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PROPOSTA DE REDAÇÃO

TEXTO I
FAKE NEWS SÃO NOTÍCIAS FALSAS, MAS QUE APARENTAM SER VERDADEIRAS.
Não é uma piada, uma obra de ficção ou uma peça lúdica, mas sim uma mentira revestida de artifícios que lhe conferem
aparência de verdade.
Fake news não é uma novidade na sociedade, mas a escala em que pode ser produzida e difundida é que a eleva em nova
categoria, poluindo e colocando em xeque todas as demais notícias, afinal, como descobrir a falsidade de uma notícia?
No geral não é tão fácil descobrir uma notícia falsa, pois há a criação de um novo “mercado” com as empresas que produzem e
disseminam Fake News constituindo verdadeiras indústrias que “caçam” cliques a qualquer custo, se utilizando de todos os
recursos disponíveis para envolver inúmeras pessoas que sequer sabem que estão sendo utilizadas como peça chave dessa
difusão.
Infelizmente é muito comum o uso das primeiras vítimas como uma espécie de elo para compor uma corrente difusora das Fake
News. Assim, aquelas pessoas que de boa-fé acreditaram estar em contato com uma verdadeira notícia, passam – ainda que
sem perceber – a colaborar com a disseminação e difusão dessas notícias falsas.
Mas não é impossível detectá-las e combatê-las, há técnicas e cuidados que colaboram para mudar este cenário, sendo a
educação digital uma ferramenta para fortalecer ainda mais a liberdade de expressão e o uso democrático da internet.

Disponível em: http://portal.mackenzie.br/fakenews/noticias/arquivo/artigo/o-que-e-fake-news/ Acesso em 26 outubro 2017

TEXTO II
As notícias falsas divulgadas pela internet (fake news) foram tema da palestra do o professor Walter Capanema, coordenador-
geral dos cursos de Direito Eletrônico da Escola de Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (Emerj), nesta quarta-feira, dia 14,
no auditório desembargador Roberto Leite Ventura. […]
O professor mostrou fotos manipuladas por aplicativos e imagens falsas, como uma rachadura na ponte Rio-Niterói. Capanema
alertou que provocar alarme produzindo pânico está previsto no artigo 41 da lei das Contravenções Penais.
“Se a pessoa cria um perigo, manda uma mensagem que provoca alarme, ela pode ser conduzida ao juizado especial,
possivelmente vai ser processada e pode responder pelo artigo 41 da Lei das Contravenções Penais”, alertou Walter Capanema.
Capanema destacou ainda que as fake news podem levar o autor a responder por questões de responsabilidade civil, calúnia,
injúria, difamação e até incitação ao homicídio, como o caso que aconteceu em 2014, no Guarujá, no litoral paulista, com a dona
de casa Fabiane Maria de Jesus, espancada até a morte por moradores da cidade, depois da divulgação de boatos de
envolvimento em rituais de magia negra com crianças.

Disponível em: https://tj-rj.jusbrasil.com.br/noticias/469196219/encontro-de-especialistas-na-emerj-debate-fake-news Acesso em 26 outubro 2017

TEXTO III
PROJETO DE LEI Nº , DE 2017 (Do Sr. Luiz Carlos Hauly)
Dispõe sobre a tipificação criminal da divulgação ou compartilhamento de informação falsa ou incompleta na rede mundial de
computadores e dá outras providências.
JUSTIFICATIVA
A rápida disseminação de informações pela internet tem sido um campo fértil para a proliferação de notícias falsas ou
incompletas.
Atos desta natureza causam sérios prejuízos, muitas vezes irreparáveis, tanto para pessoas físicas ou jurídicas, as quais não têm
garantido o direito de defesa sobre os fatos falsamente divulgados.
A presente medida tipifica penalmente o ato de divulgar ou compartilhar notícia falsa na rede mundial de computadores, de
modo a combater esta prática nefasta.
Assim, contamos com o apoio dos nobres parlamentares à presente proposição.
Sala das Sessões, 1º de fevereiro de 2017.
DEPUTADO LUIZ CARLOS HAULY
PSDB-PR
Disponível em:
http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra;jsessionid=03D41E8B902E935F8C5C2F228D635FC2.proposicoesWebExterno1?codteor=1522471&filenam
e=PL+6812/2017 Acesso em 26 outubro 2017

A partir da leitura dos textos motivadores e com base


nos conhecimentos construídos ao longo de sua
formação, redija texto dissertativo-argumentativo em
modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o
tema “OS PERIGOS DAS FAKE NEWS NA ERA DA
INFORMAÇÃO”, apresentando proposta de
intervenção que respeite os direitos humanos.
Selecione, organize e relacione, de forma coerente e
coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de
vista.
PROPOSTA DE REDAÇÃO

TEXTO 1
Brasil é o 4º país mais corrupto do mundo, segundo Fórum Econômico Mundial
O Brasil é a quarta nação mais corrupta do mundo, segundo o índice de corrupção do Fórum Econômico Mundial. O país está
atrás apenas do Chade, da Bolívia e da Venezuela, que lidera o ranking. A corrupção é um dos elementos que a organização
suíça inclui em seu índice anual de competitividade, baseado em uma pesquisa com 15.000 líderes empresariais de 141
economias do mundo.

Fonte: Claudia Altamirano, El País, 6/10/2016 Disponível em: http://bit.ly/2dES4Dm Acessado em: 15/6/2017

TEXTO 2
“Não existe país com governo corrupto e população honesta” – Leandro Karnal
O atual momento político vivido pelo Brasil reforça a discussão sobre o papel da ética no cotidiano. Esta é a oportunidade de se
exercitar esta postura tão cobrada de governos e empresas, estimulada principalmente pelas revelações com as investigações da
Operação Lava Jato, da Polícia Federal.
Há um interesse coletivo sobre o tema atualmente. Mas, está faltando, além da crítica à falta de ética em Brasília e das grandes
empreiteiras, que nós consigamos pensar na microfísica do poder, ou seja, na falta de ética na escola, nas famílias e nas
empresas. Não existe país no mundo em que o governo seja corrupto e a população honesta e vice-versa.

Fonte: Portal Raízes, sem data. Disponível em: http://bit.ly/1spj6m5 Acessado em: 15/6/2017

TEXTO 3
Você ensina seu filho a ser ético?
Você está em uma festa em um buffet infantil e observa seu filho na paciente fila do Arvorismo. De repente, a criança que
estava por último é arrancada de seu lugar e colocada, pela mãe, como primeira da fila, passando à frente de todos os outros
que haviam chegado antes. A indignação das outras crianças da fila é notória. Eles reclamam, protestam. A mãe, com sua
arrogância, ignora. Quem poderia decidir ali o que estava certo ou errado era a monitora. Mas esta, sabe-se lá por qual motivo,
não se opõe. E aquela criança aprende, em um local lúdico e divertido, que é correto levar vantagem em detrimento do outro.
“Minha mãe me ensinou a furar fila. Que legal!”, é o que vai ficar registrado em sua mente. O perigo disso tudo é: se a criança
não aprende em casa, a vida ensina. Daí o erro que muitos pais cometem em querer proteger sua cria.

Fonte: Lucy De Miguel, revista Na Mochila, sem data. Disponível em: http://bit.ly/2sup4VJ Acessado em: 15/6/2017

TEXTO 4
Tudo o que não puder contar, não faça: integridade é não agir errado mesmo sozinho
Immanuel Kant, famoso filósofo alemão do século, 18 dizia – “Tudo o que não puder contar como faz, não faça!”. Arremato esta
frase com o que Spinoza refletia sobre o direito natural ser compatível com a democracia – “É nas grandes massas que a
natureza melhor se manifesta”.
Ao jogarmos um simples papelzinho pela janela não temos consciência alguma de que não se trata apenas de um simples
papelzinho. O que está por trás disso é absolutamente sério. O que estamos fazendo conosco, com o meio em que vivemos e
com o mundo? Há que se dizer que culpar terceiros sempre nos traz alívio. Irresponsabilidade e caráter são questões
inadmissíveis, não é mesmo?

Fonte: Mario Sergio Cortella, site mariosergiocortella.com, 15/6/2016 Disponível em: http://bit.ly/2tstbPg Acessado em:
15/6/2017

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação,
redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o
tema “CAMINHOS PARA A CONSTRUÇÃO DE UMA SOCIEDADE BRASILEIRA MAIS ÉTICA”, apresentando
proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e
coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Redação
= ARGUMENTAÇÃO = 4. PARA CADA TESE, APONTE UM ARGUMENTO E UM
CONTRA-ARGUMENTO.

Tese: ponto de vista sobre o tema, proposição. A) O voto no Brasil deve ser facultativo.
B) O aborto deve ser descriminalizado.
Ex: Bullying mata. C) O consumo de maconha não deve ser liberado no
Brasil.
Argumentação: defesa da tese com a intenção de D) A redução da maioridade penal diminuiria a
convencimento. Usa dados, exemplos, citações, criminalidade no Brasil.
comparações e, principalmente, o raciocínio lógico.
========================================
Ex: O bullying diminui a autoestima da vítima que acaba RESPOSTAS
cometendo suicídio.
1. CAUSAS
Autoria: significa ser autor das próprias ideias, ser a) MORTALIDADE INFANTIL
capaz de construir a argumentação sem apoiar-se nos - Ausência de acompanhamento médico,
textos motivadores da prova ou no senso comum (ideia - deficiência na assistência hospitalar,
sem comprovação científica). - desnutrição,
- deficit nos serviços de saneamento ambiental.
Ex, de Senso Comum: - rendimentos familiares,
1. Gato preto dá azar. - alimentação,
2. Querer é poder. - condições higiênicas e sanitárias,
3. Manga com leite mata. - condições de habitação.
4. Depressão é frescura,
5. Toda mulher nasceu pra ser mãe, b) COTAS RACIAIS E SOCIAIS
- aumentou a demanda de alunos negros e de alunos
CAUSA X CONSEQUÊNCIA oriundos de escolas públicas na Universidade.
- a maioria dos cotistas são provenientes de famílias de
Causa: Perguntamos ao tema “por quê?”. baixa renda
- possibilitou o acesso de índios, quilombolas às
Consequência: O que acontece em razão disso (da universidades.
causa)? - minimiza a diferença de oportunidades (esc púb x part).

Ex: O consumo de drogas tem crescido entre jovens. Lei de cotas (Dilma): 50% das vagas em instituições e
universidades federais destinadas a estudantes egressos
Causa (por quê?): Muitos jovens refugiam-se nas drogas de escolas públicas e com renda familiar igual ou inferior
para esquecer seus problemas. a um salário-mínimo e meio per capita, também adota
critérios raciais para a cota (pretos, partos e indígenas).
Consequência (o que acontece em razão disso?): acabam
se tornando dependentes químicos e transformam-se em C) PROPAGANDA INFANTIL PROIBIDA
pessoas inúteis para si mesmas e para a sociedade. - redução de transtornos alimentares,
- o aumento da produtividade (incluindo na vida adulta)
EXERCÍCIO - uma melhor qualidade de vida psicológica e social, com
menos conflitos familiares.
1. APONTE TRÊS CAUSAS PARA CADA UM DOS TEMAS A
SEGUIR. (Por quê?) "As crianças passariam a consumir menos alimentos e
bebidas com alto teor calórico [...], levando a uma
A) No Brasil, o índice de mortalidade infantil é alto. redução das despesas com saúde associadas a doenças
B) O Brasil acertou em implementar cotas raciais e causadas por comer demais ou por manter hábitos
sociais nas universidades. alimentares ruins (como a obesidade)"
C) Alguns anúncios e propagandas direcionados a
crianças devem ser proibidos. D) PREÇO INJUSTO DA PASSAGEM DE ÔNIBUS
D) O preço da passagem de ônibus em Belém não é justo. - Os ônibus não oferecem conforto (lotação, climatização)
- O serviço prestado por motoristas e cobradores é de
2. APONTE AS CONSEQUÊNCIAS PARA CADA CAUSA DO péssima qualidade
EXERCÍCIO ANTERIOR. (O que acontece em razão - veículos em condições ruins
disso?) - demora do transporte devido ao número insuficiente de
veículos
3. APONTE A CAUSA E SUA RESPECTIVA =========================================
CONSEQUÊNCIA PARA CADA TEMA.

A) A convivência familiar está ficando muito difícil.


B) Doenças infecto-contagiosas têm atingido as camadas
mais carentes da população.
C) O brasileiro tem votado cada vez mais em branco ou
nulo.
D) Muitas mulheres vítimas de violência doméstica ainda
evitam denunciar seus agressores.
QUANTO AS COTAS SOCIAIS
As cotas sociais, a meu ver, apresentam de maneira escandalosa os motivos para sua própria existência. O
abismo existente entre as escolas particulares e públicas do ensino básico fornecem, claramente,
oportunidades distintas a estudantes de classes sociais diferentes.
Sem as cotas para os menos favorecidos, candidatos das classes mais abastadas continuarão conquistando,
em larguíssima escala, as tão almejadas vagas nas melhores universidades brasileiras. Uma sociedade que
visa remover, pelo menos em parte, uma enorme diferença social, não pode se dar esse luxo. Em outras
palavras, se quisermos mudar esse triste quadro, precisamos de pessoas pobres se formado como
engenheiros, médicos e advogados nas grandes instituições do país.
Dentre as argumentações contrárias as cotas sociais, destaco (e rebato) as mais comuns:
1) O vestibular não deve privilegiar ninguém. Pobres e ricos são iguais e tem a mesma capacidade.
R. A ideia das cotas não é privilegiar e sim minimizar a diferença de oportunidades. Temos escolas particulares
que oferecem curso de francês, aula de teatro musicado e até fotografia. Acha realmente justo um estudante
vindo de uma escola desestruturada e que diversas vezes nem apresenta professores das matérias básicas,
após uma década de diferenças, disputar a vaga em pé de igualdade? Justo definitivamente não é. Digo isso
para não utilizar outras palavras mais apropriadas.
2) O correto seria qualificar o ensino básico público, igualando-o ao particular.
R. De fato, esse seria o ideal. Mas tal transformação, levando em consideração as dimensões continentais do
nosso país e mesmo imaginando investimentos maciços, aliado ao comprometimento dos nossos governantes,
levaria várias décadas. Estamos muito longe de começar a mudança, quanto mais concretiza-la. No contexto
atual, tal argumento é utópico e seria quase a mesma coisa que cruzarmos os braços.
3)Os cotistas não terão pré-requisitos para acompanhar o curso e/ou a qualidade das universidades irá
diminuir.
R. Argumento poderoso. Entretanto, alguns estudos realizados por grandes universidades mostraram que o
desempenho dos cotistas é igual (ou até superior) em relação aos estudantes vindos da ampla concorrência.
Recomendo a leitura de duas matérias. Uma publicada no estadão em 2010 – Desempenho de cotistas fica
acima da média. Outra publicada no site da UnB – Diferença de desempenho entre cotistas e não cotistas é de
apenas 0,25 – também de 2010. A explicação talvez venha da determinação que essas pessoas podem encarar
tais oportunidades, sabedores da escassez das mesmas. Além do mais, caso essas dificuldades apareçam, por
que não as universidades serem obrigadas a oferecer aulas de nivelamento aos cotistas?
4) Caso o projeto aprovado pelo senado seja sancionado pela presidenta Dilma, vale a pena estudar na
rede pública para tentar a vaga pela cota social, pois a notas serão menores.
R. Besteira. A matemática explica. Metades das vagas serão destinadas aos estudantes de escolas públicas.
Mas, segundo divulgado em 2010 pelo IBGE, mais de 86% dos estudantes do ensino médio brasileiro estão nas
escolas públicas. Ou seja, na prática, os alunos da rede particular (pouco mais de 14%) disputarão metade das
vagas. O restante, ou seja, 86% dos estudantes, que virão do ensino público, disputarão a outra metade. Ainda
acha que vale a pena sair da sua confortável escola particular?
Eis minhas considerações quanto cotas sociais. Caso você ainda discorde do que coloquei anteriormente,
certamente irá se irritar com minhas defesas a favor das cotas raciais. Ou quem sabe, repensar um pouco.

QUANTO AS COTAS RACIAIS


Penso que as cotas raciais são uma reparação aos fardos que os afrodescendentes carregam desde o fim da
escravidão até os dias de hoje. Certa vez, escutei uma frase que, mesmo não sabendo quem foi o autor, me fez
refletir. “As favelas de hoje são as senzalas de ontem”. Embora pareça apelativa demais, basta olhar ao seu
redor e admitir que, no mínimo, faz muito sentido.
A discrepância entre nossas etnias é tamanha que não se faz necessário mostrar os absurdos que estamos
acostumados a ver. Eles estão aí, escancarados. Basta ter coragem de admitir. Quantas famílias negras são
moradoras de condomínio de luxo? Certamente um percentual insignificante comparado às favelas. Alguns
anos atrás, numa festa de réveillon que custava R$200,00 por pessoa, entre bebidas e contagem regressiva,
me saltou aos olhos uma cruel constatação. A predominância esmagadora do branco não se fazia apenas
nas roupas. Dos quase 250 presentes, notei apenas dois negros. Ambos trabalhando de garçom.
Aliás, quem acredita que não temos mais racistas, deve ao menos admitir inúmeros indícios de preconceito. Já
notou qual a predominância dos atendentes de loja num grande shopping de São Paulo, por exemplo? Uma
profissão que, embora honrada como todas, não necessita de grandes especificidades técnicas. Bom
atendimento e simpatia certamente sejam a chave para sucesso nessa profissão. E mesmo assim, novamente
nossos irmãos da pele negra parecem estar excluídos.
Esses exemplos, que parecem passar despercebidos da maioria, me deixam a clara impressão que ser pobre
no Brasil é difícil. Mas ser pobre e negro é muito mais.
Analogamente ao que fiz com as cotas sociais, farei com as raciais, tentando contradizer aquelas afirmações
que revelam-se contra as mesmas.
1) As cotas ferem o princípio da igualdade, definido no artigo 5º da Constituição, pelo qual “todos são
iguais perante a lei sem distinção de qualquer natureza”. Portanto, são inconstitucionais.
R. Não foi o que disse o Supremo Tribunal Federal no dia 26 de abril de 2012, decidindo, por unanimidade, a
constitucionalidade das cotas raciais. Com a palavra o ministro do STF, Marco Aurélio Mello: “Falta a percepção
de que não se pode falar em Constituição Federal sem levar em conta acima de tudo a igualdade. Precisamos
saldar essa dívida, no tocante a alcançar-se a igualdade.”
2) As cotas sociais já englobariam as cotas raciais. Portanto, as raciais deixam de fazer sentido.
Brancos pobres enfrentam as mesmas barreiras que negros pobres.
R. O caráter histórico, que se reflete claramente nos dias de hoje, adicionado ao evidente preconceito, que
ainda atinge os negros na procura de empregos e oportunidades, são motivos de sobra para considerar muito
simplista a divisão do Brasil entre ricos e pobres. Rosa Weber, ministra do STF, ao justificar seu voto a favor da
constitucionalidade das cotas raciais, sabiamente afirmou que “se os negros não chegam à universidade por
óbvio não compartilham com igualdade de condições das mesmas chances dos brancos. Se a quantidade de
brancos e negros fosse equilibrada poderia se dizer que o fator cor não é relevante. Não parece razoável
reduzir a desigualdade social brasileira ao critério econômico.”
3) As cotas colocam diferenças entre as raças. Portanto, por natureza, são racistas.
R. As cotas não criam o racismo. Acredito que ele já existe e age silenciosamente. As cotas ajudam a colocar
em debate sua cruel presença e acaba, de fato, sendo uma medida contra o racismo.

ÚLTIMAS COLOCAÇÕES
Nós brasileiros frequentemente reclamamos, e com razão, dos nossos ilustres governantes e líderes.
Principalmente quando tomam atitudes que visam apenas benefícios próprios. Quantos aumentos de salários
parlamentares e arquivamento de falcatruas fomos obrigados a engolir?
Mas convenhamos, esse não é o caso. A decisão do STF a favor da constitucionalidade das cotas raciais e a
aprovação do senado destinando 50% das vagas nas universidades federais para alunos da rede pública foram
decisões a favor daqueles que tiveram, por tanto tempo, tantas oportunidades a menos. Torço para que a
presidenta Dilma tenha a coragem de sancionar a lei e enfrentar a chuva de criticas que virá posteriormente.
No momento penso assim. Posso evidentemente mudar de lado, mas frente aos argumentos demasiadamente
baseados em teorias e leis, peço algumas atitudes e reflexões. Se você é contra a cota social, irei respeita-lo.
Mas vivencie um mês numa típica escola pública. Caso seja contra as cotas raciais, novamente irei respeita-lo.
Mas gostaria que visitasse algumas favelas e cadeias. Talvez não mude de opinião, mas certamente sairá
menos convicto de seus posicionamentos. De certo, em meio a condomínios, bares e drinks sofisticados não
há razão para as cotas. Mas olhando das favelas, das escolas públicas e das cadeias, as cotas fazem
todo sentido.

*Fernando Buglia é formado em física pela UNICAMP e atua como professor de ensino médio e cursinho
pré-vestibular na rede particular. Também é um dos criadores do site Infoenem.

Desde que o primeiro aluno negro ingressou em uma universidade pública pelo
sistema de cotas, há dez anos, muita bobagem foi dita por aí. Os críticos ferozes
afirmaram que o modelo rebaixaria o nível educacional e degradaria as universidades.
Eles também disseram que os cotistas jamais acompanhariam o ritmo de seus colegas
mais iluminados e isso resultaria na desistência dos negros e pobres beneficiados
pelos programas de inclusão. Os arautos do pessimismo profetizaram discrepâncias
do próprio vestibular, pois os cotistas seriam aprovados com notas vexatórias se
comparadas com o desempenho da turma considerada mais capaz. Para os
apocalípticos, o sistema de cotas culminaria numa decrepitude completa: o ódio racial
seria instalado nas salas de aula universitárias, enquanto negros e brancos
construiriam muros imaginários entre si. A segregação venceria e a mediocridade dos
cotistas acabaria de vez com o mundo acadêmico brasileiro. Mas, surpresa: nada
disso aconteceu. Um por um, todos os argumentos foram derrotados pela simples
constatação da realidade. “Até agora, nenhuma das justificativas das pessoas
contrárias às cotas se mostrou verdadeira”, diz Ricardo Vieiralves de Castro, reitor da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

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