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Influência dos parâmetros de forma do agregado miúdo na resistência

compressão das argamassas empregadas na determinação da classe


de resistência à compressão de cimento Portland
Influence of the shape parameters of the small aggregate on the compressive strength of
the mortars used in the determination of the class of compressive strength of Portland
cement
Natália Salamoni (1); Luis Gabriel Graupner de Godoy (2); Mario Tachini (3); Abrahão Bernardo Rohden (4).

(1) Graduanda do Curso de Engenharia Civil / Fundação Universidade Regional de Blumenau. E-mail:
nasalamoni@gmail.com
(2) Mestre em Engenharia Ambiental / Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental/ Fundação
Universidade Regional de Blumenau. E-mail: luisgodoy.eng@gmail.com
(3) Professor Doutor, Departamento de Engenharia Civil/Fundação Universidade Regional de Blumenau. E-
mail: mtachini@furb.br
(4) Professor Doutor, Departamento de Engenharia Civil/Fundação Universidade Regional de Blumenau. E-
mail: abrcivil@gmail.com

Endereço para correspondência: Rua São Paulo, 3250 – Itoupava Seca – Blumenau/SC. CEP 89030-000.

Resumo
A norma que estabelece os parâmetros de ensaio para a determinação da classe de resistência do cimento
Portland especifica o uso de areia normal extraído do Rio Tietê da Grande São Paulo. Contudo, devido a
fatores logísticos e de custo para a distribuição deste material, este artigo buscou comparar o desempenho e
parâmetros morfológicos de agregados do estado de Santa Catarina com o da areia normal. O objetivo deste
trabalho foi avaliar aplicação de agregado miúdo regional em substituição a areia normal especificada para
determinação da classe de resistência de cimento Portland. Para isso foram realizados ensaios de resistência
a compressão com a areia normal e dois tipos de areias regionais. A primeira areia regional é de cava e a
segunda de rio. A granulometria de todos os agregados foi padronizada em função da areia normal. Também
se realizou uma análise morfológica dos grãos através da determinação do fator de forma e da esfericidade.
No ensaio de resistência a compressão não foi observada diferença significativa entre as areias estudadas.
Palavra-Chave: Resistência do cimento Portland; areia normal; parâmetros de forma.

Abstract
The standard that establishes the test parameters for the determination of the resistance class of Portland
cement specifies the use of normal sand extracted from the Tietê River of Greater São Paulo. However, due
to logistic and cost factors for the distribution of this material, this article sought to compare the performance
and morphological parameters of aggregates of the state of Santa Catarina with that of normal sand. The
objective of this work was to evaluate the application of regional aggregate in replacement of the normal sand
specified for determination of Portland cement resistance class. For this, compressive strength tests were
performed with normal sand and two types of regional sands. The first regional sand is of cava and the second
of river. The granulometry of all aggregates was standardized as a function of normal sand. A morphological
analysis of the grains was also carried out by determining the form factor and the sphericity. In the compressive
strength test, no significant difference was observed between the sands studied.
Keywords: Portland cement compressive strength; normal sand; shape parameters.

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1. Introdução
A classificação de forma de agregados graúdos é realizada pelo método do paquímetro,
seguindo a NBR 7809 (ABNT, 2008). Contudo, para agregados miúdos não há uma norma
que especifique o procedimento para a análise de forma dos grãos. Por essa razão e pela
facilidade de operação o processamento digital de imagens está cada vez mais sendo
utilizado para análise de pequenas partículas.
De acordo com Costa et al. (2014), devido ao desenvolvimento tecnológico de
computadores, aliado a softwares livres e scanner, pôde-se analisar grãos de areia de uma
forma mais simples. Entretanto, existem técnicas mais avançadas e sofisticadas que
utilizam Tomografia de Raios-X e o equipamento AIMS (Aggregate Image Measurement
System). Para a análise de imagens no equipamento AIMS, é colocada uma amostra de
aproximadamente 150 grãos de uma fração de areia previamente separada, uniformemente
sobre a bandeja do equipamento. Escolhe-se, de acordo com o tamanho da partícula, o tipo
de análise a ser realizado.
Hawlitschek et al. (2015) indicam em seus estudos que paralelamente à análise de imagens
dinâmica, a análise de imagens obtidas por fluxo de partículas fornece informações de
milhões de partículas em poucos minutos com elevada representatividade e precisão
estatística. No equipamento de análise de imagens por fluxo, câmeras capturam imagens
da amostra em uma área onde se tem uma fonte de luz de LED, permitindo assim a
caracterização granulométrica e morfológica.
Fonseca et al. (2012) utilizaram a micro tomografia de raios-X e um sistema de laser 2D
para obter imagens de partículas. Para obter os descritores de forma de partículas, Bagheri
et al. (2015) utilizaram métodos como varredura a laser e microscopia eletrônica de
varredura micro tomografia computadorizada.
Gomes et al. (2011) exploraram a análise digital de imagens de areia reciclada de resíduos
de construção e demolição (RCD), por meio da microscopia eletrônica de varredura (MEV).
Para o estudo, após uma preparação metalográfica tradicional, as amostras são recobertas
com carbono, adequando-se à análise no aparelho, que detecta elétrons retro espalhados.
Já Vidal e Fachini (2007) desenvolveram uma rotina de programação na plataforma
MATLAB capacitada para analisar e processar a geometria de grãos a partir de imagens
bidimensionais.
Alguns autores como Goldoni et al. (2015) e Ribeiro e Bonetti (2013), adquiriram imagens
de grãos de areia por lupa binocular e câmera digital, e posteriormente as analisaram no
software ImageJ. Araújo et al. (2015) também estudaram a forma e textura das areias a
partir de imagens obtidas através de câmera fotográfica, para as frações maiores, e câmera
digital acoplada a uma lupa, para as frações menores.
Pelo uso do scanner eliminar problemas causados pela iluminação e distância entre as
partículas e dispositivo de imagem, Duris et al. (2016) utilizaram em seus estudos imagens
capturadas por um scanner, e em seguida as analisaram utilizando os softwares ImageJ e
SigmaScan Pro.
Análises por imagem que fazem medições de forma, além de serem mais eficientes,
possuem custos unitários mais baixos, resultados mais rápidos e menos subjetividade,
podendo assim produzir um maior número de medições, aumentando a validade estatística
(MAERZ, 2004).

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O objetivo deste trabalho foi avaliar aplicação de agregado miúdo regional em substituição
a areia normal especificada para determinação da classe de resistência à compressão de
cimento Portland. Juntamente o trabalho buscou realizar a caracterização morfológica dos
grãos de areia de uma forma precisa, mas simples, utilizando um scanner para a aquisição
das imagens que, posteriormente, foram analisadas no software ImageJ.
2. Materiais e métodos
O ensaio de resistência à compressão do cimento Portland, descrito pela NBR 7215 (ABNT,
1996), sugere em sua descrição de materiais o uso de uma areia normatizada, ou também
conhecida como areia normal. Este agregado tem condições mínimas fixadas pela NBR
7214 (ABNT, 2015), a qual define a areia normal como sendo um material natural quartzoso,
extraído no sentido à nascente do Rio Tietê na região da grande São Paulo, sendo
produzido e distribuído pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).
Contudo, devido a fatores logísticos e de custo para a distribuição deste material, este artigo
buscou discutir a aplicação de alternativas regionais em substituição a areia normal.
Para isso foi realizado ensaios de resistência à compressão conforme descreve a NBR
7215 (ABNT, 1996), adotando dois tipos de areias em substituição à areia normal. Também
foi efetuado uma análise morfológica dos grãos de areia, extraindo parâmetros como fator
de forma, esfericidade e arredondamento. Hawlitschek et al. (2015), afirmam a importância
do estudo da morfologia, para eles tanto a distribuição granulométrica quanto a morfologia
dos grãos são parâmetros determinantes no desempenho dos materiais em que são
incorporados. Com o intuito de observar o comportamento de dois materiais distintos, as
areias foram coletadas em duas situações e locais diferentes de extração cava e dragagem.
2.1 Materiais
Foram utilizados três tipos de areia, a primeira oriunda do Rio Itajaí-Açu extraída entre os
municípios de Gaspar e Ilhota (figura 1 – identificados em vermelho no mapa). A segunda
areia é proveniente de cavas do município de Araquari (figura 1 – identificada em vermelho
no mapa), e a terceira foi a areia normal fornecida pelo IPT. Os demais materiais como
cimento (CPII-F 32) e água foram adotados conforme descrito pela NBR 7215 (ABNT,
1996).
Após coletada as amostras foi realizado o peneiramento das areias de cava e rio, afim se
obter as frações granulométricas segundo a NBR 7214 (ABNT, 1982). Com as frações
granulométricas identificadas, realizou-se a lavagem de cada granulometria em água
corrente com objetivo de eliminar o material pulverulento presente nas amostras. Em
seguida o material foi seco em estufa a 105 °C por 24h. Por fim o material foi armazenado
em sacos plásticos identificados segundo sua origem cava ou rio, e sua faixa
granulométrica 0,15mm, 0,30mm, 0,6mm e 1,2mm.
Para realizar a caracterização das areias foi realizado a análise dos grãos através de
imagens. Goldoni et al. (2015), avaliaram a influências no número de grãos para uma
análise representativa de imagens, eles afirmam que não diferença significativa entre o uso
de 30, 60 e 90 grãos. Sendo assim, para este ensaio utilizou-se 50 grãos de cada fração
granulométrica e tipo de areia, totalizando assim 200 partículas por tipo de areia, sendo
estes digitalizados em resolução de 1200 dpi (Figura 2).

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Figura 1 – Localização da origem dos agregados utilizados na pesquisa (Adaptado pelos autores).

Após digitalização, as imagens foram processadas e analisadas com auxílio do software


ImageJ versão 1.8 do National Institute of Mental Health (Figura3), onde foi possível extrair
dados dois parâmetros, fator-forma e esfericidade. Ambos os parâmetros se referem a uma
análise em duas dimensões da partícula.
O fator de forma é um parâmetro definido pela equação 1.
𝑃𝑒𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑑𝑜 𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑜 𝑒𝑞𝑢𝑖𝑣𝑎𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒
𝐹𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎 = 𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 1
𝑃𝑒𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑑𝑎 𝑝𝑎𝑟𝑡í𝑐𝑢𝑙𝑎
O fator de forma é dado pelo cociente do perímetro de um círculo com área igual a área da
partícula dividido pelo perímetro real da partícula.
A esfericidade é um parâmetro definido pela equação 2. Sua formulação remete a definição
do índice de forma utilizado na caracterização do agregado graúdo. Resultados com valores
próximos a um para a esfericidade representam grãos com forma próxima a uma esfera.
𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑜 𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟 𝑒𝑖𝑥𝑜 𝑑𝑜 𝑔𝑟ã𝑜
𝐸𝑠𝑓𝑒𝑟𝑖𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 2
𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑜 𝑚𝑒𝑛𝑜𝑟 𝑒𝑖𝑥𝑜 𝑑𝑜 𝑔𝑟ã𝑜
Extraído os dados dos parâmetros analisados, realizou-se uma análise de variância com os
três tipos de areia, onde buscou-se identificar qualquer diferença significativa entre os
parâmetros fator-forma, esfericidade e arredondamento.
Para avaliar a influência que as areias estudadas exercem na resistência à compressão
das argamassas empregadas na determinação da classe de resistência do cimento
Portland foram moldadas argamassas seguindo as recomendações da NBR 7215 (ABNT,
1996) com a composição apresentada na tabela 1.

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Figura 2 – Imagem digitalizada das quatro frações granulométricas descritas na NBR 7214, para as
três areias estudadas (IPT, Rio e Cava).

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Figura 1 – Etapas de processamento das imagens no software ImageJ.

Tabela 1 – Materiais empregados na argamassa para determinação da classe do cimento Portland de


acordo com a NBR 7215 (ABNT, 1996).
Material Massa para mistura (g)
Cimento Portland 624±0,4
Água 300±0,2
Areia normal
- fração grossa 468±0,3
- fração média grossa 468±0,3
- fração média fina 468±0,3
- fração fina 468±0,3
Para moldagem dos corpos de prova foram utilizados moldes de 50 mm x 100 mm. A
mistura das argamassas foi realizada em argamassadeira planetária conforme descrita na
NBR 7215 (ABNT, 1996). Foram moldados ao total 108 corpos de prova, sendo 36 para
cada tipo de areia. Após 24h da moldagem foi realizado a desforma dos corpos de prova,
seguido de imersão em tanque para cura úmida até a data do ensaio à compressão que foi
realizado aos 28 dias. Os resultados foram então avaliados através de análise de variância.
3. Resultados

3.1 Análise da forma dos grãos


3.1.1 Fator de forma
Para Hawlitschek et al. (2015), o fator de forma representa o traço externo dos grãos como
suas dimensões, arestas e textura. Nas figuras 4, 5 e 6 são apresentadas as distribuições
de frequências das areias do IPT, de cava e de rio respectivamente. As frequências estão
dispostas separadamente para cada tamanho de partícula. Através da análise da
distribuição de frequência do fator de forma identifica-se que há uma concentração de
ocorrências maior em valores próximos a um. Esse comportamento é mais claramente
verificado para a areia do IPT onde 33% dos valores de fator de forma ocorreram em uma
única faixa (0,92-0,98). Para as outras duas areias essa concentração é um pouco menor,
contudo ainda evidenciada.

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70
0,15 0,3
60 11
0,6 1,2
50
19
Freqüência

40

30 5 16
20 10
2
5 7 5 7
10 2 10 20
3 3 5 8 3 5
1 1 4 6
1 5 6 4 3 4 7 5
0 1 2 1 2 1
0,45-0,50 0,50-0,56 0,56-0,61 0,61-0,66 0,66-0,71 0,71-0,77 0,77-0,82 0,82-0,87 0,87-0,92 0,92-0,98 0,98-1,00
Fator de forma
Figura 4 – Frequência para diferentes intervalos do fator de forma para areia do IPT.
70
0,15 0,3
60

50
0,6 1,2
Freqüência

40
6
30 15
5 9
5
20 5 5
3 13 12
2 9 6 8
10 7
4
5 12 12 11 12 9
1 1 1 4 8 7
0 3
0,45-0,50 0,50-0,56 0,56-0,61 0,61-0,66 0,66-0,71 0,71-0,77 0,77-0,82 0,82-0,87 0,87-0,92 0,92-0,98 0,98-1,00
Fator de forma

Figura 5 – Frequência para diferentes intervalos do fator de forma para areia de cava.
70
0,15 0,3
60

50
0,6 1,2
Freqüência

40 6 5
30 10 12
20 3 9 15
2 2 14
7 3
6 6
10 2 16 16
1 1
1 7 10
6 2 8 8 10
0 2
1 1 3 3 2
0,45-0,50 0,50-0,56 0,56-0,61 0,61-0,66 0,66-0,71 0,71-0,77 0,77-0,82 0,82-0,87 0,87-0,92 0,92-0,98 0,98-1,00
Fator de forma

Figura 6 – Frequência para diferentes intervalos do fator de forma para areia do rio.
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A partir dos valores de fator de forma calculados realizou-se uma análise de variância para
se avaliar se há influência do tipo de areia e da fração granulométrica no fator de forma. Na
tabela 2 é apresentado o resultado na análise de variância. Através da análise da tabela
constata-se que o tipo de areia não é uma variável significativa na determinação do fator
de forma. Já a fração granulométrica exerce influência significativa no fator de forma.
Tabela 2 – Análise de variância realizada a partir dos dados experimentais de fator de forma das diferentes
frações granulométricas e tipos de areia.
Fonte SQ GDL MQ Teste F F Tab Prob. SIG
Fração granulométrica (A) 0,25 3 0,08 6,42 2,62 0,028% sim
Tipo de areia (B) 0,01 2 0,00 0,33 3,01 72,204% não
AB 0,52 6 0,09 6,62 2,11 0,000% sim
Erro 7,64 588 0,01
Total 8,41 599
Onde: AB é a interação entre as variáveis A (fração granulométrica) e B (tipo de areia); SQ
é a soma quadrada; GDL são os graus de liberdade; MQ é a média quadrada; Prob. é a
probabilidade e SIG é o resultado da análise, isto é, se a variável é significativa ou não.
Na figura 7 são apresentados os valores médios de fator de forma calculados para cada
uma das areias empregadas no estudo. É importante destacar que é pequena a diferença
encontrada entre os valores médios determinados para o fator de forma. Essa diferença é
especialmente pequena quando confrontada com o desvio padrão determinado verificado.
1,0

0,9
0,786 0,778 0,778
0,8

0,7
Fator de forma

0,6

0,5

0,4

0,3

0,2

0,1

0,0
IPT CAVA RIO
Figura 7 – Comparação de médias do fator de forma para as diferentes areias estudadas.
3.1.2 Esfericidade

Nas figuras 8, 9 e 10 são apresentadas a distribuição de frequência para a esfericidade das


partículas de areia do IPT, de cava e de rio respectivamente. A esfericidade igual a um
corresponde a forma cúbica ou esférica. Através das distribuições de frequência
apresentadas é notório que a maioria das partículas apresenta esfericidade entre 1,2 e 1,8.

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100
90 0,15 0,3
80
70 20 0,6 1,2
Freqüência

60
50 22
14
40
30 20 18
10 2
20 3
13 3 2 1
10 19 7 3 2
8 7 4 6
0 4 3
1,0-1,2 1,2-1,4 1,4-1,6 1,6-1,8 1,8-2,0 2,0-2,2 2,2-2,4 2,4-2,6 2,6-2,7 2,7-2,9 2,9-3,0
Esfericidade

Figura 8 – Frequência para diferentes intervalos de esfericidade para areia do IPT.


100
90 0,15 0,3
80 14
0,6 1,2
70
Freqüência

60 28
50
20
40
20 11
30 8
11
20 13
13 1
10 25 2 1 1
15 5 2
0 7 3
1,0-1,2 1,2-1,4 1,4-1,6 1,6-1,8 1,8-2,0 2,0-2,2 2,2-2,4 2,4-2,6 2,6-2,7 2,7-2,9 2,9-3,0
Esfericidade
Figura 9 – Frequência para diferentes intervalos de esfericidade para areia de cava.
100
90 0,15 0,3
80
0,6 1,2
70 31
Freqüência

60 13
50
18
40 22
2
30 15 2
20 16
13 2
10 1 21 1 1 2 1 1 1
14 11 3 1
0 3 3
1,0-1,2 1,2-1,4 1,4-1,6 1,6-1,8 1,8-2,0 2,0-2,2 2,2-2,4 2,4-2,6 2,6-2,7 2,7-2,9 2,9-3,0
Esfericidade
Figura 10 – Frequência para diferentes intervalos de esfericidade para areia de rio.
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A partir dos valores de esfericidade calculados realizou-se uma análise de variância para
se avaliar se há influência do tipo de areia e da fração granulométrica na esfericidade. Na
tabela 3 é apresentado o resultado na análise de variância. Através da análise da tabela
constata-se que o tipo de areia é uma variável significativa na determinação da esfericidade.
Da mesma maneira a fração granulométrica também exerceu influência significativa na
esfericidade dos grãos.
Tabela 3 – Análise de variância realizada a partir dos dados experimentais de esfericidade das diferentes
frações granulométricas e tipos de areia.
Fonte SQ GDL MQ Teste F F Tab Prob. SIG
Fração granulométrica (A) 0,94 3 0,31 4,03 2,62 0,744% sim
Tipo de areia (B) 0,48 2 0,24 3,08 3,01 4,669% sim
AB 0,71 6 0,12 1,54 2,11 16,318% não
Erro 45,46 588 0,08
Total 47,58 599
Onde: AB é a interação entre as variáveis A (fração granulométrica) e B (tipo de areia); SQ
é a soma quadrada; GDL são os graus de liberdade; MQ é a média quadrada; Prob. é a
probabilidade e SIG é o resultado da análise, isto é, se a variável é significativa ou não.
Na figura 11 é apresentada a comparação de médias de esfericidade para os diferentes
tipos de areia. Na comparação areia do IPT é apresenta diferença significativa em relação
à areia de rio e de cava.

1,4 1,37

1,32
1,30
1,3
Esfericidade

1,2

1,1

1,0
IPT Cava Rio
Figura 11 – Comparação de médias da esfericidade para as diferentes areias estudadas.
Já a areia de Cava e de riu não apresenta diferença significativa entre si. Isso significa que
a areia do IPT é menos esférica do que as areias de rio e de cava haja vista que quanto
mais esférico for o grão mais próximo de 1 será a esfericidade.
3.2 Resistência à compressão do cimento
Na tabela 4 são apresentados os resultados de resistência à compressão das argamassas
produzidas com os três diferentes tipos de areia estudados. Os resultados estão tabelados
em função do tipo de areia e em função do dia em que foram moldadas as argamassas.
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Tabela 4 – Resistência à compressão (MPa) determinada experimentalmente em função do tipo de areia e
do dia de moldagem.
Dia da moldagem Origem da Areia (B)
(A) IPT Rio Cava
1 32,26 38,78 31,34 41,04 31,99 36,72
27,80 29,94 37,05 37,88 39,76 34,08
33,40 33,27 33,52 39,30 38,13 36,64
2 38,40 44,15 38,80 36,99 25,23 28,39
38,99 40,73 40,45 36,92 24,90 22,03
45,23 39,55 37,63 27,62 35,42 42,13
3 32,45 33,09 25,58 31,79 30,22 32,26
30,53 33,52 34,39 32,29 34,62 33,71
29,83 32,48 31,49 28,11 31,06 34,12
4 35,92 33,05 29,86 31,98 34,56 33,07
36,91 37,22 33,03 26,77 31,58 26,67
31,51 35,67 35,37 34,48 29,62 26,27
5 36,90 34,33 35,34 34,85 37,55 28,37
38,69 36,87 26,50 30,20 35,61 38,20
29,18 38,33 34,13 32,20 36,79 35,89
6 30,85 34,58 34,02 36,43 34,79 37,05
31,70 35,68 34,06 24,17 34,82 34,92
31,13 35,64 33,64 34,32 31,25 34,96

A partir dos dados experimentais apresentados na tabela 4 realizou-se uma análise de


variância visando identificar se as variáveis de controle apresentam influência significativa
na variável de resposta, isto é a resistência à compressão das argamassas.

Tabela 5 – Análise de variância realizada a partir dos dados experimentais de resistência à compressão aos
28 dias.
Fonte SQ GDL MQ Teste F F Tab. Prob. SIG
Dia da moldagem (A) 220 5 44 3,47 2,32 0,644% sim
Tipo de Areia (B) 68 2 34 2,70 3,10 7,284% não
AB 532 10 53 4,20 1,94 0,009% sim
Erro 1140 90 13
Total 1960 107
Onde: AB é a interação entre as variáveis A (fração granulométrica) e B (tipo de areia); SQ
é a soma quadrada; GDL são os graus de liberdade; MQ é a média quadrada; Prob. é a
probabilidade e SIG é o resultado da análise, isto é, se a variável é significativa ou não.
Através da análise de variância fica claro que o tipo de areia empregado no ensaio não foi
uma variável significativa no experimento. Isto é não há diferença significativa em se realizar
o ensaio de resistência à compressão do cimento empregando areia de cava ou areia de
rio. É importante reforçar que todas as areias apresentavam a mesma distribuição
granulométrica e que a areia de cava e de rio foram lavadas e secas antes da realização
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do estudo. Na figura 12 é apresentada a comparação de médias e realizada para as três
areias avaliadas neste estudo.
40
Resistência à compressão aos 28 dias (MPa)

34,96
35 33,15 33,43

30

25

20

15

10

0
IPT Cava Rio
Figura 12 – Resistência à compressão do cimento Portland aos 28 dias determinada com as diferentes
areias.

É importante destacar que a o dia da moldagem mostrou ser uma variável significativa na
variável de resposta. Esse fato ressalta a importante dos cuidados relativos aos
procedimentos estabelecidos em norma para que se tenha adequada repetibilidade e
reprodutibilidade dos resultados.

4. Conclusão
Neste trabalho buscou-se avaliar a aplicação de agregados miúdos naturais do Estado de
Santa Catarina em substituição da areia do IPT no ensaio de determinação da resistência
à compressão de cimento Portland. Como conclusões do estudo destaca-se:
A forma dos agregados de rio e de cava estudados apresentam diferença significativa
quanto a esfericidade quando comparados a areia do IPT.
Quanto ao fator de forma do agregado, que relaciona o quanto o agregado é arredondado
a caracterização realizada nesta pesquisa mostrou não haver diferença significativa entre
a areia do IPT e os dois outros agregados estudados.
Por fim constatou-se neste trabalho que é tecnicamente possível a substituição da areia do
IPT pelos agregados de rio e de cava estudados na produção de argamassas empregadas
na determinação da resistência à compressão do cimento Portland.
É importante destacar que as conclusões aqui explicitadas dizem respeito aos agregados
estudados bem como aos procedimentos adotados no método desta pesquisa e de maneira
alguma devem ser generalizados para outros agregados sem que se realize um estudo
prévio.

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5. Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNCIAS. NBR 7215 – Cimento Portland –
Determinação da resistência à compressão. 1997.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNCIAS. NBR 7809 - Agregado graúdo -
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