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legislação brasileira
Marcos Roberto Haddad Camolesi
Advogado em Cuiabá (MT), pós-graduado em Direito Processual Civil pela Universidade de
Cuiabá (UNIC).
Introdução
No Século 21, precisa-se insistir nos mesmos direitos humanos e civis tanto para
pessoas com deficiência como para quaisquer outras pessoas.
Conceito
II- deficiência auditiva- perda parcial ou total das possibilidades auditivas sonoras,
variando de graus e níveis, indo de surdez leve até surdez severa e anacusia;
III- deficiência visual- acuidade visual igual ou menor que 20/200 no melhor olho,
após a melhor correção, ou campo visual inferior a 20% (tabela de Snellen), ou ocorrência
de ambas as situações;
O Estado, enquanto organização de pessoas, tem por escopo acabar com a lei do
mais forte. Infelizmente, o Estado não é neutro e acaba fazendo a sua opção, na grande
maioria das vezes, contra a população desfavorecida.
Diante de um Estado que já fez sua opção, facilmente percebemos que o gozo da
cidadania é privilégio de alguns poucos, entendida a cidadania como a possibilidade
concreta do exercício dos direitos humanos outorgados pela ordem jurídica.
Exatamente por se tratar de direitos oponíveis a todos e por claro, direitos que
constróem o próprio conceito material de cidadania e inclusão, o seu respeito significa nada
mais que a inserção na esfera social do homem enquanto cidadão.
É a partir da sua efetivação que o próprio conceito de cidadão se propõe. A falta dos
direitos fundamentais ou humanos nada mais é do que a falta material da cidadania, falta de
inclusão, logo, exclusão.
Os direitos fundamentais, dentre eles os direitos humanos, são o reflexo mais real, a
imagem mais nítida do estatuto de oposição dos excluídos frente à exclusão. Delimitam
precisamente a fronteira do ser e do não ser.
O Estado não cumpre a sua função social, isto é, não inclui os excluídos. Diante da
realidade excludente, de violação de direitos humanos, compete ao Estado-Juiz incluir os
excluídos, com respeito aos direitos violados, os quais se respeitados, podem proporcionar
vida digna.
Destarte, apenas para efeito didático, deve-se ter por direitos humanos todos aqueles
direitos atribuídos aos seres humanos, na qualidade expressa de direitos humanos, em
normas ou atos de estatura internacional (tratados, acordos, etc...).
Por outro lado, com a mesma finalidade, deve-se ter os direitos fundamentais como
todos aqueles direitos humanos que foram recepcionados pelo ordenamento jurídico de um
determinado Estado ( Constituição da República e leis).
Não há doutrinariamente, uma definição exata quanto aos direitos que podem ser
tidos por agasalhados, abrangido pelo conceito de direitos humanos. O seu conteúdo deve
ser definido pelo legislador, quando da elaboração da lei, o qual deverá levar em conta a
sua imprescindibilidade para a vida digna dos seres humanos.
As várias dimensões dos direitos humanos, nada mais são do que novas facetas de
um mesmo direito, o direito à vida, só que em um momento histórico diferente. Assim, a
expressão gerações dos direitos humanos pode nos dar, erroneamente, a idéia de superação,
de descarte. Por outro lado, quando se fala em dimensões, se resgata a idéia de expansão, de
acumulação, de fortalecimento.
A inclusão social das pessoas portadoras de deficiência (PPD) não deve ser
considerada só importante, tem que ser óbvia, pois já está afirmado claramente na
Constituição Federal Brasileira, em seu art. 5º, o direito de igualdade de todos os cidadãos.
Como se sabe, as normas jurídicas não são conselhos, opinamentos, sugestões. São
determinações. O traço característico do Direito é precisamente o de ser disciplina
obrigatória de condutas. Daí que, por meio das regras jurídicas, não se pede, não se exorta,
não se alvitra. A feição específica da prescrição jurídica é a imposição, a exigência(4).
Tal política de integração das PPD, em consonância com o Programa Nacional dos
Direitos Humanos, estabelece que se obedecerá aos seguintes princípios:
Do Acesso à Educação
No que se refere à educação das PPD, a Carta Magna Brasileira assegura nos arts.
206, inc. I e 208, inc. III, verbis:
"O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
III- promoção do trabalho por conta própria: processo de fomento da ação de uma ou
mais pessoas, mediante trabalho autônomo, cooperativado ou em regime de economia
familiar, com vista à emancipação econômica e pessoal.
A atual Constituição Federal Brasileira, em seu art. 203, inc. IV, assim assevera,
verbis:
Entende-se por PPD habilitada aquela que concluiu curso de educação profissional
de nível básico, técnico ou tecnológico, ou curso superior, com diploma expedido por
instituição pública ou privada, legalmente credenciada pelo Ministério da Educação ou
órgão equivalente, ou aquela com certificado de conclusão de processo de habilitação ou
reabilitação profissional fornecido pelo INSS.
Assevera a Lei nº 3.298/99, em seu art. 36, que a empresa com cem ou mais
empregados está obrigada a preencher de dois a cinco por cento de seus cargos com
beneficiários da Previdência social reabilitados ou com pessoa portadora de deficiência
habilitada, na seguinte proporção:
Vale ressaltar que a Lei n. 8.112/1990, que trata do Regime Jurídico dos servidores
públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais, em seu art. 5°,
§2°, atesta que tal reserva de vagas poderá ser até 20%.
Conforme está previsto no artigo 244 da Carta Magna Brasileira de 1988, in verbis:
II- pelo menos um dos acessos ao interior da edificação deverá estar livre de
barreiras arquitetônicas e de obstáculos que impeçam ou dificultem a acessibilidade da PPD
ou com mobilidade reduzida;
III- pelo menos um dos itinerários que comuniquem horizontal e verticalmente todas
as dependências e serviços do edifício, entre si e com o exterior, cumprirá os requisitos de
acessibilidade;
IV- pelo menos um dos elevadores deverá ter a cabine, assim como sua porta de
entrada, acessíveis para as PPD, em conformidade com norma técnica específica da ABNT;
Conclusão
NOTAS
BIBLIOGRAFIA
Lei nº 7.853/89.
Educação.
em 20 de agosto de 2003.
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Eficácia das normas Constitucionais sobre
justiça
Atlas, 2000.
2003.