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História Moderna: da Formação do Sistema

Internacional

Aula 1: A Europa Moderna

Objetivos da Aula

1- Estabelecer as mudanças de paradigma que ocorrem no final do


medievo;

2- Definir os principais sentidos para o conceito de modernidade;

3- Reconhecer como fruto de um processo histórico as transformações


politicas e econômicas da idade moderna.

Premissa

Ao começarmos a estudar história moderna vimos, desde o princípio,


que a modernidade está longe de ser somente uma palavra, não é?

Ela é um conceito, mas que assume diferentes formas, e pode ser


entendido a partir de muitas teorias diferentes.

No caso do conceito de moderno, muitas vezes, a senso comum, acaba


se apropriando de ideias que, ao serem analisadas historicamente, ganham
outro sentido. É comum que moderno seja comumente utilizado para descrever
algo novo, atual. Mas vejamos a acepção deste conceito, deixando de lado o
senso comum.

E o que isso quer dizer?

Se tomarmos como exemplo o sociólogo Jurgen Habermas, veremos


que o conceito de modernidade assume a forma de um processo complexo,
que permitira a formação da sociedade contemporânea. Estes processos
acontecem nos mais diversos aspectos da vida social.

Imagine que a história é um quebra cabeças. Para montar todo o jogo, é


preciso ter todas as peças. Se faltar uma parte, o quebra-cabeça não se
completa. Para entender a história, é preciso, antes de tudo, compreender que
todos os processos estão interligados.

Dessa maneira, se as transformações da chamada Idade Moderna


podem ser mais facilmente observadas quando falamos sobre grandes

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movimentos, como a formação das economias nacionais, a centralização de
poder, o fim do feudalismo, isso não quer dizer que estas transformações
também não se operem nas ideias, no comportamento e nos hábitos sociais.

Ao tentarmos isolar um evento histórico, sem considerar o contexto e as


forças que atuam em seu redor, estaremos esvaziando este fato, distanciando-
o da realidade no qual ele foi produzido. Dessa maneira, ele acaba sendo
esvaziado, ou seja, perdendo o sentido. Mesmo quando optamos por fazer um
estudo de caso, é importante levarmos em consideração o contexto histórico.

Mas, o que é um estudo de caso?

É comum, ao realizarmos uma pesquisa histórica, que escolhamos um


objeto, um recorte, ou seja, uma parte da história, para que possamos estudá-
la com maior propriedade.

Idade Moderna é o termo que usamos comumente para designar o


período entre os séculos XV e XVIII. É um período relativamente curto, se
considerarmos que a Idade Média se situa entre os séculos V e XV.

Assim, sobre História Moderna, pode-se escolher uma pequena parte


dela para estudo: um processo, um governo, uma manifestação cultural. A isso
chamamos estudo de caso, mas estes estudos jamais perdem de visto que
cada caso faz parte de um todo. Entendido?

Um momento... Três séculos... Um período curto?!

Em História, sim. Devemos reformular também nosso entendimento de


tempo. Nos dias de hoje, as mudanças ocorrem muito rapidamente. Regimes
de governo desaparecem e são substituídos. Ideologias, sistemas políticos,
ideias, tecnologias. Algo que hoje é “moderno”, amanhã já está obsoleto.

Como um exemplo do nosso cotidiano, podemos citar o uso do celular.


Vinte anos atrás, era uma tecnologia novíssima e super revolucionária. Hoje,
grande parte da população possui um aparelho, que por sua vez, é
constantemente substituído por novos com tecnologias cada vez mais
avançadas.

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Logo, não podemos pensar o tempo histórico considerando
somente nossas experiências, certo?

Nos três séculos que durou a Idade Moderna, grandes transformações


se operaram sob diversos pontos de vista.

É claro que ainda restaram heranças do período medieval, mas não só o


modelo de estado e as práticas econômicas sofreram rupturas, como também a
maneira de pensar e de encarar o mundo.

Se pudéssemos resumir em uma só frase, poderíamos dizer que a Idade


Moderna marca a transição entre o mundo medieval e o contemporâneo, em
todos os aspectos da vida em sociedade.

Heranças do Período Medieval

Vamos voltar um pouquinho e vermos o que era, exatamente, o mundo


medieval.

A Idade Média, que começa no século V, com o fim do Império Romano


do Ocidente e é dividida em Alta e Baixa Idade Média. O primeiro período, a
Alta Idade Média, é o apogeu medieval e a Baixa Idade Média, o momento em
que as estruturas do medievo entram em crise até serem substituídas por um
novo modo de produção, que daria início a Idade Moderna.

Durante a Idade Média, vigorou o modo de produção feudal ou


feudalismo. Nesse modo de produção, não havia um estado centralizado, mas
diversos feudos, comandados por um senhor feudal com plenos poderes. Os
senhores feudais tinham uma moeda e exército próprios, e a base da economia
era a agricultura. Os servos aravam a terra para o senhor e recebiam em troca
proteção e parte da colheita. A outra parte ia para o sustento do senhor. Os
servos estavam ligados à terra e eram responsáveis por todo o trabalho, além
de pagarem diversos impostos ao seu senhor.

Importante: não podemos confundir servidão com escravidão.

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Conclusão

O processo de formação dos estados nacionais não pode ser entendido


apenas no âmbito político. A unificação dos reinos consistia em conciliar
diversos interesses e também diversas culturas. Nesse sentido, o papel da
religião é fundamental para compreendermos como esses estados se formam e
se consolidam.

Como dissemos antes, em uma realidade fragmentada como a medieval,


não havia sentimento ou identidade nacional. A identidade que os diversos
feudos tinham em comum era dada pelo catolicismo, já que a mesma religião
era professada nas diversas regiões.

No caso ibérico, essa identidade religiosa foi imprescindível para


aglutinar a população em torno dos reis. Isabel e Fernando, reis de Aragão e
Castela, terão o titulo de reis católicos, concedido pelo papa, em uma
demonstração de que a Igreja via a união com bons olhos.

A burguesia tinha grandes interesses em um estado centralizado. Ao rei


concedia permissões para exploração territorial, unificaria a moeda e o sistema
de pesos e medidas, além de estimular e investir no desenvolvimento
comercial. A centralização do poder nas mãos do rei seria o ponto de partida
para o modo de governo que caracterizaria a Idade Moderna: o absolutismo.

Ainda que Portugal e Espanha tenham sido os primeiros a se unificar, é


a França que é considerada o modelo de absolutismo por excelência. Nesse
sistema, todos os poderes são concentrados nas mãos do rei. Na Inglaterra,
isso ocorre durante o reinado de Henrique VIII e o modelo de rei absoluto
francês é Luis XIV, o Rei Sol.

É preciso compreender que, no momento em que a burguesia se


consolida, esta aliança com o rei é fundamental. Entretanto, após afirmar-se
enquanto classe social, durante a Idade Moderna, o estado absolutista, que
antes era importante para os burgueses se torna um obstáculo para o
desenvolvimento mercantil.

À medida que o estado interfere diretamente na economia, este


desenvolvimento encontra-se limitado, pois acaba tendo que abarcar as
necessidades burguesas e as necessidades reais. Soma-se a isso a
manutenção dos privilégios da nobreza.

Toda a carga de impostos necessária para manter as luxuosas cortes


era paga pela população. Os nobres e a Igreja eram isentos de impostos. O
palácio de Versalhes, na França, acabou por se tornar um símbolo da
ostentação da Corte. Construído no século XVII para ser a residência da família
real francesa, Versalhes possui centenas de cômodos e é, até hoje, um dos
mais luxuosos palácios do mundo.

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Cabe lembrar que a nobreza, que vivia na Corte, não perdera seu poder
político, dominando os mais importantes cargos administrativos. Ou seja, a
burguesia arcava com os custos do estado, mas estava fora das decisões
politico administrativas. Essa situação precipitaria a queda dos regimes
absolutistas, durante as revoluções burguesas, como veremos nas próximas
aulas.

Resumo

Vamos fazer um pequeno resumo do que vimos até agora:

No século XVI, o sistema feudal começa a entrar em crise e, a partir do


século XV, vai sendo substituído progressivamente por uma nova dinâmica
política, no qual o poder é centralizado, que chamamos de formação dos
estados nacionais.

Para que isso ocorra, foi fundamental a aliança entre o rei e a burguesia,
que estava se desenvolvendo e acumulando poder financeiro através da
expansão do comércio, certo?

Mas está faltando alguma coisa... O que um novo modelo de Estado


pressupõe? Novo modelo de estado pressupõe um novo modelo econômico.

Durante a Idade Média, a economia era agrária e o coração econômico


dos feudos era o campo. O sentido da riqueza era a posse de terras, reservada
aos nobres. Com a expansão do comércio, o sentido de riqueza muda (ter
terras ainda era importante, é claro, mas não tinha o mesmo significado). Isso
não quer dizer que a nobreza abriu mão das terras que possuía.

A expansão do comércio implica na necessidade de moeda e para


cunhar moedas é preciso metais preciosos. A busca por esses metais é um dos
motores da expansão marítima que está inserida em um contexto maior: o das
práticas mercantilistas.

O Mercantilismo: O mercantilismo não é um sistema econômico, stricto


sensu. Na verdade, denominamos mercantilismo como o conjunto de práticas
econômicas característico dos estados modernos. É possível afirmar que o
mercantilismo daria origem ao sistema capitalista, e alguns teóricos entendem
esse momento como o início do capitalismo comercial.

Se na Idade Média a medida da riqueza era a terra, agora passa a ser o


metal precioso que o estado acumula. Essa característica é chamada de
metalismo. O metal é necessário para a cunhagem de moedas, que por sua
vez, implica na compra de mercadorias, que por sua vez implica no lucro
gerado pela venda destas mercadorias, que por sua vez, implica no acúmulo

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de moeda. A ideia geral é que ao acumular e investir na moeda, ela geraria
lucro, tornando o estado, a nobreza e os burgueses, cada vez mais ricos.

Novo modelo de estado pressupõe um novo modelo econômico

Quando estudamos a conquista da América pelos europeus, sabemos


que um dos motivos que levaram à busca por novos territórios era a procura
por metais preciosos. Mas, muitas vezes, estudamos esse evento descolado do
contexto maior, o das práticas mercantilistas.

Então, para entender o que motivou essa busca, devemos também


entender a conjuntura europeia e porque encontrar metais preciosos era tão
importante nesta época.

Outra pratica mercantilista é a balança comercial favorável. Vender mais


do que comprar, ou seja, exportar mais do que importar para que não haja
déficit.

Mas nem todos os reinos conseguiram aplicar esta medida. Espanha e


Portugal, por exemplo, mesmo recebendo toneladas de metais preciosos de
suas colônias, viviam em constante déficit financeiro. Isso acontecia porque
compraram muitas mercadorias da França e da Inglaterra, além de contraírem
empréstimos com os holandeses. Por essa razão, ainda que tenham explorado
continuamente os territórios ultramarinos, os países ibéricos não se
desenvolveram na mesma proporção. O ouro e a prata da América apenas
passavam por Portugal e Espanha, mas iria enriquecer os cofres dos outros
reinos.

Parece bem lógico, não é?

Por último, devemos falar do protecionismo e da prática do monopólio.


No estado absolutista, era importante desenvolver o comércio.

Para isso, o estado taxava os produtos estrangeiros, como forma de


estimular uma nascente manufatura nacional. Também estabelecia monopólios
comerciais, como é o caso do pacto colonial.

De acordo com o pacto colonial, as colônias eram obrigadas a


estabelecer comércio somente com a metrópole. Isso garantia à Coroa pagar
preços mais baixos pelas mercadorias, podendo revendê-las com lucro.

Essas transformações no Estado e na economia são parte de intensas


rupturas sociais, que continuarão se processando até o século XVIII, quando
esse modelo entra em decadência. O que é importante perceber é que a Idade
Moderna não rompe completamente com a estrutura medieval, mas a

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transforma, agregando novos elementos dando origem a um novo modelo de
sociedade.

Síntese da Aula

 Distinguiu entre o senso comum e o conceito histórico acerca da


definição de moderno;

 Comparou as estruturas políticas e econômicas medievais e modernas;

 Avaliou as permanências medievais no mundo moderno.

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