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Seja muito bem-vindo a mais uma Seção, querido aluno (a)!

Vamos dar continuidade aos nossos estudos. Preparado?


Nas seções passadas, Bernardo, nosso brilhante Procurador do Estado de
Pernambuco, acompanhou o trâmite processual da Ação Popular movida pelo
cidadão Antonio Augusto contra o Decreto X/2018, editado pelo Governador do
Estado, nomeando o Sr. Martiniano Santos, o qual é acusado de sonegação de
impostos, para o cargo de Presidente do Banco do Estado de Pernambuco,
certo?
Após o regular processamento, a ação foi julgada procedente em todas as
instâncias, pelo o que o Decreto X/2018 foi anulado por ser considerado
violador da moralidade administrativa, evitando assim a posse do Sr. Martiano
Santos ao cargo de Presidente do Banco do Estado de Pernambuco.
Diante disso, o Governador do Estado decidiu então editar um novo Decreto, o
Decreto Y/2019, publicado em 20/01/2019, mediante o qual exonerou a Sra.
Cristina Veiga do cargo de Secretária estadual do Meio Ambiente, e nomeou o
Sr. Martiniano Santos para ocupar o seu lugar.
A Sra. Cristina Veiga, a qual exercia o cargo de Secretária de Meio Ambiente
por mais de 4 anos, ou seja, em seu segundo mandato ficou inconformada com
a exoneração e impetrou Mandado de Segurança Individual, objetivando a
suspensão imediata do Decreto Y/2019 e a sua recondução ao cargo.
O Mandado de Segurança impetrado teve como autoridade coatora o
Governador do Estado de Pernambuco, o qual editou o Decreto impugnado.
Como fundamento jurídico, a impetrante alegou que o Decreto Y/2019 é
abusivo, pois não continha a justificativa para a sua exoneração, bem como
não houve uma notificação prévia, tendo sido pega de surpresa com a
publicação do ato. Com base nisso, afirmou ter direito líquido e certo a
permanecer no cargo.
No dia 04/02/2019, a autoridade coatora foi notificada para, querendo,
apresentar informações. No mesmo dia, a PGE também foi cientificada como
órgão jurisdicional representante do Estado, para que tome as providências
cabíveis para a defesa do ato impugnado, conforme art. 7º, II, e art. 9º da Lei
12.016/09. A defesa será elaborada com base nas seguintes informações já
prestadas pela autoridade coatora:

1. Esclareceu que a Sra. Cristina Veiga foi nomeada Secretaria de Meio


Ambiente quando do seu primeiro mandato como Governador em 2012,
e que permanecera até então, pois não havia outra pessoa com
melhores habilidades técnicas para ocupar o cargo;
2. Que o Sr. Martiniano Santos, ao contrário da Sra. Cristina, possui uma
vasta experiência na Administração Pública, já tendo ocupado cargos
públicos de grande importância, podendo trazer melhores resultados
para o interesse público durante o exercício do cargo;
3. Que a Sra. Cristina tem adotado posturas incompatíveis com os
objetivos e ideais do Governo do Estado, o que por si só já justifica a
sua exoneração;
4. Que a Secretaria Estadual do Meio Ambiente está passando por
reestruturação e que a mudança da sua Gestão faz parte desse
processo;
5. Que agiu de acordo com a Constituição do Estado de Pernambuco, a
qual prevê que os cargos de Secretários de Estado são de livre
nomeação pelo Governador, que detém competência privativa para
tanto;
6. Que o requisito objetivo que a Constituição do Estado prevê para a
investidura no cargo de Secretário de Estado é a comprovação da
competência técnica, a qual deve ser feita através do diploma de
conclusão de curso superior afeto às atividades a serem desenvolvidas,
e da experiência no exercício de cargos públicos. Requisitos estes que
foram verificados antes da nomeação e preenchidos pelo Sr. Martiniano
Santos, não havendo razão para impedir a sua posse.

Agora é com você, aluno! Atuando no papel de Procurador do Estado de


Pernambuco, representante judicial do Estado, você deve elaborar a peça
processual que se destina à defesa do ato impugnado no Mandado de
segurança. Lembre-se de que o prazo para a interposição da peça deve ser
contado a partir da notificação da PGE, e que esta possui as prerrogativas
processuais da Fazenda Pública, como a do prazo em dobro.
Do mandado de segurança individual

O Mandado de Segurança é uma das garantias fundamentais previstas na


Constituição Federal. Ele se destina a combater atos ilegais ou abusivos
praticados pelo Poder Público que violem, ou venham a violar, direito líquido e
certo. É, portanto, uma ação constitucional colocada à disposição de todos os
indivíduos para a defesa de seus direitos.

Nesse sentido, o art. 5º, LXIX da CRFB/88, determina:

“conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito


líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas
data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder
for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no
exercício de atribuições do Poder Público.” (grifo nosso)
(BRASIL, 1988)

Ponto de atenção

O objeto do mandado de segurança é o ato ilegal ou abusivo cometido por


autoridade pública ou agente de pessoa jurídica de direito privado no exercício das
atribuições do Poder Público que viole DIREITO LÍQUIDO E CERTO DE
INDIVÍDUO.
Por direito líquido e certo, entende-se aquele direito que é claro e evidente, do qual
não restam dúvidas que o autor da ação seja titular. É um direito que não precisa de
uma dilação probatória para a sua constatação, ele é demonstrado por prova pré-
constituída, por isso o Mandado de Segurança possui um rito processual
diferenciado.

O STF firmou entendimento, através da Súmula 474, no sentido de que quando o


direito se escuda em lei cujos efeitos foram anulados por outra lei declarada
constitucional pelo Supremo, não será considerado um direito líquido e certo
amparado pelo Mandado de Segurança.

O Mandado de Segurança é uma ação personalíssima, ou seja, só pode ser


impetrado pelo detentor do direito líquido e certo violado ou ameaçado. O
autor do Mandado de Segurança denomina-se impetrante, e a autoridade
contra quem se impetra é usualmente chamada de autoridade coatora.
Dessa forma, sempre que se estiver diante de um Mandado de Segurança,
deve-se utilizar dos referidos termos no que se refere à composição do polo
ativo e passivo da demanda, pois são os termos técnicos corretamente
designados para essa espécie de ação constitucional.

E quem pode ser o impetrante?

Quanto à legitimidade ativa para a sua propositura, qualquer pessoa física ou


jurídica detentora de direito líquido e certo ameaçado ou violado.

Já a legitimidade passiva, como o próprio dispositivo constitucional menciona,


poderá ser de uma autoridade pública ou privada, desde que no exercício de
atribuições do Poder Público. Por exemplo, agentes de uma empresa privada
concessionária de serviço público poderão ser considerados autoridades
coatoras para fins de mandado de segurança.

Pois bem. Além da previsão constitucional, o Mandado de Segurança é regido


por uma lei especial, a Lei 12. 016/2009, que traz previsões específicas sobre o
seu processamento.

O art. 5o da referida Lei determina que não se concederá mandado de


segurança quando se tratar:

 De ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo,


independentemente de caução;
 De decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo;
 De decisão judicial transitada em julgado.

Além das hipóteses previstas expressamente no dispositivo legal, o STF


também firmou entendimentos sobre o cabimento do Mandado de Segurança,
os principais deles resumidos nas seguintes Súmulas:

 SÚMULA Nº 266. Não cabe mandado de segurança contra lei em


tese.
 SÚMULA Nº 267. Não cabe mandado de segurança contra ato judicial
passível de recurso ou correição.
 SÚMULA Nº 268. Não cabe mandado de segurança contra decisão
judicial com trânsito em julgado.
 SÚMULA Nº 269. O mandado de segurança não é substitutivo de
ação de cobrança.
 SÚMULA Nº 429. A existência de recurso administrativo com efeito
suspensivo não impede o uso do mandado de segurança contra
omissão da autoridade.

A Lei 12. 016/2009, ao disciplinar o procedimento especial do Mandado de


Segurança, estabeleceu em seu art. 23 o prazo de 120 dias para a impetração,
o qual tem como data de início da contagem o dia em que o impetrante tomou
conhecimento do ato impugnado.

Transcorrido o prazo legal, e não impetrado o Mandado de Segurança, o ato


ainda poderá ser questionado por meio de ação ordinária, eis que não há a
decadência do direito, mas apenas a impossibilidade de discussão pela via
mandamental, compreendido?

Ponto de atenção

Sobre a contagem do prazo de 120 para a impetração do MS, o STF, na Súmula nº


430 firmou entendimento de que eventual pedido de reconsideração na via
administrativa, não a interromperá.

Sobre os requisitos formais, o art. 6o da referida Lei determina que a petição


inicial deverá preencher os requisitos estabelecidos pela lei processual e
indicará, além da autoridade coatora, a pessoa jurídica que esta integra, à qual
se acha vinculada ou da qual exerce atribuições.

Por sua vez, o art. 7º, na sequência determina que o juiz, ao despachar a
inicial, ordenará que se notifique a autoridade coatora do conteúdo da petição
inicial, enviando-lhe a segunda via apresentada com as cópias dos
documentos, a fim de que, no prazo de 10 (dez) dias, preste as informações e
que se dê ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica
interessada, enviando-lhe cópia da inicial sem documentos, para que,
querendo, ingresse no feito.

Ponto de atenção

A Autoridade coatora, apesar de compor o polo passivo do Mandado de Segurança,


não se equipara ao réu ou requerido nas ações ordinárias. Ela não possui natureza
de demandada na ação, mas sim de terceiro, razão pela qual as informações não
podem ser consideradas como meio de defesa, mas sim como um meio de prova a
ser trazido aos autos do Mandado de Segurança por meio da autoridade
responsável pelo ato impugnado.
Por essa razão, as informações podem ser assinadas pela própria autoridade, sem
a necessidade de ser assistida por advogado, já que não se trata de uma peça
postulatória, mas, como dito, de um meio de prova.

Cabe à autoridade coatora, no prazo de 48 horas do recebimento da


notificação que lhe é dirigida, encaminhar ao Ministério ou órgão Ministério ou
órgão a que se acham subordinadas e ao Advogado-Geral da União ou a quem
tiver a representação judicial da União, do Estado, do Município ou da entidade
apontada como coatora, cópia autenticada do mandado notificatório, assim
como indicações e elementos outros necessários às providências a serem
tomadas para a eventual suspensão da medida e defesa do ato apontado como
ilegal ou abusivo de poder, na forma do art. 9º da Lei do Mandado de
Segurança.

Conforme o art. 7º, II da Lei do Mandado de Segurança, deve ser dado ciência
do feito ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, e é
a partir dessa ciência que será elaborada a defesa do ato, a qual, conforme
dispõe a lei é facultativa. A finalidade da resposta da pessoa jurídica de direito
público interessada no feito é, senão outra, a defesa do ato impugnado através
do pedido de denegação da segurança pretendida pelo impetrante e do
reconhecimento da legalidade do ato, para que sejam produzidos os efeitos por
ele pretendidos e evitada a sua anulação/suspensão.

Isso se deve ao fato de que, a demandada no Mandado de Segurança é a


pessoa jurídica, portanto, cabe a ela a defesa do ato impugnado, a qual será
feita mediante a sua resposta nos autos, que tem natureza jurídica de
contestação.

Logo, a peça a ser apresentada pela pessoa jurídica a qual a autoridade


coatora se vincula, integra ou exerce atribuições deve observar as mesmas
regras importas à contestação. Sendo assim, compete a você alegar toda a
matéria de defesa, expondo de forma clara todos os fatos e fundamentos de
direito pelos quais os pedidos e alegações do impetrante não merecem
prosperar.

Entretanto, é importante observar que no que se refere aos efeitos da revelia


pela ausência de contestação previstos no art. 344 do CPC (confissão), em
regra, como o Mandado de Segurança versa sobre direitos indisponíveis, por
força do art. 345, II do CPC referido efeito não tem aplicabilidade.
Cabe, ainda, quando for o caso levantar questões preliminares como a inépcia
da inicial pelo não preenchimento dos requisitos do art. 6º da Lei do Mandado
de Segurança, ilegitimidade da parte, ausência de interesse processual, não
cabimento do mandado de segurança, intempestividade e outras previstas no
art. 336 do CPC.

A peça será dirigida ao mesmo juízo a quem compete o julgamento da ação


mandamental, o qual, após o seu recebimento, será responsável por dar
prosseguimento ao feito. Quando o MS tiver sido impetrado perante juízo
incompetente, esse fato deve ser alegado em matéria preliminar na peça de
defesa.

No que se refere a competência para o julgamento do mandado de segurança,


tem-se que a mesma é definida pela categoria e sede federal da autoridade
coatora. Entretanto, a Constituição Federal possui algumas regras quanto à
competência do STF no art.102, I, “d”, e II, “a”.

E qual o prazo para que a demandada apresente a sua defesa?

A Lei nº 12.016/2009 não traz expressamente essa definição, entretanto, a


maioria da doutrina entende que se deve aplicar o mesmo prazo dado à
autoridade coatora para apresentar suas informações, que é o prazo de 10
dias.

Lembrando que a Advocacia Pública, em todos os âmbitos federativos, possui


a prerrogativa do prazo em dobro, conforme art. 183 do CPC, logo o prazo para
apresentarem defesa será de 20 dias.

Das decisões em sede de mandado de segurança


 Decisão liminar

O Mandado de Segurança é, por natureza, uma ação que tutela situações de


urgência em virtude dos direitos que visa salvaguardar. Por isso, na grande
maioria dos casos, o Mandado de Segurança possui um pedido liminar, que
consiste na suspensão no ato impugnado até a sentença.
Nesse sentido, prevê o art. 7º, I da Lei 12. 016/2009, que o juiz, ao despachar a
inicial, ordenará que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando
houver fundamento relevante e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da
medida. Tal decisão é, portanto, uma decisão interlocutória, eis que não põe
fim ao processo.

Ponto de atenção
É importante destacar que o art. 203 do CPC/15 prevê três tipos de pronunciamentos
do juiz, sentenças, decisões interlocutórias e despachos, bem como faz a distinç ão
entre eles: ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais,
sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz põe fim à fase cognitiva do
procedimento comum, bem como extingue a execução; decisão interlocutória é todo
pronunciamento judicial de natureza decisória que não seja uma sentença; e
despachos são todos os demais pronunciamentos.

Contra essas decisões, a Lei 12.016/09 prevê a possibilidade de a pessoa


jurídica de direito público demandada ou o Ministério Público realizarem pedido
de suspensão da execução da liminar, o qual deverá ser dirigido ao presidente
do Tribunal ao qual couber o conhecimento do respectivo recurso.
Imperioso destacar que o pedido de suspensão não é um recurso em si, pois
ele não modifica a decisão, apenas tem o efeito de suspender a execução da
liminar, é, portanto, um incidente processual.

Mas atenção, tal pedido só é possível quando houver ameaça de grave lesão à
ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas, conforme determina o art.
15 da referida Lei.
E qual o recurso cabível contra as decisões interlocutórias proferidas em
Mandado de Segurança?

Como você sabe, aluno, pelas regras do Código de Processo Civil, o Agravo de
Instrumento é o recurso cabível contra as decisões interlocutórias, ou seja,
contra aquelas decisões que não julgam o mérito da lide, conforme determina o
art. 1.015 do CPC.

A Lei do mandado de segurança, por sua vez, previu no art. 14, §1º
expressamente apenas a hipótese de cabimento de agravo de instrumento
contra decisão de juiz de primeiro grau que conceder ou denegar a liminar.
Entretanto, a doutrina aponta que mesmo sendo apenas essa a única previsão
expressa acerca do cabimento do agravo de instrumento no processo de
mandado de segurança, aplicam-se as demais previstas no CPC, eis que não
conflitantes com a lei específica.

O STJ também já firmou entendimento nesse sentido, vejamos:

“Recurso especial. Processual civil. Mandado de segurança.


Decisão interlocutória. Agravo de instrumento. Recurso
provido. Retorno dos autos ao tribunal de origem. 1. Este
Superior Tribunal de Justiça pacificou entendimento no sentido
de se admitir a interposição de agravo de instrumento contra
decisões interlocutórias proferidas em sede de mandado de
segurança, tendo em vista a sistemática processual prevista na
Lei 9.139/95, que instituiu o regime de interposição direta do
agravo de instrumento ao Tribunal, com processamento em
autos apartados, de maneira a não ocasionar nenhum tumulto
ou atraso no andamento do mandamus (EREsp 471.513/MG,
Corte Especial, Rel. Min. Fernando Gonçalves, Rel. p/ acórdão
Min. Gilson Dipp, DJ de 7.8.2006). 2. Salvo quando existir
preceito específico em sentido contrário, as normas do Código
de Processo Civil aplicam-se subsidiariamente às ações de rito
especial, incluindo-se aí o mandado de segurança. 3. Recurso
especial provido, determinando-se o retorno dos autos ao
Tribunal de origem, a fim de que seja analisado o mérito do
agravo de instrumento. (REsp 687457/SP, rel. Min, Denise
Arruda, T1 Primeira Turma, j. em 17.5.2007, DJ 14/06/2007 p.
255)
O prazo para a interposição do Agravo de Instrumento, assim como dos demais
recursos com exceção dos embargos de declaração, é, por força do art. 1.003,
§5º do CPC, de 15 (quinze) dias, observadas as prerrogativas dos art. 180 e
183. Quanto a sua forma, devem também seguir o que dispõe o CPC, em
especial o disposto nos arts. 1.016 e 1.017.

Nesse sentido, a petição será dirigida diretamente ao tribunal competente, e


deve conter os nomes das partes; a exposição do fato e do direito; as razões
do pedido de reforma ou de invalidação da decisão e o próprio pedido; o nome
e o endereço completo dos advogados constantes do processo. Deve, ainda,
ser instruída obrigatoriamente com cópias da petição inicial e da contestação;
da petição que ensejou a decisão agravada, da própria decisão agravada, da
certidão da respectiva intimação ou outro documento oficial que comprove a
tempestividade e das procurações outorgadas aos advogados do agravante e
do agravado, comprovante do pagamento das respectivas custas, e,
facultativamente, com outras peças que o agravante reputar úteis.

No caso de inexistência de uma das peças obrigatórias, deverá ser anexada


uma declaração de inexistência, feita pelo advogado do agravante, sob pena
de sua responsabilidade pessoal.

 Sentença

De acordo com o art. 12. da Lei nº 12.016/2009, findo o prazo do art. 7º


concedido para manifestação da autoridade coatora e da pessoa jurídica à qual
ela pertence, os autos serão encaminhados para o Ministério Público que
deverá opinar no prazo de 10 (dez) dias. Após, os autos voltam conclusos para
que o juiz profira a sua decisão, mesmo que o Ministério Público tenha deixado
de se manifestar.

Por ser um procedimento especial e de caráter de urgência em face na


natureza dos direitos por ele tutelados, a Lei do Mandado de Segurança prevê
prazo inclusive para que o juiz profira a sentença. O parágrafo único do art. 12
prevê expressamente o prazo de 30 (trinta) dias para que o juiz profira a sua
decisão.
Como sabemos, a sentença pode ser de mérito, concedendo ou denegando a
segurança, ou terminativa (que põe fim ao feito por questões processuais)
como, por exemplo, por inépcia da petição inicial (art.10,§1º da Lei 12.016/09).
Para insurgir-se contra qualquer uma delas, o recurso a ser manejado pela
parte será o de apelação.

Possui legitimidade para interposição da apelação qualquer das partes


processuais, o impetrante e a pessoa jurídica impetrada, além do Ministério
Público interessado e da autoridade coatora. A legitimidade da autoridade
coatora está expressamente prevista no art.14. §2º da Lei.
Quanto ao prazo para a interposição do recurso de apelação, pela regra do art.
1003, §5º do CPC/2015, o mesmo é de 15 (quinze) dias, devendo ser
observadas as regras do art. 180 e 183 do CPC que concedem prazo em dobro
para o Ministério Público e Advocacias Públicas.

Quanto aos requisitos formas a serem observados, devem ser seguidas as


regras do CPC:

Art. 1.010. A apelação, interposta por petição dirigida ao juízo


de primeiro grau, conterá:

I - os nomes e a qualificação das partes;

II - a exposição do fato e do direito;

III - as razões do pedido de reforma ou de decretação de


nulidade;

IV - o pedido de nova decisão. (BRASIL, 2015)

Ponto de atenção

Toda sentença que concede a segurança, ou seja, quando o mandado de segurança é


julgado procedente, está sujeita ao duplo grau de jurisdição nos termos do art.14,§1º
da Lei 12.01609, que determina:

Art.14, § 1o - concedida a segurança, a sentença estará sujeita obrigatoriamente ao


duplo grau de jurisdição.

Logo, mesmo que não haja a interposição do recurso de apelação pela parte vencida,
no caso pela pessoa jurídica de direito público impetrada, a decisão será levada de
ofício ao reexame necessário pelo Tribunal competente.

A competência dos Tribunais de Justiça para julgar originariamente Mandado


de Segurança é tratada pelas Constituições Estaduais e pela legislação de
organização judiciária local. Em todos os casos, o critério empregado para a
instituição desse foro privilegiado leva sempre em conta a autoridade apontada,
na impetração, como coatora.

Por exemplo, quando for impetrado um mandado de segurança contra ato


praticado pelo Governador e Secretários de Estado, a competência será do
Tribunal de Justiça Estadual.
As decisões de mérito serão proferidas pelo Tribunal, órgão colegiado. Já
decisões terminativas, como a que indefere a petição inicial, será dada pelo
relator. Da mesma forma, o pedido liminar, também é apreciado
individualmente pelo relator.

Contra as decisões colegiadas que denegarem a segurança, o recurso cabível


será o Recurso Ordinário Constitucional. Conforme dispõe o art. 18 da Lei 12.
016/2009. Tal recurso possui previsão constitucional, estando disciplinado
pelos arts. 102,II e 105. II da CF/88.

O julgamento do RO poderá ser de competência do Supremo tribunal Federal


ou do Superior Tribunal de Justiça. Veja a tabela abaixo que sintetiza a
competência para o julgamento do Recurso Ordinário Constitucional em
Mandado de Segurança:

Compete ao STF julgar em Recurso Compete ao STJ jugar em Recurso


Ordinario Ordinario
O habeas corpus, o mandado de Os habeas corpus decididos em única ou
segurança, o habeas data e o mandado última instância pelos Tribunais Regionais
de injunção decididos em única instância Federais ou pelos tribunais dos Estados,
pelos Tribunais Superiores, se do Distrito Federal e Territórios, quando a
denegatória. decisão for denegatória.
O crime político. Os mandados de segurança decididos em
única instância pelos Tribunais Regionais
Federais ou pelos tribunais dos Estados,
do Distrito Federal e Territórios, quando
denegatória a decisão.
As causas em que forem partes Estado
estrangeiro ou organismo internacional,
de um lado, e, do outro, Município ou
pessoa residente ou domiciliada no País.

Título: tabela de competência do RO

Fonte: elaborado pela autora


Com relação à legitimidade ativa para a sua interposição no processo de
mandado de segurança, destaca-se que somente o impetrante a possui, eis
que tal recurso somente pode ser manejado contra decisão denegatória de
segurança, ou seja, contra decisão que tenha sido desfavorável ao autor da
ação, ao impetrante.

A peça do RO é composta por duas petições, uma que será dirigida ao Tribunal
de origem, ao seu respectivo Presidente, ao qual cabe determinar a intimação
da parte contrário para manifestação e, após, determinar a remessa ao
Tribunal Superior para julgamento. E, a petição contendo as razões recursais, a
qual será dirigida ao STJ ou STF, conforme o caso, responsável por julgar o
mérito e a admissibilidade do recurso.

O prazo para a interposição segue a regra geral do art. 1.003, §5º do CPC, que
determina o prazo de 15 (quinze) dias. Também se aplicando as prerrogativas
de prazo previstas no art. 180 e 183.

Já contra as decisões que concedem a segurança, os recursos cabíveis são os


recursos extraordinário e especial, os quais possuem previsão nos arts. 105, III
e 102, III da CF/88. Portanto, tais recursos serão manejados pela pessoa
jurídica de direito público demandada, e não pelo impetrante no caso de
competência originária dos Tribunais.

Os desenhos abaixo resumem a competência para julgamento e as hipóteses


de cabimento de ambos os recursos, veja:

Quando a decisão recorrida contrariar


RECURSO dispositivo da CF/88; declarar
EXTRAORDINÁRIO STF inconstitucionalidade de tratado ou lei
(RE) federal; julgar válida lei ou ato de
governo local em face da CF/88; julgar
válida lei local em face de lei federal.

Quando a decisão recorrida contrariar


dispositivo de lei federal ou tratado, ou
RECURSO negar-lhes vigência; julgar válido ato de
STJ governo local em face de lei federal; der a
ESPECIAL (Resp)
lei federal interpretação divergente da que
lhe haja atribuído outro tribunal.
Título: Esquema das competências dos Recursos Extraordinários e Especiais

Fonte: elaborado pela autora.

E as decisões proferidas pelo Relator? São recorríveis?

Segundo o art. 10, § 1o da Lei 12.016/2099, nos casos em que a decisão do


relator for sobre o indeferimento,caberá agravo para o órgão competente do
tribunal que integre.

Já o art. 15 da Lei determina que quando Presidente do Tribunal suspender,


em decisão fundamentada, a execução da liminar e da sentença, dessa
decisão caberá agravo, sem efeito suspensivo, no prazo de 5 (cinco) dias, que
será levado a julgamento na sessão seguinte à sua interposição, e, em seu
parágrafo único, que da decisão do relator que conceder ou denegar a medida
liminar caberá agravo ao órgão competente do tribunal que integre.

O agravo ao qual os respectivos dispositivos se referem é o Agravo Interno,


previsto no art. Art. 1.021 do CPC. De acordo com este artigo, na petição de
agravo interno, o recorrente deverá impugnar especificadamente os
fundamentos da decisão agravada e deve ser dirigido ao relator.

O prazo para a interposição segue a mesma regra geral do CPC que já vimos,
que segue o limite de 15 (quinze) dias.

Essas são, portanto, as possíveis decisões a serem proferidas no


procedimento do Mandado de Segurança e os respectivos recursos cabíveis de
cada uma delas.

Agora você está pronto para a prática, aluno!

Muito bem, aluno! Vamos começar a praticar?

Como você já sabe, para se sair bem, a primeira coisa a ser feita é a
identificação da peça processual a ser elaborada, ou seja, qual aquela
peça que melhor se adequa ao caso prático proposto. Aqui, você deve
prestar especial atenção às particularidades do procedimento de
Mandado de Segurança!

Você viu no conteúdo que essa ação tem algumas especificidades em


relação à composição do polo passivo, certo? Então, observe bem que o
comando da questão diz claramente que você deve elaborar a defesa do
ato, e está atuando como Procurador do Estado, logo, em nome da
pessoa jurídica de direito público interessada na ação, e não em nome
da autoridade coatora. Esse detalhe é importantíssimo para que você
elabore a petição correta.

Muito bem, identificada a peça, você precisará obedecer alguns


requisitos formais:

Endereçamento: a sua peça corresponde a uma manifestação em


defesa do ato impugnado, logo, ela é proposta em uma ação que já está
em curso e deve ser endereçada ao mesmo juízo. Para identificar o juízo
competente para julgar o MS em que você está se manifestando,
observe quem é a autoridade coatora e aplique a regra de competência
que você aprendeu.

Pessoa que propõe a petição: no MS, o polo passivo da demanda é


composto pela autoridade coatora, a qual não é ré, e pela pessoa
jurídica de direito público a qual ela pertence, esta responsável por
apresentar defesa do ato. Dessa forma, quem está apresentando a
petição elaborada por você é a pessoa jurídica de direito público, a qual
o Governador do Estado de Pernambuco, autoridade coatora, pertence.

Conteúdo da petição: a sua peça, como já sabe, visa a defesa do ato


impugnado com base nas informações que foram prestadas pela
autoridade coatora, aquela que praticou o ato. Logo, você deve rebater
os argumentos da inicial do MS, defendendo a legalidade do Decreto
Y/2019, conforme as informações que foram dadas no enunciado.

Data: é muito importante que você observe a data que a PGE recebeu a
notificação, faça a contagem do prazo e date a sua petição dentro do
prazo legal que a Procuradoria possui para a manifestação no Mandado
de Segurança.

Assinatura: a pessoa jurídica de direito público interessada no


Mandando de Segurança ingressa no feito a partir da notificação do seu
órgão de representação judicial, todas as peças e manifestações a
serem feitas nos autos em sua defesa serão elaboradas pelo referido
órgão, logo, sua petição deve ser assinada por um de seus membros.

Mãos à obra!

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