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SAVIO SILVA SOARES

Correntes Filosóficas na Educação dos Surdos

PALMAS – TO
2018
Correntes Filosóficas na Educação dos Surdos

Trabalho apresentado ao CEULP – ULBRA,


junto á disciplina de LIBRAS com objetivo de
compor nota acadêmica(G1)

SAVIO SILVA SOARES

PALMAS – TO
2018
INTRODUÇÃO

No início, tinha-se uma visão bastante negativa sobre a surdez, de modo que a
serem tratados com indiferença, piedade, compaixão, e privadas da sociedade.
Muitas culturas viam a deficiência como resultado de feitiçarias ou punição
divina, por esse motivo, pessoas surdas eram abandonadas e sacrificadas pela
sociedade.
Segundo Goldfield (1997), os primeiros educadores interessados na educação
surda surgiram apenas nos anos 1500:
No século dezesseis, na Espanha, o monge beneditino Pedro Ponce de Leon
(1520 - 1584) desenvolveu uma metodologia de educação para crianças com
surdez que incluía datilologia (representação manual das letras do alfabeto),
escrita e oralização, e criou uma escola de professores de surdos. Em 1620,
Juan Martin Pablo Bonet publicou, também na Espanha, um livro que tratava do
alfabeto manual de Ponce de Leon.
Na Alemanha, nesta mesma época, com Samuel Heinick, surge a filosofia
educacional Oralista que defende que o ensino da língua oral, e a rejeição à
língua de sinais, é a melhor forma de educar o aluno com surdez. Heinick funda
a primeira escola pública para crianças com surdez baseada no oralismo. Em
1817 Thomas Hopkins Gallaudet, junto com Laurent Clerc, fundou a primeira
escola permanente para alunos com surdez nos EUA, que utilizava como forma
de comunicação o francês sinalizado, adaptado para o inglês. A partir de 1821,
todas as escolas públicas americanas passaram a caminhar na direção da 3 3
ASL (Língua de Sinais Americana). Em 1864 foi fundada a primeira universidade
nacional para surdos, a Universidade Gallaudet.
Nos anos 1800, com os avanços tecnológicos, e apesar dos avanços com as
línguas de sinais, o método oral ganhou força. Segundo Goldfield (1997), o mais
importante defensor do Oralismo foi Alexander Graham Bell, que exerceu grande
influência no resultado da votação do Congresso Internacional de Educadores
de Surdos, realizado em Milão no ano de 1880. No Congresso, foi colocado em
votação qual método deveria ser utilizado na educação dos surdos. O Oralismo
venceu e o uso da língua de sinais foi oficialmente proibido. Ressalta-se que foi
negado aos professores surdos o direito de votar.
A partir daí, a oralização passa a ser o principal objetivo da educação das
crianças surdas e, para aprenderem a falar, passavam a maior parte do seu
tempo nas escolas recebendo treinamento oral. O ensino das disciplinas
escolares foi deixado para segundo plano levando a uma queda significativa no
nível de escolarização dos alunos com surdez.
Em 1968, surge a filosofia da Comunicação Total que utiliza todas as formas de
comunicação possíveis na educação dos surdos, acreditando-se que a
comunicação e não apenas a língua, deve ser privilegiada. Conforme Goldfield
(1997), a partir da década de setenta, percebeu-se que a língua de sinais deveria
ser utilizada independentemente da língua oral. Surge assim a filosofia Bilíngue,
que desde a década de oitenta vem se disseminando por todos os países do
mundo.

AS CORRENTES FILOSÓFICAS DE ENSINO PARA ALUNOS COM SURDEZ

São três os métodos de ensino conhecidos atualmente.

Oralismo
O objetivo principal do método oralista era desenvolver a fala em alunos surdos,
pois considerava a fala essencial para a comunicação e desenvolvimento da
criança surda. Esta metodologia foi proposta e defendida em um evento
internacional realizado em Milão/Itália chamado ‘Congresso Internacional de
Educação de Surdos’, realizado em 1880.
Após o Congresso, passou a ser utilizada pela maioria das escolas na educação
de surdos de muitos países. A língua de sinais foi proibida, começando assim
uma longa e sofrida batalha do povo surdo para defender o direito linguístico por
meio da sua língua natural, a língua de sinais (KALATAI, 2012).
As salas de aula, então, são transformadas em salas de terapia, de treinamento.
As técnicas pedagógicas são mudadas para terapêuticas. Professores surdos
que trabalhavam no sistema foram dispensados, e a língua de sinais proibida.
Dorziat (1997) cita que as técnicas mais utilizadas no método Oralista são: o
treinamento auditivo, o desenvolvimento da fala e a leitura labial. Treinar a
audição por meio do desenvolvimento do resíduo auditivo para que o surdo
aprendesse a discriminar os sons e, consequentemente, pudesse desenvolver a
sua fala era a filosofia dos defensores do Oralismo. Eles também enfatizavam a
importância da leitura labial como via de comunicação.
Como consequência das práticas oralistas, os surdos não aprenderam a falar.
Conseguiam pronunciar apenas algumas palavras que eram repetidas de forma
mecânica sem saber o que elas realmente significavam. Esse método resultou
em milhões de surdos analfabetos. E os surdos que passaram por essa
metodologia trazem marcas negativas em suas vidas até os dias atuais
(STREIECHEN, 2012, p.17).

Comunicação Total
Quando se constatou que os surdos educados por meio da metodologia Oralista
nunca conseguiriam se comunicar ou falar como os ouvintes de maneira
satisfatória e que, mesmo com a imposição das práticas oralistas, as pessoas
surdas insistiam em se comunicar por meio da língua de sinais, decidiu-se então
que os surdos poderiam utilizar toda e qualquer forma de comunicação
(KALATAI, 2012). Logo, surge um método que faz uso de qualquer tipo de
estratégia que resulte em comunicação, conhecido como Comunicação Total.
A principal meta era o uso de qualquer estratégia que pudesse permitir o resgate
na comunicação das pessoas surdas. Este modelo combinava a língua de sinais,
gestos, mímicas, leitura labial, entre outros recursos que colaborasse com o
desenvolvimento da língua oral (SCHELP, 2008).
Apesar dos diversos problemas encontrados com a utilização do método oralista,
a comunicação total não surge como uma negação ao oralismo: “[...] apresenta-
se como um sistema de comunicação complementar” (MARCHESI,1995, p. 59).
A Comunicação Total também não surtiu resultados satisfatórios, visto que a sua
abordagem defendia o uso simultâneo das duas línguas: a fala e os sinais
(bimodalismo) e por serem duas línguas distintas e com estruturas diferentes
dificultava a aprendizagem dos alunos. (KALATAI, 2012)

Bilinguismo
Esta metodologia, como seu nome sugere, trabalha com duas línguas no
contexto pedagógico. No Brasil, essas línguas são a Língua Brasileira de Sinais
(LIBRAS) e a Língua Portuguesa.
O Bilinguismo “[...] contrapõe-se ao modelo oralista porque considera o canal
viso gestual de fundamental importância para a aquisição de linguagem da
pessoa surda. E contrapõe-se à comunicação total porque defende um espaço
efetivo para a língua de sinais no trabalho educacional; por isso advoga que cada
uma das línguas apresentadas ao surdo mantenha suas características próprias
e que não se ‘misture’ uma com a outra “(LACERDA 1998 p.10).
Percebe-se, assim, que o Bilinguismo foi uma metodologia adotada a partir das
reivindicações dos próprios surdos, pois a mesma tem possibilitado o acesso a
duas línguas dentro de um contexto: a Língua de Sinais e a Língua Portuguesa
(KALATAI, 2012).
A regulamentação da Libras ocorreu por meio da Lei 10.436/2002, que em seu
artigo 2º profere que “ Deve ser garantido, por parte do poder público em geral e
empresas concessionárias de serviços públicos, formas institucionalizadas de
apoiar o uso e difusão da Língua Brasileira de Sinais - Libras como meio de
comunicação objetiva e de utilização corrente das comunidades surdas do
Brasil.” (BRASIL, 2002, p.1).
O Decreto 5626/2005, que regulamenta a Lei 10.436/2002, em seu Artigo 3º cita
a inserção da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) como disciplina curricular
obrigatória nos cursos de formação de professores para o exercício do
magistério em nível médio e superior, e nos cursos de Fonoaudiologia, de
instituições de ensino, públicas e privadas, do sistema Federal de ensino e dos
sistemas de ensino dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. (BRASIL,
2005).
Atualmente, As faculdades e universidades têm buscado oferecer a disciplina de
Libras em todos os cursos de licenciatura e bacharelados. Assim, a Libras deixa
de ser restrita aos surdos, professores especialistas e intérpretes e passa a ser
conhecida por muitas pessoas. Este sempre foi o objetivo da Comunidade surda
brasileira: a difusão da Língua de Sinais.

CONCLUSÃO
Este trabalho traz uma breve síntese das principais. correntes
filosóficas/metodologias de ensino empregadas na educação de surdos ao longo
do tempo
A metodologia Oralista destaca a aprendizagem da fala como um ponto central,
acreditando que o surdo pode apropriar-se dela e comunicar-se. No entanto
como o Oralismo puro não demonstrou ser uma metodologia satisfatória, pois a
grande maioria dos surdos não conseguia falar nem aprender, iniciou-se então
uma nova metodologia mista, onde se podia usar de todos os artifícios possíveis,
sendo denominada de Comunicação Total.
A Comunicação Total não veio para negar a filosofia até então vigente, mas
somar-se a ela, propondo abordagens alternativas na expressividade da pessoa
surda, onde ela possa trocar ideias, sentimentos e informações. Esta
metodologia também não surtiu efeito, pois o uso simultâneo de duas línguas (a
fala e os sinais) dificultava a aprendizagem dos surdos e criava dificuldade de
comunicação e interpretação em ambos os lados. (KALATAI, 2012)
Por fim, temos o Bilinguismo, que defende que a pessoa surda seja educada
conjuntamente com a Língua de Sinais e a Língua Portuguesa (escrita). Com a
chegada do Bilinguismo, a língua de sinais passa a ter a sua devida importância,
pois possibilita um domínio linguístico e a garantia de conseguir expressar-se
com mais segurança.
REFERÊNCIAS
BRASIL, Lei nº10.436. Presidência da República, Casa Civil – Brasília, 2002.
Disponível em http:www.leidireto.com.br/lei-10436.html, acesso em 26/04/2012.
BRASIL. Decreto n° 5.626, de 22 de dezembro de 2005, regulamenta a Lei n°
10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais –
Libras, e o art.18 da Lei n° 10.098, de 19 de Dezembro de 2000.MOURA, M.C.
O surdo: caminhos para uma nova identidade. Rio de Janeiro : Revinter, 2000.
DORZIAT, Ana. Concepções de Surdez e de Escola: ponto de partida para um
pensar pedagógico em uma escola pública para surdos. São Carlos / SP:
Trabalho de Tese (Doutorado), UFSCar (mimeo.), 1999.
GOLDFELD, Marcia. A criança surda – linguagem e cognição numa perspectiva
sociointeracionista. 2ª ed. São Paulo: Plexus, 1997.
LACERDA, Cristina Broglia Feitosa de. Um pouco da história das diferentes
abordagens na educação de surdos. Caderno Cedes, vol. 19, n 46. Campinas,
1998.
KALATAI, Patrícia. STREIECHEN, Eliziane Manosso. - As Principais
Metodologias utilizadas na Educação dos Surdos No Brasil. Disponível em:
https://anais.unicentro.br/seped/pdf/iiiv3n1/120.pdf.
MARCHESI, A. Comunicação, linguagem e pensamento das crianças surdas.
Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.
SCHELP, Patrícia Paula. Praticas de letramento de alunos surdos em contexto
de escola inclusiva. Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio
Grande do Sul. Ijuí, 2008.
STREIECHEN, Eliziane Manosso. Língua Brasileira de Sinais: LIBRAS; ilustrado
por Sérgio Streiechen. Guarapuava: UNICENTRO, 2012.

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