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1) O desamparo não é um conceito Freudiano.

Mas é um dos termos que melhor definem


sua obra.
2) Mal sabem que trago a peste – desamparo.
3) Três grandes golpes – desamparo.
4) A aquisição de conhecimento é um processo de construção. É preciso olhar o mesmo
fenômeno a parte de vários ângulos.
5) Todos animais possuem características essenciais à manutenção da vida.
6) Existem 3 características fundamentais à sobrevivência: inteligência, sexualidade e
agressividade.
7) A inteligência dos animais está presa a determinantes biológicos.
8) Sexualidade – reprodução – determinantes biológicos.
9) Agressividade – sobrevivência – determinantes biológicos.
10) No ser humano: inteligência, sexualidade e agressividade se desligaram de
determinantes biológicos.
11) Exemplo das abelhas. Preso e limitado pela biologia. Não se desenvolve.
12) Ser humano vem ao mundo desprovido de recursos, mas não limitado.
13) Plasticidade SNC, amplo desenvolvimento.
14) O mesmo acontece com a sexualidade e com a agressividade. Elas ficam livres.
15) Vou me referir principalmente à sexualidade, mas deve-se ter em mente que a
agressividade também está solta.
16) O fato de a sexualidade estar livre tem algumas consequências importantes:
1. Não é regida pelo princípio da reprodução
2. Pode se fixar a qualquer objeto.
3. É insaciável
4. Pode ser desviado de sua meta.
17) Todas as grandes conquistas da humanidade, assim como todas as atrocidades
cometidas pelo homem se devem ao fato de sexualidade e agressividade terem de
desgrudado do instinto.
18) Mas esses impulsos não podem ficar totalmente livres, o que seria anárquico. Toda a
ideia de civilização está calcada sobre o controle desses impulsos por outra via, ou
seja, mental e cultural.
19) Se a sexualidade está solta, ela percorrerá um longo caminho para chegar a sua meta
final. Ao longo desse desenvolvimento, ela infiltrará todas as condutas humanas.
20) O ser humano terá que desenvolver então, um sistema de contensão dos impulsos.
21) Freud diz que o ser humano vem ao mundo sem um sistema de proteção. O recém-
nascido não tem noção de perigo.
22) Também terá que desenvolver um sistema que sirva como alarme contra o perigo. Um
sistema mental.
23) Essas duas tarefas, essas duas aquisições que o ser humano terá que alcançar serão
desenvolvidas paralelamente e se encontrarão lá na frente.
24) Vejam só, um sistema que alerte contra o perigo e a limitação, contenção dos impulsos.
25) Essas duas aquisições são dois termos que, somados, quando se juntarem darão
origem a um fenômeno que é o núcleo de todas as neuroses para Freud. Os dois
termos somados formarão um conceito.
26) Angústia de castração.
27) Vejamos rapidamente como isso se dá.
28) Sexualidade solta é regida pelo princípio de prazer.
29) Se fixa na boca. Zona erógena importante. Beijo. Voracidade, apatia, apetite para a
vida. Fumar, beber, alimentação ou perversões.
30) Treino higiênico. Fase anal. Reter, expulsar. Fascinante, ordem, teimosia. Sexo anal.
31) Durante essas duas fases a satisfação sexual é no próprio corpo, ou seja, auto-erótica.
32) Além das zonas predestinadas, todo corpo é uma grande zona erógena; olhar ser
olhado; tato; tocar ser tocado; dominar e ser dominado; provocar e sentir dor.
33) Perverso polimorfo.
34) Fase fálica e escolha de objeto. Genitais tomam o lugar.
35) Antes, entre o auto-erotismo e a escolha de objeto tem o narcisismo.
36) Até antes da escolha de objeto a sexualidade auto-erótica estava protegida do princípio
de realidade. Mas agora suas pulsões serão dirigidas a um objeto de amor incestuoso.
37) Seu ódio e as pulsões agressivas serão dirigidas a um rival. Àqueles que tentam impedir
seu amor. Ao mesmo tempo seu órgão sexual, no menino o pênis e na menina o clitóris
será manipulado, tentando usufruir prazer na masturbação.
38) A criança é proibida, não só ele se masturbar, mas é impedida de ter ser objeto de
amor.
39) A criança, ciente que a castração é um fato que pode ocorrer, sente medo de ser
castrada.
40) Complexo de édipo.
41) Antes de qualquer coisa, eu queria propor que se entenda o Édipo da seguinte forma.
O indivíduo não pode continuar no princípio do prazer. Na ausência de um
determinante biológico que coloque nos eixos os impulsos o ser humano tem o Édipo.
O complexo de édipo é o fenômeno cultural responsável por colocar nos trilhos os
impulsos plenos de desejo.
42) Para Freud a civilização é erguida sobre a renúncia dos impulsos. O Édipo é este
momento, do qual emerge a moralidade.
43) O complexo é reprimido e as catexias libidinais são transformadas em identificações. As
proibições serão agora emitidas pelo superego.

Totem e Tabu

44) A sociedade e a cultura só podem existir, como vimos, e o homem só poderia se


desenvolver como chegou a acontecer, se não ficasse limitado a determinantes
biológicos.
45) Ao mesmo tempo, a cultura só seria possível se fosse criado um sistema de contenção
dos impulsos que fizesse esse papel. O Édipo é esse sistema.
46) Se pensarmos nos dois crimes de Édipo, eles correspondem à manifestação
desimpedida desses dois instintos existentes em todo reino animal: a sexualidade e a
agressividade.
47) É por isso que Freud vai em busca do fundamento antropológico do Édipo. Em Totem e
Tabu.
48) Os dois principais tabus do totemismo correspondem aos dois crimes de Édipo.
49) Não matar o Totem e a exogamia. Freud vai explicar que o animal totêmico é um
representante da figura do pai.
50) O Totem fornece a unidade e o controle da agressividade entre os membros do mesmo
clã. E a exogamia elimina um motivo importante de desavença.
51) Por mais primitiva que seja a sociedade, ela terá que ser erguida sobre a repressão dos
impulsos de amor e ódio.

Qual a relação desse momento edípico com o desamparo? Por que essa passagem não é
simples?
52) Os impulsos de amor e ódio incestuosos não podem ser aceitos. Esses impulsos, dar-
se-á conta a criança, são perigosos e podados pelo adulto.
53) A criança que havia desenvolvido um sistema de alerta frente a um perigo, a angústia
sinal; sente medo frente a um perigo instintual.
54) A criança que a essa altura já desenvolveu um sistema de emitir um sinal de angústia
diante do perigo, sente medo diante da castração e repreensão de seus impulsos. A
intensidade dessa angústia fará com que tenha que fugir dela. Diversas rotas de fuga
são possíveis e levam de uma forma ou de outra à negação da castração.
55) O conceito chave, então, é a angústia sentida diante da castração. Mas porque a
angústia de castração é tão importante?
56) Aqui chegamos no tempo do desamparo.
57) 1) sistema de proteção; 2) Perda da onipotência; 3) medo de castração e perda do
amor do objeto.
58) Até então a criança era auto-erótica, sua sexualidade estava muito protegida do
princípio de realidade. A proteção frente ao desamparo da vida era garantida pela
presença dos pais. E a criança reinava numa onipotência narcísica de que tudo estaria a
seu alcance.
59) Essa proteção, essa satisfação autoerótica, e o narcisismo, proviam o indivíduo de um
sentimento de onipotência que era fácil lidar com o desamparo.
60) O sentimento principal no Édipo, no fundo, é o de desamparo, manifestado como afeto
de angústia.
61) A incapacidade de lidar com a angústia vai levar a uma série de formas de evitá-las.
62) É a incapacidade de se quebrar a onipotência.
63) Mas, mas, aí está o problema. Fugir do desamparo e da angústia gera perdas de si
mesmo. Partes do ego.
64) Tudo aquilo que foi negado deixa de ser utilizado positivamente e, além disso, retorna
na forma de sintomas e de traços de caráter esquisitos.
65) A quebra da onipotência causa desamparo. O desamparo causa angústia, a angústia
causa a repressão e esta o sintoma.
66) A onipotência impede o indivíduo de acessar sua potência.
67) O Édipo é um limitador. É o limitador. A criança é colocada no lugar dela. A criança tem
que aceitar ficar de fora, excluída de uma relação.
68) É a instalação do princípio de realidade e da contenção da ambivalência.
69) A criança perde a Onipotência. Um ego frágil não suporta ser castrado. Limitado.
70) A castração, o Édipo coloca o indivíduo em seu lugar. Um ser limitado. Mas isso é só o
começo.
71) Aqui há um encruzilhada. Diante do desamparo eminente, o ego dá um sinal de alerta
e a pessoa tem, então, dois caminhos: fugir, enfrentar. O alerta é a angústia, a fuga são
as defesas onipotentes e narcísicas, o enfrentamento é aceitar a própria fragilidade.
72) É a resposta diante da angústia frente ao desamparo que vai definir nossa saúde
mental.
73) A importância do conceito de desamparo em Freud marca uma nova era na psicanálise
Freudiana e pós Freudiana.
74) Isso porque a angústia, conceito mais intimamente ligado ao desamparo, não ocupava
um lugar de destaque na obra de Freud, ou melhor, ela tinha destaque, mas era menos
importante, não era central.
75) Pro Freud, a angústia era manifestação de descarga de um cúmulo de libido. Na
primeira teoria da angústia de Freud, essa era consequência da repressão. Depois que
a ideia era reprimida, a libido a ela ligada escapava na forma de ansiedade.
76) Eis que o ponto central da psicanálise desloca da sexualidade para a elaboração da
onipotência. A angústia passa a ser o ponto central e a teoria das relações de objeto
invade o campo freudiano.
77) O ponto central agora é o afeto e não uma energia sexual.
78) A ansiedade é uma reação ao perigo. A criança aprende que um objeto pode pôr termo
ao perigo. O medo se desloca da situação econômica para temer a perda do objeto. É a
ausência do objeto que constitui o perigo.

Segunda teoria da angústia

79) Freud: “... a ansiedade é um produto do desamparo mental da criança”.


80) “Não podemos achar que a ansiedade tenha qualquer outra função, afora a ser uma
sinal para a evitação de uma situação de perigo”.
81) “a mudança seguinte é causada pelo poder do superego... A ansiedade de castração se
desenvolve em ansiedade moral”.
82) Temerá agora (angústia) ser punido pelo superego, ou perder amor do mesmo.
83) “A transformação final pela qual passa o medo do superego é, segundo me parece, o
medo da morte (ou medo pela vida), que é o medo do superego projetado nos poderes
do destino”.
84) “... podemos dizer que cada período da vida do indivíduo tem seu determinante
apropriado de ansiedade”.
85) No início é o perigo da vida; depois o perigo da perda de objeto, o perigo da castração
na fase fálica; o medo do superego.
86) “... não há perigo algum em considerarmos a ansiedade de castração como a única
força motora dos processos defensivos que conduzem à neurose”.
87) “... como um determinante da ansiedade, a perda de amor desempenha o mesmíssimo
papel na histeria que ameaça de castração nas fobias e o medo do superego na
neurose obsessiva”.
88) “... a geração de ansiedade põe a geração de sintomas em movimento e e´, na
realidade, um requisito prévio dela...”.
89) O ego reproduz por iniciativa própria a ansiedade e a emprega como sinal de perigo,
colocando em movimento o princípio do prazer-desprazer.

O futuro de uma ilusão e a recuperação da onipotência.

90) Segundo Freud, o ser humano tem ainda que lidar com duas situações que causam
profundo desamparo.
91) A impotência frente as forças da natureza.
92) A morte.
93) Esses são o último golpe na onipotência humana, e, segundo Freud, o ser humano
recorrerá, novamente, a sua onipotência e à criação de um ser onipotente que pode e
controla tudo.

A clínica

94) Elaborar o Édipo.


95) Aceitar a castração.
96) Aceitar que não tem controle sobre o objeto.
97) Aceitar as limitações.
98) Elaborar a onipotência.
99) É verdade que a psicanálise demora muito?
100) Ajudamos a pessoa a se aceitar como é.
101) Pessoas com o Édipo mal elaborado:
a. Acha que tem direito a tudo
b. Não aceita ser excluído
c. Não percebe o outro
d. Se recusa a aceitar regras. Se sente humilhado em sua onipotência
e. Pavor de perder.
f. Medo da dependência.

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