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...Partes de apostila...

7. FORMAÇÃO DOS COMPLEXOS AGROINDUSTRIAIS

O final da década de 1960 é considerado como o marco


de constituição do Complexo Agroindustrial Brasileiro (CAI),
denominado ainda de arrancada do processo de
industrialização do campo (Delgado, 1995) que, teve nas
políticas de modernização da agricultura e, sobretudo, nas
políticas de crédito subsídios do período de 1968/76, impulso
decisivo.
A constituição do CAI caracterizou-se no Brasil, pela
implantação de um setor industrial (produtor de bens)
fornecedor para a nossa agricultura. Junto a isto se
desenvolveu a nível nacional um amplo mercado de produtos
agropecuários industrializados. Surgem aí um completo
sistema de agroindústrias que fornecem produtos para o
mercado interno e para a tão cobiçada exportação.
Nesse novo padrão de articulação rural/urbana, a
agricultura se integra com outros ramos da produção
denominados de setores a montante e a jusante. Para produzir
a agricultura passa a depender dos insumos que recebe da
indústria, não produzindo mais bens de consumo final, mas
basicamente bens intermediários ou matérias-primas para a
indústria de transformação. A agricultura passou a
constituir um elo de uma grande cadeia.

Figura 1: Novo Padrão Agrícola

Setor A Setor A
Montante Agricultura Jusante
FONTE: Edgard Alencar, 2001.

Setor A Montante: fabricantes e fornecedores de bens


de capital, como por exemplo: tratores, implementos,
máquinas, adubos, sementes, fertilizantes, defensivos
agrícolas.
Setor A Jusante: processadores, transformadores e
distribuidores, por exemplo: casas de comercialização, silos
de estoque e secagem de grãos, grandes distribuidoras de
produtos agrícolas.
Ampliando as relações do setor agroindustrial com o
mercado, uma maneira mais ampla de se ver o complexo
agroindustrial é acrescentar as ligações intercapitais no
esquema. Afinal, a compra de insumos pela agricultura, impõe-
se a princípio como necessidade técnica, mas quase sempre,
de imediato existe a necessidade de financiamento.
Este financiamento não é tarefa de um agente isolado,
mas sim do sistema financeiro implantado. A modernização da
agricultura requer a existência de um sistema financeiro
constituído, para que possa viabilizar e ao mesmo tempo,
este sistema passa a ser fundamental na soldagem dos CAIs
como o movimento global da acumulação.

Figura 2: Novo Padrão Agrícola 1

Setor Setor
A Montante Agricultura A Jusante

Setor
Financeiro
FONTE: Edgard Alencar, 2001.

Conglomerado: tipo de organização empresarial no qual


várias empresas que atuam nos mais variados setores e ramos
da economia pertencem a uma mesmo holding. Holding é a
empresa que mentem o controle sobre outras empresas (as
subsidiárias) pela posse majoritária de ações.
O que caracteriza o conglomerado é a diversidade.
Nele, necessariamente nenhuma empresa é fornecedora de
elementos à linha de produção da outra. O que garante uma
taxa média de lucratividade diferenciada em momentos de crise
e recessão. O processo de conglomeração empresarial introduz
uma nova forma:

Figura 3: Novo Padrão Agrícola 2

Estado

A Montante Agricultura A Jusante

Setor
Financeiro

FONTE: Edgard Alencar, 2001.

EXEMPLO DE CONGLOMERADO: um caso sobre a produção de


soja. A Bunge y Born é uma das cinco maiores empresas que
domina o mercado de grãos no Brasil. O sojicultor, para
produzir, necessita de financiamento para custear a lavoura.
O dinheiro vem por meio do Banco do Brasil S.ª com juros
que, por sua vez, pediu emprestado com juros dentre outros
bancos, ao banco francês e brasileiro que é da Bunge y Born.
Com o dinheiro, o produtor irá comprar insumos. Se
comprar ADUBOS SERRANA da QUIMBRASIL estará devolvendo o
dinheiro para a Bunge y Born, pois ela é a dona da QUIMBRASIL.
Feita a produção, o produtor ou vende por meio da sua
cooperativa que, por sua vez, irá vender para as indústrias,
na maioria dos casos, ou vende diretamente às indústrias.
Se vende a SAMRIG, estará vendendo para a Bunge y
Born por preços estabelecidos por pressão da própria
multinacional em Chicago, nos EUA. De posse do dinheiro, o
produtor resolve vestir a família e realizar algumas compras
no supermercado. Caso compre às MALHAS SANTISTAS, ÓLEO
PRIMOR, ou MARGARINA PRIMOR, estará devolvendo o dinheiro
para a Bunge y Born já que são suas as indústrias que fabricam
esses produtos. Caso sobre algum dinheiro e o produtor decida
construir algum galpão, casa ou fazer alguma melhoria em sua
propriedade e comprar CIMENTO SERRANA e após, TINTAS CORAL,
para pintar o que construiu, estará novamente devolvendo
dinheiro a Bunge y Born, pois ela também é dona dessas
indústrias. (Baggio et al., 2000)
A conformação do complexo agroindustrial reflete um
duplo movimento de orquestração de interesses: um de origem
interna, que representa as forças sociais, econômicas e
políticas dos agentes que integram um dado complexo; e outro
de origem externa, que representa a ação do estado por meio
das políticas públicas e de suas agências ao estabelecer
relações particulares com os agentes que integram o complexo.
O atual padrão agrícola brasileiro representa uma
nova e complexa realidade para os agricultores. Ele não
representa somente as modificações na base técnica de
produção, mas a integração da agricultura aos segmentos
industriais, financeiros e demais serviços, envolvendo os
agricultores em uma grande rede de relações de interesses.
Nesta grande rede impera a participação do grande capital
industrial, do Estado, e dos grandes e médios produtores.

ALENCAR, Edgard. Complexos Agroindustriais. Lavras: UFLA-FAEPE,


2001.

Baggio, Leonel et al.. O Processo Recente de Reorganização


Agroindustrial: do Complexo à Organização “em Rede”. São Paulo:
UNESP, 2000.

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