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(1) Graduanda do Curso de Engenharia Civil / Fundação Universidade Regional de Blumenau. E-mail:
nasalamoni@gmail.com
(2) Mestre em Engenharia Ambiental / Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental/ Fundação
Universidade Regional de Blumenau. E-mail: luisgodoy.eng@gmail.com
(3) Professor Doutor, Departamento de Engenharia Civil/Fundação Universidade Regional de Blumenau. E-
mail: mtachini@furb.br
(4) Professor Doutor, Departamento de Engenharia Civil/Fundação Universidade Regional de Blumenau. E-
mail: abrcivil@gmail.com
Endereço para correspondência: Rua São Paulo, 3250 – Itoupava Seca – Blumenau/SC. CEP 89030-000.
Resumo
A norma que estabelece os parâmetros de ensaio para a determinação da classe de resistência do cimento
Portland especifica o uso de areia normal extraído do Rio Tietê da Grande São Paulo. Contudo, devido a
fatores logísticos e de custo para a distribuição deste material, este artigo buscou comparar o desempenho e
parâmetros morfológicos de agregados do estado de Santa Catarina com o da areia normal. O objetivo deste
trabalho foi avaliar aplicação de agregado miúdo regional em substituição a areia normal especificada para
determinação da classe de resistência de cimento Portland. Para isso foram realizados ensaios de resistência
a compressão com a areia normal e dois tipos de areias regionais. A primeira areia regional é de cava e a
segunda de rio. A granulometria de todos os agregados foi padronizada em função da areia normal. Também
se realizou uma análise morfológica dos grãos através da determinação do fator de forma e da esfericidade.
No ensaio de resistência a compressão não foi observada diferença significativa entre as areias estudadas.
Palavra-Chave: Resistência do cimento Portland; areia normal; parâmetros de forma.
Abstract
The standard that establishes the test parameters for the determination of the resistance class of Portland
cement specifies the use of normal sand extracted from the Tietê River of Greater São Paulo. However, due
to logistic and cost factors for the distribution of this material, this article sought to compare the performance
and morphological parameters of aggregates of the state of Santa Catarina with that of normal sand. The
objective of this work was to evaluate the application of regional aggregate in replacement of the normal sand
specified for determination of Portland cement resistance class. For this, compressive strength tests were
performed with normal sand and two types of regional sands. The first regional sand is of cava and the second
of river. The granulometry of all aggregates was standardized as a function of normal sand. A morphological
analysis of the grains was also carried out by determining the form factor and the sphericity. In the compressive
strength test, no significant difference was observed between the sands studied.
Keywords: Portland cement compressive strength; normal sand; shape parameters.
40
30 5 16
20 10
2
5 7 5 7
10 2 10 20
3 3 5 8 3 5
1 1 4 6
1 5 6 4 3 4 7 5
0 1 2 1 2 1
0,45-0,50 0,50-0,56 0,56-0,61 0,61-0,66 0,66-0,71 0,71-0,77 0,77-0,82 0,82-0,87 0,87-0,92 0,92-0,98 0,98-1,00
Fator de forma
Figura 4 – Frequência para diferentes intervalos do fator de forma para areia do IPT.
70
0,15 0,3
60
50
0,6 1,2
Freqüência
40
6
30 15
5 9
5
20 5 5
3 13 12
2 9 6 8
10 7
4
5 12 12 11 12 9
1 1 1 4 8 7
0 3
0,45-0,50 0,50-0,56 0,56-0,61 0,61-0,66 0,66-0,71 0,71-0,77 0,77-0,82 0,82-0,87 0,87-0,92 0,92-0,98 0,98-1,00
Fator de forma
Figura 5 – Frequência para diferentes intervalos do fator de forma para areia de cava.
70
0,15 0,3
60
50
0,6 1,2
Freqüência
40 6 5
30 10 12
20 3 9 15
2 2 14
7 3
6 6
10 2 16 16
1 1
1 7 10
6 2 8 8 10
0 2
1 1 3 3 2
0,45-0,50 0,50-0,56 0,56-0,61 0,61-0,66 0,66-0,71 0,71-0,77 0,77-0,82 0,82-0,87 0,87-0,92 0,92-0,98 0,98-1,00
Fator de forma
Figura 6 – Frequência para diferentes intervalos do fator de forma para areia do rio.
ANAIS DO 60º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2018 – 60CBC2018 7
A partir dos valores de fator de forma calculados realizou-se uma análise de variância para
se avaliar se há influência do tipo de areia e da fração granulométrica no fator de forma. Na
tabela 2 é apresentado o resultado na análise de variância. Através da análise da tabela
constata-se que o tipo de areia não é uma variável significativa na determinação do fator
de forma. Já a fração granulométrica exerce influência significativa no fator de forma.
Tabela 2 – Análise de variância realizada a partir dos dados experimentais de fator de forma das diferentes
frações granulométricas e tipos de areia.
Fonte SQ GDL MQ Teste F F Tab Prob. SIG
Fração granulométrica (A) 0,25 3 0,08 6,42 2,62 0,028% sim
Tipo de areia (B) 0,01 2 0,00 0,33 3,01 72,204% não
AB 0,52 6 0,09 6,62 2,11 0,000% sim
Erro 7,64 588 0,01
Total 8,41 599
Onde: AB é a interação entre as variáveis A (fração granulométrica) e B (tipo de areia); SQ
é a soma quadrada; GDL são os graus de liberdade; MQ é a média quadrada; Prob. é a
probabilidade e SIG é o resultado da análise, isto é, se a variável é significativa ou não.
Na figura 7 são apresentados os valores médios de fator de forma calculados para cada
uma das areias empregadas no estudo. É importante destacar que é pequena a diferença
encontrada entre os valores médios determinados para o fator de forma. Essa diferença é
especialmente pequena quando confrontada com o desvio padrão determinado verificado.
1,0
0,9
0,786 0,778 0,778
0,8
0,7
Fator de forma
0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0,0
IPT CAVA RIO
Figura 7 – Comparação de médias do fator de forma para as diferentes areias estudadas.
3.1.2 Esfericidade
60
50 22
14
40
30 20 18
10 2
20 3
13 3 2 1
10 19 7 3 2
8 7 4 6
0 4 3
1,0-1,2 1,2-1,4 1,4-1,6 1,6-1,8 1,8-2,0 2,0-2,2 2,2-2,4 2,4-2,6 2,6-2,7 2,7-2,9 2,9-3,0
Esfericidade
60 28
50
20
40
20 11
30 8
11
20 13
13 1
10 25 2 1 1
15 5 2
0 7 3
1,0-1,2 1,2-1,4 1,4-1,6 1,6-1,8 1,8-2,0 2,0-2,2 2,2-2,4 2,4-2,6 2,6-2,7 2,7-2,9 2,9-3,0
Esfericidade
Figura 9 – Frequência para diferentes intervalos de esfericidade para areia de cava.
100
90 0,15 0,3
80
0,6 1,2
70 31
Freqüência
60 13
50
18
40 22
2
30 15 2
20 16
13 2
10 1 21 1 1 2 1 1 1
14 11 3 1
0 3 3
1,0-1,2 1,2-1,4 1,4-1,6 1,6-1,8 1,8-2,0 2,0-2,2 2,2-2,4 2,4-2,6 2,6-2,7 2,7-2,9 2,9-3,0
Esfericidade
Figura 10 – Frequência para diferentes intervalos de esfericidade para areia de rio.
ANAIS DO 60º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2018 – 60CBC2018 9
A partir dos valores de esfericidade calculados realizou-se uma análise de variância para
se avaliar se há influência do tipo de areia e da fração granulométrica na esfericidade. Na
tabela 3 é apresentado o resultado na análise de variância. Através da análise da tabela
constata-se que o tipo de areia é uma variável significativa na determinação da esfericidade.
Da mesma maneira a fração granulométrica também exerceu influência significativa na
esfericidade dos grãos.
Tabela 3 – Análise de variância realizada a partir dos dados experimentais de esfericidade das diferentes
frações granulométricas e tipos de areia.
Fonte SQ GDL MQ Teste F F Tab Prob. SIG
Fração granulométrica (A) 0,94 3 0,31 4,03 2,62 0,744% sim
Tipo de areia (B) 0,48 2 0,24 3,08 3,01 4,669% sim
AB 0,71 6 0,12 1,54 2,11 16,318% não
Erro 45,46 588 0,08
Total 47,58 599
Onde: AB é a interação entre as variáveis A (fração granulométrica) e B (tipo de areia); SQ
é a soma quadrada; GDL são os graus de liberdade; MQ é a média quadrada; Prob. é a
probabilidade e SIG é o resultado da análise, isto é, se a variável é significativa ou não.
Na figura 11 é apresentada a comparação de médias de esfericidade para os diferentes
tipos de areia. Na comparação areia do IPT é apresenta diferença significativa em relação
à areia de rio e de cava.
1,4 1,37
1,32
1,30
1,3
Esfericidade
1,2
1,1
1,0
IPT Cava Rio
Figura 11 – Comparação de médias da esfericidade para as diferentes areias estudadas.
Já a areia de Cava e de riu não apresenta diferença significativa entre si. Isso significa que
a areia do IPT é menos esférica do que as areias de rio e de cava haja vista que quanto
mais esférico for o grão mais próximo de 1 será a esfericidade.
3.2 Resistência à compressão do cimento
Na tabela 4 são apresentados os resultados de resistência à compressão das argamassas
produzidas com os três diferentes tipos de areia estudados. Os resultados estão tabelados
em função do tipo de areia e em função do dia em que foram moldadas as argamassas.
ANAIS DO 60º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2018 – 60CBC2018 10
Tabela 4 – Resistência à compressão (MPa) determinada experimentalmente em função do tipo de areia e
do dia de moldagem.
Dia da moldagem Origem da Areia (B)
(A) IPT Rio Cava
1 32,26 38,78 31,34 41,04 31,99 36,72
27,80 29,94 37,05 37,88 39,76 34,08
33,40 33,27 33,52 39,30 38,13 36,64
2 38,40 44,15 38,80 36,99 25,23 28,39
38,99 40,73 40,45 36,92 24,90 22,03
45,23 39,55 37,63 27,62 35,42 42,13
3 32,45 33,09 25,58 31,79 30,22 32,26
30,53 33,52 34,39 32,29 34,62 33,71
29,83 32,48 31,49 28,11 31,06 34,12
4 35,92 33,05 29,86 31,98 34,56 33,07
36,91 37,22 33,03 26,77 31,58 26,67
31,51 35,67 35,37 34,48 29,62 26,27
5 36,90 34,33 35,34 34,85 37,55 28,37
38,69 36,87 26,50 30,20 35,61 38,20
29,18 38,33 34,13 32,20 36,79 35,89
6 30,85 34,58 34,02 36,43 34,79 37,05
31,70 35,68 34,06 24,17 34,82 34,92
31,13 35,64 33,64 34,32 31,25 34,96
Tabela 5 – Análise de variância realizada a partir dos dados experimentais de resistência à compressão aos
28 dias.
Fonte SQ GDL MQ Teste F F Tab. Prob. SIG
Dia da moldagem (A) 220 5 44 3,47 2,32 0,644% sim
Tipo de Areia (B) 68 2 34 2,70 3,10 7,284% não
AB 532 10 53 4,20 1,94 0,009% sim
Erro 1140 90 13
Total 1960 107
Onde: AB é a interação entre as variáveis A (fração granulométrica) e B (tipo de areia); SQ
é a soma quadrada; GDL são os graus de liberdade; MQ é a média quadrada; Prob. é a
probabilidade e SIG é o resultado da análise, isto é, se a variável é significativa ou não.
Através da análise de variância fica claro que o tipo de areia empregado no ensaio não foi
uma variável significativa no experimento. Isto é não há diferença significativa em se realizar
o ensaio de resistência à compressão do cimento empregando areia de cava ou areia de
rio. É importante reforçar que todas as areias apresentavam a mesma distribuição
granulométrica e que a areia de cava e de rio foram lavadas e secas antes da realização
ANAIS DO 60º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2018 – 60CBC2018 11
do estudo. Na figura 12 é apresentada a comparação de médias e realizada para as três
areias avaliadas neste estudo.
40
Resistência à compressão aos 28 dias (MPa)
34,96
35 33,15 33,43
30
25
20
15
10
0
IPT Cava Rio
Figura 12 – Resistência à compressão do cimento Portland aos 28 dias determinada com as diferentes
areias.
É importante destacar que a o dia da moldagem mostrou ser uma variável significativa na
variável de resposta. Esse fato ressalta a importante dos cuidados relativos aos
procedimentos estabelecidos em norma para que se tenha adequada repetibilidade e
reprodutibilidade dos resultados.
4. Conclusão
Neste trabalho buscou-se avaliar a aplicação de agregados miúdos naturais do Estado de
Santa Catarina em substituição da areia do IPT no ensaio de determinação da resistência
à compressão de cimento Portland. Como conclusões do estudo destaca-se:
A forma dos agregados de rio e de cava estudados apresentam diferença significativa
quanto a esfericidade quando comparados a areia do IPT.
Quanto ao fator de forma do agregado, que relaciona o quanto o agregado é arredondado
a caracterização realizada nesta pesquisa mostrou não haver diferença significativa entre
a areia do IPT e os dois outros agregados estudados.
Por fim constatou-se neste trabalho que é tecnicamente possível a substituição da areia do
IPT pelos agregados de rio e de cava estudados na produção de argamassas empregadas
na determinação da resistência à compressão do cimento Portland.
É importante destacar que as conclusões aqui explicitadas dizem respeito aos agregados
estudados bem como aos procedimentos adotados no método desta pesquisa e de maneira
alguma devem ser generalizados para outros agregados sem que se realize um estudo
prévio.