E2 pode ser tomada de n2 modos, então o número
de maneiras de se tomarem as decisões E1 e E2 é n1.n2.

Como Pâmela não é escrevente, ela está em um diagra- Exemplo


ma a parte, então não é prima de Mirian.
Analisando as alternativas erradas:

(B) Todos os primos de primo são escrevente.


(C) e (D) Não sabemos se Mirian é escrevente ou não.
(E) Não necessariamente, pois há pessoas que são es-
creventes, mas não primos de Mirian.

O número de maneiras diferentes de se vestir é:2(cal-


ças). 3(blusas)=6 maneiras

Fatorial
É comum nos problemas de contagem, calcularmos o
produto de uma multiplicação cujos fatores são números
naturais consecutivos. Para facilitar adotamos o fatorial.

115
MATEMÁTICA

Arranjo Simples Exemplo


Denomina-se arranjo simples dos n elementos de E, p a Quantos anagramas tem a palavra PARALELEPÍPEDO?
p, toda sequência de p elementos distintos de E. Solução
Se todos as letras fossem distintas, teríamos 14! Per-
Exemplo mutações. Como temos uma letra repetida, esse número
Usando somente algarismos 5, 6 e 7. Quantos números será menor.
de 2 algarismos distintos podemos formar? Temos 3P, 2A, 2L e 3 E

Combinação Simples
Dado o conjunto {a1, a2, ..., an} com n objetos distintos,
podemos formar subconjuntos com p elementos. Cada sub-
conjunto com i elementos é chamado combinação simples.

Exemplo
Calcule o número de comissões compostas de 3 alunos
que podemos formar a partir de um grupo de 5 alunos.
Solução

Observe que os números obtidos diferem entre si: Números Binomiais


Pela ordem dos elementos: 56 e 65 O número de combinações de n elementos, tomados
Pelos elementos componentes: 56 e 67 p a p, também é representado pelo número binomial .
Cada número assim obtido é denominado arranjo sim-
ples dos 3 elementos tomados 2 a 2.
Indica-se

Binomiais Complementares
Dois binomiais de mesmo numerador em que a soma
dos denominadores é igual ao numerador são iguais:
Permutação Simples
Chama-se permutação simples dos n elementos, qual-
quer agrupamento(sequência) de n elementos distintos de E.
O número de permutações simples de n elementos é
indicado por Pn. Relação de Stifel

Exemplo
Quantos anagramas tem a palavra CHUVEIRO? Triângulo de Pascal
Solução
A palavra tem 8 letras, portanto:

Permutação com elementos repetidos


De modo geral, o número de permutações de n ob-
jetos, dos quais n1 são iguais a A, n2 são iguais a B, n3 são
iguais a C etc.

116
MATEMÁTICA

Considerando-se essa mesma forma de distribuição,


de quantas maneiras distintas esses livros podem ser orga-
Binômio de Newton nizados na estante?
Denomina-se binômio de Newton todo binômio da for- (A) 30 maneiras
ma , com n∈N. Vamos desenvolver alguns binômios: (B) 60 maneiras
(C) 120 maneiras
(D) 360 maneiras
(E) 720 maneiras

04. (UTFPR - Técnico de Tecnologia da Informação


– UTFPR/2017) Em um carro que possui 5 assentos, irão
viajar 4 passageiros e 1 motorista. Assinale a alternativa
que indica de quantas maneiras distintas os 4 passageiros
Observe que os coeficientes dos termos formam o podem ocupar os assentos do carro.
triângulo de Pascal. (A) 13.
(B) 26.
(C) 17.
(D) 20.
(E) 24.

05. (UTFPR - Técnico de Tecnologia da Informação –


UTFPR/2017) A senha criada para acessar um site da inter-
Questões net é formada por 5 dígitos. Trata-se de uma senha alfanu-
01. (UFES - Assistente em Administração – mérica. André tem algumas informações sobre os números
UFES/2017) Uma determinada família é composta por e letras que a compõem conforme a figura.
pai, por mãe e por seis filhos. Eles possuem um automó-
vel de oito lugares, sendo que dois lugares estão em dois
bancos dianteiros, um do motorista e o outro do carona, e
os demais lugares em dois bancos traseiros. Eles viajarão
no automóvel, e o pai e a mãe necessariamente ocuparão
um dos dois bancos dianteiros. O número de maneiras de
dispor os membros da família nos lugares do automóvel é Sabendo que nesta senha as vogais não se repetem e
igual a: também não se repetem os números ímpares, assinale a
(A) 1440 alternativa que indica o número máximo de possibilidades
(B) 1480 que existem para a composição da senha.
(C) 1520 (A) 3125.
(D) 1560 (B) 1200.
(E) 1600 (C) 1600.
(D) 1500.
02. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) To- (E) 625.
mando os algarismos 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7, quantos números
pares de 4 algarismos distintos podem ser formados? 06. (CELG/GT/GO – Analista de Gestão – CSUF-
(A) 120. GO/2017) Uma empresa de limpeza conta com dez faxi-
(B) 210. neiras em seu quadro. Para atender três eventos em dias
(C) 360. diferentes, a empresa deve formar três equipes distintas,
(D) 630. com seis faxineiras em cada uma delas. De quantas manei-
(E) 840. ras a empresa pode montar essas equipes?
(A) 210
03. (IF/ES – Administrador – IFES/2017) Seis livros (B) 630
diferentes estão distribuídos em uma estante de vidro, con- (C) 15.120
forme a figura abaixo: (D) 9.129.120

117
MATEMÁTICA

07. (UPE – Técnico em Administração – UPENET/ Números ímpares: 1,3,5,7,9


IAUPE – 2017) No carro de João, tem vaga apenas para
3 dos seus 8 colegas. De quantas formas diferentes, João
pode escolher os colegas aos quais dá carona?
(A) 56
(B) 84
(C) 126 5⋅5⋅4⋅4⋅3=1200
(D) 210
(E) 120 06. Resposta: D.

08. (UPE – Técnico em Administração – UPENET/


IAUPE – 2017) Num grupo de 15 homens e 9 mulheres,
quantos são os modos diferentes de formar uma comissão Como para os três dias têm que ser diferentes:
composta por 2 homens e 3 mulheres? __ __ __
(A) 4725 210⋅209⋅208=9129120
(B) 12600
(C) 3780 07. Resposta: A.
(D) 13600
(E) 8820

09. (SESAU/RO – Enfermeiro – FUNRIO/2017) Um


torneio de futebol de várzea reunirá 50 equipes e cada
equipe jogará apenas uma vez com cada uma das outras. 08. Resposta: E.
Esse torneio terá a seguinte quantidade de jogos:
(A) 320.
(B) 460.
(C) 620.
(D) 1.225.
(E) 2.450.

10. (IFAP – Engenheiro de Segurança do Trabalho 09. Resposta: D.


– FUNIVERSA/2016) Considerando-se que uma sala de
aula tenha trinta alunos, incluindo Roberto e Tatiana, e que
a comissão para organizar a festa de formatura deva ser
composta por cinco desses alunos, incluindo Roberto e Ta-
tiana, a quantidade de maneiras distintas de se formar essa 10. Resposta: D.
comissão será igual a:
(A) 3.272. Roberto Tatiana __ ___ ___
(B) 3.274.
(C) 3.276. São 30 alunos, mas vamos tirar Roberto e Tatiana que
(D) 3.278. terão que fazer parte da comissão.
(E) 3.280. 30-2=28

Respostas

01. Resposta: A.
P2⋅P6=2!⋅6!=2⋅720=1440
Experimento Aleatório
02. Resposta: C.
__ ___ __ __ Qualquer experiência ou ensaio cujo resultado é im-
6⋅ 5⋅ 4⋅ 3=360 previsível, por depender exclusivamente do acaso, por
exemplo, o lançamento de um dado.
03. Resposta: E.
P6=6!=6⋅5⋅4⋅3⋅2⋅1=720
04. Resposta: E.
P4=4!= 4⋅3⋅2⋅1=24

05. Resposta: B.
Vogais: a, e, i, o, u

118
MATEMÁTICA

Espaço Amostral Note que


Num experimento aleatório, o conjunto de todos os
resultados possíveis é chamado espaço amostral, que se
indica por E.
No lançamento de um dado, observando a face volta- Exemplo
da para cima, tem-se: Uma bola é retirada de uma urna que contém bolas
E={1,2,3,4,5,6} coloridas. Sabe-se que a probabilidade de ter sido retira-
No lançamento de uma moeda, observando a face vol- da uma bola vermelha é Calcular a probabilidade de ter
tada para cima: sido retirada uma bola que não seja vermelha.
E={Ca,Co}
Solução
Evento
É qualquer subconjunto de um espaço amostral.
No lançamento de um dado, vimos que são complementares.
E={1,2,3,4,5,6}
Esperando ocorrer o número 5, tem-se o evento {5}:
Ocorrer um número par, tem-se {2,4,6}.

Exemplo Adição de probabilidades


Considere o seguinte experimento: registrar as faces Sejam A e B dois eventos de um espaço amostral E,
voltadas para cima em três lançamentos de uma moeda. finito e não vazio. Tem-se:

a) Quantos elementos tem o espaço amostral?


b) Descreva o espaço amostral. Exemplo
No lançamento de um dado, qual é a probabilidade de
Solução se obter um número par ou menor que 5, na face superior?
a) O espaço amostral tem 8 elementos, pois cada lan-
çamento, há duas possibilidades. Solução
E={1,2,3,4,5,6} n(E)=6
2x2x2=8 Sejam os eventos
b) E={(C,C,C), (C,C,R),(C,R,C),(R,C,C),(R,R,C),(R,C,R),(- A={2,4,6} n(A)=3
C,R,R),(R,R,R)} B={1,2,3,4} n(B)=4

Probabilidade
Considere um experimento aleatório de espaço amos-
tral E com n(E) amostras equiprováveis. Seja A um evento
com n(A) amostras.

Probabilidade Condicional
Eventos complementares É a probabilidade de ocorrer o evento A dado que
Seja E um espaço amostral finito e não vazio, e seja A ocorreu o evento B, definido por:
um evento de E. Chama-se complementar de A, e indica-se
por , o evento formado por todos os elementos de E que
não pertencem a A.
E={1,2,3,4,5,6}, n(E)=6
B={2,4,6} n(B)=3
A={2}

119
MATEMÁTICA

Eventos Simultâneos 06. (PREF. DE PIRAUBA/MG – Assistente Social –


Considerando dois eventos, A e B, de um mesmo espa- MSCONCURSOS/2017) A probabilidade de qualquer uma
ço amostral, a probabilidade de ocorrer A e B é dada por: das 3 crianças de um grupo soletrar, individualmente, a pa-
lavra PIRAÚBA de forma correta é 70%. Qual a probabili-
dade das três crianças soletrarem essa palavra de maneira
errada?
Questões (A) 2,7%
(B) 9%
01. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Em (C) 30%
cada um de dois dados cúbicos idênticos, as faces são nu- (D) 35,7%
meradas de 1 a 6. Lançando os dois dados simultaneamen-
te, cuja ocorrência de cada face é igualmente provável, a 07. (UFTM – Tecnólogo – UFTM/2016) Lançam-se si-
probabilidade de que o produto dos números obtidos seja multaneamente dois dados não viciados, a probabilidade
um número ímpar é de:
de que a soma dos resultados obtidos seja nove é:
(A) 1/4.
(A) 1/36
(B) 1/3.
(B) 2/36
(C) 1/2.
(D) 2/3. (C) 3/36
(E) 3/4. (D) 4/36

02. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária 08. (CASAN – Técnico de Laboratório – INSTITUTO
- MSCONCURSOS/2017) A uma excursão, foram 48 pes- AOCP/2016) Um empresário, para evitar ser roubado, es-
soas, entre homens e mulheres. Numa escolha ao acaso, a condia seu dinheiro no interior de um dos 4 pneus de um
probabilidade de se sortear um homem é de 5/12 . Quan- carro velho fora de uso, que mantinha no fundo de sua
tas mulheres foram à excursão? casa. Certo dia, o empresário se gabava de sua inteligência
(A) 20 ao contar o fato para um de seus amigos, enquanto um
(B) 24 ladrão que passava pelo local ouvia tudo. O ladrão tinha
(C) 28 tempo suficiente para escolher aleatoriamente apenas um
(D) 32 dos pneus, retirar do veículo e levar consigo. Qual é a pro-
babilidade de ele ter roubado o pneu certo?
03. (UPE – Técnico em Administração – UPE- (A) 0,20.
NET/2017) Qual a probabilidade de, lançados simulta- (B) 0,23.
neamente dois dados honestos, a soma dos resultados ser (C) 0,25.
igual ou maior que 10? (D) 0,27.
(A) 1/18 (E) 0,30.
(B) 1/36
(C) 1/6 09. (MRE – Oficial de Chancelaria – FGV/2016) Em
(D) 1/12 uma urna há quinze bolas iguais numeradas de 1 a 15. Re-
(E) ¼ tiram-se aleatoriamente, em sequência e sem reposição,
duas bolas da urna.
04. (UPE – Técnico em Administração – UPE-
NET/2017) Uma pesquisa feita com 200 frequentadores
A probabilidade de que o número da segunda bola re-
de um parque, em que 50 não praticavam corrida nem ca-
tirada da urna seja par é:
minhada, 30 faziam caminhada e corrida, e 80 exercitavam
(A) 1/2;
corrida, qual a probabilidade de encontrar no parque um
entrevistado que pratique apenas caminhada? (B) 3/7;
(A) 7/20 (C) 4/7;
(B) 1/2 (D) 7/15;
(C)1/4 (E) 8/15.
(D) 3/20
(E) 1/5 10. (CASAN – Advogado – INSTITUTO AOCP/2016)
Lançando uma moeda não viciada por três vezes consecu-
05. (POLÍCIA CIENTÍFICA/PR – Perito Criminal – tivas e anotando seus resultados, a probabilidade de que a
IBFC/2017) A probabilidade de se sortear um número face voltada para cima tenha apresentado ao menos uma
múltiplo de 5 de uma urna que contém 40 bolas numera- cara e ao menos uma coroa é:
das de 1 a 40, é: (A) 0,66.
(A) 0,2 (B) 0,75.
(B) 0,4 (C) 0,80.
(C) 0,6 (D) 0,98.
(D) 0,7 (E) 0,50.
(E) 0,8

120
MATEMÁTICA

Respostas 09. Resposta: D.


Temos duas possibilidades
01. Resposta: A. As bolas serem par/par ou ímpar/par
Para o produto ser ímpar, a única possibilidade, é que Ser par/par:
os dois dados tenham ímpar:
Os números pares são: 2, 4, 6, 8, 10, 12, 14

02. Resposta: C.
Como para homens é de 5/12, a probabilidade de es- Ímpar/par:
colher uma mulher é de 7/12
Os números ímpares são: 1, 3, 5, 7, 9, 11 ,13, 15

12x=336
X=28
A probabilida de é par/par OU ímpar/par
03. Resposta: C.
P=6x6=36
Pra ser maior ou igual a 10:
4+6
5+5
5+6 10. Resposta: B.
6+4
São seis possibilidades:
6+5
Cara, coroa, cara
6+6

Cara, coroa, coroa


04. Resposta: A.
Praticam apenas corrida: 80-30=50
Apenas caminhada:x
X+50+30+50=200
70
P=70/200=7/20 Cara, cara, coroa

05. Resposta: A.
M5={5,10,15,20,25,30,35,40}
P=8/40=1/5=0.2
Coroa, cara, cara
06. Resposta:A.
A probabilidade de uma soletrar errado: 0,3
__ __ __
0,3⋅0,3⋅0,3=0,027=2,7%
Coroa, coroa, cara
07. Resposta: D. Coroa, cara, coroa
Para dar 9, temos 4 possibilidades
3+6
6+3
4+5
5+4

P=4/36

08. Resposta: C.
A probabilidade é de 1/4, pois o carro tem 4 pneus e o
dinheiro está em 1.
1/4=0,25

121
MATEMÁTICA

EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES _____


8.7.6.5.4=6720
1. (PREF. JUNDIAI/SP – ELETRICISTA – MAKIYA-
MA/2013) Dentre os nove competidores de um campeona- RESPOSTA: “D”.
to municipal de esportes radicais, somente os quatro pri-
meiros colocados participaram do campeonato estadual. 4. (PM/SP – SARGENTO CFS – CETRO/2012) Leia o
Sendo assim, quantas combinações são possíveis de serem trecho abaixo e, em seguida, assinale a alternativa que
formadas com quatro desses nove competidores? preenche corretamente a lacuna.
A) 126 Com a palavra PERMUTA é possível formar ____ ana-
B) 120 gramas começados por consoante e terminados por vogal.
C) 224 A) 120
D) 212 B) 480
E) 156 C) 1.440
D) 5.040

9! 9 ∙ 8 ∙ 7 ∙ 6 ∙ 5! _______
!!,! = = = 126 P5.4.3.2.1 A=120
5! 4! 5! ∙ 24 120.2(letras E e U)=240
!

RESPOSTA: “A”. 120+240=360 anagramas com a letra P

360.4=1440 (serão 4 tipos por ter 4 consoantes)


2. (PREF. LAGOA DA CONFUSÃO/TO – ORIENTADOR
SOCIAL – IDECAN/2013) Renato é mais velho que Jorge de
RESPOSTA: “C”.
forma que a razão entre o número de anagramas de seus
5. (PM/SP – CABO – CETRO/2012) Assinale a alter-
nomes representa a diferença entre suas idades. Se Jorge
nativa que apresenta o número de anagramas da palavra
tem 20 anos, a idade de Renato é
QUARTEL que começam com AR.
A) 24.
A) 80.
B) 25.
B) 120.
C) 26.
C) 240.
D) 27. D) 720.
E) 28.
AR_ _ _ _ _
Anagramas de RENATO 5 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅ 1=120
______
6.5.4.3.2.1=720 RESPOSTA: “B”.
Anagramas de JORGE 6. (PM/SP – CABO – CETRO/2012) Uma lei de certo
_____ país determinou que as placas das viaturas de polícia de-
5.4.3.2.1=120 720 veriam ter 3 algarismos seguidos de 4 letras do alfabeto
Razão dos anagramas: = 6! grego (24 letras).
120
Sendo assim, o número de placas diferentes será igual
Se Jorge tem 20 anos, Renato tem 20+6=26 anos a
A) 175.760.000.
RESPOSTA: “C”. B) 183.617.280.
C) 331.776.000.
3. (PREF. NEPOMUCENO/MG – PORTEIRO – CON- D) 358.800.000.
SULPLAN/2013) Uma dona de casa troca a toalha de rosto
do banheiro diariamente e só volta a repeti-la depois que Algarismos possíveis: 0,1,2,3,4,5,6,7,8,9=10 algarismos
já tiver utilizado todas as toalhas. Sabe-se que a dona de _ _ _ _ _ _ _
casa dispõe de 8 toalhas diferentes. De quantas maneiras 10 ⋅ 10 ⋅ 10 ⋅ 24 ⋅ 24 ⋅ 24 ⋅ 24=331.776.000
ela pode ter utilizado as toalhas nos primeiros 5 dias de
um mês? RESPOSTA: “C”.
A) 4650.
B) 5180. 7. (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMI-
C) 5460. NISTRATIVO – FCC/2014) São lançados dois dados e mul-
D) 6720. tiplicados os números de pontos obtidos em cada um de-
E) 7260. les. A quantidade de produtos distintos que se pode obter
nesse processo é

122
MATEMÁTICA

A) 36. De quantos modos distintos é possível escolher uma


B) 27. cor para o fundo e uma cor para o texto se, por uma ques-
C) 30. tão de contraste, as cores do fundo e do texto não podem
D) 21. ser iguais?
E) 18. A) 13
B) 14
__ C) 16
6.6=36 D) 17
Mas, como pode haver o mesmo produto por ser dois E) 18
dados, 36/2=18
__
RESPOSTA: “E”. 6.3=18

8. (PREF. PAULISTANA/PI – PROFESSOR DE MATEMÁ- Tirando as possibilidades de papel e texto iguais:


TICA – IMA/2014) Quantos são os anagramas da palavra P P e V V=2 possibilidades
TESOURA? 18-2=16 possiblidades
A) 2300
B) 5040 RESPOSTA: “C”.
C) 4500
D) 1000 11. (PREF. NEPOMUCENO/MG – TÉCNICO EM SEGU-
E) 6500 RANÇA DO TRABALHO – CONSULPLAN/2013) Numa sala
há 3 ventiladores de teto e 4 lâmpadas, todos com inter-
_______ ruptores independentes. De quantas maneiras é possível
7.6.5.4.3.2.1=5040 ventilar e iluminar essa sala mantendo, pelo menos, 2 ven-
Anagramas são quaisquer palavras que podem ser for- tiladores ligados e 3 lâmpadas acesas?
madas com as letras, independente se formam palavras A) 12.
que existam ou não.
B) 18.
C) 20.
RESPOSTA: “B”.
D) 24.
E) 36.
9. (PM/SP – SARGENTO CFS – CETRO/2012) Analise
as sentenças abaixo.
1ª possibilidade:2 ventiladores e 3 lâmpadas
I. 4! + 3! = 7!
II. 4! ⋅ 3! = 12! !!
!!,! = !!!! = 3
III. 5! + 5! = 2 ⋅ 5!
É correto o que se apresenta em
A) I, apenas. !!
!!!,! = =4
B) II, apenas. !!!!
C) III, apenas.
D) I, II e III. !!,! ∙ !!,! = 3 ∙ 4 = 12
! 2ª possibilidade:2 ventiladores e 4 lâmpadas
I falsa
4!=24 !!
!!,! = !!!! = 3
3!=6
7!=5040
II falsa !!
!!,! = =1
4! ⋅ 3! ≠12! !!!!
III verdadeira
5!=120 !!,! ∙ !!,! = 3 ∙ 1 = 3
5!+5!=240
2 ⋅ 5!=240 !
3ª possibilidade:3 ventiladores e 3 lâmpadas
RESPOSTA: “C”. !!
!!,! = !!!! = 1
10. (BNDES – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES-
GRANRIO/2013) Uma empresa de propaganda pretende !!
criar panfletos coloridos para divulgar certo produto. O !!,! = !!!! = 4
papel pode ser laranja, azul, preto, amarelo, vermelho ou
roxo, enquanto o texto é escrito no panfleto em preto, ver- !!,! ∙ !!,! = 1 ∙ 4 = 4
melho ou branco.
!

123
MATEMÁTICA

4ª possibilidade:3 ventiladores e 4 lâmpadas brancas. Se não pode haver código com todas as barras
!! da mesma cor, o número de códigos diferentes que se
!!,! = =1 pode obter é de
!!!!
A) 10.
!! B) 30.
!!,! = !!!! = 1 C) 50.
D) 150.
!!,! ∙ !!,! = 1 ∙ 1 = 1 E) 250.
! _____
Somando as possibilidades:12+3+4+1=20 2 ⋅ 2 ⋅ 2 ⋅ 2 ⋅ 2=32 possibilidades se pudesse ser
qualquer uma das cores
RESPOSTA: “C”. Mas, temos que tirar código todo preto e todo branco.
32-2=30
12. (PREF. PAULISTANA/PI – PROFESSOR DE MATEMÁ-
TICA – IMA/2014) Se enfileirarmos três dados iguais, obte- RESPOSTA: “B”.
remos um agrupamento dentre quantos possíveis.
A) 150 15. (PETROBRAS – TÉCNICO AMBIENTAL JÚNIOR –
B) 200 CESGRANRIO/2012) Certa empresa identifica as diferentes
C) 410 peças que produz, utilizando códigos numéricos compos-
D) 216 tos de 5 dígitos, mantendo, sempre, o seguinte padrão: os
E) 320 dois últimos dígitos de cada código são iguais entre si, mas
!!,! ∙ !!,! ∙ !!,! diferentes dos demais. Por exemplo, o código “03344” é
válido, já o código “34544”, não.
Quantos códigos diferentes podem ser criados?
6! 6.5! A) 3.312
!!,! = = =6
1! 5! 5! B) 4.608
C) 5.040
6 ∙ 6 ∙ 6 = 216 D) 7.000
! E) 7.290
_____
RESPOSTA: “D”.
9.9.9.1.1=729
13. (TJ/RS - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA
E ADMINISTRATIVA – FAURGS/2012) Um técnico judiciário
deve agrupar 4 processos do juiz A, 3 do juiz B e 2 do juiz São 10 possibilidades para os últimos dois dígitos:
C, de modo que os processos de um mesmo juiz fiquem 729.10=7290
sempre juntos e em qualquer ordem. A quantidade de
maneiras diferentes de efetuar o agrupamento é de RESPOSTA: “E”.
A) 32.
B) 38. 16. (DNIT – ANALISTA ADMINISTRATIVO –ADMINIS-
C) 288. TRATIVA – ESAF/2012) Os pintores Antônio e Batista farão
D) 864. uma exposição de seus quadros. Antônio vai expor 3 qua-
E) 1728. dros distintos e Batista 2 quadros distintos. Os quadros se-
rão expostos em uma mesma parede e em linha reta, sendo
Juiz A:P4=4!=24 que os quadros de um mesmo pintor devem ficar juntos.
Juiz B: P3=3!=6 Então, o número de possibilidades distintas de montar essa
Juiz C: P2=2!=2 exposição é igual a:
_ _ _ A) 5
24.6.2=288.P3=288.6=1728 B) 12
A P3 deve ser feita, pois os processos tem que ficar C) 24
juntos, mas não falam em que ordem podendo ser de D) 6
qualquer juiz antes. E) 15
Portanto pode haver permutação entre eles. Para Antônio
_ _ _ P3=3!=6
RESPOSTA: “E”.
Para Batista
14. (TJ/RS - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA _ _ P2=2!=2
E ADMINISTRATIVA – FAURGS/2012) O Tribunal de Justiça E pode haver permutação dos dois expositores:
está utilizando um código de leitura de barras composto
por 5 barras para identificar os pertences de uma deter- 6.2.2=24
minada seção de trabalho. As barras podem ser pretas ou RESPOSTA: “C”.

124
MATEMÁTICA

17. (CRMV/RJ – AUXILIAR ADMINISTRATIVO – FUN- Para Alberto:5+4=9


DAÇÃO BIO-RIO/2014) Um anagrama de uma palavra é Para Bianca:4
um reordenamento de todas as suas letras. Por exemplo, Para Carolina: 12
ADEUS é um anagrama de SAUDE e OOV é um anagrama ___
de OVO. A palavra MOTO possui a seguinte quantidade de 9.4.12=432
anagramas:
A)8 RESPOSTA: “E”.
B)10
C)12 20. (SAMU/SC – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO –
D)16 SPDM/2012) O total de números de 3 algarismos que ter-
E)20 minam por um número par e que podem ser formados pe-
los algarismos 3,4,5,7,8, com repetição, é de:
Como tem letra repetida: A) 50
!! !∙!∙!∙! B) 100
!!! = !! = = 12 C) 75
!
D) 80
!
O último algarismo pode ser 4 ou 8
RESPOSTA: “C”. ___
5.5.2=50
18. (TJ/PE – ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA
– FCC/2012) A palavra GOTEIRA é formada por sete letras RESPOSTA: “A”.
diferentes. Uma sequência dessas letras, em outra ordem,
é TEIGORA. Podem ser escritas 5040 sequências diferentes 21. (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMI-
com essas sete letras. São 24 as sequências que terminam NISTRATIVO – FCC/2014) Dos 43 vereadores de uma ci-
com as letras GRT, nessa ordem, e começam com as quatro dade, 13 dele não se inscreveram nas comissões de Edu-
vogais. Dentre essas 24, a sequência AEIOGRT é a primei- cação, Saúde e Saneamento Básico. Sete dos vereadores
ra delas, se forem listadas alfabeticamente. A sequência se inscreveram nas três comissões citadas. Doze deles se
IOAEGRT ocuparia, nessa listagem alfabética, a posição de inscreveram apenas nas comissões de Educação e Saúde e
número oito deles se inscreveram apenas nas comissões de Saúde e
A) 11. Saneamento Básico. Nenhum dos vereadores se inscreveu
B) 13. em apenas uma dessas comissões. O número de vereado-
C) 17. res inscritos na comissão de Saneamento Básico é igual a
D) 22. A) 15.
E) 23. B) 21.
C) 18.
A_ _ _ GRT P3=3!=6 D) 27.
E_ _ _ GRT P3=3!=6 E) 16.
IA_ _GRT P2=2!=2
IE_ _GRT P2=2!=2 7 vereadores se inscreveram nas 3.
IOAEGRT-17ª da sequência APENAS 12 se inscreveram em educação e saúde (o
12 não deve ser tirado de 7 como costuma fazer nos con-
RESPOSTA: “C”. juntos, pois ele já desconsidera os que se inscreveram nos
três)
19. (SEED/SP – AGENTE DE ORGANIZAÇÃO ESCOLAR APENAS 8 se inscreveram em saúde e saneamento bá-
– VUNESP/2012) Um restaurante possui pratos principais e sico.
individuais. Cinco dos pratos são com peixe, 4 com carne São 30 vereadores que se inscreveram nessas 3 comis-
vermelha, 3 com frango, e 4 apenas com vegetais. Alber- sões, pois 13 dos 43 não se inscreveram.
to, Bianca e Carolina pretendem fazer um pedido com três Portanto, 30-7-12-8=3
pratos principais individuais, um para cada. Alberto não Se inscreveram em educação e saneamento 3 verea-
come carne vermelha nem frango, Bianca só come vege- dores.
tais, e Carolina só não come vegetais. O total de pedidos
diferentes que podem ser feitos atendendo as restrições
alimentares dos três é igual a
A) 384.
B) 392.
C) 396.
D) 416.
E) 432.

125
MATEMÁTICA

Só em saneamento se inscreveram: 3+7+8=18 A análise adequada do diagrama permite concluir cor-


retamente que o número de medalhas conquistadas por
RESPOSTA: “C”. esse país nessa edição dos jogos universitários foi de
A) 15.
22. (TRT 19ª – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2014) Dos B) 29.
46 técnicos que estão aptos para arquivar documentos 15 C) 52.
deles também estão aptos para classificar processos e os D) 46.
demais estão aptos para atender ao público. Há outros 11 E) 40.
técnicos que estão aptos para atender ao público, mas não
são capazes de arquivar documentos. Dentre esses últimos O diagrama mostra o número de atletas que ganharam
técnicos mencionados, 4 deles também são capazes de medalhas.
classificar processos. Sabe-se que aqueles que classificam No caso das intersecções, devemos multiplicar por
processos são, ao todo, 27 técnicos. Considerando que to- 2 por ser 2 medalhas e na intersecção das três medalhas
dos os técnicos que executam essas três tarefas foram cita- multiplica-se por 3.
dos anteriormente, eles somam um total de
A) 58. Intersecções:
B) 65. 6 ∙ 2 = 12
C) 76. 1∙2=2
D) 53. 4∙2=8
E) 95. 3∙3=9
!
15 técnicos arquivam e classificam Somando as outras:
46-15=31 arquivam e atendem 2+5+8+12+2+8+9=46
4 classificam e atendem
Classificam:15+4=19 como são 27 faltam 8 RESPOSTA: “D”.

24. (PREF. CAMAÇARI/BA – TÉC. VIGILÂNCIA EM SAÚ-


DE NM – AOCP/2014) Qual é o número de elementos que
formam o conjunto dos múltiplos estritamente positivos do
número 3, menores que 31?
A) 9
B) 10
C) 11
D) 12
E) 13
A={3,6,9,12,15,18,21,24,27,30}

10 elementos
RESPOSTA: “B”.
RESPOSTA: “B”.
23. (METRÔ/SP – OFICIAL LOGISTICA –ALMOXARI-
FADO I – FCC/2014) O diagrama indica a distribuição de 25. (PREF. CAMAÇARI/BA – TÉC. VIGILÂNCIA EM SAÚDE
atletas da delegação de um país nos jogos universitários NM – AOCP/2014) Considere dois conjuntos A e B, sabendo
por medalha conquistada. Sabe-se que esse país conquis- que ! ∩ ! = {!}, ! ∪ ! = {!; !; !; !; !}!!!! − ! = {!; !},!!
tou medalhas apenas em modalidades individuais. Sabe-se assinale a alternativa que apresenta o conjunto B.
ainda que cada atleta da delegação desse país que ganhou A) {1;2;3}
uma ou mais medalhas não ganhou mais de uma meda- B) {0;3}
lha do mesmo tipo (ouro, prata, bronze). De acordo com o C) {0;1;2;3;5}
diagrama, por exemplo, 2 atletas da delegação desse país D) {3;5}
ganharam, cada um, apenas uma medalha de ouro. E) {0;3;5}

A intersecção dos dois conjuntos, mostra que 3 é elemento


de B.
A-B são os elementos que tem em A e não em B.
Então de A ∪ B, tiramos que B={0;3;5}.

RESPOSTA: “E”.

126
INFORMÁTICA BÁSICA

Conceitos, utilização e configuração de hardware e software em ambiente de microinformática. Sistema Operacional


Windows (XP/7/8). Conceitos, utilização e configuração de hardware e software em ambiente de microinformática. Uso
dos recursos, ambiente de trabalho, arquivo, pastas, manipulação de arquivos, formatação, localização de arquivos,
lixeira, área de transferência e backup. .......................................................................................................................................................... 01
Microsoft Office 2003/2007/2010 (Word, Excel e Power Point): Conceitos, organização, utilização, configuração e uso
dos recursos: gerenciamento de arquivos, pastas, diretórios, planilhas, tabelas, gráficos, fórmulas, funções, suplementos,
programas e impressão. ....................................................................................................................................................................................... 21
Protocolos, serviços, tecnologias, ferramentas e aplicativos associados à Internet e ao correio eletrônico. Conceitos dos
principais navegadores da Internet. ................................................................................................................................................................ 55
Conceito de software livre. .................................................................................................................................................................................. 60
Conceitos de segurança da informação aplicados a TIC.Cópia de segurança (backup): Conceitos. ..................................... 64
Conceitos de ambiente de Redes de Computadores................................................................................................................................. 70
INFORMÁTICA BÁSICA

Prof. Ovidio Lopes da Cruz Netto

- Doutor em Engenharia Biomédica pela Universidade Mogi das Cruzes – UMC.


- Mestre em Engenharia Biomédica pela Universidade Mogi das Cruzes – UMC.
- Pós Graduado em Engenharia de Software pela Universidade São Judas Tadeu.
- Pós Graduado em Formação de Docentes para o Ensino Superior pela Universidade Nove de Julho.
- Graduado em Engenharia da Computação pela Universidade Mogi das Cruzes – UMC

CONCEITOS, UTILIZAÇÃO E CONFIGURAÇÃO DE HARDWARE E SOFTWARE EM


AMBIENTE DE MICROINFORMÁTICA.
SISTEMA OPERACIONAL WINDOWS (XP/7/8).
CONCEITOS, UTILIZAÇÃO E CONFIGURAÇÃO DE HARDWARE E SOFTWARE EM
AMBIENTE DE MICROINFORMÁTICA.
USO DOS RECURSOS, AMBIENTE DE TRABALHO, ARQUIVO, PASTAS,
MANIPULAÇÃO DE ARQUIVOS, FORMATAÇÃO, LOCALIZAÇÃO DE ARQUIVOS,
LIXEIRA, ÁREA DE TRANSFERÊNCIA E BACKUP.

1. Conceitos e fundamentos básicos de informática

A Informática é um meio para diversos fins, com isso acaba atuando em todas as áreas do conhecimento. A sua utiliza-
ção passou a ser um diferencial para pessoas e empresas, visto que, o controle da informação passou a ser algo fundamen-
tal para se obter maior flexibilidade no mercado de trabalho. Logo, o profissional, que melhor integrar sua área de atuação
com a informática, atingirá, com mais rapidez, os seus objetivos e, consequentemente, o seu sucesso, por isso em quase
todos editais de concursos públicos temos Informática.
1.1. O que é informática?
Informática pode ser considerada como significando “informação automática”, ou seja, a utilização de métodos e téc-
nicas no tratamento automático da informação. Para tal, é preciso uma ferramenta adequada: O computador.
A palavra informática originou-se da junção de duas outras palavras: informação e automática. Esse princípio básico
descreve o propósito essencial da informática: trabalhar informações para atender as necessidades dos usuários de maneira
rápida e eficiente, ou seja, de forma automática e muitas vezes instantânea.
Nesse contexto, a tecnologia de hardwares e softwares é constantemente atualizada e renovada, dando origem a equi-
pamentos eletrônicos que atendem desde usuários domésticos até grandes centros de tecnologia.

1.2. O que é um computador?


O computador é uma máquina que processa dados, orientado por um conjunto de instruções e destinado a produzir
resultados completos, com um mínimo de intervenção humana. Entre vários benefícios, podemos citar:
: grande velocidade no processamento e disponibilização de informações;
: precisão no fornecimento das informações;
: propicia a redução de custos em várias atividades
: próprio para execução de tarefas repetitivas;
Como ele funciona?
Em informática, e mais especialmente em computadores, a organização básica de um sistema será na forma de:

Figura 1: Etapas de um processamento de dados.

1
INFORMÁTICA BÁSICA

Vamos observar agora, alguns pontos fundamentais com arquivos dos mais diferentes formatos de compressão,
para o entendimento de informática em concursos públi- tais como: ACE, ARJ, BZ2, CAB, GZ, ISO, JAR, LZH, RAR, TAR,
cos. UUEncode, ZIP, 7Z e Z. Também suporta arquivos de até
Hardware, são os componentes físicos do computador, 8.589 bilhões de Gigabytes!
ou seja, tudo que for tangível, ele é composto pelos peri- Chat  é um termo da língua inglesa que se pode tra-
féricos, que podem ser de entrada, saída, entrada-saída ou duzir como “bate-papo” (conversa). Apesar de o conceito
apenas saída, além da CPU (Unidade Central de Processa- ser estrangeiro, é bastante utilizado no nosso idioma para
mento) fazer referência a uma ferramenta (ou fórum) que permite
Software, são os programas que permitem o funciona- comunicar (por escrito) em tempo real através da Internet.
mento e utilização da máquina (hardware), é a parte lógica Principais canais para chats são os portais, como Uol,
do computador, e pode ser dividido em Sistemas Operacio- Terra, G1, e até mesmo softwares de serviços mensageiros
nais, Aplicativos, Utilitários ou Linguagens de Programação. como o Skype, por exemplo.
O primeiro software necessário para o funcionamento Um e-mail hoje é um dos principais meios de comuni-
de um computador é o Sistema Operacional (Sistema Ope- cação, por exemplo:
racional). Os diferentes programas que você utiliza em um
computador (como o Word, Excel, PowerPoint etc) são os canaldoovidio@gmail.com
aplicativos. Já os utilitários são os programas que auxiliam
na manutenção do computador, o antivírus é o principal Onde, canaldoovidio é o usuário o arroba quer dizer
exemplo, e para finalizar temos as Linguagens de Progra- na, o gmail é o servidor e o .com é a tipagem.
mação que são programas que fazem outros programas, Para editarmos e lermos nossas mensagens eletrônicas
como o JAVA por exemplo. em um único computador, sem necessariamente estarmos
Importante mencionar que os softwares podem ser conectados à Internet no momento da criação ou leitura do
livres ou pagos, no caso do livre, ele possui as seguintes e-mail, podemos usar um programa de correio eletrônico.
características: Existem vários deles. Alguns gratuitos, como o Mozilla Thun-
• O usuário pode executar o software, para qualquer derbird, outros proprietários como o Outlook Express. Os dois
uso. programas, assim como vários outros que servem à mesma
• Existe a liberdade de estudar o funcionamento do finalidade, têm recursos similares. Apresentaremos os recur-
programa e de adaptá-lo às suas necessidades. sos dos programas de correio eletrônico através do Outlook
• É permitido redistribuir cópias. Express que também estão presentes no Mozilla Thunderbird.
• O usuário tem a liberdade de melhorar o progra- Um conhecimento básico que pode tornar o dia a dia
ma e de tornar as modificações públicas de modo que a com o Outlook muito mais simples é sobre os atalhos de
comunidade inteira beneficie da melhoria. teclado para a realização de diversas funções dentro do
Entre os principais sistemas operacionais pode-se des- Outlook. Para você começar os seus estudos, anote alguns
tacar o Windows (Microsoft), em suas diferentes versões, atalhos simples. Para criar um novo e-mail, basta apertar
o Macintosh (Apple) e o  Linux  (software livre criado pelo Ctrl + Shift + M e para excluir uma determinada mensagem
finlandês Linus Torvalds), que apresenta entre suas versões aposte no atalho Ctrl + D. Levando tudo isso em considera-
o Ubuntu, o Linux Educacional, entre outras. ção inclua os atalhos de teclado na sua rotina de estudos e
É o principal software do computador, pois possibilita vá preparado para o concurso com os principais na cabeça.
que todos os demais programas operem. Uma das funcionalidades mais úteis do Outlook para pro-
Android  é um Sistema Operacional desenvolvido pelo fissionais que compartilham uma mesma área é o compartilha-
Google para funcionar em dispositivos móveis, como Smar- mento de calendário entre membros de uma mesma equipe.
tphones e Tablets. Sua distribuição é livre, e qualquer pessoa Por isso mesmo é importante que você tenha o conhe-
pode ter acesso ao seu código-fonte e desenvolver aplicati- cimento da técnica na hora de fazer uma prova de con-
vos (apps) para funcionar neste Sistema Operacional. curso que exige os conhecimentos básicos de informática,
iOS, é o sistema operacional utilizado pelos aparelhos pois por ser uma função bastante utilizada tem maiores
fabricados pela Apple, como o iPhone e o iPad. chances de aparecer em uma ou mais questões.
O calendário é uma ferramenta bastante interessante
2. Conhecimento e utilização dos principais softwares do Outlook que permite que o usuário organize de forma
utilitários (compactadores de arquivos, chat, clientes de completa a sua rotina, conseguindo encaixar tarefas, com-
e-mails, reprodutores de vídeo, visualizadores de imagem) promissos e reuniões de maneira organizada por dia, de
forma a ter um maior controle das atividades que devem
Os compactadores de arquivos servem para transfor- ser realizadas durante o seu dia a dia.
mar um grupo de arquivos em um único arquivo e ocu- Dessa forma, uma funcionalidade do Outlook permi-
pando menos memória, ficou muito famoso como o termo te que você compartilhe em detalhes o seu calendário ou
zipar um arquivo. parte dele com quem você desejar, de forma a permitir
Hoje o principal programa é o WINRAR para Windows, que outra pessoa também tenha acesso a sua rotina, o que
inclusive com suporte para outros formatos. Compacta em pode ser uma ótima pedida para profissionais dentro de
média de 8% a 15% a mais que o seu principal concorrente, uma mesma equipe, principalmente quando um determi-
o WinZIP. WinRAR é um dos únicos softwares que trabalha nado membro entra de férias.

2
INFORMÁTICA BÁSICA

Para conseguir utilizar essa função basta que você entre em Calendário na aba indicada como Página Inicial. Feito isso,
basta que você clique em Enviar Calendário por E-mail, que vai fazer com que uma janela seja aberta no seu Outlook.
Nessa janela é que você vai poder escolher todas as informações que vão ser compartilhadas com quem você deseja,
de forma que o Outlook vai formular um calendário de forma simples e detalhada de fácil visualização para quem você
deseja enviar uma mensagem.
Nos dias de hoje, praticamente todo mundo que trabalha dentro de uma empresa tem uma assinatura própria para
deixar os comunicados enviados por e-mail com uma aparência mais profissional.
Dessa forma, é considerado um conhecimento básico saber como criar assinaturas no Outlook, de forma que este con-
teúdo pode ser cobrado em alguma questão dentro de um concurso público.
Por isso mesmo vale a pena inserir o tema dentro de seus estudos do conteúdo básico de informática para a sua pre-
paração para concurso. Ao contrário do que muita gente pensa, a verdade é que todo o processo de criar uma assinatura é
bastante simples, de forma que perder pontos por conta dessa questão em específico é perder pontos à toa.
Para conseguir criar uma assinatura no Outlook basta que você entre no menu Arquivo e busque pelo botão de Opções.
Lá você vai encontrar o botão para E-mail e logo em seguida o botão de Assinaturas, que é onde você deve clicar. Feito isso,
você vai conseguir adicionar as suas assinaturas de maneira rápida e prática sem maiores problemas.
No Outlook Express podemos preparar uma mensagem através do ícone Criar e-mail, demonstrado na figura acima, ao
clicar nessa imagem aparecerá a tela a seguir:

Figura 2: Tela de Envio de E-mail

Para: deve ser digitado o endereço eletrônico ou o contato registrado no Outlook do destinatário da mensagem. Cam-
po obrigatório.
Cc: deve ser digitado o endereço eletrônico ou o contato registrado no Outlook do destinatário que servirá para ter
ciência desse e-mail.
Cco: Igual ao Cc, porém os destinatários ficam ocultos.

Assunto: campo onde será inserida uma breve descrição, podendo reservar-se a uma palavra ou uma frase sobre o
conteúdo da mensagem. É um campo opcional, mas aconselhável, visto que a falta de seu preenchimento pode levar o
destinatário a não dar a devida importância à mensagem ou até mesmo desconsiderá-la.
Corpo da mensagem: logo abaixo da linha assunto, é equivalente à folha onde será digitada a mensagem.
A mensagem, após digitada, pode passar pelas formatações existentes na barra de formatação do Outlook:
Mozilla Thunderbird é um cliente de email e notícias open-source e gratuito criado pela Mozilla Foundation (mesma
criadora do Mozilla Firefox).
Webmail é o nome dado a um cliente de e-mail que não necessita de instalação no computador do usuário, já que
funciona como uma página de internet, bastando o usuário acessar a página do seu provedor de e-mail com seu login e
senha. Desta forma, o usuário ganha mobilidade já que não necessita estar na máquina em que um cliente de e-mail está
instalado para acessar seu e-mail.

3
INFORMÁTICA BÁSICA

A popularização da banda larga e dos serviços de e-mail com grande capacidade de armazenamento está aumentan-
do a circulação de vídeos na Internet. O problema é que a profusão de formatos de arquivos pode tornar a experiência
decepcionante.
A maioria deles depende de um único programa para rodar. Por exemplo, se a extensão é MOV, você vai necessitar do
QuickTime, da Apple. Outros, além de um player de vídeo, necessitam do “codec” apropriado. Acrônimo de “COder/DECo-
der”, codec é uma espécie de complemento que descomprime - e comprime - o arquivo. É o caso do MPEG, que roda no
Windows Media Player, desde que o codec esteja atualizado - em geral, a instalação é automática.
Com os três players de multimídia mais populares - Windows Media Player, Real Player e Quicktime -, você dificilmente
encontrará problemas para rodar vídeos, tanto offline como por streaming (neste caso, o download e a exibição do vídeo
são simultâneos, como na TV Terra).
Atualmente, devido à evolução da internet com os mais variados tipos de páginas pessoais e redes sociais, há uma
grande demanda por programas para trabalhar com imagens. E, como sempre é esperado, em resposta a isso, também há
no mercado uma ampla gama de ferramentas existentes que fazem algum tipo de tratamento ou conversão de imagens.
Porém, muitos destes programas não são o que se pode chamar de simples e intuitivos, causando confusão em seu
uso ou na manipulação dos recursos existentes. Caso o que você precise seja apenas um programa para visualizar imagens
e aplicar tratamentos e efeitos simples ou montar apresentações de slides, é sempre bom dar uma conferida em alguns
aplicativos mais leves e com recursos mais enxutos como os visualizadores de imagens.
Abaixo, segue uma seleção de visualizadores, muitos deles trazendo os recursos mais simples, comuns e fáceis de se
utilizar dos editores, para você que não precisa de tantos recursos, mas ainda assim gosta de dar um tratamento especial
para as suas mais variadas imagens.
O Picasa está com uma versão cheia de inovações que faz dele um aplicativo completo para visualização de fotos e
imagens. Além disso, ele possui diversas ferramentas úteis para editar, organizar e gerenciar arquivos de imagem do com-
putador.
As ferramentas de edição possuem os métodos mais avançados para automatizar o processo de correção de imagens.
No caso de olhos vermelhos, por exemplo, o programa consegue identificar e corrigir todos os olhos vermelhos da foto
automaticamente sem precisar selecionar um por um. Além disso, é possível cortar, endireitar, adicionar textos, inserir efei-
tos, e muito mais.
Um dos grandes destaques do Picasa é sua poderosa biblioteca de imagens. Ele possui um sistema inteligente de ar-
mazenamento capaz de filtrar imagens que contenham apenas rostos. Assim você consegue visualizar apenas as fotos que
contém pessoas.
Depois de tudo organizado em seu computador, você pode escolher diversas opções para salvar e/ou compartilhar
suas fotos e imagens com amigos e parentes. Isso pode ser feito gravando um CD/DVD ou enviando via Web. O programa
possui integração com o PicasaWeb, o qual possibilita enviar um álbum inteiro pela internet em poucos segundos.
O  IrfanView  é um visualizador de imagem muito leve e com uma interface gráfica simples porém otimizada e fácil
de utilizar, mesmo para quem não tem familiaridade com este tipo de programa. Ele também dispõe de alguns recursos
simples de editor. Com ele é possível fazer operações como copiar e deletar imagens até o efeito de remoção de olhos ver-
melhos em fotos. O programa oferece alternativas para aplicar efeitos como texturas e alteração de cores em sua imagem
por meio de apenas um clique.
Além disso sempre é possível a visualização de imagens pelo próprio gerenciador do Windows.

3.Identificação e manipulação de arquivos

Pastas – são estruturas digitais criadas para organizar arquivos, ícones ou outras pastas.
Arquivos – são registros digitais criados e salvos através de programas aplicativos. Por exemplo, quando abrimos a
Microsoft Word, digitamos uma carta e a salvamos no computador, estamos criando um arquivo.
Ícones – são imagens representativas associadas a programas, arquivos, pastas ou atalhos. As duas figuras mostradas
nos itens anteriores são ícones. O primeiro representa uma pasta e o segundo, um arquivo criado no programa Excel.
Atalhos – são ícones que indicam um caminho mais curto para abrir um programa ou até mesmo um arquivo.
Clicando com o botão direito do mouse sobre um espaço vazio da área de trabalho, temos as seguintes opções, de
organização:

4
INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 3: Organizar ícones

-Nome: Organiza os ícones por ordem alfabética de nomes, permanecendo inalterados os ícones padrão da área de
trabalho.
-Tamanho: Organiza os ícones pelo seu tamanho em bytes, permanecendo inalterados os ícones padrão da área de
trabalho.
-Tipo: Organiza os ícones em grupos de tipos, por exemplo, todas as pastas ficarão ordenadas em sequência, depois
todos os arquivos, e assim por diante, permanecendo inalterados os ícones padrão da área de trabalho.
-Modificado em: Organiza os ícones pela data da última alteração, permanecendo inalterados os ícones padrão da área
de trabalho.
-Organizar automaticamente: Não permite que os ícones sejam colocados em qualquer lugar na área de trabalho.
Quando arrastados pelo usuário, ao soltar o botão esquerdo, o ícone voltará ao seu lugar padrão.
-Alinhar à grade: estabelece uma grade invisível para alinhamento dos ícones.
-Mostrar ícones da área de trabalho: Oculta ou mostra os ícones colocados na área de trabalho, inclusive os ícones
padrão, como Lixeira, Meu Computador e Meus Documentos.
-Bloquear itens da Web na área de trabalho: Bloquea recursos da Internet ou baixados em temas da web e usados na
área de trabalho.
-Executar assistente para limpeza da área de trabalho:
Inicia um assistente para eliminar da área de trabalho ícones que não estão sendo utilizados.
Para acessar o Windows Explorer, basta clicar no botão Windows, Todos os Programas, Acessórios, Windows Explorer,
ou usar a tecla do Windows+E. O Windows Explorer é um ambiente do Windows onde podemos realizar o gerenciamento
de arquivos e pastas. Nele, temos duas divisões principais: o lado esquerdo, que exibe as pastas e diretórios em esquema
de hierarquia e o lado direito que exibe o conteúdo das pastas e diretórios selecionados do lado esquerdo.
Quando clicamos, por exemplo, sobre uma pasta com o botão direito do mouse, é exibido um menu suspenso com
diversas opções de ações que podem ser realizadas. Em ambos os lados (esquerdo e direito) esse procedimento ocorre,
mas do lado esquerdo, não é possível visualizar a opção “Criar atalho”, como é possível observar nas figuras a seguir:

5
INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 4: Windows Explorer – botão direito

A figura a cima mostra as opções exibidas no menu suspenso quando clicamos na pasta DOWNLOADS com o botão
direito do mouse, do lado esquerdo do Windows Explorer.
No Windows Explorer podemos realizar facilmente opções de gerenciamento como copiar, recortar, colar e mover,
pastas e arquivos.

-Copiar e Colar: consiste em criar uma cópia idêntica da pasta, arquivo ou atalho selecionado. Para essa tarefa, pode-
mos adotar os seguintes procedimentos:
1º) Selecione o item desejado;
2º) Clique com o botão direito do mouse e depois com o esquerdo em “copiar”. Se preferir, pode usar as teclas de
atalho CTRL+C. Esses passos criarão uma cópia do arquivo ou pasta na memória RAM do computador, mas a cópia ainda
não estará em nenhum lugar visível do sistema operacional.
3º) Clique com o botão direito do mouse no local onde deseja deixar a cópia e depois, com o esquerdo, clique em
“colar”. Também podem ser usadas as teclas CTRL + V, para efetivar o processo de colagem.
Dessa forma, teremos o mesmo arquivo ou pasta em mais de um lugar no computador.

-Recortar e Colar: Esse procedimento retira um arquivo ou pasta de um determinado lugar e o coloca em outro. É como
se recortássemos uma figura de uma revista e a colássemos em um caderno. O que recortarmos ficará apenas em um lugar
do computador.
Os passos necessários para recortar e colar, são:
1º) Selecione o item desejado;
2º) Clique com o botão direito do mouse e depois com o esquerdo em “recortar”. Se preferir, pode usar as teclas de
atalho CTRL+X. Esses passos criarão uma cópia do arquivo ou pasta na memória RAM do computador, mas a cópia ainda
não estará em nenhum lugar visível do sistema operacional.
3º) Clique com o botão direito do mouse no local onde deseja deixar a cópia e depois, com o esquerdo, clique em
“colar”. Também podem ser usadas as teclas CTRL + V, para efetivar o processo de colagem.

Lixeira: Contém os arquivos e pastas excluídos pelo usuário. Para excluirmos arquivos, atalhos e pastas, podemos clicar
com o botão direito do mouse sobre eles e depois usar a opção “Excluir”. Outra forma é clicar uma vez sobre o objeto
desejado e depois pressionar o botão delete, no teclado. Esses dois procedimentos enviarão para lixeira o que foi excluído,
sendo possível a restauração, caso haja necessidade. Para restaurar, por exemplo, um arquivo enviado para a lixeira, pode-
mos, após abri-la, restaurar o que desejarmos.

6
INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 5: Restauração de arquivos enviados para a lixeira

A restauração de objetos enviados para a lixeira pode ser feita com um clique com o botão direito do mouse sobre o item de-
sejado e depois, outro clique com o esquerdo em “Restaurar”. Isso devolverá, automaticamente o arquivo para seu local de origem.

Outra forma de restaurar é usar a opção “Restaurar este item”, após selecionar o objeto.

Alguns arquivos e pastas, por terem um tamanho muito grande, são excluídos sem irem antes para a Lixeira. Sempre
que algo for ser excluído, aparecerá uma mensagem, ou perguntando se realmente deseja enviar aquele item para a Lixeira,
ou avisando que o que foi selecionado será permanentemente excluído. Outra forma de excluir documentos ou pastas sem
que eles fiquem armazenados na Lixeira é usar as teclas de atalho Shift+Delete.
No Linux a forma mais tradicional para se manipular arquivos é com o comando chmod que altera as permissões de
arquivos ou diretórios. É um comando para manipulação de arquivos e diretórios que muda as permissões para acesso
àqueles, por exemplo, um diretório que poderia ser de escrita e leitura, pode passar a ser apenas leitura, impedindo que
seu conteúdo seja alterado.

4. Backup de arquivos

O Backup ajuda a proteger os dados de exclusão acidentais, ou até mesmo de falhas, por exemplo se os dados originais
do disco rígido forem apagados ou substituídos acidentalmente ou se ficarem inacessíveis devido a um defeito do disco
rígido, você poderá restaurar facilmente os dados usando a cópia arquivada.

4.1. Tipos de Backup


Fazer um backup é simples. Basta copiar os arquivos que você usa para outro lugar e pronto, está feito o backup. Mas e
se eu alterar um arquivo? E se eu excluir acidentalmente um arquivo? E se o arquivo atual corrompeu? Bem, é aí que a coisa
começa a ficar mais legal. É nessa hora que entram as estratégias de backup.
Se você perguntar a alguém que não é familiarizado com backups, a maioria pensará que um backup é somente uma
cópia idêntica de todos os dados do computador. Em outras palavras, se um backup foi criado na noite de terça-feira, e
nada mudou no computador durante o dia todo na quarta-feira, o backup criado na noite de quarta seria idêntico àquele
criado na terça. Apesar de ser possível configurar backups desta maneira, é mais provável que você não o faça. Para enten-
der mais sobre este assunto, devemos primeiro entender os tipos diferentes de backup que podem ser criados. Estes são:
• Backups completos;
• Backups incrementais;
• Backups diferenciais;
• Backups delta;
O backup completo é simplesmente fazer a cópia de todos os arquivos para o diretório de destino (ou para os dis-
positivos de backup correspondentes), independente de versões anteriores ou de alterações nos arquivos desde o último
backup. Este tipo de backup é o tradicional e a primeira ideia que vêm à mente das pessoas quando pensam em backup:
guardar TODAS as informações. Outra característica do backup completo é que ele é o ponto de início dos outros métodos
citados abaixo. Todos usam este backup para assinalar as alterações que deverão ser salvas em cada um dos métodos.
Este tipo consiste no backup de todos os arquivos para a mídia de backup. Conforme mencionado anteriormente, se os
dados sendo copiados nunca mudam, cada backup completo será igual aos outros. Esta similaridade ocorre devido ao fato
que um backup completo não verifica se o arquivo foi alterado desde o último backup; copia tudo indiscriminadamente

7
INFORMÁTICA BÁSICA

para a mídia de backup, tendo modificações ou não. Esta O armazenamento deve ser sempre levado em con-
é a razão pela qual os backups completos não são feitos o sideração, onde o administrador desses backups deve
tempo todo Todos os arquivos seriam gravados na mídia se preocupar em encontrar um equilíbrio que atenda
de backup. Isto significa que uma grande parte da mídia adequadamente às necessidades de todos, e também
de backup é usada mesmo que nada tenha sido alterado. assegurar que os backups estejam disponíveis para a
Fazer backup de 100 gigabytes de dados todas as noites pior das situações.
quando talvez 10 gigabytes de dados foram alterados não Após todas as técnicas de backups estarem efetiva-
é uma boa prática; por este motivo os backups incremen- das deve-se garantir os testes para que com o passar
tais foram criados. do tempo não fiquem ilegíveis.
Já os backups incrementais primeiro verificam se o
horário de alteração de um arquivo é mais recente que o 4.3. Recomendações para proteger seus backups
horário de seu último backup, por exemplo, já atuei em
uma Instituição, onde todos os backups eram programa- Fazer backups é uma excelente prática de seguran-
dos para a quarta-feira. ça básica. Agora lhe damos conselhos simples para que
A  vantagem  principal em usar backups incrementais você esteja a salvo no dia em que precisar deles:
é que rodam mais rápido que os backups completos. A 1. Tenha seus backups fora do PC, em outro escri-
principal desvantagem dos backups incrementais é que tório, e, se for possível, em algum recipiente à prova
para restaurar um determinado arquivo, pode ser neces- de incêndios, como os cofres onde você guarda seus
sário procurar em um ou mais backups incrementais até documentos e valores importantes.
encontrar o arquivo. Para restaurar um sistema de arquivo 2. Faça mais de uma cópia da sua informação e as
completo, é necessário restaurar o último backup completo mantenha em lugares separados.
e todos os backups incrementais subsequentes. Numa ten- 3. Estabeleça uma idade máxima para seus backups,
tativa de diminuir a necessidade de procurar em todos os é melhor comprimir os arquivos que já sejam muito
backups incrementais, foi implementada uma tática ligeira- antigos (quase todos os programas de backup contam
mente diferente. Esta é conhecida como backup diferencial. com essa opção), assim você não desperdiça espaço
Os backups diferenciais, também só copia arquivos al- útil.
terados desde o último backup, mas existe uma diferen- 4. Proteja seus backups com uma senha, de manei-
ça, ele mapeia as alterações em relação ao último backup ra que sua informação fique criptografada o suficiente
completo, importante mencionar que essa técnica ocasio- para que ninguém mais possa acessá-la. Se sua infor-
na o aumento progressivo do tamanho do arquivo. mação é importante para seus entes queridos, imple-
Os backups delta sempre armazena a diferença entre mente alguma forma para que eles possam saber a se-
as versões correntes e anteriores dos arquivos, começan- nha se você não estiver presente.
do a partir de um backup completo e, a partir daí, a cada
novo backup são copiados somente os arquivos que foram 5. Conceitos básicos de Hardware (Placa mãe, me-
alterados enquanto são criados hardlinks para os arquivos mórias, processadores (CPU) e disco de armazenamen-
que não foram alterados desde o último backup. Esta é a to HDs, CDs e DVDs)
técnica utilizada pela Time Machine da Apple e por ferra- Os gabinetes são dotados de fontes de alimenta-
mentas como o rsync. ção de energia elétrica, botão de ligar e desligar, botão
de reset, baias para encaixe de drives de DVD, CD, HD,
4.2. Mídias saídas de ventilação e painel traseiro com recortes para
A fita foi o primeiro meio de armazenamento de dados encaixe de placas como placa mãe, placa de som, vídeo,
removível amplamente utilizado. Tem os benefícios de custo rede, cada vez mais com saídas USBs e outras.
baixo e uma capacidade razoavelmente boa de armazena- No fundo do gabinete existe uma placa de metal
mento. Entretanto, a fita tem algumas desvantagens. Ela está onde será fixada a placa mãe. Pelos furos nessa placa é
sujeita ao desgaste e o acesso aos dados na fita é sequen- possível verificar se será possível ou não fixar determi-
cial por natureza. Estes fatores significam que é necessário nada placa mãe em um gabinete, pois eles têm que ser
manter o registro do uso das fitas (aposentá-las ao atingirem proporcionais aos furos encontrados na placa mãe para
o fim de suas vidas úteis) e também que a procura por um parafusá-la ou encaixá-la no gabinete.
arquivo específico nas fitas pode ser uma tarefa longa. Placa-mãe, é a placa principal, formada por um con-
Ultimamente, os drives de disco nunca seriam usados junto de circuitos integrados (“chip set“) que reconhece
como um meio de backup. No entanto, os preços de ar- e gerencia o funcionamento dos demais componentes
mazenamento caíram a um ponto que, em alguns casos, do computador.
usar drives de disco para armazenamento de backup faz Se o processador pode ser considerado o “cérebro”
sentido. A razão principal para usar drives de disco como do computador, a placa-mãe (do inglês  motherboard)
um meio de backup é a velocidade. Não há um meio de representa a espinha dorsal, interligando os demais pe-
armazenamento em massa mais rápido. A velocidade pode riféricos ao processador.
ser um fator crítico quando a janela de backup do seu cen- O disco rígido, do inglês hard disk, também conhe-
tro de dados é curta e a quantidade de dados a serem co- cido como HD, serve como unidade de armazenamento
piados é grande. permanente, guardando dados e programas.

8
INFORMÁTICA BÁSICA

Ele armazena os dados em discos magnéticos que mantêm a gravação por vários anos, se necessário.
Esses discos giram a uma alta velocidade e tem seus dados gravados ou acessados por um braço móvel composto por
um conjunto de cabeças de leitura capazes de gravar ou acessar os dados em qualquer posição nos discos.
Dessa forma, os computadores digitais (que trabalham com valores discretos) são totalmente binários. Toda informação
introduzida em um computador é convertida para a forma binária, através do emprego de um código qualquer de arma-
zenamento, como veremos mais adiante.
A menor unidade de informação armazenável em um computador é o algarismo binário ou dígito binário, conhecido
como bit (contração das palavras inglesas binarydigit). O bit pode ter, então, somente dois valores: 0 e 1.
Evidentemente, com possibilidades tão limitadas, o bit pouco pode representar isoladamente; por essa razão, as infor-
mações manipuladas por um computador são codificadas em grupos ordena- dos de bits, de modo a terem um significado
útil.
O menor grupo ordenado de bits representando uma informação útil e inteligível para o ser humano é o byte (leia-se
“baite”).
Como os principais códigos de representação de caracteres utilizam grupos de oito bits por caracter, os conceitos de
byte e caracter tornam-se semelhantes e as palavras, quase sinônimas.
É costume, no mercado, construírem memórias cujo acesso, armazenamento e recuperação de informações são efetua-
dos byte a byte. Por essa razão, em anúncios de computadores, menciona-se que ele possui “512 mega bytes de memória”;
por exemplo, na realidade, em face desse costume, quase sempre o termo byte é omitido por já subentender esse valor.
Para entender melhor essas unidades de memórias, veja a imagem abaixo:

Figura 6: Unidade de medida de memórias

Em resumo, a cada degrau que você desce na Figura 3 é só você dividir por 1024 e a cada degrau que você sobe basta
multiplicar por 1024. Vejamos dois exemplos abaixo:

Transformar 4 gigabytes em kilobytes: Transformar 16422282522 kilobytes em terabytes:


4 * 1024 = 4096 megabytes 16422282522 / 1024 = 16037385,28 megabytes
4096 * 1024 = 4194304 kilobytes. 16037385,28 / 1024 = 15661,51 gigabytes
15661,51 / 1024 = 15,29 terabytes.

USB é abreviação de “Universal Serial Bus”. É a porta de entrada mais usada atualmente.


Além de ser usado para a conexão de todo o tipo de dispositivos, ele fornece uma pequena quantidade de energia. Por
isso permite que os conectores USB sejam usados por carregadores, luzes, ventiladores e outros equipamentos.

A fonte de energia do computador ou, em inglês é responsável por converter a voltagem da energia elétrica, que chega
pelas tomadas, em voltagens menores, capazes de ser suportadas pelos componentes do computador.

Monitor de vídeo
Normalmente um dispositivo que apresenta informações na tela de LCD, como um televisor atual.
Outros monitores são sensíveis ao toque (chamados de touchscreen), onde podemos escolher opções tocando em
botões virtuais, apresentados na tela.

Impressora
Muito popular e conhecida por produzir informações impressas em papel.
Atualmente existem equipamentos chamados impressoras multifuncionais, que comportam impressora, scanner e fo-
tocopiadoras num só equipamento.

9
INFORMÁTICA BÁSICA

Pen drive é a mídia portátil mais utilizada pelos usuá- ... RISC são arquiteturas de carga-armazenamento, en-
rios de computadores atualmente. quanto que a maior parte das arquiteturas CISC permite
Ele não precisar recarregar energia para manter os da- que outras operações também façam referência à memória.
dos armazenados. Isso o torna seguro e estável, ao contrá- Possuem um clock interno de sincronização que define
rio dos antigos disquetes. É utilizado através de uma porta a velo- cidade com que o processamento ocorre. Essa velo-
USB (Universal Serial Bus). cidade é medida em Hertz. Segundo Amigo (2008):
Em um computador, a velocidade do clock se refere ao
Cartões de memória, são baseados na tecnologia flash, número de pulsos por segundo gerados por um oscilador
semelhante ao que ocorre com a memória RAM do com- (dispositivo eletrônico que gera sinais), que determina o
putador, existe uma grande variedade de formato desses tempo necessário para o processador executar uma instru-
cartões. ção. Assim para avaliar a performance de um processador,
São muito utilizados principalmente em câmeras foto- medimos a quantidade de pulsos gerados em 1 segundo e,
gráficas e telefones celulares. Podem ser utilizados também para tanto, utilizamos uma unidade de medida de frequên-
em microcomputadores. cia, o Hertz.

BIOS é o Basic Input/Output System, ou Sistema Básico


de Entrada e Saída, trata-se de um mecanismo responsável
por algumas atividades consideradas corriqueiras em um
computador, mas que são de suma importância para o cor-
reto funcionamento de uma máquina.
Se a BIOS para de funcionar, o PC também para! Ao
iniciar o PC, a BIOS faz uma varredura para detectar e iden-
tificar todos os componentes de hardware conectados à
máquina.
Só depois de todo esse processo de identificação é que
a BIOS passa o controle para o sistema operacional e o
boot acontece de verdade.

Diferentemente da memória RAM, as memórias ROM Figura 7: Esquema Processador


(Read Only Memory – Memória Somente de Leitura) não
são voláteis, mantendo os dados gravados após o desliga- Na placa mãe são conectados outros tipos de placas,
mento do computador. com seus circuitos que recebem e transmite dados para
As primeiras ROM não permitiam a regravação de seu desempenhar tarefas como emissão de áudio, conexão à
conteúdo. Atualmente, existem variações que possibilitam Internet e a outros computadores e, como não poderia fal-
a regravação dos dados por meio de equipamentos espe- tar, possibilitar a saída de imagens no monitor.
ciais. Essas memórias são utilizadas para o armazenamento Essas placas, muitas vezes, podem ter todo seu hard-
do BIOS. ware reduzido a chips, conectados diretamente na placa
mãe, utilizando todos os outros recursos necessários, que
O processador que é uma peça de computador que não estão implementa- dos nesses chips, da própria mo-
contém instruções para realizar tarefas lógicas e matemá- therboard. Geralmente esse fato implica na redução da ve-
ticas. O processador é encaixado na placa mãe através do locidade, mas hoje essa redução é pouco considerada, uma
socket, ele que processa todas as informações do compu- vez que é aceitável para a maioria dos usuários.
tador, sua velocidade é medida em Hertz e os fabricantes No entanto, quando se pretende ter maior potência de
mais famosos são Intel e AMD. som, melhor qualidade e até aceleração gráfica de imagens
O processador do computador (ou CPU – Unidade e uma rede mais veloz, a opção escolhida são as placas off
Central de Processamento) é uma das partes principais do board. Vamos conhecer mais sobre esse termo e sobre as
hardware do computador e é responsável pelos cálculos, placas de vídeo, som e rede:
execução de tarefas e processamento de dados. Placas de vídeo são hardwares específicos para traba-
Contém um conjunto de restritos de células de memó- lhar e projetar a imagem exibida no monitor. Essas placas
ria chamados registradores que podem ser lidos e escritos podem ser onboard, ou seja, com chipset embutido na
muito mais rapidamente que em outros dispositivos de placa mãe, ou off board, conectadas em slots presentes
memória. Os registra- dores são unidades de memória que na placa mãe. São considerados dispositivos de saída de
representam o meio mais caro e rápido de armazenamento dados, pois mostram ao usuário, na forma de imagens, o
de dados. Por isso são usados em pequenas quantidades resultado do processamento de vários outros dados.
nos processadores. Você já deve ter visto placas de vídeo com especifica-
Em relação a sua arquitetura, se destacam os modelos ções 1x, 2x, 8x e assim por diante. Quanto maior o número,
RISC (Reduced Instruction Set Computer) e CISC (Complex maior será a quantidade de dados que passarão por se-
Instruction Set Computer). Segundo Carter [s.d.]: gundo por essa placa, o que oferece imagens de vídeo, por
exemplo, com velocidade cada vez mais próxima da reali-

10
INFORMÁTICA BÁSICA

dade. Além dessa velocidade, existem outros itens importantes de serem observados em uma placa de vídeo: aceleração
gráfica 3D, resolução, quantidade de cores e, como não poderíamos esquecer, qual o padrão de encaixe na placa mãe que
ela deverá usar (atualmente seguem opções de PCI ou AGP). Vamos ver esses itens um a um:
Placas de som são hardwares específicos para trabalhar e projetar a sons, seja em caixas de som, fones de ouvido ou
microfone. Essas placas podem ser onboard, ou seja, com chipset embutido na placa mãe, ou offboard, conectadas em slots
presentes na placa mãe. São dispositivos de entrada e saída de dados, pois tanto permitem a inclusão de dados (com a entrada
da voz pelo microfone, por exemplo) como a saída de som (através das caixas de som, por exemplo).
Placas de rede são hardwares específicos para integrar um computador a uma rede, de forma que ele possa enviar e
receber informações. Essas placas podem ser onboard, ou seja, com chipset embutido na placa mãe, ou offboard, conecta-
das em slots presentes na placa mãe.
Alguns dados importantes a serem observados em uma placa de rede são: a arquitetura de rede que atende os tipos
de cabos de rede suportados e a taxa de transmissão.

6. Periféricos de computadores

Para entender o suficiente sobre periféricos para concurso público é importante entender que os periféricos são os
componentes (hardwares) que estão sempre ligados ao centro dos computadores.
Os periféricos são classificados como:
Dispositivo de Entrada: É responsável em transmitir a informação ao computador. Exemplos: mouse, scanner, microfo-
ne, teclado, Web Cam, Trackball, Identificador Biométrico, Touchpad e outros.
Dispositivos de Saída: É responsável em receber a informação do computador. Exemplos: Monitor, Impressoras, Caixa
de Som, Ploter, Projector de Vídeo e outros.
Dispositivo de Entrada e Saída: É responsável em transmitir e receber informação ao computador. Exemplos: Drive de Dis-
quete, HD, CD-R/RW, DVD, Blu-ray, modem, Pen-Drive, Placa de Rede, Monitor Táctil, Dispositivo de Som e outros.

SISTEMA OPERACIONAL WINDOWS

Windows assim como tudo que envolve a informática passa por uma atualização constante, os concursos públicos em
seus editais acabam variando em suas versões, por isso vamos abordar de uma maneira geral tanto as versões do Windows
quanto do Linux.
O Windows é um Sistema Operacional, ou seja, é um software, um programa de computador desenvolvido por pro-
gramadores através de códigos de programação. Os Sistemas Operacionais, assim como os demais softwares, são consi-
derados como a parte lógica do computador, uma parte não palpável, desenvolvida para ser utilizada apenas quando o
computador está em funcionamento. O Sistema Operacional (SO) é um programa especial, pois é o primeiro a ser instalado
na máquina.
Quando montamos um computador e o ligamos pela primeira vez, em sua tela serão mostradas apenas algumas rotinas
presentes nos chipsets da máquina. Para utilizarmos todos os recursos do computador, com toda a qualidade das placas
de som, vídeo, rede, acessarmos a Internet e usufruirmos de toda a potencialidade do hardware, temos que instalar o SO.
Após sua instalação é possível configurar as placas para que alcancem seu melhor desempenho e instalar os demais
programas, como os softwares aplicativos e utilitários.
O SO gerencia o uso do hardware pelo software e gerencia os demais programas.
A diferença entre os Sistemas Operacionais de 32 bits e 64 bits está na forma em que o processador do computador
trabalha as informações. O Sistema Operacional de 32 bits tem que ser instalado em um computador que tenha o proces-
sador de 32 bits, assim como o de 64 bits tem que ser instalado em um computador de 64 bits.
Os Sistemas Operacionais de 64 bits do Windows, segundo o site oficial da Microsoft, podem utilizar mais memória que
as versões de 32 bits do Windows. “Isso ajuda a reduzir o tempo despendi- do na permuta de processos para dentro e para
fora da memória, pelo armazenamento de um número maior desses processos na memória de acesso aleatório (RAM) em
vez de fazê-lo no disco rígido. Por outro lado, isso pode aumentar o desempenho geral do programa”.

Windows XP

O Windows XP foi lançado em 2001 e ele era um sistema operacional bastante completo e confiável, por isso pode-se
dizer que ele foi uma versão muito bem sucedida, importante mencionar que o encerramento do seu suporte foi em abril
de 2014.

11
INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 8: Tela de login do Windows XP

Figura 9: Desktop do Windows XP

12
INFORMÁTICA BÁSICA

Ele foi sucessor de uma versão considerada fracassada Comparando o Windows XP com o Windows 7
que foi o Windows Me (Millennium Edition), lançado em
2000, e é considerado por muitos o principal responsável Estabilidade
em recuperar a confiança dos clientes Microsoft. Seu lança-
mento foi dia 25 de outubro de 2001 e chamou a atenção O Windows 7 é muito mais estável do que o Windo-
por trazer uma nova interface gráfica e eliminar os proble- ws XP, e isso acontece por diversos motivos. Inicialmente
mas de estabilidade encontrados no ME. ele foi desenvolvido para dar maior proteção à memória,
A interface gráfica do Windows XP ficou conhecida por isolando-a de problemas externos. Exemplo clássico: você
ser muito mais intuitiva e agradável, afinal as janelas cinzas, instala um novo driver de placa de vídeo, e ele trava pois
e barras quadradas foram substituídas por uma interface tem um bug. Enquanto o Windows XP trava por completo
colorida, com padrão azul, e botões mais arredondados e (ou o computador é reiniciado), o Windows 7 se recupera
visíveis. Outra grande novidade foi o botão iniciar, que fi- normalmente do travamento utilizando um driver padrão
cou maior, com mais atalhos e possibilidades de fixar pro- de vídeo, e isso não afeta os demais programas abertos.
gramas, mudança essa que permaneceu até o Windows 7. O Windows 7 vem com o Monitor de Confiabilidade.
Outros aspectos visuais trazidos pelo Windows XP, fo- Ele monitora constantemente o computador, salvando in-
ram as novas camadas e efeitos para o desktop, além de formações importantes quando há alguma falha de aplica-
apresentar um papel de parede padrão que viria a se tor- tivo ou do Windows, e com isso o usuário tem um pano-
nar icônico. Os usuários poderiam ainda travar a barra de rama geral que permite concluir que aplicativo ou driver
tarefas e evitar que houvesse mudanças das configurações está causando problemas. Isso é possível pois ele monitora
no espaço. a data de instalação de drivers e programas, execução de
O XP foi apresentado ainda em diferentes edições, aplicativos, updates do Windows, travamento de progra-
além de estar disponível em 32 e 64 bits. A versão Home mas, e tudo mais que possa afetar a estabilidade do sis-
Edition era voltada para o uso doméstico e trazia ferra- tema operacional - e com isso é fácil concluir quando um
mentas mais simples para o usuário comum. Já a edição novo programa ou driver está causando problemas no sis-
Professional tinha como público empresas e usuários com tema operacional. O Monitor de Confiabilidade também
conhecimentos avançados. Houve ainda uma versão Media tem a opção de verificar soluções para todos os problemas
Center Edition, mas esta nunca foi colocada à venda e era listados.
entregue somente sob encomenda. Além disso, o Windows 7 também vem com a opção
Em relação as funcionalidades, o grande destaque foi o de restauração de sistema e drivers, permitindo que você
suporte a dispositivos Plug and Play, famoso plugar e usar retorne a um status ou driver anterior ao atual caso este
que acabou com etapas burocráticas de instalação, não exi- apresente algum problema.
gindo que o computador fosse desligado ao remover um Por fim, o NTFS (tipo de partição) do Windows 7 é mais
dispositivo externo, como um pendrive. completo e avançado do que o do Windows XP, pois é o
Outra novidade na funcionalidade foi a tecnologia mesmo utilizado no Windows Server 2008. Quando ocorre
ClearType, que facilitava a visualização de textos em tela algum problema em disco ou na partição do Windows XP,
LCD, novidades na época. Além disso, ele melhorou o con- por exemplo, o sistema operacional tenta corrigi-lo (às ve-
sumo de energia para a utilização em dispositivos móveis zes durante horas) via chkdsk no próximo boot. O NTFS do
como notebook e tablets, e incluiu a possibilidade de ini- Windows 7, por outro lado, utiliza o self-healing (auto-cor-
cializar a máquina mais rapidamente e hibernar. reção) e o problema é reparado imediatamente sem que o
Além disso, passou a dar suporte às redes Wireless e usuário sequer saiba disso. Além disso, ele permite corrigir
DSL, melhorando a alternância entre contas de usuários, problemas em arquivos de sistema (como o Win32k.sys) -
permitindo que o indivíduo acesse outra conta sem fechar algo que o Windows XP não consegue. Neste item Windo-
seus programas abertos. Além disso, introduziu a funcio- ws 7 x Windows XP, o Windows 7 ganha.
nalidade de assistência remota, o que possibilitou que pes-
soas conectadas à Internet pudessem assumir o controle Usabilidade
da máquina para realizar suporte técnico ou auxiliar uma
tarefa. O Windows 7 facilita o dia-a-dia das pessoas com novi-
Quanto as atualizações e até mesmo o encerramen- dades que tornam as tarefas mais rápidas e eficientes. Entre
to do suporte, pode-se dizer que o XP teve três grandes elas estão:
atualizações, que ficaram conhecidas como Service Packs. - Central de Contas do Usuário (UAC) que protege o
O primeiro foi lançado no dia 9 de setembro de 2002, adi- usuário sem incomodá-lo
cionando o suporte ao formato USB 2.0 e a possibilidade - Pesquisa integrada ao sistema operacional
de definir padrões de programas. O SP2 chegou em 6 de - Bibliotecas, que organizam os arquivos e facilitam o
agosto de 2004 com foco na segurança do sistema. Já o seu uso em rede local
SP3 foi distribuído em 6 de maio de 2008 com correções de - Aero Snap, que ao arrastar uma janela para a lateral
segurança e melhoras no desempenho. da tela, esta é automaticamente expandida e ocupa meta-
No dia 8 de abril de 2014, a Microsoft encerrou o su- de da tela (ou tela cheia se for arrastada para cima)
porte ao Windows XP SP3, não oferecendo mais atualiza- - Aero Peek, que torna as janelas transparentes para
ções ou correções de segurança para o sistema. você visualizar ou acessar rapidamente o desktop

13
INFORMÁTICA BÁSICA

- Aero Shake, que ao chacoalhar uma janela faz com Custo Benefício
que todas as demais sejam automaticamente minimizadas
O Windows XP foi inaugurado em 2001, ou seja, para
Essas melhorias na usabilidade não devem ser descon- hardwares equivalentes da época, os requisitos mínimos
sideradas ou vistas como “frescura”, pois elas podem eco- do Windows XP são inferiores até mesmo aos smartpho-
nomizar dezenas de horas de trabalho por ano! Mais uma nes mais simples de hoje em dia: Pentium 233 MHz, 64MB
vantagem para o Windows 7 na comparação Windows 7 x RAM e 1,5GB de espaço em disco! É preciso dizer mais?
Windows XP. O Windows 7 funciona muito bem até mesmo em
hardware limitado, como netbooks com 1GB RAM e pro-
Segurança cessador de 1GHz, além de estar preparado para utilizar
todo potencial das tecnologias atuais:  processadores
Há um mundo de diferença entra a segurança do multi-core, muita memória RAM, discos SSD, drive de
Windows XP e a do Windows 7. Embora algumas pessoas Blu-Ray, USB 3.0, placas de vídeo caseiras que processam
achem que basta instalar um navegador atual para se man- 3 trilhões de cálculos por segundo (quatro placas dessas
ter seguro na web, nada mais ilusório: estes mesmos nave- trabalhando juntas superam o total de cálculos por se-
gadores não conseguem proteger o usuário se eles estão gundo do supercomputador mais rápido do planeta de
sendo executados em um sistema operacional com capaci- 2001 - e ele tinha 8.192 processadores!), e tecnologias
dade de proteção limitada. O navegador não impede ata- que utilizamos atualmente e que seriam consideradas
ques remotos nem ataques que utilizam vulnerabilidades coisas de ficção científica quando o Windows XP foi cria-
existentes no sistema operacional. do.
Além disso, vulnerabilidades no Windows 7 são muito Na prática não existem motivos razoáveis para um
menos perigosas do que a mesma vulnerabilidade no Win- computador utilizar o Windows XP ao invés do Windows
dows XP, pois o Windows 7 tem diversas proteções adicio- 7.
nais que diminuem o poder de ação dos malwares. Entre
elas estão ASLR, PatchGuard, UAC, PMIE e outras tecnolo-
gias que bloqueiam e impedem ataques externos por vias Windows 7
desconhecidas. Além disso, o antivírus gratuito da Micro-
soft (MSE – Microsoft Security Essentials) pode ser utilizado
por qualquer pessoa que tenha Windows Original, prote- Para saber se o Windows é de 32 ou 64 bits, basta:
gendo-a contra malwares. 1. Clicar no botão Iniciar , clicar com o botão direito
em computador e clique em Propriedades.
Hardware e performance 2. Em sistema, é possível exibir o tipo de sistema.
“Para instalar uma versão de 64 bits do Windows 7,
Atualmente muitos computadores e notebooks vêm você precisará de um processador capaz de executar uma
com 4GB de memória RAM ou mais - e o Windows XP não versão de 64 bits do Windows. Os benefícios de um siste-
aproveita isso. ma operacional de 64 bits ficam mais claros quando você
Tanto o Windows XP quanto o Windows 7 “enxergam” tem uma grande quantidade de RAM (memória de acesso
até 4GB RAM nas suas versões 32-bits - mas ao contrário aleatório) no computador, normalmente 4 GB ou mais.
do XP, o Windows 7 tem versões 64-bits perfeitamente uti- Nesses casos, como um sistema operacional de 64 bits
lizáveis, isto é, o mercado lançou programas e periféricos pode processar grandes quantidades de memória com
que funcionam perfeitamente no Windows 7, mas não para mais eficácia do que um de 32 bits, o sistema de 64 bits
o Windows XP. poderá responder melhor ao executar vários programas
Embora exista uma versão 64-bits do Windows XP, pra- ao mesmo tempo e alternar entre eles com frequência”.
ticamente ninguém a usa pois não há drivers para periféri- Uma maneira prática de usar o Windows 7 (Win 7) é
cos nem programas que aproveitam o seu potencial. reinstalá-lo sobre um SO já utilizado na máquina. Nesse
E um detalhe que poucos sabem é que o limite de 4GB caso, é possível instalar:
de memória se aplica à soma da memória RAM + memória - Sobre o Windows XP;
da placa de vídeo + memória dos periféricos PCI + ACPI + - Uma versão Win 7 32 bits, sobre Windows Vista
tudo mais que esteja instalado no computador que utilize (Win Vista), também 32 bits;
memória (exceto pendrive, disco rígido e cartões de me- - Win 7 de 64 bits, sobre Win Vista, 32 bits;
mória, obviamente). - Win 7 de 32 bits, sobre Win Vista, 64 bits;
Isso significa que se você utiliza  uma poderosa placa - Win 7 de 64 bits, sobre Win Vista, 64 bits;
de vídeo de 2GB de memória (algo relativamente comum) - Win 7 em um computador e formatar o HD durante
no Windows XP, este acessará menos de 2GB de memória a insta- lação;
RAM independentemente da quantidade de memória RAM - Win 7 em um computador sem SO;
instalada no computador. E quanto menos memória RAM, Antes de iniciar a instalação, devemos verificar qual
menos performance o computador terá. A solução é utili- tipo de instalação será feita, encontrar e ter em mãos a
zar um sistema operacional completo de 64-bits como o chave do produto, que é um código que será solicitado
Windows 7. durante a instalação.

14
INFORMÁTICA BÁSICA

Vamos adotar a opção de instalação com formatação Criação de pastas (diretórios)


de disco rígido, segundo o site oficial da Microsoft Corpo-
ration:
- Ligue o seu computador, de forma que o Windows
seja inicia- lizado normalmente, insira do disco de instala-
ção do Windows 7 ou a unidade flash USB e desligue o seu
computador.
- Reinicie o computador.
- Pressione qualquer tecla, quando solicitado a fazer
isso, e siga as instruções exibidas.
- Na página de Instalação Windows, insira seu idioma
ou outras preferências e clique em avançar.
- Se a página de Instalação Windows não aparecer e o
programa não solicitar que você pressione alguma tecla,
talvez seja necessário alterar algumas configurações do sis-
tema. Para obter mais informações sobre como fazer isso,
consulte Inicie o seu computador usando um disco de ins-
talação do Windows 7 ou um pen drive USB.
- Na página Leia os termos de licença, se você aceitar
os termos de licença, clique em aceito os termos de licença
e em avançar.
- Na página que tipo de instalação você deseja? clique Figura 8: Criação de pastas
em Personalizada.
- Na página onde deseja instalar Windows? clique em Clicando com o botão direito do mouse em um espaço
op- ções da unidade (avançada). vazio da área de trabalho ou outro apropriado, podemos
- Clique na partição que você quiser alterar, clique na encontrar a opção pasta.
opção de formatação desejada e siga as instruções. Clicando nesta opção com o botão esquerdo do mou-
- Quando a formatação terminar, clique em avançar. se, temos então uma forma prática de criar uma pasta.
- Siga as instruções para concluir a instalação do Win-
dows 7, inclusive a nomenclatura do computador e a confi-
guração de uma conta do usuário inicial.

Conceitos de pastas, arquivos e atalhos, manipula-


ção de arquivos e pastas, uso dos menus

Pastas – são estruturas digitais criadas para organizar Figura 9: Criamos aqui uma pasta chamada “Trabalho”.
arquivos, ícones ou outras pastas.
Arquivos– são registros digitais criados e salvos atra-
vés de programas aplicativos. Por exemplo, quando abri-
mos o Microsoft Word, digitamos uma carta e a salvamos
no computador, estamos criando um arquivo.
Ícones– são imagens representativas associadas a pro-
gramas, arquivos, pastas ou atalhos.
Atalhos–são ícones que indicam um caminho mais
curto para abrir um programa ou até mesmo um arquivo.

Figura 10: Tela da pasta criada

Clicamos duas vezes na pasta “Trabalho” para abrí-la e


agora criaremos mais duas pastas dentro dela:

Para criarmos as outras duas pastas, basta repetir o


procedimento botão direito, Novo, Pasta.

15
INFORMÁTICA BÁSICA

Área de trabalho:

Figura 11: Área de Trabalho

A figura acima mostra a primeira tela que vemos quando o Windows 7 é iniciado. A ela damos o nome de área de
trabalho, pois a ideia original é que ela sirva como uma prancheta, onde abriremos nossos livros e documentos para dar
início ou continuidade ao trabalho.
Em especial, na área de trabalho, encontramos a barra de tarefas, que traz uma série de particularidades, como:

Figura 12: Barra de tarefas

1) Botão Iniciar: é por ele que entramos em contato com todos os outros programas instalados, programas que fazem
parte do sistema operacional e ambientes de configuração e trabalho. Com um clique nesse botão, abrimos uma lista, cha-
mada Menu Iniciar, que contém opções que nos permitem ver os programas mais acessados, todos os outros programas
instalados e os recursos do próprio Windows. Ele funciona como uma via de acesso para todas as opções disponíveis no
computador.
Através do botão Iniciar, também podemos:
-desligar o computador, procedimento que encerra o Sistema Operacional corretamente, e desliga efetivamente a
máquina;
-colocar o computador em modo de espera, que reduz o consumo de energia enquanto a máquina estiver ociosa, ou
seja, sem uso. Muito usado nos casos em que vamos nos ausentar por um breve período de tempo da frente do compu-
tador;
-reiniciar o computador, que desliga e liga automaticamente o sistema. Usado após a instalação de alguns programas
que precisam da reinicialização do sistema para efetivarem sua insta- lação, durante congelamento de telas ou travamentos
da máquina.
-realizar o logoff, acessando o mesmo sistema com nome e senha de outro usuário, tendo assim um ambiente com
características diferentes para cada usuário do mesmo computador.

16
INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 13: Menu Iniciar – Windows 7

Na figura a cima temos o menu Iniciar, acessado com um clique no botão Iniciar.
2) Ícones de inicialização rápida: São ícones colocados como atalhos na barra de tarefas para serem acessados com
facilidade.
3) Barra de idiomas: Mostra qual a configuração de idioma que está sendo usada pelo teclado.
4) Ícones de inicialização/execução: Esses ícones são configurados para entrar em ação quando o computador é
iniciado. Muitos deles ficam em execução o tempo todo no sistema, como é o caso de ícones de programas antivírus que
monitoram constante- mente o sistema para verificar se não há invasões ou vírus tentando ser executados.
5) Propriedades de data e hora: Além de mostra o relógio constantemente na sua tela, clicando duas vezes, com o
botão esquerdo do mouse nesse ícone, acessamos as Propriedades de data e hora.

17
INFORMÁTICA BÁSICA

Alguns arquivos e pastas, por terem um tamanho mui-


to grande, são excluídos sem irem antes para a Lixeira.
Sempre que algo for ser excluído, aparecerá uma mensa-
gem, ou perguntando se realmente deseja enviar aquele
item para a Lixeira, ou avisando que o que foi selecionado
será permanentemente excluído. Outra forma de excluir
documentos ou pastas sem que eles fiquem armazenados
na Lixeira é usar as teclas de atalho Shift+Delete.

A barra de tarefas pode ser posicionada nos quatro


cantos da tela para proporcionar melhor visualização de
outras janelas abertas. Para isso, basta pressionar o botão
esquerdo do mouse em um espaço vazio dessa barra e com
ele pressionado, arrastar a barra até o local desejado (canto
direito, superior, esquerdo ou inferior da tela).

Para alterar o local da Barra de Tarefas na tela, temos


Figura 14: Propriedades de data e hora que verificar se a opção “Bloquear a barra de tarefas” não
Nessa janela, é possível configurarmos a data e a hora, está marcada.
deter- minarmos qual é o fuso horário da nossa região e
especificar se o relógio do computador está sincronizado
automaticamente com um servidor de horário na Internet.
Este relógio é atualizado pela bateria da placa mãe, que vi-
mos na figura 26. Quando ele começa a mostrar um horário
diferente do que realmente deveria mostrar, na maioria das
vezes, indica que a bateria da placa mãe deve precisar ser
trocada. Esse horário também é sincronizado com o mes-
mo horário do SETUP.
Lixeira: Contém os arquivos e pastas excluídos pelo
usuário. Para excluirmos arquivos, atalhos e pastas, pode-
mos clicar com o botão direito do mouse sobre eles e de-
pois usar a opção “Excluir”. Outra forma é clicar uma vez
sobre o objeto desejado e depois pressionar o botão dele-
te, no teclado. Esses dois procedimentos enviarão para li-
xeira o que foi excluído, sendo possível a restauração, caso
haja necessidade. Para restaurar, por exemplo, um arquivo
enviado para a lixeira, podemos, após abri-la, restaurar o
que desejarmos.
Figura 16: Bloqueio da Barra de Tarefas

Propriedades da barra de tarefas e do menu iniciar:


Através do clique com o botão direito do mouse na bar-
ra de tarefas e do esquerdo em “Propriedades”, podemos
acessar a janela “Propriedades da barra de tarefas e do
menu iniciar”.

Figura 15: Restauração de arquivos enviados para a lixeira

A restauração de objetos enviados para a lixeira pode


ser feita com um clique com o botão direito do mouse so-
bre o item desejado e depois, outro clique com o esquerdo
em “Restaurar”. Isso devolverá, automaticamente o arquivo
para seu local de origem.

Outra forma de restaurar é usar a opção “Restaurar


este item”, após selecionar o objeto.

18
INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 19: Barra de Ferramentas

Painel de controle

O Painel de Controle é o local onde podemos alte-


rar configurações do Windows, como aparência, idioma,
configurações de mouse e teclado, entre outras. Com ele
é possível personalizar o computador às necessidades do
usuário.
Para acessar o Painel de Controle, basta clicar no Botão
Figura 17: Propriedades da barra de tarefas e do menu Iniciar e depois em Painel de Controle. Nele encontramos
iniciar as seguintes opções:
- Sistema e Segurança: “Exibe e altera o status do sis-
Na guia “Barra de Tarefas”, temos, entre outros: tema e da segurança”, permite a realização de backups e
restauração das configurações do sistema e de arquivos.
-Bloquear a barra de tarefas – que impede que ela seja Possui ferramentas que permitem a atualização do Sistema
posicionada em outros cantos da tela que não seja o infe- Operacional, que exibem a quantidade de memória RAM
rior, ou seja, impede que seja arrastada com o botão es- instalada no computador e a velocidade do processador.
querdo do mouse pressionado. Oferece ainda, possibilidades de configuração de Firewall
-Ocultar automaticamente a barra de tarefas – oculta para tornar o computador mais protegido.
(esconde) a barra de tarefas para proporcionar maior apro- - Rede e Internet: mostra o status da rede e possibi-
veitamento da área da tela pelos programas abertos, e a lita configurações de rede e Internet. É possível também
exibe quando o mouse é posicionado no canto inferior do definir preferências para compartilhamento de arquivos e
monitor. computadores.
- Hardware e Sons: é possível adicionar ou remover har-
dwares como impressoras, por exemplo. Também permite
alterar sons do sistema, reproduzir CDs automaticamente,
configurar modo de economia de energia e atualizar drives
de dispositivos instalados.
- Programas: através desta opção, podemos realizar a
desinstalação de programas ou recursos do Windows.
- Contas de Usuários e Segurança Familiar: aqui alte-
ramos senhas, criamos contas de usuários, determinamos
configurações de acesso.
- Aparência: permite a configuração da aparência da
área de trabalho, plano de fundo, proteção de tela, menu
iniciar e barra de tarefas.
- Relógio, Idioma e Região: usamos esta opção para
Figura 18: Guia Menu Iniciar e Personalizar Menu Iniciar alterar data, hora, fuso horário, idioma, formatação de nú-
meros e moedas.
Pela figura acima podemos notar que é possível a apa- - Facilidade de Acesso: permite adaptarmos o compu-
rência e comportamento de links e menus do menu Iniciar. tador às necessidades visuais, auditivas e motoras do usuá-
rio.

Computador

Através do “Computador” podemos consultar e aces-


sar unidades de disco e outros dispositivos conectados ao
nosso computador.

19
INFORMÁTICA BÁSICA

Para acessá-lo, basta clicar no Botão Iniciar e em Com- Charms Bar


putador. A janela a seguir será aberta: O objetivo do Windows 8 é ter uma tela mais limpa e
esse recurso possibilita “esconder” algumas configurações
e aplicações. É uma barra localizada na lateral que pode ser
acessada colocando o mouse no canto direito e inferior da
tela ou clicando no atalho Tecla do Windows + C. Essa fun-
ção substitui a barra de ferramentas presente no sistema
e configurada de acordo com a página em que você está.
Com a Charm Bar ativada, digite Personalizar na bus-
ca em configurações. Depois escolha a opção tela inicial e
em seguida escolha a cor da tela. O usuário também pode
selecionar desenhos durante a personalização do papel de
parede.

Redimensionar as tiles
Na tela esses mosaicos ficam uns maiores que os ou-
tros, mas isso pode ser alterado clicando com o botão di-
reito na divisão entre eles e optando pela opção menor.
Você pode deixar maior os aplicativos que você quiser des-
Figura 20: Computador tacar no computador.

Observe que é possível visualizarmos as unidades de dis- Grupos de Aplicativos


co, sua capacidade de armazenamento livre e usada. Vemos Pode-se criar divisões e grupos para unir programas
também informações como o nome do computador, a quanti- parecidos. Isso pode ser feito várias vezes e os grupos po-
dade de memória e o processador instalado na máquina. dem ser renomeados.

Windows 8 Visualizar as pastas


A interface do programas no computador podem ser
É o sistema operacional da Microsoft que substituiu o vistos de maneira horizontal com painéis dispostos lado a
Windows 7 em tablets, computadores, notebooks, celula- lado. Para passar de um painel para outro é necessário usar
res, etc. Ele trouxe diversas mudanças, principalmente no a barra de rolagem que fica no rodapé.
layout, que acabou surpreendendo milhares de usuários
acostumados com o antigo visual desse sistema. Compartilhar e Receber
A tela inicial completamente alterada foi a mudança Comando utilizado para compartilhar conteúdo, enviar
que mais impactou os usuários. Nela encontra-se todas as uma foto, etc. Tecle Windows + C, clique na opção Com-
aplicações do computador que ficavam no Menu Iniciar e partilhar e depois escolha qual meio vai usar. Há também a
também é possível visualizar previsão do tempo, cotação opção Dispositivo que é usada para receber e enviar con-
da bolsa, etc. O usuário tem que organizar as pequenas teúdos de aparelhos conectados ao computador.
miniaturas que aparecem em sua tela inicial para ter acesso
aos programas que mais utiliza. Alternar Tarefas
Caso você fique perdido no novo sistema ou dentro de Com o atalho Alt + Tab, é possível mudar entre os pro-
uma pasta, clique com o botão direito e irá aparecer um gramas abertos no desktop e os aplicativos novos do SO.
painel no rodapé da tela. Caso você esteja utilizando uma Com o atalho Windows + Tab é possível abrir uma lista na
das pastas e não encontre algum comando, clique com o lateral esquerda que mostra os aplicativos modernos.
botão direito do mouse para que esse painel apareça.
A organização de tela do Windows 8 funciona como o Telas Lado a Lado
antigo Menu Iniciar e consiste em um mosaico com imagens Esse sistema operacional não trabalha com o concei-
animadas. Cada mosaico representa um aplicativo que está to de janelas, mas o usuário pode usar dois programas ao
instalado no computador. Os atalhos dessa área de traba- mesmo tempo. É indicado para quem precisa acompanhar
lho, que representam aplicativos de versões anteriores, ficam o Facebook e o Twitter, pois ocupa ¼ da tela do computa-
com o nome na parte de cima e um pequeno ícone na parte dor.
inferior. Novos mosaicos possuem tamanhos diferentes, co-
res diferentes e são atualizados automaticamente. Visualizar Imagens
A tela pode ser customizada conforme a conveniência do O sistema operacional agora faz com que cada vez que
usuário. Alguns utilitários não aparecem nessa tela, mas po- você clica em uma figura, um programa específico abre e
dem ser encontrados clicando com o botão direito do mouse isso pode deixar seu sistema lento. Para alterar isso é preci-
em um espaço vazio da tela. Se deseja que um desses apli- so ir em Programas – Programas Default – Selecionar Win-
cativos apareça na sua tela inicial, clique com o botão direito dows Photo Viewer e marcar a caixa Set this Program as
sobre o ícone e vá para a opção Fixar na Tela Inicial. Default.

20
INFORMÁTICA BÁSICA

Imagem e Senha Windows 10 Education  – Baseada na versão Enterprise,


O usuário pode utilizar uma imagem como senha ao é destinada a atender as necessidades do meio educacional.
invés de escolher uma senha digitada. Para fazer isso, aces- Também tem seu método de distribuição baseado através da
se a Charm Bar, selecione a opção Settings e logo em se- versão acadêmica de licenciamento de volume.
guida clique em More PC settings. Acesse a opção Usuários Windows 10 Mobile – Embora o Windows 10 tente ven-
e depois clique na opção “Criar uma senha com imagem”. der seu nome fantasia como um sistema operacional único, os
Em seguida, o computador pedirá para você colocar sua smartphones com o Windows 10 possuem uma versão espe-
senha e redirecionará para uma tela com um pequeno tex- cífica do sistema operacional compatível com tais dispositivos.
to e dando a opção para escolher uma foto. Escolha uma Windows 10 Mobile Enterprise – Projetado para smart-
imagem no seu computador e verifique se a imagem está phones e tablets do setor corporativo. Também estará dis-
correta clicando em “Use this Picture”. Você terá que dese- ponível através do Licenciamento por Volume, oferecendo
nhar três formas em touch ou com o mouse: uma linha reta, as mesmas vantagens do Windows 10 Mobile com funcio-
um círculo e um ponto. Depois, finalize o processo e sua nalidades direcionadas para o mercado corporativo.
senha estará pronta. Na próxima vez, repita os movimentos Windows 10 IoT Core – IoT vem da expressão “Internet
para acessar seu computador. das Coisas” (Internet ofThings). A Microsoft anunciou que ha-
verá edições do Windows 10 baseadas no Enterprise e Mobile
Internet Explorer no Windows 8 Enterprise destinados a dispositivos como caixas eletrônicos,
Se você clicar no quadrinho Internet Explorer da página terminais de autoatendimento, máquinas de atendimento
inicial, você terá acesso ao software sem a barra de ferra- para o varejo e robôs industriais. Essa versão IoT Core será
mentas e menus. destinada para dispositivos pequenos e de baixo custo.
Para as versões mais populares (10 e 10 Pro), a Micro-
7.2. Windows 10 soft indica como requisitos básicos dos computadores:
• Processador de 1 Ghz ou superior;
O Windows 10 é uma atualização do Windows 8 que • 1 GB de RAM (para 32bits); 2GB de RAM (para 64bits);
• Até 20GB de espaço disponível em disco rígido;
veio para tentar manter o monopólio da Microsoft no mun-
• Placa de vídeo com resolução de tela de 800×600 ou maior.
do dos Sistemas Operacionais, uma das suas missões é fi-
car com um visual mais de smart e touch.
MICROSOFT OFFICE 2003/2007/2010
(WORD, EXCEL E POWER POINT):
CONCEITOS, ORGANIZAÇÃO, UTILIZAÇÃO,
CONFIGURAÇÃO E USO DOS RECURSOS:
GERENCIAMENTO DE ARQUIVOS, PASTAS,
DIRETÓRIOS, PLANILHAS, TABELAS,
GRÁFICOS, FÓRMULAS, FUNÇÕES,
SUPLEMENTOS, PROGRAMAS E IMPRESSÃO.

O Microsoft Word é um processador de texto que cria


textos de diversos tipos e estilos, como por exemplo, ofí-
Figura 21:Tela do Windows 10 cios, relatórios, cartas, enfim, todo conteúdo de texto que
atende às necessidades de um usuário doméstico ou de
O Windows 10 é disponibilizado nas seguintes versões uma empresa.
(com destaque para as duas primeiras): O Microsoft Word é o processador de texto integrante
Windows 10 – É a versão de “entrada” do Windows 10, dos programas Microsoft Office: um conjunto de softwares
que possui a maioria dos recursos do sistema. É voltada aplicativos destinados a uso de escritório e usuários do-
para Desktops e Laptops, incluindo o tablete Microsoft Sur- mésticos, desenvolvidos pela empresa Microsoft.
face 3. Os softwares da Microsoft Office são proprietários e
Windows 10 Pro – Além dos recursos da versão de en- compatíveis com o sistema operacional Windows.
trada, fornece proteção de dados avançada e criptografa-
da  com o BitLocker, permite a hospedagem de uma  Co- 10.1. Word 2003
nexão de Área de Trabalho Remota  em um computador, As versões do Microsoft Word era quase sempre a
trabalhar com máquinas virtuais, e permite o ingresso em mesma, e todas elas oriundas do WordPad, a versão 2003
um domínio para realizar conexões a uma rede corporativa. foi a última versão a moda antiga, vamos dizer assim, ela
Windows 10 Enterprise – Baseada na versão 10 Pro, é era formada por menus e uma barra de ferramentas fixa
disponibilizada por meio do Licenciamento por Volume, mais voltada para a parte de formatação de texto, e as de-
voltado a empresas. mais funções ficavam dívidas em menus, conforme mostra
a figura 28.

21
INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 28: Tela do Microsoft Word 2003

Também é possível personalizar a sua barra de ferramentas clicando com o botão direito e selecionando novos painéis,
que vão desde Contagem de Palavras e Desenho até Visual Basic e Formulários. O problema é que, conforme você adiciona
novas funções, a interface começa a ficar cada vez mais carregada e desorganizada.
Uma das características foi a mudança do logotipo do Office duas ferramentas que estrearam no Office 2003, foram: In-
foPath e o OneNote. O OneNote é uma caderneta eletrônica de anotações e organizador que toma notas como aplicação
do texto, notas manuscritas ou diagramas, gráficos e de áudio gravado, o Office 2003 foi a primeira versão a usar cores e
ícones do Windows XP.

10.2. Word 2007

O Word 2007 certamente é um marco nas atualizações, pois ele trouxe a grande novidade das abas, e consequente-
mente o fim dos menus, e ao clicar em cada aba, abre uma barra de ferramenta pertinente a aquela aba, a figura 29 mostra
a guia início e suas respectivas ferramentas, diferente de antes que tínhamos uma barra de ferramentas fixa. Devido ao cos-
tume das outras versões no início a versão 2007 foi muito criticada, outra mudança significativa foi a mudança da extensão
do arquivo que passou de DOC para DOCX.

Figura 29: Guia Início do Microsoft Word 2007

Na guia início é onde se encontra a maioria das funções da antiga interface do Microsoft Word. Ou seja, aqui você pode
mudar a fonte, o tamanho dela, modificar o texto selecionado (com negrito, itálico, sublinhado, riscado, sobreposto etc.),
deixar com outra cor, criar tópicos, alterar o espaçamento, mudar o alinhamento e dar estilo. Tudo isso agora é dividido
em grandes painéis.
Definitivamente, a versão do Microsoft Word 2007 trouxe muito mais organização e padrões em relação as ver-
sões anteriores. Todas as ficaram categorizadas e mais fáceis de encontrar, bastando se acostumar com a interface. 
A melhor parte é que não fica tudo bagunçado, e que as ferramentas mudam conforme as escolhas das abas.

22
INFORMÁTICA BÁSICA

10.3. Word 2010, 2013 e detalhes gerais

Figura 30: Tela do Microsoft Word 2010

As guias foram criadas para serem orientadas por tarefas, já os grupos dentro de cada guia criam subtarefas para as
tarefas, e os botões de comando em cada grupo possui um comando.
As extensões são fundamentais, desde a versão 2007 passou a ser DOCX, mas vamos analisar outras extensões que
podem ser abordadas em questões de concursos na Figura 27.

Figura 31: Extensões de Arquivos ligados ao Word

As guias envolvem grupos e botões de comando, e são organizadas por tarefa. Os Grupos dentro de cada guia que-
bram uma tarefa em subtarefas. Os Botões de comando em cada grupo possuem um comando ou exibem um menu de
comandos.
Existem guias que vão aparecer apenas quando um determinado objeto aparecer para ser formatado. No exemplo da
imagem, foi selecionada uma figura que pode ser editada com as opções que estiverem nessa guia.

23
INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 32: Indicadores de caixa de diálogo

Indicadores de caixa de diálogo – aparecem em alguns grupos para oferecer a abertura rápida da caixa de diálogo do
grupo, contendo mais opções de formatação.

As réguas orientam na criação de tabulações e no ajuste de parágrafos, por exemplo.


Determinam o recuo da primeira linha, o recuo de deslocamento, recuo à esquerda e permitem tabulações esquerda,
direita, centralizada, decimal e barra.
Para ajustar o recuo da primeira linha, após posicionar o cursor do mouse no parágrafo desejado, basta pressionar o
botão esquerdo do mouse sobre o “Recuo da primeira linha” e arrastá-lo pela régua .
Para ajustar o recuo à direita do documento, basta selecionar o parágrafo ou posicionar o cursor após a linha desejada,
pressionar o botão esquerdo do mouse no “Recuo à direita” e arrastá-lo na régua .
Para ajustar o recuo, deslocando o parágrafo da esquerda para a direita, basta selecioná-lo e mover, na régua, como
explicado anteriormente, o “Recuo deslocado” .
Podemos também usar o recurso “Recuo à esquerda”, que move para a esquerda, tanto a primeira linha quanto o res-
tante do parágrafo selecionado .
Com a régua, podemos criar tabulações, ou seja, determinar onde o cursor do mouse vai parar quando pressionarmos
a tecla Tab.

Figura 33: Réguas


Grupo edição:

Permite localizar palavras em um documento, substituir palavras localizadas por outras ou aplicar formatações e sele-
cionar textos e objetos no documento.
Para localizar uma palavra no texto, basta clicar no ícone Localizar , digitar a palavra na linha do localizar e clicar no
botão Localizar Próxima.
A cada clique será localizada a próxima palavra digitada no texto. Temos também como realçar a palavra que deseja-
mos localizar para facilitar a visualizar da palavra localizada.
Na janela também temos o botão “Mais”. Neste botão, temos, entre outras, as opções:
- Diferenciar maiúscula e minúscula: procura a palavra digitada na forma que foi digitada, ou seja, se foi digitada em
minúscula, será localizada apenas a palavra minúscula e, se foi digitada em maiúscula, será localizada apenas e palavra
maiúscula.

- Localizar palavras inteiras: localiza apenas a palavra exatamente como foi digitada. Por exemplo, se tentarmos localizar
a palavra casa e no texto tiver a palavra casaco, a parte “casa” da palavra casaco será localizada, se essa opção não estiver
marcada. Marcando essa opção, apenas a palavra casa, completa, será localizada.

- Usar caracteres curinga: com esta opção marcada, usamos caracteres especiais. Por exemplo, é possível usar o carac-
tere curinga asterisco (*) para procurar uma sequência de caracteres (por exemplo, “t*o” localiza “tristonho” e “término”).

Veja a lista de caracteres que são considerados curinga, retirada do site do Microsoft Office:

24
INFORMÁTICA BÁSICA

Para localizar digite exemplo

Qualquer caractere ? s?o localiza salvo e


único sonho.

Qualquer * t*o localiza tristonho e


sequência de término.
caracteres
<(org) localiza
organizar e
O início de uma palavra < organização,
mas não localiza
desorganizado.
(do)> localiza medo e
O final de uma palavra > cedo, mas não localiza
domínio.

Um dos caracteres [] v[ie]r localiza vir e ver


especificados
[r-t]ã localiza rã e sã.
Qualquer caractere [-] Os intervalos devem
único neste intervalo estar em ordem
crescente.
Qualquer caractere F[!a-m]rro localiza
único, exceto [!x-z] forro, mas não
os caracteres no localiza ferro.
intervalo entre
colchetes
Exatamente n ca{2}tinga localiza
ocorrências do {n} caatinga, mas não
caractere ou catinga.
expressão anterior
Pelo menos n
ocorrências do {n,} ca{1,}tinga localiza
caractere ou catinga e caatinga.
expressão anterior
De n a m ocorrências do 10{1,3} localiza 10,
caractere ou {n,m} 100 e 1000.
expressão anterior
Uma ou mais
ocorrências do @ ca@tinga localiza
caractere ou catinga e caatinga.
expressão anterior

O grupo tabela é muito utilizado em editores de texto, como por exemplo a definição de estilos da tabela.

Figura 34: Estilos de Tabela

25
INFORMÁTICA BÁSICA

Fornece estilos predefinidos de tabela, com formata- Grupo Ilustrações:


ções de cores de células, linhas, colunas, bordas, fontes e
demais itens presentes na mesma. Além de escolher um
estilo predefinido, podemos alterar a formatação do som-
breamento e das bordas da tabela.
Com essa opção, podemos alterar o estilo da borda, a sua
espessura, desenhar uma tabela ou apagar partes de uma ta-
bela criada e alterar a cor da caneta e ainda, clicando no “Esco-
lher entre várias opções de borda”, para exibir a seguinte tela:

Figura 36: Grupo Ilustrações

1 – Inserir imagem do arquivo: permite inserir no teto


uma imagem que esteja salva no computador ou em outra
mídia, como pendrive ou CD.
2 – Clip-art: insere no arquivo imagens e figuras
que se encontram na galeria de imagens do Word.
3 – Formas: insere formas básicas como setas, cubos,
elipses e outras.
4 – SmartArt: insere elementos gráficos para comu-
nicar informações visualmente.
5 – Gráfico: insere gráficos para ilustrar e comparar da-
dos.
Figura 35: Bordas e sombreamento
Grupo Links:
Na janela Bordas e sombreamento, no campo “Defini-
ção”, escolhemos como será a borda da nossa tabela: Inserir hyperlink: cria um link para uma página da Web,
- Nenhuma: retira a borda; uma imagem, um e – mail. Indicador: cria um indicador
- Caixa: contorna a tabela com uma borda tipo caixa; para atribuir um nome a um ponto do texto. Esse indicador
- Todas: aplica bordas externas e internas na tabela pode se tornar um link dentro do próprio documento.
iguais, conforme a seleção que fizermos nos demais cam- Referência cruzada: referência tabelas.
pos de opção;
- Grade: aplica a borda escolhida nas demais opções da Grupo cabeçalho e rodapé:
janela (como estilo, por exemplo) ao redor da tabela e as
bordas internas permanecem iguais. Insere cabeçalhos, rodapés e números de páginas.
- Estilo: permite escolher um estilo para as bordas
da tabela, uma cor e uma largura. Grupo texto:
- Visualização: através desse recurso, podemos definir
bordas diferentes para uma mesma tabela. Por exemplo, po-
demos escolher um estilo e, em visualização, clicar na borda
superior; escolher outro estilo e clicar na borda inferior; e as-
sim colocar em cada borda um tipo diferente de estilo, com
cores e espessuras diferentes, se assim desejarmos.
A guia “Borda da Página”, desta janela, nos traz recur-
sos semelhantes aos que vimos na Guia Bordas. A diferença
é que se trata de criar bordas na página de um documento
e não em uma tabela. Figura 37: Grupo Texto
Outra opção diferente nesta guia, é o item Arte. Com
ele, podemos decorar nossa página com uma borda que 1 – Caixa de texto: insere caixas de texto pré-formata-
envolve vários tipos de desenhos. das. As caixas de texto são espaços próprios para inserção
Alguns desses desenhos podem ser formatados de textos que podem ser direcionados exatamente onde
com cores de linhas diferentes, outros, porém não permi- precisamos. Por exemplo, na figura “Grupo Texto”, os nú-
tem outras formatações a não ser o ajuste da largura. meros ao redor da figura, do 1 até o 7, foram adicionados
Podemos aplicar as formatações de bordas da página através de caixas de texto.
no documento todo ou apenas nas sessões que desejar- 2 – Partes rápidas: insere trechos de conteúdos reu-
mos, tendo assim um mesmo documento com bordas em tilizáveis, incluindo campos, propriedades de documentos
uma página, sem bordas em outras ou até mesmo bordas como autor ou quaisquer fragmentos de texto pré-forma-
de página diferentes em um mesmo documento. do.

26
INFORMÁTICA BÁSICA

3 – Linha de assinatura: insere uma linha que serve


como base para a assinatura de um documento.
4 – Data e hora: insere a data e a hora atuais no docu-
mento.
5 – Insere objeto: insere um objeto incorporado.
6 – Capitular: insere uma letra maiúscula grande no iní-
cio de cada parágrafo. É uma opção de formatação decora-
tiva, muito usada principalmente, em livros e revistas. Para
inserir a letra capitular, basta clicar no parágrafo desejado e
depois na opção “Letra Capitular”. Veja o exemplo:

Neste parágrafo foi inserida a letra capitular

Guia revisão:
Grupo revisão de texto:
Figura 39: Verificar ortografia e gramática
Figura 38: Grupo revisão de texto
A verificação ortográfica e gramatical do Word, já bus-
1 – Pesquisar: abre o painel de tarefas viabilizando pes- ca trechos do texto ou palavras que não se enquadrem
quisas em materiais de referência como jornais, enciclopé- no perfil de seus dicionários ou regras gramaticais e or-
dias e serviços de tradução. tográficas. Na parte de cima da janela “Verificar ortografia
2 – Dica de tela de tradução: pausando o cursor sobre e gramática”, aparecerá o trecho do texto ou palavra con-
algumas palavras é possível realizar sua tradução para ou- siderada inadequada. Em baixo, aparecerão as sugestões.
tro idioma. Caso esteja correto e a sugestão do Word não se aplique,
3 – Definir idioma: define o idioma usado para realizar podemos clicar em “Ignorar uma vez”; caso a regra apre-
a correção de ortografia e gramática. sentada esteja incorreta ou não se aplique ao trecho do
4 – Contar palavras: possibilita contar as palavras, os texto selecionado, podemos clicar em “Ignorar regra”; caso
caracteres, parágrafos e linhas de um documento. a sugestão do Word seja adequada, clicamos em “Alterar” e
5 – Dicionário de sinônimos: oferece a opção de alte- podemos continuar a verificação de ortografia e gramática
rar a palavra selecionada por outra de significado igual ou clicando no botão “Próxima sentença”.
semelhante.
6 – Traduzir: faz a tradução do texto selecionado para Se tivermos uma palavra sublinhada em vermelho, indi-
outro idioma. cando que o Word a considera incorreta, podemos apenas
7 – Ortografia e gramática: faz a correção ortográfica clicar com o botão direito do mouse sobre ela e verificar se
e gramatical do documento. Assim que clicamos na opção uma das sugestões propostas se enquadra.
“Ortografia e gramática”, a seguinte tela será aberta: Por exemplo, a palavra informática. Se clicarmos com
o botão direito do mouse sobre ela, um menu suspenso
nos será mostrado, nos dando a opção de escolher a pala-
vra informática. Clicando sobre ela, a palavra do texto será
substituída e o texto ficará correto.

Grupo comentário:

Novo comentário: adiciona um pequeno texto que ser-


ve como comentário do texto selecionado, onde é possível
realizar exclusão e navegação entre os comentários.

27
INFORMÁTICA BÁSICA

Grupo controle:

Figura 40: Grupo controle

1 – Controlar alterações: controla todas as alterações feitas no


documento como formatações, inclusões, exclusões e alterações.
2 – Balões: permite escolher a forma de visualizar as
alterações feitas no documento com balões no próprio do-
cumento ou na margem.
3 – Exibir para revisão: permite escolher a forma de exi-
bir as alterações aplicadas no documento.
4 – Mostrar marcações: permite escolher o tipo de mar-
cação a ser exibido ou ocultado no documento.
5 – Painel de revisão: mostra as revisões em uma tela
separada.

Grupo alterações:

Figura 42: Imprimir

As opções que temos antes de imprimir um arquivo


estão exibidas na imagem acima. Podemos escolher a im-
pressora, caso haja mais de uma instalada no computa-
dor ou na rede, configurar as propriedades da impressora,
podendo estipular se a impressão será em alta qualidade,
Figura 41: Grupo alterações econômica, tom de cinza, preto e branca, entre outras op-
ções.
1 – Rejeitar: rejeita a alteração atual e passa para a pró-
xima alteração proposta. Escolhemos também o intervalo de páginas, ou seja,
2 – Anterior: navega até a revisão anterior para que seja se desejamos imprimir todo o documento, apenas a pá-
aceita ou rejeitada. gina atual (página em que está o ponto de inserção), ou
3 – Próximo: navega até a próxima revisão para que um intervalo de páginas. Podemos determinar o número
possa ser rejeitada ou aceita. de cópias e a forma como as páginas sairão na impressão.
4 – Aceitar: aceita a alteração atual e continua a nave- Por exemplo, se forem duas cópias, determinamos se sai-
gação para aceitação ou rejeição. rão primeiro todas as páginas de número 1, depois as de
número 2, assim por diante, ou se desejamos que a segun-
Para imprimir nosso documento, basta clicar no botão da cópia só saia depois que todas as páginas da primeira
do Office e posicionar o mouse sobre o ícone “Imprimir”. forem impressas.
Este procedimento nos dará as seguintes opções:
- Imprimir – onde podemos selecionar uma impresso- Word 2013
ra, o número de cópias e outras opções de configuração
antes de imprimir. Vejamos abaixo alguns novos itens implementados na
- Impressão Rápida – envia o documento diretamente plataforma Word 2013:
para a impressora configurada como padrão e não abre Modo de leitura: o usuário que utiliza o software para a
opções de configuração. leitura de documentos perceberá rapidamente a diferença,
- Visualização da Impressão – promove a exibição do pois seu novo Modo de Leitura conta com um método que
documento na forma como ficará impresso, para que pos- abre o arquivo automaticamente no formato de tela cheia,
samos realizar alterações, caso necessário. ocultando as barras de ferramentas, edição e formatação.

28
INFORMÁTICA BÁSICA

Além de utilizar a setas do teclado (ou o toque do dedo nas telas sensíveis ao toque) para a troca e rolagem da página
durante a leitura, basta o usuário dar um duplo clique sobre uma imagem, tabela ou gráfico e o mesmo será ampliado,
facilitando sua visualização. Como se não bastasse, clicando com o botão direito do mouse sobre uma palavra desco-
nhecida, é possível ver sua definição através do dicionário integrado do Word.
Documentos em PDF: agora é possível editar um documento PDF no Word, sem necessitar recorrer ao Adobe Acro-
bat. Em seu novo formato, o Word é capaz de converter o arquivo em uma extensão padrão e, depois de editado, sal-
vá-lo novamente no formato original. Esta façanha, contudo, passou a ser de extensa utilização, pois o uso de arquivos
PDF está sendo cada vez mais corriqueiro no ambiente virtual.
Interação de maneira simplificada: o Word trata normalmente a colaboração de outras pessoas na criação de um
documento, ou seja, os comentários realizados neste, como se cada um fosse um novo tópico. Com o Word 2013 é
possível responder diretamente o comentário de outra pessoa clicando no ícone de uma folha, presente no campo de
leitura do mesmo. Esta interação de usuários, realizada através dos comentários, aparece em forma de pequenos balões
à margem documento.
Compartilhamento Online: compartilhar seus documentos com diversos usuários e até mesmo enviá-lo por e-mail
tornou-se um grande diferencial da nova plataforma Office 2013. O responsável por esta apresentação online é o Office
Presentation Service, porém, para isso, você precisa estar logado em uma Conta Microsoft para acessá-lo. Ao terminar
o arquivo, basta clicar em Arquivo / Compartilhar / Apresentar Online / Apresentar Online e o mesmo será enviado para
a nuvem e, com isso, você irá receber um link onde poderá compartilhá-lo também por e-mail, permitindo aos demais
usuários baixá-lo em formato PDF.
Ocultar títulos em um documento: apontado como uma dificuldade por grande parte dos usuários, a rolagem e
edição de determinadas partes de um arquivo muito extenso, com vários títulos, acabou de se tornar uma tarefa mais
fácil e menos desconfortável. O Word 2013 permite ocultar as seções e/ou títulos do documento, bastando os mesmos
estarem formatados no estilo Títulos (pré-definidos pelo Office). Ao posicionar o mouse sobre o título, é exibida uma
espécie de triângulo a sua esquerda, onde, ao ser clicado, o conteúdo referente a ele será ocultado, bastando repetir a
ação para o mesmo reaparecer.
Enfim, além destas novidades apresentadas existem outras tantas, como um layout totalmente modificado, focado
para a utilização do software em tablets e aparelhos com telas sensíveis ao toque. Esta nova plataforma, também, abre
um amplo leque para a adição de vídeos online e imagens ao documento. Contudo, como forma de assegurar toda esta
relação online de compartilhamento e boas novidades, a Microsoft adotou novos mecanismos de segurança para seus
aplicativos, retornando mais tranquilidade para seus usuários.
O grande trunfo do Office 2013 é sua integração com a nuvem. Do armazenamento de arquivos a redes sociais, os
softwares dessa versão são todos conectados. O ponto de encontro deles é o SkyDrive, o HD na internet da Microsoft. 
A tela de apresentação dos principais programas é ligada ao serviço, oferecendo opções de login, upload e download
de arquivos. Isso permite que um arquivo do Word, por exemplo, seja acessado em vários dispositivos com seu conteúdo
sincronizado. Até a página em que o documento foi fechado pode ser registrada. 
Da mesma maneira, é possível realizar trabalhos em conjunto entre vários usuários. Quem não tem o Office instalado
pode fazer edições na versão online do sistema. Esses e outros contatos podem ser reunidos no Outlook.
As redes sociais também estão disponíveis nos outros programas. É possível fazer buscas de imagens no Bing ou baixar
fotografias do Flickr, por exemplo. Outro serviço de conectividade é o SharePoint, que indica arquivos a serem acessados e
contatos a seguir baseado na atividade do usuário no Office.
O Office 365 é um novo jeito de usar os tão conhecidos softwares do pacote Office da Microsoft. Em vez de comprar
programas como Word, Excel ou PowerPoint, você agora pode fazer uma assinatura e desfrutar desses aplicativos e de
muitos outros no seu computador ou smartphone.
A assinatura ainda traz diversas outras vantagens, como 1 TB de armazenamento na nuvem com o OneDrive, minutos
Skype para fazer ligações para telefones fixos e acesso ao suporte técnico especialista da Microsoft. Tudo isso pagando
uma taxa mensal, o que você já faz para serviços essenciais para o seu dia a dia, como Netflix e Spotify. Porém, aqui estamos
falando da suíte de escritório indispensável para qualquer computador.

Veja abaixo as versões do Office 365

Figura 43: Versões Office 365

29
INFORMÁTICA BÁSICA

10.4. LibreOffice Writer


O LibreOffice (que se chamava BrOffice) é um software livre e de código aberto que foi desenvolvido tendo como base
o OpenOffice. Pode ser instalado em vários sistemas operacionais (Windows, Linux, Solaris, Unix e Mac OS X), ou seja, é
multiplataforma. Os aplicativos dessa suíte são:
• Writer - editor de texto;
• Calc - planilha eletrônica;
• Impress - editor de apresentações;
• Draw - ferramenta de desenho vetorial;
• Base - gerenciador de banco de dados;
• Math - editor de equações matemáticas.

- O LibreOffice trabalha com um formato de padrão aberto chamado Open Document Format for Office Applications
(ODF), que é um formato de arquivo baseado na linguagem XML. Os formatos para Writer, Calc e Impress utilizam o mesmo
“prefixo”, que é “od” de “Open Document”. Dessa forma, o que os diferencia é a última letra. Writer → .odt (Open Docu-
ment Text); Calc → .ods (Open Document Spreadsheet); e Impress → .odp (Open Document Presentations).
 
Em relação a interface com o usuário, o LibreOffice utiliza o conceito de menus para agrupar as funcionalidades do
aplicativo. Além disso, todos os aplicativos utilizam uma interface semelhante. Veja no exemplo abaixo o aplicativo Writer.
 

Figura 44: Tela do Libreoffice Writer

 
O LibreOffice permite que o usuário crie tarefas automatizadas que são conhecidas como macros (utilizando a lingua-
gem LibreOffice Basic). 
 
O Writer é o editor de texto do LibreOffice e o seu formato de arquivo padrão é o .odt (Open Document Text). As prin-
cipais teclas de atalho do Writer são:
 

30
INFORMÁTICA BÁSICA

 Figura 45: Atalhos Word x Writer

11. Utilização dos editores de planilhas (Microsoft Excel e LibreOffice Calc)

O Excel é uma poderosa planilha eletrônica para gerir e avaliar dados, realizar cálculos simples ou complexos e rastrear
informações. Ao abri-lo, é possível escolher entre iniciar a partir de documento em branco ou permitir que um modelo faça
a maior parte do trabalho por você.
Na tela inicial do Excel, são listados os últimos documentos editados (à esquerda), opção para criar novo documento
em branco e ainda, são sugeridos modelos para criação de novos documentos (ao centro).
Ao selecionar a opção de Pasta de Trabalho em Branco você será direcionado para a tela principal, composta pelos
elementos básicos apontados na figura 106, e descritos nos tópicos a seguir.

11.1. Excel 2003

No começo da sua vida, o Excel tornou-se alvo de um processo judicial de marca registrada por outra empresa que já
vendia um pacote de software chamado “Excel” na indústria financeira. Como resultado da disputa, a Microsoft foi solicitada
a se referir ao programa como “Microsoft Excel” em todas as press releases formais e documentos legais. Contudo, com o
passar do tempo, essa prática foi sendo ignorada, e a Microsoft resolveu a questão quando ela comprou a marca registrada
reservada ao outro programa. Ela também encorajou o uso das letras XL como abreviação para o programa; apesar dessa
prática não ser mais comum, o ícone do programa no Windows ainda é formado por uma combinação estilizada das duas
letras, e a extensão de arquivo do formato padrão do Excel até a versão 11 (Excel 2003) é .xls, sendo .xlsx a partir da versão
12, acompanhando a mudança nos formatos de arquivo dos aplicativos do Microsoft Office.
Foi a última versão ao modo antigo com menus e uma caixa de ferramenta fixa como podemos ver na Figura 46

31
INFORMÁTICA BÁSICA

 Figura 46: Tela Excel 2003

Uma inovação marcante do Excel 2003 são as células em forma de lista: com elas fica mais fácil analisar e gerenciar
dados relacionados, ordenando-os como preferir com um simples clique do mouse. Para transformar qualquer intervalo de
células em uma lista.

11.2. Excel 2007

Poder utilizar um formato XML padrão para o Office Excel 2007 foi uma das principais mudanças do Excel 2007, além
das mudanças visuais em relações as abas e os grupos de trabalho já citados na versão 2003 do Word
Esse novo formato é o novo formato de arquivo padrão do Office Excel 2007. O Office Excel 2007 usa as seguintes
extensões de nome de arquivo: *.xlsx, *.xlsm *.xlsb, *.xltx, *.xltm e *.xlam. A extensão de nome de arquivo padrão do Office
Excel 2007 é *.xlsx.
Essa alteração permite consideráveis melhoras em: interoperabilidade de dados, montagem de documentos, consulta
de documentos, acesso a dados em documentos, robustez, tamanho do arquivo, transparência e recursos de segurança.
O Excel 2007 permite que os usuários abram pastas de trabalho criadas em versões anteriores do Excel e trabalhem
com elas. Para converter essas pastas de trabalho para o novo formato XML, basta clicar no Botão do Microsoft Office e
clique em Converter Você pode também converter a pasta de trabalho clicando no Botão do Microsoft Office e em Salvar
Como – Pasta de Trabalho do Excel. Observe que o recurso Converter remove a versão anterior do arquivo, enquanto o
recurso Salvar Como deixa a versão anterior do arquivo e cria um arquivo separado para a nova versão.
As melhoras de interface que podem ser destacadas são:

• Economia de tempo, selecionando células, tabelas, gráficos e tabelas dinâmicas em galerias de estilos predefinidos.
• Visualização e alterações de formatação no documento antes de confirmar uma alteração ao usar as galerias de
formatação.
• Uso da formatação condicional para anotar visualmente os dados para fins analíticos e de apresentação.
• Alteração da aparência de tabelas e gráficos em toda a pasta de trabalho para coincidir com o esquema de estilo
ou a cor preferencial usando novos Estilos Rápidos e Temas de Documento.
• Criação de um tema próprio para aplicar de forma consistente as fontes e cores que refletem a marca da empresa
que atua.
• Novos recursos de gráfico que incluem formas tridimensionais, transparência, sombras projetadas e outros efeitos.

Em relação a usabilidade as fórmulas passaram a ser redimensionáveis, sendo possível escrever mais fórmulas com mais
níveis de aninhamento do que nas versões anteriores.

32
INFORMÁTICA BÁSICA

Passou a existir o preenchimento automático de fórmula, auxiliando muito com as sintaxes, as referências
estruturadas: além de referências de célula, como A1 e L1C1, o Office Excel 2007 fornece referências estrutu-
radas que fazem referência a intervalos nomeados e tabelas em uma fórmula.
Acesso fácil aos intervalos nomeados: usando o gerenciador de nomes do Office Excel 2007, podendo or-
ganizar, atualizar e gerenciar vários intervalos nomeados em um local central, as tabelas dinâmicas são muito
mais fáceis de usar do que nas versões anteriores.
Além do modo de exibição normal e do modo de visualização de quebra de página, o Office Excel 2007
oferece uma exibição de layout de página para uma melhor experiência de impressão.
A classificação e a filtragem aprimoradas que permitem filtrar dados por cores ou datas, exibir mais de 1.000
itens na lista suspensa Filtro Automático, selecionar vários itens a filtrar e filtrar dados em tabelas dinâmicas.
O Excel 2007 tem um tamanho maior que permite mais de 16.000 colunas e 1 milhão de linhas por planilha,
o número de referências de célula aumentou de 8.000 para o que a memória suportar, isso ocorre porque o
gerenciamento de memória foi aumentado de 1 GB de memória no Microsoft Excel 2003 para 2 GB no Excel
2007, permitindo cálculos em planilhas grandes e com muitas fórmulas, oferecendo inclusive o suporte a vá-
rios processadores e chipsets multithread.

1 1 . 3 . E xc e l 2 0 1 0 , 2 0 1 3 e d e t a l h e s g e r a i s

  F i g u r a 4 7 : Te l a P r i n c i p a l d o E x c e l 2 0 1 3

Barra de Títulos:

A linha superior da tela é a barra de títulos, que mostra o nome da pasta de trabalho na janela. Ao iniciar
o programa aparece Pasta 1 porque você ainda não atribuiu um nome ao seu arquivo.

33
INFORMÁTICA BÁSICA

Faixa de Opções:

Desde a versão 2007 do Office, os menus e barras de ferramentas foram substituídos pela Faixa de Opções. Os coman-
dos são organizados em uma única caixa, reunidos em guias. Cada guia está relacionada a um tipo de atividade e, para
melhorar a organização, algumas são exibidas somente quando necessário.

 Figura 48: Faixa de Opções

Barra de Ferramentas de Acesso Rápido:

A Barra de Ferramentas de Acesso Rápido fica posicionada no topo da tela e pode ser configurada com os botões de
sua preferência, tornando o trabalho mais ágil.

 Figura 49: Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

Adicionando e Removendo Componentes:

Para ocultar ou exibir um botão de comando na barra de ferramentas de acesso rápido podemos clicar com o botão
direito no componente que desejamos adicionar, em qualquer guia. Será exibida uma janela com a opção de Adicionar à
Barra de Ferramentas de Acesso Rápido.

Temos ainda outra opção de adicionar ou remover componentes nesta barra, clicando na seta lateral. Na janela apre-
sentada temos várias opções para personalizar a barra, além da opção Mais Comandos..., onde temos acesso a todos os
comandos do Excel.

 Figura 50: Adicionando componentes à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

34
INFORMÁTICA BÁSICA

Para remoção do componente, selecione-o, clique com o botão direito do mouse e escolha Remover da Barra de Fer-
ramentas de Acesso Rápido.

Barra de Status:

Localizada na parte inferior da tela, a barra de status exibe mensagens, fornece estatísticas e o status de algumas teclas.
Nela encontramos o recurso de Zoom e os botões de “Modos de Exibição”.

 Figura 51: Barra de Status

Clicando com o botão direito sobre a barra de status, será exibida a caixa Personalizar barra de status. Nela podemos
ativar ou desativar vários componentes de visualização.

 Figura 52: Personalizar Barra de Status

Barras de Rolagem: Nos lados direito e inferior da região de texto estão as barras de rolagem. Clique nas setas para
cima ou para baixo para mover a tela verticalmente, ou para a direita e para a esquerda para mover a tela horizontalmente,
e assim poder visualizar toda a sua planilha.

Planilha de Cálculo: A área quadriculada representa uma planilha de cálculos, onde você fará a inserção de dados e
fórmulas para colher os resultados desejados.
Uma planilha é formada por linhas, colunas e células. As linhas são numeradas (1, 2, 3, etc.) e as colunas nomeadas com
letras (A, B, C, etc.).

35
INFORMÁTICA BÁSICA

 Figura 53: Planilha de Cálculo

Cabeçalho de Coluna: Cada coluna tem um cabeçalho, que contém a letra que a identifica. Ao clicar na letra, toda a
coluna é selecionada.

 Figura 54: Seleção de Coluna

Ao dar um clique com o botão direito do mouse sobre o cabeçalho de uma coluna, aparecerá o menu pop-up, onde as
opções deste menu são as seguintes:

-Formatação rápida: a caixa de formatação rápida permite escolher a formatação de fonte e formato de dados, bem
como mesclagem das células (será abordado mais detalhadamente adiante).
-Recortar: copia toda a coluna para a área de transferência, para que possa ser colada em outro local determinado e,
após colada, essa coluna é excluída do local de origem.
-Copiar: copia toda a coluna para a área de transferência, para que possa ser colada em outro local determinado.
-Opções de Colagem: mostra as diversas opções de itens que estão na área de transferência e que tenham sido recor-
tadas ou copiadas.
-Colar especial: permite definir formatos específicos na colagem de dados, sobretudo copiados de outros aplicativos.
-Inserir: insere uma coluna em branco, exatamente antes da coluna selecionada.
-Excluir: exclui toda a coluna selecionada, inclusive os dados nela contidos e sua formatação.
-Limpar conteúdo: apenas limpa os dados de toda a coluna, mantendo a formatação das células.
-Formatar células: permite escolher entre diversas opções para fazer a formatar as células (será visto detalhadamente
adiante).
-Largura da coluna: permite definir o tamanho da coluna selecionada.
-Ocultar: oculta a coluna selecionada. Muitas vezes uma coluna é utilizada para fazer determinados cálculos, necessá-
rios para a totalização geral, mas desnecessários na visualização. Neste caso, utiliza-se esse recurso.
-Re-exibir: reexibe colunas ocultas.

Cabeçalho de Linha: Cada linha tem também um cabeçalho, que contém o número que a identifica. Clicando no ca-
beçalho de uma linha, esta ficará selecionada.

36
INFORMÁTICA BÁSICA

 Figura 55: Cabeçalho de linha

Célula: As células, são as combinações entre linha e colunas. Por exemplo, na coluna A, linha 1, temos a célula A1. Na
Caixa de Nome, aparecerá a célula onde se encontra o cursor.

Sendo assim, as células são representadas como mostra a tabela:

 Figura 56: Representação das Células

Caixa de Nome: Você pode visualizar a célula na qual o cursor está posicionado através da Caixa de Nome, ou, ao
contrário, pode clicar com o mouse nesta caixa e digitar o endereço da célula em que deseja posicionar o cursor. Após dar
um “Enter”, o cursor será automaticamente posicionado na célula desejada.

Guias de Planilhas: Em versões anteriores do Excel, ao abrir uma nova pasta de trabalho no Excel, três planilhas já
eram criadas: Plan1, Plan2 e Plan3. Nesta versão, somente uma planilha é criada, e você poderá criar outras, se necessitar.

Para criar nova planilha dentro da pasta de trabalho, clique no sinal + ( ). Para alternar entre as
planilhas, basta clicar sobre a guia, na planilha que deseja trabalhar.

Você verá, no decorrer desta lição, como podemos cruzar dados entre planilhas e até mesmo entre pastas de trabalho
diferentes, utilizando as guias de planilhas.

Ao posicionar o mouse sobre qualquer uma das planilhas existentes e clicar com o botão direito aparecerá um menu
pop up.

37
INFORMÁTICA BÁSICA

 Figura 57: Menu Planilhas

As funções deste menu são as seguintes:


-Inserir: insere uma nova planilha exatamente antes da planilha selecionada.
-Excluir: exclui a planilha selecionada e os dados que ela contém.
-Renomear: renomeia a planilha selecionada.
-Mover ou copiar: você pode mover a planilha para outra posição, ou mesmo criar uma cópia da planilha com todos
os dados nela contidos.
-Proteger Planilha: para impedir que, por acidente ou deliberadamente, um usuário altere, mova ou exclua dados im-
portantes de planilhas ou pastas de trabalho, você pode proteger determinados elementos da planilha (planilha: o principal
documento usado no Excel para armazenar e trabalhar com dados, também chamado planilha eletrônica. Uma planilha
consiste em células organizadas em colunas e linhas; ela é sempre armazenada em uma pasta de trabalho.)ou da pasta de
trabalho, com ou sem senha (senha: uma forma de restringir o acesso a uma pasta de trabalho, planilha ou parte de uma
planilha. As senhas do Excel podem ter até 255 letras, números, espaços e símbolos. É necessário digitar as letras maiúscu-
las e minúsculas corretamente ao definir e digitar senhas.). É possível remover a proteção da planilha, quando necessário.
-Exibir código: pode-se criar códigos de programação em VBA (Visual Basic for Aplications) e vincular às guias de pla-
nilhas (trata-se de tópico de programação avançada, que não é o objetivo desta lição, portanto, não será abordado).
-Cor da guia: muda a cor das guias de planilhas.
-Ocultar/Re-exibir: oculta/reexibe uma planilha.
-Selecionar todas as planilhas: cria uma seleção em todas as planilhas para que possam ser configuradas e impressas
juntamente.

Selecionar Tudo: Clicando-se na caixa Selecionar tudo, todas as células da planilha ativa serão selecionadas.

 Figura 58: Caixa Selecionar Tudo

Barra de Fórmulas: Na barra de fórmulas são digitadas as fórmulas que efetuarão os cálculos.
A principal função do Excel é facilitar os cálculos com o uso de suas fórmulas. A partir de agora, estudaremos várias de
suas fórmulas. Para iniciar, vamos ter em mente que, para qualquer fórmula que será inserida em uma célula, temos que ter

38
INFORMÁTICA BÁSICA

sinal de “=” no seu início. Esse sinal, oferece uma entrada Dividir: Para realizarmos a divisão, procedemos de for-
no Excel que o faz diferenciar textos ou números comuns ma semelhante à subtração e multiplicação. Clicamos no
de uma fórmula. primeiro número, digitamos o sinal de divisão que, para o
Excel é a “/” barra, e depois, clicamos no último valor. No
Somar: Se tivermos uma sequência de dados numé- próximo exemplo, usaremos a fórmula =B3/B2.
ricos e quisermos realizar a sua soma, temos as seguin-
tes formas de fazê-lo: Máximo: Mostra o maior valor em um intervalo de
células selecionadas. Na figura a seguir, iremos calcular a
maior idade digitada no intervalo de células de A2 até A5.
A função digitada será = máximo(A2:A5).
Onde: “= máximo” – é o início da função; (A2:A5) – re-
fere-se ao endereço dos valores onde você deseja ver qual
é o maior valor. No caso a resposta seria 10.

 Figura 59: Soma simples Mínimo: Mostra o menor valor existente em um inter-
valo de células selecionadas.
Usamos, nesse exemplo, a fórmula =B2+B3+B4. Na figura a seguir, calcularemos o menor salário digi-
Após o sinal de “=” (igual), clicar em uma das células, tado no intervalo de A2 até A5. A função digitada será =
digitar o sinal de “+” (mais) e continuar essa sequência mínimo (A2:A5).
até o último valor. Onde: “= mínimo” – é o início da função; (A2:A5) – refe-
Após a sequência de células a serem somadas, clicar re-se ao endereço dos valores onde você deseja ver qual é
no ícone soma, ou usar as teclas de atalho Alt+=. o maior valor. No caso a resposta seria R$ 622,00.
A última forma que veremos é a função soma digi-
tada. Vale ressaltar que, para toda função, um início é Média: A função da média soma os valores de uma
fundamental: sequência selecionada e divide pela quantidade de valores
dessa sequência.
= nome da função ( Na figura a seguir, foi calculada a média das alturas de
quatro pessoas, usando a função = média (A2:A4)
Foi digitado “= média (”, depois, foram selecionados os
1 - Sinal de igual. valores das células de A2 até A5. Quando a tecla Enter for
2 – Nome da função. pressionada, o resultado será automaticamente colocado
3 – Abrir parênteses. na célula A6.
Todas as funções, quando um de seus itens for
Após essa sequência, o Excel mostrará um pequeno alterado, recalculam o valor final.
lembrete sobre a função que iremos usar, onde é possí-
vel clicar e obter ajuda, também. Usaremos, no exemplo Data: Esta fórmula insere a data automática em uma
a seguir, a função = soma(B2:B4). planilha.
Lembre-se, basta colocar o a célula que contém o
primeiro valor, em seguida o dois pontos (:) e por último
a célula que contém o último valor.

Subtrair: A subtração será feita sempre entre dois


valores, por isso não precisamos de uma função espe-
cífica.
Tendo dois valores em células diferentes, podemos Figura 60: Exemplo função hoje
apenas clicar na primeira, digitar o sinal de “-” (menos)
e depois clicar na segunda célula. Usamos na figura a Na célula C1 está sendo mostrado o resultado da fun-
seguir a fórmula = B2-B3. ção =hoje(), que aparece na barra de fórmulas.
Multiplicar: Para realizarmos a multiplicação, pro-
cedemos de forma semelhante à subtração. Clicamos Inteiro: Com essa função podemos obter o valor intei-
no primeiro número, digitamos o sinal de multiplicação ro de uma fração. A função a ser digitada é =int(A2). Lem-
que, para o Excel é o “*” asterisco, e depois, clicamos no bramos que A2 é a célula escolhida e varia de acordo com
último valor. No próximo exemplo, usaremos a fórmula a célula a ser selecionada na planilha trabalhada.
=B2*B3.
Outra forma de realizar a multiplicação é através da Arredondar para cima: Com essa função, é possível
seguinte função: arredondar um número com casas decimais para o número
=mult(B2;c2) multiplica o valor da célula B2 pelo mais distante de zero.
valor da célula C2. Sua sintaxe é: = ARREDONDAR.PARA.CIMA(núm;núm_
dígitos)

39
INFORMÁTICA BÁSICA

Onde:
Núm: é qualquer número real que se deseja arredondar.
Núm_dígitos: é o número de dígitos para o qual se deseja arredondar núm.

Figura 61: Início da função arredondar para cima

Veja na figura, que quando digitamos a parte inicial da função, o Excel nos mostra que temos que selecionar o num,
ou seja, a célula que desejamos arredondar e, depois do “;” (ponto e vírgula), digitar a quantidade de dígitos para a qual
queremos arredondar.
Na próxima figura, para efeito de entendimento, deixaremos as funções aparentes, e os resultados dispostos na coluna
C:
A função Arredondar.para.Baixo segue exatamente o mesmo conceito.

Resto: Com essa função podemos obter o resto de uma divisão. Sua sintaxe é a seguinte:
= mod (núm;divisor)
Onde:
Núm: é o número para o qual desejamos encontrar o resto.
divisor: é o número pelo qual desejamos dividir o número.

Figura 62: Exemplo de digitação da função MOD

Os valores do exemplo a cima serão, respectivamente: 1,5 e 1.

Valor Absoluto: Com essa função podemos obter o valor absoluto de um número. O valor absoluto, é o número sem
o sinal. A sintaxe da função é a seguinte:
=abs(núm)
Onde: aBs(núm)
Núm: é o número real cujo valor absoluto você deseja obter.

Figura 63: Exemplo função abs

Dias 360: Retorna o número de dias entre duas datas com base em um ano de 360 dias (doze meses de 30 dias). Sua
sintaxe é:
= DIAS360(data_inicial;data_final)
Onde:
data_inicial = a data de início de contagem.
Data_final = a data a qual quer se chegar.
No exemplo a seguir, vamos ver quantos dias faltam para chegar até a data de 14/06/2018, tendo como data inicial o
dia 05/03/2018. A função utilizada será =dias360(A2;B2)

40
INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 64: Exemplo função dias360

Vamos usar a Figura abaixo para explicar as próximas funções (Se, SomaSe, Cont.Se)

Figura 65: Exemplo (Se, SomaSe, Cont.se)

Função SE: O SE é uma função condicional, ou seja, verifica SE uma condição é verdadeira ou falsa.

A sintaxe desra função é a seguinte:


=SE(teste_lógico;“valor_se_verdadeiro”;“valor_se_falso”)
=: Significa a chamada para uma fórmula/função
SE: função SE
teste_lógico: a pergunta a qual se deseja ter resposta
“valor_se_verdadeiro”: se a resposta da pergunta for verdadeira, define o resultado “valor_se_falso” se a resposta da
pergunta for falsa, define o resultado
Usando a planilha acima como exemplo, na coluna ‘E’ queremos colocar uma mensagem se o funcionário recebe um
salário igual ou acima do valor mínimo R$ 724,00 ou abaixo do valor mínimo determinado em R$724,00.

Assim, temos a condição:

SE VALOR DE C3 FOR MAIOR OU IGUAL a 724, então ESCREVA “ACIMA”, senão ESCREVA “ABAIXO” MOSTRA O RE-
SULTADO NA CÉLULA E3

Traduzindo a condição em variáveis teremos:

Resultado: será mostrado na célula C3, portanto é onde devemos digitar a fórmula
Teste lógico: C3>=724
Valor_se_verdadeiro: “Acima”

41
INFORMÁTICA BÁSICA

Valor_se_falso: “Abaixo” Traduzindo a condição em variáveis teremos:

Assim, com o cursor na célula E3, digitamos: Resultado: será mostrado na célula D17, portanto é
=SE(C3>=724;”Acima”;”Abaixo”) onde devemos digitar a fórmula
Para cada uma das linhas, podemos copiar e colar as Intervalo para análise: C3:C10
fórmulas, e o Excel, inteligentemente, acertará as linhas e Critério: “FEMININO”
colunas nas células. Nossas fórmulas ficarão assim: Intervalo para soma: D3:D10
E4 =SE(C4>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E5 =SE(C5>=724;”Acima”;”Abaixo”) Assim, com o cursor na célula D17, digitamos:
E6 =SE(C6>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E7 =SE(C7>=724;”Acima”;”Abaixo”) =SomaSE(D3:D10;”feminino”;C3:C10)
E8 =SE(C8>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E9 =SE(C9>=724;”Acima”;”Abaixo”) Função CONT.SE: O CONT.SE é uma função de con-
E10 =SE(C10>=724;”Acima”;”Abaixo”) tagem condicionada, ou seja, CONTA a quantidade de re-
gistros, SE determinada condição for verdadeira. A sintaxe
Função SomaSE: A SomaSE é uma função de soma desta função é a seguinte:
condicionada, ou seja, SOMA os valores, SE determinada
condição for verdadeira. A sintaxe desta função é a seguin- =CONT.SE(intervalo;“critérios”)
te:
= : significa a chamada para uma fórmula/função
=SomaSe(intervalo;“critérios”;intervalo_soma) CONT.SE: chamada para a função CONT.SE
intervalo: intervalo de células onde será feita a análise
=Significa a chamada para uma fórmula/função dos dados
SomaSe: função SOMASE “critérios”: critérios a serem avaliados nas células do
intervalo: Intervalo de células onde será feita a análise “intervalo”
dos dados
“critérios”: critérios (sempre entre aspas) a serem ava- Usando a planilha acima como exemplo, queremos
liados a fim de chegar à condição verdadeira saber quantas pessoas ganham R$ 1200,00 ou mais, e
intervalo_soma: Intervalo de células onde será verifi- mostrar o resultado na célula D14, e quantas ganham
cada a condição para soma dos valores abaixo de R$1.200,00 e mostrar o resultado na célula D15.
Para isso precisamos criar a seguinte condição:
Exemplo: usando a planilha acima, queremos somar
os salários de todos os funcionários HOMENS e mostrar R$ 1200,00 ou MAIS:
o resultado na célula D16. E também queremos somar os SE SALÁRIO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR MAIOR
salários das funcionárias mulheres e mostrar o resultado na OU IGUAL A 1200, ENTÃO
célula D17. Para isso precisamos criar a seguinte condição: CONTA REGISTROS NO INTERVALO C3 ATÉ C10
MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D14
HOMENS:
SE SEXO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR MASCULI- Traduzindo a condição em variáveis teremos:
NO, ENTÃO
SOMA O VALOR DO SALÁRIO MOSTRADO NO Resultado: será mostrado na célula D14, portanto é
INTERVALO D3 ATÉ D10 onde devemos digitar a fórmula
MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D16 Intervalo para análise: C3:C10
Critério: >=1200
Traduzindo a condição em variáveis teremos:
Assim, com o cursor na célula D14, digitamos:
Resultado: será mostrado na célula D16, portanto é
onde devemos digitar a fórmula =CONT.SE(C3:C10;”>=1200”)
Intervalo para análise: C3:C10
Critério: “MASCULINO” MENOS DE R$ 1200,00:
Intervalo para soma: D3:D10 SE SALÁRIO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR ME-
Assim, com o cursor na célula D16, digitamos: NOR QUE 1200, ENTÃO
=SOMASE(D3:D10;”masculino”;C3:C10) CONTA REGISTROS NO INTERVALO C3 ATÉ C10
MULHERES: MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D15
SE SEXO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR FEMINI-
NO, ENTÃO Traduzindo a condição em variáveis teremos:
SOMA O VALOR DO SALÁRIO MOSTRADO NO IN-
TERVALO D3 ATÉ D10 Resultado: será mostrado na célula D15, portanto é
MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D17 onde devemos digitar a fórmula

42
INFORMÁTICA BÁSICA

Intervalo para análise: C3:C10


Critério: <1200

Assim, com o cursor na célula D15, digitamos:

=CONT.SE(C3:C10;”<1200”)

Observações: fique atento com o > (maior) e < (menor), >= (maior ou igual) e <=(menor ou igual). Se tivéssemos
determinado a contagem de valores >1200 (maior que 1200) e <1200 (menor que 1200), o valor =1200 (igual a 1200) não
entraria na contagem.

Formatação de Células: Ao observar a planilha abaixo, fica claro que não é uma planilha bem formatada, vamos
deixar ela de uma maneira mais agradável.

Figura 66: Planilha sem Formatação

Vamos utilizar os 3(três) passos apontados na Figura abaixo:

Figura 67: Formatando a planilha

O primeiro passo é mesclar e centralizar o título, para isso utilizamos o botão Mesclar e Centralizar , entre outras opções
de alinhamento, como centralizar, direção do texto, entre outras.

43
INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 68: Formatando a planilha (Passo 1)

Em seguida, vamos colocar uma borda no texto digitado, vamos escolher a opção “Todas as bordas”, podemos mudar
o título para negrito, mudar a cor do fundo e/ou de uma fonte, basta selecionar a(s) célula(s) e escolher as formatações.

Figura 69: Formatando a planilha (Passo 2)

Para finalizar essa etapa vamos formatar a coluna C para moeda, que é o caso desse exemplo, porém pode ser realizado
vários outros tipos de formatação, como, porcentagem, data, hora, científico, basta clicar no dropbox onde está escrito geral
e escolher.

Figura 70: Formatando a planilha (Passo 3)

O resultado final nos traz uma planilha muito mais agradável e de fácil entendimento:

Figura 71: Planilha Formatada

Ordenando os dados: Você pode digitar os dados em qualquer ordem, pois o Excel possui uma ferramenta muito
útil para ordenar os dados.
Ao clicar neste botão, você tem as opções para classificar de A a Z (ordem crescente), de Z a A (ordem decrescente) ou
classificação personalizada.
Para ordenar seus dados, basta clicar em uma célula da coluna que deseja ordenar, e selecionar a classificação crescente
ou decrescente. Mas cuidado! Se você selecionar uma coluna inteira, nas versões mais antigas do Excel, você irá classificar
os dados dessa coluna, mas vai manter os dados das outras colunas onde estão. Ou seja, seus dados ficarão alterados. Nas
versões mais novas, ele fará a pergunta, se deseja expandir a seleção e dessa forma, fazer a classificação dos dados junto
com a coluna de origem, ou se deseja manter a seleção e classificar somente a coluna selecionada.

44
INFORMÁTICA BÁSICA

Filtrando os dados: Ainda no botão temos a opção FILTRO. Ao selecionar esse botão, cada uma das colunas da nos-
sa planilha irá abrir uma seta para fazer a seleção dos dados que desejamos visualizar. Assim, podemos filtrar e visualizar
somente os dados do mês de Janeiro ou então somente os gastos com contas de consumo, por exemplo.

Grupo ferramentas de dados:


- Texto para colunas: separa o conteúdo de uma célula do Excel em colunas separadas.
- Remover duplicatas: exclui linhas duplicadas de uma planilha - Validação de dados: permite especificar valores invá-
lidos para uma planilha. Por exemplo, podemos especificar que a planilha não aceitará receber valores menores que 10.
- Consolidar: combina valores de vários intervalos em um novo intervalo.
- Teste de hipóteses: testa diversos valores para a fórmula na planilha.

Gráficos: Outra forma interessante de analisar os dados é utilizando gráficos. O Excel monta os gráficos rapidamente
e é muito fácil. Na Guia Inserir da Faixa de Opções, temos diversas opções de gráficos que podem ser utilizados.

Figura 72: Gráficos

Utilizando a planilha da Concessionária Grupo Nova, teremos o seguinte gráfico escolhido:

Figura 73: Gráfico de Colunas – 3D

45
INFORMÁTICA BÁSICA

Redimensione o gráfico clicando com o mouse nas bordas para aumentar de tamanho. Reposicione o gráfico na pá-
gina, clicando nas linhas e arrastando até o local desejado.
Importante mencionar que o conceito do Excel 365 é o mesmo apontado no Word, ou seja, fazem parte do Office
365, que podem ser comprados conforme figura 39.

11.4. LibreOffice Calc

O Calc é o software de planilha eletrônica do LibreOffice e o seu formato de arquivo padrão é o .ods (Open Docu-
ment Spreadsheet). 
O Calc trabalha de modo semelhante ao Excel no que se refere ao uso de fórmulas. Ou seja, uma fórmula é iniciada
pelo sinal de igual (=) e seguido por uma sequência de valores, referências a células, operadores e funções.
Algumas diferenças entre o Calc e o Excel:
Para fazer referência a uma interseção no Calc, utiliza-se o sinal de exclamação (!). Por exemplo, “B2:C4!C3:C6” retor-
nará a C3 e C4 (interseção entre os dois intervalos). No Excel, isso é feito usando um espaço em branco (B2:C4 C3:C6).

Figura 74: Exemplo de Operação no Calc

 Para fazer referência a uma célula que esteja em outra planilha, na mesma pasta de trabalho, digite “nome_da_plani-
lha + . + célula. Por exemplo, “Plan2.A1” faz referência a célula A1 da planilha chamada Plan2. No Excel, isso é feito usan-
do o sinal de exclamação ! (Plan2!A1).

 Menus do Calc
Arquivo - contém comandos que se aplicam ao documento inteiro como Abrir, Salvar e Exportar como PDF.
Editar - contém comandos para editar o conteúdo documento como, por exemplo, Desfazer, Localizar e Substituir,
Cortar, Copiar e Colar.
Exibir - contém comandos para controlar a exibição de um documento tais como Zoom, Tela Inteira e Navegador.
Inserir - contém comandos para inserção de novos elementos no documento como células, linhas, colunas, planilhas,
gráficos.
Formatar - contém comandos para formatar células selecionadas, objetos e o conteúdo das células no documento.
Ferramentas - contém ferramentas como Ortografia, Atingir meta, Rastrear erro, etc.
Dados - contém comandos para editar os dados de uma planilha. É possível classificar, utilizar filtros, validar, etc.
Janela - contém comandos para manipular e exibir janelas no documento.
Ajuda - permite acessar o sistema de ajuda do LibreOffice.

12. Utilização do Microsoft PowerPoint.

12.1. PowerPoint 2003

Na tela do PowerPoint 2003 o usuário tem a sua disposição: - barra de título, barra de menu, barra de ferramenta, pai-
nel de anotações, painel do slide, barra de status, painel de estrutura de tópicos. Confira a tela do PowerPoint na figura 75:

46
INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 75: Tela do PowerPoint 2003

1- Aqui aparecerá o título do PowerPoint e o nome da apresentação que está sendo editada. Caso o arquivo não
tenha nome, aparecerá o nome e o número das apresentações, como no exemplo da figura acima apresentação 1.
2- Esta é a principal ferramenta do PowerPoint, nela você encontrará vários menus. Para acessá-los é só clicar sobre a
mesma, ou através do teclado pressionando a tecla ALT junto coma letra do nome do comando no referido menu. Exemplo:
para acessar o menu arquivo, pressione ALT e a letra A que se encontra sublinhada
3- A barra de ferramentas possui vários botões que servem para acelerar a execução de alguns recursos do Power-
Point
4- Este é o local de trabalho no qual o texto é digitado.
5- Este painel permite adicionar anotações ou informações e até mesmo, elementos gráficos que você deseja com-
partilhar com o público.
6- Com este painel você poderá organizar e desenvolver o conteúdo da apresentação, assim, inserir fotos, desenhos,
clip-arts e muito mais, para que sua apresentação seja mostrada da melhor maneira. Você só tem a ganhar com os recursos
que o PowerPoint dispõe, principalmente para apresentação de trabalhos escolares e trabalhos pessoais.
7- Esta fornece o número de slides, o tipo de visualização e o idioma.
Como existiu a mudança de formato, a versão 2003 foi a última a ser PPT, para poder abrir apresentações feitas na
versão 2007 ou superior, você pode baixar o pacote de compatibilidade do Microsoft gratuitos para Word, Excel e Power-
Point. Seus conversores ajudam que seja possível abrir, editar e salvar uma apresentação que você criou em versões mais
recentes do Office.
Depois que você instalar as atualizações e conversores, todas as apresentações de versões do PowerPoint mais recentes
que 2003 são convertidos automaticamente quando você abri-los, para que você possa editar e salvá-los.

12.2. PowerPoint 2007

A versão 2007 passa a ter o formato PPTX, diferente das anteriores que eram PPT, essa nova versão lida muito melhor
com vídeos e imagens. Um documento em branco do PowerPoint 2003 (formato PPT) apenas com uma imagem de 1 MB
chega a ocupar 5 MB, já no formato PPTX, este mesmo arquivo ocupa cerca de 1,1 MB.

47
INFORMÁTICA BÁSICA

O PowerPoint 2007 trouxe uma importante opção que se encarrega de compactar imagens automaticamente a fim de
reduzir o tamanho total do documento. Para tal, abra a aba Formatar do programa e clique na opção Compactar Imagens.
Neste momento o usuário escolhe se deseja compactar uma única imagem da apresentação ou se pretende aplicar o
efeito a todas as figuras. Clique em Opções para acessar escolher o nível de qualidade e compactação das imagens de seu
arquivo, além disso foi possível começar a tratar imagens.
O PowerPoint 2007 passou a oferecer mais gráficos tridimensionais, permitindo apresentações com melhor visual, diferentemente do seu
antecessor 2003, PowerPoint 2007 utiliza o Microsoft Office Fluent interface de usuário (UI). Esta UI categoriza grupos e guias relacionados, tor-
nando mais fácil para os usuários a encontrar os comandos e recursos do PowerPoint . Além disso, a Fluent UI inclui uma função de visualização
ao vivo , para rever alterações de formatação antes de finalizá-los , bem como galerias de efeitos pré- definidos, layouts , temas e “Estilos Rápidos”. 
Os temas do PowerPoint 2007 possuem características de “Estilos Rápidos”, estilos esses que não existem no Power-
Point 2003, com o PowerPoint 2003, a formatação de um documento exige a escolha de estilo e opções de cores para
gráficos, textos, fundos e até mesmo tabelas.
A versão 2007 do PowerPoint 2007 possuem opções de compartilhamentos mais flexíveis do que as de seu antecessor
de 2003. Um exemplo claro disso é que na versão 2007 os usuários podem acessar o Microsoft Office SharePoint Server
2007 para integrar as apresentações com o Outlook 2007, bem como o compartilhamento de apresentações utilizando o
que chamamos de “Bibliotecas de Slides”.
Em relação as tabelas e gráficos, ao contrário do PowerPoint 2003, a versão 2007 armazena as informações dos gráficos
no Excel 2007, ao invés de armazenar esses dados em folhas de dados do gráfico.

12.3. PowerPoint 2010, 2013 e detalhes gerais

Na tela inicial do PowerPoint, são listadas as últimas apresentações editadas (à esquerda), opção para criar nova apre-
sentação em branco e ainda, são sugeridos modelos para criação de novas apresentações (ao centro).
Ao selecionar a opção de Apresentação em Branco você será direcionado para a tela principal, composta pelos elemen-
tos básicos apontados na figura abaixo, e descritos nos tópicos a seguir.

Figura 76: Tela Principal do PowerPoint 2013

48
INFORMÁTICA BÁSICA

Barra de Títulos: A linha superior da tela é a barra de títulos, que mostra o nome da apresentação na janela. Ao iniciar
o programa aparece Apresentação 1 porque você ainda não atribuiu um nome ao seu arquivo.

Faixa de Opções:Desde a versão 2007 do Office, os menus e barras de ferramentas foram substituídos pela Faixa de
Opções. Os comandos são organizados em uma única caixa, reunidos em guias. Cada guia está relacionada a um tipo de
atividade e, para melhorar a organização, algumas são exibidas somente quando necessário.

Figura 77: Faixa de Opções

Barra de Ferramentas de Acesso Rápido: A Barra de Ferramentas de Acesso Rápido fica posicionada no topo da tela
e pode ser configurada com os botões de sua preferência, tornando o trabalho mais ágil.

Adicionando e Removendo Componentes: Para ocultar ou exibir um botão de comando na barra de ferramentas de
acesso rápido podemos clicar com o botão direito no componente que desejamos adicionar, em qualquer guia. Será exibi-
da uma janela com a opção de Adicionar à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido.

Figura 78: Adicionando itens à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

Temos ainda outra opção de adicionar ou remover componentes nesta barra, clicando na seta lateral. É aberto o menu
Personalizar Barra de Ferramentas de Acesso Rápido, que apresenta várias opções para personalizar a barra, além da opção
Mais Comandos..., onde temos acesso a todos os comandos do PowerPoint.
Para remoção do componente, no mesmo menu selecione-o. Se preferir, clique com o botão direito do mouse sobre o
ícone que deseja remover e escolha Remover da Barra de Ferramentas de Acesso Rápido.

Barra de Status: Localizada na parte inferior da tela, a barra de status permite incluir anotações e comentários na sua
apresentação, mensagens, fornece estatísticas e o status de algumas teclas. Nela encontramos o recurso de Zoom e os
botões de ‘Modos de Exibição’.

Figura 79: Barra de Status

Clicando com o botão direito sobre a barra de status, será exibida a caixa Personalizar barra de status. Nela podemos
ativar ou desativar vários componentes de visualização.
Durante uma apresentação, os slides do PowerPoint vão sendo projetados no monitor do computador, lembrando os
antigos slides fotográficos.
O apresentador pode inserir anotações, observações importantes, que deverão ser abordadas durante a apresentação.
Estas anotações serão visualizadas somente pelo apresentador quando, durante a apresentação, for selecionado o Modo
de Exibição do Apresentador (basta clicar com o botão direito do mouse e selecionar esta opção durante a apresentação).

49
INFORMÁTICA BÁSICA

Modelos e Temas Online: Algumas vezes parece impossível iniciar uma apresentação. Você nem mesmo sabe como
começar. Nestas situações pode-se usar os modelos prontos, que fornecem sugestões para que você possa iniciar a criação
de sua apresentação. A versão PowerPoint 2013 traz vários modelos disponíveis online divididos por temas (é necessário
estar conectado à internet).

Figura 80: Modelos e temas online

Para utilizar um modelo pronto, selecione um tema. Em nosso exemplo, vamos selecionar ‘Negócios’. Aparecerão vários
modelos prontos que podem ser utilizados para a criação de sua apresentação, conforme mostra a figura abaixo.

Figura 81: Apresentações Modelo ‘Negócios’

Procure conhecer os modelos, clicando sobre eles. Utilize as barras de rolagem para rolar a tela, visualizar as possi-
bilidades, e possivelmente escolher um modelo, dentre as inúmeras possibilidades fornecidas, para criar apresentações
profissionais com muita agilidade.
Ao escolher um modelo, clique no botão ‘Criar’ e aguarde o download do arquivo. Será criado um novo arquivo em
seu computador, que você poderá salvar onde quiser. A partir daí, basta customizar os dados e utilizá-lo como SUA APRE-
SENTAÇÃO.
Tanto o layout como o padrão de formatação de fontes, poderão ser alterados em qualquer momento, para atender
às suas necessidades.

Apresentação de Slides:

Antes de começarmos a trabalhar em um novo slide, ou nova apresentação, vamos entender um pouco melhor como
funciona uma apresentação. Escolha um modelo pronto qualquer, faça o download, e inicie a apresentação, assim:

50
INFORMÁTICA BÁSICA

Na barra ‘Modos de exibição de slides’, localizada na barra de status, clique no botão ‘Modo de Apresentação de Slides’.
Dê cliques com o mouse para seguir ao próximo slide. Ao clicar na apresentação, são exibidos botões de navegação,
que permitem que você siga para o próximo slide ou volte ao anterior, conforme mostrado abaixo. Além dos botões de
navegação você também conta com outras ferramentas durante sua apresentação.

Figura 82: Botões de Navegação e Outras Ferramentas

Exibição de Slides:Vamos agora começar a personalizar nossa apresentação, tendo como base o modelo criado. Se
ainda estiver com uma apresentação aberta, termine a apresentação, retornando à estrutura. Clique, na faixa de opções, no
menu ‘EXIBIÇÃO’.

Alternando entre os Modos de Exibição

Modo Normal: No modo de exibição ‘Normal’, você trabalha em um slide de cada vez e pode organizar a estrutura
de todos os slides da apresentação.

Figura 83: Modo de Exibição ‘Normal’.

Para mover de um slide para outro clique sobre o slide (do lado esquerdo) que deseja visualizar na tela, ou utilize as
teclas ‘PageUp’ e ‘PageDown’.

Modo de Exibição de Estrutura de Tópicos: Este modo de visualização é interessante principalmente durante a cons-
trução do texto da apresentação. Você pode ir digitando o texto do lado esquerdo e o PowerPoint monta os slides pra você.

Classificação de Slides: Este modo permite ver seus slides em miniatura, para auxiliar na organização e estruturação
de sua apresentação. No modo de classificação de slides, você pode reordenar slides, adicionar transições e efeitos de ani-
mação e definir intervalos de tempo para apresentações eletrônicas de slides.

51
INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 84: Classificação de Slides

Para alterar a sequência de exibição de slides, clique no slide e arraste até a posição desejada. Você também pode ocul-
tar um slide dando um clique com o botão direito do mouse sobre ele e selecionando ‘Ocultar Slide’.

Alterando o Design:

O design de um slide é a apresentação visual do mesmo, ou seja, as cores nele utilizadas, tipos de fontes, etc. O Power-
Point disponibiliza vários temas prontos para aplicar ao design de sua apresentação.
Para inserir um Tema de design pronto nos slides acesse a guia ‘Design’ na Faixa de Opções. Clique na seta lateral para
visualizar todos os temas existentes.
Clique no tema desejado, para aplicar ao slide selecionado. O tema será aplicado em todos os slides.
Variantes->Cores e Variantes->Fontes: ainda na guia ‘Design’ podemos aplicar variações dos temas, alterando cores e
fontes, criando novos temas de cores. Clique na seta da caixa ‘Variantes’ para abrir as opções. Passe o mouse sobre cada
tema para visualizar o efeito na apresentação. Após encontrar a variação desejada, dê um clique com o mouse para aplicá-la
à apresentação.

Figura 85: Variantes de Temas de Design

Variantes->Efeitos: os efeitos de tema especificam como os efeitos são aplicados a gráficos SmartArt, formas e ima-
gens. Clique na seta do botão ‘Efeitos’ para acessar a galeria de Efeitos. Aplicando o efeito alteramos rapidamente a apa-
rência dos objetos.

Layout de Texto:

O primeiro slide criado em nossa apresentação é um ‘Slide de título’. Nele não deve ser inserido o conteúdo da palestra
ou reunião, mas apenas o título e um subtítulo pois trata-se do slide inicial.
Clique no quadro onde está indicado ‘Clique aqui para adicionar um título’, e escreva o título de sua apresentação. A
apresentação que criaremos será sobre ‘Grupo Nova”.
No quadro onde está indicado ‘Clique aqui para adicionar um subtítulo’ coloque seu nome ou o nome da empresa em
que trabalha, ou mesmo um subtítulo ligado ao tema da apresentação.
Formate o texto da forma como desejar, selecionando o tipo da fonte, tamanho, alinhamento, etc., clicando sobre a
‘Caixa de Texto’ para fazer as formatações.

52
INFORMÁTICA BÁSICA

Clique no botão novo slide da guia ‘PÁGINA INICIAL’. Será criado um novo slide com layout diferente do anterior. Isso
acontece porque o programa entende que o próximo slide não é mais de título, e sim de conteúdo, e assim sucessivamente
pra a criação da sua apresentação.

Layouts de Conteúdo:

Utilizando os layouts de conteúdo é possível inserir figura ou cliparts, tabelas, gráficos, diagramas ou clipe de mídia
(que podem ser animações, imagens, sons, etc.).
A utilização destes recursos é muito simples, bastando clicar, no próprio slide, sobre o recurso que deseja utilizar.
Salve a apresentação atual como ‘Ensino a Distância’ e, sem fechá-la, abra uma nova apresentação. Vamos ver a utili-
zação dos recursos de Conteúdo.
Na guia ‘Início’ da Faixa de Opções, clique na seta lateral da caixa Layout. Será exibida uma janela com várias opções.
Selecione o layout ‘Título e conteúdo’.
Aparecerá a caixa de conteúdo no slide como mostrado na figura a seguir. A caixa de conteúdos ao centro do slide
possui diversas opções de tipo de conteúdo que se pode utilizar.
As demais ferramentas da ‘Caixa de Conteúdo’ são:

• Escolher Elemento Gráfico SmartArt


• Inserir Imagem
• Inserir Imagens Online
• Inserir Vídeo

Explore as opções, utilize os recursos oferecidos para enriquecer seus conhecimentos e, em consequência, criar apre-
sentações muito mais interessantes. O funcionamento de cada item é semelhante aos já abordados.

Agora é com você!


Exercite: crie diversos slides de conteúdo, procurando utilizar todas as opções oferecidas para cada tipo de conteúdo.
Desta forma, você estará aprendendo ainda mais utilizar os recursos do PowerPoint e do Office.

Animação dos Slides: A animação dos slides é um dos últimos passos da criação de uma apresentação. Essa é uma
etapa importante, pois, apesar dos inúmeros recursos oferecidos pelo programa, não é aconselhável exagerar na utilização
dos mesmos, pois além de tornar a apresentação cansativa, tira a atenção das pessoas que estão assistindo, ao invés de dar
foco ao conteúdo da apresentação, passam a dar fico para as animações.

Transições: A transição dos slides nada mais é que a mudança entre um slide e outro. Você pode escolher entre diver-
sas transições prontas, através da faixa de opções ‘TRANSIÇÕES’. Selecione o primeiro slide da nossa apresentação e clique
nesta opção.

Escolha uma das transições prontas e veja o que acontece. Explore os diversos tipos de transições, apenas clicando
sobre elas e assistindo os efeitos que elas produzem. Isso pode ser bastante divertido, mas dependendo do intuito da
apresentação, o exagero pode tornar sua apresentação pouco profissional.

Ainda em ‘TRANSIÇÕES’ escolha como será feito o avanço do slide, se após um tempo pré-definido ou ‘Ao Clicar com
o Mouse’, dentro da faixa ‘INTERVALO’. Você também pode aplicar som durante a transição.

Animações: As animações podem ser definidas para cada caixa de texto dos slides. Ou seja, durante sua apresentação
você pode optar em ir abrindo o texto conforme trabalha os assuntos.

Neste exemplo, selecionaremos o Slide 3 de nossa apresentação para enriquecer as explicações. Clique um uma das
caixas de texto do slide, e na opção ‘ANIMAÇÕES’ abra o ‘PAINEL DE ANIMAÇÃO’.

Figura 86: Animações

Escolheremos a opção ‘Flutuar para Dentro’, mas você pode explorar as diversas opções e escolher a que mais te agra-
dar. Clique na opção escolhida. No Painel de Animação, abra todas as animações clicando na seta para baixo.

53
INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 87: Abrindo a lista do Painel de Animações

Cada parágrafo de texto pode ser configurado, bastando que você clique no parágrafo desejado e faça a opção de
animação desejada. O parágrafo pode aparecer somente quando você clicar com o mouse, ou juntamente com o anterior.
Pode mantê-lo aberto na tela enquanto outros estão fechados, etc.

Em nosso exemplo, vamos animar da seguinte forma: os textos da caixa de texto do lado esquerdo vão aparecer juntos
após clicar. Os textos da caixa do lado direito permanecem fechados. Ao clicar novamente, os dois parágrafos aparecerão
ao mesmo tempo na tela.

Passo a passo:
Com a caixa de texto do lado esquerdo selecionada, clique em ‘Iniciar ao clicar’ no 1º parágrafo, mostrado no Painel
de Animações;
selecione o 2º parágrafo e selecione ‘Iniciar com anterior’;
selecione a caixa de texto do lado direito e aplique uma animação;
no Painel de Animações clique em ‘Iniciar ao clicar’ no 1º parágrafo da caixa de texto
selecione o 2º parágrafo da caixa de texto e selecione ‘Iniciar com anterior’.

12.4. Impress
É o editor de apresentações do LibreOffice e o seu formato de arquivo padrão é o .odp (Open Document Presentations).
 
- O usuário pode iniciar uma apresentação no Impress de duas formas:
• do primeiro slide (F5) - Menu Apresentação de Slides -> Iniciar do primeiro slide
• do slide atual (Shift + F5) - Menu Apresentação de Slides -> Iniciar do slide atual.
 
- Menu do Impress:
• Arquivo - contém comandos que se aplicam ao documento inteiro como Abrir, Salvar e Exportar como PDF;
• Editar - contém comandos para editar o conteúdo documento como, por exemplo, Desfazer, Localizar e Substituir,
Cortar, Copiar e Colar;
• Exibir - contém comandos para controlar a exibição de um documento tais como Zoom, Apresentação de Slides,
Estrutura de tópicos e Navegador;
• Inserir  - contém comandos para inserção de novos slides e elementos no documento como figuras, tabelas e
hiperlinks;
• Formatar - contém comandos para formatar o layout e o conteúdo dos slides, tais como Modelos de slides, Layout
de slide, Estilos e Formatação, Parágrafo e Caractere;
• Ferramentas - contém ferramentas como Ortografia, Compactar apresentação e Player de mídia;
• Apresentação de Slides - contém comandos para controlar a apresentação de slides e adicionar efeitos em obje-
tos e na transição de slides.

54
INFORMÁTICA BÁSICA

PROTOCOLOS, SERVIÇOS, TECNOLOGIAS,


FERRAMENTAS E APLICATIVOS ASSOCIADOS
À INTERNET E AO CORREIO ELETRÔNICO.
CONCEITOS DOS PRINCIPAIS NAVEGADORES
DA INTERNET.

O objetivo inicial da Internet era atender necessidades militares, facilitando a comunicação. A agência norte-americana
ARPA – ADVANCED RESEARCH AND PROJECTS AGENCY e o Departamento de Defesa americano, na década de 60, criaram
um projeto que pudesse conectar os computadores de departamentos de pesquisas e bases militares, para que, caso um
desses pontos sofresse algum tipo de ataque, as informações e comunicação não seriam totalmente perdidas, pois estariam
salvas em outros pontos estratégicos.
O projeto inicial, chamado ARPANET, usava uma conexão a longa distância e possibilitava que as mensagens fossem
fragmentadas e endereçadas ao seu computador de destino. O percurso entre o emissor e o receptor da informação pode-
ria ser realizado por várias rotas, assim, caso algum ponto no trajeto fosse destruído, os dados poderiam seguir por outro
caminho garantindo a entrega da informação, é importante mencionar que a maior distância entre um ponto e outro, era
de 450 quilômetros.
No começo dos anos 80, essa tecnologia rompeu as barreiras de distância, passando a interligar e favorecer a troca de
informações de computadores de universidades dos EUA e de outros países, criando assim uma rede (NET) internacional
(INTER), consequentemente seu nome passa a ser, INTERNET.
A evolução não parava, além de atingir fronteiras continentais, os computadores pessoais evoluíam em forte escala
alcançando forte potencial comercial, a Internet deixou de conectar apenas computadores de universidades, passou a co-
nectar empresas e, enfim, usuários domésticos.
Na década de 90, o Ministério das Comunicações e o Ministério da Ciência e Tecnologia do Brasil trouxeram a Internet para
os centros acadêmicos e comerciais. Essa tecnologia rapidamente foi tomando conta de todos os setores sociais até atingir a
amplitude de sua difusão nos tempos atuais.
Um marco que é importante frisar é o surgimento do WWW que foi a possibilidade da criação da interface gráfica dei-
xando a internet ainda mais interessante e vantajosa, pois até então, só era possível a existência de textos.
Para garantir a comunicação entre o remetente e o destinatário o americano Vinton Gray Cerf, conhecido como o pai
da internet criou os protocolos TCP/IP, que são protocolos de comunicação. O TCP – TRANSMISSION CONTROL PROTOCOL
(Protocolo de Controle de Transmissão) e o IP – INTERNET PROTOCOL (Protocolo de Internet) são conjuntos de regras que
tornam possível tanto a conexão entre os computadores, quanto ao entendimento da informação trocada entre eles.
A internet funciona o tempo todo enviando e recebendo informações por isso o periférico que permite a conexão com
a internet chama MODEM, porque que ele MOdula e DEModula sinais, e essas informações só podem ser trocadas graças
aos protocolos TCP/IP.

Protocolos Web

Já que estamos falando em protocolos, citaremos outros que são largamente usados na Internet:

-HTTP (Hypertext Transfer Protocol): Protocolo de transferência de Hipertexto, desde 1999 é utilizado para trocar
informações na Internet. Quando digitamos um site, automaticamente é colocado à frente dele o http://
Exemplo: http://www.novaconcursos.com.br
Onde:
http:// → Faz a solicitação de um arquivo de hipermídia para a Internet, ou seja, um arquivo que pode conter texto,
som, imagem, filmes e links.
-URL (Uniform Resource Locator): Localizador Padrão de recursos, serve para endereçar um recurso na web, é como
se fosse um apelido, uma maneira mais fácil de acessar um determinado site
Exemplo: http://www.novaconcursos.com.br, onde:

55
INFORMÁTICA BÁSICA

Faz a solicitação de um arquivo de


http:// hipermídiaparaaInternet.
Estipulaqueesse recursoestánarede mundialdecomputa
www dores(veremosmais sobre www emumpróximotópico).
Éo endereçodedomínio.Um endereçode
novaconcursos domíniorepresentarásua empresaou seu
espaçonaInternet.
Indicaqueo servidorondeesse siteestá
.com hospedado é de finalidadescomerciais.

.br Indicaqueo servidorestáno Brasil.

Encontramos, ainda, variações na URL de um site, que demonstram a finalidade a organização que o criou, como:
.gov - Organização governamental
.edu - Organização educacional
.org - Organização
.ind - Organização Industrial
.net - Organização telecomunicações
.mil - Organização militar
.pro - Organização de profissões
.eng – Organização de engenheiros

E também, do país de origem:


.it – Itália
.pt – Portugal
.ar – Argentina
.cl – Chile
.gr – Grécia

Quando vemos apenas a terminação .com, sabemos que se trata de um site hospedado em um servidor dos Estados
Unidos.
-HTTPS (Hypertext transfer protocol secure): Semelhante ao HTTP, porém permite que os dados sejam transmitidos
através de uma conexão criptografada e que se verifique a autenticidade do servidor e do cliente através de certificados
digitais.

-FTP (File Transfer Protocol): Protocolo de transferência de arquivo, é o protocolo utilizado para poder subir os ar-
quivos para um servidor de internet, seus programas mais conhecidos são, o Cute FTP, FileZilla e LeechFTP, ao criar um site,
o profissional utiliza um desses programas FTP ou similares e executa a transferência dos arquivos criados, o manuseio é
semelhante à utilização de gerenciadores de arquivo, como o Windows Explorer, por exemplo.

-POP (Post Office Protocol): Protocolo de Posto dos Correios permite, como o seu nome o indica, recuperar o seu
correio num servidor distante (o servidor POP). É necessário para as pessoas não ligadas permanentemente à Internet,
para poderem consultar os mails recebidos offline. Existem duas versões principais deste protocolo, o POP2 e o POP3, aos
quais são atribuídas respectivamente as portas 109 e 110, funcionando com o auxílio de comandos textuais radicalmente
diferentes, na troca de e-mails ele é o protocolo de entrada.

IMAP (Internet Message Access Protocol): É um protocolo alternativo ao protocolo POP3, que oferece muitas
mais possibilidades, como, gerir vários acessos simultâneos e várias caixas de correio, além de poder criar mais
critérios de triagem.

-SMTP (Simple Mail Transfer Protocol): É o protocolo padrão para envio de e-mails através da Internet. Faz a
validação de destinatários de mensagens. Ele que verifica se o endereço de e-mail do destinatário está corretamente
digitado, se é um endereço existente, se a caixa de mensagens do destinatário está cheia ou se recebeu sua mensa-
gem, na troca de e-mails ele é o protocolo de saída.

56
INFORMÁTICA BÁSICA

-UDP (User Datagram Protocol): Protocolo que atua Atualmente existem vários tipos de plug-ins. Abaixo
na camada de transporte dos protocolos (TCP/IP). Permi- temos uma relação de alguns deles:
te que a apli- cação escreva um datagrama encapsulado - 3D e Animação (Arquivos VRML, MPEG, QuickTime,
num pacote IP e trans- portado ao destino. É muito comum etc.).
lermos que se trata de um protocolo não confiável, isso - Áudio/Vídeo (Arquivos WAV, MID, AVI, etc.).
porque ele não é implementado com regras que garantam - Visualizadores de Imagens (Arquivos JPG, GIF, BMP,
tratamento de erros ou entrega. PCX, etc.).
- Negócios e Utilitários
Provedor - Apresentações

O provedor é uma empresa prestadora de serviços que INTRANET: A Intranet ou Internet Corporativa é a im-
oferece acesso à Internet. Para acessar a Internet, é neces- plantação de uma Internet restrita apenas a utilização interna
sário conectar-se com um computador que já esteja na In- de uma empresa. As intranets ou Webs corporativas, são re-
ternet (no caso, o provedor) e esse computador deve per- des de comunicação internas baseadas na tecnologia usada
mitir que seus usuários também tenham acesso a Internet. na Internet. Como um jornal editado internamente, e que
No Brasil, a maioria dos provedores está conectada pode ser acessado apenas pelos funcionários da empresa.
à Embratel, que por sua vez, está conectada com outros A intranet cumpre o papel de conectar entre si filiais e de-
computadores fora do Brasil. Esta conexão chama-se link, partamentos, mesclando (com segurança) as suas informações
que é a conexão física que interliga o provedor de acesso particulares dentro da estrutura de comunicações da empresa.
com a Embratel. Neste caso, a Embratel é conhecida como O grande sucesso da Internet, é particularmente da
backbone, ou seja, é a “espinha dorsal” da Internet no Bra- World Wide Web (WWW) que influenciou muita coisa na
sil. Pode-se imaginar o backbone como se fosse uma ave- evolução da informática nos últimos anos.
nida de três pistas e os links como se fossem as ruas que Em primeiro lugar, o uso do hipertexto (documentos
estão interligadas nesta avenida. interliga- dos através de vínculos, ou links) e a enorme fa-
Tanto o link como o backbone possui uma velocidade cilidade de se criar, interligar e disponibilizar documentos
de transmissão, ou seja, com qual velocidade ele transmite multimídia (texto, gráficos, animações, etc.), democratiza-
os dados. ram o acesso à informação através de redes de computa-
Esta velocidade é dada em bps (bits por segundo). dores. Em segundo lugar, criou-se uma gigantesca base de
Deve ser feito um contrato com o provedor de acesso, que usuários, já familiarizados com conhecimentos básicos de
fornecerá um nome de usuário, uma senha de acesso e um informática e de navegação na Internet. Finalmente, surgi-
endereço eletrônico na Internet. ram muitas ferramentas de software de custo zero ou pe-
queno, que permitem a qualquer organização ou empresa,
Home Page sem muito esforço, “entrar na rede” e começar a acessar e
colocar informação. O resultado inevitável foi a impressio-
Pela definição técnica temos que uma Home Page é nante explosão na informação disponível na Internet, que
um arquivo ASCII (no formato HTML) acessado de compu- segundo consta, está dobrando de tamanho a cada mês.
tadores rodando um Navegador (Browser), que permite o Assim, não demorou muito a surgir um novo conceito,
acesso às informações em um ambiente gráfico e multimí- que tem interessado um número cada vez maior de em-
dia. Todo em hipertexto, facilitando a busca de informações presas, hospitais, faculdades e outras organizações interes-
dentro das Home Pages. sadas em integrar informações e usuários: a intranet. Seu
O endereço de Home Pages tem o seguinte formato: advento e disseminação promete operar uma revolução
http://www.endereço.com/página.html tão profunda para a vida organizacional quanto o apare-
Por exemplo, a página principal do meu projeto de cimento das primeiras redes locais de computadores, no
mestrado: final da década de 80.
http://www.ovidio.eng.br/mestrado
O que é Intranet?
PLUG-INS
O termo “intranet” começou a ser usado em meados de
Os plug-ins são programas que expandem a capacida- 1995 por fornecedores de produtos de rede para se refe-
de do Browser em recursos específicos - permitindo, por rirem ao uso dentro das empresas privadas de tecnologias
exemplo, que você toque arquivos de som ou veja filmes projetadas para a comunicação por computador entre em-
em vídeo dentro de uma Home Page. As empresas de soft- presas. Em outras palavras, uma intranet consiste em uma
ware vêm desenvolvendo plug-ins a uma velocidade im- rede privativa de computadores que se baseia nos padrões
pressionante. Maiores informações e endereços sobre plu- de comunicação de dados da Internet pública, baseadas na
g-ins são encontradas na página: tecnologia usada na Internet (páginas HTML, e-mail, FTP,
etc.) que vêm, atualmente fazendo muito sucesso. Entre
http://www.yahoo.com/Computers_and_Internet/Soft- as razões para este sucesso, estão o custo de implantação
ware/ Internet/World_Wide_Web/Browsers/Plug_Ins/Indi- relativamente baixo e a facilidade de uso propiciada pelos
ces/ programas de navegação na Web, os browsers.

57
INFORMÁTICA BÁSICA

Objetivo de construir uma Intranet Mecanismos de Buscas

Organizações constroem uma intranet porque ela é Pesquisar por algo no Google e não ter como retorno
uma ferramenta ágil e competitiva. Poderosa o suficiente exatamente o que você queria pode trazer algumas horas
para economizar tempo, diminuir as desvantagens da dis- de trabalho a mais, não é mesmo? Por mais que os algorit-
tância e alavancar sobre o seu maior patrimônio de capital mos de busca sejam sempre revisados e busquem de certa
com conhecimentos das operações e produtos da empresa. forma “adivinhar” o que se passa em sua cabeça, lançar
mão de alguns artifícios para que sua busca seja otimizada
Aplicações da Intranet poupará seu tempo e fará com que você tenha acesso a
resultados mais relevantes.
Já é ponto pacífico que apoiarmos a estrutura de comu- Os mecanismos de buscas contam com operadores
nicações corporativas em uma intranet dá para simplificar o para filtro de conteúdo. A maior parte desse filtros, no en-
trabalho, pois estamos virtualmente todos na mesma sala. tanto, pode não interessar e você, caso não seja um prati-
De qualquer modo, é cedo para se afirmar onde a intranet cante de SEO. Contudo alguns são realmente úteis e estão
vai ser mais efetiva para unir (no sentido operacional) os listados abaixo. Realize uma busca simples e depois apli-
diversos profissionais de uma empresa. Mas em algumas que os filtros para poder ver o quanto os resultados podem
áreas já se vislumbram benefícios, por exemplo: sem mais especializados em relação ao que você procura.
- Marketing e Vendas - Informações sobre produtos,
listas de preços, promoções, planejamento de eventos; -palavra_chave
- Desenvolvimento de Produtos - OT (Orientação de Retorna um busca excluindo aquelas em que a pa-
Trabalho), planejamentos, listas de responsabilidades de lavra chave aparece. Por exemplo, se eu fizer uma busca
membros das equipes, situações de projetos; por  computação,  provavelmente encontrarei na relação
- Apoio ao Funcionário - Perguntas e respostas, siste- dos resultados informaçõe sobre “Ciência da computação“.
mas de melhoria contínua (Sistema de Sugestões), manuais Contudo, se eu fizer uma busca por computação -ciência ,
de qualidade; os resultados que tem a palavra chave ciência serão omi-
- Recursos Humanos - Treinamentos, cursos, apostilas, tidos.
políticas da companhia, organograma, oportunidades de tra-
balho, programas de desenvolvimento pessoal, benefícios. +palavra_chave
Para acessar as informações disponíveis na Web corpo- Retorna uma busca fazendo uma inclusão forçada de
rativa, o funcionário praticamente não precisa ser treinado. uma palavra chave nos resultados. De maneira análoga
Afinal, o esforço de operação desses programas se resume ao exemplo anterior, se eu fizer uma busca do tipo com-
quase somente em clicar nos links que remetem às novas putação, terei como retorna uma gama mista de resulta-
páginas. No entanto, a simplicidade de uma intranet termi- dos. Caso eu queira filtrar somente os casos em que ciên-
na aí. Projetar e implantar uma rede desse tipo é uma tarefa cias aparece, e também no estado de SP, realizo uma busca
complexa e exige a presença de profissionais especializa- do tipo computação + ciência SP.
dos. Essa dificuldade aumenta com o tamanho da intranet,
sua diversidade de funções e a quantidade de informações “frase_chave”
nela armazenadas. Retorna uma busca em que existam as ocorrências dos
A intranet é baseada em quatro conceitos: termos que estão entre aspas, na ordem e grafia exatas
- Conectividade - A base de conexão dos computa- ao que foi inserido. Assim, se você realizar uma busca do
dores ligados através de uma rede, e que podem transferir tipo “como faser” – sim, com a escrita incorreta da palavra
qualquer tipo de informação digital entre si; FAZER, verá resultados em que a frase idêntica foi empre-
- Heterogeneidade - Diferentes tipos de computado- gada.
res e sistemas operacionais podem ser conectados de for-
ma transparente; palavras_chave_01 OR palavra_chave_02
- Navegação - É possível passar de um documento a Mostra resultado para pelo menos uma das palavras
outro através de referências ou vínculos de hipertexto, que chave citadas. Faça uma busca por facebook OR msn, por
facilitam o acesso não linear aos documentos; exemplo, e terá como resultado de sua busca, páginas re-
- Execução Distribuída - Determinadas tarefas de aces- levantes sobre pelo menos um dos dois temas- nesse caso,
so ou manipulação na intranet só podem ocorrer graças à como as duas palavras chaves são populares, os dois resul-
execução de programas aplicativos, que podem estar no tados são apresentados em posição de destaque.
servidor, ou nos microcomputadores que acessam a rede
(também chamados de clientes, daí surgiu à expressão que filetype:tipo
caracteriza a arquitetura da intranet: cliente-servidor). Retorna as buscas em que o resultado tem o tipo de
- A vantagem da intranet é que esses programas são extensão especificada. Por exemplo, em uma busca  fi-
ativa- dos através da WWW, permitindo grande flexibilida- letype:pdf jquery  serão exibidos os conteúdos da palavra
de. Determinadas linguagens, como Java, assumiram gran- chave jquery que tiverem como extensão .pdf. Os tipos de
de importância no desenvolvimento de softwares aplicati- extensão podem ser: PDF, HTML ou HTM, XLS, PPT, DOC
vos que obedeçam aos três conceitos anteriores.

58
INFORMÁTICA BÁSICA

palavra_chave_01 * palavra_chave_02 Safari: O Safari é o navegador da Apple, é um ótimo


Retorna uma “busca combinada”, ou seja, sendo o * um navegador considerado pelos especialistas e possui uma
indicador de “qualquer conteúdo”, retorna resultados em interface bem bonita, apesar de ser um navegador da
que os termos inicial e final aparecem, independente do Apple existem versões para Windows.
que “esteja entre eles”. Realize uma busca do tipo facebook
* msn e veja o resultado na prática.

15. Navegadores de internet: Internet Explorer, Mozilla


Firefox, Google Chrome.

Navegadores: Navegadores de internet ou browsers


são programas de computador especializados em visuali- Figura 91: Símbolo do Safari
zar e dar acesso às informações disponibilizadas na web,
até pouco tempo atrás tínhamos apenas o Internet Explorer Internet Explorer: O Internet Explorer ou IE é o na-
e o Netscape, hoje temos uma série de navegadores no vegador padrão do Windows. Como o próprio nome diz,
mercado, iremos fazer uma breve descrição de cada um é um programa preparado para explorar a Internet dando
deles, e depois faremos toda a exemplificação utilizando o acesso a suas informações. Representado pelo símbolo do
Internet Explorer por ser o mais utilizado em todo o mun- “e” azul, é possível acessá-lo apenas com um duplo clique
do, porém o conceito e usabilidade dos outros navegado- em seu símbolo.
res seguem os mesmos princípios lógicos.

Chrome: O Chrome é o navegador do Google e con-


sequentemente um dos melhores navegadores existentes.
Outra vantagem devido ser o navegador da Google é o
mais utilizado no meio, tem uma interface simples muito
fácil de utilizar. Figura 92: Símbolo do Internet Explorer

16. Transferência de arquivos pela internet

FTP (File Transfer Protocol – Protocolo de Transferência


de Arquivos) é uma das mais antigas formas de interação
na Internet. Com ele, você pode enviar e receber arquivos
Figura 88: Símbolo do Google Chrome para, ou de computadores que se caracterizam como ser-
vidores remotos. Voltaremos aqui ao conceito de arquivo
Mozila Firefox: O Mozila Firefox é outro excelente na- texto (ASCII – código 7 bits) e arquivos não texto (Binários
vegador ele é gratuito e fácil de utilizar apesar de não ter – código 8 bits). Há uma diferença interessante entre en-
uma interface tão amigável, porém é um dos navegadores viar uma mensagem de correio eletrônico e realizar trans-
mais rápidas e com maior segurança contra hackers. ferência de um arquivo. A mensagem é sempre transferida
como uma informação textual, enquanto a transferência de
um arquivo pode ser caracterizada como textual (ASCII) ou
não-textual (binário).
Um servidor FTP é um computador que roda um pro-
grama que chamamos de servidor de FTP e, portanto, é ca-
paz de se comunicar com outro computador na Rede que
Figura 89: Símbolo do Mozilla Firefox o esteja acessando através de um cliente FTP.
  FTP anônimo versus FTP com autenticação existem
Opera: Usabilidade muito agradável, possui grande dois tipos de conexão FTP, a primeira, e mais utilizada, é a
desempenho, porém especialistas em segurança o consi- conexão anônima, na qual não é preciso possuir um user-
dera o navegador com menos segurança. name ou password (senha) no servidor de FTP, bastando
apenas identificar-se como anonymous (anônimo). Neste
caso, o que acontece é que, em geral, a árvore de diretório
que se enxerga é uma sub-árvore da árvore do sistema. Isto
é muito importante, porque garante um nível de segurança
adequado, evitando que estranhos tenham acesso a todas
as informações da empresa. Quando se estabelece uma co-
Figura 90: Símbolo do Opera nexão de “FTP anônimo”, o que acontece em geral é que a
conexão é posicionada no diretório raiz da árvore de dire-
tórios. Dentre os mais comuns estão: pub, etc, outgoing e
incoming. O segundo tipo de conexão envolve uma auten-

59
INFORMÁTICA BÁSICA

ticação, e portanto, é indispensável que o usuário possua Uma forma de atender a necessidade de comunicação
um username e uma password que sejam reconhecidas entre ker- nel e aplicativo é a chamada do sistema (System
pelo sistema, quer dizer, ter uma conta nesse servidor. Nes- Call), que é uma interface entre um aplicativo de espaço de
te caso, ao estabelecer uma conexão, o posicionamento usuário e um serviço que o kernel fornece.
é no diretório criado para a conta do usuário – diretório Como o serviço é fornecido no kernel, uma chamada
home, e dali ele poderá percorrer toda a árvore do sistema, direta não pode ser executada; em vez disso, você deve
mas só escrever e ler arquivos nos quais ele possua. utilizar um processo de cruzamento do limite de espaço do
Assim como muitas aplicações largamente utilizadas usuário/kernel.
hoje em dia, o FTP também teve a sua origem no sistema No Linux também existem diferentes run levels de ope-
operacional UNIX, que foi o grande percursor e responsá- ração. O run level de uma inicialização padrão é o de nú-
vel pelo sucesso e desenvolvimento da Internet.  mero 2.
Como o Linux também é conhecido por ser um sis-
Algumas dicas tema operacional que ainda usa muitos comandos digi-
1. Muitos sites que aceitam FTP anônimo limitam o nú- tados, não poderíamos deixar de falar sobre o Shell, que
mero de conexões simultâneas para evitar uma sobrecarga é justamente o programa que permite ao usuário digitar
na máquina. Uma outra limitação possível é a faixa de ho- comandos que sejam inteligíveis pelo sistema operacional
rário de acesso, que muitas vezes é considerada nobre em e executem funções.
horário comercial, e portanto, o FTP anônimo é tempora- No MS DOS, por exemplo, o Shell era o command.com,
riamente desativado. através do qual podíamos usar comandos como o dir, cd
2. Uma saída para a situação acima é procurar “sites e outros. No Linux, o Shell mais usado é o Bash, que, para
espelhos” que tenham o mesmo conteúdo do site sendo usuários comuns, aparece com o símbolo $, e para o root,
acessado. aparece como símbolo #.
3. Antes de realizar a transferência de qualquer arquivo Temos também os termos usuário e superusuário. En-
verifique se você está usando o modo correto, isto é, no quanto ao usuário é dada a permissão de utilização de
caso de arquivos-texto, o modo é ASCII, e no caso de arqui- comandos simples, ao superusuário é permitido configurar
vos binários (.exe, .com, .zip, .wav, etc.), o modo é binário. quais comandos os usuários po- dem usar, se eles podem
Esta prevenção pode evitar perda de tempo. apenas ver ou também alterar e gravar dire- tórios, ou seja,
4. Uma coisa interessante pode ser o uso de um servi- ele atua como o administrador do sistema. O diretório pa-
dor de FTP em seu computador. Isto pode permitir que um drão que contém os programas utilizados pelo superusuário
amigo seu consiga acessar o seu computador como um para o gerenciamento e a manutenção do sistema é o /sbin.
servidor remoto de FTP, bastando que ele tenha acesso ao /bin - Comandos utilizados durante o boot e por usuá-
número IP, que lhe é atribuído dinamicamente. rios comuns.
/sbin - Como os comandos do /bin, só que não são
utilizados pelos usuários comuns.
Por esse motivo, o diretório sbin é chamado de superu-
CONCEITO DE SOFTWARE LIVRE. suário, pois existem comandos que só podem ser utilizados
nesse diretório. É como se quem estivesse no diretório sbin
fosse o administrador do sistema, com permissões espe-
ciais de inclusões, exclusões e alterações.
O Linux é um sistema operacional inicialmente basea-
do em comandos, mas que vem desenvolvendo ambientes Comandos básicos
gráficos de estruturas e uso similares ao do Windows. Ape- Iniciaremos agora o estudo sobre vários comandos que
sar desses ambientes gráficos serem cada vez mais adota- podemos usar no Shell do Linux:
dos, os comandos do Linux ainda são largamente empre- -addgroup - adiciona grupos
gados, sendo importante seu conhecimento e estudo. -adduser - adiciona usuários
Outro termo muito usado quando tratamos do Linux é -apropos - realiza pesquisa por palavra ou string
o kernel, que é uma parte do sistema operacional que faz a -cat - mostra o conteúdo de um arquivo binário ou tex-
ligação entre software e máquina, é a camada de software to
mais próxima do hardware, considerado o núcleo do sis- -cd - entra num diretório (exemplo: cd docs) ou retor-
tema. O Linux teve início com o desenvolvimento de um na para home
pequeno kernel, desenvolvido por Linus Torvalds, em 1991, cd <pasta> – vai para a pasta especificada. exem-
quando era apenas um estudante finlandês. Ao kernel que plo: cd /usr/bin/
Linus desenvolveu, deu o nome de Linux. Como o kernel -chfn - altera informação relativa a um utilizador
é capaz de fazer gerenciamentos primários básicos e es- -chmod - altera as permissões de arquivos ou diretó-
senciais para o funcionamento da máquina, foi necessário rios. É um comando para manipulação de arquivos e dire-
desenvolver módulos específicos para atender várias neces- tórios que muda as permissões para acesso àqueles. por
sidades, como por exemplo um módulo capaz de utilizar exemplo, um diretório que poderia ser de escrita e leitura,
uma placa de rede ou de vídeo lançada no mercado ou até pode passar a ser apenas leitura, impedindo que seu con-
uma interface gráfica como a que usamos no Windows. teúdo seja alterado.

60
INFORMÁTICA BÁSICA

-chown - altera a propriedade de arquivos e pastas


(dono)
-clear – limpa a tela do terminal
-cmd>>txt - adiciona o resultado do comando (cmd)
ao fim do arquivo (txt)
-cp - copia diretórios ‘cp -r’ copia recursivamente
-df - reporta o uso do espaço em disco do sistema de
arquivos
-dig - testa a configuração do servidor DNs
-dmesg - exibe as mensagens da inicialização (log)
-du - exibe estado de ocupação dos discos/partições
-du -msh - mostra o tamanho do diretório em mega-
bytes Figura 24: Prompt “ftp”
-env - mostra variáveis do sistema
-exit – sair do terminal ou de uma sessão de root. -mount – montar partições em algum lugar do sistema.
-/etc – É o diretório onde ficam os arquivos de confi- -mtr - mostra rota até determinado IP
guração do sistema -mv - move ou renomeia arquivos e diretórios
-/etc/skel – É o diretório onde fica o padrão de arqui- -nano – editor de textos básico.
vos para o diretório Home de novos usuários. -nfs - sistema de arquivos nativo do sistema operacio-
-fdisk -l – mostra a lista de partições. nal Linux, para o compartilhamento de recursos pela rede
-find - comando de busca ex: find ~/ -cmin -3 -netstat - exibe as portas e protocolos abertos no sis-
-find – busca arquivos no disco rígido. tema.
-halt -p – desligar o computador. -nmap - lista as portas de sistemas remotos/locais
-head - mostra as primeiras 10 linhas de um arquivo atrás de portas abertas.
-history – mostra o histórico de comandos dados no -nslookup - consultas a serviços DNs
terminal. -ntsysv - exibe e configura os processos de inicialização
-ifconfig - mostra as interfaces de redes ativas e as in- -passwd - modifica senha (password) de usuários
for- mações relacionadas a cada uma delas -ps - mostra os processos correntes
-iptraf - analisador de tráfego da rede com interface -ps –aux - mostra todos os processos correntes no sis-
gráfica baseada em diálogos tema
-kill - manda um sinal para um processo. Os sinais sIG- -ps -e – lista os processos abertos no sistema.
TErm e sIGKILL encerram o processo. -pwd - exibe o local do diretório atual. o prompt pa-
-kill -9 xxx – mata o processo de número xxx. drão do Linux exibe apenas o último nome do caminho do
-killall - manda um sinal para todos os processos. diretório atual. para exibir o caminho completo do diretório
-less - mostra o conteúdo de um arquivo de texto com atual digite o comando pwd. Linux@fedora11 – é a versão
controle do Linux que está sendo usada. help pwd – é o coman-
-ls - listar o conteúdo do diretório do que nos mostrará o conteúdo da ajuda sobre o pwd. A
-ls -alh - mostra o conteúdo detalhado do diretório informação do help nos mostra-nos que pwd imprime o
-ls –ltr - mostra os arquivos no formado longo (l) em nome do diretório atual.
ordem inversa (r) de data (t) -reboot – reiniciar o computador.
-man - mostra informações sobre um comando -recode - recodifica um arquivo ex: recode iso-8859-
-mkdir - cria um diretório. É um comando utilizado na 15.. utf8 file_to_change.txt
raiz do Linux para a criação de novos diretórios. -rm - remoção de arquivos (também remove diretórios)
-rm -rf - exclui um diretório e todo o seu conteúdo
Na imagem a seguir, no prompt ftp, foi criado o diretó- -rmdir - exclui um diretório (se estiver vazio)
rio chamado “myfolder”. -route - mostra as informações referentes às rotas
-shutdown -r now – reiniciar o computador
-split - divide um arquivo
-smbpasswd - No sistema operacional Linux, na versão
samba, smbpasswd permite ao usuário alterar sua senha
criptografada smb que é armazenada no arquivo smbpass-
wd (normalmente no diretório privado sob a hierarquia de
diretórios do samba). os usuários comuns só podem exe-
cutar o comando sem opções. Ele os levará para que sua
senha velha smb seja digitada e, em seguida, pedir-lhes sua
nova senha duas vezes, para garantir que a senha foi digi-
tada corretamente. Nenhuma senha será mostrada na tela
enquanto está sendo digitada.

61
INFORMÁTICA BÁSICA

-su - troca para o superusuário root (é exigida a senha) Distribuição Linux é um sistema operacional que uti-
-su user - troca para o usuário especificado em ‘user’ liza o núcleo (kernel) do Linux e outros softwares. Exis-
(é exigida a senha) tem várias versões do Linux (comerciais ou não): Ubuntu,
-tac - semelhante ao cat, mas inverte a ordem Debian, Fedora, etc. Cada uma com suas vantagens e
-tail - o comando tail mostra as últimas linhas de um desvantagens. O que torna a escolha de uma distribui-
arquivo texto, tendo como padrão as 10 últimas linhas. Sua ção bem pessoal.
sintaxe é: tail nome_do_arquivo. Ele pode ser acrescentado Distribuições são criadas, normalmente, para aten-
de alguns parâmetros como o -n que mostra o [numero] der razões específicas. Por exemplo, existem distribui-
de linhas do final do arquivo; o – c [numero] que mostra ções para rodar em servidores, redes - onde a segurança
o [numero] de bytes do final do arquivo e o – f que exibe é prioridade - e, também, computadores pessoais.
continuamente os dados do final do arquivo à medida que Assim, não é possível dizer qual é a melhor distri-
são acrescentados. buição. Pois, depende da finalidade do seu computador.
-tcpdump sniffer - sniffer é uma ferramenta que
“ouve” os pacotes Sistema de arquivos: organização e gerenciamen-
-top – mostra os processos do sistema e dados do pro- to de arquivos, diretórios e permissões no Linux
cessador.
-touch touch foo.txt - cria um arquivo foo.txt vazio; Dependendo da versão do Linux é possível encon-
também altera data e hora de modificação para agora trar gerencia- dores de arquivos diferentes. Por exemplo,
-traceroute - traça uma rota do host local até o destino no Linux Ubuntu, encontramos o Nautilus, que permite
mostrando os roteadores intermediários a cópia, recorte, colagem, movimentação e organização
-umount – desmontar partições. dos arquivos e pastas. No Linux, vale lembrar que os
-uname -a – informações sobre o sistema operacional dispositivos de armazenamento não são nomeados por
-userdel - remove usuários letras.
-vi - editor de ficheiros de texto Por exemplo, no Windows, se você possui um HD na
-vim - versão melhorada do editor supracitado máquina, ele recebe o nome de C. Se possui dois HDs,
-which - mostra qual arquivo binário está sendo cha- um será o C e o outro o E. Já no Linux, tudo fará parte de
mado pelo shell quando chamado via linha de comando um mesmo sistema da mesma estrutura de pastas.
-who - informa quem está logado no sistema

Não são só comandos digitados via teclado que pode-


mos executar no Linux. Várias versões foram desenvolvidas
e o kernel evoluiu muito. Sobre ele rodam as mais diversas
interfaces gráficas, baseadas principalmente no servidor de
janelas XFree. Entre as mais de vinte interfaces gráficas cria-
das para o Linux, vamos citar o KDE.

Figura 26: Linux – Fonte: O Livro Oficial do Ubuntu

As principais pastas do Linux são:


/etc - possui os arquivos gerais de configuração do
sistema e dos
programas instalados.
/home – cada conta de usuário possui um diretório
salvo na pasta home.
/boot – arquivos de carregamento do sistema, in-
cluindo configuração do gerenciador de boot e o kernel.
Figura 25: Menu K, na versão Suse – imagem obtida de /dev – onde ficam as entradas das placas de disposi-
http://pt.wikibooks. org/wiki/Linux_para_iniciantes/A_in- tivos como rede, som, impressoras.
terface_gr%C3%A1fica_KDE /lib – bibliotecas do sistema.
/media – possui a instalação de dispositivos como
Um dos motivos que ainda desestimula várias pes- drive de CD, pen drives e outros.
soas a adotarem o Linux como seu sistema operacional é a /opt – usado por desenvolvedores de programas.
quantidade de programas compatíveis com ele, o que vem /proc – armazena informações sobre o estado atual
sendo solucionado com o passar do tempo. Sua interface do sistema.
familiar, semelhante ao do Windows, tem ajudado a au- /root – diretório do superusuário.
mentar os adeptos ao Linux.

62
INFORMÁTICA BÁSICA

O gerenciamento de arquivos e diretórios, ou seja, Administração de usuários e grupos no Linux


copiar, mover, recortar e colar pode ser feito, julgando que
estamos usando o Nautilus, da seguinte forma: Antes de iniciarmos, entendamos dois termos:
- Copiar: clique com o botão direito do mouse sobre o - superusuário: é o administrador do sistema. Ele
arquivo ou diretório. O conteúdo será movido para a área tem acesso e permissão para executar todos os coman-
de transferência, mas o original permanecerá no local. dos.
- Recortar: clique com o botão direito do mouse sobre - usuário comum: tem as permissões configuradas
o arquivo ou diretório. O conteúdo será movido para a área pelo superusuário para o grupo em que se encontra.
de transferência, sendo removido do seu local de origem. Um usuário pode fazer parte de vários grupos e um
- Colar: clique com o botão direito do mouse no local grupo pode ter vários usuários. Dessa forma, podemos
desejado e depois em colar. O conteúdo da área de trans- atribuir permissões aos grupos e colocar o usuário que
ferência será colado. desejamos que tenha determinada permissão no grupo
Outra forma é deixar a janela do local de origem do ar- correspondente.
quivo aberta e abrir outra com o local de destino. Pressio-
nar o botão esquerdo do mouse sobre o arquivo desejado Comandos básicos para grupos
e movê-lo para o destino.
- Para criar grupos: sudo groupadd nomegrupo
Instalar, remover e atualizar programas - Para criar um usuário no grupo: sudo useradd –g
nomegrupo nomeusuario
Para instalar ou remover um programa, considerando o - Definir senha para o usuário: sudo password no-
Linux Ubuntu, podemos utilizar a ferramenta Adicionar/Re- meusuario
mover Aplicações, que possibilita a busca de drives pela In- - Remover usuário do sistema: sudo userdel no-
ternet. Esta ferramenta é encontrada no menu Aplicações, meusuario
Adicionar/Remover.
Na parte superior da janela encontramos uma linha de Permissões no Linux
busca, na qual podemos digitar o termo do aplicativo dese-
jado. Ao lado da linha de pesquisa temos a configuração de Vale lembrar que apenas o superusuário (root) tem
mostrar apenas os itens suportados pelo Ubuntu. acesso irrestrito aos conteúdos do sistema. Os outros
O lado esquerdo lista todas as categorias de progra- dependem de sua permissão para executar comandos.
mas. Quando uma categoria é selecionada sua descrição é As permissões podem ser sobre tipo do arquivo, per-
mostrada na parte de baixo da janela. Como exemplos de missões do proprietário, permissões do grupo e per-
categorias podemos citar: Acessórios, Educacionais, Jogos, missões para os outros usuários.
Gráficos, Internet, entre outros. Diretórios são designados com a letra ‘d’ e arquivos
comuns com o ‘-‘.
Manipulação de hardware e dispositivos Alguns dos comandos utilizados em permissões
são:
A manipulação de hardware e dispositivos pode ser ls – l Lista diretórios e suas permissões rw- permis-
feita no menu Locais, Computador, através do qual aces- sões do proprietário do grupo
samos a lista de dispositivos em execução. A maioria dos r- permissões do grupo ao qual o usuário pertence
dispositivos de hardware instalados no Linux Ubuntu são r- -permissão para os outros usuários
simplesmente instalados. Quando se trata de um pen drive, As permissões do Linux são: leitura, escrita e exe-
após sua conexão física, aparecerá uma janela do geren- cução.
ciador de arquivos exibindo o conteúdo do dispositivo. É - Leitura: (r, de Read) permite que o usuário apenas
importante, porém, lembrar-se de desmontar corretamente veja, ou seja, leia o arquivo.
os dispositivos de armazenamento e outros antes de en- - Gravação, ou escrita: (w, de Write) o usuário pode
cerrar seu uso. No caso do pen drive, podemos clicar com criar e alterar arquivos.
o botão direito do mouse sobre o ícone localizado na área - Execução: (x, de eXecution) o usuário pode execu-
de trabalho e depois em Desmontar. tar arquivos.
Quando a permissão é acompanhada com o ‘-‘, sig-
Agendamento de tarefas nifica que ela não é atribuída ao usuário.

O agendamento de tarefas no Linux Ubuntu é realiza- Compactação e descompactação de arquivos


do pelo agendador de tarefas chamado cron, que permite Comandos básicos para compactação e descom-
estipular horários e intervalos para que tarefas sejam exe- pactação de arquivos:
cutadas. Ele permite detalhar comandos, data e hora que gunzip [opções] [arquivos] descompacta arquivos
ficam em um arquivo chamado crontab, arquivo de texto compacta- dos com gzip.
que armazena a lista de comandos a serem aciona- dos no gzexe [opções] [arquivos] compacta executáveis.
horário e data estipulados. gunzip [opções] [arquivos] descompacta arquivos.
zcat [opções] [arquivos] descompacta arquivos.

63
INFORMÁTICA BÁSICA

Backup A Segurança da Informação se refere à proteção exis-


tente sobre as informações de uma determinada empresa
Comandos básicos para backups ou pessoa, isto é, aplica-se tanto às informações corporati-
tar agrupa vários arquivos em somente um. vas quanto aos pessoais. Entende-se por informação todo
compress faz a compressão de arquivos padrão do conteúdo ou dado que tenha valor para alguma organiza-
Unix. ção ou pessoa. Ela pode estar guardada para uso restrito
uncompress descomprime arquivos compactados ou exibida ao público para consulta ou aquisição.
pelo com- press. Podem ser estabelecidas métricas (com o uso ou não
zcat permite visualizar arquivos compactados pelo de ferramentas) para definir o nível de segurança que há e,
compress. com isto, estabelecer as bases para análise de melhorias ou
pioras de situações reais de segurança. A segurança de cer-
ta informação pode ser influenciada por fatores comporta-
mentais e de uso de quem se utiliza dela, pelo ambiente ou
infraestrutura que a cerca ou por pessoas mal-intenciona-
das que têm o objetivo de furtar, destruir ou modificar tal
informação.
A tríade CIA (Confidentiality, Integrity and Availabi-
lity) — Confidencialidade, Integridade e Disponibilidade
— representa as principais características que, atualmen-
te, orientam a análise, o planejamento e a implementação
da segurança para um certo grupo de informações que se
almeja proteger. Outros fatores importantes são a irrevo-
gabilidade e a autenticidade. Com a evolução do comércio
eletrônico e da sociedade da informação, a privacidade é
também uma grande preocupação.
Portanto as características básicas, de acordo com os
Figura 27: Centro de controle do KDE imagem obtida padrões internacionais (ISO/IEC 17799:2005) são as seguin-
de http:// tes:
pt.wikibooks.org/wiki/Linux_para_iniciantes/A_interfa- - Confidencialidade – especificidade que limita o aces-
ce_ so a informação somente às entidades autênticas, ou seja,
gr%C3%A1fica_KDE àquelas autorizadas pelo proprietário da informação.
- Integridade – especificidade que assegura que a in-
formação manipulada mantenha todas as características
autênticas estabelecidas pelo proprietário da informação,
CONCEITOS DE SEGURANÇA DA incluindo controle de mudanças e garantia do seu ciclo de
INFORMAÇÃO APLICADOS A TIC. vida (nascimento, manutenção e destruição).
CÓPIA DE SEGURANÇA (BACKUP): - Disponibilidade – especificidade que assegura que a
CONCEITOS. informação esteja sempre disponível para o uso legítimo,
ou seja, por aqueles usuários que têm autorização pelo
proprietário da informação.
- Autenticidade – especificidade que assegura que a
Segurança da informação: procedimentos de segu- informação é proveniente da fonte anunciada e que não foi
rança alvo de mutações ao longo de um processo.
- Irretratabilidade ou não repúdio – especificidade que
A Segurança da Informação refere-se às proteções assegura a incapacidade de negar a autoria em relação a
existentes em relação às informações de uma determi- uma transação feita anteriormente.
nada empresa, instituição governamental ou pessoa. Ou
seja, aplica-se tanto às informações corporativas quanto Mecanismos de segurança
as pessoais.
Entende-se por informação todo e qualquer conteú- O suporte para as orientações de segurança pode ser
do ou dado que tenha valor para alguma corporação ou encontrado em:
pessoa. Ela pode estar guardada para uso restrito ou Controles físicos: são barreiras que limitam o contato
exposta ao público para consulta ou aquisição. ou acesso direto a informação ou a infraestrutura (que as-
Antes de proteger, devemos saber: segura a existência da informação) que a suporta.
- O que proteger; Controles lógicos: são bloqueios que impedem ou limi-
- De quem proteger; tam o acesso à informação, que está em ambiente contro-
- Pontos frágeis; lado, geralmente eletrônico, e que, de outro modo, ficaria
- Normas a serem seguidas. exibida a alteração não autorizada por elemento mal-in-
tencionado.

64
INFORMÁTICA BÁSICA

Existem mecanismos de segurança que sustentam os   Hoje, a criptografia pode ser considerada um méto-
controles lógicos: do 100% seguro, pois, quem a utiliza para enviar e-mails e
proteger seus arquivos, estará protegido contra fraudes e
- Mecanismos de cifração ou encriptação: Permitem a tentativas de invasão.
modificação da informação de forma a torná-la ininteligível Os termos ‘chave de 64 bits’ e ‘chave de 128 bits’ são
a terceiros. Utiliza-se para isso, algoritmos determinados e usados para expressar o tamanho da chave, ou seja, quanto
uma chave secreta para, a partir de um conjunto de dados mais bits forem utilizados, mais segura será essa criptogra-
não criptografados, produzir uma sequência de dados crip- fia.
tografados. A operação contrária é a decifração. Um exemplo disso é se um algoritmo usa um chave de
- Assinatura digital: Um conjunto de dados criptogra- 8 bits, apenas 256 chaves poderão ser usadas para decodi-
fados, agregados a um documento do qual são função, ficar essa informação, pois 2 elevado a 8 é igual a 256. As-
garantindo a integridade e autenticidade do documento sim, um terceiro pode tentar gerar 256 tentativas de combi-
associado, mas não ao resguardo das informações. nações e decodificar a mensagem, que mesmo sendo uma
- Mecanismos de garantia da integridade da informa- tarefa difícil, não é impossível. Portanto, quanto maior o
ção: Usando funções de “Hashing” ou de checagem, é ga- número de bits, maior segurança terá a criptografia.
rantida a integridade através de comparação do resultado
do teste local com o divulgado pelo autor. Existem dois tipos de chaves criptográficas, as chaves
- Mecanismos de controle de acesso: Palavras-chave, simétricas e as chaves assimétricas
sistemas biométricos, firewalls, cartões inteligentes. Chave Simétrica é um tipo de chave simples, que é usa-
- Mecanismos de certificação: Atesta a validade de um da para a codificação e decodificação. Entre os algoritmos
documento. que usam essa chave, estão:
- Integridade: Medida em que um serviço/informação é - DES (Data Encryption Standard): Faz uso de chaves de
autêntico, ou seja, está protegido contra a entrada por intrusos. 56 bits, que corresponde à aproximadamente 72 quatrilhões
- Honeypot: É uma ferramenta que tem a função de de combinações. Mesmo sendo um número extremamente
proposital de simular falhas de segurança de um sistema e elevado, em 1997, quebraram esse algoritmo através do mé-
obter informações sobre o invasor enganando-o, e fazen- todo de ‘tentativa e erro’, em um desafio na internet.
do-o pensar que esteja de fato explorando uma fraqueza - RC (Ron’sCode ou RivestCipher): É um algoritmo muito
daquele sistema. É uma espécie de armadilha para invaso- utilizado em e-mails e usa chaves de 8 a 1024 bits. Além
res. O HoneyPot não oferece forma alguma de proteção. disso, ele tem várias versões que diferenciam uma das ou-
- Protocolos seguros: Uso de protocolos que garantem tras pelo tamanho das chaves.
um grau de segurança e usam alguns dos mecanismos citados. - EAS (AdvancedEncryption Standard): Atualmente é um
dos melhores e mais populares algoritmos de criptogra-
Mecanismos de encriptação fia. É possível definir o tamanho da chave como sendo de
128bits, 192bits ou 256bits.
A criptografia vem, originalmente, da fusão entre duas - IDEA (International Data EncryptionAlgorithm): É um
palavras gregas: algoritmo que usa chaves de 128 bits, parecido com o DES.
• CRIPTO = ocultar, esconder. Seu ponto forte é a fácil execução de software.
• GRAFIA= escrever  As chaves simétricas não são absolutamente seguras
Criptografia é a ciência de escrever em cifra ou em có- quando referem-se às informações extremamente valiosas,
digos. Ou seja, é um conjunto de técnicas que tornam uma principalmente pelo emissor e o receptor precisarem ter
mensagem ininteligível, e permite apenas que o destinatá- o conhecimento da mesma chave. Dessa forma, a trans-
rio que saiba a chave de encriptação possa decriptar e ler a missão pode não ser segura e o conteúdo pode chegar a
mensagem com clareza. terceiros.
Permitema transformação reversível dainformação de
forma a torná-la ininteligível a terceiros. Utiliza-se para isso, Chave Assimétrica utiliza duas chaves: a privada e a pú-
algoritmos determinados e uma chave secreta para,a partir blica. Elas se sintetizam da seguinte forma: a chave pública
de um conjunto de dados não encriptados,produzir uma para codificar e a chave privada para decodificar, conside-
continuação de dados encriptados. A operação inversa é a rando-se que a chave privada é secreta. Entre os algoritmos
desencriptação. utilizados, estão:
- RSA (Rivest, ShmirandAdleman): É um dos algoritmos
Existem dois tipos de chave: a chave pública e a chave de chave assimétrica mais usados, em que dois números
privada. primos (aqueles que só podem ser divididos por 1 e por
  eles mesmos) são multiplicados para a obter um terceiro
A chave pública é usada para codificar as informações, valor. Assim, é preciso fazer fatoração, que significa desco-
e a chave privada é usada para decodificar.   brir os dois primeiros números a partir do terceiro, sendo
Dessa forma, na pública, todos têm acesso, mas para um cálculo difícil. Assim, se números grandes forem utili-
‘abrir’ os dados da informação, que aparentemente não zados, será praticamente impossível descobrir o código. A
tem sentido, é preciso da chave privada, que apenas o chave privada do RSA são os números que são multiplica-
emissor e receptor original possui. dos e a chave pública é o valor que será obtido.

65
INFORMÁTICA BÁSICA

- ElGamal: Utiliza-se do ‘logaritmo discreto’, que é um problema matemático que o torna mais seguro. É muito usado
em assinaturas digitais.

Segurança na internet; vírus de computadores; Spyware; Malware; Phishing; Worms e pragas virtuais e Apli-
cativos para segurança (antivírus, firewall e antispyware)

Firewall é uma solução de segurança fundamentada em hardware ou software (mais comum) que, a partir de um con-
junto de regras ou instruções, analisa o tráfego de rede para determinar quais operações de transmissão ou recepção de
dados podem ser realizadas. “Parede de fogo”, a tradução literal do nome, já deixa claro que o firewall se enquadra em
uma espécie de barreira de defesa. A sua missão, consiste basicamente em bloquear tráfego de dados indesejados e liberar
acessos desejados.
Para melhor compreensão, imagine um firewall como sendo a portaria de um condomínio: para entrar, é necessário
obedecer a determinadas regras, como se identificar, ser esperado por um morador e não portar qualquer objeto que possa
trazer riscos à segurança; para sair, não se pode levar nada que pertença aos condôminos sem a devida autorização.
Neste sentido, um firewall pode impedir uma série de ações maliciosas: um malware que utiliza determinada porta para
se instalar em um computador sem o usuário saber, um programa que envia dados sigilosos para a internet, uma tentativa
de acesso à rede a partir de computadores externos não autorizados, entre outros.
Você já sabe que um firewall atua como uma espécie de barreira que verifica quais dados podem passar ou não. Esta
tarefa só pode ser feita mediante o estabelecimento de políticas, isto é, de regras estabelecidas pelo usuário.
Em um modo mais restritivo, um firewall pode ser configurado para bloquear todo e qualquer tráfego no computador
ou na rede. O problema é que esta condição isola este computador ou esta rede, então pode-se criar uma regra para que,
por exemplo, todo aplicativo aguarde autorização do usuário ou administrador para ter seu acesso liberado. Esta autoriza-
ção poderá inclusive ser permanente: uma vez dada, os acessos seguintes serão automaticamente permitidos.
Em um modo mais versátil, um firewall pode ser configurado para permitir automaticamente o tráfego de determina-
dos tipos de dados, como requisições HTTP (veja mais sobre esse protocolo no ítem 7), e bloquear outras, como conexões
a serviços de e-mail.
Perceba, como estes exemplos, que as políticas de um firewall são baseadas, inicialmente, em dois princípios: todo trá-
fego é bloqueado, exceto o que está explicitamente autorizado; todo tráfego é permitido, exceto o que está explicitamente
bloqueado.
Firewalls mais avançados podem ir além, direcionando determinado tipo de tráfego para sistemas de segurança inter-
nos mais específicos ou oferecendo um reforço extraem procedimentos de autenticação de usuários, por exemplo.
O trabalho de um firewall pode ser realizado de várias formas. O que define uma metodologia ou outra são fatores
como critérios do desenvolvedor, necessidades específicas do que será protegido, características do sistema operacional
que o mantém, estrutura da rede e assim por diante. É por isso que podemos encontrar mais de um tipo de firewall. A
seguir, os mais conhecidos.

Filtragem de pacotes (packetfiltering): As primeiras soluções de firewall surgiram na década de 1980 baseando-se em
filtragem de pacotes de dados (packetfiltering), uma metodologia mais simples e, por isso, mais limitada, embora ofereça
um nível de segurança significativo.
Para compreender, é importante saber que cada pacote possui um cabeçalho com diversas informações a seu respeito,
como endereço IP de origem, endereço IP do destino, tipo de serviço, tamanho, entre outros. O Firewall então analisa estas
informações de acordo com as regras estabelecidas para liberar ou não o pacote (seja para sair ou para entrar na máquina/
rede), podendo também executar alguma tarefa relacionada, como registrar o acesso (ou tentativa de) em um arquivo de
log.
O firewall de aplicação, também conhecido como proxy de serviços (proxy services) ou apenas proxy é uma solução
de segurança que atua como intermediário entre um computador ou uma rede interna e outra rede, externa normalmente,
a internet. Geralmente instalados em servidores potentes por precisarem lidar com um grande número de solicitações, fire-
walls deste tipo são opções interessantes de segurança porque não permitem a comunicação direta entre origem e destino.
A imagem a seguir ajuda na compreensão do conceito. Perceba que em vez de a rede interna se comunicar direta-
mente com a internet, há um equipamento entre ambos que cria duas conexões: entre a rede e o proxy; e entre o proxy e
a internet. Observe:

66
INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 93: Proxy

Perceba que todo o fluxo de dados necessita passar pelo proxy. Desta forma, é possível, por exemplo, estabelecer
regras que impeçam o acesso de determinados endereços externos, assim como que proíbam a comunicação entre com-
putadores internos e determinados serviços remotos.
Este controle amplo também possibilita o uso do proxy para tarefas complementares: o equipamento pode registrar
o tráfego de dados em um arquivo de log; conteúdo muito utilizado pode ser guardado em uma espécie de cache (uma
página Web muito acessada fica guardada temporariamente no proxy, fazendo com que não seja necessário requisitá-la
no endereço original a todo instante, por exemplo); determinados recursos podem ser liberados apenas mediante auten-
ticação do usuário; entre outros.
A implementação de um proxy não é tarefa fácil, haja visto a enorme quantidade de serviços e protocolos existentes
na internet, fazendo com que, dependendo das circunstâncias, este tipo de firewall não consiga ou exija muito trabalho de
configuração para bloquear ou autorizar determinados acessos.
Proxy transparente: No que diz respeito a limitações, é conveniente mencionar uma solução chamada de proxy trans-
parente. O proxy “tradicional”, não raramente, exige que determinadas configurações sejam feitas nas ferramentas que
utilizam a rede (por exemplo, um navegador de internet) para que a comunicação aconteça sem erros. O problema é, de-
pendendo da aplicação, este trabalho de ajuste pode ser inviável ou custoso.
O proxy transparente surge como uma alternativa para estes casos porque as máquinas que fazem parte da rede não
precisam saber de sua existência, dispensando qualquer configuração específica. Todo acesso é feito normalmente do clien-
te para a rede externa e vice-versa, mas o proxy transparente consegue interceptá-lo e responder adequadamente, como
se a comunicação, de fato, fosse direta.
É válido ressaltar que o proxy transparente também tem lá suas desvantagens, por exemplo: um proxy «normal» é ca-
paz de barrar uma atividade maliciosa, como um malware enviando dados de uma máquina para a internet; o proxy trans-
parente, por sua vez, pode não bloquear este tráfego. Não é difícil entender: para conseguir se comunicar externamente, o
malware teria que ser configurado para usar o proxy “normal” e isso geralmente não acontece; no proxy transparente não
há esta limitação, portanto, o acesso aconteceria normalmente.

Limitações dos firewalls


Firewalls têm lá suas limitações, sendo que estas variam conforme o tipo de solução e a arquitetura utilizada. De fato,
firewalls são recursos de segurança bastante importantes, mas não são perfeitos em todos os sentidos, seguem abaixo
algumas dessas limitações:

- Um firewall pode oferecer a segurança desejada, mas comprometer o desempenho da rede (ou mesmo de um com-
putador). Esta situação pode gerar mais gastos para uma ampliação de infraestrutura capaz de superar o problema;
- A verificação de políticas tem que ser revista periodicamente para não prejudicar o funcionamento de novos serviços;
- Novos serviços ou protocolos podem não ser devidamente tratados por proxies já implementados;
- Um firewall pode não ser capaz de impedir uma atividade maliciosa que se origina e se destina à rede interna;
- Um firewall pode não ser capaz de identificar uma atividade maliciosa que acontece por descuido do usuário - quando
este acessa um site falso de um banco ao clicar em um link de uma mensagem de e-mail, por exemplo;
- Firewalls precisam ser “vigiados”. Malwares ou atacantes experientes podem tentar descobrir ou explorar brechas de
segurança em soluções do tipo;
- Um firewall não pode interceptar uma conexão que não passa por ele. Se, por exemplo, um usuário acessar a internet
em seu computador a partir de uma conexão 3G (justamente para burlar as restrições da rede, talvez), o firewall não con-
seguirá interferir.

67
INFORMÁTICA BÁSICA

SISTEMA ANTIVÍRUS.

Qualquer usuário já foi, ou ainda é vítima dos vírus, spywares, trojans, entre muitos outros. Quem que nunca precisou
formatar seu computador?
Os vírus representam um dos maiores problemas para usuários de computador. Para poder resolver esses problemas,
as principais desenvolvedoras de softwares criaram o principal utilitário para o computador, os antivírus, que são progra-
mas com o propósito de detectar e eliminar vírus e outros programas prejudiciais antes ou depois de ingressar no sistema.
Os vírus, worms, Trojans, spyware são tipos de programas de software que são implementados sem o consentimento
(e inclusive conhecimento) do usuário ou proprietário de um computador e que cumprem diversas funções nocivas para
o sistema. Entre elas, o roubo e perda de dados, alteração de funcionamento, interrupção do sistema e propagação para
outros computadores.
Os antivírus são aplicações de software projetadas como medida de proteção e segurança para resguardar os dados e o
funcionamento de sistemas informáticos caseiros e empresariais de outras aplicações conhecidas comunmente como vírus
ou malware que tem a função de alterar, perturbar ou destruir o correto desempenho dos computadores.
Um programa de proteção de vírus tem um funcionamento comum que com frequência compara o código de cada
arquivo que revisa com uma base de dados de códigos de vírus já conhecidos e, desta maneira, pode determinar se trata
de um elemento prejudicial para o sistema. Também pode reconhecer um comportamento ou padrão de conduta típica
de um vírus. Os antivírus podem registrar tanto os arquivos encontrados dentro do sistema como aqueles que procuram
ingressar ou interagir com o mesmo.
Como novos vírus são criados de maneira quase constante, sempre é preciso manter atualizado o programa antivírus
de maneira de que possa reconhecer as novas versões maliciosas. Assim, o antivírus pode permanecer em execução duran-
te todo tempo que o sistema informático permaneça ligado, ou registrar um arquivo ou série de arquivos cada vez que o
usuário exija. Normalmente, o antivírus também pode verificar e-mails e sites de entrada e saída visitados.
Um antivírus pode ser complementado por outros aplicativos de segurança, como firewalls ou anti-spywares que cum-
prem funções auxiliares para evitar a entrada de vírus.
Então, antivírus são os programas criados para manter seu computador seguro, protegendo-o de programas malicio-
sos, com o intuito de estragar, deletar ou roubar dados de seu computador.
Ao pesquisar sobre antivírus para baixar, sempre escolha os mais famosos, ou conhecidos, pois hackers estão usando
este mercado para enganar pessoas com falsos softwares, assim, você instala um “antivírus” e deixa seu computador vul-
nerável aos ataques.
E esses falsos softwares estão por toda parte, cuidado ao baixar programas de segurança em sites desconhecidos, e
divulgue, para que ninguém seja vítima por falta de informação.
Os vírus que se anexam a arquivos infectam também todos os arquivos que estão sendo ou e serão executados. Alguns
às vezes recontaminam o mesmo arquivo tantas vezes e ele fica tão grande que passa a ocupar um espaço considerável
(que é sempre muito precioso) em seu disco. Outros, mais inteligentes, se escondem entre os espaços do programa origi-
nal, para não dar a menor pista de sua existência.
Cada vírus possui um critério para começar o ataque propriamente dito, onde os arquivos começam a ser apagados,
o micro começa a travar, documentos que não são salvos e várias outras tragédias. Alguns apenas mostram mensagens
chatas, outros mais elaborados fazem estragos muitos grandes.

Existe uma variedade enorme de softwares antivírus no mercado. Independente de qual você usa, mantenha-o sempre
atualizado. Isso porque surgem vírus novos todos os dias e seu antivírus precisa saber da existência deles para proteger
seu sistema operacional.
A maioria dos softwares antivírus possuem serviços de atualização automática. Abaixo há uma lista com os antivírus
mais conhecidos:
Norton AntiVirus - Symantec - www.symantec.com.br - Possui versão de teste.
McAfee - McAfee - http://www.mcafee.com.br - Possui versão de teste.
AVG - Grisoft - www.grisoft.com - Possui versão paga e outra gratuita para uso não comercial (com menos funcionali-
dades).
Panda Antivírus - Panda Software - www.pandasoftware.com.br - Possui versão de teste.
É importante frisar que a maioria destes desenvolvedores possuem ferramentas gratuitas destinadas a remover vírus
específicos. Geralmente, tais softwares são criados para combater vírus perigosos ou com alto grau de propagação.

68
INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 94: Principais antivírus do mercado atual

Tipos de Vírus

Cavalo-de-Tróia: A denominação “Cavalo de Tróia” (Trojan Horse) foi atribuída aos programas que permitem a inva-
são de um computador alheio com espantosa facilidade. Nesse caso, o termo é análogo ao famoso artefato militar fabri-
cado pelos gregos espartanos. Um “amigo” virtual presenteia o outro com um “presente de grego”, que seria um aplicati-
vo qualquer. Quando o leigo o executa, o pro- grama atua de forma diferente do que era esperado.
Ao contrário do que é erroneamente informado na mídia, que classifica o Cavalo de Tróia como um vírus, ele não se re-
produz e não tem nenhuma comparação com vírus de computador, sendo que seu objetivo é totalmente diverso. Deve-se
levar em consideração, também, que a maioria dos antivírus faz a sua detecção e os classificam como tal. A expressão “Tro-
jan” deve ser usada, exclusivamente, como definição para programas que capturam dados sem o conhecimento do usuário.
O Cavalo de Tróia é um programa que se aloca como um ar- quivo no computador da vítima. Ele tem o intuito de
roubar informações como passwords, logins e quaisquer dados, sigilosos ou não, mantidos no micro da vítima. Quando a
máquina contaminada por um Trojan conectar-se à Internet, poderá ter todas as informações contidas no HD visualizadas
e capturadas por um intruso qualquer. Estas visitas são feitas imperceptivelmente. Só quem já esteve dentro de um com-
putador alheio sabe as possibilidades oferecidas.

Worms (vermes) podem ser interpretados como um tipo de vírus mais inteligente que os demais. A principal diferença entre
eles está na forma de propagação: os worms podem se propagar rapidamente para outros computadores, seja pela Internet, seja
por meio de uma rede local. Geralmente, a contaminação ocorre de maneira discreta e o usuário só nota o problema quando o
computador apresenta alguma anormalidade. O que faz destes vírus inteligentes é a gama de possibilidades de propagação. O
worm pode capturar endereços de e-mail em arquivos do usuário, usar serviços de SMTP (sistema de envio de e-mails) próprios
ou qualquer outro meio que permita a contaminação de computadores (normalmente milhares) em pouco tempo.

Spywares, keyloggers e hijackers: Apesar de não serem necessariamente vírus, estes três nomes também represen-
tam perigo. Spywares são programas que ficam«espionando» as atividades dos internautas ou capturam informações sobre
eles. Para contaminar um computador, os spywares podem vir embutidos em softwares desconhecidos ou serem baixa- dos
automaticamente quando o internauta visita sites de conteúdo duvidoso.
Os keyloggers são pequenos aplicativos que podem vir embutidos em vírus, spywares ou softwares suspeitos, destina-
dos a capturar tudo o que é digitado no teclado. O objetivo principal, nestes casos, é capturar senhas.
Hijackers são programas ou scripts que «sequestram» navegadores de Internet, principalmente o Internet Explorer.
Quando isso ocorre, o hijacker altera a página inicial do browser e impede o usuário de mudá-la, exibe propagandas em
pop-ups ou janelas novas, instala barras de ferramentas no navegador e podem impedir acesso a determinados sites (como
sites de software antivírus, por exemplo).
Os spywares e os keyloggers podem ser identificados por programas anti-spywares. Porém, algumas destas pragas são
tão peri- gosas que alguns antivírus podem ser preparados para identificá-las, como se fossem vírus. No caso de hijackers,
muitas vezes é necessário usar uma ferramenta desenvolvida especialmente para combater aquela praga. Isso porque os hi-
jackers podem se infiltrar no sistema operacional de uma forma que nem antivírus nem anti-spywares conseguem “pegar”.

Hoaxes, São boatos espalhados por mensagens de correio eletrônico, que servem para assustar o usuário de computa-
dor. Uma mensagem no e-mail alerta para um novo vírus totalmente destrutivo que está circulando na rede e que infectará
o micro do destinatário enquanto a mensagem estiver sendo lida ou quando o usuário clicar em determinada tecla ou link.

69
INFORMÁTICA BÁSICA

Quem cria a mensagem hoax normalmente costuma dizer Redes Metropolitanas (Metropolitan Area Network –
que a informação partiu de uma empresa confiável, como MAN) – quando a distância dos equipamentos conec-
IBM e Microsoft, e que tal vírus poderá danificar a máquina tados à uma rede atinge áreas metropolitanas, cerca de
do usuário. Desconsidere a mensagem. 10km. Ex.: TV à cabo;
Redes a Longas Distâncias (Wide Area Network – WAN)
– rede que faz a cobertura de uma grande área geográ-
fica, geralmente, um país, cerca de 100 km;
CONCEITOS DE AMBIENTE DE REDES DE Redes Interligadas (Interconexão de WANs) – são re-
COMPUTADORES. des espalhadas pelo mundo podendo ser interconectadas
a outras redes, capazes de atingirem distâncias bem maio-
res, como um continente ou o planeta. Ex.: Internet;
Rede sem Fio ou Internet sem Fio (Wireless Local Area
Redes de Computadores refere-se à interligação por Network – WLAN) – rede capaz de conectar dispositivos
meio de um sistema de comunicação baseado em trans- eletrônicos próximos, sem a utilização de cabeamento.
missões e protocolos de vários computadores com o ob- Além dessa, existe também a WMAN, uma rede sem fio
jetivo de trocar informações, entre outros recursos. Essa para área metropolitana e WWAN, rede sem fio para
ligação é chamada de estações de trabalho (nós, pontos grandes distâncias.
ou dispositivos de rede).
Atualmente, existe uma interligação entre computado- Topologia de Redes
res espalhados pelo mundo que permite a comunicação Astopologias das redes de computadores são as estru-
entre os indivíduos, quer seja quando eles navegam pela turas físicas dos cabos, computadores e componentes.
internet ou assiste televisão. Diariamente, é necessário utili- Existem as topologias físicas, que são mapas que mos-
zar recursos como impressoras para imprimir documentos, tram a localização de cada componente da rede que
reuniões através de videoconferência, trocar e-mails, aces- serão tratadas a seguir. e as lógicas, representada pelo
sar às redes sociais ou se entreter por meio de jogos, etc. modo que os dados trafegam na rede:
Hoje, não é preciso estar em casa para enviar e-mails, Topologia Ponto-a-ponto – quando as máquinas es-
basta ter um tablet ou smartphone com acesso à internet tão interconectadas por pares através de um roteamen-
nos dispositivos móveis. Apesar de tantas vantagens, o to de dados;
crescimento das redes de computadores também tem seu Topologia de Estrela – modelo em que existe um
lado negativo. A cada dia surgem problemas que preju- ponto central (concentrador) para a conexão, geral-
dicam as relações entre os indivíduos, como pirataria, es- mente um hub ou switch;
pionagem, phishing - roubos de identidade, assuntos polê- Topologia de Anel – modelo atualmente utilizado em
micos como racismo, sexo, pornografia, sendo destacados automação industrial e na década de 1980 pelas redes
com mais exaltação, entre outros problemas. Token Ring da IBM. Nesse caso, todos os computadores são
Há muito tempo, o ser homem sentiu a necessidade entreligados formando um anel e os dados são propagados
de compartilhar conhecimento e estabelecer relações com de computador a computador até a máquina de origem;
pessoas a distância. Na década de 1960, durante a Guerra Topologia de Barramento – modelo utilizado nas pri-
Fria, as redes de computadores surgiram com objetivos mi- meiras conexões feitas pelas redes Ethernet.Refere- se a
litares: interconectar os centros de comando dos EUA para computadores conectados em formato linear, cujo cabea-
com objetivo de proteger e enviar de dados. mento é feito em sequencialmente;
Redes de Difusão (Broadcast) – quando as máquinas
Alguns tipos de Redes de Computadores estão interligadas por um mesmo canal através de pacotes
Antigamente, os computadores eram conectados em endereçados (unicast, broadcast e multicast).
distâncias curtas, sendo conhecidas como  redes locais.
Mas, com a evolução das redes de computadores, foi ne- Cabos
cessário aumentar a distância da troca de informações en- Os cabos ou cabeamentos fazem parte da estrutura fí-
tre as pessoas. As redes podem ser classificadas de acor- sica utilizada para conectar computadores em rede, estan-
do com sua arquitetura (Arcnet, Ethernet, DSL, Token ring, do relacionados a largura de banda, a taxa de transmissão,
etc.), a  extensão geográfica (LAN, PAN, MAN, WLAN, padrões internacionais, etc. Há vantagens e desvantagens
etc.), a topologia (anel, barramento, estrela, ponto-a- para a conexão feita por meio de cabeamento. Os mais uti-
-ponto, etc.) e o meio de transmissão (redes por cabo de lizados são:
fibra óptica, trançado, via rádio, etc.). Cabos de Par Trançado – cabos caracterizados por
Veja alguns tipos de redes: sua velocidade, pode ser feito sob medida, comprados
Redes Pessoais (Personal Area Networks – PAN) – se em lojas de informática ou produzidos pelo usuário;
comunicam a 1 metro de distância. Ex.: Redes Blue- Cabos Coaxiais – cabos que permitem uma distância
tooth; maior na transmissão de dados, apesar de serem flexí-
Redes Locais (Local Area Networks – LAN) – redes em veis, são caros e frágeis. Eles necessitam de barramento
que a distância varia de 10m a 1km. Pode ser uma sala, ISA, suporte não encontrado em computadores mais
um prédio ou um campus de universidade; novos;

70
INFORMÁTICA BÁSICA

Cabos de Fibra Óptica – cabos complexos, caros e Roteadores: Dispositivo utilizado para conectar redes
de difícil instalação. São velozes e imunes a interfe- e arquiteturas diferentes e de grande porte. Ele funciona
rências eletromagnéticas. como um tipo de ponte na camada de  rede do modelo
Após montar o cabeamento de rede é necessário OSI (Open Systens Interconnection - protocolo de inter-
realizar um teste através dos  testadores de cabos, ad- conexão de sistemas abertos para conectar máquinas de
quirido em lojas especializadas. Apesar de testar o fun- diferentes fabricantes), identificando e determinando um IP
cionamento, ele não detecta se existem ligações incor- para cada computador que se conecta com a rede.
retas. É preciso que um técnico veja se os fios dos cabos Sua principal atribuição é ordenar o tráfego de dados
estão na posição certa. na rede e selecionar o melhor caminho. Existem os ro-
teadores estáticos, capaz de encontrar o menor caminho
Sistema de Cabeamento Estruturado para tráfego de dados, mesmo se a rede estiver conges-
Para que essa conexão não prejudique o ambiente tionada; e os  roteadores dinâmicos que encontram ca-
de trabalho, em uma grande empresa, são necessárias minhos mais rápidos e menos congestionados para o
várias conexões e muitos cabos, sendo necessário o ca- tráfego.
beamento estruturado.
Através dele, um técnico irá poupar trabalho e tem- Modem: Dispositivo responsável por transformar a
po, tanto para fazer a instalação, quanto para a remoção onda analógica que será transmitida por meio da linha te-
da rede. Ele é feito através das tomadas RJ-45 que pos- lefônica, transformando-a em sinal digital original.
sibilitam que vários conectores possam ser inseridos
em um único local, sem a necessidade de serem conec- Servidor: Sistema que oferece serviço para as redes de
tados diretamente no hub. computadores, como por exemplo, envio de arquivos ou
Além disso, o sistema de cabeamento estruturado e-mail. Os computadores que acessam determinado servi-
possui um painel de conexões, o Patch Panel, onde os dor são conhecidos como clientes.
cabos das tomadas RJ-45 são conectados, sendo um
concentrador de tomadas, favorecendo a manutenção Placa de Rede: Dispositivo que garante a comunicação
das redes. Eles são adaptados e construídos para serem entre os computadores da rede. Cada arquitetura de rede
inseridos em um rack. depende de um tipo de placa específica. As mais utilizadas
Todo esse planejamento deve fazer parte do projeto são as do tipo Ethernet e Token Ring (rede em anel).
do cabeamento de rede, em que a conexão da rede é
pensada de forma a realizar a sua expansão.

Repetidores: Dispositivo capaz de expandir o ca-


beamento de rede. Ele poderá transformar os sinais re-
cebidos e enviá-los para outros pontos da rede. Ape-
sar de serem transmissores de informações para outros
pontos, eles também diminuem o desempenho da rede,
podendo haver colisões entre os dados à medida que
são anexas outras máquinas. Esse equipamento, nor-
malmente, encontra-se dentro do hub.

Hubs: Dispositivos capazes de receber e concentrar


todos os dados da rede e compartilhá-los entre as ou-
tras estações (máquinas). Nesse momento nenhuma ou-
tra máquina consegue enviar um determinado sinal até
que os dados sejam distribuídos completamente. Eles
são utilizados em redes domésticas e podem ter 8, 16,
24 e 32 portas, variando de acordo com o fabricante.
Existem os  Hubs Passivos, Ativos, Inteligentes  e  Empi-
lháveis.

Bridges: É um repetidor inteligente que funciona


como uma ponte. Ele lê e analisa os dados da rede,
além de relacionar diferentes arquiteturas.

Switches: Tipo de aparelho semelhante a um hub,


mas que funciona como uma ponte: ele envia os dados
apenas para a máquina que o solicitou. Ele possui mui-
tas portas de entrada e melhor performance, podendo
ser utilizado para redes maiores.

71
INFORMÁTICA BÁSICA

EXERCÍCIOS 5) (CRM-PI 2016 - Quadrix – Médico Fiscal) Em um


computador com o sistema operacional Windows insta-
1 ) ( L I Q U I G Á S 2012 - C E S G R A N R I O - A S S I S- lado, um funcionário deseja enviar 50 arquivos, que jun-
T E N T E A D M I N I S T R AT I VO ) Um computador é um tos totalizam 2 MB de tamanho, anexos em um e-mail.
equipamento capaz de processar com rapidez e Para facilitar o envio, resolveu compactar esse conjunto
segurança grande quantidade de informações. de arquivos em um único arquivo utilizando um softwa-
Assim, além dos componentes de hardware, os re  compactador. Só não poderá ser utilizado nessa ta-
computadores necessitam de um conjunto de soft- refa o software: 
wares denominado: a) 7-Zip.
a. arquivo de dados. b) WinZip.
b. blocos de disco. c) CuteFTP.
c. navegador de internet. d) jZip.
d. processador de dados. e) WinRAR.
e. sistemaoperacional.
6) (MPE-CE 2013 - FCC - Analista Ministerial - Direi-
2) (TRT 10ª 2013 - CESPE - ANALISTA JUDICIÁ- to) Sobre manipulação de arquivos no Windows 7 em
RIO – ADMINISTRATIVA) As características básicas português, é correto afirmar que,
da segurança da informação — confidencialidade, a) para mostrar tipos diferentes de informações so-
integridade e disponibilidade — não são atributos bre cada arquivo de uma janela, basta clicar no botão
exclusivos dos sistemas computacionais. Classificar na barra de ferramentas da janela e escolher
a. Certo o modo de exibição desejado.
b. Errado b) quando você exclui um arquivo do disco rígido,
ele é apagado permanentemente e não pode ser pos-
3) (TRE/CE 2012 - FCC - ANALISTA JUDICIÁRIO teriormente recuperado caso tenha sido excluído por
– JURÍDICA) São ações para manter o computador engano.
protegido, EXCETO: c) para excluir um arquivo de um pen drive, basta
a. Evitar o uso de versões de sistemas ope- clicar com o botão direito do mouse sobre ele e selecio-
racionais ultrapassadas, como Windows 95 ou 98. nar a opção Enviar para a lixeira.
b. Excluir spams recebidos e não comprar d) se um arquivo for arrastado entre duas pastas
nada anunciado através desses spams. que estão no mesmo disco rígido, ele será compartilha-
c. Não utilizar firewall. do entre todos os usuários que possuem acesso a essas
d. Evitar utilizar perfil de administrador, pre- pastas.
ferindo sempre utilizar um perfil mais restrito. e) se um arquivo for arrastado de uma pasta do dis-
e. Não clicar em links não solicitados, pois co rígido para uma mídia removível, como um pen drive,
links estranhos muitas vezes são vírus. ele será copiado.

4) (Copergás 2016 - FCC – Técnico Operacional 7) (SUDECO 2013 - FUNCAB - Contador) No sistema
Segurança do Trabalho) A ferramenta Outlook : operacional Linux,o comando que NÃO está relacionado
a) é um serviço de e-mail gratuito para geren- a manipulação de arquivos é:
ciar todos os e-mails, calendários e contatos de a) kill
um usuário. b) cat
b) 2016 é a versão mais recente, sendo compa- c) rm
tível com o Windows 10, o Windows 8.1 e o Win- d) cp
dows 7. e) ftp
c) permite que todas as pessoas possam ver o
calendário de um usuário, mas somente aquelas 8) (IBGE 2016 - FGV - Analista - Análise de Sistemas
com e-mail Outlook.com podem agendar reuniões - Desenvolvimento de Aplicações - Web Mobile) Um de-
e responder a convites. senvolvedor Android deseja inserir a funcionalidade de
d) funciona apenas em dispositivos com Win- backup em uma aplicação móvel para, de tempos em
dows, não funcionando no iPad, no iPhone, em ta- tempos, armazenar dados automaticamente. A classe da
blets e em telefones com Android. API de Backup (versão 6.0 ou superior) a ser utilizada é a:
e) versão 2015 oferece acesso gratuito às fer- a) BkpAgent;
ramentas do pacote de webmail Office 356 da Mi- b) BkpHelper;
crosoft.] c) BackupManager;
d) BackupOutputData;
e) BackupDataStream.

72
INFORMÁTICA BÁSICA

9) (Prefeitura de Cristiano Otoni 2016 - INAZ do 14) (IF-PA 2016 - FUNRIO - Técnico de Tecnologia da
Pará - Psicólogo) Realizar cópia de segurança é uma Informação) São dispositivos ou periféricos de entrada de
forma de prevenir perda de informações. Qual é o um computador:
Backup que só efetua a cópia dos últimos arquivos que
foram criados pelo usuário ou sistema? a) Câmera, Microfone, Projetor e Scanner.
a) Backup incremental b) Câmera, Mesa Digitalizadora, Microfone e Scanner.
b) Backup diferencial c) Microfone, Modem, Projetor e Scanner.
c) Backup completo d) Mesa Digitalizadora, Monitor, Microfone e Projetor.
d) Backup Normal e) Câmera, Microfone, Modem e Scanner.
e) Backup diário
15) (CNJ 2013 - CESPE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - PRO-
10) (CRO-PR 2016 - Quadrix - Auxiliar de Departa- GRAMAÇÃO DE SISTEMAS) Acerca dos ambientes Linux e
mento) Como é chamado o backup em que o sistema Windows, julgue os itens seguintes.2No sistema operacio-
não é interrompido para sua realização? nal Windows 8, há a possibilidade de integrar-se à denomi-
a) Backup Incremental. nada nuvem de computadores que fazem parte da Internet.
b) Cold backup. a)Certo
c) Hot backup. b)Errado
d) Backup diferencial.
e) Backup normal 16) (FHEMIG 2013 - FCC - TÉCNICO EM INFORMÁTI-
CA) Alguns programas do computador de Ana estão muito
11) (DEMAE/GO 2016 - UFG - Agente Administrati- lentos e ela receia que haja um problema com o hardware
vo) Um funcionário precisa conectar um projetor mul- ou com a memória principal. Muitos de seus programas
timídia a um computador. Qual é o padrão de conexão falham subitamente e o carregamento de arquivos gran-
que ele deve usar? des de imagens e vídeos está muito demorado. Além disso,
a) RJ11 aparece, com frequência, mensagens indicando conflitos
b) RGB em drivers de dispositivos. Como ela utiliza o Windows 7,
c) HDMI resolveu executar algumas funções de diagnóstico, que
d) PS2 poderão auxiliar a detectar as causas para os problemas e
e) RJ45 sugerir as soluções adequadas.
Para realizar a verificação da memória e, em seguida do
12) (SABESP 2014 - FCC - Analista de Gestão - Ad- hardware, Ana utilizou, respectivamente, as ferramentas:
ministração) Correspondem, respectivamente, aos ele- a)Diagnóstico de memória do Windows e Monitor de
mentos placa de som, editor de texto, modem, editor desempenho.
de planilha e navegador de internet: b)Monitor de recursos de memória e Diagnóstico de
conflitos do Windows.
a) software, software, hardware, software e hardwa- c)Monitor de memória do Windows e Diagnóstico de
re. desempenho de hardware.
b) hardware, software, software, software e hard- d)Mapeamento de Memória do Windows e Mapea-
ware. mento de hardware do Windows.
c) hardware, software, hardware, hardware e soft- e)Diagnóstico de memória e desempenho e Diagnósti-
ware. co de hardware do Windows.
d) software, hardware, hardware, software e soft-
ware. 17) (TRT 1ª 2013 - FCC - ANALISTA JUDICIÁRIO - EXECU-
e) hardware, software, hardware, software e softwa- ÇÃO DE MANDADOS) Beatriz trabalha em um escritório de
re. advocacia e utiliza um computador com o Windows 7 Profes-
sional em português. Certo dia notou que o computador em
13) (DEMAE/GO 2016 - UFG - Agente Administrati- que trabalha parou de se comunicar com a internet e com
vo) Um computador à venda em um sítio de comércio outros computadores ligados na rede local. Após consultar
eletrônico possui 3.2 GHz, 8 GB, 2 TB e 6 portas USB. um técnico, por telefone, foi informada que sua placa de rede
Essa configuração indica que: poderia estar com problemas e foi orientada a checar o fun-
a) a velocidade do processador é 3.2 GHz. cionamento do adaptador de rede. Para isso, Beatriz entrou
b) a capacidade do disco rígido é 8 GB. no Painel de Controle, clicou na opção Hardware e Sons e, no
c) a capacidade da memória RAM é 2 TB. grupo Dispositivos e Impressoras, selecionou a opção:
d) a resolução do monitor de vídeo é composta de a) Central de redes e compartilhamento.
6 portas USB. b) Verificar status do computador.
c) Redes e conectividade.
d) Gerenciador de dispositivos.
e) Exibir o status e as tarefas de rede.

73
INFORMÁTICA BÁSICA

18) (FHEMIG 2013 - FCC - TÉCNICO EM INFORMÁTICA) No console do sistema operacional Linux, alguns comandos
permitem executar operações com arquivos e diretórios do disco.
Os comandos utilizados para criar, acessar e remover um diretório vazio são, respectivamente,
a) pwd, mv e rm.
b) md, ls e rm.
c) mkdir, cd e rmdir.
d) cdir, lsdir e erase.
e) md, cd e rd.

19) (TRT 10ª 2013 - CESPE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ADMINISTRATIVA) Acerca dos conceitos de sistema operacional
(ambientes Linux e Windows) e de redes de computadores, julgue os itens.3Por ser um sistema operacional aberto, o Li-
nux, comparativamente aos demais sistemas operacionais, proporciona maior facilidade de armazenamento de dados em
nuvem.
a) certo
b) errado

20) (TJ/RR 2012 - CESPE - AGENTE DE PROTEÇÃO) Acerca de organização e gerenciamento de informações, arquivos,
pastas e programas, de segurança da informação e de armazenamento de dados na nuvem, julgue os itens subsequen-
tes.1Um arquivo é organizado logicamente em uma sequência de registros, que são mapeados em blocos de discos. Em-
bora esses blocos tenham um tamanho fixo determinado pelas propriedades físicas do disco e pelo sistema operacional,
o tamanho do registro pode variar.
a) certo
b) errado

21) (SERGIPE GÁS S/A 2013 - FCC - ASSISTENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO - RH) Paulo utiliza em seu trabalho o edi-
tor de texto Microsoft Word 2010 (em português) para produzir os documentos da empresa. Certo dia Paulo digitou um
documento contendo 7 páginas de texto, porém, precisou imprimir apenas as páginas 1, 3, 5, 6 e 7. Para imprimir apenas
essas páginas, Paulo clicou no Menu Arquivo, na opção Imprimir e, na divisão Configurações, selecionou a opção Imprimir
Intervalo Personalizado. Em seguida, no campo Páginas, digitou
a) 1,3,5-7 e clicou no botão Imprimir.
b) 1;3-5;7 e clicou na opção enviar para a Impressora.
c) 1−3,5-7 e clicou no botão Imprimir.
d) 1+3,5;7 e clicou na opção enviar para a Impressora.
e) 1,3,5;7 e clicou no botão Imprimir.

22) (TRT 1ª 2013 - FCC - ANALISTA JUDICIÁRIO - EXECUÇÃO DE MANDADOS) João trabalha no departamento finan-
ceiro de uma grande empresa de vendas no varejo e, em certa ocasião, teve a necessidade de enviar a 768 clientes inadim-
plentes uma carta com um texto padrão, na qual deveria mudar apenas o nome do destinatário e a data em que deveria
comparecer à empresa para negociar suas dívidas. Por se tratar de um número expressivo de clientes, João pesquisou
recursos no Microsoft Office 2010, em português, para que pudesse cadastrar apenas os dados dos clientes e as datas em
que deveriam comparecer à empresa e automatizar o processo de impressão, sem ter que mudar os dados manualmente.
Após imprimir todas as correspondências, João desejava ainda imprimir, também de forma automática, um conjunto de
etiquetas para colar nos envelopes em que as correspondências seriam colocadas. Os recursos do Microsoft Office 2010
que permitem atender às necessidades de João são os recursos
a) para criação de mala direta e etiquetas disponíveis na guia Correspondências do Microsoft Word 2010.
b) de automatização de impressão de correspondências disponíveis na guia Mala Direta do Microsoft PowerPoint 2010.
c) de banco de dados disponíveis na guia Correspondências do Microsoft Word 2010.
d) de mala direta e etiquetas disponíveis na guia Inserir do Microsoft Word 2010.
e) de banco de dados e etiquetas disponíveis na guia Correspondências do Microsoft Excel 2010.

23) (TCE/SP 2012 - FCC - AUXILIAR DE FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA II) No editor de textos Writer do pacote BR Office, é
possível modificar e criar estilos para utilização no texto. Dentre as opções de Recuo e Espaçamento para um determinado
estilo, é INCORRETO afirmar que é possível alterar um valor para
a) recuo da primeira linha.
b) recuo antes do texto.
c) recuo antes do parágrafo.
d) espaçamento acima do parágrafo.
e) espaçamento abaixo do parágrafo.

74
INFORMÁTICA BÁSICA

24) (CNJ 2013 - CESPE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - PROGRAMAÇÃO DE SISTEMAS) A respeito do Excel, para ordenar, por
data, os registros inseridos na planilha, é suficiente selecionar a coluna data de entrada, clicar no menu Dados e, na lista
disponibilizada, clicar ordenar data.
a) certo
b) errado

25) (TRT 1ª 2013 - FCC - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA) A planilha abaixo foi criada utilizando-se o
Microsoft Excel 2010 (em português).

A linha 2 mostra uma dívida de R$ 1.000,00 (célula B2) com um Credor A (célula A2) que deve ser paga em 2 meses
(célula D2) com uma taxa de juros de 8% ao mês (célula C2) pelo regime de juros simples. A fórmula correta que deve ser
digitada na célula E2 para calcular o montante que será pago é
a) =(B2+B2)*C2*D2.
b) =B2+B2*C2/D2.
c) =B2*C2*D2.
d) =B2*(1+(C2*D2)).
e) =D2*(1+(B2*C2)).

26)(MINISTÉRIO DA FAZENDA 2012 - ESAF - ASSISTENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO) O BrOffice é uma suíte para
escritório gratuita e de código aberto. Um dos aplicativos da suíte é o Calc, que é um programa de planilha eletrônica e
assemelha-se ao Excel da Microsoft. O Calc é destinado à criação de planilhas e tabelas, permitindo ao usuário a inserção
de equações matemáticas e auxiliando na elaboração de gráficos de acordo com os dados presentes na planilha. O Calc
utiliza como padrão o formato:
a) XLS.
b) ODF.
c) XLSX.
d) PDF.
e) DOC.

27) (TRT 1ª 2013 - FCC - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA) Após ministrar uma palestra sobre Segurança
no Trabalho, Iracema comunicou aos funcionários presentes que disponibilizaria os slides referentes à palestra na intranet
da empresa para que todos pudessem ter acesso. Quando acessou a intranet e tentou fazer o upload do arquivo de slides
criado no Microsoft PowerPoint 2010 (em português), recebeu a mensagem do sistema dizendo que o formato do arquivo
era inválido e que deveria converter/salvar o arquivo para o formato PDF e tentar realizar o procedimento novamente. Para
realizar a tarefa sugerida pelo sistema, Iracema
a) clicou no botão Iniciar do Windows, selecionou a opção Todos os programas, selecionou a opção Microsoft Office
2010 e abriu o software Microsoft Office Converter Professional 2010. Em seguida, clicou na guia Arquivo e na opção Con-
verter. Na caixa de diálogo que se abriu, selecionou o arquivo de slides e clicou no botão Converter.
b)abriu o arquivo utilizando o Microsoft PowerPoint 2010, clicou na guia Ferramentas e, em seguida, clicou na opção
Converter. Na caixa de diálogo que se abriu, clicou na caixa de combinação que permite definir o tipo do arquivo e selecio-
nou a opção PDF. Em seguida, clicou no botão Converter.
c)abriu a pasta onde o arquivo estava salvo, utilizando os recursos do Microsoft Windows 7, clicou com o botão direito
do mouse sobre o nome do arquivo e selecionou a opção Salvar como PDF.

75
INFORMÁTICA BÁSICA

d)abriu o arquivo utilizando o Microsoft Power- 31) (CNJ 2013 - CESPE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - PRO-
Point 2010, clicou na guia Arquivo e, em seguida, cli- GRAMAÇÃO DE SISTEMAS) A respeito de redes de compu-
cou na opção Salvar Como. Na caixa de diálogo que tadores, julgue os itens subsequentes. Lista de discussão é
se abriu, clicou na caixa de combinação que permite uma ferramenta de comunicação limitada a uma intranet,
definir o tipo do arquivo e selecionou a opção PDF. ao passo que grupo de discussão é uma ferramenta geren-
Em seguida, clicou no botão Salvar. ciável pela Internet que permite a um grupo de pessoas a
e)baixou da internet um software especializado troca de mensagens via email entre todos os membros do
em fazer a conversão de arquivos do tipo PPTX para grupo.
PDF, pois verificou que o PowerPoint 2010 não possui a) Certo
opção para fazer tal conversão. b) Errado

28) (SERGIPE GÁS S/A 2013 - FCC - ADMINISTRA- 32) (CEITEC 2012 - FUNRIO - ADMINISTRAÇÃO/CIÊN-
DOR) Em um slide em branco de uma apresentação CIAS CONTÁBEIS/DIREITO/PREGOEIRO PÚBLICO) Na inter-
criada utilizando-se o Microsoft PowerPoint 2010 net o protocolo_________ permite a transferência de men-
(em português), uma das maneiras de acessar alguns sagens eletrônicas dos servidores de _________para caixa
dos comandos mais importantes é clicando-se com o postais nos computadores dos usuários. As lacunas se
botão direito do mouse sobre a área vazia do slide. completam adequadamente com as seguintes expressões:
Dentre as opções presentes nesse menu, estão as que a) Ftp/ Ftp.
permitem b) Pop3 / Correio Eletrônico.
a) copiar o slide e salvar o slide. c) Ping / Web.
b) salvar a apresentação e inserir um novo slide. d) navegador / Proxy.
c) salvar a apresentação e abrir uma apresentação e) Gif / de arquivos
já existente.
d) apresentar o slide em tela cheia e animar obje- 33) (CASA DA MOEDA 2012 - CESGRANRIO - ASSIS-
tos presentes no slide. TENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO - APOIO ADMINISTRA-
e) mudar o layout do slide e a formatação do pla- TIVO) Em uma rede local, cujas estações de trabalho usam
no de fundo do slide. o sistema operacional Windows XP e endereços IP fixos em
suas configurações de conexão, um novo host foi instalado
29) (TRT 11ª 2012 - FCC - ANALISTA JUDICIÁRIO e, embora esteja normalmente conectado à rede, não con-
- JUDICIÁRIA) Em um slide mestre do BrOffice.org segue acesso à internet distribuída nessa rede.
Apresentação (Impress), NÃO se trata de um espaço Considerando que todas as outras estações da rede es-
reservado que se possa configurar a partir da janela tão acessando a internet sem dificuldades, um dos motivos
Elementos mestres: que pode estar ocasionando esse problema no novo host é
a) Número da página.
b) Texto do título. a) a codificação incorreta do endereço de FTP para o
c) Data/hora. domínio registrado na internet.
d) Rodapé. b) a falta de registro da assinatura digital do host nas
e) Cabeçalho. opções da internet.
c) um erro no Gateway padrão, informado nas proprie-
30) (SERGIPE GÁS S/A 2013 - FCC - ASSISTENTE dades do Protocolo TCP/IP desse host.
TÉCNICO ADMINISTRATIVO - RH) No Microsoft Inter- d) um erro no cadastramento da conta ou da senha do
net Explorer 9 é possível acessar a lista de sites visi- próprio host.
tados nos últimos dias e até semanas, exceto aqueles e) um defeito na porta do switch onde a placa de rede
visitados em modo de navegação privada. Para abrir desse host está conectada.
a opção que permite ter acesso a essa lista, com o
navegador aberto, clica-se na ferramenta cujo dese- 34) (CASA DA MOEDA 2012 - CESGRANRIO - ASSIS-
nho é TENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO - APOIO ADMINISTRA-
a) uma roda dentada, posicionada no canto supe- TIVO) Para conectar sua estação de trabalho a uma rede
rior direito da janela. local de computadores controlada por um servidor de do-
b) uma casa, posicionada no canto superior direi- mínios, o usuário dessa rede deve informar uma senha e
to da janela. um[a]
c) uma estrela, posicionada no canto superior di- a) endereço de FTP válido para esse domínio.
reito da janela. b) endereço MAC de rede registrado na máquina cliente.
d) um cadeado, posicionado no canto inferior di- c) porta válida para a intranet desse domínio.
reito da janela. d) conta cadastrada e autorizada nesse domínio.
e) um globo, posicionado à esquerda da barra de e) certificação de navegação segura registrada na in-
endereços. tranet.

76
INFORMÁTICA BÁSICA

35) (CÂMARA DOS DEPUTADOS 2012 - CESPE - ANA- Está correto o que se afirma em
LISTA LEGISLATIVO - TÉCNICA LEGISLATIVA) Com relação
a redes de computadores, julgue os próximos itens.5Uma a) II, apenas.
rede local (LAN — local area network) é caracterizada por b) I e II, apenas.
abranger uma área geográfica, em teoria, ilimitada. O al- c) II e III, apenas.
cance físico dessa rede permite que os dados trafeguem d) I, II e III, apenas.
com taxas acima de 100 Mbps. e) I, II, III e IV.
a) certo
b) errado 40) (MPE/PE 2012 - FCC - ANALISTA MINISTERIAL - IN-
FORMÁTICA) Sobre Cavalo de Tróia, é correto afirmar:
36) (TRT 10ª 2013 - CESPE - ANALISTA JUDICIÁRIO -
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO) Com relação à certifica- a) Consiste em um conjunto de arquivos .bat que não
ção digital, julgue os itens que se seguem.O certificado necessitam ser explicitamente executados.
digital revogado deve constar da lista de certificados re- b) Contém um vírus, por isso, não é possível distinguir
vogados, publicada na página de Internet da autoridade as ações realizadas como consequência da execução do
certificadora que o emitiu. Cavalo de Tróia propriamente dito, daquelas relacionadas
a) Certo ao comportamento de um vírus.
b) Errado c) Não é necessário que o Cavalo de Tróia seja executa-
do para que ele se instale em um computador. Cavalos de
37) (TRT 10ª 2013 - CESPE - ANALISTA JUDICIÁRIO - Tróia vem anexados a arquivos executáveis enviados por
ADMINISTRATIVA) Acerca de segurança da informação, e-mail.
julgue os itens a seguir. O vírus de computador é assim d) Não instala programas no computador, pois seu úni-
denominado em virtude de diversas analogias poderem ser co objetivo não é obter o controle sobre o computador,
feitas entre esse tipo de vírus e os vírus orgânicos. mas sim replicar arquivos de propaganda por e-mail.
a) Certo e) Distingue-se de um vírus ou de um worm por não
b) Errado infectar outros arquivos, nem propagar cópias de si mesmo
automaticamente.
38) (MPE/PE 2012 - FCC - TÉCNICO MINISTERIAL - AD-
MINISTRATIVO) Existem vários tipos de vírus de computa-
dores, dentre eles um dos mais comuns são vírus de ma- GABARITO
cros, que:
a) são programas binários executáveis que são baixa- 1-E/ 2-A/ 3- C/ 4- B/ 5-C/ 6-E / 7-A / 8-C / 9-A / 10-C/
dos de sites infectados na Internet. 11-C / 12-E / 13-A / 14-C / 15-A / 16-A / 17-D / 18-C /
b) podem infectar qualquer programa executável do 19-B / 20-A / 21-A / 22-A / 23-C / 24-B / 25-D/ 26-B/
computador, permitindo que eles possam apagar arquivos 27-D / 28-E / 29-B / 30-C / 31-B / 32-B / 33-C / 34-D/
e outras ações nocivas. 35-B / 36-A / 37- A / 38-C / 39-B / 40-E
c) são programas interpretados embutidos em docu-
mentos do MS Office que podem infectar outros documen-
tos, apagar arquivos e outras ações nocivas.
d) são propagados apenas pela Internet, normalmente
em sites com software pirata.
e) podem ser evitados pelo uso exclusivo de software
legal, em um computador com acesso apenas a sites da
Internet com boa reputação.

39) (SABESP 2012 - FCC - ANALISTA DE GESTÃO I - SIS-


TEMAS)Sobre vírus, considere:
I. Para que um computador seja infectado por um ví-
rus é preciso que um programa previamente infectado seja
executado.
II. Existem vírus que procuram permanecer ocultos,
infectando arquivos do disco e executando uma série de
atividades sem o conhecimento do usuário.
III. Um vírus propagado por e-mail (e-mail borne vírus)
sempre é capaz de se propagar automaticamente, sem a
ação do usuário.
IV. Os vírus não embutem cópias de si mesmo em ou-
tros programas ou arquivos e não necessitam serem expli-
citamente executados para se propagarem.

77
INFORMÁTICA BÁSICA

ANOTAÇÕES

__________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

78
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

Constituição Estadual: Título I – Da Organização do Estado: Disposições Preliminares, Da Competência do Estado e da


Administração Pública; Título II – Da Organização dos Poderes: Do Poder Legislativo................................................................ 01
Regimento Interno da Assembleia Legislativa do Estado de Rondônia: Resolução nº 32, de 21 de agosto de 1990 e suas
alterações..................................................................................................................................................................................................................... 04
Estatuto dos Servidores Públicos da administração direta, das autarquias e das fundações públicas estaduais: Lei Com-
plementar nº 68, de 09 de dezembro de 1992 e suas alterações......................................................................................................... 50
Plano de Carreira, Cargos e Remuneração e o Quadro de Pessoal da Assembleia Legislativa do Estado de Rondônia: Lei
Complementar nº 731, de 30 de setembro de 2013 e suas alterações............................................................................................... 50
Estrutura Organizacional Administrativa e o Quadro Gerencial e de Assessoramento da Assembleia Legislativa do Esta-
do de Rondônia: Lei Complementar nº 967, de 10 de janeiro de 2018 e suas alterações.......................................................... 50
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

§ 1° Poderão ser instituídas, mediante lei comple-


CONSTITUIÇÃO ESTADUAL: TÍTULO I – DA mentar, regiões metropolitanas, aglomerações urbanas
ORGANIZAÇÃO DO ESTADO: DISPOSIÇÕES e microrregiões, constituídas por agrupamentos de Mu-
PRELIMINARES, DA COMPETÊNCIA DO nicípios limítrofes, para integrar a organização, o plane-
ESTADO E DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA; jamento e a execução de funções públicas de interesse
TÍTULO II – DA ORGANIZAÇÃO DOS comum.
§ 2º Será instituído, mediante lei complementar o
PODERES: DO PODER LEGISLATIVO.
zoneamento socioeconômico e ecológico e a criação ou
extinção de unidades de conservação e reservas ambien-
tais de qualquer natureza. (NR dada pela EC nº 126, de
21/03/2018 – DO-e-AL.E. nº 52, de 28/03/2018)
PREÂMBULO Redação anterior: § 2° Será instituído, mediante lei
complementar, zoneamento socioeconômico e ecológico.
Os Deputados Constituintes do Estado de Rondônia, § 3° Poderão ser criadas estâncias turísticas, hidromi-
afirmando o propósito de assegurar os princípios de liber- nerais e climáticas em municípios do Estado, mediante
dade e justiça, de favorecer o progresso socioeconômico lei complementar que estabeleça as condições e os re-
e cultural, estabelecer o exercício dos direitos sociais e in- quisitos mínimos a serem observados para esse fim, em
dividuais, o império da lei, com fundamento nas tradições consonância com a manifestação dos órgãos técnicos do
nacionais, estimulando os ideais de liberdade, de seguran- Estado. (Acrescido pela EC nº 34, de 12/09/2003 – D.O.E
ça, bem-estar, igualdade e fraternidade como valores su- nº 5327, de 06/10/2003)
premos de uma sociedade pluralista e sem preconceitos, § 4º O Estado manterá, na forma que a lei estabele-
promulgam, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTI- cer, um fundo de melhorias das estâncias, com o objetivo
TUIÇÃO DO ESTADO DE RONDÔNIA. de desenvolver programas de urbanização, melhorias e
preservação do meio ambiente das estâncias de qualquer
TÍTULO I natureza. (Acrescido pela EC nº 34, de 12/09/2003 – D.O.E
DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO nº 5327, de 06/10/2003)
CAPÍTULO I § 5º O fundo de melhoria das estâncias, que será cria-
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES do por lei, terá dotação orçamentária anual nunca inferior
a 10% (dez por cento) da totalidade da arrecadação dos
Art. 1° O Estado de Rondônia, parte integrante e au- impostos municipais dessas estâncias, no exercício ante-
tônoma da República Federativa do Brasil, reger-se-á por rior, devendo a lei fixar critérios para a transferência e a
esta Constituição e pelas leis que adotar, observados os aplicação desses recursos. (Acrescido pela EC nº 34, de
princípios estabelecidos pela Constituição Federal. 12/09/2003 – D.O.E nº 5327, de 06/10/2003)
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o Art. 7° São Poderes do Estado, independentes e har-
exerce diretamente ou por meio de representantes eleitos, mônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
nos termos da Constituição Federal e desta Constituição. Parágrafo único. Salvo as exceções previstas nesta
Art. 2° São símbolos do Estado a bandeira, o hino e o Constituição, é vedado a qualquer dos Poderes delegar
brasão, em uso na data da promulgação desta Constituição atribuições, não podendo, quem for investido em cargo
e outros que a lei venha a estabelecer. de um deles, exercer o de outro.
Art. 3° O território do Estado de Rondônia tem como
limites os estabelecidos pela lei. CAPÍTULO II
Art. 4° A Capital do Estado é a cidade de Porto Velho. DA COMPETÊNCIA DO ESTADO
Art. 5° Incluem-se entre os bens do Estado:
I os que a ele pertenciam na data da promulgação des- Art. 8° Ao Estado compete exercer, em seu território,
ta Constituição; todos os poderes que, implícita ou explicitamente, não lhe
II no seu território, as águas superficiais ou subterrâ- sejam vedados pela Constituição Federal, especialmente:
neas fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, nes- I zelar pela guarda da Constituição, das leis e das ins-
te caso, na forma da lei, as decorrentes de obra da União; tituições democráticas e conservar o patrimônio público;
III as ilhas fluviais e lacustres localizadas em seu territó- II legislar sobre:
rio e que não se situem na zona limítrofe com outro país e a) o cumprimento desta Constituição;
não pertencentes à União; b) a criação, organização e administração dos seus
IV as terras devolutas, não pertencentes à União; serviços;
V outros bens e direitos que venha a incorporar ou ad- c) os assuntos que não estejam constitucionalmente
quirir, a qualquer título. atribuídos a outra esfera de poder;
Parágrafo único. Os bens do Estado não podem ser ob- III organizar seus poderes e administração;
jeto de doação, venda, aforamento ou cessão de uso, se- IV instituir e arrecadar os tributos de sua competên-
não em virtude da lei que disciplinará o seu procedimento. cia, bem como aplicar suas rendas e prestar contas;
Art. 6° O Estado divide-se política e administrativamente V organizar e prestar os serviços públicos estaduais;
em Municípios, autônomos nos limites constitucionais.

1
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

VI firmar acordos e convênios com a União, os Muni- XI previdência social, proteção e defesa da saúde;
cípios, os demais Estados e entidades, para fins de coope- XII assistência jurídica e defensoria pública;
ração intergovernamental, execução de leis, serviços, deci- XIII proteção e integração social das pessoas portado-
sões, assistência técnica ou aplicação de recursos; ras de deficiência;
VII estabelecer e executar planos regionais de desen- XIV proteção à criança, ao jovem e ao idoso;
volvimento; XV organização, garantias, direitos e deveres da Polícia
VIII promover o bem estar social; Civil;
IX estimular e organizar atividade econômica; XVI – organização, efetivos, garantias, direitos e deve-
X planejar a economia estadual; res da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar. (NR
XI difundir o ensino; dada pela EC nº 112, de 13/10/2016 – DO-e-ALE. nº 174,
XII cuidar da saúde pública, assistência social e prote- de 13/10/2016)
ção das pessoas portadoras de deficiência; Redação anterior: XVI organização, efetivos, garantias,
XIII proteger documentos, obras e outros bens de valor direitos e deveres da Polícia Militar e do Corpo de Bombei-
histórico, artístico e cultural, monumentos, paisagens natu- ros Militar. (Redação dada pela EC nº 06, de 22/04/1996 –
rais notáveis e sítios arqueológicos; D.O.E. nº 3498, de 29/04/1996)
XIV coibir a evasão, destruição e a descaracterização Redação original: XVI organização, efetivos, garantias,
de obras-de-arte e de outros bens de valor histórico ou direitos e deveres da Polícia Militar.
cultural; Parágrafo único Inexistindo lei federal sobre normas
XV proteger o meio ambiente e combater a poluição gerais, a competência do Estado é plena para atender as
em qualquer de suas formas; suas peculiaridades.
XVI preservar as florestas, a fauna, a flora e a bacia hi- Art. 10. Ao Estado é vedado:
drográfica da região; I estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-
XVII fomentar o abastecimento e a produção agrosil- -los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles
vopastoril, através de pesquisa, assistência técnica e exten- ou seus representantes relações de dependência ou alian-
são rural; ça, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse
XVIII promover os programas de construção de mo- público;
radias e melhoria das condições habitacionais e de sanea- II recusar fé aos documentos públicos;
mento básico, tanto no meio urbano quanto na zona rural, III criar distinções entre brasileiros.
diretamente ou em convênio com as Prefeituras; IV interromper obras iniciadas em gestão anterior.
XIX promover a integração social dos setores desfavo- (Acrescido pela EC nº 21, de 03/07/2001 – D.O.E. nº 4807,
recidos, identificando-os e combatendo as causas da po- de 23/08/2001)
breza e os fatores da marginalização;
XX registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
direito de pesquisa e exploração de recursos hídricos e mi- SEÇÃO I
nerais em seu território; DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
XXI estabelecer e implantar política de educação para
a segurança do trânsito e ecologia nas escolas de ensino Art. 11. A administração pública direta, indireta ou
fundamental e médio; fundacional de qualquer dos Poderes do Estado obedecerá
XXII estabelecer política de orientação ao planejamen- aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
to familiar. publicidade e ao disposto no art. 37 da Constituição Fede-
Art. 9° Compete, ainda, ao Estado legislar, de forma ral e nesta Constituição.
concorrente, respeitadas as normas gerais da União, sobre: § 1º O servidor público estadual, quando em exercício
I direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico de mandato eletivo, receberá o tratamento previsto no art.
e urbanístico; 38 da Constituição Federal. (Renumerado pela EC nº 21, de
II orçamento; 03/07/2001 D.O.E. nº 4807, de 23/08/2001)
III custas dos serviços forenses; § 2º No pagamento das obrigações relativas ao for-
IV produção e consumo; necimento de bens, locações, realização de obras e pres-
V juntas comerciais; tação de serviços, inclusive de servidores e empregados
VI florestas, caça, pesca, fauna e conservação da natu- públicos, a Administração Pública deverá obedecer à es-
reza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção ao trita ordem cronológica das datas de suas exigibilidades.
meio ambiente e controle da poluição; (Acrescido pela EC nº 21, de 03/07//2001 D.O.E. nº 4807,
VII proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, de 23/08/2001)
turístico e paisagístico; I a ordem cronológica somente poderá ser desobe-
VIII responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao decida ocorrendo relevantes razões de interesse público e
consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, mediante prévia autorização legislativa. (Acrescido pela EC
histórico, turístico, paisagístico e cultural; nº 21, de 03/07//2001 D.O.E. nº 4807, de 23/08/2001)
IX educação, cultura, ensino, desporto e lazer; § 3º O disposto no § 2º e inciso I, aplicam-se aos órgãos
X criação, funcionamento e processo do juizado de pe- da administração direta, indireta e fundacional de qualquer
quenas causas; dos Poderes do Estado, inclusive às empresas públicas e às

2
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

de economia mista em cujo quadro de acionistas o Estado Art. 13. Os Poderes do Estado, os Municípios e órgãos
de Rondônia tenha maioria das ações. (Acrescido pela EC vinculados, ao final do exercício financeiro, farão publicar
nº 21, de 03/07/2001 D.O.E. nº 4807, de 23/08/2001) em Diário Oficial a relação nominal de seus servidores ati-
§ 4ºCom exceção de servidor efetivo e de agente polí- vos e inativos, onde constará o cargo, emprego ou função
tico, é vedada a nomeação de cônjuge, companheiro ou pa- e a lotação.
rente em linha reta, colateral ou por afinidade até o terceiro Art. 14. A autoridade que, ciente do vício invalidador do
grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da ato administrativo, deixar de saná-lo, incorrerá nas penalida-
mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia des da lei por omissão, sem prejuízo das sanções previstas
ou assessoramento para o exercício de cargo em comissão no art. 37, § 4° da Constituição Federal, se for o caso.
ou de confiança, ou ainda, de função gratificada na adminis-
tração pública direta ou indireta do Estado.(NR dada pela EC TÍTULO II
nº 65/2009, de 04/03/2009 – D.O.E. nº 1200, de 11/03/2009) DOS PODERES DO ESTADO
Redação anterior: § 4º. Com exceção do servidor efe- CAPÍTULO I
tivo, é vedada a nomeação para quaisquer dos cargos em DO PODER LEGISLATIVO
comissão dos órgãos da Administração Direta e Indireta do SEÇÃO I
Estado, de cônjuges, companheiros civis e parentes consan- DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
guíneos, civil e por afinidade, em linha reta e colateral, até
segundo grau, do Governador, do Vice-Governador, de Se- Art. 26. O Poder Legislativo é exercido pela Assem-
cretários de Estado, de dirigentes máximos de fundações e bleia Legislativa, constituída de Deputados Estaduais elei-
autarquias, e de membros do Poder Judiciário, da Assem- tos pelo voto secreto e direto, na forma da lei, para um
bleia Legislativa, do Tribunal de Contas, do Ministério Públi- mandato de quatro anos.
co e da Defensoria Pública. (Redação dada pela EC nº 59, de Art. 27. A eleição para Deputados Estaduais far-se-á,
21/11/2007 – DO.E. nº 888, de 29/11/2007) simultaneamente, com as eleições gerais para Governador,
Redação anterior: § 4º. Com exceção do servidor público Vice-Governador, Deputados Federais e Senadores.
de carreira, no seu respectivo órgão de lotação, é vedada a Parágrafo único. O número de Deputados à Assembleia
nomeação para quaisquer dos cargos em comissão dos órgãos Legislativa corresponderá ao triplo da representação do Es-
da Administração Pública Direta e Indireta do Estado, de côn- tado na Câmara dos Deputados e, atingindo o número de
juges, companheiros civis e parentes consanguíneos, civil e por trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem os De-
afinidade, em linha reta e colateral, até o segundo grau, do putados Federais acima de doze.
Governador, do Vice-Governador, de Secretários de Estado, de Art. 28. A Assembleia Legislativa reunir-se-á na Capital
dirigentes máximos de fundações e autarquias, e de membros do Estado:
da Assembleia Legislativa, do Tribunal de Contas, do Poder Ju- I ordinariamente, de 15 de fevereiro a 30 de junho e de
diciário e do Ministério Público. (Acrescido pela EC nº 47, de 1° de agosto a 15 de dezembro, sendo as reuniões iniciais
22/12/2006 – D.O.E. nº 672, de 10/01/2007) de cada período marcadas para o primeiro dia útil subse-
§ 5º As vedações previstas no parágrafo anterior não quente quando recaírem em sábados, domingos ou feria-
se aplicam quando a designação ou nomeação do servidor dos.
tido como parente para a ocupação do cargo comissionado II de forma preparatória, no início da legislatura, a par-
ou de função gratificada forem anteriores ao ato de posse tir de primeiro de fevereiro, para posse dos seus membros
do agente ou servidor público gerador da incompatibili- e eleição da Mesa Diretora. Para a terceira sessão legislativa
dade, bem quando o casamento, ou o início da união es- de cada legislatura, far-se-á a eleição da Mesa Diretora em
tável, for posterior ao tempo em que os cônjuges ou com- qualquer dos períodos das sessões legislativas anteriores,
panheiros já estavam no exercício dos cargos ou funções, e sua posse dar-se-á ao primeiro dia do mês de fevereiro,
em situação que não caracterize ajuste prévio para burlar em sessão especialmente convocada, observados os de-
a proibição geral de prática de nepotismo. (Acrescido pela mais dispositivos constitucionais. (NR dada pela EC nº 31,
EC nº 59, de 21/11/2007 – D.O.E. nº 888, de 29/11/2007) de 12/06/2003 – D.O.E. nº 5249, de12/06/2003)
§ 6º A nomeação para os Cargos em Comissão de livre no- Redação anterior: II – de forma preparatória, no início
meação não está sujeita a limitações de idade estabelecidas no da legislatura, a partir de 1° de fevereiro, para a posse de
inciso II, § 1º, do artigo 40 da Constituição Federal. (Acrescido seus membros e eleição da Mesa Diretora. Para a terceira
pela EC nº 81, de 13/12/2012 – DO-e-ALE nº 118, de 18/12/2012) sessão legislativa de cada legislatura, a eleição da Mesa Di-
§ 7º Os Presidente e Diretores de Autarquias e Funda- retora far-se-á na segunda terça-feira do mês de outubro da
ções do Estado, serão escolhidos e nomeados pelo Gover- sessão legislativa anterior, e sua posse dar-se-á ao primeiro
nador, após aprovação pela maioria absoluta dos Membros dia do mês de fevereiro, subsequente, em sessão especial-
da Assembleia Legislativa. (Acrescido pela EC nº 123, de mente convocada, observados os demais dispositivos cons-
17/05/2017 – DO-e-ALE nº 80, de 18/05/2017) titucionais. (Redação dada pela EC nº 18, de 25/11/1999
Art. 12. Nenhum servidor poderá ser diretor ou inte- – D.O.E. nº 4385, de 07/12/1999)
grar conselho de empresa fornecedora do Estado, ou que Redação anterior: II – de forma preparatória, no início
realize qualquer modalidade de contrato com o Estado, da legislatura, a partir de 1° de fevereiro, para posse de seus
sob pena de demissão do serviço público, salvo quando o membros e eleição da Mesa Diretora. Para a terceira sessão
contrato obedecer a cláusulas uniformes.

3
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

legislativa de cada legislatura, a eleição da Mesa Diretora far-se-


-á no primeiro dia do mês de outubro, da sessão legislativa an- REGIMENTO INTERNO DA ASSEMBLEIA
terior e sua posse dar-se-á ao primeiro dia do mês de fevereiro, LEGISLATIVA DO ESTADO DE RONDÔNIA:
subsequente, em sessão especialmente convocada, observados RESOLUÇÃO Nº 32, DE 21 DE AGOSTO DE
os demais dispositivos constitucionais.(Redação dada pela EC
1990 E SUAS ALTERAÇÕES.
nº 3, de 23/09/1992 – D.O.E. nº 2627, de 29/09/1992)
Redação anterior: II de forma preparatória, no início
da legislatura, a partir de 1° de fevereiro, para a posse de
seus membros e eleição da Mesa diretora;
III extraordinariamente, por motivos relevantes e quan- TÍTULO I
do convocada: DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
a) pelo Presidente da Assembleia Legislativa, em caso CAPÍTULO I
de decretação de intervenção estadual em Município, apre- DA SEDE
ciação de ato do Governador do Estado que importe cri-
me de responsabilidade, bem como para o compromisso e Art. 1º A Assembleia Legislativa, com sede na Ca-
posse do Governador e do Vice-Governador; pital do Estado, funciona no Palácio Teotônio Vilela.
b) pelo Governador do Estado, pelo Presidente da As- § 1º Havendo motivo relevante, ou de força maior,
sembleia Legislativa ou pela maioria absoluta de seus mem- a Assembleia poderá, por deliberação da Mesa, ad re-
bros, em face de urgência ou interesse público relevante. ferendum da maioria absoluta dos Deputados reunir-
§ 1º Na sessão legislativa extraordinária somente se -se em outro edifício ou em ponto diverso do territó-
deliberará sobre as matérias constantes da pauta de con- rio estadual.
vocação. (NR dada pela EC nº 105, de 25/11/2015 – DOeA- § 2º No Plenário da Assembleia, somente será
LE nº 198, de 26/11/2015) permitida a realização de atos estranhos à função
Redação anterior: § 1°. Na sessão legislativa extraor- Parlamentar, mediante autorização prévia da Mesa
dinária somente se deliberará sobre as matérias constantes Diretora.
da pauta de convocação, sendo devido nas convocações de
iniciativa do Poder Executivo, na forma prevista na alínea CAPÍTULO II
“b”, do inciso III, do caput, um auxílio monetário para cada DAS SESSÕES LEGISLATIVAS
período convocado, de caráter único, no valor de um subsí-
dio mensal. (Redação dada pela EC nº 61, de 17/12/2007 Art. 2º A Assembleia reunir-se-á durante as ses-
– D.O.E. nº 907, de 28/12/2007) sões legislativas:
Redação anterior: § 1°. Na sessão legislativa extraor- I ordinárias, de 15 de fevereiro a 30 de junho e
dinária, deliberar-se-á somente sobre a matéria para a qual de 1º de agosto a 15 de dezembro. II extraordinárias,
foi convocada. quando, com este caráter, for convocada.
§ 2º REVOGADO (Dispositivo revogado pela EC nº 105, § 1º As reuniões iniciais de cada período, marcadas
de 25/11/2015 – DOeALE nº 198, de 26/11/2015) para as datas a que se refere o inciso I, serão trans-
Dispositivo revogado: § 2°. Somente terá direito à per- feridas para o primeiro dia útil subsequente quando
cepção do auxílio de que trata o parágrafo anterior o De- recaírem em sábados, domingos e feriados.
putado que comparecer às sessões realizadas no período e § 2º A primeira e a terceira sessões legislativas or-
participar efetivamente das deliberações constantes da pau- dinárias de cada legislatura serão precedidas de ses-
ta da sessão legislativa extraordinária. (Redação dada pela sões preparatórias,
EC nº 61, de 17/12/2007 – D.O.E. nº 907, de 28/12/2007) § 3º A sessão legislativa ordinária não será inter-
Redação anterior: § 2°. A sessão legislativa não será rompida em 30 de junho enquanto não for aprovada a
interrompida enquanto não aprovado o projeto de lei de di- lei de diretrizes orçamentárias.
retrizes orçamentárias. § 4º Quando convocada extraordinariamente a As-
§ 3° A sessão legislativa ordinária não será interrompi- sembleia somente deliberará sobre a matéria objeto
da enquanto não for aprovado o projeto de lei de diretrizes da convocação.
orçamentárias. (NR dada pela EC nº 61, de 17/12/2007 – § 5º Para a realização das sessões de que trata o
D.O.E. nº 907, de 28/12/2007) inciso II, deverão ser notificados os membros da Casa,
Redação anterior: § 3°. O regimento interno disporá so- via telefonema, E-mail ou WhatsApp, bem como a
bre o funcionamento da Assembleia Legislativa nos sessenta convocação deverá ser publicada no Diário Oficial da
dias anteriores às eleições gerais, estaduais ou municipais. Assembleia Legislativa, em ambos os casos, com no
§ 4° O regimento interno disporá sobre o funcionamento mínimo, 24 horas de antecedência. (+ RE nº 335/2016.)
da Assembleia Legislativa nos 60 (sessenta) dias anteriores às § 6º O Cerimonial da Casa fará a notificação nos
eleições gerais, estaduais ou municipais. (Acrescido pela EC termos de que trata o parágrafo anterior e deve-
nº 61, de 17/12/2007 – D.O.E. nº 907, de 28/12/2007) rá comprovar que todos os membros da Assembleia
Legislativa foram devidamente notificados. (+ RE nº
Fonte: http://al.ro.leg.br/institucional/constitui- 335/2016.)
cao-do-estado-de-rondonia

4
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

CAPÍTULO III § 2° Enquanto não for eleita a Mesa Diretora para o


DAS SESSÕES PREPARATÓRIAS primeiro biênio da legislatura, a Assembleia Legislativa
SEÇÃO I será dirigida pelos Membros remanescentes da Mesa do
DA POSSE DOS DEPUTADOS biênio anterior, eventualmente substituídos na forma re-
gimental. (+ RE nº 175/2010.)
Art. 3º No primeiro ano de cada legislatura, os candi- § 3° Na sessão de eleição dos Membros da Mesa Di-
datos diplomados Deputados estaduais, reunir-se-ão em retora somente será concedida a palavra para declara-
sessão preparatória, no dia 1º de fevereiro às 14 horas, no ção ou encaminhamento pertinente à eleição. (+ RE nº
edifício sede da Assembleia. 175/2010.)
§1º Assumirá a direção dos trabalhos o último Presiden-
te se reeleito Deputado e, na sua falta, sucessivamente, o Art. 5º A eleição dos Membros da Mesa Diretora
que haja exercido mais recentemente e em caráter efetivo, a será realizada através de votação nominal, sendo decla-
presidência, a vicepresidência ou as secretarias. Na falta de rados eleitos os componentes da chapa que obtiver a
todos estes, a presidência será exercida pelo Deputado com maioria absoluta dos votos, ou será realizada nova vota-
maior número de legislaturas, persistindo, o mais idoso. ção, com as duas chapas mais votadas na anterior, sendo
§ 2º Aberta a sessão, o Presidente convidará dois Deputa- declarados eleitos os componentes da chapa que obtiver
dos, de partidos diferentes, dentre as maiores bancadas, para a maioria simples dos votos. ( RE nº 134/2007.)
servirem de Secretários, determinando a esses que procedam § 1° Em caso de persistir o empate na segunda vota-
ao recolhimento dos diplomas e das declarações de bens e de ção, serão utilizados como critérios de desempate, pela
nome parlamentar dos Deputados diplomados, findo o que, ordem, e declarados eleitos os componentes da chapa
será suspenso a sessão pelo tempo necessário à organização que:
das listas nominal, em ordem alfabética e por legenda. I tenham, juntos, o maior número de legislaturas;
§ 3º O nome parlamentar, de livre escolha dos depu- II tenha o candidato à presidência com maior número
tados diplomados, terá um ou dois elementos, sendo que, de legislaturas; ou
em caso de homônimo, a preferência será do Deputado III tenha o candidato à presidência mais idoso. ( RE
com maior número de legislatura, ou do mais idoso, em nº 175/2010.)
caso de empate. ( RE nº 162/2008.) § 2° Serão observadas as seguintes exigências e for-
§ 4º Reaberta a sessão, o Presidente proclamará os no- malidades nas eleições dos Membros da Mesa Diretora:
mes dos Deputados diplomados e, a seguir, após convidar I iniciada a sessão, o Presidente a suspenderá pelo
os Deputados e pessoas presentes que se ponham de pé, tempo necessário para o registro das chapas de candi-
proferirá o seguinte compromisso: datos aos cargos de Presidente, de Vice-Presidentes e de
“Prometo guardar as Constituições Federal e Estadual, Secretários da Mesa Diretora;
desempenhar fiel e lealmente o mandato que me foi II somente serão aceitos registros de chapas com o
confiado e promover o bem de Rondônia” apoio de, no mínimo, 08 (oito) Deputados, sendo vedado
§ 5º Em seguida será feita, pelo Secretário, a chamada ao Deputado apoiar mais de uma chapa;
dos Deputados e cada um, assim proferido o seu nome, III reinício da sessão com a leitura dos requerimentos
declarará: “Assim o prometo”. de registro das chapas e deferimento dos registros pelo
§ 6º O Deputado empossado posteriormente será con- Presidente, observado o disposto no inciso II;
duzido ao recinto pelos 3º e 4º Secretários, e prestará, em IV deferidos os registros, ocorrerá a chamada nomi-
voz alta e em sessão, junto à presidência, o compromisso nal dos Deputados para a votação, por ordem alfabética
acima referido, salvo durante o recesso, que se dará peran- do nome parlamentar;
te o Presidente. V chamado a votar, o Deputado proferirá no microfo-
§ 7º O prazo para o compromisso de investidura no ne o seu voto em uma das chapas, sendo o voto repetido
mandato será de trinta dias, salvo motivo de força maior. por um Secretário da sessão e anotado por outro;
VI encerrada a votação, será realizada a contagem
SEÇÃO II dos votos e redação do resultado pelos Secretários,
DA ELEIÇÃO DA MESA em ordem decrescente de votos das chapas, e proclama-
do o resultado da eleição pelo Presidente da sessão;
Art. 4º Na sessão preparatória seguinte, que se rea- VII caso necessário, realização da segunda votação
lizará logo após o término da sessão de posse, presente prevista no caput deste artigo; VIII suspensão da sessão
a maioria absoluta dos Deputados, ocorrerá a eleição dos para lavratura do termo de posse;
Membros da Mesa Diretora para o primeiro biênio da legis- IX reabertura da sessão com a leitura e assinatura do
latura. ( RE nº 134/2007.) termo de posse;
§ 1° Caso não se obtenha o quorum de maioria absolu- X declaração de posse dos Membros da Mesa direto-
ta, ficam os Deputados automaticamente convocados para ra pelo Presidente da sessão;
comparecer no Plenário, sempre às 09 horas do dia seguin- XI suspensão da sessão para lavratura da ata sucinta;
te, até que se atinja o referido quorum para a realização da e
sessão de eleição dos Membros da Mesa Diretora. (+ RE nº XII reabertura da sessão com a leitura e aprovação
175/2010.) da ata da sessão. ( RE nº 175/2010.)

5
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

Art. 6° Para o segundo biênio da legislatura, a SEÇÃO II


eleição da Mesa Diretora ocorrerá em qualquer período DA COMPETÊNCIA DA MESA DIRETORA
das sessões legislativas anteriores, em sessão específi-
ca, mediante convocação do Presidente em sessão ou Art. 11. À Mesa Diretora compete, além das
através de expediente que comprove a sua regularida- atribuições consignadas neste Regimento, ou dele
de, observadas as disposições pertinentes desta seção. implicitamente resultantes:
( RE nº 177/2011.) I tomar as providências necessárias à regulari-
dade dos trabalhos;
Art. 7º De cada uma das sessões preparatórias será II dirigir todos os ser viços da Assembleia du-
lavrada uma ata, contendo sucinta exposição das ocor- rante as sessões legislativas e nos seus interregnos;
rências, a qual será submetida à aprovação da Assem- III dar conhecimento à Assembleia, na última
bleia. sessão do ano, do relatório dos trabalhos realiza-
dos;
Art. 8º Na composição da Mesa será assegurada, IV propor, privativamente, à Assembleia, a cria-
tanto quanto possível, a representação proporcional ção ou extinção de cargos ou funções de seus ser-
dos partidos ou bloco parlamentar que participem da viços, a fixação de vencimentos e a concessão de
Assembleia, os quais escolherão os respectivos candida- quaisquer vantagens ou aumento aos seus ser vido-
tos aos cargos que, de acordo com o mesmo princípio, res;
lhes caiba prover. V solicitar os créditos necessários ao funciona-
mento de Assembleia e dos seus ser viços;
TÍTULO II VI dar parecer sobre as proposições que visem
DOS ÓRGÃOS DA ASSEMBLEIA modificar este Regimento Interno ou os ser viços ad-
CAPÍTULO I ministrativos da Assembleia;
DA MESA DIRETORA VII promulgar as Emendas Constitucionais;
SEÇÃO I VIII exercer o controle sobre os dias de sessão
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS e a presença dos Deputados; IX conceder licença a
Deputados na hipótese do art. 76, I;
Art. 9º À Mesa, na qualidade de Comissão Diretora, X dirigir os ser viços da Assembleia;
incumbe a direção dos trabalhos legislativos e a super- XI promover a fiscalização e a segurança interna
visão dos serviços administrativos da Assembleia. da Assembleia;
§ 1º A Mesa compõe-se de Presidência e de Secreta- XII nomear, contratar, promover, comissionar,
ria, constituindo-se, a primeira, do Presidente, primeiro conceder gratificações e licenças, pôr em disponibi-
e segundo Vice-Presidentes e, a segunda, de primeiro, lidade, demitir, exonerar, dispensar e aposentar ser-
segundo, terceiro e quarto Secretários. vidores, bem assim praticar, em relação ao pessoal,
§ 2º Será de dois anos o mandato para membro atos correlatos, obser vadas as normas legais;
da Mesa Diretora, sendo permitida a recondução para o XIII determinar a abertura de sindicância ou in-
mesmo cargo na mesma legislatura. ( RE nº 49/1992.) quéritos administrativos;
§ 3º A direção dos trabalhos no plenário caberá ao XIV dar autorização para que os trabalhos da As-
Presidente, auxiliado pelos 1º e 2º Secretários, que se- sembleia sejam irradiados ou televisados; XV auto-
rão substituídos pelos que imediatamente os seguirem, rizar despesas para as quais a lei não exija licitação;
na ordem estabelecida no caput deste artigo. XVI autorizar a abertura de concorrência e julgá-
§ 4º Para compor a Mesa Diretora, durante as -la; XVII cumprir determinações judiciais;
sessões, na ausência dos Secretários, o Presidente XVIII deliberar conclusivamente, em grau de re-
convidará qualquer um dos Deputados presentes. curso, sobre decisões relativas aos ser vidores da
§ 5º Ocorrendo a vacância no cargo da Mesa até o Assembleia;
dia 31 de outubro do segundo ano de mandato, haverá XIX prestar, anualmente, as contas do Poder Le-
eleição, no prazo de 3 (três) sessões, para o respectivo gislativo, nos termos da legislação.
cargo vago. No caso da vaga acontecer durante o reces-
so, a eleição ocorrerá na primeira sessão ordinária a ser Art. 12. Os membros da Mesa Diretora reunir-
realizada. Ocorrida a vacância depois da data fixada, a -se-ão, obrigatoriamente uma vez por mês, e sem-
Mesa designará um dos membros titulares para respon- pre que necessário, com a presença da maioria de
der pelo cargo. ( RE nº 134/2007.) seus membros e suas deliberações serão tomadas
por maioria de votos, cabendo recursos para o ple-
Art. 10. O mandato de membro da Mesa Diretora nário.
cessará: I com a eleição e posse da nova Mesa Diretora; Parágrafo único. Todas as propostas relativas
II pela morte, renúncia expressa ou perda do man- aos ser viços da Assembleia, ou sobre seu pessoal,
dato; só serão submetidas à deliberação do plenário, com
III quando investido nas funções previstas no art. 59 parecer da Mesa Diretora, que terá, para tal fim, o
da Constituição do Estado. prazo improrrogável de dez dias.

6
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

SEÇÃO III e) declarar prejudicada qualquer proposição que as-


DA PRESIDÊNCIA sim deva ser considerada, na conformidade regimental;
f) despachar os requerimentos, submetidos à sua
Art. 13. O Presidente é o representante da Assembleia apreciação;
quando ela se pronuncia coletivamente, o supervisor dos g) despachar matéria que por sua complexidade,
seus trabalhos e da sua ordem, na conformidade deste Re- exija pronunciamento de Comissão Técnica. ( RE nº
gimento. 49/1992.)
III quanto às comissões:
Art. 14. São atribuições do Presidente, além das que a) nomear e designar, à vista de indicação partidária,
estão expressas neste Regimento, ou decorrem da nature- os membros das comissões;
za de suas funções e prerrogativas: b) declarar a perda de lugar de membro das comis-
I quanto às sessões da Assembleia: sões quando incidir no número de faltas previstas neste
a) convocá-las, presidi-las, suspendê-las e encerrá-las; Regimento.
b) manter a ordem e fazer observar a Constituição Fe- c) convocar reunião conjunta de Comissões para
deral e do Estado e este Regimento; apreciar proposições em regime de urgência e de priori-
c) conceder a palavra aos Deputados; dade; ( RE nº 49/1992.)
d) interromper o orador que se desviar do assunto em d) presidir as reuniões dos Presidentes das comis-
discussão, falar contra matéria vencida, advertindo-o que a sões;
reincidência poderá implicar na perda da palavra; e) designar comissões de representação.
e) decidir do recurso interposto contra decisão de Pre- IV quanto às reuniões da Mesa Diretora:
sidente de Comissão, em questão de ordem por este resol- a) convocá-la e presidi-las;
vida, assegurando-se ao plenário, neste caso, o julgamento b) tomar parte nas discussões e deliberações, com
em última instancia; direito a voto e assinar os respectivos atos e resoluções;
f) determinar o cancelamento pela taquigrafia de dis- c) distribuir a matéria que dependa de parecer;
cursos ou apartes anti-regimentais; d) executar as suas decisões, quando tal incumbência
g) advertir o Deputado quando se portar de maneira não seja atribuída a outro membro.
inconveniente à ordem dos trabalhos; V quanto às publicações:
h) advertir orador quanto ao tempo de que dispõe; a) não permitir a publicação de pronunciamento ou
i) decidir conclusivamente as questões de ordem e as expressões atentatórias ao decoro parlamentar;
reclamações; b) determinar a reprodução de informações e docu-
j) anunciar a Ordem do Dia e o número de Deputados mentos não-oficiais constantes do expediente;
presentes; c) determinar que as informações oficiais sejam pu-
l) submeter à discussão e à votação a matéria a isso blicadas por extenso ou em resumo, ou somente referi-
destinada; das na ata;
m) estabelecer o ponto da questão sobre a qual deva d) ordenar a publicação das matérias que devam ser
ser feita a votação; divulgadas.
n) anunciar o resultado da votação; § 1º Compete, ainda, ao Presidente da Assembleia: I
o) fazer organizar, sob sua responsabilidade e dire- dar posse aos Deputados;
ção, a Ordem do Dia da sessão e anunciá-la até o final do II conceder licença a Deputado, exceto na hipótese
Grande Expediente; ( RE nº 194/2011.) do inciso I, do art. 76;
p) convocar sessões legislativas extraordinárias nos III declarar a vacância do mandato nos casos de fale-
termos deste Regimento; cimento ou renúncia de Deputado;
q) determinar, em qualquer fase dos trabalhos, quando IV assinar a correspondência destinada ao Presidente
julgar necessário, verificação de presença; da República, Presidente da Câmara dos Deputados, do
r) convidar os Deputados para acompanharem votação Senado Federal, Tribunais Federais, Ministros de Estado,
na forma do regimento; Assembleias Legislativas dos Estados, Governadores, Tri-
s) convocar suplentes que devam assumir, em caso de bunais de Justiça, Comandos Militares, Tribunal de Contas
vagas; da União e dos Estados, Tribunais Regionais Eleitorais,
t) desempatar votações ostensivas; ( RE nº 245/2013.) autoridades estrangeiras, representações diplomáticas
u) aplicar censura verbal a Deputado. II quanto às pro- e eclesiásticas;
posições: V reiterar pedidos de informações;
a) despachar proposições e processos; VI dirigir com suprema autoridade a polícia da As-
b) indeferir proposições que não atendem às exigên- sembleia;
cias legais e regimentais; VII zelar pelo prestígio e decoro da Assembleia, bem
c) mandar arquivar, dando conhecimento ao plenário, como pela liberdade e dignidade de seus membros, as-
o relatório ou Parecer de Comissão que não haja concluído segurando a estes o respeito a suas imunidades e prer-
por proposição; rogativas;
d) determinar a retirada de proposições da Ordem do VIII visar as carteiras de identidade dos Deputados
Dia, nos termos deste Regimento; fornecidas pela Casa;

7
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

IX promulgar as leis na forma constitucional, os de- VI fazer imprimir, distribuir e guardar em boa ordem
cretos-legislativos e as resoluções; X substituir, nos ter- todas as proposições, informações e demais documentos
mos do art. 59 da Constituição do Estado, o Governador: para fins de direito;
XI integrar o Conselho de Governo; VII assinar, depois do Presidente, as Atas das sessões,
XII fazer comunicação de interesse público ao ple- assim como todos os demais atos, em geral, da Assem-
nário em qualquer fase da sessão; bleia;
XIII cumprir e fazer cumprir o Regimento. VIII providenciar a entrega aos Deputados, de publi-
XIV – assinar os relatórios contábeis e de gestão cações e impressos relativos aos trabalhos da Assembleia;
fiscal, bem como os atos orçamentários na forma da lei. IX assinar a correspondência da Assembleia, salvo
(+ RE nº 273/2014.) nas hipóteses do art. 14, § lº, inciso IV, deste Regimento.
XV – assinar pela Mesa Diretora toda e qualquer cor-
respondência de competência desta, encaminhando re- Art. 17. São atribuições do 2º Secretário:
querimento de informação ou convocação, dirigido aos I substituir o lº Secretário nas suas faltas e impedi-
Poderes, Secretários de Estado, Presidentes ou Diretores mentos;
de órgãos e empresas públicas. (+ RE nº 368/2017.) II fiscalizar a redação das atas e proceder sua leitura,
§ 2º Caso queira discutir proposição de sua au- fazendo inserir na ata seguinte as retificações a ela apre-
toria inclusa no Ordem do Dia, o Presidente passará a sentadas;
direção dos trabalhos ao substituto legal, e só reassu- III assinar depois do lº Secretário, as atas das sessões,
mirá quando terminar a votação da matéria. ( RE nº assim como todos os demais atos, em geral, da Assem-
84/2001.) bleia;
§ 3º (Suprimido.) (RE nº 84/2001.) IV redigir as atas das reuniões secretas da Assem-
bleia;
SEÇÃO IV V – assinar a relação de Deputados que comparece-
DOS VICE-PRESIDENTES ram à sessão, emitida pelo sistema eletrônico de registro
de presença; ( RE nº 167/2009.)
Art. 15. Compete aos Vice-Presidentes na ordem VI (Revogado.) (RE nº 167/2009.)
de sucessão, desempenharem as atribuições de Presi- VII fazer a inscrição de oradores;
dente, quando este estiver ausente do plenário ou vier VIII – emitir relatórios de frequência dos Deputados,
ausentar-se durante as sessões. ( RE nº 49/1992.) para efeitos do disposto no artigo 80 deste Regimento.
I Não será considerado vago o cargo de Presidente ( RE nº 167/2009.)
quando este estiver substituindo o Governador do Esta-
do, na forma da Constituição. ( RE nº 49/1992.) Art. 18. São atribuições do 3º Secretário;
II No caso de vacância da Presidência, assumirá I substituir o 2º Secretário em seus impedimentos e
o cargo, o 1º Vice-Presidente, nos termos do art. 29, ausências;
alínea “c” da Constituição Estadual. ( RE nº 49/1992.) II receber o Deputado que venha prestar compro-
III – havendo indicação partidária do nome do Pre- misso, introduzindo-o no recinto; III dirigir o serviço de
sidente para compor Comissão Parlamentar de Inqué- polícia interna;
rito, compete ao Vice-Presidente nomeá-lo. (+ RE n° IV fazer a leitura da matéria constante da Ordem do
80/2001.) Dia, quando solicitado pelo Presidente; V organizar o li-
vro de assentamento das discussões e votações das pro-
SEÇÃO V posições em curso.
DOS SECRETÁRIOS
Art. 19. São atribuições do 4º Secretário:
Art. 16. São atribuições do 1º Secretário: I receber o Deputado que venha prestar compromis-
I ocupar a presidência, na falta ou impedimento do so, introduzindo-o no recinto; II substituir o 3º Secretário
Presidente e dos Vice-Presidentes; em seus impedimentos e ausências;
II superintender os serviços administrativos da As- III superintender o setor de transporte do Poder; IV
sembleia, especialmente no que se relacione com pes- fiscalizar as concorrências na área do Poder;
soal, material e patrimônio, bem como a movimentação § 1º Os Secretários substituir-se-ão conforme sua nu-
de seus servidores; meração ordinal e, nessa mesma ordem, ocuparão a
III – fazer a leitura do expediente e das proposi- Presidência nas faltas e impedimentos dos Vice-Pre-
ções recebidas; ( RE nº 167/2009.) sidentes.
IV decidir, em primeira instância, sobre recursos § 2º O Secretário da sessão só poderá usar da pa-
contra atos da direção geral, cabendo de sua decisão, lavra por determinação do Presidente, para leitura da
recurso espontâneo da parte e, obrigatoriamente, “ex- ata, do expediente recebido e de outros documentos,
-ofício” à Mesa Diretora: ou chamada dos Deputados para verificação de quorum
V – assinar a relação de verificação de quorum e votação nominal, quando o sistema eletrônico estiver
para votação e os relatórios das votações nominais, inoperante. ( RE nº 167/2009.)
emitidos pelo sistema eletrônico; ( RE nº 167/2009.)

8
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

CAPÍTULO II § 4º Os membros das Comissões Permanentes


DAS COMISSÕES exercerão suas funções por toda a Legislatura, podendo,
SEÇÃO I entretanto, serem substituídos por solicitação dos líde-
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES res. ( RE nº 205/2012.)

Art. 20. As Comissões da Assembleia são: Art. 24. As Comissões da Assembleia poderão
I permanente, as de caráter técnico-legislativo ou es- contar com serviço de assessoria e assistência técnica,
pecializado, integrantes da estrutura institucional da Casa, constituído de elementos contratados nos termos da le-
co-partícipes e agentes do processo legiferante, que têm gislação vigente e regulamentação da Mesa Diretora, ou
por finalidade apreciar os assuntos ou proposições sub- requisitados de órgãos públicos. ( RE nº 177/2011.)
metidos ao seu exame e sobre eles deliberar, assim como
exercer o acompanhamento dos planos e programas go- Art. 25. As Comissões Permanentes organizar-se-ão
vernamentais, a fiscalização orçamentária do Estado, dos dividindo-se o número de membros da Assembleia pelo
atos do Poder Executivo e da administração descentraliza- número de membros de cada Comissão e número de De-
da, previstos na Constituição Estadual, no âmbito dos res- putados de cada partido pelo quociente assim obtido. O
pectivos campos temáticos e áreas de atuação; quociente final representará o número de lugares a que
II temporárias, as criadas para apreciar determinado tem direito cada partido.
assunto, que se extinguem ao término da legislatura, ou
antes dele, quando alcançado o fim a que se destinam ou Art. 26. O suplente de Deputado não poderá ser
expirado seu prazo de duração. eleito para a Presidência ou Vice-Presidência de Comis-
são.
Art. 21. Na constituição das Comissões assegurar-se-
-á, tanto quanto possível, a representação proporcional dos SEÇÃO II
partidos e do bloco parlamentar que participem da Casa, in- DAS COMISSÕES PERMANENTES E SUA COMPE-
cluindo-se sempre um membro da Minoria, ainda que pela TÊNCIA
proporcionalidade não lhe caiba lugar, excetuando-se a apli-
cação desta regra às Comissões Especiais. ( RE n° 376/2017.) Art. 27. A Assembleia Legislativa tem as seguintes
§ 1º As siglas partidárias ou blocos parlamentares que Comissões Permanentes: ( RE nº 177/2011.)
fizerem jus a(s) vaga(s) na constituição de Comissões po- I Comissão de Constituição e Justiça e de Redação,
derão abrir mão desse direito em favor de outra sigla parti- com 7 (sete) membros;
dária ou bloco parlamentar, desde que assim o declare por II Comissão de Finanças, Economia, Tributação,
escrito em formulário próprio. (+ RE nº 300/2015.) Orçamento e Organização Administrativa, com 7 (sete)
§ 2º No caso da desistência de que trata o parágrafo membros; ( RE nº 323/2015.)
anterior, caberá ao Presidente efetivar a nomeação do par- III Comissão de Educação e Cultura, com 5 (cinco)
lamentar pertencente a sigla partidária ou bloco parlamen- membros; ( RE n° 204/2011.)
tar beneficiado, não havendo desistência das siglas parti- IV Comissão de Saúde, Previdência e Assistência
dárias ou blocos parlamentar em beneficio de determinado Social, com 5 (cinco) membros; ( RE n° 204/2011.)
partido ou bloco para preenchimento da(s) vaga(s), caberá V Comissão de Esporte, Turismo e Lazer, com 5
ao Presidente definir o partido ou bloco parlamentar den- (cinco) membros; ( RE n° 204/2011.)
tre os que tem direito, o qual será beneficiado nomeando VI Comissão de Agropecuária e Política Rural, com
um de seus membros. (+ RE nº 300/2015.) 5 (cinco) membros; ( RE n° 204/2011.)
VII Comissão de Indústria, Comércio, Ciência e Tec-
Art. 22. A Assembleia, depois de eleita a Mesa Direto- nologia, com 5 (cinco) membros; ( RE n° 204/2011.)
ra, iniciará os trabalhos de cada primeira Sessão Legislativa VIII Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvi-
organizando as Comissões Permanentes, dentro do prazo mento Sustentável, com 5 (cinco) membros; ( RE n°
improrrogável de cinco sessões ordinárias. 204/2011.)
IX (Revogado); (RE n° 177/2011.) X (Revogado); (RE
Art. 23. Os membros das Comissões serão nomeados n° 177/2011.) XI (Revogado); (RE n° 177/2011.) XII (Revo-
por ato do Presidente da Assembleia, mediante indicação gado). (RE n° 177/2011.)
dos líderes de bancada ou bloco parlamentar, e publicado XIII Comissão de Transporte e Obras Públicas, com
no Diário Oficial da Casa. ( RE nº 177/2011.) 5 (cinco) membros; ( RE n° 204/2011.)
§ 1º Nas Comissões Permanentes e Temporárias em XIV Comissão de Organização Administrativa, com
que participar, cada bancada ou bloco terá até dois suplen- 5 (cinco) membros; ( RE n° 204/2011.)
tes, que serão classificados por numeração ordinal. XV Comissão de Defesa do Consumidor, com 5
§ 2º Os suplentes serão convocados pelo Presidente de (cinco) membros; ( RE n° 204/2011.)
Comissão, na ausência do Deputado titular. XVI Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e
§ 3º O Deputado poderá, excepcionalmente, fazer Cidadania, com 5 (cinco) membros; ( RE n° 205/2012.)
parte como membro efetivo de mais de 4 (quatro) Comis- XVII Comissão de Segurança Pública, com 5 (cinco)
sões Permanentes. ( RE nº 296/2015.) membros; ( RE n° 204/2011.)

9
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

XVIII Comissão de Defesa dos Direitos da Criança, do § 1º A Recomendação Legislativa rege-se, entre outros,
Adolescente, da Mulher e do Idoso, com 5 (cinco) mem- pelos seguintes princípios: (+ RE nº 300/2015.)
bros; e ( RE n° 205/2012.) a) motivação; (+ RE nº 300/2015.)
XIX Comissão de Habitação e Assuntos Municipais, b) formalidade; (+ RE nº 300/2015.)
com 5 (cinco) membros. ( RE n° 204/2011.) c) celeridade e implementação tempestiva das medi-
das recomendadas; (+ RE nº 300/2015.)
Art. 28. As Comissões Permanentes têm por finali- d) publicidade, moralidade, eficiência, impessoalidade
dade estudar os assuntos submetidos ao seu exame, sobre e legalidade; (+ RE nº 300/2015.)
eles manifestar-se na forma deste Regimento, assim como e) máxima amplitude do objeto e das medidas reco-
exercer, no âmbito das respectivas competências, a fiscali- mendadas; (+ RE nº 300/2015.)
zação dos atos do Poder Executivo e da administração des- f) máxima utilidade e efetividade; (+ RE nº 300/2015.)
centralizada, expedir Recomendação Legislativa, prevista g) caráter não vinculativo das medidas recomendadas;
na Constituição Estadual. ( RE n° 300/2015.) (+ RE nº 300/2015.)
§ 1º É vedado a qualquer Comissão manifestar-se sobre h) caráter preventivo ou corretivo; e (+ RE nº 300/2015.)
matéria estranha à sua competência. (+ RE nº 141/2007.) i) resolutividade. (+ RE nº 300/2015.)
§ 2º Para elucidação de qualquer matéria sujeita ao seu § 2º O Poder Legislativo, através de suas respectivas
estudo, as Comissões poderão: (+ RE nº 141/2007.) Comissões, em procedimentos próprios e formais, de no-
I convocar Secretários de Estado e demais autoridades, tícias de fato ou de peças de informação, poderá expedir
nos termos da Constituição Estadual e deste Regimento: Recomendação Legislativa, objetivando o respeito e a efe-
II realizar diligências; tividade dos direitos e interesses que lhe incumba fiscalizar
III solicitar a colaboração de órgãos dos demais Pode- e controlar, sendo o caso, a edição de normas ou a altera-
res do Estado, da União e dos Municípios, de entidades ção da legislação em vigor. (+ RE nº 300/2015.)
privadas e pessoas capacitadas; e § 3º A Recomendação Legislativa será dirigida ao Poder
IV formular pedidos de informação, nos termos da Executivo e ao Tribunal de Contas para a adoção das medi-
Constituição Estadual e deste Regimento. das recomendadas e sempre que possível, preliminarmente
à expedição da Recomendação Legislativa, serão requisita-
Art. 28-A. Será terminativo o parecer: (+ RE nº das informações ao destinatário sobre caso concreto noti-
139/2007.) ciado. (+ RE nº 300/2015.)
I da Comissão de Constituição e Justiça e de Redação, § 4º A Recomendação Legislativa deve ser devidamen-
quanto à constitucionalidade ou juridicidade da matéria; e te fundamentada, mediante a exposição dos argumentos
II da Comissão de Finanças, Economia, Tributação e fáticos e jurídicos que justifiquem a sua expedição e con-
Orçamento sobre a adequação financeira ou orçamentária terá a indicação de prazo razoável para o seu atendimento,
da proposição. ( RE nº 205/2012.) bem como indicará, de forma clara e objetiva, as medidas
§ 1º O autor da proposição deve ser informado do recomendadas. (+ RE nº 300/2015.)
fato no prazo de 3 (três) sessões ordinárias, da decisão da § 5º O Poder Legislativo, através da respectiva Comis-
comissão, dispondo de igual prazo para interposição de são proponente, poderá requisitar ao destinatário a ade-
recurso, que deverá ser subscrito por 1/3 (um terço) dos quada divulgação da Recomendação Legislativa expedida,
membros do Parlamento. (Renumerado RE nº 375/2017.) incluindo sua afixação em local de fácil acesso ao público
§ 2º O recurso a que se refere o parágrafo anterior, e também resposta por escrito sobre o atendimento ou
deve ser formulado e dirigido a Mesa Diretora, requerendo não da Recomendação Legislativa com o objetivo de sub-
ao Plenário que o recurso seja provido e que a matéria seja sidiar, em sendo o caso, a decisão quanto à propositura de
desarquivada e tenha o seu tramite restabelecido, e que o ação judicial pertinente, pelo órgão responsável. (+ RE nº
Presidente designe em plenário um Membro da Comissão de 300/2015.)
Justiça e de Redação para emitir novo parecer pelas Comissões § 6º Na hipótese de desatendimento à Recomendação
pertinentes. (+ RE nº 375/2017.) Legislativa, diante de falta de resposta ou de resposta con-
siderada inconsistente, caberá a Comissão proponente que
Art. 28-B. A Recomendação Legislativa é o instrumen- a expediu, adotar na esfera de suas atribuições constitucio-
to de atuação extraprocessual de autoria do Poder Legis- nais e regimentais, as providências cabíveis, dentre as quais
lativo, por intermédio de suas respectivas Comissões, do encaminhando também, cópia de toda documentação ao
qual este expõe, por ato formal, as razões fáticas e jurídicas Ministério Público para promoção de ações judiciais, com
sobre determinada questão, com o objetivo de persuadir o à obtenção do resultado pretendido com a expedição da
destinatário a que pratique ou deixe de praticar determina- Recomendação Legislativa. (+ RE nº 300/2015.)
dos atos em benefício da melhoria dos serviços públicos e § 7º Para evitar a judicialização e fornecer ao destinatá-
de relevância pública ou do respeito aos interesses, direitos rio todas as informações úteis à formação de seu conven-
e bens fiscalizados e controlados pelo Legislativo, atuando, cimento, deverá a Comissão pertinente, ao expedir a Re-
assim, como instrumento de prevenção de responsabilida- comendação Legislativa, indicar as eventuais providências
des no âmbito do Poder Executivo e do Tribunal de Contas que adotará em caso de seu desatendimento, desde que
do Estado de Rondônia. (+ RE 300/2015.) incluídas em sua esfera de atribuições. (+ RE nº 300/2015.)

10
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

Art. 29. As competências das Comissões Perma- X organização e reforma administrativa da administra-
nentes são as definidas nos parágrafos deste artigo. ( ção pública direta e indireta; (+ RE nº 323/2015.)
RE nº 177/2011.) XI matérias e assuntos relativos à organização e divisão
§ 1º À Comissão de Constituição e Justiça e de Re- judiciária do Estado; (+ RE nº 323/2015.)
dação compete: ( RE nº 205/2012.) XII matérias referentes a direito administrativo em ge-
I analisar e emitir parecer quanto aos aspectos cons- ral; (+ RE nº 323/2015.)
titucionais, legais, regimentais e de técnica legislativa e re- XIII regime jurídico-administrativo e concessão e uso
dacional das matérias que lhe forem distribuídas, inclusive dos bens civis públicos; (+ RE nº 323/2015.)
aquelas de competência privativa de outras comissões, XIV prestação e concessão de serviços públicos em ge-
concluindo por projeto, quando cabível; ( RE nº 205/2012.) ral e seu regime jurídico; e (+ RE nº 323/2015.)
II opinar sobre o mérito de matéria que não integre XV a execução de leis, planos e programas relativos às
especificamente a competência de outras Comissões; (RE matérias de sua competência. (+ RE nº 323/2015.)
nº 205/2012.) § 3º À Comissão de Educação e Cultura compete: (
III analisar e opinar sobre todos os assuntos de RE nº 205/2012.)
competência privativa do Poder Legislativo; ( RE nº I opinar sobre os assuntos pertinentes à educação e
205/2012.) cultura em geral, política e sistema educacional, em seus
IV manifestar-se sobre a prisão em flagrante e pe- aspectos institucionais, estruturais, funcionais e legais; (
dido de sustação de processo contra Deputados; ( RE nº RE nº 205/2012.)
205/2012.) II o mérito de projetos que versem sobre educação,
V analisar e emitir parecer aos vetos governamen- cultura, datas comemorativas e homenagens cívicas; ( RE
tais por vício de constitucionalidade; ( RE nº 205/2012.) nº 205/2012.)
VI opinar sobre recursos regimentais, bem como pe- III auxiliar no desenvolvimento cultural, histórico, ar-
didos de audiência ou consulta formulados por Deputa- queológico e artístico do Estado; e (
dos ou pela Mesa Diretora; e ( RE nº 205/2012.) RE nº 205/2012.)
VII ordenar e elaborar a redação final, sem modi-
IV acompanhar e fiscalizar a execução de leis, planos
ficar o sentido, de projetos emendados pelo Plenário,
e programas relativos às matérias de sua competência. (
exceto os relativos ao plano plurianual, às diretrizes or-
RE nº 205/2012.)
çamentárias e ao orçamento anual. ( RE nº 205/2012.)
§ 4º À Comissão de Saúde, Previdência e Assistência
§ 2° À Comissão de Finanças, Economia, Tributa-
Social compete opinar sobre: ( RE nº 205/2012.)
ção, Orçamento e Organização Administrativa com-
I assuntos relacionados à saúde, à previdência social e
pete: ( RE nº 323/2015.)
à assistência social em geral; ( RE nº 205/2012.)
I analisar e emitir parecer aos projetos de leis do
II matérias que disponham sobre a organização insti-
plano plurianual, das diretrizes orçamentárias, dos orça-
mentos anuais e de autorização para abertura de crédi- tucional da seguridade social no Estado; ( RE nº 205/2012.)
tos adicionais; ( RE nº 323/2015.) III política de saúde e processo de planificação em
II opinar sobre o aspecto financeiro e orçamentário saúde pública e privada; ( RE nº 205/2012.)
de todas as proposições, inclusive aquelas de compe- IV ações, serviços e campanhas de saúde pública; (
tência privativa de outras comissões, desde que influam RE nº 205/2012.)
na despesa ou na receita pública, ou no patrimônio do V assuntos relativos ao financiamento das políticas de
Estado; ( RE nº 323/2015.) saúde, previdência e assistência social; ( RE nº 205/2012.)
III analisar o mérito de matéria tributária e financei- VI programas de assistência à saúde dos servidores
ra, dívida pública, economia interna, empréstimos, acor- públicos estaduais; ( RE nº 205/2012.)
dos e convênios; ( RE nº 323/2015.) VII gestão de pessoal das categorias de trabalhadores
IV analisar a prestação de contas do Governo do envolvidas no Sistema de Seguridade Social; e
Estado, elaborando sua redação final; ( RE nº 323/2015.) ( RE nº 205/2012.)
V analisar as contas do Tribunal de Contas do Esta- VIII a execução de leis, planos e programas relativos
do; ( RE nº 323/2015.) às matérias de sua competência. ( RE nº 205/2012.)
VI ordenar e elaborar a redação final dos projetos § 5° À Comissão de Esporte, Turismo e Lazer compete
de leis do plano plurianual, das diretrizes orçamentárias opinar sobre: ( RE nº 205/2012.)
e dos orçamentos anuais; ( RE nº 323/2015.) I política estadual de desenvolvimento e organização
VII elaborar o projeto de lei orçamentária, caso não do sistema desportivo; ( RE nº 205/2012.)
seja enviado no prazo constitucional; ( RE nº 323/2015.) II planos e programas de esporte e lazer comunitário;
VIII analisar e emitir parecer sobre proposições e ( RE nº 205/2012.)
assuntos relativos ao serviço público da administração III política e programas de gestão e desenvolvimento
pública direta e indireta; (+ RE nº 323/2015.) do turismo e ecoturismo; ( RE nº 205/2012.)
IX proposições e assuntos pertinentes a regime jurídi- IV o mérito de matérias legislativas relativas ao esporte,
co, plano de carreira, política salarial, formação, capacita- turismo, lazer e espetáculos públicos; e ( RE nº 205/2012.)
ção e aperfeiçoamento dos servidores públicos estaduais; V a execução de leis, planos e programas relativos às
(+ RE nº 323/2015.) matérias de sua competência. ( RE nº 205/2012.)

11
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

§ 6º À Comissão de Agropecuária e Política Rural V emitir parecer para autorização de implantação de


compete: ( RE nº 205/2012.) instalações para produção em escala comercial de qual-
I acompanhar e propor adequações na execução da quer espécie de energia no Estado; ( RE nº 205/2012.)
política estadual de: ( RE nº 205/2012.) VI propor ou opinar sobre a criação, ampliação, ma-
a) desenvolvimento da agricultura, pecuária e pes- nutenção ou extinção de reservas biológicas ou recursos
queira; ( RE nº 205/2012.) naturais e áreas de proteção ambiental; ( RE nº 205/2012.)
b) reforma agrária e de desenvolvimento e bem estar VII realizar estudos para a solução dos problemas que
rural; ( RE nº 205/2012.) afligem a flora e a fauna amazônica; ( RE nº 205/2012.)
c) desenvolvimento das atividades extrativistas; ( RE VIII averiguar denúncias e propor medidas contra a
nº 205/2012.) degradação do meio ambiente; ( RE nº 205/2012.)
d) vigilância e defesa sanitária animal e vegetal; ( RE IX participar voluntariamente de programas e proje-
nº 205/2012.) tos de fiscalização ambiental; ( RE nº 205/2012.)
II analisar e emitir parecer sobre o mérito de projetos X propor medidas para a manutenção do meio am-
de lei relativos às atividades de agricultura, pecuária, pesca biente ecologicamente equilibrado e, em especial, na for-
e defesa sanitária animal e vegetal; ( RE nº 205/2012.) ma da lei, contribuir para: ( RE nº 205/2012.)
III o mérito de matérias relativas ao crédito rural e ao a) preservar e restaurar os processos ecológicos es-
cooperativismo; ( RE nº 205/2012.) senciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecos-
IV opinar sobre assuntos pertinentes ao sistema de sistemas; ( RE nº 205/2012.)
abastecimento; e ( RE nº 205/2012.) b) preservar a diversidade e a integridade do patrimô-
V acompanhar e fiscalizar a execução de leis, planos e nio genético do Estado e fiscalizar as entidades dedicadas
programas relativos às matérias de sua competência. ( RE à pesquisa e manipulação de material genético; ( RE nº
nº 205/2012.) 205/2012.)
§ 7º À Comissão de Indústria, Comércio, Ciência e c) proteger a fauna e a flora contra práticas que colo-
Tecnologia compete: ( RE nº 205/2012.) quem em risco sua função ecológica, ou provoquem extin-
I acompanhar e propor adequações na execução da ção de espécie ou submetam animais a tratamento cruel;
política estadual de: ( RE nº 205/2012.) ( RE nº 205/2012.)
a) atividades industriais, comerciais e de prestação de d) controlar a produção, a comercialização e o empre-
serviços; ( RE nº 205/2012.) go de técnicas, métodos e substâncias que comportem ris-
b) desenvolvimento empresarial; ( RE nº 205/2012.) co para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; (
c) pesquisa e desenvolvimento científico e tecnológi- RE nº 205/2012.)
co; ( RE nº 205/2012.) e) promover a conscientização pública para preserva-
II opinar sobre o mérito de projetos de leis relativos às ção do meio ambiente; e ( RE nº 205/2012.)
atividades industriais, comerciais e de prestação de servi- XI acompanhar e fiscalizar a execução de leis, planos
ços; (RE nº 205/2012.) e programas relativos às matérias de sua competência. (
III analisar e emitir parecer sobre matérias pertinentes RE nº 205/2012.)
à política estadual de ciência e tecnologia; ( RE nº 205/2012.) § 9º À Comissão de Transportes e Obras Públicas
IV fiscalizar e acompanhar as iniciativas de pesquisa compete opinar sobre: ( RE nº 205/2012.)
científica e tecnológica dos diversos órgãos da administra- I proposições relativas às obras públicas, transportes,
ção pública estadual; e ( RE nº 205/2012.) sistema viário, infra-estrutura e saneamento básico; (RE nº
V fiscalizar as atividades das empresas públicas e 205/2012.)
privadas, autarquias e sociedades de economia mista que II os assuntos referentes ao sistema viário e ao siste-
exerçam atividades relacionadas com atividades minerais e ma de transportes em geral; ( RE nº 205/2012.)
produção e distribuição de energia. ( RE nº 205/2012.) III concessão para exploração dos serviços de trans-
§ 8º À Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimen- portes; ( RE nº 205/2012.)
to Sustentável compete: ( RE nº 205/2012.) IV critérios para fixação e aumento de tarifas dos
I opinar sobre assuntos referentes a florestas, caça, serviços intermunicipais de transportes públicos; ( RE nº
pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e 205/2012.)
dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e con- V planos, programas e obras de infra-estrutura e sa-
trole da poluição; ( RE nº 205/2012.) neamento básico; ( RE nº 205/2012.)
II acompanhar e propor adequações na execução da VI cronograma de execução e promover a fiscalização
política estadual de meio ambiente e da política estadual de de obras públicas; ( RE nº 205/2012.)
desenvolvimento econômico sustentável; ( RE nº 205/2012.) VII interrupção de obras públicas, alteração de pro-
III fiscalizar a exploração e manutenção dos recursos jetos, seus custos e aplicação dos recursos; e ( REnº
estaduais naturais renováveis: flora, fauna, solo, água e ar; 205/2012.)
( RE nº 205/2012.) VIII a execução de leis, planos e programas relativos
IV propor normas que disciplinem a exploração ou às matérias de sua competência. ( RE nº 205/2012.)
plano de manejo sustentado de áreas florestadas ou ob- § 10. (Revogado.) (RE nº 323/2015.)
jeto de reflorestamento para fins empresariais; ( RE nº § 11. À Comissão de Defesa do Consumidor compete:
205/2012.) ( RE nº 205/2012.)

12
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

I opinar sobre matérias referentes à economia popu- V zelar pelo funcionamento dos sistemas estaduais de
lar, política de preços e proteção e defesa dos direitos do segurança e carcerário, acolhendo e investigando denún-
consumidor; ( RE nº 205/2012.) cias de violência ou abuso de autoridade praticadas por
II propor medidas de proteção e defesa dos direitos policiais e agentes penitenciários; (+ RE nº 205/2012.)
dos consumidores e repressão ao abuso do poder econô- VI promover simpósios, conferências, seminários ou
mico; ( RE nº 205/2012.) assemelhados com a sociedade, na busca de soluções con-
III manter intercâmbio com órgãos governamentais e tra a violência; e (+ RE nº 205/2012.)
organizações não governamentais que atuam na proteção VII fiscalizar e acompanhar a execução de leis, de pro-
e defesa dos direitos do consumidor; ( RE nº 205/2012.) gramas e políticas estaduais de segurança pública e siste-
IV zelar pela defesa dos direitos do consumidor, aco- ma prisional. (+ RE nº 205/2012.)
lhendo e investigando denúncias contra a economia popu- § 14. À Comissão de Defesa dos Direitos da Criança,
lar, promovendo as providências que forem necessárias na do Adolescente, da Mulher e do Idoso compete: (+ RE nº
proteção e defesa do consumidor; ( RE nº 205/2012.) 205/2012.)
V atuar na orientação e educação do consumidor, vi- I debater, orientar, apoiar e fiscalizar a atuação do po-
sando melhorias das relações de consumo de produtos e der público estadual no que se refere à elabora ção e exe-
serviços; ( RE nº 205/2012.) cução de políticas públicas para as crianças, adolescentes,
VI colaborar com a política estadual de proteção e mulheres e idosos; (+ RE nº 205/2012.)
defesa dos direitos do consumidor; e ( RE nºn 205/2012.) II propor medidas visando o fortalecimento e a am-
VII acompanhar e fiscalizar a execução de leis e progra- pliação de programas destinados às crianças, adolescentes,
mas relativos às matérias de sua competência. mulheres e idosos; (+ RE nº 205/2012.)
§ 12. À Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e III opinar sobre o mérito de proposições relativas aos
Cidadania compete: ( RE nº 205/2012.) interesses e direitos da criança, da mulher e do idoso, in-
I opinar sobre proposições e questões ligadas aos di- cluindo todas as matérias relacionadas às políticas públicas
reitos humanos e cidadania, com ênfase nos direitos das previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente, na Lei
minorias e das comunidades indígenas; ( RE nº 205/2012.) Maria da Penha e no Estatuto do Idoso; (+ RE nº 205/2012.)
II propor e avaliar políticas de prevenção e combate à IV propor medidas para o fortalecimento e a ampliação
violência urbana e rural e discriminação racial, social, étnica de programas e casas de abrigo para o atendimento de
ou quanto à orientação sexual; ( RE nº 205/2012.) mulheres vítimas de violência; (+ RE nº 205/2012.)
III receber, avaliar e investigar denúncias relativas à V colaborar na atualização da Política Estadual de De-
ameaça ou violação dos direitos humanos e cidadania; ( fesa dos Direitos das Mulheres, visando eliminar as discri-
RE nº 205/2012.) minações que lhes são infligidas; e (+ RE nº 205/2012.)
IV fiscalizar e acompanhar a execução de programas VI acompanhar e fiscalizar a execução de leis e progra-
governamentais relativos à proteção dos direitos humanos mas relativos às matérias de sua competência.
e cidadania; ( RE nº 205/2012.) § 15. À Comissão de Habitação e Assuntos Municipais
V realizar visitas e avaliações periódicas das condi- compete: (+ RE nº 205/2012.)
ções de atendimento de asilos e casas de amparo a pes- I opinar sobre proposições relativas a planos e pro-
soas desfavorecidas; ( RE nº 205/2012.) gramas estaduais de habitação urbana e rural; (+ RE nº
VI articular-se com entidades públicas ou privadas de 205/2012.)
defesa dos direitos humanos e cidadania, bem como com II promover estudos e levantamentos das áreas dispo-
órgãos públicos de segurança e defesa civil, em esforço níveis ou próprias do Estado para atendimento da deman-
conjunto para minimizar as causas da violência; e ( RE nº da de programas habitacionais urbanos e rurais; (+ RE nº
205/2012.) 205/2012.)
VII atuar em conjunto com entidades governamentais III fiscalizar e garantir a elaboração criteriosa da lista de
e não governamentais que atuam na defesa dos direitos todos os beneficiários dos programas habitacionais; (+ RE
humanos. ( RE nº 205/2012.) nº 205/2012.)
§ 13. À Comissão de Segurança Pública compete: (+ RE IV opinar sobre desapropriação de área para fins so-
nº 205/2012.) ciais visando atender as necessidades de assentamentos
I proposições e assuntos relativos à segurança pública, urbanas e rurais, bem como a aquisição de lotes urbaniza-
ao sistema penitenciário e aos seus órgãos institucionais; dos para serem adquiridos por famílias carentes; (+ RE nº
(+ RE nº 205/2012.) 205/2012.)
II colaborar com medidas na execução da política esta- V verificar as condições e conhecer in loco a situação
dual de segurança pública e no funcionamento do sistema territorial em casos de criação, desmembramento, fusão,
carcerário estadual; (+ RE nº 205/2012.) extinção, incorporação de área e retificação de limites de
III propor medidas para resolução de conflitos que en- municípios; (+ RE nº 205/2012.)
volvam a segurança pública; (+ RE nº 205/2012.) VI o mérito de proposições de criação, desmembra-
IV realizar avaliações periódicas das condições das de- mento, fusão, extinção, incorporação de área e retificação
legacias, penitenciárias, casas de detenção e de alberga- de limites de municípios; (+ RE nº 205/2012.)
dos, para garantir as condições de vida e dignidade huma- VII realizar estudos sobre problemas dos municípios,
na dos apenados; (+ RE nº 205/2012.) apresentando as possíveis soluções; (+ RE nº 205/2012.)

13
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

VIII opinar sobre assuntos relacionados às regiões § 2º Concluídos os trabalhos, a Comissão apresentará
metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões; ao plenário, através, do Presidente da Assembleia, no prazo
e (+ RE nº 205/2012.) de cinco dias, o respectivo relatório, que será conclusivo,
IX fiscalizar os aspectos relacionados aos critérios podendo propor projetos ou oferecer sugestões.
de distribuição de verbas estaduais aos municípios. (+ § 3º O requerimento para constituição da Comissão
RE nº 205/2012.) Temporária Especial será submetido à deliberação em ple-
nário. ( RE nº 300/2015.)
SEÇÃO III § 4º Não será criada Comissão Especial quando
DAS COMISSÕES TEMPORÁRIAS o assunto objeto da mesma for afeto as atribuições de
quaisquer das Comissões Permanentes da Casa. ( RE nº
Art. 30. As Comissões Temporárias são constituí- 300/2015.)
das para fim determinado por proposta da Mesa Dire-
tora, ou a requerimento de 1/3 (um terço), no mínimo, SUBSEÇÃO II
exceto as Comissões Especiais. ( RE nº 300/2015.) PARLAMENTARES DE INQUÉRITO
§ 1º O requerimento para constituição da Comissão
Temporária deverá indicar desde logo, a finalidade, o Art. 33. As Comissões Parlamentares de Inquérito te-
número de membros e o prazo de funcionamento. rão ampla liberdade de ação nas pesquisas destinadas a
§ 2º O Presidente da Assembleia, no prazo de 5 apurar os fatos determinados que deram origem à sua for-
(cinco) dias úteis da aprovação do requerimento, bai- mação, e serão criadas na forma da Constituição Estadual.
xará ato constituindo a Comissão e designando seus § 1º O prazo para funcionamento da Comissão Parla-
membros, mediante indicação dos líderes partidários, mentar de Inquérito será de até noventa dias, prorrogável
ou de bloco parlamentar, cabendo ao Presidente a li- por mais trinta dias, mediante solicitação fundamentada do
vre nomeação, caso não ocorra a indicação, obrigato- Presidente da Comissão ao plenário.
riamente observando a proporcionalidade. ( RE nº I O prazo de trinta dias de que trata o parágrafo ante-
141/2007.) rior poderá ser prorrogado com igual período, a requeri-
§ 3º O autor da proposição será membro obrigató- mento consubstanciado da Comissão, após ouvido o Ple-
rio da Comissão. nário. (+ RE nº 66/1997.)
§ 4º Os prazos das Comissões Temporárias inter- II – havendo necessidade de prazo para a conclusão
rompem-se nos períodos de recesso da Assembleia. ( dos trabalhos, poderá o mesmo ser prorrogado por mais
RE nº 141/2007.) 30 (trinta) dias, mediante solicitação fundamentada da Co-
§ 5º Nenhum Deputado poderá integrar, simul- missão, após ouvido o Plenário. (+ RE nº 76/1999.)
taneamente, mais de uma Comissão Parlamentar de III – caso a prorrogação prevista no inciso anterior na
Inquérito, exceto quando necessário para comple- seja suficiente para a conclusão dos trabalhos, a Comissão
tar a sua composição. ( RE nº 141/2007.) poderá solicitar a prorrogação em igual período, desde que
§ 6º. A Comissão deverá se instalar no prazo de 05 devidamente fundamentada. (+ RE nº 77/1999.)
(cinco) dias após a nomeação de seus membros. (+ RE IV – não sendo suficientes os prazos previstos no § 1° e
nº 141/2007.) seus incisos para a conclusão dos trabalhos, a
Comissão poderá requerer prorrogação por até igual
Art. 31. As Comissões Temporárias são: I Especiais; período. (+ RE nº 85/2001.)
Il Parlamentares de Inquérito; III de Representação. § 2º Não se criará Comissão Parlamentar de Inquérito
Parágrafo único. As Comissões Temporárias extin- enquanto estiverem funcionando pelo menos cinco.
guem-se pela conclusão de sua tarefa, ao término do § 3° As Comissões parlamentares de Inquérito serão
respectivo prazo e ao encerramento da legislatura. constituídas de cinco membros, assegurando-se, tanto
quanto possível, a representação proporcional dos partidos
SUBSEÇÃO I ou de bloco parlamentar que participem da Casa, incluin-
ESPECIAIS do-se sempre um membro da Minoria. ( RE nº 313/2015.)
§ 4° O Presidente da Assembleia Legislativa poderá
Art. 32. As Comissões Temporárias Especiais são se nomeado como membro de Comissão Parlamentar
constituídas de 03 (três) membros, nomeados pelo Pre- de Inquérito, desde que indicado pela sua respectiva ban-
sidente da Mesa Diretora, cujo prazo de funcionamen- cada, em conformidade ao que dispõe o inciso VI, artigo 97
to será de 60 (sessenta) dias, podendo o Presidente da deste Regimento. (+ RE nº 80/2001.)
Comissão requerer ao Plenário sua prorrogação, até § 5º No exercício de suas atribuições, as Comissões Parla-
por mais 2 (dois) períodos de 60 (sessenta) dias cada mentares de Inquérito poderão determinar diligências, ouvir
um, sendo que o requerimento de prorrogação deve indiciados, inquirir testemunhas sob compromisso, requisitar
ser apresentado, no mínimo, 48 (quarenta e oito) horas de órgãos e entidades da administração pública informações
antes da extinção do prazo original. ( RE nº 376/2017.) e documentos, requerer a audiência de Deputados e Secretá-
§ 1º As Comissões Temporárias Especiais terão Pre- rios de Estado, tomar depoimentos de autoridades estaduais
sidente, um Vice-Presidente e um Relator, escolhidos e municipais, e requisitar os serviços de quaisquer autorida-
por votação na primeira reunião de instalação. des, inclusive policiais. (+1 RE nº 80/2001.)

14
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

§ 6º As pessoas acusadas e testemunhas serão inti- IX submeter a discussão e votação a matéria sujeita
madas ou notificadas de acordo com as prescrições esta- à Comissão e proclamar o resultado; X assinar pareceres
belecidas na legislação penal. (+1 RE nº 80/2001.) juntamente com os relatores;
§ 7º Incumbe a quaisquer de seus membros, ou fun- XI solicitar ao Presidente da Assembleia substitutos
cionários requisitados dos serviços administrativos da para os membros da Comissão, no caso de vaga; XII repre-
Assembleia, a realização de sindicâncias ou diligências sentar a Comissão nas suas relações com a Mesa Diretora;
necessárias aos seus trabalhos, dando conhecimento XIII resolver as questões de ordem suscitadas na Co-
prévio à Mesa. (+1 RE nº 80/2001.) missão;
§ 8º A Comissão poderá deslocar-se a qualquer pon- XIV exigir dos membros da Comissão a devolução de
to do território do Estado para a realização de investiga- proposições nos termos deste Regimento; XV – expedir
ções e audiências públicas. (+1 RE nº 80/2001.) Recomendação Legislativa. (+ RE nº 300/2015.)
§ 9º Aplicam-se, subsidiariamente e no que couber
à Comissão, as normas da Lei Federal nº 1.579, de 18 de Art. 37. O Presidente pode assumir a função de re-
março de 1952 e dos Códigos de Processo Civil e Penal. lator, passando a presidência ao substituto eventual en-
(+1 RE nº 80/2001.) quanto estiver em discussão e votação a matéria da qual
tenha sido relator, e terá voto em todas as deliberações da
Art. 34. Ao término dos trabalhos a Comissão apre- Comissão.
sentará relatório circunstanciado, com suas conclusões, e
encaminhará à Mesa para as providências de alçada des- Art. 38. Dos atos e deliberações do Presidente caberá
ta ou do plenário, oferecendo, conforme o caso, projeto recurso à Mesa Diretora.
de resolução, ou indicação, que será incluída em Ordem
do Dia, dentro de duas sessões. Art. 39. É vedado ao autor de qualquer proposição ser
dela o relator.
SUBSEÇÃO III
DE REPRESENTAÇÃO SEÇÃO V
DAS VAGAS
Art. 35. As Comissões de Representação têm por fi-
nalidade representar o Poder Legislativo em atos públi- Art. 40. As vagas na Comissão verificar-se-ão I pela
cos. extinção do mandato legislativo; II -pela sua renúncia;
Parágrafo único. Compete ao Presidente da Assem- III pela perda de lugar; IV pela morte;
bleia designar os respectivos membros, em número nunca V pelo exercício de função previsto no art. 35, I, da
superior a três, respeitada a proporcionalidade Partidária. Constituição do Estado; VI pela desvinculação de sua ban-
cada partidária.
SEÇÃO IV § lº A renúncia de qualquer membro da Comissão será
DO PRESIDENTE DE COMISSÃO ato acabado e definitivo, desde que, comunicada em ple-
nário ou encaminhada por escrito, ao Presidente da As-
Art. 36. As Comissões Permanentes e Temporárias, sembleia.
dentro dos cinco dias seguintes à sua constituição, reu- § 2º Perderá automaticamente o lugar na Comissão
nir-se-ão, convocadas e presididas pelo membro mais Permanente o Deputado que deixar de comparecer a três
idoso, para eleger o Presidente e o VicePresidente, e reuniões ordinárias consecutivas, salvo motivo de força
no caso de Comissão Especial para eleger o Presidente e maior, comunicado previamente, por escrito, à Comissão,
Relator. ( RE nº 376/2017.) que deliberará acerca da plausibilidade ou não da justi-
Parágrafo único. Ao Presidente de Comissão compe- ficativa. A perda do lugar na Comissão será comunicado
te: I ordenar e dirigir os trabalhos da Comissão; pelo Presidente da Comissão ao Presidente da Assembleia
II convocar reuniões ordinárias e extraordinárias, na Legislativa. ( RE nº 297/2015.)
forma deste Regimento; § 3º O Deputado que perder o seu lugar na Comissão,
III dar conhecimento à Comissão, da matéria rece- a ela não poderá retornar na mesma sessão legislativa.
bida, bem como dos relatores designados; IV designar § 4º A vaga em Comissão será preenchida por nomea-
relatores para a matéria distribuída; ção do Presidente da Assembleia, dentro de três reuniões,
V fazer ler, pelo Secretário da Comissão, a ata da reu- de acordo com o líder do partido ou bloco que pertencer
nião anterior, dando-a por aprovada, ressalvado o direito o lugar vago ou independentemente dessa comunicação,
de retificação; se não for feita naquele prazo.
VI conceder a palavra aos membros da Comissão, aos § 5º Excepcionalmente, o Presidente da Comissão Per-
Deputados que a solicitarem e a qualquer outra pessoa, manente, após discussão e aprovação do nome do De-
nos termos do Regimento; putado convidado a integrar a respectiva Comissão na
VII Interromper o orador que estiver falando sobre qualidade de membro efetivo, terá o seu nome indicado
matéria vencida, ou se desviar da matéria em debate; ao Presidente da Assembleia Legislativa para fins de no-
VIII conceder vista das proposições aos membros da meação. (+ RE nº 297/2015.)
Comissão ou avocá-las;

15
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

SEÇÃO VI IV leitura, discussão e votação de requerimentos, rela-


DAS REUNIÕES tórios e pareceres.
Parágrafo único. A ordem dos trabalhos poderá ser alte-
Art. 41. As Comissões reunir-se-ão ordinariamente, rada pela Comissão, para tratar de matéria em regime de ur-
no edifício-sede da Assembleia, em dia e horário fixado por gência ou prioridade, ou a requerimento de qualquer de seus
ato do respectivo presidente e, extraordinariamente, quan- membros, que solicite preferência para determinado assunto.
do convocada pelo seu Presidente, pelo Presidente da As-
sembleia, ou a requerimento da maioria de seus membros. Art. 46. A Comissão deliberará por maioria de vo-
( RE nº 177/2011.) tos, presente a maioria de seus membros ou parlamen-
§ 1º As reuniões ordinárias ou extraordinárias durarão o tares convidados de outras Comissões Permanentes para
tempo necessário aos seus fins, salvo deliberação em contrário. completar o número exigido, e, em caso de empate, o Pre-
§ 2º As reuniões conjuntas das Comissões Permanen- sidente decidirá, usando o voto de qualidade. ( RE nº
tes serão presididas pelo Presidente da Comissão de maior 297/2015.)
abrangência. ( RE nº 177/2011.)
Art. 47. A Comissão, ao receber qualquer proposição
Art. 42. As reuniões das Comissões serão públicas, po- ou documento enviado pela Mesa Diretora, proporá a sua
dendo ser reservadas ou secretas. aprovação ou rejeição total ou parcial, podendo apresentar
§ 1º Serão reservadas, a juízo da Comissão, as reuniões projeto dele decorrente, formular substitutivos, emendas
em que haja matéria que deva ser debatida, apenas, com e subemendas bem como dividi-las em proposições autô-
a assistência de funcionários a serviços, da Comissão e ter- nomas.
ceiros especialmente convocados. Parágrafo único Nenhuma alteração proposta pela Co-
§ 2º Serão obrigatoriamente secretas as reuniões quan- missão poderá versar sobre matéria estranha à sua com-
do a Comissão tiver de deliberar sobre a perda de mandato. petência.
§ 3º Nas reuniões secretas, servirá como Secretário da Co-
missão, por designação do Presidente, um de seus membros. Art. 47-A. Em audiências de instrução legislativa, os
§ 4º Somente os Deputados poderão assistir às reu- Parlamentares, as Comissões e as Frentes Parlamentares
niões secretas. poderão ouvir de forma oficial, os convidados e convoca-
§ 5º Sempre que a Comissão deliberar, em reuniões se- dos, dispensada quaisquer outras exigências para reuniões,
cretas, sobre a conveniência do seu objetivo ser apreciado definidas neste Regimento Interno. ( RE nº 347/2016.)
em sessão secreta da Assembleia, seu Presidente solicitará § 1º Para o cumprimento do que dispõe o caput deste
essa medida ao Presidente da Assembleia, encaminhando- artigo, o Parlamentar, a Comissão e a Frente Parlamentar
-lhe, sigilosamente, documentação competente. poderá expedir ofício, notificação e demais expedientes
inerentes ao objeto a que se propõe a referida Audiência.
Art. 43. As Comissões não poderão reunir-se no perío- ( RE nº 347/2016.)
do destinado às sessões da Assembleia. § 2º Poderá ser discutido e deliberado, pelos presentes,
o termo de compromisso e a assinatura da ata sucinta da
SEÇÃO VII Audiência de que trata o caput deste artigo, que deverá ser
DOS TRABALHOS feita a juntada no respectivo processo. ( RE nº 347/2016.)

Art. 44. Os trabalhos das Comissões serão iniciados SEÇÃO VIII


com a presença da maioria de seus membros. DOS PRAZOS
Parágrafo único. O Presidente poderá, em caráter ex-
cepcional, convidar parlamentares membros de outras Co- Art. 48. A Comissão terá os seguintes prazos para
missões Permanentes para participarem da reunião a fim emissão de parecer, salvo as exceções previstas neste
de completar o número a que se refere o caput deste ar- Regimento:
tigo, os quais assinarão a frequência e terão direito a voz I seis dias, para as matérias em regime de urgência;
e voto, porém a distribuição de matérias será tão somen- II doze dias, para as matérias em regime de prioridade;
te aos membros efetivos da respectiva Comissão. (+ RE nº III dezoito dias, para as matérias em regime de tramita-
297/2015.) ção ordinária, exceto os códigos. Parágrafo único. (Revoga-
do) (RE nº 363/2017.)
Art. 45. O Presidente da Comissão tomará assento à
Mesa, à hora, e declarará abertos os trabalhos, observando Art. 49. Para as matérias submetidas à Comissão, de-
a seguinte ordem: verão ser nomeados relatores, dentro de 48 (quarenta e
I leitura, pelo Secretário, da ata da reunião anterior; II oito) horas. ( RE nº 313/2015.)
leitura sumária do expediente; § 1º A nomeação dos relatores será feita pelo sistema
III comunicação, pelo Presidente, das matérias rece- rodízio.
bidas e distribuídas aos relatores, as quais serão reprodu- § 2º Caberá ao Presidente da Comissão fixar os prazos
zidas e entregues as respectivas cópias para emissão de para os respectivos relatores, os quais não poderão exce-
parecer; ( RE nº 243/2013.) der a dois terços dos prazos constantes do artigo anterior.

16
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

Art. 50. Para opinar sobre emendas oferecidas em ple- Parágrafo único. Quando a diligência importar, ne-
nário, após ter sido relatado o projeto, a Comissão disporá cessariamente, em pedido de informação aos órgãos
dos seguintes prazos: dos demais Poderes do Estado, o prazo para parecer
I um dia, para as matérias em regime de urgência; contar-se-á do dia imediato ao do recebimento da in-
II dois dias, para as matérias em regime de prioridade; formação pelo relator.
III três dias, para as matérias em tramitação ordinária.
Art. 56. Nenhum Deputado poderá reter em seu
Art. 51. O parecer deverá ser apresentado na primeira poder, processo ou documento além dos prazos pre-
reunião subsequente ao término do prazo referido no vistos neste Regimento.
§ 2º do art. 49.
Parágrafo único. Para as matérias em regime de urgên- Art. 57. Quando algum membro da Comissão re-
cia, o Presidente convocará reunião extraordinária, objeti- tiver em seu poder, após reclamação escrita de seu
vando o cumprimento dos prazos fixados neste Regimento. Presidente, de processos e documentos a ele atri-
buídos, será o fato comunicado ao Presidente da
Art. 52. Lido o parecer pelo relator ou, na sua falta, Assembleia.
pelo membro da Comissão designado pelo seu Presidente, § 1º O Presidente da Assembleia fará apelo a esse
será ele imediatamente submetido a discussão. membro no sentido de atender à reclamação, fixando-
§1º Durante a discussão, poderá usar da palavra qual- lhe para isso, o prazo improrrogável de vinte e quatro
quer membro da Comissão, Deputado ou pessoa convida- horas.
da, pelo prazo de dez minutos. § 2º Se vencido o prazo, não tiver sido atendido o
§ 2º Encerrada a discussão, proceder-se-á a votação do apelo, o Presidente da Assembleia dará substituto, na
parecer que, aprovado em todos os seus termos, será tido Comissão, ao membro faltoso e mandará proceder
como da Comissão e logo assinado pelo Presidente e pelo à restauração dos autos.
relator.
§ 3º Se o parecer tiver sofrido alterações, com as quais Art. 58. Assim que decididos ou esgotados os pra-
concorde o relator, será a ele concedido o prazo de vinte zos regimentais, mesmo sem parecer, as matérias serão
e quatro horas, para redigi-lo, de acordo com o aprovado. encaminhadas ao Presidente da Assembleia, para pros-
§ 4º Se o parecer do relator, não for adotado pela seguimento de sua tramitação regimental.
maioria da Comissão, o Presidente designará outro relator.
§ 5º Para a apresentação de novo parecer, será conce- Art. 59. E vedado a qualquer Comissão manifestar-
dida a este relator prazo de vinte e quatro horas. -se sobre matéria estranha à sua competência.
§ 6º Na hipótese da Comissão aceitar parecer diverso, o
do primeiro relator passará a constituir voto em separado. SEÇÃO IX
§ 7º Contam-se como favoráveis os votos com restrição. DA DISTRIBUIÇÃO

Art. 53. Conhecido o voto do relator, qualquer Mem- Art. 60. A distribuição de matérias à Comissão será
bro da Comissão poderá pedir vista do processo, obedeci- feita pelo Presidente da Assembleia, através dos ser-
do o seguinte prazo: ( RE nº 363/2017.) viços competentes da Secretaria Legislativa, devendo
I – em Regime de Urgência: 72 (setenta e duas) horas; chegar ao seu destino, no prazo máximo de quatro ho-
(+ RE nº 363/2017.) ras, ou imediatamente, em caso de urgência.
II – em Regime de Prioridade: 6 (seis) dias; e (+ RE nº § 1º As matérias distribuídas a mais de uma Co-
363/2017.) missão, serão encaminhadas diretamente, de uma a
III – em Regime Ordinário: 7 (sete) dias. (+ RE nº outra, na ordem das que tiverem de manifestar-se,
363/2017.) subsequentemente, fazendo-se os devidos registros
§ 1° Não se concederá vista a quem já tenha obtido. no protocolo das Comissões e comunicação imediata
( RE nº 313/2015.) ao serviço competente da Mesa Diretora para efeito de
§ 2º Quando a vista for solicitada por mais de um mem- controle dos prazos.
bro, o prazo será comum na Comissão. § 2º Quando a matéria depender de parecer de mais
de uma Comissão Permanente, serão ouvidas, respecti-
Art. 54. Para facilidade de estudo de matérias exten- vamente, em primeiro e em último lugar as Comissões
sas, o Presidente poderá dividi-las, distribuindo cada parte de Constituição e Justiça e de Finanças e Orçamentos.
a um relator, mas designando relator geral, de modo a se § 3º As matérias em regime de urgência e priori-
formar parecer único. dade, terão seus relatores designados no prazo de vin-
te e quatro e quarenta e oito horas, respectivamente,
Art. 55. Esgotados, sem parecer, os prazos concedidos após seu protocolo na respectiva Comissão. ( RE nº
à Comissão, o Presidente da Assembleia poderá designar 49/1992.)
relator especial, por iniciativa própria, ou a requerimento § 4º Nenhuma matéria será distribuída mais de
de qualquer Deputado, para dar parecer, fixando-lhe prazo três Comissões. ( RE nº 49/1992.)
de acordo com o regime de tramitação da matéria.

17
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

SEÇÃO X TÍTULO III


DOS PARECERES DA REPRESENTAÇÃO PARLAMENTAR
CAPÍTULO I
Art. 61. Parecer é o pronunciamento da Comissão DOS DEPUTADOS
sobre matéria sujeita ao seu estudo. SEÇÃO I
§ 1º O parecer constará de três partes: DAS PRERROGATIVAS E DEVERES
I relatório, em que se fará a exposição da matéria em
exame; Art. 66. Aos Deputados, aplicam-se, no que
II voto do relator sobre a conveniência da aprovação couber, as disposições dos artigos 32 e seguintes
ou rejeição, total, ou parcial, da matéria, ou sobre a ne- da Constituição Estadual.
cessidade de dar-lhe substitutivo ou oferecer-lhe emen-
das; SEÇÃO II
III parecer da Comissão, com as conclusões desta, e DO EXERCÍCIO DO MANDATO
a relação dos Deputados que votaram a favor e contra.
§ 2º É dispensável o relatório nos pareceres às emen- Art. 67. O Deputado deve apresentar-se à Assem-
das. bleia durante a sessão legislativa ordinária ou extraor-
§ 3º Os pareceres deverão ser obrigatoriamente apre- dinária, para participar das sessões do plenário e das
sentados, numerados e assinados em duas vias; a primei- reuniões de Comissão de que seja membro, sendo-lhe
ra será anexada ao processo e a segunda encaminhada assegurado o direito nos termos deste regimento, de:
ao arquivo da Comissão. I oferecer proposições em geral, discutir e delibe-
§ 4º O Presidente da Assembleia devolverá à Comis- rar sobre qualquer matéria em apreciação na Casa, in-
são o parecer escrito que não atenda as exigências deste tegrar o plenário e demais colegiados e neles votar e
artigo, a fim de ser devidamente redigido. ser votado;
II encaminhar, através da Mesa, pedidos escritos
Art. 62. Cada proposição terá parecer independente, de informação a Secretários de Estado; III integrar as
salvo em se tratando de matérias análogas ou conexas, comissões e representações externas e desempenhar
que tenham um só parecer. missão autorizada;
IV fazer uso da palavra.
Art. 63. Nos casos em que a Comissão concluir pela
necessidade da matéria submetida a seu exame ser con- Art. 68. Para afastar-se do território nacional, o
substanciada em proposição, o parecer respectivo deverá Deputado deverá dar prévia ciência à Assembleia, por
contê-la devidamente formulada. intermédio da presidência.

SEÇÃO XI Art. 69. O Deputado apresentará à Mesa para efei-


DAS ATAS to de posse e antes do término do mandato, decla-
ração de bens, importando infração do decoro parla-
Art. 64. A Comissão terá como Secretário um funcio- mentar a inobservância deste preceito.
nário dos serviços administrativos da Assembleia a quem Art. 70. O Deputado que se afastar do exercício
incumbirá a redação da ata e a supervisão dos trabalhos do mandato, para ser investido nos cargos referidos
administrativos do órgão. no inciso I do art. 35 da Constituição Estadual, deverá
§ 1° Lida e aprovada, no início de cada reunião, a fazer comunicação escrita à Casa, bem como ao reas-
ata da reunião anterior será assinada pelo Presidente da sumir o lugar.
Comissão e rubricadas suas folhas. Se qualquer membro
pretender retificá-la, desde que acolhido o pedido pelo Art. 71. No exercício do mandato, o Deputado
Presidente da Comissão, será inserida a modificação na atenderá às prescrições constitucionais e regimentais,
ata seguinte. sujeitando-se às medidas disciplinares nelas previstas.
§ 2º A ata da reunião secreta, aprovada e rubricada
pelo Presidente e pelo Secretário, será lacrada e recolhi- Art. 72. As imunidades parlamentares subsistirão
da no cofre da Assembleia. quando os Deputados forem investidos nos cargos
previstos no inciso I do art. 35 da Constituição Esta-
Art. 65. As atas das reuniões deverão designar, obri- dual.
gatoriamente: I dia, hora e local da reunião;
II nome dos membros presentes e dos ausentes, com Art. 73. O Deputado que se desvincular de sua
expressa referência às faltas justificadas; III resumo do ex- bancada, perde, para efeitos regimentais, o direito a
pediente lido; cargos e funções que ocupar em razão da mesma, ex-
IV relação das matérias distribuídas e os nomes dos ceto em relação aos cargos da Mesa.
respectivos relatores; V referência sucinta aos pareceres
e às deliberações.

18
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

SEÇÃO III § 4° No caso de licença para tratamento de saúde, ain-


DA FREQUÊNCIA E DA LICENÇA da que o suplente tenha assumido, poderá o titular reas-
SUBSEÇÃO I sumir o mandato a qualquer tempo, mediante expressa
DA FREQUÊNCIA liberação médica. (+ RE nº 257/2014.)

Art. 74. A frequência à sessão da Assembleia será SEÇÃO IV


registrada em plenário pelo próprio Deputado, através do DO SUBSÍDIO E DA AJUDA DE CUSTO
sistema eletrônico, com utilização de sua senha e digital. (
RE nº 167/2009.) Art. 77. Os Deputados perceberão subsídios mensais,
§ 1º Caso o sistema eletrônico esteja inoperante, o fixados nos termos constitucionais, e ajuda de custo no iní-
Deputado registrará seu comparecimento mediante a assi- cio e término da Legislatura, nos termos deste Regimento.
natura na folha de presença da sessão. ( RE nº 167/2009.) ( RE nº 287/2015.)
§ 2º Nas reuniões de Comissões, a frequência será
registrada pelo próprio Deputado, através de assina- Art. 78. O subsídio compõe-se de parcela única. (
tura na folha de presença da respectiva reunião. (+ RE nº RE nº 133/2007.)
167/2009.) § 1º (Revogado.) (RE nº 133/2007.)
§ 2º (Revogado.) (RE nº 133/2007.)
Art. 75. Não se computará como falta à sessão a au- § 3º (Revogado.) (RE nº 133/2007.)
sência do Deputado: ( RE nº 195/2011.) § 4° Será descontado do subsídio mensal do Deputado
I quando no desempenho de representação externa, o equivalente a 1/30 (um e trinta avos) para cada ausência
ou integrando delegação da Assembleia e no desempenho injustificada à sessão ordinária. (+ RE nº 195/2011.)
de missão diplomática ou cultural, de caráter transitório, § 5° A participação do Deputado nas votações será
nos termos fixados pela Constituição Estadual; comprovada mediante o registro de verificação de quo-
II membro da Mesa Diretora, quando comprovado o rum, nos termos do artigo 129. ( RE nº 212/2012.)
desempenho de funções administrativas externas; e ( RE § 6° (Revogado.) (RE nº 287/2015.)
nº 195/2011.)
III quando justificada pelo Presidente da Assem- Art. 79. Não terá direito ao subsídio o Deputado:
bleia, mediante requerimento subscrito pelo Deputado, I quando afastado da Assembleia, para investidura em
até o máximo de 3 (três) faltas mensais. ( RE nº 279/2014.) cargo descrito no inciso I, do art. 35, da Constituição do
§ 1° Incluem-se no limite fixado no inciso III do caput as fal- Estado, ressalvada a hipótese de opção;
tas que impossibilitaram a realização de sessão ordinária, em II quando licenciado para tratar de interesse particular.
conformidade com o § 2º do artigo 123. (+ RE nº 195/2011.)
§ 2° Dento do limite fixado no inciso III do caput, o Art. 80. A ajuda de custo, de caráter indenizatório,
Presidente da Assembleia poderá deferir requerimento de será paga por legislatura, sendo a primeira paga no início
justificativa do Deputado de ausência em verificação de do mandato e a segunda ao final do mandato. ( RE nº
quorum. (+ RE nº 195/2011.) 278/2014.)
§ 1º Cada parcela de ajuda de custo corresponde ao
SUBSEÇÃO II valor do subsídio mensal percebido pelo Deputado. ( RE nº
DA LICENÇA 278/2014.)
§ 2º Na hipótese de ser convocado para exercício
Art. 76. O Deputado poderá obter licença para: temporário, o suplente perceberá a primeira parcela de
I desempenhar missão temporária de caráter diplomá- ajuda de custo ao assumir o mandato e a segunda parcela
tico ou cultural; II tratamento de saúde; ao final, em valor proporcional ao período exercido. ( RE
III tratar, sem remuneração, do interesse particular, nº 278/2014.)
desde que o afastamento não ultrapasse cento e vinte dias § 3º No caso de reconvocação do suplente no mes-
por sessão Legislativa; mo mandato, este não fará jus a ajuda de custo. ( RE
IV investidura em qualquer dos cargos referidos no art. nº278/2014.)
35, I, da Constituição.
§ 1º A licença depende de requerimento fundamen- Art. 81. No período que vai da posse, até o início da
tado, dirigido ao Presidente da Casa, e lido na primeira ses- sessão legislativa ordinária, no primeiro ano de legislatura
são após o seu recebimento, exceto em relação ao disposto e nos seus interregnos, o Deputado terá subsídio integral.
no inciso IV, sendo necessário apenas fazer o comunicado
nos termos do artigo 70. ( RE nº 296/2015.) SEÇÃO V
§ 2º A licença será concedida pelo Presidente, exceto DA VACÂNCIA
na hipótese do inciso I, quando caberá à Mesa decidir.
§ 3° O Deputado licenciado poderá reassumir a qual- Art. 82. As vagas, na Assembleia, verificar-se-ão em
quer tempo ou somente depois de decorrido prazo supe- virtude de: I falecimento;
rior a 120 (cento e vinte) dias, se ocorreu a assunção do II renúncia;
suplente. ( RE nº 212/2012.) III perda de mandato.

19
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

Art. 83. A declaração de renúncia do Deputado ao Art. 93. No caso de prisão em flagrante por crime
mandato deve ser dirigida por escrito à Mesa, e independe inafiançável os autos serão remetidos a Casa dentro de
de aprovação da Assembleia, mas somente se tornará efe- vinte e quatro horas, sob pena de responsabilidade da au-
tiva e irretratável depois de lida no expediente e publicada toridade que a presidir, cuja apuração será promovida de
no Diário do Poder Legislativo. ofício pela Mesa.
§ 1º Considera-se também haver renunciado:
I o Deputado que não prestar compromisso no prazo Art. 94. Recebida a solicitação ou os autos de flagran-
estabelecido neste Regimento; te, o Presidente despachará o expediente à Comissão de
II o suplente que, convocado, não se apresentar para Constituição e Justiça, observadas as seguintes normas:
entrar em exercício no prazo regimental. I no caso de flagrante, a Comissão resolverá prelimi-
§ 2º A vacância, nos casos de renúncia, será declarada narmente sobre a prisão, devendo:
em sessão pelo Presidente. a) ordenar a apresentação do réu preso, que permane-
cerá sob sua custódia até o pronunciamento da Casa sobre
Art. 84. Perde o mandato o Deputado que infringir o relaxamento ou não da prisão;
qualquer dispositivo constante do art. 34, da Constitui- b) facultar ao réu ou a seu defensor o oferecimento de
ção Estadual. alegações orais ou escritas, na reunião expressamente con-
vocada para essa finalidade, dentro de quarenta e oito horas;
SEÇÃO VI c) oferecer parecer prévio, em 24 (vinte e quatro)
DA CONVOCAÇÃO DE SUPLENTE horas, sobre a manutenção ou não da prisão, propondo
o projeto de resolução respectivo que será submetido até
Art. 85. O Presidente da Assembleia convocará, no a sessão seguinte à deliberação do plenário, pelo voto da
prazo de quarenta e oito horas, o suplente de Deputado no maioria de seus membros; ( RE nº 122/2006.)
caso de: ( RE nº 212/2012.) d) em qualquer hipótese, prosseguir-se-á na forma dos
I ocorrência de vaga; incisos subsequentes para a autorização, ou não da forma-
II investidura do titular nas funções definidas no art. 35 ção de culpa;
da Constituição Estadual; II na Comissão de Constituição e Justiça será fornecida
III licença com prazo inicial superior a 120 (cento e vin- cópia do pedido de licença ao Deputado, que terá o prazo
te) dias, nos termos do § 1º do artigo 35 da Constituição de quinze sessões para apresentar defesa escrita e indicar
Estadual. ( RE nº 212/2012.) provas;
Parágrafo único. Assiste ao suplente que for convoca- III se a defesa não for apresentada, o Presidente da Comis-
do o direito de se declarar impossibilitado de assumir o são nomeará defensor dativo para oferecêla no mesmo prazo;
exercício do mandato, dando ciência por escrito à Mesa, IV apresentada a defesa, a Comissão procederá às dili-
que convocará o suplente imediato. gências e à instrução probatória que entender necessárias,
findas as quais, proferirá parecer no prazo de dez sessões,
Art. 86. Ocorrendo vaga mais de quinze meses antes concluindo pelo deferimento ou indeferimento do pedido
do término do mandato e não havendo suplente, o de licença ou pela autorização, ou não, da formação de
Presidente comunicará o fato à justiça Eleitoral para o culpa, no caso de flagrante; V o parecer da Comissão de
efeito do art. 35, § 29, da Constituição. Constituição e Justiça, uma vez lido no expediente, publica-
do no Diário do Poder Legislativo e em avulso, será incluído
Art. 87. O suplente de Deputado, quando convocado em em Ordem do Dia;
caráter de substituição, não poderá ser escolhido para os cargos VI se, da aprovação do parecer, pelo voto nominal
da Mesa, nem para Presidente ou vice-Presidente de Comissão. da maioria dos membros da Casa, resultar admitida a acu-
sação contra o Deputado, considerar-se-á dada a licença
SEÇÃO VII para instauração do processo, na forma de projeto de re-
DO DECORO PARLAMENTAR solução proposta pela Comissão de Constituição e Justiça;
( RE nº 122/2006.)
Art. 88. (Revogado.) (RE nº 291/2015.) VII a decisão será comunicada ao Presidente do Tribu-
Art. 89. (Revogado.) (RE nº 291/2015.) nal de Justiça dentro em duas sessões.
Art. 90. (Revogado.) (RE nº 291/2015.) Parágrafo único. Estando em recesso a Casa, as atribui-
Art. 91. (Revogado.) (RE nº 291/2015.) ções conferidas à Comissão de Constituição e Justiça e ao
plenário serão desempenhadas plenamente pela Mesa, “ad
SEÇÃO VIII referendum” do plenário.
DA LICENÇA PARA INSTAURAÇÃO DE PROCESSO
CRIMINAL CONTRA DEPUTADO CAPÍTULO II
DOS LÍDERES
Art. 92. A solicitação do Presidente do Tribunal de Jus-
tiça para instaurar processo criminal contra Deputado será Art. 95. Líder é o porta-voz de uma representação
instruída com a cópia integral dos autos da ação penal ori- partidária ou do Governo e o intermediário autorizado en-
ginária ou do inquérito policial tre eles e os órgãos da Assembleia. ( RE nº 70/1999.)

20
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

§ 1º As representações partidárias deverão indicar à § 5º O bloco parlamentar, modificado o quantitativo


Mesa Diretora, após a instalação da legislatura, em docu- da representação que o integrava em virtude da desvincu-
mento subscrito pela maioria dos Deputados que as inte- lação de partido, será revista a composição, das comissões,
gram, os seus Líderes e seus Vice-Líderes. ( RE nº 70/1999.) para o fim de redistribuir os lugares e cargos, consoante o
§ 2º Os Líderes permanecerão no exercício de suas princípio da proporcionalidade partidária.
funções até que nova indicação venha a ser feita pela res- § 6º A agremiação que integrava bloco parlamentar
pectiva representação. ( RE nº 70/1999.) dissolvido, ou a que dele se desvincular, não poderá cons-
§ 3º Os Líderes serão substituídos nas suas faltas, im- tituir ou integrar outro na mesma sessão legislativa.
pedimentos ou ausências do plenário, pelos respectivos § 7º A agremiação integrante de bloco parlamentar
Vice-Líderes. ( RE nº 70/1999.) não poderá fazer parte de outro concomitantemente.
§ 4º Os Líderes e Vice-Líderes não poderão integrar a
Mesa Diretora. ( RE nº 70/1999.) Art. 100. Constitui a Maioria o partido ou bloco parla-
mentar integrado pela maioria absoluta dos membros da
Art. 96. Cabe ao líder integrar o Conselho de Governo. Casa, considerando-se Minoria a representação imediata-
mente inferior que, em relação ao governo, expresse posi-
Art. 97. O líder, além de outras atribuições regimen- ção diversa da Maioria.
tais, tem as seguintes prerrogativas: Parágrafo único. Se nenhuma representação atingir a
I Fazer uso da palavra, pessoalmente, ou por intermé- maioria absoluta, assume as funções regimentais e cons-
dio de vice-líderes, em defesa da respectiva linha política, titucionais da maioria o partido ou bloco parlamentar que
no período das comunicações de lideranças; tiver o maior número de representantes.
II inscrever membros da bancada para o horário desti-
nado às comunicações parlamentares; TITULO IV
III participar, pessoalmente ou por intermédio dos vi- DA PARTICIPAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL
ce-líderes, dos trabalhos de qualquer comissão de que não CAPÍTULO I
seja membro, sem direito a voto, mas podendo encaminhar DA INICIATIVA POPULAR DE LEI
a votação ou requerer verificação desta;
IV registrar os candidatos do partido ou bloco parla- Art. 101. A iniciativa popular pode ser exercida pela
mentar para concorrer aos cargos da Mesa; representação, à Assembleia Legislativa de projeto de lei
V encaminhar a votação de qualquer proposição su- subscrito por, no mínimo, três por cento do eleitorado do
jeita à deliberação do plenário, para orientar sua bancada, Estado, distribuído no mínimo em vinte e cinco por cento
por tempo não superior a um minuto; dos municípios obedecidas as seguintes condições:
VI indicar à Mesa os membros da bancada para com- I a assinatura de cada eleitor deverá ser acompanhada
por as Comissões, e, a qualquer tempo, substituí-los; de seu nome completo e legível, endereço e dados identi-
VII Usar da palavra por tempo não superior a ficadores de seu título eleitoral;
cinco minutos, improrrogáveis, para fazer comunicações II as listas de assinaturas serão organizadas por muni-
inadiáveis e urgentes. (+ RE nº 35/1990.) cípios, em formulário padronizado pela Mesa da Assem-
bleia;
Art. 98. O governo do Estado poderá indicar Deputa- III será lícito a entidade da sociedade civil patrocinar à
do para exercer a sua liderança, com as prerrogativas cons- apresentação de projeto de lei de iniciativa popular, res-
tantes dos incisos I, III, IV do art. 97. ponsabilizando-se inclusive pela coleta das assinaturas;
IV o projeto será instruído com documento hábil da
CAPÍTULO III Justiça Eleitoral, quanto ao contingente de eleitores alis-
DOS BLOCOS PARLAMENTARES, DA MAIORIA E DA tados em cada município, aceitando-se para esse fim, os
MINORIA dados referentes ao ano anterior, se não disponíveis ou-
tros mais recentes;
Art. 99. As representações de dois ou mais partidos, V o projeto será protocolado perante a secretaria geral
por deliberação das respectivas bancadas, poderão consti- da Mesa, que verificará se foram cumpridas as exigências
tuir bloco parlamentar, sob liderança comum. constitucionais para sua apresentação;
§ 1º O bloco parlamentar terá, no que couber, o tra- VI o projeto de lei de iniciativa popular terá a mesma
tamento dispensado por este Regimento às organizações tramitação dos demais, integrando sua numeração geral;
partidárias com representação na Casa. VII nas Comissões ou em plenário, transformado em
§ 2º As lideranças dos partidos que se coligarem em bloco Comissão Geral, poderá usar da palavra para discutir o
parlamentar perdem suas atribuições e prerrogativas regimentais. projeto de lei, pelo prazo de vinte minutos, o primeiro sig-
§ 3º Não será admitida a formação de bloco parlamen- natário, ou quem tiver indicado quando da apresentação
tar composto de menos de um oitavo dos membros da do Projeto;
Assembleia. VIII cada projeto de lei deverá circunscrever-se a um
§ 4º Se o desligamento de uma bancada implicar a per- mesmo assunto, podendo, caso contrário, ser desdobrado
da do quorum fixado no parágrafo anterior, extingue-se o pela comissão de Constituição e Justiça, em proposições
bloco parlamentar. autônomas, para tramitação em separado;

21
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

IX não se rejeitará liminarmente, projeto de lei de ini- § 5º Os Deputados inscritos para interpelar o expositor
ciativa popular por vícios de linguagem, lapsos ou imper- poderão fazê-lo estritamente sobre o assunto da exposi-
feições de técnica legislativa, incumbindo à Comissão de ção, pelo prazo de três minutos, tendo o interpelado igual
Constituição e Justiça e de Redação escoimá-lo dos vícios tempo para responder, facultadas a réplica e a tréplica,
formais para a sua regular tramitação; pelo mesmo prazo, vedado ao orador interpelar qualquer
X a Mesa designará Deputado para exercer, em rela- dos presentes.
ção ao projeto de lei de iniciativa popular, os poderes ou
atribuições conferidas por este Regimento ao autor de Art. 105. Da reunião de audiência pública lavrar-se-á
proposições, devendo a escolha recair sobre quem tenha ata, arquivando-se, no âmbito da Comissão, os pronuncia-
sido, com a sua anuência, previamente indicado com essa mentos escritos e documentos que os acompanharem.
finalidade pelo primeiro signatário do projeto. Parágrafo único. Será admitido, a qualquer tempo, o trans-
lado de peças ou fornecimento de cópias aos interessados.
CAPÍTULO II
DAS PETIÇÕES E REPRESENTAÇÕES E OUTRAS Art. 105-A. (Revogado) (RE nº 358/2016.)
FORMAS DE PARTICIPAÇÃO
CAPÍTULO IV
Art. 102. As petições, reclamações ou representações DO COLÉGIO DE LÍDERES
de qualquer pessoa física ou jurídica contra ato ou omis-
são das autoridades e entidades públicas, ou imputados Art. 106. Os Líderes da Maioria, da Minoria, dos
a membros da Casa, serão recebidas e examinadas pelas partidos, dos blocos parlamentares e do governo cons-
comissões ou pela Mesa, respectivamente, desde que: tituem o colégio de líderes.
I encaminhadas por escrito, vedado o anonimato do § 1º Os líderes de partido que participem de bloco par-
autor ou autores; II o assunto envolva matéria de compe- lamentar e o líder do governo terão direito a voz, no colé-
tência do colegiado. gio de lideres, mas não o voto.
Parágrafo único. O membro da Comissão a que for § 2º Sempre que possível, as deliberações do colégio
distribuído o processo, exaurida a fase de instrução, apre- de Líderes serão tomadas mediante consenso entre seus
sentará relatório na conformidade do art. 34, no que cou- integrantes; quando isto não for possível, prevalecerá o cri-
ber, do qual se dará ciência aos interessados. tério da maioria absoluta, ponderados os votos dos lideres
em função da expressão numérica de cada bancada
CAPÍTULO III
DA AUDIÊNCIA PÚBLICA TÍTULO V
DAS SESSÕES DA ASSEMBLEIA
Art. 103. Cada Comissão poderá realizar reunião de CAPÍTULO I
audiência pública com entidades da sociedade civil, priva- DISPOSIÇÕES GERAIS
da ou pública para instruir matéria legislativa em trâmite
bem como tratar de assuntos de interesse público rele- Art. 107. As sessões da Assembleia são:
vante, atinentes à sua área de atuação, mediante proposta I preparatórias, as que precedem a inauguração dos
de qualquer membro ou a pedido de entidade interessa- trabalhos da Assembleia Legislativa na primeira e na tercei-
da. ( RE nº 313/2015.) ra sessões legislativas de cada legislatura.
II ordinárias, as de qualquer sessão legislativa ordiná-
Art. 104. Aprovada a reunião de audiência pública, a ria, realizadas em dias e horários préestabelecidos e apenas
Comissão selecionará para serem ouvidas, as autoridades, uma vez por dia; ( RE nº 177/2011.)
as pessoas interessadas e os especialistas ligados às enti- III extraordinárias, as realizadas em dias ou horários
dades participantes, cabendo ao Presidente da Comissão diversos dos pré-fixados para as ordinárias: IV especiais,
expedir os convites. as realizadas para fim não compreendido no objeto das
§ 1º Na hipótese de haver defensores e opositores re- ordinárias;
lativamente à matéria objeto de exame, a Comissão pro- V solenes, as realizadas para grandes comemorações
cederá de forma que possibilite a audiência das diversas ou homenagens especiais;
correntes de opinião. VI itinerantes, as realizadas durante a sessão legislativa,
§ 2º O convidado deverá limitar-se ao tema ou ques- em local diverso de sua sede, em dias e horários pré-fixados,
tão em debate e disporá, para tanto, de vinte minutos, podendo ser ordinária ou extraordinária. (+ RE nº 185/2011.)
prorrogáveis a juízo da Comissão, não podendo ser apar- Parágrafo único. Fica o Plenário, às terças e quar-
teado. tas-feiras, designado exclusivamente para realização de
§ 3º Caso o expositor se desvie do assunto, perturbe a Sessões Plenárias e Reuniões de Comissões, e os demais
ordem dos trabalhos, cassar-lhe-á palavra ou determinará dias úteis da semana, para realização de Sessões Solenes,
a sua retirada do recinto. Especiais e Audiências Públicas e outras atividades, desde
§ 4º A parte convidada poderá valer-se de assessores, que haja datas e horários disponíveis, com requerimento
se para tal fim, tiver obtido o consentimento do Presiden- submetido a deliberação do plenário. ( RE nº 300/2015.)
te da Comissão.

22
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

Art. 108. As sessões ordinárias serão realizadas nas § 1º A sessão extraordinária será convocada pelo Presi-
terças-feiras a partir das 15:00 horas, e nas quartasfeiras, dente, de ofício pelos líderes ou pela deliberação do plená-
a partir das 9:00 horas, e terão duração de 4 (quatro) ho- rio, a requerimento de qualquer Deputado.
ras, podendo ser prorrogadas pelo tempo necessário para § 2º Sempre que for convocada sessão extraordinária,
apreciação da matéria constante da Ordem do Dia. ( RE que não seja em sessão ordinária e/ou extraordinária, de-
nº 358/2016.) verão ser notificados todos os membros da Casa na forma
disposta no § 6º do artigo 2º deste Regimento Interno. (
Art. 109. Durante o período de 45 (quarenta e cinco) RE nº 335/2016.)
dias que anteceder as eleições, gerais, estaduais ou mu-
nicipais, as sessões ordinárias da Assembleia serão rea- Art. 112. A sessão especial é aquela realizada para
lizadas às terças-feiras, a partir das 15:00 horas. ( RE nº fim específico não havendo apresentação nem aprecia-
356/2016.) ção de matérias.
Parágrafo único. Em havendo 2º turno nas eleições e
até o seu final, as sessões ordinárias serão realizadas no Art. 113. A sessão solene aquela realizada para come-
mesmo dia da semana e horário a que se refere o caput morações especiais, ou recepção de altas personalidades,
deste artigo, mesmo ultrapassando o prazo definido de 45 a juízo do Presidente ou, por deliberação do plenário, a
(quarenta e cinco) dias. (+ RE nº 357/2016.) requerimento de Deputado, atendendo-se:
I em sessão solene poderão ser admitidos convidados
Art. 110. As sessões ordinárias constarão de: à Mesa e no plenário;
I Pequeno Expediente, com duração de sessenta mi- II a sessão solene que independe de número, será con-
nutos improrrogáveis, contados do início regimental da vocada em sessão, ou através de ofício e nela só usarão da
sessão, destinadas a leitura da ata, matéria do expediente palavra os oradores previamente designados pelo Presidente.
e aos oradores inscritos que tenham comunicação a fazer; III nas sessões solenes somente os homenageados
II – Ordem do Dia, com duração de sessenta minutos, poderão receber os Títulos Honoríficos e Medalhas do
prorrogáveis, para apreciação da matéria constante da Or- Mérito Legislativo outorgadas pela Assembleia Legislativa.
dem do Dia; ( RE nº 358/2016.) (+ RE nº 348/2016.)
III – Grande Expediente, com duração de sessenta Parágrafo único. As demais homenagens serão presta-
minutos distribuídos igualmente entre os deputados ins- das durante prorrogação da sessão ordinária e por prazo
critos; ( RE nº 358/2016.) não superior a trinta minutos.
IV – Comunicação de Lideranças, com duração de
sessenta minutos improrrogáveis; e ( RE nº 358/2016.) Art. 114. As sessões serão públicas, mas, excepcio-
V Comunicações Parlamentares, desde que haja tem- nalmente, poderão ser secretas, quando assim deliberado
po, destinadas a representantes de partidos e blocos par- pelo plenário.
lamentares, alternadamente, indicados pelos líderes.
Parágrafo único. Excepcionalmente, nas sessões ordi- Art. 115. Poderá a sessão ser suspensa por conveniên-
nárias que transcorrerem no período definido no artigo cia técnica ou para manutenção da ordem, não se compu-
109 do Regimento Interno, a ordem dos trabalhos será a tando o tempo da suspensão no prazo regimental.
seguinte: (+ RE nº 356/2016.)
I – pequeno expediente, com duração de sessenta Art. 116. A sessão da Assembleia só poderá ser levan-
minutos improrrogáveis, contados do inicio regimental da tada, antes do prazo previsto para o termino de seus tra-
sessão, destinadas a leitura da ata, matéria do expediente balhos, no caso de:
e aos oradores inscritos que tenham comunicação a fazer; I tumulto grave;
(+ RE nº 356/2016.) II falecimento de Deputado da legislatura, de chefe de
II – ordem do dia, com duração de sessenta minutos, um dos Poderes da República ou do Estado; III presença
prorrogáveis, para apreciação da matéria constante da Or- nos debates de menos de um terço dos membros da As-
dem do Dia; (+ RE nº 356/2016.) sembleia.
III – grande expediente, com duração de sessenta mi-
nutos distribuídos igualmente entre os deputados inscri- Art. 117. O prazo da duração da sessão será prorrogá-
tos; (+ RE nº 356/2016.) vel pelo Presidente, de ofício ou, automaticamente, quan-
IV – comunicação de lideranças, com duração de ses- do requerido pelo colégio de líderes, ou por deliberação
senta minutos improrrogáveis; e (+ RE nº 356/2016.) do plenário, a requerimento de qualquer Deputado, por
V – comunicações parlamentares, desde que haja tem- tempo nunca superior a uma hora, para continuar a discus-
po, destinados a representantes de partidos e blocos par- são e votação da matéria da Ordem do Dia, ou audiência
lamentares, alternadamente, indicados pelos líderes. (+ RE de Secretário de Estado.
nº 356/2016.) § 1° O requerimento de prorrogação deve ser apre-
sentado à Mesa antes de esgotada a hora, de forma verbal,
Art. 111. A sessão extraordinária, com duração pelo prefixando o seu prazo, não terá discussão nem encami-
tempo necessário à discussão e votação da matéria que nhamento de votação e será votado pelo processo simbó-
deu origem a convocação. lico. ( RE nº 194/2011.)

23
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

§ 2º O esgotamento da hora não interrompe o proces- XIV a qualquer pessoa é vedado fumar no recinto do
so de votação, ou de sua verificação, nem do requerimento Plenário.
de prorrogação obstado pelo surgimento de questão de XV fica terminantemente proibido a utilização no recin-
ordem. to do plenário, de chapéu, boné ou qualquer outro adereço
§ 3º Havendo matéria urgente, o Presidente poderá de- que desfigure o traje exigido para a ocasião, exceto se hou-
ferir requerimento de prorrogação da Sessão ver recomendação médica para tal uso. (+ RE nº 267/2014.)
§ 4º A prorrogação destinada a votação da matéria da
Ordem do Dia só poderá ser concedida, com a presença da Art. 119. O Deputado só poderá falar nos expressos
Maioria absoluta dos Deputados. termos deste regimento:
§ 5º Se, ao ser requerida prorrogação de sessão, hou- I para apresentar proposições;
ver orador na Tribuna, o Presidente o interromperá para II para fazer comunicações ou versar assuntos diversos,
submeter a votos o requerimento. a hora do expediente ou das comunicações parlamentares;
§ 6º Aprovada a prorrogação, não lhe poderá ser redu- III sobre proposição em discussão;
zido o prazo, salvo se encerrada a discussão e votação da IV para questão de ordem;
matéria em debate. V para reclamação;
VI para encaminhar a votação;
Art. 118. Para a manutenção da ordem, respeito e aus- VII a juízo do Presidente, para contestar acusação
teridade das sessões, serão observadas as seguintes regras: pessoal a própria conduta, feita durante a discussão, ou
I só os Deputados podem ter assento no Plenário; para contradizer opinião que lhe for indevidamente atri-
II não será permitida conversação que perturbe a leitu- buída.
ra de documento, chamada para votação, comunicações da
Mesa, discursos e debates; Art. 120. Nenhum discurso poderá ser interrompido
III o Presidente falará sentado, e os Deputados de pé, a ou transferido para outra sessão, salvo se findo o tempo
não ser que fisicamente impossibilitados; a ele destinado, ou da parte da sessão em que deve ser
IV o orador usará da Tribuna, à hora do grande expe- proferido, e nas hipóteses dos arts. 115 e 116.
diente, nas comunicações de lideranças e nas comunica-
ções parlamentares, ou durante as discussões, podendo Art. 121. No recinto do plenário, durante as sessões,
falar nos microfones de apartes, sempre que, no interesse só serão admitidos os Deputados e os funcionários da
da ordem, o Presidente a isto não se opuser; Casa em serviço local e os jornalistas credenciados.
V ao falar da bancada, o orador, em nenhuma hipótese, § 1º Nas sessões solenes, quando permitido o ingresso
poderá fazê-lo de costa para a Mesa; de autoridades no plenário, os convites serão feitos de ma-
VI a nenhum Deputado será permitido falar sem pedir neira a assegurar tanto aos convidados como aos Deputa-
a palavra e sem que o Presidente a conceda, e somente dos, lugares determinados.
após essa concessão, a taquigrafia iniciará o apanhamento § 2º Ao público, desde que trajado decentemente, será
do discurso; franqueado o acesso às galerias para assistir às sessões,
VII o Deputado que pretender falar ou permanecer na mantendo-se a incomunicabilidade da assistência com
Tribuna anti-regimentalmente, o Presidente adverti-lo-á; o recinto do plenário, proibida a manifestação de aplau-
se, apesar dessa advertência, o Deputado insistir em falar, so ou reprovação, ao que se passar durante a sessão.
o Presidente dará o seu discurso por terminado; § 3º Os espectadores que perturbarem a ordem duran-
VIII sempre que o Presidente der por findo o discurso, te a sessão serão compelidos a se retirarem imediatamente
os taquígrafos deixarão de registra-lo; do recinto da Assembleia.
IX o Deputado que perturbar a ordem ou andamento
regimental da sessão o Presidente poderá censurá-lo oral- Art. 122. A transmissão de rádio ou televisão, bem
mente ou, conforme a gravidade, promover a aplicação das como a gravação das sessões da Assembleia dependem de
sanções previstas neste Regimento; prévia autorização do Presidente e obedecerá às normas
X o Deputado, ao falar, dirigirá a palavra ao Presidente, fixadas pela Mesa.
ou aos Deputados de modo geral;
XI referindo-se, em discurso, a colega, o Deputado de- CAPÍTULO II
verá fazer preceder o seu nome do tratamento de senhor DAS SESSÕES PÚBLICAS
ou de Deputado; quando a ele se dirigir, o Deputado dar- SEÇÃO I
-lhe-á o tratamento de excelência; DO PEQUENO EXPEDIENTE
XII nenhum Deputado poderá referir-se, de forma des-
cortês ou injuriosa, a membros do Poder Art. 123. À hora do início da sessão, os membros da
Legislativo ou às autoridades constituídas deste e dos Mesa e os Deputados ocuparão os seus lugares.
demais Poderes do Estado; § 1º Achando-se presente na Casa pelo menos um ter-
XIII não se poderá interromper o orador, salvo conces- ço do número total de Deputados, o Presidente declarará
são especial deste para levantar questão de ordem ou para aberta a sessão, proferindo as seguintes palavras: “Sob a
apartea-lo, e, no caso de comunicação relevante que o Pre- proteção de Deus, e em nome do povo rondoniense, ini-
sidente tiver de fazer; ciamos nossos trabalhos”.

24
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

§ 2º Não se verificando quorum de presença, o Presi- Expediente em ordem cronológica, pelo prazo máximo de
dente aguardará durante meia hora, que ele se complete, vinte minutos para cada orador, incluídos neste tempo os
sendo o retardamento deduzido do tempo destinado ao apartes.
expediente. Se persistir a falta de número, o Presidente de- Parágrafo único. As inscrições serão feitas na Mesa,
clarará que não pode haver sessão, determinando a atri- pessoalmente e em livro próprio.
buição de falta aos ausentes para os efeitos legais e man- I ficará automaticamente assegurada a oportunidade
dará lavrar um termo de ata. de falar na sessão seguinte ao Deputado inscrito que não
§ 3º Não se achando o Presidente no recinto do Ple- for chamado, quando:
nário, será ele substituído, sucessivamente e na série or- a) por qualquer motivo, a sessão não se realizar, for
dinal, pelos Vice-Presidentes e Secretários, ou, finalmente, suspensa ou encerrada antes da hora;
pelo Deputado mais idoso, dentre os de maior número de b) o horário destinado ao Grande Expediente esti-
legislaturas, procedendo-se da mesma forma quando tiver ver reservado a homenagens especiais, ou compareci-
necessidade de deixar a sua cadeira. ( RE nº 49/1992.) mento de Secretário de Estado.
§ 4° Caso não haja quorum para a abertura da sessão
e não tenha comparecido nenhum Deputado, o termo de Art. 127. A Assembleia poderá destinar o Grande Ex-
ata declaratória lavrado será assinado pelo Presidente da pediente para comemorações de alta significação, ou inter-
Assembleia Legislativa. (+ RE nº 195/2011.) romper os trabalhos para a recepção, em plenário, de altas
personalidades, desde que assim resolva o Presidente, ou
Art. 124. Abertos os trabalhos, o 2º Secretário fará a delibere o Plenário.
leitura da ata da sessão anterior, que o Presidente conside-
rará aprovada, independentemente da votação. SEÇÃO III
§ 1º O Deputado que pretender retificar a ata enviará à DAS COMUNICAÇÕES DE LIDERANÇAS
Mesa declaração escrita. Essa declaração será inserida em
ata, e o Presidente dará, se julgar conveniente, as necessá- Art. 128. Finda a Segunda parte da sessão, por esgo-
rias explicações pelas quais a tenha considerado proceden- tada a hora, ou por falta de orador, terão início às Comuni-
te ou não, cabendo recurso ao plenário. cações de Lideranças, e será concedida a palavra, na ordem
§ 2º O 1º Secretário fará à leitura da súmula da matéria cronológica, aos líderes previamente inscritos.
do expediente, abrangendo: I as comunicações enviadas à Parágrafo único. As comunicações de lideranças desti-
Mesa pelos Deputados; nam-se aos líderes de bancadas partidárias, bloco parlamentar
II a correspondência em geral, as petições e outros ou líder do governo, que queiram fazer uso da palavra, pessoal-
documentos recebidos pelo Presidente ou pela Mesa, de mente ou por intermédio de vice-líderes, pelo prazo de 20 (vinte)
interesse do plenário. minutos, incluídos neste tempo os apartes. ( RE nº 148/2007.)

Art. 125. O tempo que se seguir à leitura da matéria SEÇÃO IV


do expediente será destinado aos Deputados inscritos para DA ORDEM DO DIA
breves comunicações, podendo cada um falar por cinco
minutos, não sendo permitidos apartes. Art. 129. Findo o Grande Expediente, por esgotamen-
§ 1º Sempre que um Deputado tiver comunicação a to do tempo ou por falta de orador, tratar-se-á da
fazer à Mesa, ou ao plenário, deverá fazê-lo oralmente, ou Ordem do Dia. ( RE nº 195/2011.)
redigi-la para publicação no diário da Assembleia. A comu- § 1º A primeira parte da Ordem do Dia será dedica-
nicação por escrito não pode ser feita com a juntada ou da, exclusivamente, à apresentação de proposições. ( RE nº
transcrição de documentos. 195/2011.)
§ 2º A inscrição dos oradores será feita na Mesa, em § 2º Havendo matéria a ser apreciada e quorum regi-
caráter pessoal e intransferível, em livro próprio, trinta mi- mental para deliberação, será dado prosseguimento à
nutos antes da abertura da sessão, assegurada a preferên- Ordem do Dia. ( RE nº 212/2012.)
cia aos que não hajam falado nas três sessões anteriores. § 3º Não havendo matéria a ser apreciada, encerrar-
§ 3º O Deputado que, chamado a ocupar o microfone -se-á a Ordem do Dia. ( RE nº 195/2011.)
não se apresentar, perderá a prerrogativa a que se refere o § 4º Caso haja matéria e inexista quorum para deli-
parágrafo anterior. beração, ou se constatar falta de quorum durante a Ordem
§ 4º As inscrições que não puderem ser atendidas do Dia, de ofício ou a requerimento de qualquer Deputa-
em virtude do levantamento ou não realização da sessão, do, o Presidente poderá colocar as matérias em discussão,
transferir-se-ão para a sessão ordinária seguinte. observado o disposto no § 2° do artigo 193, ou dar por
encerrada a Ordem do dia. ( RE nº 195/2011.)
SEÇÃO II § 5º A ausência na verificação de quorum equipara-se,
DO GRANDE EXPEDIENTE para todos os efeitos, a ausência na sessão, salvo se houve
continuidade da Ordem do Dia e o Deputado compareceu
Art. 126. Finda a segunda parte do Pequeno Expe- para dela participar, devendo, nesta situação, o Parlamen-
diente, por esgotada a hora ou por falta de oradores, será tar solicitar que seja registrada a sua presença. ( RE nº
concedida a palavra aos Deputados inscritos para o Grande 212/2012.)

25
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

§ 6º O líder de bancada ou o Deputado poderá, a tí- SEÇÃO V


tulo de obstrução parlamentar legítima, fazer declaração DAS COMUNICAÇÕES PARLAMENTARES
prévia do seu propósito obstrucionista, anunciando, para
o devido registro nos anais e efeitos consequentes, que se Art. 134. Esgotada a Ordem do Dia antes do prazo
retira acompanhado dos Deputados cujos nomes decline. regimental, ou não havendo matéria a ser votada, o
( RE nº 195/2011.) Presidente concederá a palavra aos oradores indica-
§ 7º (Revogado) (RE nº 367/2017.) dos pelos líderes para comunicações parlamentares.
Parágrafo único. Os oradores serão chamados, alter-
Art. 130. Havendo quorum regimental para delibera- nadamente, por partidos e bloco parlamentar, por período
ção das proposições constantes da Ordem do Dia, darse-á não excedente a cinco minutos, para cada Deputado.
início à apreciação das matérias, na seguinte ordem: ( RE
nº 212/2012.) SEÇÃO VI
I redação final; DA COMISSÃO GERAL
II requerimentos de urgências;
III requerimento de Deputados sujeitos a votação; Art. 135. A sessão plenária da Assembleia será trans-
IV requerimentos de Deputados dependentes de vota- formada em Comissão Geral, sob a direção de seu
ção; V matérias em regime de urgência; Presidente, para:
VI matérias constantes da Ordem do Dia de acordo I debate de matéria relevante, por proposta conjunta
com as regras de preferências estabelecidas no Capítulo dos lideres, ou a requerimento de um terço da totalidade
III, do Título IX; dos membros da Assembleia;
VII matéria em tramitação ordinária. II discussão de projeto de lei de iniciativa popular, des-
Parágrafo único. A ordem estabelecida no caput po- de que, presente o orador que irá defendê-lo; III compare-
derá ser alterada ou interrompida: I para a posse de De- cimento de Secretário de Estado;
putados; IV ouvir representantes de instituições públicas e pri-
II em caso de aprovação de requerimento de: vadas nas sessões itinerantes sobre temas de interesse es-
a) preferência; tadual, regional e municipal. (+ RE nº 184/2011.)
b) adiamento; V sabatinar candidatos a cargos públicos, conforme
c) retirada da Ordem do Dia; exigência legal, e encaminhar relatório conclusivo à Mesa
d) inversão de Pauta. Diretora para apresentação de Projeto de Decreto Legis-
lativo a ser deliberado pelo Plenário com os nomes dos
Art. 131. O tempo reservado à Ordem do Dia poderá candidatos devidamente sabatinados. (+RE nº 135/2017.)
ser prorrogado pelo Presidente, de ofício, pelo colégio de § 1º No caso do inciso I, falarão, primeiramente, o autor
líderes, ou pelo plenário, a requerimento verbal de qual- do requerimento, os lideres da Maioria e da Minoria, cada
quer Deputado, por prazo não excedente a trinta minutos um por vinte minutos; e, depois, os ora dores que tenham
ou, na hipótese do item IV, art. 110 a sessenta minutos. requerido inscrição junto à Mesa, sendo dez minutos para
cada um.
Art. 132. Não será designada Ordem do Dia para a § 2º Na hipótese do inciso II, poderá usar da palavra
primeira sessão ordinária de cada sessão legislativa. ( RE qualquer signatário do projeto ou Deputado, indicado
nº 194/2011.) pelo respectivo autor, por vinte minutos sem apartes, ob-
Parágrafo único. (Revogado.) (RE nº 194/2011.) servando-se para o debate as disposições contidas nos §§
1º e 2º do art. 193 e os §§ 1º, 2º e 3º do art. 270.
Art. 133. As proposições que constarão na Ordem do § 3° Alcançada a finalidade da Comissão Geral, a ses-
Dia, serão disponibilizadas para cada Gabinete Parlamentar, são plenária terá andamento a partir da fase em que, ordi-
até 5 (cinco) horas, antes da abertura da Sessão. Além da nariamente, se encontrariam os trabalhos.
disponibilização em avulsos eletrônicos, através do Portal da
Assembleia Legislativa na internet. ( RE nº 286/2015.) Art. 136. Na eventualidade de não ser atendida con-
§ 1º Cada grupo de projetos referidos no art. 232, § vocação feita de acordo com o art. 31, caput, da
1º, será iniciado pelas proposições em votação e, entre as Constituição, o Presidente da Assembleia promoverá a
matérias de cada um, têm preferência na colocação das instauração do procedimento legal cabível.
emendas seguidas pelas proposições desta em turno úni-
co, segundo turno, primeiro turno e apreciação preliminar. CAPÍTULO III
§ 2º Constarão da Ordem do Dia as matérias não apre- DAS SESSÕES SECRETAS
ciadas da pauta da sessão ordinária anterior, com prece-
dência sobre outras dos grupos a que pertençam. Art. 137. A sessão secreta será convocada, com a indi-
§ 3º A proposição entrará em Ordem do Dia desde cação precisa de seu objetivo:
que em condições regimentais, e com pareceres das Co- I automaticamente, a requerimento escrito de Comis-
missões a que foi distribuída. são, para tratar de matéria de sua competência, ou dos
líderes ou de, pelo menos, um terço da totalidade
dos membros da Assembleia, devendo o documento

26
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

permanecer em sigilo até ulterior deliberação do plenário; TÍTULO VI


II por deliberação do plenário, quando o requeri- REGIMENTO INTERNO
mento for subscrito por líder, ou por um sexto dos mem- CAPÍTULO I
bros da Assembleia. DA INTERPRETAÇÃO E OBSERVÂNCIA DO REGI-
§ 1º (Revogado.) (RE nº 107/2005.) MENTO
§ 2º Para iniciar-se a sessão secreta, o Presidente fará SEÇÃO I
sair do recinto, das galerias e demais dependências ane- DAS QUESTÕES DE ORDEM
xas as pessoas estranhas aos trabalhos, inclusive os fun-
cionários da Casa, sem prejuízo de outras cautelas que a Art. 140. Considera-se questão de ordem toda
Mesa adotar no sentido de resguardar o sigilo. dúvida sobre a interpretação deste Regimento, na sua
§ 3º Deliberada a realização da sessão secreta no prática exclusiva ou relacionada com a Constituição.
curso de sessão pública, o Presidente fará cumprir o dis- § 1º Durante a Ordem do Dia, só poderá ser levan-
posto no parágrafo anterior. tada questão de ordem atinente diretamente à matéria
§ 4º Reunida a Assembleia em sessão secreta, deli- que nela figure.
berar-se-á, preliminarmente, se o assunto que motivou § 2º Nenhum Deputado poderá exceder o prazo de
a convocação deve ser tratado sigilosa ou publicamente; três minutos para formular questão de ordem, nem fa-
tal debate, porém, não poderá exceder a primeira hora, lar sobre a mesma mais de uma vez.
nem cada Deputado ocupará a Tribuna por mais de cinco § 3º No momento de votação, ou quando se discutir
minutos. e votar redação final, a palavra para formular questão
§ 5º Ao 2º Secretário compete lavrar a ata da sessão de ordem só poderá ser concedida, uma vez, ao relator,
secreta. e uma vez a outro Deputado, de preferência, ao autor
§ 6º Antes de encerrar-se a sessão secreta, a Assem- da proposição principal ou acessória em votação.
bleia resolverá se o requerimento de convocação, os § 4º A questão de ordem deve ser objetiva, clara-
debates e deliberações, no todo ou em parte, deverão mente formulada, com a indicação precisa das dispo-
constar da ata pública, ou fixará o prazo em que devam sições regimentais ou constitucionais cuja observância
ser mantidos sob sigilo. se pretenda elucidar, e referir-se à matéria tratada na
§ 7º Antes de levantada a sessão secreta, a ata ocasião.
respectiva será aprovada, e, juntamente com os do- § 5º Se o Deputado não indicar, inicialmente, as dis-
cumentos que a ela se refiram, encerrada em invólucro posições em que se assenta a questão de ordem, enun-
lacrado, etiquetado, datado e rubricado pelos membros ciando-as o Presidente não a concederá, e determinará
da Mesa, e recolhida ao arquivo. a exclusão da ata, das palavras por ele pronunciadas.
§ 8º Será permitido a Deputado e Secretários de Es- § 6º Depois de falar somente o autor, e outro Depu-
tado que houverem participado dos debates, reduzir seu tado que contra-argumente, a questão de ordem será
discurso a escrito para ser arquivado num segundo en- resolvida pelo Presidente da sessão, não sendo líci-
velope igualmente lacrado, que se anexará ao invólucro to ao Deputado opor-se à decisão, ou criticá-la na ses-
mencionado no parágrafo anterior desde que o interes- são em que for proferida.
sado o prepare em prazo não excedente de uma sessão. § 7º O Deputado que quiser comentar, criticar a
decisão do Presidente, ou contra ela protestar, poderá
Art. 138. Só Deputados poderão assistir às sessões fazê-lo na sessão seguinte, tendo preferência para
secretas do plenário; os Secretários de Estado, quando uso da palavra, durante dez minutos, à hora do
convocados, ou as testemunhas chamadas a depor, par- Expediente.
ticiparão dessas sessões apenas durante o tempo neces- § 8º O Deputado, em qualquer caso, poderá recor-
sário. rer da decisão da presidência para o plenário, sem efei-
to suspensivo, ouvindo-se a Comissão de Constituição
CAPÍTULO IV e Justiça e de Redação que terá o prazo mínimo de três
DA CONVOCAÇÃO EXTRAORDINÁRIA sessões, para se pronunciar. Publicado o parecer da Co-
missão, o recurso será submetido na sessão seguinte,
Art. 139. Sempre que houver convocação extraor- ao plenário.
dinária de sessão legislativa, as sessões realizadas nes- § 9º Na hipótese do parágrafo anterior, o Deputa-
se período de funcionamento terão caráter ordinário e do, com o apoiamento de um terço dos presentes, po-
realizar-se-ão no mesmo horário fixado para as sessões derá requerer que o plenário decida, de imediato, sobre
ordinárias. o efeito suspensivo ao recurso.
§ 1º Na sessão legislativa extraordinária delibe- § 10. As decisões sobre questão de ordem serão re-
rar-se-á somente sobre a matéria para a qual for gistradas e indexadas em livro especial, a que se dará,
convocada. anualmente, ampla divulgação; a Mesa elaborará proje-
§ 2º A tramitação e apreciação da matéria de que to de resolução propondo, se for o caso, as alterações
trata o parágrafo anterior, será em regime de urgência. regimentais delas decorrentes, para apreciação em
tempo hábil, antes de findo o biênio.

27
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

SEÇÃO II § 3º A ata da última sessão, ao encerrar-se a ses-


DAS RECLAMAÇÕES são legislativa, será redigida, em resumo, e submetida
à discussão e aprovação, presente qualquer número de
Art. 141. Em qualquer fase da sessão da Assembleia Deputados, antes de se levantar a sessão.
ou de reunião de Comissão, poderá ser usada a palavra § 4° As sessões itinerantes ordinárias e extraordiná-
para reclamação, restrita durante a Ordem do Dia, à hipó- rias terão numeração sequencial própria, por sessão le-
tese do art. 59 ou as matérias que nela figurem. gislativa, e a numeração das atas seguirá a ordem crono-
§ 1º O uso da palavra, no caso da sessão da Assembleia lógica das atas das sessões realizadas na sede do Poder
destina-se exclusivamente, à reclamação quanto à obser- Legislativo. (+ RE nº 184/2011.)
vância de expressa disposição regimental, ou relacionada
com o funcionamento dos serviços administrativos da Casa. Art. 144. O Diário do Poder Legislativo publicará a
§ 2º O membro de Comissão pode formular reclama- ata da sessão do dia anterior, com toda a sequência dos
ção sobre ação ou omissão do órgão técnico que integre. trabalhos.
Somente depois de resolvida, conclusivamente, pelo seu § 1º Os discursos proferidos durante a sessão serão
Presidente, poderá o assunto ser levado, em grau de re- publicados por extenso na ata impressa, salvo expressas
cursos, por escrito ou oralmente, ao Presidente da Assem- restrições regimentais. Não são permitidas as reprodu-
bleia, ou ao plenário. ções de discursos no Diário do Poder Legislativo com o
§ 3º Aplicam-se às reclamações as normas referentes fundamento de corrigir erros e omissões; as correções
às questões de ordem, constantes dos §§ 1º a 7º do artigo constarão da seção “ERRATA”.
precedente. § 2º Ao Deputado é lícito retirar, na taquigrafia, para
revisão, o seu discurso, não permitindo a publicação na
SEÇÃO III ata respectiva. Caso o orador não devolva o discurso
DA REFORMA DO REGIMENTO dentro de cinco sessões, a taquigrafia dará a publicação
o texto sem revisão do orador.
Art. 142. O Regimento Interno poderá ser modificado ou § 3º As informações e documentos ou discursos de
reformado, por meio de projeto de resolução, de iniciativa de representantes de outro Poder, que não tenham sido in-
Deputado, da Mesa, de Comissão permanente, ou de comis- tegralmente lidos pelo Deputado, serão somente indica-
são especial para esse fim criada, em virtude de deliberação da dos na ata, com a declaração do objeto a que se referi-
Assembleia, da qual deverá fazer parte um membro da Mesa. rem, salvo se a publicação integral ou transcrição em
§ 1º Apresentado o projeto, após reproduzido e distri- discurso for autorizada pela Mesa, a requerimento do
buído em avulso, ficará sobre a Mesa, durante três sessões, orador, em caso de indeferimento, poderá este recorrer
para o recebimento de emenda. ao plenário.
§ 2º Decorrido o prazo previsto no parágrafo anterior, § 4º As informações enviadas à Assembleia em vir-
o projeto será enviado à Mesa Diretora, que emitirá pa- tude de solicitação desta, a requerimento de qualquer
recer no prazo de dez dias, quando o projeto for de sim- Deputado ou comissão, serão entregues em cópia au-
ples modificação, e no de vinte dias, quando se trate de têntica, ao solicitante, publicadas em resumo, ou ape-
reforma, findo o qual, será incluído na Ordem do Dia, em nas mencionadas na ata impressa, ficando, em qualquer
primeira discussão. hipótese, o original no arquivo da Casa, inclusive para o
§ 3º A segunda discussão, durante a qual só se admiti- fornecimento de cópia aos demais Deputados interes-
rá emenda, com, pelo menos, um terço de assinaturas dos sados.
membros da Assembleia. § 5º Não se dará publicidade a informações e docu-
§ 4º A apreciação do projeto de alteração, ou reforma mentos oficiais de caráter reservado. As informações soli-
do Regimento, obedecerá às normas vigentes para os de- citadas por comissão serão confiadas ao Presidente desta,
mais projetos de resolução. pelo Presidente da Casa, para que as leia a seus pares; as
§ 5º A Mesa fará a consolidação e publicação de todas as al- solicitadas por Deputado serão lidas a este, pelo Presi-
terações introduzidas no Regimento, antes de findo cada biênio. dente da Assembleia. Cumpridas essas formalidades, se-
rão fechadas em invólucro lacrado, etiquetado, datado e
TÍTULO VII rubricado, por dois Secretários, e assim arquivadas.
DA ATA § 6º Não será autorizada a publicação de pronuncia-
mentos ou expressões atentatórias do decoro parlamentar,
Art. 143. Lavrar-se-á ata com a sinopse dos trabalhos consoante o § 1º do art. 88, cabendo recurso do orador ao
de cada sessão, cuja redação obedecerá a padrão unifor- plenário.
me, adotado pela Mesa. § 7º Os pedidos de retificação da ata serão decididos
§ 1º As atas impressas ou datilografadas serão organi- pelo Presidente, na forma do § 1º do art. 124.
zadas em anais, por ordem cronológica, encadernadas por
sessão legislativa, e recolhidas ao arquivo da Assembleia. Art. 145. Poderão ser divulgados, pelo rádio e te-
§ 2º Da ata, constará a lista nominal de presença e de levisão, as atividades das comissões e do plenário, e os
ausência, às sessões ordinárias e extraordinárias da Assem- pronunciamentos lidos ou proferidos da Tribuna da As-
bleia. sembleia, desde que em termos regimentais.

28
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

TÍTULO VIII III as emendas terão numeração ordinal guardada a se-


DAS PROPOSIÇÕES E SUA TRAMITAÇÃO quência determina da em cada processo, pela ordem de
CAPÍTULO I suas apresentações, devendo constar, em cada uma delas,
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES o número do respectivo processo.

Art. 146. Proposição é toda matéria submetida à de- Art. 149. As proposições serão submetidas aos se-
liberação da Assembleia, a saber: I projeto de emenda à guintes regimes de tramitação:
Constituição; I urgência;
II projeto de lei complementar; III projeto de lei ordi- II prioridade;
nária; III ordinária
IV projeto de lei delegada;
V projeto de decreto legislativo; VI projeto de resolu- Art. 150. As proposições para as quais o Regimento
ção; exija parecer, não serão submetidas à discussão e votação
VII indicação; VIII parecer; sem ele.
IX requerimento; X emenda;
XI subemenda. Art. 151. A proposição poderá ser fundamentada por
Parágrafo único. Toda proposição deverá ser redigida escrito, ou verbalmente, pelo autor, devendo, no segundo
com clareza, em termos explícitos e concisos, e apresenta- caso, requerer a juntada das notas taquigráficas, salvo nos
da em cinco vias. casos em que a matéria deva ser votada imediatamente.
§ 1º Considera-se autor de proposição, para efeito re-
Art. 147. A Mesa Diretora deixará de admitir proposi- gimental o seu primeiro signatário.
ções: I manifestamente inconstitucionais; § 2º Consideram-se de apoio, as assinaturas que se
II anti-regimentais; seguem a primeira, quando se tratar de proposição para
III sobre assunto alheio à competência da Assembleia; a qual a Constituição ou o Regimento exija determinado
IV que contenham expressões ofensivas a quem quer número delas.
que seja; § 3º As proposições para a criação de Comissões de-
V quando redigidas de modo que não se saiba, à sim- verão ter o apoio de, pelo menos, um terço dos membros
ples leitura, qual a providência objetivada; da Assembleia.
VI quando, em se tratando de substitutivo, emenda ou § 4º As proposições só serão aceitas pela Mesa Direto-
subemenda, não guardem direta relação com a proposição; ra se acompanhadas de respectiva cópia, consignando-se
VIIque deleguem a outro Poder atribuições privativas nela os mesmos despachos exarados no original, visando a
da Assembleia Legislativa. possibilitar a fácil restauração da proposição, nos casos de
§ 1° As proposições apresentadas que contenham re- extravios.
ferências à lei, artigo de lei, ou qualquer dispositivo legal,
e não se façam acompanhar de sua transcrição, ou, por Art. 152. Finda a legislatura, arquivar-se-ão todas as
qualquer modo, demonstrem incompletos e sem esclareci- proposições que, no seu decurso, tenham sido submetidas
mentos, só serão enviadas às Comissões, ciente o autor do a deliberação da Assembleia e ainda se encontrem sem
retardamento depois de completada sua instrução. parecer ou com pronunciamento contrário da Comissão
§ 2° Quando a proposição for recusada nos termos de Constituição e Justiça, salvo as:
deste artigo, e o autor não se conformar com a decisão, I com pareceres favoráveis de todas as Comissões;
poderá requerer, verbalmente, à presidência, audiência da II já aprovadas em primeiro turno;
Comissão de Constituição e Justiça e de Redação, que, se III de iniciativa popular;
discordar da decisão, restituirá a proposição para a devida IV de iniciativa de outro Poder ou de Ministério Público.
tramitação. § 1º A proposição poderá ser desarquivada mediante
requerimento do autor dentro dos primeiros cento e oiten-
Art. 148. As proposições serão numeradas de acordo ta dias da primeira sessão ordinária da sessão legislativa
com as seguintes normas: I terão a numeração crescente subsequente, retornando a tramitação, desde o estágio em
por toda a legislatura: que se encontrava.
a) projetos de emendas à Constituição; § 2º Quando, por extravio ou retenção indevida, não
b) projetos de leis complementares; for possível o andamento de qualquer proposição, venci-
c) projetos de leis ordinárias; dos os prazos regimentais, a Mesa fará reconstituir o res-
d) projetos de leis delegadas; pectivo processo pelos meios ao seu alcance, para trami-
e) projetos de decretos legislativos; tação ulterior.
f) projetos de resoluções;
g) indicações; CAPÍTULO II
h) requerimentos. DOS PROJETOS
II os pareceres terão numeração anual, guardada
a sequência de cada Comissão, cuja sigla, obrigatoria- Art. 153. A Assembleia exerce a sua função legislativa
mente, antepõe-se a numeração; por vias de projetos de: I emenda à Constituição;

29
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

II leis complementares; Art. 157. Uma vez aprovado pelo plenário, em turno
III leis ordinárias; único, ou em dois turnos de discussão e votação, os projetos,
IV leis delegadas; desde que tenham sofrido emendas, retornarão à Comissão
V decretos legislativos; de Constituição e Justiça, para elaborar a redação final.
VI resoluções.
§ 1º A iniciativa dos projetos de Lei caberá, nos termos Art. 158. Os projetos de lei aprovado serão enviados à
do art. 39 da Constituição e deste Regimento: sanção do Governador, no prazo máximo de dez dias úteis,
I à Mesa Diretora; contados da aprovação definitiva pela Assembleia, salvo nos
II às Comissões; casos de urgência, cujo prazo será de quarenta e oito horas.
III aos Deputados, individual ou coletivamente;
IV a outros Poderes; SEÇÃO I
V ao Ministério Público; VI aos Cidadãos. DE PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO
§ 2º A matéria constante de Projeto de Lei rejeitado,
somente poderá constituir objeto de novo projeto, na mes- Art. 159. A Constituição poderá ser emendada, nos
ma sessão legislativa, mediante proposta de iniciativa do termos do art. 38 da Constituição Estadual.
respectivo autor, e sua apresentação aprovada pelo voto
da maioria absoluta. Art. 160. Recebido o projeto pela Mesa Diretora, esta
determinará a sua reprodução dentro de dois dias, para
Art. 154. Os projetos deverão ser redigidos em termos distribuição aos Deputados, sendo a seguir incluído em
concisos e claros, divididos em artigos, parágrafos, incisos pauta, nela permanecendo por três sessões, para recebi-
e alíneas, e precedidos sempre de ementa enunciativa de mento de subemendas, para após serem encaminhadas à
seu objeto. Comissão de Constituição e Justiça, para estudo e parecer,
§ 1º Sempre que o projeto não estiver devidamente re- no prazo improrrogável de quinze dias.
digido, o Presidente o restituirá ao autor, para organizá-lo § 1º. Expirado o prazo da Comissão, sem que haja
de acordo com as determinações regimentais. emitido parecer, a matéria poderá ser incluída na Ordem
§ 2º A numeração dos artigos será ordinal até o 9º, e a do Dia pelo Presidente da Assembleia, de ofício, ou a re-
seguir cardinal. querimento de qualquer Deputado, sendo designado rela-
tor em plenário, Membro da Comissão de Constituição e
Art. 155. Uma vez entregue à Mesa Diretora e depois Justiça e de Redação. ( RE nº 375/2017.)
de anunciadas em plenário, os projetos serão distribuídos § 2º Revogado. (RE nº 375/2017.)
em avulsos, dentro de 2 (dois) dias, e incluídos em pauta § 3º Revogado. (RE nº 375/2017.)
para o recebimento de emendas. ( RE nº 161/2008.)
§ 1º O prazo de permanência em pauta será de: ( RE Art. 161. A proposição será discutida e votada em dois
nº 161/2008.) turnos e considerada aprovada quando obtiver, em ambas
I 1(um) dia, para os projetos em regime de urgência; as votações, dois terços dos votos dos membros da Assem-
( RE nº 161/2008.) bleia, em votação nominal considerando-se prejudicada,
II 2(dois) dias, para os projetos em regime de priori- caso não atinja o quórum exigido.
dade; ( RE nº 161/2008.)
III 3(três) dias, para os projetos em regime de tramita- Art. 162. A redação final será elaborada pela Comis-
ção ordinária. ( RE nº 161/2008.) são, no prazo deste regimento, após a votação, desde que
§ 2º Para efeito de pauta, só serão contados os dias não haja recebido emendas quando em apreciação.
úteis, excluído o dia inicial. ( RE nº 161/2008.)
§ 3º Findo o prazo de permanência em pauta, os pro- Art. 163. A emenda a Constituição será promulgada pela
jetos serão encaminhados ao exame das Comissões, por Mesa Diretora, e publicada com o respectivo número de Ordem.
despacho do Presidente da Assembleia.
SEÇÃO II
Art. 156. Instruídos com os pareceres das Co- DE LEI COMPLEMENTAR
missões, os projetos com emendas e pareceres serão
reproduzidos em avulso, e incluídos na Ordem do Dia, ob- Art. 164. O projeto de lei complementar somente será
servando-se o seguinte critério: aprovado pela maioria absoluta dos votos dos membros
I obrigatoriamente, dentro de vinte e quatro horas, os da Assembleia, observada a tramitação dos projetos de leis
em regime de urgência; II obrigatoriamente, dentro de três ordinárias.
dias, em regime de prioridade;
III dentro de cinco dias, os em regime de tramitação SEÇÃO III
ordinária. DE LEI ORDINÁRIA
Parágrafo único. Os prazos previstos neste artigo são
contados, a partir da data do recebimento dos projetos Art. 165. O projeto de lei ordinária é destinado a re-
pela Mesa Diretora, desde que completa sua tramitação. gular matéria de competência do Poder Legislativo, com a
sanção do Governador do Estado.

30
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

SEÇÃO IV Legislativa ou excepcionalmente, em reunião realizada


DE DECRETO LEGISLATIVO pelo próprio proponente, no Município de residência do
agraciado. ( RE nº 385/2017.)
Art. 166. Projeto de decreto legislativo é a proposição § 4º Cada Parlamentar poderá conceder 05 (cinco)
destinada a regular matéria de caráter político, de compe- Títulos Honoríficos de Cidadão do Estado de Rondônia e
tência privativa do Poder Legislativo, prescindindo da san- 05 (cinco) Títulos Honoríficos de Honra ao Mérito, por ano,
ção do Governador. sendo cumulativo por toda a legislatura. ( RE nº 352/2016.)
Parágrafo único. As matérias abrangidas pelo decreto
legislativo, destinando-se a regular providências externas à Art. 168. A concessão da homenagem prevista no ar-
Assembleia, segundo o seu objetivo, podem ser de caráter: tigo anterior é privativa do Poder Legislativo, e o Deputado
I positivo, nos casos concretos de: que a propuser, terá de anexar provas de que o ho-
a) pedido de intervenção federal; menageado preenche as exigências estabelecidas neste
b) fixação do subsidio e da representação do Governa- Regimento.
dor e do Vice-Governador; § 1º (Revogado.) (RE nº 247/2013.)
c) aprovação ou suspensão de intervenção nos municí- § 2º (Revogado.) (RE nº 247/2013.)
pios, quando for decretada pelo governador;
d) suspensão de execução, no todo ou em parte, de Art. 169. O projeto de decreto legislativo, conceden-
lei ou ato normativo estadual ou municipal, cuja incons- do qualquer desses títulos, somente será discutido e vota-
titucionalidade tenha sido declarada por decisão judicial do depois de ouvidas as Comissões de Constituição e Justi-
definitiva; ça de Redação e de Educação e Cultura. ( RE nº 247/2013.)
e) denúncia contra o Governador e Secretário de Es-
tado; Art. 170. O Projeto de Decreto Legislativo, conce-
f) apreciação das contas anuais do Tribunal de Contas; dendo Título Honorífico, será apreciado em turno único e
g) aprovação da indicação de nomes dos cargos men- considerado aprovado, quando obtiver a maioria de votos,
cionados nas alíneas a, b e c do inciso XXIV, art. 29 da Cons- em votação simbólica. ( RE nº 329/2016.)
tituição Estadual; Parágrafo único. Todo projeto de decreto legislativo
h) aprovação de convênios celebrados nos termos dessa natureza, que for rejeitado, não poderá ser renovado
do inciso XXVII, art. 29 da Constituição Estadual; na mesma legislatura.
i) julgamento das contas do Governador;
j) concessão de título honorífico; SEÇÃO V
l) sustação de contratos impugnados pelo Tribunal de DE RESOLUÇÃO
Contas do Estado;
m) sustação de ato do Poder Executivo, que exorbitem do Art. 171. Os projetos de resolução destinam-se a re-
poder regulamentar, ou dos limites de delegação legislativa; gular matéria de caráter político ou administrativo, sobre o
n) denuncia contra o Procurador Geral de Justiça e o que deva a Assembleia pronunciar-se, tais como:
Procurador Geral do Estado; I perda de mandato de Deputados;
o) destituição do Procurador Geral de Justiça; II concessão de licença a Deputados;
p) fixação de subsídios e ajuda de custo dos Deputa- III conclusão de Comissão Parlamentar de Inquérito;
dos, nos termos da Constituição Federal e Estadual. IV elaboração de alterações de seu Regimento Interno; V
q) aprovar a indicação de nome (s) de candidato (s) qualquer matéria de natureza regimental;
sabatinado (s) na forma do inciso V, do artigo 135 deste VI todo e qualquer assunto de organização, economia
Regimento. (+RE nº 366/2017.) e política interna: VII transferência temporária de sua sede.
II autorizativo, nos casos de:
a) licença ao Governador e Vice-Governador. CAPÍTULO III
DOS REQUERIMENTOS
Art. 167. Os projetos dispondo sobre a concessão SEÇÃO I
de Títulos Honoríficos de Cidadão do Estado de DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Rondônia e de Honra ao Mérito, serão recebidos pela
Mesa Diretora. ( RE nº 329/2016.) Art. 172. Requerimento é a proposição pela qual o De-
§ 1º Os títulos honoríficos serão conferidos a persona- putado ou Comissão, solicita informações ou providências
lidades brasileiras ou não, que tenham prestado relevantes da Assembleia, de outros Poderes, ou de órgãos públicos,
serviços ao Estado. bem como, manifestação de caráter público do Legislativo.
§ 2º Para a concessão desses títulos, a proposição ci-
tará, obrigatoriamente, todos os motivos que possam ser Art. 173. Os requerimentos assim se classificam: I
considerados extraordinários, inestimáveis e relevantes jus- quanto a competência:
tificadoras da homenagem, e deverá ser acompanhada do a) sujeitos apenas a despacho do Presidente da Assem-
“curriculum vitae” do homenageado. bleia;
§ 3º. A entrega das concessões a que se refere este b) sujeitos à deliberação do plenário. II quanto a sua
artigo será em Sessão Solene no Plenário daAssembleia formulação:

31
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

a) verbais; I Apresentado requerimento de informação, se esta


b) escritos. chegar espontaneamente à Assembleia, ou já tiver sido
prestada em resposta a pedido anterior dela será entre-
Art. 174. Os requerimentos e as indicações indepen- gue cópia ao Deputado interessado, considerando-se,
dem de parecer das Comissões, salvo determinação do em consequência, prejudicada a proposição;
Presidente. ( RE nº 49/1992.) II não cabem, em requerimento de informação, provi-
dências a tomar, consulta, sugestão, conselho ou interro-
Art. 175. Nos requerimentos sujeitos a discussão, gação sobre propósitos da autoridade a que se dirige;
poderão falar, o autor, em primeiro lugar, e três oradores, II deverão referir-se a ato ou fato relacionado com ma-
por agremiação partidária, que assim, o desejarem, pelo téria legislativa em tramitação, ou sujeito à fiscalização da
prazo de cinco minutos cada um. Assembleia.
a) constituem atos ou fatos sujeitos a fiscalização
SEÇÃO II da Assembleia os definidos no art. 46 da Constituição
SUJEITOS A DESPACHO DO PRESIDENTE Estadual;
b) os atos do Poder Executivo, inclusive os da adminis-
Art. 176. Serão verbais e imediatamente despacha- tração indireta, que tenham seu processo de fiscalização
dos pelo Presidente, os requerimentos que solicitem: I a regulados em lei;
palavra, ou a desistência desta; c) os atos do Governador e dos Secretários de Estados
II permissão para falar sentado; que importem, tipicamente, em crime de responsabilidade.
III leitura de qualquer matéria sujeita ao conhecimen- § 1º Recebido o requerimento, a Presidência, dentro de
to do plenário, pelo 1° Secretário; vinte e quatro horas, deferirá ou não o pedido, devendo
IV observância de disposição regimental; dar ciência da decisão ao autor, cabendo recursos ao Ple-
V retirada pelo autor, de proposição com parecer nário, se for o caso.
contrário, favorável, ou sem parecer; VI verificação de vo- § 2º O prazo, a que se refere este artigo, passará a con-
tação; tar a partir da data de recebimento do pedido.
VII informações sobre a ordem dos trabalhos; § 3º As informações recebidas serão arquivadas, depois
VIII prorrogação de prazo para o orador na Tribuna; de fornecidas cópia ao requerente, e, quando se destina-
IX preenchimento de lugar em Comissão; rem a elucidações de matéria pertinente a proposição em
X licença a Deputado. curso na Assembleia, incorporadas ao processo respectivo.
Parágrafo único. Em caso de indeferimento caberá re-
curso ao plenário. SEÇÃO III
SUJEITOS À DELIBERAÇÃO DO PLENÁRIO
Art. 177. Serão despachados pelo Presidente, os re-
querimentos escritos que solicite: Art. 180. Dependerão de deliberação imediata do ple-
I designação de relato-especial, para proposição nário, os seguintes requerimentos verbais:
com os prazos para parecer esgotados nas Comissões; I prorrogação do tempo da sessão, para prossegui-
II Juntada ou desentranhamento de documentos; III mento de discussão e votação da Ordem do Dia;
renúncia de membros da Mesa Diretora; II não realização de sessão em determinado dia;
IV esclarecimentos sobre atos da administração in- III encaminhamento de matéria, constante da Ordem
terna da Assembleia; do Dia, pendente do pronunciamento de Comissão;
V destaque para votação IV audiência de Comissão, quando formulados por De-
VI discussão de uma proposição por parte; putado;
VII inclusão, na Ordem do Dia, da proposição com V votação por determinado processo;
parecer, em condições regimentais de nela figurar. VI votação de proposição, artigo, ou de emendas, uma
a uma;
Art. 178. Serão despachados pelo Presidente, ouvida VII inversão de matéria constante da Ordem do Dia.
a Mesa, os requerimentos escritos que solicitem
I reinício de tramitação de projeto apresentado na Art. 181. Dependerão de deliberação imediata do
sessão legislativa anterior plenário os seguintes requerimentos escritos que soli-
II informações oficiais; citem:
III inserção de documentos nos anais. I representação da Assembleia por Comissão Externa;
II convocação de Secretário de Estado perante o ple-
Art. 179. Os requerimentos de informações mencio- nário;
narão as autoridades a quem são dirigidas, importando III realização de sessão solene, sessão especial ou au-
crime de responsabilidade, a recusa ou o não atendi- diência pública; ( RE nº 168/2009.)
mento no prazo de dez dias, bem como a prestação de IV sessão extraordinária, se requerida por menos de
informações falsas, serão encaminhadas pelo Presidente um terço; V sessão secreta;
da Assembleia ao Governador do Estado, observadas as VI adiamento de discussão ou de votação; VII encerra-
seguintes regras: mento de discussão;

32
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

VIII urgência IX preferência; X prioridade; b) nos projetos sobre organização dos serviços
XI voto de pesar, inclusive levantamento da sessão, ou obser- administrativos da Assembleia Legislativa do
vação de um minuto de silêncio; XII voto de regozijo ou louvor; Estado, dos Tribunais Federais e do Ministério Público.
XIII voto de repúdio; Parágrafo único. O Presidente da Assembleia ou de Co-
XIV Audiência Pública no Plenário da Assembleia Legis- missão tem a faculdade de recusar emenda formulada de
lativa. (+ RE nº 247/2013.) modo inconveniente, ou que contrarie prescrição regimen-
§ 1º Os requerimentos previstos neste artigo não so- tal, cabendo recurso ao plenário.
frerão discussão, só poderão ter sua votação encaminhada
pelo autor e pelos líderes, por cinco minutos cada. Art. 185. As proposições poderão receber emendas
§ 2º Os votos de pesar serão de duas naturezas: com re- nas seguintes oportunidades: I quando estiverem em pau-
lação a autoridades federais, estaduais, municipais, parlamenta- ta;
res e vultos de projeção nacional ou internacional, serão inseridos II quando em exame nas comissões; III ao serem sub-
em ata, nos termos regimentais e com relação a outras pessoas metidas ao plenário:
não incluídas nessas faixas, a inserção será nos anais da Casa: a) durante a discussão em turno único ou primeiro tur-
a) no primeiro caso, haverá discussão e votação plená- no, por qualquer Deputado ou Comissão;
ria, pelo prazo máximo de cinco minutos, para cada repre- b) durante a discussão em segundo turno, desde que
sentante de partido; subscrita por um terço dos membros da Assembleia;
b) no segundo caso, sem discussão e votação, § 1º Ás proposições em regime de urgência, ou o que
a presidência definirá ou não, no prazo improrrogá- se tornarem, em virtude de requerimento, só admitirão
vel de vinte e quatro horas, devendo ser feita a necessária emendas, se subscritas pela maioria absoluta dos mem-
comunicação aos interessados, mediante indicação do De- bros da Assembleia, desde que, apresentadas antes do
putado, ou Deputados que propuseram o requerimento, término da discussão da matéria.
anunciada em plenário a decisão. § 2º O Governador do Estado, o Tribunal de Justiça e o
§ 3º (Revogado.) (RE nº 247/2013.). Ministério Público, poderão propor alteração aos projetos
de sua iniciativa, enquanto a matéria estiver na dependên-
Art. 182. Lido pelo autor, apresentado na primeira cia do parecer das Comissões.
parte da Ordem do Dia, o requerimento será deferido ou
não, pelo Presidente, no prazo de quarenta e oito horas, SEÇÃO II
salvo os que por sua natureza tenham sido encaminhados DAS SUBEMENDAS
às Comissões. ( RE nº 49/1992.)
Art. 186. Denomina-se subemenda a emenda apre-
CAPÍTULO IV sentada à outra emenda.
DAS EMENDAS E SUBEMENDAS
SEÇÃO I Art. 187. As emendas poderão receber subemendas
DAS EMENDAS que não contenham matéria estranha à emenda que pre-
tendam atingir.
Art. 183. Emenda é a proposição apresentada como
acessória de outra, a saber: I supressiva, a que manda erra- CAPÍTULO V
dicar qualquer parte da proposição; DAS INDICAÇÕES
II substitutiva, apresentada como sucedânea à parte
de outra proposição, que tomará o nome de “substituti- Art. 188. Indicação é a proposição em que são solici-
vo”, quando alterar, substancial ou formalmente, em tadas medidas de interesse público, cuja iniciativa legislati-
seu conjunto; considera-se formal, a alteração que vise va ou execução administrativa seja de competência privati-
exclusivamente ao aperfeiçoamento da técnica legislativa; va do Poder Executivo ou Judiciário ou de outros órgãos da
III modificativa, a que altera proposição sem a modificar subs- Administração Direta e Indireta. ( RE nº 145/2007.)
tancialmente; § 1º A indicação deve ser redigida com clareza e pre-
IV aditiva, a que se acrescenta a outra proposição. cisão, precedidas sempre de ementa enunciativa de seu
objetivo, e justificativa, concluindo pelo texto a ser trans-
Art. 184. Não se admitirão emendas: mitido.
I sem relação com a matéria da proposição emendada; § 2º A indicação não será lida na Ordem do Dia, após
II em sentido contrário à proposição; ser protocolizada junto a Mesa, será automaticamente en-
III que digam respeito a mais de um dispositivo, a não caminhada ao destinatário pela Secretaria Legislativa, salvo
ser que, tratem de modificação correlata, de sorte que a se ocorrer o indeferimento pelo Presidente, que, no prazo
aprovação, relativamente a um dispositivo, envolva a ne- de 12 horas, dará ciência ao autor, que poderá recorrer da
cessidade de se alterarem outros; decisão ao Plenário. ( RE nº 375/2017.)
IV que impliquem aumento da despesa prevista: § 3º As correspondências encaminhando as indica-
a) nos projetos de iniciativa exclusiva do Poder Execu- ções de que trata o caput deste artigo serão assinadas pelo
tivo, ressalvado o disposto no art. 166, §§ 3º e 4º, da Cons- Presidente da Assembleia. ( RE nº 375/2017.)
tituição Federal;

33
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

CAPÍTULO VI Parágrafo único. A anexação se fará de ofício, pelo Pre-


DA RETIRADA DE PROPOSIÇÃO sidente da Assembleia, ou requerimento de Comissão, ou
do autor de qualquer das proposições.
Art. 189. A retirada de proposição, em qualquer fase
do seu andamento, será requerida pelo autor ao TÍTULO IX
Presidente da Assembleia Legislativa, que, deferirá, ou DOS DEBATES E DAS DELIBERAÇÕES
não, o pedido, cabendo recurso ao plenário CAPÍTULO I
§ 1º As proposições de Comissões só poderão ser reti- DA DISCUSSÃO
radas a requerimento do relator ou do respectivo Presiden- SEÇÃO I
te, num e noutro caso, com anuência da maioria de seus DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
membros.
§ 2º A proposição, retirada na forma deste artigo, Art. 193. Discussão é a fase dos trabalhos destinada ao
não pode ser reapresentada na mesma sessão legislati- debate em plenário.
va, salvo deliberação do plenário. § 1º A discussão será feita sobre o conjunto da propo-
§ 3º As proposições de iniciativa de outros Poderes, do sição e das emendas, se houver.
Ministério Público ou de cidadão, aplicar-se-ão as mesmas § 2º A discussão só poderá ser feita com a presença
regras. mínima de um terço dos Deputados.
§ 3º O Presidente, aquiescendo o plenário, poderá
CAPÍTULO VII anunciar o debate por título, capítulos, seções ou grupos
DA PREJUDICABILIDADE de artigos.
§ 4º Anunciada a matéria para discussão, esta será pre-
Art. 190. Consideram-se prejudicados: cedida da leitura da proposição, dos pareceres e emendas
I a discussão, ou a votação, de qualquer projeto idên- a ela apresentadas, salvo se já tiverem sido reproduzidas
tico a outro, que já tenha sido aprovado, ou rejeitado, na em avulso.
mesma sessão legislativa, ou transformado em diploma le-
gal; Art. 194. A proposição, com a discussão encerrada na
II a discussão, ou a votação, de qualquer projeto seme- legislatura anterior, terá sempre a discussão reaberta para
lhante a outro considerado inconstitucional de acordo com receber novas emendas; se assim for decidido pelo plená-
o parecer da Comissão de Constituição e Justiça; rio, a requerimento de Deputado.
III a discussão, ou a votação, de proposição apensa,
quando a aprovada for idêntica, ou de finalidade oposta Art. 195. Nenhum Deputado poderá solicitar a palavra
à apensada; quando houver orador na Tribuna, exceto, para requerer
IV a discussão, ou a votação, de proposição apensa, prorrogação do prazo, levantar questão de ordem, ou fazer
quando a rejeitada for idêntica à apensada; V a emenda de comunicação de natureza urgentíssima, mas sempre com
matéria idêntica à de outra já aprovada ou rejeitada; permissão do orador, sendo o tempo usado, porém, com-
VI a emenda em sentido absolutamente contrário ao de putado no de que este dispõe.
outra, ou de dispositivo, já aprovados; VII o requerimento
com a mesma, ou oposta, finalidade de outro já aprovado. Art. 196. O Presidente solicitará ao orador que estiver
debatendo matéria em discussão, que interrompa o seu
Art. 191. O Presidente da Assembleia ou de Comis- discurso, nos seguintes casos:
são, de ofício ou mediante proposta de qualquer Depu- I quando houver número legal para deliberar, proce-
tado, declarará prejudicada, a matéria que haja perdido a dendo-se imediatamente a votação;
oportunidade. II para leitura de requerimento de urgência, feito com
§ 1º Da declaração de prejudicabilidade, poderá o au- observância das exigências regimentais; III para comunica-
tor da proposição, no prazo de quarenta e oito horas, a ção importante à Assembleia;
partir do despacho, ou imediatamente, na hipótese do pa- IV para recepção de chefe de qualquer Poder, ou
rágrafo subsequente, interpor recurso ao plenário da As- personalidade de excepcional relevo, assim reconhecida
sembleia Legislativa, que deliberará, ouvida a Comissão de pelo plenário;
Constituição e Justiça. V para votação da Ordem do Dia, ou de requerimento
§ 2º A prejudicabilidade declarada no curso de vota- de prorrogação da sessão;
ção, disser respeito a emenda ou dispositivo de matéria VI no caso de tumulto grave no recinto, ou no edifício
em apreciação, o parecer da Comissão de Constituição e da Assembleia Legislativa, que reclame a suspensão ou o
Justiça será proferido oralmente. levantamento da sessão;
§ 3º A proposição dada como prejudicada será, de- VII para adverti-lo no cumprimento deste regimento.
finitivamente, arquivada pelo Presidente da Assembleia.
Art. 197. Os projetos de lei, de emendas à Constitui-
Art. 192. A proposição idêntica a outra ou versando ção, e de leis complementares à Constituição, terão, neces-
matéria correlata, será anexada à mais antiga, desde que sariamente, duas discussões e votações, as demais propo-
seja possível o exame conjunto. sições, apenas uma única discussão e votação.

34
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

§ 1º Cada turno é constituído de discussão e votação. § 1° Na discussão prévia, só poderão falar o autor e
§ 2° Aprovado em primeiro turno, o projeto ficará o relator do projeto, e mais dois Deputados, um a favor e
sobre a mesa, a fim de ser incluído na Ordem do Dia outro contra.
para o segundo turno, após o interstício regimental. § 2º Quando a discussão da proposição se fizer por
partes, o Deputado poderá falar, na discussão de cada
Art. 198. (Revogado.) (RE nº 139/2007.) uma, pela metade do prazo previsto para o projeto.
§ 3º Qualquer prazo, para uso da palavra, salvo expres-
Art. 199. Decorrerão, entre as discussões, pelo me- sa proibição regimental poderá ser prorrogado pelo Presi-
nos vinte e quatro horas. dente, por igual período, se não se tratar de proposição em
Parágrafo único. A obrigatoriedade prevista neste regime de urgência, ou em segundo turno.
artigo somente será dispensada, mediante deliberação
do plenário, e quando aprovada por um terço dos mem- Art. 204. O Deputado que usar a palavra sobre a pro-
bros da Assembleia. posição em discussão, não poderá: I desviar-se da questão
em debate;
SEÇÃO II II falar sobre o vencido;
DA INSCRIÇÃO E DO USO DA PALAVRA III usar de linguagem imprópria: IV ultrapassar o prazo
SUBSEÇÃO I regimental
DA INSCRIÇÃO
SUBSEÇÃO III
Art. 200. Os Deputados que desejarem discutir pro- DO APARTE
posição incluída na Ordem do Dia devem inscrever-se
previamente na Mesa, antes do início da discussão. Art. 205. Aparte é a interrupção, breve e oportuna, do
§ 1º Os oradores terão a palavra na ordem de inscri- orador para indagação, ou esclarecimento, relativo à maté-
ção, alternadamente, a favor e contra. ria em debate, pelo prazo máximo de três minutos.
§ 2º É permitida a permuta de inscrição entre os De- § 1º O Deputado só poderá apartear o orador, se lhe
putados, mas os que não se encontrarem presentes, na solicitar e obtiver permissão, devendo permanecer de pé
hora da chamada, perderão definitivamente a inscrição. ao fazê-lo.
§ 2º Não será admitido aparte: I à palavra do Presidente
Art. 201. Quando mais de um Deputado pedir a pa- II paralelo a discurso;
lavra, simultaneamente, sobre o mesmo assunto, o III a parecer oral;
Presidente deverá concedê-la na seguinte ordem, IV por ocasião do encaminhamento de votação;
observadas as demais exigências regimentais: I ao autor V quando o orador declarar, de modo geral, que não o
da proposição; permite; VI nos três últimos minutos do tempo do orador;
II ao relator; VII (Revogado.); (RE nº 148/2007.)
III ao autor de voto em separado; IV ao autor da VIII nas comunicações de líder.
emenda; § 3º Os apartes subordinam-se às disposições relativas
V a Deputado contrário à matéria em discussão; à discussão, em tudo que lhes for aplicável, e incluem-se no
VI a Deputado favorável à matéria em discussão. tempo destinado ao orador.
§ 1º Os Deputados, ao se inscreverem para dis-
cussão, deverão declarar-se favoráveis ou contrários à SEÇÃO III
proposição em debate, para que, a um orador favorável DOS AVULSOS
suceda, sempre que possível, um contrário, e viceversa.
§ 2º Na hipótese de todos os Deputados inscritos Art. 206. Avulso é a publicação interna da Assembleia
para a discussão de determinada proposição, serem a da qual constam o expediente recebido, as proposições
favor dela ou contra ela, ser-lhes-á dada a palavra pela oferecidas pelos Deputados, pelas Comissões, pelos Pode-
ordem de inscrição, sem prejuízo da precedência esta- res, os pareceres dos processos incluídos na Ordem do Dia,
belecida nos incisos I e IV do caput deste artigo. distribuídos diariamente aos Deputados quando a Assem-
bleia estiver em período de sessão legislativa.
SUBSEÇÃO II § 1° A publicação de que trata o caput ocorrerá através
DO USO DA PALAVRA do portal da Assembleia Legislativa na Internet, no Sistema
de Apoio ao Processo Legislativo – SAPL. (+ RE nº 161/2008.)
Art. 202. Anunciada a matéria, será dada a palavra § 2º As emendas às proposições e os relatórios e pa-
aos oradores para a discussão. receres das Comissões Permanentes serão publicados no
SAPL como documentos acessórios das proposições legis-
Art. 203. O Deputado, salvo expressa disposição re- lativas. (+ RE nº 161/2008.)
gimental, só poderá falar uma vez e pelo prazo de dez
minutos na discussão de qualquer projeto, observadas Art. 207. Toda matéria que estiver em condições regi-
ainda, as restrições contidas nos parágrafos deste arti- mentais para debates será incluída na Ordem do Dia, salvo
go. as exceções do Regimento.

35
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

Parágrafo único. Nenhuma proposição será incluída na § 6º Tratando-se de causa própria, ou de assunto em
Ordem do Dia sem que previamente seja reproduzida em que tenha interesse individual, deverá o Deputado comu-
avulso, com a antecedência mínima de vinte e quatro ho- nicar à Mesa o seu impedimento e registrar seu voto de
ras, salvo deliberação do plenário. abstenção, para efeito do quorum. ( RE nº 167/2009.)

Art. 208. (Revogado.) (RE nº 286/2015.) Art. 214. Antes de iniciada, poderá ser suspensa a vo-
tação de qualquer matéria por falta de quorum, verificado
Art. 209. (Revogado.) (RE nº 194/2011.) de ofício ou a requerimento de qualquer Deputado. ( RE
nº 195/2011.)
Art. 210. É permitido ao Presidente, de ofício ou a re- § 1º Quando esgotado o período da sessão, ficará esta,
querimento do Deputado, excluir da Ordem do Dia a pro- automaticamente, prorrogada pelo tempo necessário à
posição que deve ser encaminhada à Comissão. conclusão da votação das matérias constantes da Ordem
do Dia.
SEÇÃO IV § 2º Durante a votação, ocorrendo a falta de número
DO ADIAMENTO DA DISCUSSÃO para deliberar, será esta interrompida, e o Presidente anun-
ciará a matéria para ser discutida, retomando a votação,
Art. 211. Ao ser iniciada a discussão de uma propo- quando houver quorum, e, se porventura algum Deputado
sição, será permitido o seu adiamento, por prazo não su- esteja usando da palavra, cessará o pronunciamento, que
perior a três sessões, mediante requerimento assinado por poderá dar continuidade, após a apreciação das matérias.
qualquer Deputado, e aprovado pelo plenário. § 3º O Presidente, na hipótese do parágrafo anterior,
§ 1º Não admite adiamento de discussão à proposição poderá, de ofício, transferir as matérias para próxima ses-
em regime de urgência. são, determinando a computação das faltas aos Deputados
§ 2º Quando, para a mesma proposição, forem apre- que se hajam retirado.
sentadas dois ou mais requerimentos de adiamento, será
votado em primeiro lugar, o de prazo mais longo, se Art. 215. Concluída a votação, o Presidente procla-
aprovado, considerar-se-ão os demais prejudicados. mará o seu resultado, especificando os votos favoráveis e
§ 3º Em casos especiais, e, por decisão da maioria dos contrários e as abstenções. ( RE nº 167/2009.)
Deputados presentes. o prazo poderá ser dilatado até o
máximo de cinco sessões. Art. 216. Salvo disposição constitucional em contrário,
as deliberações da Assembleia serão tomadas por maioria
SEÇÃO V de votos, presente a maioria absoluta de seus membros.
DO ENCERRAMENTO DA DISCUSSÃO § 1º Os projetos de lei complementar à constituição
somente serão aprovados, se obtiverem maioria absoluta
Art. 212. O encerramento da discussão dar-se-á pela dos votos dos membros da Assembleia, observadas, nas
ausência de oradores, pelo decurso dos prazos regimen- suas tramitações, as demais normas regimentais para dis-
tais, por deliberação do plenário, ou se a matéria já houver cussão e votação.
sido discutida em sessão anterior, e houverem falado pelo § 2º As abstenções e as obstruções serão computadas
menos quatro oradores. para efeito de quorum. ( RE nº 167/2009.)
Parágrafo único. Se a discussão proceder por partes, o
encerramento de cada parte só poderá ser pedido depois SEÇÃO II
de terem falado, no mínimo, quatro oradores. DOS PROCESSOS DE VOTAÇÃO

CAPÍTULO II Art. 217. Os processos de votação serão simbólicos


DA VOTAÇÃO ou nominais. ( RE nº 122/2006.)
SEÇÃO I § 1º Escolhido um processo de votação, outro não será
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES admitido, quer para matéria principal, quer para substitu-
tivo, emenda ou subemenda a ela referente, salvo em fase
Art. 213. Votação é o processo de deliberar sobre as de votação correspondente a outra discussão.
matérias sujeitas a exame do plenário. § 2° Em regra, as proposições serão votadas pelo pro-
§ 1º A votação completa o turno regimental da discus- cesso simbólico.
são.
§ 2º Nenhum projeto passará de uma a outra discus- Art. 218. Pelo processo simbólico, o Presidente, ao
são, sem que, encerrada a anterior, seja votado e aprovado. anunciar a votação de qualquer matéria, solicitará aos De-
§ 3º O Deputado poderá recusar-se de tomar parte na putados a favor da aprovação que permaneçam como se
votação, registrando simplesmente “abstenção”. encontram, que os contrários se manifestem, e proclamará
§ 4º Havendo empate na votação ostensiva, cabe ao o resultado dos votos. A manifestação dos líderes repre-
Presidente desempatá-la. ( RE nº 122/2006.) sentará o voto de seus liderados, permitida a declaração de
§ 5º Se o Presidente se abstiver de desempatar a vota- voto. ( RE nº 167/2009.)
ção, o substituto regimental o fará em seu lugar.

36
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

Art. 219. A votação nominal será realizada através Art. 221. O processo nominal será utilizado:
do sistema eletrônico de votos, de acordo com as instru- I nos casos em que seja exigido “quorum” especial de
ções da Mesa para sua utilização. ( RE nº 167/2009.) votação;
§ 1º Iniciada a votação, os Deputados registrarão II por deliberação do plenário, a requerimento de qual-
seus votos, através dos terminais, apertando a tecla “sim” quer Deputado;
ou “não”, segundo sejam favoráveis ou contrários ao que III na deliberação, durante o estado de sítio, sobre a
estiverem votando, ou a tecla “abst”, caso prefiram a abs- suspensão de imunidades de Deputado nas condições pre-
tenção. ( RE nº 167/2009.) vistas no § 5º do art. 32 da Constituição Estadual; ( RE nº
§ 2º (Revogado.) (RE nº 245/2013.) 122/2006.)
§ 3º Antes de ser encerrada a votação, o Deputado IV na aprovação da escolha de nomes para provimen-
poderá retificar seu voto. ( RE nº 167/2009.) tos de cargos previstos na Constituição, ou determinados
§ 4º Concluída a votação, será emitido o relatório em lei; (+ RE nº 122/2006.)
da votação gerado pelo sistema eletrônico, contendo os V na perda do mandato de Deputado; (+ RE nº
seguintes registros: ( RE nº 167/2009.) 122/2006.)
I identificação da sessão e data; ( RE nº 167/2009.) VI na deliberação sobre intervenção em município; (+
II número de ordem; ( RE nº 167/2009.) RE nº 122/2006.)
III identificação do objeto da votação; ( RE nº VII nos demais casos expressos neste Regimento. (+ RE
167/2009.) IV horário de início e fim da votação; ( RE nº nº 122/2006.)
167/2009.) V identificação do turno de votação; ( RE nº § 1º O requerimento verbal não admitirá votação no-
167/2009.) minal
VI relação nominal de Parlamentares, discriminan- § 2º Quando algum Deputado requerer votação nomi-
do-se o voto de cada um e o terminal utilizado; VII o re- nal, e a Assembleia não a conceder, será vedado requerê-la
sultado da votação; e ( RE nº 167/2009.) novamente para mesma proposição, ou as que lhe forem
VIII os nomes de quem presidiu e secretariou a vo- acessórias.
tação. ( RE nº 167/2009.)
§ 5º O relatório de votação gerado pelo sistema Art. 222. (Revogado.) (RE nº 122/2006.)
eletrônico será assinado pelo Deputado que secretariou
a votação e juntado aos autos do processo. ( RE nº SEÇÃO III
167/2009.) DO MÉTODO DE VOTAÇÃO E DO DESTAQUE
§ 6º (Revogado.) (RE nº 167/2009.)
§ 7º (Revogado.) (RE nº 167/2009.) Art. 223. A proposição, ou o seu substitutivo, será vo-
tado sempre em globo, ressalvada a matéria destacada, ou
Art. 220. Caso o sistema eletrônico esteja inope- deliberação diversa do plenário.
rante, a votação nominal ocorrerá na forma tradicional, § 1º As emendas serão votadas em grupos, conforme
cabendo ao 1º Secretário a chamada dos Deputados, que tenham parecer favorável, ou parecer contrário de todas as
responderão “sim” ou “não”, segundo sejam favoráveis Comissões, considerando-se que:
ou contrários ao que estiverem votando, ou “abstenção”, I no grupo das emendas com parecer favorável, in-
caso prefiram se abster de votar. ( RE nº 167/2009.) cluem-se as de Comissão, quando sobre elas não haja ma-
§ 1º À medida que o Deputado responder, o 1º Secre- nifestação em contrário de outra;
tário anotará a resposta na folha de votação e a repetirá II no grupo das emendas com parecer contrário, in-
em voz alta, anotando a ausência do Deputado que não cluem-se aquelas sobre as quais se tenham manifestado
responder. (+ RE nº 167/2009.) pela rejeição, as Comissões competentes para o exame do
§ 2º Terminada a chamada nominal, em ato contínuo, mérito, embora consideradas constitucionais e orçamenta-
o 1º Secretário fará a segunda chamada dos riamente compatíveis.
Deputados cujas ausências tenham sido anotadas. (+ § 2º O plenário poderá conceder, a requerimento de
RE nº 167/2009.) qualquer Deputado, que a votação das emendas se façam
§ 3º O Deputado poderá retificar o seu voto, devendo destacadamente, ou uma a uma.
declará-lo em plenário antes da contagem e totalização § 3º A emenda que tenha pareceres divergentes e as
dos votos. (+ RE nº 167/2009.) emendas destacadas, serão votadas uma a uma, conforme
§ 4º Encerrada a votação, o 1º Secretário fará a conta- sua ordem e natureza.
gem e totalização dos votos e o Presidente proclamará o § 4º Também poderá ser deferido pelo plenário divi-
resultado. (+ RE nº 167/2009.) dir-se a votação da proposição por titulo, capitulo, sessão,
§ 5º A folha de votação nominal será assinada pelo artigo, ou um grupo de artigos, ou de palavras.
1º Secretário e juntada aos autos do processo. (+ RE nº § 5º Somente será permitida a votação parcelada, a que
167/2009.) se referem os §§ 2º e 4º, que solicitada durante a discussão.
§ 6º Só poderão ser feitas e aceitas reclamações quan- § 6º Não será submetida a votos emenda declarada in-
to ao resultado da votação, antes de ser anunciada a dis- constitucional ou injurídica e de Redação, ou financeira e
cussão e votação de nova matéria. (+ RE nº 167/2009.) orçamentariamente incompatível pela Comissão de Fi-
nanças Economia, Fiscalização Financeira e Orçamentária.

37
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

§ 7º O requerimento relativo a qualquer proposição, pre- Parágrafo único. (Suprimido). (RE nº 49/1992.)
cedê-la-á na votação, observadas as exigências regimentais.
§ 8º Destaque é o ato de separar uma proposição de Art. 228. Ultimada a fase da votação, em turno único
um grupo ou parte do texto de uma proposição, para pos- ou em segundo turno, conforme o caso, será a proposta de
sibilitar a sua votação isolada pelo plenário. emenda à Constituição ou o projeto com as respectivas
emendas, se houver, enviado à Comissão competente,
SEÇÃO IV para a redação final, na conformidade do vencido, com
DO ENCAMINHAMENTO DA VOTAÇÃO a apresentação, se necessário, de emendas de redação.
§ 1º A redação final é parte integrante do turno em que
Art. 224. Anunciada uma votação, é lícito usar da palavra se concluir a apreciação da matéria.
para encaminhá-la, salvo disposição regimental em contrário, § 2º A redação final será dispensada, salvo se houver
pelo prazo de cinco minutos, ainda que se trate de matéria vício de linguagem, defeito ou erro manifesto a corrigir:
não sujeita a discussão, ou que esteja em regime de urgência. I nas propostas de emendas à Constituição, e nos pro-
§ 1º Só poderão usar da palavra dois oradores, um a jetos em segundo turno, se aprovados sem modificações,
favor e um contrario, assegurada a preferência, a autor da já tendo sido feita redação do vencido em primeiro turno;
proposição principal ou acessória. II nos substitutivos aprovados em segundo turno, sem
§ 2º Ressalvado o disposto no parágrafo anterior, cada emendas.
líder poderá manifestar-se para orientar sua bancada, ou § 3º O projeto de lei orçamentária e a prestação de
indicar Deputado para fazê-lo em nome da liderança, pelo contas do Governador terão sua redação final ordenada
tempo não excedente a um minuto. pela Comissão de Finanças, Economia, Fiscalização Finan-
§ 3º Sempre que o Presidente julgar necessário, ou for ceira e Orçamentária.
solicitado a fazê-lo, convidará o relator, o relatorsubstitu- § 4º Os projetos de resolução que digam respeito à
to, ou outro membro da Comissão, com a qual tiver mais matéria de economia interna, ou de reforma de Regimento,
pertinência a matéria a esclarecer, em encaminhamento da terão a redação final redigida pela Mesa Diretora.
votação, as razões do parecer.
§ 4º Nenhum Deputado, poderá falar mais de uma Art. 229. A redação final será elaborada de acordo
vez, para encaminhar a votação de proposição principal de com os seguintes prazos: I um dia, nos casos de proposi-
substitutivo ou de grupo de emendas. ções em regime de urgência;
§ 5º Aprovado requerimento de votação de um projeto II dois dias, nos casos de proposição em regime da
por partes, será licito encaminhar a votação de cada parte, prioridade; IIItrês dias. nos casos de proposições em tra-
limitado a dois oradores, um a favor, e o outro contrário, mitação ordinária
além dos lideres.
§ 6º Não terão encaminhamento de votação as elei- Art. 230. Só caberão emendas à redação final, para
ções; nos requerimentos, quando cabível, é limitado ao sig- evitar incorreção de linguagem, incoerência notória, con-
natário, e a um orador contrário. tradição evidente ou absurdo manifesto. ( RE nº 49/1992.)
§ 1º A votação dessas emendas terá preferência sobre
SEÇÃO V a redação final.
DO ADIAMENTO DA VOTAÇÃO § 2º Aprovada qualquer emenda, voltará a proposição
à Comissão para apresentar nova redação final, que para
Art. 225. O adiamento da votação obedecerá aos mes- isso, terá os prazos do artigo anterior.
mos princípios estabelecidos para o adiamento da discus- § 3º Quando, após a aprovação da redação final, e até
são. a expedição do autógrafo, verificar-se inexatidão do texto,
Parágrafo único. O requerimento de adiamento deverá a Mesa Diretora procederá à respectiva correção, da qual
ser apresentado e votado, como preliminar, ao ser anuncia- dará conhecimento ao plenário. Não havendo impugna-
da a votação da matéria. ção, considerar-se-á aceita a redação, e, em caso contrário,
caberá decisão do plenário.
SEÇÃO VI § 4º A redação final, emendada, será sujeita a discus-
DA DECLARAÇÃO DE VOTO são, depois de redigido o parecer da Comissão de
Constituição e Justiça e de Redação, ou da Comissão
Art. 226. Proclamado o resultado da votação, será de matéria se for o caso.
permitido o uso da palavra para justificação de voto, pelo § 5º Somente poderão tomar parte do debate, uma vez
prazo de 3 (três) minutos, sem apartes. ( RE nº 167/2009.) e por cinco minutos cada um, o autor de emenda, um De-
putado contra, e o relator.
SEÇÃO VII § 6º A votação da redação final terá início pelas emen-
DA REDAÇÃO FINAL E DOS AUTÓGRAFOS das.

Art. 227. Terminada a votação em primeiro turno, os Art. 231. A proposição aprovada em definitivo pela
projetos irão à Comissão de Constituição e Justiça e da Re- Assembleia, será encaminhada em autógrafos, à sanção,
dação para redigir o vencido. ou à promulgação, conforme o caso.

38
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

§ 1º Os autógrafos reproduzirão a redação final § 1º Não se dispensam as seguintes exigências: I quo-


aprovada pelo plenário, ou pela Comissão de rum para deliberação;
Constituição e Justiça e de Redação. II reprodução e distribuição em avulso; III número de
§ 2º As resoluções da Assembleia serão promulgadas discussões e votações;
pelo Presidente, no prazo de duas sessões, após o recebi- IVinterstícios constitucionais;
mento dos autógrafos; não o fazendo, caberá aos Vice-Pre- V pareceres de Comissão ou de relator designado em
sidentes, segundo a sua numeração ordinal, exercer essa plenário.
atribuição.
Art. 235. As proposições podem ser urgentes nos ca-
CAPÍTULO III sos de:
DO REGIME DE TRAMITAÇÃO a) suspensão das imunidades de Deputados, na vigên-
SEÇÃO I cia do estado de sítio, ou de sua prorrogação;
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES b) transferência temporária da sede do governo;
c) intervenção nos municípios;
Art. 232. Denomina-se preferência, a primazia na discus- d) Autorização ao governador ou ao Vice-Governador,
são, ou a votação, de uma proposição sobre outra, ou outras. para se ausentarem do Estado ou do país, nos termos da
§ 1º Os projetos em regime de urgência gozam de pre- Constituição;
ferência sobre os de prioridade, que, a seu turno, tem pre- e) iniciativa do Poder Executivo, com solicitação de ur-
ferência sobre os de tramitação ordinária. gência, quarenta e cinco dias, após a data de seu recebi-
§ 2º Terá preferência para votação, o substitutivo ofe- mento pela Assembleia Legislativa;
recido por Comissão. Se houver substitutivos apresentados f) reconhecidas, por deliberação do plenário.
por mais de uma Comissão, terá preferência o da Comissão § 1º Será considerado aceito o requerimento que soli-
específica. cite urgência, quando aprovado pelo plenário.
§ 3º As emendas têm preferência na votação, na se- § 2º A urgência prevalece até a decisão final da pro-
guinte ordem: I supressivas; posição.
II substitutivas: III modificativas; § 3º Será admitida a revogação da urgência, mediante
IV aditivas. requerimento sujeito as mesmas formalidades do pedido.
§ 4º As emendas de Comissão, na ordem dos § 4º Revogada a urgência, a proposição será automati-
números anteriores, têm preferência sobre as dos De- camente retirada da Ordem do Dia, para que se cumpram
putados. todas as formalidades regimentais.
§ 5º As subemendas substitutivas têm preferência, na
votação, sobre as respectivas emendas. Art. 236. Em cada Ordem do Dia não figurarão mais de
§ 6º A ordem regimental das preferências poderá ser três (3) proposições em regime de urgência.
alterada, por deliberação do plenário, não cabendo, entre-
tanto, preferência da matéria em discussão, sobre a que Art. 237. Poderá ser incluída, automaticamente, na
estiver em votação, bem como, deverá ser ressalvada a pri- Ordem do dia, de oficio pelo Presidente, para discussão
mazia para discussão e votação da matéria em regime de e votação imediata, ainda que iniciada a sessão em que
urgência. for apresentada, proposição que verse matéria de relevante
§ 7º Quando for apresentado mais de um requerimen- e inadiável interesse estadual, desde que justificada pela
to de preferência, serão apreciados segundo a ordem de parte interessada, devendo ser deliberado pelo plenário à
apresentação. inclusão ou não da referida matéria. ( RE nº 313/2015.)
Parágrafo único. Não se aplica o disposto no caput deste
Art. 233. Entre os requerimentos, haverá a precedência: artigo as Propostas de Emendas a Constituição, as quais deve-
I o requerimento sobre proposição em Ordem do Dia rão ter as suas tramitações regimentais na Comissão de Consti-
terá votação preferencial, antes de iniciar-se a discussão ou tuição e Justiça e de Redação e somente figurarão na Ordem do
votação da matéria a que se refira; Dia, após o recebimento do respectivo parecer, salvo se exaurir
II o requerimento de adiantamento de discussão, ou o prazo regimental, então poderá ser incluída na Ordem do Dia,
de votação, será votado antes da proposição a que disser de oficio pelo Presidente, e o parecer será emitido em plenário
respeito; por um Membro da respectiva Comissão. (+ RE nº 375/2017.)
III quando ocorrer a apresentação de mais de um re-
querimento, o Presidente decidirá a preferência, pela or- Art. 238. Aprovado requerimento de urgência, entrará
dem de apresentação. a matéria em discussão na sessão imediata, ocupando o
primeiro lugar na Ordem do Dia.
SEÇÃO II § 1º Se não houver parecer, e a Comissão ou Comis-
DA URGÊNCIA sões que tiverem de opinar sobre a matéria não se julga-
rem habilitadas a emiti-lo na referida sessão, poderão
Art. 234. Urgência é a dispensa de exigências, solicitar, para isso, prazo conjunto, não excedente de
interstícios ou formalidades regimentais, para que de- duas sessões, que lhes será concedido pelo Presidente e
terminada proposição seja discutida e votada. comunicado ao Plenário.

39
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

§ 2º Findo o prazo concedido, a proposição será incluí- parcialmente no prazo de quinze dias úteis, contados da
da na Ordem do Dia, para imediata discussão e votação, data do recebimento, e comunicará, dentro de quarenta e
com parecer ou sem ele. Anunciada a discussão, sem pare- oito horas, os motivos do veto ao Presidente da Assem-
cer de qualquer Comissão, o Presidente designará relator bleia Legislativa.
que o dará verbalmente no decorrer da sessão, ou na ses- § 1º O veto parcial deverá abranger o texto integral de
são seguinte a seu pedido. artigo, de parágrafo, de inciso, ou de alínea.
§ 3º Na discussão e no encaminhamento de votação de § 2º Decorrido o prazo de quinze dias úteis, o silêncio
proposição em regime de urgência, só o autor, o relator e do Governador importará sanção.
Deputados inscritos, poderão usar da palavra, e por meta- § 3º O veto será apreciado no prazo de 30 (trinta)
de do prazo previsto para a matéria em tramitação normal, dias, a contar de sua leitura em plenário, em votação
alternando-se, quando possível, os oradores favoráveis e nominal, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria
contrários. absoluta dos membros da Assembleia Legislativa. ( RE nº
§ 4º Encerrada a discussão com emendas, serão elas 122/2006.)
imediatamente distribuídas às Comissões respectivas e § 4º Quando o veto for rejeitado, será o projeto envia-
mandadas a publicar. As Comissões têm o prazo de uma do, para promulgação, ao Governador.
sessão, a contar do recebimento das emendas, para emi- § 5º esgotado sem deliberação, o prazo estabelecido
tir parecer, o qual pode ser dado verbalmente, por motivo no § 3º, o veto será colocado na Ordem do Dia da sessão
justificado. imediata, sobrestadas as demais proposições, até a sua
§ 5º a realização de diligência nos projetos em regi- votação final.
me de urgência, não implica dilatação dos prazos para sua § 6º Nas hipóteses dos §§ 2º e 4º, a lei não for promul-
apreciação. gada pelo Governador, no prazo de quarenta e oito horas,
o Presidente da Assembleia Legislativa a promulgará, e, se
SEÇÃO III este não o fizer em igual prazo, caberá ao primeiro Vice-
DA PRIORIDADE -Presidente fazê-lo.

Art. 239. As proposições em regime de prioridade pre- Art. 243. Recebido o veto, o Presidente determinará
terem as em regime de tramitação ordinária. Serão incluí- sua imediata reprodução em avulso, despachando às
das na Ordem do Dia, após as em regime de urgência. Comissões competentes.
§ 1º Será de sete dias, o prazo para o pronunciamento
Art. 240. Tramitarão em regime de prioridade: de cada Comissão.
I aprovação das indicações dos conselheiros do Tribu- § 2º Decorrido o prazo estabelecido no parágrafo an-
nal de Contas do Estado, dos prefeitos dos municípios cria- terior, sem que a Comissão se tenha pronunciado, o Presi-
dos e não instalados; dente da Assembleia designará, de ofício, relator especial,
II convocação de Secretário de Estado; o qual terá o prazo de três dias para emitir parecer.
III fixação dos subsídios e representação do Governa-
dor e Vice-Governador, e dos subsídios e ajuda de custo Art. 244. O veto será apreciado em discussão e vota-
dos Deputados; ção única, na forma prevista no artigo 219, ou no artigo
IV Julgamento das contas do Governador; 220, em sessão especialmente convocada para esse
V fixação do efetivo da Policia Militar de Rondônia; fim, só podendo ser rejeitado pelo voto nominal da maio-
VI suspensão, no todo ou em parte, da execução de ria absoluta dos Deputados. ( RE nº 167/2009.)
qualquer ato, deliberação ou regulamento declarado in- § 1º Os Deputados favoráveis à manutenção do veto
constitucional pelo Poder Judiciário; votarão “sim”, os que queiram sua rejeição votação
VII autorização do Governador para contrair emprésti- “não”, ou “abstenção”, caso queiram se abster. ( RE
mos ou fazer operações de crédito; VIII denúncia contra o nº 167/2009.)
Governador e Secretário de Estado. § 2º O veto total terá sua votação global, o mesmo
ocorrendo no veto parcial, desde que se trate de matéria
SEÇÃO IV correlata. Não ocorrendo esta condição, será admissível a
DA TRAMITAÇÃO ORDINÁRIA votação de cada uma das disposições atingidas pelo veto,
desde que assim seja requerido, e o plenário o decida.
Art. 241. Serão considerados em tramitação ordinária, § 3º Mantido o veto, será o fato comunicado ao Go-
os propostos de emenda à Constituição e os projetos de lei vernador do Estado, devendo o relatório da votação ser
complementar. assinado pelo 1º Secretário e juntado aos autos do proces-
so. ( RE nº 167/2009.)
CAPÍTULO IV
DO VETO Art. 245. A matéria vetada, somente poderá consti-
tuir objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa,
Art. 242. Quando o Governador do Estado consi- mediante proposta da maioria absoluta dos membros da
derar o projeto de lei, no todo ou em parte, inconstitu- Assembleia Legislativa.
cional, ou contrário ao interesse público, veta-lo-á total ou

40
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

CAPÍTULO V Art. 249. Recebido o projeto, o Presidente dará


DA PRESTAÇÃO E TOMADA DE CONTAS imediatamente ciência ao plenário, determinando a
reprodução em avulso para conhecimento dos Depu-
Art. 246. O processo de prestação de contas do Go- tados.
vernador do Estado deverá dar entrada na Assembleia até § 1º Distribuído os avulsos, o processo será en-
sessenta dias após a abertura da sessão legislativa. caminhado à Comissão competente, sendo designado
§ 1º Serão, as contas governamentais, enviadas ao Tri- relator ou relatores, se necessário, por partes e subdi-
bunal de Contas para emitir parecer prévio nos termos de visões do projeto.
inciso I, art. 49 da Constituição Estadual. § 2º Durante o prazo de dez dias úteis, con-
§ 2º Recebido o processo do Tribunal de Contas, será tados do recebimento do processo pela Comissão,
lido no expediente, reproduzido em avulso e encaminhado os Deputados poderão oferecer emendas. Expirado o
à Comissão de Finanças, Economia, Fiscalização Financeira prazo, a Comissão terá quinze dias úteis para emitir
e Orçamentária que no prazo de quinze dias emitirá pa- parecer e se pronunciar sobre as emendas.
recer. Se o parecer do relator for rejeitado na Comissão, § 3º As emendas deverão ser apresentadas em três
designar-se-á novo relator que dará o parecer de acordo vias.
com o ponto de vista vencedor, em igual prazo. § 4º Serão reunidas, obrigatoriamente, por ordem
§ 3º O parecer da Comissão concluirá sempre por pro- numérica e terão um só parecer as emendas que tive-
jetos de decreto legislativo. rem o mesmo objetivo.
§ 4º Instruído com o devido parecer, será o projeto in- § 5º Não poderão ser aprovadas as emendas ao
cluído na Ordem do Dia para discussão e votação nominal, projeto de lei de diretrizes orçamentárias quando in-
em turno único. ( RE nº 122/2006.) compatíveis com o plano plurianual.
§ 5º Não sendo aprovada pelo plenário, a prestação de § 6º O Governador poderá enviar mensagem à
contas, ou parte dessas contas, será o projeto ou a parte Assembleia Legislativa para propor modificações nos
referente às contas impugnadas, remetido à Comissão de projetos de que trata este artigo, enquanto não inicia-
Constituição e Justiça e de Redação, para que, em parecer da a votação, na Comissão competente.
que conclua por projeto de resolução, indique as providên- § 7º Não se concederá vista do parecer sobre o
cias legais a serem tomadas pela Assembleia. projeto ou sobre emendas.
§ 6º A não prestação de contas no prazo previsto neste § 8º O pronunciamento da Comissão sobre as
artigo, importará crime de responsabilidade. emendas será conclusivo e final, salvo se um terço dos
Art. 247. A Comissão de Finanças, Economia, Fiscaliza- membros da Assembleia requerer a votação em plená-
ção Financeira e Orçamentária incumbe proceder a tomada rio da emenda rejeitada na Comissão.
de contas do Governador do Estado quando não apresen- § 9º Para fins de vedações, observar-se-á o art. 136
tadas no prazo previsto no artigo anterior. da Constituição Estadual.
§ 1º A Comissão aguardará para pronunciamento de- § 10. Na ordem do Dia em que figurar projetos de
finitivo, a organização das contas que deverá ser feita por diretrizes orçamentárias, orçamento anual e plurianual
uma subcomissão especial composta de três membros, de investimentos, não serão apreciadas outras maté-
com o auxilio do Tribunal de Contas. rias.
§ 2º A subcomissão especial para execução das ati-
vidades que trata este artigo, terá amplos poderes para Art. 250. Expirado o prazo do artigo anterior, o
convocar os responsáveis pelo sistema de controle interno parecer e as emendas serão reproduzidos em avulso
e todos os ordenadores de despesa da administração pú- em dois dias úteis, e o projeto incluído na Ordem do
blica direta, indireta e fundacional dos três Poderes, para Dia da sessão ordinária seguinte, para sofrer, engloba-
comprovar as contas do exercício findo, na conformidade damente uma única discussão pelo prazo improrrogá-
da respectiva lei orçamentária e das alterações devidas na vel de quatro sessões.
sua execução. § 1º Para encaminhamento da votação, o autor de
§ 3º O parecer da subcomissão será encaminhado emenda, o relator ou o Presidente da Comissão, terá o
através do Presidente da Comissão de Finanças, Econo- prazo de cinco minutos.
mia, Fiscalização Financeira e Orçamentária, à Comissão de § 2º Terminada a votação do projeto e das emen-
Constituição e Justiça e de Redação, para que, em parecer das, voltarão estes à Comissão de Finanças, Economia,
que conclua por projeto de resolução, indique as medidas Fiscalização Financeira e Orçamentária, para elaborar
legais e outras providências cabíveis. a redação final, no prazo máximo de cinco dias.
§ 3º A redação final será submetida à deliberação
CAPÍTULO VI do plenário, depois de reproduzida em avulso, o que
DO ORÇAMENTO deverá ser feito dentro de três dias.
§ 4º Não havendo emenda aprovada, ficará dis-
Art. 248. Os projetos de lei do plano plurianual das pensada a redação final, expedindo, a Mesa Diretora,
diretrizes orçamentárias e do orçamento anual serão apre- o autógrafo na conformidade do projeto.
ciados pela Assembleia Legislativa, nos termos do art. 135,
§ 3º da Constituição Estadual.

41
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

CAPÍTULO VII II as emendas com parecer favorável serão votadas


DOS PROJETOS DE INICIATIVA DO GOVERNA- em grupo, para cada relator-parcial que as tiver relatado,
DOR DO ESTADO COM SOLICITAÇÃO DE URGÊNCIA salvo os destaques;
III sobre cada emenda destacada, poderá falar o au-
Art. 251. A apreciação do projeto de lei de iniciativa tor, o relator-geral e o relator-parcial, bem como os de-
do Governador do Estado, para o qual tenha solicitado mais membros da Comissão, por cinco minutos cada um,
urgência, consoante o § 1º, do art. 41, da Constituição, improrrogáveis;
obedecerá o seguinte: IV o relator-geral e os relatores-parciais poderão
§ 1º Findo o prazo de quarenta e cinco dias de seu oferecer, juntamente com seus pareceres, emendas que
recebimento pela Assembleia, sem a manifestação defi- serão tidas como tais, para efeitos posteriores, somente
nitiva do plenário, o projeto será incluído na Ordem do se aprovadas pela Comissão;
Dia, sobrestando-se a deliberação quanto aos demais V concluída a votação do projeto e das emendas, o
assuntos, para que se ultime sua votação. relator-geral terá cinco sessões, para apresentar o rela-
§ 2º A solicitação do regime de urgência poderá ser tório do vencido na Comissão.
feita pelo Governador do Estado, depois da remessa do
projeto e, em qualquer fase de seu andamento, aplican- Art. 254. Publicados e distribuídos em avulsos,
do-se, a partir daí, o disposto neste artigo. dentro de duas sessões, o projeto, as emendas e os
§ 3º Os prazos previstos neste artigo não correm nos pareceres, proceder-se-á à sua apreciação no plenário,
períodos de recesso da Assembleia nem se aplicam aos em turno único, obedecido o interstício regimental.
projetos de código. § 1º Na discussão do projeto, que será uma só para
toda matéria, poderão falar os oradores inscritos, pelo
CAPÍTULO VIII prazo improrrogável de dez minutos, salvo o relator-ge-
DOS PROJETOS DE CÓDIGO ral e relatores-parciais, que disporão de quinze minutos.
§ 2º Poder-se-á encerrar a discussão mediante re-
Art. 252. Recebido o projeto de código, ou apresen- querimento de líder, depois de debatida a matéria em
tado à Mesa, o Presidente comunicará o fato ao plenário cinco sessões, se antes não for encerrada por falta de
e determinará a sua inclusão na pauta, sendo publicado oradores.
e distribuído em avulsos. § 3º A Mesa destinará sessões exclusivas para a dis-
§ 1º No decurso da mesma sessão, ou logo após, o cussão e votação dos projetos de código.
Presidente nomeará Comissão Especial, para emitir pa-
recer sobre o projeto e as emendas. Art. 255. Aprovados, os projetos e as emendas, a
§ 2º A Comissão se reunirá no prazo de cinco ses- matéria voltará à Comissão Especial, que terá cinco ses-
sões, a partir de sua constituição, para eleger seu sões, para elaborar a redação final.
Presidente e três vice-Presidentes. § 1º Publicada e distribuída em avulso, a redação fi-
§ 3º O Presidente da Comissão designará o relator- nal será votada independentemente de discussão, obe-
-geral, e tantos relatores-parciais, quantos forem neces- decido o interstício regimental.
sários para as diversas partes do código. § 2º As emendas à redação final serão apresentadas
§ 4º As emendas serão apresentadas diretamente na própria sessão, e votadas imediatamente, após pare-
na Comissão Especial, durante o prazo de vinte sessões cer oral ao do relator-geral ou relator-parcial.
consecutivas, contado da instalação desta, e encami- § 3º O projeto aprovado definitivamente será envia-
nhadas, à proporção que forem oferecidas, aos relatores do à sanção, no prazo improrrogável de três sessões.
das partes a que se referirem.
§ 5º Após encerrado o período de apresentação de Art. 256. Não se fará a tramitação simultânea de
emendas, os relatores-parciais terão o prazo dez ses- mais de dois projetos de código.
sões, para entregar seus pareceres sobre as respectivas
partes, e as emendas que a eles tiverem sido distribuí- TÍTULO X
das. DA ORDEM INTERNA DA ASSEMBLEIA
§ 6º Os pareceres serão imediatamente encaminha- CAPÍTULO ÚNICO
dos ao relator-geral, que emitirá o seu, no prazo de DOS SERVIÇOS DA ADMINISTRAÇÃO
quinze sessões, contando daquele em que se encerrar o
dos relatores-parciais. Art. 257. Os serviços administrativos da Assembleia
reger-se-ão por regulamento especial, aprovado pelo
Art. 253. A Comissão, após cumprir as exigências plenário, considerado parte integrante deste regimento,
regimentais, terá o prazo de dez sessões, para discutir e e serão dirigidos pela Mesa, que expedirá as normas ou
votar o projeto e as emendas com os pareceres. instruções complementares necessárias.
Parágrafo único. A Comissão, na discussão e votação Parágrafo único. O regulamento mencionado no
da matéria, obedecerá às seguintes normas: I as emen- caput obedecerá ao disposto no art. 11 da Constituição
das com parecer contrário serão votadas em globo, res- Estadual, e aos seguintes princípios:
salvados os destaques; I descentralização administrativa;

42
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

II orientação da política de recursos humanos TÍTULO XII


da Casa, no sentido de que as atividades adminis- DAS DISPOSIÇÕES DIVERSAS
trativas e legislativas, inclusive o assessoramento, se- CAPÍTULO I
jam executadas por integrantes de quadros ou tabelas DA POSSE DO GOVERNADOR E DO VICE-GOVER-
de pessoal, adequados às suas peculiaridades; NADOR
III adoção de política de valorização de recursos
humanos, através de programas e atividades perma- Art. 265. A sessão destinada à posse do Governador e
nentes e sistemáticas de capacitação, treinamento, de- o Vice-Governador será solene.
senvolvimento e avaliação profissional; da instituição § 1º Ao entrar no recinto, o Governador e o Vice-Go-
do sistema de carreira e do mérito, e de processos de vernador serão recebidos, de pé, pela assistência, e toma-
reciclagem e realocação de pessoal, entre as diversas rão assento, respectivamente, à direita e à esquerda do
atividades administrativas e legislativas. Presidente.
§ 2º A convite do Presidente, o Governador e depois o
Art. 258. Nenhuma proposição que modifique os Vice-Governador de pé, com os presentes ao ato, proferi-
serviços administrativos da Assembleia, poderá ser rão o seguinte compromisso: “Prometo manter defender e
submetida à deliberação do plenário, sem parecer da cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem
Mesa. geral e desempenhar com lealdade as funções de Gover-
nador do Estado de Rondônia”.
Art. 259. As reclamações sobre irregularidades nos § 3º Da posse, será lavrado um termo que, depois de
serviços administrativos deverão ser encaminhados à lido pelo 1º Secretário, receberá a assinatura do Governa-
Mesa, para providências, dentro de vinte dias. dor, dos membros da Mesa Diretora e demais Deputados
que o queiram assinar. O mesmo será feito em relação ao
TÍTULO XI Vice-Governador.
DA SEGURANÇA DA ASSEMBLEIA
Art. 266. Nessa sessão, será concedida a palavra ao
Art. 260. A Mesa Diretora fará manter a ordem e Deputado designado pelo Presidente, para orador oficial
a disciplina na sede e demais edifícios da Assembleia. da cerimônia.
§ 1º (Revogado.) (RE nº 105/2005.) Parágrafo único. A seguir, o Presidente concederá a pa-
§ 2º Havendo a necessidade, o policiamento pode- lavra ao Governador, se este assim o desejar.
rá ser reforçado por policiais militares requisitados ao
Poder Executivo e postos à disposição da Casa. Art. 267. Encerrada a sessão, o Governador e
o Vice-Governador serão acompanhados pela mesma
Art. 261. (Revogado.) (RE nº 158/2008.) Comissão de Deputados que os introduziram no plenário.
Art. 262. Excetuado aos membros da segurança, é
proibido o porte de arma de qualquer espécie nos edi- CAPÍTULO II
fícios da Assembleia, constituindo infração disciplinar, DO PROCESSO NOS CRIMES DE RESPONSABILIDA-
além da contravenção, o desrespeito a esta proibição. DE DO GOVERNADOR, DO VICE-GOVERNADOR E DE
Parágrafo único. Incumbe ao 3º Secretário da Mesa SECRETÁRIOS DE ESTADO
ou ao diretor geral, supervisionar a proibição do porte
de arma, com poderes para mandar revistar e desar- Art. 268. Do processo nos crimes de responsabilidade
mar. do Governador, do Vice-Governador do Estado, e de
Secretários de Estado, obedecerá às disposições da le-
Art. 263. Será permitido a qualquer pessoa, con- gislação especial em vigor.
venientemente trajada e portando o respectivo crachá
de identificação, ingressar e permanecer nos edifí- CAPÍTULO III
cios da Assembleia durante o expediente e assistir DA CONVOCAÇÃO E DO COMPARECIMENTO DE
das galerias às sessões do plenário e às reuniões das SECRETÁRIOS DE ESTADO
Comissões.
Parágrafo único. Os espectadores que se compor- Art. 269. O Secretário de Estado comparecerá perante
tarem de forma inconveniente, a juízo do Presidente a Assembleia, ou suas Comissões:
da Assembleia, bem como os visitantes ou qualquer I quando convocada para prestar, pessoalmente, infor-
pessoa que perturbar a ordem em recinto da Casa, se- mações sobre assunto previamente determinado
rão compelidos a sair, imediatamente, dos edifícios da II por sua iniciativa, mediante entendimentos com
Assembleia. a Mesa ou a Presidência da Comissão, respectivamente,
para expor assunto de relevância de sua secretaria.
Art. 264. É proibido o exercício de comércio nas § 1º A convocação do Secretário de Estado será resol-
dependências da Assembleia, salvo em caso de expres- vida pela Assembleia ou Comissão, por deliberação do ple-
sa autorização escrita do diretor geral. nário, a requerimento de qualquer Deputado ou membro
da Comissão, conforme o caso.

43
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

§ 2º A convocação do Secretário de Estado ser- CÓDIGO DE ÉTICA E DECORO PARLAMENTAR


-lhe-á comunicada mediante ofício do 1º Secretário, DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE
ou do Presidente da Comissão, que definirá o local, RONDÔNIA
dia e hora da sessão, ou reunião, a que deva compa-
recer, com a indicação das informações pretendidas, CAPÍTULO I
importando crime de responsabilidade, a ausência DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
sem justificação adequada.
§ 3º Comparecendo à Assembleia, ou a qualquer Art. 1º O Código de Ética e Decoro Parlamentar é ins-
de suas Comissões, o Secretário de Estado terá as- tituído na conformidade desta resolução, estabelece os
sento a direita do Presidente respectivo. princípios éticos e regras básicas de decoro que devem
§ 4° Não poderá ser marcado o mesmo horário, orientar a conduta dos que estejam no exercício do cargo
para o comparecimento de mais de um Secretário de de Deputado Estadual.
Estado à Casa, salvo em caráter excepcional quando Parágrafo único. Regem-se também por este Códi-
a matéria lhes disser respeito, conjuntamente, nem go o procedimento disciplinar e as penalidades aplicá-
se admitirá sua convocação simultânea, por mais de veis no caso de descumprimento das normas relativas ao
uma Comissão. decoro parlamentar.

Art. 270. Na sessão ou reunião a que compare- Art. 2° As imunidades, prerrogativas e franquias asse-
cer, o Secretário de Estado fará, inicialmente, uma guradas pela Constituição Estadual, pelas leis e pelo Regi-
exposição do objeto de seu comparecimento, res- mento interno aos Deputados são institutos destinados à
pondendo, a seguir, às interpelações de qualquer garantia do exercício do mandato popular e à defesa do
Deputado. Poder Legislativo.
§ 1° O Secretário de Estado, durante a sua expo-
sição, ou ao responder as interpelações, bem como Art. 3° O Deputado Estadual, no exercício do seu man-
o dato, atenderá ás prescrições constitucionais, legais, regi-
Deputado, ao anunciar as suas perguntas, não mentais e as estabelecidas neste Código, sujeitando-se aos
poderão desviar-se do objeto da convocação. procedimentos e medidas nele previstos.
§ 2º O Secretário de Estado, convocado pode-
rá falar durante uma hora, prorrogável uma vez por CAPÍTULO II
igual prazo, por deliberação do plenário. DOS DEVERES FUNDAMENTAIS
§ 3º Encerrada a exposição do Secretário, pode-
rão ser-lhe formuladas perguntas esclarecedoras, Art. 4° Princípios da atividade parlamentar:
pelos Deputados, não podendo cada um, exceder de I legalidade;
dez minutos, exceto o autor do requerimento, que II democracia;
terá o prazo de quinze minutos, III livre acesso;
§ 4º O Secretário terá o mesmo tempo do Depu- IV representatividade;
tado, para o esclarecimento que lhes for solicitado. V supremacia do Plenário;
VI transparência;
Art. 271. O Secretário de Estado que compare- VII função social da atividade parlamentar; e
cer à Assembleia, ou a qualquer de suas Comissões, VIII boa fé.
ficará, em tais casos, sujeitos às normas deste Regi- Parágrafo único. O Deputado, no exercício do mandato
mento. parlamentar, deve: I promover a defesa dos interesses po-
pulares, do Estado e do País;
Art. 272. Aplica-se o disposto neste Capitulo II respeitar e cumprir a Constituição, as leis e as normas
aos demais casos de convocação de autoridade, nos internas da Assembleia Legislativa; III manter o decoro par-
termos da Constituição do Estado. lamentar e preservar a imagem da Assembleia Legislativa;
IV comparecer a, no mínimo 2/3 (dois terços) das ses-
TÍTULO XIII sões ordinárias, salvo em caso de licença, na forma do Re-
DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS gimento Interno;
V zelar pelo prestígio, aprimoramento e valorização
Art. 273. A Mesa Diretora da Assembleia, no das instituições democráticas e representativas e pelas
prazo de cento e vinte dias, contados da vigência prerrogativas do Poder Legislativo;
deste Regimento, elaborará e submeterá, à aprecia- VI exercer o mandato com dignidade e respeito à coisa
ção do plenário, o projeto de regulamento especial pública e à vontade popular, agindo com a boa-fé, zelo e
dos serviços da direção geral da Casa, para ajustá-lo probidade;
às novas diretrizes. VII apresentar-se à Assembleia Legislativa durante as
sessões legislativas ordinária e extraordinária e participar
Art. 274. Os casos omissos neste Regimento se- das sessões do Plenário e das reuniões de comissões de
rão soberanamente decididos pelo plenário. que seja membro;

44
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

VIII examinar todas as preposições submetidas a Art. 6° Conforme regulamentado, nos termos expres-
sua apreciação e votar sob a ótica do interesse público; sos no artigo 54 da Constituição Federal e do artigo 33 da
IX tratar com respeito e independência os colegas, Constituição Estadual, o Deputado Estadual não pode:
as autoridades, os servidores da Assembleia Legislati- I Desde a expedição do diploma:
va e os cidadãos com os quais mantenha contato no a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de
exercício da atividade parlamentar, não prescindindo direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de
de igual tratamento; economia mista ou empresa concessionária de serviço pú-
X respeitar as decisões legítimas dos órgãos da As- blico, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uni-
sembleia Legislativa; XI denunciar qualquer infração a formes; e
preceito deste Código; b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remu-
XII não fraudar votações em Plenário; nerado, inclusive os de que seja demissível ad nutum, nas
XIII distribuir, criteriosamente, os auxílios e benefí- entidades constantes da alínea anterior.
cios destinados a instituições e pessoas carentes, sem II Desde a posse:
utilizá-los em proveito próprio; a) ser proprietário, controlador ou diretor de empresa
XIV não perceber vantagens indevidas, tais como que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurí-
doações, benefícios ou cortesias de empresas, grupos dica de direito público, ou nela exercer função remunerada;
econômicos ou autoridades públicas, ressalvados brin- b) ocupar cargo ou função de que seja demissível “ad
des sem valor econômico; nutum” nas entidades referidas no inciso I, “a”;
XV coibir a falsidade de documentos; c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer
XVI recusar o patrocínio de preposições ou pleito das entidades a que se refere o inciso I, “a”; e
que considere imoral ou ilícito; XVII atender as obriga- d) ser titular de mais de um cargo ou mandato público
ções político-partidárias; eletivo;
XVIII não portar arma no recinto do Plenário, § 1° Consideram-se incluídas nas proibições previstas
Salas de reuniões e comissões da Assembleia nas alíneas “a” e “b” do inciso I e “a” e “c” do inciso II, para
Legislativa; os fins deste Código, as pessoas jurídicas de direito privado
XIX respeitar a propriedade intelectual das propo- controladas pelo Poder Público.
sições; § 2° A proibição constante da alínea “a” do inciso I
XX receber lideranças comunitárias e classistas, Ve- compreende o Deputado, como pessoa física, seu cônjuge
readores e Prefeitos independentemente da audiência, ou companheira e pessoas jurídicas direta ou indiretamen-
respeitando-se a ordem de chegada; te por eles controladas.
XXI zelar pela celeridade de tramitação das propo- § 3° Consideram-se pessoas jurídicas às quais se aplica
sições; XXII ter boa conduta nas dependências da Casa; a vedação referida na alínea “a” do inciso lI, para os fins
XXIII manter sigilo sobre matérias que tiver conhe- deste Código os Fundos de Investimentos.
cimento em função da atividade parlamentar, tais como
informações que lhe forem confiadas em segredo, con- CAPÍTULO III
teúdo de documentos de caráter reservado, debates ou DOS DIREITOS DOS DEPUTADOS
deliberações da Assembleia ou de comissão que haja
resolvido devam permanecer em sigilo; Art. 7° São direitos dos Deputados empossados:
XXIV tratar com respeito e independência as auto- I exercer com liberdade o seu mandato em todo o ter-
ridades e funcionários, não prescindindo do dever; XXV ritório estadual;
prestar contas do exercício parlamentar na forma do II tomar parte das sessões, oferecer preposições, discu-
art. 53 deste Código; tir, votar e ser votado;
XXVI representar ao Poder competente contra au- III solicitar, na forma regimental, informações sobre fa-
toridades e funcionários por falta de exação no cumpri- tos relacionados com a matéria legislativa em tramitação
mento do dever; ou sobre fato sujeito à fiscalização da Assembleia Legis-
XXVII não praticar abuso de poder econômico no lativa;
processo eleitoral; XXVIII obedecer os artigos 66 a 74 IV fazer parte das comissões;
do Regimento Interno; V falar, quando julgar necessária, pedindo previa-
XXIX não participar de gerência ou administração mente a palavra ao Presidente, observadas as disposi-
de sociedade privada, prestar consultoria ou assessoria ções regimentais;
privada e exercer o comércio, exceto na qualidade de VI integrar as comissões externas e desempenhar mis-
acionista, cotista ou comanditário; e são autorizada;
XXX não praticar crimes de índole sexual.
VII examinar, a todo tempo, quaisquer documentos
Art. 5° Não terá direito ao subsídio o Deputado, existentes no arquivo da Assembleia Legislativa, respeita-
que estiver licenciado na forma do artigo 79, inciso I, II dos os lacrados em razão de sessão secreta;
do Regimento Interno. VIII requisitar da autoridade competente, por intermé-
dio da Mesa Diretora ou diretamente, providências para
garantia de suas imunidades;

45
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

IX reclamar, verbalmente ou por escrito, perante qual- SEÇÃO II


quer autoridade, contra inobservância de preceito de lei, DA CENSURA VERBAL
regulamento ou regimento;
X estar imune e inviolável por suas opiniões, pa- Art. 13. A censura verbal será aplicada em sessão
lavras e votos, de acordo com o artigo 32 da Consti- pelo Presidente da Assembleia ou da Comissão, no âm-
tuição Estadual; bito desta ou por quem o substituir, quando não caiba
XI são direitos do Parlamentar o que rege os artigos 75 penalidade mais grave, ao deputado que:
a 78, 80 e 81 do Regimento interno; I inobservar, salvo motivo justificado, os deveres ine-
XII ingressar livremente em qualquer órgão ou reparti- rentes ao mandato ou preceitos do Regimento Interno;
ção estadual, da administração direta ou indireta; XIII exa- II praticar atos que infrinjam as regras de boa condu-
minar, em qualquer repartição, documentos que julgue ta nas dependências da Casa; e
de interesse para a atividade parlamentar; III perturbar a ordem das sessões da Casa ou das re-
XIV ser publicamente desagravado, quando ofendido uniões de Comissão.
no exercício do mandato parlamentar, sem prejuízo das ca- § 1º Considera-se atentatório ao decoro parlamentar
bíveis ações cíveis ou criminais; e usar, em discurso ou proposição, de expressões que con-
XV fazer respeitar as prerrogativas do Poder Legislativo. figurem crimes contra a honra ou contenham incitamen-
to à prática de crimes.
Art. 8° Quando no curso de uma discussão ou em ou- § 2° Contra a aplicação da penalidade prevista neste
tra circunstância, um Deputado, for acusado de ato que artigo poderá o Deputado recorrer ao respectivo plená-
ofenda sua honorabilidade, pode pedir ao Presidente da rio, que se manifestará, imediatamente, deferindo ou não
Assembleia ou de Comissão que mande apurar a veracida- a aplicação da penalidade.
de da arguição e o cabimento de censura ao ofensor, no
caso de improcedência da acusação. SEÇÃO III
Parágrafo único. O Presidente da Assembleia ou da Co- DA CENSURA ESCRITA
missão, no prazo de 72 (setenta e duas) horas, encaminhará
o expediente ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, Art. 14. A censura escrita será imposta pela Mesa, se
que instituirá o processo na forma deste Código. outra cominação mais grave não couber, por provocação
do ofendido ou por solicitação do Presidente da Assem-
Art. 9° Por quaisquer atos praticados em decorrência bleia Legislativa ou de Comissão, ao Deputado que:
da atividade do mandato parlamentar, o Deputado será re- I usar em discurso ou proposição, de expressões
presentado judicial ou extrajudicialmente pela Advocacia atentatórias ao decoro parlamentar;
Geral da Assembleia Legislativa, desde que por este ex- II praticar ofensas físicas ou morais no recinto da As-
pressamente solicitado. sembleia ou desacatar, por atos ou palavras, outro parla-
mentar, a Mesa ou Comissão, e respectivas presidências;
CAPÍTULO IV e
DA VACÂNCIA III reincidir nas hipóteses previstas no artigo 13 deste
código.
Art. l0. Rege-se pelos artigos 82 a 84 do Regimento Parágrafo único. Contra a aplicação da penalidade
Interno. prevista neste artigo não poderá o Deputado recorrer,
nos casos de reincidência nas condutas referidas no arti-
CAPÍTULO V go anterior, da decisão.
DA CONVOCAÇÃO DE SUPLENTE
SEÇÃO IV
Art. 11. Rege-se pelos artigos 85 a 87 do Regimento DA SUSPENSÃO
Interno.
Art. 15. A suspensão de prerrogativas regimentais
CAPÍTULO VI será aplicada pelo plenário da Assembleia.
DAS SANÇÕES ÉTICAS E DA LICENÇA PARA PRO-
CESSAR DEPUTADOS Art. 16. Considera-se incurso na sanção de perda
SEÇÃO I temporária do exercício do mandato, por falta de decoro
PRECEITOS GERAIS parlamentar, o deputado que:
I reincidir nas hipóteses previstas no parágrafo do ar-
Art. 12. O deputado que incidir em conduta incompa- tigo antecedente;
tível com o decoro parlamentar ou ofensiva à imagem da II praticar transgressão grave ou reiterada aos precei-
Assembleia Legislativa estará sujeito às seguintes sanções: tos do Regimento Interno e do Código de Ética e Decoro
I censura verbal ou escrita; Parlamentar;
II suspensão de prerrogativas regimentais por até 6 III revelar conteúdo de debates ou deliberações que
(seis) meses; III suspensão do exercício do mandato por até a Assembleia ou Comissão haja resolvido e devam ficar
6 (seis) meses; e IV perda do mandato. secretos;

46
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

IV revelar informações e documentos oficiais de cará- Art. 21. A aplicação da punição da perda do mandato
ter reservado, de que tenha tido conhecimento na forma dar-se-á quando:
regimental; e I A infração de qualquer das proibições Constitucio-
V faltar, sem motivo justificado, a dez sessões ordi- nais referidas nos artigos 55 da constituição Federal e 34
nárias consecutivas ou a quarenta e cinco intercaladas, da Constituição Estadual.
dentro da sessão legislativa ordinária ou extraordinária. Parágrafo único. Nos casos de uso irregular de verbas
§ 1° Nos casos dos incisos I a IV, a penalidade será públicas, em proveito próprio ou de outrem, terá o Depu-
aplicada desde que aprovada pelo Plenário, por maioria tado que ressarcir os cofres públicos do montante utilizado
simples, assegurada ao infrator a oportunidade de ampla indevidamente acrescido dos juros.
defesa.
§ 2° Na hipótese do inciso V, a Mesa aplicará, de ofi- CAPÍTULO VII
cio, o máximo da penalidade, resguardando o princípio da DO PROCESSO DISCIPLINAR
ampla defesa. SEÇÃO I
DA INSTAURAÇÃO DO PROCESSO
Art. 17. Considera-se incurso na sanção de suspensão
ou perda temporária do exercício do mandato, quando não Art. 22. A sanção de que trata os artigos 16 e 17 será
for aplicável penalidade mais grave. decidida pelo Plenário, em votação nominal e por maioria
simples, mediante provocação da Mesa, do Conselho de
Art. 18. A penalidade aplicada poderá incidir sobre to- Ética e Decoro Parlamentar ou de Partido Político repre-
das as prerrogativas referidas no artigo 15 deste Código, sentado na Assembleia Legislativa, na forma prevista nos
ou apenas sobre algumas, a juízo do Conselho, que deverá artigos 25 e 26.
fixar seu alcance tendo em conta a atuação parlamentar
pregressa do acusado, os motivos e as consequências da Art. 23. A perda do mandato será decidida pelo Plená-
infração cometida. rio, em votação nominal e por maioria absoluta de votos,
mediante iniciativa da Mesa, do Conselho de Ética e Decoro
Art. 19. Em qualquer caso a suspensão não poderá es- Parlamentar ou de Partido Político representado na As-
tender-se por mais de 6 (seis) meses. sembleia Legislativa, na forma prevista nos artigos 25
Parágrafo único. O Deputado que seja penalizado com e 26 deste Código, de conformidade ao § 2°, artigo 55 da
suspensão ou perda temporária de mandato, não terá di- Constituição Federal.
reito aos subsídios mensais, fixados nos termos constitu- Parágrafo único. Quando se tratar de infração aos inci-
cionais, nem ajuda de custo nos termos do Regimento In- sos III, IV, V do artigo 55 da Constituição Federal, a sanção
terno, durante o período a que estiver sujeito a pena. será aplicada, de ofício, pela Mesa Diretora, resguardado,
em qualquer caso, o Princípio da Ampla Defesa.
SEÇÃO V
DA PERDA DO MANDATO Art. 24. Oferecida a representação contra Deputado
por fato sujeito à perda do mandato ou à pena de perda
Art. 20. Constituem procedimentos incompatíveis com temporária do exercício do mandato, aplicável pelo Plená-
o decoro parlamentar, puníveis com a perda do mandato: rio da Assembleia Legislativa, será ela inicialmente encami-
I abusar das prerrogativas constitucionais asseguradas nhada nas hipóteses do artigo 28, quando o processo tem
aos Membros da ALE; origem no próprio Conselho.
II perceber, a qualquer título, em proveito próprio ou Parágrafo único. Caso algum integrante do Conselho
de outrem, no exercício da atividade parlamentar, vanta- de Ética e Decoro Parlamentar, ou de qualquer outra Co-
gens indevidas; missão sejam alvo de processo disciplinar, este será afasta-
III celebrar acordo que tenha por objeto a posse do do imediatamente da função.
suplente, condicionando-a contraprestação financeira ou à
prática de atos contrários aos deveres éticos ou regimen- Art. 25. Recebida a representação, o Conselho obser-
tais do Deputados; vará os seguintes procedimentos:
IV fraudar, por qualquer meio ou forma, o regular an- I Será oferecida cópia da representação ao Deputado
damento dos trabalhos legislativos para alterar o resultado denunciado, que terá o prazo de 10 (dez) sessões ordiná-
de deliberação; rias para apresentar defesa escrita e provas;
V omitir intencionalmente informação relevante, ou, II esgotado o prazo sem apresentação de defesa, o
nas mesmas condições, prestar informação falsa nas decla- Presidente do Conselho nomeará defensor dativo para ofe-
rações de que trata o artigo 53; recê-la, reabrindo-lhe igual prazo;
VI reincidir nas hipóteses previstas nos artigos 16 e 17 III apresentada a defesa, o Conselho ou, quando for
deste Código; e o caso, a Comissão de Inquérito, procederá às diligências
VII observar o artigo 4° deste Código quando as comi- e à instrução probatória que entender necessárias, findas
nações não couberem, por serem mais graves, nos artigos as quais proferirá parecer no prazo de 15 (quinze) sessões
16 e 17 deste Código. ordinárias, salvo na hipótese do artigo 30, concluindo pela
procedência da representação ou pelo seu arquivamento e

47
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

oferecendo, na primeira hipótese, o Projeto de Resolução Art. 31. Quando, em razão das matérias reguladas
apropriado para a declaração da perda do mandato ou da neste Código, forem injustamente atingidas a honra ou a
suspensão temporária do exercício do mandato; imagem da Casa, de seus órgãos ou de qualquer dos seus
IV em caso de pena de perda do mandato, o parecer do Membros, poderá o Conselho de Ética e Decoro Parlamen-
Conselho de Ética e decoro Parlamentar será encaminhado tar solicitar intervenção da Mesa Diretora.
à Comissão de Constituição e Justiça e de Redação para
exame dos aspectos constitucional, legal e jurídico, o que SEÇÃO II
deverá ser feito no prazo de 10 (dez) sessões ordinárias; e DA DEFESA
V concluída a tramitação no Conselho de Ética e Deco-
ro Parlamentar e na Comissão de Constituição e Justiça e Art. 32. A partir do recebimento da notificação, o Re-
de Redação, será o processo encaminhando à Mesa Direto- presentado terá o prazo de 10 (dez) sessões ordinárias para
ra da Assembleia Legislativa e, uma vez lido no Expediente, apresentação de defesa prévia, por escrito, indicando
será publicado no Diário da Assembleia e distribuído em as provas que pretende produzir e rol de testemunhas,
avulsos para inclusão na Ordem do dia. até o máximo de 5 (cinco).

Art. 26. É facultado ao Deputado, em qualquer caso, Art. 33. Decorrido o prazo de que trata o artigo ante-
constituir advogado para sua defesa, a este assegurado rior, sem que tenha sido apresentada a defesa, o Presidente
atuar em todas as fases do processo. do Conselho deverá nomear defensor dativo para, em pra-
zo idêntico, oferecê-la ou requerer a produção probatória,
Art. 27. Perante o Conselho de Ética e Decoro ressalvado o direito do Representado de, a todo tempo,
Parlamentar, poderão ser diretamente oferecidas, por nomear outro de sua confiança ou a si mesmo defender-se.
qualquer parlamentar, denúncias relativas ao descumpri- Parágrafo único. A escolha do defensor dativo ficará a
mento, por Deputado, de preceitos contidos no Regimento critério do Presidente, que poderá nomear um deputado
Interno e neste Código. que não seja membro do Conselho.
§ 1° Não será recebida denúncia anônima.
§ 2° Recebida a denúncia, o Conselho promoverá apu- Art. 34. Ao Representado é assegurado amplo direito
ração preliminar e sumária dos fatos, ouvido o denunciado de defesa, podendo acompanhar o processo em todos os
e providenciadas as diligências que entender necessárias, seus termos e atos, pessoalmente ou por intermédio de
dentro do prazo de 10 (dez) sessões ordinárias. procurador.
§ 3° Considerada procedente a denúncia por fato sujeito Parágrafo único. O Representado deverá ser intimado
a medidas previstas nos artigos 8° e 9°, o Conselho promo- de todos os atos do processo, pessoalmente, ou na pessoa
verá sua aplicação, nos termos ali estabelecidos. Verificando de seu procurador, com a antecedência, pelos menos,
tratar-se de infrações incluídas entre as hipóteses dos artigos de 24 (vinte e quatro) horas, sendo-lhe permitido assistir
16, 17, 18, 20 e 21, procederá na forma do artigo 26. às diligências e audiências, bem como formular perguntas
§ 4° Poderá o Conselho, independentemente de de- e reperguntas às testemunhas e requerer o que for de in-
núncia ou representação, promover a apuração, nos ter- teresse da defesa.
mos deste artigo, de ato ou omissão atribuída a Deputado.
SEÇÃO III
Art. 28. Quando um Deputado for acusado por ou- DA INSTRUÇÃO PROBATÓRIA
tro, no curso de uma discussão ou em outra circunstância,
de ato que ofenda a sua honorabilidade, poderá pedir ao Art. 35. Findo o prazo para apresentação da defesa, o
Presidente da Assembleia Legislativa, do Conselho de Ética Relator procederá às diligências e a instrução probatória
e Decoro Parlamentar ou de Comissão, que apure a vera- que entender necessária.
cidade da arguição e o cabimento de sanção ao ofensor, § 1° A instrução probatória, em qualquer das hipóteses
no caso de improcedência da acusação de pessoa física ou previstas neste Código, será processada em, no máximo, 15
jurídica alheia à Assembleia Legislativa. (quinze) sessões ordinárias.
§ 2° As diligências a serem realizadas fora do Estado de
Art. 29. A apuração de fatos e de responsabilidade Rondônia dependerão de autorização prévia do Presidente
previstos neste Código poderá, quando a sua natureza do Conselho.
assim o exigir, ser solicitado ao Ministério Público ou às
autoridades policiais, por intermédio da Mesa Diretora da Art. 36. Em caso de produção de prova testemunhal,
Assembleia Legislativa, caso em que serão feitas as neces- na reunião em que ocorrer oitiva de testemunha, observar-
sárias adaptações nos procedimentos e nos prazos de 10 -se-á os seguintes critérios:
(dez) sessões ordinárias. I a testemunha prestará compromisso e falará somente
sobre o que lhe for perguntado, sendo-lhe defeso qualquer
Art. 30. O processo disciplinar regulamentado nes- explanação ou consideração inicial a guisa de introdução;
te Código não será interrompido pela renúncia do II ao Relator será facultado inquirir a testemunha no
Deputado ao seu mandato, nem serão por ela elididas as início do depoimento e a qualquer momento que entender
sanções eventualmente aplicáveis aos seus efeitos. necessário;

48
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

III após a inquirição inicial do Relator, será dada a SEÇÃO IV


palavra ao Representado; DA APRECIAÇÃO DO PARECER NO CONSELHO
IV a chamada para que os Deputados inquiram a
testemunha será feita de acordo com a lista de ins- Art. 41. Na reunião de apreciação do parecer do Rela-
crição dos membros do Conselho; tor, o Conselho observará o seguinte procedimento:
V será concedida a cada membro o prazo de 10 I anunciada a matéria pelo Presidente passa-se a pala-
(dez) minutos improrrogáveis para formular pergun- vra ao Relator, que procederá a leitura do seu Parecer;
tas e o tempo máximo de 3 (três) minutos para ré- II a seguir é concedido o prazo de 20 (vinte) minutos,
plica; prorrogáveis por mais 10 (dez), ao representado ou seu
VI o Deputado inquiridor não será aparteado; procurador para defesa oral;
VII a testemunha não será interrompida, exceto III inicia-se a discussão do parecer, podendo cada
pelo Presidente ou pelo Relator; e membro do Conselho usar a palavra durante 10 (dez) mi-
VIII se a testemunha se fizer acompanhar de advo- nutos improrrogáveis e, por 5 (cinco) minutos, os Deputa-
gado, este não poderá intervir ou influir, de qualquer dos que a ele não pertençam, sendo facultada a apresenta-
modo, nas perguntas, sendo-lhe permitido orientá-la ção de requerimento de encerramento de discussão após
nas respostas, bem como, consignar protesto ao Pre- falarem 10 (dez) Deputados;
sidente do Conselho, em caso de abuso ou violação IV a discussão e a votação realizar-se-ão em reunião
de direito. pública;
V ao membro do Conselho que pedir vista do proces-
Art. 37. Nos casos puníveis com perda ou sus- so, ser-lhe-á concedida por 48 (quarenta e oito) horas, e se
pensão de mandato, o Conselho, em petição funda- mais de um membro, simultaneamente, pedir vista, ela será
mentada, poderá solicitar à Mesa Diretora, em conjunta, nos temos do Regimento Interno;
caráter de urgência, que submeta ao Plenário da VI é facultado, a critério do Presidente, o prazo de 10
Assembleia Legislativa, requerimento de quebra de (dez) minutos improrrogáveis ao Relator para a réplica e,
sigilo bancário, fiscal e telefônico do Representado. igual prazo, à defesa para a tréplica;
VII o Conselho deliberará em processo de votação no-
Art. 38. A Mesa Diretora, o Representante ou Re- minal e por maioria absoluta; VIII é vedada a apresentação
presentado poderá requerer a juntada de documen- de destaque ao parecer;
tos em qualquer fase do processo até o encerramen- IX aprovado o parecer, será assinado pelo Presidente e
to da instrução. pelo Relator, constando da conclusão os nomes dos votan-
Parágrafo único. Na justificativa do requerimento, tes e o resultado da votação; e
além de circunstanciar os fatos e determinar a causa X se o parecer for rejeitado pelo Conselho, a redação
do pedido, o Conselho deverá informar os documen- do parecer vencedor será feita no prazo de 2 (duas) sessões
tos aos quais necessita ter acesso. ordinárias, pelo novo Relator designado pelo Presidente,
dentre os que acompanharam o voto vencedor.
Art. 39. Concluída a instrução, será aberta vis-
ta do processo no Conselho ao Representado, para Art. 42. Concluída a tramitação no Conselho de Ética e
apresentar as razões finais, por escrito, no prazo de 5 Decoro Parlamentar, o Processo Disciplinar com o respectivo
(cinco) sessões ordinárias. Parecer pelo arquivamento ou procedência da representação,
Parágrafo único. Esgotado o prazo de que trata será encaminhado ao Presidente da Assembleia Legislativa
o caput deste artigo, com ou sem apresentação das para que, no prazo de 2 (duas) sessões ordinárias, seja lido no
razões finais, o Relator apresentará no prazo de 5 Expediente, publicado no Diário Oficial da Assembleia Legis-
(cinco) sessões ordinárias o parecer, que poderá con- lativa e distribuído em avulsos aos Deputados, e em seguida:
cluir pela improcedência, sugerindo o arquivamento I nos casos de aplicação de pena de suspensão de prer-
da representação, ou pela procedência, caso em que rogativas regimentais, suspensão do exercício do mandato
oferecerá, em apenso, o respectivo projeto de reso- e perda do mandato, nas hipóteses previstas nos artigos 20
lução destinado, conforme o caso, à declaração de e 21 deste Código, seja no prazo de 3 (três) sessões ordiná-
suspensão de prerrogativas regimentais, suspensão rias, incluído na Ordem do Dia para decisão pelo Plenário.
temporária do exercício do mandato ou perda do
mandato. Art. 43. Na sessão de julgamento pelo Plenário, o pro-
cesso será lido integralmente e, a seguir, os Deputados
Art. 40. Recebido o parecer do Relator, o Con- que o desejarem poderão se manifestar verbalmente, pelo
selho de Ética e Decoro Parlamentar, no prazo de 5 tempo máximo de 10 (dez) minutos cada um, e, ao final, o
(cinco) sessões ordinárias se reunirá para apreciá-lo, Representado ou seu Procurador terá o prazo máximo de
distribuindo cópias do parecer em avulsos aos mem- 30 (trinta) minutos prorrogável por mais 15 (quinze).
bros do Conselho e ao Representado, nas 48 (qua- § 1° Concluída a defesa, proceder-se-á a votação.
renta e oito) horas, que antecederem à reunião de § 2° Considerar-se-á suspenso de suas prerrogativas
deliberação. regimentais, afastado, temporária ou definitivamente do
cargo, conforme o caso.

49
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

§ 3° Concluído o julgamento, o Presidente da Assem-


bleia proclamará imediatamente o resultado e expedirá a ESTATUTO DOS SERVIDORES PÚBLICOS DA
competente Resolução destinada à declaração, conforme o ADMINISTRAÇÃO DIRETA, DAS AUTARQUIAS
caso, suspensão das prerrogativas regimentais, suspensão E DAS FUNDAÇÕES PÚBLICAS ESTADUAIS:
temporária do exercício do mandato ou perda do mandato.
LEI COMPLEMENTAR Nº 68, DE 09 DE
§ 4° Sendo o resultado da votação contrária à aplica-
DEZEMBRO DE 1992 E SUAS ALTERAÇÕES.
ção da pena, o Presidente determinará o arquivamento do
Processo.

Art. 44. Os processos conclusos pelo Conselho de Ética


e Decoro Parlamentar destinados à declaração de suspen- Prezado Candidato,
são de prerrogativas regimentais, suspensão temporária do Devido a complexibilidade e formato do conteúdo
exercício do mandato ou perda do mandato não poderão em questão , disponibilizaremos um breve resumo para
exceder o prazo de 120 (cento e vinte) dias para sua deli- que assim não haja prejuízo em seus estudos, disponi-
beração pelo Plenário. bilizaremos o PDF em nosso site www.novaconcursos.
com.br/retificacoes, para consulta.
Art. 45. A renúncia do Deputado submetido a proces-
so que vise ou possa levar à perda do mandato, nos termos Fonte: https://sapl.al.ro.leg.br/sapl_documentos/
deste Código, terá seus efeitos suspensos até as delibera- norma_juridica/3785_texto_integral
ções finais.

Art. 46. Quando a representação apresentada contra o PLANO DE CARREIRA, CARGOS E


Deputado for considerada leviana e ofensiva à sua imagem, REMUNERAÇÃO E O QUADRO DE PESSOAL
bem como à imagem da Assembleia Legislativa, os autos DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO
do processo respectivo serão encaminhados à Advocacia DE RONDÔNIA: LEI COMPLEMENTAR Nº
Geral da Casa, para que tome as providências reparadoras
731, DE 30 DE SETEMBRO DE 2013 E SUAS
de sua alçada.
ALTERAÇÕES.
CAPÍTULO VIII
DO PEDIDO DE SUSTAÇÃO DE PROCESSO CRIMI-
NAL Prezado Candidato,
Devido a complexibilidade e formato do conteúdo
Art. 47. A comunicação do Presidente do Tribunal de em questão , disponibilizaremos um breve resumo para
Justiça do Estado do recebimento de denúncia contra De- que assim não haja prejuízo em seus estudos, disponi-
putado Estadual, por crime ocorrido após a diplomação, bilizaremos o PDF em nosso site www.novaconcursos.
será instruída com a cópia integral dos autos da ação penal com.br/retificacoes, para consulta.
originária.
Parágrafo único. Recebida a comunicação, o Presiden- Fonte: https://sapl.al.ro.leg.br/sapl_documentos/
te da Assembleia Legislativa, após determinar a autuação norma_juridica/6409_texto_integral
e leitura no expediente da sessão seguinte, publicará no
Diário Oficial da Assembleia Legislativa para conhecimento
dos Deputados, despachando o processo ao Conselho de ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
Ética e Decoro Parlamentar para adotar as providências. ADMINISTRATIVA E O QUADRO GERENCIAL
E DE ASSESSORAMENTO DA ASSEMBLEIA
Fonte: http://al.ro.leg.br/leis/regimento-interno LEGISLATIVA DO ESTADO DE RONDÔNIA: LEI
COMPLEMENTAR Nº 967, DE 10 DE JANEIRO
DE 2018 E SUAS ALTERAÇÕES.

Prezado Candidato,
Devido a complexibilidade e formato do conteúdo
em questão , disponibilizaremos um breve resumo para
que assim não haja prejuízo em seus estudos, disponi-
bilizaremos o PDF em nosso site www.novaconcursos.
com.br/retificacoes, para consulta.

Fonte: https://sapl.al.ro.leg.br/sapl_documentos/
norma_juridica/8228_texto_integral

50
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
Constituição Federal

51
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

EXERCÍCIOS (A) são objetivos fundamentais da república federati-


va do Brasil erradicar a pobreza e a marginalização e redu-
1. (TJ/MG - Juiz - FUNDEP/2014) Sobre o conceito zir as desigualdades sociais e regionais.
de Constituição, assinale a alternativa CORRETA. (B) a soberania, a cidadania e o pluralismo político não
(A) É o estatuto que regula as relações entre Estados são fundamentos da república federativa do brasil.
soberanos. (C) ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer
(B) É o conjunto de normas que regula os direitos e alguma coisa senão em virtude de lei.
deveres de um povo. (D) é livre a manifestação de pensamento, sendo veda-
(C) É a lei fundamental e suprema de um Estado, que do o anonimato.
contém normas referentes à estruturação, à formação dos (E) construir uma sociedade livre, justa e solidária é um
poderes públicos, direitos, garantias e deveres dos cida- dos objetivos fundamentais da república federativa do Brasil.
dãos.
(D) É a norma maior de um Estado, que regula os di- 6. (PC/SC - Agente de Polícia - ACAFE/2014) A Cons-
reitos e deveres de um povo nas suas relações. tituição brasileira inicia com o Título I dedicado aos “princí-
pios fundamentais”, que são as regras informadoras de todo
um sistema de normas, as diretrizes básicas do ordenamento
2. (TJ/MG - Juiz - FUNDEP/2014) Dentre as formas
constitucional brasileiro. São regras que contêm os mais im-
de classificação das Constituições, uma delas é quanto à
portantes valores que informam a elaboração da Constitui-
origem.
ção da República Federativa do Brasil.
Em relação às características de uma Constituição Diante dessa afirmação, analise as questões a seguir e
quanto à sua origem, assinale a alternativa CORRETA. assinale a alternativa correta.
(A) Dogmáticas ou históricas. I - Nas relações internacionais, a República brasileira re-
(B) Materiais ou formais. ge-se, entre outros, pelos seguintes princípios: autodetermi-
(C) Analíticas ou sintéticas. nação dos povos, defesa da paz, igualdade entre os Estados,
(D) Promulgadas ou outorgadas. concessão de asilo político.
II - Os princípios não são dotados de normatividade, ou
3. (TJ/MG - Juiz - FUNDEP/2014) Sobre a suprema- seja, possuem efeito vinculante, mas constituem regras jurí-
cia da Constituição da República, assinale a alternativa dicas efetivas.
CORRETA. III - Violar um princípio é muito mais grave que trans-
(A) A supremacia está no fato de o controle da cons- gredir uma norma qualquer, pois implica ofensa a todo o
titucionalidade das leis só ser exercido pelo Supremo Tri- sistema de comandos.
bunal Federal. IV - São princípios que norteiam a atividade econômica
(B) A supremacia está na obrigatoriedade de submis- no Brasil: a soberania nacional, a função social da proprieda-
são das leis aos princípios que norteiam o Estado por ela de, a livre concorrência, a defesa do consumidor; a proprie-
instituído. dade privada.
(C) A supremacia está no fato de a interpretação da V - A diferença de salários, de critério de admissão por
constituição não depender da observância dos princípios motivo de sexo, idade, cor ou estado civil a qualquer dos
que a norteiam. trabalhadores urbanos e rurais fere o princípio da igualdade
(D) A supremacia está no fato de que os princípios e do caput do art. 5º da Constituição Federal.
fundamentos da constituição se resumam na declaração (A) Apenas I, II, III estão corretas.
de soberania. (B) Apenas II e IV estão corretas.
(C) Apenas III e V estão corretas.
(D) Apenas I, III, IV e V estão corretas.
4. (PC/PI - Delegado de Polícia – UESPI/2014) En-
(E) Todas as afirmações estão corretas.
tre os chamados sentidos doutrinariamente atribuídos à
Constituição, existe um que realiza a distinção entre Cons-
7. (DPE/GO - Defensor Público - UFG/2014) A propó-
tituição e lei constitucional. Assinale a alternativa que o
sito dos princípios fundamentais da República Federativa do
contempla. Brasil, reconhece-se que:
(A) Sentido político (A) o pluralismo político está inserido entre seus ob-
(B) Sentido sociológico. jetivos.
(C) Sentido jurídico. (B) a livre iniciativa é um de seus fundamentos e se
(D) Sentido culturalista. contrapõe ao valor social do trabalho.
(E) Sentido simbólico. (C) a dignidade é também do nascituro, o que desau-
toriza, portanto, a prática da interrupção da gravidez quan-
5. (PC/SC - Agente de Polícia - ACAFE/2014) A Re- do decorrente de estupro.
pública Federativa do Brasil, formada pela união indisso- (D) a promoção do bem de todos, sem preconceito de
lúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, cons- origem, raça, sexo, cor, idade e qualquer outra forma de dis-
titui-se em Estado Democrático de Direito (art. 1º da CF). criminação, é um de seus objetivos.
Com base no enunciado acima é correto afirmar, ex- (E) o legislativo, o executivo e o judiciário, dependen-
ceto: tes e harmônicos entre si, são poderes da união.

52
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

8. (DPE/DF - Analista - Assistência Judiciária - 10. (PC/SC - Agente de Polícia - ACAFE/2014) Os re-
FGV/2014) Sobre os Princípios Fundamentais da República médios constitucionais são as formas estabelecidas pela
Federativa do Brasil, à luz do texto constitucional de 1988, Constituição Federal para concretizar e proteger os direi-
é INCORRETO afirmar que: tos fundamentais a fim de que sejam assegurados os valo-
(A) a República Federativa do Brasil tem como funda- res essenciais e indisponíveis do ser humano.
mentos: a soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa Assim, é correto afirmar, exceto:
humana, os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e (A) O habeas corpus pode ser formulado sem advo-
o pluralismo político. gado, não tendo de obedecer a qualquer formalidade pro-
(B) a República Federativa do Brasil tem como obje- cessual, e o próprio cidadão prejudicado pode ser o autor.
tivos fundamentais: construir uma sociedade livre, justa e (B) O habeas corpus é utilizado sempre que alguém
solidária; garantir o desenvolvimento nacional, erradicar sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação
a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso
sociais e regionais; promover o bem de todos, sem precon- de poder.
ceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras (C) O autor da ação constitucional de habeas corpus
formas de discriminação. recebe o nome de impetrante; o indivíduo em favor do
(C) todo o poder emana do povo, que o exerce unica- qual se impetra, paciente, podendo ser o mesmo impe-
mente por meio de representantes eleitos. trante, e a autoridade que pratica a ilegalidade, autoridade
(D) entre outros, são princípios adotados pela Repú- coatora.
blica Federativa do Brasil nas suas relações internacionais, (D) Caberá habeas corpus em relação a punições dis-
os seguintes: a independência nacional, a prevalência dos ciplinares militares.
direitos humanos e o repúdio ao terrorismo e ao racismo. (E) O habeas corpus será preventivo quando alguém
(E) a autodeterminação dos povos, a não intervenção se achar ameaçado de sofrer violência, ou repressivo,
e a defesa da paz são princípios regedores das relações quando for concreta a lesão.
internacionais da República Federativa do Brasil.
11. (PC/SC - Agente de Polícia - ACAFE/2014) Ainda
9. (PC/SC - Agente de Polícia - ACAFE/2014) O art.
em relação aos outros remédios constitucionais analise as
5º da Constituição Federal trata dos direitos e deveres in-
questões a seguir e assinale a alternativa correta.
dividuais e coletivos, espécie do gênero direitos e garan-
I - O habeas data assegura o conhecimento de infor-
tias fundamentais (Título II). Assim, apesar de referir-se,
mações relativas à pessoa do impetrante, constantes de
de modo expresso, apenas a direitos e deveres, também
registros ou banco de dados de entidades governamentais
consagrou as garantias fundamentais. (LENZA, Pedro. Di-
ou de caráter público.
reito Constitucional Esquematizado, São Paulo: Saraiva,
II - Será concedido habeas data para a retificação de
2009,13ª. ed., p. 671).
Com base na afirmação acima, analise as questões a dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigilo-
seguir e assinale a alternativa correta. so, judicial ou administrativo.
I - Os direitos são bens e vantagens prescritos na norma III - Em se tratando de registro ou banco de dados
constitucional, enquanto as garantias são os instrumentos de entidade governamental, o sujeito passivo na ação de
através dos quais se assegura o exercício dos aludidos di- habeas data será a pessoa jurídica componente da admi-
reitos. nistração direta e indireta do Estado.
II - O rol dos direitos expressos nos 78 incisos e pa- IV - O mandado de injunção serve para requerer à au-
rágrafos do art. 5º da Constituição Federal é meramente toridade competente que faça uma lei para tornar viável o
exemplificativo. exercício dos direitos e liberdades constitucionais.
III - Os direitos e garantias expressos na Constituição V - O pressuposto lógico do mandado de injunção é a
Federal não excluem outros decorrentes do regime e dos demora legislativa que impede um direito de ser efetivado
princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais pela falta de complementação de uma lei.
em que o Brasil seja parte. (A) Todas as afirmações estão corretas.
IV - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra (B) Apenas I, II e III estão corretas.
e a imagem das pessoas, assegurado o direito à indeniza- (C) Apenas II, III e IV estão corretas.
ção pelo dano material ou moral decorrente de sua viola- (D) Apenas II, III e V estão corretas.
ção. (E) Apenas IV e V estão corretas.
V - É inviolável a liberdade de consciência e de crença,
sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e 12. (PC/SC - Agente de Polícia - ACAFE/2014) O de-
garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e vido processo legal estabelecido como direito do cidadão
suas liturgias. na Constituição Federal configura dupla proteção ao indi-
(A) Apenas I, II e III estão corretas. víduo, pois atua no âmbito material de proteção ao direito
(B) Apenas II, III e IV estão corretas. de liberdade e no âmbito formal, ao assegurar-lhe parida-
(C) Apenas III e V estão corretas. de de condições com o Estado para defender-se.
(D) Apenas IV e V estão corretas. Com base na afirmação acima, analise as questões a
(E) Todas as questões estão corretas. seguir e assinale a alternativa correta.

53
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

I - Ninguém será processado nem sentenciado senão 17. (Prefeitura de Florianópolis/SC - Administrador
pela autoridade competente. - FGV/2014) Em tema de direitos e garantias fundamen-
II - A lei só poderá restringir a publicidade dos atos tais, o artigo 5º da Constituição da República estabelece
processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse que é:
social o exigirem. (A) livre a manifestação do pensamento, sendo fo-
III - São admissíveis, no processo, as provas obtidas por mentado o anonimato;
meios ilícitos. (B) assegurado o direito de resposta, proporcional ao
IV - Ninguém será levado à prisão ou nela mantido, agravo, que substitui o direito à indenização por dano ma-
quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem terial, moral ou à imagem;
fiança. (C) assegurado a todos o acesso à informação e res-
V - Não haverá prisão civil por dívida, nem mesmo a do guardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício
depositário infiel. profissional;
(A) Apenas I, II e IV estão corretas. (D) livre a expressão da atividade intelectual, artística,
(B) Apenas I, III e V estão corretas. científica e de comunicação, ressalvados os casos de cen-
(C) Apenas III e IV estão corretas. sura ou licença;
(D) Apenas IV e V estão corretas. (E) direito de todos receber dos órgãos públicos in-
(E) Todas as questões estão corretas. formações de seu interesse particular, sendo vedada a ale-
gação de sigilo por imprescindibilidade à segurança da so-
13. (PC/MG - Investigador de Polícia - FU- ciedade e do Estado.
MARC/2014) Sobre a Lei Penal, é CORRETO afirmar que
(A) não retroage, salvo para beneficiar o réu. 18. (TJ-RJ - Técnico de Atividade Judiciária -
(B) não retroage, salvo se o fato criminoso ainda não FGV/2014) A partir da Emenda Constitucional nº 45/2004,
for conhecido. os tratados e convenções internacionais sobre direitos hu-
(C) retroage, salvo disposição expressa em contrário. manos:
(D) retroage, se ainda não houver processo penal ins- (A) sempre terão a natureza jurídica de lei, exigindo a
taurado. sua aprovação, pelo Congresso Nacional e a promulgação,
na ordem interna, pelo Chefe do Poder Executivo;
14. (PC/MG - Investigador de Polícia - FU- (B) sempre terão a natureza jurídica de emenda cons-
MARC/2014) Sobre as garantias fundamentais estabeleci- titucional, exigindo, apenas, que a sua aprovação, pelo
das na Constituição Federal, é CORRETO afirmar que Congresso Nacional, se dê em dois turnos de votação, com
(A) a Lei Penal é sempre irretroativa. o voto favorável de dois terços dos respectivos membros;
(B) a prática do racismo constitui crime inafiançável (C) podem ter a natureza jurídica de emenda constitu-
e imprescritível. cional, desde que a sua aprovação, pelo Congresso Nacio-
(C) não haverá pena de morte em nenhuma circuns- nal, se dê em dois turnos de votação, com o voto favorável
tância. de três quintos dos respectivos membros;
(D) os templos religiosos, entendidos como casas de (D) podem ter a natureza jurídica de lei complemen-
Deus, possuem garantia de inviolabilidade domiciliar. tar, desde que o Congresso Nacional venha a aprová-los
com observância do processo legislativo ordinário;
15. (PC/MG - Investigador de Polícia - FU- (E) sempre terão a natureza jurídica de atos de direito
MARC/2014) NÃO figura entre as garantias expressas no internacional, não se integrando, em qualquer hipótese, à
artigo 5º da Constituição Federal: ordem jurídica interna.
(A) a obtenção de certidões em repartições públicas.
(B) a defesa do consumidor, prevista em estatuto
próprio.
(C) o respeito à integridade física dos presos, garan-
tido pela lei de execução penal.
(D) a remuneração do trabalho noturno superior ao
diurno, posto que contido na legislação ordinária traba-
lhista.

16. (PC/MG - Investigador de Polícia - FU-


MARC/2014) A casa é asilo inviolável do indivíduo, po-
dendo-se nela entrar, sem permissão do morador, EXCETO
(A) em caso de desastre.
(B) em caso de flagrante delito.
(C) para prestar socorro.
(D) por determinação judicial, a qualquer hora.

54
HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE RONDÔNIA

I – HISTÓRIA DE RONDÔNIA 1. As bases da ocupação colonial da Amazônia; .............................................................................. 01


2. As políticas do Estado português para as regiões dos vales do Guaporé e Madeira; ............................................................. 01
3. A questão das fronteiras entre América Portuguesa e o império hispânico e a criação da Capitania de Mato Grosso; ... 05
4. A economia colonial nos vales do Guaporé e Madeira: mineração, drogas do sertão, o escravismo, o contrabando e
as rotas fluviais; ........................................................................................................................................................................................................ 06
5. Colonização e povoamento no vale do Madeira e do Guaporé nos séculos XIX e XX; .......................................................... 08
6. O advento da exploração seringueira e a questão das fronteiras; .................................................................................................. 09
7. As diversas etapas da construção da Ferrovia Madeira-Mamoré; ................................................................................................... 10
8. A Comissão Rondon e a instalação das linhas telegráficas; ............................................................................................................... 12
9. A criação dos Territórios Federais do Guaporé e de Rondônia; ....................................................................................................... 12
10. Os novos surtos de povoamento e a ampliação do extrativismo mineral; ............................................................................... 13
11. A implantação do Estado de Rondônia; .................................................................................................................................................. 13
12. Os projetos de colonização estatais e privados; .................................................................................................................................. 14
13. A instalação da rodovia federal BR-364................................................................................................................................................... 14

II - GEOGRAFIA DE RONDÔNIA 1. Povoamento e ocupação dos Vales do Madeira, Mamoré e Guaporé; ......................... 16
2. Colonização ibérica na região; ...................................................................................................................................................................... 16
3. A colonização portuguesa no Vale do Guaporé; .................................................................................................................................... 16
4. Os séculos XIX e XX e a exploração da borracha, poia e castanha;................................................................................................. 16
5. A construção da EFMM e da Linha Telegráfica; ...................................................................................................................................... 16
6. Território Federal do Guaporé/Rondônia; ................................................................................................................................................. 16
7. A Rodovia BR-364 e os garimpos; ................................................................................................................................................................ 16
8. A ocupação recente da Amazônia e Rondônia, a Colonização Agropastoril; ............................................................................. 16
9. O Estado de Rondônia, da criação as questões atuais; ....................................................................................................................... 16
10. O ambiente amazônico, as estruturas físicas e ambientais da região; ........................................................................................ 16
11. O Estado de Rondônia, componentes do meio físico e ambiental; ............................................................................................. 17
12. Populações e ocupação do espaço; .......................................................................................................................................................... 18
13. As divisões regionais; ...................................................................................................................................................................................... 19
14. Produção econômica regional; ................................................................................................................................................................... 19
15. As questões socioambientais; ..................................................................................................................................................................... 19
16. Populações tradicionais.................................................................................................................................................................................. 19
HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE RONDÔNIA

1970 – A população da Amazônia Legal atinge a


I – HISTÓRIA DE RONDÔNIA 1. AS BASES DA quantia de 7 milhões de habitantes, reflexo das políticas
OCUPAÇÃO COLONIAL DA AMAZÔNIA; públicas para a ocupação do território, no entanto, os
problemas ambientais gerados são desastrosos, a área
desmatada da Amazônia chega a 14 milhões de hectares.

A ocupação da Amazônia ocorreu primeiramente 1980 – Os problemas ambientais na Amazônia, ro-


com os índios, que se interagiam de forma harmônica tulada como “pulmão do mundo”, geram repercussões
internacionais. O assassinato do líder sindical Chico Men-
com a natureza. No entanto, a ocupação da área com
des, em 1988, agrava ainda mais as pressões internacio-
intuitos gananciosos foi se intensificando, que desenca- nais em relação às políticas desenvolvidas no Brasil para
deou e desencadeia uma série de problemas ambientais, a preservação da Amazônia.
prejudicando a biodiversidade da Amazônia.
Confira o histórico de ocupação e devastação do Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geo-
maior bioma do Brasil. grafia/a-ocupacao-amazonia.htm

1494 – Portugal e Espanha assinam o Tratado de Tor-


desilhas, conforme esse documento os portugueses ficam
com a porção leste do território brasileiro e os espanhóis 2. AS POLÍTICAS DO ESTADO PORTUGUÊS
com a poção oeste, o qual coloca a floresta Amazônica PARA AS REGIÕES DOS VALES DO GUAPORÉ
para os espanhóis. E MADEIRA;

1540 – Os portugueses descobrem a Amazônia, des-


bravadores lusitanos chegam à região para impedir a in-
vasão de ingleses, franceses e holandeses, que cobiça- Para o entendimento desse processo histórico eco-
vam a floresta. nômico do repovoamento do médio e alto Madeira, do
baixo Mamoré e do baixo e Alto Guaporé, circunscritos
atualmente no espaço limitado pelo estado de Rondônia,
1637 – Portugal encomenda a primeira grande expe-
faremos uma sintética análise da atuação do fluxo migra-
dição à região, com cerca de 2 mil pessoas. A exploração tório extrativista de seringa a partir da segunda metade
de frutos como o cacau e a castanha ganham uma forte do século XIX. Nessa região de fronteira, integrada em
conotação comercial. um grande mercado produtor e consumidor de gêneros,
matérias primas, capitais e força de trabalho, de grande
1750 – Os reis de Portugal e Espanha assinam o Tra- complexidade político-econômica, e de multiplicidade de
tado de Madri - por meio deste, quem usava e ocupa- interesses inter-regionais e internacionais, extrapolando
va a terra teria direito a ela. Com isso, os portugueses as raias de limites entre os Estados Nacionais, em uma
conseguem direito sobre a Amazônia. Deu-se início ao região praticamente fora de seus controles, no caso, a da
estabelecimento da fronteira do território brasileiro na Madeira/Beni. As principais engrenagens desse grande
região Amazônica. mecanismo podem ser assim resumidas:

Fim do século XIX – Inicia-se o ciclo da exploração 1- Pressão exercida pelos estados industriais emer-
da borracha brasileira na Amazônia, motivado pela Re- gentes, sobre os produtores de matérias primas prove-
volução Industrial, as fábricas inglesas importam a ma- nientes do setor primário extrativista vegetal, exigindo o
téria prima em grandes quantidades. Entre 1870 e 1900, aumento da sua produção necessária ao desenvolvimen-
aproximadamente 300 mil nordestinos migraram para a to e a expansão da produtividade industrial.
região para trabalharem nos seringais.
2- Elevação da cotação de preço dessas matérias pri-
mas no mercado internacional;
1940 – O então presidente Getúlio Vargas, inicia uma
política para a ocupação do oeste brasileiro, a chamada 3- Exigência dos seringalistas aos seringueiros de de-
Marcha para o Oeste. dicação em tempo integral à produção de borracha fi-
cando esses sem condição de manterem suas lavouras de
1960 – Com o intuito de integrar a Amazônia com o subsistências como faziam até então passando a abaste-
resto do País, os militares pregam a unificação do País cerem-se de produtos adquiridos no armazém do serin-
e a proteção da floresta contra a “internacionalização”. gal de preços exorbitantes. Assim, mesmo tendo aumen-
Utilizando um discurso nacionalista, os militares realizam tado as suas produções de borracha, essas nunca eram
várias obras em infraestrutura para a ocupação da região, suficientes para quitarem as dívidas, sendo obrigados a
a principal é a Transamazônica. É a política “Integrar para permanecerem no seringal. Desse modo duas metas im-
não Entregar”. prescindíveis ao mercado da borracha são alcançadas, a

1
HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE RONDÔNIA

elevação da produção e o asseguramento da continuida- Ji-Paraná. Era detentor do vale do baixo e médio rio Ji-
de do processo de extração do látex por trabalhadores -paraná e dos seringais Campinas e Boa Esperança no
qualificados. rio Madeira totalizando dois milhões de hectares conce-
Com vistas ao fomento da produção de borracha os didos pelo imperador do Brasil Dom Pedro II. A empresa
seringalistas do rio Madeira, em sua maioria bolivianos, Paraense Ascensi & cia, no início do século XX, comprou
recrutavam trabalhadores indígenas no departamento do a referida empresa e sua concessão.
Beni e na província de Santa Cruz. Procedimento seguido Os brasileiros estrangeiros além dos bolivianos, gra-
também pelos produtores brasileiros, por ser mão-de-o- dativamente estabeleceram seringais nos vales dos rios
bra barata. Por essa via de migração a população do Alto Guaporé, Mamoré, Madeira e seus afluentes. No rio Ma-
Madeira em 1.858 estimava-se ser cinco mil habitantes deira ocupando os espaços vazios deixados pelos bolivia-
em continuo crescimento, predominado os bolivianos, nos os quais de livre vontade, começaram a voltar para
seus idiomas espanhóis e indígenas benianos, assim Bolívia, provavelmente por haver o Tratado de Ayacucho
como a moeda circulante era boliviana. (1.867) ter recuado o início da linha de limites Brasil/Bolí-
via, do médio Madeira para a foz do Beni, reconhecendo
4 - O abastecimento dos seringais era proveniente como território brasileiro e alto médio Madeira.
do mercado de mais fácil acesso independente de ser ou No vale do Madeira foram instalados entre outros os
não brasileiro. Os do Alto Madeira entre 1.860 a 1.895 se seringais: Assunção, Cujubim, Belmonte; São Sebastião;
abasteciam de gêneros agrícolas e pecuárias produzidos Santa Catarina; Teotônio;Caracol; Pedra Canga; Morri-
nos departamentos bolivianos de Pando e de Beni. nhos; Caldeirão do Inferno; Jirau; Três Irmãos; Ribeirão;
A partir de 1.895 o abastecimento dos seringais passa Abunã; Araras e Madeira. No rio Candeias: Aliança; Gra-
a ser feito de Manaus e Belém, produtos regionais (fari- ças; São Pedro e Porto Franco. No rio Jaci-Paraná; Bom
nha de mandioca, carne seca, arroz, feijão e bolacha) e Futuro; Rio Branco; Formoso e São Domingos. Nos rios
importados da Europa e Estados Unidos (bacalhau, con- Urupá e Ji-Paraná: São Felix; Jacundá; Machadinho; Dois
servas, bebidas diversas, armas, munições, tecidos e con- de Novembro; Angustura; Ouro Preto; Urupá e Jarú. No
fecções). Os navios os traziam e retornavam transportan- rio Jamari: São Pedro; Rio Preto I E II; São Carlos; Papa-
do borracha, estabelecendo-se um comércio altamente gaio; Santa Cruz; Massangana; Triste Vida; Canaã Central;
vantajoso para as empresas de navegação europeias e Quatro Cachoeiras; Bom Jardim; Rio Pardo e Valha-me
norte-americanas. Deus. Citamos alguns desses empresários;
Joaquim Pereira da Rocha; Otávio Reis; Jaime de
5- No alto Madeira, sua ocupação e assentamento Alencar; Homero Tourinho; Esron de Menezes; Dr. José
dos seringais, exigiram a confrontação armada com as de Souza Martins Álvares Afonso; Geraldo Peres; Emí-
nações indígenas Mura, Caripuna, Parintimtim, Irurí, Ca- dio Feitosa; Horácio Bilhar; Manoel Hemetério Barroso;
ritiana, Munduruku e outras para desalojá-las de seus Manoel Lopes; Ricardo, Alder e Raimundo Cantanhede.
territórios, transforma-los em força de trabalho na pro- Cristiano Torres; Bernardo Medeiros; Marçal Raimundo
dução de borracha. Ressalte-se, com a conivência do go- de Almeida Couceiro; Walmar Meira Paes Barreto; Sa-
verno brasileiro por intermédio da Diretoria dos Índios. muel Garcia; João Afro Vieira; João Haddad; Vitor Sadek
Dentre esses bolivianos proprietários de grandes lati- (libanês); Alberto Maciel; Antônio Maciel; Aureliano Bor-
fúndios estabelecidos por ocupação exploratória, desta- ges; Raimundo Cantuário; Albino Henrique; Adalberto
cam-se os empresários extrativistas (patrões): Benevides; Alfredo Barbosa; Antônio Mariano Lago; Abí-
Os irmãos Suárez mantenedores da poderosa empre- lio Freire; Nestor Ramos; Raimundo Ferreira dos Santos;
sa Suárez e Hermanos, com sede em Cachuela Esperanza Eduardo Barroso; Antônio Faustino Raposo (português);
(rio Beni), entreposto em Santo Antônio do Alto Madeira, Samuel Garcia; Augusto Quaresma de Carvalho; Nicanor
filiais em Manaus, Belém e Londres. Detendo 7.152.000ha Quaresma de Carvalho Franciso Paiva (Vales do rio Ma-
de seringais e o controle do circuito de financiamento à deira e seus afluentes); Paulo Cordeiro da Cruz Saldanha;
produção e exportação de borracha diretamente sem in- Balbino Antunes Maciel*. América Casara (italiano); Fran-
termediários, para os mercados consumidores europeus cisco Torres; Antônio Rodrigues de Araújo (Totó); Ernesto
e norte-americanos, e de importação de mercadorias e Kochler (alemão); Sebastião Clímaco; Tem. João Freire de
equipamentos de abastecimento e manutenção dos seus Rivoredo; Tancredo Matos (vales dos rios Guaporé, Ma-
seringais e os de outros empresários. moré e seus afluentes).
Também Don Romna Chavez; Dom Pastor Oyola; Bal- Estes homens e tantos outros, estrangeiros e brasilei-
vinio Franco; Rafael Ruiz; Benigno Vaca Moreno; Dom Pe- ros pioneiros, audazes exploradores da selva desconheci-
rez de Velasco; Urbano Melgar; Santos Mercados e Aris- da gerando riqueza, contribuíram para o desenvolvimen-
tides Antelo. to econômico, a formação social, política e histórica do
Destaca-se o espanhol Manoel Antônio Parada Car- Estado de Rondônia.
bacho no médio Madeira, proprietário da empresa Cala- Várias empresas estrangeiras atuavam na produção
ma S/A com sede na localidade do mesmo nome, situada e comercialização da borracha, entre as quais a The Ma-
na margem direita do rio Madeira, vizinha á foz do rio deira Mamoré Raiway Company, a qual detinha a pro-

2
HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE RONDÔNIA

priedade de terras compreendidas entre Porto Velho no das bacias Ituxi/Madeira), como sendo a tão procurada
rio Madeira e o Real Forte do Príncipe da Beira no Rio ligação fluvial. Para tanto, bastaria construir uma rodovia
Guaporé, cujos seringais eram explorados pela Guaporé de pequena extensão, entre a foz do rio Abunã na mar-
Ruber sua subsidiária. gem esquerda do rio Madeira e a nascente do rio Curu-
A empresa alemã Stafe, Seebenaek, Muler & Cia, de- quete, descendo seu curso até sua foz no rio Ituxi, por
tentora de doze lotes de terras situados entre o rio Me- este prosseguindo até sua foz no rio Purus.
quéns e a serra dos Parecis, na margem direita do rio *Manuel Clementino Carneiro da Cunha, contratou
Guaporé, somando 5.950ha. Ainda detinha a posse dos em 1.861 o engenheiro João Martins da Silva Coutinho
seringais Barranco Vermelho no rio Cabixi (1.626)há); para fazer um projeto de colonização e navegação do rio
Corizal, no rio Guaporé (900ha), Bahia Bela (340ha), rio Madeira. Este esteve no vale do Madeira no período de
Guaporé. Lamengo (2.287ha), rio Guaporé; Rio Corum- Julho a outubro de 1.861, no relatório entregue ao pre-
biara (1.440ha), no rio deste nome. sidente da província do Amazonas indicava a construção
A Cibilis & Cia, Societé Industialle du Bresil e a de uma rodovia ou uma ferrovia com a extensão de 330
km, contornando o trecho encachoeirado do baixo Ma-
Guaporé Ruber disputavam o controle da produção e co-
moré e do alto Madeira, ligando sem obstáculo a nave-
mercialização da borracha. No período de 1.877 a 1.912,
gação do rio Mamoré ao rio Madeira.
fase áurea da exploração da borracha, quando 40% das
Anterior a indicação de Silva Coutinho, projetos de
exportações brasileiras eram oriundas de sua produção
construções de canais ou ferrovia nos trechos encachoei-
operavam ativamente entre Belém e Manaus, 14 empre- rados do baixo Mamoré e do alto Madeira com vistas a
sas inglesas, sete Norte-Americanas, cinco Belgas e fran- facilitar o acesso da Bolívia ao oceano Atlântico, foram
cesas controlando as importações, exportações e finan- formulados por:
ciando o capital de risco, empréstimos comerciais. José Augustinho Palácio-engenheiro boliviano, em
A crescente produção de borracha nos vale dos rios 1.846;
Guaporé, baixo Mamoré, alto Madeira e no oriente da Lander Gibbon-Tenente da marinha norte-americana,
Bolívia, a constante elevação do seu preço no mercado em 1.852;
internacional passou a exigir o encontro ou a constru- Ernesto Grandidier-explorador francês, em 1.861;
ção de uma via de transporte evitando a navegação no Quentin Quevêdo - engenheiro general do exército
trecho encachoeirado do baixo rio Mamoré e do alto rio boliviano em 1.861;
Madeira entre as cachoeiras de Guajará-Mirim e de Santo Em 1.864 o Império do Brasil entra em guerra com
Antônio, causadora de incalculáveis prejuízos materiais e a república do Paraguai. A fim de se prevenir de uma
perdas de preciosas vidas, nos constantes naufrágios, era invasão pela Bolívia simpática a causa de Solano Lopes,
buscada desde o século XIX. O presidente da província deslocou um agrupamento de soldados (Voluntários da
do Amazonas, João Batista Tenreiro Aranha, em 1.852 de- Pátria) do regimento do Jamari para guarnecer o alto
terminou a realização de duas expedições exploradoras Madeira. Este acampou na margem esquerda do rio Ma-
do rio Purus tendo como um dos seus objetivos descobrir deira, em frente ao povoado de Santo Antônio, transfe-
uma ligação fluvial que constava existir entre este e o rio rindo-se para a foz do igarapé Grande (atual Bate - Es-
Madeira, por cuja via seria transportado gado bovino da taca) e desta para um local a sete quilômetro abaixo da
Bolívia para suprir o mercado de Manaus, assim como cachoeira de Santo Antônio, construindo ancoradouro e
proporcionar aos bolivianos acesso ao oceano Atlântico. montando o acampamento em uma elevação do terreno
A primeira foi chefiada por João Rodrigues Cametá e a ponto estratégico com visão de longo trecho do rio. Per-
segunda por Serafim Salgado, sem obterem êxito. Ma- manecendo até 1.870, ano que terminou a guerra. Este
noel Clementino Carneiro da Cunha, presidente da pro- local então passou a ser conhecido como Porto Velho dos
Militares. Os anos de 1.871/1.872 por poucos dias estive-
víncia do Amazonas, em 1.861 organizou a terceira expe-
ram os padres franciscanos Jesualdo Maechett, Teodoro
dição com mesma finalidade das anteriores, esta chefiada
Maria Portararo de Massafra e Samuel Mancini acompa-
por Manuel Urbano Encarnação sem encontrar o tal elo
nhados por onze remeiros bolivianos e dois soldados do
fluvial Purus/Madeira. Em 1.862 o engenheiro João Mar-
regimento do Jamari, vindos de São Carlos, aonde esses
tins da Silva/Coutinho acompanhado por Manuel urbano padres chegaram em 18 de janeiro de 1.871 construindo
realizaram a quarta expedição ao rio Purus, ocorrendo capela e casa residencial. Em Porto Velho dos militares
o mesmo resultado das três anteriores. O geógrafo W. onde pretendiam instalar uma missão para catequizar os
Chandiess a serviço da Real Sociedade Geográfica de Caripunas, ergueram uma grande Cruz, construíram uma
Londres, acompanhado por Manuel Urbano, em 1.864 tosca capela e barracas para se abrigarem, permanecen-
esteve no rio Purus e no seu afluente rio Acre tendo por do não mias de uma semana, isto em 1.871, volvendo a
missão descobrir se existia a propalada ligação aquática São Carlos. No ano seguinte retornaram ao Porto Velho
entre o rio Madeira e rio Purus, após a pesquisa realizada ficando uns três dias, desistindo do projeto por falta de
concluiu ser essa inexistente. Finalmente a quinta expedi- recursos, apoio e principalmente as doenças.
ção chefiada por Manuel Urbano em 1.866, identificou o Após os padres terem se retirado, o local foi ocupado
rio Ituxi e seu afluente rio Curuquete, este com nascente pelo agricultor conhecido como Velho Pimentel estabe-
na face ocidental da serra Três Irmãos (divisores de águas lecido em um sitio e porto de lenha fornecedor desse

3
HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE RONDÔNIA

combustível (madeira) aos navios movidos a vapor. Sua 1.879) as quais por adversas circunstâncias fracassaram
propriedade tornou-se freqüentado pelos moradores na tentativa de construir a ferrovia. Apenas a P.&T.Collins,
dos seringais do baixo Madeira em viagem a Santo An- entre 25 de outubro de 1.877 a agosto de 1.879, quando
tônio e local de reuniões dos vizinhos das adjacências, se retirou de Santo Antônio, construiu sete quilômetros
referindo-se a esse pelas denominações de Ponto Velho de ferrovia, registrando 221 óbitos entre o pessoal tra-
e Porto do Velho. zidos dos Estados Unidos, os brasileiros e os bolivianos
Este espaço compreendido entre o igarapé Milagres não foram registrados quantos morreram. Em 1881 o go-
ao Norte o igarapé Boeira (atual Grande) ao Sul, o rio verno brasileiro cancelou a concessão dada a Church.
Candeias, ao Leste e o rio Madeira, a Oeste, aonde atual- O povoado de Santo Antônio do Alto Madeira a par-
mente situa-se a cidade de Porto Velho, foi na última dé- tir de 1.873, com a abertura do rio Madeira á navega-
cada do século XIX vendido pelo governador do estado ção internacional tornou-se o mais importante empório
do Amazonas por seiscentos mil reis ao coronel José da comercial de exportação de borracha, castanho quina e
Costa Crespo integrando-o as terras do seu seringal, com outros produtos nativos regionais, assim como, de im-
sede nos Milagres (atual porto da Portobrás e lotes Mi- portação de produtos manufaturados para abastecimen-
lagres, os quais foram terras do seringal do coronel Joa- tos dos seringais. Tinha dois ancoradouros, o porto das
quim Bente adquiridas deste, pelo coronel Crespo). canoas e o porto dos navios, acima e abaixo da cachoei-
Em 27 de março de 1.867, o império do Brasil e re- ra, respectivamente, ligados entre si por uma linha férrea
pública da Bolívia assinaram o Tratado de Ayacucho de para vagonetes operados manualmente pelos estivado-
Amizade, Navegação, Limites Comércio e Extradição, res. As empresas extrativistas e as comerciais importado-
pelo qual o Brasil concedia à Bolívia livre trânsito nos rios ras tinham agências filiais, armazéns, galpões e depósitos
da Amazônia e na ferrovia a ser por esse construída con- destacando-se entre essas a empresa boliviana Suarez &
tornando os trechos encachoeirados do baixo Mamoré e Hermanos com sede em Cachuela Esperanza no depar-
do alto Madeira. Neste mesmo ano o governo brasilei- tamento do Beni e a brasileira do guaporeano Balbino
ro contratou os engenheiros ferroviários alemães José e Antunes Maciel com sede em Santo Antônio no Vale do
Francisco Keller para projetarem a construção da ferrovia. rio Guaporé.
Em dezembro com sua equipe chegaram em Manaus, di- O insucesso de Church em construir uma ferrovia
rigindo-se para o alto Madeira onde ficaram até o mês contornando os trecho encachoeirado do baixo Mamoré
de abril de 1.868, apresentando dois projetos alternativos e do alto Madeira, resultou na desistência do empreendi-
um de navegação fluvial, construindo-se vinte mortonas mento acumulando elevados prejuízos financeiros, perda
(planos inclinados) e outra a construção de uma ferrovia de materiais e de vidas humanas. De todo esforço e sa-
com 330 Km de extensão, acompanhados de seus respec- crifícios o resultado conseguido foi apenas sete quilôme-
tivos orçamentos. tros de linha férrea abandonada na floreta, uma locomo-
O governo boliviano em 1.867 designou o general tiva, alguns armazéns e um sobrado deixados pela P.&T.
Quenteim Quevêdo para viajar aos Estados Unidos/USA Collins em Santo Antônio do Alto Madeira.
e ao México com a missão de buscar recursos financeiros Porém o governo boliviano não desistiu da constru-
para construir a ferrovia. Teve ótimo acolhimento do pre- ção dessa ferrovia estratégica para seu comércio de ex-
sidente do México, entregando-lhe uma carta de apre- portação e importação com os Estados Unidos/USA e a
sentação ao engenheiro civil George Earl Church, coronel Europa. Visando o alcance desse objetivo, firmou novo
do exército norte-americano, o qual se interessou pelo tratado com o governo imperial do Brasil, em 15 de maio
projeto, viajando à Bolívia em 1868, obtendo a concessão de 1882, idêntico ao anterior (1.867), ficando explicito em
para explorar a navegação entre os rios Mamoré e Ma- uma de suas cláusulas, a obrigação do Brasil construir por
deira canalizando os trechos encachoeirados, fundando a sua exclusiva espensa, no prazo de quatro anos a ferrovia
empresa Bolivian Navegation Company, vendendo suas Madeira-Mamoré.
ações na Europa, principalmente na Inglaterra. Para o cumprimento dessa cláusula, o governo bra-
1- O Church desistiu do projeto da construção de sileiro criou em 25 de novembro de 1.882 a Comissão
canais, mudando-o para construção de ferrovia (1.869), Morsing chefiada pelo engenheiro Carlos Alberto Mor-
como esta seria construída no Brasil, viajou ao Rio de sing para projetar e construir a ferrovia. Morsing e seus
janeiro (1.870), obtendo de Dom Pedro II a autorização comandados chegaram em Santo Antônio do Alto Ma-
pretendida e mais a concessão de explorar a ferrovia du- deira, em 19 de março de 1.883, permanecendo cinco
rante cinqüenta anos, fundando a empresa Madeira And meses, neste espaço de tempo pereceram vinte membros
Mamoré Railway. Tendo o governo boliviano como ava- de sua equipe de trabalho, entre os quais o já famoso
lista, Church em 1.872, conseguiu o empréstimo de um engenheiro Índio do Brasil, Morsig adoece gravemente,
milhão e setecentas mil libras dos banqueiros ingleses com a Comissão toda enferma, retira-se em 19 de agos-
Erlanger & Co. No período de 1.872/1.879 contratou qua- to do citado ano para Manaus. Apresentou ao governo
tro empresas construtoras: duas inglesas 1 (Public Works o projeto da Construção da ferrovia com 361,7 Km de
1.872/1.873- Reed Bros & Co.1.875) e duas norte-ameri- extensão, orçada em 17.048: 780$ 000 (Dezessete Mil,
canas 2 (Dorsey And Caldwell 1.874. P.&T.Collins 1.877/ Quarenta e Oito contos, Setecentos e oitenta Mil Reis),

4
HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE RONDÔNIA

iniciando-se em Ponto Velho, local a 7 Km abaixo da ca- de Dios no qual se encontrava os seringais de seu vale
choeira de Santo Antônio e concluindo-se em frente a pertenciam ao Senador Antônio Vaca Diez e a Dom Ni-
cachoeira de Guajará-Mirim. colau Sánchez. Que o rio Madre de Dios era afluente do
Em 1884, em substituição a Comissão Morsing foi rio Beni, e os seringais nele instalados eram de proprie-
criada outra chefiada pelo engenheiro Júlio Pinkas, a qual dades dos irmãos Suarez, todos empresário bolivianos.
chegou à Manaus no dia 3 de março deste ano, porém, Seguindo viajem penetrou no rio Beni alcançando a sede
a delonga para solução de questões burocráticas, Pinkas da empresa Suarez sendo recebido com manifestações
foi surpreendido com a proclamação da república (1.889) de apreços e admiração por uma embarcação peruana
extinguindo a sua Comissão. haver chegado ao Beni proveniente do Oriente do Peru.
O governo do novo regime político estabelecido Os empresários bolivianos constituíram uma sociedade
honrou os acordos e tratados internacionais firmados comercial com Fitazcarrald, para exportar borracha e im-
pelo Império. Assim, em 30 de maio de 1.891, criou a portar mercadorias de abastecimento dos seringais pela
Companhia Estrada de Ferro Madeira e Guaporé e, por via fluvial rios Beni-Madre de Dios-Manu-transpondo a
intermédio do Decreto n° 365, nesta data expediu con- carga em lombo de animal na estrada do istmo seguin-
cessão aos empresários José Eulálio da Silva Oliveira e do rios Urubamba-Ucayale-Solimões até Manaus. E os
Francisco Mendes Rocha, autorizando-os a construírem produtos importados percorrendo rota inversa Manaus,
uma ferrovia entre Humaitá no rio Madeira e a confluên- Iquito, Cachuela Esperanza no rio Beni, evitando a nave-
cia do rio Guaporé com rio Mamoré (em Surpresa), com gação no trecho encachoeirado do baixo Mamoré e do
800 Km de extensão, concessão cancelada em 1.893. alto Madeira.
Enquanto no Brasil a construção da ferrovia entra-
va em compasso de espera o empresário peruano Carlos Fonte: http://gentedeopiniao.com.br/noticia/deca-
Fermin Fitazcarrald estabelecido na cidade de Iquito, pro- dencia-dos-vales-dos-rios-guapore-mamore-e-madei-
prietário de extensos seringais no vale do rio Ucayale em- ra-ii/38125
preendia em 1.890 explorações pesquisadoras, em busca
de uma via de transporte menos dificultosa e onerosa
para o escoamento da produção de borracha e o abaste-
cimento dos seus seringais. Foi informado da existência
de uma ligação fluvial entre os rios Ucayale e Purus, de- 3. A QUESTÃO DAS FRONTEIRAS ENTRE
cidiu encontra-la. Organizou uma expedição a qual subiu AMÉRICA PORTUGUESA E O IMPÉRIO
o rio Ucayale até a foz do rio Urubamba seu afluente por HISPÂNICO E A CRIAÇÃO DA CAPITANIA DE
este prosseguindo rumo a sua nascente, estacionando MATO GROSSO;
em um ponto o qual afirmavam os índios, está separado
por estreita faixa de terra de um rio que desaguava no
Purus. Fitzcarrald pessoalmente foi averiguar, após três
dias de exaustiva caminhada em densa floresta se depa-
rou com portentoso curso d`água. Retornou ao ponto de Entre os séculos XVI e XVII, observamos que a vigên-
estacionamento determinou aos seus auxiliares que uns cia da União Ibérica (1580 – 1640) e o desenvolvimento
descessem e outros subissem o rio recrutando pessoal de outras ações estipularam um novo desenho ao pro-
munido de terçado, machado, enxada e outras ferramen- cesso de ocupação do espaço colonial brasileiro. Além
tas disponíveis para construir um caminho na floresta da invalidação do Tratado de Tordesilhas (dada no tempo
ligando os dois rios, e por este transpor um navio em- em que Espanha e Portugal foram governados por uma
purrando-o por força humana, sobre rolos de troncos de mesma coroa), a ação dos bandeirantes, pecuaristas e je-
árvores. Após muitos dias de penoso trabalho e algumas suítas tiveram grande peso para que o nosso território se
mortes por acidentes, transpuseram o navio do rio Urum- tornasse maior.
bamba para o rio ainda desconhecido. Após pagar o ser- Chegando ao século XVIII, notamos que os limites
viço dos contratados, mandando reconduzi-los às suas das colonizações lusitana e hispânica nas Américas deve-
casas, ordenou a seu pessoal construir acampamentos riam ser repensados a partir de critérios que estivessem
nas duas extremidades do caminho. Com o navio recarre- em concordância com a ocupação desenvolvida. De fato,
gado de mercadorias e com parte da expedição, iniciou a observamos que este não foi um processo de simples
decida no rio que julgava ser o Purus. Porém, com alguns execução. Afinal de contas, a reformulação dos limites
dias de viagem, se convenceu está enganado por não coloniais envolvia o atendimento de interesses políticos
haver encontrado embarcações e nenhum morador em que extrapolavam a demanda dos governos responsáveis
suas margens, visto o Purus ser intensamente navegado pela fabricação de tais contratos.
e bastante habitado. Chegando à foz do rio, prosseguiu a Em 1713, um primeiro tratado foi assinado com o
decida no qual deságua. Com três dias de viajem encon- objetivo de se definir o processo de ocupação da re-
trou os primeiros barracões de seringais, sendo informa- gião amazônica. Firmado entre França e Portugal, esse
do que o rio percorrido era o Manu afluente do rio Madre primeiro tratado estabeleceu a retirada dos franceses da

5
HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE RONDÔNIA

margem esquerda do Rio Amazonas e instituiu o rio Oia- Em 1748, foi criada a capitania de Mato Grosso, con-
poque como a divisa natural para as terras francesas e cedendo a coroa portuguesa isenções e privilégios a
lusitanas na região norte do território. Tal tratado foi as- quem ali quisesse se instalar. Foram feitas diversas ex-
sinado na cidade holandesa de Utrecht, que logo serviu pedições financiadas por Portugal. Essas expedições par-
para outra negociação entre Espanha e Portugal. tiam de qualquer lugar do Brasil e não ultrapassavam o
No ano de 1715, Portugal e Espanha voltaram à mes- Tratado de Tordesilhas. Mais tarde, as chamadas bandei-
ma cidade holandesa para definirem questões de limites ras foram financiadas pelos paulistas. Somente eles fo-
na região sul do território. Por esse acordo, os espanhóis ram ao oeste, ultrapassando a linha de Tordesilhas.
reconheceram a colônia de Sacramento, que ficava nas As expedições feitas pelos paulistas tinham caráter
proximidades da cidade de Buenos Aires. Tal acordo aca- econômico: queriam mão de obra escrava indígena, ouro
bou gerando a insatisfação dos castelhanos, que funda- e pedras preciosas. Para fiscalizar a exploração do ouro
ram a colônia de Montevidéu no ano de 1726. Onze anos e da renda, a região de Mato Grosso era subordinada à
depois, visando garantir o controle da região sul, os por- Capitania de São Paulo, governada por Rodrigo César de
tugueses fundaram a colônia do Rio Grande. Meneses. O governador da capitania mudou-se para o
Visto como um dos mais importantes acordos diplo- arraial e logo a elevou à categoria de vila chamando-a de
máticos do século XVIII, o Tratado de Madri, de 1750, rei- Vila Real do Bom Jesus de Cuiabá.
vindicava a adoção do princípio de “uti possidetis” (ou O nome Mato Grosso foi cunhado pela primeira vez
seja, posse útil da terra) para que as fronteiras portugue- pelos irmãos Fernando e Artur Paes de Barros em 1734,
sas e espanholas fossem finalmente definidas. Por meio quando atrás dos índios Parecis, descobriram uma mina
de ouro situadas nas margens do rio Galera, no vale do
dessa nova medida, os limites de fronteira nas regiões
Guaporé. Apelidaram o lugar de Minas do Mato Grosso.
do Mato Grosso e Amazônia foram garantidos. Além dis-
Mato Grosso, que era o segundo maior estado do
so, esse mesmo acordo propôs a entrega da colônia de
Brasil, foi desmembrado na década de 1970 com a cria-
Sacramento aos espanhóis em troca da região dos Sete
ção do estado de Mato Grosso do Sul. Após a divisão,
Povos das Missões.
o Pará tomou a posição de segundo maior estado, mas,
A promoção desse acordo acabou fomentando o
mesmo após ter pedido mais de 350 mil quilômetros
desenvolvimento das chamadas “Guerras Guaraníticas”
quadrados, Mato Grosso ainda ocupa a terceira posição.
(1753 - 1756), em que padres jesuítas da região de Sete
O principal argumento utilizado para a divisão do es-
Povos se recusaram a serem transferidos para outras
tado foi a dificuldade em desenvolver a região diante da
terras ou a se submeterem ao domínio português. Com grande extensão e diversidade. A assinatura do decreto
esse conflito, observamos que o Tratado de Madri teve de que estabeleceu a divisão aconteceu em 11 de outubro
ser anulado até a formulação de outro acordo capaz de de 1977. No entanto, a criação do novo Estado ocorreu,
resolver os problemas da região sul. Foi então que, em efetivamente, em 1º de janeiro de 1979. Foi o presidente
1777, o Tratado de Idelfonso foi assinado entre Portugal Ernesto Geisel quem decidiu pela divisão e assinou a Lei
e Espanha. Complementar número 31.
Por esse novo acordo, os portugueses teriam sua au-
toridade nas regiões do Rio Grande e Santa Catarina as- Fonte: http://www3.mt.gov.br/imprime.php?ci-
seguradas. Em contrapartida, os espanhóis ficariam defi- d=70485&sid=92
nitivamente com as colônias de Sacramento e a região de
Sete Povos das Missões. Apesar da nova determinação,
os portugueses acabaram se mantendo no controle das
regiões jesuíticas do sul. Desse modo, o Tratado de Bada- 4. A ECONOMIA COLONIAL NOS VALES
jós, de 1801, acabou oficializando o domínio português DO GUAPORÉ E MADEIRA: MINERAÇÃO,
nos Sete Povos das Missões. DROGAS DO SERTÃO, O ESCRAVISMO, O
Fonte: http://brasilescola.uol.com.br/historiab/os- CONTRABANDO E AS ROTAS FLUVIAIS;
novos-tratados-limites-america-portuguesa.htm
As primeiras incursões do mundo ocidental no ter-
ritório que é hoje conhecido como Mato Grosso, deu-se
no período de 1525, quando o navegante Pedro Aleixo Ainda no século XVI representantes da coroa portu-
Garcia partiu em direção à Bolívia, seguindo as águas dos guesa se aventuraram pelas brenhas amazônicas, tendo,
rios Paraná e Paraguai. passado pelos vales do Madeira-Guaporé-Mamoré. Na
Mais tarde, com a descoberta de ouro e diamante realidade se pensava em utilizar essa região como ponte
na região, chegaram os portugueses e espanhóis. Com de passagem e ligação entre as colônias do Sul e as do
os garimpeiros vieram também jesuítas, que criaram Mis- extremo Norte. Uma ligação extremamente arriscada e
sões entre os rios Paraná e Paraguai, com o objetivo de difícil de ser realizada.
assegurar os limites de Portugal, já que as terras estavam Um dos primeiros passos de Portugal para assegu-
nos limites da Espanha por conta do Tratado de Tordesi- rar sua posse sobre a região do Guaporé foi a ocupação
lhas. desses vales, de onde extraia ouro e as drogas do sertão.

6
HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE RONDÔNIA

Essa ocupação se deu pela ação dos bandeirantes que, ao trabando espanhol. Havia possibilidade de se expandir
mesmo tempo, explorava e ocupava. Além disso, a ocu- os engenhos, mas nem isso prosperou. O fato é que no
pação se realizou pela presença militar o que pode ser vale do Guaporé havia falta de gente, de comida, de gado
comprovado pelas inúmeras construções fortificadas. e de minerais valiosos. Só sobrava escravidão e penúria.
Era necessária, entretanto uma ocupação estável, O abastecimento da região, inicialmente era feito
para assegurar a posse. Somente as expedições aprisio- através de caravanas paulistas. Com a descoberta da pos-
nando indígenas e colhendo as drogas do sertão não sibilidade da rota fluvial, o abastecimento passou a ser
assegurava a presença colonizadora e definitiva. Ale dis- feito a partir de Belém, pelos rios Amazonas, Madeira,
so, não cessava a constância dos conflitos, tanto com os Mamoré, Guaporé. Mas isso só depois de 1754, quan-
índios como com os castelhanos, que também estavam do foi franqueada a navegação. Nessa época os rios que
ocupando a região de oeste para leste. serviam de rota para o contrabando passaram a servir
Foi com vistas nessa presença constante que, ainda de caminho de integração e rota de colhimento de im-
antes da assinatura do Tratado de Madri, d. Antônio Ro- postos. Entretanto essa forma de abastecimento não ba-
lim de Moura recebeu a incumbência de povoar a região rateou o custo das mercadorias. Mesmo com a criação
do Guaporé. Nessa ocasião foi criada a capitania de Mato da Companhia de Comércio do Grão Pará e Maranhão o
Grosso e Rolim de Moura coordenou a estruturação da abastecimento continuou insuficiente, caro e mantendo
capital daquela província, às margens do Guaporé. E ci- o endividamento dos mineradores, ampliando o ciclo da
dade, Vila Bela da Santíssima Trindade, além de assegurar escravidão: passavam a ser escravos, além do negro e do
a presença portuguesa, seria um ponto de coleta de im- índio, o colono branco que dependia desses meios e vias
postos sobre a mineração. de transporte.
Em 1734, quando da descoberta de ouro nas proximi- O vale do Guaporé, principalmente a partir do séc.
dades do Guaporé a produção do Moto Grosso já estava
XVIII transformou-se em uma espécie de abrigo de in-
em declínio. Para melhor explorar os novos locais o go-
desejáveis e depósito dos proscritos do sistema. Prisão
verno da capitania de São Paulo promoveu uma “guerra
sem paredes ou grades, onde os desclassificados pode-
justa” conta os índios a fim de conseguir escravos para a
riam ser úteis para o poder. Brancos endividados e crimi-
mineração. Essa empreitada, como outras tantas, dizimou
nosos viriam a ser a elite dos colonizadores do vale. Em
alguns grupos indígenas.
contrapartida o conjunto de anônimos era formado por
Vale a pena destacar que nessa época a tecnologia
indigentes de outras áreas, prevalecendo a população
de mineração era muito rudimentar o que fazia cada fais-
negra e mestiça. Muitos romances poderiam ser escritos
queira ou lavra possuir uma vida útil muito curta, o que,
contando as sagas e epopeias de quantos se aventura-
por sua vez, provocava um processo migratório constan-
ram, desbravaram e morreram nas brenhas amazônicas
te, em busca de novos veios auríferos. Também é preciso
destacar que os trabalhos nas lavras e faisqueiras era ex- e de Rondônia.
tremamente insalubre. Mesmo assim os “campos d’oro” A política dos governadores da província do Mato
como era conhecido o vale do Guaporé sobreviveu, em Grosso permitia que brancos, mamelucos e mestiços,
virtude da abundância de minério; mas não prosperou, mais claros conseguissem o prestígio que seria impossí-
pois a abundância era aparente. Não se ergueram cida- vel em outras regiões. A sociedade poderia ser assim des-
des ao redor da febre do ouro guaporeano. E a febre pas- crita: a elite branca, formada pelos governadores e seus
sou logo. Entretanto no final do século XVII o vale do auxiliares, os ricos proprietários e os comerciantes; as
Guaporé foi sendo abandonado: pelos mineradores que camadas médias era formada pelos pequenos e médios
procuravam regiões mais ricas, pela falta de investimen- comerciantes e alguns ex-escravos já donos de lavras,
to, visto ser improdutiva e também pelos governadores homens pobres e livres, mineradores e agricultores e ho-
Gerais que passavam a maior parte de seu tempo em mens que compunham as expedições dos sertanistas. Por
Cuiabá. No vale permaneciam apenas os negros libertos, fim os escravos negros em menor número e índios. Como
entregues à própria sorte. E com isso estava sendo decre- a maioria da população era constituída de homens era
tada a sorte da região: o abandono. comum e elevado o índice de violência.
Nesses anos dos séculos XVII e XVIII, a agricultura As péssimas condições sanitárias mais o ambiente
era apenas de subsistência. Raramente se explorava al- natural ocasionavam um elevado número de doenças, fa-
gum excedente e quando havia o mesmo era levado para zendo com que a morte acompanhasse o dia-a-dia das
o Pará ou contrabandeado para a região castelhana, do pessoas. As principais causas de doenças eram: malária,
outro lado do rio. A terra era fértil, mas a extração de corruções, febres catarrais, pneumonia, diarreia, tubercu-
ouro era mais promissora e de rentabilidade maior e mais lose, febre amarela, tifo e cólera. E quase todas mortais,
imediata. Mas a fertilidade da terra era de curta duração... por falta de acesso a tratamento.
O mesmo vale para a  Pecuária. Havia demanda por Os escravos eram usados em diferentes atividades:
carne, mas não havia interesse em criar concorrentes nas faisqueiras, nas lavras e sesmarias. Nas grandes pro-
para os produtores do sul. As poucas cabeças de gado priedades eram controlados pelos feitores – em geral de
que entrou na região vieram de São Paulo ou do con- origem negra – mas entre os pequenos proprietários ha-

7
HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE RONDÔNIA

via uma relação mais próxima, mas nem por isso menos so, não cessava a constância dos conflitos, tanto com os
sujeita a revoltas, fugas e insurreições. Também havia os índios como com os castelhanos, que também estavam
“pretos Del Rey” propriedade da coroa, que estavam a ocupando a região de oeste para leste.
serviço do governador, para a edificação de obras pú- Foi com vistas nessa presença constante que, ainda
blicas. Esses escravos podem ser vistos como verdadei- antes da assinatura do Tratado de Madri, d. Antônio Ro-
ros equipamentos de serviço público, eram poucos e os lim de Moura recebeu a incumbência de povoar a região
governadores se obrigavam a alugar mais escravos junto do Guaporé. Nessa ocasião foi criada a capitania de Mato
aos proprietários. Em 1752 Rolim de Moura criou a Com- Grosso e Rolim de Moura coordenou a estruturação da
panhia dos Homens Pretos e Mulatos. capital daquela província, às margens do Guaporé. E ci-
Suas condições de vida não sendo boas os escravos dade, Vila Bela da Santíssima Trindade, além de assegurar
do vale do Guaporé tendiam a se revoltar individual e a presença portuguesa, seria um ponto de coleta de im-
coletivamente. Durante a segunda metade do século XVII postos sobre a mineração.
eram comuns as fugas de escravos, formando quilom- Em 1734, quando da descoberta de ouro nas proximi-
bos, com um destaque para o de Quariterê (do Piolho) dades do Guaporé a produção do Moto Grosso já estava
que existiu de 1752 a 1795, ano em que foi destruído. Os em declínio. Para melhor explorar os novos locais o go-
escravos aprisionados pela bandeira de Francisco Melo verno da capitania de São Paulo promoveu uma “guerra
Palheta acabaram sendo libertados por Cáceres que lhes justa” conta os índios a fim de conseguir escravos para a
ordenou fundarem a aldeia de Carlota. mineração. Essa empreitada, como outras tantas, dizimou
Entre as principais causas de decadência do vale do alguns grupos indígenas.
Guaporé podem ser mencionadas: insalubridade, deca- Vale a pena destacar que nessa época a tecnologia
dência do ouro, dificuldade de acesso e permanência, de mineração era muito rudimentar o que fazia cada fais-
hostilidade índia. Além disso nas primeiras décadas do queira ou lavra possuir uma vida útil muito curta, o que,
século XIX a capital foi transferida para Cuiabá, onde os por sua vez, provocava um processo migratório constan-
capitães generais já passavam a maior parte do tempo, te, em busca de novos veios auríferos. Também é preciso
permanecendo Vila Bela abandonada, como herança aos destacar que os trabalhos nas lavras e faisqueiras era ex-
negros que ali ficaram abandonados. tremamente insalubre. Mesmo assim os “campos d’oro”
como era conhecido o vale do Guaporé sobreviveu, em
Fonte: http://www.webartigos.com/artigos/a-coloni- virtude da abundância de minério; mas não prosperou,
zacao-do-vale-do-guapore/5116/#ixzz4p58PX1iF pois a abundância era aparente. Não se ergueram cida-
des ao redor da febre do ouro guaporeano. E a febre pas-
sou logo. Entretanto no final do século XVII o vale do
Guaporé foi sendo abandonado: pelos mineradores que
procuravam regiões mais ricas, pela falta de investimen-
5. COLONIZAÇÃO E POVOAMENTO NO VALE to, visto ser improdutiva e também pelos governadores
DO MADEIRA E DO GUAPORÉ NOS SÉCULOS Gerais que passavam a maior parte de seu tempo em
XIX E XX Cuiabá. No vale permaneciam apenas os negros libertos,
entregues à própria sorte. E com isso estava sendo decre-
tada a sorte da região: o abandono.
Nesses anos dos séculos XVII e XVIII, a agricultura
Ainda no século XVI representantes da coroa portu- era apenas de subsistência. Raramente se explorava al-
guesa se aventuraram pelas brenhas amazônicas, tendo, gum excedente e quando havia o mesmo era levado para
passado pelos vales do Madeira-Guaporé-Mamoré. Na o Pará ou contrabandeado para a região castelhana, do
realidade se pensava em utilizar essa região como ponte outro lado do rio. A terra era fértil, mas a extração de
de passagem e ligação entre as colônias do Sul e as do ouro era mais promissora e de rentabilidade maior e mais
extremo Norte. Uma ligação extremamente arriscada e imediata. Mas a fertilidade da terra era de curta duração...
difícil de ser realizada. O mesmo vale para a  Pecuária. Havia demanda por
Um dos primeiros passos de Portugal para assegu- carne, mas não havia interesse em criar concorrentes
rar sua posse sobre a região do Guaporé foi a ocupação para os produtores do sul. As poucas cabeças de gado
desses vales, de onde extraia ouro e as drogas do sertão. que entrou na região vieram de São Paulo ou do con-
Essa ocupação se deu pela ação dos bandeirantes que, ao trabando espanhol. Havia possibilidade de se expandir
mesmo tempo, explorava e ocupava. Além disso, a ocu- os engenhos, mas nem isso prosperou. O fato é que no
pação se realizou pela presença militar o que pode ser vale do Guaporé havia falta de gente, de comida, de gado
comprovado pelas inúmeras construções fortificadas. e de minerais valiosos. Só sobrava escravidão e penúria.
Era necessária, entretanto uma ocupação estável, O abastecimento da região, inicialmente era feito
para assegurar a posse. Somente as expedições aprisio- através de caravanas paulistas. Com a descoberta da pos-
nando indígenas e colhendo as drogas do sertão não sibilidade da rota fluvial, o abastecimento passou a ser
assegurava a presença colonizadora e definitiva. Ale dis- feito a partir de Belém, pelos rios Amazonas, Madeira,

8
HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE RONDÔNIA

Mamoré, Guaporé. Mas isso só depois de 1754, quan- Suas condições de vida não sendo boas os escravos
do foi franqueada a navegação. Nessa época os rios que do vale do Guaporé tendiam a se revoltar individual e
serviam de rota para o contrabando passaram a servir coletivamente. Durante a segunda metade do século XVII
de caminho de integração e rota de colhimento de im- eram comuns as fugas de escravos, formando quilom-
postos. Entretanto essa forma de abastecimento não ba- bos, com um destaque para o de Quariterê (do Piolho)
rateou o custo das mercadorias. Mesmo com a criação que existiu de 1752 a 1795, ano em que foi destruído. Os
da Companhia de Comércio do Grão Pará e Maranhão o escravos aprisionados pela bandeira de Francisco Melo
abastecimento continuou insuficiente, caro e mantendo Palheta acabaram sendo libertados por Cáceres que lhes
o endividamento dos mineradores, ampliando o ciclo da ordenou fundarem a aldeia de Carlota.
escravidão: passavam a ser escravos, além do negro e do Entre as principais causas de decadência do vale do
índio, o colono branco que dependia desses meios e vias Guaporé podem ser mencionadas: insalubridade, deca-
de transporte. dência do ouro, dificuldade de acesso e permanência,
O vale do Guaporé, principalmente a partir do séc. hostilidade índia. Além disso nas primeiras décadas do
XVIII transformou-se em uma espécie de abrigo de in- século XIX a capital foi transferida para Cuiabá, onde os
desejáveis e depósito dos proscritos do sistema. Prisão capitães generais já passavam a maior parte do tempo,
sem paredes ou grades, onde os desclassificados pode- permanecendo Vila Bela abandonada, como herança aos
riam ser úteis para o poder. Brancos endividados e crimi- negros que ali ficaram abandonados.
nosos viriam a ser a elite dos colonizadores do vale. Em
contrapartida o conjunto de anônimos era formado por Fonte: http://webartigos.com/artigos/a-coloniza-
indigentes de outras áreas, prevalecendo a população cao-do-vale-do-guapore/5116#ixzz4p5AZ4uDE
negra e mestiça. Muitos romances poderiam ser escritos Fonte: http://webartigos.com/artigos/a-colonizacao-
contando as sagas e epopéias de quantos se aventura- do-vale-do-guapore/5116
ram, desbravaram e morreram nas brenhas amazônicas
e de Rondônia.
A política dos governadores da província do Mato
Grosso permitia que brancos, mamelucos e mestiços,
mais claros conseguissem o prestígio que seria impossí- 6. O ADVENTO DA EXPLORAÇÃO
vel em outras regiões. A sociedade poderia ser assim des- SERINGUEIRA E A QUESTÃO DAS
crita: a elite branca, formada pelos governadores e seus FRONTEIRAS;
auxiliares, os ricos proprietários e os comerciantes; as
camadas médias era formada pelos pequenos e médios
comerciantes e alguns ex-escravos já donos de lavras,
homens pobres e livres, mineradores e agricultores e ho-
Introdução
mens que compunham as expedições dos sertanistas. Por
 
fim os escravos negros em menor número e índios. Como
a maioria da população era constituída de homens era No final do século XIX a recém criada indústria de
comum e elevado o índice de violência. automóveis estava em plena expansão. As empresas e a
As péssimas condições sanitárias mais o ambiente classe média correram para adquirir o meio de transporte
natural ocasionavam um elevado número de doenças, fa- do momento. Com isso, a demanda pela borracha au-
zendo com que a morte acompanhasse o dia-a-dia das mentou significativamente, pois este produto era matéria-
pessoas. As principais causas de doenças eram: malária, -prima para a fabricação de pneus. 
corruções, febres catarrais, pneumonia, diarreia, tubercu- Expansão da produção e suas consequências 
lose, febre amarela, tifo e cólera. E quase todas mortais, O Brasil passou a exportar toneladas de borracha,
por falta de acesso a tratamento. principalmente para as fábricas de automóveis norte-a-
Os escravos eram usados em diferentes atividades: mericanas. As principais regiões produtoras de borracha
nas faisqueiras, nas lavras e sesmarias. Nas grandes pro- eram os estados do Pará e Amazonas, utilizando a extra-
priedades eram controlados pelos feitores – em geral de ção do látex das seringueiras, que havia em abundância
origem negra – mas entre os pequenos proprietários ha- na região da floresta amazônica.
via uma relação mais próxima, mas nem por isso menos Esta rápida expansão da produção de borracha atraiu
sujeita a revoltas, fugas e insurreições. Também havia os grande quantidade de trabalhadores para a região, prin-
“pretos Del Rey” propriedade da coroa, que estavam a cipalmente, nordestinos que fugiam da seca nordestina
serviço do governador, para a edificação de obras pú- e estavam em busca de emprego e melhores condições
blicas. Esses escravos podem ser vistos como verdadei- de vida.
ros equipamentos de serviço público, eram poucos e os Na primeira década do século XX, o Brasil tornou-se
governadores se obrigavam a alugar mais escravos junto o maior produtor e exportador mundial de borracha. Em
aos proprietários. Em 1752 Rolim de Moura criou a Com- 1910, por exemplo, chegou a exportar, aproximadamen-
panhia dos Homens Pretos e Mulatos. te, 40 mil toneladas do produto.

9
HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE RONDÔNIA

Este crescimento econômico da região amazônica da década de 80 para fins turísticos em Porto Velho e
foi acompanhado de significativo desenvolvimento ur- Guajará-Mirim durante o governo do Coronel Jorge Tei-
bano. Muitas cidades surgiram e outras se desenvolve- xeira.
ram como, por exemplo, Manaus.. O comércio interno
aumentou significativamente e a renda dos habitantes 1861: Quentin Quevedo a serviço do governo boli-
melhorou. Esta euforia contribuiu para a construção de viano faz estudos sobre a viabilização. de transportes nos
casas, prédios públicos, estradas, teatros e escolas. trechos encachoeirados do Madeira e do Mamoré, a Bolí-
Crise da borracha via precisava criar condições satisfatórias para a exporta-
Na década de 1910, empresários holandeses e ingle- ção através do Atlântico, das mercadorias produzidas no
ses entraram no lucrativo mercado mundial de borracha. Altiplano e nas áreas da Planície Amazônica. O governo
Passaram a produzir, em larga escala e custos baixos, o do Amazonas envia João Marfins da Silva Coutinho para
produto na Ásia (Ceilão, Indonésia e Malásia). A concor- efetuar estudos semelhantes na região. Ambos os rela-
rência fez com que, no começo da década de 1920, a ex- tórios apresentam conclusões semelhantes apontando-
portação da borracha brasileira caísse significativamente. se para a necessidade de construção de uma ferrovia na
Era o fim do ciclo da borracha no Brasil. Muitas cidades se região encachoeirada.
esvaziaram, entrando em plena decadência. A Guerra do Paraguai leva o Estado Brasileiro a en-
viar um destacamento militar para as selvas do Madeira
Fonte: http://www.suapesquisa.com/historiadobrasil/ fixando-se na primeira cachoeira, no povoado de Santo
ciclo_borracha.htm Antônio, garantindo a manutenção e viabilização da rota
fluvial do Madeira que possibilitou a comunicação com
o Mato Grosso durante o conflito contra Solano Lopes.

7. AS DIVERSAS ETAPAS DA CONSTRUÇÃO 1867-1868 o governo de Dom Pedro 11 envia para o


DA FERROVIA MADEIRA MAMORÉ; vale do Madeira os engenheiros alemães Franzc joscph
Keller que realizam estudos para a viabilização de trans-
portes no trecho encachoeirado do Madeira.

A construção da Ferrovia Madeira Mamoré marcou 1869: George Earl Church obtém concessão do go-
um importante ponto nas relações diplomáticas entre verno boliviano para explorar os transportes entre o
Brasil e Bolívia. Constitui-se também num elemento de- Madeira e o Mamoré. Seus planos são modificados para
finidor da ação Imperialista de potências estrangeiras na a construção de uma ferrovia pelos vales do Madeira e
região amazônica. A Madeira Mamoré representa um dos Mamoré.
marcos da modernidade capitalista liberal nos confins da
selva do Madeira. 1870-1873: Church obtém do governo brasileiro a
A construção da EFMM objetivava atender as necessi- permissão para construir uma ferrovia no vale do alto
dades de transporte de mercadorias e cargas pelo trecho Madeira. É criada a Madeira-Mamoré Railway Cornpany
encachoeirado do Madeira e Mamoré. Deveria facilitar o Ltd. Chegam a Santo Antônio 25 engenheiros da emprei-
escoamento da produção de borracha e das exportações teira inglesa Publics Works, contratada por Church para
bolivianas. A construção da ferrovia atende também ao as obras da EFMM. Após ataques indígenas, surtos de fe-
que foi previsto pelo Tratado de Petrópolis e constituiu- bre malária e fome, os engenheiros e os trabalhadores da
se em um dos elementos decisivos para o impulso do Publics Works abandonam Santo Antônio e consideram
recente processo de migração para a região desencadea- impossível a construção da ferrovia
da a partir do século XX. Ao longo da ferrovia surgiram
diversos núcleos de povoamento e dois munícipios; Porto 1877-1881: Church contrata os serviços da emprei-
Velho e Guaiará-Mirim. teira norte-americana p & T Collins para a construção da
‘Trabalharam em suas obras mais de 20.000 operários EFMM. Partem da Filadélfia navios, equipamentos, ma-
de diversas nacionalidades. Calcula-se que 6.500 traba- teriais ferroviários, provisões e trabalhadores para Santo
lhadores tenham morrido vitimas das doenças tropicais. Antônio do Madeira. O navio Metrópolis naufraga per-
A obra custou o equivalente a vinte e oito toneladas de dendo 700 Ton. de carga e 80 trabalhadores destinados
ouro pelo câmbio de 1912. A construção da ferrovia deu a ferrovia ( 29 de janeiro de 1878). Ao se inaugurado o
a Companhia Madeira Mamoré o direito de exploração primeiro trecho da ferrovia, a locomotiva capota. Crises,
das terras que lhe eram adjacentes. atrasos nos pagamentos, doenças tropicais, ataques indí-
Com a crise da borracha e a retração da economia genas e dificuldades ambientais derrotam a P & T Collins
amazônica EFMM entrou em decadência. Foi nacionali- que declara falência em 1881.
zada em 193 1 e desativada pelo 5° BEC por ordem do
Ministério do Interior, em 10 de julho de 1972. Alguns 1882-1884: As expedições Morsing e Júlio Pinkas
pequenos trechos, no entanto, foram reativados no início atuam no vale do alto Madeira.

10
HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE RONDÔNIA

1903: Em 10 de outubro, é assinado o Tratado de Pe- e Guaporé, além desses houve também a contratação de
trópolis e o Brasil se compromete junto a Bolívia na cons- mão de obra. Esses trabalhadores nacionais e estrangei-
trução da EFMM. ros além de atuarem na construção da Estrada de Ferro
Madeira-Mamoré, foram utilizados em diversas outras
1905: O Ministério da Indústria e Comércio reali- circunstâncias nos seringais, na construção da linha tele-
za licitação para a construção da EFMM. O engenheiro gráfica Mato Grosso/Amazonas e na demarcação territo-
carioca Joaquim Catramby vence e repassa os direitos rial do atual estado de Rondônia.
a Percival Farquhar que cria a Madeira Mamoré Railway O grupo de Farqühar tentou, inicialmente, a “impor-
Company, com sede no Maine/EUA tação” (assim era chamado o processo de captação de
mão de obra) de trabalhadores espanhóis que haviam
1907-1912: Construção da EFMM pela empreitei- servido à construção das estradas de ferro que Cuba.
ra May, Jekyll and Randolph/Fundação’ de Porto Velho/ onde algumas concessões pertenciam a este empresário.
Oswaldo Cruz visita Porto Velho durante uma epidemia Contudo a divulgação dos perigos e da insalubridade da
de malária e febre amarela/Construção do Hospital da região da Madeira-Mamoré teria afugentado esses pri-
Candelária/O vapor Satélite chega a Santo Antônio do meiros trabalhadores.
Madeira com uma carga humana de degredados ligados Então um certo capitão Walter Dudley propôs a ideia
aos movimentos da Revolta da Armada no Rio de Janeiro. de aliciar nativos das colônias inglesas da América Cen-
tral. A vantagem da atração desse tipo de mão de obra
1908: Criado o município e a Comarca de Santo An- estava em que muitos já haviam adquirido experiência
tônio do Madeira. na construção de ferrovias e do canal do Panamá, em
1914: Criado o município de Porto Velho. sua região de origem. Em segundo lugar, as perspectivas
1915: Instalação do município de Portão Velho tendo de absorção da força de trabalho nessas colônias eram
como primeiro superintendente o Major Guapindaia. poucas em face de problemas econômicos ali existentes.
1919: Porto Velho é elevado a categoria de cidade. Durante a primeira fase da construção da ferrovia,
1930: Getúlio Vargas assume o poder e o tenente ainda no século XIX, já se registram a presença dos bar-
Aluizio Ferreira, delegado do chefe do governo provisó- badianos entre os quase mil trabalhadores que embar-
rio do Amazonas, assume a direção da linha telegráfica caram ramo às selvas de Santo Antônio do Rio Madeira.
de Santo Antônio. Aluízio Ferreira intervém na Madeira A presença maciça desses grupos negros caribenhos só
Mamoré. se tomou uma força de expressivo destaque nos traba-
lhos da ferrovia a partir do século XX. Esses operários já
1931: O governo de Getúlio Vargas decreta interven- haviam sido utilizados com extremo sucesso em outra
ção federal sobre a EFMM e nomeia Aluizio Ferreira como empreitada de grandes dimensões, a construção do Ca-
seu diretor. nal do Panamá. Sua experiência em um ambiente tropical
hostil, como as selvas panamenhas, aliadas a seu vigor
1966: O 5° BEC instala-se em Porto Velho e procede à e ritmo altamente disciplinado fizeram deles elementos
extinção da EFMM em 10 de julho de 1972. chave do empreendimento.
A força de trabalho na construção da E.F.M.M Além desses, várias outras nacionalidades se fizeram
Para que fosse construída uma ferrovia em plena sel- representar no contingente de trabalhadores da ferro-
va, eram necessários trabalhadores. Na Amazônia do auge via como: italianos, norte-americanos, ingleses, gregos,
do ciclo da borracha todo o insuficiente volume de mão hindus, espanhóis, portugueses, recriando na Amazônia
de obra estava alocado na produção do látex, a expansão o mito bíblico de uma nova babel do imperialismo. Con-
das zonas de produção era abastecidas pela exploração tudo, parecem ter predominado esse conjunto de operá-
do silvícola e pelo aliciamento de mão de obra em ou- rios caribenhos. Procedentes de diversas nacionalidades
tras regiões do Brasil, principalmente do nordeste que na centro-americanas, Barbados, Tfinidad, Jamaica, Santa
Amazônia, preso ao endividamento se via impossibilitado Lúcia, Martinica, São Vicente, Guianas. Granadas e outras
de escolher outra ocupação. Esses fatores dificultavam o ilhas das Antilhas, esses negros, de formação protestante
recrutamento local de um contingente de trabalhadores e idioma inglês eram, de forma geral denominados “bar-
que fosse suficiente para a construção da ferrovia e tam- badianos”.
bém impossibilitava um fluxo constante de trabalhadores Em meio à euforia da borracha contigentes de operá-
durante toda a fase da construção, para repor as baixas rios construíram um dos maiores marcos da modemidade
ocasionadas por ataques de indígenas, feras, acidentes da Amazônia. A legendária Madeira-Mamoré, que interli-
de trabalho e, principalmente, pelas doenças epidêmicas gava os trechos encachoeirados do Madeira ao Mamoré,
da região, previsíveis em face das tentativas anteriores de deveria ser um símbolo. Como representação máxima da
construção da ferrovia. tecnologia e da civilização, ela deveria estabelecer e via-
Para reunir esse contingente trabalhadores foram re- bilizar as práticas do capitalismo nos ermos do extremo
crutados em diversas regiões do pais, notadamente do sertão oeste, em pleno mundo encharcado da Amazônia.
Nordeste que foram enviados para os Vales do Madeira Palco de um espetáculo audacioso e ao mesmo tempo

11
HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE RONDÔNIA

trágico, os trilhos da E.F.M.M. repousaram sobre as vidas


de milhares de operários, que em suas obras vieram tra- 9. A CRIAÇÃO DOS TERRITÓRIOS FEDERAIS
balhar. DO GUAPORÉ E DE RONDÔNIA;
Fonte: http://www.pakaas.net/estr1.htm

A criação do Território Federal do Guaporé, em


1943, e de mais quatro territórios:
8. A COMISSÃO RONDON E A INSTALAÇÃO  Iguaçu e Ponta-Porã, no Sul e Centro-Oeste;
DAS LINHAS TELEGRÁFICAS; Rio Branco e Amapá, no Norte,
representavam uma das principais metas do go-
verno de Getúlio Vargas.
Este estadista pretendia incentivar a ocupação nas
Cândido Mariano da Silva Rondon, o futuro Marechal terras da Amazônia, desenvolver o comércio e firmar a
Rondon, chefiou a Comissão das linhas telegráficas Estra- política nacionalista, base do seu governo.
tégicas do Mato Grosso ao Amazonas, que se tornaram Uma ação que se tornaria possível com a assinatu-
conhecidas também como comissão Rondon. ra do Tratado de Washington entre o Brasil e o Estados
Unidos, durante a 2ª Guerra Mundial, que daria início a
As obras de abertura das linhas foram iniciadas segunda fase do ciclo da borracha propiciando o desen-
em 1907 e concluídas  em 1915, portanto no mesmo volvimento econômico e populacional da Amazônia ron-
tempo da construção da ferrovia Madeira-Mamoré. doniense.
Na abertura das picadas pela floresta, de 6 a 100 A Sociedade Geográfica, 10 anos antes, havia sido in-
metros de largura, foram utilizados instrumentos ma- cumbida pelo presidente Getúlio Vargas de viabilizar o
nuais como facão, foice, machado e outros. estudo para a construção de 10 territórios federais. No
entanto, o estudo não incluía o município de Porto Velho,
A linha partiu de Cuiabá rumo a Santo Antônio do somente Santo Antônio e Guajará-Mirim fariam parte do
Rio Madeira, rasgando o sertão rondoniano. Ao longo des- território.
se trajeto, estabeleceram-se núcleos de povoamento que, A interferência do militar e desbravador Aluízio Fer-
mais tarde, tornaram-se cidades. reira, durante este mesmo período, foi fundamental para
a concretização do ambicioso projeto de Getúlio.
A Abertura da trilha na floresta e a instalação das li- Aluízio aproveita a visita de Getúlio Vargas a região,
nhas do telégrafo eram um trabalho eminentemente bra- em 1940, e mostra as potencialidades econômicas de
çal. Porto Velho e a sua importância na formação do futuro
Formada por civis e militares, a comissão Rondon Território. Ocupando o cargo de delegado do Governo
foi acompanhada também de técnicos e cientistas, que Federal no Alto Madeira, o então capitão Aluízio Ferreira
realizaram importantes estudos nas áreas, na zoologia, fez uma conferência, em 6 de março de 1936, na Socie-
mineralogia, geografia, etnologia e antropologia, e ainda dade dos Amigos de Alberto Torres, no Rio de Janeiro,
médicos, que atendiam os acometidos por doenças ou enfatizando a necessidade da redivisão política do País e
os acidentados. descrevendo os problemas enfrentados nos municípios
A maioria de trabalhadores compunha-se de prisio- em virtude da ausência política administrativa dos gover-
neiros e degredados, arregimentados pela vivência. nos estaduais que impediam o progresso destas regiões.
Entre eles, contavam-se os marinheiros da Revolta Além da política, uma grande amizade fortalecia o
da Chibata, ocorrida no Rio de Janeiro em 1910. trabalho desenvolvido por estes dois estadistas. O jor-
nalista João Tavares, no livro Porto Velho Conta sua His-
Rondon também incorporou aos trabalhos da linha tória – coletânea de autores regionais – cita que Getúlio
grande número das tribos bororo e pareci para suprir as Vargas se referia ao Território do Guaporé da seguinte
baixa no pessoal de trabalho braçal. forma: “O Guaporé do Aluízio”.
Um reconhecimento público dos trabalhos do militar
Os trabalhadores estavam sujeitos à coerção e à vio- para a concretização deste que foi o pioneiro dos demais
lência Física, para que fossem impedidos de fugir e para territórios federais do Brasil.
forçá-los a manter um ritmo acelerado de trabalho. Aluízio, desde 1936, realizava reuniões políticas e de
divulgação para a criação do Guaporé.
Fonte: http://rondoniaemsala.blogspot.com. Ele havia promovido também visitas de chefes mi-
br/2012/06/linha-telegrafica-em-rondonia.html litares a região e enviara ao presidente, um pedido de
desmembramento dos municípios de Guaporé e Guaja-
rá-Mirim dos estados do Mato Grosso e Amazonas. O
pedido era reforçado por assinaturas de moradores de
Guajará-Mirim recolhidas pelo diretor da Concessionária
da Empresa de Navegação do Guaporé. Paulo Cordeiro

12
HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE RONDÔNIA

da Cruz, que destacava o desprezo dos governadores dos radas. A vulcanização possibilitou a ampliação dos usos
dois Estados pelos municípios de Guajará-Mirim, Santo da borracha, que logo seria utilizada como matéria-prima
Antônio do Madeira e Porto Velho. na produção de correias, mangueiras e sapatos. A região
Aluízio e Getúlio descobririam nesses três dias, diver- Amazônica, uma das maiores produtoras de látex, apro-
sas ideias em comum. O presidente reafirmaria a Aluízio veitou do aumento transformando-se no maior pólo de
sua intenção de criar territórios federais nas áreas fron- extração e exportação de látex do mundo. No curto pe-
teiriças, uma intenção que seria concretizada três anos ríodo de três décadas, entre 1830 / 1860, a exportação do
depois de sua vinda a região. O major Aluízio aproveita a látex amazônico foi de 156 para 2673 toneladas. Vivendo
presença do estadista para convencê-lo a incluir o muni- de Recursos Naturais – Como não foi encontrado ouro ou
cípio de Porto Velho no projeto, como capital do futuro outras riquezas na Amazônia, nos primeiros quatro sécu-
território. Uma vontade política que foi realizada anos los e meio após o descobrimento, as populações que ai
depois. se encontravam praticamente isoladas do resto do país
Finalmente é criado o Território Federal do Guaporé e a economia se desenvolvia acompanhado ciclos, pois
pelo decreto-lei nº. 5.812, de 13 de setembro de 1943, que viviam do extrativismo e, portanto acompanhando o
das áreas desmembradas dos estados de Mato Grosso e interesse que o mercado consumidor apresentava em re-
do Amazonas. lação aos diferentes recursos naturais desta região onde
Mais quatro municípios brasileiros pegam carona e a natureza e sua exuberante beleza era prodiga em ofere-
são também transformados em territórios: Rio Branco e cer meios para a subsistência de quem a habitava.
Amapá – no norte, Ponta-Porã e Iguaçu – no Sul e Centro
Oeste do País. Fonte: http://pro.casa.abril.com.br/group/cronicas-
doouroverde/forum/topics/ciclo-da-borracha-na-ama-
Fonte: http://rondoniaemsala.blogspot.com. zonia
br/2012/02/criacao-do-territorio-do-guapore.html

10. OS NOVOS SURTOS DE POVOAMENTO E 11. A IMPLANTAÇÃO DO ESTADO DE


A AMPLIAÇÃO DO EXTRATIVISMO MINERAL; RONDÔNIA;

Com o crescimento vertiginoso da população, moti-


vado pelo contínuo fluxo migratório, proveniente de to-
Uma parte muito importante na história social e eco-
das as regiões do Brasil, quer para o eixo da BR-364, onde
nômica do Brasil é constituída pelo Ciclo da Borracha, re-
se estabeleceram núcleos de colonização agrícola, quer
presentado pela extração e comercialização desse produ-
para o vale do Alto Madeira, onde o garimpo de ouro
to. O centro deste ciclo teve lugar na região Amazônica
atraía multidões, cresceu também o anseio de criação do
o que proporcionou uma expansão colonizadora sendo
Estado de Rondônia.
a causa de grandes transformações sociais e culturais,
O Território, que nasceu com quatro municípios, de-
atraindo riquezas e dando um impulso de muita impor- pois agrupados em dois (Porto Velho e Guajará Mirim),
tância especialmente a cidade de Manaus, capital do Es- em 1975 assistiu a criação de mais cinco municípios (Ca-
tado do Amazonas e até hoje o maior centro comercial coal, Ariquemes, Rondônia, Pimenta Bueno e Vilhena),
desta região. O Ciclo da Borracha no amazonas foi uma todos ao longo da BR-364.
época de trabalho pesado, mas de grande desenvolvi- Rondônia vivia, então, um período de intensa pros-
mento no Brasil. O primeiro ciclo no país teve seu mo- peridade e desenvolvimento. Despontava o Território Fe-
mento de maior desenvolvimento entre os anos de 1879 deral de Rondônia nas manchetes nacionais como o novo
/ 1912. A descoberta das propriedades e uso da borracha Eldorado. Essa terra de promissão, fartura, progresso e
natural se deve aos índios centro americanos, porém foi a trabalho contrastava com o restante do País, que vivia os
partir da Amazônia que a atividade de extração da borra- efeitos danosos de uma política recessiva e inflacionária,
cha se desenvolveu na realidade, e isto aconteceu a partir que gerava desemprego e desestabilização social.
da Seringueira ou Árvore da Fortuna, como também é Em 1981 foram criados novos municípios, alguns fora
conhecida. A utilização da borracha foi desenvolvida em do eixo da rodovia, quatro resultantes de povoação nas-
função das diversas descobertas científicas promovidas cida com a recente colonização (Colorado do Oeste, Es-
durante o século dezenove. Inicialmente, o látex era co- pigão do Oste, Presidente Médici, Ouro Preto do Oeste)
mumente utilizado na fabricação de borrachas de apagar, e um (Costa Marques) de povoação antiga, datando da
seringas e galochas. Anos mais tarde, os estudos desen- construção do Forte Príncipe da Beira, em 1776.
volvidos pelo cientista Charles Goodyear desenvolveu o Notando que o desenvolvimento do Território Fede-
processo de vulcanização através do qual a resistência e ral de Rondônia chegava a um ponto em que fugia ao
a elasticidade da borracha foram sensivelmente aprimo- controle de seu ministério, o recém-nomeado ministro

13
HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE RONDÔNIA

do Interior, coronel Mário David Andreazza, indicou ao cia política e jurídica da União, sendo que todo poder é
presidente da República, general João Batista de Oliveira subordinado à Federação e tal centralização era criticada
Figueiredo, o nome do coronel de artilharia Jorge Teixeira até mesmo pelos governadores”.
de Oliveira para governar o Território, que tomou posse Em 17 de agosto de 1981, foi encaminhado pelo pre-
no Governo em 10 de abril de 1979. sidente da República, João Batista Figueiredo, ao Con-
O coronel Jorge Teixeira já havia ocupado, com su- gresso Nacional, o Projeto de Lei Complementar número
cesso, a Prefeitura de Manaus, onde consolidou a fama 221, que foi aprovado em primeira discussão em 16 de
de um administrador competente e ativo. Dentre as inú- dezembro do mesmo ano e já em 22 de dezembro foi
meras missões que lhe estavam reservadas pelo Ministé- aprovada a Lei Complementar número 41, que criava o
rio do Interior, à frente do Governo do Território Federal Estado de Rondônia. A instalação do Estado deu-se em
de Rondônia, preparava-se a tarefa de preparar admi- 4 de janeiro de 1982, sendo nomeado, então, o coronel
nistrativa, econômica e politicamente o Território para a Jorge Teixeira como seu primeiro governador. A posse do
sua transformação em um novo Estado. Rondônia crescia governo deu-se no mesmo dia e dentre seus principais
aceleradamente e a abundância de possibilidades con- atos destacam-se a estruturação do judiciário e a criação
tinuava a atrair novos contingente humanos para estas do Tribunal de Contas do Estado de Rondônia. Em 7 de
regiões. junho de 1983, foi aprovada pela Comissão de Revisão
A administração do coronel Teixeira foi marcada pelo Constitucional da Assembleia Estadual de Rondônia a
dinamismo e pela febril atividade de criação de uma in- Constituição do Estado.
fraestrutura capaz de permitir a viabilizar a administra- A transformação em Estado e o surto migratório que
ção do futuro Estado de Rondônia. A população havia continuava intenso são elementos que permitem en-
aumentado e o censo demográfico de 1980 demonstrou tender a rápida criação de novos municípios, cujos atos
que Rondônia havia crescido em proporções muito maio- constitutivos cita-se a seguir: Decreto-Lei 71, de 05/08/83
res do que havia sido previsto. (Rolim de Moura e Cerejeiras), Lei 100, de 11/05/86 (San-
Novos núcleos de colonização surgiam ao longo da ta Luzia do oeste, desmembrado de Rolim de Moura e
BR-364 e também das estradas vicinais que partiam da Pimenta Bueno), Lei 104, de 25/05/86 (Alta Floresta do
BR-364 para áreas interioranas do Território. Paralela- Oeste), Lei 103, de 20/05/86 (Alvorada do Oeste), Lei
mente ao crescimento demográfico observou-se o cresci- 157, de 19/06/87 (Nova Brasilândia), Lei 201, de 07/06/88
(Cabixi), Lei 200, de 07/06/88 (São Miguel do Guaporé),
mento das receitas e da economia em geral. A agricultura
Lei 202, de 15/06/88 (Vila Nova do Mamoré), Lei 198, de
desenvolvida ao longo da BR-364 apresentava Rondônia
11/05/88 (Machadinho do Oeste, resultante do desmem-
nos noticiários nacionais como novo celeiro do Brasil. A
bramento de três municípios – Ji-Paraná, Ariquemes e
pecuária bovina ganhava impulso e consideráveis áreas
Jaru).
de florestas eram devastadas para formação de pastos e
em benefício da indústria madeireira.
Fonte: http://www.tudorondonia.com/noticias/a-
Perdurava ainda um problema básico que era a gera-
criacao-do-estado-de-rondonia-marco-antonio-domin-
ção de indústria hidrelétrica. O Território era abastecido
gues-teixeira-e-dante-ribeiro-da-fonseca-,39.shtml
por usinas termoelétricas obsoletas e onerosas. Vivia-se
sob constantes racionamentos de energia elétrica na ca-
pital e nas principais cidades de Rondônia. Esse proble-
ma viria a ser resolvido somente após a segunda metade 12. OS PROJETOS DE COLONIZAÇÃO
da década de 1980, com a inauguração da Hidrelétrica ESTATAIS E PRIVADOS; 13. A INSTALAÇÃO
de Samuel. Mesmo assim, extensas áreas, no interior de DA RODOVIA FEDERAL BR-364.;
Rondônia, continuaram sofrendo o racionamento e até
mesmo o desabastecimento de energia elérica.
Em meados do ano de 1981 as metas previstas para Em 1944, uma comissão chefiada pelo engenheiro
a transformação do Território em Estado já haviam sido Yêdo Laza organizou um plano rodoviário e incluiu nele
atingidas e algumas ultrapassadas. O ministro do Interior uma ligação rodoviária entre o Acre e as regiões do Cen-
motivou-se então a enviar, em 3 de agosto desse mesmo tro Sul do País. Tal ligação recebeu o nome de “rodovia
ano, uma exposição de motivos ao presidente da Repú- acreana” e a designação de BR-029, cruzando as cidades
blica, João Batista Figueiredo, propondo a elevação do de Cuiabá, Porto Velho, Rio Branco e Cruzeiro do Sul, até
Território à categoria de Estado. a fronteira com o Peru, fazendo a conexão com a rodovia
Como ressalta o professor Amizael Silva (No Rastro Pan-Americana.
dos Pioneiros): “Gregos e troianos juntaram-se na luta No dia 13 de janeiro de 1945, o então governador do
pela criação do Estado, em alguns pontos falando a mes- Território do Guaporé, Aluízio Ferreira, criou a 2ª Compa-
ma linguagem, como em relação à organização infraes- nhia Independente, que tinha a missão de construir a ro-
trutura e a política administrativa dos territórios federais dovia no rastro da linha telegráfica de Rondon que ligaria
- inadequada, pois os territórios são vinculados à existên- Porto Velho à Vilhena.

14
HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE RONDÔNIA

A construção de uma estrada ligando Mato Grosso No dia 03 de janeiro de 1961, chegava à Porto Velho
à Rondônia era necessária para o povoamento e colo- a primeira leva de construtores da BR-29 para realizar em
nização da área. Os sertões e a floresta virgem seriam 9 meses e 14 dias a desmatação, terraplanagem, permi-
vencidos para que os tesouros da região pudessem ser tindo em época de verão realizar em 30 horas uma via-
escoados. gem de Cuiabá à Porto Velho.
Sob o comando do capitão engenheiro Ênio Pinheiro,
chegou em 09 de julho do mesmo ano o primeiro grupo A pavimentação
de homens para construir a estrada. Dois anos mais tar-
Quando Rondônia alcançou sua autonomia, transfor-
de, a companhia dava por encerrada as atividades, com
mando-se em Estado, apenas o trecho Ariquemes/Por-
apenas 55 quilômetros explorados e o desaparecimento to Velho, com 192 quilômetros, era asfaltado. Destes, 48
de um de seus homens mais ilustres, o tenente Fernando ainda em barro, onde estava a reserva para a represa de
Gomes de Oliveira. Samuel. Os trabalhos ali foram executados pelo 5º BEC,
mas toda a rodovia já estava sofrendo reparos.
A BR-029 foi obra do governo de Juscelino Ku-
bitschek, num grande esforço para tirar a Amazônia Ao chegar à Porto Velho par tomar posse como go-
do isolamento. “Demonstrou o Sr. Kubitschek perfeita vernador do Território, Jorge Teixeira de Oliveira esta-
compreensão do problema da falta de ligação da mais beleceu metas de trabalho, entre elas a pavimentação
rica região do País com o resto do território nacional” – da BR-364. Como nenhum outro governador havia con-
disse na época o governador Paulo Leal. seguido atingir o objetivo, imediatamente os opositores
fizeram correr uma onda de boatos para que Teixeira
Foram grandes as dificuldades encontradas pelas caísse em descrédito.
firmas empreiteiras contratadas. Durante muito tempo
Jorge Teixeira não se deixou abater pelas críticas da
a estrada era apenas um “rasgão” mal acabado nas sel-
oposição. Depois de várias viagens e contatos com au-
vas de Rondônia. Verdadeiras trilhas de lama e pingue- toridades ligadas ao Território, conseguiu que fossem
las, onde só os pioneiros se atreviam passar. O percurso assinados, pelo ministro Eliseu Resende, na presença do
de Vilhena à Porto Velho chegava a ser feito em 12 dias, então presidente João Baptista Figueiredo, 19 contratos
como relata o escritor Amizael Gomes da Silva em “No para a pavimentação da BR-364, rodovia Cuiabá-Porto
Rastro dos Pioneiros”. Velho, no trecho que vai de Cáceres, no Mato Grosso, a
Ariquemes, numa extensão de 1.040 quilômetros. 
O recomeço
De importância decisiva não só para o abastecimento
Durante uma reunião de governadores com o Pre- de Porto Velho e do Território, mas também para o surto
sidente da República, nos primeiros dias de fevereiro de desenvolvimento da agricultura e da criação de gado,
de 1960, o então governador do Território, Paulo Leal, foi a abertura da BR-364, que ocasionou um grande mo-
demonstrou a necessidade de reiniciar a construção da vimento migratório  com destino à região. Na década
de 70 do século XX, em decorrência do alto tráfego (mi-
BR-029. Juscelino Kubitschek, empolgado com uma série
gração e tranporte de madeiras), as condições da R-364
de recortes de jornais e mapas levados pelo governador,
eram deploráveis.
ordenou ao DNER – Departamento Nacional de Estradas
de Rodagem – a imediata execução dos trabalhos. A meta Por incumbência do governo militar, em 1966 o 5º
era inaugurar a rodovia no final do mesmo ano. batalhão de engenharia e construção assumiu as obras
de manutenção e conclusão da rodovia.
No dia 04 de janeiro já haviam sido distribuídos os
trechos pelas companhias: Nacional, Viatécnica, Sérgio Ao 5º BR-364 e deve-se também a construção do tre-
Marques de Souza, Cib., CC., Camargo Corrêia, Triângulo cho da BR 425, ligando Porto Velho a Guajará-Mirim , que
Mineiro e CC. BE., até o local denominado Alto Paraguai, veio substituir a EFMM, desativada em 1972.
no estado do Mato Grosso, onde estava assentada uma
companhia do Exército. A facilidade de transporte, a terra fértil e abun-
O presidente Kubistcheck tinha por norma avançar dante e os incentivos do governo federal atraíram
no tempo, já que seu mandato estava chegando ao fim, um contingente humano inimaginável nas décadas de
1970 e 1980. A cidade de Porto velho por exemplo,
por isso ao encontrar o primeiro obstáculo no transpor-
aumentou em quase cinco vezes sua população entre
te das máquinas entre o Rio de Janeiro e Porto Velho,
1981 e 1990.
mandou descarregar o navio Rio Tubarão, que estava de-
signado para viagem ao Oriente Médio, e ordenou que
nele fossem transportadas as máquinas das companhias
empreiteiras.

15
HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE RONDÔNIA

II - GEOGRAFIA DE RONDÔNIA 1. POVOAMENTO 8. A OCUPAÇÃO RECENTE DA AMAZÔNIA E


E OCUPAÇÃO DOS VALES DO MADEIRA, MAMORÉ RONDÔNIA, A COLONIZAÇÃO AGROPASTORIL;;
E GUAPORÉ;

Prezado Candidato, o tema acima supracitado já foi


abordado em tópicos anteriores
Prezado Candidato, o tema acima supracitado já foi
abordado em tópicos anteriores

9. O ESTADO DE RONDÔNIA, DA CRIAÇÃO AS


2. COLONIZAÇÃO IBÉRICA NA REGIÃO; QUESTÕES ATUAIS;
;

Prezado Candidato, o tema acima supracitado já foi Prezado Candidato, o tema acima supracitado já foi
abordado em tópicos anteriores abordado em tópicos anteriores

3. A COLONIZAÇÃO PORTUGUESA NO VALE DO 10. O AMBIENTE AMAZÔNICO, AS ESTRUTURAS


GUAPORÉ; FÍSICAS E AMBIENTAIS DA REGIÃO;

Prezado Candidato, o tema acima supracitado já foi O  domínio morfoclimático da Amazônia, segun-
abordado em tópicos anteriores do a classificação dos domínios brasileiros elaborada
por Aziz Ab’Saber, abrange o conjunto de características
topográficas, pedológicas, climáticas, florestais e hidro-
lógicas da área ocupada pelo bioma amazônico. É reco-
4. OS SÉCULOS XIX E XX E A EXPLORAÇÃO DA
nhecido como o maior dos domínios morfoclimáticos do
BORRACHA, POIA E CASTANHA;
Brasil, com cerca de cinco milhões de km², e recebe a
nomenclatura de terras baixas florestadas equatoriais.
Prezado Candidato, o tema acima supracitado já foi Relevo
abordado em tópicos anteriores
O domínio amazônico apresenta formas de relevo
predominantemente marcadas por depressões, todas
5. A CONSTRUÇÃO DA EFMM E DA LINHA elas relativas, ou seja, consideradas não em relação ao ní-
TELEGRÁFICA; vel do mar, mas em comparação com o relevo circundan-
te, havendo baixos planaltos e planícies fluviais da Bacia
Amazônica. Nas áreas mais ao sul de sua área e também
Prezado Candidato, o tema acima supracitado já foi mais ao norte são encontrados dois conjuntos de planal-
abordado em tópicos anteriores tos, o das Guianas e o Central, respectivamente.

O termo “terras baixas” para designar esse domínio


morfoclimático faz referência justamente às baixas altitu-
6. TERRITÓRIO FEDERAL DO GUAPORÉ/ des e à predominância das depressões, onde a deposição
RONDÔNIA; de sedimentos supera o desgaste de suas formas. Nas
áreas planálticas, predomina a estrutura geológica dos
escudos cristalinos, que apresentam uma elevada riqueza
Prezado Candidato, o tema acima supracitado já foi mineral, com exceção dos baixos planaltos, que se for-
abordado em tópicos anteriores mam a partir de bacias sedimentares.

Clima
7. A RODOVIA BR-364 E OS GARIMPOS;
O clima do domínio amazônico é do tipo equatorial
e apresenta médias térmicas anuais que variam de 24ºC
a 27ºC. Trata-se de uma composição climática quente e
Prezado Candidato, o tema acima supracitado já foi úmida que possui um regime regular e intenso de chuvas
abordado em tópicos anteriores o ano todo. Os principais fatores responsáveis por essa

16
HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE RONDÔNIA

configuração são as baixas latitudes, a atuação de algu- Ela é composta por uma vegetação heterogênea – com
mas massas de ar e a presença de vegetação, responsável grande diversidade –, densa e perene, ou seja, que não
pela geração de umidade. perde suas folhas ao longo do ano em nenhuma estação.
Além disso, a vegetação da Amazônia é do tipo hidrófila,
Por causa do ambiente mais úmido produzido pela ou seja, adaptada à abundante presença de água.
evapotranspiração da floresta, a amplitude térmica (va- As fitofisionomias da floresta amazônica apresentam,
riação entre a maior e a menor temperatura) é muito re- ainda, variações que podem ser agrupadas conforme
duzida. Por outro lado, o regime de chuvas chega a uma os níveis de proximidade em relação aos cursos d’água.
média anual que vai de 1500mm até os 2500mm, haven- Existem, assim, três tipos principais: as matas de igapó,
do alguns pouquíssimos períodos de estiagem. As chuvas as matas de várzea e as matas de terra firme.
predominantes são as de convecção, em virtude da umi-
dade gerada que ascende à atmosfera com o ar quente, a) matas de igapó: encontram-se em regiões de rios
onde ocorrem a condensação e a precipitação. de planície e em áreas inundadas de forma permanente,
com solos alagados. Os principais tipos são a vitória-ré-
Solos
gia, o açaí, o cururu e outros.
Os solos da Amazônia são considerados de baixa
b) matas de várzea: são as que se localizam nas proxi-
fertilidade, de forma que a floresta mantém-se em ra-
midades de rios e ocupam áreas que são eventualmente
zão do clímax do ecossistema. Existe certo mito de que
esse domínio é predominantemente formado por solos alagadas. Os exemplos principais são o cacaueiro, a co-
arenosos, mas eles compõem apenas 7% do total de sua paíba e a seringueira.
área. A maior parte dos solos da Amazônia é composta
por latossolos e argissolos. c) matas de terra firme: como o nome sugere, são as
Apesar da baixa produtividade, existem algumas árvores que ocupam áreas onde não há inundações flu-
áreas com terrenos muito férteis, como os solos de vár- viais, apresentando um tamanho maior do que as demais
zea, que são eventualmente inundados pelos rios, e um e uma maior variabilidade. Destaque para o guaraná, a
solo orgânico bastante produtivo chamado de terra pre- castanheira e o mogno.
ta. A grande questão atual da floresta amazônica – e, por
extensão, do domínio morfoclimático da Amazônia – faz-
Hidrografia se com relação à ocupação humana em suas áreas. Ativi-
dades agropecuárias extensivas e a mineração ameaçam
Uma das principais riquezas da região amazônica é boa parte de sua formação, colocando em risco a existên-
a sua hidrografia, marcada pelo grande volume de água, cia da própria floresta, que hoje conta com 83% de sua
que se distribui pelos rios e também pelo aquífero Al- área original.
ter do Chão, situado em áreas de três estados da região
Norte e, segundo pesquisas recentes, contando com um Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geo-
volume de água surpreendentemente maior do que o do grafia/dominio-morfoclimatico-amazonia.htm
aquífero Guarani.
O principal rio da Bacia Amazônica é o Rio Amazonas,
que recebe um grande volume de água não só da área
terrena da bacia em questão, mas também de uma gran- 11. O ESTADO DE RONDÔNIA, COMPONENTES
de quantidade de afluentes. Entre esses rios, destacam-se DO MEIO FÍSICO E AMBIENTAL;
o rio Negro, o Trombetas, o Japurá, o Madeira, o Xingu ;
e outros.
A Bacia Amazônica, em conjunto com a Bacia do
Tocantins-Araguaia, forma o mais complexo sistema de
O  estado de Rondônia está localizado na região
água doce do mundo, com uma acentuada riqueza hídri-
Norte do Brasil. Seus limites são os seguintes: Amazonas
ca que abrange dois grandes biomas. Os rios dessa re-
gião são de excelente navegabilidade e abrigam também (Norte), Bolívia (Sul e Oeste), Mato Grosso (Leste) e Acre
usinas hidroelétricas, com destaque para a de Tucuruí, no (Oeste). A extensão territorial do estado de Rondônia é
rio Tocantins, a de Belo Monte (em construção), no rio de 237.576,2 km², divididos em 52 municípios. A capital
Xingu, e a de Santo Antônio e Jirau, no rio Madeira. do estado de Rondônia é Porto Velho.
Rondônia tem um relevo pouco acidentado, sem ele-
Vegetação vações ou depressões acentuadas. As altitudes variam
entre 70 e 500 metros, tendo como referencia o nível do
A  floresta amazônica  é cientificamente chamada mar. No sul do estado são encontradas as áreas mais aci-
de  floresta latifoliada equatorialpor se encontrar em dentadas, com depressões e elevações. Nessa região fica
uma área de baixas latitudes (equatorial) e por apresentar o ponto mais elevado do estado, a Serra dos Pacaás, com
grupos vegetais com folhas largas e grandes (latifoliada). 1123 metros de altitude. O norte e noroeste do estado,

17
HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE RONDÔNIA

no vale do rio Madeira, fazem parte da Planície Amazônica, cujas características são as terras baixas e sedimentadas.
A vegetação predominante no estado de Rondônia é a floresta fluvial amazônica. Existe uma área de cerrado, a
oeste do estado, que devido à exploração de minérios, vem sendo desmatada.
O clima em Rondônia é equatorial, com médias anuais de temperatura acima de 26°C. Nas regiões de maior alti-
tude as temperaturas são um pouco mais amenas. O índice de precipitações é elevado, sobretudo entre os meses de
dezembro a maio.

A hidrografia de Rondônia é formada pelo rio Madeira e seus afluentes, que formam oito bacias: Bacia do Guaporé,
Bacia do Mamoré, Bacia do Ji-Paraná, Bacia do Jacy-Paraná, Bacia do Abunã, Bacia do Mutum-Paraná, Bacia do Jamari,
e Bacia do Aripuanã. O rio Madeira é o principal afluente do rio Amazonas, com 1700 km de extensão em território
brasileiro. O rio Madeira e o rio Amazonas formam uma hidrovia navegável durante o ano todo, ligando Porto Velho a
Belém, e servindo como meio de transporte para os produtos produzidos na Zona Franca de Manaus. Os principais rios,
além do Madeira são: Ji-Paraná, Guaporé, Mamoré.
As cidades mais importantes do estado, além da capital Porto Velho são: Ji-Paraná, Vilhena, Ariquemes, Guajará-
Mirim, Cacoal e Ouro Preto do Oeste.

Fonte: http://www.infoescola.com/geografia/geografia-de-rondonia/

12. POPULAÇÕES E OCUPAÇÃO DO ESPAÇO;

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística — IBGE divulgou nesta terça-feira (30) as estimativas populacionais
do Brasil, Estados e Municípios de 2016. O estudo foi divulgado no DOU e estima que a população do Brasil seja agora
de 206.081.432 habitantes, aproximadamente 1 milhão e 600 mil a mais que a estimativa de 2015.
Em Rondônia, a população estimada é de 1.787.279 habitantes. Dos 27 estados brasileiros, Rondônia ocupa a 23ª
colocação; na Região Norte é o terceiro estado mais populoso (seguido de Pará e Amazonas).

A capital Porto Velho continua sendo a cidade mais populosa, com mais de 511.219 habitantes, quase um terço da
população rondoniense. Das 27 capitais brasileiras, é a 21ª em número de habitantes.

18
HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE RONDÔNIA

Segue relação dos municípios mais populosos:

Porto Velho: 511.219 (cresc. de 1,6% em relação a 2015)


Ji-Paraná: 131.219 (cresc. 0,8%em relação a 2015)
Ariquemes: 105.896 (cresc. 1,4%em relação a 2015)
Vilhena: 93.745 (cresc. 2,1%em relação a 2015)
Cacoal: 87.877 (cresc. 0,7%em relação a 2015).
Fonte: http://www.nahoraonline.com/populacao-de-rondonia-cresce-1-em-2016-veja-dados/

13. AS DIVISÕES REGIONAIS; 14. PRODUÇÃO


ECONÔMICA REGIONAL; 15. AS QUESTÕES
SOCIOAMBIENTAIS; 16. POPULAÇÕES
TRADICIONAIS.;

O Estado de Rondônia foi criado através da lei complementar 041, de 22 de dezembro de 1981, aprovada pelo
Congresso Nacional e sancionada pelo presidente da República João Baptista de Oliveira Figueiredo. Seu primeiro go-
vernador foi o coronel do Exército Jorge Teixeira de Oliveira, nomeado no dia 29 de dezembro de 1981, pelo presidente
da República João Baptista de Oliveira Figueiredo. A instalação do Estado (posse do governador e secretariado) ocorreu
no dia 04 de janeiro de 1982.
No ano de sua criação o Estado de Rondônia estava constituído por 13 municípios (Porto Velho, a capital, Guajará-
Mirim, Ariquemes, Jaru, Ouro Preto do Oeste, Ji-Paraná, Presidente Médici, Cacoal, Espigão do Oeste, Pimenta Bueno,
Vilhena, Colorado do Oeste e Costa Marques).
Aspectos Geográficos
Área Geográfica: 238.512,8 km2, representando 6,19% da região Norte e 2,80% do País.
Rondônia é 3º Estado em extensão territorial da região Norte. No contexto nacional, constitui-se o 15º em extensão
territorial e o 23º em termos populacionais.
Limites: ao Norte e Nordeste, estado do Amazonas; ao Sul e Oeste, República da Bolívia; a Leste e Sudeste, estado
de Mato Grosso; a Noroeste, os estados do Acre e do Amazonas.

19
HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE RONDÔNIA

A extensão da fronteira do Estado de Rondônia com Setor secundário


a república da Bolívia é de 1.342 quilômetros.
Prevalece a agroindústria, notadamente na produção
- Os municípios rondonienses localizados na faixa da de laticínios, na região central do Estado. Mas crescem AS
fronteira boliviana são: Guajará-Mirim, Nova Mamoré, indústrias de transformação destinadas aos setores mo-
Costa Marques, Alta Floresta do Oeste, São Francisco do veleiro, de confecções, couro e calçados.
Guaporé, Alto Alegre dos Parecis, , Pimenteiras do Oeste
e Cabixi. Setor terciário
Envolve comércio e serviços, é o que mais cresce NO
Divisão geopolítica: o estado de Rondônia é formado
Estado, tendo em vista a evolução urbana, a exemplo de
por 52 municípios e 57 distritos.
municípios como Vilhena, Pimenta Bueno, Rolim de Mou-
ra, Cacoal, Ji-Paraná, Jaru, Ouro Preto e Ariquemes.
Municípios Rondonienses
Guajará-Mirim, Nova Mamoré, Porto Velho, Candeias Principais relevos
do Jamary, Itapuã do Oeste, Alto Paraíso, Monte Negro, Planície Amazônica (vale do Madeira), serra dos Pa-
Buritis, Campo Novo de Rondônia, Rio Crespo, Cujubim, recis e serra dos Pacaás Novos (vale do Guaporé). Nesta
Ariquemes, Cacaulândia, Machadinho do Oeste, Vale do serra localiza-se o ponto mais elevado de Rondônia, o
Anari, Theobroma, Governador Jorge Teixeira, Jaru, Vale Pico do Tracuá.
do Paraíso, Nova União, Mirante da Serra, Teixeirópolis,
Ouro Preto do Oeste, Ji-Paraná, Presidente Médice, Uru- Principais rios
pá, Alvorada do Oeste, São Miguel do Guaporé, Serin- Rios Machado ou Ji-Paraná; Guaporé, Mamoré, Ma-
gueiras, São Francisco do Guaporé, Costa Marques, Nova deira, Jacy-Paraná, Mutum-Paraná, Aripuanã ou Roose-
Brasilândia do Oeste, Novo Horizonte do Oeste, Casta- velt, e Jamary.
nheiras, Alta Floresta do Oeste, Alto Alegre dos Parecis, Os principais rios que formam estas Bacias hidrográ-
Santa Luzia do Oeste, Rolim de Moura, Ministro Andrea- ficas:
zza, Cacoal, Espigão do Oeste, Primavera de Rondônia,
São Felipe d’Oeste, Parecis, Pimenta Bueno, Chupinguaia, Rio Guaporé
Colorado do Oeste, Corumbiara, Cerejeiras, Pimenteiras Nasce na serra dos Parecis, região de Mato Grosso,
seu percurso é de 1.716 km com direção inicial para o sul,
do Oeste, Cabixi e Vilhena.
seguindo depois para o oeste. Ao alcançar a cidade de
Vila Bela, toma a direção norte-oeste entrando em terras
Dois municípios rondonienses estão entre os 15 mu- rondonienses na cidade de Pimenteiras do Oeste, pas-
nicípios brasileiros que obtiveram AS maiores taxas na- sando por Cabixi, Cerejeiras, São Miguel do Guaporé até
cionais de médias de crescimento populacional. Buritis, Costa Marques. A 12o de latitude sul recebe AS águas do
com 29,09% e Campo Novo de Rondônia com 23,20%. rio Mamoré. Seu trecho navegável é de 1.500 quilôme-
tros e se constitui em fronteira NATURAL entre o Brasil
Setor Primário do Estado e a Bolívia.
Seus afluentes brasileiros são os rios Cabixi, Corum-
- Agricultura, pecuária, piscicultura, apicultura, extra- biara, Mequéns, Colorado, São Miguel, Cautário e Cauta-
tivismo vegetal e mineral. rinho, todos com nascentes na Chapada dos Parecis;

- O extrativismo mineral destaca-se pela ocorrência Rio Mamoré


de ouro, cassiterita, diamante, nióbio, quartzo, granito e Nasce na Cordilheira dos Andes, em território boli-
água mineral. viano com o nome Grande de La Plata, passando a ser
designado Mamoré quando alcança a Serra dos Pacaás
- O extrativismo vegetal destaca-se pela produção de Novos, região de Guajará-Mirim. Constituindo-se em
cacau, madeira em toras, castanha-do-pará e borracha fronteira NATURAL entre o Brasil e a Bolívia, recebe AS
águas do rio Guaporé e, ao juntar-se ao Beni, outro rio
silvestre.
boliviano, recebe a designação Mamoré e passa a formar
a nascente do rio Madeira. Seu curso possui uma exten-
- O setor agrícola destaca-se nacionalmente por pro-
são de 1.100 quilômetros e é totalmente navegável. Tem
duzir cereais, café, soja, milho, banana, mandioca e algo- como principais afluentes brasileiros os rios Sotério, pa-
dão, além de hortifrutigranjeiros. caás Novos, Bananeiras e Ribeirão ou Lajes. Seus aciden-
tes hidrográficos são AS corredeiras Lages, Bananeiras,
- O efetivo pecuário é composto, principalmente, de Guajará-Acu e Guajará-Mirim;
rebanhos bovinos de corte e de leite, com mais de cinco
milhões de cabeças e uma Bacia leiteira em franca ex- Rio Ji-Paraná ou Machado
pansão, notadamente nas regiões de Porto Velho, Jaru e Nasce da junção dos rios Barão de Melgaço, também
Ouro Preto do Oeste. chamado de Comemoração de Floriano, e Apediá, cha-

20
HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE RONDÔNIA

mado de Pimenta Bueno, na chapada dos Parecis. Seu Ocidental, a Amazônia corresponde a 50% do território
curso tem uma extensão de 800 quilômetros, atravessan- nacional e abrange os estados do Pará, Amazonas, Acre,
do a região central do Estado até desembocar NO rio Amapá, Roraima, Rondônia, Tocantins, parte do Mara-
Madeira, região de Calama, NO município de Porto Velho. nhão e do Mato Grosso.
Tem como afluentes pela margem direita os rios Riozi-
nho, Lourdes, São João e Tarumã. Pela margem esquerda Poder Político
os afluentes são os rios Luiz de Albuquerque, Rolim de A representação política do Estado de Rondônia é
Moura, Ricardo Franco, Preto, Jaru, Boa Vista, Urupá e constituída por três senadores e oito deputados federais
Machadinho. Seu principal acidente hidrográfico, dentre que atuam NO Congresso Nacional. Em nível estadual, a
os vários existentes e que dificultam a navegação, é a Assembléia Legislativa é composta por 24 deputados es-
cachoeira 02 de Novembro, localizada NO município de taduais. NO plano municipal, existem 537 vereadores, 52
Machadinho do Oeste. prefeitos e 52 vice-prefeitos. O Poder Executivo Estadual
é exercido pelo governador e, nos seus impedimentos,
Rio Madeira ou Caiary pelo vice-governador.
Nasce na junção dos rios Beni e Mamoré, sendo o
maior afluente do rio Amazonas pela margem direita. Sua Formação Étnica
extensão é de 3.240 quilômetros, sendo 1.700 em terri- É semelhante ao restante do país, formada por bran-
tório brasileiro. Mas, devido aos diversos acidentes hi- cos, negros e índios. Mas em virtude das fases de atração
drográficos, seu curso navegável é de 1.116 quilômetros, imigratória e migratória ocorrentes durante os ciclos de
a partir da cachoeira de Santo Antonio, em Porto Velho produção econômica, diversos povos dessas raças deram
até Itacoatiara,AM. Seus afluentes pela margem direita sua contribuição para o elemento humano rondoniense,
são os rios Ribeirão, Mutum-Paraná, Jacy-Paraná, Jamari cuja identidade regional ainda está em formação.
e Machado. Pela margem esquerda os afluentes são os
rios Abunã, Ferreiros, José Alves, São Simão e o igarapé Ocupação humana
Cuniã. NO processo de povoamento do espaço físico que
- Os acidentes hidrográficos existentes NO rio Madei- constitui o estado de Rondônia começa NO século XVIII,
ra são os seguintes: (trecho Porto Velho/Guajará-Mirim) durante o ciclo do Ouro, quando mineradores, comercia-
Corredeiras: Periquitos, Três Irmãos, Macaco, Morri- lizadores, militares e padres jesuítas fundam os primeiros
nhos, Pederneiras, Chocolatal, Araras e Lages. Guajará-A- arraiais e vilas nos vales Guaporé-Madeira.
çu e Guajará-Mirim; A decadência desse ciclo de produção aurífera causa
Cachoeiras: Santo Antonio, Caldeirão do Inferno, Pa- a involução populacional desses arraiais, vilas e cidades
redão, Misericórdia, Madeira, Pau Grande e Bananeiras; surgidas NO auge do ciclo do Ouro, com o êxodo dos
Saltos: Teotônio, Girau e Ribeirão. portugueses e paulistas que formavam o topo da socie-
AS principais Ilhas do Estado: dade da época. Mas ficam os negros remanescentes do
No Rio Madeira, Santana, Jacy-Paraná, Três Irmãos, escravismo, os mulatos e os índios já aculturados.
7 de Setembro, Misericórdia, 15 de Novembro, Marina e
Anús ou da Confluência: No século XIX, o primeiro ciclo da Borracha, em sua
No Rio Mamoré, Soares e Saldanha: fase primária, atraiu basicamente nordestinos e bolivia-
No Rio Guaporé, Comprida. nos para o trabalho nos seringais, mas não gerou núcleos
Principais grupos indígenas existentes de povoamento nesse espaço geográfico tendo em vis-
- Suruí, Gavião, Cinta Larga, Karipuna, Pakaas Nova, ta o conceito econômico, que não produzia riquezas lo-
Arara, Kaxarari, Eu-Uru-Uau-Uau, Nhanbiquara e Karitia- cais, por tratar-se de uma economia de exportação, cujos
na. principais núcleos localizavam-se Manaus e Belém.
No entanto, os sub-ciclos gerados em decorrên-
Clima Predominante: cia da construção e funcionamento da Ferrovia Madei-
- Equatorial quente-úmido ou tropical úmido, varian- ra-Mamoré, o Ferroviário, e das Estações Telegráficas da
do de acordo com a altitude, com a temperatura variando Comissão Rondon, o do Telégrafo, atraíram povoadores
entre 18o e 33o centígrados. A variação mínima ocorre para AS terras rondonienses originários de várias regiões
NO município de Vilhena e região, e a máxima NO de brasileiras e de outros países, que se fixaram e formaram
Porto Velho e região. A estação chuvosa vai de outubro a núcleos urbanos.
março e o período de seca, de maio a setembro.
As estações telegráficas da Comissão Rondon atraí-
Localização Geográfica: ram, principalmente, matogrossenses, paulistas e nor-
Região Norte, ao sul da Amazônia Ocidental. destinos, que trabalhavam nos serviços de telegrafia, e
A região amazônica abrange os seguintes países: Bo- acomodavam-se em suas cercanias gerando pequenos
lívia, Colômbia, Equador, Guiana, Suriname, Peru, Vene- núcleos urbanos, como Ariquemes, Presidente Pena ou
zuela e Brasil. NO Brasil, onde fica localizada a Amazônia Urupá, Pimenta Bueno e Vilhena.

21
HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE RONDÔNIA

A Madeira-Mamoré atraiu vários contingentes imi- maioria. Migrantes capixabas, paranaenses, mineiros e
gratórios destinados ao trabalho nas obras da ferrovia, baianos formam a maioria dos que se fixaram nas micror-
nos setores técnicos e administrativos da empresa com regiões de Ouro Preto, Jaru e Ariquemes.
seus diversos ramos de exploração, comercialização e
serviços, e ao comércio que se formava ao redor. As regiões de Porto Velho e Guajará-Mirim receberam
Nesta fase de imigrações instalaram-se em terras povoadores, mas em menor escala e de categorias dife-
rondonienses, notadamente nos núcleos urbanos de Por- rentes, considerando-se que o ciclo da Agricultura atraiu,
to Velho, Jacy-Paraná, Mutum-Paraná, Abunã, Guajará- em princípio, uma migração rural-rural, para, em seguida,
Mirim e Costa Marques, imigrantes turcos, sírios, judeus, fixarem-se migrantes de características rural-urbana.
gregos, libaneses, italianos, bolivianos, indianos, cuba-
nos, panamenhos, porto-riquenhos, italianos, barbadia- ASPECTOS HISTÓRICOS
nos, tobaguenses, jamaicanos e bolivianos. Século XVII
A migração ocorreu com a fixação de nordestinos
procedentes dos estados do Ceará, Bahia, Rio Grande do Uma importante parcela da área geográfica que
Norte e Paraíba, além de amazonenses, paraenses e ma- constitui o Estado de Rondônia passou a ser percorrida
togrossenses. NO início do século XVII, época em que aventureiros e
No segundo ciclo da Borracha, iniciado em 1942, exploradores holandeses, franceses e ingleses, penetra-
funcionou completamente diferenciado do primeiro e vam na floresta para coletar AS chamadas “drogas do
encontrou a região com sua infraestrutura em fase de Sertão”, como eram conhecidos nas Cortes de Portugal,
consolidação. Os povoadores dos seringais eram nordes- Espanha, Inglaterra, França e Holanda essências e frutos
tinos, mas divididos em duas categorias, os seringueiros tipo pimenta-do-reino, anil, urucum, baunilha, âmbar,
canela, cravo, pau-brasil, pau-preto, e, principalmente, o
civis e os soldados da borracha, estes, incorporados ao
cacau, abundantes NO vale do Madeira e valiosamente
Batalhão da Borracha.
comercializados naqueles países.
Os núcleos urbanos desenvolveram-se. O sistema de Posteriormente, após o controle de Portugal sobre a
saúde pública melhorou consideravelmente e AS ações região, a exploração desses frutos e essências era feita
de governo estenderam-se para o interior. A geopolítica por colonizadores portugueses com a utilização de mão-
regional passa por total transformação tendo em vista a de-obra indígena, escravizada, apesar da Coroa portu-
criação do Território Federal do Guaporé em terras des- guesa reconhecer os índios como os naturais senhores
membradas dos estados de Mato Grosso e do Amazonas. da terra, desde 1609 quando foi baixado o Alvará que
Nesse período, AS estações telegráficas da Comissão declarava o direito dos índios à liberdade, situação que
Rondon funcionavam como receptores de uma ocupação evoluiu até ser instituído o regime de capitães-de-aldeia,
humana rural-rural, procedente do Mato Grosso, desti- em 1611.
nada á pecuária, formando grandes latifúndios onde fun-
cionavam antigos seringais. As primeiras expedições portuguesas que percorre-
ram, total ou parcialmente, o rio Madeira, procediam do
No ciclo do Diamante promoveu mudanças substan- Grão-Pará ou do Maranhão e eram formadas por mili-
ciais na ocupação humana e desenvolvimento dos po- tares, civis contratados, índios escravos, e mestiços. Es-
voados de Rondônia (hoje Ji-Paraná) e Pimenta Bueno, tas expedições, exploradoras ou de limites, combatiam e
enquanto o ciclo da Cassiterita expandiu a ocupação aprisionavam índios, que eram comercializados nas capi-
tanias de São Paulo, São Vicente, Grão-Pará e Maranhão.
humana NO espaço físico que compreende AS microrre-
giões de Porto Velho e Ariquemes.
Do final do século XVI até meados do século XVII
No ciclo da Agricultura, cuja atração migratória co- (1580/1640), Portugal e suas colônias estavam sob do-
meçou desordenadamente em 1964, fixou em Rondônia mínio da Espanha, NO que se chamou de União Ibérica.
contingentes migratórios procedentes do Mato Grosso,
Goiás, Paraná, São Paulo, Santa Catarina, Minas Gerais, Fonte: http://portalamazonia.com.br/amazoniadeaz/
Rio Grande do Sul, Amazonas, Pará, Acre e do Nordeste, interna.php?id=365
destacando-se os estados do Ceará, Bahia, Piauí, Paraíba
e Sergipe.

As microrregiões formadas pelos municípios de Vi-


lhena, Pimenta Bueno e Rolim de Moura, receberam mi-
grantes mato-grossenses, gaúchos e paranaenses, em
sua maioria. AS microrregiões formadas pelos municí-
pios de Cacoal, Presidente Médice e Ji-Paraná, recebem
gaúchos, paranaenses, paulistas, e nordestinos, em sua

22
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
Processo organizacional (planejamento, coordenação, direção, organização e controle). ........................................................ 01
Relações Interpessoais: comunicação e relações interpessoais. ........................................................................................................... 07
Administração de conflitos: desenvolvimento de trabalho em equipe............................................................................................... 13
Noções sobre Administração de Materiais e Patrimônio. ....................................................................................................................... 21
Logística: conceito, evolução, dimensão, processo logístico, transporte. ......................................................................................... 29
Arquivos: finalidade, classificação, fases, técnicas, sistemas e métodos de arquivamento. Protocolo: finalidades, objeti-
vos e atividades. ....................................................................................................................................................................................................... 34
Noções sobre Contratos Administrativos. ..................................................................................................................................................... 59
Noções de administração de pessoal, de material e de patrimônio. .................................................................................................. 62
Atos administrativos de uso mais frequente: circulares, avisos, portarias......................................................................................... 65
Ofícios, despachos e ordens de serviços. ...................................................................................................................................................... 79
Procedimentos administrativos. Noções básicas de organização de arquivos e fichários. Documentos oficiais, tipos de
documentos. ............................................................................................................................................................................................................101
Correspondência oficial: conceito, classificação; recepção e expedição de correspondência em geral. ............................101
Protocolo: conceito, sistema de protocolo. .................................................................................................................................................102
Noções de Administração Pública: princípios. Descentralização e desconcentração. Administração Direta e Indire-
ta. ............................................................................................................................................................................................................. 102
Características básicas das organizações formais modernas: tipos de estrutura organizacional, natureza, finalidades e
critérios de departamentalização. ...................................................................................................................................................................105
Empreendedorismo governamental e novas lideranças no setor público. Convergências e diferenças entre a gestão
pública e a gestão privada. Excelência nos serviços públicos. ............................................................................................................109
Gestão da Qualidade. Gestão de resultados na produção de serviços públicos. O paradigma do cliente na gestão públi-
ca. .................................................................................................................................................................................................................................117
Noções de administração de recursos materiais: funções e objetivos; classificação e especificação de materiais; compras;
registros; cadastro de fornecedores; acompanhamento de pedidos. ..............................................................................................119
Ética profissional. O papel do servidor. .........................................................................................................................................................119
Interação com o público interno e externo. ................................................................................................................................................120
Cidadania: direitos e deveres do cidadão. O cidadão como usuário e contribuinte...................................................................133
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
Pode-se afirmar, ainda, que as bases para a construção
PROCESSO ORGANIZACIONAL de um ambiente propício à criatividade, à inovação e
(PLANEJAMENTO, COORDENAÇÃO, DIREÇÃO, à aprendizagem estão na autoestima, na empatia e na
afetividade. Sem esses elementos, não se estabelece a
ORGANIZAÇÃO E CONTROLE).
comunicação nem o entendimento. Embora durante o
texto tenhamos exposto inúmeros obstáculos para o
advento dessa nova realidade e que poderiam nos levar a
acreditar, tal qual Luhman (1992), na improbabilidade da
A aprendizagem, como já vimos, pressupõe uma comunicação, acreditamos que essa é uma utopia pela qual
busca criativa da inovação, ao mesmo tempo em que lida vale a pena lutar.
com a memória organizacional e a reconstrói. Pressupõe, Mas é preciso ter cuidado. Esse ambiente de mudanças,
também, motivação para aprender. E motivação só é que traz consigo uma radical mudança no processo de
possível se as pessoas se identificam e consideram nobres troca de informações nas organizações e afeta, também,
as missões organizacionais e se orgulham de fazer parte todo um sistema de comunicação baseado no paradigma
e de lutar pelos objetivos. Se há uma sensação de que é da transmissão controlada de informações, favorece o
bom trabalhar com essa empresa, pode-se vislumbrar um surgimento e a atuação do que chamo de novos Messias
crescimento conjunto e ilimitado. Se há ética e confiança da comunicação, que prometem internalizarem nas pessoas
nessa relação, se não há medos e se há valorização à livre os novos objetivos e conceitos, estimularem a motivação e
troca de experiências e saberes. o comprometimento à nova ordem de coisas, organizarem
Nesse aspecto, é possível perceber que a comunicação rituais de passagem em que se dá outro sentido aos valores
organizacional pode se constituir numa instância da abandonados e introduz-se o novo.
aprendizagem pois, se praticada com ética, pode provocar Hoje, não é raro encontrar-se nos corredores das
uma tendência favorável à participação dos trabalhadores, organizações profissionais da mudança cultural, agentes
dar maior sentido ao trabalho, favorecer a credibilidade da nova ordem, verdadeiros profetas munidos de
da direção (desde que seja transparente), fomentar a fórmulas infalíveis, de cartilhas iluministas, capazes de
responsabilidade e aumentar as possibilidades de melhoria minar resistências e viabilizar uma nova cultura e que se
da organização ao favorecer o pensamento criativo entre autodenominam reengenheiros da cultura.
Esses profissionais se aproveitam da constatação
os empregados para solucionar os problemas da empresa
de que a comunicação é, sim, instrumento essencial da
(Ricarte, 1996).
mudança, mas se esquecem de que o que transforma e
Para Ricarte, um dos grandes desafios das próximas
qualifica é o diálogo, a experiência vivida e praticada, e não
décadas será fazer da criatividade o principal foco de gestão
a simples transmissão unilateral de conceitos, frases feitas
de todas as empresas, pois o único caminho para tornar
e fórmulas acabadas tão próprias da chamada educação
uma empresa competitiva é a geração de ideias criativas; a
bancária descrita por Paulo Freire.
única forma de gerar ideias é atrair para a empresa pessoas
E a viabilização do diálogo e da participação tem de
criativas; e a melhor maneira de atrair e manter pessoas ser uma política de comunicação e de RH. A construção
criativas é proporcionando-lhes um ambiente adequado e a viabilização dessa política é, desde já, um desafio aos
para trabalhar. estrategistas de RH e de comunicação, como forma de criar
Esse ambiente adequado pressupõe liberdade e o tal ambiente criativo a que Ricarte de referiu e viabilizar,
competência para comunicar. Hoje, uma das principais assim, a construção da organização qualificante, capaz
exigências para o exercício da função gerencial é certamente de enfrentar os desafios constantes de um mundo em
a habilidade comunicacional. As outras habilidades seriam mutação, incerto e inseguro.
a predisposição para a mudança e para a inovação; a busca Em Sociologia, um grupo é um sistema de relações
do equilíbrio entre a flexibilidade e a ética, a desordem e sociais, de interações recorrentes entre pessoas. Também
a incerteza; a capacidade permanente de aprendizagem; pode ser definido como uma coleção de várias pessoas que
saber fazer e saber ser. compartilham certas características, interajam uns com os
Essa habilidade comunicacional, porém, na maioria outros, aceitem direitos e obrigações como sócios do grupo
das empresas, ainda não faz parte da job-description e compartilhem uma identidade comum — para haver um
de um executivo. É ainda uma reserva do profissional grupo social, é preciso que os indivíduos se percebam de
de comunicação, embora devesse ser encarada como alguma forma afiliados ao grupo.
responsabilidade de todos, em todos os níveis. Segundo COSTA (2002), o grupo surgiu pela
O desenvolvimento dessa habilidade pressupõe, antes necessidade de o homem viver em contato com os outros
de tudo, saber ouvir e lidar com a diferença. É preciso homens. Nesta relação homem-homem, vários fenômenos
lembrar: sempre apenas metade da mensagem pertence estão presentes; comunicação, percepção, afeição
a quem a emite, a outra metade é de quem a escuta liderança, integração, normas e outros. À medida que nós
e a processa. Lasswell já dizia que quem decodifica a nos observamos na relação eu-outro surge uma amplitude
mensagem é aquele que a recebe, por isso a necessidade de caminhos para nosso conhecimento e orientação.
de se ajustarem os signos e códigos ao repertório de quem Cada um passa a ser um espelho que reflete atitudes e
vai processá-los. dá retorno ao outro, através do feedback.

1
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
Para encontrarmos maior crescimento, a disponibilidade recursos físicos e materiais disponíveis, envolver atividades
em aprender se faz necessária. Só aprendemos aquilo que de planejamento, organização, direção e controle.
queremos e quando queremos. Administrar, independente do nível organizacional,
Nas relações humanas, nada é mais importante do requer algumas habilidades, que podem ser classificadas
que nossa motivação em estar com outro, participar na em três grupos:
coordenação de caminhos ou metas a alcançar.
Um fato merecedor de nossa atenção é que o homem • Habilidades Técnicas – requer conhecimento
necessita viver com outros homens, pela sua própria especializado e procedimentos específicos e pode ser
natureza social, mas ainda não se harmonizou nessa obtida através de instrução.
relação. • Habilidades Humanas – capacidade de
Lewin (1965) considerou o grupo como o terreno sobre relacionamento interpessoal, envolvem também aptidão,
o qual o indivíduo se sustenta e se satisfaz. Um instrumento pois interage com as pessoas e suas atitudes, exige
para satisfação das necessidades físicas, econômicas, compreensão para liderar eficazmente.
políticas, sociais, etc.·. • Habilidades Conceituais – trata-se de uma visão
As empresas não funcionam na base da pura panorâmica das organizações, o gestor precisa conhecer
improvisação. A estratégia empresarial é basicamente cada setor, como ele trabalha e para que ele existe.
uma atividade racional que envolve a identificação das O conceito de administração representa uma
oportunidades e das ameaças do ambiente onde opera a governabilidade, gestão de uma empresa ou organização
empresa, bem como a avaliação das forças e fraquezas da de forma que as atividades sejam administradas com
empresa, sua capacidade atual ou potencial em se antecipar planejamento, direção, organização, direção, controle e
às necessidades e demandas do mercado ou em competir avaliação, comunicação.
sob condições de risco com os concorrentes. Assim, a
estratégia deve ser capaz de combinar as oportunidades PLANEJAR
ambientais com a capacidade empresarial em um nível de É a função administrativa em que se estima os meios
equilíbrio ótimo entre o que a empresa quer e o que ela que possibilitarão realizar os objetivos (prever), a fim de
realmente pode fazer. poder tomar decisões acertadas, com antecipação, de
A estratégia constitui uma abordagem integrada, modo que sejam evitados entraves ou interrupções nos
relacionando as vantagens da empresa com os desafios do processos organizacionais.
ambiente, no sentido de assegurar o alcance dos objetivos É também uma forma de se evitar a improvisação.
básicos da empresa. Todavia, a estratégia se preocupa Nesta função, o gerente especifica e seleciona os
com o “o que fazer” e não com “como fazer”. Em outros objetivos a serem alcançados e como fazer para alcançá-
termos, a estratégia exige toda uma implementação dos los.
meios necessários para a sua execução. Como esses meios Exemplos: o chefe de seção dimensiona os recursos
envolvem a empresa como um todo, trata-se aqui de necessários (materiais, humanos, etc.), em face dos
atribuir incumbências a todos os níveis (ou subsistemas) objetivos e metas a serem atingidos; a montagem de um
da empresa: o nível institucional, o nível intermediário e o plano de ação para recuperação de uma área avariada.
nível operacional. E a implementação exige planejamento.
Isto é, a estratégia empresarial precisa de um plano básico Planejamento: funciona como a primeira função
- o planejamento estratégico- para a empresa poder lidar administradora, pois serve de base para as demais.
com todas estas forças em conjunto. E o planejamento • É uma reflexão que antecede a ação;
estratégico precisa apoiar-se em uma multiplicidade de • É um processo permanente e contínuo;
planos situados carreira abaixo dentro da estrutura da • É sempre voltado para o futuro;
organização. Para levar adiante o planejamento estratégico • É uma relação entre as coisas a serem feitas e o
requer planos táticos e cada um deles requer planos tempo disponível para tanto;
operacionais, combinando esforços para obter efeitos • É mais uma questão de comportamento e atitude
sinergísticos. da administração do que propriamente um elenco de
Administração é o ato de administrar ou gerenciar planos e programas de ação;
negócios,  pessoas ou recursos, com o objetivo de alcançar • É a busca da racionalidade nas tomada de decisões;
metas definidas. • É um curso de ação escolhido entre várias
A gestão de uma empresa ou organização se faz alternativas de caminhos potenciais;
de forma que as atividades sejam administradas com • É interativo, pois pressupõem avanços e recuos,
planejamento, organização, direção, e controle.  Segundo alterações e modificações em função de eventos novos
alguns autores (Montana e Charnov) o ato de administrar é ocorridos no ambiente externo e interno da empresa.
trabalhar com e por intermédio de outras pessoas na busca • O planejamento é um processo essencialmente
de realizar objetivos da organização bem como de seus participativo, e todos os funcionários que são objetos do
membros. processo devem participar.
A administração tem uma série de características entre • Para realizar o planejamento, a empresa deve
elas: um circuito de atividades interligadas tais como busca saber onde está agora (presente) e onde pretende chegar
de obtenção de resultados, proporcionar a utilização dos (futuro).

2
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
Para isso, deve dividir o planejamento em sete fases sequenciais, como veremos abaixo.

Etapas do planejamento

1.Definir: visão e missão do negócio 

Visão 
É a direção em que a empresa pretende seguir, ou ainda, um quadro do que a empresa deseja ser. Deve refletir as
aspirações da empresa e suas crenças.
Fórmula base para definição da visão:
Verbo em perspectiva futura + objetivos desafiadores + até quando.
 
Missão 
A declaração de missão da empresa deve refletir a razão de ser da empresa, qual o seu propósito e o que a empresa faz.
Fórmula base para definição da Missão:
Fazer o quê + Para quem (qual o público?) + De que forma.

2. Analisar o ambiente externo 


Uma vez declarada a visão e missão da empresa, seus dirigentes devem conhecer as partes do ambiente que precisam
monitorar para atingir suas metas. É preciso analisar as forças macroambientais (demográficas, econômicas, tecnológicas,
políticas, legais, sociais e culturais) e os atores microambientais (consumidores, concorrentes, canais de distribuição,
fornecedores) que afetam sua habilidade de obter lucro.
 
Oportunidades
Um importante propósito da análise ambiental é identificar novas oportunidades de marketing e mercado. 
 
Ameaças
Ameaça ambiental é um desafio decorrente de uma tendência desfavorável que levaria a deterioração das vendas ou
lucro. 
 
3. Analisar o ambiente interno
Você saberia dizer quais são as qualidades e o que pode ou deve ser melhorado na sua empresa? Esses são os pontos
fortes/forças e fracos/fraquezas do seu negócio.

3
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
4. Analisar a situação atual 
Depois de identificados os pontos fortes e pontos fracos e analisadas as oportunidades e ameaças, pode-se obter a
matriz FOFA (força ou fortalezas, oportunidades, fraquezas e ameaças) ou SWOT (strengths, weaknesses, opportunities e
threats). Inclua os pontos fortes e fracos de sua empresa, juntamente com as oportunidades e ameaças do setor, em cada
uma das quatro caixas:
 

A análise FOFA fornece uma orientação estratégica útil.

5. Definir objetivos e Metas


São elementos que identificam de forma clara e precisa o que a empresa deseja e pretende alcançar. A partir dos
objetivos e de todos os dados levantados acima, são definidas as metas.
As Metas existem para monitorar o progresso da empresa. Para cada meta existe normalmente um plano operacional,
que é o conjunto de ações necessárias para atingi-la; Toda meta, ao ser definida, deve conter a unidade de medida e onde
se pretende chegar.
 
6. Formular e Implementar a estratégia 
Até aqui, você definiu a missão e visão do seu negócio e definiu metas e objetivos visando atender
sua missão em direção à visão declarada. Agora, é necessário definir-se um plano para se atingir as metas
estabelecidas, ou seja, a empresa precisa de uma formulação de estratégias para serem implantadas.

Após o desenvolvimento das principais estratégias da empresa, deve-se adotar programas de apoio detalhados com
responsáveis, áreas envolvidas, recursos e prazos definidos.
 
7. Gerar Feedback e Controlar
À medida que implementa sua estratégia, a empresa precisa rastrear os resultados e monitorar os novos desenvolvimentos
nos ambientes interno e externo. Alguns ambientes mantêm-se estáveis de um ano para outro. O ideal é estar sempre
atento à realização das metas e estratégias, para que sua empresa possa melhorar a cada dia.
 
Princípios aplicados ao planejamento
 
I-                    Princípio da definição dos objetivos (devem ser traçados com clareza, precisão)
II-                  Princípio da flexibilidade do planejamento (poderá e deverá ser alterado sempre que necessário e possível).
 
Com esta primeira função montaremos o plano teórico, completando assim o ciclo de planejamento: Estabelecer
objetivos, tomar decisões e elaborar planos.

4
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
DIREÇÃO 2. Padrões de qualidade: como padrões de qualidade
Podemos dividir essa função em duas subfunções: da produção, etc;
3. Padrões de tempo: como permanência média do
• Comandar colaborador na organização, etc;
É a função administrativa que consiste basicamente 4. Padrões de custo: como custo de estocagem de
em: matérias-primas, etc.
Gestor(a), no que diz respeito a segunda etapa, a
Decidir a respeito de “que” (como, onde, quando, avaliação é necessária para averiguar se os resultados estão
com que, com quem) fazer, tendo em vista determinados sendo atingidos, caso não estejam, faz-se necessário o uso
objetivos a serem conseguidos. de ações para corrigir o processo. No quarto passo, a ação
Determinar as pessoas, as tarefas que tem que corretiva tem como propósito manter as operações dentro
executar. dos padrões estabelecidos, ou seja, qualquer erro, variações
É fundamental para quem comanda desfrutar de certo ou desvios devem ser corrigidos para que as operações
poder: sejam normalizadas. Sendo assim, a ação corretiva é uma
•Poder de decisão. ação administrativa que visa manter o desempenho dentro
•Poder de determinação de tarefas a outras pessoas. do nível dos padrões estabelecidos.
•Poder de delegar – a possibilidade de conferir á outro Porém, vale lembrar que a implantação de um
parte do próprio poder. controle estratégico na organização é orientada pelo
•Poder de propor sanções àqueles que cumpriram ou estabelecimento de medidas de acompanhamento que
não ás determinações feitas. possam dar garantias para a avaliação. Seu objetivo
primordial é ajudar os gestores na execução dos objetivos.
• Coordenar O controle da estratégia significa avaliar os resultados,
É a função administrativa que visa ligar, unir, harmonizar comparar com o que foi planejado e, se for necessário,
todos os atos e todos os esforços coletivos através da tomar ações corretivas para atingir os objetivos propostos.
qual se estabelece um conjunto de medidas, que tem por E ainda identificar se todas as etapas anteriores, agora
objetivo harmonizar recursos e processos. Dois tipos de concretizadas, estão sendo adequadas à empresa.
Coordenação:
•Vertical/Hierárquico: É aquela que se faz com as Métodos de Avaliação das Estratégia
pessoas sempre dentro de uma rigorosa observância das
O método qualitativo de avaliação de controle
linhas de comando (ou escalões hierárquicos estabelecidos).
estratégico se utiliza de avaliações de forma subjetiva e
•Horizontal: É aquela que se estabelece entre as
são obtidas pelas respostas às várias questões, tais como:
outras pessoas sem observância dos níveis hierárquicos
O posicionamento da empresa perante os concorrentes
dessas mesmas pessoas. Essa coordenação possibilita a
precisa ser melhorado? Os seus produtos e serviços estão
comunicação entre as pessoas de vários departamentos e de
adequados aos clientes? Os recursos de investimentos
diferentes níveis hierárquicos. Risco Básico: Desmoralização
estão adequados nos níveis tecnológicos, processos e
ou destruição das linhas de comando ou hierarquia.
produtos, de forma que possam garantir diferenciação dos
ORGANIZAR concorrentes?
É a função administrativa que visa dispor No que diz respeito ao método quantitativo, para
adequadamente os diferentes elementos (materiais, controle do desempenho estratégico, podem ser utilizados
humanos, processos, etc.) que compõem (ou vierem a alguns tipos de avaliações, como: Número de mercadorias
compor) a organização, como objetivo de aumentar a sua vendidas; Participação no mercado.
eficiência, eficácia e efetividade. Não esqueça que as informações são muito importantes
no controle estratégico. Elas devem ser confiáveis
CONTROLAR e AVALIAR possíveis, pois elas serão a fonte daqueles que decidirão
Esta função se aplica tanto a coisas quanto a pessoas. sobre a escolha de uma estratégia assertiva. Desta forma,
“O controle consiste em um processo que guia a as organizações deverão garantir como essas informações
atividade exercida para um fim previamente determinado. serão coletadas, armazenadas e processadas, de tal maneira
A essência do controle reside em verificar se a atividade que o tempo de resposta do controle estratégico seja o
controlada está ou não alcançando os resultados desejados” menor possível e que possibilite correções de desvios
(CHIAVENATO, 2003, p.372). necessários nos processos da administração estratégica.
Para que isso aconteça com perfeição é necessário
seguir quatro passos. Conforme Chiavenato (2003,  pp.372- Controle
376), o processo é caracterizado pelo seu aspecto cíclico Independentemente do tipo de estratégia, o controle
e repetitivo. O primeiro passo é estabelecer padrões e é uma função administrativa, é a fase do processo 
objetivos a serem alcançados. Existem vários tipos de administrativo que mede e avalia o desempenho, e toma
padrões utilizados para avaliar e controlar os diferentes a ação corretiva necessária. Perceba que o controle é um
recursos da organização:  processo essencialmente regulatório e possui algumas
1. Padrões de quantidade: números de colaboradores, características básicas identificadas como: nível de decisão,
etc; dimensão de tempo e abrangência.

5
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
Conforme descrito anteriormente, o controle tem duas Outro item de controle é a avaliação de resultados que
finalidades, o apontamento de erros, e correções de falhas. se baseia nas informações colhidas durante os planos de
Basicamente, o controle serve para proteger a organização ação ou da operação dos programas, o objetivo é avaliar
em várias circunstâncias utilizando procedimentos de resultados dentro de limites previstos para garantir o que foi
auditoria e divisão de responsabilidades. Outro aspecto determinado. A descentralização administrativa influencia
importante dessa ferramenta estratégica é avaliar e poderosamente o controle: à medida que aumenta a
dirigir o desempenho das pessoas, por meio de sistemas descentralização, deve haver alguma modificação nos
como desempenho pessoal, supervisão direta, vigilância controles da empresa.
e registros incluindo informação sobre produção por Gestor(a), quando as decisões são centralizadas,
colaborador  ou perdas com refugo por colaborador. geralmente se estabelece padrões, métodos e resultados
Não esqueça que a organização deve ser averiguada de cada fase do trabalho, a frequência com que são feitas
na totalidade (desempenho global) principalmente em as avaliações também muda com a descentralização.
questões básicas, como: Outro item do controle é a comparação de resultados
• Planejamento estratégico, bem como seus que proporciona a informação a respeito da qualidade,
objetivos visando acompanhá-lo e medi-lo, permitir ações quantidade, do tempo, custos das atividades de cada
corretivas por parte da direção da empresa. departamento da organização. O processo de comparação
• Outro aspecto é a descentralização da autoridade: repousa na mensuração, na variância e no princípio da
as unidades tornam-se semiautônomas, porém exigem exceção, que são os seus três elementos essenciais. 
controles globais capazes de evitar problemas decorrentes
da completa autonomia. Controle no Nível Tático
• Controles globais medem os esforços da empresa Outros aspectos são os tipos de controles táticos,
como um todo ou de uma área integrada em vez de medir identificados por: controle orçamentário, orçamento-
simplesmente parte dela. programa, contabilidade de custos.
Geralmente, os controles têm uma porcentagem Importante lembrar que a contabilidade é indispensável
significativa na área financeira da empresa em seus mais nos controles estratégicos, essa contabilidade aloca os
variados campos de ação: relatórios contábeis, controle de custos em alguma unidade base, como produtos, serviços
ganhos ou perdas e análises de retornos. etc. As classificações são: Custos fixos: são os custos que
independem do volume de produção ou do nível de
Controles nos Níveis Institucionais atividade da empresa. Custos variáveis: são os custos que
No que diz respeito aos níveis institucionais, temos: estão diretamente relacionados com o volume de produção
o controle tático que é exercido no nível intermediário ou com o nível de atividade da empresa. A partir dos custos
das empresas. Ele aborda as unidades da empresa, fixos e variáveis, pode-se calcular o chamado “ponto de
exemplo: um departamento ou cada conjunto de recursos equilíbrio”, isto é, o ponto em que não há prejuízo nem
tomados isoladamente. Sendo assim, os executivos devem lucro.
estabelecer os objetivos de nível institucional, elaborar os
planos de nível intermediário, reunir os recursos necessários Controle no Nível Operacional
e procedimentos para que os mesmos possam assegurar No que diz respeito aos controles em seus níveis
que o desempenho da execução corresponda aos planos. organizacionais temos o último conhecido como controle
O executivo no nível intermediário necessita operacional, o mesmo é realizado no nível da execução das
desenvolver seu processo de controle que envolve as operações, que é uma maneira de controlar as tarefas e
quatro fases seguintes: Estabelecimento de padrões; operações desempenhadas pelo pessoal não administrativo
Avaliação de resultados; Comparação dos resultados com da empresa. O controle operacional é bem específico no
os padrões; Ação corretiva quando ocorrem desvios ou que diz respeito a tarefas e operações: o tempo é de curto
variâncias. Observe esses padrões, veja que os mesmos prazo, e trabalha com objetivos imediatos, a avaliação
já foram apresentados, confirmando os parâmetros para operacional e seu sistema é mais voltado para realidade do
o controle. Porém, vamos nos aprofundar mais um pouco dia a dia da empresa.
nesse contexto. O controle operacional possui quatro fases. Segundo
Chiavenato (2003), a primeira seria o estabelecimento de
Estabelecendo Padrões padrões que representam a base do controle operacional
O estabelecimento de padrões depende dos objetivos, e é uma norma ou critério que serve para a avaliação. É o
especificações e resultados do processo do planejamento. ponto de referência para aquilo que será feito. A segunda
Os padrões fornecem parâmetros que deverão balizar o fase é a avaliação do desempenho que serve para averiguar
funcionamento do sistema. As decisões são estabelecidas o que está sendo feito, a execução do que foi determinado.
no decorrer do processo do planejamento. Para isso, o A terceira fase é a comparação do desempenho com aquilo
padrão fornece os critérios para medir o desempenho e que foi previamente estabelecido como padrão, para
avaliar os resultados, porém no nível intermediário os verificar se há desvio ou variação.
padrões são estabelecidos por objetivos departamentais.

6
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
Ação Corretiva e Ação Disciplinar O somatório desses pequenos problemas impede que
Na quarta fase temos a ação corretiva e ação disciplinar. uma pessoa se comunique com fluidez e naturalidade. É
A ação corretiva consiste em melhorar e adequar ao o mesmo princípio de que: “A união faz a força”, ou seja,
padrão estabelecido, sua função básica de controle é o conjunto dessas dificuldades neutraliza o efeito que a
eliminar as variáveis significativas no desempenho atual comunicação poderia provocar, impedindo-a de mostrar o
com o desempenho desejado. A ação corretiva incide seu potencial e a sua competência, gerando frustrações na
geralmente sobre a própria tarefa ou operação, visa vida pessoal e profissional:
colocar as coisas em ordem. No que diz respeito a ação a) Timidez: Há pessoas que possuem muito
disciplinar, seu propósito é diminuir a discrepância entre os conhecimento e muito talento mas na hora de falar em
resultados atuais e os resultados esperados. A ação positiva público, em uma reunião ou quando convidadas para
proferir uma palestra, ficam totalmente apavoradas e
toma a forma de encorajamento, recompensas, elogios,
preferem fugir do que enfrentar. Se observarmos bem, uma
treinamento adicional, feddback inteligente ou orientação.
pessoa não é valorizada por aquilo que sabe ou conhece,
A ação negativa inclui o uso de advertências, castigos, mas por aquilo que faz com aquilo que sabe. Por isso, a
admoestações e até mesmo desligamentos da empresa. timidez tem impedido muitas pessoas de conseguirem
O controle é uma ferramenta indispensável nas galgar melhores possibilidades de sucesso na vida.
organizações, principalmente no que diz respeito às Basicamente, os problemas de timidez manifestam-se por
estratégias. Não podemos esquecer que uma estratégia medos, tais como de não ser bem sucedido, de errar, de ter
deve ser avaliada e controlada, pois somente assim o famoso “branco”. Outra evidência é a baixa autoestima,
podemos ter certeza de sua eficiência. Uma estratégia ou a sensação de incapacidade para se expressar diante
sem critérios, parâmetros, pode ser um tiro que sai pela de situações desafiadoras. Além disso, há o excesso de
culatra, a organização em questão pode ser a vítima, pois o manifestações no próprio corpo, tais como tremedeira,
mercado é muito competitivo e as organizações necessitam gagueira, sudorese, taquicardia, chegando, em alguns
ser singulares com um diferencial competitivo modelo casos até a desmaios;
b) Saber Ouvir: Saber ouvir é muito mais do que escutar
e darmos a nossa interpretação conforme desejarmos
ou baseada nas nossas próprias limitações. Saber ouvir
RELAÇÕES INTERPESSOAIS: COMUNICAÇÃO E é cultivar a difícil arte da empatia que é a habilidade de
se colocar no lugar do outro e prestar muita atenção no
RELAÇÕES INTERPESSOAIS. significado das palavras, na maneira em que a pessoa
está transmitindo, no seu estado emocional, seus limites e
conhecimentos; é olhar para os seus olhos, é perguntar se
houver dúvidas, é evitar interpretar ou “alucinar” a partir
A ARTE É COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL do que foi dito;
Além das palavras, existe um mundo infinito de Este mesmo princípio de empatia se processa para
nuances e prismas diferentes que geram energias ou quem deseja se comunicar. Para conseguir um ótimo
estímulos que são percebidos e recebidos pelo outro, resultado, basta colocar-se no lugar do outro e gerar
através dos quais a comunicação se processa. Um olhar, estímulos adequados conforme o jeito do outro funcionar,
um tom de voz um pouco diferente, um franzir de cenho, de processar informações, de entender conforme o seu
um levantar de sobrancelhas, podem comunicar muito nível cultural ou limitações de vocabulário, conceitos e
mais do que está contido em uma mensagem manifestada experiências pessoais. A pergunta ideal para termos a
através das palavras. Em 15 anos atuando como professor evidência se, de fato, o outro entendeu o que dissemos
de Comunicações Verbais, tendo treinado mais de 13.000 é “O que você entendeu do que eu disse?”. O mundo
pessoas, tenho observado algumas curiosidades que creio seria, certamente, bem melhor e as pessoas conseguissem
interessantes para que cada um possa refletir e tirar algum relacionar-se melhor se pudessem fazer e responder a essa
proveito. pergunta;
d) Voz: Outra grande dificuldade para muitos (e o
PROBLEMAS DA COMUNICAÇÃO problema é que desses, poucos sabem) é sobre a utilização
adequada da voz. Há pessoas que falam muito devagar,
Uma dessas constatações de pessoas que se dizem
outras ainda que tem dicção ruim ou falam de forma linear
com grandes problemas de comunicação é que, de
ou ainda com volume muito baixo.
fato, os problemas são relativamente simples e de fácil A questão é simples: Como posso esperar, de fato, que
solução. O que ocorre é que esse problema, por menor alguém me compreenda ou preste atenção no que digo se
que seja, compromete todo o sistema de comunicação. nem sequer consigo entender o que estou dizendo?
Por exemplo, uma pessoa pode ter boa cultura, ser e) Corpo: Curiosamente, a expressão corporal assume
extrovertida e desinibida, saber usar bem as mãos, possuir até mais importância do que a voz e, em alguns casos,
um rico vocabulário e dominar uma boa fluência verbal. do que o próprio conteúdo. Medo de olhar nos olhos,
Pode possuir tudo isso, mas se falar de forma linear, com expressão facial incongruente com o conteúdo, aparência
voz monótona irá provocar desinteresse e sonolência mal cuidada, ausência de gestos ou excessiva gesticulação,
aos ouvintes e, consequentemente, a comunicação ficou bem como posturas inadequadas são suficientes para
limitada. tirarem o brilho de um processo de comunicação;

7
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
f) Vícios: Quantas vezes ouvimos, ou melhor, tentamos O homem, para produzir e sobreviver necessita da
ouvir pessoas, acompanhar seu raciocínio, mas fica difícil comunicação. Comunicar-se com seu semelhante está na
pois ouvimos alguns ruídos, tais como “aaaa...”, “éééé....”, “tá”, base de qualquer relacionamento humano. E mais: Quanto
“né”, “certo”, “percebe” repetidos inúmeras vezes. Deixamos maior for o entendimento entre as pessoas, melhor será
de prestar atenção no conteúdo e ficamos incomodados o bem-estar existente entre elas e mais produtivas elas
com esses sons que dificultam a compreensão; serão. Diante dessa perspectiva é que as organizações
g) Prolixidade: Por acaso, você conhece pessoas que modernas, de grande ou pequeno porte, devem orientar-se,
dão várias voltas, entram em paralelas ou transversais, lembrando-se de que sua maior força produtiva, de muito
fazem retornos, dão marcha ré, engatam novamente a mais valia do que suas máquinas, são seus funcionários. A
primeira marcha... Já deu para perceber que estamos eles deve ser dada toda a atenção, para que convivam em
falando de pessoas prolixas, ou seja: Ninguém aguenta por harmonia, conheçam os objetivos pelos quais trabalham e
muito tempo ouvir aquelas pessoas que falam demais e possam ser produtivos pela sua atuação em equipe. E o que
desnecessariamente, principalmente sobre assuntos sem pode produzir essa ligação entre pessoas é a comunicação.
interesse; Diversos sentimentos negativos podem surgir dentro
h) Controle emocional: Você já ficou magoado e ficou da organização quando essa não se preocupa em criar um
chateado um dia inteiro por um simples fato ocorrido no eficiente processo permanente de comunicação com os
trânsito ou um tom de voz mais elevado em um momento empregados. Um sistema ineficiente de comunicação pode
de discussão ou um “bom dia” que não lhe disseram? causar nos funcionários frustração por se sentirem de certa
Você já imaginou o poder que você mesmo dá, assim, forma menosprezados, e ansiedade por se verem diante do
de presente a uma pessoa que você nem conhece, talvez desconhecido, o que acaba provocando medos e incertezas
nunca mais a veja na vida, ou mesmo que seja alguém quanto à segurança no emprego. Em um ambiente fechado
conhecido, que é a capacidade de tirar o seu bom humor, de trabalho, no qual centenas de pessoas dependem
seu otimismo, ou a sua motivação? Esteja atento para essas da confiança que depositam umas nas outras para o
armadilhas da comunicação e previna-se. Conheço uma cumprimento de suas tarefas, a existência de um quadro
frase de um filme de treinamento chamado “O Homem psicológico negativo, inseguro, diminui a concentração no
Milagre”, que diz o seguinte: “SNIOP”, ou seja: “Salve-se das trabalho, a motivação e pode provocar irritação e muito
Nefastas Influências de Outras Pessoas”. De qualquer modo estresse em quem deve atender a programas rígidos de
é importante que você mesmo mantenha o devido controle produtividade.
Hoje, a importância estratégica da comunicação
emocional e saiba proteger-se dessas negatividades;
nos negócios tornou-se tão grande que é impossível
i) Foco de mudanças: Você não pode mudar as atitudes
uma organização manter seus níveis de produtividade
e comportamentos de outras pessoas. Assuma! Você é o
e lucratividade sem que institua internamente excelente
responsável apenas por aquilo que está ao seu alcance e
processo de informação, de diálogo com seus funcionários.
pelas mudanças que pode proporcionar a você mesmo;
A existência de boa comunicação na empresa motiva a boa
j) Motivação e autoestima: Considero um dos aspectos
execução das tarefas, elimina as incertezas, as ambiguidades
mais importantes da comunicabilidade de uma pessoa, a
e produz confiança e segurança. Para ser eficaz, o processo
energia que flui sutilmente através da sua voz e do seu de comunicação não pode ser tratado como algo sazonal.
corpo, das palavras e da sua postura, dos gestos e do Ao contrário, precisará ser permanente, acurado, adequado
olhar. É a expressão do seu otimismo ou pessimismo, da ao contexto em que vivem os empregados. Ou seja, os
agressividade ou suavidade, do nível da sua autoestima. empregados necessitam de uma comunicação just in time,
É a comunicação invisível, mas presente, percebida isto é, a informação certa, na medida certa e no tempo
pelos sentidos. Quão agradável é a energia que flui de certo para executarem com êxito suas tarefas.
pessoas otimistas, bem humoradas, felizes, que diante A propósito, é bom lembrar o que diz Levine and
das adversidades da vida encontram desafios que serão Wright Kozoles que, “quando os empregados são
superados. mantidos informados, tendem a se sentir mais satisfeitos
Para concluir, cabe ressaltar a sutileza da comunicação com seus trabalhos, apresentam um moral de nível mais
das pessoas que tem bondade no coração, a gentileza alto e são motivados a serem empregados produtivos”.
nos gestos, beleza e doçura nas palavras. “Sensualidade, Continua sendo verdadeiro afirmar que a existência de
alinhamento e graça permeiam seus movimentos. Uma um processo de comunicação bem planejado e executado
nobreza natural flui silenciosa e discretamente em suas provoca impacto positivo no desempenho individual dos
ações; há uma segurança pessoal apoiada na humildade; empregados. Como se vê, o impacto da comunicação
uma reverência, um senso de humor mesclado com a sobre os empregados deve ser avaliado de maneira muito
consciência do sagrado”. Essas são as pessoas que fazem mais profunda e crítica para que as empresas atinjam suas
mais do que se comunicar, irradiam luz e brilho pessoal. metas em parceria com seus funcionários.

O QUE É COMUNICAÇÃO INTERGRUPAL O QUE É EQUIPE


“Uma comunicação bem estruturada e efetiva Há alguns anos atrás, não falavam em equipe, elas
provoca impacto positivo no desempenho individual dos existiam mais eram convencionais, orientadas para a função,
empregados”. Não obstante todo o progresso tecnológico compostas de especialistas nessas funções. O mundo está
deve-se levar em conta uma verdade fundamental. cheio de equipes, e existem muitos tipos, e cada uma

8
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
possui seu próprio potencial que se desmorona à sua As organizações mudaram da velha pirâmide hierárquica
frente. Elas tem sido um componente-chave da realidade para trabalharem em equipes, e muitas já fracassaram no
organizacional desde que existem as organizações, digamos início. E agora será que compensa continuar com isso? Ou
que, é a unidade natural para atividades de pequena escala, deve-se voltar para a velha pirâmide da burocracia? Quando
desde o início da Revolução Industrial, iniciada no século fracassam, é quase sempre porque a organização que as
XVIII. emprega voltou-se para equipes para diminuir a gerência
O mundo, após o final da II Guerra Mundial, estava em de nível médio, sem dar-lhes atenção, ferramentas, visão,
ruínas, tinha recém se reconstruído e tornara-se altamente recompensas, ou a clareza de que necessitam para serem
competitivo. Em outros países, estavam-se experimentando bem sucedidas. As empresas que abordam a formação
novos modelos para grandes organizações. O sucesso de equipes com a orientação de numerador (potencial de
desses países deve-se a custa dos norte-americanos. O uma empresa para crescimento) não abandonam a ideia da
entusiasmo da prosperidade norte-americana estava lucratividade de seus resultados financeiros.
parada, e o novo entusiasmo viraria a velha pirâmide de
NECESSIDADES HUMANAS
ponta-cabeça e iria devolver o foco à esquecida e básica
O ser humano, como ser social, necessita de interação
unidade de operações: o grupo de trabalho ou equipe.
com outras pessoas, da mesma forma que necessitamos da
Mas o que é uma equipe? O Japão após a II Guerra estava
água, ar, etc. Uns mais ou menos do que outros. Mas o que
sem infraestrutura, mas possuía pessoas motivadas, com
obtemos uns dos outros?
disposição cultural para trabalharem juntas e a visão e Afeição: Todo ser humano necessita de afeição;
paciência para traçar estratégias e praticá-las. Alguns anos Afiliação: É o sentimento de pertencer a algum grupo
mais tarde os japoneses estavam exigindo o máximo, para ou organização;
todos os trabalhadores de todas as funções, e a missão Reconhecimento: Uma vida sem reconhecimento é
de cada equipe era a melhoria contínua dos processos. algo superficial;
Nenhuma idéia era pequena demais e nenhum trabalhador Troca de ideias: É a maneira mais rápida e prática de
insignificante. Todos participavam. aprender;
São pessoas fazendo algo juntas. O algo que uma Valorização pessoal: Processo de benchmarking
equipe faz não é o que a torna uma equipe, é o juntos pessoal.
que interessa. Por várias vantagens as organizações estão Alguns tipos de cultura, não só antigamente, mas ainda
mudando de grupos para equipes, em resumo: hoje, fazem ao contrário para punir alguém, excluem-no,
Aumento de produtividade: Outra visão para não o deixando relacionar-se com outros membros. Nós
oportunidades que a gerência convencional deixaria ainda queremos que gostem de nós, ainda usamos uns aos
passar despercebida. Organizações que viram as equipes outros para aprender, realizar tarefas complexas e enfatizar
apenas como estratégia de redução de custos não se nosso valor individual como colaboradores. A afiliação
desapontaram; existe em diversas gradações de intensidade e acontece
Melhoria de comunicação: Informações compartilhas por diferentes razões, uma delas, é a fim de sobreviver. O
e trabalho delegado. Equipes realizam tarefas que grupos indivíduo isolado é solitário; ele também é ineficaz e vive
comuns não podem fazer. Há conhecimentos demais para pouco. Para muitos membros de equipe, sua equipe é sua
que uma única pessoa ou turma de funcionários possa passagem para a sobrevivência. A equipe fornece a força
saber tudo e competir com uma equipe de integrantes dos números que serve, muitas vezes, de camuflagem para
versáteis; esconder seus fracassos ou mediocridade. Eles farão o
Melhor uso dos recursos: As equipes focalizam seus que for necessário, incluindo juntar-se a uma equipe, para
sobreviver.
recursos mais importantes diretamente nos problemas. É o
Formar equipes não é uma ideia inovadora, isto está
princípio de que nada pode ser desperdiçado;
em nosso sangue, queremos fazê-lo e bem, mas temos essa
Mais criatividade e eficiência na resolução de
tendência de estragar tudo na execução. Quando as coisas
problemas: Além de estarem mais motivadas, estão mais
estiverem difíceis, ajuda lembrar que nossas intenções são
próximas dos clientes e combinam-se. Elas invariavelmente sempre boas no fundo, e muito naturais.
sabem mais sobre a estrutura da organização;
Decisões de alta qualidade; Vem do princípio do NECESSIDADES INDIVIDUAIS X NECESSIDADES DE
conhecimento compartilhado; EQUIPE
Melhores produtos e serviços: As equipes aumentam o Mesmo com a tendência do ser humano pertencer
conhecimento que, quando aplicado no momento certo, é a uma equipe, não queremos desenraizar nossas vidas e
a chave para a melhoria contínua; prioridades individuais pelo bem de um grupo de trabalho
Processos Melhorados: Apenas as equipes, que desprezível qualquer. Se os membros de uma equipe não
possuem o conhecimento de todas as funções, podem tiverem suas necessidades individuais satisfeitas ou pelo
remover os obstáculos e acelerar o ciclo; menos direcionadas para um mesmo objetivo, dificilmente
Diferenciam enquanto integram: As equipes permitem serão uma grande equipe; e não conseguirão atingir suas
às organizações misturar pessoas com diferentes tipos de metas de forma oportuna, porque as metas de sua equipe
conhecimentos sem que essas diferenças rompam o tecido estão sendo sutilmente enfraquecidas por uma grande
da organização. quantidade de metas pessoais insatisfeitas.

9
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
Trabalho eficaz em equipe significa saber manter um desfavoravelmente. A capacidade e tendência de grupos
equilíbrio constante entre as necessidades da equipe de trabalho para restringir a produção foram encontradas
e as necessidades individuais. Não apenas as básicas de em muitos estudos. As organizações informais que se
sobreviver através de filiação, mas também coisas que compõe quase na totalidade ou da maioria dos membros
cada um deseja, coisa que nada tem a ver com equipes ou dos grupos de trabalho podem restringir ou aumentar a
cargos. As equipes devem desconfiar de membros que não produção, aumentar as faltas e, de outras maneiras, influir
tem qualquer intenção honesta de serem membros ativos nos objetivos da empresa. Portanto já se verificou que
da equipe. Sacrifício, lealdade e a vontade de passar por um aumentos substanciais de produtividade e reciprocamente
pouco de dificuldades uns pelos outros apenas ocorrem diminuição do desperdício, quando os objetivos grupais
quando as cartas estão na mesa e as pessoas podem ser são alterados de forma a se tornarem compatíveis com
honestas acerca de suas necessidades. Quaisquer que os da organização. Razões diversas parecem concorrer
sejam as metas pessoais, precisamos saber quais são para para maior produtividade dos grupos de trabalho com
lidar com elas, ou ao menos reconhecê-las, como equipe.
elevado índice de orgulho e lealdade entre os colegas. Uma
Quando sabemos o que nossos companheiros desejam
delas é que os trabalhadores nesses grupos revelam mais
que consigamos e o que nós mesmos queremos, forma-se
cooperação para realizar as tarefas.
um excelente vínculo entre os membros.

O QUE É TRABALHO EM EQUIPE TRABALHO EM EQUIPE X AGENDA SOCIAL


Uma das condições essenciais nas organizações é O propósito da equipe é reunir pessoas e fazer coisas
o trabalho em grupo. Parece bastante simples, visto que juntas, e o propósito da agenda social é satisfazer suas
as necessidades e os resultados alcançados são de longe necessidades pessoais de afiliação ao estar envolvido
muito mais significativo do que o trabalho separado. Então em um grupo. Um deles diz respeito a trabalho, o outro
o desafio resume-se somente em colocar as pessoas ao não. Se conhecermos os detalhes uns dos outros logo no
lado das outras e explicar bem os desafios e dar condições início, poderemos resolver ansiedades e expectativas antes
para a realização das tarefas, certo? Errado, o que parece que elas arrastem a equipe para baixo. Algumas vezes a
extremamente fácil, pode ser algo de extrema dificuldade, definição de trabalho em equipe e agenda social torna-se
quando se tenta colocar em prática. um pouco indefinida. Pesquisadores afirmam que a agenda
Pesquisas mostram que quanto maior a habilidade de social é um componente necessário para manter a sanidade
um líder em utilizar os métodos de supervisão em grupo, durante o trabalho, aliviar o estresse.
tanto maiores serão a produtividade e as satisfações
encontradas no emprego, pelos subordinados. A frequência AS POTENCIALIDADES DO TRABALHO EM EQUIPE
das reuniões de grupo de trabalho, bem como a atitude O pequeno grupo face a face é uma unidade tão
e comportamento do superior em relação às ideias dos importante quanto o indivíduo, na organização. Os dois não
subordinados, afetam o grau em que os subordinados se opõem. Isto só pode ser realizado se certas exigências
acham que o supervisor é bom nas relações humanas. forem cumpridas. Teremos de aprender a distinguir entre
Assim, um supervisor ou gerente só deve fazer uma reunião atividades que são próprias para grupos e as que não
se realmente estiver interessado em servir-se das idéias são. Na medida em que essas exigências forem satisfeitas,
dos subordinados. Uma atitude solidária por parte do faremos algumas descobertas importantes. Por exemplo:
chefe/supervisor, assim como a utilização construtivas das O estabelecimento de metas em grupo oferece
reuniões de grupo, é necessária para desenvolver orgulho e vantagens que não podem ser obtidas pelo estabelecimento
lealdade no grupo. Supervisores que são altamente cotados de metas por um indivíduo;
pela administração fazem uso frequentes de reuniões de
Um grupo gerencial eficiente proporciona o melhor
grupos para tratar de problemas relativos ao trabalho.
ambiente possível para o desenvolvimento individual;
Outro fator importante registrado, é que mestres de
Muitos objetivos importantes e muitas medidas de
grupos de trabalho de elevada produção reportam, com
desempenho podem ser criadas para serem aplicadas ao
muito mais frequência do que mestres de grupos de
baixa produção, que seus grupos de trabalho apresentam grupo, o que não acontece no plano individual;
bom desempenho quando os mestres estão ausentes. Numa equipe gerencial eficiente, os aspectos de
Aparentemente mestres de alta produtividade criam no competição encarniçada, que representam um prejuízo
interior do grupo de trabalho expectativas, a capacidade e para o sucesso organizacional, podem ser minimizados pelo
as metas necessárias para seus funcionamento normal na desenvolvimento da “unidade de propósito”, sem reduzir
ausência do mestre. a motivação individual. Temos muito o que aprender, e
Os grupos de trabalho com maior orgulho de sua muitos preconceitos para vencer. Mas realmente acredito
capacidade de produzir ou com maior lealdade pelo grupo que essa transição seja inevitável, a longo prazo. Logo
tendem a ser grupos de altos índices de produtividade. O alto mais já não será possível dirigir uma empresa complexa,
índice de lealdade em um grupo, não está necessariamente interdependente e cooperativa, como a companhia
relacionada com produtividade. Existem consideráveis industrial moderna, com base nas premissas totalmente
indícios que grupos de trabalho podem ter objetivos que ilusórias de que ela é feita de relações individuais.
influenciarão a produtividade e custo tanto favorável como

10
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
MITOS DA EQUIPE REVIRANDO AS EQUIPES
1. O mito do aprendizado através da aventura: O 1. Fazendo As Equipes Passarem Por Estágios Rumo Ao
aprendizado através da aventura é um evento de grupo Sucesso
em que uma equipe é submetida a uma série de tarefas Há quatro estágios no desenvolvimento de equipes
desafiadoras, físicas e mentais. Frequentemente são que almejam ser bem sucedidas: Todas as equipes bem
realizadas em locais abertos, em um cenário idílico ou sucedidas passam por todos estes quatro estágios:
em um retiro nas montanhas, ou em um hotel fazenda ou a) Formação: Quando os membros do grupo está
parque. ainda aprendendo a lidar uns com os outros. A formação
Descobriu-se que as pessoas poderiam passar por é aquele estágio do desenvolvimento de equipe em
transformações comportamentais incríveis, se solicitadas que tudo está para se iniciado, quando a equipe é ainda
a fazer coisas que comumente não faziam, com o resto somente uma equipe no sentido mais solto da palavra.
do grupo atuando como apoio. Há dois graus básicos de Um dos sinais de uma equipe no estágio de formação é a
aprendizado por aventura: extrema delicadeza, um esforço enorme para não ofender
- De alto risco: São os de maior aventura, há um certo e para não provocar animosidades. Isso é compreensível
grau de perigo físico real nos exercícios desse tipo;
quando se considera que as boas maneiras são instituídas
- De Baixo risco: Implicam um risco real muito pequeno.
de uma forma global para evitar que as pessoas que não se
É o aprendizado através da aventura de forma barata,
conhecem não ameacem umas às outras. Essa ânsia de se
geralmente uma série de exercícios físicos ao ar livre, que
podem ser realizados em um parque ou num quintal. apresentar como não ameaçador é realmente a chave para
As lições que as pessoas aprendem nestes grupos quão ameaçador o estágio de formação realmente é. As
incluem a superação do medo e da desconfiança, assim pessoas que se reúnem pela primeira vez tem consigo todos
como a lição de que a força sinérgica do grupo trabalha os tipos de pergunta acerca de quais membros tem poder
para ajudar o indivíduo; e se eles compartilharão este poder e com quem, dúvidas
2. O mito do tipo de personalidade: As categorias de a respeito de suas próprias capacidades e a dos demais, e
personalidade também fornecem a cada membro de equipe preconceitos sobre os tipos de pessoas com que terão que
uma nova compreensão de si mesmo e um conjunto de se ombrear dentro na equipe. Em meio a tais sentimentos
iniciais para explicar que tipo de personalidade tem. Mas conflitantes, as pessoas se agarram ansiosamente em
a classificação de personalidade não mede nada que seja alguma coisa para formar alianças temporárias.
importante para equipes. As equipes não se destacam ou Durante o estágio de formação, os potenciais colegas
fracassam em função de como as pessoas são lá no fundo, de equipe identificam similaridades e expectativas de
seja em sua forma real ou percebida. Elas se destacam ou resultados, concordam com o propósito da equipe e
fracassam em função do que elas, de fato, realizam ou de identificam recursos possíveis e conjuntos de habilidades.
como elas, de fato, se comportam com relação a outros A formação é uma época de grande perigo. As primeiras
grupos que lhe são externos; impressões são formadas e fixadas. As personalidades
3. O mito de que as pessoas gostam de trabalhar juntas: agressivas se movimentam para estabelecer o domínio;
As pessoas precisam de seu espaço para se sentirem calmas b) Tormenta: Uma época de difícil negociação das
e seguras. Passar o dia inteiro encurralados com colegas de condições sob as quais a equipe deverá trabalhar juntas.
equipe parece menos com uma receita para desempenho Estima-se que três quintos da extensão de um projeto
do que com uma peça teatral francesa de tédio existencial. de equipe, do começo ao fim, sejam constituídos com
Ao projetar um ambiente para equipes, não espere que os dois primeiros estágios, formação e tormenta. Nunca
as pessoas fiquem loucas para terem contatos constantes houve uma equipe que não tenha sido testada na fase de
entre si. Respeite sua relutância em perder sua identidade tormenta. E a tormenta sempre vem como uma surpresa,
individual para a equipe;
independentemente de como se tenha preparado para
4. O mito de que o trabalho em equipe é mais
ela. Esta é a hora de entrar, de explicar limites, de oferecer
produtivo do que o individual: A verdade é que as equipes
sugestões, de manter um controle sobre a anarquia
são inerentemente inferiores a indivíduos, em termos de
eficiência. Se uma única pessoa tiver informações suficientes inevitável. A tarefa de treinar é crítica, porque a tormenta é
para completar uma tarefa, ela sobrepujará uma equipe onde mais importantes dimensões da equipe são delineadas.
incumbida da mesma tarefa. Não há interfaces, repasses Juntamente com suas metas, as quais a equipe começou a
de serviços intermediários entre indivíduos. Não há mal- estabelecer durante a formação, esclarecer e implementar
entendidos nem culturas conflitantes. Nenhum conflito de estes quatro elementos compreende a agenda inteira da
personalidade ou algo assim. equipe. O treinador está ali para ajudar, não para interferir.
5. O mito do “quanto mais, melhor” nas equipes: É tão delicado como andar na corda bamba, porque o
Há uma tendência em algumas empresas de pensar moral pode cair a níveis baixos e as hostilidades emergirão
sua organização inteira como uma equipe. Esta é uma e exigirão alguma espécie de reação. De qualquer modo,
expressão interessante mas sem utilidade. Equipes, por estas coisas acontecem na tormenta. A única reação errada
sua própria natureza, não podem ser grandes. Em algum em tal circunstância é a de tornar-se realmente defensivo.
ponto elas deixam de ser equipes e tornam-se multidões. Não houve intenção de ofensa.
O tamanho da equipe é importante. Pequeno é melhor que Os líderes devem compreender os sinais de tormenta.
grande. Uma equipe pode ser conduzida, dirigida por um A tormenta é a esperança misturada com uma grande
líder, instituída formalmente. dose de temor. Durante a tormenta, todos os membros

11
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
da equipe estão cogitando se são respeitados pelos Muitas equipes tem uma subequipe encarregada
demais. A tormenta é o estágio no qual algumas pessoas de monitorar o desenvolvimento de novas tecnologias
decidirão diminuir o ritmo. Elas aparecerão para trabalhar, e recomendar compras. O trabalho dessas subequipes
e ainda se comunicarão com membros de outras equipes, é difícil, pois tem que andar na ponta dos pés em um
mas não muito bem. Mas se olhar mais de perto para o campo minado de paradoxos que podem ser fatais. A triste
comportamento delas, ficará claro que a equipe considerada verdade é que, embora as tecnologias de equipe existentes
não é a equipe que elas queriam, e por isso elas decidirão no momento sejam frequentemente fantásticas, as equipes
não ser membros entusiastas; estão ainda tropeçando em suas ferramentas, gastando
c) Aquiescência: Uma época na qual os papéis são seu precioso tempo aprendendo sistemas que não fazem
aceitos. Com o passar da tormenta chega-se a um novo
o que elas querem que façam ou que são muito difíceis de
alinhamento e aceitação dos papéis na equipe. O sucesso
serem dominados por cada um dos membros da equipe
experimentado durante o estágio de aquiescência é um
sucesso marcado por contradições, de que o grupo se e tentando fazer com que essas ferramentas façam coisas
torna mais forte à medida que os indivíduos cedem em que elas simplesmente ainda não conseguem fazer.
suas defesas-chave, reconhecem pontos fracos e pedem a
ajuda das pessoas como formas de compensação. O estágio 3. Saúde Da Equipe A Longo Prazo
de aquiescência é definido pela aceitação dos mesmos Tendo-se conseguido uma boa trilha para a equipe,
papéis que a tormenta renegou. Os relacionamentos que tem-se que achar formas de conservá-las e evitar que ela
começaram no estágio da formação, tem a oportunidade se desgaste, transformando-se em um beco sem saída.
de se aprofundarem durante a aquiescência. Durante a A equipe sobrevive ao sucesso lutando para manter o
aquiescência as arestas não tratadas do conflito começam mesmo nível de atenção a seus próprios processos como
a ceder. O que aconteceu é que as agendas ocultas pelos ela mantinha quando começou a ter êxito. O ponto de
membros durante a tormenta foram desmascaradas ou referência é a melhoria contínua, a idéia de que o processo
diminuíram de importância. A necessidade das pessoas pode ser melhorado indefinidamente. A clareza contínua
de avaliar seus domínios sobre o grupo, sejam eles ativos significa que deve-se estar constantemente esclarecendo a
ou passivos, reduziu-se na medida em que aumentou a clareza já alcançada durante a formação inicial da equipe.
intimidade do grupo; Não basta que os membros de equipe se reúnam e discutam
d) Realização: Quando níveis ótimos são finalmente
com detalhes suas metas e visões em um determinado dia.
alcançados. Realização não é ser viciado em trabalho. De
Eles tem que continuar mantendo aquele entendimento
certa forma é o contrário, porque é admissão por cada
membro da equipe de que ele não pode fazer o trabalho novo e claro no dia seguinte, um dia após o outro.
sozinho. Trata-se de um nível de compromisso genuíno A clareza contínua significa enumerar continuamente
com as metas e objetivos da empresa que pode ser as coisas que levam a equipe ao sucesso e perguntar se
novidade para os membros de equipe individualmente. elas estão funcionando ou se precisam ser trabalhadas de
Os realizadores sabem o valor real de todos com que alguma forma. Adotar uma atitude de diagnóstico contínuo
trabalham. Os membros de equipe realizadores não sobre si própria. Normalmente há alguém na equipe que
demonstram cansaço se forem convocados no fim de tem um jeito especial para o pensamento circunspecto,
semana para ajudarem a resolver um problema aparente. aquele que cobre todos os aspectos das coisas, o que é
A realização é um período de grande crescimento pessoal um requisito para o diagnóstico. Esta pessoa tem seus
entre os membros da equipe. Com o compartilhamento de “fios” ligados de forma diferente da maioria das outras
experiências, sentimentos e ideias de outros membros da pessoas. Algumas equipes não tem ninguém que atenda
equipe que advém de um novo nível de consciência. a esta descrição. Não podem designar ninguém para ser
o controlador de clareza e tem uma brutal dificuldade de
2. Equipes E Tecnologia permanecer focalizadas. Outras equipes tem o problema
Naturalmente, a tecnologia é o que tornou possível oposto, um ou mais membro gostam da tarefa do
esta espécie global de trabalho em equipe. Com sorte, a diagnóstico. Estas pessoas são extremamente apaixonadas
tecnologia irá ajudar para que isso tudo funcione. É difícil
pela clareza. Seus egos e autoestimas estão excessivamente
elaborar uma frase tecnológica que signifique tanto e
voltados para detectar variações mínimas. Elas visualizam
tenha tão pouca conotação como a palavra “groupware”,
que é um software para uso em PC e voltado para grupos. como um bando de maníacos que se aplicam chicotadas
Até agora os produtos de groupware se destinaram a dois implacáveis com fins de autocorreção.
problemas principais, controlar o fluxo de trabalho e regular
o conteúdo do trabalho ou uma certa combinação destas A razão para se ter uma equipe hoje é explorar o
duas coisas. Decidir qual tecnologia é a mais indicada para conhecimento e a inteligência das pessoas. A razão para se
tal equipe é uma pergunta de porte, envolvendo tudo tê-la ao longo do tempo é fazer com que o conhecimento
o que existe no mercado hoje, desde de programas de e a inteligência cresçam, se disseminem e se multipliquem.
software, plataformas de hardware e montagem de fone/ As pessoas às vezes confundem informações com
fax, até lápis e borracha. As tecnologias de equipe são conhecimento:
raramente solicitadas pelas equipes, elas são em geral - Informação: É o que se tem em abundância pelo
impostas pela organização. Impor soluções às equipes mundo, a informação é boa e indispensável para o término
subtrai a flexibilidade que queremos delas. de muitas tarefas;

12
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
- Conhecimento: É um ponto de vista sobre a A gestão de conflitos tende a crescer de importância
informação, uma teoria que lhe dá um contorno e um dentro das organizações contemporâneas, tendo em
significado, acontece dentro de nós e somente dentro de vista a importância, cada vez maior, dada às pessoas
nós, é esta transformação mágica que nos faz humanos, que que nelas trabalham; já que um dos axiomas gerenciais
nos permite mudar. Ao respirarmos, inspiramos informação atuais consiste no fato de os indivíduos constituírem o
e expiramos conhecimento. fator diferencial entre as empresas, os conflitos que os
envolvem passam a ser um problema, uma vez que podem
reduzir a produtividade, consequentemente, afetando a
lucratividade e rentabilidade da instituição.
Nesse sentido, as empresas que não souberem
ADMINISTRAÇÃO DE CONFLITOS: gerenciar os conflitos entre seu pessoal poderão estar
DESENVOLVIMENTO DE TRABALHO EM sujeitas a diversos contratempos, como: ter reduzida sua
EQUIPE. participação no mercado; não desenvolver novos produtos;
ter arranhada sua imagem perante o público-alvo; prejudicar
o clima organizacional que, segundo Chiavenato (1999,
p. 323), “constitui o meio interno de uma organização, a
Desde que o ser humano surgiu, constata-se a atmosfera psicológica, característica em cada organização.
ocorrência de uma série de conflitos em sua vida, seja em O clima organizacional está ligado ao moral e à satisfação
termos pessoais, seja em termos profissionais. Conforme das necessidades humanas dos participantes.”; causar
o homem desenvolveu-se cultural e tecnologicamente, os letargia no público interno, que afetará toda a empresa etc.
conflitos foram mudando não só quanto à intensidade,
magnitude, como também quanto ao número de envolvidos. ALGUNS PROCEDIMENTOS PARA GERENCIAR
Importante ressaltar que não se deve desconsiderar, ainda, CONFLITOS
a época e o local que ocorrem, fatores que os influenciam, Faz-se necessário frisar que os procedimentos
e muito. aqui mencionados não são os únicos que podem ser
Para que um indivíduo possa superar conflitos, faz- empregados para a administração de conflitos.
se necessário saber lidar com eles, o que implica saber Servem apenas como ponto de referência, e não
gerenciá-los. Contudo, muitas pessoas não sabem como como regras a serem seguidas por todos, em qualquer
administrá-los, independente das variáveis que o envolvam. situação conflituosa; posto que uma gama gigantesca de
Para conseguir gerir uma situação conflituosa, é preciso variáveis pode influenciar um determinado conflito, tais
um certo feeling (tato, sensibilidade), embora, em alguns como: cultura organizacional; ciclo de vida do produto, da
momentos, não será, por si só, suficiente para alcançar uma empresa e das pessoas envolvidas direta e indiretamente
solução eficiente e eficaz, que atenda a todas as partes no conflito; estilos de liderança; identificação entre os
envolvidas. Nesse caso, deverão ser utilizados alguns envolvidos que integram um grupo ou equipe etc.
procedimentos, expostos adiante, para gerir o conflito, Quando se estiver administrando um conflito, é de
a fim de possibilitar um resultado que agrade às partes suma importância que, antes de se tomar qualquer decisão,
envolvidas. Tais procedimentos não constituem regras investigue-se os fatos ocorridos, o histórico das pessoas
seguidas para todas as pessoas, tampouco para todas as envolvidas como o tempo em que os envolvidos no conflito
situações. Na verdade, devem ser considerados apenas trabalham na empresa, suas condutas e desempenho
como princípios que devem ser levados em consideração, etc. Importante ressaltar a importância de se empregar a
e aplicados de acordo com o bom senso. Afinal, cada caso empatia, ou seja, tendência para sentir o que sente a pessoa
é um caso. na dada situação e circunstâncias; considerar os valores da
Ao gestor de Recursos Humanos, Gestor de Talentos organização; levar em consideração pressões não usuais de
ou outro nome que for designado por uma empresa para trabalho como, por exemplo, o fato de dois funcionários
o profissional que trabalha com as pessoas, cabe aptidão terem uma discussão; se o produto dessa empresa é sazonal
(disposição inata ou, ainda, capacidade ou habilidade e se, no período que antecedeu a referida discussão, os
resultante de conhecimentos adquiridos) para gerenciar funcionários tiveram que aumentar sua jornada de trabalho;
conflitos, entre outras tarefas que terá de desempenhar no verificar a ocorrência de explicação insatisfatória, por parte
seu dia-a-dia. É importante ressaltar que, atualmente, tal do responsável, de normas e/ou procedimentos etc. Tudo
aptidão é exigida para qualquer profissional, pois muitas isto para que injustiças não sejam cometidas e o conflito
empresas já extinguiram a área de Recursos Humanos ou tenha um final satisfatório para todos os envolvidos.
a transformaram numa área com abordagem estratégica, Na administração de conflitos, é relevante também
o que acarreta aos responsáveis pelas diversas áreas da identificar se os envolvidos trabalham em um grupo
empresa saberem gerenciar os conflitos que ocorrem ou em uma equipe, já que existem diferenças entre tais
entre o seu pessoal. Vale lembrar, também, que o setor denominações. Uma equipe tem um objetivo em comum,
de atuação, o tamanho da organização, tipo de gestão, além de possuir um número reduzido de componentes.
objetivos organizacionais, missão, valores, estrutura Seus integrantes, necessariamente, devem possuir as
organizacional, estratégias implementadas, entre outros seguintes qualidades: disposição para compartilhar
fatores, podem influenciar um conflito. oportunidades e reconhecimentos; além de comunicarem-

13
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
se de forma aberta e direta (supervisão funcional). Para 1) o pensador: é o indivíduo que focaliza o conjunto
que tais qualidades sejam fomentadas numa organização, do que vai ser realizado, trazendo ideias e sugestões;
é necessário estabelecer objetivos claros e métodos
de trabalho eficazes, e, ainda, que os indivíduos sejam 2) o organizador: é o indivíduo que organiza e
respeitados tanto pessoal, quanto profissionalmente. coordena as atividades, confeccionado cronogramas, listas
É sabido que todo ser humano consiste um ser único, de atividades etc.;
ou seja, possui aptidões, valores, cultura etc. que o tornam
diferente como indivíduo e, por consequência, como 3) o realizador: é o indivíduo de execução, que,
profissional. No entanto, muitos gestores esquecem de normalmente, domina a equipe;
tirar proveito dessas habilidades heterogêneas em prol da
empresa. Assim, as empresas que trabalham com equipes, 4) o que veste a camisa: é o indivíduo que procura
aproveitam-se dessas diferenças, maximizando-as ou manter o grupo unido, dá suporte aos demais integrantes;
otimizando-as utilizando-se da ferramenta denominada
holismo, que consiste em aproveitar as desigualdades para 5) o controlador: é o indivíduo que procura estar a
que a totalidade, organização, represente mais do que a par do andamento dos trabalhos, bem como lembra,
soma das partes, indivíduos. constantemente, os prazos;
Outro aspecto importante sobre as equipes consiste
no seu ciclo de vida. Tal ciclo pode ser dividido em quatro 6) o analisador: é o indivíduo que analisa todas as
estágios: o primeiro, consiste na sua formação propriamente ideias, sugestões e ações de modo cuidadoso e objetivo.
dita; o segundo estágio preocupa-se em desenvolver um
método de trabalho; já no terceiro, visa-se a atingir os Um ponto nevrálgico na administração de conflitos
objetivos estabelecidos; e, por fim, no quarto estágio, os consiste em identificar os tipos de comportamento de
integrantes começam a sair da equipe para buscar novos cada um dos envolvidos. Segundo Gillen (2001), os tipos
desafios. de comportamento são quatro:
Outro fator de magnitude é identificar as características
de uma equipe vencedora, a saber: união entre seus
1) passivo – é o indivíduo que procura evitar o conflito,
integrantes, cujo número é reduzido; aquisição pela equipe
mesmo que sofra com isso; via de regra, apresenta voz
de uma organização própria; e, finalmente, apoio mútuo.
hesitante, atitude defensiva, contato visual mínimo, e,
No caso de uma equipe, os conflitos tendem a ocorrer
geralmente, é uma pessoa é quieta;
em menor quantidade do que num grupo. Tal fato deve-se,
conforme já dito, ao seu número reduzido de componentes,
2) agressivo – é o indivíduo que aspira fervorosamente
que facilita a comunicação entre seus membros.
Um dos motivos da geração de conflitos em empresas vencer, mesmo à custa de outras pessoas. Tende a
pode estar baseado no fato da diversidade cultural dos ser individualista, uma vez que está mais interessado
indivíduos envolvidos. Segundo Megginson, Mosley e Jr nos próprios desejos do que com os dos outros. Tal
(1986, p. 471-472), são eles: comportamento apresenta voz alta e máximo contato;
1) etnocentrismo: ocorre quando uma pessoa, de uma
determinada cultura, recorre a seus próprios valores culturais 3) passivo/agressivo – é o indivíduo que apresenta
como parâmetro para resolver algum problema num um comportamento misto. São as pessoas que desejam
ambiente cujos padrões culturais sejam distintos do seu; se firmar, contudo, não possuem estrutura para tanto.
Este comportamento apresenta muita irritação, postura
2) uso impróprio de práticas gerenciais: ocorre fechada, pessoa lacônica;
quando se aplica uma determinada prática gerencial numa
cultura, levando-se em conta apenas sua eficiência e eficácia, 4) assertivo – é o indivíduo que aspira a defender seus
contudo, em outra; direitos, bem como aceita que as outras pessoas também
os tenham. Este comportamento apresenta tom de voz
3) percepções diferentes: ocorre quando, pelo fato moderado, as pessoas deste tipo de comportamento são
de cada cultura possuir um conjunto de valores como neutras, possuem uma postura de prudência e segurança.
referência, pessoas de diferentes culturas apresentarem
valores e entendimentos distintos; A avaliação de uma equipe pode ocorrer de diversas
maneiras, de acordo com a finalidade da avaliação. De
4) comunicação errônea: acontece quando diferenças acordo com Hardinghan (2000), pode-se elaborar uma lista
culturais como idioma, costumes, sentimentos geram uma para avaliar uma equipe in loco, utilizando-se dos seguintes
comunicação equivocada. fatores:

A necessidade de conhecer algumas características 1) produtividade: que consiste no fato de avaliar se


das pessoas, para identificar se estarão aptas para a equipe está realizando o trabalho em quantidade e em
desempenhar determinadas tarefas a contento, demanda tempo suficientes;
da obrigatoriedade de se constituir equipes, pois estas
aumentam significativamente a produtividade. Segundo 2) empatia: que se refere ao fato de os componentes
Maitland (2000), existem seis tipos de indivíduos: da equipe apresentam empatia pelos seus membros;

14
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
3) regras e objetivos: diz respeito ao fato de as pessoas 7) descrever o comportamento desejado: é de
seguirem o princípio da direção, ou seja, quando cada um suma importância que o indivíduo que recebeu a crítica
dos indivíduos sabe o que se espera dele, bem como o que saiba o que necessita apresentar como desempenho ou
deve fazer; comportamento;

4) flexibilidade: consiste no fato de os integrantes da 8) procurar soluções conjuntamente: o indivíduo


equipe terem aptidão para variadas tarefas ou aplicações; que critica deve procurar ajudar o criticado, dando-lhe
sugestões e/ou ideias;
5) objetividade: refere-se ao fato dos envolvidos
dizerem aquilo que pensam sobre determinado assunto; 9) concentrar-se naquilo que se acha bom: consiste
em alternar mensagens positivas às negativas; e, por fim;
6) reconhecimento: diz respeito ao fato de seus
integrantes se admirarem e, por fim; 10) chegar a um acordo: este, talvez, seja o item
mais difícil, na medida em que ninguém muda seu
7) moral: consiste no fato de as pessoas desejarem comportamento ou desempenho sem que concorde.
integrar a equipe.
O nível de gravidade de um conflito pode ser
Para se compreender a gênese de um conflito, faz-se denominado, segundo Chiavenato(1999), de três formas:
necessário não só compreender o comportamento das 1) conflito percebido ou latente: ocorre quando
pessoas envolvidas, como também dissecá-los. Para tal, é existem vários objetivos e há oportunidades de interferência
imperioso entender que o comportamento nada mais é ou bloqueio de objetivos por parte dos participantes;
do que o resultado do somatório de vários fatores, dentre
eles podemos citar: os medos que uma pessoa possui, 2) conflito experienciado ou velado: ocorre quando
as emoções vivenciadas, suas experiências adquiridas no as partes envolvidas nutrem sentimentos de hostilidade,
transcorrer de sua existência, suas crenças, as preocupações raiva, medo e descrédito, no entanto, não é manifestado
que a afligem; sua auto-estima etc. externamente de forma clara;
Um ponto potencialmente gerador de conflitos
consiste na observação/crítica do trabalho ou desempenho 3) conflito manifestado ou aberto: quando o conflito
é manifestado sem nenhuma dissimulação.
de um indivíduo. Para minimizar essa potencialidade de
gerar uma situação conflituosa, Bee (2000) desenvolveu
Para administrar um conflito organizacional, pode-se
10 ferramentas para realizar-se uma consideração, ou a
empregar um dos seguintes estilos, segundo Chiavenato
chamada crítica construtiva:
(1999):
1) analisar a situação: nesse momento, tem-se o
1) estilo de evitação: consiste na fuga do conflito. É
cuidado de identificar qual é o problema, bem como o que
empregado quando o problema é corriqueiro, quando não
necessita ser alterado e por quê;
há perspectiva de ganhar o conflito, quando se necessita
tempo para obter uma informação ou quando um conflito
2) determinar o(s) efeitos(s) e o(s) objetivo(s): visa a pode ser desvantajoso;
determinar o que o indivíduo deve realizar;
2) estilo de acomodação: visa a resolver os pontos
3) ajustar-se à receptividade: quem vai realizar a de menor divergência e deixar os problemas maiores para
crítica deve identificar se a pessoa a ser criticada está depois;
aberta para recebê-la;
3) estilo competitivo: consiste no comando autoritário,
4) criar o ambiente propício: visa a propiciar um é empregado quando se faz necessário tomar uma decisão
ambiente no qual quem vai emitir a crítica possa ser rapidamente ou uma decisão impopular;
entendido e aceito;
4) estilo de compromisso: ocorre quando as partes
5) comunicar-se efetivamente: levar em conta alguns envolvidas aceitam perdas e ganhos para todos os
aspectos fundamentais na elaboração de uma crítica, tais envolvidos;
como: o que se diz, a maneira como se diz, a linguagem
corporal; e, ainda, saber ouvir e observar a pessoa criticada 5) estilo de colaboração: é empregado numa situação
além de ajudar o indivíduo criticado a trabalhar com os ganha/ganha, visto que todos os interesses podem ser
problemas objeto das críticas; reunidos numa solução mais ampla.

6) descrever o comportamento que deseja mudar: é Atualmente, com a concorrência acirrada que as
fundamental que a pessoa que recebe a orientação tenha organizações vivenciam, faz-se necessário criar um
em mente o ponto exato do problema; diferencial que não seja fácil de ser copiado. Uma das
possibilidades é criar um ambiente de trabalho agradável,

15
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
criativo, competitivo, diferenciado para que seus funcionários possam desenvolver suas atividades, bem como novos
produtos, de tal forma que a empresa consiga aumentar sua lucratividade e/ou rentabilidade. Este tipo de ambiente
proporciona melhor qualidade de vida, o que acarreta a menor geração de conflitos desnecessários e improdutivos.
Este trabalho não tem a pretensão de responder a todos os questionamentos sobre o assunto, visa, apenas, a mostrar
como pode-se melhorar a convivência das pessoas dentro de uma empresa.1

O conflito nem sempre foi encarado positivamente pela administração, especialmente pela chamada abordagem ou
escola clássica de administração. Mesmo a teoria das relações humanas tendia a vê-lo como algo que precisava ser resolvido
para se evitar maiores problemas.
Atualmente a corrente interacionista encara o conflito não apenas como natural mas também como sendo necessário
e até mesmo desejável, sobretudo quando se precisa que o grupo seja dinâmico, criativo e mais propenso à mudanças.
Hoje admite-se que o conflito nem é bom nem mau intrinsecamente falando. Seu atributo qualificativo depende de
se e como ele afeta o desempenho e o clima do grupo.
Conflito disfuncional: quando prejudica o desempenho do grupo
Conflito funcional: quando contribui para o desempenho do grupo

Na literatura, existem hoje dois modelos para a descrição e a análise dos conflitos nas organizações:
OS MODELOS ESTRUTURAIS, que procuram identificar e compreender as condições gerais de desenvolvimento do
conflito, sendo que alguns deles restringem o foco à natureza humana e às relações intergrupais; entretanto, há outros
autores que propõem enfoques mais abrangentes para as relações conflituais;

OS MODELOS PROCESSUAIS, que buscam compreender e descrever a dinâmica de uma situação de conflito,
concentrando-se no comportamento das partes envolvidas no processo conflitual;
Estes modelos são complementares no entendimento do fenômeno e destes pode-se construir uma abordagem
diagnóstica do entendimento do conflito, composta por três níveis de análise, a saber:
• Análise Estrutural do conflito;
• Análise Dinâmica do conflito;
• Análise Diacrônica do conflito.
1 Fonte: www.someeducacional.com.br – Por Álvaro Francisco Fernandes Neto

16
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
1º NÍVEL: ANÁLISE ESTRUTURAL DO CONFLITO
Para melhor compreender o conflito, torna-se extremamente importante a compreensão do contexto em que estão
inseridas as partes envolvidas no processo.
CONFLITO: a probabilidade de surgimento aumenta de acordo com as características subjetivas do trabalho do
indivíduo ou do grupo.
Para a análise estrutural, deve-se levar em consideração, isoladamente, quatro parâmetros para a compreensão do
comportamento das partes envolvidas. São eles:
• Predisposições: são as características pessoais do indivíduo que influenciam seu comportamento nas diversas
situações (Em outras palavras, seria basicamente o comportamento “preferencial” de alguém numa situação de conflito);
• Previsões: consistem na compreensão da posição de sua posição estratégica e do comportamento da outra parte;
é a estimativa do comportamento da outra parte;
• Pressões: são aquelas advindas dos mandantes (chefes, superiores) e do próprio grupo a que o indivíduo pertence;
• Forças em jogo nas negociações: geralmente estão associadas a dois aspectos genéricos: o controle de recursos
raros e/ou obstáculos à satisfação de uma das partes. Isto leva os atores a tomarem posições divergentes e iniciarem o
processo de negociação. Diz respeito às “questões de princípio” que estão em jogo, mas também diz respeito a questões
explícitas (como o dinheiro) e implícitas (por exemplo, a necessidade de manter a cabeça erguida);
• Quadro de referência: diz respeito à cultura organizacional, ou seja, o conjunto de valores, pressupostos, regras,
normas, ritos e outros elementos normativos que exercem uma coerção e influência sobre as partes e que contribuem de-
cisivamente para o comportamento.

ESTILOS DE COMPORTAMENTO: os comportamentos possíveis mencionados nos parâmetros acima estão relacionados
a seguir.

Convém ressaltar que cada comportamento acima descrito é condicionado / influenciado / determinado pelos
parâmetros anteriormente descritos (predisposições, previsões, pressões, forças em jogo e cultura organizacional) e que
podem ser resumidos em “afirmação de si” e “necessidade de colaboração”.

2º NÍVEL: ANÁLISE DINÂMICA DO CONFLITO


Este nível de análise busca a compreensão daquilo que é produzido no momento em que as partes envolvidas no
conflito interagem, enquanto estes estão num processo de influenciação recíproca. A dimensão desta análise coloca o
conflito como um processo interativo em que o comportamento de uma das partes é parcialmente determinado pelas
reações da outra. As relações aqui são geralmente de duração determinada e são desencadeadas por fatos que se tornam
relevantes a uma das partes envolvidas;
- Fator relevante: PERCEPÇÃO (do outro e dos acontecimentos) – o comportamento observado no outro é
frequentemente uma resposta direta às expectativas mais ou menos conscientes a ele.
- Processo de Intervenção: necessita de profundo conhecimento dos processos de comunicação, por estar diretamente
ligada à dinâmica do relacionamento entre as partes.
LIMITAÇÃO: não alcança a mensuração das transformações vivenciadas pelas partes na progressão do conflito.

3º NÍVEL: ANÁLISE DIACRÔNICA DO CONFLITO


Este nível de análise se preocupa em verificar o que os dois primeiros não observam que é a modificação da dinâmica
com a progressão de um conflito, ou seja, a evolução ou involução do conflito.
A análise diacrônica pode evoluir segundo dois estágios distintos, por meio dos processos descritos a seguir.
• Deterioração da percepção do outro: aqui as partes têm uma percepção deteriorada mas ainda estão rela-
cionadas. A escalada do conflito é relativamente “espontânea”.

17
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
 viés perceptivo: se antes uma parte tinha determinada avaliação (imagem por exemplo) em relação a outra parte,
na situação de conflito ocorre a reavaliação desta percepção;
 simplificação cognitiva: em função do conflito as partes se confrontam sobre questões de princípios e acabam
por emitir julgamentos polarizados ou estereotipados entre si (bom-mau; “isso-aquilo” etc);
 aprovação de terceiros: a comunicação entre as partes está distorcida e uma não quer ouvir a outra, assim as
partes buscam alianças com outros indivíduos e grupos de modo a anular as mensagens umas das outras.

• Acentuação da coerção em relação ao outro: ocorre com a quebra de comunicação. A escalada do conflito
assume um caráter mais estratégico, indo da simples ameaça à obstrução sistemática á destruição da outra parte.
 perda do objetivo principal: as partes esquecem as preocupações que originaram o conflito para concentrar suas
forças em “vencer” o outro. Esquece-se o objeto do conflito em proveito da vitória a qualquer preço;
 equilíbrio das perdas: cada parte acredita que o conflito é mais prejudicial para ela do que para a outra, levando
a um sentimento de que deve obter uma reparação antes mesmo de considerar uma reconciliação;
 incompatibilidade: percepção crescente de cada uma das partes de que a solução do conflito não pode incluir a
outra. O adversário é transformado num obstáculo à satisfação de suas preocupações.

Quando o conflito atinge esse nível máximo, as únicas soluções possíveis são obtidas por meio de um dos processos
abaixo:
- Catarse: colocam-se as partes em confronto numa situação controlada para que as partes cheguem a uma solução
satisfatória;
- Ruptura: as partes devem ser separadas de modo a se eliminar o conflito.

ORIENTAÇÕES BÁSICAS QUANTO À RESOLUÇÃO DOS CONFLITOS


As orientações abaixo não devem ser tomadas como absolutas, ou seja, como vimos anteriormente, as condições que
levam a um determinado tipo de comportamento numa situação de conflito variam bastante conforme o caso. Assim, não
se trata de uma prescrição rígida que deva ser seguida literalmente. Ao contrário, as orientações referem-se a situações
ideais ou típicas teoricamente falando, mas que podem servir como balizamento para uma decisão.

18
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
Acrescentamos 2 questões a serem consideradas na “escolha” do comportamento:
 pressão do tempo;
 necessidade de aceitação da solução x decisão técnica

ESTIMULAÇÃO DE CONFLITOS (ROBBINS, 2000; 2005)


• Mudar a cultura organizacional: gerentes devem transmitir aos empregados a mensagem, apoiada em ações,
de que o conflito é um valor importante para a organização. A ideia é que indivíduos com ideias inovadoras e apresentam
pensamento e opiniões divergentes precisam ser recompensados;

• Usar a comunicação: uso de mensagens ambíguas ou ameaçadoras encorajam conflitos; chamar a atenção para
diferenças de opinião que os indivíduos por si mesmos ainda não reconheceram;

• Trazer gente de fora: incluir nos grupos de trabalho empregados com históricos, valores, atitudes ou estilos ge-
renciais diferentes dos vigentes;

• Reestruturar a organização: realinhar os grupos de trabalho, alterar regras e regulamentos, outras mudanças
estruturais que rompam com o status quo vigente;

• Nomear um advogado do diabo: que é aquele intencionalmente apresenta argumentos contrários aos propos-
tos pela maioria ou contrários às práticas em curso. Ele desempenha o papel de crítico, assumindo posições das quais ele
mesmo discorda.

19
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo

Fonte: http://www.ufjf.br
Por Angelo Brigato Ésther

20
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
As pessoas são a força que move uma empresa. O ca- Como aprimorar as habilidades de trabalho em equipe
pital humano é, sem dúvida, o principal pilar de uma insti- O treinamento de trabalho em equipe é uma das me-
tuição, tendo em vista que é ele que realiza todas as ações lhores formas de otimizar esse processo e alavancar os re-
que fazem uma organização crescer. Trabalhar em uma sultados da sua empresa. A primeira etapa dessa capaci-
empresa implica em conviver com pessoas de opiniões di- tação se resume a exercícios que promovam autoconheci-
ferentes, objetivos distintos e com outras maneiras de en- mento dos membros. Com isso, eles irão conseguir enten-
xergar o mundo. Saber aceitar essas diferenças e utilizá-las der bem melhor as suas funções e por que são essenciais
em prol da execução satisfatória é indispensável para que para o sucesso de todos.
o trabalho em equipe seja bem-sucedido. Na segunda etapa acontecem as dinâmicas de grupo,
Uma vez que integra as habilidades dos diversos com- responsáveis por fazer com que os membros exercitem as
ponentes do grupo, o trabalho em equipe traz resultados principais habilidades de trabalho em equipe, simulando
muito mais eficientes do que as atividades realizadas indi- situações que consigam determinar quais são os pontos
vidualmente. Por conta disso, estimular a união deve ser fortes e fracos da equipe, mostrando o caminho para que,
uma estratégia de toda instituição que deseja aprimorar a juntos, possam evoluir e bater as metas estipuladas.
efetividade do trabalho e aumentar a satisfação dos cola-
boradores. Importância da participação do líder do grupo
O trabalho em equipe também oferece a oportunidade É o líder do grupo que irá impedir que a correria do dia
de socialização com os colegas, uma vez que o grupo con- a dia não atrapalhe a colocação em prática de tudo que foi
vive diariamente e sempre é possível aprender e crescer em aprendido nos treinamentos de trabalho em equipe. Para
com essa relação. que os resultados sejam sempre extraordinários, é preciso
Habilidades essenciais para o trabalho em equipe que ele esteja atento a tudo o que acontece — desde o
planejamento, distribuição de tarefas e prazos e constan-
Saber ouvir te verificação dos objetivos propostos. Dessa maneira, a
Devido à diversidade de opiniões e pensamentos de equipe consegue reconhecimento perante a organização,
cada um, é necessário que a equipe tenha o hábito de ouvir alcançando os objetivos estipulados por ela. Caso algum
o outro, além de expor seus posicionamentos respeitosa- conflito apareça, é fundamental ser profissional e evitar que
mente. Desse modo, é possível chegar a um acordo que ele atrapalhe a execução das demandas.
beneficie a todos: colaboradores, líderes e organização. O nosso artigo lhe ajudou a perceber a importância do
Comunicar-se bem trabalho em equipe nas empresas? Aproveite e compartilhe
Também é essencial que todos os membros consigam esse conhecimento com outras pessoas nas redes sociais.
se expressar bem, deixando bem claro suas opiniões e dú- Fonte: http://www.jrmcoaching.com.br/blog/impor-
vidas a respeito das questões discutidas e sempre sugerir tancia-trabalho-em-equipe-nas-empresas/
melhorias nos processos da empresa quando sentir que
são necessárias.
Comprometimento
Para que o trabalho realizado pela equipe seja frutífe-
ro, é preciso que os membros sejam ativos e dispostos a NOÇÕES SOBRE ADMINISTRAÇÃO DE
trabalhar juntos para que o objetivo possa ser alcançado. MATERIAIS E PATRIMÔNIO.
É essencial que todos estejam entusiasmados e  motiva-
dos para participar de todas as atividades e procurar sem-
pre melhorar mais.
A Administração de Recursos Materiais é definida
Confiança é a base de tudo como sendo um conjunto de atividades desenvolvidas
Essa é a base de todo trabalho em equipe bem-sucedi- dentro de uma empresa, de forma centralizada ou não,
do. Todos os membros têm que confiar piamente uns nos destinadas a suprir as diversas unidades, com os materiais
outros, pois, só assim, eles se sentiram livres e confortáveis necessários ao desempenho normal das respectivas
para dividir informações e opiniões e, principalmente, pedir atribuições. Tais atividades abrangem desde o circuito de
ajuda quando necessário. reaprovisionamento, inclusive compras, o recebimento, a
Conhecer o funcionamento de toda a engrenagem armazenagem dos materiais, o fornecimento dos mesmos
No trabalho em equipe, cada membro deve saber o aos órgãos requisitantes, até as operações gerais de
que fazer, o que os outros integrantes estão fazendo e a controle de estoques etc.
sua importância para que a tarefa seja concluída com êxito. A Administração de Materiais destina-se a dotar
Na ausência de um colega, o grupo saberá como substituí- a administração dos meios necessários ao suprimento
-lo ou encontrará uma maneira de realizar aquela função, de materiais imprescindíveis ao funcionamento da
evitando que o trabalho se torne improdutivo. Comparti- organização, no tempo oportuno, na quantidade necessária,
lhar informações e responsabilidades faz com que cada um na qualidade requerida e pelo menor custo.
possa dar o melhor de si e também ajudar aos outros, dei- A oportunidade, no momento certo para o suprimento
xando o sucesso mais próximo da equipe. de materiais, influi no tamanho dos estoques. Assim,
suprir antes do momento oportuno acarretará, em regra,

21
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
estoques altos, acima das necessidades imediatas da pelo uso de uma delas. Ao simplificarmos um material,
organização. Por outro lado, a providência do suprimento favorecemos sua normalização, reduzimos as despesas ou
após esse momento poderá levar a falta do material evitamos que elas oscilem. Por exemplo, cadernos com
necessário ao atendimento de determinada necessidade capa, número de folhas e formato idênticos contribuem
da administração. para que haja a normalização. Ao requisitar uma quantidade
São tarefas da Administração de Materiais: Controle desse material, o usuário irá fornecer todos os dados (tipo
da produção; Controle de estoque; Compras; Recepção; de capa, número de folhas e formato), o que facilitará
Inspeção das entradas; Armazenamento; Movimentação; sobremaneira não somente sua aquisição, como também
Inspeção de saída e Distribuição. o desempenho daqueles que se servem do material, pois a
não simplificação (padronização) pode confundir o usuário
⇒ CLASSIFICAÇÃO DE MATERIAIS. do material, se este um dia apresentar uma forma e outro
Sem o estoque de certas quantidades de materiais que dia outra forma de maneira totalmente diferente.
atendam regularmente às necessidades dos vários setores da • Especificação
organização, não se pode garantir um bom funcionamento Aliado a uma simplificação é necessária uma
e um padrão de atendimento desejável. Estes materiais, especificação do material, que é uma descrição minuciosa
necessários à manutenção, aos serviços administrativos e para possibilitar melhor entendimento entre consumidor e
à produção de bens e serviços, formam grupos ou classes o fornecedor quanto ao tipo de material a ser requisitado.
que comumente constituem a classificação de materiais. • Normalização
Estes grupos recebem denominação de acordo com o A normalização se ocupa da maneira pela qual devem
serviço a que se destinam (manutenção, limpeza, etc.), ou ser utilizados os materiais em suas diversas finalidades e
à natureza dos materiais que neles são relacionados (tintas, da padronização e identificação do material, de modo que
ferragens, etc.), ou do tipo de demanda, estocagem, etc. o usuário possa requisitar e o estoquista possa atender os
Classificar um material então é agrupá-lo segundo sua itens utilizando a mesma terminologia. A normalização é
forma, dimensão, peso, tipo, uso etc. A classificação não aplicada também no caso de peso, medida e formato.
deve gerar confusão, ou seja, um produto não poderá • Codificação
ser classificado de modo que seja confundido com outro, É a apresentação de cada item através de um código,
mesmo sendo semelhante. A classificação, ainda, deve ser com as informações necessárias e suficientes, por
meio de números e/ou letras. É utilizada para facilitar
feita de maneira que cada gênero de material ocupe seu
a localização de materiais armazenados no estoque,
respectivo local. Por exemplo: produtos químicos poderão
quando a quantidade de itens é muito grande. Em função
estragar produtos alimentícios se estiverem próximos entre
de uma boa classificação do material, poderemos partir
si.
para a codificação do mesmo, ou seja, representar todas
Classificar material, em outras palavras, significa
as informações necessárias, suficientes e desejadas por
ordená-lo segundo critérios adotados, agrupando-o de
meios de números e/ou letras. Os sistemas de codificação
acordo com a semelhança, sem, contudo, causar confusão
mais comumente usados são: o alfabético (procurando
ou dispersão no espaço e alteração na qualidade. aprimorar o sistema de codificação, passou-se a adotar
Um sistema de classificação e codificação de materiais de uma ou mais letras o código numérico), alfanumérico
é fundamental para que existam procedimentos de e numérico, também chamado “decimal”. A escolha do
armazenagem adequados, um controle eficiente dos sistema utilizado deve estar voltada para obtenção de
estoques e uma operacionalização correta do estoque. uma codificação clara e precisa que não gere confusão e
O objetivo da classificação de materiais é definir uma evite interpretações duvidosas a respeito do material. Este
catalogação, simplificação, especificação, normalização, processo ficou conhecido como “código alfabético”. Entre as
padronização e codificação de todos os materiais inúmeras vantagens da codificação está a de afastar todos
componentes do estoque da empresa. os elementos de confusão que porventura se apresentarem
O sistema de classificação é primordial para qualquer na pronta identificação de um material.
Departamento de Materiais, pois sem ele não poderia O sistema classificatório permite identificar e decidir
existir um controle eficiente dos estoques, armazenagem prioridades referentes a suprimentos na empresa. Uma
adequada e funcionamento correto do almoxarifado. eficiente gestão de estoques, em que os materiais
O princípio da classificação de materiais está necessários ao funcionamento da empresa não faltam,
relacionado à: depende de uma boa classificação dos materiais.
• Catalogação Deve considerar os atributos para classificação de
A Catalogação é a primeira fase do processo de materiais: Abrangência, a Flexibilidade e Praticidade.
classificação de materiais e consiste em ordenar, de forma • Abrangência: deve tratar de um conjunto de
lógica, todo um conjunto de dados relativos aos itens características, em vez de reunir apenas materiais para
identificados, codificados e cadastrados, de modo a facilitar serem classificados;
a sua consulta pelas diversas áreas da empresa. • Flexibilidade: deve permitir interfaces entre os
Simplificar material é, por exemplo, reduzir a grande diversos tipos de classificação de modo que se obtenha
diversidade de um item empregado para o mesmo fim. ampla visão do gerenciamento do estoque;
Assim, no caso de haver duas peças para uma finalidade • Praticidade: a classificação deve ser simples e
qualquer, aconselha-se a simplificação, ou seja, a opção direta.

22
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
Para atender às necessidades de cada empresa, é - Classe A: Grupo de itens mais importante que
necessária uma divisão que norteie os vários tipos de devem ser trabalhados com uma atenção especial pela
classificação. administração. Os dados aqui classificados correspondem,
em média, a 80% do valor monetário total e no máximo
⇒ TIPOS DE CLASSIFICAÇÃO 20% dos itens estudados (esses valores são orientativos e
Dentro das empresas existem vários tipos de não são regra).
classificação de materiais. - Classe B: São os itens intermediários que deverão
Os principais tipos de classificação são: Por tipo de ser tratados logo após as medidas tomadas sobre os itens
demanda, materiais críticos, perecibilidade, quanto à de classe A; são os segundos em importância. Os dados
periculosidade, possibilidade de fazer ou comprar, tipos de aqui classificados correspondem em média, a 15% do valor
estocagem, dificuldade de aquisição e mercado fornecedor. monetário total do estoque e no máximo 30% dos itens
• Por tipo de demanda: A classificação por tipo de estudados (esses valores são orientativos e não são regra).
demanda se divide em materiais não de estoque e materiais - Classe C: Grupo de itens menos importantes em
de estoque. Materiais não de estoque: são materiais de termos de movimentação, no entanto, requerem atenção
demanda imprevisível para os quais não são definidos pelo fato de gerarem custo de manter estoque. Deverão
parâmetros para o ressuprimento. Esses materiais são ser tratados, somente, após todos os itens das classes A
utilizados imediatamente, ou seja, a inexistência de e B terem sido avaliados. Em geral, somente 5% do valor
regularidade de consumo faz com que a compra desses monetário total representam esta classe, porém, mais de
materiais somente seja feita por solicitação direta do 50% dos itens formam sua estrutura (esses valores são
usuário, na ocasião em que isso se faça necessário. O orientativos e não são regra).
usuário é que solicita sua aquisição quando necessário. A Curva ABC é muito usada para a administração de
Devem ser comprados para uso imediato e se forem estoques, para a definição de políticas de vendas, para
utilizados posteriormente, devem ficar temporariamente estabelecimento de prioridades, para a programação da
no estoque. A outra divisão são os Materiais de estoques: produção.
são materiais que devem sempre existir nos estoques para
uso futuro e para que não haja sua falta são criadas regras
e critérios de ressuprimento automático. Deve existir no
estoque, seu ressuprimento deve ser automático, com base
na demanda prevista e na importância para a empresa.
Os materiais de estoque se subdividem ainda; Quanto
à aplicação, Quanto ao valor de consumo e Quanto à
importância operacional.
• Quanto à aplicação eles podem ser: Materiais
produtivos que compreendem todo material ligado direta
ou indiretamente ao processo produtivo. Matéria prima
que são materiais básicos e insumos que constituem
os itens iniciais e fazem parte do processo produtivo.
Produtos em fabricação que são também conhecidos como Analisar em profundidade milhares de itens num
materiais em processamento que estão sendo processados estoque é uma tarefa extremamente difícil e, na grande
ao longo do processo produtivo. Não estão mais no maioria das vezes, desnecessária. É conveniente que os
estoque porque já não são mais matérias-primas, nem no itens mais importantes, segundo algum critério, tenham
estoque final porque ainda não são produtos acabados. prioridade sobre os menos importantes. Assim, economiza-
Produtos acabados:  produtos já prontos. Materiais de se tempo e recursos.
manutenção: materiais aplicados em manutenção com Para simplificar a construção de uma curva ABC,
utilização repetitiva. Materiais improdutivos:  materiais separamos o processo em 6 etapas a seguir:
não incorporados ao produto no processo produtivo 1º) Definir a variável a ser analisada: A análise dos
da empresa. Materiais de consumo geral: materiais de estoques pode ter vários objetivos e a variável deverá ser
consumo, aplicados em diversos setores da empresa. adequada para cada um deles. No nosso caso, a variável a
• Quanto ao valor de consumo: Para que se alcance ser considerada é o custo do estoque médio, mas poderia
a eficácia na gestão de estoque é necessário que se separe ser: o giro de vendas, o mark-up, etc.
de forma clara, aquilo que é essencial do que é secundário 2º) Coleta de dados: Os dados necessários neste caso
em termos de valor de consumo. Para fazer essa separação são: quantidade de cada item em estoque e o seu custo
nós contamos com uma ferramenta chamada de Curva unitário. Com esses dados obtemos o custo total de cada
ABC ou Curva de Pareto, ela determina a importância item, multiplicando a quantidade pelo custo unitário.
dos materiais em função do valor expresso pelo próprio 3º) Ordenar os dados: Calculado o custo total de cada
consumo em determinado período. item, é preciso organizá-los em ordem decrescente de
• Quanto à importância operacional: Esta valor, como mostra a tabela a seguir:
classificação leva em conta a imprescindibilidade ou ainda
o grau de dificuldade para se obter o material.

23
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo

Custo total Ordem


Item Quant. Média em estoque (A) Custo unitário (B)
(A x B)
Unidades R$/unid. R$
Apontador 5 2.000,00 10.000,00 3º
Bola 10 70,00 700,00 10º
Caixa 1 800,00 800,00 9º
Dado 100 50,00 5.000,00 5º
Esquadro 5000 1,50 7.500,00 4º
Faca 800 100,00 80.000,00 1º
Giz 40 4,00 160,00 11º
Herói 50 20,00 1.000,00 8º
Isqueiro 4 30,00 120,00 12º
Jarro 240 150,00 36.000,00 2º
Key 300 7,50 2.250,00 6º
Livro 2000 0,60 1.200,00 7º
TOTAL 144.730,00

4º) Calcular os percentuais: Na tabela a seguir, os dados foram organizados pela coluna “Ordem” e calcula-se o custo
total acumulado e os percentuais do custo total acumulado de cada item em relação ao total.

Ordem Item Quant. Média C u s t o Custo total Custo total P e r c e n -


em estoque (A) unitário (B) (A x B) acumulado tuais %
Unidades R$/unid. R$
1º Faca 800 100,00 80.000,00 80.000,00 55,3
2º Jarro 240 150,00 36.000,00 116.000,00 80,1
3º Apontador 5 2.000,00 10.000,00 126.000,00 87,1
4º Esquadroo 5000 1,50 7.500,00 133.500,00 92,2
5º Dado 100 50,00 5.000,00 138.500,00 95,7
6º Key 300 7,50 2.250,00 140.750,00 97,3
7º Livro 2000 0,60 1.200,00 141.950,00 98,1
8º Herói 50 20,00 1.000,00 142.950,00 98,8
9º Caixa 1 800,00 800,00 143.750,00 99,3
10º Bola 10 70,00 700,00 144.450,00 99,8
11º Giz 40 4,00 160,00 144.610,00 99,9
12º Isqueiro 4 30,00 120,00 144.730,00 100,0
TOTAL 144.730,00

24
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
5º) Construir a curva ABC

Desenha-se um plano cartesiano, onde no eixo “x” são distribuídos os itens do estoque e no eixo “y”, os percentuais do
custo total acumulado.
6º) Análise dos resultados
Os itens em estoque devem ser analisados segundo o critério ABC. Na verdade, esse critério é qualitativo, mas a tabela
abaixo mostra algumas indicações para sua elaboração:
Valor
Classe % itens Importância
acumulado
A 20 80% Grande
B 30 15% Intermediária
C 50 5% Pequena

Pelo nosso exemplo, chegamos à seguinte distribuição:


Valor
Classe Nº itens % itens Itens em estoque
acumulado
A 2 16,7% 80,1% Faca, Jarro
B 3 25,0% 15,6% Apontador, Esquadro,
Dado
C 7 58,3% 4,3% Key, Livro, Herói, Caixa,
Bola, Giz, Isqueiro.

A aplicação prática dessa classificação ABC pode ser vista quando, por exemplo, reduzimos 20% do valor em estoque
dos itens A (apenas 2 itens), representando uma redução de 16% no valor total, enquanto que uma redução de 50% no
valor em estoque dos itens C (sete itens), impactará no total em apenas 2,2%. Logo, reduzir os estoques do grupo A, desde
que calculadamente, seria uma ação mais rentável para a empresa do nosso exemplo.
• Quanto à importância operacional: Esta classificação leva em conta a imprescindibilidade ou ainda o grau de
dificuldade para se obter o material.

Os materiais são classificados em materiais:


- Materiais X: materiais de aplicação não importante, com similares na empresa;
- Materiais Y: materiais de média importância para a empresa, com ou sem similar;
- Materiais Z: materiais de importância vital, sem similar na empresa, e sua falta ocasiona paralisação da produção.
Quando ocorre a falta no estoque de materiais classificados como “Z”, eles provocam a paralisação de atividades
essenciais e podem colocar em risco o ambiente, pessoas e patrimônio da empresa. São do tipo que não possuem substitutos
em curto prazo. Os materiais classificados como “Y” são também imprescindíveis para as atividades da organização.
Entretanto podem ser facilmente substituídos em curto prazo. Os itens “X” por sua vez são aqueles que não paralisam

25
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
atividades essenciais, não oferecem riscos à segurança das - Permanente: materiais para os quais foram aprovados
pessoas, ao ambiente ou ao patrimônio da organização e níveis de estoque e que necessitam de ressuprimento
são facilmente substituíveis por equivalentes e ainda são constantes.
fáceis de serem encontrados. - Temporária: materiais de utilização imediata e sem
Para a identificação dos itens críticos devem ser ressuprimento, ou seja, é um material não de estoque.
respondidas as seguintes perguntas: O material é • Dificuldade de aquisição: Os materiais podem
imprescindível à empresa? Pode ser adquirido com ser classificados por suas dificuldades de compra em
facilidade? Existem similares? O material ou seu similar materiais de difícil aquisição e materiais de fácil aquisição.
podem ser encontrados facilmente?. As dificuldades podem advir de: Fabricação especial: envolve
Ainda em relação aos tipos de materiais temos; encomendas especiais com cronograma de fabricação longo;
• Materiais Críticos: São materiais de reposição Escassez no mercado: há pouca oferta no mercado e pode
específica, cuja demanda não é previsível e a decisão de colocar em risco o processo produtivo; Sazonalidade: há
estocar tem como base o risco. Por serem sobressalentes alteração da oferta do material em determinados períodos
vitais de equipamentos produtivos, devem permanecer do ano; Monopólio ou tecnologia exclusiva: dependência
estocados até sua utilização, não estando, portanto, de um único fornecedor; Logística sofisticada: material
sujeitos ao controle de obsolescência. de transporte especial, ou difícil acesso; Importações: os
A quantidade de material cadastrado como material materiais sofrer entraves burocráticos, liberação de verbas
crítico dentro de uma empresa deve ser mínimo. ou financiamentos externos.
Para a identificação dos itens críticos devem ser • Mercado fornecedor: Esta classificação está
respondidas as seguintes perguntas: O material é intimamente ligada à anterior e a complementa. Assim
imprescindível à empresa? Pode ser adquirido com temos: Materiais do mercado nacional: materiais fabricados
facilidade? Existem similares? O material ou seu similar no próprio país; Materiais do mercado estrangeiro:
podem ser encontrados facilmente? materiais fabricados fora do país; Materiais em processo de
Os materiais são classificados como críticos segundo nacionalização: materiais aos quais estão desenvolvendo
os seguintes critérios: Críticos por problemas de obtenção fornecedores nacionais.
de material importado, único fornecedor, falta no mercado, A principal meta de uma empresa é obter o maior lucro
estratégico e de difícil obtenção ou fabricação; Críticos sobre o capital investido em instalações, equipamentos e
por razões econômicas de materiais de valor elevado com em estoques. Mas com frequência, a empresa não consegue
alto custo de armazenagem ou de transporte; Críticos por responder rapidamente a aumentos bruscos da demanda,
problemas de armazenagem ou transporte de materiais havendo necessidade de estoques de produtos acabados
perecíveis, de alta periculosidade, elevado peso ou grandes para atender a esses aumentos; em outras ocasiões, a
dimensões; Críticos por problema de previsão, por ser entrega de matérias-primas não acompanha as necessidades
difícil prever seu uso; Críticos por razões de segurança de da produção, pelo que também se justificam seus estoques.
materiais de alto custo de reposição ou para equipamento
vital da produção. Patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações
• Perecibilidade: Os materiais também podem ser vinculadas a uma pessoa física ou jurídica.
classificados de acordo com a possibilidade de extinção Conforme se pode verificar na contabilidade, os bens e
de suas propriedades físico-químicas. Muitas vezes, o fator direitos constituem o ativo e as obrigações o passivo.
tempo influencia na classificação; assim, quando a empresa Embora a administração pública opere
adquire um material para ser usado em um período, e fundamentalmente na obtenção de recursos financeiros
nesse período o consumo não ocorre, sua utilização poderá que permitam o atendimento das necessidades públicas,
não ser mais necessária, o que inviabiliza a estocagem por não podemos esquecer que, em decorrência dos fatos
longos períodos. Ex. alimentos, remédios; administrativos de ordem financeira, o patrimônio sofre
• Quanto à periculosidade: O uso dessa mutações variadas, tanto nos elementos ativos como nos
classificação permite a identificação de materiais que devido elementos passivos.
a suas características físico-químicas, podem oferecer risco Assim, por força da execução do orçamento, além dos
à segurança no manuseio, transporte, armazenagem. Ex. recursos financeiros obtidos e da realização dos gastos de
líquidos inflamáveis. custeio, o Estado realiza gastos na construção ou aquisição
• Possibilidade de fazer ou comprar: Esta de bens cujo conjunto deve administrar e conservar. Esse
classificação visa determinar quais os materiais que conjunto de bens constitui os BENS PÚBLICOS.
poderão ser recondicionados, fabricados internamente ou Ainda em decorrência da execução do orçamento a
comprados: administração pública também assume compromisso com
- Fazer internamente: fabricados na empresa; terceiros mediante a obtenção de empréstimos internos e
- Comprar: adquiridos no mercado; externos, a curto e longo prazo, que constituem o que se
- Decisão de comprar ou fazer: sujeito à análise de denomina DIVIDA PÚBLICA.
custos; O patrimônio do Estado, como matéria administrável,
- Recondicionar: materiais passíveis de recuperação isto é, como objeto da gestão patrimonial desempenhada
sujeitos a análise de custos. pelos órgãos da administração, é o conjunto de bens,
• Tipos de estocagem: Os materiais podem ser valores, créditos e obrigações de conteúdo econômico e
classificados em materiais de estocagem permanente e avaliáveis em moeda que a Fazenda Pública possui e utiliza
temporária. na conservação dos seus objetivos.

26
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
PATRIMONIO SOB O ASPECTO QUALITATIVO - Naturais...: Mares, Baías, Enseadas, Praias, Lagos, Ilhas,
Sob o aspecto qualitativo ou funcional, o patrimônio de Florestas.
ser apreciado: por um lado, quanto às suas origens, isto é, - Artificiais....: Aqueles cuja existência supõe a
quanto às fontes de que provém e, por outro lado, quanto intervenção do homem, como Ruas, Estradas, Praças,
à forma pela qual estão aplicados os recursos. Avenidas, Canais, Canais, Portos.
Assim, sob o aspecto qualitativo o Patrimônio é Características dos Bens de Uso Comum do Povo.
entendido como um complexo de bens e meios econômicos - Não permanecem contabilizados após a entrega ao
heterogêneos e coordenados que, em determinado domínio público;
momento, se concentram à disposição de uma entidade - Não são inventariados ou avaliados;
que concorre para a realização de seus fins. - Não podem ser alienados
Cibilis da Rocha Viana, em Teoria Geral da Contabilidade, - São empenhoráveis
denomina substância do patrimônio a forma de sua - O uso pode ser oneroso ou gratuito;
apresentação material e contra substância a forma de - Estão excluídos do patrimônio da instituição.
indicação das origens dos recursos investidos
BENS DE USO ESPECIAIS OU DO PATRIMONIO
SUBSTANCIA PATRIMONIAL ADMINISTRATIVO.
Os bens públicos formam a substancia patrimonial do São os destinados à execução dos serviços públicos,
Estado e, não obstante as diversas formas e finalidades de como edifícios ou terrenos utilizados pelas repartições
que se revestem, podem ser distribuídos em dois Grupos públicas ou estabelecimentos públicos, bem como móveis
distintos: e materiais indispensáveis ao seu funcionamento. Tais
Financeiro – É caracterizado pela extrema mobilidade, bens têm uma finalidade pública permanente. Uma Escola
já que por ele transitam todas as entradas e saídas Pública não é diferente, pela vista de uma escola particular,
financeiras. ou uma biblioteca particular não é diferente de outra
Permanente (Não Financeiro) – É caracterizado pública; a sua distinção reside única e exclusivamente na
pela necessidade de autorização para sua mobilidade e forma como tais bens são utilizados.
alienação. Características dos Bens de Uso Especiais
Assim, por bem público deve ser entendido o conjunto - São Contabilizados;
de coisas corpóreas ou incorpóreas, Móveis, Imóveis e - São Inventariados e Avaliados
Semoventes, Créditos, direitos e ações, sobre as quais - São Inalienáveis
o Estado exerce o direito de soberania em favor da - São Incluídos no Patrimônio Público
coletividade.
O Código Civil Brasileiro em seu artigo 65, distingue BENS DOMINIAIS DOMINICAIS OU DO PATRIMONIO
os bens públicos dos bens particulares, descrevendo o DISPONÍVEL
seguinte: São os que integram o domínio público com
“São públicos os bens do domínio nacional pertencente características diferentes, pois podem ser utilizados em
à União, Estados, ou aos Municípios. Todos os outros são qualquer fim, ou mesmo alienados se a administração
particulares. Seja qual for a pessoa a que pertencerem”. julgar conveniente.
Em seguida, o Código Civil Brasileiro Classifica os Bens Características dos bens Dominicais ou Dominiais.
Públicos através do seguinte texto: - São sujeitos a contabilização
“Os bens públicos são”: - São inventariados e avaliados
I – Os de uso Comum do povo, como mares, rios, - Podem ser Alienados nos casos e na forma da Lei.
estradas, ruas, praças; - Estão incluídos no patrimônio da Instituição
II – Os de Uso especial, como os edifícios ou terrenos Ainda sob o aspecto jurídico, os bens patrimoniais do
aplicados a serviço ou estabelecimento Federal, Estadual e estado podem ser classificados em:
Municipal.
III – Os dominicais, isto é os que constituem o patrimônio Bens Móveis
da União, dos Estados, ou dos Municípios, como objeto de Os bens móveis por sua natureza são suscetíveis de
direito pessoal, ou real de cada uma dessas entidades. movimento proprio, ou de remoção por força alheia.
São também considerados bens moveis por força de
BENS DE USO COMUM DO POVO OU BENS DE Lei os direitos Autorais, Direitos reais sobre objetos, Títulos.
DOMÍNIO PÚBLICO
São aqueles destinados ao uso direto e imediato da Bens Imóveis
coletividade (povo) em virtude de uma destinação formal São os bens que por sua natureza ou por destino, ou
quer seja por dispositivos legais quer seja por resultado de pelo objeto a que se referem não podem ser retiradas sem
fatos naturais. destruição, modificação, fratura ou dano.
Uso direto é aquele que se faz pessoalmente; e São, ainda, considerados bens imóveis, para efeito de
imediato é aquele que se faz sem intermediário. Os bens organização dos inventários, os museus, as bibliotecas, as
de uso Comum do Povo subdividem-se segundo a sua estradas de ferro, os quartéis, os artefatos de guerras, os
formação em dois grupos. arsenais.

27
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
b) Sob o aspecto Contábil os bens são classificados 1 - Ativo Financeiro – Compreende créditos,
segundo a sua utilização com o objetivo de possibilitar a valores realizáveis, e valores numerários, que podem
escrituração em: ser movimentados independentemente de autorização
BENS IMÓVEIS legislativo, como:
BENS DE NATUREZA INDUSTRIAL - Dinheiro em Cofre
BENS DE DEFESA NACIONAL - Depósitos Bancários
BENS CIENTÍFICOS E ARTISTICOS - Aplicação Financeira
BENS DE NATUREZA AGRÍCOLA 2 – Ativo Permanente – Compreende bens, créditos e
BENS SEMOVENTES valores não incluídos no ativo financeiro, que para serem
VALORES movimentados dependem de autorização legislativa.
CRÉDITOS Como:
- Valores Móveis e Imóveis
Bens Imóveis - Os prédios e terrenos de uso civil: - os que para serem alienados, dependem de
- Palácio da Presidência autorização do Poder legislativo
- Embaixadas no exterior - A Divida Ativa, originada de tributos e outros Créditos
- Palácio da Câmara Municipal estranhos ao ativo Financeiro.
- Supremo Tribunal Federal
- Prédios de Escolas Públicas
CONTRA SUBSTÂNCIA PATRIMONIAL
- Terrenos
A contra substância Patrimonial da Fazenda Pública é
Bens de Natureza Industrial ®Os edifícios onde formada pelos seguintes grupos:
funcionam os estabelecimentos industriais de produção
para o Estado, compreendendo-se neles as maquinas Financeiro
ferramentas, moveis animais, materiais de transformação: - restos a Pagar;
- Casa da Moeda - deposito de bens fungíveis de terceiros
- Imprensa Nacional - empréstimo à curto prazo
- Escolas Industriais
Permanente
Bens de Defesa Nacional - São aqueles empregados - Empréstimo à longo prazo
nos serviços de defesa nacional. Quanto à contra susbtância, o patrimônio é considerado
- Quartéis em relação às dividas e obrigações assumidas pela
- Hospitais Militares administração pública em virtude de serviços, contratos,
- Arsenais fornecimento cujo o pagamento não é realizado no ato,
- Navios de Guerra ou então em face de empréstimo contraídos no país ou no
- Aviões de Guerra exterior.
- Depósitos de material bélico A expressão divida pública deve ser desdobrada em: ,
- Escolas e Colégios Militares - Flutuante onde a mesma é restrita a área nacional e
seu resgate é sempre realizado em curto prazo.
Bens científicos e artísticos - Restos a Pagar
- Bibliotecas Públicas - Serviço da divida a pagar
- Museus - créditos
- Observatórios
- Arquivos Nacionais, Estaduais ou Municipais A Divida Fundada pode ser desdobrada em :
Consolidada - quando ocorre do apelo ao crédito
Bens de Natureza Agrícola
público e representada por apólices, obrigações, cédulas
- Escolas Agrícolas
ou títulos semelhantes, nominativas ou ao portador, de
- Fazendas de propriedade do Estado
livre circulação e cotação em bolsa de valores do país e
- Campos de Experimentação agrícola
- Escolas de Agronomia exterior.
Bens Semoventes - São os animais que destinam-se Não Consolidada - é proveniente de operações de
a tração de veículos do serviço público, desde que este créditos contratados com pessoas de direito público ou
serviço não se enquadrem no caráter industrial, agrícola, privado, cujo título de dividas são o próprio instrumento
ou defesa nacional. de contrato ou quando for o caso notas promissórias à ele
Valores - Entre os valores pertencentes ao estado vinculada.
encontramos ações, apólices, debêntures, títulos da divida A Lei 4.320/64 classifica os componentes de contra
pública, joias, moedas. substância:
A Lei Federal 4.320 de 17 de março de 1964, que 1 – Passivo Financeiro – Abrange os compromissos
aprovou as normas de orçamento e finanças para as exigíveis, provenientes de operação de credito que
entidades de direito Público, em seu artigo 105 e parágrafos devam ser pagas independentemente de autorização
1º à 5º, adotou a seguinte classificação dos elementos da orçamentária, tais como.
substância patrimonial. - restos a pagar

28
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
- serviço da divida a pagar É o conjunto de operações associadas ao fluxo
- depósitos de diversas origens de materiais e informações necessários ao modelo de
- consignações transformação da organização.
2 – Passivo Permanente – Compreende as dívidas não Para a organização pública, têm-se os seguintes
incluídas não incluídas no passivo financeiro, tais como: entendimentos sobre Material e Serviços com seus
- Divida Fundada Interna respectivos embasamento legal.
- Divida Fundada Externa No campo da Ciência Contábil o termo MATERIAL
compreende todos os itens contabilizáveis que participam
PATRIMONIO SOB O ASPECTO QUANTITATIVO diretamente ou indiretamente na constituição do bem/
O patrimônio sob o aspecto quantitativo é conceituado serviço de uma organização.
como um fundo de valores à disposição de uma entidade, Na gestão pública, temos a classificação de Material por
em determinado momento. natureza de despesa em Material Permanente e Material de
Os bens que formam o patrimônio devem ser avaliados Consumo, discorrendo os seguintes conceitos:
com a mesma unidade de medida a fim de que possam ser a. Material Permanente é aquele que, em razão de seu
reduzidos a uma única expressão numérica. uso corrente, não perde a sua identidade física e/ou tem
Assim o aspecto quantitativo do patrimônio é aquele durabilidade superior a dois anos.
no qual o patrimônio aparece expresso através de um valor Se um material for adquirido como permanente e ficar
monetário sintético. Daí a definição de patrimônio, neste comprovado que possui custo de controle superior ao
aspecto como fundo de valores. seu benefício, deve ser controlado de forma simplificada,
Sob o aspecto quantitativo o Patrimônio é constituído por meio de relação-carga, que mede apenas aspectos
pelos seguintes elementos: qualitativos e quantitativos, não havendo necessidade de
1 – Ativo controle por meio de número patrimonial. No entanto,
2 – Passivo esses bens deverão estar registrados contabilmente no
3 – Patrimônio Líquido ou Situação Patrimonial: patrimônio da entidade.
• 1 – ATIVO - Evidencia a expressão monetária do total Isso deve ao fato de obedecer ao Princípio da
dos componentes positivos do Patrimônio: Bens, Créditos Economicidade previsto no
e Valores. Art. 70 da CF/88 que se traduz na relação custo-
• 2 – PASSIVO - Possibilita o conhecimento da benefício. Ou seja, os controles devem ser simplificados
expressão monetária do total dos componentes negativos quando se apresentam como meramente formais ou cujo
do patrimônio: divida flutuante e divida fundada. custo seja evidentemente superior ao risco.
• 3 – PATRIMONIO LÍQUIDO - É a diferença entre as b. Material de Consumo é aquele que, em razão de seu
expressões monetárias dos componentes, do ATIVO e a do uso corrente, perde normalmente sua identidade física e/
PASSIVO. ou tem sua utilização limitada a dois anos. Deve atender a
pelo menos um dos critérios a seguir:
A situação Líquida pode apresentar três situações - Critério de Durabilidade: se em uso normal perde
distintas: ou tem reduzidas as suas condições de funcionamento no
A>P - Ativo maior que Passivo a situação patrimonial prazo máximo de dois anos;
é positiva - Critério de Fragilidade: se sua estrutura for
A<P - Ativo Menor que Passivo, neste caso temos quebradiça, deformável ou danificável, caracterizando
uma situação patrimonial negativa ou seja, há um passivo sua irrecuperabilidade e perda de sua identidade ou
descoberto. funcionalidade;
A=P - Ativo igual ao Passivo, neste caso temos uma - Critério de Perecibilidade: se está sujeito a
situação patrimonial nula, discreta ou indiferente. modificações químicas ou físicas, ou se deteriora ou perde
Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ sua característica pelo uso normal;
ABAAAAZpMAG/patrimonio-na-administracao-publica - Critério de Incorporabilidade: se está destinado à
incorporação a outro bem, e não pode ser retirado sem
prejuízo das características físicas e funcionais do principal.
Pode ser utilizado para a constituição de novos bens,
melhoria ou adições complementares de bens em utilização
LOGÍSTICA: CONCEITO, EVOLUÇÃO, DIMENSÃO, (sendo classificado como 4.4.90.30), ou para a reposição de
PROCESSO LOGÍSTICO, TRANSPORTE. peças para manutenção do seu uso normal que contenham
a mesma configuração (sendo classificado como 3.3.90.30);
- Critério de Transformabilidade: se foi adquirido para
A logística realiza a integração da administração de fim de transformação.
materiais (suprimentos) com a logística organizacional, Se um material de consumo for considerado como
com a distribuição física e/ou prestação de serviços, e com de uso duradouro, devido à durabilidade, quantidade
as atividades relativas ao retorno/descarte de materiais. utilizada ou valor relevante, deve ser controlado por meio
Logística de entrada (administração de materiais/ de relação-carga e incorporado ao patrimônio da entidade.
logística de suprimentos)

29
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
Logística organizacional (operacional) Devido à característica sistêmica da logística, as
É a integração das atividades de um sistema atividades administrativas organizacionais passam a ser
organizacional, em função do seu modelo de transformação, abordadas de forma diferente da tradicional distinção em
desde o planejamento e obtenção dos insumos necessários, atividades fim e atividades meio.
passando pelo processo produtivo até a distribuição Essa nova abordagem vem sendo provocada pela
para o consumidor (intermediário/final), atendendo as necessidade das organizações em direcionar seus esforços
necessidades do público-alvo a custos reduzidos, com para o foco do seu negócio, terceirizando aquelas atividades
qualidade e uso adequado de recursos. O instrumento legal que são economicamente melhor desempenhadas por
de criação da instituição pública e seu regimento interno outras organizações que as tem como produto do seu
norteiam essas atividades na organização. trabalho e que, consequentemente, passam a serem
parceiros no negócio da empresa. Um exemplo clássico é o
Logística de saída (distribuição física do bem/prestação da indústria automotiva, formando uma cadeia produtiva.
do serviço)
Para a organização pública não está sendo diferente.
É o conjunto de operações associadas à transferência do
Hoje se tem, por exemplo, serviços como segurança,
resultado objeto de uma transação desde o local de origem
manutenção e limpeza realizados por terceiros e que até
até o local designado no destino e no fluxo de informação
associado, devendo garantir que chegue ao destino nas pouco tempo eram realizados pela organização com um
condições desejadas, oportunamente e com uso maximizado quadro próprio de servidores. Como a prática administrativa
dos recursos disponíveis. A missão da organização constante na organização pública precisa de uma base jurídica, a
no dispositivo de sua criação e as atribuições funcionais Instrução Normativa Nº 02 de 30 de Abril de 2008 dispõe
inerentes ao cargo desempenhado orientam os gestores sobre regras e diretrizes para a contratação de serviços,
públicos na execução dessas operações. continuados ou não, definindo, em seu
Art. 6º, que os serviços continuados que podem
Logística Reversa: ser contratos por terceiros são aqueles que apoiam a
Para o autor PIRES, duas premissas básicas impõem a realização de atividades essenciais ao cumprimento da
necessidade de gestão da logística reversa: a agregação de missão institucional do órgão ou entidade. Essas atividades
valor e a responsabilidade pela sucata e/ou lixo industrial. A materiais acessórias, instrumentais ou complementares aos
agregação de valor, considerando o aumento do comércio assuntos que constituem área de competência legal do
global, está relacionada à importância na gestão dos órgão ou entidade poderão ser objeto de execução indireta
recipientes (pallets, containers, etc.) e das embalagens, ( Art. 1º do Decreto 2.271/97).
envolvendo processos logísticos complexos e estando É interessante observar os seguintes conceitos relativos
sujeitos a restrições legais e sanitárias, dentre outras. A à logística:
responsabilidade pela sucata e/ou lixo industrial diz respeito - Função logística é a reunião, sob uma única
à gestão dos materiais após o término de suas vidas úteis, designação, de um conjunto de atividades logísticas afins,
passando a vigorar cada vez mais a regra de que “quem correlatas ou de mesma natureza.
produz é o responsável pelo produto após a sua vida útil”. - Atividade logística é um conjunto de tarefas
Para a organização pública, essa preocupação e/ afins, reunidas segundo critérios de relacionamento,
ou exigência sócio ambiental pode ser observada na interdependência ou de similaridade.
INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 205, DE 08 DE ABRIL DE - Tarefa logística é um trabalho específico e limitado
1988 expressa no item 1. Material que: “a designação no tempo, que agrupa passos, atos ou movimentos
genérica de equipamentos, componentes, sobressalentes,
interligados segundo uma determinada sequência e
acessórios, veículos em geral, matérias-primas e outros
visando à obtenção de um resultado definido.
itens empregados ou passíveis de emprego nas atividades
das organizações públicas federais, independente de
qualquer fator, bem como, aquele oriundo de demolição ou As funções logísticas primárias (o ciclo crítico)
desmontagem, aparas, acondicionamentos, embalagens e O conceito de logística identifica aquelas funções ou
resíduos economicamente aproveitáveis (grifo meu)”, dando atividades que são de importância primária para atingir
importância à logística reversa nas organizações públicas os objetivos logísticos de custo e nível de serviço. Estas
com o objetivo de racionalizar com minimização de custos o atividades-chave são: Transporte, Manutenção de Estoques,
uso de material através de técnicas modernas que atualizam Processamento de Pedidos. Constituem o “ciclo crítico de
e enriquecem essa gestão com as desejáveis condições de atividades logísticas”.
operacionalidade, no emprego do material nas diversas O resultado final é prover o cidadão (cliente final)
atividades. quando e onde necessitar, com a melhor alocação de
recursos (menor custo).
As funções logísticas a. A função logística primária de transportes
As atividades administrativas a serem geridas, em qualquer Para a maioria das organizações, o transporte é a
organização, podem incluir todo ou parte do seguinte: atividade logística mais importante simplesmente porque
transportes, manutenção de estoques, processamento de ela absorve, em média, de um a dois terços dos custos
pedidos, compras (obtenção), armazenagem, manuseio de logísticos. É uma atividade essencial, pois nenhuma
materiais, embalagem, padrões de serviços e programação instituição pode operar sem providenciar a movimentação
do processo de produtivo. de seu produto (bem/serviço) de alguma forma. Implica na

30
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
utilização dos modais de transporte para se movimentar Intervalo de Aquisição (I)
bens. Este movimento é realizado pelos modais de Compreende o período entre duas aquisições normais
transporte: aeroviário, dutoviário, ferroviário, hidroviário; e sucessivas (IN 205/88).
rodoviário, intermodalidade e multimodalidade. Os Ponto de Pedido (Pp)
transportes adicionam valor de “lugar” ao produto. É o nível de estoque que, ao ser atingido, determina
b. A função logística primária de manutenção de imediata emissão de um pedido de compra, visando
estoques completar o Estoque Máximo. Obtém-se somando ao
Para se atingir um grau razoável de disponibilidade Estoque Mínimo (Em) o produto do Consumo Médio
de bens, é necessário manter estoques, que agem como Mensal (c) pelo Tempo de Aquisição (T) (IN 205/88).
“amortecedores” entre a disponibilidade e a necessidade Consumo Médio Mensal (c)
(oferta e demanda). O estoque agrega valor de “tempo”. É a média aritmética do consumo nos últimos 12 meses
Na administração pública, a Instrução Normativa Nr. (IN 205/88).
205, de 08 de Abril de 1988, da Secretaria de Administração
Estoque Mínimo (Em)
Pública da Presidência da República (SEDAP/PR), trata do
É a menor quantidade de material a ser mantida em
assunto no item DA AQUISIÇÃO:
estoque capaz de atender a um consumo superior ao
- “As compras de material, para reposição de estoques
e/ou para atender necessidade específica de qualquer estimado para certo período ou para atender a demanda
unidade, deverão, em princípio, ser efetuadas através do normal em caso de entrega da nova aquisição. Obtém-
Departamento de Administração, ou de unidade com se multiplicando o Consumo Médio Mensal (c) por uma
atribuições equivalentes ou ainda, pelas correspondentes fração (f) do tempo de aquisição (T) que deve, em princípio,
repartições que, no território nacional, sejam projeções dos variar de 0,25 de T a 0,50 de T (IN 205/88). Essa fração (f)
órgãos setoriais ou seccionais, (delegacias, distritos, etc.)”. do Tempo de Aquisição (T) é o chamado fator de risco
Uma questão importante é saber qual o nível de que a organização está disposta a assumir com relação à
estoque mais adequado para a organização. Para isso, ocorrência de falta de estoque. É básico para o adequado
crescem em importância para a gestão de estoques as estabelecimento do Ponto de Pedido (Pp).
variáveis “quantidade” e “tempo”. Essas variáveis compõem Estoque Máximo (EM)
os chamados fatores de ressuprimento. É a maior quantidade de material admissível em estoque,
POZO expressa que uma das técnicas utilizadas para a suficiente para o consumo em certo período, devendo-
avaliação dos níveis de estoques é o enfoque da dimensão se considerar a área de armazenagem, disponibilidade
do “lote econômico” para a manutenção de níveis de financeira, imobilização de recursos, intervalo e tempo
estoques satisfatórios e que é denominado de “sistema de aquisição, perecimento, obsoletismo, etc. Obtém-se
máximo-mínimo”. O funcionamento do sistema consiste na somando ao Estoque Mínimo (Em) o produto do Consumo
necessidade nas seguintes informações básicas para cada Médio Mensal (c) pelo Intervalo de Aquisição (I) (IN 205/88).
material: Quantidade a Ressuprir (Q)
- Estoque mínimo ou de segurança que se deseja É o número de unidades a adquirir para recompor o
manter (EMin/ESeg); Estoque Máximo. Obtém-se multiplicando o Consumo
- O momento em que nova quantidade de material Médio Mensal (c) pelo Intervalo de Aquisição (I) (IN 205/88).
deve ser adquirida, o Ponto do Pedido (PP); No item SANEAMENTO DE MATERIAL, a IN 205/88
- O tempo necessário para repor o material (TR); expressa que essa atividade visa a otimização física dos
- A quantidade de material que deve ser adquirida, ou materiais em estoque ou em uso decorrente da simplificação
seja, o Lote de Compra ou Ressuprimento (LC); e
de variedades, reutilização, recuperação e movimentação
- Quando o material é recebido e aceito pela
daqueles considerados ociosos ou recuperáveis, bem
organização, tem-se o estoque máximo (EMax).
como a alienação dos antieconômicos e irrecuperáveis”;
A IN 205/88, no item RENOVAÇÃO DE ESTOQUE,
emprega essas variáveis quando expressa que o “Os estoques devem ser objeto de constantes Revisões
acompanhamento dos níveis de estoque e as decisões de e Análises. Essas atividades são responsáveis pela
“quando” e “quanto” comprar deverão ocorrer em função identificação dos itens ativos e inativos”.
da aplicação de fatores de ressuprimento e suas respectivas c. A função logística primária de processamento de
fórmulas constantes no dispositivo legal e aplicáveis à pedidos
gerência de estoques. Os fatores de ressuprimento são: É a atividade que inicializa a movimentação de bens e
Tempo de Aquisição, Intervalo de Aquisição, Ponto de a prestação de serviços. Sua importância deriva do tempo
Pedido, Consumo Médio Mensal, Estoque Mínimo, Estoque necessário para levar bens e serviços aos consumidores.
Máximo e Quantidade a Ressuprir. Como pode-se inferir Para a organização pública, o início dessa atividade
esses fatores constituem o sistema máximo-mínimo pode ser considerado por ocasião do levantamento das
com o enfoque da dimensão do lote econômico para a necessidades organizacionais, no ano vigente, a serem
manutenção de níveis de estoques satisfatórios. incluídas na previsão orçamentária para o exercício
Tempo de Aquisição (T) financeiro do ano seguinte. Após a liberação orçamentária
Conforme consta no item RENOVAÇÃO DE ESTOQUE, no início do ano em exercício é que as instituições podem
da IN 205/88, é entendido como o período decorrido começar a realizar seus processos de licitações e contratos.
entre a emissão do pedido de compra e o recebimento do
material no Almoxarifado (relativo, sempre, à unidade mês).

31
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
Essa consideração visa esclarecer uma prática bastante material, do fornecedor ao órgão recebedor. Ocorrerá nos
comum nas organizações públicas quanto à solicitação almoxarifados, salvo quando o mesmo não possa ou não
de material feita pelas áreas demandantes. É comum o deva ali ser estocado ou recebido, caso em que a entrega
entendimento equivocado de que o pedido de material se fará nos locais designados. Qualquer que seja o local de
feito pela área demandante é para efetuar a compra, ou recebimento, o registro de entrada do material será sempre
seja, um “pedido de compra”. O pedido realizado é para no almoxarifado. O recebimento, rotineiramente, nos
“fornecimento” através de uma requisição ou tabela de órgãos sistêmicos, decorrerá de: compra, cessão, doação,
provisão (IN 205/88). A definição do “quanto comprar” permuta, transferência, produção interna.
já deve ter sido realizada por ocasião do processo de No item ARMAZENAGEM expressa que essa
previsão do orçamento no ano anterior, e a consequente atividade compreende a guarda, localização, segurança
liberação orçamentária no ano vigente para a decisão e preservação do material adquirido, a fim de suprir
dos gestores em relação ao “quando comprar”, com os adequadamente as necessidades operacionais das
ajustes, se for o caso, na definição do “quanto comprar”. unidades integrantes da estrutura do órgão ou entidade.
Esse esclarecimento é importante pois visa valorizar o b. A função logística de apoio de manuseio de
planejamento na instituição. materiais
É importante destacar que a descrição do material Diz respeito à movimentação do bem no local de
para o Pedido de Compra deverá ser elaborada através do estocagem. São atividades: de seleção do equipamento
método Descritivo, que identifica com clareza o item através de movimentação e balanceamento da carga de trabalho.
da enumeração de suas características físicas, mecânicas, de No setor público, pode-se inferir que essa função
acabamento e de desempenho, possibilitando sua perfeita logística está caracterizada na Instrução Normativa Nr.
caracterização para a boa orientação do processo licitatório 205/88, no item ARMAZENAGEM, onde se verifica: “os
e deverá ser utilizada com absoluta prioridade, sempre materiais devem ser estocados de modo a possibilitar
que possível. E pelo método Referencial, que identifica uma fácil inspeção e um rápido inventário”; “os materiais
indiretamente o item, através do nome do material, aliado que possuem grande movimentação devem ser estocados
ao seu símbolo ou número de referência estabelecido pelo em lugar de fácil acesso e próximo das áreas de expedição
fabricante, não representando necessariamente preferência e o material que possui pequena movimentação deve ser
de marca (IN 205/88). estocado na parte mais afastada das áreas de expedição”;
As necessidades de uma organização pública são “os materiais jamais devem ser estocados em contato
atendidas por BENS contratados por meio de atividades de direto com o piso. É preciso utilizar corretamente os
COMPRAS, por SERVIÇOS que são contratados para a sua acessórios de estocagem para os proteger”; “a arrumação
PRESTAÇÃO, e por OBRAS que são contratadas para a sua dos materiais não deve prejudicar o acesso as partes de
EXECUÇÃO. emergência, aos extintores de incêndio ou à circulação de
Esses contratos são oriundos de um procedimento pessoal especializado para combater a incêndio (Corpo
administrativo formal chamado de LICITAÇÃO, em de Bombeiros)”; “os materiais da mesma classe devem
que o órgão público convoca, por meio de condições ser concentrados em locais adjacentes, a fim de facilitar
estabelecidas em ato próprio (edital/convite) as empresas a movimentação e inventário”; “os materiais pesados e/
interessadas. Tem por objetivos a observância do princípio ou volumosos devem ser estocados nas partes inferiores
constitucional da ISONOMIA e a seleção da PROPOSTA das estantes e porta-estrados, eliminando-se os riscos
MAIS VANTAJOSA para a administração pública. de acidentes ou avarias e facilitando a movimentação”;
As funções logísticas de apoio e “quando o material tiver que ser empilhado, deve-se
Apoiam as atividades primárias: Armazenagem, atentar para a segurança e altura das pilhas, de modo a não
Manuseio de Materiais, Embalagem de Proteção, Obtenção, afetar sua qualidade pelo efeito da pressão decorrente, o
Programação de Produtos e Manutenção de Informação. arejamento (distância de 70 cm aproximadamente do teto
a. A função logística de apoio de armazenagem e de 50 cm aproximadamente das paredes)”.
Uma questão básica do gerenciamento logístico nas c. A função logística de apoio de embalagem de
organizações públicas é como estruturar sistemas de proteção
distribuição/prestação capazes de atender, otimizando a Destina-se a movimentar bens sem danificá-los. No
aplicação de recursos, o cidadão-cliente geograficamente governo, a IN 205/88, disponível no sítio eletrônico do
disperso das fontes de distribuição/prestação de um bem/ “comprasnet”, apresenta, no item ARMAZENAGEM, as
serviço, oferecendo níveis de serviço cada vez mais altos atividades a serem realizadas pelo gestor público nesta
em termos de disponibilidade de estoque e tempo de função logística: “os materiais devem ser conservados
atendimento. nas embalagens originais e somente abertos quando
A Instrução Normativa Nr. 205, de 08 de Abril de 1988, houver necessidade de fornecimento parcelado, ou por
trata do assunto no item RECEBIMENTO E ACEITAÇÃO ocasião da utilização”; “a arrumação dos materiais deve
de materiais para as entidades públicas. Expressa que o ser feita de modo a manter voltada para o lado de acesso
recebimento é o ato pelo qual o material encomendado ao local de armazenagem a face da embalagem (ou
é entregue ao órgão público no local previamente etiqueta) contendo a marcação do item, permitindo a fácil
designado, não implicando em aceitação. Transfere e rápida leitura de identificação e das demais informações
apenas a responsabilidade pela guarda e conservação do registradas”.

32
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
d. A função logística de apoio de obtenção No setor público, pode-se considerar a aplicação do
A função obtenção é também tratada como conceito de AQUISIÇÃO ou OBTENÇÃO na IN 205/88 no
suprimentos e aquisição. Independente do termo usado é item DA AQUISIÇÃO onde descreve que as “compras” de
basicamente uma função de compras. O termo “compras”, material, para reposição de estoques e/ou para atender
para o órgão ou entidade pública, deve ser entendido como necessidade específica de qualquer unidade, deverão,
toda aquisição remunerada de bens para o fornecimento em princípio, ser efetuadas através do Departamento de
de uma só vez ou parceladamente ( Art. 6º da Lei 8.666/93). Administração, ou de unidade com atribuições equivalentes
Segundo BALLOU a “obtenção ou aquisição” refere- ou ainda, pelas correspondentes repartições que, no
se àquelas atividades que ocorrem entre a organização território nacional, sejam projeções dos órgãos setoriais ou
e os seus fornecedores e, geralmente, dá a impressão de seccionais.
tratar-se de “compras”. Para o autor existem três variáveis- e. A função logística de apoio de programação do
chave no processo de fornecimento para a organização: produto
o preço, a qualidade e a disponibilidade ou entrega do Não diz respeito à programação detalhada da
produto. É a atividade que deixa o BEM disponível para produção, executada diariamente pelos programadores de
o sistema produtivo organizacional. Devem-se considerar produção. Lida com a distribuição de bens e/ ou prestação
as seguintes decisões: quantidades a serem obtidas; de serviço. Trata do fluxo de saída.
programação de compras; localização de fornecedores e a Nas organizações públicas, a missão institucional
forma física das mercadorias: estabelece o produto organizacional e o seu regimento
As quantidades a serem obtidas envolvem decisões interno regula as atividades administrativas a serem
sobre “o que deve ser comprado” de fontes externas e sobre desenvolvidas para a consecução de metas e objetivos
“o que pode ser produzido” pela empresa. Por sua vez, as estabelecidos para atender as necessidades do público-
quantidades a serem compradas devem ser abordadas pelo alvo organizacional, caracterizando essa função logística.
total a ser comprado e pelo tamanho do lote individual de f. A função logística de apoio de manutenção de
entrega e/ou de compra. informação
A programação de compras envolve os aspectos de Segundo, CHOPRA e MEINDL, a informação é crucial
volume e da frequência das compras. A determinação do para o desempenho das funções logísticas em qualquer
“tempo certo” é uma questão-chave. organização porque disponibiliza fatos e dados para o
A localização de fornecedores envolve a “variável gestor agrupá-los e analisá-los a fim de tomar decisões
distância” que implica no tempo para a entrega do administrativas organizacionais.
suprimento. Fontes próximas têm vantagens, pois a entrega Como toda organização integra uma ou várias
pode ser mais rápida e há menor risco de interrupções no cadeias de suprimentos a informação se torna ainda mais
transporte. importante porque permite que a gerência tome decisões
A forma física das mercadorias influencia o fluxo de sobre um amplo escopo que abrange interação de funções
materiais entre o fornecedor e o comprador, sendo essencial e interação com outras instituições, sendo influenciada
para a eficiência da movimentação no que se refere ao por fatores do ambiente externo à organização, tais como:
uso de equipamentos adequados para a movimentação, à econômico, político-legal, sociocultural, tecnológico,
conversão de um para outro tipo de acondicionamento da fisiográfico e ecológico.
mercadoria, ao volume e/ou peso do material e no modal Para realizar a integração das funções logísticas, o
de transporte mais apropriado. gestor público deve se valer de informações, além daquelas
Ainda segundo BALLOU, a “aquisição ou obtenção” é sobre os objetivos da análise dos fatores ambientais,
vista como uma extensão da programação do processo as relativas ao fornecedor, às funções logísticas críticas
produtivo organizacional, pois é onde são geradas as (transporte, manutenção de estoque e processamento de
informações de QUANDO e QUANTO “comprar” (grifo pedidos) e as funções logísticas de apoio (armazenagem,
meu). manuseio de materiais, embalagem de proteção,
Para a organização pública, podemos observar a obtenção, programação de produto) cujo resultado será o
necessidade dessas informações na IN 205/88 em seu estabelecimento do nível de serviço desejado, possível e
item RENOVAÇÃO DE ESTOQUE onde expressa que o adequado às características do público-alvo organizacional.
acompanhamento dos níveis de estoque e as decisões de A necessidade de informação sobre essas áreas agrega
QUANDO e QUANTO “comprar” (grifo meu) deverá ocorrer valor às atividades administrativas organizacionais,
em função da aplicação de fórmulas constantes na referida permitindo melhor coordenação entre os envolvidos no
Instrução Normativa. negócio público, configurando uma engrenagem logística.
Ainda na IN 205/88, pode ser encontrado no item Enfim, para a organização pública, a importância da
DA REQUISIÇÃO E DISTRIBUIÇÃO: “A guia de remessa Logística está no fato de que ela permite administrar o fluxo
de material (ou nota de transferência), além de outros dos bens/serviços de onde eles são transformados para
dados informativos julgados necessários, deverá conter: o local certo de consumo, na forma desejada, no tempo
descrição padronizada do material; quantidade; unidade de certo e com o emprego adequado dos recursos públicos
medida; preços (unitário e total); número de volumes; peso; disponíveis, proporcionando o nível de serviço desejado
acondicionamento e embalagem; e grau de fragilidade ou pela sociedade. Um sistema logístico eficiente permite
perecibilidade do material”. uma região geográfica explorar suas vantagens inerentes

33
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
pela especialização de seus esforços produtivos naqueles O local onde é feita a armazenagem também compõe o
produtos que ela tem vantagens e pela exportação desses custo logístico. Assim, o custo com armazenagem envolve
produtos às outras regiões. impostos, luz, conservação (ou aluguel caso o armazém
Pelo exposto, pode-se verificar que aplicar a seja alugado); para manusear os produtos são necessários
técnica logística nas atividades administrativas de uma equipamentos de movimentação e armazenagem, além de
organização pública é estabelecer uma relação entre os salários (e encargos) dos funcionários.
dispositivos legais e normativos vigentes para o setor Um pouco menores, mas também importantes de
público com os conceitos e procedimentos logísticos serem considerados, estão os custos do pedido: custos
aplicáveis às atividades funcionais do gestor público e relacionados ao material utilizado (papel, materiais de
aos processos administrativos de sua instituição com escritório, computadores), custos de pessoal (salários e
vistas: a uma convergência aos padrões internacionais encargos) e os custos indiretos (luz, telefone, dentre outros).
de logística aplicados a uma organização (pública ou
privada); a adoção de procedimentos e práticas que
permitam o reconhecimento, a mensuração, a avaliação
e a evidenciação das funções logísticas nas atividades ARQUIVOS: FINALIDADE, CLASSIFICAÇÃO,
administrativas públicas; a configuração de um sistema FASES, TÉCNICAS, SISTEMAS E MÉTODOS DE
logístico no âmbito da organização, valendo-se dos ARQUIVAMENTO. PROTOCOLO: FINALIDADES,
instrumentos administrativos existentes; e a caracterização OBJETIVOS E ATIVIDADES.
e a consolidação das informações de natureza logística
constantes nos sistemas estruturadores do governo e
nos dispositivos legais e normativos para a administração
pública. Administrar, organizar e gerenciar a informação é, hoje,
Custos Logísticos uma preocupação entre as empresas e entidades públicas
Muitas pessoas que estudam e trabalham com logística e privadas de pequeno, médio e grande porte de diversos
às vezes tem dificuldade em definir o que é a logística, e o segmentos, que encontram na Tecnologia da Gestão
que compõe o processo logístico. Quando se está em uma de Documentos uma poderosa aliada para a tomada de
empresa, é essencial saber para onde o dinheiro está indo decisões e um facilitador para a gestão de suas atividades.
(ou por onde está saindo!), e compreender quais são os A Gestão de Documentos é também um caminho
componentes dos custos logísticos é essencial nessa área. seguro, rápido e eficiente para as empresas se destacarem
A função mais conhecida da logística são os transportes, dos seus concorrentes e conquistarem certificações.
e eles representam o maior percentual dos custos logísticos A Gestão de Documentos contribui no processo de
para a maioria das empresas. Considerando que a matriz Acreditação e Certificação ISO, porque assegura que a
de transporte brasileira, que utiliza fundamentalmente informação produzida e utilizada será bem gerenciada,
o transporte rodoviário mesmo para longas distâncias, garantindo a confidencialidade e a rastreabilidade das
faz com que os custos de transportes sejam muito informações, além de proporcionar benefícios como:
elevados, o que influencia o custo final dos produtos e a racionalização dos espaços de guarda de documentos,
competitividade de nossas empresas. Assim, o custo de eficiência e rapidez no desenvolvimento das atividades
transporte é composto por custos fixos e variáveis. Os fixos diárias e o controle do documento desde o momento de
incluem depreciação da frota, salários, manutenção. Os sua produção até a destinação final.
variáveis incluem: combustíveis, pneus, lubrificantes, dentre Com relação à Acreditação, a Gestão de Documentos
outros. Caso o transporte seja terceirizado, então todo o é fator determinante também para cumprir a Resolução
custo é pago na forma de frete. 1.639/2002, do Conselho Federal de Medicina, onde
Outro fator importante na composição dos custos é definido que os prontuários médicos são de guarda
logísticos são os estoques. Se o transporte é rápido e definitiva e, portanto, não podem ser descartados sem o
frequente, então podemos manter níveis de estoques devido planejamento de como garantir a preservação das
baixos, mas pagaremos caro pelo transporte. Por outro informações.
lado, se os lotes são grandes (grandes volumes, pouca Administrar e gerenciar documentos, a partir de
frequência), então o estoque médio será alto e custo de conceitos da Gestão Documental, proporciona às empresas
estocagem será elevado. O custo do estoque é composto privadas e entidades públicas maior controle sobre as
por diversos elementos: (1) o próprio valor do estoque que informações que produzem e recebem.
poderia estar investido rendendo juros e pela oportunidade A implantação da Gestão de Documentos associada
do capital; (2) manter o estoque também custa dinheiro: ao uso adequado da microfilmagem e das tecnologias do
seguros, obsolescência, perdas e outros riscos associados; GED (Gerenciamento Eletrônico de Documentos) deve ser
(3) durante a operação de transportes, um pouco do efetiva visando à garantia no processo de atualização da
estoque fica indisponível dentro dos caminhões – assim, documentação, interrupção no processo de deterioração
o estoque em trânsito também compõe este custo; (4) dos documentos e na eliminação do risco de perda do
finalmente, caso os estoques não sejam bem gerenciados, acervo, através de backup ou pela utilização de sistemas
a empresa terá uma falta de produtos, e este custo é difícil que permitam acesso à informação pela internet e intranet.
de ser mensurado.

34
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
A eficiente gestão dos arquivos públicos municipais alguns órgãos como Protocolo e Arquivo.  No entanto, pode
contribui para uma melhor administração dos recursos acontecer de as pessoas que lidam com o recebimento de
das cidades e municípios, além de resguardar os mesmos documentos não saberem, ou mesmo não serem orientadas
de penalidades civis e administrativas, que estes estão sobre como proceder para que o documento cumpra a sua
sujeitos se não cumprirem a legislação em vigor ou ainda, função na instituição.
se destruírem documentos de valor permanente ou de Como alternativa para essa questão, sistemas de base
interesse público e social. de dados podem ser utilizados, de forma que se faça
A Gestão de Documentos no âmbito da administração o registro dos documentos assim que eles cheguem às
pública atua na elaboração dos planos de classificação repartições.
dos documentos, TTD (Tabela Temporalidade Documental) Algumas rotinas devem ser adotadas no registro
e comissão permanente de avaliação. Desta forma é documental, afim de que não se perca o controle, bem
assegurado o acesso rápido à informação e preservação como administrar problemas que facilmente poderiam ser
dos documentos. destaca-se:
Receber as correspondências, separando as de caráter
Protocolo oficial da de caráter particular, distribuindo as de caráter
Protocolo: recebimento, registro, distribuição, particular a seus destinatários.
tramitação e expedição de documentos. Separar as correspondências de caráter ostensivo das
As atividades de recebimento de documentos, registro, de caráter sigiloso, encaminhado as de caráter sigiloso aos
controle de tramitação e expedição de correspondências seus respectivos destinatários;
constituem os serviços de protocolo. E as atividades de Tomar conhecimento das correspondências de caráter
arquivamento e empréstimo de documentos são os serviços ostensivos por meio da leitura, requisitando a existência de
de arquivo.  Então, não podemos separar os serviços de antecedentes, se existirem;
protocolo dos serviços de arquivo. Daí ser comum, na Classificar o documento de acordo com o método da
estrutura organizacional das instituições, a existência de
instituição, carimbando-o em seguida;
setores, normalmente denominados Arquivo e Protocolo,
Elaborar um resumo e encaminhar os documentos ao
ou Arquivo e Comunicação ou outro nome parecido, que
protocolo.
respondem tanto pelo protocolo como pelo arquivamento.
Preparar a ficha de protocolo, em duas vias, anexando
Em relação aos serviços de arquivo e protocolo, é
a segunda via da ficha ao documento;
importante destacarmos que as rotinas e procedimentos
Rearquivar as fichas de procedência e assunto, agora
para sua execução devem ser criados pela própria
instituição, obedecendo a um critério adequado às suas com os dados das fichas de protocolo;
características. Não podemos predeterminar e nem impor Arquivar as fichas de protocolo.
qualquer rotina ou procedimento a uma empresa, mas A tramitação de um documento dentro de uma
apenas sugerir. instituição depende diretamente se as etapas anteriores
Para que todo esse processo acima seja desenvolvido foram feitas da forma correta. Se feitas, fica mais fácil, com
é necessário trabalhar com a gestão de documentos, o auxílio do protocolo, saber sua exata localização, seus
que nada mais é que um  conjunto de procedimentos e dados principais, como data de entrada, setores por que já
operações técnicas referentes à sua produção, tramitação, passou, enfim, acompanhar o desenrolar de suas funções
uso, avaliação e arquivamento em fase corrente e dentro da instituição. Isso agiliza as ações dentro da
intermediária, visando a sua eliminação ou recolhimento instituição, acelerando assim, processos que anteriormente
para a guarda permanente. encontravam dificuldades, como a não localização de
Protocolo  é a denominação geralmente atribuída a documentos, não se podendo assim, usá-los no sentido de
setores encarregados do recebimento, registro, distribuição valor probatório, por exemplo.
e movimentação dos documentos em curso. É de Após cumprirem suas respectivas funções, os
conhecimento comum o grande avanço que a humanidade documentos devem ter seu destino decidido, seja este a sua
teve nos últimos anos, avanços esses que contribuíram eliminação ou recolhimento. É nesta etapa que a expedição
para o aumento da produção de documentos. Cabe de documentos torna-se importante, pois por meio dela,
ressaltar que tal aumento teve sua importância para a área fica mais fácil fazer uma avaliação do documento, podendo-
da arquivística, no sentido de ter despertado nas pessoas se assim decidir de uma forma mais confiável, o destino
a importância dos arquivos. Entretanto, seja por descaso do documento. Dentre as recomendações com relação à
ou mesmo por falta de conhecimento, a acumulação de expedição de documentos, destacam-se:
massas documentais desnecessárias foi um problema que Receber a correspondência, verificando a falta de
foi surgindo. Essas massas acabam por inviabilizar que os anexos e completando dados;
arquivos cumpram suas funções fundamentais. Para tentar Separar as cópias, expedindo o original;
sanar esse e outros  problemas, que é recomendável o uso Encaminhar as cópias ao Arquivo.
de um sistema de protocolo.
É importante citar que essas rotinas são apenas
É sabido que durante a sua tramitação, os arquivos sugestões, afinal, cada instituição desenvolverá os
correntes podem exercer funções de protocolo processos próprios, no entanto, a aplicação dessas rotinas
(recebimento, registro, distribuição, movimentação e inquestionavelmente facilita todo o processo de protocolo
expedição de documentos), daí a denominação comum de e arquivo.

35
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
Classificação de Documentos de Arquivo Não se utilizam termos de indexação demasiados ge-
néricos ou demasiado específicos, relativamente aos con-
Os principais Sistemas ou Tipos de classificação utilizados ceitos expressos no documento.
em arquivos são:
 Uniformidade
Classificação Alfabética É um parâmetro muito importante ligado a qualidade
Classificação Numérica da indexação;
Classificação Alfa-numérica Procura anular a sinonímia (palavras de significação
Classificação Cronológica idêntica ou parecida, mas não tem o mesmo valor e em-
Classificação Geográfica prego), representando para um mesmo conceito a escolha
Classificação Ideológica de um mesmo termo;
Classificação Decimal Utiliza, sempre que possível, termos de estrutura idên-
Classificação Decimal Universal (CDU) tica para a representação de conceitos análogos.
Classificação Automática
 Coerência
Aplicação dos mesmos princípios e critérios de escolha
A indexação é a operação que consiste em descrever e
para a resolução de casos análogos, implicando uma uni-
caracterizar um documento com o auxílio de representações formidade intrínseca ao próprio sistema.
dos conceitos contidos nesses documentos, isto é, em
transcrever para linguagem documental os conceitos Pertinência
depois de terem sido extraídos dos documentos por A indexação deve ser feita sempre em função do uti-
meio de uma análise dos mesmos. A indexação permite lizador.
uma pesquisa eficaz das informações contidas no acervo
documental. Eficácia
A indexação conduz ao registro dos conceitos contidos Capacidade de um sistema de informação recuperar a
num documento de uma forma organizada e facilmente informação relevante, nele armazenada de uma forma efi-
acessível, mediante a constituição de instrumentos de caz e com o mínimo de custo. A qualidade num processo
pesquisa documental como índices e catálogos alfabéticos de indexação é influenciada pelos seguintes parâmetros:
de matérias. A informação contida num documento Características dos instrumentos de indexação utiliza-
é representada por um conjunto de conceitos ou dos;
combinações de conceitos. Características do indexador:

A indexação processa-se em duas fases: Pessoais: objetividade, imparcialidade, espírito de


Reconhecimento dos conceitos que contêm informação: análise, capacidade de síntese, desenvolvimento intelectual,
Apreensão do conteúdo total do documento; sociabilidade, cultura geral, cultura específica e outras.
Identificação dos conceitos que representam esse Profissionais: conhecimento técnicos que permitam
conteúdo; decisões acertadas, conhecimentos profundos acerca do
Seleção dos conceitos necessários para uma pesquisa sistema de indexação em que está integrado.
posterior.
Plano de Classificação
Representação dos conceitos em linguagem O objetivo primordial de uma eficaz estruturação
dos arquivos consiste na criação de condições para a
documental com o auxílio dos instrumentos de indexação:
recuperação da informação de forma rápida, segura e
Servem ao indexador para indexar o documento;
eficaz. Por esta razão, se deve estabelecer no início de
Servem ao utilizador para recuperar a informação;
funcionamento de um arquivo, o plano de classificação ou
Contribuem para a uniformidade e consistência da plano do arquivo.
indexação; O conceito de classificação e o respectivo  sistema
classificativo  a ser adotado, são de uma importância
Nos arquivos e centros, ou serviços de documentação, decisiva na elaboração de um plano de classificação que
utilizam-se, normalmente, a  indexação coordenada e a permita um bom funcionamento do arquivo. É uma tarefa
indexação por temas. muito importante, primordial, difícil e morosa e deve ser
elaborada com o máximo cuidado de forma a não se
Os parâmetros a ter em conta para realizar tarefa de cometerem erros que se repercutirão na estrutura e bom
indexação são: funcionamento do arquivo.
Exaustividade Um bom plano de classificação deve possuir as
Todos os assuntos (conceitos) de que trata o documen- seguintes características:
to estão representados na indexação; Satisfazer as necessidades práticas do serviço, adotando
Não existe seleção de termos. Especificidade. critérios que potenciem a resolução dos problemas. Quanto
A descrição do conteúdo traduz, o mais próximo possí- mais simples forem as regras de classificação adotadas,
vel, a informação que o documento contém; tanto melhor se efetuará a ordenação da documentação;

36
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
A sua construção deve estar de acordo com as b) CODIFICAÇÃO: consiste na atribuição do código
atribuições do organismo (divisão de competências) ou em correspondente ao assunto de que trata o documento.
última análise, focando a estrutura das entidades de onde
provém a correspondência; Rotinas correspondentes às operações de classifica-
Deverá ter em conta a evolução futura das atribuições ção
do serviço deixando espaço livre para novas inclusões; 1. Receber o documento para classificação;
Ser revista periodicamente, corrigindo os erros ou 2. Ler o documento, identificando o assunto principal e
classificações mal efetuadas, e promover a sua atualização o(s) secundário(s) de acordo com seu conteúdo;
sempre que se entender conveniente. 3. Localizar o(s) assunto(s) no Código de classificação
de documentos de arquivo, utilizando o índice, quando ne-
A função da gestão de documentos e arquivos nos cessário;
sistemas nacionais de informação, segundo o qual um 4. Anotar o código na primeira folha do documento;
programa geral de gestão de documentos, para alcançar 5. Preencher a(s) folha(s) de referência, para os assun-
economia e eficácia, envolve as seguintes fases: tos secundários.
produção: concepção e gestão de formulários,
preparação e gestão de correspondência, gestão de
A avaliação constitui-se em atividade essencial do ci-
informes e diretrizes, fomento de sistemas de gestão da
clo de vida documental arquivístico, na medida em que
informação e aplicação de tecnologias modernas a esses
processos; define quais documentos serão preservados para fins ad-
utilização e conservação: criação e melhoramento dos ministrativos ou de pesquisa e em que momento poderão
sistemas de arquivos e de recuperação de dados, gestão de ser eliminados ou destinados aos arquivos intermediário e
correio e telecomunicações, seleção e uso de equipamento permanente, segundo o valor e o potencial de uso que
reprográfico, análise de sistemas, produção e manutenção apresentam para a administração que os gerou e para a
de programas de documentos vitais e uso de automação e sociedade.
reprografia nestes processos; Os primeiros atos legais destinados a disciplinar a ava-
destinação: a identificação e descrição das séries liação de documentos no serviço público datam do final do
documentais, estabelecimento de programas de avaliação século passado, em países da Europa, nos Estados Unidos
e destinação de documentos, arquivamento intermediário, e no Canadá. No Brasil, a preocupação com a avaliação de
eliminação e recolhimento dos documentos de valor documentos públicos não é recente, mas o primeiro passo
permanente às instituições arquivísticas. para sua regulamentação ocorreu efetivamente com a lei
federal nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991, que em seu artigo
O código de classificação de documentos de arquivo é 9º dispõe que “a eliminação de documentos produzidos
um instrumento de trabalho utilizado para classificar todo por instituições públicas e de caráter público será realizada
e qualquer documento produzido ou recebido por um ór- mediante autorização de instituição arquivística pública, na
gão no exercício de suas funções e atividades. A classifica- sua específica esfera de competência”.
ção por assuntos é utilizada com o objetivo de agrupar os O Arquivo Nacional publicou em 1985 manual técni-
documentos sob um mesmo tema, como forma de agilizar co sob o título Orientação para avaliação e arquivamento
sua recuperação e facilitar as tarefas arquivísticas relacio- intermediário em arquivos públicos, do qual constam dire-
nadas com a avaliação, seleção, eliminação, transferência, trizes gerais para a realização da avaliação e para a elabo-
recolhimento e acesso a esses documentos, uma vez que ração de tabelas de temporalidade. Em 1986, iniciaram-se
o trabalho arquivístico é realizado com base no conteúdo as primeiras atividades de avaliação dos acervos de caráter
do documento, o qual reflete a atividade que o gerou e intermediário sob a guarda da então Divisão de Pré-Ar-
determina o uso da informação nele contida. A classifica-
quivo do Arquivo Nacional, desta vez com a preocupação
ção define, portanto, a organização física dos documentos
de estabelecer prazos de guarda com vista à eliminação
arquivados, constituindo-se em referencial básico para sua
e, consequentemente, à redução do volume documental e
recuperação.
No código de classificação, as funções, atividades, es- racionalização do espaço físico.
pécies e tipos documentais genericamente denominados A metodologia adotada à época envolveu pesquisas
assuntos, encontram-se hierarquicamente distribuídos de na legislação que regula a prescrição de documentos ad-
acordo com as funções e atividades desempenhadas pelo ministrativos, e entrevistas com historiadores e servidores
órgão. Em outras palavras, os assuntos recebem códigos responsáveis pela execução das atividades nos órgãos pú-
numéricos, os quais refletem a hierarquia funcional do ór- blicos, que forneceram as informações relativas aos valores
gão, definida através de classes, subclasses, grupos e sub- primário e secundário dos documentos, isto é, ao seu po-
grupos, partindo-se sempre do geral para o particular. tencial de uso para fins administrativos e de pesquisa, res-
A classificação deve ser realizada por servidores treina- pectivamente. Concluídos os trabalhos, ainda que restrito à
dos, de acordo com as seguintes operações. documentação já depositada no arquivo intermediário do
a) ESTUDO: consiste na leitura de cada documento, a Arquivo Nacional, foi constituída, em 1993, uma Comissão
fim de verificar sob que assunto deverá ser classificado e Interna de Avaliação que referendou os prazos de guarda e
quais as referências cruzadas que lhe corresponderão. A destinação propostos.
referência cruzada é um mecanismo adotado quando o
conteúdo do documento se refere a dois ou mais assuntos.

37
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
Com o objetivo de elaborar uma tabela de tempora- identificação do conteúdo da informação, foram emprega-
lidade para documentos da então Secretaria de Planeja- das funções, atividades, espécies e tipos documentais, ge-
mento, Orçamento e Coordenação (SEPLAN), foi criado, nericamente denominados assuntos, agrupados segundo
em 1993, um grupo de trabalho composto por técnicos um código de classificação, cujos conjuntos constituem o
do Arquivo Nacional e daquela secretaria, cujos resultados, referencial para o arquivamento dos documentos.
relativos às atividade-meio, serviriam de subsídio ao es- Como instrumento auxiliar, pode ser utilizado o índice,
tabelecimento de prazos de guarda e destinação para os que contém os conjuntos documentais ordenados alfabeti-
documentos da administração pública federal. A tabela, camente para agilizar a sua localização na tabela.
elaborada com base nas experiências já desenvolvidas pe-
2. Prazos de guarda: Referem-se ao tempo necessário
los dois órgãos, foi encaminhada, em 1994, à Direção Geral
para arquivamento dos documentos nas fases corrente e in-
do Arquivo Nacional para aprovação. termediária, visando atender exclusivamente às necessida-
Com a instalação do Conselho Nacional de Arquivos des da administração que os gerou, mencionado, preferen-
(Conarq), em novembro de 1994, foi criada, dentre outras, cialmente, em anos. Excepcionalmente, pode ser expresso
a Câmara Técnica de Avaliação de Documentos (Ctad) para a partir de uma ação concreta que deverá necessariamente
dar suporte às atividades do conselho. Sua primeira tarefa ocorrer em relação a um determinado conjunto documen-
foi analisar e discutir a tabela de temporalidade elabora- tal. Entretanto, deve ser objetivo e direto na definição da
da pelo grupo de trabalho Arquivo Nacional/SEPLAN, com ação – exemplos: até aprovação das contas; até homolo-
o objetivo de torná-la aplicável também aos documentos gação da aposentadoria; e até quitação da dívida. O prazo
produzidos pelos órgãos públicos nas esferas estadual e estabelecido para a fase corrente relaciona-se ao período
municipal, servindo como orientação a todos os órgãos em que o documento é frequentemente consultado, exi-
participantes do Sistema Nacional de Arquivos (Sinar). gindo sua permanência junto às unidades organizacionais.
O modelo ora apresentado constitui-se em instrumen- A fase intermediária relaciona-se ao período em que o do-
cumento ainda é necessário à administração, porém com
to básico para elaboração de tabelas referentes às ativi-
menor frequência de uso, podendo ser transferido para de-
dade-meio do serviço público, podendo ser adaptado de pósito em outro local, embora à disposição desta.
acordo com os conjuntos documentais produzidos e rece- A realidade arquivística no Brasil aponta para variadas
bidos. Vale ressaltar que a aplicação da tabela deverá estar formas de concentração dos arquivos, seja ao nível da ad-
condicionada à aprovação por instituição arquivística pú- ministração (fases corrente e intermediária), seja no âmbito
blica na sua específica esfera de competência. dos arquivos públicos (permanentes ou históricos). Assim,
a distribuição dos prazos de guarda nas fases corrente e
Tabela de Temporalidade intermediária foi definida a partir das seguintes variáveis:
A tabela de temporalidade deverá contemplar as ati- I – Órgãos que possuem arquivo central e contam com
vidade-meio e atividades-fim de cada órgão público. Desta serviços de arquivamento intermediário:
forma, caberá aos mesmos definir a temporalidade e des- Para os órgãos federais, estaduais e municipais que se
tinação dos documentos relativos às suas atividades espe- enquadram nesta variável, há necessidade de redistribui-
cíficas, complementando a tabela básica. Posteriormente, ção dos prazos, considerando-se as características de cada
fase, desde que o prazo total de guarda não seja alterado,
esta deverá ser encaminhada à instituição arquivística pú-
de forma a contemplar os seguintes setores arquivísticos:
blica para aprovação e divulgação, por meio de ato legal - arquivo setorial (fase corrente, que corresponde ao
que lhe confira legitimidade. arquivo da unidade organizacional);
A tabela de temporalidade é um instrumento arquivís- - arquivo central (fase intermediária I, que corresponde
tico resultante de avaliação, que tem por objetivos definir ao setor de arquivo geral/central da instituição);
prazos de guarda e destinação de documentos, com vista - arquivo intermediário (fase intermediária II, que cor-
a garantir o acesso à informação a quantos dela necessi- responde ao depósito de arquivamento intermediário, ge-
tem. Sua estrutura básica deve necessariamente contem- ralmente subordinado à instituição arquivística pública nas
plar os conjuntos documentais produzidos e recebidos por esferas federal, estadual e municipal).
uma instituição no exercício de suas atividades, os prazos II – Órgãos que possuem arquivo central e não contam
de guarda nas fases corrente e intermediária, a destina- com serviços de arquivamento intermediário: Nos órgãos
ção final – eliminação ou guarda permanente, além de um situados nesta variável, as unidades organizacionais são
campo para observações necessárias à sua compreensão e responsáveis pelo arquivamento corrente e o arquivo cen-
tral funciona como arquivo intermediário, obedecendo aos
aplicação.
prazos previstos para esta fase e efetuando o recolhimento
ao arquivo permanente.
Apresentam-se a seguir diretrizes para a correta utiliza- III – Órgãos que não possuem arquivo central e contam
ção do instrumento: com serviços de arquivamento intermediário: Nesta variá-
vel, as unidades organizacionais também funcionam como
1. Assunto: Neste campo são apresentados os con- arquivo corrente, transferindo os documentos – depois de
juntos documentais produzidos e recebidos, hierarquica- cessado o prazo previsto para esta fase – para o arquivo
mente distribuídos de acordo com as funções e atividades intermediário, que promoverá o recolhimento ao arquivo
desempenhadas pela instituição. Para possibilitar melhor permanente.

38
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
IV – Órgãos que não possuem arquivo central nem Método numérico simples: Consiste em numerar
contam com serviços de arquivamento intermediário: as pastas em ordem da entrada do correspondente ou
Quanto aos órgãos situados nesta variável, as unidades assunto, sem nenhuma consideração à ordem alfabética
organizacionais são igualmente responsáveis pelo arquiva- dos mesmos, dispensando assim qualquer planejamento
mento corrente, ficando a guarda intermediária a cargo das anterior do arquivo. Para o bom êxito deste método,
mesmas ou do arquivo público, o qual deverá assumir tais devemos organizar dois índices em fichas; numas fichas
funções. serão arquivadas alfabeticamente, para que se saiba que
número recebeu o correspondente ou assunto desejado, e
3. Destinação final: Neste campo é registrada a desti- no outro são arquivadas numericamente, de acordo com o
nação estabelecida que pode ser a eliminação, quando o número que recebeu o cliente ou o assunto, ao entrar para
documento não apresenta valor secundário (probatório ou o arquivo. Este ultimo índice pode ser considerado tombo
informativo) ou a guarda permanente, quando as informa- (registro) de pastas ocupadas e, graças a ele, sabemos
ções contidas no documento são consideradas importan- qual é o ultimo número preenchido e assim destinaremos
tes para fins de prova, informação e pesquisa. o número seguinte a qualquer novo cliente que seja
A guarda permanente será sempre nas instituições ar- registrado.
quivísticas públicas (Arquivo Nacional e arquivos públicos
estaduais, do Distrito Federal e municipais), responsáveis Método alfabético numérico: Como se pode deduzir
pela preservação dos documentos e pelo acesso às infor- pelo seu nome, é um método que procurou reunir as
mações neles contidas. Outras instituições poderão manter vantagens dos métodos alfabéticos simples e numérico
seus arquivos permanentes, seguindo orientação técnica simples, tendo alcançado seu objetivo, pois desta
dos arquivos públicos, garantindo o intercâmbio de infor- combinação resultou um método que apresenta ao mesmo
mações sobre os respectivos acervos. tempo a simplicidade de um e a exatidão e rapidez, no
arquivamento, do outro. É conhecido também pelo nome
4. Observações: Neste campo são registradas informa- de numeralfa e alfanumérico.
ções complementares e justificativas, necessárias à correta
aplicação da tabela. Incluem-se, ainda, orientações quanto Método geográfico: Este método é muito aconselhável
à alteração do suporte da informação e aspectos elucidati- quando desejamos ordenar a documentação de acordo
vos quanto à destinação dos documentos, segundo a par- com a divisão geográfica, isto é, de acordo com os países,
ticularidade dos conjuntos documentais avaliados.
estados, cidades, municípios etc. Nos departamentos de
A necessidade de comunicação é tão antiga como a
vendas, por exemplo, é de especial utilidade para agrupar
formação da sociedade humana, o homem, talvez na ânsia
os correspondentes de acordo com as praças onde operam
de se perpetuar, teve sempre a preocupação de registrar
ou residem.
suas observações, seu pensamento, para os legar às
gerações futuras.
Método específico ou por assunto: Indiscutivelmente
Assim começou a escrita. Na sua essência. Isto nada
o método específico, representado por palavras dispostas
mais é do que registrar e guardar. Por sua vez, no seu
sentido mais simples, guardar é arquivar. alfabeticamente, é um dos mais difíceis processos de
Por muito tempo reinou uma completa confusão arquivamento, pois, consistindo em agrupar as pastas
sobre o verdadeiro sentido da biblioteca, museu e arquivo. por assunto, apresenta a dificuldade de se escolher o
Indiscutivelmente, por anos e anos, estas instituições melhor termo ou expressão que defina o assunto. Temos o
tiveram mais ou menos o mesmo objetivo. Eram elas vocabulário todo da língua à nossa disposição e justamente
depósitos de tudo o que se produzira a mente humana, o fato de ser tão amplo o campo da escolha nos dificulta a
isto é, do resultado do trabalho intelectual e espiritual do seleção acertada, além do que entra muito o ponto de vista
homem. pessoal do arquivista, nesta seleção.
O arquivo, quando bem organizado, transmite ordens,
evita repetição desnecessárias de experiências, diminui a Método decimal: Este método foi inspirado no Sistema
duplicidade de documentos, revela o que está por ser feito, Decimal de Melvil Dewey. Dewey organizou um sistema de
o que já foi feito e os resultados obtidos. Constitui fonte de classificação para bibliotecas, muito interessante, o qual
pesquisa para todos os ramos administrativos e auxilia o conseguiu um grande sucesso; fora publicado em 1876.
administrador a tomada de decisões. Dividiu ele os conhecimentos humanos em dez classes,
as quais, por sua vez, se subdividiram em outras dez, e assim
Os principais Sistemas ou Tipos de classificação por diante, sendo infinita essa possibilidade de subdivisão,
utilizados em arquivos são: graças à sua base decimal.

Método alfabético: É o sistema mais simples, Método simplificado: Este, a rigor, não deveria ser
fácil, lógico e prático, porque obedecendo à ordem considerado propriamente um método, pois, na realidade,
alfabética pode-se logo imaginar que não apresentará nada mais é do que a utilização de vários métodos ao
grandes dificuldades nem para a execução do trabalho mesmo tempo, com a finalidade de reunir num só móvel as
de arquivamento, nem para a procura do documento vantagens de todos eles.
desejado, pois a consulta é direta.

39
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
Gestão de Documentos uma poderosa aliada para a A eficiente gestão dos arquivos públicos municipais
tomada de decisões e um facilitador para a gestão de suas contribui para uma melhor administração dos recursos das
atividades. cidades e municípios, além de resguardar os mesmos de
A Gestão de Documentos é também um caminho se- penalidades civis e administrativas, que estes estão sujeitos
guro, rápido e eficiente para as empresas se destacarem se não cumprirem a legislação em vigor ou ainda, se des-
dos seus concorrentes e conquistarem certificações como truírem documentos de valor permanente ou de interesse
Acreditação Hospitalar e Certificação. público e social.
A ONA (Organização Nacional de Acreditação) é res- A realidade dos arquivos da administração pública
ponsável pelo processo permanente de avaliação e certifi- reflete a necessidade da implantação de uma gestão do-
cação da qualidade dos serviços de saúde nos hospitais e cumental. Vários documentos se encontram armazenados
clinicas que almejam conseguir a Acreditação. Para obter o de maneira indevida. Muitos documentos de valores legais
certificado, os serviços de saúde são avaliados e devem ga- e probatórios podem ser vistos amontoados e expostos a
rantir e assegurar aos usuários e profissionais que os pro- riscos e danos de destruição, podendo causar perdas e pre-
cedimentos médicos, assistências de saúde e a segurança juízos irreparáveis ao Município.
da informação estão sendo realizados de maneira correta A Gestão de Documentos no âmbito da administração
e com excelência. pública atua na elaboração dos planos de classificação dos
A Norma NBR ISO 9001:2000 estabelece que os docu- documentos, TTD (Tabela Temporalidade Documental) e
mentos requeridos pelo Sistema de Gestão da Qualidade comissão permanente de avaliação. Desta forma é asse-
devem ser controlados, gerenciados e ter rastreabilidade. gurado o acesso rápido à informação e preservação dos
É importante ainda estabelecer uma sistemática para re- documentos.
moção dos documentos obsoletos e a preservação dos do- A qualidade da administração irá determinar a exatidão
cumentos de valores históricos a partir da implantação da com que podem ser fixados os valores da documentação
Gestão de Documentos. recolhida. Determinará ainda o grau de facilidade com que
A Gestão de Documentos contribui no processo de os documentos de valor podem ser selecionados para re-
tenção num arquivo permanente. O uso de documentos
Acreditação e Certificação ISO, porque assegura que a in-
para fins de pesquisa depende da maneira pela qual foram
formação produzida e utilizada será bem gerenciada, ga-
originariamente ordenados. Os métodos de administração
rantindo a confidencialidade e a rastreabilidade das infor-
de arquivos permanentes desenvolvem-se em função dos
mações, além de proporcionar benefícios como: raciona-
utilizados na administração dos arquivos correntes, lem-
lização dos espaços de guarda de documentos, eficiência
brando que é um dos princípios básicos da arquivística
e rapidez no desenvolvimento das atividades diárias e o
conservar, nos arquivos de custódia, o arranjo original.
controle do documento desde o momento de sua produ- Assim que o valor primário (administrativo, legal, fiscal)
ção até a destinação final. dos documentos deixe de existir, deverão ser descartados,
“Com relação à Acreditação, a Gestão de Documentos recolhidos ao arquivo de custódia ou transferidos a um ar-
é fator determinante também para cumprir a Resolução quivo intermediário, caso contrário, tomarão espaço estor-
1.639/2002, do Conselho Federal de Medicina, onde é de- vando o bom andamento das atividades correntes.
finido que os prontuários médicos são de guarda definitiva Logo, a administração dos arquivos correntes oficiais
e, portanto, não podem ser descartados sem o devido pla- tem por objetivo fazer com que os documentos sirvam às
nejamento de como garantir a preservação das informa- finalidades para as quais foram criados, da maneira mais
ções”, disse Mário Pinho. eficiente e econômica possível, e concorrer para a destina-
Administrar e gerenciar documentos, a partir de con- ção adequada dos mesmos, depois que tenham servido a
ceitos da Gestão Documental, proporciona às empresas seus fins. Os documentos são eficientemente administra-
privadas e entidades públicas maior controle sobre as in- dos quando:
formações que produzem e recebem. No Brasil, pesquisas Uma vez necessários podem ser localizados com rapi-
recentes revelaram que apenas 30% dos arquivos munici- dez e sem transtorno ou confusão;
pais brasileiros possuem condições ao menos razoáveis, Quando conservados a um custo mínimo de espaço e
não obstante a Lei Federal N.º 8.159 estipula normas rígi- manutenção enquanto indispensáveis às atividades corren-
das quanto à preservação e gerenciamento dos acervos, tes;
definindo que a Gestão de Documentos é o conjunto de E quando nenhum documento é reservado por tempo
procedimentos e operações técnicas referentes à sua pro- maior do que o necessário a tais atividades, a menos que
dução, tramitação, uso, avaliação e arquivamento em fase tenham valor contínuo para pesquisa e outros fins.
corrente e intermediária, visando a sua eliminação ou reco- Os objetivos de uma administração eficiente de arqui-
lhimento para guarda permanente. vos só podem ser alcançados quando se dispensa aten-
A implantação da Gestão de Documentos associada ao ção aos documentos desde a sua criação até o momento
uso adequado da microfilmagem e das tecnologias do GED em que são transferidos para um arquivo de custódia per-
(Gerenciamento Eletrônico de Documentos), deve ser efe- manente ou são eliminados. A administração de arquivos
tiva visando à garantia no processo de atualização da do- preocupa-se com todo o período de vida da maioria dos
cumentação, interrupção no processo de deterioração dos documentos, lutando para limitar sua criação, de tal for-
documentos e na eliminação do risco de perda do acervo, ma que possa determinar os que devem ser destinados ao
através de backup ou pela utilização de sistemas que per- “inferno” do incinerador, ou ao “céu” de um arquivo perma-
mitam acesso à informação pela internet e intranet. nente, ou ao “limbo” de um depósito intermediário.

40
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
Assim, os Arquivos também têm ciclo de vida e este “É a acumulação ordenada dos documentos, em sua
é contado a partir da produção do documento e do maioria textuais, criados por uma instituição ou pessoa, no
encerramento do ato, ação ou fato que motivou a sua curso de sua atividade, e preservados para a consecução
produção e da sua frequência de uso. Essa fase se diz dos seus objetivos, visando à utilidade que poderão
na Arquivologia que tem relação com a VIGÊNCIA do oferecer no futuro.” (PAES, Marilena Leite, 1986).
documento (a razão de ser do documento). Obs.: O termo arquivo, em suas várias acepções,
Depois de destituído dessa vigência o documento pode também é usado para designar: entidade; mobiliário; setor;
ser guardado em função da importância das informações repartição; conjunto documental; local físico designado
nele contidas, para a história da administração ou mesmo para conservar o acervo; órgão do governo; título de
para tomadas de decisões pautadas nas ações do passado. periódicos, etc.
Então o ciclo pode ser categorizado em três fases ou
arquivos: Finalidade e Função do Arquivo
A principal finalidade do arquivo é servir como fonte
Arquivo Corrente ou de Gestão – também conhecido de consulta à administração, pois, constitui-se em sua
como de Primeira Idade ou Ativo. São conjuntos de essência, em documentos produzidos e/ou recebidos pela
documentos estreitamente vinculados aos objetivos entidade mantenedora do acervo, podendo, com o passar
imediatos para os quais foram produzidos e que se do tempo, servir de base para o conhecimento da História.
conservam junto aos órgãos produtores em razão de O arquivo tem como função principal: tornar acessível/
sua vigência e frequência de uso. São muito usados pela disponível a informação contida no acervo documental
administração. sob sua guarda aos diversos consulentes e, como função
Arquivo Intermediário – também conhecido como básica: armazenar, guardar e conservar os documentos.
de Segunda Idade ou Semi Ativo. São Arquivos que
aguardam em depósito de armazenamento temporário, Características do arquivo
sua destinação final. Apresenta pequena frequência de uso a) o arquivo possui essência funcional/administrativa,
pela administração. constituindo-se na maioria das vezes de um único exemplar
Arquivo Permanente – também conhecido como de ou de um limitado número de cópias;
Terceira Idade ou Histórico. São os conjuntos documentais
b) conteúdo exclusivamente formado por documentos
custodiados em caráter definitivo, em função do seu valor.
produzidos e/ou recebidos por uma entidade, família, setor,
O acesso é público.
repartição, pessoa, organismo ou instituição;
c) tem origem no desempenho das atividades que o
Arquivos
gerou (servindo de prova) e;
Segundo estudiosos, a origem da palavra arquivo tem
d) possui caráter orgânico, ou seja, relação entre
duas vertentes: a primeira diz que é originária do grego
documentos de arquivo pertencentes a um mesmo
arché (palácio dos magistrados), passando depois a se
chamar archeion (local utilizado para guardar e depositar conjunto (um documento possui muito mais valor quando
documentos); e a segunda, que é originária do latim, está integrado ao conjunto a que pertence do que quando
archivum, quer dizer: local de guarda de documentos e está desagregado dele).
outros títulos. Obs.: Segundo PAES, “não se considera arquivo uma
O art. 2º da Lei nº 8.159/91 que: “dispõe sobre a política coleção de manuscritos históricos, reunidos por uma
nacional de arquivos públicos e entidades privadas e dá pessoa”.
outras providências”, traz a seguinte definição: Arquivo, biblioteca e museu, respectivamente
“Consideram-se arquivos, para os fins desta lei, os vinculados à Arquivologia, Biblioteconomia e Museologia,
conjuntos de documentos produzidos e recebidos por embora sejam ramificações da Ciência da Informação,
órgãos públicos, instituições de caráter público e entidades distingue-se basicamente pelos seguintes aspectos:
privadas, em decorrência do exercício de atividades
específicas, bem como por pessoa física, qualquer que seja O “boom” da informação, consequência do progresso
o suporte da informação ou a natureza dos documentos.” científico e tecnológico (século XIX), possibilitou o
surgimento de diversas profissões, especializações,
Outras definições de arquivo: descobertas, invenções etc., resultando na criação/
“designação genérica de um conjunto de documentos produção de novos documentos e seus variados
produzidos e recebidos por uma pessoa física ou jurídica, suportes. Originou-se a partir daí os chamados Centros
pública ou privada, caracterizado pela natureza orgânica de Documentação ou Centros de Informação (órgãos
de sua acumulação e conservado por essas pessoas ou responsáveis pela reunião, análise, tratamento técnico,
por seus sucessores, para fins de prova ou informação”, classificação, seleção, armazenamento e disseminação de
CONARQ. todo e qualquer tipo de documento e informação). Neles
“É o conjunto de documentos oficialmente produzidos se reúnem documentos de arquivo, biblioteca e museu, ou
e recebidos por um governo, organização ou firma, no seja, são centros formados por elementos pertencentes as
decorrer de suas atividades, arquivados e conservados três entidades citadas.
por si e seus sucessores para efeitos futuros”, Solon Buck
(Souza, 1950) (citado por PAES, Marilena Leite, 1986).

41
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
Arquivos Públicos Arquivístiva
Segundo a Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991, art.7º, A arquivística é uma ciência que estuda as funções
Capítulo II, que dispõe sobre a política nacional de arquivos do arquivo, e também os princípios e técnicas a serem
públicos e privados e dá outras providências: observados durante a atuação de um arquivista sobre os
“Os arquivos públicos são os conjuntos de documentos arquivos. É a Ciência e disciplina que objetiva gerenciar todas
produzidos e recebidos, no exercício de suas atividades, as informações que possam ser registradas em documentos
por órgãos públicos de âmbito federal, estadual, do distrito de arquivos. Para tanto, utiliza-se de princípios, normas,
federal e municipal, em decorrência de suas funções técnicas e procedimentos diversos, que são aplicados nos
administrativas, legislativas e judiciárias”. processos de composição, coleta, análise, identificação,
Igualmente importante, os dois parágrafos do mesmo organização, processamento, desenvolvimento, utilização,
artigo diz: publicação, fornecimento, circulação, armazenamento e
“§ 1º São também públicos os conjuntos de documentos recuperação de informações.
produzidos e recebidos por instituições de caráter público, O arquivista é um profissional de nível superior, com
por entidades privadas encarregadas da gestão de serviços formação em arquivologia ou experiência reconhecida
públicos no exercício de suas atividades. pelo Estado. Ele pode trabalhar em instituições públicas
§ 2º A cessação de atividades de instituições ou privadas, centros de documentação, arquivos privados
públicas e de caráter público implica o recolhimento de ou públicos, instituições culturais etc. É o responsável pelo
sua documentação à instituição arquivística pública ou gerenciamento da informação, gestão documental, conser-
a sua transferência à instituição sucessora.» vação, preservação e disseminação da informação contida
Atenção! Todos os documentos produzidos e/ou nos documentos. Também tem por função a preservação
recebidos por órgãos públicos ou entidades privadas
(revestidas de caráter público – mediante delegação de do patrimônio documental de um pessoa (física ou jurí-
serviços públicos) são considerados arquivos públicos, dica), institução e, em última instância, da sociedade como
independentemente da esfera de governo. um todo. Ocupa-se, ainda, da recuperação da informação
Ex: Arquivos Públicos das esferas: federal, estadual, e da elaboração de instrumentos de pesquisa, observan-
distrito federal e municipal. do as três idades dos arquivos: corrente, intermediária e
permanente.
Obs.: Conforme o art. 175 inserido na Constituição da
O arquivista atua desenvolvendo planejamentos, estu-
República Federativa do Brasil de 1988: “Incumbe ao Poder
dos e técnicas de organização sistemática e conservação
Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de
de arquivos, na elaboração de projetos e na implantação de
concessão ou permissão, sempre através de licitação, a
instituições e sistemas arquivísticos, no gerenciamento da
prestação de serviços públicos”, ou seja, a titularidade dos
informação e na programação e organização de atividades
serviços públicos é do poder público, mas, estes serviços,
culturais que envolvam informação documental produzida
poderão ser exercidos indiretamente pelo particular
pelos arquivos públicos e privados. Uma grande dificulda-
(entidades privadas) mediante concessão ou permissão.
de é que muitas organizações não se preocupam com seus
arquivos, desconhecendo ou desqualificando o trabalho
Arquivos Privados deste profissional, delegando a outros profissionais as ati-
Segundo o art. 11 da Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de vidades específicas do arquivista. Isto provoca problemas
1991: “Consideram-se arquivos privados os conjuntos quanto à qualidade do serviço e de tudo o que, direta ou
de documentos produzidos ou recebidos por pessoas indiretamente, depende dela.
físicas ou jurídicas, em decorrência de suas atividades.” Arquivo é um conjunto de documentos criados ou
Para elucidar possíveis dúvidas na definição do referido recebidos por uma organização, firma ou indivíduo, que
artigo, a pessoa jurídica a qual o enunciado se refere diz os mantém ordenadamente como fonte de informação
respeito à pessoa jurídica de direito privado, não se para a execução de suas atividades. Os documentos
confundindo, portanto, com pessoa jurídica de direito preservados pelo arquivo podem ser de vários tipos e em
público, pois os órgãos que compõe a administração vários suportes. As entidades mantenedoras de arquivos
indireta da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, podem ser públicas (Federal, Estadual Distrital, Municipal),
são também pessoas jurídicas, destituídas de poder político institucionais, comerciais e pessoais.
e dotadas de personalidade jurídica própria, porém, de Um documento (do latim documentum, derivado de
direito público. docere “ensinar, demonstrar”) é qualquer meio, sobretudo
Exemplos: gráfico, que comprove a existência de um fato, a exatidão
• Institucional: Igrejas, clubes, associações, etc. ou a verdade de uma afirmação etc. No meio jurídico,
• Pessoais: fotos de família, cartas, originais de documentos são frequentemente sinônimos de atos, cartas
trabalhos, etc. ou escritos que carregam um valor probatório.
• Comercial: companhias, empresas, etc.2 Documento arquivístico: Informação registrada,
independente da forma ou do suporte, produzida ou
2 Fonte: www.editorajuspodivm.com.br – Texto recebida no decorrer da atividade de uma instituição
adaptado de George Melo Rodrigues ou pessoa e que possui conteúdo, contexto e estrutura
suficientes para servir de prova dessa atividade.

42
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
Desde o desenvolvimento da Arquivologia como - Os dossiês, processos e volumes devem ser arquivados
disciplina, a partir da segunda metade do século XIX, em pastas suspensas ou em caixas, de acordo com suas
talvez nada tenha sido tão revolucionário quanto dimensões.
o desenvolvimento da concepção teórica e dos Todos os documentos devem ser preservados em
desdobramentos práticos da gestão. condições adequadas ao seu uso, pelos prazos de guarda
estabelecidos nas tabelas de temporalidade e destinação
PRINCÍPIOS: de documentos.
A informação deve estar adequadamente identificada,
Os princípios arquivísticos constituem o marco princi- classificada e controlada, para que a localização e a
pal da diferença entre a arquivística e as outras “ciências” devolução ao local de depósito sejam realizadas de
documentárias. São eles: forma ágil e sem riscos de danos ou extravios. Para que
esses procedimentos sejam efetivos e possam assegurar
Princípio da Proveniência: Fixa a identidade do docu- a manutenção das condições de acesso, eles devem ser
mento, relativamente a seu produtor. Por este princípio, os regularmente revistos.
arquivos devem ser organizados em obediência à compe- É importante que os registros relativos aos documentos
tência e às atividades da instituição ou pessoa legitima- sejam incorporados a um sistema de informações, como
mente responsável pela produção, acumulação ou guarda um banco de dados, e que os sistemas de recuperação
dos documentos. Arquivos originários de uma instituição sejam amplamente compatíveis.
ou de uma pessoa devem manter a respectiva individuali-
dade, dentro de seu contexto orgânico de produção, não Áreas de Armazenamento
devendo ser mesclados a outros de origem distinta. Todos os documentos devem ser armazenados em
Princípio da Organicidade: As relações administrativas locais que apresentem condições ambientais apropriadas
orgânicas se refletem nos conjuntos documentais. A orga- às suas necessidades de preservação, pelo prazo de guarda
nicidade é a qualidade segundo a qual os arquivos espe- estabelecido em tabela de temporalidade e destinação.
lham a estrutura, funções e atividades da entidade produ-
tora/acumuladora em suas relações internas e externas. Áreas Externas
A localização de um depósito de arquivo deve prever
Princípio da Unicidade: Não obstante, forma, gênero, facilidades de acesso e de segurança contra perigos
tipo ou suporte, os documentos de arquivo conservam seu iminentes, evitando-se, por exemplo:
caráter único, em função do contexto em que foram pro- - áreas de risco de vendavais e outras intempéries, e de
duzidos. inundações, como margens de rios e subsolos;
- áreas de risco de incêndios, próximas a postos
Princípio da Indivisibilidade ou integridade: Os fundos de combustíveis, depósitos e distribuidoras de gases, e
de arquivo devem ser preservados sem dispersão, mutila- construções irregulares;
ção, alienação, destruição não autorizada ou adição inde- - áreas próximas a indústrias pesadas com altos índices
vida. de poluição atmosférica, como refinarias de petróleo;
- áreas próximas a instalações estratégicas, como
Princípio da Cumulatividade: O arquivo é uma forma- indústrias e depósitos de munições, de material bélico e
ção progressiva, natural e orgânica. aeroportos.

Acondicionamento, Armazenamento, Preservação Áreas Internas


e Conservação de Documentos de Arquivo As áreas de trabalho e de circulação de público deverão
atender às necessidades de funcionalidade e conforto,
Nos processos de produção, tramitação, organização enquanto as de armazenamento de documentos devem
e acesso aos documentos, deverão ser observados ser totalmente independentes das demais. O manual
procedimentos específicos, de acordo com os diferentes Recomendações para a construção de arquivos, publicado
gêneros documentais, com vistas a assegurar sua pelo CONARQ em 2000, reúne as indicações para a
preservação durante o prazo de guarda estabelecido na construção, reforma e adequação de edifícios de arquivos.
tabela de temporalidade e destinação. • Áreas de Depósito
Alguns documentos, conforme as normas vigentes Nas áreas de depósito, os cuidados devem ser dirigidos
deverão ser produzidos em formatos padronizados. Os a:
documentos identificados nas tabelas de temporalidade - evitar, principalmente, os subsolos e porões, em
e destinação como de valor permanente deverão ser razão do grande risco de inundações, dando preferência
produzidos em papéis alcalinos. a terrenos mais elevados, distanciados do lençol freático.
Cabe acrescentar que: No caso de depósitos em andares térreos, prever pisos
- Os papéis das capas de processos devem ser alcalinos; mais elevados em relação ao solo e com boas condições de
- As presilhas devem ser em plástico ou metal não drenagem deste, pelas mesmas razões;
oxidável; - prever condições estruturais de resistência a cargas,
- As práticas de grampear e de colar documentos de acordo com as Recomendações para a construção de
devem ser evitadas; arquivos, do CONARQ;

43
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
- a área dos depósitos não deve exceder a 200m2. Se A deterioração natural dos suportes dos documentos,
necessário, os depósitos deverão ser compartimentados. ao longo do tempo, ocorre por reações químicas, que são
Os compartimentos devem ser independentes entre si, aceleradas por flutuações e extremos de temperatura e
separados por corredores, com acessos equipados com umidade relativa do ar e pela exposição aos poluentes
portas corta-fogo e, de preferência, também com sistemas atmosféricos e às radiações luminosas, especialmente dos
independentes de energia elétrica, de aeração ou de raios ultravioleta.
climatização; A adoção dos parâmetros recomendados por
- evitar tubulações hidráulicas, caixas d’água e quadros diferentes autores (de temperatura entre 15° e 22° C e
de energia elétrica sobre as áreas de depósito; de umidade relativa entre 45% e 60%) exige, nos climas
- evitar todo tipo de material que possa promover quentes e úmidos, o emprego de meios mecânicos
risco de propagação de fogo ou formação de gases, como sofisticados, resultando em altos custos de investimento
madeiras, pinturas e revestimentos; em equipamentos, manutenção e energia.
- aumentar a resistência térmica ou a estanqueidade Os índices muito elevados de temperatura e umidade
das paredes externas, em especial daquelas sujeitas à ação relativa do ar, as variações bruscas e a falta de ventilação
direta de raios solares, por meio de isolamento térmico e/ou promovem a ocorrência de infestações de insetos e o
pintura de cor clara, de efeito reflexivo. Além dos recursos desenvolvimento de microorganismos, que aumentam as
construtivos utilizados para amenizar as temperaturas proporções dos danos.
internas, sempre que for possível, posicionar os depósitos Com base nessas constatações, recomenda-se:
nos prismas de menor insolação; - armazenar todos os documentos em condições
- promover a ventilação dos ambientes de forma ambientais que assegurem sua preservação, pelo prazo
natural ou artificial com soluções de baixo custo, inclusive de guarda estabelecido, isto é, em temperatura e umidade
com a disposição adequada do mobiliário, de forma a relativa do ar adequadas a cada suporte documental;
facilitar o fluxo do ar; - monitorar as condições de temperatura e umidade
- evitar a presença de pessoas em trabalho ou consulta relativa do ar, utilizando pessoal treinado, a partir de
em tais ambientes; metodologia previamente definida;
- manter suprimento elétrico de emergência. - utilizar preferencialmente soluções de baixo custo
Nas áreas de depósito, os documentos devem ser
direcionadas à obtenção de níveis de temperatura
armazenados separadamente, de acordo com o seu suporte
e umidade relativa estabilizados na média, evitando
e suas especificidades, a saber:
variações súbitas;
- documentos textuais, como manuscritos e impressos;
- reavaliar a utilidade de condicionadores mecânicos
- documentos encadernados;
quando os equipamentos de climatização não puderem
- documentos textuais de grande formato;
ser mantidos em funcionamento sem interrupção;
- documentos cartográficos, como mapas e plantas
- proteger os documentos e suas embalagens da
arquitetônicas;
incidência direta de luz solar, por meio de filtros, persianas
- documentos iconográficos, como desenhos, gravuras
e cartazes; ou cortinas;
- documentos em meio micrográficos; - monitorar os níveis de luminosidade, em especial das
- documentos fotográficos; radiações ultravioleta;
- documentos sonoros; - reduzir ao máximo a radiação UV emitida por
- documentos cinematográficos; lâmpadas fluorescentes, aplicando filtros bloqueadores
- documentos em meios magnéticos e ópticos. aos tubos ou às luminárias;
- promover regularmente a limpeza e o controle de
Os filmes em bases de nitrato e de acetato de celulose insetos rasteiros nas áreas de armazenamento;
devem ser armazenados separadamente, de acordo com - manter um programa integrado de higienização do
sua base e condição de preservação. acervo e de prevenção de insetos;
- monitorar as condições do ar quanto à presença
Condições Ambientais de poeira e poluentes, procurando reduzir ao máximo
Quanto às condições climáticas, as áreas de pesquisa os contaminantes, utilizando cortinas, filtros, bem como
e de trabalho devem receber tratamento diferenciado das realizando o fechamento e a abertura controlada de
áreas dos depósitos, as quais, por sua vez, também devem janelas;
se diferenciar entre si, considerando-se as necessidades - armazenar os acervos de fotografias, filmes, meios
específicas de preservação para cada tipo de suporte. magnéticos e ópticos em condições climáticas especiais,
de baixa temperatura e umidade relativa, obtidas por
Recomenda-se um estudo prévio das condições meio de equipamentos mecânicos bem dimensionados,
climáticas da região, nos casos de se elaborar um projeto sobretudo para a manutenção da estabilidade dessas
de construção ou reforma, com vistas a obter os melhores condições, a saber: fotografias em preto e branco T 12ºC
benefícios, com baixo custo, em favor da preservação dos ± 1ºC e UR 35% ± 5% fotografias em cor T 5ºC ± 1ºC e
acervos. UR 35% ± 5% filmes e registros magnéticos T 18ºC ± 1ºC
e UR 40% ± 5%.

44
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
Acondicionamento - manusear os documentos originais com mãos limpas,
Os documentos devem ser acondicionados em de preferência fazendo uso de luvas. Além de luvas, os
mobiliário e invólucros apropriados, que assegurem sua técnicos devem também utilizar guarda-pós, e máscaras
preservação. para o manuseio de documentos.
A escolha deverá ser feita observando-se as Esta recomendação atende à saúde de usuários e
características físicas e a natureza de cada suporte. A técnicos, considerando-se que no passado foi frequente o
confecção e a disposição do mobiliário deverão acatar as uso de inseticidas, que em muitos casos ainda preservam
normas existentes sobre qualidade e resistência e sobre elevados níveis de toxidez.
segurança no trabalho. Esporos de microorganismos também podem ser
O mobiliário facilita o acesso seguro aos documentos, fatores de contaminação e toxidez;
promove a proteção contra danos físicos, químicos e - utilizar também luvas e máscaras ao manusear
mecânicos. Os documentos devem ser guardados em fotografias, filmes, microfilmes, discos e suportes
arquivos, estantes, armários ou prateleiras, apropriados a magnéticos e ópticos, considerando-se a fragilidade desses
cada suporte e formato. materiais e a necessidade de proteção dos usuários;
Os documentos de valor permanente que apresentam - manusear documentos de grandes formatos em
grandes formatos, como mapas, plantas e cartazes, mesas de grandes dimensões;
devem ser armazenados horizontalmente, em mapotecas - utilizar escadas seguras, especialmente desenhadas
adequadas às suas medidas, ou enrolados sobre tubos para a retirada de documentos das estantes, bem como
confeccionados em cartão alcalino e acondicionados carrinhos, para o seu transporte entre o depósito e a sala de
em armários ou gavetas. Nenhum documento deve ser consulta, visando à segurança no trabalho e à integridade
armazenado diretamente sobre o chão. dos documentos;
As mídias magnéticas, como fitas de vídeo, áudio e de - transportar documentos entre seções, para
computador, devem ser armazenadas longe de campos exposições ou para empréstimos externos ou serviços de
magnéticos que possam causar a distorção ou a perda terceiros, como microfilmagem e conservação, seguindo
de dados. O armazenamento será preferencialmente em procedimentos padronizados de embalagem, transporte
e manuseio, visando à preservação e segurança dos
mobiliário de aço tratado com pintura sintética, de efeito
documentos.
antiestático.
As embalagens protegem os documentos contra a
Segurança
poeira e danos acidentais, minimizam as variações externas
Toda instituição arquivística deve contar com um
de temperatura e umidade relativa e reduzem os riscos de
Plano de Emergência escrito, direcionado para a prevenção
danos por água e fogo em casos de desastre.
contra riscos potenciais e para o salvamento de acervos em
As caixas de arquivo devem ser resistentes ao
situações de calamidade com fogo, água, insetos, roubo e
manuseio, ao peso dos documentos e à pressão, caso
vandalismo.
tenham de ser empilhadas. Precisam ser mantidas em boas
Este plano deve incluir:
condições de conservação e limpeza, de forma a proteger Um programa de manutenção do edifício, partindo de
os documentos. um diagnóstico prévio do prédio e de sua localização, para
As medidas de caixas, envelopes ou pastas devem identificar:
respeitar formatos padronizados, e devem ser sempre - riscos geográficos e climáticos que possam ameaçar
superiores às dos documentos que irão abrigar. o prédio e o acervo;
Todos os materiais usados para o armazenamento de - vulnerabilidades do edifício, quanto à sua função de
documentos permanentes devem manter-se quimicamente proteger os acervos;
estáveis ao longo do tempo, não podendo provocar - níveis de vulnerabilidade dos materiais que compõem
quaisquer reações que afetem a preservação dos o acervo;
documentos. - vulnerabilidades administrativas (ex.: seguro,
Os papéis e cartões empregados na produção de segurança).
caixas e invólucros devem ser alcalinos e corresponder às
expectativas de preservação dos documentos. Um plano de metas concretas e cronograma de
No caso de caixas não confeccionados em cartão prioridades para a eliminação do maior número possível
alcalino, recomenda-se o uso de invólucros internos de de riscos:
papel alcalino, para evitar o contato direto de documentos - inspecionar regularmente o prédio;
com materiais instáveis. - manter em perfeitas condições de funcionamento os
sistemas elétrico, hidráulico e de esgoto do prédio;
Manuseio e Transporte - implantar um programa integrado contra pragas;
O manuseio requer cuidados especiais, tanto pelos - instalar sistemas confiáveis de detecção e combate de
técnicos, durante o tratamento dos documentos, quanto incêndio e de suprimento elétrico de emergência;
pelos usuários, merecendo recomendações afixadas nas - manter todo o acervo documental identificado e
salas de trabalho e de consulta, a saber: inventariado;

45
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
- implantar procedimentos de segurança e de limpeza O plano deve ser testado e revisto em intervalos
periódica nos depósitos. regulares, e todo o pessoal da instituição precisa estar
familiarizado com ele, seja tendo participado de sua
Um plano de salvamento e de segurança humanos: elaboração, ou pelo treinamento nos procedimentos de
- formar e treinar periodicamente a brigada de emergência.
incêndio;
- utilizar sinalização de segurança e de escape para Preservação e conservação de documentos de
casos de emergência; arquivo
- efetuar treinamentos e simulações periódicas de
emergência. Preservação: é um conjunto de medidas e estratégias
de ordem administrativa, política e operacional que contri-
Um plano de salvamento de acervos (plano de buem direta ou indiretamente para a preservação da inte-
emergência): gridade dos materiais.
As instituições depositárias de acervos deverão ter um Conservação: é um conjunto de ações estabilizadoras
plano de emergência escrito para salvamento do acervo que visam desacelerar o processo de degradação de docu-
em casos de calamidade, atendendo às especificidades de mentos ou objetos, por meio de controle ambiental e de
seu acervo e às condições de localização do mesmo em tratamentos específicos (higienização, reparos e acondicio-
suas dependências. namento).
Uma vez elaborados, os planos de emergência irão Restauração: é um conjunto de medidas que objetivam
requerer recursos materiais e humanos, sendo interessante a estabilização ou a reversão de danos físicos ou químicos
poder organizá-los de forma cooperativa, entre instituições adquiridos pelo documento ao longo do tempo e do uso,
de uma mesma cidade ou região. intervindo de modo a não comprometer sua integridade e
Um plano de emergência contém as providências seu caráter histórico.
necessárias para o salvamento dos documentos. Entre os
preparativos estão os de minimizar ao máximo os riscos FATORES DE DETERIORAÇÃO EM ACERVOS DE AR-
de fogo, por meio de sistemas de alarmes e supressão QUIVOS
automática, e todos os outros riscos potenciais, como
vimos, por meio de vistorias e manutenção periódicas. Conhecendo-se a natureza dos materiais componen-
Acervos de grande importância para a instituição tes dos acervos e seu comportamento diante dos fatores
deverão ser identificados com antecedência. O ideal é que aos quais estão expostos, torna-se bastante fácil detectar
este procedimento inclua uma planta baixa que indique elementos nocivos e traçar políticas de conservação para
claramente a localização dos acervos prioritários para minimizá-los.
efeito de resgate. Os acervos de bibliotecas e arquivos são em geral
O plano de emergência contará com uma equipe constituídos de livros, mapas, fotografias, obras de arte,
técnica e uma administrativa com atribuições específicas, revistas, manuscritos etc., que utilizam, em grande parte,
para as várias atividades que irão demandar a pronta o papel como suporte da informação, além de tintas das
resposta e a recuperação dos acervos atingidos, no caso mais diversas composições.
de algum sinistro. O papel, por mais variada que possa ser sua com posi-
Cada instituição deverá ter o seu próprio coordenador ção, é formado basicamente por fibras de celulose prove-
de emergência, mesmo que esteja organizada em um nientes de diferentes origens.
plano cooperativo. Cabe-nos, portanto, encontrar soluções que permitam
a) Coordenador – tomará as decisões e irá interagir oferecer o melhor conforto e estabilidade ao suporte da
com os demais membros do grupo, com as equipes de maioria dos documentos, que é o papel.
resgate técnica e administrativa e com as áreas técnicas e A degradação da celulose ocorre quando agentes no-
administrativas da instituição; civos atacam as ligações celulósicas, rompendo-as ou fa-
b) Agentes de comunicação – farão contato com: zendo com que se agreguem a elas novos componentes
- autoridades policiais, Corpo de Bombeiros ou Defesa que, uma vez instalados na molécula, desencadeiam rea-
Civil; ções químicas que levam ao rompimento das cadeias ce-
- áreas técnicas da instituição; lulósicas.
- demais instituições, imprensa; A acidez e a oxidação são os maiores processos de
- empresas fornecedoras de materiais. deterioração química da celulose. Também há os agentes
c) Especialistas de conservação, para os diferentes físicos de deterioração, responsáveis pelos danos mecâni-
tipos de acervo, que poderão ser da própria instituição cos dos documentos. Os mais frequentes são os insetos, os
ou externos, dentro de um programa de cooperação entre roedores e o próprio homem.
instituições. Resumindo, podemos dizer que consideramos agen-
d) Equipe técnica substituta – quando os integrantes tes de deterioração dos acervos de bibliotecas e arquivos
da equipe titular não conseguirem chegar ao local a tempo. aqueles que levam os documentos a um estado de insta-
Esta equipe deverá participar de todos os treinamentos e bilidade física ou química, com comprometimento de sua
simulações. integridade e existência.

46
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
Embora, com muita frequência, não possamos elimi- O monitoramento, que nos dá as diretrizes para qual-
nar totalmente as causas do processo de deterioração dos quer projeto de mudança, é feito através do termo higrô-
documentos, com certeza podemos diminuir consideravel- metro (aparelho medidor da umidade e temperatura simul-
mente seu ritmo, através de cuidados com o ambiente, o taneamente).
manuseio, as intervenções e a higiene, entre outros. A circulação do ar ambiente representa um fator bas-
Antes de citar os principais fatores de degradação, tor- tante importante para amenizar os efeitos da temperatura
na-se indispensável dizer que existe estreita ligação entre e umidade relativa elevada.
eles, o que faz com que o processo de deterioração tome
proporções devastadoras. 1.2 Radiação da luz
Para facilitar a compreensão dos efeitos nocivos nos Toda fonte de luz, seja ela natural ou artificial, emite
acervos podemos classificar os agentes de deterioração radiação nociva aos materiais de acervos, provocando con-
em Fatores Ambientais, Fatores Biológicos, Intervenções sideráveis danos através da oxidação.
Impróprias, Agentes Biológicos, Furtos e Vandalismo. O papel se torna frágil, quebradiço, amarelecido, escu-
recido. As tintas desbotam ou mudam de cor, alterando a
1. Fatores ambientais legibilidade dos documentos textuais, dos iconográficos e
Os agentes ambientais são exatamente aqueles que das encadernações.
existem no ambiente físico do acervo: Temperatura, Umi- O componente da luz que mais merece atenção é a ra-
dade Relativa do Ar, Radiação da Luz, Qualidade do Ar. diação ultravioleta (UV). Qualquer exposição à luz, mesmo
Num levantamento cuidadoso das condições de con- que por pouco tempo, é nociva e o dano é cumulativo e
servação dos documentos de um acervo, é possível iden- irreversível. A luz pode ser de origem natural (sol) e artifi-
tificar facilmente as consequências desses fatores, quando cial, proveniente de lâmpadas incandescentes (tungstênio)
não controlados dentro de uma margem de valores acei- e fluorescentes (vapor de mercúrio). Deve-se evitar a luz
tável. natural e as lâmpadas fluorescentes, que são fontes gera-
Todos fazem parte do ambiente e atuam em conjunto. doras de UV. A intensidade da luz é medida através de um
Sem a pretensão de aprofundar as explicações científi- aparelho denominado luxímetro ou fotômetro.
cas de tais fatores, podemos resumir suas ações da seguin- Algumas medidas podem ser tomadas para proteção
te forma: dos acervos:
- As janelas devem ser protegidas por cortinas ou per-
1.1 Temperatura e umidade relativa sianas que bloqueiem totalmente o sol; essa medida tam-
O calor e a umidade contribuem significativamente bém ajuda no controle de temperatura, minimizando a ge-
para a destruição dos documentos, principalmente quando ração de calor durante o dia.
em suporte-papel. O desequilíbrio de um interfere no equi- - Filtros feitos de filmes especiais também ajudam no
líbrio do outro. O calor acelera a deterioração. A velocidade controle da radiação UV, tanto nos vidros de janelas quanto
de muitas reações químicas, inclusive as de deterioração, em lâmpadas fluorescentes (esses filmes têm prazo de vida
é dobrada a cada aumento de 10°C. A umidade relativa limitado).
alta proporciona as condições necessárias para desenca- - Cuidados especiais devem ser considerados em ex-
dear intensas reações químicas nos materiais. Evidências de posições de curto, médio e longo tempo:
temperatura e umidade relativa altas são detectadas com - não expor um objeto valioso por muito tempo;
a presença de colônias de fungos nos documentos, sejam - manter o nível de luz o mais baixo possível;
estes em papel, couro, tecido ou outros materiais. - não colocar lâmpadas dentro de vitrines;
Umidade relativa do ar e temperatura muito baixas - proteger objetos com filtros especiais;
transparecem em documentos distorcidos e ressecados. - certificar-se de que as vitrines sejam feitas de mate-
As flutuações de temperatura e umidade relativa do ar riais que não danifiquem os documentos.
são muito mais nocivas do que os índices superiores aos
considerados ideais, desde que estáveis e constantes. To- 1.3 Qualidades do ar
dos os materiais encontrados nos acervos são higroscópi- O controle da qualidade do ar é essencial num progra-
cos, isto é, absorvem e liberam umidade muito facilmente ma de conservação de acervos. Os poluentes contribuem
e, portanto, se expandem e se contraem com as variações pesadamente para a deterioração de materiais de bibliote-
de temperatura e umidade relativa do ar. cas e arquivos.
Essas variações dimensionais aceleram o processo de Há dois tipos de poluentes – os gases e as partículas
deterioração e provocam danos visíveis aos documentos, sólidas – que podem ter duas origens: os que vêm do am-
ocasionando o craquelamento de tintas, ondulações nos biente externo e os gerados no próprio ambiente.
papéis e nos materiais de revestimento de livros, danos nas Os poluentes externos são principalmente o dióxido de
emulsões de fotos etc. enxofre (SO2), óxidos de nitrogênio (NO e NO2) e o Ozô-
O mais recomendado é manter a temperatura o mais nio (O3). São gases que provocam reações químicas, com
próximo possível de 20°C e a umidade relativa de 45% a formação de ácidos que causam danos sérios e irreversí-
50%, evitando-se de todas as formas as oscilações de 3°C veis aos materiais. O papel fica quebradiço e descolorido; o
de temperatura e 10% de umidade relativa. couro perde a pele e deteriora.

47
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
As partículas sólidas, além de carregarem gases po- - estabelecer política de controle ambiental, principal-
luentes, agem como abrasivos e desfiguram os documen- mente temperatura, umidade relativa e ar circulante, man-
tos. tendo os índices o mais próximo possível do ideal e evitan-
Agentes poluentes podem ter origem no próprio am- do oscilações acentuadas;
biente do acervo, como no caso de aplicação de vernizes, - praticar a higienização tanto do local quanto dos do-
madeiras, adesivos, tintas etc., que podem liberar gases cumentos, com metodologia e técnicas adequadas;
prejudiciais à conservação de todos os materiais. - instruir o usuário e os funcionários com relação ao
manuseio dos documentos e regras de higiene do local;
2. Agentes biológicos - manter vigilância constante dos documentos con-
Os agentes biológicos de deterioração de acervos são, tra acidentes com água, secando-os imediatamente caso
entre outros, os insetos (baratas, brocas, cupins), os roedo- ocorram.
res e os fungos, cuja presença depende quase que exclu- Observações importantes:
sivamente das condições ambientais reinantes nas depen- - O uso de fungicidas não é recomendado; os danos
dências onde se encontram os documentos. causados superam em muito a eficiência dos produtos so-
Para que atuem sobre os documentos e proliferem, ne- bre os documentos.
cessitam de conforto ambiental e alimentação. O confor- - Caso se detecte situação de infestação, chamar pro-
to ambiental para praticamente todos os seres vivos está fissionais especializados em conservação de acervos.
basicamente na temperatura e umidade relativa elevadas, - Não limpar o ambiente com água, pois esta, ao secar,
pouca circulação de ar, falta de higiene etc. eleva a umidade relativa do ar, favorecendo a proliferação
de colônias de fungos.
2.1 Fungos - Na higienização do ambiente, é recomendado o uso
Os fungos representam um grupo grande de organis- de aspirador.
mos. São conhecidos mais de 100.000 tipos que atuam em Alguns conselhos para limpeza de material com fun-
diferentes ambientes, atacando diversos substratos. No gos:
- Usar proteção pessoal: luvas de látex, máscaras, aven-
caso dos acervos de bibliotecas e arquivos, são mais co-
tais, toucas e óculos de proteção (nos casos de sensibilida-
muns aqueles que vivem dos nutrientes encontrados nos
de alérgica).
documentos.
- Luvas, toucas e máscaras devem ser descartáveis.
Os fungos são organismos que se reproduzem através
de esporos e de forma muito intensa e rápida dentro de de-
2.2 Roedores
terminadas condições. Como qualquer outro ser vivo, ne-
A presença de roedores em recintos de bibliotecas e
cessitam de alimento e umidade para sobreviver e prolife-
arquivos ocorre pelos mesmos motivos citados acima. Ten-
rar. O alimento provém dos papéis, amidos (colas), couros,
tar obstruir as possíveis entradas para os ambientes dos
pigmentos, tecidos etc. A umidade é fator indispensável acervos é um começo. As iscas são válidas, mas para que
para o metabolismo dos nutrientes e para sua proliferação. surtam efeito devem ser definidas por especialistas em
Essa umidade é encontrada na atmosfera local, nos ma- zoonose. O produto deve ser eficiente, desde que não pro-
teriais atacados e na própria colônia de fungos. Além da voque a morte dos roedores no recinto. A profilaxia se faz
umidade e nutrientes, outras condições contribuem para nos mesmos moldes citados acima: temperatura e umida-
o crescimento das colônias: temperatura elevada, falta de de relativa controladas, além de higiene periódica.
circulação de ar e falta de higiene.
Os fungos, além de atacarem o substrato, fragilizando 2.3 Ataques de insetos
o suporte, causam manchas de coloração diversas e inten- Baratas – Esses insetos atacam tanto papel quanto re-
sas de difícil remoção. A proliferação se dá através dos es- vestimentos. A variedade também é grande. O ataque tem
poros que, em circunstâncias propícias, se reproduzem de características bem próprias, revelando-se principalmente
forma abundante e rápida. por perdas de superfície e manchas de excrementos. As
Se as condições, entretanto, forem adversas, esses es- baratas se reproduzem no próprio local e se tornam infes-
poros se tornam “dormentes”. A dormência ocorre quando tação muito rapidamente, caso não sejam combatidas. São
as condições ambientais se tornam desfavoráveis, como, atraídas pelos mesmos fatores já mencionados: tempera-
por exemplo, a umidade relativa do ar com índices baixos. tura e umidade elevadas, resíduos de alimentos, falta de
Quando dormentes, os esporos ficam inativos e, por- higiene no ambiente e no acervo.
tanto, não se reproduzem nem atacam os documentos. Existem iscas para combater as baratas, mas, uma vez
Esse estado, porém, é reversível; se as condições forem instalada a infestação, devemos buscar a orientação de
ideais, os esporos revivem e voltam a crescer e agir, mesmo profissionais.
que tenham sido submetidos a congelamento ou secagem. Brocas (Anobídios) – São insetos que causam danos
Os esporos ativos ou dormentes estão presentes em imensos em acervos, principalmente em livros.
todos os lugares, em todas as salas, em cada peça do acer- A sua presença se dá principalmente por falta de pro-
vo e em todas as pessoas, mas não é tão difícil controlá-los. grama de higienização das coleções e do ambiente e ocor-
As medidas a serem adotadas para manter os acervos re muitas vezes por contato com material contaminado,
sob controle de infestação de fungos são: cujo ingresso no acervo não foi objeto de controle. Exigem

48
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
vigilância constante, devido ao tipo de ataque que exer- Podem estar a muitos metros de distância, inclusive na
cem. Os sintomas desse ataque são claros e inconfundíveis. base de árvores ou outros prédios.
Para combatê-lo se torna necessário conhecer sua natureza Com muita frequência, quando os cupins atacam o
e comportamento. As brocas têm um ciclo de vida em qua- acervo, já estão instalados em todo o prédio. Da mesma
tro fases: ovos – larva – pupa – adulta. forma que os outros agentes citados anteriormente, os
A fase de ataque ao acervo é a de larva. Esse inseto se cupins se instalam em ambientes com índices de tempe-
reproduz por acasalamento, que ocorre no próprio acervo. ratura e umidade relativa elevados, ausência de boa circu-
Uma vez instalado, ataca não só o papel e seus derivados, lação de ar, falta de higienização e pouco manuseio dos
como também a madeira do mobiliário, portas, pisos e to- documentos.
dos os materiais à base de celulose. No caso de ataque de cupim, não há como solucionar
O ataque causa perda de suporte. A larva digere os o problema sozinho. O ideal é buscar auxílio com um pro-
materiais para chegar à fase adulta. Na fase adulta, acasala fissional especializado na área de conservação de acervos
e põe ovos. Os ovos eclodem e o ciclo se repete. para cuidar dos documentos atacados e outro profissional
As brocas precisam encontrar condições especiais que, capacitado para cuidar do extermínio dos cupins que estão
como todos os outros agentes biológicos, são temperatura na parte física do prédio. O tratamento recomendado para
e umidade relativa elevadas, falta de ar circulante e falta de o extermínio dos cupins ou para prevenção contra novos
higienização periódica no local e no acervo. ataques é feito mediante barreiras químicas adequada-
A característica do ataque é o pó que se encontra na mente projetadas.
estante em contato com o documento.
Este pó contém saliva, excrementos, ovos e resíduos de 3. Intervenções inadequadas nos acervos
cola, papel etc. Em geral as brocas vão em busca do ade- Chamamos de intervenções inadequadas todos os pro-
sivo de amido, instalando-se nos papelões das capas, no cedimentos de conservação que realizamos em um con-
miolo e no suporte do miolo dos livros. As perdas são em junto de documentos com o objetivo de interromper ou
forma de orifícios bem redondinhos. melhorar seu estado de degradação. Muitas vezes, com a
A higienização metódica é a única forma de se fazer o boa intenção de protegê-los, fazemos intervenções que re-
controle das condições de conservação dos documentos e, sultam em danos ainda maiores.
assim, detectar a presença dos insetos. Uma medida que Nos acervos formados por livros, fotografias, docu-
deve ser obedecida sempre é a higienização e separação
mentos impressos, documentos manuscritos, mapas, plan-
de todo exemplar que for incorporado ao acervo, seja ele
tas de arquitetura, obras de arte etc., é preciso ver que, se-
originário de doação, aquisição ou recolhimento.
gundo sua natureza, cada um apresenta suportes, tintas,
Quando o ataque se torna uma infestação, é preciso
pigmentos, estruturas etc. completamente diferentes.
buscar a ajuda de um profissional especializado.
Qualquer tratamento que se queira aplicar exige um
A providência a ser tomada é identificar o documento
conhecimento das características individuais dos docu-
atacado e, se possível, isolá-lo até tratamento. A higieniza-
mentos e dos materiais a serem empregados no proces-
ção de infestados por brocas deve ser feita em lugar dis-
tante, devido ao risco de espalhar ovos ou muitas larvas so de conservação. Todos os profissionais de bibliotecas
pelo ambiente. e arquivos devem ter noções básicas de conservação dos
Estes insetos precisam ser muito bem controlados: por documentos com que lidam, seja para efetivamente exe-
mais que se higienize o ambiente e se removam as larvas cutá-la, seja para escolher os técnicos capazes de fazê-lo,
e resíduos, corre-se o risco de não eliminar totalmente os controlando seu trabalho. Os conhecimentos de conserva-
ovos. Portanto, após a higienização, os documentos devem ção ajudam a manter equipes de controle ambiental, con-
ser revistos de tempos em tempos. trole de infestações, higienização do ambiente e dos docu-
Todo tratamento mais agressivo deve ser feito por pro- mentos, melhorando as condições do acervo.
fissionais especializados, pois o uso de qualquer produto Pequenos reparos e acondicionamentos simples po-
químico pode acarretar danos intensos aos documentos. dem ser realizados por aqueles que tenham sido treinados
Cupins (Térmitas) – Os cupins representam risco não só nas técnicas e critérios básicos de intervenção.
para as coleções como para o prédio em si.
Vivem em sociedades muito bem organizadas, repro- 4. Problemas no manuseio de livros e documentos
duzem-se em ninhos e a ação é devastadora onde quer O manuseio inadequado dos documentos é um fator
que ataquem. Na grande maioria das vezes, sua presença de degradação muito frequente em qualquer tipo de acer-
só é detectada depois de terem causado grandes danos. vo.
Os cupins percorrem áreas internas de alvenaria, tubu- O manuseio abrange todas as ações de tocar no do-
lações, conduítes de instalações elétricas, rodapés, baten- cumento, sejam elas durante a higienização pelos funcio-
tes de portas e janelas etc., muitas vezes fora do alcance nários da instituição, na remoção das estantes ou arquivos
dos nossos olhos. para uso do pesquisador, nas foto-reproduções, na pesqui-
Chegam aos acervos em ataques massivos, através de sa pelo usuário etc. O suporte-papel tem uma resistência
estantes coladas às paredes, caixas de interruptores de luz, determinada pelo seu estado de conservação. Os critérios
assoalhos etc. para higienização, por exemplo, devem ser formulados me-
Os ninhos não precisam obrigatoriamente estar dentro diante avaliação do estado de degradação do documento.
dos edifícios das bibliotecas e arquivos. Os limites devem ser obedecidos. Há documentos que, por

49
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
mais que necessitem de limpeza, não podem ser manipu- Os documentos que sofrem algum tipo de dano apre-
lados durante um procedimento de higienização, porque o sentam um processo de deterioração que progressivamen-
tratamento seria muito mais nocivo à sua integridade, que te vai levá-los a um estado de perda total. Para evitar esse
é o item mais importante a preservar, do que a eliminação desfecho, interrompe-se o processo através de interven-
da sujidade. ções que levam à estabilização do documento.
Estabilizar um documento é, portanto, interromper
4.1 Furto e vandalismo um processo que esteja deteriorando o suporte e/ou seus
Um volume muito grande de documentos em nossos agregados, através de procedimentos mínimos de inter-
acervos é vítima de furtos e vandalismo. venção. Por exemplo: estabilizar por higienização significa
A falta de segurança e nenhuma política de controle que uma limpeza mecânica corrige o processo de deterio-
são a causa desse desastre. ração. No capítulo anterior, vimos os fatores de deteriora-
Além do furto, o vandalismo é muito frequente. A ção e seus efeitos nos documentos. O segundo passo será
quantidade de documentos mutilados aumenta dia a dia. a intervenção nesse processo de deterioração, através de
Esse é o tipo de dano que, muitas vezes, só se constata estabilização dos documentos danificados.
muito tempo depois. É necessário implantar uma política Para se fazer qualquer intervenção, deve-se obedecer
a critérios de prioridade estabelecidos no tratamento dos
de proteção, mesmo que seja através de um sistema de
acervos: de coleções gerais ou de obras raras, no caso de
segurança simples.
bibliotecas, de documentos antigos ou mais recentes, no
Durante o período de fechamento das instituições, a
caso de arquivos.
melhor proteção é feita com alarmes e detectores internos.
Antes de qualquer intervenção, a primeira avaliação é
O problema é durante o horário de funcionamento, que é se nós somos capazes de executá-la.
quando os fatos acontecem. Alguns de nós seremos capazes e muitos outros não.
O recomendado é que se tenha uma só porta de entra- Esse é o primeiro critério a seguir.
da e saída das instalações onde se encontra o acervo, para Caso não nos julguemos com conhecimentos necessá-
ser usada tanto pelos consulentes/pesquisadores quanto rios, a solução é buscar algum especialista da área ou acon-
pelos funcionários. dicionar o documento enquanto aguardamos o momento
As janelas devem ser mantidas fechadas e trancadas. oportuno de intervir.
Nas áreas destinadas aos usuários, o encarregado precisa
ter uma visão de todas as mesas, permanecendo no local 6. Características gerais dos materiais empregados
durante todo o horário de funcionamento. As chaves das em conservação
salas de acervo e o acesso a elas devem estar disponíveis Nos projetos de conservação/preservação de acervos
apenas a um número restrito de funcionários. de bibliotecas, arquivos e museus, é recomendado apenas
Na devolução dos documentos, é preciso que o funcio- o uso de materiais de qualidade arquivística, isto é, daque-
nário faça uma vistoria geral em cada um. les materiais livres de quaisquer impurezas, quimicamente
estáveis, resistentes, duráveis. Suas características, em re-
5. Fatores de deterioração - conclusão lação aos documentos onde são aplicados, distinguem-se
Como podemos ver, os danos são intensos e muitos pela estabilidade, neutralidade, reversibilidade e inércia. Os
são irreversíveis. Apesar de toda a problemática dos custos materiais não enquadrados nessa classificação não podem
de uma política de conservação, existem medidas que po- ser usados, pois apresentam problemas de instabilidade,
demos tomar sem despender grandes somas de dinheiro, reagem com o tempo e decompõem-se em outras subs-
minimizando drasticamente os efeitos desses agentes. tâncias que vão deteriorar os documentos com os quais
Alguns investimentos de baixo custo devem ser feitos, estão em contato. Além disso, são de natureza irreversível,
a começar por: ou seja, uma vez aplicados aos documentos não podem ser
removidos.
• treinamento dos profissionais na área da conservação
Dentro das especificações positivas, encontramos vá-
e preservação;
rios materiais: os papéis e cartões alcalinos, os poliésteres
• atualização desses profissionais (a conservação é uma
inertes, os adesivos alcalinos e reversíveis, os papéis orien-
ciência em desenvolvimento constante e a cada dia novas
tais, borrachas plásticas etc., usados tanto para pequenas
técnicas, materiais e equipamentos surgem para facilitar e intervenções sobre os documentos como para acondicio-
melhorar a conservação dos documentos); namento.
• monitoração do ambiente – temperatura e umidade
relativa em níveis aceitáveis; 7. Critérios para a escolha de técnicas e de materiais
• uso de filtros e protetores contra a luz direta nos do- para a conservação de acervos
cumentos; Como já enfatizamos anteriormente, é muito impor-
• adoção de política de higienização do ambiente e dos tante ter conhecimentos básicos sobre os materiais que
acervos; integram nossos acervos para que não corramos o risco de
• contato com profissionais experientes que possam lhes causar mais danos.
assessorar em caso de necessidade. Vários são os procedimentos que, apesar de simples,
Conservação: critérios de intervenção para a estabiliza- são de grande importância para a estabilização dos docu-
ção de documentos mentos.

50
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
8. Higienização • Papéis de textura muito porosa – Não se deve passar
A sujidade é o agente de deterioração que mais afeta os borracha nesses materiais, pois a remoção das partículas
documentos. A sujidade não é inócua e, quando conjugada residuais com pincel se torna difícil:
a condições ambientais inadequadas, provoca reações de - papel japonês;
destruição de todos os suportes num acervo. Portanto, a - papel de textura fragilizada pelo ataque de fungos
higienização das coleções deve ser um hábito de rotina na (que degradam a celulose, consumindo a encolagem);
manutenção de bibliotecas ou arquivos, razão por que é - papel molhado (que perde a encolagem e, após a se-
considerada a conservação preventiva por excelência. cagem, torna-se frágil).
Durante a higienização de documentos, procedemos
também de forma simultânea a um levantamento de da- 8.1.4 Materiais usados para limpeza de superfície
dos sobre suas condições de conservação, para efeitos de A remoção da sujidade superficial (que está solta so-
futuras intervenções. É hora Durante a higienização de do- bre o documento) é feita através de pincéis, flanela macia,
cumentos, procedemos também de forma simultânea a um aspirador e inúmeras outras ferramentas que se adaptam
levantamento de dados sobre suas condições de conserva- à técnica.
ção, para efeitos de futuras intervenções. É hora também Como já foi dito anteriormente, essa etapa é obrigató-
de executar os primeiros socorros para que um processo ria e sempre se realiza como primeiro tratamento, quais-
de deterioração em andamento seja interrompido, mesmo quer que sejam as outras intervenções previstas.
que não possa ser sanado no momento. • Pincéis: são muitos os tipos de pincéis utilizados na
limpeza mecânica, de diferentes formas, tamanhos, quali-
8.1 Processos de higienização dade e tipos de cerdas (podem ser usados com carga es-
8.1.1 Limpeza de superfície tática atritando as cerdas contra o nylon, material sintético
O processo de limpeza de acervos de bibliotecas e ar- ou lã);
quivos se restringe à limpeza de superfície e, portanto, é • Flanela: serve para remover sujidade de encaderna-
mecânica, feita a seco. A técnica é aplicada com o objetivo ções, por exemplo;
de reduzir poeira, partículas sólidas, incrustações, resíduos • Aspirador de pó: sempre com proteção de bocal e
de excrementos de insetos ou outros depósitos de super- com potência de sucção controlada;
fície. Nesse processo, não se usam solventes. A limpeza de • Outros materiais usados para a limpeza: bisturi, pinça,
superfície é uma etapa independente de qualquer trata- espátula, agulha, cotonete;
mento mais intenso de conservação; é, porém, sempre a • Materiais de apoio necessários para limpeza mecâ-
primeira etapa a ser realizada. nica:
8.1.2 Razões que levam a realizar a limpeza do acer- - raladores de plástico ou aço inox; borrachas de vinil;
vo - fita-crepe;
• A sujidade escurece e desfigura o documento, preju- - lápis de borracha;
dicando-o do ponto de vista estético. - luvas de látex ou algodão;
• As manchas ocorrem quando as partículas de poei- - máscaras;
ra se umedecem, com a alta umidade relativa ou mesmo - papel mata-borrão;
por ataque de água, e penetram rapidamente no papel. A - pesos;
sujeira e outras substâncias dissolvidas se depositam nas - poliéster (mylar);
margens das áreas molhadas, provocando a formação de - folhas de papel siliconado;
manchas. A remoção dessas manchas requer a intervenção - microscópios;
de um restaurador.
• Os poluentes atmosféricos são altamente ácidos e, Os livros, além do suporte-papel, exigem também tra-
portanto, extremamente nocivos ao papel. São rapidamen- tamento de revestimento. Assim, o couro(inclui-se aqui o
te absorvidos, alterando seriamente o pH do papel. pergaminho), tecidos e plastificados fazem parte dos ma-
teriais pertencentes aos livros.
8.1.3 Avaliação do objeto a ser limpo Para a limpeza de livros utilizamos trinchas de diferen-
Cada objeto deve ser avaliado individualmente para tes tamanhos, pincéis, flanelas macias, aspiradores de baixa
determinar se a higienização é necessária e se pode ser potência com proteção de boca, pinças, espátulas de metal,
realizada com segurança. No caso de termos as condições entre outros materiais.
abaixo, provavelmente o tratamento não será possível: Na limpeza do couro, é recomendável somente a utili-
• Fragilidade física do suporte – Objetos com áreas zação de pincel e flanela macia, caso o couro esteja íntegro.
finas, perdas, rasgos intensos podem estar muito frágeis Não se deve tratá-lo com óleos e solventes.
para limpeza. Áreas com manchas e áreas atacadas por A encadernação em pergaminho não necessita do
fungos podem não resistir à limpeza: o suporte torna-se mesmo tratamento do couro. Como é muito sensível à
escuro, quebradiço, manchado e, portanto, muito facil- umidade, o tratamento aquoso deve ser evitado. Para sua
mente danificado. limpeza, apresenta bons resultados o uso de algodão em-
Quando o papel se degrada, até mesmo um suave con- bebido em solvente de 50% de água e álcool. O algodão
tato com o pó de borracha pode provocar a fragmentação precisa estar bem enxuto, e deve-se sempre buscar traba-
do documento. lhar o suporte em pequenas áreas de cada vez. Nessa lim-

51
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
peza, é importante ter muito cuidado com os pergaminhos Em relação às obras de arte, as técnicas são tão variadas e
muito ressecados e distorcidos. A fragilidade é intensa e as tintas de composições tão diversas que, de modo algum,
o documento pode desintegrar-se. A estabilização de per- se deve confiar na sua estabilidade frente à ação do pincel
gaminhos, nesse caso, requer os serviços de especialistas. ou outro material.
Há muita controvérsia no uso de Leather Dressing para
a hidratação dos couros. Os componentes das diversas 8.3 Higienização de documentos de arquivo
fórmulas do produto variam muito (óleos, graxas, gordu- Materiais arquivísticos têm os seus suportes geralmen-
ras) e, se mal aplicados, podem causar sérios problemas te quebradiços, frágeis, distorcidos ou fragmentados. Isso
de conservação ao couro. A fórmula do British Museum é se deve principalmente ao alto índice de acidez resultante
a mais usada e recomendada. O uso deve ser criterioso e do uso de papéis de baixa qualidade. As más condições de
não indiscriminado. Em casos específicos de livros novos armazenamento e o excesso de manuseio também contri-
de coleções de bibliotecas, pode ser apropriado o seu uso buem para a degradação dos materiais. Tais documentos
como parte integrante de um programa de manutenção. têm que ser higienizados com muito critério e cuidado.
No caso dos revestimentos em tecido, a aplicação de 8.3.1 Documentos manuscritos
trincha ou aspirador é recomendável, caso sua integridade Os mesmos cuidados para com os livros devem ser to-
o permita. mados em relação aos manuscritos. O exame dos docu-
Nas capas de livros revestidas em papel, pode ser uti- mentos, testes de estabilidade de seus componentes para
lizado pó de borracha ou diretamente a borracha, caso a o uso dos materiais de limpeza mecânica e critérios de in-
integridade do papel e das tintas não fique comprometida tervenção devem ser cuidadosamente realizados.
com essa ação. As tintas ferrogálicas, conforme o caso podem destruir
E, nos revestimentos plastificados (percalux e outros), um documento pelo seu alto índice de acidez. Todo cuida-
deve-se usar apenas uma flanela seca e bem macia. do é pouco para manusear esses documentos. As espessas
Na limpeza do miolo do livro, utilizamos um pincel tintas encontradas em partituras de música, por exemplo,
macio, sem aplicar borracha ou pó de borracha. Além de podem estar soltas ou em estado de pó.
agredir as tintas, o resíduo de borracha é permanente e de Tintas, como de cópias de carbono, são fáceis de “bor-
difícil remoção. Os resíduos agem como abrasivos e per- rar”, ao mesmo tempo em que o tipo de papel utilizado
manecerão em contato com o suporte para sempre. para isso é fino e quebradiço, tornando o manuseio mui-
8.2.1 Limpeza de livros – metodologia em mesa de to arriscado e a limpeza de superfície desaconselhável. As
higienização áreas ilustradas e decorativas dos manuscritos iluminados
- Encadernação (capa do livro) – limpar com trincha, são desenhadas com tintas à base de água que podem es-
pincel macio, aspirador, flanela macia, conforme o estado tar secas e pulverulentas. A limpeza mecânica, nesses ca-
da encadernação; sos, deve ser evitada.
- Miolo (livro em si) – segurar firmemente o livro pela
lombada, apertando o miolo. Com uma trincha ou pincel, 8.3.2 Documentos em grande formato
limpar os cortes, começando pela cabeça do livro, que é Desenhos de Arquitetura – Os papéis de arquitetura
a área que está mais exposta à sujidade. Quando a sujei- (no geral em papel vegetal) podem ser limpos com pó de
ra está muito incrustada e intensa, utilizar, primeiramente, borracha, após testes. Pode-se também usar um cotone-
aspirador de pó de baixa potência ou ainda um pedaço de te - bem enxuto e embebido em álcool. Muito sensíveis
carpete sem uso; à água, esses papéis podem ter distorções causadas pela
- O miolo deve ser limpo com pincel folha a folha, umidade que são irreversíveis ou de difícil remoção.
numa primeira higienização; Posters (Cartazes) – As tintas e suportes de posters são
- Oxigenar as folhas várias vezes. muito frágeis. Não se recomenda limpar a área pictórica.
Num programa de manutenção, pode-se limpar a en- Todo cuidado é pouco, até mesmo na escolha de seu acon-
cadernação, cortes e aproximadamente as primeiras e últi- dicionamento.
mas 15 folhas, que são as mais sujeitas a receber sujidade, Mapas – Os mapas coloridos à mão merecem uma
devido à estrutura das encadernações. Nos livros mais frá- atenção especial na limpeza. Em mapas impressos, desde
geis, deve-se suportar o volume em estruturas adequadas que em boas condições, o pó de borracha pode ser aplica-
durante a operação para evitar danos na manipulação e do para tratar grandes áreas. Os grandes mapas impressos,
tratamento. muitas vezes, têm várias folhas de papel coladas entre si
Todo o documento que contiver gravuras ou outra téc- nas margens, visando permitir uma impressão maior. Ao
nica de obra de arte no seu interior necessita um cuidado fazer a limpeza de um documento desses, o cuidado com
redobrado. Antes de qualquer intervenção com pincéis, as emendas deve ser redobrado, pois nessas, geralmen-
trinchas, flanelas, é necessário examinar bem o documento, te, ocorrem descolamentos que podem reter resíduos de
pois, nesse caso, só será recomendada a limpeza de super- borracha da limpeza, gerando degradação. Outros mapas
fície se não houver nenhum risco de dano. são montados em linho ou algodão com cola de amido. O
No caso dos documentos impressos como os livros, verso desses documentos retém muita sujidade. Recomen-
existe uma grande margem de segurança na resistência da-se remover o máximo com aspirador de pó (munido das
das tintas em relação ao pincel. Mesmo assim, devemos devidas proteções em seu bocal e no documento).
escolher o pincel de maciez adequada para cada situação.

52
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
9. Pequenos reparos § Edital de Ciência de Eliminação de Documentos.
Os pequenos reparos são diminutas intervenções que Tem por objetivo tornar público, em periódicos oficiais, o
podemos executar visando interromper um processo de ato de eliminação dos acervos arquivísticos. O modelo do
deterioração em andamento. Essas pequenas intervenções Edital de Ciência de Eliminação de Documentos, baseia-
devem obedecer a critérios rigorosos de ética e técnica e se na Resolução Federal nº 5, de 30/09/1996, definida
têm a função de melhorar o estado de conservação dos pelo CONARQ, que dispõe sobre o assunto e dá outras
documentos. Caso esses critérios não sejam obedecidos, o providências. (Formulário II).
risco de aumentar os danos é muito grande e muitas vezes § Termo de Eliminação de Documentos. Tem por
de caráter irreversível. objetivo registrar as informações relativas ao ato de
Os livros raros e os documentos de arquivo mais an- eliminação. (Formulário III).
tigos devem ser tratados por especialistas da área. Os
demais documentos permitem algumas intervenções, de Os documentos que aguardam aprovação para sua
simples a moderadas. Os materiais utilizados para esse fim eliminação devem ser acondicionados em caixas-box,
devem ser de qualidade arquivística e de caráter reversí- identificadas com lombadas específicas.
vel. Da mesma forma, toda a intervenção deve obedecer
a técnicas e procedimentos reversíveis. Isso significa que, Para algumas vias do documento, a eliminação pode
caso seja necessário reverter o processo, não pode existir ser efetuada no próprio arquivo corrente, pelos servidores
nenhum obstáculo na técnica e nos materiais utilizados. daquela unidade, sob orientação da comissão ou grupo de
Os procedimentos e técnicas para a realização de re- avaliação.
paros em documentos exigem os seguintes instrumentos: De alguns documentos são eliminadas todas as vias,
por não possuírem qualquer interesse para a guarda
- mesa de trabalho; permanente ou porque suas informações são importantes,
- pinça;
- papel mata-borrão; Como classificar os documentos para eliminar
- entretela sem cola; Para os documentos que serão avaliados para
- placa de vidro; destinação final também se utiliza o assunto como critério
classificador, devendo proceder da seguinte maneira:
- peso de mármore;
1. Separar os documentos por assunto;
- espátula de metal;
2. Localizar o assunto no Código de Classificação de
- espátula de osso;
Documentos;
- pincel chato;
3. Anotar o Código/Assunto em folha A4 ou planilha,
- pincel fino;
que será a folha de rosto dos documentos agrupados;
- filme de poliéster.
4. Acondicionar esses documentos utilizando uma caixa
arquivo para cada assunto/código pois será quantificado no
EPIs – Equipamentos de Proteção Individual - São
momento do preenchimento do formulário de eliminação
os dispositivos de uso pessoal destinados a resguardar (Ver modelo de lombada nos anexos);
a saúde e a integridade física do trabalhador. Devemos 5. Colar nesta caixa a etiqueta padrão para Eliminação;
trabalhar sempre protegidos com avental, luva, máscara, 6. Caso o documento não pertença mais ao arquivo
toucas, óculos de proteção e pró-pé/bota. corrente, mas está em uma caixa aguardando avaliação,
A não-utilização de EPIs durante a realização do ou seja, a definição de sua temporalidade, ele deverá ser
trabalho, pode acarretar diversas manifestações alérgicas, agrupado com os outros do mesmo código e acondicionado
como rinite, irritação ocular, problemas respiratórios. em caixa arquivo com etiqueta padrão;
7. O documento que já cumpriu a fase intermediária e
Eliminação de documentos é de guarda permanente, será higienizado e acondicionado
para futuro tratamento.
A eliminação de documentos é definida após a análise
da Subcomissão de Avaliação, que julga os valores primário DIGITALIZAÇÃO E CONTROLE DE QUALIDADE
e secundário dos documentos, seguindo os critérios
indicados neste manual e os prazos de arquivamento da Essa recomendação visa auxiliar as instituições
Tabela de Temporalidade. detentoras de acervos arquivísticos de valor permanente,
Segundo a Resolução Federal nº 7, de 20/05/1997, na concepção e execução de projetos e programas de
definida pelo CONARQ – Conselho digitalização.
Nacional de Arquivos, o registro dos documentos O processo de digitalização1 pode desempenhar
a serem eliminados deverá ser efetuado por meio dos função essencial no acesso aos documentos de arquivo
seguintes instrumentos, que são de guarda permanente: e como auxílio à sua preservação, constituindo-se como
§ Listagem de Eliminação de Documentos. Tem por instrumento capaz de dar acesso simultâneo local ou
objetivo registrar informações pertinentes aos documentos remoto aos representantes digitais2 de diferentes gêneros
a serem eliminados. Esta deve ser aprovada pela Comissão documentais, como os documentos textuais, cartográficos
da Avaliação de Documentos – CAD. e iconográficos em suportes convencionais.

53
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
A digitalização de acervos é uma das ferramentas recebem, processam, transmitem e armazenam dados.
essenciais ao acesso e à difusão dos acervos arquivísticos, Todo o tipo de documento que contenha textos, imagens
além de contribuir para a sua preservação, uma vez que (fixas ou em movimento) e áudio pode ser convertido para
restringe o manuseio aos originais. Entretanto, não se um formato digital similar, o que significa que o resultado
pode privilegiar ações de digitalização em detrimento das dessa conversão não é igual ao original.
ações de conservação convencional dos acervos físicos De acordo com a natureza do documento arquivístico
custodiados em instituições arquivísticas, pois os originais original, diversos dispositivos tecnológicos (hardware) e
são únicos e insubstituíveis, quanto ao seu conteúdo como programas de computadores (software) serão utilizados
em seus elementos materiais. para converter em dados binários o documento original
A adoção de um processo de digitalização implica para diferentes formatos digitais.
no conhecimento não só dos princípios da arquivologia, Representantes digitais dos documentos permanentes
mas também das questões relacionadas à escolha e ao não os substituem como originais e que devem ser
gerenciamento do ambiente tecnológico em que se inserem preservados. A digitalização, portanto é dirigida para o
os representantes digitais. Isto quer dizer que os gestores acesso, difusão e preservação do acervo documental.
das instituições arquivísticas e os demais profissionais
envolvidos deverão levar em consideração os custos de Por que digitalizar:
implantação do projeto de digitalização, compreendendo ·Contribuir para o amplo acesso aos documentos
que um processo como este exige necessariamente um arquivísticos.
planejamento de longo prazo, com previsão orçamentária ·Incrementar a preservação e segurança dos
e financeira capaz de garantir a atualização e a aquisição de documentos arquivísticos originais em outros suportes.
novas versões de software e hardware, seleção de formatos ·Permitir o intercâmbio de acervos e de instrumentos
digitais e a adoção de requisitos mínimos, que garantam de pesquisa por meio de redes informatizadas.
a preservação e a acessibilidade a curto, médio e longo ·Promover a difusão e reprodução dos acervos
prazo dos representantes digitais. arquivísticos não digitais, em formatos e apresentações
É fundamental reconhecer que um projeto de diferenciados do formato original.
digitalização envolve a captura digital, o processamento,
o armazenamento e a distribuição, bem como o Projeto de digitalização
gerenciamento do ambiente tecnológico em que está Pressupõe-se que a organização arquivística dos
inserido. A tomada de decisão relativa à adoção da documentos e o estabelecimento de um programa
tecnologia digital deve prever a infra-estrutura para a
de avaliação e seleção dos conjuntos documentais a
implantação e sustentabilidade do projeto em longo prazo,
serem digitalizados, já tenham sido desenvolvidos, e o
além dos recursos orçamentários e financeiros para a sua
acervo arquivístico selecionado deve, previamente, estar
manutenção.
higienizado, identificado e organizado (arranjo, descrição e
Devido à natureza complexa de um ambiente
indexação) antes do processo de digitalização.
tecnológico de rápidas mudanças e de elevados custos de
Com a identificação das espécies documentais e
implementação e manutenção para a obtenção de uma
das características físicas do acervo, do seu estado de
qualidade arquivística é recomendável atuar em projetos
conservação, dos tipos e a quantificação será determinado,
cooperativos, onde as entidades custodiadoras de acervos
a serem digitalizados interajam com outras organizações em primeiro lugar, o menor caractere (linha, traço, ponto,
possuidoras de infra-estrutura tecnológica e pessoal mancha de impressão) a ser digitalizado, a fim de se
técnico especializado, que sirvam como repositórios digitais determinar o tipo de equipamento, e a resolução a serem
de segurança e preservação a longo prazo, tendo ainda utilizados para a captura digital, oferecendo a criação de
algumas a finalidade de oferecer apropriada estrutura para um representante digital com qualidade satisfatória para o
acesso aos representantes digitais. uso que se pretende dar (acesso, reprodução). Em segundo
Finalmente, um projeto de digitalização de documentos lugar serão definidos os equipamentos de captura digital
arquivísticos de valor permanente deve procurar atingir que devem estar adequados às características físico-
requisitos não apenas para as necessidades atuais, mas químicas de cada tipo de documento, de modo a não
também para o futuro, requisitos estes que garantam uma oferecer riscos a integridade física do original.
fidelidade maior e melhor ao original, formatos digitais Como os documentos arquivísticos originais a serem
abertos, capacidade de interoperabilidade, evitando-se digitalizados devem possuir as condições de conservação
também em momento muito próximo a necessidade de e manuseio que permitam, sem causar danos aos mesmos,
refazer a digitalização, além de conseguir a satisfação dos o processo de captura digital, recomenda-se a consulta
usuários finais apresentando um produto que esteja de aos Cadernos Técnicos do Projeto de Conservação
acordo com as suas necessidades. Preventiva de Bibliotecas e Arquivos - CPBA, de nºs 1 a
9: Armazenagem e Manuseio; 10 a 12: Procedimentos de
Entendemos a digitalização como é um processo de Conservação, 13 - Manual de Pequenos Reparos emLivros,
conversão dos documentos arquivísticos para formato nº 39 - Preservação de fotografias: métodos básicos para
digital, e que consiste em unidades de dados binários, salvaguardar suas coleções e, nº 41 - Indicações para o
denominadas de bits, com os quais os computadores criam, cuidado e a identificação da base de filmes fotográficos.

54
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
O processo de digitalização deverá ser realizado, Parâmetros para a obtenção de qualidade da
preferencialmente, nas instalações das instituições imagem digital
detentoras do acervo documental, evitando seu transporte A qualidade da imagem digital é o resultado dos
e manuseio inadequados, e a possibilidade de danos seguintes fatores: da resolução de escaneamento adotada,
causados por questões ambientais, roubo ou extravio. da profundidade de bit, dos processos de interpolação
Recomenda-se a digitalização de conjuntos (quando utilizados) e dos níveis de compressão, além,
documentais integrais, como fundos/coleções, ou séries. das características dos próprios equipamentos e técnicas
No entanto é possível digitalizar itens documentais utilizadas nos procedimentos que resultam na imagem
isolados, devido à constatação de alta freqüência de digital:
acesso e uso, alto valor intrínseco, estado de conservação, A resolução linear é determinada pelo número de
necessidade de incrementar a segurança, sem entretanto pixels10 utilizados para apresentar a imagem, e expressa
descontextualizá-los do conjunto a que pertencem. em pontos por polegada (dpi) ou pixels por polegada
(ppi) da vertical e horizontal da imagem digital (eixo X,Y).
Captura da imagem Quanto maior o número de pixels utilizados no processo de
O processo de captura da imagem deverá ser realizado captura digital de imagem, mais elevada será a resolução
com o objetivo de garantir o máximo de fidelidade entre linear e, portanto, a possibilidade de representar a imagem
o representante digital e o documento original, levando original com a riqueza de detalhes do documento original.
em consideração suas características físicas, estado de A profundidade de bit é uma forma de mensuração
conservação e finalidade de uso do representante digital. para o número de bits utilizados para definir cada pixel.
No processo de captura digital dos documentos Quanto maior o número de bits para compor cada pixel,
arquivísticos, deve-se observar os parâmetros que possam maior será a escala de tonalidades de cinza (greyscale) –
significar riscos ao documento original, desde as condições onde há um bit por pixel para as cores (modo de cores) a
de manuseio, a definição dos equipamentos de captura, serem apresentadas. Quando só se utiliza um bit por pixel
o tipo de iluminação, o estado de conservação e o valor denominamos de bitonal, ou seja, há apenas o preto ou o
intrínseco do documento. branco.
A definição de metodologia de processamento deve A interpolação em imagens digitais consiste na adição,
garantir a maior e melhor fidelidade do representante
por meio de software, de novos pixels, a partir dos pixels
digital em relação ao documento original e registrar os
existentes. Seu propósito é fazer com que uma imagem
metadados técnicos a respeito do ambiente tecnológico
digital pareça sido capturada originalmente com maior
(do original, da captura digital, do formato digital) e as
resolução. É para uso, por exemplo, em imagens pequenas,
características físicas dos documentos originais. Para
como thumbnails em sítios da internet é um recurso que
manter uma desejável fidelidade visual do representante
não pode ser utilizado para a geração de matrizes digitais.
digital em relação ao documento original, recomenda-se
A compressão de formato de imagem digital é um
que sejam digitalizadas as capas, contracapas e envoltórios,
recurso amplamente utilizado, tanto para armazenamento
bem como páginas sem impressão.
quanto para a transmissão de dados, e muitos formatos
É necessário que os equipamentos utilizados
possibilitem a captura digital de um documento arquivístico digitais e softwares de imagem permitem a sua compressão,
de forma a garantir a geração de um representante digital o que os tornam menores em bits. Existem formatos de
que reproduza, no mínimo, a mesma dimensão física do compressão sem perdas (lossless), ou de compressão com
original em escala 1:1, sem qualquer tipo de processamento perdas (lossy). A compressão não deve afetar a qualidade
posterior através de softwares. Recomendamos a adoção da imagem digital em relação a sua fidelidade visual em
de resolução entre 300 a 600 dpi, sendo a resolução de 300 relação ao original na escala 1:1.
dpi a menor possível para a obtenção de um representante
digital com capacidade de reproduzir o original em escala Modelo de verificação da qualidade do representante
1:1. digital
Deve-se fazer a consulta aos Cadernos Técnicos do Essa lista de verificação é para se obter um indicativo de
CBPA, de nº 51 do CBPA: Requisitos de resolução digital qualidade da captura digital e da criação dos representantes
para textos: métodos para o estabelecimento de critérios de digitais. Matriz digital e das derivadas.
qualidade de imagem, e o Caderno Técnico de nº 44 O básico
sobre o processo de digitalizar imagens, e a recomendação 1. A imagem tem o tamanho/resolução
do National Archives and Records Administration (NARA). pretendido?
Technical Guidelines for Digitizing Archival Materials for a. Matriz Digital
Electronic Access: Creation ofProduction Master Files – b. Matriz Digital com Processamento da Imagem
Raster Images For the Following Record Types- Textual, (opcional)
GraphicIllustrations/Artwork/Originals, Maps, Plans, c. Formatos de Acesso
Oversized, Photographs, Aerial Photographs,and Objects/ d. Thumbnail
Artifacts. e. Outros formatos derivados de acesso

55
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
2. O nome da imagem digital esta correto? Atualmente as fontes de buscas rápidas são concentra-
a. Matriz Digital das em sites de busca (Google, Bing, Yahoo), que pesqui-
b. Matriz Digital com Processamento da Imagem sam a partir de uma palavra-chave e oferecem resultados
(opcional). instantâneos de assuntos, arquivos e documentos relevan-
c. Formatos de Acesso tes para o usuário.
d. Thumbnail Este processo de transformação de documentos em
e. Outros formatos derivados de acesso papel para imagens digitais (escaneadas) vem sendo a ma-
neira mais eficaz e prática para a rápida localização das in-
3. O Formato Digital da imagem está correto? formações.
a. Matriz Digital
b. Matriz Digital com Processamento de Imagem Introdução ao GED – Produtividade e custo-bene-
(opcional) fício
O armazenamento de documentos digitalizados é mais
c. Formatos de Acesso
seguro e organizado e o crescimento do processo de digi-
d. Thumbnail
talização se dá pela iniciativa das empresas, que a cada dia
e. Outros formatos derivados de acesso
observam o aumento da produtividade dos escritórios por
conta do rápido acesso as informações e ótimo custo-be-
4. Verificação de Qualidade Digital com comparação nefício.
com o documento original Dada a redução de espaço para armazenamento de do-
a. A imagem esta correta no modo de cor cumentos e também a redução de custos com impressões,
b. Recorte correto cópias e funcionários, essa mudança para digital não vem
c. Sem rotação sendo só uma mudança operacional, mas também cultural.
d. Sem inversão  
e. Sem inclinação GED – Gerenciamento Eletrônico de Documentos
f. Perda de nitidez/ excesso de nitidez Prevê a diminuição da necessidade de arquivos em fo-
g. Presença de interferência em imagens com linhas - lhas de papel onde as buscas pelos documentos são ex-
Padrão Moiré tremamente trabalhosas, cansativas e desperdiçam muito
h. Não pixelado tempo.
i. Predominância de uma das cores da imagem O GED é uma revolução em velocidade e ganho de
j. Histograma produtividade para as empresas. Com um software de digi-
k. Sem alto contraste / sem alta luminosidade talização e poucos cliques você já acha o documento pro-
l. Valores tonais desiguais / reflexos curado.
n. Aspecto granulado Toda empresa tem gestão de documentos que preci-
m. Observações gerais sam atender a normas fiscais e legais e o GED é uma forma
de ter esses documentos organizados em um data-center,
Confira os benefícios: que inclui todo um sistema de segurança nesse aspecto,
Diminuição do espaço necessário para guardar por exemplo, sistemas criptografados.
documentos e custos de locação, manutenção, segurança, Além da facilidade e velocidade de organização do GED,
etc. uma diferença importante dessa evolução tecnológica, é a
Segurança contra perda. A digitalização previne a perda questão do documento de papel estar sempre exposto ao
meio; a tinta se apaga com o tempo, envelhece, amassa,
de documentos devido a deterioração ou acontecimentos
existe a exposição e risco de queimar, molhar, rasgar, etc. A
como enchentes, incêndios ou até um acidente banal como
perda total de documentos de papel é muito fácil.
rasgar um documento durante o manuseio ou derrubar
Proteja seus documentos. Segurança de dados e back
uma xícara de café naquele relatório importante que estava up automatizados
sobre a mesa. O GED pode incluir os documentos já criados digital-
Controle de acesso. Somente usuários autorizados mente, ou seja, que não vieram de documentos físicos.
podem acessar a informação com diferentes níveis de Um sistema de GED é uma forma extremamente segura
acesso. de acesso aos arquivos, todo o movimento digital é grava-
Rapidez no acesso a informação. A rapidez para do, e pode-se saber, quem, quantas vezes, hora e data que
conseguir informações é essencial na tomada de decisões arquivo foi acessado. Há um registro completo do tráfego
estratégicas nos dias de hoje. do seu documento.
Preservação do Meio Ambiente. Reduzir a quantidade Os arquivos de uma empresa têm diversos graus de
de documentos físicos também reduz o impacto na confidencialidade e esse sistema assegura que apenas
produção de papel por exemplo. Até impactos indiretos usuários autorizados possam acessar os documentos digi-
como custos com transporte são diminuídos. talizados. Existe usuário, senha e níveis de permissão para
cada pessoa.
A era das soluções rápidas A questão da segurança contra Hackers também é pen-
Entender o sentido do processo de digitalização é sim- sada e criada especificamente. Os documentos estão sal-
ples, basta identificar as necessidades de soluções rápidas vos, porém em um sistema criptografado, que não permite
dos dias de hoje. que o Hacker consiga a informação completa do arquivo.

56
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
Se ele consegue o acesso, que já é pouco provável, A escolha de um scanner profissional se destaca pela
ele não consegue o acesso ao documento completo. Além compactação de arquivos digitais e imagens sem perder
desses sistemas de segurança, há muitos outros facilitado- a qualidade, ajuste de brilho automático e digitalização
res pensados especificamente para a segurança e pratici- frente e verso (duplex) também automática dentre outras
dade no acesso aos documentos. funcionalidades.
Mas a segurança não deve ser pensada somente no Além da diferença de velocidade e softwares comple-
que diz respeito ao acesso não autorizado. Perdas de da- tos e específicos para a ação de digitalização, os scanners
dos também podem acontecer em meios digitais por mo- se destacam por não precisarem de tanta frequência na
limpeza e nas trocas dos consumíveis.
tivos diversos, como defeitos nos equipamentos ou falhas
Compartilhamento e nuvem – A tecnologia da veloci-
operacionais. dade e praticidade
É imprescindível ter uma política de cópias de seguran- Atualmente no mercado, além dos scanners, também
ça (back up) do seu acervo de documentos. Esta cópia pre- existem multifuncionais avançadas que sincronizam ta-
vine perdas ou documentos corrompidos de forma digital. blets, celulares ou notebooks, com as funções de impres-
Sistemas de GED devem estar configurados para efe- são e digitalização.
tuar as cópias automaticamente e de forma periódica. Esta tecnologia permite operar os pedidos de impres-
Como escolher o melhor equipamento para sua neces- são e digitalização de qualquer um dos diversos aparelhos,
sidade via rede sem fio. Muitas vezes sem a necessidade de um
O principal equipamento necessário para a digitali- computador de mesa.
zação de documentos é o Scanner. Você pode utilizar um O sistema permite sincronizar os arquivos digitalizados
scanner profissional de maior volume ou um equipamento com a nuvem (cloud computing), ou imprimir arquivos da
multifuncional nuvem, sem necessidade da conexão de cabos.
 O armazenamento automático na nuvem, só facilita a
Atualmente existem disponíveis no mercado diversos
segurança e organização dos arquivos e diminui a necessi-
tipos de equipamento de captura digital para imagens, que dade de espaço para armazenamento em seu computador
se aplicam aos diversos tipos de documentos arquivísticos. ou rede.
A definição do equipamento de captura digital a ser Vários outros aplicativos podem ser compatíveis com
utilizado só poderá ser realizada após o minucioso exame essas multifuncionais, por exemplo: Facebook, Flicker, Pica-
do suporte original, considerando suas características sa, Googles docs, Evernote e Dropbox.
físicas e estado de conservação, de forma a garantir aos
representantes digitais a melhor fidelidade visual em Microfilmagem – A tecnologia da preservação
relação aos documentos originais, e sem comprometer seu A microfilmagem é o processo que transfere o conteú-
estado de conservação. do de um documento em papel, ou de outros tipos de do-
Para escolha dos equipamentos pessoais ou para em- cumentos para imagens em microfilme (filme fotográfico)
presas, deve-se considerar as necessidades de digitaliza- com qualidade arquivística de até 500 anos.
ção. Há diferentes scanners, com diferentes funções e essa Uma área interessante que está inteiramente ligada ao
processo de microfilmagem é a de Arquivologia.
escolha depende basicamente dos fatores abaixo:
Esta área têm como finalidade a restauração de livros,
desenhos, etc. e com a microfilmagem é possível guardar e
Quantidade de documentos a serem digitalizados e organizar os documentos recuperados de forma compacta,
ciclo diário: a quantidade que será digitalizada no dia a dia. reduzindo a necessidade de espaço para armazenamento
Formato dos arquivos (A3, A4, fotos, filmes, cartões, desses documentos.
etc) O documento microfilmado tem o mesmo valor do do-
Velocidade de digitalização. cumento original. Isso permite que após a microfilmagem,
Tamanho dos arquivos a serem armazenados. a empresa possa eliminar o documento em papel, restando
Disponibilidade dos equipamentos (uso em redes, apenas os rolos compactos de microfilme.
departamentos, etc)
O mundo acompanha a tecnologia?
Para melhor custo-benefício da empresa ou pessoa É preciso estar atualizado e rever as necessidades para
física, a escolha do Scanner depende da necessidade de melhor adaptação à era tecnológica. O digital é o futuro no
presente, novos conceitos e mudanças, não só operacio-
cada um, já há variações de modelos de Scanners que se
nais, mas principalmente culturais.
adaptam as necessidades do usuário. O mundo digital só é implantado para melhora de ve-
Hoje existem Scanners disponíveis que digitalizam até locidade nos processos feitos com folhas de papel, porque
210 folhas por minuto (os Scanners para Produção) e Scan- hoje, em qualquer parte do planeta, o mundo dos negócios
ners de mesa que digitalizam até 100 páginas por minuto de exige agilidade. “Tempo é dinheiro”.
(os Scanners Profissionais de Alta Velocidade),como tam- As tecnologias estão a cada dia otimizando os aspectos
bém existem scanners portáteis e compactos que funcio- de rapidez de acesso às informações e observando cada
nam sem fonte de alimentação e que digitalizam até 20 vez mais o aumento da produtividade. A adaptação ao
páginas por minuto frente e verso. processo digital é mais que essencial, afinal ninguém quer
Scanners de rede permitem que usuários de médios e parar a evolução e nem ficar pra trás.3
grandes escritórios compartilhem o mesmo equipamento. 3 Fonte: www.netscandigital.com

57
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
6. GESTÃO DA QUALIDADE > Conformidade:  É a contrapartida da qualidade
planejada, ou seja, é a qualidade real que o produto
Pode-se definir a gestão da qualidade como qualquer oferece (àquela que o cliente recebe). Dependendo da
atividade coordenada de direção e controle dos processos, taxa de sucesso do planejamento, ela pode ser próxima ou
que possui como principal objetivo a melhoria de produtos distante da qualidade planejada. Se ao final houver baixa
e serviços, visando ainda garantir a satisfação total dos conformidade, significa também que o produto é de baixa
clientes. A primeira abordagem da qualidade surgiu durante qualidade, pois um produto ou serviço bem feito é aquele
a Segunda Guerra Mundial e tinha como única finalidade a que está dentro das especificações que foram planejadas.
correção de erros nos produtos bélicos dos exércitos. Com
a expansão da indústria no início do século XX, surgiu o > Especificações:  O elemento de especificação se
controle da qualidade, que visava a uniformidade dos refere à descrição da produto, ou de sua determinação
processos, sem haver uma preocupação explícita com a circunstancial. São as características do produto. As
especificações descrevem o produto ou serviço em termos
qualidade em si, mas sim com a atividade da empresa em
de sua utilidade, desempenho e atributos. Com isso, nós
geral.
temos a “qualidade planejada’’ que estabelece como o
Após o término da Segunda Guerra, ocorreram
produto ou serviço devem ser. 
novos avanços nos estudos da qualidade (muito devido
ao sucesso da produção em massa de Ford). Com isso, > Adequação ao uso:  A adequação dependerá da
foi desenvolvido o conceito do controle estatístico da perspectiva do cliente. Essa perspectiva abrange dois
qualidade, o que posteriormente abriria as portas para aspectos distintos: a qualidade de projeto e a ausência
pesquisas mais aprofundadas sobre o assunto. Já dentro de deficiências. O primeiro compreende as características
do contexto mundial, a qualidade é visualizada como uma do produto que atendem às necessidades do cliente.
forma de gerenciamento que tem por finalidade melhorar Quanto mais o produto atender à sua finalidade, maior
de modo contínuo (Kaizen) o desempenho organizacional. será a qualidade do projeto. A ausência de deficiências
De acordo com os estudos sobre gestão da qualidade, compreende as falhas no cumprimento das especificações,
existem seis elementos nos quais a mesma se baseia, ou seja, quanto menor o número de falhas, mais alta será a
sendo eles: excelência, valor, especificações, conformidade, qualidade do produto ou serviço.
regularidade e adequação ao uso.
A gestão de qualidade é uma estratégia empresarial,
Elementos da Gestão da Qualidade bastante difundida, que visa associar qualidade a todas
> Excelência: Significa fazer o melhor que se consegue as etapas e processos de uma empresa ou organização. A
fazer. A excelência é considerada um valor por muitas gestão de qualidade não só apenas afeta a gestão da em-
organizações, sendo também um objetivo a ser seguido. presa, mas também os fornecedores e todos aqueles que
Em trabalharem junto à empresa.
O conceito da gestão de qualidade vem do toyotismo,
termos simples, quando falamos de gestão da que é um modo de produção japonês, do qual a Toyota foi
qualidade, utilizamos a palavra como sinônimo de um a precursora. O toyotismo foi a solução encontrada para
desempenho de alto nível, ou seja, trata-se basicamente a produção no Japão pós segunda guerra. A situação que
do «fazer bem feito», que é o ideal da própria excelência eles tinham era bem diferente da americana, por isso o for-
(boas práticas que conduzem à inovação e melhoram o dismo não pode ser usado no Japão. O método japonês era
um sistema flexível. A mão de obra não era extremamente
resultado).
segmentada como a de Henry Ford, e era multifuncional,
dando flexibilidade para a produção japonesa da época
> Regularidade: Significa a redução da variação que
que era pequena, e tinha recursos escassos. O modelo de
ocorre em qualquer processo de trabalho, seja fabricar um Toytota valorizava a capacitação dos profissionais e a efi-
produto ou prestar um serviço. Qualidade, em seu conceito, ciência. Esta é a sua semelhança com a gestão de quali-
também é sinônimo de regularidade e confiabilidade. Dessa dade.
maneira, quanto menor for a variação de um produto (suas A gestão de qualidade objetiva aumentar a satisfação
características ou desconformidades), mais qualidade ele dos clientes com o produto, ter uma melhor eficiência de
conseguirá ter e vice-versa. Trata-se de um dos principais produção, reduzir os custos, formar um sistema que faci-
pontos na gestão da qualidade. lite buscar novos mercados e novas parcerias com outras
empresas.
> Valor: O valor é a apreciação feita pelo indivíduo da
importância de um bem, tendo como base sua utilidade, A implementação da gestão de qualidade
aspecto e características. Num primeiro momento, significa
produto de luxo ou de alto desempenho. Quanto mais Muitos empresários se inibem na hora de implantar a
alta a qualidade do produto, consequentemente mais alto gestão de qualidade em suas empresas, estas sendo nor-
será o seu preço, uma vez que, mais qualidade implica em malmente de pequeno e médio porte. Isso acontece por
custos maiores.  que muita gente pensa que são necessários processos ca-
ros e trabalhosos para implantar a gestão de qualidade.
Mas isto não é verdade.

58
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
Claro que em grandes empresas o processo acaba Liderança: cabe aos líderes em uma organização criar
sendo feita de maneira mais complexa e com investimen- e manter um ambiente propício para que os envolvidos no
tos maiores. Mas a gestão de qualidade pode ser levada processo desempenhem suas atividades de forma adequa-
para dentro das empresas sem grandes gastos. A gestão da e que se sintam motivadas e comprometidas a atingir os
de qualidade é uma série de conceitos que precisam ser objetivos da organização;
absorvidos por cada um dos profissionais que trabalham Envolvimento das pessoas: toda organização é forma-
dentro da empresa. E para isto não são gastos financei- da por pessoas que, em conjunto, constituem a essência da
ros que precisamos, e sim liderança e motivação para fazer organização. Portanto, a gestão da qualidade deve com-
com que todos mudem a sua maneira de pensar para a preender o envolvimento de todos, o que possibilitará o
empresa como um todo poder melhorar. uso de sãs habilidades para o benefício da organização;
Abordagem por processos: a abordagem por proces-
Princípios da gestão de qualidade sos permite uma visão sistêmica do funcionamento da em-
A gestão de qualidade total, como às vezes é chamada, presa como um todo, possibilitando o alcance mais eficien-
tem alguns princípios básicos, listados abaixo: te dos resultados desejados;
Qualidade é algo que pode e deve ser gerenciada;
Abordagem sistêmica: a abordagem sistêmica na ges-
Problemas devem ser prevenidos, não remediados;
tão da qualidade permite que os processos inter-relacio-
Processos e não pessoas são os frutos dos problemas;
nados sejam identificados, entendidos e gerenciados de
Todo mundo tem um fornecedor e um cliente;
Cada empregado da empresa é responsável por manter forma a melhorar o desempenho da organização como um
a qualidade; todo;
A qualidade precisa ser medida; Melhoria contínua: para que a organização consiga
A melhora da qualidade precisa ser contínua; manter a qualidade de seus produtos atendendo suas ne-
Objetivos são baseados em necessidades, não são cessidades atuais e futuras e encantando-o (excedendo
negociados; suas expectativas), é necessário que ela tenha seu foco vol-
O padrão de qualidade é livre de defeitos; tado sempre para a melhoria contínua do seu processo e
Planejar e organizar para melhorar a qualidade; produto/serviço;
O gerenciamento deve liderar e estar envolvido Abordagem factual para a tomada de decisão: todas
diariamente no processo. as decisões dentro de um sistema de gestão de qualidade
devem se tomadas com base em fatos, dados concretos e
A gestão de qualidade é uma filosofia empresarial. análise de informações, o que implica na implementação e
Uma empresa que trabalha efetivamente com ela tem as manutenção de um sistema eficiente de monitoramento;
suas fundações baseadas na busca pelo melhor a cada dia Benefícios mútuos nas relações com fornecedores: a
que passa. Uma placa dourada, pendurada na parede, com organização deve buscar o relacionamento de benefício
os princípios da empresa em baixo relevo é bonito, mas se mútuo com seus fornecedores através do desenvolvimento
cada um dentro da organização não acreditar e viver aqui- de alianças estratégicas, parcerias e respeito mútuo, pois
lo, de nada adianta.4 o trabalho em conjunto de ambos facilitará a criação de
valor.5
A gestão da qualidade pode ser definida como sen-
do qualquer atividade coordenada para dirigir e controlar
uma organização no sentido de possibilitar a melhoria de
produtos/serviços com vistas a garantir a completa satis-
NOÇÕES SOBRE CONTRATOS
fação das necessidades dos clientes relacionadas ao que
está sendo oferecido, ou ainda, a superação de suas ex- ADMINISTRATIVOS.
pectativas.
Desta forma, a gestão da qualidade não precisa, ne-
cessariamente, implicar na adoção de alguma certificação
embora este seja o meio mais comum e o mais difundido,
porém, sempre envolve a observância de alguns conceitos Contratos, sejam eles de caráter público ou privado, é
básicos, ou princípios de gestão da qualidade, que podem a convenção estabelecida entre duas ou mais pessoas, com
e devem ser observados por qualquer organização. A sa- as respectivas manifestações de vontades, para constituir,
ber: regulamentar ou extinguir entre as partes uma relação
Focalização no cliente: qualquer organização tem jurídica, sendo certo que para a validade do contrato exige
como motivo de sua existência a satisfação de determina- acordo de vontades, agente capaz, objeto lícito e forma
da necessidade de seu cliente, seja com o oferecimento de prescrita ou não proibida em lei.
um produto ou serviço. Portanto, o foco no cliente é um Assim, segundo os ensinamentos do jurista Celso
princípio fundamental da gestão da qualidade que deve Antônio Bandeira de Mello, temos o conceito de contratos
sempre buscar o atendimento pleno das necessidades do administrativos:
cliente sejam elas atuais ou futuras e mesmo a superação
das expectativas deste;
4 Fonte: adm.esobre.com 5 Fonte: www.infoescola.com

59
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
“É um tipo de avença travada entre a Administração e dispensa ou inexigibilidade de licitação, a sujeição dos
terceiros na qual, por força de lei, de cláusulas pactuadas ou contratantes às normas específicas da Lei 8.666/93 e as
do tipo do objeto, a permanência do vínculo e as condições cláusulas contratuais.
preestabelecidas assujeitam-se a cambiáveis imposições Fiscalização: A execução do contrato deverá ser
de interesse público, ressalvado os interesses patrimoniais acompanhada e fiscalizada por um representante da
do contratante privado”. Administração Pública especialmente designado para tal
fim, permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e
Em outras palavras, temos que contrato administrativo subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição.
é a convenção firmada pela Administração Pública, agindo O representante da Administração anotará em
nesta qualidade, com particulares ou então com outras registro próprio todas as ocorrências relacionadas com a
entidades administrativas mesmo, nos termos pactuados execução do contrato, determinando o que for necessário
pela contratante (administração pública), de acordo com à regularização das faltas ou defeitos por ele observados.
o interesse coletivo, e sob a esfera do direito público, As decisões e providências que ultrapassarem a
ficando o particular contratado condicionado a suportar competência do representante deverão ser solicitadas a
as cláusulas impostas pela administração, em razão do seus superiores em tempo hábil para a adoção das medidas
atendimento do interesse público. convenientes.
Não se pode confundir contrato administrativo Pessoalidade: Os contratos administrativos são, em regra,
com contrato da administração, visto que nos contratos contratos pessoais, e a execução dos termos contratados
da administração, temos o ajuste firmando entre a devem ser cumpridos pelas pessoas (físicas ou jurídicas)
administração pública e o particular, entretanto, o poder que se obrigou diante o Poder Público. É imprescindível
público não figura utilizando-se de suas prerrogativas, a pessoalidade nos contratos administrativos, tendo em
sendo que tal avença é regida pelo direito privado. vista que há celebração após a realização de licitação
em que se busca não apenas a proposta mais favorável a
Características Administração Pública, mas também a selecionar a pessoa
Em razão dos poderes e prerrogativas conferidos (física ou jurídica) que ofereça as condições necessárias de
a Administração Pública, fica autorizada a determinar
assegurar a execução do objeto contratado.
alterações e modificações nas prestações devidas
pelo particular contratado, em razão das necessidades
Vigência
públicas, e ainda tem o poder de acompanhar e fiscalizar
A extinção do contrato pelo término de seu prazo é
sistematicamente a execução, podendo impor sanções
a regra dos ajustes por tempo determinado. Necessário
estipuladas previamente quando irregularidades a
é, portanto, distinguir os contratos que se extinguem
ensejarem e a rescindir o contrato de forma unilateral,
pela conclusão de seu objeto e os que terminam pela
quando houver legítimo interesse público.
expiração do prazo de sua vigência: nos primeiros, o que
Em suma, temos que os contratos administrativos
revelam-se na seguinte dualidade: inicialmente, temos a se tem em vista é a obtenção de seu objeto concluído,
Administração Pública podendo gozar de todas as suas operando o prazo como limite de tempo para a entrega
prerrogativas e poderes indispensáveis a proteção aos da obra, do serviço ou da compra sem sanções contratuais;
direitos e interesses públicos, e de outro modo, temos que nos segundos o prazo é de eficácia do negócio jurídico
é de competência do particular conferir integral garantia contratado, e assim sendo, expirado o prazo, extingue-se
aos interesses privados que ditaram sua participação nos o contrato, qualquer que seja a fase de execução de seu
estreitos limites contratuais. objeto, como ocorre na concessão de serviço público, ou
Assim, a doutrina administrativa identifica como na simples locação de coisa por tempo determinado. Há,
principais características pertinentes aos contratos portanto, prazo de execução e prazo extintivo do contrato.
administrativos seu caráter consensual, formais, onerosos,
entre outros. Entretanto, merecem maiores esclarecimentos Alterações contratuais
outras características, senão vejamos a seguir. Os contratos administrativos possuem características
peculiares, diferenciando-os dos contratos privados, que é
Contrato de Adesão: Os contratos administrativos a existência de cláusulas exorbitantes.
têm a característica de serem típicos contratos de adesão, Tais cláusulas decorrem de lei e conferem a
onde uma das partes (neste caso a Administração Pública) administração pública prerrogativas específicas de direito
propõe as cláusulas e a outra parte não pode propor público, são denominadas de “exorbitantes” porque as
alterações, supressões ou acréscimo, simplesmente aceita cláusulas extrapolam aquilo que seria admitido no direito
as suas condições e cláusulas ou não. privado.
Formalismo: Em regras gerais, todos os contratos
administrativos devem ser formais e escritos, sendo que - Exigência de Garantia: A exigência de que os
todo o contrato deve mencionar obrigatoriamente os licitantes e contratados prestem garantias, visa assegurar o
nomes das partes e seus representantes legais, a finalidade adequado adimplemento do contrato, ou nas hipóteses de
do contrato, o ato administrativo que autorizou a sua inexecução do objeto contratado, facilitar o ressarcimento
celebração, o número do processo de licitação, da possível dos prejuízos sofridos pela Administração Pública.

60
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
- Alteração Unilateral do Contrato: A possibilidade - Da Inexecução total ou parcial do Contrato: Pela
de alteração unilateral do contrato efetuado entre a inexecução total ou parcial do contrato a Administração
Administração e o contratado deve sempre ter o objetivo de poderá, sempre garantida a prévia defesa, aplicar ao
sua adequação às finalidades do interesse coletivo, devem contratado as seguintes sanções:
ainda respeitar os direitos do administrado, principalmente a) Advertência;
o direito ao restabelecimento do equilíbrio econômico- b) Multa, na forma prevista no instrumento convocatório
financeiro originalmente estabelecido em contrato. ou no contrato;
- Aplicação Direta de Sanções: A possibilidade de c) Suspensão temporária de participação em licitação e
aplicação de sanções administrativas pelo Poder Público, impedimento de contratar com a Administração, por prazo
quando verificada irregularidades do particular na execução não superior a 2 (dois) anos;
do contrato , independe de prévia manifestação do Poder d) Declaração de inidoneidade para licitar ou contratar
Judiciário. com a Administração Pública enquanto perdurarem os motivos
- Possibilidade de Rescisão Unilateral do Contrato: A determinantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação
possibilidade de rescindir de maneira unilateral o contrato perante a própria autoridade que aplicou a penalidade, que será
administrativo se dá diante da supremacia jurídica da concedida sempre que o contratado ressarcir a Administração
administração pública perante o particular, tendo em vista pelos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção
que o contrato administrativo foi celebrado sob a esfera do aplicada com base no inciso anterior.
direito público.
Do reequilíbrio econômico-financeiro
Extinção do contrato administrativo A alteração do contrato administrativo se dará visando
A extinção do contrato administrativo é o término do o restabelecimento da relação que as partes pactuaram
vínculo de obrigações assumidas entre a administração inicialmente entre encargos e remuneração, objetivando a
pública e o particular contratado. E extinção pode se dar manutenção do equilíbrio da equação financeira inicial na
em razão de da conclusão do objeto contratado, ou então hipótese de sobrevirem fatos supervenientes, imprevisíveis
ou previsíveis de consequências incalculáveis que possam
do término do prazo previsto para a vigência do contrato,
retardar ou impedir a execução do contrato em caso de força
ou ainda a ocorrência de anulação ou rescisão do contrato.
maior, caso fortuito, fato do princípio que configura uma
- Anulação: A anulação de um contrato administrativo
alteração econômica extraordinária e extracontratual.
segue as regras análogas dos Atos Administrativos, ou
Entretanto, para que seja possível a identificação
seja, um contrato administrativo deve ser anulado quando
de eventual desequilíbrio entre os valores pactuados no
constatado ilegalidades em sua celebração. A anulação de
contrato administrativo e a realidade praticada no mercado
contrato administrativo pode ser realizada pelo próprio privado, é importante o acompanhamento e a gestão do
Poder Público, de ofício ou quando provocado, ou então contrato, bem como a fiscalização sobre a boa execução
pelo Poder Judiciário, mediante prévia provocação e das cláusulas e obrigações pactuadas.
sempre por motivo de ilegalidade ou ilegitimidade. Para tanto é conferida a Administração Pública as
- Rescisão: As causas gerais que ensejam a rescisão de prerrogativas e cláusulas exorbitantes, objetivando sempre a
contrato administrativo estão descritas no artigo 78, e seus supremacia do interesse coletivo sobre o interesse privado.
incisos da Lei 8.666/93. Quando, durante a gestão e fiscalização do cumprimento
Há hipóteses em que autorizam a rescisão unilateral do contrato administrativo, a Administração Pública verificar
pela administração do contrato administrativo, e outras descumprimento de cláusula contratual, atrasos na execução
que ensejam rescisão judicial ou rescisão consensual dos serviços contratados, má execução de serviços, entre
entre os contratantes, havendo ainda causas de rescisão outras situações que possam lesar o interesse público, o
decorrentes de interesse público superveniente e de força Poder Público poderá adotar as providências no sentido de
maior ou caso fortuito. Para tanto é necessário o estudo punir a empresa contratada.
das hipóteses previstas na Lei 8.666/93.
Garantia contratual
Sanção administrativa A garantia contratual não excederá a 5% (cinco por
- Do Atraso Injustificado: O atraso injustificado na cento) do valor do contrato e terá seu valor atualizado nas
execução do contrato sujeitará o contratado à multa de mesmas condições pactuadas contratualmente.
mora, na forma prevista no instrumento convocatório Entretanto, nos casos de obras, serviços e fornecimentos
ou no contrato. A aplicação da multa administrativa não de grande vulto envolvendo alta complexidade técnica e
impede que a Administração Pública promova a rescisão riscos financeiros consideráveis, demonstrados por meio de
unilateral do contrato e ainda aplique demais sanções. parecer tecnicamente aprovado pela autoridade competente,
A multa, aplicada após regular processo administrativo, o limite de garantia poderá ser elevado para até 10% (dez por
será descontada da garantia do respectivo contratado, e cento) do valor do contrato.
caso a multa for de valor superior ao valor da garantia A garantia prestada pelo contratado será liberada
prestada, além da perda desta garantia em favor da ou restituída após a execução do contrato e, quando em
Administração, responderá o contratado pela sua diferença, dinheiro, atualizada monetariamente. Nos casos de contratos
a qual será descontada dos pagamentos eventualmente que importem na entrega de bens pela Administração, dos
devidos pela Administração ou ainda, quando for o caso, quais o contratado ficará depositário, ao valor da garantia
cobrada judicialmente. deverá ser acrescido o valor desses bens.

61
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
Administrar com as pessoas significa tocar a organização
juntamente com os colaboradores e parceiros internos que
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE PESSOAL, DE mais entendem dela, dos seus negócios e do seu futuro.
MATERIAL E DE PATRIMÔNIO. Uma nova visão das pessoas não mais como um recurso
organizacional, um objeto servil ou mero sujeito passivo do
processo, mas fundamentalmente como um sujeito ativo
e provocador das decisões, empreendedor das ações e
Prezado Candidato , o tema acima supracitao , já foi criador da inovação dentro das organizações. Mais do que
abordado em tópicos anteriores. isso, um agente proativo dotado de visão própria e, sobre
tudo, de inteligência, a maior e a mais avançada e sofisticada
A Gestão de Pessoas é fundamental para o sucesso habilidade humana.
de uma empresa no mundo empresarial cada fez mais Em um paradigma mais antigo, o da Administração de
globalizado e competitivo. Recursos Humanos (ARH), as pessoas eram vistas como mais
Gestão de pessoas “é o conjunto de decisões integradas um recurso. Na Gestão de Pessoas, elas são vistas como
parceiras, colaboradoras ativas.
sobre as relações de emprego que influenciam a eficácia dos
Gestão de Pessoas atua na área do subsistema social, e há
funcionários e das organizações. Assim, todos os gerentes
na organização também o subsistema técnico. A interação da
são, em certo sentido, gerentes de pessoas, porque todos gestão de pessoas com outros subsistemas, especialmente
eles estão envolvidos em atividades como recrutamento, o técnico, envolve alinhar objetivos organizacionais e
entrevistas, seleção e treinamento” (CHIAVENATO, 2005, p individuais. As pessoas precisam ter competência para
9). realizar as atividades e entregas que possam contribuir
A gestão de pessoas é uma das áreas que mais tem com a organização, do contrário poderia haver inúmeras
sofrido mudanças e transformações nos últimos anos. consequências negativas nas mais diferentes áreas (financeira,
Não apenas nos seus aspectos tangíveis e concretos como por exemplo). É também por isso que a área de gestão de
principalmente nos aspectos conceituais e intangíveis. pessoas sempre atua em parceria com outras áreas.
A visão que se tem hoje da área é totalmente diferente
de sua tradicional configuração, quando recebia o nome A Gestão de Pessoas se baseia em três aspectos
Administração de Recursos Humanos (ARH). Muita coisa fundamentais
mudou. A Gestão de Pessoas tem sido a responsável pela
excelência das organizações bem sucedidas e pelo aporte 1. As pessoas como seres humanos: dotados de
de capital intelectual que simboliza, mais do que tudo, a personalidade própria e profundamente diferentes
importância do fator humano em plena Era da Informação. entre si, com uma história particular e diferenciada,
A Gestão de Pessoas é uma área muito sensível possuidores de conhecimentos, habilidades, destrezas e
à mentalidade que predomina nas organizações. Ela capacidades indispensáveis à adequada gestão dos recursos
é contingencial e situacional, pois depende de vários organizacionais. Pessoas como pessoas e não como meros
aspectos, como a cultura que existe em cada organização, recursos da organização.
da estrutura organizacional adotada, das características
do contexto ambiental, do negócio da organização, da 2. As pessoas como ativadores inteligentes de recursos
tecnologia utilizada, dos processos internos e de uma organizacionais: como elementos impulsionadores da
infinidade de outras variáveis importantes. organização e capazes de dotá-la de inteligência, talento
O papel da Administração para a Gestão de Pessoas e aprendizados indispensáveis à sua constante renovação
e competitividade em um mundo de mudanças e desafios.
tem como definição, o ato de trabalhar com e através de
As pessoas como fonte de impulso próprio que dinamiza
pessoas para realizar os objetivos tanto da organização
a organização e não como agentes passivos, inertes e
quanto de seus membros.
estáticos.
A maneira pela qual as pessoas se comportam,
decidem, age, trabalham, executam, melhoram suas 3. As pessoas como parceiras da organização: capazes
atividades, cuidam dos clientes e tocam os negócios das de conduzi-la á excelência e ao sucesso. Como parceiros,
empresas varia em enormes dimensões. E essa variação as pessoas fazem investimentos na organização — como
depende, em grande parte, das políticas e diretrizes das esforço, dedicação, responsabilidade, comprometimento,
organizações a respeito de como lidar com as pessoas riscos etc. — na expectativa de colher retornos desses
em suas atividades. Em muitas organizações, falava- investimentos — como salários, incentivos financeiros,
se até pouco tempo em  relações industriais, em outras crescimento profissional, carreira etc. Qualquer investimento
organizações, fala-se em  administração de recursos somente se justifica quando traz um retorno razoável. Na
humanos, fala-se agora em administração de pessoas, com medida em que o retorno é bom e sustentado, a tendência
uma abordagem que tende a personalizar e a visualizar certamente será a manutenção ou aumento do investimento.
as pessoas como seres humanos, dotados de habilidades Daí o caráter de reciprocidade na interação entre pessoas e
e capacidades intelectuais. No entanto, a tendência que organizações. E também o caráter de atividade e autonomia
hoje se verifica está voltada para mais além: fala-se agora e não mais de passividade e inércia das pessoas. Pessoas
em administração com as pessoas. como parceiros ativos da organização e não como meros
sujeitos passivos.

62
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
CARACTERÍSTICAS • Proporcionar competitividade à organização.
• Proporcionar à organização talentos bem treinados
A Gestão de Pessoas é caracterizada pela: e motivados.
participação, capacitação, envolvimento e • Aumentar a autoatualização e a satisfação das
desenvolvimento do bem mais precioso de uma pessoas no trabalho.
organização que é o capital humano que nada mais são • Desenvolver e manter qualidade de vida no
que as pessoas que a compõem. trabalho.
Cabe a área de gestão de pessoas a função de • Administrar a mudança.
humanizar as empresas. A gestão de pessoas é um assunto • Manter política ética e comportamento
tão atual na área de administração, mas que ainda é um socialmente responsável
discurso para muitas organizações, ou seja, em muitas
delas ainda não se tornou uma ação pratica. Desafios
Atualmente nas relações de trabalho vem ocorrendo Retenção de talentos - Para manter e reter um talento,
mudanças conforme as exigências que o mercado impõe a empresa deve se valer de instrumentos de identificação
ou na forma de gerir pessoas. Devido a isto, pode-se de potenciais. Esse é o primeiro passo para investir no de-
observar uma importante mudança nos modelos de senvolvimento ou aprimoramento de pessoas. As empresas
gestão, e neste processo o de “gestão de pessoas” para que mais desejadas pelos profissionais são as que fazem um
possam alcançar o nível de competência desejado. processo de gestão de pessoas planejado. A montagem de
um banco de talentos, no qual estas são preparadas para
Participação: assumir posições-chave é um caminho.
As pessoas são capazes de conduzir a organização ao Essa alternativa pode ser combinada com um planeja-
sucesso. Com a participação as pessoas fazem investimentos mento estratégico que indicará que tipo de pessoas serão
como esforço, dedicação e responsabilidade, na esperança necessárias a médio e a longo prazo. O uso dessas táticas
de retorno por meio de incentivos financeiros, carreira, etc. diferenciadas distingue claramente as empresas que estão
Capacitação: sempre na vanguarda, onde o talento da casa consolida
Pessoas com competências essenciais ao sucesso e abre novos mercados com inovações, enquanto outras
organizacional. A construção de uma competência é correm atrás na tentativa de recuperar o profissional e o
extremamente difícil, leva tempo para o aprendizado e espaço perdido.
maturação. É preciso dar contrapartidas para reter os colaborado-
Envolvimento: res, o que se faz buscando alternativas para oferecer o que
A pessoa que agrega inteligência ao negócio da os jovens estão buscando. As redes sociais ampliaram mui-
organização a torna competitiva, isto significa, saber criar, to as informações, levando-os a identificar mais oportuni-
desenvolver e aplicar as habilidades e competências na dades no mercado de trabalho.
força de trabalho. Choque de gerações - As gerações se diferenciam em
Desenvolvimento: características, porém as competências podem e devem ser
Construir e proteger o mais valioso patrimônio da trabalhadas. Elas se ajustam ao que ocorre no meio am-
organização é preparar e capacitar de forma contínua biente. Os baby boomers, por exemplo, estão acostumados
as pessoas. O trabalho deve estar adequado às suas a hierarquias mais verticalizadas. A Geração Y não tende a
competências de forma balanceada. fidelização. Para conter sua impulsividade é preciso identi-
ficar o que querem os jovens e ofertar algo adequado.
Equilíbrio Organizacional Nesse caso, nem sempre a remuneração tem maior
Essa teoria surgiu dos apontamentos feitos sobre peso, mas sim, a liberdade, a autonomia, a criação, o res-
motivação, mais especialmente sobre as analises de peito e o reconhecimento. O conflito de gerações reflete-se
comportamento que produzem a cooperação por parte nos resultados das organizações. O embate ocorre quando
dos indivíduos. Ela resume essa relação entre pessoas e não há qualquer planejamento por parte destas. Cada ge-
organização como sendo um sistema onde a organização ração futura virá com características próprias diferenciadas
recebe cooperação dos colaboradores sob a forma de e um jeito distinto de olhar o mundo.
dedicação ou de trabalho e em troca oferece vantagens Ambiente  - Hoje, com a presença maciça dos jovens
e incentivos, dentre os quais podemos citar os salários, no mercado de trabalho, ambientes e benefícios diferen-
prêmios de produção, gratificações, elogios, oportunidades, ciados têm sido uma expectativa e uma exigência da nova
etc. Isso facilita a existência de um processo harmonioso, geração. Não são todas as empresas que podem oferecer
alcançando-se assim o que chamamos de equilíbrio todos os benefícios pleiteados. Em um processo industrial,
organizacional. a maturação leva um pouco mais de tempo. O setor de
prestação de serviços e das empresas de tecnologia da in-
OBJETIVOS E DESAFIOS DA GESTÃO DE PESSOAS formação e da comunicação tem mais facilidade em criar
ambientes propícios à liberdade e à criatividade.
Objetivos: Papel dos Recursos Humanos - A área de Recursos Hu-
• Ajudar a organização a alcançar seus objetivos e manos precisa sair do operacional para assumir uma ca-
realizar sua missão. deira nas decisões estratégicas. Deve participar opinando e

63
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
mostrando alternativas de preparação dos profissionais. Antes disso, é preciso estar mais próximo dos clientes internos para
acompanhar mudanças, expectativas e identificar quem pode fazer parte de um plano de carreira e de desenvolvimento.
O profissional de RH precisa ser muito antenado, versátil e flexível para atender às necessidades internas e as de mer-
cado. O desafio das empresas é a estruturação de um processo de carreira, tanto horizontal quanto vertical. As pessoas
devem começar a ser valorizadas pelas entregas, inovações e projetos que fazem e não mais só pela posição que ocupam.
Trabalho além fronteiras - há muitas empresas brasileiras em processo de internacionalização, expandindo operações
para o Mercosul, Ásia, Europa e Estados Unidos. Esse processo requer profissionais especialmente treinados e preparados
que ocupem estes cargos-chave para gerir os negócios em outros países.
O movimento mostra que as empresas brasileiras estão no caminho certo e são competitivas. Para os profissionais, o
avanço ao mercado global é uma oportunidade de fazer uma carreira internacional e desenvolver competências; para as
empresas, uma forma de atingir vantagem competitiva.

GESTÃO DE PESSOAS E A RELAÇÃO COM OUTROS SISTEMAS DE ORGANIZAÇÃO

A gestão de pessoas é uma das áreas que mais tem sofrido mudanças e transformações nos últimos anos.
A Gestão de Pessoas tem sido a responsável pela excelência das organizações bem sucedidas e pelo aporte de capital
intelectual que simboliza, mais do que tudo, a importância do fator humano em plena Era da Informação.
Depende de vários aspectos, como a cultura que existe em cada organização, da estrutura organizacional adotada,
das características do contexto ambiental, do negócio da organização, da tecnologia utilizada, dos processos internos
e de uma infinidade de outras variáveis importantes.
O papel da Administração para a Gestão de Pessoas tem como definição, o ato de trabalhar com e através de pessoas
para realizar os objetivos tanto da organização quanto de seus membros.
A maneira pela qual as pessoas se comportam, decidem, age, trabalham, executam, melhoram suas atividades, cuidam
dos clientes e tocam os negócios das empresas varia em enormes dimensões. E essa variação depende, em grande parte,
das políticas e diretrizes das organizações a respeito de como lidar com as pessoas em suas atividades.
Fala-se agora em administração de pessoas, com uma abordagem que tende a personalizar e a visualizar as pessoas
como seres humanos, dotados de habilidades e capacidades intelectuais. No entanto, a tendência que hoje se verifica está
voltada para mais além: fala-se agora em administração com as pessoas.
Administrar com as pessoas significa tocar a organização juntamente com os colaboradores e parceiros internos
que mais entendem dela, dos seus negócios e do seu futuro. Uma nova visão das pessoas não mais como um recurso
organizacional, um objeto servil ou mero sujeito passivo do processo, mas fundamentalmente como um sujeito ativo e
provocador das decisões, empreendedor das ações e criador da inovação dentro das organizações
Em um paradigma mais antigo, o da Administração de Recursos Humanos (ARH), as pessoas eram vistas como mais um
recurso. Na Gestão de Pessoas, elas são vistas como parceiras, colaboradoras ativas.

Pessoas como Recursos Pessoas como Parceiros


• Horário rigidamente estabelecido • Colaboradores agrupados em equipes
• Preocupação com normas e regras • Metas negociadas e compartilhadas
• Subordinação ao chefe • Preocupação com resultados
• Fidelidade à organização • Satisfação do cliente
• Dependência da chefia • Vinculação à missão e à visão
• Alienação em relação à organização • Interdependência entre colegas
• Ênfase na especialização • Participação e comprometimento
• Executoras de tarefas • Ênfase na ética e responsabilidade
• Ênfase nas destrezas manuais • Fornecedores de atividade
• Mão de obra • Ênfase no conhecimento
• Inteligência e talento

Uma característica essencial das organizações é que elas são sistemas sociais, com divisão de tarefas. É aí que entra
o conceito de Gestão de Pessoas! Gestão de Pessoas é um modelo geral de como as organizações se relacionam com as
pessoas.
Gestão de Pessoas atua na área do subsistema social, e há na organização também o subsistema técnico. A interação da
gestão de pessoas com outros subsistemas, especialmente o técnico, envolve alinhar objetivos organizacionais e individuais.

Essa teoria surgiu dos apontamentos feitos sobre motivação, mais especialmente sobre as analises de comportamento
que produzem a cooperação por parte dos indivíduos. Ela resume essa relação entre pessoas e organização como sendo
um sistema onde a organização recebe cooperação dos colaboradores sob a forma de dedicação ou de trabalho e em troca

64
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
oferece vantagens e incentivos, dentre os quais podemos são atos de regime público, sujeitos a pressupostos de
citar os salários, prêmios de produção, gratificações, existência e validade diversos dos estabelecidos para os
elogios, oportunidades, etc. Isso facilita a existência de atos jurídicos no Código Civil, e sim previstos na Lei de Ação
um processo harmonioso, alcançando-se assim o que Popular e na Lei de Processo Administrativo Federal. Ao
chamamos de equilíbrio organizacional. invés de autonomia da vontade, haverá a obrigatoriedade
do cumprimento da lei e, portanto, a administração só
poderá agir nestas hipóteses desde que esteja expressa e
previamente autorizada por lei7.
ATOS ADMINISTRATIVOS DE USO MAIS
FREQUENTE: CIRCULARES, AVISOS, PORTARIAS, Requisitos ou elementos

1) Competência: é o poder-dever atribuído a


determinado agente público para praticar certo ato
O ato administrativo é uma espécie de fato administrativo. A pessoa jurídica, o órgão e o agente público
administrativo e é em torno dele que se estrutura a base devem estar revestidos de competência. A competência é
teórica do direito administrativo. sempre fixada por lei.
Por seu turno, “a expressão atos da Administração 2) Finalidade: é a razão jurídica pela qual um ato
traduz sentido amplo e indica todo e qualquer ato que administrativo foi abstratamente criado pela ordem
se origine dos inúmeros órgãos que compõem o sistema jurídica. A lei estabelece que os atos administrativos
administrativo em qualquer dos Poderes. [...] Na verdade, devem ser praticados visando a um fim, notadamente, a
entre os atos da Administração se enquadram atos satisfação do interesse público. Contudo, embora os atos
que não se caracterizam propriamente como atos administrativos sempre tenham por objeto a satisfação do
administrativos, como é o caso dos atos privados da interesse público, esse interesse é variável de acordo com
Administração. Exemplo: os contratos regidos pelo direito a situação. Se a autoridade administrativa praticar um ato
privado, como a compra e venda, a locação etc. No mesmo fora da finalidade genérica ou fora da finalidade específica,
plano estão os atos materiais, que correspondem aos estará praticando um ato viciado que é chamado “desvio
fatos administrativos, noção vista acima: são eles atos da de poder ou desvio de finalidade”.
Administração, mas não configuram atos administrativos 3) Forma: é a maneira pela qual o ato se revela no
típicos. Alguns autores aludem também aos atos políticos mundo jurídico. Usualmente, adota-se a forma escrita.
ou de governo”6. Eventualmente, pode ser praticado por sinais ou gestos (ex:
Com efeito, a expressão atos da Administração trânsito). A forma é sempre fixada por lei.
é mais ampla. Envolve, também, os atos privados da 4) Motivo (vontade): vontade é o querer do
Administração, referentes às ações da Administração ato administrativo e dela se extrai o motivo, que é o
no atendimento de seus interesses e necessidades acontecimento real que autoriza/determina a prática
operacionais e instrumentais, agindo no mesmo plano do ato administrativo. É o ato baseado em fatos e
de direitos e obrigações que os particulares. O regime circunstâncias, que o administrador pode escolher, mas
jurídico será o de direito privado. Ex.: contrato de aluguel deve respeitar os limites e intenções da lei. Nem sempre
de imóveis, compra de bens de consumo, contratação os atos administrativos possuem motivo legal. Nos casos
de água/luz/internet. Basicamente, envolve os interesses em que o motivo legal não está descrito na norma, a lei
particulares da Administração, que são secundários, para deu competência discricionária para que o sujeito escolha
que ela possa atender aos interesses primários – no âmbito o motivo legal (o motivo deve ser oportuno e conveniente).
destes interesses primários (interesses públicos, difusos e A teoria dos Motivos Determinantes afirma que os motivos
coletivos) é que surgem os atos administrativos, que são alegados para a prática de um ato administrativo ficam
atos públicos da Administração, sujeitos a regime jurídico a ele vinculados de tal modo que a prática de um ato
de direito público. administrativo mediante a alegação de motivos falsos ou
inexistentes determina a sua invalidade.
Atos da Administração ≠ Atos administrativos. 5) Objeto (conteúdo): é o que o ato afirma ou declara,
Atos privados da Administração = atos da manifestando a vontade do Estado. A lei não fixa qual
Administração → regime jurídico de direito privado. deve ser o conteúdo ou objeto de um ato administrativo,
Atos públicos da Administração = atos restando ao administrador preencher o vazio nestas
administrativos → regime jurídico de direito público. situações. O ato é branco/indefinido. No entanto, deve se
demonstrar que a prática do ato é oportuna e conveniente.
Os atos administrativos se situam num plano superior Obs.: Quando se diz que a escolha do motivo e
de direitos e obrigações, que visam atender aos interesses do objeto do ato é discricionária não significa que seja
públicos primários, denominados difusos e coletivos. Logo, arbitrária, pois deve se demonstrar a oportunidade e a
conveniência.
6 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de
direito administrativo. 28. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 7 BALDACCI, Roberto Geists. Direito administra-
2015. tivo. São Paulo: Prima Cursos Preparatórios, 2004.

65
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
Mérito = oportunidade + conveniência podem ser voluntários e naturais. Os fatos administrativos
voluntários se materializam de duas maneiras: 1ª) por
Classificação atos administrativos, que formalizam a providência
desejada pelo administrador através da manifestação
a) Quanto ao seu alcance: da vontade; 2ª) por condutas administrativas, que refletem
1) Atos internos: praticados no âmbito interno os comportamentos e as ações administrativas, sejam ou
da Administração, incidindo sobre órgãos e agentes não precedidas de ato administrativo formal. Já os fatos
administrativos. administrativos naturais são aqueles que se originam de
2) Atos externos: praticados no âmbito externo da fenômenos da natureza, cujos efeitos se refletem na órbita
Administração, atingindo administrados e contratados. São administrativa. Assim, quando se fizer referência a fato
obrigatórios a partir da publicação. administrativo, deverá estar presente unicamente a noção
de que ocorreu um evento dinâmico da Administração”8.
b) Quanto ao seu objeto:
1) Atos de império: praticados com supremacia em
relação ao particular e servidor, impondo o seu obrigatório a) Atos normativos: são atos gerais e abstratos
cumprimento. visando a correta aplicação da lei. É o caso dos decretos,
2) Atos de gestão: praticados em igualdade de regulamentos, regimentos, resoluções, deliberações.
condição com o particular, ou seja, sem usar de suas b) Atos ordinatórios: disciplinam o funcionamento da
prerrogativas sobre o destinatário. Administração e a conduta de seus agentes. É o caso de
3) Atos de expediente: praticados para dar andamento instruções, circulares, avisos, portarias, ofícios, despachos
a processos e papéis que tramitam internamente na administrativos, decisões administrativas.
administração pública. São atos de rotina administrativa. c) Atos negociais: são aqueles estabelecidos entre
Administração e administrado em consenso. É o caso de
Obs.: Demais classificações do tópico 4.11 ao 4.14. licenças, autorizações, permissões, aprovações, vistos,
dispensa, homologação, renúncia.
Atributos
d) Atos enunciativos: são aqueles em que a
Administração certifica ou atesta um fato sem vincular ao
1) Imperatividade: em regra, a Administração decreta
seu conteúdo. É o caso de atestados, certidões, pareceres.
e executa unilateralmente seus atos, não dependendo
e) Atos punitivos: são aqueles que emanam punições
da participação e nem da concordância do particular.
aos particulares e servidores.
Do poder de império ou extroverso, que regula a forma
unilateral e coercitiva de agir da Administração, se extrai a
“Uma questão interessante que merece ser analisada no
imperatividade dos atos administrativos.
tocante ao ato administrativo é a omissão da Administração
2) Autoexecutoriedade: em regra, a Administração
pode concretamente executar seus atos independente da Pública ou, o chamado silêncio administrativo. Essa omissão
manifestação do Poder Judiciário, mesmo quando estes é verificada quando a administração deveria expressar uma
afetam diretamente a esfera jurídica de particulares. pronúncia quando provocada por administrado, ou para fins
3) Presunção de veracidade: todo ato editado de controle de outro órgão, e não o faz. Para Celso Antônio
ou publicado pela Administração é presumivelmente Bandeira de Mello, o silêncio da administração não é um ato
verdadeiro, seja na forma, seja no conteúdo, o que se jurídico, mas quando produz efeitos jurídicos, pode ser um
denomina “fé pública”. Evidente que tal presunção é relativa fato jurídico administrativo. [...] Denota-se que o silêncio
( juris tantum), mas é muito difícil de ser ilidida. Só pode pode consistir em omissão, ausência de manifestação
ser quebrada mediante ação declaratória de falsidade, que de vontade, ou não. Em determinadas situações poderá
irá argumentar que houve uma falsidade material (violação a lei determinar a Administração Pública manifestar-
física do documento que traz o ato) ou uma falsidade se obrigatoriamente, qualificando o silêncio como
ideológica (documento que expressa uma inverdade). manifestação de vontade. Nesses casos, é possível afirmar
4) Presunção de legitimidade: Sempre que a que estaremos diante de um ato administrativo. [...] Desta
Administração agir se presume que o fez conforme a lei. Tal forma, quando o silêncio é uma forma de manifestação de
presunção é relativa ( juris tantum), podendo contudo ser vontade, produz efeitos de ato administrativo. Isto porque
ilidida por qualquer meio de prova. a lei pode atribuir ao silêncio determinado efeito jurídico,
Obs.: Todo ato administrativo tem presunção após o decurso de certo prazo. Entretanto, na ausência
de veracidade e de legitimidade, mas nem todo ato de lei que atribua determinado efeito jurídico ao silêncio,
administrativo é imperativo (pode precisar da concordância estaremos diante de um fato jurídico administrativo”9.
do particular, a exemplo dos atos negociais).
8 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de
direito administrativo. 28. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris,
Fato administrativo é a “atividade material no exercício 2015.
da função administrativa, que visa a efeitos de ordem 9 SCHUTA, Andréia. Breves considerações acerca do
prática para a Administração. [...] Os fatos administrativos silêncio administrativo. Migalhas, 24 jul. 2008.

66
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
Cassação é a retirada do ato administrativo em CAPÍTULO I
decorrência do beneficiário ter descumprido condição tida DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
como indispensável para a manutenção do ato. Embora
legítimo na sua origem e na sua formação, o ato se torna Art. 1o  Esta Lei estabelece normas básicas sobre o
ilegal na sua execução a partir do momento em que o processo administrativo no âmbito da Administração
destinatário descumpre condições pré-estabelecidas. Por Federal direta e indireta, visando, em especial, à proteção
exemplo, uma pessoa obteve permissão para explorar o dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento
serviço público, porém descumpriu uma das condições dos fins da Administração.
para a prestação desse serviço. Vem o Poder Público e, a
título de penalidade, procede a cassação da permissão. Processo é “a relação jurídica integrada por algumas
A anulação é a retirada do ato administrativo em pessoas, que nela exercem várias atividades direcionadas
decorrência de sua invalidade, reconhecida judicial para determinado fim”. Tratando-se de uma relação
ou administrativamente, preservando-se os direitos administrativa, a relação jurídica traduzirá um processo
dos terceiros de boa-fé. Trata-se da supressão do ato administrativo. Logo, processo administrativo é “o
administrativo, com efeito retroativo, por razões de instrumento que formaliza a sequência ordenada de atos
ilegalidade e ilegitimidade. Cabe o exame pelo Poder e de atividades do Estado e dos particulares a fim de ser
Judiciário (razões de legalidade e legitimidade) e pela produzida uma vontade final da Administração”11.
Administração Pública (aspectos legais e no mérito). Gera Processo administrativo não se confunde com
efeitos retroativos (ex tunc), invalida as consequências procedimento administrativo. O primeiro pressupõe a
passadas, presentes e futuras. sucessão ordenada de atos concatenados visando à edição
A revogação é a retirada do ato administrativo em de um ato final, ou seja, é o conjunto de atos que visa à
decorrência da sua inconveniência ou inoportunidade obtenção de decisão sobre uma controvérsia no âmbito
em face dos interesses públicos, sendo o ato válido e administrativo; o segundo corresponde ao rito, conjunto
praticado dentro da Lei, efetuando-se a revogação na via de formalidades que deve ser observado para a prática de
administrativa. Trata-se da extinção de um ato administrativo determinados atos, e é realizado no interior do processo,
legal e perfeito, por razões de conveniência e oportunidade, para viabilizá-lo.
pela Administração, no exercício do poder discricionário. A Lei n° 9.784/99 estabelece as regras para o processo
O ato revogado conserva os efeitos produzidos durante o administrativo e institui um sistema normativo que fornece
tempo em que operou. A partir da data da revogação é uniformidade aos diversos procedimentos administrativos
que cessa a produção de efeitos do ato até então perfeito em trâmite.
e legal. Só pode ser praticado pela Administração Pública
por razões de oportunidade e conveniência, não cabendo § 1o  Os preceitos desta Lei também se aplicam aos
a intervenção do Poder Judiciário. A revogação não pode órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União,
atingir os direitos adquiridos, logo, produz efeitos ex nunc, quando no desempenho de função administrativa.
não retroage. Vale para as três esferas de poder.
O processo administrativo é instrumento para a prática
de atos administrativos. “No processo administrativo § 2o Para os fins desta Lei, consideram-se:
os atos administrativos deverão ser motivados, com I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura
indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: da Administração direta e da estrutura da Administração
a) neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; b) indireta;
imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções; c) II - entidade - a unidade de atuação dotada de
decidam processos administrativos de concurso ou seleção personalidade jurídica;
pública; d) dispensem ou declarem a inexigibilidade de III - autoridade - o servidor ou agente público dotado
processo licitatório; e) decidam recursos administrativos; de poder de decisão.
f) decorram de reexame de ofício; g) deixem de aplicar
jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem Art. 2o  A Administração Pública obedecerá, dentre
de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais; h) outros, aos princípios da legalidade, finalidade,
importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação motivação, razoabilidade, proporcionalidade,
de ato administrativo. A motivação deve ser explícita, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança
clara e congruente, podendo consistir em declaração de jurídica, interesse público e eficiência.
concordância com fundamentos de anteriores pareceres,
informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão Legalidade é o respeito estrito da lei; finalidade
parte integrante do ato”10. é a prática de todo e qualquer ato visando um único
fim, o interesse público; motivação é a necessidade de
fundamentação de todas as decisões; razoabilidade é a

11 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de


10 http://www.normaslegais.com.br/guia/clientes/pro- direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris,
cesso-administrativo-administracao-publica-parte3.htm 2010.

67
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
tomada de decisões racionais e corretas; proporcionalidade XI - proibição de cobrança de despesas processuais,
é o equilíbrio que deve se fazer presente na tomada de ressalvadas as previstas em lei;
decisões; moralidade é o conhecimento das leis éticas que XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo,
repousam no seio social; ampla defesa é a necessidade sem prejuízo da atuação dos interessados;
de se garantir meios para a pessoa responder acusações XIII - interpretação da norma administrativa da forma
e buscar as reformas previstas em lei para decisões que que melhor garanta o atendimento do fim público a que se
a prejudiquem; contraditório é a oitiva da outra pessoa dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação.
sempre que a que se encontra no outro polo da relação Se o entendimento mudar, não atinge casos passados.
se manifestar; segurança jurídica é a garantia social de
que as leis serão respeitadas e cobrirão o mais vasto rol de CAPÍTULO II
relações socialmente relevantes possível; interesse público DOS DIREITOS DOS ADMINISTRADOS
é o interesse de toda a coletividade; eficiência é a junção da
economicidade com a produtividade, aliando gastos sem Art. 3o O administrado tem os seguintes direitos
que se perca em qualidade da atividade desempenhada. perante a Administração, sem prejuízo de outros que lhe
Há, ainda, princípios implícitos no decorrer da lei: sejam assegurados:
publicidade; oficialidade; informalismo ou formalismo I - ser tratado com respeito pelas autoridades e
moderado; gratuidade (a atuação na esfera administrativa servidores, que deverão facilitar o exercício de seus direitos
é gratuita); pluralidade de instâncias; economia processual; e o cumprimento de suas obrigações;
participação popular. II - ter ciência da tramitação dos processos
administrativos em que tenha a condição de interessado,
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles
observados, entre outros, os critérios de: contidos e conhecer as decisões proferidas;
I - atuação conforme a lei e o Direito; III - formular alegações e apresentar documentos
II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a antes da decisão, os quais serão objeto de consideração
renúncia total ou parcial de poderes ou competências, pelo órgão competente;
salvo autorização em lei;
IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado,
O interesse coletivo deve sempre predominar.
salvo quando obrigatória a representação, por força de lei.
III - objetividade no atendimento do interesse público,
Quando for parte num processo administrativo a pessoa
vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades;
tem direito a ser tratada com respeito, a obter informações
IV - atuação segundo padrões éticos de probidade,
sobre o trâmite, a nele se manifestar e juntar documentos
decoro e boa-fé;
e, apenas se quiser, ser assistida por advogado. Logo, é
V - divulgação oficial dos atos administrativos,
opcional a presença de advogado.
ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na Constituição;
Neste sentido, o art. 5°, XXXIII, CF: “todos têm direito a
receber dos órgãos públicos informações de seu interesse CAPÍTULO III
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão DOS DEVERES DO ADMINISTRADO
prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade,
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à Art. 4o  São deveres do administrado perante a
segurança da sociedade e do Estado”. Administração, sem prejuízo de outros previstos em ato
VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição normativo:
de obrigações, restrições e sanções em medida superior I - expor os fatos conforme a verdade;
àquelas estritamente necessárias ao atendimento do II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé;
interesse público; III - não agir de modo temerário;
A única razão para o Estado interferir é em razão do IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e
interesse da coletividade. colaborar para o esclarecimento dos fatos.
VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito O administrado não pode tentar se aproveitar da
que determinarem a decisão; Administração, trazendo fatos irreais, tumultuando e
Não basta que a decisão indique os fundamentos confundindo o processo. Deve sempre proceder para
jurídicos, devendo também associá-los aos fatos apurados. esclarecer os fatos de maneira verdadeira.
VIII - observância das formalidades essenciais à
garantia dos direitos dos administrados; CAPÍTULO IV
IX - adoção de formas simples, suficientes para DO INÍCIO DO PROCESSO
propiciar adequado grau de certeza, segurança e respeito
aos direitos dos administrados; A partir deste ponto, são visíveis as fases do processo
Respeito às formalidades não significa excesso de administrativo: a) instauração, com apresentação escrita
formalismo. dos fatos e indicação do direito que ensejam o processo,
X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação ou seja, é preciso descrever os fatos e delimitar o objeto
de alegações finais, à produção de provas e à interposição da controvérsias, sem o que não há plenitude de defesa;
de recursos, nos processos de que possam resultar sanções b) instrução, fase de elucidação dos fatos, na qual são
e nas situações de litígio; produzidas as provas, com a participação do interessado; c)

68
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
defesa, que deve ser ampla; d) relatório, que é elaborado ao interessado, antes do seu encerramento, sob pena
pelo presidente do processo, sendo uma peça opinativa, de invalidade do resultado da apuração. O processo
que não vincula a autoridade competente; e) julgamento, de controle, também chamado de determinação ou de
quando a decisão é proferida pela autoridade ou órgão declaração, não se confunde com o processo punitivo,
competente sobre o objeto do processo. porque, enquanto neste se apura a falta e se aplica a
No entendimento de Hely Lopes Meirelles12, os penalidade cabível, naquele apenas se verifica a situação
processos administrativos são divididos em quatro ou a conduta do agente e se proclama o resultado para
modalidades, da seguinte maneira: efeitos futuros. São exemplos de processos administrativos
de controle os de prestação de contas perante órgãos
a) Processo de expediente: denominação imprópria públicos, os de verificação de atividades sujeitas à
conferida a toda autuação que tramita pelas repartições fiscalização, o de lançamento tributário e o de consulta
públicas por provocação do interessado ou por fiscal. Nesses processos a decisão final é vinculante
determinação interna da Administração, para receber para a Administração e para o interessado, embora nem
solução conveniente. Não tem procedimento próprio ou sempre seja autoexecutável, dependendo da instauração
rito sacramental, seguindo pelos canais rotineiros para de outro processo administrativo, de caráter punitivo ou
informações, pareceres, despacho final da chefia competente disciplinar, ou, mesmo, de ação civil ou criminal, ou, ainda,
e subsequente arquivamento. Tais expedientes, que a do pronunciamento executório de outro Poder.
rotina chama indevidamente de “processo”, não geram,
nem alteram, nem suprimem direitos dos administrados, d) Processo punitivo: todo aquele promovido pela
da Administração ou de seus servidores, apenas encerram Administração para imposição de penalidade por infração
papéis, registram situações administrativas, recebem à lei, regulamento ou contrato. Esses processos devem
pareceres e despachos de tramitação ou meramente ser necessariamente contraditórios, com oportunidade de
enunciativos de situações pré-existentes, a exemplo dos defesa e estrita observância do devido processo legal, sob
pedidos de certidões, das apresentações de documentos pena de nulidade da sanção imposta. A sua instauração
para certos registros internos e outros da rotina burocrática. deve ser baseada em auto de infração, representação ou
peça equivalente, iniciando-se com a exposição minuciosa
b) Processo de outorga: todo aquele em que se dos atos ou fatos ilegais ou administrativamente ilícitos,
pleiteia algum direito ou situação individual perante atribuídos ao indiciado e indicação da norma ou convenção
a Administração. Em regra, tem rito especial, mas não infringida. O processo punitivo poderá ser realizado por
contraditório, a não ser quando há oposição de terceiros um só representante da Administração ou por comissão. O
ou impugnação da própria Administração. Nestes casos, essencial é que se desenvolva com regularidade formal em
é preciso dar oportunidade de defesa ao interessado, todas as suas fases, para legitimar a sanção imposta a final.
sob pena de nulidade da decisão final. São exemplos Nesses procedimentos são adotáveis, subsidiariamente,
desse tipo os processos de licenciamento de edificações, os preceitos do processo penal comum, quando não
de licença de habite-se, de alvará de funcionamento, de conflitantes com as normas administrativas pertinentes.
isenção tributária e outros que consubstanciam pretensões Embora a graduação das sanções administrativas –
de natureza negocial entre o particular e a Administração demissão, multa, embargo de obra, destruição de coisas,
ou envolvam atividades sujeitas à fiscalização do Poder interdição de atividade e outras – seja discricionária, não
Público. As decisões finais proferidas nesses processos é arbitrária e, por isso, deve guardar correspondência e
tornam-se vinculantes e irretratáveis pela Administração proporcionalidade com a infração apurada no respectivo
porque, geralmente, geram direito subjetivo para o processo, além de estar expressamente prevista em norma
beneficiário, salvo quando aos atos precários, que, por sua administrativa, pois não é dado à Administração aplicar
natureza, admitam modificação ou supressão sumária a penalidade não estabelecida em lei, decreto ou contrato,
qualquer tempo. Nos demais casos a decisão é definitiva como não o é sem o devido processo legal, que se erige em
e só modificável quando eivada de nulidade originária, ou garantia individual de nível constitucional.
por infração das normas legais no decorrer da execução, ou,
ainda, por interesse público superveniente que justifique a Art. 5o O processo administrativo pode iniciar-se de
revogação da outorga com a devida indenização, que pode ofício ou a pedido de interessado.
chegar ao caso de prévia desapropriação. A autoridade responsável pelo processamento pode
iniciar o processo administrativo, mas um interessado
c) Processo de controle: todo aquele em que a também pode pedir que o faça.
Administração realiza verificações e declara situações,
direitos ou condutas do administrado ou de servidor, Art. 6o O requerimento inicial do interessado, salvo
com caráter vinculante para as partes. Tais processos, casos em que for admitida solicitação oral, deve ser
normalmente, têm rito próprio e, quando neles se deparam formulado por escrito e conter os seguintes dados:
irregularidades puníveis, exigem oportunidade de defesa I - órgão ou autoridade administrativa a que se dirige;
II - identificação do interessado ou de quem o
12 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo represente;
brasileiro. São Paulo: Malheiros, 1993.

69
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
III - domicílio do requerente ou local para recebimento Interesses coletivos são os que pertencem a um grupo
de comunicações; que não se sabe o número total, mas cujo número total é
IV - formulação do pedido, com exposição dos fatos possível ser definido, pois os critérios para definir quem faz
e de seus fundamentos; parte dele são claros, sendo necessário que o número de
V - data e assinatura do requerente ou de seu atingidos seja relevante (sob pena de se caracterizar apenas
representante. interesse individual homogêneo). O interesse coletivo se
Parágrafo único. É vedada à Administração a recusa difere do interesse difuso porque no interesse difuso não é
imotivada de recebimento de documentos, devendo o possível estabelecer com clareza quem faz parte do grupo
servidor orientar o interessado quanto ao suprimento de e quem não faz. 
eventuais falhas.
CAPÍTULO VI
Art. 7  Os órgãos e entidades administrativas deverão
o DA COMPETÊNCIA
elaborar modelos ou formulários padronizados para
assuntos que importem pretensões equivalentes. Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce
pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como
Art. 8o Quando os pedidos de uma pluralidade de própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente
interessados tiverem conteúdo e fundamentos idênticos, admitidos.
poderão ser formulados em um único requerimento, salvo Se a um órgão administrativo foi atribuído o dever de
preceito legal em contrário. apurar determinadas matérias por processo administrativo,
ele não pode se omitir.
As regras a respeito do início do processo administrativo
mostram que a Administração tem interesse de que o Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão,
administrado tenha acesso à via decisória administrativa. se não houver impedimento legal, delegar parte da sua
Por isso, embora exija formalidades, se coloca numa competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes
posição de esclarecedora de falhas e de responsável por não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for
conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica,
direcionamentos quanto ao conteúdo dos requerimentos.
social, econômica, jurídica ou territorial.
Não obstante, aceita requerimento coletivo se o conteúdo
Parágrafo único. O disposto no  caput  deste artigo
e o fundamento dele for idêntico.
aplica-se à delegação de competência dos órgãos
colegiados aos respectivos presidentes.
CAPÍTULO V
DOS INTERESSADOS
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:
I - a edição de atos de caráter normativo;
Art. 9o  São legitimados como interessados no II - a decisão de recursos administrativos;
processo administrativo: III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou
I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como autoridade.
titulares de direitos ou interesses individuais ou no
exercício do direito de representação; Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão
II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm ser publicados no meio oficial.
direitos ou interesses que possam ser afetados pela § 1o  O ato de delegação especificará as matérias e
decisão a ser adotada; poderes transferidos, os limites da atuação do delegado,
III - as organizações e associações representativas, a duração e os objetivos da delegação e o recurso cabível,
no tocante a direitos e interesses coletivos; podendo conter ressalva de exercício da atribuição
IV - as pessoas ou as associações legalmente delegada.
constituídas quanto a direitos ou interesses difusos. § 2o O ato de delegação é revogável a qualquer tempo
pela autoridade delegante.
Art. 10. São capazes, para fins de processo § 3o  As decisões adotadas por delegação devem
administrativo, os maiores de dezoito anos, ressalvada mencionar explicitamente esta qualidade e considerar-se-
previsão especial em ato normativo próprio. ão editadas pelo delegado.
“Além das pessoas físicas ou jurídicas titulares de direitos
e interesses diretos, podem ser interessadas pessoas que Delegação é a transferência da competência para
possam ter direitos ameaçados em decorrência da decisão decidir, não havendo lei que a proíba. O ato de delegação
do processo; também as organizações e associações não pode ser genérico, devendo delimitar qual a
representativas podem defender interesses coletivos e as abrangência da transferência (matérias e poderes). Tal
pessoas ou associações legítimas podem invocar a tutela delegação pode ser cancelada a qualquer tempo.
de interesses difusos”13.
Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional
13 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de e por motivos relevantes devidamente justificados, a
direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, avocação temporária de competência atribuída a órgão
2010. hierarquicamente inferior.

70
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
Avocar é trazer de volta para si aquilo que delegou a § 2o  Salvo imposição legal, o reconhecimento de
outrem, o que poderá ocorrer por um período de tempo. firma somente será exigido quando houver dúvida de
autenticidade.
Art. 16. Os órgãos e entidades administrativas § 3o A autenticação de documentos exigidos em cópia
divulgarão publicamente os locais das respectivas sedes e, poderá ser feita pelo órgão administrativo.
quando conveniente, a unidade fundacional competente § 4o  O processo deverá ter suas páginas numeradas
em matéria de interesse especial. sequencialmente e rubricadas.
Art. 17. Inexistindo competência legal específica, o Art. 23. Os atos do processo devem realizar-se em dias
processo administrativo deverá ser iniciado perante a úteis, no horário normal de funcionamento da repartição
autoridade de menor grau hierárquico para decidir. na qual tramitar o processo.
Parágrafo único. Serão concluídos depois do horário
CAPÍTULO VII
normal os atos já iniciados, cujo adiamento prejudique
DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO
o curso regular do procedimento ou cause dano ao
interessado ou à Administração.
Art. 18. É impedido de atuar em processo administrativo
o servidor ou autoridade que:
I - tenha interesse direto ou indireto na matéria; Art. 24. Inexistindo disposição específica, os atos do
II - tenha participado ou venha a participar como órgão ou autoridade responsável pelo processo e dos
perito, testemunha ou representante, ou se tais situações administrados que dele participem devem ser praticados
ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e no prazo de cinco dias, salvo motivo de força maior.
afins até o terceiro grau; Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo pode ser
III - esteja litigando judicial ou administrativamente dilatado até o dobro, mediante comprovada justificação.
com o interessado ou respectivo cônjuge ou companheiro.
Art. 25. Os atos do processo devem realizar-se
Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer em preferencialmente na sede do órgão, cientificando-se o
impedimento deve comunicar o fato à autoridade interessado se outro for o local de realização.
competente, abstendo-se de atuar.
Parágrafo único. A omissão do dever de comunicar Não existem muitas formalidades que cercam os
o impedimento constitui falta grave, para efeitos atos do processo administrativo, mas é preciso que eles
disciplinares. sejam escritos em vocabulário adequado com data, local e
assinatura. Diante da dispensa de formalidades, não seria
Art. 20. Pode ser arguida a suspeição de autoridade razoável sempre exigir reconhecimento da assinatura. Os
ou servidor que tenha amizade íntima ou inimizade notória atos são praticados em dias úteis (segunda a sábado), no
com algum dos interessados ou com os respectivos horário regular de funcionamento da repartição. O prazo
cônjuges, companheiros, parentes e afins até o terceiro para a prática dos atos é de cinco dias, prorrogáveis para
grau. 10 mediante justificação (na prática, não é o que acontece
porque a Administração é sobrecarregada de processos e
Art. 21. O indeferimento de alegação de suspeição não há sanção pelo descumprimento do prazo).
poderá ser objeto de recurso, sem efeito suspensivo.
No impedimento é vedada a participação porque
CAPÍTULO IX
intensa a possibilidade de que não se permaneça isento
DA COMUNICAÇÃO DOS ATOS
na condução do processo, na suspeição o risco é menor
mas - ainda assim - o afastamento é conveniente14 (por
isso o processo continua em andamento se a alegação de Art. 26. O órgão competente perante o qual tramita
suspeição for afastada e dela se recorrer). o processo administrativo determinará a intimação do
interessado para ciência de decisão ou a efetivação de
CAPÍTULO VIII diligências.
DA FORMA, TEMPO E LUGAR DOS ATOS DO § 1o A intimação deverá conter:
PROCESSO I - identificação do intimado e nome do órgão ou
entidade administrativa;
Art. 22. Os atos do processo administrativo não II - finalidade da intimação;
dependem de forma determinada senão quando a lei III - data, hora e local em que deve comparecer;
expressamente a exigir. IV - se o intimado deve comparecer pessoalmente, ou
§ 1o  Os atos do processo devem ser produzidos por fazer-se representar;
escrito, em vernáculo, com a data e o local de sua V - informação da continuidade do processo
realização e a assinatura da autoridade responsável. independentemente do seu comparecimento;
VI - indicação dos fatos e fundamentos legais
14 GONÇALVES, Marcus Vinícius Rios. Novo curso pertinentes.
de direito processual civil. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2008. § 2o A intimação observará a antecedência mínima de
v. 1. três dias úteis quanto à data de comparecimento.

71
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
§ 3o  A intimação pode ser efetuada por ciência no Art. 30. São inadmissíveis no processo administrativo
processo, por via postal com aviso de recebimento, por as provas obtidas por meios ilícitos.
telegrama ou outro meio que assegure a certeza da
ciência do interessado. Art. 31. Quando a matéria do processo envolver
§ 4o No caso de interessados indeterminados, assunto de interesse geral, o órgão competente poderá,
desconhecidos ou com domicílio indefinido, a intimação mediante despacho motivado, abrir período de consulta
deve ser efetuada por meio de publicação oficial. pública para manifestação de terceiros, antes da decisão
§ 5o As intimações serão nulas quando feitas sem do pedido, se não houver prejuízo para a parte interessada.
observância das prescrições legais, mas o comparecimento § 1o  A abertura da consulta pública será objeto de
do administrado supre sua falta ou irregularidade. divulgação pelos meios oficiais, a fim de que pessoas físicas
ou jurídicas possam examinar os autos, fixando-se prazo
Art. 27. O desatendimento da intimação não importa para oferecimento de alegações escritas.
o reconhecimento da verdade dos fatos, nem a renúncia a § 2o  O comparecimento à consulta pública não
direito pelo administrado. confere, por si, a condição de interessado do processo,
Parágrafo único. No prosseguimento do processo, será
mas confere o direito de obter da Administração resposta
garantido direito de ampla defesa ao interessado.
fundamentada, que poderá ser comum a todas as alegações
substancialmente iguais.
Art. 28. Devem ser objeto de intimação os atos do
processo que resultem para o interessado em imposição Consulta Pública é um sistema criado com o objetivo
de deveres, ônus, sanções ou restrição ao exercício de de auxiliar na elaboração e coleta de opiniões da sociedade
direitos e atividades e os atos de outra natureza, de seu sobre temas de importância. Esse sistema permite
interesse. intensificar a articulação entre a representatividade e
a sociedade, permitindo que a sociedade participe da
Intimação é o ato pelo qual se dá ciência ao interessado formulação e definição de políticas públicas. O IBAMA
de alguma decisão ou do dever de comparecer para prestar costuma utilizar deste recurso na tomada de suas decisões16.
informações. Ela possui um conteúdo específico e deve
ser feita pessoalmente, a não ser quando o interessado Art. 32. Antes da tomada de decisão, a juízo da
for indeterminado, desconhecido ou com domicílio autoridade, diante da relevância da questão, poderá ser
desconhecido, caso em que se aceitará intimação por realizada audiência pública para debates sobre a matéria
edital. Não obedecidas as formalidades, a intimação é nula, do processo.
de forma que é como se os atos do processo que deveriam
ser cientificados não o tivessem sido, fazendo com que ele “Audiência pública é um instrumento que leva a uma
volte ao estágio em que a pessoa deveria ter sido intimada. decisão política ou legal com legitimidade e transparência.
O desatendimento de uma intimação não faz com que se Cuida-se de uma instância no processo de tomada da
presuma que o intimado estava errado. Destaque para o decisão administrativa ou legislativa, através da qual a
art. 28, que delimita as espécies de situações em que cabe autoridade competente abre espaço para que todas as
intimação. pessoas que possam sofrer os reflexos dessa decisão
tenham oportunidade de se manifestar antes do desfecho
CAPÍTULO X do processo. É através dela que o responsável pela decisão
DA INSTRUÇÃO tem acesso, simultaneamente e em condições de igualdade,
às mais variadas opiniões sobre a matéria debatida, em
Art. 29. As atividades de instrução destinadas a contato direto com os interessados”17. 
averiguar e comprovar os dados necessários à tomada de
decisão realizam-se de ofício ou mediante impulsão do
Art. 33. Os órgãos e entidades administrativas, em
órgão responsável pelo processo, sem prejuízo do direito
matéria relevante, poderão estabelecer outros meios de
dos interessados de propor atuações probatórias.
§ 1o O órgão competente para a instrução fará constar participação de administrados, diretamente ou por meio
dos autos os dados necessários à decisão do processo. de organizações e associações legalmente reconhecidas.
§ 2o  Os atos de instrução que exijam a atuação dos
interessados devem realizar-se do modo menos oneroso Art. 34. Os resultados da consulta e audiência pública e
para estes. de outros meios de participação de administrados deverão
ser apresentados com a indicação do procedimento
Atividades de instrução são as atividades de produção adotado.
de provas no processo. Sob o aspecto objeto, prova é “o
conjunto de meios produtores da certeza jurídica ou o
conjunto de meios utilizados para demonstrar a existência sual Civil. 3. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007.
de fatos relevantes para o processo”; sob o aspecto 16 http://www.ibama.gov.br/servicos/consulta-publica
subjetivo, prova “é a própria convicção que se forma no 17 SOARES, Evanna. A audiência pública no processo
espírito do julgador a respeito da existência ou inexistência administrativo. Jus Navigandi, Teresina, ano 7, n. 58, 1 ago.
de fatos alegados no processo”15. 2002 . Disponível em: <http://jus.com.br/revista/texto/3145>.
15 LOPES, João Batista. A prova no Direito Proces- Acesso em: 26 mar. 2013.

72
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
Art. 35. Quando necessária à instrução do processo, a Art. 41. Os interessados serão intimados de prova ou
audiência de outros órgãos ou entidades administrativas diligência ordenada, com antecedência mínima de três
poderá ser realizada em reunião conjunta, com a dias úteis, mencionando-se data, hora e local de realização.
participação de titulares ou representantes dos órgãos
competentes, lavrando-se a respectiva ata, a ser juntada Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido
aos autos. um órgão consultivo, o parecer deverá ser emitido no
prazo máximo de quinze dias, salvo norma especial ou
Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que comprovada necessidade de maior prazo.
tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão § 1o Se um parecer obrigatório e vinculante deixar de
competente para a instrução e do disposto no art. 37 desta ser emitido no prazo fixado, o processo não terá seguimento
Lei. até a respectiva apresentação, responsabilizando-se quem
der causa ao atraso.
Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e § 2o  Se um parecer obrigatório e não vinculante
dados estão registrados em documentos existentes na deixar de ser emitido no prazo fixado, o processo poderá
própria Administração responsável pelo processo ou em ter prosseguimento e ser decidido com sua dispensa,
outro órgão administrativo, o órgão competente para a sem prejuízo da responsabilidade de quem se omitiu no
instrução proverá, de ofício, à obtenção dos documentos atendimento.
ou das respectivas cópias. As situações são diferentes conforme o parecer obrigue
O interessado deve provar o que alegou, salvo quando que a decisão seja tomada num determinado sentido
a prova estiver em documento que esteja em poder da (vinculante) ou não.
Administração, caso em que ela deverá de ofício provê-los
(ou cópias). Art. 43. Quando por disposição de ato normativo
devam ser previamente obtidos laudos técnicos de
Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutória órgãos administrativos e estes não cumprirem o encargo
e antes da tomada da decisão, juntar documentos e no prazo assinalado, o órgão responsável pela instrução
pareceres, requerer diligências e perícias, bem como deverá solicitar laudo técnico de outro órgão dotado de
aduzir alegações referentes à matéria objeto do processo. qualificação e capacidade técnica equivalentes.
§ 1o Os elementos probatórios deverão ser considerados
na motivação do relatório e da decisão.
Art. 44. Encerrada a instrução, o interessado terá o
§ 2o Somente poderão ser recusadas, mediante decisão
direito de manifestar-se no prazo máximo de dez dias,
fundamentada, as provas propostas pelos interessados
salvo se outro prazo for legalmente fixado.
quando sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou
Produzidas as provas, antes da decisão, o interessado
protelatórias.
poderá se manifestar.
O interessado tem direito à prova, juntando documentos
e requerendo diligências e perícias, mas não pode abusar
Art. 45. Em caso de risco iminente, a Administração
deste direito, requerendo provas não autorizadas pelo
direito, que não tenham a ver com o caso ou que apenas Pública poderá motivadamente adotar providências
visem prorrogar o processo. acauteladoras sem a prévia manifestação do interessado.
Providências acautelatórias são aquelas que deveriam
Art. 39. Quando for necessária a prestação de ser tomadas num determinado momento do processo mas,
informações ou a apresentação de provas pelos para evitar que ela se torne impossível posteriormente, ela
interessados ou terceiros, serão expedidas intimações para é antecipada. Por exemplo, oitiva de uma testemunha que
esse fim, mencionando-se data, prazo, forma e condições está no leito de morte.
de atendimento.
Parágrafo único. Não sendo atendida a intimação, Art. 46. Os interessados têm direito à vista do processo
poderá o órgão competente, se entender relevante a e a obter certidões ou cópias reprográficas dos dados
matéria, suprir de ofício a omissão, não se eximindo de e documentos que o integram, ressalvados os dados e
proferir a decisão. documentos de terceiros protegidos por sigilo ou pelo
direito à privacidade, à honra e à imagem.
Art. 40. Quando dados, atuações ou documentos
solicitados ao interessado forem necessários à apreciação Art. 47. O órgão de instrução que não for competente
de pedido formulado, o não atendimento no prazo para emitir a decisão final elaborará relatório indicando
fixado pela Administração para a respectiva apresentação o pedido inicial, o conteúdo das fases do procedimento e
implicará arquivamento do processo. formulará proposta de decisão, objetivamente justificada,
O interessado deve ser intimado quando for necessária encaminhando o processo à autoridade competente.
a apresentação de informações ou provas e, não
comparecendo perante a Administração, embora não se
presuma que ela esteja correta, será feito o arquivamento
do processo. Diante disso, o interessado poderá, no futuro,
abri-lo novamente.

73
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
CAPÍTULO XI CAPÍTULO XIII
DO DEVER DE DECIDIR DA DESISTÊNCIA E OUTROS CASOS DE EXTINÇÃO
DO PROCESSO
Art. 48. A Administração tem o dever de explicitamente
emitir decisão nos processos administrativos e Art. 51. O interessado poderá, mediante manifestação
sobre solicitações ou reclamações, em matéria de sua escrita, desistir total ou parcialmente do pedido
competência. formulado ou, ainda, renunciar a direitos disponíveis.
§ 1o  Havendo vários interessados, a desistência ou
Art. 49. Concluída a instrução de processo renúncia atinge somente quem a tenha formulado.
administrativo, a Administração tem o prazo de até trinta § 2o A desistência ou renúncia do interessado, conforme
dias para decidir, salvo prorrogação por igual período o caso, não prejudica o prosseguimento do processo, se
expressamente motivada. a Administração considerar que o interesse público assim
A autoridade competente não pode se eximir de decidir, o exige.
possuindo um prazo de 30 dias após o fim do processo
administrativo para tanto. Art. 52. O órgão competente poderá declarar extinto o
processo quando exaurida sua finalidade ou o objeto da
CAPÍTULO XII decisão se tornar impossível, inútil ou prejudicado por
DA MOTIVAÇÃO fato superveniente.

Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, Caso o interessado não queira prosseguir com
com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, o processo, poderá desistir dele por completo ou
quando: de parte dele. No entanto, se o interesse público for
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; maior, a Administração poderá continuar (por exemplo,
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou indícios de que o interessado praticou um ilícito contra
sanções; a Administração). Se existir mais de um interessado, a
desistência só atinge o que desistiu.
III - decidam processos administrativos de concurso ou
Extinção é o término do processo, que se dará quando
seleção pública;
sua finalidade tiver acabado ou quando seu objeto se
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de
tornar impossível, inútil ou prejudicado.
processo licitatório;
V - decidam recursos administrativos;
CAPÍTULO XIV
VI - decorram de reexame de ofício;
DA ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃO
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a
questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e Art. 53. A Administração deve anular seus próprios
relatórios oficiais; atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade,
convalidação de ato administrativo. respeitados os direitos adquiridos.
§ 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruente,
podendo consistir em declaração de concordância Art. 54. O direito da Administração de anular os atos
com fundamentos de anteriores pareceres, informações, administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os
decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte destinatários decai em cinco anos, contados da data em
integrante do ato. que foram praticados, salvo comprovada má-fé.
§ 2o Na solução de vários assuntos da mesma natureza, § 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo
pode ser utilizado meio mecânico que reproduza os de decadência contar-se-á da percepção do primeiro
fundamentos das decisões, desde que não prejudique pagamento.
direito ou garantia dos interessados. § 2o  Considera-se exercício do direito de anular
§ 3o A motivação das decisões de órgãos colegiados e qualquer medida de autoridade administrativa que importe
comissões ou de decisões orais constará da respectiva ata impugnação à     validade do ato.
ou de termo escrito.
Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem
A Administração não pode impor arbitrariamente lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os
suas decisões, devendo justificá-las. Quando da decisão atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser
de um processo administrativo, deverá explicar em que convalidados pela própria Administração.
normas jurídicas se baseou e como elas se interligam aos
fatos apurados. É possível fazer remissões a pareceres, Os atos viciados, ou seja, que tenham sido praticados
informações, decisões ou propostas, mas é preciso fazê-lo contrários às formalidades legais, deverão ser anulados.
de forma explícita, clara e congruente. O uso de tecnologias Poderão também ser anulados atos não viciados no
otimiza os serviços, mas é preciso atenção a cada caso, exercício da discricionariedade administrativa, mas
não prejudicando direito ou garantia do interessado. Toda para tanto é preciso respeitar os direitos adquiridos dos
decisão deverá ser transcrita, caso seja proferida oralmente. interessados.

74
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
CAPÍTULO XV Art. 60. O recurso interpõe-se por meio de
DO RECURSO ADMINISTRATIVO E DA REVISÃO requerimento no qual o recorrente deverá expor os
fundamentos do pedido de reexame, podendo juntar os
Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em documentos que julgar convenientes.
face de razões de legalidade e de mérito.
§ 1o O recurso será dirigido à autoridade que proferiu Art. 61. Salvo disposição legal em contrário, o recurso
a decisão, a qual, se não a reconsiderar no prazo de cinco não tem efeito suspensivo.
dias, o encaminhará à autoridade superior. Parágrafo único. Havendo justo receio de prejuízo de
§ 2o  Salvo exigência legal, a interposição de recurso difícil ou incerta reparação decorrente da execução, a
administrativo independe de caução. autoridade recorrida ou a imediatamente superior poderá,
§ 3o  Se o recorrente alegar que a decisão administrativa de ofício ou a pedido, dar efeito suspensivo ao recurso.
contraria enunciado da súmula vinculante, caberá à Significa que a decisão recorrida será cumprida,
autoridade prolatora da decisão impugnada, se não a independentemente de haver recurso pendente. No
reconsiderar, explicitar, antes de encaminhar o recurso entanto, tal efeito suspensivo pode ser concedido,
à autoridade superior, as razões da aplicabilidade ou conforme a exceção do parágrafo único.
inaplicabilidade da súmula, conforme o caso.
O recurso poderá questionar se houve correta Art. 62. Interposto o recurso, o órgão competente para
aplicação da lei ou se houve correta interpretação dos dele conhecer deverá intimar os demais interessados para
fatos. Ele será interposto para a autoridade que proferiu a que, no prazo de cinco dias úteis, apresentem alegações.
decisão, que poderá reconsiderar em 5 dias e, caso não o Antes de decidir se irá apreciar o recurso, ou seja, dar
faça, encaminhará à autoridade superior. início ao seu processamento, as partes devem ser ouvidas
Súmula vinculante é uma espécie de orientação no prazo de 5 dias.
proferida pelo Supremo Tribunal Federal de observância
obrigatória em todas instâncias de julgamento, judiciais ou Art. 63. O recurso não será conhecido quando
administrativas. interposto:
I - fora do prazo;
Art. 57. O recurso administrativo tramitará no máximo II - perante órgão incompetente;
por três instâncias administrativas, salvo disposição legal III - por quem não seja legitimado;
diversa. IV - após exaurida a esfera administrativa.
§ 1o Na hipótese do inciso II, será indicada ao recorrente
Art. 58. Têm legitimidade para interpor recurso a autoridade competente, sendo-lhe devolvido o prazo
administrativo: para recurso.
I - os titulares de direitos e interesses que forem parte § 2o  O não conhecimento do recurso não impede a
no processo; Administração de rever de ofício o ato ilegal, desde que
II - aqueles cujos direitos ou interesses forem não ocorrida preclusão administrativa.
indiretamente afetados pela decisão recorrida; Por não conhecimento entende-se a não apreciação do
III - as organizações e associações representativas, no mérito do recurso porque ele não preencheu alguma das
tocante a direitos e interesses coletivos; formalidades legais.
IV - os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou
interesses difusos. Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso
Para recorrer a parte tem que ter interesse, de forma poderá confirmar, modificar, anular ou revogar, total ou
que algum direito ou garantia que ela estava defendendo parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de sua
no processo tenha obtido uma decisão contrária. competência.
Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste
Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de dez artigo puder decorrer gravame à situação do recorrente,
dias o prazo para interposição de recurso administrativo, este deverá ser cientificado para que formule suas
contado a partir da ciência ou divulgação oficial da decisão alegações antes da decisão.
recorrida. Se a situação do recorrente puder piorar, deverá ele ser
§ 1o Quando a lei não fixar prazo diferente, o recurso cientificado para se manifestar.
administrativo deverá ser decidido no prazo máximo de
trinta dias, a partir do recebimento dos autos pelo órgão Art. 64-A.  Se o recorrente alegar violação de
competente. enunciado da súmula vinculante, o órgão competente
§ 2o  O prazo mencionado no parágrafo anterior para decidir o recurso explicitará as razões da aplicabilidade
poderá ser prorrogado por igual período, ante justificativa ou inaplicabilidade da súmula, conforme o caso.
explícita.
Se a lei não dispuser de modo diverso, a parte tem Art. 64-B.  Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a
até 10 dias para recorrer e, do recebimento dos autos, a reclamação fundada em violação de enunciado da súmula
autoridade tem até 30 dias para julgar, os quais podem ser vinculante, dar-se-á ciência à autoridade prolatora e ao
prorrogados por mais 30. órgão competente para o julgamento do recurso, que

75
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
deverão adequar as futuras decisões administrativas em CAPÍTULO XVIII
casos semelhantes, sob pena de responsabilização pessoal DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
nas esferas cível, administrativa e penal.
Ao julgar procedente a reclamação, o STF anulará o ato Art. 69. Os processos administrativos específicos
administrativo ou cassará a decisão judicial impugnada, continuarão a reger-se por lei própria, aplicando-se-lhes
determinando que outra seja proferida com ou sem apenas subsidiariamente os preceitos desta Lei.
aplicação da súmula, conforme o caso. Também se dará
ciência à autoridade prolatora para que passe a decidir Art. 69-A.  Terão prioridade na tramitação, em qualquer
conforme a Súmula VInculante violada. órgão ou instância, os procedimentos administrativos em
que figure como parte ou interessado:
Art. 65. Os processos administrativos de que resultem I - pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta)
sanções poderão ser revistos, a qualquer tempo, a anos;
pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou II - pessoa portadora de deficiência, física ou mental;
circunstâncias relevantes suscetíveis de justificar a III - (VETADO)
inadequação da sanção aplicada.
IV - pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose
Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá
múltipla, neoplasia maligna, hanseníase, paralisia
resultar agravamento da sanção.
irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença
Se surgirem novos fatos ou circunstâncias um processo
já encerrado pode ser revisto, mas eventual sanção aplicada de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia
não poderá ser agravada. grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença
de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação,
CAPÍTULO XVI síndrome de imunodeficiência adquirida, ou outra doença
DOS PRAZOS grave, com base em conclusão da medicina especializada,
mesmo que a doença tenha sido contraída após o início do
Art. 66. Os prazos começam a correr a partir da data processo.
da cientificação oficial, excluindo-se da contagem o dia § 1o  A pessoa interessada na obtenção do benefício,
do começo e incluindo-se o do vencimento. juntando prova de sua condição, deverá requerê-lo à
§ 1o Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro autoridade administrativa competente, que determinará as
dia útil seguinte se o vencimento cair em dia em que não providências a serem cumpridas.
houver expediente ou este for encerrado antes da hora § 2o  Deferida a prioridade, os autos receberão
normal. identificação própria que evidencie o regime de tramitação
§ 2o Os prazos expressos em dias contam-se de modo prioritária.
contínuo. § 3o  (VETADO) 
§ 3o Os prazos fixados em meses ou anos contam-se § 4o  (VETADO) 
de data a data. Se no mês do vencimento não houver o dia
equivalente àquele do início do prazo, tem-se como termo Art. 70. Esta Lei entra em vigor na data de sua
o último dia do mês. publicação.
A Lei nº 9.784/99 é apenas subsidiária às demais
Art. 67. Salvo motivo de força maior devidamente leis que de alguma forma abordem os procedimentos
comprovado, os prazos processuais não se suspendem. administrativos. Ou seja, será usada quando não houver
Publicados oficialmente os atos, o prazo começa a regulamentação específica.
correr, excluído o dia da publicação e incluído o dia do
vencimento. Ex: prazo de 10 dias - decisão proferida dia
Brasília 29 de janeiro de 1999; 178o da Independência
1º, começa a contar do dia 2º, indo até o dia 11, dia do
e 111o da República.
vencimento, que é incluído. Se dia 2º não fosse dia útil,
começaria a se contar do 1º dia útil que o seguisse, assim
como se dia 11 não o fosse somente haveria vencimento 4.8 Fatos da administração pública: atos da
no 1º dia útil que o seguisse. administração pública e fatos administrativos.
Somente se suspende um prazo por motivo de força
maior. Vide tópico 4.2.

CAPÍTULO XVII 4.9 Formação do ato administrativo: elementos,


DAS SANÇÕES procedimento administrativo.

Art. 68. As sanções, a serem aplicadas por autoridade Vide tópico 4.1.
competente, terão natureza pecuniária ou consistirão em
obrigação de fazer ou de não fazer, assegurado sempre 4.10 Validade, eficácia e auto executoriedade do
o direito de defesa. ato administrativo.
As sanções aplicadas serão: pagamento de quantia
certa, ou seja, de valor em dinheiro; ou então obrigação de Destaca-se esquemática trazida por Baldacci18:
fazer ou não fazer algo. 18 BALDACCI, Roberto Geists. Direito administra-

76
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
- Quando todos os pressupostos especiais exigidos por Atos multilaterais: São aqueles formados pela vontade
lei estiverem presentes, falamos que o ato é perfeito (P). de mais de duas pessoas.
- Quando estes pressupostos preenchidos respeitarem Ex.: Contrato administrativo.
o que a lei exige, falamos que é válido (V).
- Quando está apto a surtir seus efeitos próprios Classificação quanto ao destinatário:
falamos que é eficaz (E). 1) Atos gerais: dirigidos à coletividade em geral, com
1) P + V = E. Os atos perfeitos e válidos são eficazes finalidade normativa, atingindo uma gama de pessoas que
em regra. estejam na mesma situação jurídica nele estabelecida. O
2) P + V = ineficaz. Os atos perfeitos e válidos podem particular não pode impugnar, pois os efeitos são para
não ser eficazes se estiver pendente o implemento de todos.
condição. 2) Atos individuais: dirigidos a pessoa certa e
3) P + inválido = ineficaz. O ato perfeito e inválido é, determinada, criando situações jurídicas individuais. O
em regra, ineficaz. particular atingido pode impugnar.
4) P + inválido = eficaz. O ato perfeito e inválido pode
ser eficaz se já tiver gerado efeitos próprios e for relevante Classificação quanto ao seu regramento:
para a segurança jurídica manter tais efeitos. 1) Atos vinculados: são os que possuem todos os
5) Imperfeito = inválido + ineficaz. O ato imperfeito pressupostos e elementos necessários para sua prática e
não é válido e nem eficaz. perfeição previamente estabelecidos em lei que autoriza a
6) Imperfeito = inválido + eficaz. O ato imperfeito prática daquele ato. O administrador é um “mero cumpridor
pode gerar efeitos impróprios, que não dependem de leis”. Também se denomina ato de exercício obrigatório.
da execução do ato, como o efeito impróprio reflexo 2) Atos discricionários: são os atos que possuem
(repercussão em outros atos ou situações jurídicas) e o efeito parte de seus pressupostos e elementos previamente
impróprio prodrômico (efeito de natureza procedimental fixados pela lei autorizadora. No mínimo, a competência, a
que implica numa providência ou etapa necessária para finalidade e a forma estão previamente fixados na lei – são
aperfeiçoamento do ato, como a manifestação de um os pressupostos vinculados. Aquilo que está em branco ou
segundo agente ou órgão). indefinido na lei será preenchido pelo administrador. Tal
7) Imperfeito = válido + ineficaz. O ato imperfeito preenchimento deve ser feito motivadamente com base
pode preencher os requisitos de validade, mas se lhe faltar em fatos e circunstâncias que somente o administrador
um pressuposto especial será imperfeito e, logo, ineficaz. pode escolher. Contudo, tal escolha não é livre, os fatos
e circunstâncias devem ser adequados (razoáveis e
Quanto à autoexecutoriedade, atributo do proporcionais) aos limites e intenções da lei.
ato administrativo, em regra, a Administração pode Quanto ao grau de subordinação à norma, os
concretamente executar seus atos independente da atos administrativos se classificam em vinculados ou
manifestação do Poder Judiciário, mesmo quando estes discricionários. “Os atos vinculados são aqueles que tem
afetam diretamente a esfera jurídica de particulares. o procedimento quase que plenamente delineados em
lei, enquanto os discricionários são aqueles em que o
4.11 Atos administrativos simples, complexos e dispositivo normativo permite certa margem de liberdade
compostos. para a atividade pessoal do agente público, especialmente
no que tange à conveniência e oportunidade, elementos
Classificação dos atos quanto à formação (processo do chamado mérito administrativo. A discricionariedade
de elaboração): como poder da Administração deve ser exercida consoante
1) Ato simples: nasce por meio da manifestação de determinados limites, não se constituindo em opção
vontade de um órgão (unipessoal ou colegiado) ou agente arbitrária para o gestor público, razão porque, desde há
da Administração. muito, doutrina e jurisprudência repetem que os atos de
2) Ato complexo: nasce da manifestação de vontade tal espécie são vinculados em vários de seus aspectos, tais
de mais de um órgão ou agente administrativo. como a competência, forma e fim”19. O ato discricionário,
3) Ato composto: nasce da manifestação de vontade por não se sujeitar aos mesmos limites da lei,
de um órgão ou agente, mas depende de outra vontade A doutrina, de forma amplamente majoritária, nega
que o ratifique para produzir efeitos e tornar-se exequível. relevância jurídica aos chamados atos administrativos
inexistentes sob o fundamento de que seriam equivalentes
4.12 Atos administrativos unilaterais, bilaterais e aos atos nulos.
multilaterais. Feita a ressalva, coloca-se a lição de Celso Antonio
Bandeira de Melo ao discorrer sobre os atos administrativos
Atos unilaterais: São aqueles formados pela inexistentes no sentido de que “consistem em
manifestação de vontade de uma única pessoa. Ex.: comportamentos que correspondem a condutas criminosas,
Demissão - Para Hely Lopes Meirelles, só existem os atos portanto, fora do possível jurídico e radicalmente vedadas
administrativos unilaterais. pelo Direito”.
Atos bilaterais: São aqueles formados pela manifestação
de vontade de duas pessoas. 19 http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.
tivo. São Paulo: Prima Cursos Preparatórios, 2004. php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=3741

77
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
O ato inexistente é aquele que não reúne os elementos Por fim, tem-se os vícios relativos à finalidade, que são
necessários à sua formação e, assim, não produz qualquer desvio de poder ou desvio de finalidade, quando o agente
consequência jurídica. Já o ato nulo é o ato que embora pratica ato administrativo sem observar o interesse público
reúna os elementos necessários a sua existência, foi e/ou o objetivo (finalidade) previsto em lei.
praticado com violação da lei, da ordem pública, dos bons “A teoria dos motivos determinantes está relacionada
costumes ou com inobservância da forma legal20. à prática de atos administrativos e impõe que, uma vez
declarado o motivo do ato, este deve ser respeitado. Esta
teoria vincula o administrador ao motivo declarado. Para
“Ato nulo é aquele que nasce com vício insanável, que haja obediência ao que prescreve a teoria, no entanto,
normalmente resultante da ausência de um de seus o motivo há de ser legal, verdadeiro e compatível com o
elementos constitutivos, ou de defeito substancial em algum resultado. Vale dizer, a teoria dos motivos determinantes
deles (por exemplo, o ato com motivo inexistente, o ato com não condiciona a existência do ato, mas sim sua validade”22.
objeto não previsto em lei e o ato praticado com desvio de Convalidação é o ato administrativo que, com efeitos
finalidade). O ato nulo está em desconformidade com a lei retroativos, sana vício de ato antecedente, de modo
e com os princípios jurídicos (é um ato ilegal e ilegítimo) a torná-lo válido desde o seu nascimento, ou seja, é
e seu defeito não pode ser convalidado (corrigido). O ato um ato posterior que sana um vício de um ato anterior,
nulo não pode produzir efeitos válidos entre as partes. [...] transformando-o em válido desde o momento em que foi
Ato inexistente é aquele que possui apenas aparência de praticado.
manifestação de vontade da administração pública, mas, Há alguns autores que não aceitam a convalidação dos
em verdade, não se origina de um agente público, mas de atos, sustentando que os atos administrativos somente
alguém que se passa por tal condição, como o usurpador podem ser nulos. Os únicos atos que se ajustariam à
de função. [...] Ato anulável é o que apresenta defeito convalidação seriam os atos anuláveis.
sanável, ou seja, passível de convalidação pela própria Existem três formas de convalidação:
administração que o praticou, desde que ele não seja lesivo - Ratificação: é a convalidação feita pela própria
ao interesse público, nem cause prejuízo a terceiros. São autoridade que praticou o ato;
sanáveis o vício de competência quanto à pessoa, exceto - Confirmação: é a convalidação feita por autoridade
superior àquela que praticou o ato;
se se tratar de competência exclusiva, e o vício de forma,
- Saneamento: é a convalidação feita por ato de
a menos que se trate de forma exigida pela lei como
terceiro, ou seja, não é feita nem por quem praticou o ato
condição essencial à validade do ato”21.
nem por autoridade superior.
Os vícios dos atos administrativos podem se referir
Não se deve confundir a convalidação com a conversão
a sujeitos, notadamente: a) Vícios de incompetência do
do ato administrativo. Há um ato viciado e, para regularizar
sujeito – pode restar caracterizado o crime de usurpação
a situação, ele é transformado em outro, de diferente
de função (artigo 328, CP), gerando ato inexistente; pode
tipologia. O ato nulo, embora não possa ser convalidado,
caracterizar excesso de poder, quando excede os limites
poderá ser convertido, transformando-se em ato válido.
da competência que tem, o sujeito pode incidir no crime
de abuso de autoridade; pode se detectar função de fato, Extinção dos atos administrativos: revogação,
quando quem pratica o ato está irregularmente investido anulação e cassação
no cargo, emprego ou função – situação com aparência
de legalidade – ato considerado válido; b) Vícios de Pode se dar nas seguintes situações:
incapacidade do sujeito – pode haver impedimento ou 1) Cumprimento dos seus Efeitos: Cumprindo todos
suspeição, ambos casos de anulabilidade. os seus efeitos, não terá mais razão de existir sob o ponto
Os vícios dos atos administrativos também podem de vista jurídico.
se referir ao objeto, quando ele for proibido por lei – ato 2) Desaparecimento do Sujeito ou do Objeto do Ato:
ilegal = nulo; diverso do previsto legalmente para o caso Se o sujeito ou o objeto perecer, o ato será considerado
concreto; impossível (exemplo: a nomeação para cargo que extinto.
não existe); imoral; indeterminado (desapropriação de bem 3) Retirada: Ocorre a edição de outro ato jurídico que
não definido com precisão). elimina o ato. Pode se dar por anulação, que é a retirada
Os vícios podem atingir a forma, quando a lei do ato administrativo em decorrência de sua invalidade,
expressamente exige e não é respeitada, e ainda o motivo, reconhecida judicial ou administrativamente, preservando-
quando pressupostos de fato e/ou de direito não existem se os direitos dos terceiros de boa-fé; por revogação, que
e/ou são falsos. é a retirada do ato administrativo em decorrência da sua
inconveniência ou inoportunidade em face dos interesses
20 http://www.tecnolegis.com/estudo-dirigido/auditor- públicos, sendo o ato válido e praticado dentro da Lei,
-fiscal-do-trabalho-2009/direito-administrativo-ato-adminis- efetuando-se a revogação na via administrativa; cassação,
trativo-inexistente.html
21 ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Di- 22 https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/2605114/em-
reito administrativo descomplicado. 16. ed. São Paulo: Mé- -que-consiste-a-teoria-dos-motivos-determinantes-aurea-ma-
todo, 2008. ria-ferraz-de-sousa

78
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
que é a retirada do ato administrativo em decorrência A forma e o conteúdo da Redação Oficial devem con-
do beneficiário ter descumprido condição tida como vergir na produção dos textos dessa natureza, razão pela
indispensável para a manutenção do ato; contraposição qual, muitas vezes, não há como separar uma do outro.
ou derrubada, que é a retirada do ato administrativo Indicamse, a seguir, alguns pressupostos de como devem
em decorrência de ser expedido outro ato fundado em ser redigidos os textos oficiais.
competência diversa da do primeiro, mas que projeta
efeitos antagônicos ao daquele, de modo a inibir a Padrão culto do idioma
continuidade da sua eficácia; caducidade, que é a retirada
do ato administrativo em decorrência de ter sobrevindo A redação oficial deve observar o padrão culto do idio-
norma superior que torna incompatível a manutenção do ma quanto ao léxico (seleção vocabular), à sintaxe (estru-
ato com a nova realidade jurídica instaurada. tura gramatical das orações) e à morfologia (ortografia,
4) Renúncia: É a extinção do ato administrativo eficaz acentuação gráfica etc.).
em virtude de seu beneficiário não mais desejar a sua Por padrão culto do idioma devese entender a língua
continuidade. A renúncia só tem cabimento em atos que referendada pelos bons gramáticos e pelo uso nas situa-
concedem privilégios e prerrogativas. ções formais de comunicação. Devemse excluir da Redagão
Oficial a erudição minuciosa e os preciosismos vocabulares
5) Recusa: É a extinção do ato administrativo ineficaz
que criam entraves inúteis à compreensão do significado.
em decorrência do seu futuro beneficiário não manifestar
Não faz sentido usar “perfunctório” em lugar de “superfi-
concordância, tida como indispensável para que o ato
cial” ou “doesto” em vez de “acusação” ou “calúnia”. São
pudesse projetar regularmente seus efeitos. Se o futuro
descabidos também as citações em língua estrangeira e os
beneficiário recusa a possibilidade da eficácia do ato, esse latinismos, tão ao gosto da linguagem forense. Os manuais
será extinto. de Redação Oficial, que vários órgãos têm feito publicar,
são unânimes em desaconselhar a utilização de certas for-
mas sacramentais, protocolares e de anacronismos que
ainda se leem em documentos oficiais, como: “No dia 20
OFÍCIOS, DESPACHOS E ORDENS DE SERVIÇOS. de maio, do ano de 2011 do nascimento de Nosso Senhor
Jesus Cristo”, que permanecem nos registros cartorários
antigos.
Não cabem também, nos textos oficiais, coloquialis-
mos, neologismos, regionalismos, bordões da fala e da lin-
Conceito guagem oral, bem como as abreviações e imagens sígnicas
comuns na comunicação eletrônica.
Entendese por Redação Oficial o conjunto de normas Diferentemente dos textos escolares, epistolares, jor-
e práticas que devem reger a emissão dos atos normati- nalísticos ou artísticos, a Redação Oficial não visa ao efeito
vos e comunicações do poder público, entre seus diversos estético nem à originalidade. Ao contrário, impõe unifor-
organismos ou nas relações dos órgãos públicos com as midade, sobriedade, clareza, objetividade, no sentido de
entidades e os cidadãos. se obter a maior compreensão possível com o mínimo de
A Redação Oficial inscrevese na confluência de dois recursos expressivos necessários. Portarias lavradas sob
universos distintos: a forma regese pelas ciências da lin- forma poética, sentenças e despachos escritos em versos
guagem (morfologia, sintaxe, semântica, estilística etc.); o rimados pertencem ao “folclore” jurídicoadministrativo e
conteúdo submetese aos princípios jurídicoadministrati- são práticas inaceitáveis nos textos oficiais. São também
vos impostos à União, aos Estados e aos Municípios, nas inaceitáveis nos textos oficiais os vícios de linguagem, pro-
esferas dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. vocados por descuido ou ignorância, que constituem des-
Pertencente ao campo da linguagem escrita, a Redação vios das normas da línguapadrão. Enumeramse, a seguir,
alguns desses vícios:
Oficial deve ter as qualidades e características exigidas do
texto escrito destinado à comunicação impessoal, objetiva,
- Barbarismos: São desvios:
clara, correta e eficaz.
- da ortografia: “ advinhar” em vez de adivinhar; “exces-
Por ser “oficial”, expressão verbal dos atos do poder
são” em vez de exceção.
público, essa modalidade de redação ou de texto subordi- - da pronúncia: “rúbrica” em vez de rubrica.
nase aos princípios constitucionais e administrativos apli- - da morfologia: “interviu” em vez de interveio.
cáveis a todos os atos da administração pública, conforme - da semântica: desapercebido (sem recursos) em vez
estabelece o artigo 37 da Constituição Federal: de despercebido (não percebido, sem ser notado).
- pela utilização de estrangeirismos: galicismo (do fran-
“A administração pública direta e indireta de qualquer cês): “miseenscène” em vez de encenação; anglicismo (do
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos inglês): “delivery” em vez de entrega em domicílio.
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impes- - Arcaísmos: Utilização de palavras ou expressões
soalidade, moralidade, publicidade e eficiência ( ... )”. anacrônicas, fora de uso. Ex.: “asinha” em vez de ligeira,
depressa.

79
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
- Neologismos: Palavras novas que, apesar de forma- tase em primeira pessoa, em formas verbais comuns como:
das de acordo com o sistema morfológico da língua, ainda declaro, resolvo, determino, nomeio, exonero etc., é nos
não foram incorporadas pelo idioma. Ex.: “imexível” em vez termos da lei que ele o faz e é em função do cargo que
de imóvel, que não se pode mexer; “talqualmente” em vez exerce que se identifica e se manifesta.
de igualmente. O que interessa é aquilo que se comunica, é o con-
teúdo, o objeto da informação. A impessoalidade contribui
- Solecismos: São os erros de sintaxe e podem ser: para a necessária padronização, reduzindo a variabilidade
- de concordância: “sobrou” muitas vagas em vez de da linguagem a certos padrões, sem o que cada texto seria
sobraram. suscetível de inúmeras interpretações.
- de regência: os comerciantes visam apenas “o Por isso, a Redação Oficial não admite adjetivação. O
lucro” em vez de ao lucro. adjetivo, ao qualificar, exprime opinião e evidencia um juí-
- de colocação: “não tratavase” de um problema sério zo de valor pessoal do emissor. São inaceitáveis também a
em vez de não se tratava. pontuação expressiva, que amplia a significação (! ... ), ou
o emprego de interjeições (Oh! Ah!), que funcionam como
- Ambiguidade: Duplo sentido não intencional. Ex.: índices do envolvimento emocional do redator com aquilo
que está escrevendo.
O desconhecido faloume de sua mãe. (Mãe de quem? Do
Se nos trabalhos artísticos, jornalísticos e escolares o
desconhecido? Do interlocutor?)
estilo individual é estimulado e serve como diferencial das
qualidades autorais, a função pública impõe a despersona-
- Cacófato: Som desagradável, resultante da junção lização do sujeito, do agente público que emite a comuni-
de duas ou mais palavras da cadeia da frase. Ex.: Darei um cação. São inadmissíveis, portanto, as marcas individualiza-
prêmio por cada eleitor que votar em mim (por cada e doras, as ousadias estilísticas, a linguagem metafórica ou a
porcada). elíptica e alusiva. A Redação Oficial prima pela denotação,
pela sintaxe clara e pela economia vocabular, ainda que
- Pleonasmo: Informação desnecessariamente redun- essa regularidade imponha certa “monotonia burocrática”
dante. Exemplos: As pessoas pobres, que não têm dinheiro, ao discurso.
vivem na miséria; Os moralistas, que se preocupam com a Reafirmase que a intermediação entre o emissor e o
moral, vivem vigiando as outras pessoas. receptor nas Redações Oficiais é o código linguístico, den-
tro do padrão culto do idioma; uma linguagem “neutra”,
A Redação Oficial supõe, como receptor, um operador referendada pelas gramáticas, dicionários e pelo uso em
linguístico dotado de um repertório vocabular e de uma situações formais, acima das diferenças individuais, regio-
articulação verbal minimamente compatíveis com o regis- nais, de classes sociais e de níveis de escolaridade.
tro médio da linguagem. Nesse sentido, deve ser um texto
neutro, sem facilitações que intentem suprir as deficiências Formalidade e Padronização
cognitivas de leitores precariamente alfabetizados.
Como exceção, citamse as campanhas e comunicados As comunicações oficiais impõem um tratamento poli-
destinados a públicos específicos, que fazem uma aproxi- do e respeitoso. Na tradição iberoamericana, afeita a títulos
mação com o registro linguístico do públicoalvo. Mas esse e a tratamentos reverentes, a autoridade pública revela sua
é um campo que refoge aos objetivos deste material, para posição hierárquica por meio de formas e de pronomes de
se inserir nos domínios e técnicas da propaganda e da per- tratamento sacramentais. “Excelentíssimo”, “Ilustríssimo”,
suasão. “Meritíssimo”, “Reverendíssimo” são vocativos que, em al-
Se o texto oficial não pode e não deve baixar ao ní- gumas instâncias do poder, tornaramse inevitáveis. Enten-
vel de compreensão de leitores precariamente equipados da-se que essa solenidade tem por consideração o cargo, a
função pública, e não a pessoa de seu exercente.
quanto à linguagem, fica evidente o falo de que a alfabe-
Vale lembrar que os pronomes de tratamento são obri-
tização e a capacidade de apreensão de enunciados são
gatoriamente regidos pela terceira pessoa. São erros muito
condições inerentes à cidadania. Ninguém é verdadeira-
comuns construções como “Vossa Excelência sois bondo-
mente cidadão se não consegue ler e compreender o que so(a)”; o correto é “Vossa Excelência é bondoso(a)”.
leu. O domínio do idioma é equipamento indispensável à A utilização da segunda pessoa do plural (vós), com
vida em sociedade. que os textos oficiais procuravam revestirse de um tom so-
lene e cerimonioso no passado, é hoje incomum, anacrô-
Impessoalidade e Objetividade nica e pedante, salvo em algumas peças oratórias envol-
vendo tribunais ou juizes, herdeiras, no Brasil, da tradição
Ainda que possam ser subscritos por um ente público retórica de Rui Barbosa e seus seguidores.
(funcionário, servidor etc.), os textos oficiais são expressão Outro aspecto das formalidades requeridas na Reda-
do poder público e é em nome dele que o emissor se co- ção Oficial é a necessidade prática de padronização dos
munica, sempre nos termos da lei e sobre atos nela funda- expedientes. Assim, as prescrições quanto à diagramação,
mentados. espaçamento, caracteres tipográficos etc., os modelos ine-
Não cabe na Redação Oficial, portanto, a presença do vitáveis de ofício, requerimento, memorando, aviso e ou-
“eu” enunciador, de suas impressões subjetivas, sentimen- tros, além de facilitar a legibilidade, servem para agilizar o
tos ou opiniões. Mesmo quando o agente público manifes- andamento burocrático, os despachos e o arquivamento.

80
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
É também por essa razão que quase todos os órgãos Pronomes de Tratamento
públicos editam manuais com os modelos dos expedien-
tes que integram sua rotina burocrática. A Presidência da A regra diz que toda comunicação oficial deve ser for-
República, a Câmara dos Deputados, o Senado, os Tribu- mal e polida, isto é, ajustada não apenas às normas gra-
nais Superiores, enfim, os poderes Executivo, Legislativo e maticais, como também às normas de educação e corte-
Judiciário têm os próprios ritos na elaboração dos textos e sia. Para isso, é fundamental o emprego de pronomes de
documentos que lhes são pertinentes. tratamento, que devem ser utilizados de forma correta, de
Concisão e Clareza acordo com o destinatário e as regras gramaticais.
Embora os pronomes de tratamento se refiram à se-
Houve um tempo em que escrever bem era escrever gunda pessoa (Vossa Excelência, Vossa Senhoria), a concor-
“difícil”. Períodos longos, subordinações sucessivas, vocá- dância é feita em terceira pessoa.
bulos raros, inversões sintáticas, adjetivação intensiva, enu-
merações, gradações, repetições enfáticas já foram consi- Concordância verbal:
derados virtudes estilísticas. Atualmente, a velocidade que Vossa Senhoria falou muito bem.
se impõe a tudo o que se faz, inclusive ao escrever e ao Vossa Excelência vai esclarecer o tema.
ler, tornou esses recursos quase sempre obsoletos. Hoje, a Vossa Majestade sabe que respeitamos sua opinião.
concisão, a economia vocabular, a precisão lexical, ou seja,
a eficácia do discurso, são pressupostos não só da Redação Concordância pronominal:
Oficial, mas da própria literatura. Basta observar o estilo Pronomes de tratamento concordam com pronomes
“enxuto” de Graciliano Ramos, de Carios Drummond de An- possessivos na terceira pessoa.
drade, de João Cabral de Melo Neto, de Dalton Trevisan, Vossa Excelência escolheu seu candidato. (e não “vos-
mestres da linguagem altamente concentrada. so...”).
Não têm mais sentido os imensos “prolegômenos” e
“exórdios” que se repetiam como ladainhas nos textos ofi- Concordância nominal:
ciais, como o exemplo risível e caricato que segue: Os adjetivos devem concordar com o sexo da pessoa a
que se refere o pronome de tratamento.
“Preliminarmente, antes de mais nada, indispensável se Vossa Excelência ficou confuso. (para homem)
faz que nos valhamos do ensejo para congratularmonos com Vossa Excelência ficou confusa. (para mulher)
Vossa Excelência pela oportunidade da medida proposta à Vossa Senhoria está ocupado. (para homem)
apreciação de seus nobres pares. Mas, quem sou eu, humilde Vossa Senhoria está ocupada. (para mulher)
servidor público, para abordar questões de tamanha com-
plexidade, a respeito das quais divergem os hermeneutas e Sua Excelência - de quem se fala (ele/ela).
exegetas. Vossa Excelência - com quem se fala (você)
Entrementes, numa análise ainda que perfunctória das
causas primeiras, que fundamentaram a proposição tempes- Emprego dos Pronomes de Tratamento
tivamente encaminhada por Vossa Excelência, indispensável
se faz uma abordagem preliminar dos antecedentes imedia- As normas a seguir fazem parte do Manual de Redação
tos, posto que estes antecedentes necessariamente antece- da Presidência da República.
dem os consequentes”.
Vossa Excelência: É o tratamento empregado para as
Observe que absolutamente nada foi dito ou informa- seguintes autoridades:
do. - Do Poder Executivo - Presidente da República; Vi-
ce-presidenIe da República; Ministros de Estado; Governa-
As Comunicações Oficiais dores e vicegovernadores de Estado e do Distrito Federal;
Oficiais generais das Forças Armadas; Embaixadores; Se-
A redação das comunicações oficiais obedece a pre- cretáriosexecutivos de Ministérios e demais ocupantes de
ceitos de objetividade, concisão, clareza, impessoalidade, cargos de natureza especial; Secretários de Estado dos Go-
formalidade, padronização e correção gramatical. vernos Estaduais; Prefeitos Municipais.
Além dessas, há outras características comuns à comu- - Do Poder Legislativo - Deputados Federais e Sena-
nicação oficial, como o emprego de pronomes de trata- dores; Ministro do Tribunal de Contas da União; Deputados
mento, o tipo de fecho (encerramento) de uma correspon- Estaduais e Distritais; Conselheiros dos Tribunais de Contas
dência e a forma de identificação do signatário, conforme Estaduais; Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais.
define o Manual de Redação da Presidência da República. - Do Poder Judiciário - Ministros dos Tribunais Supe-
Outros órgãos e instituições do poder público também riores; Membros de Tribunais; Juizes; Auditores da Justiça
possuem manual de redação próprio, como a Câmara dos Militar.
Deputados, o Senado Federal, o Ministério das Relações
Exteriores, diversos governos estaduais, órgãos do Judiciá-
rio etc.

81
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
Vocativos nas em comunicações dirigidas a pessoas que tenham con-
cluído curso de doutorado. No entanto, ressalva-se que “é
O vocativo a ser empregado em comunicações dirigi- costume designar por doutor os bacharéis, especialmente
das aos chefes de poder é Excelentíssimo Senhor, seguido os bacharéis em Direito e em Medicina”.
do cargo respectivo: Excelentíssimo Senhor Presidente da
República; Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Vossa Magnificência: É o pronome de tratamento diri-
Nacional; Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo gido a reitores de universidade. Correspondelhe o vocativo:
Tribunal Federal. Magnífico Reitor.
As demais autoridades devem ser tratadas com o vo- Vossa Santidade: É o pronome de tratamento emprega-
cativo Senhor ou Senhora, seguido do respectivo cargo: do em comunicações dirigidas ao Papa. O vocativo corres-
Senhor Senador / Senhora Senadora; Senhor Juiz/ Senhora pondente é: Santíssimo Padre.
Juiza; Senhor Ministro / Senhora Ministra; Senhor Governa- Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima:
dor / Senhora Governadora. São os pronomes empregados em comunicações dirigidas
Endereçamento a cardeais. Os vocativos correspondentes são: Eminentís-
simo Senhor Cardeal, ou Eminentíssimo e Reverendíssimo
De acordo com o Manual de Redação da Presidência, Senhor Cardeal.
no envelope, o endereçamento das comunicações dirigi- Nas comunicações oficiais para as demais autoridades
das às autoridades tratadas por Vossa Excelência, deve ter eclesiásticas são usados: Vossa Excelência Reverendíssima
a seguinte forma: (para arcebispos e bispos); Vossa Reverendíssima ou Vos-
sa Senhoria Reverendíssima (para monsenhores, cônegos
A Sua Excelência o Senhor e superiores religiosos); Vossa Reverência (para sacerdotes,
Fulano de Tal clérigos e demais religiosos).
Ministro de Estado da Justiça
70064900 Brasília. DF Fechos para Comunicações

A Sua Excelência o Senhor De acordo com o Manual da Presidência, o fecho das


Senador Fulano de Tal comunicações oficiais “possui, além da finalidade óbvia de
Senado Federal arrematar o texto, a de saudar o destinatário”, ou seja, o
70165900 Brasília. DF fecho é a maneira de quem expede a comunicação despe-
dirse de seu destinatário.
A Sua Excelência o Senhor Até 1991, quando foi publicada a primeira edição do
Fulano de Tal atual Manual de Redação da Presidência da República, havia
Juiz de Direito da l0ª Vara Cível 15 padrões de fechos para comunicações oficiais. O Manual
Rua ABC, nº 123 simplificou a lista e reduziu-os a apenas dois para todas as
01010000 São Paulo. SP modalidades de comunicação oficial. São eles:

Conforme o Manual de Redação da Presidência, “em Respeitosamente: para autoridades superiores, inclu-
comunicações oficiais, está abolido o uso do tratamento sive o presidente da República.
digníssimo (DD) às autoridades na lista anterior. A dignida- Atenciosamente: para autoridades de mesma hierar-
de é pressuposto para que se ocupe qualquer cargo públi- quia ou de hierarquia inferior.
co, sendo desnecessária sua repetida evocação”.
“Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações diri-
Vossa Senhoria: É o pronome de tratamento emprega- gidas a autoridades estrangeiras, que atenderem a rito e
do para as demais autoridades e para particulares. O vo- tradição próprios, devidamente disciplinados no Manual de
cativo adequado é: Senhor Fulano de Tal / Senhora Fulana Redação do Ministério das Relações Exteriores”, diz o Ma-
de Tal. nual de Redação da Presidência da República.
A utilização dos fechos “Respeitosamente” e “Atencio-
No envelope, deve constar do endereçamento: samente” é recomendada para os mesmos casos pelo Ma-
Ao Senhor nual de Redação da Câmara dos Deputados e por outros
Fulano de Tal manuais oficiais. Já os fechos para as cartas particulares ou
Rua ABC, nº 123 informais ficam a critério do remetente, com preferência
70123-000 – Curitiba.PR para a expressão “Cordialmente”, para encerrar a corres-
Conforme o Manual de Redação da Presidência, em co- pondência de forma polida e sucinta.
municações oficiais “fica dispensado o emprego do super-
lativo Ilustríssimo para as autoridades que recebem o trata- Identificação do Signatário
mento de Vossa Senhoria e para particulares. É suficiente o
uso do pronome de tratamento Senhor. O Manual também Conforme o Manual de Redação da Presidência do Re-
esclarece que “doutor não é forma de tratamento, e sim pública, com exceção das comunicações assinadas pelo
título acadêmico”. Por isso, recomenda-se empregá-lo ape- presidente da República, em todas as comunicações ofi-

82
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
ciais devem constar o nome e o cargo da autoridade que as Desenvolvimento: no qual o assunto é detalhado; se
expede, abaixo de sua assinatura. A forma da identificação o texto contiver mais de uma ideia sobre o assunto, elas
deve ser a seguinte: devem ser tratadas em parágrafos distintos, o que confere
maior clareza à exposição;
(espaço para assinatura) Conclusão: em que é reafirmada ou simplesmente rea-
Nome presentada a posição recomendada sobre o assunto.
Chefe da SecretariaGeral da Presidência da República
Os parágrafos do texto devem ser numerados, exceto
(espaço para assinatura) nos casos em que estes estejam organizados em itens ou
Nome títulos e subtítulos.
Ministro de Estado da Justiça Quando se tratar de mero encaminhamento de docu-
“Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a as- mentos, a estrutura deve ser a seguinte:
sinatura em página isolada do expediente. Transfira para Introdução: deve iniciar com referência ao expedien-
essa página ao menos a última frase anterior ao fecho”, te que solicitou o encaminhamento. Se a remessa do do-
alerta o Manual. cumento não tiver sido solicitada, deve iniciar com a in-
formação do motivo da comunicação, que é encaminhar,
Padrões e Modelos indicando a seguir os dados completos do documento en-
caminhado (tipo, data, origem ou signatário, e assunto de
O Padrão Ofício que trata), e a razão pela qual está sendo encaminhado,
segundo a seguinte fórmula:
O Manual de Redação da Presidência da República lista “Em resposta ao Aviso nº 112, de 10 de fevereiro de
três tipos de expediente que, embora tenham finalidades 2011, encaminho, anexa, cópia do Ofício nº 34, de 3 de abril
diferentes, possuem formas semelhantes: Ofício, Aviso e de 2010, do Departamento Geral de Administração, que tra-
Memorando. A diagramação proposta para esses expe- ta da requisição do servidor Fulano de Tal.”
dientes é denominada padrão ofício.
O Ofício, o Aviso e o Memorando devem conter as se- ou
guintes partes:
“Encaminho, para exame e pronunciamento, a anexa
cópia do telegrama nº 112, de 11 de fevereiro de 2011, do
- Tipo e número do expediente, seguido da sigla do
Presidente da Confederação Nacional de Agricultura, a res-
órgão que o expede. Exemplos:
peito de projeto de modernização de técnicas agrícolas na

região Nordeste.”
Of. 123/2002-MME
Aviso 123/2002-SG
Desenvolvimento: se o autor da comunicação dese-
Mem. 123/2002-MF
jar fazer algum comentário a respeito do documento que
encaminha, poderá acrescentar parágrafos de desenvolvi-
- Local e data. Devem vir por extenso com alinhamen- mento; em caso contrário, não há parágrafos de desenvol-
to à direita. Exemplo: vimento em aviso ou ofício de mero encaminhamento.
Brasília, 20 de maio de 2011 - Fecho.
- Assinatura.
- Assunto. Resumo do teor do documento. Exemplos: - Identificação do Signatário
Assunto: Produtividade do órgão em 2010. Forma de Diagramação
Assunto: Necessidade de aquisição de novos computa-
dores. Os documentos do padrão ofício devem obedecer à se-
guinte forma de apresentação:
- Destinatário. O nome e o cargo da pessoa a quem é
dirigida a comunicação. No caso do ofício, deve ser incluí- - deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de
do também o endereço. corpo 12 no texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas
de rodapé;
- Texto. Nos casos em que não for de mero encami- - para símbolos não existentes na fonte Times New Ro-
nhamento de documentos, o expediente deve conter a se- man, poderseão utilizar as fontes symbol e Wíngdings;
guinte estrutura: - é obrigatório constar a partir da segunda página o
Introdução: que se confunde com o parágrafo de número da página;
abertura, na qual é apresentado o assunto que motiva a - os ofícios, memorandos e anexos destes poderão ser
comunicação. Evite o uso das formas: “Tenho a honra de”, impressos em ambas as faces do papel. Neste caso, as mar-
“Tenho o prazer de”, “Cumpreme informar que”,empregue gens esquerda e direita terão as distâncias invertidas nas
a forma direta; páginas pares (“margem espelho”);

83
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
- o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de Memorando ou Comunicação Interna
distância da margem esquerda; O Memorando é a modalidade de comunicação entre
- o campo destinado à margem lateral esquerda terá, unidades administrativas de um mesmo órgão, que podem
no mínimo 3,0 cm de largura; estar hierarquicamente em mesmo nível ou em nível di-
- o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5 ferente. Tratase, portanto, de uma forma de comunicação
cm; eminentemente interna.
- deve ser utilizado espaçamento simples entre as li- Pode ter caráter meramente administrativo, ou ser em-
nhas e de 6 pontos após cada parágrafo, ou, se o editor pregado para a exposição de projetos, ideias, diretrizes etc.
de texto utilizado não comportar tal recurso, de uma linha a serem adotados por determinado setor do serviço pú-
em branco; blico.
Sua característica principal é a agilidade. A tramitação
- não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sub- do memorando em qualquer órgão deve pautar-se pela ra-
linhado, letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bor- pidez e pela simplicidade de procedimentos burocráticos.
das ou qualquer outra forma de formatação que afete a Para evitar desnecessário aumento do número de comu-
elegância e a sobriedade do documento; nicações, os despachos ao memorando devem ser dados
- a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em no próprio documento e, no caso de falta de espaço, em
papel branco. A impressão colorida deve ser usada apenas folha de continuação. Esse procedimento permite formar
uma espécie de processo simplificado, assegurando maior
para gráficos e ilustrações;
transparência a tomada de decisões, e permitindo que se
- todos os tipos de documento do padrão ofício devem
historie o andamento da matéria tratada no memorando.
ser impressos em papel de tamanho A4, ou seja, 29,7 x 21,0
Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo
cm;
do padrão ofício, com a diferença de que seu destinatário
- deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de deve ser mencionado pelo cargo que ocupa. Exemplos:
arquivo Rich Text nos documentos de texto;
- dentro do possível, todos os documentos elabora- Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração
dos devem ter o arquivo de texto preservado para consulta Ao Sr. Subchefe para Assuntos Jurídicos.
posterior ou aproveitamento de trechos para casos análo-
gos; Obs: Modelo no final da matéria.
- para facilitar a localização, os nomes dos arquivos de- Exposição de Motivos
vem ser formados da seguinte maneira: tipo do documento
+ número do documento + palavraschave do conteúdo. É o expediente dirigido ao presidente da República ou
Exemplo: ao vice-presidente para:
- informá-lo de determinado assunto;
“Of. 123 relatório produtividade ano 2010” - propor alguma medida; ou
- submeter a sua consideração projeto de ato norma-
Aviso e Ofício (Comunicação Externa) tivo.
São modalidades de comunicação oficial praticamen-
te idênticas. A única diferença entre eles é que o aviso é Em regra, a exposição de motivos é dirigida ao Presi-
expedido exclusivamente por Ministros de Estado, para dente da República por um Ministro de Estado. Nos casos
autoridades de mesma hierarquia, ao passo que o ofício em que o assunto tratado envolva mais de um Ministério,
é expedido para e pelas demais autoridades. Ambos têm a exposição de motivos deverá ser assinada por todos os
como finalidade o tratamento de assuntos oficiais pelos ór- Ministros envolvidos, sendo, por essa razão, chamada de
gãos da Administração Pública entre si e, no caso do ofício, interministerial.
também com particulares. Formalmente a exposição de motivos tem a apresenta-
Quanto a sua forma, Aviso e Ofício seguem o modelo ção do padrão ofício. De acordo com sua finalidade, apre-
do padrão ofício, com acréscimo do vocativo, que invoca o senta duas formas básicas de estrutura: uma para aquela
que tenha caráter exclusivamente informativo e outra para
destinatário, seguido de vírgula. Exemplos:
a que proponha alguma medida ou submeta projeto de ato
Excelentíssimo Senhor Presidente da República,
normativo.
Senhora Ministra,
No primeiro caso, o da exposição de motivos que sim-
Senhor Chefe de Gabinete,
plesmente leva algum assunto ao conhecimento do Presi-
dente da República, sua estrutura segue o modelo antes
Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício as referido para o padrão ofício.
seguintes informações do remetente: Já a exposição de motivos que submeta à consideração
- nome do órgão ou setor; do Presidente da República a sugestão de alguma medida
- endereço postal; a ser adotada ou a que lhe apresente projeto de ato nor-
- telefone e endereço de correio eletrônico. mativo, embora sigam também a estrutura do padrão ofí-
Obs: Modelo no final da matéria. cio, além de outros comentários julgados pertinentes por
seu autor, devem, obrigatoriamente, apontar:

84
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
- na introdução: o problema que está a reclamar a - ensejar mais profunda avaliação das diversas causas
adoção da medida ou do ato normativo proposto; do problema e dos defeitos que pode ter a adoção da me-
- no desenvolvimento: o porquê de ser aquela me- dida ou a edição do ato, em consonância com as questões
dida ou aquele ato normativo o ideal para se solucionar que devem ser analisadas na elaboração de proposições
o problema, e eventuais alternativas existentes para equa- normativas no âmbito do Poder Executivo (v. 10.4.3.)
cionálo; - conferir perfeita transparência aos atos propostos.
- na conclusão, novamente, qual medida deve ser to-
mada, ou qual ato normativo deve ser editado para solu-
cionar o problema. Dessa forma, ao atender às questões que devem ser
Deve, ainda, trazer apenso o formulário de anexo à ex- analisadas na elaboração de atos normativos no âmbito do
posição de motivos, devidamente preenchido, de acordo Poder Executivo, o texto da exposição de motivos e seu
com o seguinte modelo previsto no Anexo II do Decreto nº anexo complementam-se e formam um todo coeso: no
4.1760, de 28 de março de 2010. anexo, encontramos uma avaliação profunda e direta de
Anexo à exposição de motivos do (indicar nome do toda a situação que está a reclamar a adoção de certa pro-
Ministério ou órgão equivalente) nº ______, de ____ de vidência ou a edição de um ato normativo; o problema a
______________ de 201_. ser enfrentado e suas causas; a solução que se propõe, seus
efeitos e seus custos; e as alternativas existentes. O texto da
- Síntese do problema ou da situação que reclama pro- exposição de motivos fica, assim, reservado à demonstra-
vidências; ção da necessidade da providência proposta: por que deve
- Soluções e providências contidas no ato normativo ser adotada e como resolverá o problema.
ou na medida proposta; Nos casos em que o ato proposto for questão de
- Alternativas existentes às medidas propostas. Men- pessoal (nomeação, promoção, ascenção, transferência,
cionar: readaptação, reversão, aproveitamento, reintegração, re-
- se há outro projeto do Executivo sobre a matéria; condução, remoção, exoneração, demissão, dispensa, dis-
- se há projetos sobre a matéria no Legislativo; ponibilidade, aposentadoria), não é necessário o encami-
- outras possibilidades de resolução do problema. nhamento do formulário de anexo à exposição de motivos.
- Custos. Mencionar:
Ressalte-se que:
- se a despesa decorrente da medida está prevista na
- a síntese do parecer do órgão de assessoramento ju-
lei orçamentária anual; se não, quais as alternativas para
rídico não dispensa o encaminhamento do parecer com-
custeála;
pleto;
- se a despesa decorrente da medida está prevista na
- o tamanho dos campos do anexo à exposição de mo-
lei orçamentária anual; se não, quais as alternativas para
tivos pode ser alterado de acordo com a maior ou menor
custeála;
extensão dos comentários a serem alí incluídos.
- valor a ser despendido em moeda corrente;
- Razões que justificam a urgência (a ser preenchido Ao elaborar uma exposição de motivos, tenha presen-
somente se o ato proposto for medida provisória ou proje- te que a atenção aos requisitos básicos da Redação Oficial
to de lei que deva tramitar em regime de urgência). Men- (clareza, concisão, impessoalidade, formalidade, padroni-
cionar: zação e uso do padrão culto de linguagem) deve ser redo-
- se o problema configura calamidade pública; brada. A exposição de motivos é a principal modalidade
- por que é indispensável a vigência imediata; de comunicação dirigida ao Presidente da República pelos
- se se trata de problema cuja causa ou agravamento Ministros. Além disso, pode, em certos casos, ser encami-
não tenham sido previstos; nhada cópia ao Congresso Nacional ou ao Poder Judiciário
- se se trata de desenvolvimento extraordinário de si- ou, ainda, ser publicada no Diário Oficial da União, no todo
tuação já prevista. ou em parte.
- Impacto sobre o meio ambiente (somente que o ato
ou medida proposta possa vir a tê-lo) Mensagem
- Alterações propostas. Texto atual, Texto proposto; É o instrumento de comunicação oficial entre os Che-
- Síntese do parecer do órgão jurídico. fes dos Poderes Públicos, notadamente as mensagens en-
viadas pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder Legislativo
Com base em avaliação do ato normativo ou da medi- para informar sobre fato da Administração Pública; expor o
da proposa à luz das questões levantadas no ítem 10.4.3. plano de governo por ocasião da abertura de sessão legis-
A falta ou insuficiência das informações prestadas pode lativa; submeter ao Congresso Nacional matérias que de-
acarretar, a critério da Subchefia para Assuntos Jurídicos da pendem de deliberação de suas Casas; apresentar veto; en-
Casa Civil, a devolução do projeto de ato normativo para fim, fazer e agradecer comunicações de tudo quanto seja
que se complete o exame ou se reformule a proposta. de interesse dos poderes públicos e da Nação.
O preenchimento obrigatório do anexo para as expo- Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos
sições de motivos que proponham a adoção de alguma Ministérios à Presidência da República, a cujas assessorias
medida ou a edição de ato normativo tem como finalidade: caberá a redação final.
- permitir a adequada reflexão sobre o problema que As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao Con-
se busca resolver; gresso Nacional têm as seguintes finalidades:

85
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
- Encaminhamento de projeto de lei ordinária, com- - Encaminhamento de atos de concessão e renova-
plementar ou financeira: Os projetos de lei ordinária ou ção de concessão de emissoras de rádio e TV: A obri-
complementar são enviados em regime normal (Constitui- gação de submeter tais atos à apreciagão do Congresso
ção, art. 61) ou de urgência (Constituição, art. 64, §§ 1º a Nacional consta no inciso XII do artigo 49 da Constituição.
4º). Cabe lembrar que o projeto pode ser encaminhado sob Somente produzirão efeitos legais a outorga ou renovação
o regime normal e mais tarde ser objeto de nova mensa- da concessão após deliberação do Congresso Nacional
gem, com solicitação de urgência. (Constituição, art. 223, § 3º). Descabe pedir na mensagem a
Em ambos os casos, a mensagem se dirige aos Mem- urgência prevista no art. 64 da Constituição, porquanto o §
bros do Congresso Nacional, mas é encaminhada com avi- 1º do art. 223 já define o prazo da tramitação.
so do Chefe da Casa Civil da Presidência da República ao Além do ato de outorga ou renovação, acompanha a
Primeiro Secretário da Câmara dos Deputados, para que mensagem o correspondente processo administrativo.
tenha início sua tramitação (Constituição, art. 64, caput). - Encaminhamento das contas referentes ao exer-
Quanto aos projetos de lei financeira (que compreen- cício anterior: O Presidente da República tem o prazo de
dem plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamentos
sessenta dias após a abertura da sessão legislativa para en-
anuais e créditos adicionais), as mensagens de encaminha-
viar ao Congresso Nacional as contas referentes ao exer-
mento dirigemse aos membros do Congresso Nacional, e
cício anterior (Constituição, art. 84, XXIV), para exame e
os respectivos avisos são endereçados ao Primeiro Secretá-
parecer da Comissão Mista permanente (Constituição, art.
rio do Senado Federal. A razão é que o art. 166 da Consti-
tuição impõe a deliberação congressual sobre as leis finan- 166, § 1º), sob pena de a Câmara dos Deputados realizar
ceiras em sessão conjunta, mais precisamente, “na forma a tomada de contas (Constituição, art. 51, II), em procedi-
do regimento comum”. E à frente da Mesa do Congresso mento disciplinado no art. 215 do seu Regimento Interno.
Nacional está o Presidente do Senado Federal (Constitui-
ção, art. 57, § 5º), que comanda as sessões conjuntas. - Mensagem de abertura da sessão legislativa: Ela
As mensagens aqui tratadas coroam o processo desen- deve conter o plano de governo, exposição sobre a situa-
volvido no âmbito do Poder Executivo, que abrange mi- ção do País e solicitação de providências que julgar neces-
nucioso exame técnico, jurídico e econômicofinanceiro das sárias (Constituição, art. 84, XI).
matérias objeto das proposições por elas encaminhadas. O portador da mensagem é o Chefe da Casa Civil da
Tais exames materializamse em pareceres dos diversos Presidência da República. Esta mensagem difere das de-
órgãos interessados no assunto das proposições, entre eles mais porque vai encadernada e é distribuída a todos os
o da Advocacia Geral da União. Mas, na origem das pro- congressistas em forma de livro.
postas, as análises necessárias constam da exposição de
motivos do órgão onde se geraram, exposição que acom- - Comunicação de sanção (com restituição de au-
panhará, por cópia, a mensagem de encaminhamento ao tógrafos): Esta mensagem é dirigida aos membros do
Congresso. Congresso Nacional, encaminhada por Aviso ao Primeiro
Secretário da Casa onde se originaram os autógrafos. Nela
- Encaminhamento de medida provisória: Para dar se informa o número que tomou a lei e se restituem dois
cumprimento ao disposto no art. 62 da Constituição, o Pre- exemplares dos três autógrafos recebidos, nos quais o Pre-
sidente da República encaminha mensagem ao Congresso, sidente da República terá aposto o despacho de sanção.
dirigida a seus membros, com aviso para o Primeiro Secre-
tário do Senado Federal, juntando cópia da medida provi- - Comunicação de veto: Dirigida ao Presidente do
sória, autenticada pela Coordenação de Documentação da Senado Federal (Constituição, art. 66, § 1º), a mensagem
Presidência da República.
informa sobre a decisão de vetar, se o veto é parcial, quais
- Indicação de autoridades: As mensagens que sub-
as disposições vetadas, e as razões do veto. Seu texto vai
metem ao Senado Federal a indicação de pessoas para
publicado na íntegra no Diário Oficial da União, ao contrá-
ocuparem determinados cargos (magistrados dos Tribu-
rio das demais mensagens, cuja publicação se restringe à
nais Superiores, Ministros do TCU, Presidentes e diretores
do Banco Central, ProcuradorGeral da República, Chefes notícia do seu envio ao Poder Legislativo.
de Missão Diplomática etc.) têm em vista que a Constitui- - Outras mensagens: Também são remetidas ao Legis-
ção, no seu art. 52, incisos III e IV, atribui àquela Casa do lativo com regular frequência mensagens com:
Congresso Nacional competência privativa para aprovar a - encaminhamento de atos internacionais que acarre-
indicação. O currículum vitae do indicado, devidamente as- tam encargos ou compromissos gravosos (Constituição,
sinado, acompanha a mensagem. art. 49, I);
- Pedido de autorização para o presidente ou o vice- - pedido de estabelecimento de alíquolas aplicáveis
presidente da República se ausentarem do País por mais às operações e prestações interestaduais e de exportação
de 15 dias: Tratase de exigência constitucional (Constitui- (Constituição, art. 155, § 2º, IV);
ção, art. 49, III, e 83), e a autorização é da competência - proposta de fixação de limites globais para o montan-
privativa do Congresso Nacional. O presidente da Repúbli- te da dívida consolidada (Constituição, art. 52, VI);
ca, tradicionalmente, por cortesia, quando a ausência é por - pedido de autorização para operações financeiras ex-
prazo inferior a 15 dias, faz uma comunicação a cada Casa ternas (Constituição, art. 52, V); e outros.
do Congresso, enviandolhes mensagens idênticas.

86
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
Entre as mensagens menos comuns estão as de: Não há padrão rígido, devendose seguir a forma e a
- convocação extraordinária do Congresso Nacional estrutura dos formulários disponíveis nas agências dos
(Constituição, art. 57, § 6º); Correios e em seu sítio na Internet.
- pedido de autorização para exonerar o Procurador-
Geral da República (art. 52, XI, e 128, § 2º); Obs: Modelo no final da matéria.
- pedido de autorização para declarar guerra e decretar
mobilização nacional (Constituição, art. 84, XIX); Fax
- pedido de autorização ou referendo para celebrara O fax (forma abreviada já consagrada de facsímile) é
paz (Constituição, art. 84, XX); uma forma de comunicação que está sendo menos usada
- justificativa para decretação do estado de defesa ou devido ao desenvolvimento da Internet. É utilizado para a
de sua prorrogação (Constituição, art. 136, § 4º); transmissão de mensagens urgentes e para o envio ante-
- pedido de autorização para decretar o estado de sítio cipado de documentos, de cujo conhecimento há premên-
(Constituição, art. 137); cia, quando não há condições de envio do documento por
- relato das medidas praticadas na vigência do esta-
meio eletrônico. Quando necessário o original, ele segue
do de sítio ou de defesa (Constituição, art. 141, parágrafo
posteriormente pela via e na forma de praxe. Se necessário
único);
o arquivamento, devese fazêlo com cópia xerox do fax e
- proposta de modificação de projetas de leis financei-
não com o próprio fax, cujo papel, em certos modelos, se
ras (Constituição, art. 166, § 5º);
- pedido de autorização para utilizar recursos que fi- deteriora rapidamente.
carem sem despesas correspondentes, em decorrência de Os documentos enviados por fax mantêm a forma e
veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária a estrutura que lhes são inerentes. É conveniente o envio,
anual (Constituição, art. 166, § 8º); juntamente com o documento principal, de folha de rosto,
- pedido de autorização para alienar ou conceder ter- isto é, de pequeno formulário com os dados de identifica-
ras públicas com área superior a 2.500 ha (Constituição, art. ção da mensagem a ser enviada.
188, § 1º); etc.
Correio Eletrônico
As mensagens contêm:
- a indicação do tipo de expediente e de seu número, O correio eletrônico (“email”), por seu baixo custo e
horizontalmente, no início da margem esquerda: celeridade, transformouse na principal forma de comunica-
ção para transmissão de documentos.
Mensagem nº Um dos atrativos de comunicação por correio eletrô-
nico é sua flexibilidade. Assim, não interessa definir forma
- vocativo, de acordo com o pronome de tratamento e rígida para sua estrutura. Entretanto, devese evitar o uso
o cargo do destinatário, horizontalmente, no início da mar- de linguagem incompatível com uma comunicação oficial.
gem esquerda: O campo assunto do formulário de correio eletrôni-
co mensagem deve ser preenchido de modo a facilitar a
Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado Federal, organização documental tanto do destinatário quanto do
remetente.
- o texto, iniciando a 2 cm do vocativo; Para os arquivos anexados à mensagem deve ser utili-
- o local e a data, verticalmente a 2 cm do final do zado, preferencialmente, o formato Rich Text. A mensagem
texto, e horizontalmente fazendo coincidir seu final com a que encaminha algum arquivo deve trazer informações mí-
margem direita. A mensagem, como os demais atos assi- nimas sobre seu conteúdo.
nados pelo Presidente da República, não traz identificação
Sempre que disponível, devese utilizar recurso de con-
de seu signatário.
firmação de leitura. Caso não seja disponível, deve constar
da mensagem pedido de confirmação de recebimento.
Obs: Modelo no final da matéria.
Nos termos da legislação em vigor, para que a mensa-
Telegrama gem de correio eletrônico tenha valor documental, isto é,
para que possa ser aceita como documento original, é ne-
Com o fito de uniformizar a terminologia e simplificar cessário existir certificação digital que ateste a identidade
os procedimentos burocráticos, passa a receber o título de do remetente, na forma estabelecida em lei.
telegrama toda comunicação oficial expedida por meio de
telegrafia, telex etc. Por se tratar de forma de comunicação Apostila
dispendiosa aos cofres públicos e tecnologicamente supe-
rada, deve restringirse o uso do telegrama apenas àquelas É o aditamento que se faz a um documento com o ob-
situações que não seja possível o uso de correio eletrônico jetivo de retificação, atualização, esclarecimento ou fixar
ou fax e que a urgência justifique sua utilização e, também vantagens, evitandose assim a expedição de um novo título
em razão de seu custo elevado, esta forma de comunicação ou documento. Estrutura:
deve pautarse pela concisão. - Título: APOSTILA, centralizado.

87
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
- Texto: exposição sucinta da retificação, esclarecimen- - Local e data.
to, atualização ou fixação da vantagem, com a menção, se - Endereçamento, com forma de tratamento, destinatá-
for o caso, onde o documento foi publicado. rio, cargo e endereço.
- Local e data. - Vocativo.
- Assinatura: nome e função ou cargo da autoridade - Texto.
que constatou a necessidade de efetuar a apostila. - Fecho.
- Assinatura: nome e, quando necessário, função ou
Não deve receber numeração, sendo que, em caso de cargo.
documento arquivado, a apostila deve ser feita abaixo dos Se o gabinete usar cartas com frequência, poderá nu-
textos ou no verso do documento. merálas. Nesse caso, a numeração poderá apoiar-se no pa-
Em caso de publicação do ato administrativo originá- drão básico de diagramação.
rio, a apostila deve ser publicada com a menção expressa O fecho da carta segue, em geral, o padrão da corres-
do ato, número, dia, página e no mesmo meio de comuni- pondência oficial, mas outros fechos podem ser usados, a
caçao oficial no qual o ato administrativo foi originalmente exemplo de “Cordialmente”, quando se deseja indicar rela-
publicado, a fim de que se preserve a data de validade. ção de proximidade ou igualdade de posição entre os cor-
respondentes.
Obs: Modelo no final da matéria.
Obs: Modelo no final da matéria.
ATA
É o instrumento utilizado para o registro expositivo dos Declaração
fatos e deliberações ocorridos em uma reunião, sessão ou É o documento em que se informa, sob responsabilida-
assembleia. Estrutura: de, algo sobre pessoa ou acontecimento. Estrutura:
- Título ATA. Em se tratando de atas elaboradas se- - Título: DECLARAÇÃO, centralizado.
quencialmente, indicar o respectivo número da reunião ou - Texto: exposição do fato ou situação declarada, com
sessão, em caixaalta. finalidade, nome do interessado em destaque (em maiús-
- Texto, incluindo: Preâmbulo registro da situação es- culas) e sua relação com a Câmara nos casos mais formais.
pacial e temporal e participantes; Registro dos assuntos - Local e data.
abordados e de suas decisões, com indicação das persona- - Assinatura: nome da pessoa que declara e, no caso de
lidades envolvidas, se for o caso; Fecho termo de encerra- autoridade, função ou cargo.
mento com indicação, se necessário, do redator, do horário
de encerramento, de convocação de nova reunião etc.
A declaração documenta uma informação prestada por
autoridade ou particular. No caso de autoridade, a compro-
A ATA será assinada e/ou rubricada portodos os pre-
vação do fato ou o conhecimento da situação declarada
sentes à reunião ou apenas pelo presidente e relator, de-
deve serem razão do cargo que ocupa ou da função que
pendendo das exigências regimentais do órgão.
exerce.
A fim de se evitarem rasuras nas atas manuscritas, de-
Declarações que possuam características específicas
vese, em caso de erro, utilizar o termo “digo”, seguido da
informação correta a ser registrada. No caso de omissão de podem receber uma qualificação, a exemplo da “declara-
informações ou de erros constatados após a redação, usase ção funcional”.
a expressão “Em tempo” ao final da ATA, com o registro das
informações corretas. Obs: Modelo no final da matéria.

Obs: Modelo no final da matéria. Despacho


É o pronunciamento de autoridade administrativa em
Carta petição que lhe é dirigida, ou ato relativo ao andamento
do processo. Pode ter caráter decisório ou apenas de expe-
É a forma de correspondência emitida por particular, diente. Estrutura:
ou autoridade com objetivo particular, não se confundindo - Nome do órgão principal e secundário.
com o memorando (correspondência interna) ou o ofício - Número do processo.
(correspondência externa), nos quais a autoridade que as- - Data.
sina expressa uma opinião ou dá uma informação não sua, - Texto.
mas, sim, do órgão pelo qual responde. Em grande parte - Assinatura e função ou cargo da autoridade.
dos casos da correspondência enviada por deputados, de-
vese usar a carta, não o memorando ou ofício, por estar o O despacho pode constituirse de uma palavra, de uma
parlamentar emitindo parecer, opinião ou informação de expressão ou de um texto mais longo.
sua responsabilidade, e não especificamente da Câmara
dos Deputados. O parlamentar deverá assinar memorando Obs: Modelo no final da matéria.
ou ofício apenas como titular de função oficial específica
(presidente de comissão ou membro da Mesa, por exem-
plo). Estrutura:

88
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
Ordem de Serviço Certas portarias contêm considerandos, com as razões
É o instrumento que encerra orientações detalhadas e/ que justificam o ato. Neste caso, a palavra “resolve” vem
ou pontuais para a execução de serviços por órgãos subor- depois deles.
dinados da Administração. Estrutura: A ementa justificase em portarias de natureza norma-
- Título: ORDEM DE SERVIÇO, numeração e data. tiva.
- Preâmbulo e fundamentação: denominação da au- Em portarias de matéria rotineira, como nos casos de
toridade que expede o ato (em maiúsculas) e citação da nomeação e exoneração, por exemplo, suprime-se a emen-
legislação pertinente ou por força das prerrogativas do car- ta.
go, seguida da palavra “resolve”.
- Texto: desenvolvimento do assunto, que pode ser di- Obs: Modelo no final da matéria.
vidido em itens, incisos, alíneas etc.
- Assinatura: nome da autoridade competente e indi- Relatório
cação da função. É o relato exposilivo, detalhado ou não, do funciona-
A Ordem de Serviço se assemelha à Portaria, porém mento de uma instituição, do exercício de atividades ou
possui caráter mais específico e detalhista. Objetiva, essen- acerca do desenvolvimento de serviços específicos num
cialmente, a otimização e a racionalização de serviços. determinado período. Estrutura:
- Título RELATÓRIO ou RELATÓRIO DE...
Obs: Modelo no final da matéria. - Texto registro em tópicos das principais atividades
desenvolvidas, podendo ser indicados os resultados par-
Parecer ciais e totais, com destaque, se for o caso, para os aspectos
É a opinião fundamentada, emitida em nome pessoal positivos e negativos do período abrangido. O cronogra-
ou de órgão administrativo, sobre tema que lhe haja sido ma de trabalho a ser desenvolvido, os quadros, os dados
submetido para análise e competente pronunciamento. estatísticos e as tabelas poderão ser apresentados como
Visa fornecer subsídios para tomada de decisão. Estrutura: anexos.
- Número de ordem (quando necessário). - Local e data.
- Assinatura e função ou cargo do(s) funcionário(s) re-
- Número do processo de origem.
lator(es).
- Ementa (resumo do assunto).
- Texto, compreendendo: Histórico ou relatório (intro-
No caso de Relatório de Viagem, aconselhase regis-
dução); Parecer (desenvolvimento com razões e justificati-
trar uma descrição sucinta da participação do servidor no
vas); Fecho opinativo (conclusão).
evento (seminário, curso, missão oficial e outras), indicando
- Local e data.
o período e o trecho compreendido. Sempre que possível,
- Assinatura, nome e função ou cargo do parecerista.
o Relatório de Viagem deverá ser elaborado com vistas ao
aproveitamento efetivo das informações tratadas no even-
Além do Parecer Administrativo, acima conceituado, to para os trabalhos legislativos e administrativos da Casa.
existe o Parecer Legislativo, que é uma proposição, e, como Quanto à elaboração de Relatório de Atividades, deve-
tal, definido no art. 126 do Regimento Interno da Câmara se atentar para os seguintes procedimentos:
dos Deputados. - absterse de transcrever a competência formal das
O desenvolvimento do parecer pode ser dividido em unidades administrativas já descritas nas normas internas;
tantos itens (e estes intitulados) quantos bastem ao pare- - relatar apenas as principais atividades do órgão;
cerista para o fim de melhor organizar o assunto, imprimin- - evitar o detalhamento excessivo das tarefas execu-
dolhe clareza e didatismo. tadas pelas unidades administrativas que lhe são subordi-
nadas;
Obs: Modelo no final da matéria. - priorizar a apresentação de dados agregados, gran-
des metas realizadas e problemas abrangentes que foram
Portaria solucionados;
É o ato administrativo pelo qual a autoridade estabe- - destacar propostas que não puderam ser concreti-
lece regras, baixa instruções para aplicação de leis ou trata zadas, identificando as causas e indicando as prioridades
da organização e do funcionamento de serviços dentro de para os próximos anos;
sua esfera de competência. Estrutura: - gerar um relatório final consolidado, limitado, se pos-
- Título: PORTARIA, numeração e data. sível, ao máximo de dez páginas para o conjunto da Direto-
- Ementa: síntese do assunto. ria, Departamento ou unidade equivalente.
- Preâmbulo e fundamentação: denominação da auto-
ridade que expede o ato e citação da legislação pertinente, Obs: Modelo no final da matéria.
seguida da palavra “resolve”.
- Texto: desenvolvimento do assunto, que pode ser di- Requerimento (Petição)
vidido em artigos, parágrafos, incisos, alíneas e itens.
- Assinatura: nome da autoridade competente e indi- É o instrumento por meio do qual o interessado requer
cação do cargo. a uma autoridade administrativa um direito do qual se jul-
ga detentor. Estrutura:

89
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
- Vocativo, cargo ou função (e nome do destinatário), ou seja, da autoridade competente.
- Texto incluindo: Preâmbulo, contendo nome do requerente (grafado em letras maiúsculas) e respectiva qualificação:
nacionalidade, estado civil, profissão, documento de identidade, idade (se maior de 60 anos, para fins de preferência na
tramitação do processo, segundo a Lei 10.741/03), e domicílio (caso o requerente seja servidor da Câmara dos Deputados,
precedendo à qualificação civil deve ser colocado o número do registro funcional e a lotação); Exposição do pedido, de
preferência indicando os fundamentos legais do requerimento e os elementos probatórios de natureza fática.
- Fecho: “Nestes termos, Pede deferimento”.
- Local e data.
- Assinatura e, se for o caso de servidor, função ou cargo.

Quando mais de uma pessoa fizer uma solicitação, reivindicação ou manifestação, o documento utilizado será um abai-
xoassinado, com estrutura semelhante à do requerimento, devendo haver identificação das assinaturas.
A Constituição Federal assegura a todos, independentemente do pagamento de taxas, o direito de petição aos Poderes
Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder (art. 51, XXXIV, “a”), sendo que o exercício desse
direito se instrumentaliza por meio de requerimento. No que concerne especificamente aos servidores públicos, a lei que
institui o Regime único estabelece que o requerimento deve ser dirigido à autoridade competente para decidilo e encami-
nhado por intermédio daquela a que estiver imediatamente subordinado o requerente (Lei nº 8.112/90, art. 105).

Obs: Modelo no final da matéria.

Protocolo

O registro de protocolo (ou simplesmente “o protocolo“) é o livro (ou, mais atualmente, o suporte informático) em
que são transcritos progressivamente os documentos e os atos em entrada e em saída de um sujeito ou entidade (público
ou privado). Este registro, se obedecerem a normas legais, têm fé pública, ou seja, tem valor probatório em casos de con-
trovérsia jurídica.
O termo protocolo tem um significado bastante amplo, identificando-se diretamente com o próprio procedimento. Por
extensão de sentido, “protocolo” significa também um trâmite a ser seguido para alcançar determinado objetivo (“seguir o
protocolo”).
A gestão do protocolo é normalmente confiada a uma repartição determinada, que recebe o material documentário do
sujeito que o produz em saída e em entrada e os anota num registro (atualmente em programas informáticos), atruibuin-
do-lhes um número e também uma posição de arquivo de acordo com suas características.
O registro tem quatro elementos necessários e obrigatórios:
- Número progressivo.
- Data de recebimento ou de saída.
- Remetente ou destinatário.
- Regesto, ou seja, breve resumo do conteúdo da correspondência.

90
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
Exemplo de Ofício

(Ministério)
(Secretaria/Departamento/Setor/Entidade)
(Endereço para correspondência)
(Endereço – continuação)
(Telefone e Endereço de Correio Eletrônico)

Ofício nº 524/1991/SG-PR

Brasília, 20 de maio de 2011

A Sua Excelência o Senhor


Deputado (Nome)
Câmara dos Deputados
70160-900 – Brasília – DF
3 cm 297 mm
1,5 cm
Assunto: Demarcação de terras indígenas

Senhor Deputado,

1. Em complemento às observações transmitidas pelo telegrama nº 154, de


24 de abril último, informo Vossa Excelência de que as medidas mencionadas em
sua carta nº 6708, dirigida ao Senhor Presidente da República, estão amparadas
pelo procedimento administrativo de demarcação de terras indígenas instituído
pelo Decreto nº 22, de 4 de fevereiro de 1991 (cópia anexa).
2. Em sua comunicação, Vossa Excelência ressalva a necessidade de que –
na definição e demarcação das terras indígenas – fossem levadas em consideração
as características sócio-econômicas regionais.
3. Nos termos do Decreto nº 22, a demarcação de terras indígenas
deverá ser precedida de estudos e levantamentos técnicos que atendam ao disposto
no art. 231, § 1º, da Constituição Federal. Os estudos deverão incluir os aspectos
etno-históricos, sociológicos, cartográficos e fundiários. O exame deste último
aspecto deverá ser feito conjuntamente com o órgão federal ou estadual
competente.
4. Os órgãos públicos federais, estaduais e municipais deverão
encaminhas as informações que julgarem pertinentes sobre a área em estudo. É
igualmente assegurada a manifestação de entidades representativas da sociedade
civil.
5. Os estudos técnicos elaborados pelo órgão federal de proteção ao índio
serão publicados juntamente com as informações recebidas dos órgãos públicos e
das entidades civis acima mencionadas.
6. Como Vossa Excelência pode verificar, o procedimento estabelecido
assegura que a decisão a ser baixada pelo Ministro de Estado da Justiça sobre os
limites e a demarcação de terras indígenas seja informada de todos os elementos
necessários, inclusive daqueles assinalados em sua carta, com a necessária
transparência e agilidade.

Atenciosamente,

(Nome)
(cargo)

210 mm

91
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
Exemplo de Aviso

Aviso nº 45/SCT-PR

Brasília, 27 de fevereiro de 2011

A Sua Excelência o Senhor


(Nome e cargo)
297 mm

3 cm
1,5 cm
Assunto: Seminário sobre o uso de energia no setor público

Senhor Ministro,

Convido Vossa Excelência a participar da sessão de abertura do Primeiro


Seminário Regional sobre o Uso Eficiente de Energia no Setor Público, a ser
realizado em 5 de março próximo, às 9 horas, no auditório da Escola Nacional de
Administração Pública – ENAP, localizada no Setor de Áreas Isoladas, nesta
capital.
O Seminário mencionado inclui-se nas atividades do Programa Nacional das
Comissões Internas de Conservação de Energia em Órgãos Públicos, instituído
pelo Decreto nº 99.656, de 26 de outubro de 1990.

Atenciosamente,

(Nome do signatário)
(cargo do signatário)

210 mm

92
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
Exemplo de Memorando

Mem. 118/DJ

Em 12 de abril de 2011

Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração

297 mm
Assunto: Administração, Instalação de microcomputadores
1,5 cm

1. Nos termos do Plano Geral de Informatização, solicito a Vossa


Senhoria verificar a possibilidade de que sejam instalados três microcomputadores
neste Departamento.
2. Sem descer a maiores detalhes técnicos, acrescento, apenas, que o ideal
seria que o equipamento fosse dotado de disco rígido e de monitor padrão EGA.
Quanto a programas, haveria necessidade de dois tipos: um processador de textos
e outro gerenciador de banco de dados.
3. O treinamento de pessoal para operação dos micros poderia ficar a cargo
da Seção de Treinamento do Departamento de Modernização, cuja chefia já
manifestou seu acordo a respeito.
4. Devo mencionar, por fim, que a informatização dos trabalhos deste
Departa-mento ensejará racional distribuição de tarefas entre os servidores e,
sobretudo, uma melhoria na qualidade dos serviços prestados.

Atenciosamente,

(Nome do signatário)

210 mm

93
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
Exemplo de Exposição de Motivos de Caráter Informativo

5 cm

EM nº 00146/1991-MRE

5 cm Brasília, 24 de maio de 2011

3 cm 1,5 cm

Excelentíssimo Senhor Presidente da República,

2,5 cm
O Presidente George Bush anunciou, no último dia 13, significativa
mudança da posição norte-americana nas negociações que se realizam – na
Conferência do Desarmamento, em Genebra – de uma convenção multilateral de
proscrição total das armas químicas. Ao renunciar à manutenção de cerca de dois
por cento de seu arsenal químico até a adesão à convenção de todos os países em
condições de produzir armas químicas, os Estados Unidos reaproximaram sua
postura da maioria dos quarenta países participantes do processo negociador,
inclusive o Brasil, abrindo possibilidades concretas de que o tratado a ser
concluído e assinado em prazo de cerca de um ano. (...)
1 cm
2,5 cm
Atenciosamente,
2,5 cm

(Nome)
(cargo)

94
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
Exemplo de Mensagem

5 cm

Mensagem nº 118

4 cm

297 mm

Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado Federal,

2 cm 1,5 cm

3 cm
Comunico a Vossa Excelência o recebimento das mensagens SM nºs
106 a 110, de 1991, nas quais informo a promulgação dos Decretos Legislativos
nºs 93 a 97, de 1991, relativos à exploração de serviços de radiodifusão.

Brasília, 28 de março de 2011

210 mm

95
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
Exemplo de Telegrama
[órgão Expedidorl
[setor do órgão expedidor]
[endereço do órgão expedidor]

Destinatário: _________________________________________________________
Nº do fax de destino: _________________________________ Data: ___/___/_____
Remetente: __________________________________________________________
Tel. p/ contato: ____________________Fax/correio eletrônico: ________________
Nº de páginas: esta + ______Nº do documento: _____________________________
Observações: _________________________________________________________
____________________________________________________________________


Exemplo de Apostila
APOSTILA

A Diretora da Coordenação de Secretariado Parlamentar do Departamento de Pessoal


declara que o servidor José da Silva, nomeado pela Portaria CDCC-RQ001/2004, publicada no
Suplemento ao Boletim Administrativo de 30 de março de 2004, teve sua situação funcional
alterada, de Secretário Parlamentar Requisitado, ponto n. 123, para Secretário Parlamentar sem
vínculo efetivo com o serviço público, ponto n. 105.123, a partir de 11 de abril de 2004, em face de
decisão contida no Processo n. 25.001/2004.

Brasília, em 26/5/2011

Maria da Silva
Diretora

Exemplo de ATA
CAMARA DOS DEPUTADOS
CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÃO
Coordenação de Publicações

ATA

As 10h15min, do dia 24 de maio de 2011, na Sala de Reunião do Cedi, a Sra. Maria da


Silva, Diretora da Coordenação, deu início aos trabalhos com a leitura da ala da reunião anterior, que
foi aprovada, sem alterações. Em prosseguimento, apresentou a pauta da reunião, com a inclusão
do item “Projetos Concluídos”, sendo aprovada sem o acréscimo de novos itens. Tomou a palavra
o Sr. José da Silva, Chefe da Seção de Marketing, que apresentou um breve relato das atividades
desenvolvidas no trimestre, incluindo o lançamento dos novos produtos. Em seguida, o Sr. Mário dos
Santos, Chefe da Tipografia, ressaltou que nos últimos meses os trabalhos enviados para publicação
estavam de acordo com as normas estabelecidas, parabenizando a todos pelos resultados alcançados.
Com relação aos projeXos concluídos, a Diretora esclareceu que todos mantiveram-se dentro do
cronograma de trabalho preestabelecido e que serao encaminhados à gráfica na próxima semana.
Às 11h45min a Diretora encerrou os trabalhos, antes convocando reunião para o dia 2 de junho,
quarta-feira, às 10 horas, no mesmo local. Nada mais havendo a tratar, a reunião foi encerrada, e eu,
Ana de Souza, lavrei a presente ata que vai assinada por mim e pela Diretora.

Diretora

Secretária

96
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
Exemplo de Despacho

CÂMARA DOS DEPUTADOS


PRIMEIRASECRETARIA

Processo n . .........
Em .... / .... /200 ...

Ao Senhor Presidente da Câmara dos Deputados, por força do disposto no inciso I do art. 70
do Regimento do Cefor, c/c o art. 95, da Lei n. 8.112/90, com parecer favorável desta Secretaria, nos termos
das informações e manifestações dos órgãos técnicos da Casa.

Deputado José da Silva


PrimeiroSecretário

Exemplo de Ordem de Serviço

CÂMARA DOS DEPUTADOS


CONSULTORIA TÉCNICA

ORDEM DE SERVIÇO N. 3, DE 6/6/2010

O DIRETOR DA CONSULTORIA TÉCNICA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, no uso de suas


atribuições, resolve:
1. As salas 3 e 4 da Consultoria Técnica ficam destinadas a reuniões de trabalho com deputados,
consultores e servidores dos setores de apoio da Consultoria Técnica.
2. As reuniões de trabalho serão agendadas previamente pela Diretoria da Coordenação de
Serviços Gerais.
................................................................................................................................
6. Havendo mais de uma solicitação de uso para o mesmo horário, será adotada a seguinte
ordem de preferência:
1 reuniões de trabalho com a participação de deputados;
11 reuniões de trabalho da diretoria;
111 reuniões de trabalho dos consultores;
IV . ..................................................................................................................................
V . ....................................................................................................................................
7. O cancelamento de reunião deverá ser imediatamente comunicado à Diretoría da
Coordenação de Serviços Gerais.

José da Silva
Diretor

97
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
Exemplo de Parecer

PARECER JURÍDICO

De: Departamento Jurídico


Para: Gerente Administrativo

Senhor Gerente,

Com relação à questão sobre a estabilidade provisória por gestação, ou não, da empregada Fulana de Tal, passamos
a analisar o assunto.
O artigo 10, letra “b”, do ADCT, assegura estabilidade à empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até
cinco meses após o parto.
Nesta hipótese, existe responsabilidade objetiva do empregador pela manutenção do emprego, ou seja, basta
comprovar a gravidez no curso do contrato para que haja incidência da regra que assegura a estabilidade provisória no
emprego. O fundamento jurídico desta estabilidade é a proteção à maternidade e à infância, ou seja, proteger a gestante e o
nascituro, assegurando a dignidade da pessoa humana.
A confirmação da gravidez, expressão utilizada na Constituição, refere-se à afirmativa médica do estado gestacional
da empregada e não exige que o empregador tenha ciência prévia da situação da gravidez. Neste sentido tem sido as
reiteradas decisões do C. TST, culminando com a edição da Súmula n. 244, que assim disciplina a questão:
I - O desconhecimento do estado gravídico pelo empregador não afasta o direito ao pagamento da indenização
decorrente da estabilidade. (art. 10, II, “b” do ADCT). (ex-OJ nº 88 – DJ 16.04.2004).
II - A garantia de emprego à gestante só autoriza a reintegração se esta se der durante o período de estabilidade. Do
contrário, a garantia restringe-se aos salários e demais direitos correspondentes ao período de estabilidade. (ex-Súmula nº
244 – Res 121/2003, DJ 19.11.2003).
III - Não há direito da empregada gestante à estabilidade provisória na hipótese de admissão mediante contrato de
experiência, visto que a extinção da relação de emprego, em face do término do prazo, não constitui dispensa arbitrária ou
sem justa causa. (ex-OJ nº 196 - Inserida em 08.11.2000).
No caso colocado em análise, percebe-se que não havia confirmação da gestação antes da dispensa. Ao contrário,
diante da suspeita de gravidez, a empresa teve o cuidado de pedir a realização de exame laboratorial, o que foi feito, não
tendo sido confirmada a gravidez. A empresa só dispensou a empregada depois que lhe foi apresentado o resultado negativo
do teste de gravidez. A confirmação do estado gestacional só veio após a dispensa.
Assim, para solução da questão, importante indagar se gravidez confirmada no curso aviso prévio indenizado
garante ou não a estabilidade.
O TST tem decidido (Súmula 371), que a projeção do contrato de trabalho para o futuro, pela concessão de aviso
prévio indenizado, tem efeitos limitados às vantagens econômicas obtidas no período de pré-aviso. Este entendimento
exclui a estabilidade provisória da gestante, quando a gravidez ocorre após a rescisão contratual.
A gravidez superveniente à dispensa, durante o aviso prévio indenizado, não assegura a estabilidade. Contudo, na
hipótese dos autos, embora a gravidez tenha sido confirmada no curso do aviso prévio indenizado, certo é que a empregada
já estava grávida antes da dispensa, como atestam os exames trazidos aos autos. A conclusão da ultrossonografia obstétrica
afirma que em 30 de julho de 2009 a idade gestacional ecografica era de pouco mais de 13 semanais, portanto, na data do
afastamento a reclamante já contava com mais de 01 mês de gravidez.
Em face do exposto, considerando os fundamentos jurídicos do instituto da estabilidade da gestante, considerando
que a responsabilidade do empregador pela manutenção do emprego é objetiva e considerando que o desconhecimento do
estado gravídico não impede o reconhecimento da gravidez, conclui-se que:
a) não existe estabilidade quando a gravidez ocorre na vigência do aviso prévio indenizado;
b) fica assegurada a estabilidade quando, embora confirmada no período do aviso prévio indenizado, a gravidez
ocorre antes da dispensa.
De acordo com tais conclusões, entendemos que a empresa deve proceder a reintegração da empregada diante da
estabilidade provisória decorrente da gestação.
É o parecer.

(localidade), (dia) de (mês) de (ano).


(assinatura)
(nome)
(cargo)

98
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
Exemplo de Portaría

CÂMARA DOS DEPUTADOS


DIRETORIAGERAL

PORTARIA N. 1, de 13/1/2010

Disciplina a utilização da chancela eletrônica nas requisições


de passagens aéreas e diárias de viagens, autorizadasem
processos administrativos no âmbito da Câmara dos
Deputados e assinadas pelo DiretorGeral.

O DIRETORGERAL DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, no uso das atribuições que lhe confere o
artigo 147, item XV, da Resolução n. 20, de 30 de novembro de 1971, resolve:
Art. 11 Fica instituído o uso da chancela eletrônica nas requisições de passagens aéreas e diárias de
viagens, autorizadas em processos administrativos pela autoridade competente e assinadas pelo DiretorGeral,
para parlamentar, servidor ou convidado, no âmbito da Câmara dos Deputados.
Art. 21 A chancela eletrônica, de acesso restrito, será válida se autenticada mediante código de
segurança e acompanhada do atesto do Chefe de Gabinete da DiretoriaGeral ou do seu primeiro substituto.
Art. 31 Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação.

Sérgio Sampaio Contreiras de Almeida


DiretorGeral

Modelo de Relatório
CÂMARA DOS DEPUTADOS
ÓRGÃO PRINCIPAL
órgão Secundário

RELATÓRIO

Introdução
Apresentar um breve resumo das temáticas a serem abordadas. Em se tratando de relatório de viagem,
indicar a denominação do evento, local e período compreendido.

Tópico 1
Atribuir uma temática para o relato a ser apresentado.
........................................................................................................................

Tópico 1.1
Havendo subdivisões, os assuntos subseqüentes serão apresentados hierarquizados à temática geral.
.................................................................................. ....

Tópico 2
Atribuir uma temática para o relato a ser apresentado.
.........................................................................................................................

3. Considerações finais
.........................................................................................................................

Brasília, ............................ de de 201...

Nome
Função ou Cargo

99
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
Modelo de Requerimento

CÂMARA DOS DEPUTADOS


ÓRGÃO PRINCIPAL
Órgão Secundário

(Vocativo)
(Cargo ou função e nome do destinatário)

.................................... (nome do requerente, em maiúsculas) ..........................


.......................................................... (demais dados de qualificação), requer .................
............................................................................................................................................

Nestes termos,
Pede deferimento.

Brasília, ....... de .................. ���������������������������������������������������������� de 201.....

Nome
Cargo ou Função

Questões

01. Analise:
1. Atendendo à solicitação contida no expediente acima referido, vimos encaminhar a V. Sª. as informações referentes ao
andamento dos serviços sob responsabilidade deste setor.
2. Esclarecemos que estão sendo tomadas todas as medidas necessárias para o cumprimento dos prazos estipulados e o
atingimento das metas estabelecidas.

A redação do documento acima indica tratar-se


(A) do encaminhamento de uma ata.
(B) do início de um requerimento.
(C) de trecho do corpo de um ofício.
(D) da introdução de um relatório.
(E) do fecho de um memorando.

02. A redação inteiramente apropriada e correta de um documento oficial é:


(A) Estamos encaminhando à Vossa Senhoria algumas reivindicações, e esperamos poder estar sendo recebidos em
vosso gabinete para discutir nossos problemas salariais.
(B) O texto ora aprovado em sessão extraordinária prevê a redistribuição de pessoal especializado em serviços gerais
para os departamentos que foram recentemente criados.
(C) Estou encaminhando a presença de V. Sª. este jovem, muito inteligente e esperto, que lhe vai resolver os problemas
do sistema de informatização de seu gabinete.
(D) Quando se procurou resolver os problemas de pessoal aqui neste departamento, faltaram um número grande de
servidores para os andamentos do serviço.
(E) Do nosso ponto de vista pessoal, fica difícil vos informar de quais providências vão ser tomadas para resolver essa
confusão que foi criado pelos manifestantes.

100
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
03. A frase cuja redação está inteiramente correta e 05. Haveria coerência com as ideias do texto e respei-
apropriada para uma correspondência oficial é: taria as normas de redação de documentos oficiais se o
(A) É com muito prazer que encaminho à V. Exª. Os con- texto apresentado fosse incluído como parágrafo inicial em
vites para a reunião de gala deste Conselho, em que se fará um ofício complementado pelo parágrafo final e os fechos
homenagens a todos os ilustres membros dessa diretoria, apresentados a seguir.
importantíssima na execução dos nossos serviços. Solicita-se, portanto, a divulgação desses dados junto
(B) Por determinação hoje de nosso Excelentíssimo aos órgãos competentes.
Chefe do Setor, nos dirigimos a todos os de vosso gabinete,
para informar de que as medidas de austeridade recomen-
dadas por V. Sa. já está sendo tomadas, para evitar-se os
atrasos dos prazos.
(C) Estamos encaminhando a V. Sa. os resultados a que
chegaram nossos analistas sobre as condições de funcio-
namento deste setor, bem como as providências a serem
tomadas para a consecução dos serviços e o cumprimento
dos prazos estipulados.
(D) As ordens expressas a todos os funcionários é de
que se possa estar tomando as medidas mais do que im-
portantes para tornar nosso departamento mais eficiente,
na agilização dos trâmites legais dos documentos que pas- E - Errada
sam por aqui. C - Correta
(E) Peço com todo o respeito a V. Exª., que tomeis pro-
vidências cabíveis para vir novos funcionários para esse
nosso setor, que se encontra em condições difíceis de agili- Respostas
zar todos os documentos que precisamos enviar.
01-C / 02-B / 03-C / 04-E / 05-C (correta)
04. A respeito dos padrões de redação de um ofício, é
INCORRETO afirmar que:
(A) Deve conter o número do expediente, seguido da
sigla do órgão que o expede.
(B) Deve conter, no início, com alinhamento à direita,
o local de onde é expedido e a data em que foi assinado. PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS.
(C) Deverá constar, resumidamente, o teor do assunto NOÇÕES BÁSICAS DE ORGANIZAÇÃO DE
do documento. ARQUIVOS E FICHÁRIOS. DOCUMENTOS
(D) O texto deve ser redigido em linguagem clara e OFICIAIS, TIPOS DE DOCUMENTOS.
direta, respeitando-se a formalidade que deve haver nos
expedientes oficiais.
(E) O fecho deverá caracterizar-se pela polidez, como
por exemplo: Agradeço a V. Sª. a atenção dispensada. Prezado Candidato o tema acima supracitado já foi
abordado em tópicos anteriores.

CORRESPONDÊNCIA OFICIAL: CONCEITO,


CLASSIFICAÇÃO; RECEPÇÃO E EXPEDIÇÃO DE
CORRESPONDÊNCIA EM GERAL.

Prezado Candidato o tema acima supracitado já foi


abordado em tópicos anteriores.

101
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
com relação de hierarquia cada uma destas essencialidades
PROTOCOLO: CONCEITO, SISTEMA DE dentro da estrutura organizada do Estado. Reforça-se,
PROTOCOLO. desconcentrar significa delegar com hierarquia, pois
há uma relação de subordinação dentro de uma estrutura
centralizada, isto é, os Ministros de Estado, o Procurador-
Geral da República e o Advogado-Geral da União
Prezado Candidato o tema acima supracitado já foi respondem diretamente ao Presidente da República e, por
abordado em tópicos anteriores. isso, não possuem plena discricionariedade na prática dos
atos administrativos que lhe foram delegados.

Concentrar, ao inverso, significa exercer atribuições


NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: privativas da Administração pública direta no âmbito mais
PRINCÍPIOS. DESCENTRALIZAÇÃO E central possível, isto é, diretamente pelo chefe do Poder
DESCONCENTRAÇÃO. ADMINISTRAÇÃO Executivo, seja porque não são atribuições delegáveis, seja
DIRETA E INDIRETA. porque se optou por não delegar.

Artigo 84, CF. Compete privativamente ao Presidente


da República:
Em linhas gerais, descentralização significa transferir I - nomear e exonerar os Ministros de Estado;
a execução de um serviço público para terceiros que não II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a
se confundem com a Administração direta; centralização direção superior da administração federal;
significa situar na Administração direta atividades que, em III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos
tese, poderiam ser exercidas por entidades de fora dela; casos previstos nesta Constituição;
desconcentração significa transferir a execução de um IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis,
serviço público de um órgão para o outro dentro da própria bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel
Administração; concentração significa manter a execução execução;
central ao chefe do Executivo em vez de atribui-la a outra V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente;
autoridade da Administração direta. VI - dispor, mediante decreto, sobre: 
Passemos a esmiuçar estes conceitos: a) organização e funcionamento da administração
Desconcentração implica no exercício, pelo chefe do federal, quando não implicar aumento de despesa nem
criação ou extinção de órgãos públicos; 
Executivo, do poder de delegar certas atribuições que são
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando
de sua competência privativa. Neste sentido, o previsto na
vagos; 
CF:
VII - manter relações com Estados estrangeiros e
acreditar seus representantes diplomáticos;
Artigo 84, parágrafo único, CF. O Presidente da
VIII - celebrar tratados, convenções e atos
República poderá delegar as atribuições mencionadas
internacionais, sujeitos a referendo do Congresso
nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Nacional;
Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado- IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio;
Geral da União, que observarão os limites traçados nas X - decretar e executar a intervenção federal;
respectivas delegações. XI - remeter mensagem e plano de governo ao
Congresso Nacional por ocasião da abertura da sessão
Neste sentido: legislativa, expondo a situação do País e solicitando as
providências que julgar necessárias;
Artigo 84, VI, CF. dispor, mediante decreto, sobre:  XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência,
a) organização e funcionamento da administração se necessário, dos órgãos instituídos em lei;
federal, quando não implicar aumento de despesa nem XIII - exercer o comando supremo das Forças
criação ou extinção de órgãos públicos;  Armadas, nomear os Comandantes da Marinha, do
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando Exército e da Aeronáutica, promover seus oficiais-generais
vagos;  e nomeá-los para os cargos que lhes são privativos; 
Artigo 84, XII, CF. conceder indulto e comutar penas, XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal,
com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei; os Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos
Artigo 84, XXV, CF. prover e extinguir os cargos Tribunais Superiores, os Governadores de Territórios,
públicos federais, na forma da lei; (apenas o provimento é o Procurador-Geral da República, o presidente e os
delegável, não a extinção) diretores do banco central  e outros servidores, quando
determinado em lei;
Com efeito, o chefe do Poder Executivo federal tem XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os
opções de delegar parte de suas atribuições privativas para Ministros do Tribunal de Contas da União;
os Ministros de Estado, o Procurador-Geral da República XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos
ou o Advogado-Geral da União. O Presidente irá delegar nesta Constituição, e o Advogado-Geral da União;

102
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
XVII - nomear membros do Conselho da República, A delegação ocorre quando o Estado transfere, por
nos termos do art. 89, VII; contrato ou ato unilateral, apenas a execução do serviço,
XVIII - convocar e presidir o Conselho da República para que o ente delegado o preste ao público em seu
e o Conselho de Defesa Nacional; próprio nome e por sua conta e risco, sob fiscalização do
XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, Estado. A delegação é geralmente efetivada por prazo
autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por determinado. Ela se dá, por exemplo, nos contratos de
ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, concessão ou nos atos de permissão, pelos quais o Estado
e, nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a transfere aos concessionários e aos permissionários apenas
mobilização nacional; a execução temporária de determinado serviço.
XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Centralizar envolve manter na estrutura da
Congresso Nacional; Administração direta o desempenho de funções
XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas; administrativas de interesses não essenciais do Estado, que
XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, poderiam ser atribuídos a entes de fora da Administração
que forças estrangeiras transitem pelo território nacional por outorga ou delegação.
ou nele permaneçam temporariamente;
XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano Administração Pública direta é aquela formada pelos
plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e entes integrantes da federação e seus respectivos órgãos.
as propostas de orçamento previstos nesta Constituição; Os entes políticos são a União, os Estados, o Distrito
XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, Federal e os Municípios. À exceção da União, que é dotada
dentro de sessenta dias após a abertura da sessão de soberania, todos os demais são dotados de autonomia.
legislativa, as contas referentes ao exercício anterior; A administração direta é formada por um conjunto
XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, de núcleos de competências administrativas, os quais já
na forma da lei; foram tidos como representantes do poder central (teoria
XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, da representação) e como mandatários do poder central
nos termos do art. 62; (teoria do mandato). Hoje, adota-se a teoria do órgão, de
Otto Giërke, segundo a qual os órgãos são apenas núcleos
XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta
administrativos criados e extintos exclusivamente por lei,
Constituição.
mas que podem ser organizados por decretos autônomos
do Executivo (art. 84, VI, CF), sendo desprovidos de
Descentralizar envolve a delegação de interesses
personalidade jurídica própria.
estatais para fora da estrutura da Administração direta, o que
Assim, os órgãos da Administração direta não possuem
é possível porque não se refere a essencialidades, ou seja,
patrimônio próprio; e não assumem obrigações em nome
a atos administrativos que somente possam ser praticados
próprio e nem direitos em nome próprio (não podem
pela Administração direta porque se referem a interesses
ser autor nem réu em ações judiciais, exceto para fins de
estatais diversos previstos ou não na CF. Descentralizar é mandado de segurança – tanto como impetrante como
uma delegação sem relação de hierarquia, pois é uma quanto impetrado). Já que não possuem personalidade,
delegação de um ente para outro (não há subordinação atuam apenas no cumprimento da lei, não atuando por
nem mesmo quanto ao chefe do Executivo, há apenas uma vontade própria. Logo, órgãos e agentes públicos são
espécie de tutela ou supervisão por parte dos Ministérios – impessoais quando agem no estrito cumprimento de seus
se trata de vínculo e não de subordinação). deveres, não respondendo diretamente por seus atos e
Basicamente, se está diante de um conjunto de danos.
pessoas jurídicas estatais criadas ou autorizadas por lei Esta impossibilidade de se imputar diretamente a
para prestarem serviços de interesse do Estado. Possuem responsabilidade a agentes públicos ou órgãos públicos
patrimônio próprio e são unidades orçamentárias que estejam exercendo atribuições da Administração
autônomas. Ainda, exercem em nome próprio direitos e direta é denominada teoria da imputação objetiva, de Otto
obrigações, respondendo pessoalmente por seus atos e Giërke, que institui o princípio da impessoalidade.
danos. Quanto se faz desconcentração da autoridade central
Existem duas formas pelas quais o Estado pode efetuar – chefe do Executivo – para os seus órgãos, se depara com
a descentralização administrativa: outorga e delegação. diversos níveis de órgãos, que podem ser classificados em
A outorga se dá quando o Estado cria uma entidade simples ou complexos (simples se possuem apenas uma
e a ela transfere, através de previsão em lei, determinado estrutura administrativa, complexos se possuem uma rede
serviço público e é conferida, em regra, por prazo de estruturas administrativas) e em unitários ou colegiados
indeterminado. Isso é o que acontece quanto às entidades (unitário se o poder de decisão se concentra em uma
da Administração Indireta prestadoras de serviços públicos. pessoa, colegiado se as decisões são tomadas em conjunto
Neste sentido, o Estado descentraliza a prestação dos e prevalece a vontade da maioria):
serviços, outorgando-os a outras entidades criadas para a) Órgãos independentes – encabeçam o poder ou
prestá-los, as quais podem tomar a forma de autarquias, estrutura do Estado, gozando de independência para
empresas públicas, sociedades de economia mista e agir e não se submetendo a outros órgãos. Cabe a eles
fundações públicas. definir as políticas que serão implementadas. É o caso da

103
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
Presidência da República, órgão complexo composto pelo Cumpre esclarecer que, de acordo com as regras
gabinete, pela Advocacia-Geral da União, pelo Conselho constitucionais e em razão dos fins desejados pelo Estado,
da República, pelo Conselho de Defesa, e unitário (pois o ao Poder Público não cumpre produzir lucro, tarefa esta
Presidente da República é o único que toma as decisões). deferida ao setor privado. Assim, apenas explora atividades
b) Órgãos autônomos – estão no primeiro escalão do econômicas nas situações indicadas no artigo 173 do Texto
poder, com autonomia funcional, porém subordinados Constitucional. Quando atuar na economia, concorre em
politicamente aos independentes. É o caso de todos os grau de igualdade com os particulares, e sob o regime
ministérios de Estado. do artigo 170 da Constituição, inclusive quanto à livre
c) Órgãos superiores – são desprovidos de autonomia concorrência, submetendo-se ainda a todas as obrigações
ou independência, sendo plenamente vinculados aos órgãos constantes do regime jurídico de direito privado, inclusive
no tocante às obrigações civis, comerciais, trabalhistas e
autônomos. Ex.: Delegacia Regional do Trabalho, vinculada
tributárias.
ao Ministério do Trabalho e Emprego; Departamento da
Polícia Federal, vinculado ao Ministério da Justiça. Autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades
d) Órgãos subalternos – são vinculados a todos acima de economia mista
deles com plena subordinação administrativa. Ex.: órgãos
que executam trabalho de campo, policiais federais, fiscais Autarquias
do MTE. As autarquias são pessoas jurídicas de direito público,
ATENÇÃO: O Ministério Público, os Tribunais de Contas de natureza administrativa, criadas para a execução de
e as Defensorias Públicas não se encaixam nesta estrutura, serviços públicos, antes prestados pelas entidades estatais
sendo órgãos independentes constitucionais. Em verdade, que as criam. Contam com patrimônio próprio, constituído
para Canotilho e outros constitucionalistas, estes órgãos a partir de transferência pela entidade estatal a que se
não pertencem nem mesmo aos três poderes. vinculam, portanto, capital exclusivamente público. Logo, as
autarquias são regidas integralmente pelo regime jurídico
Administração Pública Indireta de direito público, podendo, tão-somente, ser prestadoras
A Administração Pública indireta pode ser definida de serviços públicos, contando com capital oriundo da
como um grupo de pessoas jurídicas de direito público ou Administração direta. A título de exemplo, citamos as
privado, criadas ou instituídas a partir de lei específica, que seguintes autarquias: Instituto Nacional de Colonização e
atuam paralelamente à Administração direta na prestação Reforma Agrária (Incra), Instituto Nacional do Seguro Social
(INSS), Departamento Nacional de Estradas de Rodagem
de serviços públicos ou na exploração de atividades
(DNER), Conselho Administrativo de Defesa Econômica
econômicas. Em que pese haver entendimento diverso
(CADE), Departamento nacional de Registro do Comércio
registrado em nossa doutrina, integram a Administração (DNRC), Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI),
indireta do Estado quatro espécies de pessoa jurídica, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
a saber: as Autarquias, as Fundações, as Sociedades de Naturais Renováveis (Ibama), Banco Central do Brasil
Economia Mista e as Empresas Públicas. Ao lado destas, (Bacen).
podemos encontrar ainda entes que prestam serviços Fundações
públicos por delegação, embora não integrem os quadros As Fundações são pessoas jurídicas compostas por um
da Administração, quais sejam, os permissionários, os patrimônio personalizado, destacado pelo seu instituidor
concessionários e os autorizados. para atingir uma finalidade específica, denominadas, em
Essas quatro pessoas integrantes da Administração latim, universitas bonorum.
indireta serão criadas para a prestação de serviços públicos Essa definição serve para qualquer fundação, inclusive
ou, ainda, para a exploração de atividades econômicas, para aquelas que não integram a Administração indireta
como no caso das empresas públicas e sociedades de (não-governamentais). No caso das fundações que integram
economia mista, e atuam com o objetivo de aumentar a Administração indireta (governamentais), quando forem
o grau de especialidade e eficiência da prestação do dotadas de personalidade de direito público, serão regidas
serviço público ou, quando exploradoras de atividades integralmente por regras de direito público. Quando forem
econômicas, visando atender a relevante interesse coletivo dotadas de personalidade de direito privado, serão regidas
por regras de direito público e direito privado.
e imperativos da segurança nacional.
Com efeito, de acordo com as regras constantes do
Sociedades de economia mista
artigo 173 da Constituição Federal, o Poder Público só As sociedades de economia mista são pessoas jurídicas
poderá explorar atividade econômica a título de exceção, de Direito Privado criadas para a prestação de serviços
em duas situações, conforme se colhe do caput do referido públicos ou para a exploração de atividade econômica,
artigo, a seguir reproduzido: contando com capital misto e constituídas somente sob a
Artigo 173. Ressalvados os casos previstos nesta forma empresarial de S/A.
Constituição, a exploração direta de atividade econômica As sociedades de economia mista são: pessoas jurídicas
pelo Estado só será permitida quando necessária aos de Direito Privado, exploradoras de atividade econômica
imperativos de segurança nacional ou a relevante interesse ou prestadoras de serviços públicos, empresas de capital
coletivo, conforme definidos em lei. misto, constituídas sob forma empresarial de S/A.

104
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
Alguns exemplos de sociedade mista: excluindo-se, por conseguinte, as autarquias, as fundações
- Exploradoras de atividade econômica: Banco do Brasil de direito público e os serviços sociais autônomos. Por
e Banespa. fim, já se considerou que na categoria se incluem além
- Prestadora de serviços públicos: Petrobrás, Sabesp, dos serviços sociais autônomos até mesmo as escolas
Metrô, CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional oficializadas, os partidos políticos e os sindicatos,
Urbano) e CPOS (Companhia Paulista de Obras e Serviços, excluindo-se a administração indireta. Na prática, tem-
empresa responsável pelo gerenciamento da execução se encontrado, com frequência, o emprego da expressão
de contratos que envolvem obras e serviços públicos no empresas estatais, sendo nelas enquadradas as sociedades
Estado de São Paulo). de economia mista e as empresas públicas. Há também
Empresas públicas autores que adotam o referido sentido” . Para o autor que
Empresas públicas são pessoas jurídicas de Direito se toma como referencial teórico, “deveria abranger toda
Privado, criadas para a prestação de serviços públicos ou pessoa jurídica que tivesse vínculo institucional com a
para a exploração de atividades econômicas, que contam pessoa federativa, de forma a receber desta os mecanismos
com capital exclusivamente público, e são constituídas estatais de controle. Estariam, pois, enquadradas como
por qualquer modalidade empresarial, após autorização entidades paraestatais as pessoas da administração indireta
legislativa do ente federativo criador. e os serviços sociais autônomos” .
Sendo a empresa pública uma prestadora de serviços
públicos, estará submetida a regime jurídico público,
ainda que constituída segundo o modelo imposto pelo
Direito Privado. Se a empresa pública é exploradora de
atividade econômica, estará submetida a regime jurídico CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DAS
denominado pela doutrina como semi público, ante a ORGANIZAÇÕES FORMAIS MODERNAS:
necessidade de observância, ao menos em suas relações TIPOS DE ESTRUTURA ORGANIZACIONAL,
com os administrados, das regras atinentes ao regime da NATUREZA, FINALIDADES E CRITÉRIOS DE
Administração, a exemplo dos princípios expressos no DEPARTAMENTALIZAÇÃO.
“caput” do artigo 37 da Constituição Federal.
Podemos citar, a título de exemplo, algumas empresas
públicas, nas mais variadas esferas de governo, como o
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES); a Empresa Municipal de Urbanização de São Paulo Benefícios de uma estrutura adequada.
(EMURB); a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos
(ECT); a Caixa Econômica Federal (CEF). • Identificação das tarefas necessárias;
Agências reguladoras • Organização das funções e responsabilidades;
São figuras muito recentes em nosso ordenamento • Informações, recursos, e feedback aos emprega-
jurídico. Possuem natureza jurídica de autarquias de dos;
regime especial, são pessoas jurídicas de Direito Público • Medidas de desempenho compatíveis com os ob-
com capacidade administrativa, aplicando-se a elas todas jetivos;
as regras das autarquias. • Condições motivadoras.
Possuem como objetivo regular e fiscalizar a execução
de serviços públicos. Elas não executam o serviço Estrutura:
propriamente, elas o fiscalizam. Toda empresa possui dois tipos de estrutura: Formal e
informal.
Entidades Paraestatais
Entidades paraestatais “são aquelas pessoas jurídicas Elaboração da estrutura organizacional
que atuam ao lado e em colaboração com o Estado. [...]
Há juristas que entendem serem entidades paraestatais É o conjunto ordenado de responsabilidades,
aquelas que, tendo personalidade jurídica de direito privado autoridades, comunicações e
(não incluídas, pois, as autarquias), recebem amparo decisões das unidades organizacionais de uma
oficial do Poder Público, como as empresas públicas, as empresa.
sociedades de economia mista, as fundações públicas e
as entidades de cooperação governamental (ou serviços
sociais autônomos), como o SESI, SENAI, SESC, SENAC • Não é estática.
etc. Outros pensam exatamente o contrário: entidades • É representada graficamente pelo organograma.
paraestatais seriam as autarquias. Alguns, a seu turno, • É dinâmica.
só enquadram nessa categoria as pessoas colaboradoras • Deve ser delineada de forma a alcançar os objeti-
que não se preordena a fins lucrativos, estando excluídas, vos institucionais.
assim, as empresas públicas e as sociedades de economia • (Delinear = Criar, aprimorar).
mista. Para outros, ainda, paraestatais seriam as pessoas • Deve ser planejada.
de direito privado integrantes da Administração Indireta,

105
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
O Planejamento deve estar voltado para os seguintes ⇒ Sistema de comunicações (Resultado da interação
objetivos: das unidades organizacionais), constituída por:
 O que,
• Identificar as tarefas físicas e mentais que preci-  Como,
sam ser desempenhadas.  Quando,
• Agrupar as tarefas em funções que possam ser  De quem,
bem desempenhadas e atribuir sua responsabilidade a  Para quem.
pessoas ou grupos.
• Proporcionar aos empregados de todos os níveis: Condicionantes da estrutura organizacional.
 Informação.
 Recursos para o trabalho. São Quatro:
 Medidas de desempenho compatíveis com obje-  Objetivos e estratégias,
tivos e metas.  Ambiente,
 Motivação.  Tecnologia,
 Recursos humanos.
Tipos de estrutura organizacional
Níveis de influência da estrutura organizacional.
 Funcional. São três:
 Clientes.  Nível estratégico,
 Produtos.  Nível tático,
 Territorial.  Nível operacional.
 Por projetos.
 Matricial. Níveis de abrangência da estrutura organizacional.

Desenvolvimento, implantação e avaliação de Três níveis podem ser considerados quando do


estrutura organizacional. desenvolvimento e implantação da estrutura organizacional:
 Nível da empresa,
No desenvolvimento considerar:  Nível da UEN – Unidade Estratégica de Negócio
 Seus componentes.  Nível da Corporação.
 Condicionantes.
 Níveis de influência. Condicionantes da estrutura organizacional.
 Níveis de abrangência.
 Fator humano
Implantação / Ajustes A empresa funciona por meio de pessoas, a eficiência
 Participação dos funcionários depende da qualidade intrínseca e do valor e da integração
 Motivar dos homens que ela organiza.
Ao desenvolver uma estrutura organizacional deve-se
Avaliar levar em consideração o comportamento e o conhecimen-
 Quanto ao alcance dos objetivos to das pessoas que irão desempenhar funções.
 Influencia dos aspectos formais e informais Não podemos nos esquecer da MOTIVAÇÃO.

 Fator ambiente externo


Avaliação das mudanças e suas influências.
Componentes da estrutura organizacional
 Fator sistema de objetivos e estratégias
Quando os objetivos e estratégias estão bem definidos
⇒ Sistema de responsabilidade, constituído por: e claros, é mais fácil organizar. Sabe-se o que se espera de
cada um.
 Departamentalização;
 Linha e assessoria; e  Fator tecnologia
 Especialização do trabalho. Conhecimentos
Equipamentos

⇒ Sistema de autoridade, constituído por:


Implantação da estrutura organizacional
 Amplitude administrativa ou de controle;
 Níveis hierárquicos; Três aspectos devem ser considerados:
 Delegação;
 Centralização/descentralização. • A mudança na estrutura organizacional.
• O processo de implantação; e
• As resistências que podem ocorrer.

106
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
Avaliação da estrutura organizacional • Aconselhada para empresas que tenham poucas
linhas de produtos.
• Levantamento
• Análise Desvantagens: Existem também muitas desvantagens
• Avaliação na abordagem funcional.
• Políticas de avaliação de estruturas. Entre elas podemos dizer:
• A responsabilidade pelo desempenho total está
DEPARTAMENTALIZAÇÃO somente na cúpula.
É uma divisão do trabalho por especialização dentro da • Cada gerente fiscaliza apenas uma função estreita
estrutura organizacional da empresa. • O treinamento de gerentes para assumir a posi-
Departamentalização é o agrupamento, de acordo com ção no topo é limitado.
um critério específico de homogeneidade, das atividades e • A coordenação entre as funções se torna com-
correspondente recursos (humanos, financeiros, materiais plexa e mais difícil quanto à organização em tamanho e
e equipamentos) em unidades organizacionais. amplitude.
Existem diversas maneiras básicas pelas quais as • Muita especialização do trabalho.
organizações decidem sobre a configuração organizacional •
que será usada para agrupar as várias atividades. O processo Departamentalização De Produto: É feito de acordo
organizacional de determinar como as atividades devem com as atividades inerentes a cada um dos produtos ou
ser agrupadas chama-se Departamentalização. serviços da empresa.
Exemplos de Departamentalização de produto:
Formas de Departamentalizar: 1- Lojas de departamentos
• Função 2- A Ford Motor Company tem as suas divisões Ford,
• Produto ou serviço Mercury e Lincoln Continental.
• Território 3- Um hospital pode estar agrupado por serviços
• Cliente prestados, como cirurgia, obstetrícia, assistência
• Processo coronariana.
• Projeto
• Matricial
Vantagens: Algumas das vantagens da
• Mista
Departamentalização de produtos são:
• Pode-se dirigir atenção para linhas especificas de
Deve-se notar, no entanto, que a maioria das
produtos ou serviços.
organizações usa uma abordagem da contingência à
• A coordenação de funções ao nível da divisão de
Departamentalização: isto é, a maioria usará mais de
produto torna-se melhor.
uma destas abordagens usadas em algumas das maiores
• Pode-se atribuir melhor a responsabilidade quan-
organizações. A maioria usa a abordagem funcional na
cúpula e outras nos níveis mais baixos. to ao lucro.
• Facilita a coordenação de resultados.
Departamentalização Por Funções: A • Propicia a alocação de capital especializado para
Departamentalização funcional agrupa funções comuns cada grupo de produto.
ou atividades semelhantes para formar uma unidade • Propicia condições favoráveis para a inovação e
organizacional. Assim todos os indivíduos que executam criatividade.
funções semelhantes ficam reunidos, todo o pessoal de Desvantagens:
vendas, todo o pessoal de contabilidade, todo o pessoal de • Exige mais pessoal e recursos de material, po-
secretaria, todas as enfermeiras, e assim por diante. dendo daí resultar duplicação desnecessária de recursos
A Departamentalização funcional pode ocorrer em e equipamento.
qualquer nível e é normalmente encontrada muito próximo • Pode propiciar o aumento dos custos pelas dupli-
à cúpula. cidades de atividade nos vários grupos de produtos.
• Pode criar uma situação em que os gerentes de
Vantagens: As vantagens principais da abordagem produtos se tornam muito poderosos, o que pode deses-
funcional são: tabilizar a estrutura da empresa.
• Mantém o poder e o prestígio das funções prin-
cipais Departamentalização Territorial: Algumas vezes
• Cria eficiência através dos princípios da especia- mencionadas como regional, de área ou geográfica. É o
lização. agrupamento de atividades de acordo com os lugares onde
• Centraliza a perícia da organização. estão localizadas as operações. Uma empresa de grande
• Permite maior rigor no controle das funções pela porte pode agrupar suas atividades de vendas em áreas
alta administração. do Brasil como a região Nordeste, região Sudeste, e região
• Segurança na execução de tarefas e relacionamen- Sul. Muitas vezes as filiais de bancos são estabelecidas
to de colegas. desta maneira.

107
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
As vantagens e desvantagens da Departamentalização Departamentalização de matriz, o administrador de projeto
territorial são semelhantes às dadas para a não tem autoridade de linha sobre os membros da equipe.
Departamentalização de produto. Tal grupamento permite Em lugar disso, a organização do administrador de projeto
a uma divisão focalizar as necessidades singulares de sua é sobreposta aos vários departamentos funcionais, dando
área, mas exige coordenação e controle da administração a impressão de uma matriz.
de cúpula em cada região. A organização de matriz proporciona uma hierarquia
que responde rapidamente às mudanças em tecnologia.
Departamentalização Por Cliente: A Por isso, é tipicamente encontrada em organização de
Departamentalização de cliente consiste em agrupar as orientação técnica, também é usada por empresas com
atividades de tal modo que elas focalizem um determinado projetos de construção complexos
uso do produto ou serviço. A Departamentalização de
cliente é usada principalmente no grupamento de atividade Vantagens:
de vendas ou serviços. • Permitem comunicação aberta e coordenação de
atividades entre os especialistas funcionais relevantes.
A principal vantagem: • Capacita a organização a responder rapidamente
• a adaptabilidade uma determinada clientela. à mudança.
Desvantagens: • São abordagens orientadas para a tecnologia.
• Dificuldade de coordenação.
• Subutilização de recursos e concorrência entre os Desvantagens:
gerentes para concessões especiais em benefício de seus • Pode haver choques resultantes das prioridades.
próprios clientes. •
Departamentalização Mista - É o tipo mais frequente,
Departamentalização por Processo ou Equipamento: cada parte da empresa deve ter a estrutura que mais se
É o agrupamento de atividades que se centralizam nos adapte à sua realidade organizacional.
processos de produção ou equipamento. É encontrada
com mais frequência em produção. As atividades de uma A melhor forma de departamentalizar
fábrica podem ser grupadas em perfuração, esmerilamento, Para evitar problemas na hora de decidir como
soldagem, montagem e acabamento, cada qual em seu departamentalizar, pode-se seguir certos princípios:
departamento. • Princípio do maior uso – o departamento que faz
maior uso de uma atividade deve tê-la sob sua jurisdição.
Vantagens: • Principio do maior interesse – o departamento que
• Maior especialização de recursos alocados. tem maior interesse pela atividade deve supervisiona-la.
• Possibilidade de comunicação mais rápida de in- • Principio da separação e do controle – As ativi-
formações técnicas. dades do controle devem estar separadas das atividades
controladas.
Desvantagens: • Principio da supressão da concorrência – Eliminar
• Possibilidade de perda da visão global do anda- a concorrência entre departamentos, agrupando atividades
mento do processo. correlatas no mesmo departamento.
• Flexibilidade restrita para ajustes no processo. Outro critério básico para departamentalização está
• baseado na diferenciação e na integração, os princípios
Departamentalização Por Projeto: Aqui as pessoas são:
recebem atribuições temporárias, uma vez que o projeto Diferenciação, cujo princípio estabelece que as
tem data de inicio e término. Terminado o projeto as atividades diferentes devem ficar em departamentos
pessoas são deslocadas para outras atividades. Por separados. A diferenciação ocorre quando:
exemplo: uma firma contábil poderia designar um sócio • O fator humano é diferente,
(como administrador de projeto), um contador sênior, e • A tecnologia e a natureza das atividades são dife-
três contadores juniores para uma auditoria que está sendo rentes,
feita para um cliente. Uma empresa manufatureira, um • Os ambientes externos são diferentes,
especialista em produção, um engenheiro mecânico e um • Os objetivos e as estratégias são diferentes.
químico poderiam ser indicados para, sob a chefia de um
administrador de projeto, completar o projeto de controle Integração – Quanto mais atividades trabalham
de poluição. Em cada um destes casos, o administrador de integradas, maior razão para ficarem no mesmo
projeto seria designado para chefiar a equipe, com plena departamento.
autoridade sobre seus membros para a atividade específica
do projeto.

Departamentalização De Matriz: A
Departamentalização de matriz é semelhante à de
projeto, com uma exceção principal. No caso da

108
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
 Melhorem a eficiência, eficácia e efetividade na
produção de bens e serviços públicos,
EMPREENDEDORISMO GOVERNAMENTAL  Minimizem esforços, custos, maximizando e bus-
E NOVAS LIDERANÇAS NO SETOR PÚBLICO. cando novas fontes de receitas, através de aplicações fi-
CONVERGÊNCIAS E DIFERENÇAS ENTRE A nanceiras;
GESTÃO PÚBLICA E A GESTÃO PRIVADA.  Criem uma gestão baseada na avaliação pela so-
EXCELÊNCIA NOS SERVIÇOS PÚBLICOS. ciedade, mensuração do desempenho e dos resultados;
 Sejam inovador, pró-ativo; criativo; que corram ris-
cos calculados, que sejam mobilizadores de ação conjunta
voluntária privada e pública, que sejam intraempreende-
Há tempo o empreendedorismo, que tem como foco dores.
uma postura na gestão de inovação, busca por alternativas,
e principalmente excelência em resultados se faz presente
na Administração Publica, isso percebe-se através de O Fenômeno do Empreendedorismo Público:
alguma iniciativas Um Ensaio sobre a Aplicabilidade desse Construto na
Parcerias com o setor privado e com as (ONGs); Administração Pública Brasileira
 Avaliação de desempenho individual e de resulta- As mudanças ocorridas no setor público, nos últimos
dos organizacionais, atrelados a indicadores de qualidade anos, têm promovido o aumento das expectativas de
e produtividade; reforço de sua modernização e o interesse de diversos
 Autonomia às agências governamentais, horizon- pesquisadores, como Orborne e Gaebler (1992), Bellone
talizando a estrutura; e Goerl (1992), Moore (1995), Morris e Jones (1999),
 Descentralização política: poder de decisão próxi- Barnier e Hafsi (2007), Currie et al. (2008) e Diefenbach
mo ao cidadão, melhoria da qualidade e da accountability;
(2011) em entender os possíveis desdobramentos, talvez
 Estabelecimento do conceito de planejamento es-
contraditórios, que essa modernização acarretou ao Estado.
tratégico;
Nas últimas décadas, esse processo de modernização
 Flexibilização das regras que regem a burocracia
tem sido associado a noções comportamentais e gerenciais,
pública;
imbuídas de conceitos e práticas, que eram próprias e, até
 Profissionalização do servidor público, através de
então, restritas à esfera das organizações empresariais.
políticas de motivação, de desenvolvimento pessoal e reva-
lorização a questão da ética no serviço público; O empreendedorismo é uma dessas noções que tem
 Desenvolvimento das habilidades gerenciais dos sido empregada no setor público, principalmente em países
funcionários; europeus, como forma de criar valor para os cidadãos. Essa
 Competição administrada; noção sinaliza a necessidade de as organizações públicas
 Princípio da subsidiariedade, como base do con- desenvolverem uma Orientação Empreendedora (OE)
ceito de descentralização. voltada para a capacidade de se adequar e de inovar frente
 Ênfase e orientação da ação do Estado para o ci- às novas demandas do setor público (MILLER, 1983; COVIN
dadão-cliente; e SLEVIN, 1991; LUMPKIN e DESS, 1996). Todavia, enquanto
 Controle social com mecanismo de prestação de no setor privado as contribuições e os desafios do
contas e avaliação de desempenho; empreendedorismo têm sido extensivamente estudados,
 Vê o cidadão como contribuinte de impostos e no setor público, sobretudo no Brasil, estudos sobre
como cliente de se seus serviços; esse assunto são difíceis de serem encontrados. Possíveis
 Resultados são considerados bons não porque os causas dessa limitada produção nacional seriam: o assunto
processos administrativos estão sob controle e são segu- é recente no Brasil; há poucas evidências verificadas
ros (APB), mas porque as necessidades do cidadão-cliente cientificamente; e os setores público e privado apresentam
estão sendo atendidas (interesse público – diferenças do diferenças importantes tornando a transposição de práticas
significado; complexa e, em algumas situações inadequadas (BERGUE,
 Confiança, descentralização das decisões e de fun- 2011; DIENFEBACH, 2011).
ções. Bergue (2008, p. 2) observa que “o atual cenário
da administração pública brasileira revela forte e sem
Não se trata de descartar a administração racional- precedente inclinação para adição de práticas gerenciais
legal, mas de manter as características que ainda se usuais no campo gerencial”. Esse movimento apresenta-
mantém válidas para garantir efetividade à administração se em forma de duas perspectivas: a) oferta – esforços
e trazer novas ações e ferramentas que aprimorem essa exógenos que promovem e estimulam a transferência, como
administração, permitindo que ela fique mais atualizada, as influências dos conceitos estrangeiros; e, b) demanda – a
mais atenta às mudanças comportamentais da sociedade busca das organizações públicas por inovações gerenciais,
e também às mudanças que o próprio mercado privado como recurso de legitimação e sobrevivência. No entanto,
sobre e que de certa forma afeta a gestão pública. a apropriação de técnicas gerenciais no setor público
Portanto, cabe às novas lideranças (líderes públicos) apresenta algumas limitações significativas. Bergue (2011)
estarem se inserindo nesse modelo e desenvolver ações observa que essa prática tem sido denotada de um caráter
políticas baseadas em objetivos e comportamentos que: parcial, na qual a ênfase passa a ser no formato e não no

109
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
conteúdo. Dessa forma, o reduzido esforço de reflexão novas ideias. Escritores posteriores a Schumpeter (1954),
crítica (em que os modelos são importados de casos de como Higgins (1959), Baumol (1968), ampliaram a noção
sucesso em outros países, ou, quando adaptado com de empreendedorismo ao indicarem que este poderia ser
preservando seu formato original) favorece a coexistência visualizado como causador da substituição de produtos
de elementos e práticas gerenciais tradicionais e inovadoras obsoletos por produtos mais inovadores e com maior
na administração pública. potencial de lucro.
Portanto, estudar o empreendedorismo no setor Drucker (1985) considera o empreendedorismo uma
público do Brasil torna-se uma oportunidade de pesquisa forma de intensa mudança e o empreendedor como
na área, a qual é movida por uma inquietação: Qual a alguém que sempre se apoia nessas mudanças para a
aplicabilidade deste construto, na administração pública busca e exploração de novas oportunidades. No caso
brasileira? Frente a este questionamento, este ensaio da administração pública, vale destacar que o aspecto
busca contribuir, de forma crítica, para a compreensão do burocrático é muito evidente em tal tipo de organização.
empreendedorismo no setor público brasileiro, a partir das Buscar oportunidades, nesse contexto, torna muito
contribuições da literatura estrangeira. Desta forma, tem mais desafiador ao empreendedor. É preciso refletir se o
como objetivo analisar o potencial e o alcance de aplicação empreendedor poderia sustentar-se em um ambiente mais
da noção de empreendedorismo na administração de estático. Apesar de o setor público ter se tornado mais
organizações públicas no Brasil. ágil, percebe-se que, em comparação com o mercado,
A sua operacionalização ocorreu em três seções mudanças ainda são reativas e lentas.
estruturantes, além desta introdução. O empreendedorismo pode ser entendido sobre duas
A primeira traz uma revisão acerca do principais perspectivas. A perspectiva econômica, com
empreendedorismo e suas principais abordagens, Schumpeter como seu principal autor, e a comportamental,
focando principalmente a teorização deste construto nas com McClelland como seu principal teórico. Para os
organizações. A segunda seção busca definir a noção de economistas o empreendedorismo é
empreendedorismo nas organizações públicas, a partir compreendido como um agente de desenvolvimento
da literatura internacional, principalmente europeia. A econômico (SMITH, 1766; BAUMOL, 1968);
terceira, e principal parte, traz reflexões pontuais acerca da empreendedores de negócios (HIGGINS, 1959); tomadores
aplicabilidade do empreendedorismo público no contexto de riscos (KIHLSTROM e LAFFONT, 1979); trabalhadores em
brasileiro. condições de ambiguidade e incerteza (SADLER, 2000).
Apesar de todas essas atribuições, Sadler (2000)
A Teorização sobre Empreendedorismo nas observa que a noção de empreendedorismo apregoada
Organizações pelos economistas é associada à capacidade do homem,
Sadler (2000) indica que o termo empreendedorismo enquanto empreendedor, de inovar e de poder contribuir
deriva do verbo francês entreprendre, que significa iniciar para o desenvolvimento local da economia. Essa noção
ou realizar algum empreendimento. Os autores pioneiros pode ter intensas influências do sistema de produção em
dessa temática foram Cantillon (1755) e Say (1803) vigor na época dos clássicos da economia. Um sistema
(FILION, 1997). Sadler (2000) indica que o conceito de que buscava a noção e o homos econômicus, no qual
Richard Cantillon buscou explicar a receptividade ao risco o indivíduo era considerado uma mera extensão da
de comprar algo por um preço e vendê-lo em regime máquina produtiva. Na tentativa de compreender a figura
de incerteza. Jean-Baptiste Say (1803) sustentou que o do empreendedor, ou seja, da pessoa que age de forma
empreendedor era capaz de alterar os recursos econômicos empreendedora, a perspectiva comportamental importou
de uma área de baixa produtividade, transformando em da teoria de recursos humanos importantes conceituações
uma área de produtividade e lucratividade elevadas, sendo comportamentais para a teoria do empreendedorismo
que ele atuava como o catalisador do desenvolvimento (SADLER, 2000). Essa perspectiva focou na descrição de um
econômico. Tanto na definição de Cantillon (1755) como na perfil empreendedor.
de Say (1803), o empreendedor é tomado como um agente Stevenson e Jarillo (1990), Covin e Slevin (1991),
tomador de risco (SADLER, 2000). Cunningham e Lischeron (1991) e Bygrave (1993) tentaram
Outro autor clássico do construto é Joseph Schumpeter. descrever tal perfil. Com base nas informações deste, Filion
Esse é quem lançou o estudo contemporâneo de (1997) evidenciou que os empreendedores são fruto de seu
empreendedorismo ao alinha-lo com a inovação (SADLER, ambiente. O autor constatou que o empreendedor pode
2000). Para o referido autor, o empreendedor era tratado ser desenvolvido e que uma cultura empreendedora pode
de forma peculiar por sua capacidade de criar, inovar e de ser um mecanismo catalisador para a formação de um
agregar valor em produtos, processos e serviços, nos quais a perfil empreendedor. O ambiente, então, torna-se muito
inovação era a principal força para criação de nova demanda importante na formação do perfil. Se a pessoa cresce em
e riqueza. Esse pesquisador percebeu que o empreendedor um local onde é incitado a agir de forma empreendedora e
conduzia, criava, novas combinações de produção por a vencer seus desafios, torna-se propenso a desenvolver um
meio do processo de destruição criativa. Nesse sentido, perfil empreendedor. Deve-se destacar que no âmago do
Schumpeter (1954) observa que o ímpeto para o sistema empreendedor está a busca pela sua autorrealização. Nesse
econômico vem de homens de coragem, que arriscam suas sentido, conforme destaca Sadler (2000) o empreendedor
fortunas para implementar, inovar, experimentar e expandir pode se tornar um risco para a administração pública, pois

110
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
pode adotar várias facetas em busca de seu objetivo próprio, podendo ser caracterizado como um camaleão dentro do
setor público, que muda de cor em razão do atendimento de seus objetivos particulares.
Até a década de 1970, as pesquisas sobre empreendedorismo priorizavam as ações e características individuais dos
empreendedores (DRUCKER, 1985; SADLER, 2000). No entanto, a partir de 1980, autores como Miller & Friesen (1982),
Burgelmann (1983), Pinchot, (1985), Cornwall e Perlman (1990), Hashimoto (2009) e Diefenbach (2011) desenvolveram
pesquisas que compreendessem a noção de empreendedorismo dentro das organizações.
Surgiu, assim, o empreendedorismo corporativo, ou seja, o estudo do comportamento empreendedor dentro das
organizações (HASHIMOTO, 2009).
Os proponentes dessa escola corporativa foram Cuninghan e Lischeron (1991), na qual buscaram valorizar as habilidades
empreendedoras como variáveis úteis para organizações complexas. Hashimoto (2009) destaca que os primeiros estudos
sobre essa escola datam de 1970, com os trabalhos de Peter Drucker e Arnie Cooper. Para Drucker (1985), a responsabilidade
das empresas existentes do ponto de vista empreendedor, sobretudo para empresas já bem-sucedidas, é manter-se bem-
sucedida no futuro. Tais ideias, conforme evidenciado acima, ganharam força na década de 1980, quando as empresas
japonesas começaram a invadir o país com seus produtos mais baratos e de melhor qualidade. A partir desse momento,
houve um interesse crescente de pesquisadores no estabelecimento de relações entre empreendedorismo e corporações,
gerando várias terminologias ao longo do tempo, conforme ilustra a Figura 1:

Figura 1. Terminologias do Empreendedorismo Corporativo


Fonte: Adaptado de Hashimoto (2009, p. 90) com base em Diefenbach (2011).

A diversidade dos termos que definem o empreendedorismo dentro de organizações pode gerar confusão, bem como
contradições. Zahra et al. (1991), Antonic & Hisrich (2001) e Kearney et al. (2009) associam os termos mencionados na
Figura 1 como sinônimos, em que ambos denotam ações de empreendedores dentro de organizações como agentes
propulsores de inovação em produtos, processos e serviços (PINCHOT, 1985; BURGELMAN & SAYLES, 1986; ZAHRA et al.,
1991; HISRICH e PETERS, 2004). No contexto brasileiro, no trabalho desenvolvido por Emmendoerfer e Valadares (2011), no
qual se propôs fazer reflexões sobre a construção do empreendedorismo interno, foram encontradas características próprias
do Empreendedorismo Corporativo e do Intraempreendedorismo. No entanto, essas diferenciações fogem do escopo
deste ensaio. Dessa forma, será adotado o termo Empreendedorismo Corporativo (EC) como alusão ao empreendedorismo
associado à organizações.
O empreendedorismo corporativo baseia-se no conceito de Orientação Empreendedora (OE) da organização (MILLER,
1983; COVIN e SLEVIN, 1991; LUMPKIN e DESS, 1996).
Miller (1983) destaca que a OE é conceituada através de três perspectivas – a da inovação, da proatividade e da tomada
de risco. O referido conceito foi redimensionado por Covin e Slevin (1991) e Lumpkin e Dess (1996). Ao longo dos trabalhos,
foram incorporados novos conceitos ao construto, porém Rauch et al. (2009) observa que a maioria dos estudos tem
adotado as três principais dimensões da OE cunhadas por Miller (1983).
Portanto, a partir da perspectiva de Miller (1983), Covin e Slevin (1991), Lumpkin e Dess (1996), Rauch et al. (2009)
e Diefenbach (2011), o termo Empreendedorismo Corporativo (EC) refere-se ao processo cujo indivíduo ou grupos em
associação com uma organização cria uma nova organização ou instiga um ambiente propício a inovações, de modo que a

111
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
organização detenha uma orientação empreendedora que permita o desenvolvimento e a manutenção de comportamentos
empreendedores (inovação, proatividade e tomada de riscos). A partir dessas considerações iniciais sobre a teorização do
empreendedorismo nas organizações, apresenta-se na Figura 2, de forma sintética, os principais termos que formam os
referidos construtos.

Figura 2. Fatores-Chave do Termo Empreendedorismo


Fonte: Diefenbach (2011, p. 17). Tradução livre.

A Figura 2 evidencia as duas abordagens de estudo do empreendedorismo. Para os fins deste ensaio, não serão
realizadas análises em relação ao empreendedorismo independente, ou seja, à criação de novas organizações. Será
ressaltada a escola corporativa, a partir da qual serão feitas análises nas organizações públicas, levando em consideração
a Orientação Empreendedora (OE) e o Comportamento Empreendedor (CE). Estas duas premissas, segundo Diefenbach
(2011), são fatores básicos para a implementação do empreendedorismo em organizações públicas.

O Empreendedorismo Público (EP)


Historicamente, grande parte das teorias organizacional e gerencial foi desenvolvida para organizações em geral,
sem distinção entre público e privado. As teorias Weberiana (1946;1978) e Taylorista (1911) são exemplos que defendem
implícita ou explicitamente que seus achados se aplicam tanto no setor público quanto no privado, porque organizações
públicas e privadas possuem muito mais similaridades do que diferenças (STOKER, 2006; RAINEY, 2009; DIEFENBACH, 2011).
No entanto, Dienfenbach (2011) argumenta que essa não é a única perspectiva acerca das similaridades e diferenças entre
as organizações públicas e privadas (RAINEY, 2009). Existe uma argumentação de que a transposição de conceitos de um
setor para outro requer uma análise mais detalhada devido a diferenças entre ambos (BERGUE, 2008; 2011).
Diefenbach (2011) mostra que dentre as principais diferenças entre as organizações do setor público e privado destaca-
se que as organizações públicas são: a) caracterizadas pela ausência de mercados econômicos e suas pressões de redução
de custos; b) influenciadas intensivamente por questões políticas; c) tem como pressupostos a equidade, responsabilidade,
franqueza e transparência aos usuários e pela multiplicidade de conflitos entre os agentes (gestores); e, d) é tradicionalmente
mais centralizada, na qual os gestores tem menos autonomia de decisão e flexibilidade, menos incentivos e menos riscos/
recompensas (BERNIER & HAFSI, 2007; CURRIE, et al., 2008). Essas características vão de encontro com as características de
uma organização orientada para o empreendedorismo, pois a cultura de prevenção de riscos e de baixa tomada de decisão,
autonomia e de flexibilidade são negativamente relacionadas ao contexto do empreendedorismo (RAINEY, 2009).
Muitos estudos têm procurado definir o que seria o empreendedorismo público (ROBERTS e KING, 1991; OSBORNE
e GAEBLER, 1992; MORRIS e JONES, 1999; KEARNEY, et al.; 2007; RAUCH, et al. 2009). No entanto, as definições existentes
sobre esse termo são limitadas e diversificadas (ROBERTS e KING, 1991; BOYETT, 1997; CURRIE et al., 2008; KEARNEY et al.,
2007; 2009; MORRIS e JONES, 1999; MORRIS et al., 2008).

112
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
Nesse ínterim, Roberts e King (1991) definem que o accountability, participação cidadã, formulação de políticas
empreendedorismo público é um processo de introdução públicas transparentes e planejamento de longo prazo. Já
de inovação nas organizações do setor público. Para Roberts (1992) caracteriza o EP como um indivíduo que
Roberts (1992), o EP é a geração de ideia inovadora, a gera, projeta e implementa ideias inovadoras no domínio
concepção e a implementação dessa ideia no setor público. público.
Osborne e Gaebler (1992) analisa esse termo a partir da Na visão de Schneider et al. (1995), o empreendedor
compreensão das ações de instituições empreendedoras/ público é definido por dois fatores: a) sua vontade de
empreendedores públicos. Nesse sentido, explica que tomar medidas de risco; e, b) sua capacidade de coordenar
eles usam recursos disponíveis e constroem novas as ações de outras pessoas para cumprir metas. Segundo
maneiras para maximização da produtividade e efetividade Currie et al. (2008), o empreendedor público é um líder
organizacional. Morris e Jones (1999) definem o que amplia metas, mandatos, funções e poder de suas
empreendedorismo público pela organizações de forma não prevista pelos agentes
perspectiva do processo de criação de valor para os públicos. Ele constrói coalizões políticas para usufruir as
cidadãos, ao reunir uma combinação de recursos públicos oportunidades empreendedoras na organização.
para explorar oportunidades sociais. (OSBORNE e GAEBLER, Apesar de difusas, as definições de empreendedorismo
1992). no setor público também se aproximam em alguns aspectos
Dessa forma, o empreendedorismo público implica em (DIEFENBACH, 2011). Um dos aspectos são as dimensões
um papel inovador e proativo do governo na condução inovação, proatividade e tomada de riscos. Elas se repetem
da sociedade para melhoria da qualidade de vida, com em várias conceituações, como a conceituação de Kearney
a inclusão de geração de receitas alternativas, melhoria (2007), Currie et al. (2008) e Morris et al. (2008). Outro ponto
de processos internos e desenvolvimento de soluções em comum é que algumas conceituações incorporam
inovadoras para satisfazer as necessidades sociais e o conceito de criação de valor, o qual é evidenciado por
econômicas (DIEFENBACH, 2011). Morris e Jones (1999) e Bernier e Hafsi (2007).
Shockley et al. (2006) indicam que o EP ocorre sempre Portanto, observa-se que o construto
que um ator político está em alerta com as problemáticas empreendedorismo público ainda está em formação e
da administração pública e age em oportunidades que as suas influências estão arraigadas em pesquisas
potenciais de lucro, mudando o sistema em que ator está internacionais, principalmente europeias, as quais se têm
incorporado em direção ao equilíbrio. Kearney et al. (2007) dedicado a compreender melhor esse construto (MORRIS
refere-se à empresa estatal/ serviço civil. Sob esse aspecto, e JONES, 1999; SADLER, 2000; BARNIER e HAFSI, 2007;
o EP é definido como um indivíduo ou grupo de indivíduos MORRIS et al., 2008; CURRIE, et al. 2008; KEARNEY et al.,
que se compromete com a atividade desejada para iniciar 2009; DIEFENBACH, 2011).
a mudança dentro da organização, na qual busca adaptar, Ao analisar os setores público e privado, observa-se
inovar e facilitar o risco. algumas diferenças significativas.
Nessa conceituação, metas e objetivos pessoais são Deve-se entender que os empreendedorismos público
menos importantes do que a geração de um bom resultado e privado também seguem a mesma lógica. Dessa forma,
para a organização pública. apresentam-se na Figura 3 as principais diferenças entre o
Na conceituação de Currie et al. (2008), o empreendedorismo no setor público e no privado.
empreendedorismo público é visto como o processo de
identificação e busca de oportunidades de indivíduos
e, ou, organizações. Além disso, esse processo é muitas
vezes caracterizado pela capacidade de inovação, tomada
de riscos e proatividade. Morris et al. (2008) evidenciam
que as organizações podem ser caracterizadas em termos
de sua orientação ou intensidade empreendedora, que
é um reflexo das atividades empresariais no qual estão
fazendo. Essas atividades são baseadas no conceito de OE
(inovadoras, arriscadas e proativas). Os passos básicos para
esse processo identificado (no setor privado) não deve ser
diferente em um contexto de organizações públicas.
Alguns autores também se dedicaram a definir o perfil
do empreendedor público. Neste sentido, Ramamurti
(1986) afirma que o empreendedor público é um indivíduo
que se compromete para iniciar e manter uma ou mais
organização do setor público. Para Bellone e Goerl (1992),
o empreendedor público pode ser definido a partir de
quatro características, a saber: a) autonomia; b) visão
pessoal do futuro; c) sigilo; e, d) tomada de risco. Essas
características, segundo o autor, podem ser conciliadas
com os valores democráticos fundamentais como

113
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo

Figura 3. Diferenças entre o Empreendedorismo Público, Empreendedorismo Independente e no setor Privado


Fonte: Kearney et al. (2009, p. 29). Tradução livre.

A partir da análise das diferenças mencionadas na Figura 3, observa-se que a transposição de práticas de um setor para
outro se torna delicada. Portanto, é preciso conceber o empreendedorismo público como um construto em processo de
formação. Muito se tem a elucidar de sua verdadeira contribuição para a administração pública, dado que a discussão sobre
empreendedores no setor público é balizada, principalmente, em um modelo de administração pública gerencial, passível
de inúmeras críticas.
No Brasil, nos últimos anos, tem surgido a noção de empreendedorismo público.
Identificou-se de forma exploratória que um governo estadual de uma unidade federativa no país possui indicativos de
empreendedorismo público, os quais podem ser verificados pela criação e pelo gerenciamento de um cargo, comissionado
e de livre nomeação, cuja denominação faz alusão a essa noção (VALADARES et al. 2010; VALADARES e EMMENDOERFER,
2011). Impulsionado por essa evidência, buscou-se compreender a aplicabilidade do empreendedorismo no setor público
brasileiro. No entanto, antes de fazer as devidas análises, é necessário contextualizar a realidade da administração pública
brasileira.

114
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
Dessa forma, na próxima seção, buscar-se-á caracterizar, Na tentativa de evoluir os quadros existentes frente às
de forma sucinta, a evolução da administração pública limitações dos modelos preconizados e institucionalizados
desse país. na administração pública brasileira, foi instituída uma nova
reforma, que aconteceu em 1995, dando início ao modelo
Breve histórico da evolução da administração gerencial. Um dos objetivos dessa reforma era o de tornar o
pública brasileira Estado mais eficiente, mais capaz de prestar serviços sociais,
Na tentativa de modernizar a administração do culturais e científicos com baixo custo e boa qualidade.
Estado brasileiro, os governos, ao longo da história, Envolveram-se a descentralização de trabalhos sociais
buscaram, por meio de reformas administrativas, melhorar para estados e municípios; a delimitação mais precisa da
o desempenho do setor público. Essas reformas se área de atuação do Estado; a distinção entre as atividades
materializaram em modelos que, com suas características do núcleo estratégico; a separação entre a formulação de
próprias, contribuíram, e ainda contribuem, para formação políticas e a sua execução; a maior autonomia tanto para
da modernização do Estado brasileiro. Nesse sentido, os as atividades executivas exclusivas do Estado como para
três modelos de administração pública mais relevantes os serviços sociais e científicos que este presta; e, ainda, a
segurança da responsabilização (accountability) por meio
no contexto brasileiro foram denominados patrimonial,
da administração por objetivos (BRESSER-PEREIRA, 1998).
burocrático e gerencial.
A reforma gerencial de 1995 trouxe uma mudança
Apesar da existência desses três modelos, observa-se
de conceitos em toda estrutura administrativa do país,
que na história de administração pública brasileira, não é
pois se objetivou deixar o Estado mais gerencial, a partir
possível enquadra-la em um só modelo (TORRES, 2004), do distanciamento de práticas patrimoniais e burocráticas
pois, ela é caracterizada por uma gestão híbrida, na qual (BRESSER-PEREIRA, 2010). Ele passou a priorizar os
os três modelos (patrimonial, burocrático e gerencial) resultados de sua administração e não as questões jurídico-
coexistem na estrutura administrativa. No entanto, percebe- legais.
se que apesar da irregularidade, um modelo sempre se Segundo esse autor, a reforma gerencial foi um dos
sobrepôs ao outro em relação ao período que estava em produtos da grande evolução da forma que o Brasil estava
evidência. É possível afirmar que o modelo patrimonialista propondo. A modernização da Administração Pública foi
é encontrado em todas as fases da modernização do pautada em contratações de técnicos competentes, extinção
Estado supracitado, o que faz dele uma característica de secretarias e cargos públicos, fixação de tetos salariais
dominante na administração pública brasileira (JANOTTI, do poder executivo e atualização de processos de compras
1987; NUNES, 1997; FAORO, 2000; HOLANDA, 2000; PAULA, e licitações (BRESSER-PEREIRA, 2010). Portanto, passa-se a
2005; MATIAS-PEREIRA, 2009; CABOBIANGO et al., 2010). aplicar como foco central na gestão do Estado brasileiro, a
Historicamente, até a Revolução de 1930, o Estado partir da reforma gerencial de 1995, a administração por
brasileiro era refém dos interesses de uma elite agrária resultados.
composta de aristocráticos proprietários rurais. A Depois de ser institucionalizado o modelo gerencial,
urbanização e industrialização que o Brasil experimentou surgiram várias críticas a esse modelo, principalmente
a partir de 1930 fizeram que o país passasse por um no que diz respeito à falta de participação do povo em
rearranjo político do Estado, atendendo às pressões para relação à tomada de decisão dos governos. Assim, surgiu
modernização deste por parte da burguesia (TORRES, a necessidade de as decisões da administração pública
2004). Deve-se ressaltar que a reforma administrativa de terem participação ampla do povo. Dessa forma, um novo
Vargas foi um dos primeiros esforços para superar o modelo modelo de administração pública começa a ser evidenciado
patrimonial em voga no contexto brasileiro, embora suas como tendência na administração pública brasileira. Esse
raízes patrimoniais não tenham sido suplantadas. Essas novo modelo ficou conhecido como modelo societal, que
ligações, segundo Holanda (2000), são características tem como base as diretrizes do novo serviço público, no
qual o bem público ou o serviço público é realizado com a
fundamentais do “homem cordial” brasileiro que, em sua
sociedade e pela sociedade (PAULA, 2005; CAPOBIANGO,
caminhada e busca pelo poder, não consegue distinguir os
et al. 2010). Essa perspectiva denota uma administração
aspectos público e privado.
pública voltada para o cidadão. Entretanto, deve-se ressaltar
Prosseguindo na reforma administrativa burocrática,
que esse modelo ainda está em processo de construção, de
no contexto do governo militar da década de 1960, surgiu modo que ainda seja um campo fértil de pesquisas para
um decreto-lei que visava modernizar a administração sua consolidação.
pública por meio da utilização de instrumentos A partir desta breve delimitação do contexto da
gerenciais utilizados pela iniciativa privada. Além da evolução da administração pública no Brasil, percebe-se
normatização e da padronização de procedimentos nas que ela segue tendências mundiais de transformações do
áreas de pessoal, compras governamentais e execução Estado. Apesar de haver muito em que se avançar, existe
orçamentária, buscava-se também estruturar o governo. um esforço do governo brasileiro, ao menos no discurso, de
As estratégias adotadas para alcançar a estruturação atender às demandas da sociedade. No entanto, o modelo
seriam planejamento, coordenação, descentralização, que está em voga, o gerencial, se apega, sobretudo, à
delegação de competências, controle e investimento em transposição de práticas gerenciais para as organizações
administração indireta (COSTA, 2008). públicas.

115
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
(De) limitações acerca da aplicabilidade do forma geral, por meio da ação de empreendedores e, ou,
empreendedorismo na administração pública brasileira de organizações públicas de modo inovador, proativo e
Sadler (2000), Kearney (2009) e Diefenbach tomador de riscos.
(2011) observam que pouco tem sido escrito sobre o Todavia, aplicar a noção de empreendedorismo na
empreendedorismo no setor público. Além da escassez de organização pública é diferente de aplicá-la no setor
estudos nessa temática, o que existe na literatura baseia- privado devido ao fato dos dois setores apresentarem
se, em grande parte, no pensamento abstrato, decorrente características particulares. No caso da organização pública,
da apropriação de estudos do empreendedorismo no o lócus de atuação é mais complexo, pois suas
setor privado (SADLER, 2000). O problema de optar-se por intensas relações políticas, pressupostos de equidade,
uma apropriação mimética dos termos sem uma correta responsabilidade, transparência, multiplicidade de conflitos
adaptação é que, em muitos casos, a técnica aplicada na entre os gestores, estrutura tradicionalmente mais
organização privada não se adapta à organização pública centralizada na qual os gestores tem menor autonomia
ficando como um corpo estranho na organização, porém, de decisão, menor incentivo/recompensas e menor
sem função alguma (BERGUE, 2008). Nesse sentido, o risco, contribuem para uma cultura que vai de encontro
empreendedorismo nas organizações públicas pode ser à cultura empreendedora (KEARNEY et al., 2009). Assim,
compreendido como uma prática cerimonial ou “para inglês para promover o comportamento empreendedor nos
ver”, o que não gera impacto na gestão pública. Porém cabe agentes públicos, é preciso desenvolver uma orientação
destacar, que apesar de não gerar impacto nas práticas empreendedora nas organizações públicas.
internas das organizações públicas, o empreendedorismo As reformas administrativas que aconteceram em
público pode gerar impacto no ambiente externo (mídia, níveis globais logo depois da crise do petróleo no final
sociedade, outros governos) onde o termo pode ser tratado da década de 1970 e início da de 1980, fizeram que os
como uma novidade projetando positivamente a imagem governantes propusessem um modelo de administração
do governante e de seu governo. Desta forma, observa- pública que promovia uma cultura empreendedora nas
se que a adoção de empreendedorismo no setor público organizações públicas. Esse novo modelo, conhecido como
brasileiro pode estar atrelado ao discurso de governantes New Public Management (NPM), orientou-se para uma
para que possa alcançar legitimação e manutenção de prática gerencial no setor público que teve, como uma de
poder (VALADARES e EMMENDOERFER, 2011).
suas premissas norteadoras, a priorização do alcance de
É necessário haver uma reflexão crítica antes de
resultados efetivos nas ações do poder público.
sair apropriando técnicas gerenciais nas organizações
Essas mudanças, de fato, buscaram uma forma de
públicas, pois ambas apresentam diferenças ambientais e
superar características mais rígidas das organizações
estruturais (BERGUE, 2008; KEARNEY et al., 2009). Stoker
públicas pela incorporação dos valores de eficácia e
(2006) contribui para essa afirmação ao observar que
efetividade. Em síntese, a NPM procurou melhorar a gestão
o governo não se sustenta no mecanismo de compra e
dos processos através da aplicação de técnicas de gestão
venda de mercadoria. Esta lógica, segundo o autor, aplica-
presentes no setor privado (COOKE, 2004; HENISZ, ZELNER
se à organização privada, a qual em seu contexto visa à
maximização das riquezas do empreendedor. No entanto, e GUILLÉN, 2005; IMASATO, MARTINS e PIERANTI, 2010).
no setor público, a principal preocupação deve ser seu No entanto, esse novo modelo de administração não é
usuário. isento de críticas.
A literatura acerca do empreendedorismo, conforme Dentre as principais, incluem-se:
visto acima, pode ser concebida por meio de dois lócus de a) os cidadãos vistos como clientes;
análise: b) a “agenda oculta” de corte de custos;
a) a criação de empresas (empreendedorismo c) a negligência das necessidades de serviços diferentes
independente); e, para grupo diferentes;
b) o comportamento empreendedor dentro das d) o favorecimento de pequenos grupos; e,
organizações (empreendedorismo corporativo). e) a falta de envolvimento dos cidadãos e grupos
No contexto do setor público, aplica-se a noção interessados (DIEFENBACH, 2011).
do empreendedorismo corporativo. Ao que se atém Dessa forma, o empreendedorismo no setor público
a esse contexto, a escola corporativa indica que o também apresenta algumas limitações importantes,
empreendedorismo pode ser entendido por duas formas, pois a sua base está relacionada à implementação da
a do indivíduo agindo de forma empreendedora ou a da NPM. Segundo a literatura, três grandes temas limitam a
organização possuindo uma orientação empreendedora. aplicabilidade dessa noção no setor público:
Na perspectiva de Miller (1983), Covin e Slevin (1991), a) a ameaça à governabilidade democrática, em que a
Lumpkin e Dess (1996) e Diefenbach (2011) comportamento principal crítica reside na falta de legitimidade (DELEON e
empreendedor é entendido como a busca do agente DENHARDT, 2000);
público por inovação, proatividade, tomada de riscos e b) esses empreendedores podem perseguir interesses
orientação empreendedora é entendida como a busca da próprios, fazer mal uso de fundos públicos, estabelecer
organização pública por promover um ambiente propício domínio sobre outros (poder), implementar mudanças
à inovação, proatividade e tomada de riscos. Assim, o radicais, ignorando, assim, padrões das organizações
empreendedorismo público pode ser conceituado, de uma públicas (CURRIE et al., 2008); e,

116
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
c) os objetivos da atividade empresarial não está maneiras para maximizar a produtividade e a efetividade
completamente alinhada aos objetivos da organização organizacionais. Por outro lado, representa riscos para a
pública, o que pode gerar, por conseguinte, a mudança manutenção da democracia no setor público, no qual suas
de foco do gestor público, ou seja, este pode negligenciar ações podem visar a interesses próprios. Nesse sentido,
as suas principais responsabilidades que está no usuário entende-se que o potencial e alcance da aplicação da
(MORRIS e JONES, 1999). noção de empreendedorismo no setor público brasileiro
Na realidade brasileira, desenvolver empreendedores estão diretamente correlacionados com a compreensão
públicos se torna complexo devido à própria formação da capacidade e da limitação desse agente para a
de sua administração pública contemporânea. Apesar da administração pública.
tentativa de se estabelecer um modelo gerencial, e até O potencial do EP relaciona-se à adoção deste
mesmo societal, com maior participação da sociedade, um construto no âmbito da apropriação de técnicas gerenciais
dos principais desafios é o aspecto cultural. O setor público na administração pública. Estas técnicas, quando bem
brasileiro ainda é muito caracterizado pelas relações delimitadas e adaptadas ao contexto local, podem contribuir
políticas do “homem cordial”, no qual práticas clientelistas, para o alcance de maior efetividade da organização
paternalistas e patrimonialistas ainda se sobressaem. pública. Neste sentido o empreendedor público pode
Partindo do pressuposto da metáfora do camaleão contribuir, pois, devido a seu comportamento, auxilia a
(SADLER, 2000) e de que o empreendedor é formado organização a se tornar mais dinâmica, flexível e focada nos
pelas características do ambiente na qual está inserido, resultados. No entanto, para que isso aconteça, observa-se
o empreendedorismo na administração pública brasileira a necessidade de desenvolver uma cultura empreendedora
pode catalisar a busca por interesses próprios, mal uso de na organização pública.
fundos e fortalecimento de elites classistas nos governos. Apesar das propostas inovadoras do empreendedorismo
Assim, ao invés de trazer maior dinamismo, o público é preciso também se atentar às limitações de tal
empreendedorismo público no Brasil pode acarretar noção aplicada ao setor público brasileiro. A literatura
um aumento do insulamento da administração pública. supracitada indica que o EP é tratado como uma prática
Essa prática pode ser evidenciada no trabalho de cerimonialista ou simbólica que trabalha a imagem de
Valadares e Emmendoerfer (2011), o qual ressalta que o novidade (inovação) do governante e do seu governo.
empreendedorismo público em uma Unidade Federativa Neste sentido, pode-se tornar um risco para as Políticas de
Brasileira pode estar correlacionado com a formação de Estado, pois, os governos podem buscar benefícios para
uma elite classista que detém o controle do Estado no legitimar o seu governo. Desta forma, o empreendedorismo
intuito de manter o governo de situação. pode ser mais uma ferramenta promocional do discurso
Neste sentido, a prática de insulamento burocrático político. Deve-se ressaltar que este ensaio buscou suscitar
limita a gestão das organizações em base tecnicista, ao reflexões teóricas sobre o potencial e alcance da aplicação
ter de forma concentrada e fechada, a tomada de decisão do empreendedorismo público no Brasil.
juntamente com a formulação e implementação da política Assim, cabem às pesquisas futuras testar, empiricamente,
pública. Isto contribui para gestor público abandonar a aplicabilidade deste construto na realidade brasileira.23
qualquer tentativa de estabelecer accountability ou
responsiveness pelos seus atos (XAVIER, 2006). Dessa forma,
o insulamento burocrático torna a administração pública
imune ao controle da sociedade e do sistema político, GESTÃO DA QUALIDADE. GESTÃO DE
podendo comprometer a sustentabilidade da democracia. RESULTADOS NA PRODUÇÃO DE SERVIÇOS
Diniz (2003) indica que o alcance da estabilidade da PÚBLICOS. O PARADIGMA DO CLIENTE NA
democracia requer superar o déficit da inclusão social no GESTÃO PÚBLICA.
qual objetiva reverter altos graus de concentração de renda
e de desigualdade, o déficit de capacidade de produzir
resultados socialmente desejados, de modo a reverter
o padrão patrimonialista de ação estatal e o déficit de Pegar Matéria Gestão de qualidade—acervo –
accountability, que reduz os graus de discricionariedade administração
das autoridades governamentais.
Dessa forma, é preciso compreender que o setor A gestão orientada para resultados é um modelo de
público é caracterizado pelos princípios burocráticos, os administração de empresas que exige bastante compro-
quais garantem a legitimidade de suas atividades, e nesse metimento da equipe, especialmente por não ser voltado
setor, a democracia representativa ainda precisa do ethos para o número de horas trabalhadas e, sim, ao empenho
burocrático. É preciso tomar cuidado com as expectativas para a finalização das metas. Ao contrário de uma gestão
exageradas por parte do empreendedor público, para que
não o torne a solução para todos os problemas. 23 Fonte: www.anpad.org.br - Por Josiel Lopes Vala-
Este estudo sugere que o desenvolvimento de dares, Magnus Luiz Emmendoerfer, Renner Coelho Messias
empreendedores no setor público possui conotação Alves,
dupla. De um lado, com sua visão de futuro, autonomia Mateus Cerqueira Anício Morais
e tomada de risco contribui para construir novas

117
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
tradicional, focada em processos, a gestão por resultados maior entre os gestores e os colaboradores e o estabeleci-
enfatiza os objetivos a serem alcançados e os valores da mento de objetivos e prazos claros para cada um. A equipe
organização. O conceito desse tipo de gerenciamento é deve ser monitorada, acompanhada e poder contar com os
realmente priorizar os resultados em todas as ações, com líderes para os momentos de dificuldade. Ao final, se os re-
o objetivo de otimizar o desempenho da empresa, inde- sultados forem obtidos, deve haver uma recompensa pelo
pendentemente de seu porte ou de sua área de atuação. envolvimento e comprometimento com o trabalho. Assim
E o que é a gestão por resultados e como aplicá-la em sua todos saem ganhando
empresa você vai aprender hoje. Fonte: https://blog.contaazul.com/gestao-por-resulta-
dos/
Características da gestão por resultados
Para que seja possível adotar esse tipo de gestão na O mundo tem assistido a uma grande mudança no perfil
empresa, é preciso saber como o processo realmente fun- do consumidor. As estratégias do passado para conquistar
ciona e se ele de fato é adequado para atingir seus objeti- os clientes já não surtem os mesmos efeitos de antes, e isso
vos. Algumas características da gestão por resultados po- demonstra a necessidade de mudar as estratégias que elevam
a satisfação do cliente neste novo cenário. A atualidade é,
dem ajudar a entender melhor como ela acontece dentro
portanto, caracterizada pelo foco do cliente, seja ele um
da empresa:
consumidor ou cidadão. Esse poder do cliente é bem explicado
• A chave para todo o processo é o foco no resultado pela frase de  Peter Drucker: “Satisfazer o consumidor é
e não nos procedimentos; a missão e a finalidade de qualquer negócio. A pergunta
• A responsabilidade por atingir ou não os resultados ‘Qual o nosso negócio’ só pode ser respondida examinando
propostos é de todos; de fora o negócio, do ponto de vista do consumidor e do
• A liderança é mais participativa; mercado.” Quando falamos em Administração Pública o foco
• Todas as unidades da empresa andam juntas e do cliente deve ser direcionado para os cidadãos, empresas
estão integradas para que seja possível obter o resultado e funcionários públicos.
desejado, cada uma contribuindo com sua tarefa. Ter o cliente, seja ele um consumidor ou cidadão, como
Vantagens desse modelo de gestão centro dos esforços é uma das mensagens mais reforçadas
Uma das maiores vantagens de se adotar a gestão pelas organizações, especialmente nos últimos tempos, em
orientada para resultados é o fato de que os colaboradores que a Administração Pública busca a satisfação e a qualidade
se sentem mais motivados, pois estão envolvidos em todo do atendimento prestado a sociedade. Mas a verdade é que
o processo e sabem que sua participação realmente faz di- poucas instituições tiveram realmente sucesso em aprimorar
ferença para o alcance das metas. Isso sem contar que  a o entendimento sobre as necessidades de sua clientela.
comunicação também melhora, com a boa interação entre Algumas delas declaram a sua preocupação em buscar e
os membros da equipe surgindo como fundamental para atender as necessidades e expectativas de seus clientes,
o sucesso do empreendimento. O comprometimento do porém, as ações realizadas não são mais que tentativas
time e sua produtividade também aumentam, uma vez que em convencê-los de que seus produtos e serviços são os
cada um passa a ter clareza do seu papel para chegar aos melhores e que são o que os clientes querem e precisam.
resultados. Assim a sensação de pertencimento é maior e o A diferença entre o foco NO cliente e o foco DO cliente
engajamento e a produção consequentemente melhoram. Podemos traduzir o foco no cliente por meio da frase de
Aplicação da gestão de resultados na empresa Gart Capote: “Todo o esforço organizacional para uma melhor
Existem várias metodologias para a aplicação da ges- compreensão das necessidades dos clientes com base nas
tão de serviços ou de produtos orientada a resultados em suposições, ideias e oportunidades percebidas dentro das
uma empresa, havendo entre elas alguns passos em co- organizações.” Dessa forma, As companhias com  foco no
cliente utilizam uma abordagem “inside out” (de dentro para
mum para que a implementação tenha êxito:
fora), em que por meio do levantamento das necessidades e
• Revisar os objetivos da empresa: para que os
grau de satisfação, determinam o que agregará valor para os
gestores e empresários tenham uma visão clara dos
seus clientes. Estas organizações “empurram” o produto ou
objetivos e do planejamento estratégico do negócio; serviço para o consumidor.
• Definir os objetivos da equipe: gestores e Já as organizações com  foco do cliente utilizam a
colaboradores precisam se reunir para estabelecer os abordagem “outside in”  (de fora para dentro). É o cliente
objetivos de cada um, determinando um prazo para a que determina por meio de suas experiências aquilo que é
apresentação dos resultados; importante para a instituição, o que gera valor para concessão
• Monitorar o processo: antes de o prazo estabelecido dos seus produtos e serviços. O foco do cliente, portanto,
terminar, é preciso organizar algumas reuniões para saber consiste em conhecer a organização pelo lado de fora. Não
se os objetivos efetivamente serão alcançados; se trata mais de apenas oferecer um produto ou serviço para
• Avaliar o desempenho: análise baseada no um cliente, mas de entender a sua real necessidade. Essa
atingimento ou não dos objetivos; abordagem leva o cliente a participar da criação do processo
• Recompensar: os colaboradores são ponta a ponta (cocriação) e permite à organização identificar
recompensados por atingirem os resultados. atividades, que pela visão de “dentro para fora” (inside out),
O sucesso da gestão por resultados leva a empresa a não seriam identificadas.
enxugar custos, otimizar um projeto ou aumentar a pro- Mudando o Foco NO para DO Cliente – A modelagem
dutividade da equipe. Tudo isso requer um envolvimento de processos

118
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
Percebemos que muitas vezes o foco do cliente acaba Processos, áreas, diretorias e outras formas de enxergar
sendo um discurso conceitual, uma filosofia aceita por todos, as organizações são recortes de uma realidade dos quais
mas que, na prática, não influencia o modo como os gestores fazemos uso para que possamos entendê-la e geri-la. Se há
tomam suas decisões do dia a dia. Muitas abordagens de de fato uma entidade real e única é a figura do cidadão. E
gestão de processos acabam centradas nas necessidades aqui, devemos entender cidadão, em um sentido amplo,
internas da própria organização com foco em mais eficiência como alguém que tem objetivos e resultados esperados, que
e produtividade. nossas organizações desejam ajudá-lo a obter.
Assim, muitas das iniciativas de redesenho de processos Quem quer que seja o cliente (um cidadão que utiliza os
iniciam com a construção de modelos a partir da ótica interna serviços da segurança social, um empreendedor que pretende
(“inside out”), com a descrição de passos que precisam ser abrir uma empresa, um usuário que utiliza os serviços públicos
executados para a instituição entregar um produto ou serviço. de saúde, um morador que quer pagar o IPTU ou um eleitor
Assim, perde-se muito tempo em questões que não possuem que pretende votar), o importante é perceber que em todas
correlação direta com o objetivo central do processo – a essas interações, o cliente possui expetativas e deseja alcançar
geração de resultados – relegando a satisfação dos clientes a resultados específicos e, para isso, conta com a ajuda da
um segundo plano. organização servidora.
Na abordagem “outside in”, a modelagem deve começar Fonte: http://www.e-gestaopublica.com.br/como-
pela definição e caracterização de seus valores finais – as funciona-o-foco-do-cliente-na-administracao-publica/
entregas que o processo deve gerar – e, a partir daí, construir
as transições necessárias à sua execução. O foco de uma
Prefeitura, por exemplo, é no cidadão; no Judiciário o foco é
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS
nos advogados e nos réus.
MATERIAIS: FUNÇÕES E OBJETIVOS;
CLASSIFICAÇÃO E ESPECIFICAÇÃO DE
MATERIAIS; COMPRAS; REGISTROS; CADASTRO
DE FORNECEDORES; ACOMPANHAMENTO DE
PEDIDOS.

Prezado Candidato o tema acima supracitado já foi


abordado em tópicos anteriores.

Abordagens “Inside out” e “Outside in”


  ÉTICA PROFISSIONAL. O PAPEL DO SERVIDOR.
Mudando o Foco NO para DO Cliente – Os momentos
da verdade
A organização deve enxergar que o cliente não está
apenas no fim do processo. Na verdade, ele interage com a No contexto filosófico, ética e moral possuem diferentes
instituição diversas vezes, em diferentes circunstâncias e com significados. A ética está associada ao estudo fundamentado
diferentes expectativas. Cada uma dessas interações é uma dos valores morais que orientam o comportamento humano
excelente oportunidade de fortalecer o relacionamento com em sociedade, enquanto a moral são os costumes, regras,
o cliente ou cidadão, captar as suas percepções e oferecer tabus e convenções estabelecidas por cada sociedade.
valores complementares para suprir suas necessidades. Os termos possuem origem etimológica distinta. A
Tais interações, dada sua importância, são chamadas palavra “ética” vem do Grego “ethos” que significa “modo de
de momentos da verdade. ser” ou “caráter”. Já a palavra “moral” tem origem no termo
No  foco do cliente  a experiência do consumidor é latino “morales” que significa “relativo aos costumes”.
formada pela soma de suas interações com a organização. A Ética é um conjunto de conhecimentos extraídos da
melhor experiência do cliente será resultante de sua interação investigação do comportamento humano ao tentar explicar
com os momentos da verdade. Esses instantes evidenciam as regras morais de forma racional, fundamentada, científica e
a capacidade da organização em definir e realizar suas teórica. É uma reflexão sobre a moral.
estratégias e alinhar e melhorar seus processos. Moral é o conjunto de regras aplicadas no cotidiano
O foco do cliente na Administração Pública e usadas continuamente por cada cidadão. Essas regras
Qual o objetivo primordial e comum de todas as orientam cada indivíduo, norteando as suas ações e os seus
organizações? A resposta mais acertada parece ser a de julgamentos sobre o que é moral ou imoral, certo ou errado,
cumprir determinadas necessidades de seus clientes de forma bom ou mau.
sustentável. A resposta não é, então, diferente quando nos No sentido prático, a finalidade da ética e da moral é
perguntamos qual o objetivo dos órgãos e serviços públicos. muito semelhante. São ambas responsáveis por construir as
Na mesma lógica, o seu propósito é de atender as diversas bases que vão guiar a conduta do homem, determinando
necessidades dos cidadãos de forma sustentável, ou seja, o seu caráter, altruísmo e virtudes, e por ensinar a melhor
também deve ter foco do cliente. forma de agir e de se comportar em sociedade.

119
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
de vários elementos. Esses caracteres geralmente represen-
INTERAÇÃO COM O PÚBLICO INTERNO E tam uma palavra ou parte de uma palavra. Embora os idiomas
EXTERNO. japonês e coreano usem caracteres chineses, estes podem ser
pronunciados de maneiras bem diferentes e nem sempre ter
o mesmo significado.
Nos idiomas alfabéticos, a pronúncia adequada exige que
Quando se fala em comunicação interna organizacional, se use o som correto para cada letra ou combinação de letras.
automaticamente relaciona ao profissional de Relações Públi- Quando o idioma segue regras coerentes, como é o caso do
cas, pois ele é o responsável pelo relacionamento da empresa espanhol, do grego e do zulu, a tarefa não é tão difícil. Contu-
com os seus diversos públicos (internos, externos e misto). do, as palavras estrangeiras incorporadas ao idioma às vezes
As organizações têm passado por diversas mudanças mantêm uma pronúncia parecida à original. Assim, determi-
buscando a modernização e a sobrevivência no mundo dos nadas letras, ou combinações de letras, podem ser pronun-
negócios. Os maiores objetivos dessas transformações são: ciadas de diversas maneiras ou, às vezes, simplesmente não
tornar a empresa competitiva, flexível, capaz de responder ser pronunciadas. Você talvez precise memorizar as exceções e
as exigências do mercado, reduzindo custos operacionais e então usá-las regularmente ao conversar. Em chinês, a pronún-
apresentando produtos competitivos e de qualidade. cia correta exige a memorização de milhares de caracteres. Em
A reestruturação das organizações gerou um público in- alguns idiomas, o significado de uma palavra muda de acordo
terno de novo perfil. Hoje, os empregados são muito mais com a entonação. Se a pessoa não der a devida atenção a esse
conscientes, responsáveis, inseridos e atentos às cobranças aspecto do idioma, poderá transmitir ideias erradas.
das empresas em todos os setores. Diante desse novo modelo Se as palavras de um idioma forem compostas de síla-
organizacional, é que se propõe como atribuição do profissio- bas, é importante enfatizar a sílaba correta. Muitos idiomas
nal de Relações Públicas ser o intermediador, o administrador que usam esse tipo de estrutura têm regras bem definidas
dos relacionamentos institucionais e de negócios da empresa sobre a posição da sílaba tônica (aquela que soa mais forte).
com os seus públicos. Sendo assim, fica claro que esse profis- As palavras que fogem a essas regras geralmente recebem
sional tem seu campo de ação na política de relacionamento um acento gráfico, o que torna relativamente fácil pronunciá-
da organização. -las de maneira correta. Contudo, se houver muitas exceções
A comunicação interna, portanto, deve ser entendida às regras, o problema fica mais complicado. Nesse caso, exige
como um feixe de propostas bem encadeadas, abrangentes, bastante memorização para se pronunciar corretamente as
coisa significativamente maior que um simples programa de palavras.
comunicação impressa. Para que se desenvolva em toda sua Em alguns idiomas, é fundamental prestar bastante aten-
plenitude, as empresas estão a exigir profissionais de comuni- ção aos sinais diacríticos que aparecem acima e abaixo de de-
cação sistêmicos, abertos, treinados, com visões integradas e terminadas letras, como: è, é, ô, ñ, ō, ŭ, ü, č, ç.
em permanente estado de alerta para as ameaças e oportuni- Na questão da pronúncia, é preciso evitar algumas arma-
dades ditadas pelo meio ambiente. dilhas. A precisão exagerada pode dar a impressão de afeta-
Percebe-se com isso, a multivariedade das funções dos ção e até de esnobismo. O mesmo acontece com as pronún-
Relações Públicas: estratégica, política, institucional, mercado- cias em desuso. Tais coisas apenas chamam atenção para o
lógica, social, comunitária, cultural, etc.; atuando sempre para orador. Por outro lado, é bom evitar o outro extremo e relaxar
cumprir os objetivos da organização e definir suas políticas tanto no uso da linguagem quanto na pronúncia das palavras.
gerais de relacionamento. Algumas dessas questões já foram discutidas no estudo “Ar-
Em vista do que foi dito sobre o profissional de Relações ticulação clara”.
Públicas, destaca-se como principal objetivo liderar o proces- Em alguns idiomas, a pronúncia aceitável pode diferir de
so de comunicação total da empresa, tanto no nível do enten- um país para outro — até mesmo de uma região para ou-
dimento, como no nível de persuasão nos negócios. tra no mesmo país. Um estrangeiro talvez fale o idioma local
com sotaque. Os dicionários às vezes admitem mais de uma
Pronúncia correta das palavras pronúncia para determinada palavra. Especialmente se a pes-
Proferir as palavras corretamente. Isso envolve: soa não teve muito acesso à instrução escolar ou se a sua
 Usar os sons corretos para vocalizar as palavras; língua materna for outra, ela se beneficiará muito por ouvir
 Enfatizar a sílaba certa; com atenção os que falam bem o idioma local e imitar sua
 Dar a devida atenção aos sinais diacríticos pronúncia.
No dia-a-dia, é melhor usar palavras com as quais se está
Por que é importante? bem familiarizado. Normalmente, a pronúncia não constitui
A pronúncia correta confere dignidade à mensagem que problema numa conversa, mas ao ler em voz alta você poderá
pregamos. Permite que os ouvintes se concentrem no teor da se deparar com palavras que não usa no cotidiano.
mensagem sem ser distraídos por erros de pronúncia.
Fatores a considerar. Não há um conjunto de regras Maneiras de aprimorar. Muitas pessoas que têm proble-
de pronúncia que se aplique a todos os idiomas. Muitos mas de pronúncia não se dão conta disso.
idiomas utilizam um alfabeto. Além do alfabeto latino, há Em primeiro lugar, quando for designado a ler em
também os alfabetos árabe, cirílico, grego e hebraico. No público, consulte num dicionário as palavras que não co-
idioma chinês, a escrita não é feita por meio de um alfabe- nhece. Se não tiver prática em usar o dicionário, procure
to, mas por meio de caracteres que podem ser compostos em suas páginas iniciais, ou finais, a explicação sobre as
abreviaturas, as siglas e os símbolos fonéticos usados ou,

120
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
se necessário, peça que alguém o ajude a entendê-los. Em • agir com cortesia. Cumprimentar com um “bom-
alguns casos, uma palavra pode ter pronúncias diferentes, de- dia” ou “boa-tarde”, dizer o nome e o nome da empresa
pendendo do contexto. Alguns dicionários indicam a pronún- ou instituição são atitudes que tornam a conversa mais
cia de letras que têm sons variáveis bem como a sílaba tônica. pessoal. Perguntar o nome do cliente e tratá-lo pelo nome
Antes de fechar o dicionário, repita a palavra várias vezes em transmitem a ideia de que ele é importante para a empresa
voz alta. ou instituição. O atendente deve também esperar que o
Uma segunda maneira de melhorar a pronúncia é ler para seu interlocutor desligue o telefone. Isso garante que
alguém que pronuncia bem as palavras e pedir-lhe que corrija ele não interrompa o usuário ou o cliente. Se ele quiser
seus erros. complementar alguma questão, terá tempo de retomar a
Um terceiro modo de aprimorar a pronúncia é prestar conversa.
atenção aos bons oradores.
No atendimento telefônico, a linguagem é o fator
Pronúncia de números telefonicos principal para garantir a qualidade da comunicação.
Portanto, é preciso que o atendente saiba ouvir o interlocutor
O número de telefone deve ser pronunciado algarismo
e responda a suas demandas de maneira cordial, simples,
por algarismo.
clara e objetiva. O uso correto da língua portuguesa e a
Deve-se dar uma pausa maior após o prefixo.
qualidade da dicção também são fatores importantes para
Lê-se em caso de uma sequencia de números de tres assegurar uma boa comunicação telefônica. É fundamental
em tres algarismos, com exceção de uma sequencia de que o atendente transmita a seu interlocutor segurança,
quatro numeros juntos, onde damos uma pausa a cada dois compromisso e credibilidade.
algarismos. Além das recomendações anteriores, são citados, a
O número “6” deve ser pronunciado como “meia” e seguir, procedimentos para a excelência no atendimento
o número “11”, que é outra exceção, deve ser pronunciado telefônico:
como “onze”.
Veja abaixo os exemplos • Identificar e utilizar o nome do interlocutor: nin-
011.264.1003 – zero, onze – dois, meia, quatro – um, zero guém gosta de falar com um interlocutor desconhecido,
– zero, tres por isso, o atendente da chamada deve identificar-se assim
021.271.3343 – zero, dois, um – dois, sete, um – tres, tres que atender ao telefone. Por outro lado, deve perguntar
– quatro, tres com quem está falando e passar a tratar o interlocutor pelo
031.386.1198 – zero, tres, um – tres, oito, meia – onze – nome. Esse toque pessoal faz com que o interlocutor se
nove, oito sinta importante;
• assumir a responsabilidade pela resposta: a pessoa
Exceções que atende ao telefone deve considerar o assunto como
110 - cento e dez seu, ou seja, comprometer-se e, assim, garantir ao inter-
111 – cento e onze locutor uma resposta rápida. Por exemplo: não deve dizer
211 – duzentos e onze “não sei”, mas “vou imediatamente saber” ou “daremos
118 – cento e dezoito uma resposta logo que seja possível”. Se não for mesmo
511 – quinhentos e onze possível dar uma resposta ao assunto, o atendente deverá
0001 – mil ao contrario apresentar formas alternativas para o fazer, como: fornecer
o número do telefone direto de alguém capaz de resolver
Atendimento telefonico o problema rapidamente, indicar o e-mail ou numero da
pessoa responsável procurado. A pessoa que ligou deve ter
Na comunicação telefônica, é fundamental que o
a garantia de que alguém confirmará a recepção do pedido
interlocutor se sinta acolhido e respeitado, sobretudo porque
ou chamada;
se trata da utilização de um canal de comunicação a distância.
• Não negar informações: nenhuma informação
É preciso, portanto, que o processo de comunicação ocorra deve ser negada, mas há que se identificar o interlocutor
da melhor maneira possível para ambas as partes (emissor antes de a fornecer, para confirmar a seriedade da chama-
e receptor) e que as mensagens sejam sempre acolhidas e da. Nessa situação, é adequada a seguinte frase: vamos
contextualizadas, de modo que todos possam receber bom anotar esses dados e depois entraremos em contato com
atendimento ao telefone. o senhor
Alguns autores estabelecem as seguintes recomendações • Não apressar a chamada: é importante dar tempo
para o atendimento telefônico: ao tempo, ouvir calmamente o que o cliente/usuário tem
• não deixar o cliente esperando por um tempo muito a dizer e mostrar que o diálogo está sendo acompanhado
longo. É melhor explicar o motivo de não poder atendê-lo e com atenção, dando feedback, mas não interrompendo o
retornar a ligação em seguida; raciocínio do interlocutor;
• o cliente não deve ser interrompido, e o funcionário • Sorrir: um simples sorriso reflete-se na voz e de-
tem de se empenhar em explicar corretamente produtos e monstra que o atendente é uma pessoa amável, solícita e
serviços; interessada;
• atender às necessidades do cliente; se ele desejar algo • Ser sincero: qualquer falta de sinceridade pode ser
que o atendente não possa fornecer, é importante oferecer catastrófica: as más palavras difundem-se mais rapidamen-
alternativas; te do que as boas;

121
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
• Manter o cliente informado: como, nessa forma • comunicação – clareza nas instruções de utilização
de comunicação, não se estabelece o contato visual, é ne- dos serviços.
cessário que o atendente, se tiver mesmo que desviar a
atenção do telefone durante alguns segundos, peça licença Fatores críticos de sucesso ao telefone:
para interromper o diálogo e, depois, peça desculpa pela  A voz / respiração / ritmo do discurso
demora. Essa atitude é importante porque poucos segun-  A escolha das palavras
dos podem parecer uma eternidade para quem está do ou-  A educação
tro lado da linha; Ao telefone, a sua voz é você. A pessoa que está do
• outro lado da linha não pode ver as suas expressões faciais
• Ter as informações à mão: um atendente deve e gestos, mas você transmite através da voz o sentimento
conservar a informação importante perto de si e ter sem- que está alimentando ao conversar com ela. As emoções
pre à mão as informações mais significativas de seu setor. positivas ou negativas, podem ser reveladas, tais como:
Isso permite aumentar a rapidez de resposta e demonstra • Interesse ou desinteresse,
o profissionalismo do atendente; • Confiança ou desconfiança,
• Estabelecer os encaminhamentos para a pessoa • Alerta ou cansaço,
que liga: quem atende a chamada deve definir quando é • Calma ou agressividade,
que a pessoa deve voltar a ligar (dia e hora) ou quando é • Alegria ou tristeza,
que a empresa ou instituição vai retornar a chamada. • Descontração ou embaraço,
• • Entusiasmo ou desânimo.
Todas estas recomendações envolvem as seguintes O ritmo habitual da comunicação oral é de 180 palavras
atitudes no atendimento telefônico: por minuto; ao telefone deve-se reduzir para 120 palavras
• Receptividade - demonstrar paciência e disposição por minuto aproximadamente, tornando o discurso mais
para servir, como, por exemplo, responder às dúvidas mais claro.
comuns dos usuários como se as estivesse respondendo A fala muito rápida dificulta a compreensão da
pela primeira vez. Da mesma forma é necessário evitar que mensagem e pode não ser perceptível; a fala muito lenta
interlocutor espere por respostas; pode o outro a julgar que não existe entusiasmo da sua
• Atenção – ouvir o interlocutor, evitando interrup- parte.
ções, dizer palavras como “compreendo”, “entendo” e, se
O tratamento é a maneira como o funcionário se dirige
necessário, anotar a mensagem do interlocutor);
ao cliente e interage com ele, orientando-o, conquistando
• Empatia - para personalizar o atendimento, po-
sua simpatia. Está relacionada a:
de-se pronunciar o nome do usuário algumas vezes, mas,
• Presteza – demonstração do desejo de servir, valo-
nunca, expressões como “meu bem”, “meu querido, entre
rizando prontamente a solicitação do usuário;
outras);
• Cortesia – manifestação de respeito ao usuário e
• Concentração – sobretudo no que diz o interlocu-
de cordialidade;
tor (evitar distrair-se com outras pessoas, colegas ou situa- • Flexibilidade – capacidade de lidar com situações
ções, desviando-se do tema da conversa, bem como evitar não-previstas.
comer ou beber enquanto se fala); •
• Comportamento ético na conversação – o que en- A comunicação entre as pessoas é algo multíplice,
volve também evitar promessas que não poderão ser cum- haja vista, que transmitir uma mensagem para outra
pridas. pessoa e fazê-la compreender a essência da mesma é uma
• tarefa que envolve inúmeras variáveis que transformam a
Atendimento e tratamento comunicação humana em um desafio constante para todos
O atendimento está diretamente relacionado aos nós.
negócios de uma organização, suas finalidades, produtos E essa complexidade aumenta quando não há uma
e serviços, de acordo com suas normas e regras. O comunicação visual, como na comunicação por telefone,
atendimento estabelece, dessa forma, uma relação entre o onde a voz é o único instrumento capaz de transmitir a
atendente, a organização e o cliente. mensagem de um emissor para um receptor. Sendo
assim, inúmeras empresas cometem erros primários no
A qualidade do atendimento, de modo geral, é atendimento telefônico, por se tratar de algo de difícil
determinada por indicadores percebidos pelo próprio consecução.
usuário relativamente a: Abaixo 16 dicas para aprimorar o atendimento
• competência – recursos humanos capacitados e telefônico, de modo a atingirmos a excelência, confira:
recursos tecnológicos adequados;
• confiabilidade – cumprimento de prazos e horários 1 - Profissionalismo: utilize-se sempre de uma
estabelecidos previamente; linguagem formal, privilegiando uma comunicação
• credibilidade – honestidade no serviço proposto; que transmita respeito e seriedade. Evite brincadeiras,
• segurança – sigilo das informações pessoais; gírias, intimidades, etc, pois assim fazendo, você estará
• facilidade de acesso – tanto aos serviços como ao gerando uma imagem positiva de si mesmo por conta do
pessoal de contato; profissionalismo demonstrado.

122
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
2 - Tenha cuidado com os ruídos:  algo que é 14 – Tenha uma postura afetuosa e prestativa: ao
extremamente prejudicial ao cliente são as interferências, atender o telefone, você deve demonstrar para o cliente
ou seja, tudo aquilo que atrapalha a comunicação entre as uma postura de quem realmente busca ajudá-lo, ou seja,
partes (chieira, sons de aparelhos eletrônicos ligados, etc.). que se importa com os problemas do mesmo. Atitudes
Sendo assim, é necessário manter a linha “limpa” para que negativas como um tom de voz desinteressado, melancólico
a comunicação seja eficiente, evitando desvios. e enfadado contribuem para a desmotivação do cliente,
3 - Fale no tom certo: deve-se usar um tom de voz que sendo assim, é necessário demonstrar interesse e iniciativa
seja minimamente compreensível, evitando desconforto para que a outra parte se sinta acolhida.
para o cliente que por várias vezes é obrigado a “implorar” 15 – Não seja impaciente:  busque ouvir o cliente
para que o atendente fale mais alto. atentamente, sem interrompê-lo, pois, essa atitude
4 - Fale no ritmo certo:  não seja ansioso para que contribui positivamente para a identificação dos problemas
você não cometa o erro de falar muito rapidamente, ou existentes e consequentemente para as possíveis soluções
seja, procure encontrar o meio termo (nem lento e nem que os mesmos exigem.
rápido), de forma que o cliente entenda perfeitamente 16 – Mantenha sua linha desocupada: você já tentou
a mensagem, que deve ser transmitida com clareza e ligar para alguma empresa e teve que esperar um longo
objetividade. período de tempo para que a linha fosse desocupada? Pois
5 - Tenha boa dicção: use as palavras com coerência e é, é algo extremamente inconveniente e constrangedor.
coesão para que a mensagem tenha organização, evitando Por esse motivo, busque não delongar as conversas e evite
possíveis erros de interpretação por parte do cliente. conversas pessoais, objetivando manter, na medida do
6 - Tenha equilíbrio: se você estiver atendendo um possível, sua linha sempre disponível para que o cliente não
cliente sem educação, use a inteligência, ou seja, seja tenha que esperar muito tempo para ser atendido.
paciente, ouça-o atentamente, jamais seja hostil com o Buscar a excelência constantemente na comunicação
humana é um ato fundamental para todos nós, haja vista,
mesmo e tente acalmá-lo, pois assim, você estará mantendo
que estamos nos comunicando o tempo todo com outras
sua imagem intacta, haja vista, que esses “dinossauros” não
pessoas. Infelizmente algumas pessoas não levam esse
precisam ser atacados, pois, eles se matam sozinhos.
importante ato a sério, comprometendo assim, a capacidade
7 - Tenha carisma:  seja uma pessoa empática e
humana de transmitir uma simples mensagem para outra
sorridente para que o cliente se sinta valorizado pela
pessoa. Sendo assim, devemos ficar atentos para não
empresa, gerando um clima confortável e harmônico. Para
repetirmos esses erros e consequentemente aumentarmos
isso, use suas entonações com criatividade, de modo a nossa capacidade de comunicação com nosso semelhante.
transmitir emoções inteligentes e contagiantes.
8 - Controle o tempo: se precisar de um tempo, peça Resoluções de situações conflitantes ou problemas
o cliente para aguardar na linha, mas não demore uma quanto ao atendimento de ligações ou transferências
eternidade, pois, o cliente pode se sentir desprestigiado e O agente de comunicação é o cartão de visita da em-
desligar o telefone. presa.. Por isso é muito importante prestar atenção a todos
9 - Atenda o telefone o mais rápido possível: o ideal os detalhes do seu trabalho. Geralmente você é a primeira
é atender o telefone no máximo até o terceiro toque, pois, pessoa a manter contato com o público. Sua maneira de
é um ato que demonstra afabilidade e empenho em tentar falar e agir vai contribuir muito para a imagem que irão for-
entregar para o cliente a máxima eficiência. mar sobre sua empresa. Não esqueça: a primeira impressão
10 - Nunca cometa o erro de dizer “alô”: o ideal é é a que fica.
dizer o nome da organização, o nome da própria pessoa Alguns detalhes que podem passar despercebidos na
seguido ainda, das tradicionais saudações (bom dia, boa rotina do seu trabalho:
tarde, etc.). Além disso, quando for encerrar a conversa - Voz: deve ser clara, num tom agradável e o mais na-
lembre-se de ser amistoso, agradecendo e reafirmando o tural possível. Assim você fala só uma vez e evita perda de
que foi acordado. tempo.
11 - Seja pró ativo: se um cliente procurar por alguém - Calma:  Ás vezes pode não ser fácil mas é muito im-
que não está presente na sua empresa no momento da portante que você mantenha a calma e a paciência . A pes-
ligação, jamais peça a ele para ligar mais tarde, pois, essa é soa que esta chamando merece ser atendida com toda a
uma função do atendente, ou seja, a de retornar a ligação delicadeza. Não deve  ser apressada ou interrompida. Mes-
quando essa pessoa estiver de volta à organização. mo que ela seja um pouco grosseira, você não deve respon-
12 - Tenha sempre papel e caneta em mãos: a der no mesmo tom. Pelo contrário, procure acalmá-la.
organização é um dos princípios para um bom atendimento - Interesse e iniciativa: Cada pessoa que chama mere-
telefônico, haja vista, que é necessário anotar o nome da ce atenção especial. E você, como toda boa telefonista, deve
pessoa e os pontos principais que foram abordados. ser sempre simpática e demonstrar interesse em ajudar. 
13 – Cumpra seus compromissos: um atendente - Sigilo: Na sua profissão, às vezes é preciso saber de
que não tem responsabilidade de cumprir aquilo que detalhes  importantes sobre o assunto que será tratado.
foi acordado demonstra desleixo e incompetência, Esses detalhes são confidenciais e pertencem somente às
comprometendo assim, a imagem da empresa. Sendo pessoas envolvidas. Você deve ser discreta e manter tudo
assim, se tiver que dar um recado, ou, retornar uma em segredo. A quebra de sigilo nas ligações telefônicas é
ligação lembre-se de sua responsabilidade, evitando considerada  uma falta grave, sujeita às penalidades legais. 
esquecimentos. O que dizer e como dizer

123
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
 Aqui seguem algumas sugestões de como atender as  O que você precisa saber:
chamadas externas: O seu equipamento telefônico não é apenas parte do
- Ao atender uma chamada externa, você deve dizer o seu material de trabalho. É o que há de mais importante.
nome da sua empresa seguido de bom dia, boa tarde ou Por isso você deve saber como ele funciona. Tecnicamente,
boa noite. o equipamento que você usa é chamado de CPCT - Central
- Essa chamada externa vai solicitar um ramal  ou pes- Privada de Comunicação Telefônica, que permite você fazer
soa. Você deve repetir esse número ou nome, para ter cer- ligações internas (de ramal para ramal) e externas. Atual-
teza de que entendeu  corretamente. Em seguida diga: “ mente existem dois tipos: PABX e KS.
Um momento, por favor,” e transfira a ligação. - PABX (Private Automatic Branch Exchange): neste sis-
Ao transferir as ligações, forneça as informações que tema, todas as ligações  internas e a maioria das ligações
já possui; faça uso do seu vocabulário profissional; fale so- para fora da empresa são feitas pelos usuários de ramais.
mente o necessário e evite assuntos pessoais. Todas as ligações que entram, passam pela telefonista.
Nunca faça a transferência ligeiramente, sem informar - KS (Key System): todas as ligações, sejam elas de en-
ao seu interlocutor o que vai fazer, para quem vai transferir trada, de saída ou internas, são feitas sem passar pela te-
a ligação, mantenha-o ciente dos passos desse atendimen-
lefonista
to.
Informações básicas adicionais
Não se deve transferir uma ligação apenas para se li-
- Ramal: são os terminais de onde saem e entram as
vrar dela. Deve oferecer-se para auxiliar o interlocutor, colo-
car-se à disposição dele, e se acontecer de não ser possível, ligações telefônicas. Eles se dividem em:
transfira-o para quem realmente possa atendê-lo e resolver * Ramais privilegiados: são os ramais de onde se po-
sua solicitação. Transferir o cliente de um setor para outro, dem fazer ligações para fora sem passar pela telefonista
quando essa ligação já tiver sido transferida várias vezes * Ramais semi-privilegiados: nestes ramais é neces-
não favorece a imagem da empresa. Nesse caso, anote a sário o auxilio da telefonista para ligar para fora.
situação e diga que irá retornar com as informações soli- * Ramais restritos: só fazem ligações internas.
citadas. -Linha - Tronco:  linha telefônica que liga  a CPCT à
- Se o ramal estiver ocupado quando você fizer a trans- central Telefônica Pública.
ferência, diga à pessoa  que chamou: “O ramal está ocupa- - Número-Chave ou Piloto: Número que acessa au-
do. Posso anotar o recado e retornar a ligação.” É importan- tomaticamente as linhas que estão  em busca automática,
te que você não deixe uma linha ocupada  com uma pessoa devendo ser o único número divulgado ao público.
que está  apenas esperando a liberação de um ramal. Isso - Enlace: Meio pelo qual se efetuam as ligações  entre
pode congestionar as linhas do equipamento, gerando ramais e linhas-tronco.
perda de ligações. Mas caso essa pessoa insista em falar - Bloqueador de Interurbanos: Aparelho que impede
com o ramal ocupado, você deve interromper a outra liga- a realização de ligações interurbanas.
ção  e dizer: “Desculpe-me interromper  sua ligação, mas - DDG: (Discagem Direta Gratuita), serviço interurbano
há uma chamada urgente do (a) Sr.(a) Fulano(a) para este franqueado, cuja cobrança das ligações  é feita no telefone
ramal. O (a) senhor (a) pode atender?” Se a pessoa puder chamado.
atender , complete a ligação, se não, diga que a outra liga- - DDR : (Discagem direta a Ramal) , as chamadas exter-
ção ainda está em andamento e reafirme sua possibilidade nas vão direto  para o ramal desejado, sem passar pela tele-
em auxiliar. fonista . Isto só é possível em algumas CPCTs do tipo PABX.
Lembre-se  : -  Pulso  : Critério de medição de uma chamada por
Você deve ser natural, mas não deve esquecer de cer- tempo, distância e horário.
tas formalidades como, por exemplo, dizer sempre “por fa- - Consultores: empregados da Telems que dão  orien-
vor” , “Queira desculpar”, “Senhor”, “Senhora”. Isso facilita
tação  às empresas quanto ao melhor funcionamento dos
a comunicação e induz a outra pessoa a ter com você o
sistemas de telecomunicações.
mesmo tipo de tratamento.
- Mantenedora: empresa habilitada para prestar servi-
A conversa: existem  expressões que nunca devem ser
usadas, tais como girias, meias palavras, e palavras com co- ço e dar assistência às CPCTs.
notação de intimidade. A conversa deve ser sempre manti- -  Serviço Noturno: direciona as chamadas recebidas
da em nível profissional. nos horários fora do expediente para determinados ramais.
Só é possível em CPCTs do tipo PBX e PABX.
Equipamento básico  
Além da sala, existem outras coisas necessárias para Em casos onde você se depara com uma situação que
assegurar o bom andamento do seu trabalho: represente conflito ou problema, é necessário adequar a
- Listas telefônicas atualizadas. sua reação à cada circunstância. Abaixo alguns exemplos.
- Relação dos ramais por nomes de funcionários (em 1ª - Um cliente chega nervoso – o que fazer?
ordem alfabética).  Não interrompa a fala do Cliente. Deixe-o liberar
- Relação dos números  de telefones mais chamados. a raiva.
- Tabela de tarifas telefônicas.  Acima de tudo, mantenha-se calmo.
- Lápis e caneta  Por nenhuma hipótese, sintonize com o Cliente,
- Bloco para anotações em um estado de nervosismo.
- Livro de registro de defeitos.  Jamais diga ao Cliente: “Calma, o (a) senhor (a)

124
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
está muito nervoso (a), tente acalmar-se”. Ofendendo Diga-lhe que o compreende,
 Use frases adequadas ao momento. Frases que que gostaria que ele lhe desse
ajudam acalmar o Cliente, deixando claro que você está ali uma oportunidade para ajudá-
para ajudá-lo -lo.
2ª – Diante de um Cliente mal-educado – o que fa- 6ª – Equilíbrio Emocional
zer? Em uma época em que manter um excelente relacio-
 O tratamento deverá ser sempre positivo, inde- namento com o Cliente é um pré-requisito de sucesso, ter
pendentemente das circunstâncias. um alto coeficiente de IE (Inteligência Emocional) é muito
 Não fique envolvido emocionalmente. Aprenda a importante para todos os profissionais, particularmente os
entender que você não é o alvo. que trabalham diretamente no atendimento a Clientes.
 Reaja com mais cortesia, com suavidade, cuidan- Você exercerá melhor sua Inteligência Emocional à
do para não parecer ironia. Quando você toma a iniciativa medida que:
e age positivamente, coloca uma pressão psicológica no  For paciente e compreensivo com o Cliente.
Cliente, para que ele reaja de modo positivo.  Tiver uma crescente capacidade de separar as
questões pessoais dos problemas da empresa.
3ª – Diante de erros ou problemas causados pela  Entender que o foco de “fúria” do Cliente não é
empresa você, mas, sim, a empresa. Que você só está ali como uma
 ADMITA o erro, sem evasivas, o mais rápido pos- espécie de “para-raios”.
sível.  Não fizer pré julgamentos dos clientes.
 Diga que LAMENTA muito e que fará tudo que es-  Entender que cada cliente é diferente do outro.
tiver ao seu alcance para que o problema seja resolvido.  Entender que para você o problema apresentado
 CORRIJA o erro imediatamente, ou diga quando pelo cliente é um entre dezenas de outros; para o cliente
vai corrigir. não, o problema é único, é o problema dele.
 Diga QUEM e COMO vai corrigir o problema.  Entender que seu trabalho é este: atender o me-
 EXPLIQUE o que ocorreu, evitando justificar. lhor possível.
 Entretanto, se tiver uma boa justificativa, JUSTIFI-  Entender que você e a empresa dependem do
QUE, mas com muita prudência. O Cliente não se interessa cliente, não ele de vocês.
por “justificativas”. Este é um problema da empresa.  Entender que da qualidade de sua REAÇÃO vai de-
4ª – O Cliente não está entendendo – o que fazer? pender o futuro da relação do cliente com a empresa.
 Concentre-se para entender o que realmente o
Cliente quer ou, exatamente, o que ele não está entenden-
do e o porquê. POSTURA DE ATENDIMENTO - (Conduta/Bom
 Caso necessário, explique novamente, de outro senso/Cordialidade)
jeito, até que o Cliente entenda. A FUGA DOS CLIENTES
 Alguma dificuldade maior? Peça Ajuda! Chame As pesquisas revelam que 68% dos clientes das
o gerente, o chefe, o encarregado, mas evite, na medida empresas fogem delas por problemas relacionados à
do possível, que o Cliente saia sem entender ou concordar postura de atendimento.
Numa escala decrescente de importância, podemos
com a resolução.
observar os seguintes percentuais:
5ª – Discussão com o Cliente
 68% dos clientes fogem das empresas por proble-
Em uma discussão com o Cliente, com ou sem razão,
mas de postura no atendimento;
você sempre perde!
 14% fogem por não terem suas reclamações aten-
Uma maneira eficaz de não cair na tentação de “brigar”
didas;
ou “discutir” com um cliente é estar consciente – sempre
 9% fogem pelo preço;
alerta -, de forma que se evite SINTONIZAR na mesma fre-  9% fogem por competição, mudança de endereço,
quência emocional do Cliente, quando esta for negativa. morte.
Exemplos:
A origem dos problemas está nos sistemas implantados
O Cliente está... Reaja de forma oposta nas organizações, muitas vezes obsoletos. Estes sistemas
não definem uma política clara de serviços, não definem o
Falando alto, Fale baixo, pausadamente. que é o próprio serviço e qual é o seu produto. Sem isso,
gritando. existe muita dificuldade em satisfazer plenamente o cliente.
Irritado Mantenha a calma. Estas empresas que perdem 68% dos seus clientes,
Desafiando Não aceite. Ignore o desafio. não contratam profissionais com características básicas
Ameaçando Diga-lhe que é possível resol- para atender o público, não treinam estes profissionais na
postura adequada, não criam um padrão de atendimento e
ver o problema sem a neces-
este passa a ser realizado de acordo com as características
sidade de uma ação extrema. individuais e o bom senso de cada um.

125
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
A falta de noção clara da causa primária da perda de profissional é voltado completamente para a interação
clientes faz com que as empresas demitam os funcionários com o cliente, estando sempre com as suas antenas ligadas
“porque eles não sabem nem atender o cliente”. Parece até neste, para perceber constantemente as suas necessidades.
que o atendimento é a tarefa mais simples da empresa e Para este profissional, não basta apenas conhecer o produto
que menos merece preocupação. Ao contrário, é a mais ou serviço, mas o mais importante é demonstrar interesse
complexa e recheada de nuances que perpassam pela em relação às necessidades dos clientes e atendê-las.
condição individual e por condições sistêmicas. 02. Entender o lado HUMANO, conhecendo as
necessidades dos clientes, aguçando a capacidade de
Estas condições sistêmicas estão relacionadas a: perceber o cliente. Para entender o lado humano, é
1. Falta de uma política clara de serviços; necessário que este profissional tenha uma formação
2. Indefinição do conceito de serviços; voltada para as pessoas e goste de lidar com gente. Se
3. Falta de um perfil adequado para o profissional de espera que ele fique feliz em fazer o outro feliz, pois para
atendimento; este profissional, a felicidade de uma pessoa começa no
4. Falta de um padrão de atendimento; mesmo instante em que ela cessa a busca de sua própria
5. Inexistência do follow up; felicidade para buscar a felicidade do outro.
6. Falta de treinamento e qualificação de pessoal. 03. Entender a necessidade de manter um ESTADO
DE ESPÍRITO POSITIVO, cultivando pensamentos e
Nas condições individuais, podemos encontrar a sentimentos positivos, para ter atitudes adequadas no
contratação de pessoas com características opostas ao momento do atendimento. Ele sabe que é fundamental
necessário para atender ao público, como: timidez, avareza, separar os problemas particulares do dia a dia do trabalho
rebeldia... e, para isso, cultiva o estado de espírito antes da chegada
do cliente. O primeiro passo de cada dia, é iniciar o trabalho
SERVIÇO E POSTURA DE ATENDIMENTO com a consciência de que o seu principal papel é o de ajudar
Observando estas duas condições principais que os clientes a solucionarem suas necessidades. A postura é
causam a vinculação ou o afastamento do cliente da de realizar serviços para o cliente.
empresa, podemos separar a estrutura de uma empresa de
serviços em dois itens: Os requisitos para contratação deste profissional
os serviços e a postura de atendimento. Para trabalhar com atendimento ao público, alguns
O SERVIÇO assume uma dimensão macro nas requisitos são essenciais ao atendente. São eles:
organizações e, como tal, está diretamente relacionado ao
próprio negócio.  Gostar de SERVIR, de fazer o outro feliz.
Nesta visão mais global, estão incluídas as políticas de  Gostar de lidar com gente.
serviços, a sua própria definição e filosofia. Aqui, também  Ser extrovertido.
são tratados os aspectos gerais da organização que dão  Ter humildade.
peso ao negócio, como: o ambiente físico, as cores (pintura),  Cultivar um estado de espírito positivo.
os jardins. Este item, portanto, depende mais diretamente  Satisfazer as necessidades do cliente.
da empresa e está mais relacionado com as condições  Cuidar da aparência.
sistêmicas.
Com estes requisitos, o sinal fica verde para o
Já a POSTURA DE ATENDIMENTO, que é o tratamento atendimento.
dispensado às pessoas, está mais relacionado com o
funcionário em si, com as suas atitudes e o seu modo de A POSTURA pode ser entendida como a junção de
agir com os clientes. Portanto, está ligado às condições todos os aspectos relacionados com a nossa expressão
individuais. corporal na sua totalidade e nossa condição emocional.
É necessário unir estes dois pontos e estabelecer nas Podemos destacar 03 pontos necessários para falarmos
políticas das empresas, o treinamento, a definição de de POSTURA. São eles:
um padrão de atendimento e de um perfil básico para o 01. Ter uma POSTURA DE ABERTURA: que se caracteriza
profissional de atendimento, como forma de avançar no por um posicionamento de humildade, mostrando-se
próprio negócio. Dessa maneira, estes dois itens se tornam sempre disponível para atender e interagir prontamente
complementares e inter-relacionados, com dependência com o cliente. Esta POSTURA DE ABERTURA do atendente
recíproca para terem peso. suscita alguns sentimentos positivos nos clientes, como por
Para conhecermos melhor a postura de atendimento, exemplo:
faz-se necessário falar do Verdadeiro profissional do a) postura do atendente de manter os ombros abertos
atendimento. e o peito aberto, passa ao cliente um sentimento de
receptividade e acolhimento;
Os três passos do verdadeiro profissional de b) deixar a cabeça meio curva e o corpo ligeiramente
atendimento: inclinado transmite ao cliente a humildade do atendente;
01. Entender o seu VERDADEIRO PAPEL, que é o de c) o olhar nos olhos e o aperto de mão firme traduzem
compreender e atender as necessidades dos clientes, respeito e segurança;
fazer com que ele seja bem recebido, ajudá-lo a se sentir d) a fisionomia amistosa, alenta um sentimento de
importante e proporcioná-lo um ambiente agradável. Este afetividade e calorosidade.

126
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
02. Ter SINTONIA ENTRE FALA E EXPRESSÃO A aproximação - raio de ação.
CORPORAL: que se caracteriza pela existência de uma A APROXIMAÇÃO do cliente está relacionada ao
unidade entre o que dizemos e o que expressamos no conceito de RAIO DE AÇÃO, que significa interagir com o
nosso corpo. público, independente deste ser cliente ou não.
Quando fazemos isso, nos sentimos mais harmônicos e Esta interação ocorre dentro de um espaço físico de 3
confortáveis. Não precisamos fingir, mentir ou encobrir os metros de distância do público e de um tempo imediato,
nossos sentimentos e eles fluem livremente. Dessa forma, ou seja, prontamente.
nos sentimos mais livres do stress, das doenças, dos medos. Além do mais, deve ocorrer independentemente do
03. As EXPRESSÕES FACIAIS: das quais podemos funcionário estar ou não na sua área de trabalho. Estes
extrair dois aspectos: o expressivo, ligado aos estados requisitos para a interação, a tornam mais eficaz.
emocionais que elas traduzem e a identificação destes Esta interação pode se caracterizar por um cumprimento
estados pelas pessoas; e a sua função social que diz em verbal, uma saudação, um aceno de cabeça ou apenas por
que condições ocorreu a expressão, seus efeitos sobre o um aceno de mão. O objetivo com isso, é fazer o cliente
observador e quem a expressa. sentir-se acolhido e certo de estar recebendo toda a
Podemos concluir, entendendo que, qualquer atenção necessária para satisfazer os seus anseios.
comportamento inclui posturas e é sempre fruto da
interação complexa entre o organismo e o seu meio Alguns exemplos são:
ambiente. 1. No hotel, a arrumadeira está no corredor com o
carrinho de limpeza e o hóspede sai do seu apartamento.
O olhar Ela prontamente olha para ele e diz com um sorriso: “bom
Os olhos transmitem o que está na nossa alma. Através dia!”.
do olhar, podemos passar para as pessoas os nossos 2. O caixa de uma loja que cumprimenta o cliente no
sentimentos mais profundos, pois ele reflete o nosso momento do pagamento;
estado de espírito. 03. O frentista do posto de gasolina que se aproxima
Ao analisar a expressão do olhar, não vamos nos ao ver o carro entrando no posto e faz uma sudação...
prender somente a ele, mas a fisionomia como um todo
para entendermos o real sentido dos olhos. A INVASÃO
Mas, interagir no RAIO DE AÇÃO não tem nada a ver
Um olhar brilhante transmite ao cliente a sensação
com INVASÃO DE TERRITÓRIO.
de acolhimento, de interesse no atendimento das suas
Vamos entender melhor isso.
necessidades, de vontade de ajudar. Ao contrário, um olhar
Todo ser humano sente necessidade de definir um
apático, traduz fraqueza e desinteresse, dando ao cliente, a
TERRITÓRIO, que é um certo espaço entre si e os estranhos.
impressão de desgosto e dissabor pelo atendimento.
Este território não se configura apenas em um espaço
físico demarcado, mas principalmente num espaço pessoal
Mas, você deve estar se perguntando: O que causa este
e social, o que podemos traduzir como a necessidade de
brilho nos nossos olhos ? A resposta é simples: privacidade, de respeito, de manter uma distância ideal
Gostar do que faz, gostar de prestar serviços ao outro, entre si e os outros de acordo com cada situação.
gostar de ajudar o próximo. Quando estes territórios são invadidos, ocorrem cortes
Para atender ao público, é preciso que haja interesse e na privacidade, o que normalmente traz consequências
gosto, pois só assim conseguimos repassar uma sensação negativas. Podemos exemplificar estas invasões com
agradável para o cliente. Gostar de atender o público algumas situações corriqueiras: uma piada muito picante
significa gostar de atender as necessidades dos clientes, contada na presença de pessoas estranhas a um grupo
querer ver o cliente feliz e satisfeito. social; ficar muito próximo do outro, quase se encostando
nele; dar um tapinha nas costas...
Como o olhar revela a atitude da mente, ele pode Nas situações de atendimento, são bastante comuns
transmitir: as invasões de território pelos atendentes. Estas, na sua
01. Interesse quando: maioria, causam mal-estar aos clientes, pois são traduzidas
 Brilha; por eles como atitudes grosseiras e poucos sensíveis.
 Tem atenção; Alguns são os exemplos destas atitudes e situações mais
 Vem acompanhado de aceno de cabeça. comuns:

02. Desinteresse quando:  Insistência para o cliente levar um item ou adquirir


 É apático; um bem;
 É imóvel, rígido;  Seguir o cliente por toda a loja;
 Não tem expressão.  O motorista de taxi que não pára de falar com o
cliente passageiro;
O olhar desbloqueia o atendimento, pois quebra o  O garçom que fica de pé ao lado da mesa sugerin-
gelo. O olhar nos olhos dá credibilidade e não há como do pratos sem ser solicitado;
dissimular com o olhar.  O funcionário que cumprimenta o cliente com
dois beijinhos e tapinhas nas costas;

127
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
 O funcionário que transfere a ligação ou desliga o Mas, estes coletores de dados nem sempre traduzem
telefone sem avisar. a realidade, pois muitas vezes trazem perguntas vagas,
subjetivas ou pedem a opinião aberta sobre o assunto.
Estas situações não cabem na postura do verdadeiro Dessa forma, fica difícil mensurar e acaba-se por não
profissional do atendimento. colher as informações reais.
A saída seria criar medidores que traduzissem com
O sorriso fatos e dados, as verdadeiras opiniões do cliente sobre o
O SORRISO abre portas e é considerado uma linguagem serviço e o produto adquiridos da empresa.
universal.
Imagine que você tem um exame de saúde muito Apresentação pessoal
importante para receber e está apreensivo com o resultado. Que imagem você acha que transmitimos ao cliente
Você chega à clínica e é recebido por uma recepcionista quando o atendemos com as unhas sujas, os cabelos
que apresenta um sorriso caloroso. Com certeza você se despenteados, as roupas mal cuidadas... ?
sentirá mais seguro e mais confiante, diminuindo um pouco O atendente está na linha de frente e é responsável
a tensão inicial. Neste caso, o sorriso foi interpretado como pelo contato, além de representar a empresa neste
um ato de apaziguamento. momento. Para transmitir confiabilidade, segurança, bons
O sorriso tem a capacidade de mudar o estado de serviços e cuidado, se faz necessário, também, ter uma boa
espírito das pessoas e as pesquisas revelam que as pessoas apresentação pessoal.
sorridentes são avaliadas mais favoravelmente do que as
não sorridentes. Alguns cuidados são essenciais para tornar este item
O sorriso é um tipo de linguagem corporal, um tipo de mais completo. São eles:
comunicação não-verbal . Como tal, expressa as emoções 01. Tomar um BANHO antes do trabalho diário: além
e geralmente informa mais do que a linguagem falada e da função higiênica, também é revigorante e espanta a
a escrita. Dessa forma, podemos passar vários tipos de preguiça;
sentimentos e acarretar as mais diversas emoções no outro.
02. Cuidar sempre da HIGIENE PESSOAL: unhas
limpas, cabelos cortados e penteados, dentes cuidados,
Ir ao encontro do cliente
hálito agradável, axilas
Ir ao encontro do cliente é um forte sinal de compromisso
Asseadas, barba feita;
no atendimento, por parte do atendente. Este item traduz a
03. Roupas limpas e conservadas;
importância dada ao cliente no momento de atendimento,
04. Sapatos limpos;
na qual o atendente faz tudo o que é possível para atender
05. Usar o CRACHÁ DE IDENTIFICAÇÃO, em local
as suas necessidades, pois ele compreende que satisfazê-
visível pelo cliente.
las é fundamental. Indo ao encontro do cliente, o atendente
demonstra o seu interesse para com ele.
Quando estes cuidados básicos não são tomados, o
A primeira impressão cliente se questiona : “ puxa, se ele não cuida nem dele, da
Você já deve ter ouvido milhares de vezes esta frase: A sua aparência pessoal, como é que vai cuidar de me prestar
PRIMEIRA IMPRESSÃO É A QUE FICA. um bom serviço ? “
Você concorda com ela? A apresentação pessoal, a aparência, é um aspecto
No mínimo seremos obrigados a dizer que será difícil importante para criar uma relação de proximidade e
a empresa ter uma segunda chance para tentar mudar a confiança entre o cliente e o atendente.
impressão inicial, se esta foi negativa, pois dificilmente o
cliente irá voltar. Cumprimento caloroso
É muito mais difícil e também mais caro, trazer de volta O que você sente quando alguém aperta a sua mão
o cliente perdido, aquele que foi mal atendido ou que não sem firmeza ?
teve os seus desejos satisfeitos. Às vezes ouvimos as pessoas comentando que se
Estes clientes perdem a confiança na empresa e conhece alguém, a sua integridade moral, pela qualidade
normalmente os custos para resgatá-la, são altos. Alguns do seu aperto de mão.
mecanismos que as empresas adotam são os contatos via O aperto de mão “ frouxo “ transmite apatia,
telemarketing, mala-direta, visitas, mas nem sempre são passividade, baixa energia, desinteresse, pouca interação,
eficazes. falta de compromisso com o contato.
A maioria das empresas não têm noção da quantidade Ao contrário, o cumprimento muito forte, do tipo
de clientes perdidos durante a sua existência, pois elas não que machuca a mão, ao invés de trazer uma mensagem
adotam mecanismos de identificação de reclamações e/ou positiva, causa um mal estar, traduzindo hiperatividade,
insatisfações destes clientes. Assim, elas deixam escapar as agressividade, invasão e desrespeito. O ideal é ter um
armas que teriam para reforçar os seus processos internos cumprimento firme, que prenda toda a mão, mas que a
e o seu sistema de trabalho. deixe livre, sem sufocá-la. Este aperto de mão demonstra
Quando as organizações atentam para essa importância, interesse pelo outro, firmeza, bom nível de energia,
elas passam a aplicar instrumentos de medição. atividade e compromisso com o contato.

128
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
É importante lembrar que o cumprimento deve estar A mais poderosa forma de escutar é a empatia ( que
associado ao olhar nos olhos, a cabeça erguida, os ombros vamos conhecer mais na frente ). Ela nos permite escutar
e o peito abertos, totalizando uma sintonia entre fala e de fato, os sentimentos por trás do que está sendo dito,
expressão corporal. mas, para isso, é preciso que o atendente esteja sintonizado
Não se esqueça: apesar de haver uma forma adequada emocionalmente com o cliente. Esta sintonia se dá através
de cumprimentar, esta jamais deverá ser mecânica e do despojamento das barreiras que já falamos antes.
automática.
Agilidade
Tom de voz Atender com agilidade significa ter rapidez sem
A voz é carregada de magnetismo e como tal, traz perder a qualidade do serviço prestado.
uma onda de intensa vibração. O tom de voz e a maneira A agilidade no atendimento transmite ao cliente a
como dizemos as palavras, são mais importantes do que as idéia de respeito. Sendo ágil, o atendente reconhece a
próprias palavras.
necessidade do cliente em relação à utilização adequada
Podemos dizer ao cliente: “a sua televisão deveria sair
do seu tempo.
hoje do conserto, mas por falta de uma peça, ela só estará
Quando há agilidade, podemos destacar:
pronta na próxima semana “. De acordo com a maneira que
dizemos e de acordo com o tom de voz que usamos, vamos  o atendimento personalizado;
perceber reações diferentes do cliente.  a atenção ao assunto;
Se dizemos isso com simpatia, naturalmente nos  o saber escutar o cliente;
desculpando pela falha e assumindo uma postura de  cuidar das solicitações e acompanhar o cliente du-
humildade, falando com calma e num tom amistoso e rante todo o seu percurso na empresa.
agradável, percebemos que a reação do cliente será de
compreensão. O calor no atendimento
Por outro lado, se a mesma frase é dita de forma O atendimento caloroso evita dissabores e situações
mecânica, estudada, artificial, ríspida, fria e com arrogância, constrangedoras, além de ser a comunhão de todos os
poderemos ter um cliente reagindo com raiva, procurando pontos estudados sobre postura.
o gerente, gritando... O atendente escolhe a condição de atender o cliente e
As palavras são símbolos com significados próprios. A para isto, é preciso sempre lembrar que o cliente deseja se
forma como elas são utilizadas também traz o seu significado sentir importante e respeitado. Na situação de atendimento,
e com isso, cada palavra tem a sua vibração especial. o cliente busca ser reconhecido e, transmitindo calorosidade
nas atitudes, o atendente satisfaz as necessidades do
Saber escutar cliente de estima e consideração.
Você acha que existe diferença entre OUVIR e ESCUTAR? Ao contrário, o atendimento áspero, transmite ao
Se você respondeu que não, você errou. cliente a sensação de desagrado, descaso e desrespeito,
Escutar é muito mais do que ouvir, pois é captar o além de retornar ao atendente como um bumerangue. O
verdadeiro sentido, compreendendo e interpretando a EFEITO BUMERANGUE é bastante comum em situações
essência, o conteúdo da comunicação. de atendimento, pois ele reflete o nível de satisfação, ou
O ato de ESCUTAR está diretamente relacionado com a não, do cliente em relação ao atendente. Com este efeito,
nossa capacidade de perceber o outro. E, para percebermos as atitudes batem e voltam, ou seja, se você atende bem,
o outro, o cliente que está diante de nós, precisamos nos o cliente se sente bem e trata o atendente com respeito.
despojar das barreiras que atrapalham e empobrecem o
Se este atende mal, o cliente reage de forma negativa e
processo de comunicação. São elas:
hostil. O cliente não está na esteira da linha de produção,
* os nossos PRECONCEITOS;
merecendo ser tratado com diferenciação e apreço.
* as DISTRAÇÕES;
* os JULGAMENTOS PRÉVIOS; Precisamos ter em atendimento, pessoas descontraídas,
* as ANTIPATIAS. que façam do ato de atender o seu verdadeiro sentido de
vida, que é SERVIR AO PRÓXIMO.
Para interagirmos e nos comunicarmos a contento, Atitudes de apatia, frieza, desconsideração e hostilidade,
precisamos compreender o TODO, captando os estímulos retratam bem a falta de calor do atendente. Com estas
que vêm do outro, fazendo uma leitura completa da atitudes, o atendente parece estar pedindo ao cliente que
situação. este se afaste, vá embora, desapareça da sua frente, pois
Precisamos querer escutar, assumindo uma postura de ele não é bem vindo. Assim, o atendente esquece que a sua
receptividade e simpatia, afinal, nós temos dois ouvidos e MISSÃO é SERVIR e fazer o cliente FELIZ.
uma boca, o que nos sugere que é preciso escutar mais
do que falar. As gafes no atendimento
Quando não sabemos escutar o cliente - Depois de conhecermos a postura correta de
interrompendo-o, falando mais que ele, dividindo a atenção atendimento, também é importante sabermos quais
com outras situações - tiramos dele, a oportunidade de são as formas erradas, para jamais praticá-las. Quem as
expressar os seus verdadeiros anseios e necessidades e pratica, com certeza não é um verdadeiro profissional de
corremos o risco de aborrecê-lo, pois não iremos conseguir atendimento. Podemos dividi-las em duas partes, que são:
atende-las.

129
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
Postura inadequada Duas são as formas de impressões finais mais comuns
A postura inadequada é abrangente, indo desde a postura do cliente:
física ao mais sutil comentário negativo sobre a empresa na 1) MOMENTO DA VERDADE: através do contato direto
presença do cliente. (pessoal) e/ou telefônico com o atendente;
Em relação à postura física, podemos destacar como 2) TELEIMAGEM: através do contato telefônico. Vamos
inadequado, o atendente: conhecê-las com mais detalhes.
* se escorar nas paredes da loja ou debruçar a cabeça no
seu birô por não estar com o cliente (esta atitude impede que Momentos da verdade
ele interaja no raio de ação); Segundo Karl Albrecht, Momento da Verdade é qualquer
* mascar chicletes ou fumar no momento do atendimento; episódio no qual o cliente entra em contato com qualquer
* cuspir ou tirar meleca na frente do cliente (estas coisas aspecto da organização e obtem uma impressão da qualidade
só devem ser feitas no banheiro); do seu serviço.
* comer na frente do cliente (comum nas empresas que O funcionário tem poucos minutos para fixar na mente do
oferecem lanches ou têm cantina); cliente a imagem da empresa e do próprio serviço prestado.
* gritar para pedir alguma coisa; Este é o momento que separa o grande profissional dos
* se coçar na frente do cliente; demais.
* bocejar (revela falta de interesse no atendimento). Este verdadeiro profissional trabalha em cada momento
Em relação aos itens mais sutis, podemos destacar: da verdade, considerando-o único e fundamental para definir
* se achar íntimo do cliente a ponto de lhe pedir carona, a satisfação do cliente. Ele se fundamenta na chamada TRÍADE
por exemplo; DO ATENDIMENTO OU TRIÂNGULO DO ATENDIMENTO, que
* receber presentes do cliente em troca de um bom é composto de elementos básicos do processo de interação,
serviço; que são:
* fazer críticas a outros setores, pessoas, produtos ou
serviços na frente do cliente; A ) a pessoa
* desmerecer ou criticar o fabricante do produto que A pessoa mais importante é aquela que está na
vende, o parceiro da empresa, denegrindo a sua imagem para sua frente. Então, podemos entender que a pessoa mais
o cliente; importante é o cliente que está na frente e precisa de
* falar mau das pessoas na sua ausência e na presença atenção.
do cliente; No Momento da Verdade, o atendente se relaciona
* usar o cliente como desabafo dos problemas pessoais; diretamente com o cliente, tentando atender a todas as suas
* reclamar na frente do cliente; necessidades. Não existe outra forma de atender, a não ser
* lamentar; pelo contato direto e, portanto, a pessoa fundamental neste
* colocar problemas salariais; momento é o cliente.
* “ lavar a roupa suja “ na frente do cliente.
B ) a hora
LEMBRE-SE: A ÉTICA DO TRABALHO É SERVIR AOS A hora mais importante das nossas vidas é o agora, o
OUTROS E NÃO SE SERVIR DOS OUTROS. presente, pois somente nele podemos atuar.
Usar chavões O passado ficou para atrás, não podendo ser mudado e o
O mau profissional utiliza-se de alguns chavões como futuro não nos cabe conhecer. Então, só nos resta o presente
forma de fugir à sua responsabilidade no atendimento ao como fonte de atuação. Nele, podemos agir e transformar.
cliente. Citamos aqui, os mais comuns: O aqui e agora são os únicos momentos nos quais
PARE E REFLITA: VOCÊ GOSTARIA DE SER COMPARADO A podemos interagir e precisamos fazer isto da melhor forma.
ESTE ATENDENTE?
* o senhor como cliente TEM QUE ENTENDER... C ) a tarefa
* o senhor DEVERIA AGRADECER O QUE A EMPRESA Para finalizar, falamos da tarefa. A nossa tarefa mais
FAZ PELO SENHOR... importante diante desta pessoa mais importante para nós, na
* o CLIENTE É UM CHATO QUE SEMPRE QUER MAIS... hora mais importante que é o aqui e o agora, é FAZER O
* AÍ VEM ELE DE NOVO... CLIENTE FELIZ, atendendo as suas necessidades.
Estas frases geram um bloqueio mental, dificultando a Esta tríade se configura no fundamento dos Momentos
liberação do lado bom da pessoa que atende o cliente. da Verdade e, para que estes sejam plenos, é necessário que
Aqui, podemos ter o efeito bumerangue, que torna um os funcionários de linha de frente, ou seja, que atendem os
círculo vicioso na postura inadequada, pois, o atendente usa clientes, tenham poder de decisão. É necessário que os chefes
os chavões (pensa dessa forma em relação ao cliente e a concedam autonomia aos seus subordinados para atuarem
situação de atendimento ), o cliente se aborrece e descarrega com precisão nos Momentos da Verdade.
no atendente, ou simplesmente não volta mais. Teleimagem
Para quebrar este ciclo, é preciso haver uma mudança Através do telefone, o atendente transmite a
radical no pensamento e postura do atendente. TELEIMAGEM da empresa e dele mesmo.
Impressões finais do cliente TELEIMAGEM, então, é a imagem que o cliente forma
Toda a postura e comportamento do atendente vai na sua mente ( imagem mental ) sobre quem o está
levar o cliente a criar uma impressão sobre o atendimento atendendo e , consequentemente, sobre a empresa (
e, consequentemente, sobre a empresa. que é representada por este atendente).

130
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
Quando a TELEIMAGEM é positiva, a facilidade do cliente Esta capacidade de empatizar-se com o outro, está ligada
encaminhar os seus negócios é maior, pois ele supõe que a ao envolvimento: sentir com o outro é envolver-se. Isto requer
empresa é comprometida com o cliente. No entanto, se a uma atitude muito sublime que se chama HUMILDADE. Sem
imagem é negativa, vemos normalmente o cliente fugindo ela é impossível ser empático.
da empresa. Como no atendimento telefônico, o único meio Quando não somos humildes, vemos as pessoas de
de interação com o cliente, é através da palavra e sendo a maneira deturpada, pois olhamos através dos óculos do
palavra o instrumento, faz-se necessário usá-la de forma orgulho e do egoísmo, com os quais enxergamos apenas o
adequada para satisfazer as exigências do cliente. Dessa nosso pequenino mundo.
forma, classificamos 03 itens básicos ligados a palavra e as O orgulho e o egoísmo são dois males que atacam a
atitudes, como fundamentais na formação da TELEIMAGEM. humanidade, impedindo-a de ser feliz.
Com eles, não conseguimos sair do nosso mundinho
São eles: , criando uma couraça ao nosso redor para nos proteger.
01. O tom de voz: é através dele que transmitimos Com eles, nós achamos que somos tudo o que importa e
interesse e atenção ao cliente. Ao usarmos um tom frio esquecemos de olhar para o outro e perguntar como ele está,
e distante, passamos ao cliente, a ideia de desatenção e do que ele precisa, em que podemos ajudar.
desinteresse. Esquecemos de perceber principalmente os seus
Ao contrário, se falamos com entusiasmo, de forma sentimentos e necessidades. Com o orgulho e o egoísmo, nos
decidida e atenciosamente, satisfazemos as necessidades tornamos vaidosos e passamos a ver os outros de acordo com
do cliente de sentir-se assistido, valorizado, respeitado, o que estes óculos registram: os nossos preconceitos, nossos
importante. valores, nossos sentimentos...
Sendo orgulhosos e egoístas não sabemos AMAR, não
02. O uso de PALAVRAS ADEQUADAS: pois com elas sabemos repartir, não sabemos doar.
o atendente passa a ideia de respeito pelo cliente. Aqui fica Só queremos tudo para nós, só “amamos” a nós mesmos, só
lembramos de nós. É aqui que a empatia se deteriora, quando os
expressamente PROIBIDO o uso de termos como: amor,
nossos próprios sentimentos são tão fortes que não permitem
bem, benzinho, chuchu, mulherzinha, queridinha, colega...
harmonização com o outro e passam por cima de tudo.
OS EGOÍSTAS E ORGULHOSOS NÃO PODEM TRABALHAR
03. As ATITUDES CORRETAS: dando ao cliente, a
COM O PÚBLICO, POIS ELES NÃO TÊM CAPACIDADE DE SE
impressão de educação e respeito. São INCORRETAS as COLOCAR NO LUGAR DO OUTRO E ENTENDER OS SEUS
atitudes de transferir a ligação antes do cliente concluir o que SENTIMENTOS E NECESSIDADES.
iniciou a falar; passar a ligação para a pessoa ou ramal errado
( mostrando com isso que não ouviu o que ele disse ); desligar Ao contrário dos egoístas, os empáticos são altruístas,
sem cumprimento ou saudação; dividir a atenção com outras pois as raízes da moralidade estão na empatia. Para concluir,
conversas; deixar o telefone tocar muitas vezes sem atender; podemos lembrar a frase de Saint-Exupéry no livro O Pequeno
dar risadas no telefone. Príncipe: “Só se vê bem com o coração; o essencial é invisível
aos olhos“. Isto é empatia.
Aspectos psicológicos do atendente PERCEPÇÃO
Nós falamos sobre a importância da postura de PERCEPÇÃO é a capacidade que temos de compreender
atendimento. Porém, a base dela está nos aspectos e captar as situações, o que exige sintonia e é fundamental
psicológicos do atendimento. Vamos a eles. no processo de atendimento ao público. Para percebermos
melhor, precisamos passar pelo “esvaziamento” de nós
Empatia mesmos, ficando assim, mais próximos do outro. Mas, como é
O termo empatia deriva da palavra grega EMPATHÉIA, isso? Vamos ficar vazios? É isso mesmo. Vamos ficar vazios dos
que significa entrar no sentimento. Portanto, EMPATIA nossos preconceitos, das nossas antipatias, dos nossos medos,
é a capacidade de nos colocarmos no lugar do outro, dos nossos bloqueios, vamos observar as situações na sua
procurando sempre entender as suas necessidades, os totalidade, para entendermos melhor o que o cliente deseja.
seus anseios, os seus sentimentos. Dessa forma, é uma Vamos ilustrar com um exemplo real: certa vez, em uma loja de
aptidão pessoal fundamental na relação atendente - cliente. carros, entra um senhor de aproximadamente 65 anos, usando
Para conseguirmos ser empáticos, precisamos nos despojar um chapéu de palha, camiseta rasgada e calça amarrada na
dos nossos preconceitos e preferências, evitando julgar o cintura por um barbante. Ele entrou na sala do gerente, que
outro a partir de nossas referências e valores. imediatamente se levantou pedindo para ele se retirar, pois
A empatia alimenta-se da autoconsciência, que significa não era permitido “pedir esmolas ali “. O senhor com muita
estarmos abertos para conhecermos as nossas emoções. paciência, retirou de um saco plástico que carregava, um
Quanto mais isto acontece, mais hábeis seremos na leitura “bolo“ de dinheiro e disse: “eu quero comprar aquele carro ali”.
dos sentimentos dos outros. Quando não temos certeza dos Este exemplo, apesar de extremo, é real e retrata
nossos próprios sentimentos, dificilmente conseguimos ver os claramente o que podemos fazer com o outro quando pré-
dos outros. julgamos as situações.
E, a chave para perceber os sentimentos dos outros, Precisamos ver o TODO e não só as partes, pois o todo
está na capacidade de interpretar os canais não verbais de é muito mais do que a soma das partes. Ele nos diz o que é e
comunicação do outro, que são: os gestos, o tom de voz, não é harmônico e com ele percebemos a essência dos fatos
as expressões faciais... e situações.

131
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
Ainda falando em PERCEPÇÃO, devemos ter cuidado com Esta ação traz consequências negativas como:
a PERCEPÇÃO SELETIVA, que é uma distorção de percepção, impossibilidade de escutar o cliente, falta de empatia,
na qual vemos, escutamos e sentimos apenas aquilo que desrespeito com o seu tempo, pouca agilidade, baixo
nos interessa. Esta seleção age como um filtro, que deixa compromisso com o atendimento.
passar apenas o que convém. Esta filtragem está diretamente Às vezes, a própria empresa não oferece uma estrutura
relacionada com a nossa condição física-psíquica emocional. adequada para o atendimento ao público, obrigando o
Como é isso? Vamos entender: atendente a dividir o seu trabalho entre atendimento pessoal
a)Se estou com medo de passar em rua deserta e escura, e telefônico, quando normalmente há um fluxo grande de
a sombra do galho de uma árvore pode me assustar, pois eu ambos no setor. Neste caso, o ideal seria separar os dois tipos
posso percebê-lo como um braço com uma faca para me de atendimento, evitando problemas desta espécie.
apunhalar; Alguns exemplos comuns de divisão de atenção são:
b) Se estou com muita fome, posso ter a sensação de um * atender pessoalmente e interromper com o telefone
cheiro agradável de comida; * atender o telefone e interromper com o contato direto
c) Se fiz algo errado e sou repreendida, posso ouvir a * sair para tomar café ou lanchar
parte mais amena da repreensão e reprimir a mais severa. * conversar com o colega do lado sobre o final de semana,
Em alguns casos, a percepção seletiva age como férias, namorado, tudo isso no momento de atendimento ao
mecanismo de defesa. cliente.
Estes exemplos, muitas vezes, soam ao cliente como um
O ESTADO INTERIOR exibicionismo funcional, o que não agrega valor ao trabalho.
O ESTADO INTERIOR, como o próprio nome sugere, é a O cliente deve ser poupado dele.
condição interna, o estado de espírito diante das situações.
Os desafios do profissional de atendimento
A atitude de quem atende o público está diretamente
Mas, nem tudo é tão fácil no trabalho de atender.
relacionada ao seu estado interior. Ou seja, se o atendente
Algumas situações exigem um alto grau de maturidade do
mantém um equilíbrio interno, sem tensões ou preocupações
atendente e é nestes momentos que este profissional tem a
excessivas, as suas atitudes serão mais positivas frente ao
cliente. grande oportunidade de mostrar o seu real valor. Aqui estão
Dessa forma, o estado interior está ligado aos duas destas situações.
pensamentos e sentimentos cultivados pelo atendente. E Encantando o cliente
estes, dão suporte as atitudes frente ao cliente. Fazer apenas o que está definido pela empresa como
Se o estado de espírito supõe sentimentos e pensamentos sendo o seu padrão de atendimento, pode até satisfazer as
negativos, relacionados ao orgulho, egoísmo e vaidade, as necessidades do cliente, mas talvez não ultrapasse o normal.
atitudes advindas deste estado, sofrerão as suas influências Encantar o cliente é exatamente aquele algo mais que
e serão: faz a grande diferença no atendimento.
* Atitudes preconceituosas; Atuação extra
* Atitudes de exclusão e repulsa; A ATUAÇÃO EXTRA é uma forma de encantar o cliente
* Atitudes de fechamento; que se caracteriza por atitudes ou ações do atendente, não
* Atitudes de rejeição. estabelecidas nos procedimentos de trabalho. É produzir um
É necessário haver um equilíbrio interno, uma estabilidade, serviço acima da expectativa do cliente.
para que o atendente consiga manter uma atitude positiva Autonomia
com os clientes e as situações. Na verdade, a autonomia não deveria estar no
encantamento do cliente; ela deveria fazer parte da estrutura
O ENVOLVIMENTO da empresa. Mas, nem sempre a realidade é esta. Colocamos
A demonstração de interesse, prestando atenção ao aqui porque o consumidor brasileiro ainda se encanta ao
cliente e voltando-se inteiramente ao seu atendimento, é o encontrar numa loja, um balconista que pode resolver as suas
caminho para o verdadeiro sentido de atender. queixas sem se dirigir ao gerente.
Na área de serviços, o produto é o próprio serviço A AUTONOMIA está diretamente relacionada ao
prestado, que se traduz na INTERAÇÃO do funcionário com processo de tomada de decisão. Onde existir uma situação
o cliente. Um serviço é, então, um resultado psicológico e na qual o funcionário precise decidir, deve haver autonomia.
pessoal que depende de fatores relacionados com a interação No atendimento ao público, é fundamental haver
com o outro. Quando o atendente tem um envolvimento autonomia do pessoal de linha de frente e é uma das
baixo com o cliente, este percebe com clareza a sua falta condições básicas para o sucesso deste tipo de trabalho.
de compromisso. As preocupações excessivas, o trabalho Mas, para ter autonomia se faz necessário um mínimo de
estafante, as pressões exacerbadas, a falta de liderança, o poder para atuar de acordo com a situação e esse poder deve
nível de burocracia, são fatores que contribuem para uma ser conquistado. O poder aos funcionários serve para agilizar
interação fraca com o cliente. Esta fraqueza de envolvimento o negócio. Às vezes, a falta de autonomia se relaciona com
não permite captar a essência dos desejos do cliente, o que se fraca liderança do chefe.
traduz em insatisfação. Um exemplo simples disso é a divisão Para o cliente, a autonomia traduz a ideia de agilidade,
de atenção por parte do atendente. Quando este divide desburocratização, respeito, compromisso, organização.
a atenção no atendimento entre o cliente e os colegas ou Com ela, o cliente não é jogado de um lado para o outro
outras situações, o cliente sente-se desrespeitado, diminuído , não precisa passear pela empresa, ouvindo dos atendentes:
e ressentido. A sua impressão sobre a empresa é de fraqueza “Esse assunto eu não resolvo; é só com o fulano; procure
e o Momento da Verdade é pobre. outro setor...”

132
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
A autonomia na ponta, na linha de frente, demonstra que - O cidadão é livre para escrever e dizer o que pensa, mas
a empresa está totalmente voltada para o cliente, pois todo o precisa assinar o que disse e escreveu;
sistema funciona para atendê-lo integralmente, e essa postura - Todos são respeitados na sua fé, no seu pensamento e
é vital, visto que a imagem transmitida pelo atendente é a na sua ação na sociedade;
imagem que será gerada no cliente em relação à organização, - O cidadão é livre para praticar qualquer trabalho, ofício
dessa forma, ao atender, o atendente precisa se lembrar que ou profissão, mas a lei pode pedir estudo e diploma para isso;
naquele cargo, ele representa uma marca, uma instituição, - Só o autor de uma obra tem o direito de usá-la, publicá-
um nome, e que todas as suas atitudes devem estar em la e tirar cópia, e esse direito passa para os seus herdeiros;
conformidade com a proposta de visão que essa organização - Os bens de uma pessoa, quando ela morrer, passam
possui, focando sempre em um atendimento efetivamente para seus herdeiros;
eficaz e de qualidade. - Em tempo de paz, qualquer pessoa pode ir de uma cidade
para outra, ficar ou sair do país, obedecendo a lei feita para isso.
Fonte: http://www.significados.com.br/cidadania/
Os impostos silenciosos” coloca o seguinte: “É preciso
CIDADANIA: DIREITOS E DEVERES DO pensar o papel do Estado como gerador de qualidade social,
CIDADÃO. O CIDADÃO COMO USUÁRIO E principalmente a partir da seguinte questão: quem é o
CONTRIBUINTE. proprietário do que é público? O adequado seria afirmar: o
povo, mormente o “povão”, que, por ser maioria, é o grande
contribuinte. Ora, o “povão” não se coloca nessa condição
porque acha que não paga impostos; aliás, ele se humilha no
Cidadania é o exercício dos direitos e deveres civis, equipamento público porque não sabe que o financia. É por
políticos e sociais estabelecidos na Constituição de um país. isso que o povo chama a escola do “governo”, o hospital do
A cidadania também pode ser definida como a condição “governo” e, portanto, de graça ou graciosamente”. (1)
do cidadão, indivíduo que vive de acordo com um conjunto Para um melhor entendimento e tendo como base o
de estatutos pertencentes a uma comunidade politicamente ICMS do Estado de São Paulo para efeito de vendas, uma
e socialmente articulada. pesquisa efetuada pelo Instituto Brasileiro de Planejamento
Uma boa cidadania implica que os direitos e deveres Tributário – IBPT, nos mostra a realidade sobre o percentual de
estão interligados, e o respeito e cumprimento de ambos impostos que se paga em determinadas mercadorias, como
contribuem para uma sociedade mais equilibrada e justa. demonstraremos abaixo:
Exercer a cidadania é ter consciência de seus direitos e ProdutostPaga-se em tributos
obrigações, garantindo que estes sejam colocados em prática. Réguat45,85%
Exercer a cidadania é estar em pleno gozo das disposições Cervejat56,00%
constitucionais. Preparar o cidadão para o exercício da Cachaçat83,07%
cidadania é um dos objetivos da educação de um país. Refrigerante Latat47,00%
O conceito de cidadania também está relacionado com o país TV 29 polegadast38,00%
onde a pessoa exerce os seus direitos e deveres. Assim, a cidadania DVDt38,00%
brasileira está relacionada com o indivíduo que está ligado aos Açúcart40,50%
direitos e deveres que estão definidos na Constituição do Brasil. Salt29,58%
Para ter cidadania brasileira, a pessoa deve ter nascido Óleot37,18%
em território brasileiro ou solicitar a sua naturalização, em Cafét36,52%
caso de estrangeiros. No entanto, os cidadãos de outros Creme Dentalt42,00%
países que desejam adquirir a cidadania brasileira devem Cigarrot81,68%
obedecer todas as etapas requeridas para este processo. Caderno Escolart36,19%
Uma pessoa pode ter direito a dupla cidadania, isso Carne Bovinat18,67%
significa de deve obedecer os diretos e deveres dos países Carne de Frangot18,00%
em que foi naturalizada. Sabão em pót42,27%
A Constituição da República Federativa do Brasil, Amaciantet43,16%
promulgada em 5 de outubro de 1988, pela Assembleia Achocolatadot37,84%
Nacional Constituinte, composta por 559 congressistas Margarina 500gt37,18%
(deputados e senadores), consolidou a democracia, após
longos anos da ditadura militar no Brasil. Nosso atual modelo tributário, impossibilita o cidadão de
Deveres do cidadão saber o quanto paga de impostos, todas as vezes que faz suas
- Votar para escolher os governantes; compras, desta forma, muitas pessoas acreditam que quem
- Cumprir as leis; paga os tributos, são as empresas, sejam elas industriais ou
- Educar e proteger seus semelhantes; comerciais, mas na verdade elas simplesmente repassam os
- Proteger a natureza; valores ao governo, pois, o valor do tributo é embutido nos
- Proteger o patrimônio público e social do País. produtos que comercializam, portanto, somos nós, quem
sustentamos a nação.
Direitos do cidadão A realidade pode chocar, mas merece que se pare para
- Direito à saúde, educação, moradia, trabalho, previdência pensar. Em primeiro lugar, apesar de muita gente não se lembrar,
social, lazer, entre outros; cada brasileiro paga a sua parte na conta. A única fonte de

133
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Legislativo
receita existente para cobrir todas as despesas do governo são c) Como níveis de planejamento, tem-se os estratégicos,
os tributos pagos pela população. ou seja, as despesas com a funcionais e operacionais.
manutenção do Executivo,(Prefeitos, Governadores, Presidente d) Dado o custo da implantação do planejamento nas
da República e seus vices) Legislativo (Vereadores, Deputados organizações, não deve ele, após encerrado, ser alterado,
Estaduais e Federais e Senadores) e Judiciário (Juizes de mesmo com a ocorrência de fatores antes não passíveis de
Direito, Promotores de Justiça, Desembargadores etc) e demais consideração pela equipe encarregada de fazê-lo.
funcionários públicos, são custeados pelo cidadão.
São tantos os impostos pagos pelo cidadão, que já nem 04. (CESPE - 2009 - MCT-FINEP - Administração - Materiais
percebem o quanto precisam trabalhar para sustentar uma e Licitações)  - Quanto à evolução histórica do pensamento
empresa estatal, denominada de GOVERNO, que entretanto, administrativo, assinale a opção correta. 
quase nada oferece em troca, pois, se paga: 1) Para ter uma a) Weber propõe que uma das principais vantagens da
assistência médica pública, mas, precisa pagar planos de burocracia consiste em conferir rapidez à tomada de decisões. 
saúde particulares; 2)- Para que os filhos tenham estudo b) A organização que busca mensurar e analisar as
pelo poder público, mas, precisam colocá-los em escolas atitudes de seus empregados de modo a conseguir a sua
particulares, pois, em muitas partes do Brasil falta qualidade satisfação no trabalho está alinhada aos pressupostos da
na instrução pública; 3) Para ter uma aposentadoria tranqüila administração científica. 
e descobre que não pode contar ela, precisa contratar um c) A organização que ressalta o papel dos gerentes como
plano de saúde de previdência privada; 4) Para ter segurança, conhecedores dos detalhes das tarefas desenvolvidas por seus
mas precisa contratar vigias particulares; 5) Para ter transporte empregados alinha-se aos pressupostos da teoria clássica. 
público, mas necessita de pagar opções particulares; 6) Para d) A abordagem contingencial se preocupa em analisar as
ter boas estradas, sem buracos e em perfeitas condições de funções da organização, dividindo-as em seis funções clássicas,
tráfegos, mas, precisa pagar pedágios para se ter segurança que incluem as comerciais, as financeiras e as contábeis. 
nas estradas; 7) Para ser bem atendidos nas repartições e) A teoria de sistemas adota uma visão reducionista e
públicas, mas, o que se observa, é o descaso para com os analítica da administração. 
patrões que infelizmente não sabem exigir seus direitos. Etc…
O dia em que o cidadão comum compreender que é
05. (UnB/CESPE / TJ-AL/ 2012) Acerca das diferentes
ele, o verdadeiro e único contribuinte, de todos os impostos,
abordagens da administração, assinale a opção correta.
certamente vai arregaçar as mangas e ajudar a corrigir muitos
a) A abordagem sistêmica pressupõe uma alta
absurdos da nossa sociedade.
especialização no desenvolvimento de uma tarefa específica
Fonte: https://www.classecontabil.com.br/o-cidadao-e-o-
maior-contribuinte-de-impostos-e-nao-sabe/ de modo que o trabalhador consiga ter uma visão holística do
processo produtivo.
Exercícios b) A abordagem clássica da administração tem como
01. (UFG - 2014 - IF-GO - Assistente em Administração) - princípio aumentar o nível de entropia da organização.
São funções da administração: c) A abordagem burocrática considera as pessoas em
a) direção, controle primeiro plano por serem as responsáveis pela aplicação de
b) produção, planejamento. suas normas e regras.
c) marketing, organização. d) A visão mecanicista proposta por Bertalanffy revela
d) recursos humanos, contabilidade. que, para compreender a realidade, é preciso analisar não
apenas elementos isolados, mas também suas inter-relações.
02. (COPESE - UFT - 2012 - DPE-TO - Assistente de e) De acordo com os princípios da administração científica
Defensoria Pública) - O processo administrativo é constituído descritos por Taylor, o objetivo da boa administração é pagar
por quatro funções básicas: planejar, organizar, dirigir e altos salários e ter baixos custos.
controlar.
Sobre a função planejar é CORRETO afirmar que:  06. (UnB/CESPE / TJ-AL/ 2012) De acordo com a
a) Determina as atividades específicas necessárias ao abordagem neoclássica da administração, as principais
alcance dos objetivos.  funções do processo administrativo são:
b) Define os objetivos e escolhe antecipadamente o a) fiscalização, comunicação, correção e ação.
melhor curso de ação para alcançá-los.  b) planejamentos estratégico, tático e operacional.
c) Dá instruções de como executar os planos para alcançar c) comunicação, direção, controle e avaliação.
os objetivos.  d) planejamento, organização, direção e controle.
d) Estabelece padrões ou critérios do desempenho desejado.  e) organização, direção, avaliação e controle.

03. (CESPE / CEHAP-PB / 2009) O processo administrativo GABARITO


envolve cinco funções, quais sejam, o planejamento, a 1-A
organização, a liderança, a execução e o controle. No que 2-B
tange à função planejamento, assinale a opção incorreta. 3-D
a) O planejamento permite antever cenários e possibilita 4-A
à empresa tomar atitudes proativas em relação ao futuro. 5-E
b) Como processo, podem-se destacar os dados de 6-D
entrada, o planejamento em si e os produtos, quais sejam, os
planos elaborados pela organização.

134

Das könnte Ihnen auch gefallen