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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

A PERFORMANCE NA EDUCAÇÃO MUSICAL: OS RITMOS NORDESTINOS


E A PRÁTICA INSTRUMENTAL

TITON, Vagner1
MINATTI, João2
MULLER, Cristiane3

RESUMO:
O presente artigo apresenta relatos de experiência do Estágio Supervisionado do 6º período do
curso de Licenciatura em Música da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, realizado no
Colégio Salesiano Parque Dom Bosco. A proposta deste projeto teve como foco desenvolver a
prática de conjunto explorando ritmos nordestinos, utilizando instrumentos de percussão. As
aulas foram planejadas de modo a instruir os alunos sobre a execução de cada instrumento de
percussão, assim como reproduzir ritmos e improvisar. Este trabalho desenvolveu a música
através da prática instrumental, valorizando sua beleza como expressão artística e incentivando
sua apreciação e prática, ao mesmo tempo que proporcionou aos alunos a experiência de fazer
parte de um grupo de percussão que realizou uma apresentação para um público.

PALAVRAS-CHAVE: Percussão. Prática de Conjunto. Composição. Performance.

INTRODUÇÃO

O projeto deste semestre desenvolveu a prática musical visando o


desenvolvimento técnico nos instrumentos, a prática da improvisação e como produto
final, uma composição improvisada. Este projeto foi desenvolvido com a turma de
informática do Colégio Salesiano Parque Dom Bosco, onde os alunos possuíam uma
média de idade de 13 anos. A proposta dos acadêmicos para este semestre de estágio
consistiu na formação de uma banda de percussão onde seriam explorados alguns ritmos
nordestinos, mais especificamente os da festa do forró, incluindo baião e xote.
As aulas foram planejadas levando em consideração que alguns dos alunos já
haviam frequentado aulas de música, portando já possuíam certa experiência com
características básicas da música como, por exemplo, o ritmo. Tendo isso em vista foi
possível, no decorrer das aulas, aplicar variações mais complexas nas atividades

1
Acadêmico do 6º período do Curso de Licenciatura em Música da Univali.
2
Acadêmico do 6º período do Curso de Licenciatura em Música da Univali.
3
Professora Orientadora da disciplina de estágio supervisionado: Pesquisa da prática
pedagógica do 6º período do Curso de Licenciatura em Música da Univali.
propostas, uma vez que o resultado dos alunos, na maioria das vezes, tenha sido de
grande satisfação.
O fato de a escola possuir uma variedade de instrumentos de percussão à
disposição dos acadêmicos foi de extrema importância para o desenvolvimento deste
projeto, já que além de sua execução básica ser relativamente mais simples comparados
a outros instrumentos, eles despertam o interesse musical dos alunos e proporcionam a
possibilidade de uma rica exploração sonora, desenvolvendo a percepção musical junto
de alguns sentidos. Os instrumentos de percussão são uma ótima ferramenta para a
aprendizagem musical em suas diversas modalidades como, por exemplo, a criação e a
reprodução. A execução destes instrumentos de exige um mínimo de condicionamento
técnico por parte dos alunos, tornando possível a realização das propostas deste projeto,
como a composição e a performance musical.
A prática de conjunto proporciona uma rica experiência musical, onde cada
aluno exerce uma função que influencia diretamente no resultado sonoro do conjunto,
assim incentivando cada integrante a se ouvir e ouvir os colegas ao seu redor, ao mesmo
tempo em que interage musicalmente em conjunto.
Entre os autores citados para embasar os conteúdos se destacam Cecília França e
Keith Swanwick, por seu trabalho sobre apreciação, composição e performance, e como
essas práticas se relacionam e se completam para construir um aprendizado musical
completo e significativo.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A partir do momento em que são distribuídos os instrumentos de percussão para


os alunos, e eles começam a explorá-los mesmo sem ter conhecimento sobre a técnica
correta para sua execução, é quando se inicia o processo de musicalização. O professor
deve orientar esse mundo de descobertas no qual os alunos estão vivendo, para assim
conseguir otimizar sua experiência na interação musical, valorizando a arte e
desenvolvendo a criatividade.

[...] o modo como as crianças percebem, apreendem e se relacionam


com os sons, no tempo-espaço, revela o modo como percebem,
apreendem e se relacionam com o mundo que vêm explorando e
descobrindo a cada dia. (BRITO, 2003, p.41).
A prática de conjunto valoriza a interação entre os alunos possibilitando um
aprendizado coletivo a partir da convivência um com o outro sob a orientação do
professor. Esta prática possibilita ao aluno ter a experiência de fazer parte de um
conjunto musical onde cada naipe tem uma função na música, e cada integrante interfere
diretamente no resultado sonoro do conjunto.
A partir do momento em que os alunos dominaram os conceitos básicos da
técnica de cada instrumento, e já tiverem explorado minimamente sua sonoridade, é
possível introduzi-los ao universo da criação e da improvisação. Esta atividade tem
como objetivo, desenvolver a criatividade dos alunos através da música e demonstrar
como se dá a composição de uma peça por simples que seja.

[...] a composição (invenção) oferece uma grande oportunidade para


escolher não somente como mas o que tocar ou cantar, e em que
ordem temporal. Uma vez que a composição permite mais tomadas de
decisão ao participante, proporciona mais abertura para a escolha
cultural. A composição é, portanto, uma necessidade educacional, não
uma atividade opcional para ser desenvolvida quando o tempo
permite. Ela dá ao aluno uma oportunidade para trazer suas próprias
ideias à microcultura da sala de aula, fundindo a educação formal com
a “música de fora”. (SWANWICK, 2003, p.68).

O processo de preparação dos alunos para exercerem tal função como a


composição e a improvisação, exige a prática da apreciação musical em paralelo com a
reprodução. A partir do momento em que o aluno consegue executar algum padrão ritmo
ou convenção respeitando um andamento com o mínimo de dinâmica, será possível
apresentar a ideia da criação.
Como produto final do desenvolvimento musical, tanto técnico como artístico, a
performance é a ação que exprime uma fração do aprendizado que se efetivou durante
as aulas. Desmontando o pensamento tradicional de que a performance prioriza o
desenvolvimento técnico virtuoso, e tratando esta prática como meio de socialização dos
conteúdos aprendidos, é possível empregá-la no processo da aprendizagem como um
incentivo para organização e prática as atividades propostas durante as aulas.
Composição, apreciação e performance compartilham muitas
habilidades. Realmente podemos argumentar que a composição
depende da habilidade de apreciar as possibilidades da linguagem
musical e selecionar e rejeitar ideias como resultado. Uma apreciação
bem-sucedida depende dos insights adquiridos a partir da manipulação
do material na composição e na performance. Uma performance bem-
sucedida depende dos julgamentos sobre a música como resultado de
uma compreensão cada vez mais profunda, e não através da imitação
de outros ou seguindo ordens. (GANE, 1996, p. 52).
A formação e o desenvolvimento do percussionista estão ligados geralmente
com a prática em conjunto, independente do gênero e do estilo. Durante o
desenvolvimento deste projeto, houve a preocupação de proporcionar a vivência
musical através destes instrumentos de forma contextualizada com o conjunto,
possibilitando a troca de experiências e a interação com os alunos. Esta metodologia de
ensino vai de contramão com os métodos tradicionais de como desenvolver a prática
dos instrumentos de percussão, já que pretendeu trabalhar, além da música, questões
socioculturais de interação e respeito mútuo.

METODOLOGIA

Este texto partiu da análise das aulas realizadas na disciplina de Estágio


Supervisionado no Colégio Salesiano Dom Bosco por dois acadêmicos do curso de
Licenciatura em Música, 6º período. Trata se de uma pesquisa-ação, onde realizou-se 11
idas à escola: 1 visita técnica, 1 aula diagnóstica, 09 intervenções em sala de aula e uma
apresentação final dos alunos. A metodologia da pesquisa-ação na área da educação é
uma estratégia que foca desenvolvimento do professor que a aplica com o objetivo de
utilizar suas pesquisas para aprimorar seu ensino e, em paralelo, o aprendizado de seus
alunos.

Pesquisa-ação é uma forma de investigação baseada em uma


autorreflexão coletiva empreendida pelos participantes de um grupo
social de maneira a melhorar a racionalidade e a justiça de suas
próprias práticas sociais e educacionais, como também o seu
entendimento dessas práticas e de situações onde essas práticas
acontecem. A abordagem é de uma pesquisa-ação apenas quando ela é
colaborativa... (KEMMIS e MC TAGGART,1988, apud ELIA E
SAMPAIO, 2001, p.248).

Tratando-se de uma pesquisa qualitativa (a qual os resultados obtidos não são


através de fatores numéricos, porém interpretados e contextualizados), a coleta de dados
obtidos se deu por meio da análise da prática pedagógica, valendo-se também de vídeos,
imagens e análise dos relatórios. Segundo Minayo:

A pesquisa qualitativa responde a questões muito particulares. Ela se


preocupa, nas ciências sociais, com um nível de realidade que não
pode ser quantificado, ou seja, ela trabalha com o universo de
significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que
corresponde a um espaço mais profundo das relações dos processos e
dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de
variáveis. (1994, p. 21-22).
As intervenções ocorreram na turma da informática. As aulas tiveram início às
10:00, com duração de 1 hora. Este trabalho ficou dividido em três unidades: a primeira
focando nos ritmos nordestinos e suas características e noções básicas de prática em
conjunto com a percussão, como pulsação e andamento. Na segunda unidade houve uma
certa dedicação à formação dos naipes focando em como se dá a prática instrumental,
com variação na dinâmica dos sons. A terceira e última unidade consistiu em compor e
improvisar músicas.
Utilizou-se as canções “Asa Branca e Feira de Mangaio” do grupo como recurso
para trabalhar os conteúdos, a saber: percepção rítmica, dinâmica, timbre e pulsação,
com ênfase no desempenho individual e na prática de conjunto. O material didático
utilizado foram instrumentos musicais como: Instrumentos de percussão, (tambor,
triângulo, caxixi, bongô, agogô e tamborim).

DA PRÁTICA MUSICAL À COMPOSIÇÃO

Os relatos das ações desenvolvidas ao longo do semestre serão apresentados


seguindo a forma de como o trabalho foi realizado, ou seja, em três etapas. Na primeira
o trabalho de rudimentos técnicos dos instrumentos de percussão, o segundo a prática
em grupo e o último sobre a apresentação final.
A aula começou com uma breve introdução do que faríamos no semestre. Foi
ensinado o conceito de música instrumental e qual sua diferença em relação à uma
canção. Em seguida apresentada uma variação do ritmo do baião que serviu como base
para as outras músicas trabalhadas nas aulas seguintes. Entre a prática do ritmo nos
diversos instrumentos de percussão os alunos tiveram a chance de trocar de instrumento,
tendo a possibilidade de tocar todas as vozes do ritmo, tornando a prática mais
dinâmica. Para finalizar a aula foi proposta uma atividade de percepção rítmica, onde os
alunos sentaram com as cadeiras em círculo, e deveriam repetir em seus instrumentos
uma célula rítmica tocada por um acadêmico. O acadêmico tocava uma sequência de
notas dentro de um compasso de 4 tempos e em seguida o aluno sentado à sua esquerda
deveria repetir esta sequência, em seguida o próximo aluno da direita e assim por diante.
O padrão rítmico mudava toda vez que todos os alunos da roda tivessem repetido o
toque. Por fim, foi executada uma variação desta atividade, onde um acadêmico
novamente tocava um padrão rítmico, e agora todos os alunos deveriam repeti-lo ao
mesmo tempo, e a cada repetição o padrão era mudado.
Os acadêmicos iniciaram a aula seguinte com uma revisão dos conteúdos
desenvolvidos na aula passada, com objetivo de relembrar o conceito de música
instrumental e qual sua diferença em relação à uma canção, e também o nome e
características do ritmo seguido de sua execução. Após a revisão dos conteúdos foi
explicado o conceito de improvisação junto com uma demonstração dos acadêmicos.
Cada um dos alunos teve sua vez de improvisar em seu respectivo instrumento tendo
como base o ritmo do baião, levando em consideração que enquanto um aluno
improvisava os outro continuava tocando o ritmo básico, porém com menos intensidade,
para assim o improviso ficar em primeiro plano. Em seguida os acadêmicos
apresentaram uma variação do ritmo do baião que servirá como base para as outras
músicas que serão trabalhadas nas próximas aulas. Entre a prática do ritmo nos diversos
instrumentos de percussão os alunos tiveram a chance de trocar de instrumento, tendo a
possibilidade de tocar todas as vozes do ritmo, tornando a prática mais dinâmica. Para
finalizar a aula foi proposta uma atividade de percepção rítmica, onde os alunos
sentaram com as cadeiras em círculo, e deveriam repetir em seus instrumentos uma
célula rítmica tocada por um acadêmico.
Prosseguindo com as atividades, os estagiários deram uma introdução das
características do ritmo forró, mostrando as levadas ritmas mais comuns e os
instrumentos que acompanham. Em seguida, os alunos pegaram os instrumentos, e os
professores ensinaram como manusear cada naipe de instrumento. Entre a prática do
ritmo nos diversos instrumentos de percussão os alunos tiveram a chance de trocar de
instrumento, tendo a possibilidade de tocar todas as vozes do ritmo, tornando a prática
mais dinâmica. A aula foi finalizada com a mesma atividade de pergunta e resposta
rítmica já trabalhada em aulas anteriores.
Ao início da aula, os alunos sentaram com as cadeiras em círculo para a proposta
de uma breve atividade onde cada um deveria produzir um som diferente com a boca
enquanto seus colegas tentavam descobrir o que cada um imitava. Após esta atividade,
os alunos se organizaram na formação de banda de percussão já utilizada nas aulas
anteriores, para dar sequência à prática dos ritmos. Se deu continuidade na prática do
ritmo e na estruturação da forma da música (Feira de Mangaio), já que devido ao seu
andamento rápido, alguns alunos tiveram um pouco de dificuldade em acompanhar seus
colegas. Foi combinado que realizaríamos uma seção especial no meio da música
utilizando uma atividade já trabalhada em sala de aula, o jogo da pergunta e resposta
rítmica, portanto, após a introdução da música, todos os instrumentos iriam parar de
tocar com exceção do triângulo e do violino. Enquanto esses dois instrumentos
continuaram fazendo a levada, os demais alunos deveriam prestar atenção no acadêmico
que executou um padrão rítmico de 4 tempos, que em seguida era repetido pelos alunos
em seus respectivos instrumentos. Houve a repetição da seção especial várias vezes até
que se obteve um resultado sonoro preciso e fluente, para em seguida executar a música
a partir do início até onde esta parte que tinha sido concluída. Para finalizar a música os
acadêmicos empregaram uma convenção final utilizando a melodia do tema do Sítio do
Pica Pau Amarelo, que foi proposta pelos alunos. Para finalizar a aula houve uma rápida
revisão da já concluída música Asa Branca, para assim fixar melhor a forma e as
convenções que haviam sido combinadas na música, e também facilitando os futuros
ensaios gerais que serão realizados antes da apresentação final.
Nesta aula, pedimos para que todos sentados em círculo, pegassem um
instrumento percussivo de sua preferência, em seguida, comentamos sobre
improvisação e composição. Depois de entendido como a atividade iria funcionar, foi
proposto que cada aluno, começaria uma composição improvisada, e em seguida o resto
dos alunos, esperando sua entrada, iriam compor improvisando, sempre dentro do ritmo
do primeiro, que seria o padrão base de toda a composição improvisada.
O trabalho com a improvisação propiciaria, a um só tempo, a
possibilidade de dialogar e também de introduzir os conteúdos
musicais adequados e necessários ao processo de formação. Visando à
educação e à formação musical e humana, o trabalho com a
improvisação deveria focar os aspectos necessários em cada momento
do processo (BRITO, 2011, p. 6-7).

Em certa ocasião os alunos se dirigiram até a sala de música da escola para pegar
os instrumentos de percussão, em seguida se dirigiram até o pátio da escola, onde
seriam realizadas as atividades da aula neste dia. Ao invés dos alunos participarem da
aula sentados dentro da sala, esta semana a prática de execução dos instrumentos foi
variada, já que os alunos foram instruídos a formarem um círculo no pátio, para tocarem
em pé. Após a organização do conjunto de percussão, com cada naipe em seu devido
lugar, os acadêmicos tiveram uma conversa com os alunos onde falaram sobre o ensaio
geral e a apresentação final que iria ocorrer em algumas semanas. Devido a esta
conversa, foi realizada uma breve revisão das duas músicas instrumentais trabalhadas
até o momento, Asa Branca e Feira de Mangaio. Nesta revisão foram lembrados os
ritmos principais, as convenções e o momento em que deveriam ser tocadas, e
principalmente a seção especial de pergunta e resposta rítmica, realizada no decorrer de
uma música.
O foco principal desta aula foi revisar e reforçar a terceira peça musical que fará
parte da apresentação final. Esta peça é uma composição composta pelo improviso de
ritmos baseados em uma célula rítmica inicial tocada por algum aluno. Após um aluno
iniciar tocando um padrão rítmico que se repete, um a um, os outros alunos começaram
a tocar seus respectivos instrumentos de percussão de forma a acompanhar e
complementar o ritmo base tocado pelo primeiro aluno, não necessariamente repetindo a
célula. Após o momento em que todos os alunos estavam tocando, um acadêmico
indicou, através de gestos combinados previamente, diferentes dinâmicas que foram
executadas por todos os alunos. Para finalizar a peça os alunos foram parando de tocar
seus instrumentos aos poucos, até que um único aluno que continuava tocando era
aquele que iniciou o ritmo, que em seguida finalizava com uma convenção.
Nestas três últimas aulas, ensaiamos todo o repertório para a apresentação, que
era composto pelas músicas: Asa branca, Feira de Mangaio e a composição
improvisada. Em todas as aulas fizemos o mesmo sistema, ensaiamos as duas músicas já
conhecidas, sempre revezando os instrumentos percussivos entre os alunos, e metade da
aula ficava para a composição improvisada, dando vez a todos os alunos de começarem
uma composição, seguindo pelos colegas que improvisavam células rítmicas em cima
do padrão inicial. E para finalizar, fizemos a apresentação final para os alunos dos
outros estagiários de música.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os temas escolhidos para o desenvolvimento das aulas deste estágio


supervisionado tiveram a intenção de proporcionar sobretudo, uma vivência musical
rica em conhecimento e ao mesmo tempo, incentivar os alunos a buscarem
conhecimento nas culturas existentes dentro do próprio País. O principal foco deste
projeto foi desenvolver a composição improvisada e a performance musical utilizando
instrumentos de percussão, já que estes três temas combinados geram possibilidades de
exploração musical, interação social e o incentivo à apreciação desta forma artística.
A música instrumental é algo novo para os alunos, os ritmos brasileiros que
foram mostrados e agora todos tocando o baião na atividade, proporcionou uma noção
da cultura brasileira e nordestina. A atividade de percepção rítmica traz para os alunos
um novo mundo, onde aos poucos eles foram descobrindo a capacidade intelectual e
musical que tem, conforme vão compreendendo a atividade e aperfeiçoando-a. Os
alunos ficaram empolgados com as novidades musicais, gostaram de tocar os
instrumentos e do ritmo baião, que já conheciam de forma empírica.
As aulas fluíram de forma positiva, até melhor do que tínhamos planejado. Os
alunos são inteligentes e conseguem aprender rapidamente. Conseguimos notar o grande
benefício que é tornar uma atividade lúcida, empregando características musicais em
sua essência. Quando os alunos compreendem como a atividade deve ser feita, o
interesse faz com que usem de seu intelecto, criatividade e vontade para tornar a
atividade fluida e divertida.
Uma vez que o ritmo padrão estava sendo executado corretamente, foi
interessante apresentar uma variação para adicionar um nível de dificuldade, e ao
mesmo tempo tentar perceber qual a diferença sonora que esta variação causou no
grupo, também servindo como introdução para o ritmo da próxima música a ser
trabalhada. A prática da improvisação possibilitou a exploração sonora nos instrumentos
de forma mais livre, desenvolvendo maneiras diferentes de tocar e tirar certos sons até
agora não utilizados, assim gerando um resultado sonoro mais personalizado de acordo
com o gosto de cada aluno. O primeiro momento da improvisação pode ser resumido
com a exploração, que acontece quando os alunos tocam os instrumentos sem realmente
entender que os sons são produzidos como resultado de suas ações. A próxima etapa e
mais interessante para nossa realidade em sala de aula, é quando os alunos relacionam o
resultado sonoro às suas ações, ouvem internamente os sons produzidos, e organizam
sua execução através da repetição de padrões, sendo que todo o som produzido tem
papel fundamental para a sonoridade do conjunto.
Além de possibilitar a exploração sonora, esta prática também serviu de
parâmetro para analisar a capacidade criativa e interpretativa dos alunos como um
conjunto, a fim de possibilitar um melhor planejamento da apresentação que irá
acontecer após a realização de todas as aulas junto dos ensaios.
Com esta primeira prática de improvisação, tendo em vista que este conteúdo foi
apresentado para os alunos nesta mesma aula, o resultado obtido, tanto individualmente
com em conjunto pode ser considerado satisfatório. O produto obtido nesta aula
possibilitará um futuro aprofundamento na prática de improvisação, já que este
conteúdo teve um papel fundamental durante a realização das aulas seguintes e também
fez parte da apresentação final.
Muito parecido com a aula passada, foi interessante perceber o desenvolvimento
e a facilidade com que os alunos fizeram a atividade. Mesmo sendo outra música, com
diferentes padrões rítmicos, os alunos conseguiram dessa vez produzir com mais
autonomia e lucidez.
A atividade principal desta aula foi a introdução da ideia de criar uma seção
especial, utilizando uma atividade rítmica de pergunta e resposta com instrumentos de
percussão já trabalhada em sala de aula. Esta proposta envolve tanto aspectos de
composição, quanto de percepção rítmica e reprodução, já que as células rítmicas que
devem ser repetidas pelos alunos são criadas na hora por um acadêmico. Fazer desta
atividade parte da apresentação final implica nos alunos desenvolverem, até o final das
aulas, a capacidade de compreenderem rapidamente a célula rítmica tocada e em
seguida a reproduzi-la com fidelidade, portanto esta atividade irá ser executada diversas
vezes ao longo das próximas aulas, com o intuído de adquirir fluência e melhorar o
tempo de raciocínio e reação dos alunos.
A forma com que os alunos percebem os padrões rítmicos tem certa influência
no processo de composição e improvisação, já que utilizam referências e ideias musicais
ouvidas para esta prática de criação. Estes conteúdos possibilitam um aprendizado
musical mais livre e lúdico, já que desenvolvem a percepção junto com a criatividade
gerando um resultado artístico.
Os alunos se saíram muito bem, nós estagiários, não esperávamos ver tantos
padrões rítmicos diferentes e criativos. Os alunos souberam aproveitar a liberdade de
compor ao seu gosto e improvisar, de forma consciente e lúcida. A proposta de compor
improvisando caiu muito bem, e foi de bom gosto e agrado, os alunos conseguiram
produzir e criar muitas frases rítmicas de valor cultural brasileiro, conseguiram com
facilidade deixar a atividade fluir.
A prática de revisão semanal dos conteúdos e atividades trabalhos em sala de
aula envolvendo, sobretudo, aspectos de improvisação rítmica espontânea e
improvisação baseadas nas experiências vividas nas aulas de música até o momento,
pretende desenvolver uma vivência musical de certa forma libertadora, no aspecto de
que durante as várias práticas dos ritmos o resultado sonoro seja sempre novo e
diferente. Não caberia muito à proposta deste projeto desenvolver o treinamento técnico
dos instrumentos com a finalidade de memorizar uma peça de maneira minuciosa e
objetiva, com o principal objetivo da reprodução, mas sim incentivar a criatividade com
atividade que praticam o improviso e a composição, gerando um produto sonoro mais
espontâneo e verdadeiro.
Tendo em vista que o total do número de aulas realizado não é minimamente
suficiente para desenvolver habilidades técnicas complexas nos instrumentos de
percussão, o que está sendo valorizado é a pratica musical em conjunto em paralelo com
o aprendizado coletivo proveniente da interação entre alunos, para assim despertar e
incentivar o senso musical de cada aluno utilizando principalmente da prática de
improvisação e composição em grupo.
A improvisação possibilitou para os alunos experimentar a liberdade na hora
tocar, sem se preocupar com um padrão fixo, apenas manter o pulso e tocar algo que
encaixasse naquele ritmo. A apresentação tem certa importância para os alunos, pois
pressionados, precisam manter a calma e compreender que errar é natural e normal,
deixar a ansiedade e a vergonha de lado, são fatores importantes para o convívio social,
pois facilita a comunicação entre os cidadãos. Os alunos reagiram bem à apresentação
final, estavam empolgados e respeitaram os outros colegas enquanto apresentavam.
Fizeram uma apresentação ótima, conseguiram tocar tudo o que foi ensaiado e
interpretaram de maneira simples e com boa qualidade. Ver algo diferente no dia-a-dia é
essencial para o ser humano, criando nele, esperança e sonhos que talvez jamais fossem
sonhar.
Poder mostrar algo novo e concreto para os alunos, é essencial na formação e
necessário para o crescimento deles. Apresentar diferentes ambientes proporciona novos
desejos e até sonhos. Trazer significado para aquilo que eles estavam aprendendo o
semestre inteiro, fez com que aceitassem e enxergassem a importância do ensino. Os
alunos ficaram totalmente à vontade com a apresentação. A música percussiva e
improvisada traz liberdade para quem está aprendendo e quem está ensinando. Eles
entenderam que a apresentação não é uma questão de erro e acerto e qual grupo pontua
mais, mas sim poder compartilhar com o público, novas experiências, novos caminhos,
diferentes maneiras de se aprender e de se divertir.

REFERÊNCIAS:

BRITO, Teca de Alencar: “O humano como objetivo da Educação Musical: O


pensamento pedagógico musical de Hans Joachim Koellreutter”. XVII Seminário
Latino-Americano de Educação Musical, Guatemala, novembro/dezembro de 2011.
Anais. Disponível em: <http://www.galileo.edu/esa/acerca-de/publicaciones/>.
Acessado em
BRITO, Teca Alencar de. Música na educação infantil. São Paulo: Peirópolis, 2003.
ELIA, M.F., SAMPAIO, F.F. Plataforma Interativa para Internet: Uma proposta de
Pesquisa-Ação a Distância para professores. Anais do XII Simpósio Brasileiro de
Informática na Educação, 102-109, 2001.
FRANÇA, Cecília Cavalieri. SWANWICK, Keith. Composição, apreciação e
performance na educação musical: teoria, pesquisa e prática. Revista Em Pauta - v. 13
- n. 21, dezembro 2002.

GANE, Patricia. Prática Instrumental e o Currículo Nacional. Jornal Britânico Music


Education, 1996.

MINAYO Maria Cecília de Souza. Pesquisa Social: Teoria, Método e Criatividade. 23ª
ed. Petrópolis: Vozes, 1994.
SANTIAGO, Patrícia. A integração da prática deliberada e da prática informal...
Per Musi, Belo Horizonte, n.13, 2006, p.52-62
SWANWICK, Keith. Ensinando música musicalmente. Tradução de Alda Oliveira e
Cristina Tourinho. São Paulo: Moderna, 2003.

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