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Sérgio André Silva Verçosa

A SUBSTITUIÇÃO DO GÁS LIQUEFEITO DE


PETRÓLEO PELO GÁS NATURAL EM
EDIFICAÇÕES RESIDENCIAIS PRIVATIVAS
MULTIFAMILIARES DA CIDADE DE MACEIÓ:
ESTUDO DE CASO DO EDIFÍCIO CATÂNIA.

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Colegiado do Curso
Superior de Comando do Corpo de
Bombeiros Militar do Ceará como
requisito para obtenção do grau de Pós-
Graduado pela Universidade Estadual
do Ceará.

Orientador: Prof. Ms. Aldo Marques da Silva

Fortaleza
2004
2

Vós já estais limpos, pela palavra que vos


tenho falado; permanecei em mim, e eu
permanecerei em vós. Como não pode o
ramo produzir fruto de si mesmo, se não
permanecer na videira; assim nem vós o
podeis dar, se não permanecerdes em mim.
Eu sou a videira, vós os ramos. Quem
permanece em mim, e eu, nele, esse dá

muito fruto; porque sem mim nada podeis


fazer.
JOÃO 15; 3-5.
AGRADECIMENTO
3

Ao Senhor Deus, Rei dos Exércitos. Pela superação nos momentos difíceis que
foram encontrados durante o transcorrer do Curso e pelo seu infinito amor que nos é
dado, no qual como ser humano limitado e que em muitos momentos não
correspondi a sua vontade, mas o seu amor transcendente manteve-se fiel até o
fim.

Aos meus três amores, minha esposa Aurélia, meu filho Tiago André e ao bebezinho
que está por nascer.

Aos meus pais Luiz Adolfo e Rosa Cândida, pela criação que me deram e por nunca
desistirem de mim, mesmo nos momento mais difíceis em que passei.

Ao meu amigo, Capitão Wágner Maia pela ajuda prestada e o apoio a mim dado.

Ao meu irmão em Cristo, Naílson Vasconcelos que me ajudou grandemente neste


trabalho.

Aos meus companheiros: Cláudio, Justo, Leite e Wolbeck por terem me ajudado
a amadurecer, e pelos momentos divertidos e tristes que passamos juntos.

Ao Tenente-Coronel Edvaldo Nunes e ao Major Erivaldo Batista, pela paciência que


tiveram diante da minha ansiedade no desenvolvimento deste estudo.

Enfim a todos que contribuíram de toda e qualquer forma para realização do


presente estudo.
4

LISTA DE FIGURAS

Figura de nº 01 - Localização do Petróleo. .............................................................16

Figura de nº 02 - O uso do GLP no Mundo. ...........................................................22

Figura de nº 03 - Localização do Gás Natural. ........................................................23

Figura de nº 04 - Gás Natural Associado. ................................................................29

Figura de nº 05 - Gás Natural Não Associado. ........................................................29

Figura de nº 06 - Parte frontal do Edifício Catânia. ...................................................38

Figura de nº 07 - - Central de uso para armazenagem do GLP.................................41

Figura de nº 08 - Subsolo do Edifício Catânia e a tubulação laranja no interior do

mesmo........................................................................................................................43

Figura de nº 09 – Subsolo do Edifício Catânia e alguns veículos.............................44

Figura de nº 10 – Medidor de GN, localizado no subsolo..........................................45

Figura de nº 11 – Medidor de GN aberto, método de verificação de consumo similar

ao de energia elétrica.................................................................................................46

Figura de nº 12 - Visão Fechada da tubulação..........................................................48

Figura de nº 13 - Visão Aberta da tubulação.............................................................49


5

LISTA DE QUADROS

Quadro de nº 01- Composição Típica de GLP de Refinaria .....................................19

Quadro de nº 02 - Propriedades do GLP...................................................................20

Quadro de nº 03- Composição e Propriedades do Gás Natural ...............................27

Quadro de nº 04 - O uso do Gás natural no Brasil ..................................................31

Quadro de nº 05 - As Vantagens do uso do GN........................................................35

Quadro de nº 06 - Temperatura Mínima de Ignição ................................................53


6

RESUMO

VERÇOSA, SAS.: A substituição do Gás Liquefeito de Petróleo pelo Gás Natural nas
Edificações Residenciais Privativas Multifamiliares na cidade de Maceió: estudo de
caso do edifício Catânia. Trabalho Monográfico exigido como critério para Conclusão do
Curso de Gestão Contra Sinistros do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará. Universidade
Estadual do Ceará, Fortaleza / CE, 2004.

O presente estudo teve como marco a verificação da inclusão do Gás Natural no Estado de
Alagoas, mais precisamente na cidade de Maceió, fato observado nas edificações
residenciais privativas multifamiliares (edifícios).A abordagem feita pelo estudo permitiu
demonstrar de que forma que está sendo realizada a substituição do Gás Liquefeito de
Petróleo pelo Gás Natural nos edifícios da cidade de Maceió, bem como se as exigências
mínimas quanto à segurança estão sendo efetuadas. Outro propósito do estudo foi de
conhecer melhor os gases envolvidos na substituição, no qual foram estudados os seus
principais usos, propriedades, a formação e as vantagens de cada gás. O edifício Catânia
foi o local onde se realizou a pesquisa, foram realizadas várias visitas ao local. O conteúdo
do estudo foi alcançado através do uso de máquinas fotográficas, questionário fechado ao
morador, entrevista ao Diretor de Serviços Técnicos do Corpo de Bombeiros Militar de
Alagoas e a consulta a diversas literaturas. Após o levantamento efetuado é que se pode
dimensionar a complexidade da substituição dos gases. A tendência é que a substituição de
gases ocorra mais freqüentemente, pois o Gás Natural vem se destacando e conseguindo
ocupar o seu espaço no mercado das fontes de energia, e o Corpo de Bombeiros Militar de
Alagoas como órgão responsável pela segurança contra incêndio e pânico no Estado de
Alagoas deverá aprofundar-se no estudo do Gás Natural.
7

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS..................................................................................................04
LISTA DE QUADROS................................................................................................05
INTRODUÇÃO ..........................................................................................................09

Capitulo I – REVISÃO DE LITERATURA...................................................................15


1.1. Estudo do GLP .............................................................................................15
1.1.1 A Formação do GLP.................................................................................15
1.1.2 A Origem do GLP no Mundo e no Brasil...................................................16
1.1.3 Composição e Propriedades do GLP........................................................18
1.1.4 GLP, o uso e suas vantagens...................................................................21
1.2 Estudo do Gás Natural...................................................................................23
1.2.1 A Formação do Gás Natural.....................................................................23
1.2.2 Origem do Gás Natural no Mundo e Brasil............................................24
1.2.3 Composição e Propriedades do GN........................................................26.
1.2.4 Associação do GN..................................................................................28
1.2.5 GN, seu uso e suas vantagens................................................................30

1.3 A Substituição do GLP pelo GN no Edifício CATÂNIA...................................36

1.3.1 O Edifício Catânia.....................................................................................36

1.3.2 O Uso do GLP no Edifício Catânia.................................................................... .40

1.3.3 A Admissão do GN no Edifício Catânia............................................................. 44

1.3.4 As vantagens do GLP e do GN no edifício Catânia.................................53

Capítulo II – APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS OBTIDOS......................55

2.1 Apresentação e análise do questionário.........................................................51

2.2 Apresentação e análise da entrevista.............................................................69

Capítulo III –CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................72


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................95
ANEXOS....................................................................................................................77
Anexo I – Laudo de Exigências do Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas........78
8

Anexo II – Certificado de Aprovação do Corpo de Bombeiros Militar de


Alagoas.................................................................................................................80
Anexo III - Teste de Estanqueidade....................................................................81
Anexo IV - Questionário ao Morador....................................................................84
Anexo V - Entrevista ao Diretor de Serviços Técnicos do Corpo de Bombeiros
Militar de Alagoas ................................................................................................88
Anexo VI –Tabelas dos Questionários Fechados.................................................90
Tabela 01- O sexo dos Moradores.......................................................................90
Tabela 02 O sexo dos Moradores.........................................................................90
Tabela 03- Nível de escolaridade do morador......................................................90
Tabela 04 - Contribuição para dependência de petróleo do Brasil.......................91
Tabela 05 - Reflexo da descoberta de novas fontes de energia combustível......91
Tabela 06 - O Motivo para substituição dos gases no edifício.............................92
Tabela 07 - O Morador e o conhecimento da participação do Corpo de
Bombeiros na substituição dos gases...................................................................92
Tabela 08 - O morador sabe qual tipo de gás utilizado nos fogões do edifício...
Tabela 09 - O gás que é consumido atualmente. ................................................93
Tabela 10 - A forma que o gás chega aos fogões do edifício. ............................93
Tabela 11- O que o morador espera do gás utilizado...........................................94
Tabela 12 - De onde vem o Gás Natural consumido no edifício...........................94
Tabela 13 - O setor de maior participação do Gás Natural...................................94

.
9

INTRODUÇÃO

O mundo está em contínuo desenvolvimento e o homem busca várias


nuances para satisfazer as suas necessidades, onde se procura aumentar a
qualidade de itens como: saúde, segurança, educação, e habitação. Atrelado ao
desenvolvimento está a busca de novas fontes de energia combustível, pois, fontes
permanentes como o petróleo têm suas limitações.

No Brasil, um país com dimensões continentais a busca por variações de


energia combustível é uma realidade, e esta foi reforçada com a crise ocorrida no
mercado do petróleo nos anos de 1973 e 1979, proporcionando uma alta
significativa no preço do barril de petróleo, e dentre as possíveis novas fontes de
energia combustível surge o Gás Natural (GN), mas o mesmo só começa a figurar
como uma fonte de energia combustível de potencial com a descoberta da Bacia de
Campos e o incremento de sua produção, e em 2001 com o início da operação do
Gasbol1, a participação no mercado chega a 6,6 % no Brasil.

A maior participação do GN no cotidiano do cidadão alagoano, mais


precisamente maceioense, despertou a vontade de entender um pouco mais sobre
o referido. Como integrante do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Alagoas, e
em especial da Diretoria de Serviços Técnicos, esta executa dentro de suas
atribuições a função de vistoriar as Edificações, sendo elas dos mais diversos tipos,
em todos os seus tamanhos e complexidade, pois a Diretoria de Serviços Técnicos

... é o órgão central do sistema de engenharia e segurança do Corpo de


Bombeiros Militar, competindo-lhe o estudo, a análise, o planejamento, a
orientação técnica, a execução, o controle e a fiscalização das atividades
relativas à segurança contra incêndio e pânico e ao cumprimento das
disposições legais sobre o assunto, no âmbito do Estado de Alagoas”
(ALAGOAS, Lei de nº 6.212, de 26dez2000 Dispõe da Organização Básica
do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Alagoas e dá outras
providências, p. 08).

Durante as vistorias realizadas, muitas dúvidas são levantadas, e na


verdade, grande partes das interrogações tem sido solucionadas, ora por

1
Gasbol é o gasoduto que liga a Bolívia ao Brasil, abastecendo o mercado nacional brasileiro.
10

bombeiros-militares da Diretoria Serviços Técnicos, ou por profissionais da área de


Engenharia de Segurança.

No entanto, uma nova ordem se estabeleceu e continua em processo de


evolução na cidade de Maceió, com a fundação em 1992 da ALGÁS 2 - Gás de
Alagoas S.A. O GN passa a ser uma realidade para a sociedade alagoana e
maceioense, logo, direciona-se especificamente na constante substituição do tipo
de gás utilizado nas tubulações das edificações residenciais privativas
multifamiliares, sendo elas caracterizadas como o “Conjunto de duas ou mais
unidades residenciais em uma só edificação”.(ALAGOAS, Decreto nº004, Código de
Segurança Contra Incêndio e Pânico do Estado de Alagoas, 2000: Anexo I, p.55), o
Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) vem sendo substituído pelo GN, e onde se
verificou que ambos os gases são utilizados para fornecer energia combustível para
os fogões das células residenciais, no qual a substituição dos gases foi observada
in loco nas vistorias realizadas.

Ao transcorrer das vistorias realizadas em edificações residenciais


privativas multifamiliares, tem –se observado que em alguns dos Projetos de
Segurança Contra Incêndio e Pânico3 não haviam sido executados de forma correta,
pois em alguns casos os Laudos de Exigências 4 dos citados projetos, estavam em
desacordo com o executado nas edificações, pois existiam edificações residenciais
privativas multifamiliares projetadas para receber o GLP, no entanto utilizavam o GN
em substituição ao GLP o que se tem constituído em algumas dúvidas,
relacionadas principalmente com a parte de segurança contra incêndio e pânico.

Com o advento do GN no estado de Alagoas, onde foi sentida a


necessidade de aprofundamento no estudo do citado gás, pois o conhecimento por

2
Algás -Gás de Alagoas S.A. é uma empresa de economia mista que possui a permissão para explorar o Gás
natural no estado de Alagoas, com participação do Estado de Alagoas, Petrobrás e Gaspart.
3
Projeto de Segurança Contra Incêndio e Pânico é constituído principalmente por um conjunto de plantas
arquitetônicas, onde serão indicados os tipos, localização e quantidade de equipamentos de segurança contra
incêndio necessários a proteção de uma determinada edificação.
4
Laudo de Exigências é o documento expedido pelo Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas, onde constam
todas as exigências relativas à Segurança Contra Incêndio e Pânico, na forma estabelecida neste Código.
11

parte do Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas (CBMAL) ainda tem suas


limitações, e em virtude de uma literatura escassa em nível de CBMAL, e sentindo
a crescente participação do GN no mercado de fontes de energias combustíveis, em
particular as edificações residenciais privativas multifamiliares, começa então a
realização dos seguintes questionamentos: Quais as conseqüências para as
edificações residenciais privativas multifamiliares que substituíram o GLP pelo GN,
utilizando a tubulação que inicialmente estava projetada para o recebimento do
GLP? Quais as vantagens do produto GN em relação ao GLP?

Delimitando assim as principais interrogações existentes, haverá uma


busca para melhor compreender de forma mais ampla e minuciosa o processo que
envolve a substituição do GLP pelo GN em edificações residenciais privativas
multifamiliares, além de destacar a necessidade vital de se conhecer melhor as
propriedades físicas e químicas dos gases envolvidos no estudo, para assim poder
avaliar qual o gás que oferecerá mais segurança para os seus usuários.

Atualmente vem crescendo o número de edificações residenciais


privativas multifamiliares que começam a receber o GN como fonte de energia para
geração de calor, no entanto vale salientar que devido ao processo de substituição
que vem ocorrendo há o surgimento de várias dúvidas quanto ao processo, e
naturalmente surge algumas hipóteses. A primeira é que em muitos casos existe a
substituição de gases e o que se verifica é que provavelmente ocorrem falhas no
processo de substituição do Gás Liquefeito de Petróleo pelo Gás Natural,
possivelmente os critérios de segurança durante a substituição dos gases não são
observados. A segunda hipótese é que as exigências pertinentes na substituição
dos gases muitas vezes não são realizadas, o que gera a falta de realização de
testes necessários que permitam a substituição do uso de Gás Liquefeito de
Petróleo para Gás Natural. A terceira é que existe suspeita que a substituição do
Gás Liquefeito de Petróleo pelo Gás Natural nas edificações residenciais privativas
multifamiliares, está sendo realizada sem o conhecimento do Corpo de Bombeiros
Militar de Alagoas, onde são realizados com conhecimento exclusivo da Algás ou
dos condomínios envolvidos.
12

Os objetivos a serem alcançados na feitura do presente trabalho


monográfico tendem-se a um aspecto geral e aspectos específicos, visando
entender como ocorreu a substituição do GLP pelo GN nas edificações residenciais
privativas mutlifamiliares.

O objetivo geral a ser alcançado foi de acompanhar os possíveis erros e


acertos na substituição do GLP pelo GN nas edificações, na capital Maceió.

Os objetivos específicos foram usados como aprofundamento para o


presente estudo, e para isso foi necessário: verificar as diferenças existentes entre o
GN e do GLP, estudar o processo de mudança de GLP para GN nas edificações,
verificar as possíveis conseqüências da utilização de GN em tubulações internas das
edificações que anteriormente foram utilizadas pelo o GLP e entender as razões e
as conseqüências da mudança de uso do GLP pelo GN.

TRATAMENTO METODOLÓGICO

O universo abordado no estudo refere-se às edificações residenciais


privativas multifamiliares da cidade de Maceió, logo se tornou impossível à cobertura
de um universo tão vasto de edificações, e para isso o estudo foi delimitado ao
Edifício Catânia, que será a base para o estudo de caso.

A natureza da pesquisa que foi realizada baseou-se nos aspectos


quantitativos e qualitativos, fazendo uma interação entre ambos modelos de
pesquisa. Quantitativamente foi aplicado um questionário fechado ao morador do
edifício em estudo, a amostra foi de trinta e seis questionários, o que equivale a um
questionário por apartamento. Foi considerado que em cada apartamento existem
quatro moradores, o que perfez um total de cento e quarenta e quatro pessoas em
todo o edifício. No entanto dos trinta e seis questionários distribuídos aos
moradores, um total de sete não foram respondidos, assim o número real é de vinte
e nove questionários respondidos. O questionário buscou enfatizar o nível de
13

conhecimento do morador em relação à substituição dos gases, ao tipo de gás ideal


para o consumidor, se possuía a informação de qual era o novo gás utilizado no
edifício. No questionamento realizado aos moradores foi observado que o mesmo
tem um conhecimento bastante significativo da forma como ocorreu a substituição
de gases no edifício, além de demonstrar uma certa informação quanto ao Gás
Natural. O morador através de suas respostas demonstrou segurança e informação
aos acontecidos no interior do edifício, além de enfocar a participação nos
processos internos inerentes ao condomínio.

Qualitativamente foi realizada uma entrevista ao Diretor de Serviços


Técnicos do CBMAL, pois estando à frente da diretoria que coordena as atividades
de segurança contra incêndio e pânico do estado, era de vital importância a sua
opinião para a melhor compreensão do papel do CBMAL. Após análise das
respostas obtidas foi observada a dificuldade encontrada pelo CBMAL em
acompanhar a evolução permanente das normas de segurança contra incêndio e
pânico, o que se dá por não possuir uma fonte literária de consulta fixa e a falta de
estudos nas áreas de abrangência da corporação.

O presente trabalho monográfico foi desenvolvido de forma a contemplar


a divisão em três capítulos.

O primeiro capítulo enfocou o estudo do GLP, o estudo do GN e a


substituição do GLP pelo GN no edifício Catânia, foi feito uma abordagem que
buscou o entendimento de cada gás envolvido no estudo e demonstração das
diferenças existentes entre ambos e os motivos da substituição. O estudo da
substituição do GLP pelo GN no edifício foi realizado de forma a buscar as falhas
ocorridas durante o processo e as vantagens da sua realização.

O segundo capítulo buscou apresentar e analisar os resultados obtidos


com a aplicação da entrevista e do questionário.
14

O terceiro capítulo tem por finalidade apresentar as considerações finais,


este foi dividido em: considerações gerais, conclusões e sugestões. Explanando de
forma sucinta e objetiva, as opiniões levantadas, conforme o levantado através do
estudo realizado.
15

CAPÍTULO I

REVISÃO DE LITERATURA

1.1 O ESTUDO DO GÁS LIQUEFEITO DE PETRÓLEO (GLP)

1.1.1 A Formação do GLP

O GLP por ser um produto do refino do petróleo, informação que será


abordada no tempo oportuno, logo foi verificado que a sua formação (Fig.01) está
diretamente ligada ao petróleo, onde a gênese do petróleo foi realizada há milhões
de anos atrás, pois “pequenos animais e vegetais marinhos foram soterrados e
submetidos à ação de microorganismos, do calor e de pressões elevadas, ao longo
do tempo”( FELTRE, 1990, p.502).A decomposição de milhões de anos da massa
orgânica submetida a condições rígidas de calor e pressão culminou com a geração
de verdadeiras jazidas petrolíferas, conjuntamente com o próprio GLP.
16

Figura 01 - Localização do Petróleo

Fonte: http://histpetroleo.no.sapo.pt/acumula_1.htm

1.1.2 A Origem do GLP no Mundo e no Brasil

O grande berço da utilização e industrialização do GLP no mundo foram


os Estados Unidos da América, conforme o estudo de Mello, onde informa que:

O GLP foi utilizado, pela primeira vez, na refinaria de Riverside Oil Co, em
1910 sendo depois aprimorado, por A. N. Kerr com o processo de
condensação dos gases resultantes do refino da gasolina, chegando a
produzir 200 galões de gás naquele ano (Mello, 1995, p.38).
Para Mello o início da utilização do GLP nos diversos campos, no ano de
1911 e o seu aproveitamento deu-se por J. F. Richardson, da Pensilvânia, que
aproveitando o produto como fonte de alimentação para aparelhos de corte aço,
como o maçarico sendo e no ano seguinte aproveitado na primeira instalação
doméstica. Entre 1927 e 1930 entraram no mercado as grandes empresas, como a
Philips Petroleum, Standart Oil, Shell e outras.
17

A história do gás no Brasil tem o seu desencadeamento quando o Sr.


Irineu Evangelista de Souza, conhecido como Barão de Mauá, um dos principais
incentivadores implantou o sistema de gás canalizado nos principais locais da
cidade do Rio de Janeiro, a 25 de março de 1854, beneficiou a sociedade carioca
com um novo tipo de iluminação em seus bairros e ruas. Segundo Caldeira

A iluminação a gás foi inaugurada ontem nas ruas de São Pedro, Sabão,
Rosário, Direita, Hospício, Ouvidor, Assembléia, Carioca, Conde de
Lavradio, Arcos, Passeio, São Joaquim e Largo do Paço. Todas foram
tomadas por uma multidão maravilhada. As palavras eram poucas, mas uma
observação podia ser ouvida por todos os lados: “Como pudemos passar
tanto tempo sem esse importante melhoramento?”. Na verdade, o contraste
entre os velhos candeeiros e a luz brilhante emanada dos lampiões falava
por si mesmo. A distância em que foram postados os novos lampiões parece
ter sido bem calculada. Somente em alguns pequenos trechos do centro do
Largo do Paço a luz não parece tão forte quanto se poderia desejar. Até
agora já foram instalados 637 lampiões, menos de um terço do total previsto
no contrato (Caldeira, 1995, p. 289/90).
Grandes cidades como o Rio de Janeiro foram contempladas com o
sistema de gás canalizado, mas como levar o gás à população residente no interior
do território brasileiro? A dificuldade de acesso às comunidades era dificultado pela
indisponibilidade de canalizações para condução as residências, no entanto
começam a surgir novas portas no mercado do gás, pois

Os primeiros fogões a gás instalados no Brasil funcionavam com gás de


carvão. As tubulações de gás, no entanto, eram restritas aos bairros mais
centrais das grandes cidades. Para a população que ficava fora desses
núcleos, as opções para cozinhar ou esquentar a água eram, em geral,
lenha, carvão ou querosene (Brasilgás, 2004).
Assim começam surgir alternativas para o suprimento das residências que
estavam fora dos grandes eixos urbanos, os fogões movidos a carvão começaram a
participar do cotidiano do brasileiro que não podia receber o gás canalizado.

Segundo o site da empresa Barsilgás (2004), no ano de 1937 um


austríaco de nome Ernesto Igel, residente no Brasil, fundou a Empreza Brazileira de
Gaz a Domicílio Ltda. A Mesma passou a engarrafar e a comercializar gás no país.
O gás em uso era o propano, até então utilizado para o consumo dos motores dos
dirigíveis ou zepelins; Após acidentes com dirigíveis, o propano foi estocado e
engarrafado com a finalidade de ser comercializado, como já fora citado.
18

No Brasil segundo o que descreve de Mello (1995, p.39) “o GLP começou


a ser utilizado em 1936, e em 1937 já foram colocados à venda os primeiros botijões
para uso doméstico, pela Empresa Brasileira de Gás a domicílio, que passou a ser a
ULTRAGAZ”.

O Brasil encontrou dificuldades em produzir e obter o GLP, principalmente


com o início da II Grande Guerra Mundial o que contribuiu para o aumento de
obstáculos na produção do GLP. Conforme o que comenta Mello (1995), o país
acaba importando o gás de países vizinhos, mais especificamente da Argentina, o
que acarretou num crescimento real do mercado de GLP no Brasil.

Em seu estudo Mello (1995) comenta que “Aproximadamente no ano de


1949, são instalados os primeiros terminais de gás do país, chegando inicialmente
ao Rio de Janeiro e em seguida a cidade de Santos-SP, onde a capacidade de
armazenamento de cada um era de 1.440 toneladas do referido gás”. Na década de
50, a Petrobrás inicia a produção de gás e a partir de então surgem outras
companhias.

1.1.3 Composição e Propriedades do GLP

O GLP representa uma parcela significativa das fontes de energia


combustíveis no Brasil, sendo elemento importante no cotidiano das residências,
comércios e indústrias brasileiras.

O GLP, como o próprio nome sugere é um derivado do petróleo e “resulta


da fração gasosa da destilação do petróleo e é composto principalmente por
propano (C3H8) e butano (C4H10)”(FELTRE, 1990, p.505). A obtenção do GLP é
estritamente ligada à produção do petróleo, o que atualmente impede o Brasil de se
tornar um país auto-suficiente em relação à produção do referido gás; o GLP
corresponde a uma parcela pequena na destilação do petróleo, as porcentagens dos
derivados de petróleo por barril estão assim definidos:
19

Gás de cozinha ou GLP 7.50%, Gasolina 16.20%, Diesel 33.90%,


Querosene 5.0%, Naftas e solventes 11.20%, Óleos lubrificantes 1.20%,
Parafinas 1.80%, Óleo combustível 16.50% e Outros derivados 6.70%
(www.biologos.ubbi.com.br/, acesso em 14/06/04).
O GLP “é um produto que pode ser separado das frações mais
leves do petróleo ou das mais pesadas do gás natural, Como todos
os derivados de petróleo...” (www. redenergia.com.br). Seus constituintes situam-se
entre hidrocarbonetos pesados (Quadro 01), que predominam no gás natural e
alguns hidrocarbonetos leves que são encontrados no refino do petróleo. O GLP que
é composto basicamente por propano e butano, também pode ser obtido através do
GN, que em sua composição química apresenta entre 80% e 95% de metano,
podendo ainda conter etano, propano, butano, gás nitrogênio, dióxido de carbono e
outros.

Quadro 01 - Composição Típica de GLP de Refinaria

Componentes % Volume
Etano 0,03
Propeno 30,47
Propano 14,37
Buteno 31,76
Butano 23,33
Pentano 0,07
TOTAL 100,00

Fonte: Mello

O GLP tem como propriedades(Quadro 02) principais, quando colocado "À


pressão atmosférica e temperaturas normalmente encontradas no ambiente, é um
produto gasoso, inflamável, inodoro e asfixiante, quando aspirado em altas
concentrações(http://www.gasbrasil.com.br/mercado/glp/conceito_glp.asp)”. Por não
ser um gás que possui odor, o GLP é odorificado artificialmente nas indústrias,
onde são injetadas porções de enxofre que facilitam a sua percepção, facilitando
identificação de vazamentos que ocorrerem.
20

Para Mello (1995 p. 40). “Os hidrocarbonetos predominantes no GLP


são gasosos à pressão atmosférica, mas liquefazem-se ao se lhes aplicar pressões
relativamente baixas, o que propicia a redução a pequenos volumes, facilitando os
trabalhos de manuseio e transporte”. A capacidade de liquefação do GLP é uma
vantagem a ser aproveitada.

Quadro 02 - Propriedades do GLP

PROPRIEDADES DO GLP PROPANO ISO-BUTANO BUTANO


o
Ponto de ebulição normal F -43,8 10,9 31,1
o
C -42,3 -11,7 -0,5
Densidade em relação ao ar
1,52 2,0 2,0
em relação a
0,508 0,563 0,584
água
Valor Calórico BTU /lb
21,690 21,290 21,340
kcal / kg
12,050 11,829 11,856
BTU / pé
2,521 3,259 3,267
cub.
22,434 29,000 29,073
kcal/m3
Limite de inflamabilidade
(% de gás na mistura ar-gás)
inferior 2,4 1,8 1,9
sperior 9,5 8,4 8,5
Relação de queima volume
23,87 31,03 31,03
ar-gás
Pressão do vapor (PSIG)
172 59 37
a 37,8 oC
92 24 12
a 15,6% oC
Temperatura máxima da
chama 1927 oC 1927 oC 1927 oC
com ar 2849 oC 2849 oC 2849 oC
com "O"

Fonte: www.pipesystem.com.br/Utilidades/Tabelas/body_tabelas.html#glp(parte da
tabela).

Conforme o descrito na tabela acima a densidade do GLP possui uma


variação entre 1,52 e 2,00 em números adimensionais em comparação ao ar. Pode-
se também comprovar ainda a maior densidade do GLP em relação ao ar, quando
for utilizado parâmetros dimensionais, pois “a densidade do GLP é 2,10 kg/m³ .... a
densidade do ar é 1,22 kg/m³. Portanto, o GLP é mais pesado do que o
21

ar”(www.ultragaz.com.br,acesso em 17/06/04).Devido à densidade mais alta que o


ar, o GLP poderá se confinar em locais como: poços, cacimbas, valas e etc.,e
quando concentrado e sujeito a uma fonte de calor poderá gerar explosões, o que
demonstra um fator de risco para o GLP. Outra propriedade que permite um grande
destaque do GLP em relação aos outros tipos de fonte energia é o seu poder
calorífico, pois conforme a tabela de propriedades o poder calorífico superior pode
chegar até a 29000 kcal/m³, o que demonstra a possibilidade de grande
desprendimento de energia calorífica.

1.1.4 GLP, o uso e suas vantagens

O GLP é amplamente usado em todo o mundo (Fig. 02), o que é


comprovado através dos diversos setores que o mesmo está envolvido, mas
segundo a empresa Ultragaz “... o GLP vem sendo cada vez mais utilizado na
indústria, mas cerca de 95% de sua produção no país ainda é de consumo
residencial”.

GLP é utilizado das seguintes maneiras na área residencial: na Cocção,


refrigeração, secagem de roupas, iluminação, aquecimento de água, aquecimento
de ambientes externos e internos.

No comércio em hotéis, restaurantes, padarias, academias, shopping


centers, lavanderias e hospitais.

Nas Indústrias de cerâmica, vidro, fundição, alimentos e bebidas,


metalurgia e siderurgia, automobilística, química, têxtil, papel e celulose. Na
agricultura em aviários e secagem de grãos.

Figura 02 - O uso do GLP no Mundo


22

Fonte:http://www.brasilgas.com.br/

O GLP quando é queimado tem a grande maioria dos seus resíduos


destruída, não poluindo, portanto, a natureza. O GLP é utilizado como fonte
combustível nas mais diversas áreas por possuir as seguintes vantagens:

 Altamente concentrado, podendo ser transportado e estocado como


líquido e utilizado como gás;
 Proporciona transporte e estocagem fáceis;
 Proporciona queima limpa;
 Apresenta composição uniforme;
 Possui baixo teor de enxofre;
 Possui alto teor calorífico; (Mello, 1995,p 42).
O GLP apresenta diversas vantagens diante de outras fontes de energia,
entre elas está o GN. Esses gases possuem grande similaridade, pois ambos
apresentam características em comum, no entanto existem duas vantagens
básicas que ajudaram o crescimento do mercado do GLP, que é “o seu alto poder
calorífico e facilidade de transporte” (Santos, 2002, p.166). Devido a sua
composição química que se liquefaz facilmente, seu transporte e manuseio são
bastante facilitados. Como conseqüências há uma comodidade no seu
armazenamento em recipientes dos diversos tamanhos e formas, além de possuir
grande agilidade no seu transporte. A principal vantagem do GLP em relação ao
GN é a grande facilidade no transporte do mesmo, o que ajudou a sua grande
23

amplitude no mercado, chegando a locais que dificilmente o GN chegaria, atingindo


e adentrando o território brasileiro.

1.2. O ESTUDO DO GÁS NATURAL

1.2.1 A Formação do Gás Natural

O Gás Natural tem sua formação (Fig.03) derivada de fósseis, o que nos
permite avaliar a relevância de tal fonte de combustível em relação ao que se diz
como ecologicamente correto, sua formação é proveniente de material orgânico,
precisamente falando de
... microorganismos que nos tempos pré-históricos se acumulavam nas
águas litorâneas dos mares da época. Devido aos movimentos da
acomodação da crosta terrestre, esta matéria orgânica foi soterrada e por
isto sua degradação se deu, normalmente, fora do contato do com ar, a
altas temperaturas e sob fortes pressões” ( Abreu e Martinez, 2003, p.13).

Figura 03 - Localização do Gás Natural

Fonte: http://www.pbgas.pb.gov.br/informacoes_gas.shtml

Para Abreu e Martinez (2003. p.13) os movimentos das placas


terrestres continuam a ocorrer, no entanto, a intensidade é infinitamente inferior
24

ao acontecido anteriormente, existe a possibilidade de realizar de forma


artificial as reações que originam o Gás Natural, já que este possui em sua
composição uma maior quantidade de metano em relação aos demais componentes
orgânicos, e é derivado da decomposição de compostos orgânicos provenientes de
resíduos dos lixos e de outros materiais (produtos agrícolas), porém não se torna
economicamente viável tal prática, devido aos altos custos. Entretanto, existe a
preocupação de evitar o derrame desses resíduos no meio-ambiente, ação que
acarretaria danos ao mesmo. Eventualmente os resíduos poderão ser aproveitados
para serem transformados em metano.

1.2.2 Origem do Gás Natural no Mundo e Brasil

A Indústria de gás canalizado no Brasil atingiu as principais capitais do


país, mas com grande notoriedade no Rio de Janeiro e em São Paulo. No estado do
Rio de Janeiro onde Santos comenta que

A primeira fábrica de gás no Brasil foi construída em 1854, na antiga rua


Senador Eusébio (hoje avenida Presidente Vargas, onde se localiza
atualmente o Museu do Gás). Assim surgiu a CEG, em 1854, com o nome
de Companhia de Iluminação a Gás (Santos, 2002, p.217) .

A finalidade da Companhia de Iluminação a Gás(CEG) era de levar


iluminação para as residências e ruas da capital do Estado do Rio de Janeiro.

Conforme o que comenta Santos (2002), no Estado de São Paulo foi


criada em 1872, a Companhia de Gás de São Paulo, onde a mesma possuía os
direitos de explorar o serviço de iluminação da cidade, outorgados a Companhia por
meio de um decreto imperial, no entanto, em breve espaço de tempo as empresas
de gás seriam afetadas com o advento da energia elétrica, pois as empresas de
energia elétrica assumiram o controle das empresas de gás canalizado, o que
definitivamente determinou o crescimento do ramo elétrico nas grandes cidades
tornou-se um fator preponderante para a substituição do gás canalizado pela energia
elétrica, tal concorrência limitou o desenvolvimento do setor gasífero no país de
forma precoce.
25

Ocorreram ainda sucessivas mudanças no mercado do gás canalizado;


várias empresas de capital internacional obtiveram as concessões de exploração do
mercado do gás canalizado, além disso,

Após a Primeira Guerra Mundial, todas as companhias de gás, exceto


aquelas do Rio de Janeiro e de São Paulo, tinham sido praticamente
desmanteladas. Em um país continental e de baixa densidade demográfica,
o gás de rua não tinha menor condição de competir contra o querosene no
mercado de iluminação situado fora dos principais centros urbanos (Santos,
2002, p.218).

As grandes crises que envolveram o petróleo na década 70, quando a


economia mundial foi atingida e demonstrou a fragilidade dos países dependentes
do petróleo e de seus derivados, no qual a citada crise acarretou em aumento dos
juros mundiais, mostrando assim a necessidade de uma busca por novos meios de
geração de energia. Os países menos desenvolvidos e dependentes do petróleo,
não podiam mais ficar amargando prejuízos econômicos devido a sua dependência
petrolífera, logo,

Somente após a crise energética dos anos 1970 e, principalmente, ao longo


dos anos de 1990 é que vários países menos industrializados, verificando a
experiência das nações mais desenvolvidas, passaram a considerar o gás
natural como uma fonte de energia privilegiada e estratégica, que precisa
ser desenvolvida e utilizada (Santos, 2002, p.218).

Segundo Abreu e Martinez (2003, p.47), “Inicialmente, o Brasil ignorou a


crise do Petróleo, mas passou a senti-la fortemente a partir da década de 80, o que
explica muito o endividamento e as dificuldades financeiras subseqüentes”. Foi
observado então que o Brasil como um país dependente do setor petrolífero, e
sofrendo com as conseqüências da crise do petróleo, inicia a alteração da sua
política energética, a nação brasileira começou a investir no desenvolvimento da
tecnologia petrolífera e paralelamente investe na ativação de novos tipos de energia
no país, visando diminuir os impactos da alta do petróleo e de seus derivados na
economia brasileira.

O GN no decorrer da exploração das energias combustíveis no Brasil não


recebeu a atenção do governo brasileiro, é o que ocorre definitivamente com o
Plano Nacional do Gás Natural (1987), através do mesmo o governo brasileiro acaba
como descreve Santos (2002, p.13) “estabelecendo as metas e diretrizes executivas
que permitam elevar a participação do gás natural na matriz energética para cerca
26

de 10% até o ano 2000”. Com a implantação do Plano Nacional do Gás Natural o
GN começa ser tratado como uma fonte de energia capaz de resultar em dados
positivos para o país, pois não havia uma política de desenvolvimento até aquele
momento, o que prejudicava o seu desempenho dentro do mercado energético.

1.2.3 Composição e Propriedades do GN

O GN é constituído essencialmente de hidrogênio e carbono e que juntos


formam cadeias carbônicas, as quais formam compostos denominados de
hidrocarbonetos. Em especial o Gás Natural é a miscigenação de uma série de
hidrocarbonetos parafínicos, principalmente constituídos de metano e etano e em
menor quantidade o propano, e raramente butano, pentano, hexano, heptano e,
octanos.

O GN como foi expresso anteriormente é constituído basicamente por


hidrocarbonetos. Entre os hidrocarbonetos que compõem o GN dois manifestam-se
em maiores quantidades, são o metano e o etano, portanto segundo Abreu e
Martinez (2003, p. 16)” A proporção de metano nesta mistura é de 80% a 95 %”. O
que nos demonstra que o GN possui grande volume de metano em sua composição.

O GN devido a sua composição química (Quadro 03), a qual privilegia a


existência de hidrocarbonetos considerados leves, como o metano e etano, o que
influencia diretamente em sua densidade, pois ”A densidade do gás natural é da
ordem de 0,55 a 0,70 em comparação com o ar (que apresenta uma massa
específica de 1,293kg/m³), isto é, pouco mais que a metade da densidade do ar”
(Abreu e Martinez, 2003, p.18).
27

Quadro 03 - Composição e Propriedades do Gás Natural

Porcentagem
Componentes Fórmula Propriedades
Volumétrica
Massa Específica
Metano CH4 89,24% 0,740
(Kg/m3)
Etano C2H6 7,86% Densidade 0,613
Propano C3H8 0,24% PCS (Kcal/m3) 9.190
3
Iso-Butano C4H10
i - PCI (Kcal/m ) 8.293
N-Butano n C4H10 -
Pentano C5H12 -
Dióxido de
CO2 1,25%
Carbono
Nitrogênio N2 1,34%
Oxigênio O2 0,07%

Fonte: http://www.cegas.com.br/gasnatural.asp

A densidade do GN torna-se uma propriedade importante, principalmente


no que se refere ao quesito segurança, pois com uma densidade inferior a do ar
atmosférico, a tendência natural do gás será de escoar, dispersando-se para alturas
superiores, o que impossibilita o acúmulo em partes baixas (ralos, cisternas, poços e
etc.).

Outra importante propriedade é o seu poder calorífico, o GN possui uma


variação em seus valores calóricos, portanto o GN “ ... apresenta um poder calorífico
superior bastante alto, entre 8.000 e 10.000 Kcal/m³ ” (Abreu e Martinez, 2003,
p.18). Devido aos seus altos valores caloríficos, quando é realizada a combustão do
GN para sua utilização, o mesmo irá constituísse num excelente fornecedor de
energia (térmica, mecânica, elétrica e etc.).

A segurança que o GN possibilita está ligada principalmente a sua baixa


densidade em relação ao ar, mas o GN possui ainda características que constituem
um risco de segurança aos que utilizam o gás, e assim visando melhorar o nível de
segurança, pois devido a essas propriedades,
28

O manuseio do gás natural requer alguns cuidados, pois ele é inodoro,


incolor, inflamável e asfixiante quando aspirado em altas concentrações. Por
isso para facilitar a sua identificação em casos de vazamentos, compostos à
base de enxofre são adicionados ao gás, em concentrações suficientes
para lhe dar um cheiro marcante: esse processo é conhecido como
“odorização do gás” (Santos, 2002, p.75).
Após o processo de odorização em que o GN é submetido, qualquer
vazamento que possa acontecer será facilmente identificado pelo seu usuário, o que
permite uma margem de segurança considerável ao seu consumidor.

1.2.4 Associação do GN

O GN possui em sua formação diversos tipos de impurezas. As


principais segundo Abreu e Martinez (2003, p.14), são ”a água salgada, compostos
de enxofre (gás sulfídrico e outros compostos sulfurados), de oxigênio (gás
carbônico), de nitrogênio e de metais diversos”. Para o aproveitamento correto do
GN, torna-se condição indispensável a retirada de tais impurezas para obter o
rendimento ideal.

Durante o processo de extração do petróleo é verificado a presença do


GN, e esta pode acontecer de forma a ser predominante ou não em relação à
quantidade de petróleo, quando o GN possuir maior quantidade na jazida em
comparação ao petróleo, esse será chamado de GN Não Associado, quando ocorrer
o inverso e o GN possuir na jazida um volume menor que o de petróleo, o mesmo
será conhecido como GN Associado.

Quanto ao GN Associado, (Fig. 04) Abreu e Martinez afirmam que na


realidade o GN associado não passa de um subproduto do petróleo, portanto,
quando não existir condições econômicas do seu aproveitamento, o mesmo será
reintroduzido na jazida petrolífera ou poderá ser feita a combustão do mesmo de
forma a não prejudicar o meio ambiente e a localidade onde fosse realizada a
extração do petróleo.

Figura 04 - Gás Natural Associado


29

Fonte: http://www.gasenergia.com.br/portal/port/gasnatural/oque.jsp

O GN Não Associado (Fig. 05) precisa ser aproveitado


economicamente, pois é indispensável para o desenvolvimento de tecnologias e da
produção, o que conforme Abreu e Martinez.

Durante muito tempo, quando as empresas buscavam na exploração do


petróleo, o gás natural encontrado - cujo aproveitamento nem sempre era
possível – foi considerado um estorvo, pois exigia cuidados especiais de
segurança (às vezes onerosos) para produção do petróleo (Abreu e
Martinez, 2003, p.29).
I

Figura 05 - Gás Natural Não Associado

Fonte: http://www.gasenergia.com.br/portal/port/gasnatural/oque.jsp

1.2.5 GN, seu uso e suas vantagens


30

O GN vem demonstrando que está disposto a participar efetivamente do


mercado como uma nova fonte de energia combustível em nível nacional, tornando-
se uma realidade que não pode ser recusada. A importância do GN é conhecida
através de sua versatilidade nas mais diversas utilizações, isto fica bem definido
quando Abreu e Martinez (2003, p. 24) comentam que “O uso do gás natural
como combustível é dominante, em substituição a praticamente todos os demais
combustíveis”.

No uso de uma fonte de energia combustível, um critério que aparece


como destaque, é a sua diversificação das áreas em que o mesmo pode atender e
concorrer com outras fontes, portanto
A versatilidade é uma das grandes vantagens do gás natural. A sua
amplitude de usos o faz um competidor potencial de quase todos os
demais combustíveis alternativos. No momento, o gás natural enfrenta o
carvão, o óleo combustível, a hidroeletricidade ou a energia nuclear na
geração de eletricidade. Enfrenta o óleo diesel e o GLP em aplicações
residenciais, comerciais e industriais. Mesmo na área de transporte, o gás
natural surge como forte concorrente à gasolina, diesel, GLP e /ou álcool
carburante (pelo menos em nichos importantes do mercado) (Santos, 2002,
p.101).
O GN ao mesmo tempo em que é competitivo também sofre com os
efeitos dessa rivalidade, pois existem fontes de energia combustível que possuem
uma grande consolidação no mercado, o que gera dificuldade para assimilação do
GN nas respectivas áreas de consumo, problema que o GN deverá vencer para
demonstrar a sua importância como uma nova fonte de energia combustível.

A sua participação no território brasileiro cresce, pois aparece como


uma alternativa de substituição para fontes de energias combustíveis, como:
gasolina, óleo diesel, álcool, gás liquefeito de petróleo, carvão mineral etc... . Logo,
não é de se esquecer que o Gás Natural é “considerado uma das mais nobres
fontes de energia, devido às suas qualidades de pureza, comodidade e segurança, o
Gás Natural é o combustível mais utilizado em quase todos os países de primeiro
mundo”(http://www.algas.com.br,acesso em 16/06/04).
31

É notório que o GN possui uma grande relevância para o meio-


ambiente, aspecto que na atualidade não pode deixar de ser observado, além de
possuir um grande potencial de substituir os mais diversificados tipos de
combustíveis existentes. Itens como o seu alto grau de pureza e a sua segurança
possibilitam seu uso (Quadro 04) com grande comodidade para os seus
exploradores e consumidores.

Quadro 04 - O uso do Gás natural no Brasil

Brasil – Gás Natural


Produção comercializável

2000 2002 Estrutura em Crescimento


% 2002 % aa
Setor 10³ m³/dia

Centrais elétricas 2.667 8.244 10,4 75,6

Outras transformações 1.298 959 5,0 -14,2


(não inclui UPGN)

Consumo final não- 2.270 2.082 8,8 - 4,4


energético (matéria-prima)

Consumo final energético 19.492 28.225 75,8 20,2

Setor energético
Residencial-Comercial
Automotivo 6.224 6.712 24,2 3,7
Industrial 547 1.176 2,1 46,5
855 2.688 3,3 77,0
Produção Comercializável 11.866 17.649 46,1 21,8

25.727 39.510 100,00 23,8

Fonte: Gás Natural: o combustível do novo milênio

O GN, como está sendo citado possui uma grande diversidade em seu
uso, o que o faz aumentar a sua participação do mercado atual, mas não se deve
32

esquecer que “A maior parte do gás natural produzido é utilizada como combustível,
para geração de energia (térmica, mecânica, elétrica, etc.) nos diferentes setores do
consumo” (Santos, 2002, p.103).

O uso do GN não está ligado exclusivamente à geração de energia.


Segundo Santos (2002, p.103), “Verifica-se que o gás natural tem algumas
aplicações não energéticas, como é o caso da sua utilização como matéria –prima
na indústria gasquímica e de fertilizantes”. O GN poderá ser usado nos campos de
produção de petróleo onde “Uma parte do gás associado retirado de um campo é
reinjetada no próprio campo ou em outro campo vizinho para manter a pressão do
reservatório e aumentar a recuperação de petróleo” (Santos, 2002, p.103).Na
indústria o GN poderá ser utilizado de diversas formas, no entanto,
O gás será utilizado, principalmente, na geração de vapor, em fornos que
permitam o aquecimento em altas temperaturas (ao redor de 1000º C), par
posterior processamento dos produtos, bem como através de sistemas de
cogeração ou na geração de energia elétrica (Santos, 2002, p.103).
O GN quando usado na indústria destaca-se principalmente quando é
realizado o sistema em cogeração, Santos (2002, p.179) afirma que “A cogeração é
a produção combinada de energia elétrica (através de energia mecânica) e de
energia térmica (produção de calor ou frio útil), a partir de uma única fonte de
combustível”.
O uso na indústria atinge diversos setores, os principais são: têxtil
(secagem), metalúrgica (fornos de fusão e estufas de secagem), vidro (fornos),
alimentos e bebidas (caldeiras, estufas e fornos), papel e celulose (secagem) e
cerâmica (fornos e secadores).

A grande diversidade de utilizações do GN é uma realidade que tem que


ser mais bem aceita, pois com a substituição de outras fontes de energia, o Brasil
poderá se tornar auto-suficiente na fabricação de diversos tipos de energia
combustível, o GN é relativamente novo no mercado e
No Brasil, o escopo de avanço do gás em usos industriais é simplesmente
gigantesco, e os ganhos potenciais e termos de aprimoramento da
competitividade e uso mais racional da energia, principalmente através da
redução do uso térmico da eletricidade, são muito grandes (Santos, 2002,
p.120).
Na atualidade, entre os usos do GN, em nenhum campo o avanço tem
sido realizado de forma mais rápida do que no setor veicular, onde o GN é mais
conhecido como Gás Natural Veicular (GNV). Segundo Abreu e Martinez (2003,
33

p.29) “O setor que apresentou a maior taxa anual de crescimento foi o setor
automotivo (77% aa), em função da grande aceitação pelo mercado da conversão
das frotas urbanas para o novo combustível”. Demonstrando o grande crescimento
do setor, que vem ajudando a popularizar o GN no país. Um dos apoios que o GNV
tem encontrado e que diferencia dos demais combustíveis usados no setor veicular
é que
... a grande vantagem do GNV é a quase ausência das emissões de
fuligem (material particulado) e de compostos de enxofre. Assim, em relação
aos motores a diesel, gasolina e álcool, os veículos movidos a gás natural
podem reduzir em mais 90% sa emissões de material particulado e de
óxidos de enxofre (dependendo da quantidade de enxofre presente no gás
natural) (Santos, 2002, p.121).
A diminuição de lançamento de partículas de materiais contaminantes
pelos veículos movidos a GNV, poderá ser ameaçada quando os kits de
instalação5 não possuir em qualidade, o que certamente acarretará em prejuízos
elevados para o meio-ambiente.

No uso residencial e comercial, o Brasil ainda apresenta um consumo


tímido, o que demonstra a falta de investimentos na área, o que leva a um fraco
desempenho do GN, diminuindo a área de abrangência que ele poderia ocupar.
Como arquétipo, Santos afirma que
No Brasil, por exemplo, dos 26,1 MM de m³/dia de gás natural vendidos
pelas companhias distribuidoras aos consumidores finais, em janeiro de
2002, o setor residencial contribuiu apenas com 403,3 mil m³/dia (1,55%),
enquanto o setor comercial contribuiu com 323,0 mil m³/dia (1,24%) (Santos,
2002, p. 142).
Em virtude do baixo consumo de GN na área residencial e comercial, a
expansão do gás no meio fica prejudicada, por não haver representatividade nos
valores consumidos diariamente no país, dificultando o desenvolvimento de
tecnologia que possibilite a fabricação de equipamentos diversos, logo
O gás doméstico não deve, portanto, restringir-se à cocção, como ainda
ocorre na maior parte das cidades brasileiras. Além do aquecimento do
ambiente e da cocção, os consumidores residenciais podem utilizar o gás
natural para o aquecimento de água, a lavagem/secagem de roupas, a
refrigeração, bem como ou em outros usos menos comuns (Santos, 2002,
p.142).

Quanto maior houver incentivo ao consumo do GN, os equipamentos


fabricados para o seu uso provavelmente estarão mais acessíveis aos

5
Kit de instalação é composto pelo cilindro que possui tamanho de acordo com o veículo, misturador, chave
comudatora, válvula do reservatório, suporte e outros equipamentos.
34

consumidores brasileiros e os preços poderão ser mais atrativos, o que sem dúvida
contribuirá na expansão do GN.

No ano de 2001 a falta de água nas principais hidroelétricas do Brasil


causou um colapso no sistema de fornecimento de energia elétrica do país, o que
acabou gerando a necessidade de controle rigoroso ao consumidor, sendo
estabelecida metas individuais de consumo de energia elétrica a serem seguidas,
além do risco de possíveis “apagões” nas cidades braisleiras. O governo brasileiro
começa naquele ano, 2001 a implantar uma nova política de energia elétrica, pois
“com a adoção do racionamento de eletricidade no Brasil, vários projetos de geração
de eletricidade através das unidades termelétricas a gás natural começaram a ser
implantados junto ao Gasbol” (Santos, 2002, p.41).

Observou-se também que o GN também deve ser visto como um


potencial redutor do consumo de energia elétrica, gerando energia para os mais
diversificados equipamentos elétricos.

O uso de termelétricas no Brasil constitui-se numa nova oportunidade


para o país, mas conforme Santos “... a concentração do consumo brasileiro de gás
representa na verdade, uma solução desbalanceada e que não privilegia os usos
mais eficientes e mais nobres do gás natural” (Santos, 2002, p.42). O que demonstra
que é de fundamental importância o correto direcionamento do uso do GN para que
não haja desperdício e um consumo inconsciente de uma fonte de energia
importante como o GN.

O GN apresenta uma série de vantagens (Quadro 05) aos mais diferentes


tipos de combustíveis, o que demonstra a grande importância que o referido gás
possui, pois se tratando da situação atual em que os países de todo o mundo
buscam novas fontes de energia combustível que substituam fontes como o petróleo
que possui as suas limitações, além da busca de fontes energéticas que não
agridam o meio-ambiente.
35

Devido às enormes oscilações que os mercados petrolíferos sofrem com


as constantes tensões existentes no Oriente Médio, o GN apresenta-se como uma
nova oportunidade para o desenvolvimento dos diversos países, sendo ele
desenvolvido ou em desenvolvimento, ocupando o seu valor na matriz energética de
cada país.

Quadro 05 - As Vantagens do uso do GN

Vantagens da Utilização do gás natural

1. Vantagens macroeconômicas

 Diversificação da matriz energética

 Fontes de importação regional

 Disponibilidade ampla, crescente e dispersa

 Desafogo dos sistemas de transporte rodo-ferro-hidroviário

 Atração de capitais externos de risco

 Melhoria do rendimento energético

 Maior competitividade das indústrias

 Geração de energia elétrica junto aos centros de consumo

2. Vantagens ambientais

 Baixíssima presença de contaminantes

 Combustão mais limpa

 Não emissão de particulados (cinzas)

 Não exige tratamento de gases de combustão

 Rápida dispersão de vazamentos

 Emprego em veículos automotivos


36

3. Vantagens diretas para o usuário

 Fácil adaptação das instalações existentes

 Não investimento em armazenamento e menor uso de espaço

 Menor corrosão dos equipamentos e menor custo de manutenção

 Menor custo das instalações

 Combustão facilmente regulável

 Elevado rendimento energético

 Admite grande variação de fluxo

 Pagamento após o consumo

 Menores prêmios de seguro

 Custo bastante competitivo com outras alternativas

Fonte: Gás Natural: o combustível do novo milênio.

1.3 A SUBSTITUIÇÃO DO GLP PELO GN NO EDIFÍCIO CATÂNIA

1.3.1 O Edifício Catânia

O Estado de Alagoas, precisamente a cidade de Maceió alvo da


pesquisa realizada, pois conforme a ALGAS “Alagoas possui uma das maiores
reservas de GN do país. São 7,7 bilhões de m³, representando mais de 10% do gás
nacional”(http://www.algas.com.br).A grande reserva de Gás Natural existente no
território alagoano, demonstra a potencialidade do mercado local em relação ao
país e a forma que os resultados vêm se desenvolvendo, com o crescimento do uso
nos setores industriais, residenciais, comerciais e como combustível para
automóveis, além de condições facilitadoras como a instalação da UPGN 6 no
município do Pilar, que possibilita as condições ideais para exploração e o
6
UPGN é a sigla de Unidade de Processamento de Gás Natural.
37

refinamento do GN, lembrando ainda a proximidade entre os municípios de Maceió


e Pilar, o que proporciona uma maior facilidade de chegada do referido produto aos
maceioenses.

O estudo em desenvolvimento abrange as edificações residenciais


privativas multifamiliares da cidade de Maceió, pois,

No setor residencial, depois de Rio de Janeiro e São Paulo, Maceió foi a


primeira capital a utilizar gás natural residencial. Houve um expressivo
crescimento: em janeiro de 2003, eram 19 prédios residenciais interligados;
hoje são 115 condomínios e mais de três mil unidades residenciais
atendidas com gás natural. (www.algas.com.br , acesso em 17/06/04).
Conforme o que foi apresentado acima, verificamos que a cidade de
Maceió possui uma posição consolidada quanto ao uso do GN em edificações
residenciais privativas multifamiliares. É inegável a tendência de que o GN ocupe
posição importante entre as fontes de energia combustível, o que confirma a
importância de acompanhamento contínuo e fiscalização nos processos de
substituição do GLP pelo GN.

No universo de edificações residenciais privativas multifamiliares da


cidade de Maceió, o Edifício Catânia (Figura 06) foi escolhido como referência para
o presente estudo, por apresentar inúmeras vantagens, o acesso irrestrito ao
mesmo possibilita torná-lo objeto de estudo e fonte de experiência para as demais
edificações residenciais privativas multifamiliares. O edifício fica localizado na rua
Senador Rui Palmeira, 374, CEP 57036-250, Bairro de Ponta Verde, Maceió –Al.

Figura 06 - Parte frontal do Edifício Catânia.


38

O EDIFÍCIO CATÂNIA

O Edifício Catânia é localizado em uma área das mais valorizadas da


capital alagoana, o bairro de Ponta Verde. O bairro vem sendo contemplado com
redes de tubulações que conduzem o GN por quase toda sua extensão,
possibilitando aos moradores e construtoras a utilização do GN nas edificações,
quando estas já utilizarem o GLP, poderá ocorrer ainda a substituição do mesmo e a
implementação propriamente dita do GN em seu lugar.

Para um conhecimento mais profundo da realidade do Edifício Catânia em


nível de tempo de construção e do sistema preventivo contra incêndio e pânico 7 foi
necessário realizar pesquisa junto à Diretoria de Serviços Técnicos do Corpo de
Bombeiros Militar de Alagoas, onde foi obtido o Laudo de Exigências de nº095/86
(Anexo I ), no qual o mesmo comenta que o Edfício Catânia é situado na Rua
Senador Rui Palmeira, Ponta Verde, Maceió, Alagoas, trata-se de um edifício
residencial com 5.494,40 m² (cinco mil novecentos e cinqüenta e quatro metros
quadrados) e que possui 11(onze) pavimentos, pertencente à CIPESA-Comércio e

7
Sistema Preventivo Contra Incêndio e Pânico é o sistema que abriga todos os equipamentos de combate e
proteção a incêndio (extintores, hidrantes, mangueiras de incêndio, esguichos e etc.) além de possuir
equipamentos usados para minimizar a geração de pânico em caso de sinistros diversos.
39

Ind. de Postes e Engenharia S/A, onde o requerimento para a emissão do Laudo de


Exigências a ser feito pelo Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas foi protocolado
com o nº 103/CB de 18 de julho de 1986 e que foi emitido no dia 14 de agosto de
1986.

O Sistema de Segurança contra incêndio e pânico é constituído de


10(dez) hidrantes de parede8, que serão auxiliados por uma bomba elétrica de
partida automática de 05(cinco) HP e 01(um) hidrante de recalque 9; a canalização de
incêndio deve resistir a uma pressão mínima de 18 Kgf/cm² e possui um diâmetro
de 53(cinqüenta e três) mm (2 ½ polegada), as caixas de incêndio atendem às
normas específicas e apresentam o mesmo número de hidrantes de parede. Cada
caixa de incêndio contém uma mangueira de quinze metros de comprimento, com
38(trinta e oito) mm (1 ½ polegada) de diâmetro e possui respectivamente um
esguicho de requinte de 13(treze) mm (1/2 polegada). No vão das escadas de todo o
edifício, ao nível de cada pavimento existem portas corta-fogo 10, além de possuir
portas corta-fogo nos vãos dos elevadores. O Sistema Preventivo tem como
complemento final os extintores de incêndio que são divididos da seguinte forma:
23(vinte e três) de Pó Químico Seco de 06 Kg e 01(um) de Gás Carbônico de 06 kg.

A empresa construtora do Edifício Catânia como anteriormente informado,


protocolou requerimento para a confecção do Laudo de Exigências no dia 18 de
julho de 1986, no entanto, a obra foi totalmente terminada no ano de 1988, e no dia
24 de agosto de 1988 foi emitido o Certificado de Aprovação 11(Anexo II) pelo Corpo
de Bombeiros Militar de Alagoas. Assim após serem examinados os documentos,
verificou-se que o Edifício Catânia possui mais de quinze anos do término da sua
construção. Outra informação importante é que o Corpo de Bombeiros Militar de
Alagoas na época estava vinculado à Polícia Militar de Alagoas, o que limitava muito

8
Ponto de tomada d'água provido de registro de manobra e união tipo engate rápido.
9
Dispositivo instalado em canalização preventiva, destinado à utilização pelas viaturas do Corpo de Bombeiros.
10
Conjunto de folha de porta, marco e acessórios que atendem às normas da ABNT, impedindo ou retardando a
propagação de fogo, calor e gases de ambiente para outro e resistindo ao fogo sem sofrer colapso por tempo
determinado.
11
Documento expedido pelo Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas após vistoria técnica realizada na edificação
solicitante, dando a aprovação do cumprimento de todas as determinações constantes no Laudo de Exigências.
40

o desenvolvimento do Corpo de Bombeiros e conseqüentemente as condições para


fiscalizações e vistorias muitas vezes eram prejudicadas.

1.3.2 O Uso do GLP no Edifício Catânia

Vale ressaltar que o uso do GLP no Edifíco Catânia foi limitado à cocção
de alimentos através dos fogões.

O Laudo de Exigências expedido pelo Corpo de Bombeiros Militar de


Alagoas não fornece nenhuma informação quanto ao tipo do sistema de alimentação
do gás consumido nos fogões dos apartamentos, não relatando a utilização de
botijões de 13 Kg de GLP fixos no interior dos apartamentos, ou descrevendo a
existência de uma instalação interna, que segundo o que comenta a
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) o “Conjunto de
tubulações, medidores, reguladores, registros e aparelhos de utilização
de gás, com os necessários complementos, destinados à condução e ao uso de
gás no interior da edificação, conforme figuras do anexo A“ (ABNT NBR 13932,
1997, p.3). Naturalmente durante o transcorrer da construção do Edifício Catânia, a
edificação foi sendo projetada para receber o GLP em tubulações.

O estudo será baseado no que é apresentado na atualidade, foi


observado que existe uma instalação interna que possui tubulações que interligam
os fogões dos apartamentos à Central de Gás de GLP. Segundo a ABNT, central
de Gás é a “Área devidamente delimitada que contém os recipientes transportáveis
ou estacionário(s) e acessórios, destinados ao armazenamento de GLP para
consumo da própria instalação (ABNT NBR 13523, 1995, p.2)”, o que
comprovadamente é o caso do Edifício Catânia, pois mesmo após a substituição do
GLP pelo GN, o espaço facultado à Central de Gás (Figura 08) ainda é visualizado,
agora não possuindo mais os recipientes que armazenavam o GLP e que era
consumido pelos apartamentos, o que demonstra a existência de tubulações para
realizar ligação entre a área de armazenagem e o fogão do consumidor.
41

. Figura 07 - - Central de uso para armazenagem do GLP

CENTRAL DE GÁS DESATIVADA

Notou-se que o Projeto de Segurança Contra Incêndio e Pânico do


Edifício Catânia não demonstrou em suas plantas a localização da rede de
distribuição, onde a ABNT comenta que a rede de distribuição é a “Tubulação com
seus acessórios, situada dentro do limite da propriedade dos consumidores,
destinada ao fornecimento de gás, constituída pelas redes de alimentação primária e
secundária, conforme figuras do anexo A” (ABNT NBR 13932, 1997, p.3).

Conforme o Laudo de Exigências do Edifício Catânia, foi visto que na


época não era exigida apresentação do projeto do gás canalizado, o que dificulta o
acompanhamento e a análise de como foi realizada a instalação da rede de
distribuição do edifício.

A exigência aplicada na atualidade ao uso de gás canalizado no


Estado de Alagoas em edificações residenciais privativas multifamiliares é regulada
através do Decreto de nº 004 de 22 de janeiro de 2000 que aprova a Reforma do
Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico (COSCIP), o qual o COSCIP
42

comenta em seu “Art. 5º Os projetos de segurança contra incêndio e pânico ou de


gás canalizado serão apresentados mediante requerimento em que seja solicitada
aprovação ou complementação das medidas de segurança neles indicadas
(COSCIP, 2000, p.4)”.

É importante salientar a exigência realizada pelo COSCIP quanto às


instalações internas de gás canalizado em edificações gerais, pois o projeto do gás
canalizado deverá ser confeccionado independente da apresentação do Projeto de
Segurança Contra Incêndio e Pânico, ou seja, caso a edificação utilize internamente
qualquer tipo de gás canalizado (em tubulações), existirão dois projetos paralelos, o
primeiro será referente aos critérios gerais de Segurança Contra Incêndio e Pânico e
o segundo abordará exclusivamente o processo de utilização do gás em tubulações
internas da edificação.

A forma de instalação da rede de distribuição das edificações pode ser de


forma aparente, embutida ou enterrada. Um importante item é a prumada e que
segundo a ABNT é a “Tubulação vertical, parte constituinte da rede interna ou
externa, que conduz o gás por um ou mais pavimentos” (ABNT NBR 13932, 1997,p
3), durante a pesquisa foi constatado que a prumada do edifício Catânia é
embutida, e a mesma percorre todo o edifício na vertical levando o gás a todos os
apartamentos, no entanto, existe uma parte da rede de distribuição situada no
subsolo (Figura 08 e Figura 09) do Edifício Catânia, onde funciona o estacionamento
dos moradores do edifício, que a tubulação está aparente, conforme comentário da
ABNT, a rede de distribuição nunca deverá passar no interior de
h) qualquer vazio ou parede contígua a qualquer vão formado pela
estrutura ou alvenaria ou por estas e o solo, sem a devida ventilação.
Ressalvados os vazios construídos e preparados especificamente para este
fim(shafts) ,os quais devem conter apenas as tubulações de gás, líquidos
não inflamáveis e demais acessórios, com ventilação adequada nas partes
superior e inferior, sendo que estes vazios devem ser sempre visitáveis e
previstos em área de ventilação permanente e garantida;
k) todo e qualquer local que propicie o acúmulo de gás vazado (ABNT NBR,
13932, 1997, p. 4);
Conforme o exposto acima, foi verificado que a instalação da rede de
distribuição do edifício Catânia não está de acordo com a ABNT, pois existe uma
tubulação aparente em cor laranja no subsolo, porquanto o GLP como anteriormente
citado é um gás mais denso do que o ar atmosférico, e que em caso de possível
43

vazamento, a densidade do GLP criaria dificuldade para o seu escoamento,


acarretando no acúmulo nas partes mais baixas do subsolo.

Figura 08 - Subsolo do Edifício Catânia e a tubulação laranja no interior do mesmo.

ESTACIONAMENTO DO EDIFÍCIO CATÂNIA – SUBSOLO

O possível acúmulo de GLP em parte baixas do subsolo do edifício, aliado


a uma proporção ideal com o ar, proporcionaria as condições necessárias para
ocorrência de uma explosão, logo, o GLP só dependeria de alguma centelha, faísca
ou similar para o desencadeamento desse fato, o que é agravado devido a grande
quantidade de veículos no local e onde se sabe que a partida dos veículos produz
faíscas que poderiam completar o quadro exigido para ignição. Portanto, a
observação feita demonstra um dos erros na instalação da rede de distribuição na
época em que a mesma foi instalada.
44

Figura 09 – Subsolo do Edifício Catânia e alguns veículos;

ESTACIONAMENTO DO EDIFÍCIO CATÂNIA – SUBSOLO COM TUBULAÇÃO EM


LARANJA AO FUNDO.

1.3.3 A Admissão do GN no Edifício Catânia

A admissão do GN no Edifício Catânia ocorreu no ano de 2003,


provavelmente entre os meses de setembro e novembro. Para entender melhor de
que forma foi realizado todo o processo de conversão de GLP para o GN foi preciso
entender a nova proposta de abastecimento apresentado ao Edifício Catânia.

O abastecimento do edifício Catânia na atualidade é realizado de forma


diferente de anteriormente, hoje não existe mais armazenamento de gás no interior
do edifício o que reflete em segurança para os moradores, a instalação interna
permite uma ligação direta da indústria ao consumidor, logo o sistema de
abastecimento pelo GN é baseado no consumo mensal dos apartamentos, pois
existe um medidor (Figura 10 e Figura 11) que funciona aos moldes da própria
energia elétrica no qual o consumidor tem a facilidade de pagar aquilo que foi
consumido; vale salientar que o consumo do GN no Edifício Catânia é dividido entre
45

todos os moradores de forma igualitária, independente da quantidade consumida em


cada apartamento.

Sabe-se também que este consumo poderia ser distribuído de acordo


com o consumo individual de cada apartamento, mas a impossibilidade de prática
de tal processo, deve-se ao uso da tubulação que antes fora adaptada para a
operação com o sistema de GLP em recipientes fixos.

Figura 10 – Medidor de GN, localizado no subsolo.

MEDIDOR DE GN FECHADO.
46

Figura 11 – Medidor de GN aberto, método de verificação de consumo similar ao de


energia elétrica.

MEDIDOR DE GN ABERTO.

As tubulações que estão localizadas na via pública foram fixadas pela


ALGÀS, e proporcionam uma grande segurança, pois segundo o Plano de Ação de
Emergência Integrado (PAEI) da Algás afirma,

O transporte do gás natural é feito, no seu estado gasoso, pela ALGÁS,


através de tubulações subterrâneas e aéreas construídas em aço carbono
de variados diâmetros, obedecendo normas de segurança nacionais e
internacionais.Antes que o gás natural seja consumido pela indústria, é
necessário controlar sua pressão, baixando-a para o nível operacional dos
equipamentos internos. Para isso existem Estações Redutoras de Pressão
localizadas no trajeto da tubulação e dependências dos consumidores. O
gasoduto vem sendo operado por pessoal treinado e capacitado, o que tem
garantido a segurança do sistema desde 1983, sem nenhuma ocorrência de
emergência. O sistema de distribuição do gás natural é o mais seguro de
todos os que envolvem produtos inflamáveis. Seu risco é controlado pela
própria condição do transporte, que é feito por tubulação subterrânea na
maior parte do trajeto. A tubulação está enterrada a 1,20 m, em média, e
passa por todo um tratamento superficial antes de ser enterrada para
conduzir o gás natural. É jateada com areia, revestida com várias camadas
de fitas plásticas e, após enterrada no solo, recebe uma proteção elétrica
denominada “Proteção Catódica”. Existem, ainda, caixas de válvulas nos
trajetos da tubulação, que permitem, dentre outras aplicações, o bloqueio do
fluxo de gás (PAEI-Algás, 2003).

Como mencionado, as caixas de válvulas de bloqueio que são instaladas


no decorrer das tubulações permitem um acompanhamento e controle dos possíveis
47

vazamentos, podendo interromper o fornecimento de GN em vários pontos


previamente escolhidos. A tecnologia utilizada nos procedimentos realizados na
preparação das tubulações, demonstra o alto nível da tecnologia empregada na
indústria do Gás Natural, gerando grande segurança nas tubulações das vias
públicas de Maceió.

A instalação interna do Edifício Catânia foi utilizada para o recebimento e


distribuição do GLP durante vários anos, mas mediante a substituição ocorrida no
ano de 2003, o GLP não aparece mais como fornecedor de energia calorífica para
os fogões dos apartamentos do edifício. Inicialmente a Central de Gás utilizada para
o armazenamento de GLP foi desativada, sendo retirados os dois recipientes
estacionários12 que antes estavam ali localizados.

A pesquisa procura abordar como foi realizada a substituição do GLP


pelo GN, haja vista as características diferentes de ambos os gases. Feito a
pesquisa a normas técnicas que privilegiam o assunto, observou-se que a ABNT
contempla as condições para a correta substituição ou conversão dos gases,
exigindo algumas providências por parte dos envolvidos no assunto, sejam os
moradores do edifício como usuários, a ALGÁS como empresa fornecedora e o
Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas como órgão fiscalizador.
5.7 A conversão da rede de distribuição interna

A conversão da rede de distribuição interna de GLP para GN ou de GN para


GLP deve envolver no mínimo as seguintes providências técnicas.

5.7.1 Verificação Teórica, através de cálculo, da possibilidade de conversão


da rede, exigida para instalações existentes que se quer converter.
5.7.2 Ensaio de estanqueidade da rede atendendo aos procedimentos
estabelecidos no item 4.6, e com no mínimo 1,5 vez a máxima pressão
prevista para operar com o gás substituto.
5.7.3 Verificação da adequação dos ambientes.
5.7.4 Substituição dos reguladores de pressão, ou de conjuntos de peças
para adequá-las ao gás substituto.
5.7.5 Regulagem dos dispositivos de segurança, para nova situação ou
instalação desses dispositivos quando não existirem.
5.7.6 Substituição dos gases na rede de distribuição.
5.7.7 Conversão e regulagem dos aparelhos de utilização de gás ou
substituição daqueles que não admitirem conversão para o gás substituto.
5.7.8 Medição do nível de CO, segundo os níveis de ensaios da NBR
8130( ABNT NBR 14570, 2000, 13).

12
São recipientes de aço, cilíndricos que armazenam até 190 kg de GLP cada um.
48

A descrição realizada pela ABNT revela quais as necessidades básicas


para a substituição do GLP pelo GN, ou vice-versa, além de verificar a possibilidade
de utilização da instalação já existente. No caso do Edifício Catânia foi observado
que a instalação interna existente que antes usava o GLP passou a usar o GN, o
que fica bem visível através da junção (Figura 12 e Figura 13) entre as tubulações
existentes no subsolo do edifício. A tubulação de cor laranja é a mesma usada no
fornecimento do GLP e agora para o GN, a mesma foi ligada a tubulação amarela
que é proveniente da rede pública de tubulações, ou seja, pertence a ALGÁS.
Verificou-se que a diferença de cores evidenciou os dois momentos no uso dos
gases no edifício, vale salientar que “Toda tubulação de gás aparente deve ser
pintada na cor amarela... (ABNT NBR 14570, 2000, p. 5)”.

Figura 12 - Visão Fechada da tubulação

LOCAL ONDE FOI REALIZADA A JUNÇÃO DAS TUBULAÇÕES


49

Figura 13 - Visão Aberta da tubulação.

TUBULAÇÕES NO SUBSOLO NAS CORES LARANJA E AMARELA.

A ABNT relata a necessidade de realização de cálculos para observar se


a rede de distribuição possui condições de receber outro tipo de gás, o que decorre
principalmente das características diferentes que os gases possuem, e estes
cálculos usados para o dimensionamento da rede. Segundo a ABNT,

O dimensionamento da tubulação de gás deve ser realizado de modo a


garantir a vazão necessária para suprir a instalação levando-se em conta a
perda de carga máxima admitida para permitir um perfeito funcionamento
dos aparelhos de utilização de gás (ABNT NBR 14570, 2000, p.8).
Conforme o que comenta a ABNT (2000), o dimensionamento da rede
envolvem o cálculo dos seus diâmetros, devendo ser utilizado na rede de
distribuição os maiores diâmetros encontrados. A não observância na instalação da
rede por parte do responsável poderá acarretar em prejuízos para o correto
funcionamento do sistema, podendo gerar diminuição de pressão ou mesmo o
excesso.
50

As fórmulas utilizadas para o dimensionamento das tubulações da rede


interna são informadas pela ABNT, onde

Sugere-se que os diâmetros dos tubos da rede interna sejam calculados


com o emprego das seguintes fórmulas:
a) Q0,9 = 2,22x 10-2 (H x D4,8 / S 0,8 x L)0,5
b) PA²(abs) - PB²(abs) = 4,67 x 105 x S x L x Q1,82 / D4,82
onde:
Q é a vazão do gás, em normal metro cúbico;
D é o diâmetro interno do tubo, em milímetro;
H é a perda de carga máxima admitida em quilopascal;
L é o comprimento do trecho da tubulação;
S é a densidade relativa do gás em relação ao ar (adimensional);
PA é a pressão de entrada da cada trecho, em quilopascal;
PB é a pressão de saída da cada trecho, em quilopascal;

Entre os itens que compõem a fórmula, existem duas constantes de


diferentes valores que incidirão de forma a influenciar diretamente o resultado a ser
obtido.

A primeira é a pressão de entrada do gás, que segundo a ABNT (2000)


no uso do GN, a pressão de entrada será de 1,96 KPa e no GLP será de 2,74 KPa.

A segunda é a densidade do gás que varia segundo o tipo de gás. Como


o GLP é possuidor de densidade maior que o GN, e conforme a aplicação em
fórmula, naturalmente as tubulações que forem utilizar o GLP apresentarão
diâmetros maiores que o GN. Assim os cálculos de dimensionamento de rede são
extremamente necessários, a sua apresentação e cobrança por parte do Corpo de
Bombeiros Militar de Alagoas, pois é de vital importância para o controle e
fiscalização dos serviços realizados.

O ensaio de estanqueidade ou teste de estanqueidade (Anexo III) é


realizado da seguinte forma “ A rede deve ser submetida à pressão de ensaio por
um tempo não inferior a 60 min, após estabilizada a pressão de ensaio, sem
apresentar vazamento(NBR 14570 ABNT, 2000, p. 6)”. Ainda conforme a NBR 14570
51

da ABNT, é necessário a realização de dois testes ou ensaios; o primeiro será


realizado quando a rede estiver exposta e o segundo quando esta estiver pronta
para a liberação do abastecimento pelo GLP ou GN. Como no Edifício Catânia a
rede de distribuição foi reutilizada, o tempo de pressurização da mesma foi de duas
horas consecutivas, e o ensaio foi realizado no dia 23 de setembro de 2003.

Na pressurização da rede de distribuição “Deve ser usado manômetro


com fundo de escala de até 1,5 vez a pressão do ensaio, com sensibilidade e
diâmetro adequados para registrar a leitura máxima e as variações de pressão
(ABNT NBR 14570, 2000, p. 6)”.

A verificação da adequação do ambiente não foi realizada, o estudo é


necessário para viabilizar se o gás a ser empregado possui condições de uso na
edificação e deve ser apresentado documento ao CBMAL.

Foi observado que não houve apresentação ao CBMAL de documentação


explanando o processo de substituição dos reguladores de pressão e dos conjuntos
de peças para adequação ao gás substituto.

Não foi apresentada nenhuma documentação descrevendo a existência


de dispositivo de segurança ou a instalação da mesma.

A substituição dos gases ocorreu, haja vista a própria instalação do GN e


seu consumo nos apartamentos, no entanto, não houve descrição de como ocorreu
esta.

Os fogões que utilizam o GN foram adaptados ao seu uso, no entanto,


não foi descrito como foi realizada a substituição das peças.
52

Foi observado que não foi realizado o teste de medição do nível de CO


(Monóxido de Carbono), verificando a emissão do referido gás durante a sua
queima, feita a verificação, a mesma deverá ser atestada através de documentação
expedida ao CBMAL.

Com a pesquisa realizada foi possível demonstrar a importância da


observância dos critérios estabelecidos em normas, assim o processo de
substituição do GLP pelo GN em edificações residenciais privativas multifamiliares
deve obedecer a critérios rígidos de segurança, o que irá proporcionar maior
segurança para a sociedade alagoana e maceioense.

De acordo com o que é determinado pelo COSCIP em seu Capítulo XXII


que relata sobre as exigências realizadas para a correta Instalação de Gás
Canalizado em qualquer edificação, devendo obedecer ao estabelecido no Art. 196,
o mesmo afirma que

O gás utilizado em aparelhos técnicos de queima, como combustível para


fins industriais ou domésticos (produção de energias, aquecimento,
secagem de roupas, iluminação e outros), obedecerão ao que preceitua
Capítulo XXI e às normas da ABNT, prevalecendo sempre o critério da maior
segurança.
De forma geral o COSCIP refere-se à utilização de GN e GLP em
edificações no seu Art. 201onde comenta que:

As instalações de gás combustível, para as edificações referidas no


Capítulo III, serão dos tipos apresentados abaixo:
V – instalação pública: aquela cuja alimentação é feita diretamente da rede
de distribuição pública.
§ 2º As instalações de que trata o "caput" deste artigo deverão ser
projetadas e executadas para que se permita o uso de GN (gás natural) e,
alternativamente, de GLP (gás liquefeito de petróleo), nesta
ordem”(COSCIP,2000:41).
O que demonstra que as tubulações devem atender tanto ao uso do GN
como o do GLP, o que obedecerá aos critérios que foram anteriormente citados no
decurso da pesquisa.

Durante o decorrer da pesquisa foi verificado que o COSCIP possui em


suas linhas grandes limitações quanto ao processo de substituição de gases, no
53

entanto, a mudança do GLP pelo GN ou vice-versa deverá sempre obedecer às


condições expostas no COSCIP e na deficiência de especificações do mesmo em
relação aos referidos procedimentos a serem adotados, devem-se procurar normas
que garantam a segurança e a integridade da sociedade, o que é demonstrado
conforme o Art. 260 que afirma que

Caso se verifiquem quaisquer divergências entre normas constantes neste


Código e outras, por ele adotadas e oriundas de outros órgãos ou
instituições, prevalecerão aquelas que apresentarem maiores restrições em
relação aos critérios de segurança (ALAGOAS, Decreto nº 004, Código de
Segurança Contra Incêndio e Pânico Capítulo XXVII, Das Disposições
Gerais e Transitórias, 2000. p. 52)”.

1.3.4 As vantagens do GLP e do GN no edifício Catânia ;

No estudo realizado foi observado que o GLP e o GN são gases que


possuem grandes semelhanças, e de certo modo ambos são gases naturais, e o que
os difere basicamente é que o GN não é um derivado direto das frações do petróleo,
o que no caso do GLP não é verdade,pois ele é extraído das frações do petróleo, e
podendo também ser um produto vindo do próprio GN.

Entre as propriedades que o GLP possui, a que demonstra uma maior


vantagem em relação ao GN, é que o GLP possui um poder calorífico maior que o
GN, o que representa maior energia calorífica quando o referido é utilizado para a
cocção de alimentos no edifício Catânia.

Quadro 06 - Temperatura Mínima de Ignição

Temperatura mínima de AUTO-IGNIÇÃO


Gás com ar com oxigênio puro
Gás Natural 580ºC 555ºC
GLP 420º - 480ºC (*) 285º - 470ºC (*)
Hidrogênio 570ºC 560ºC
Acetileno 305ºC 296ºC

(*) Varia segundo a composição.

Fonte: http://www.krona.srv.br/display06.htm
54

O GN apresenta uma série de vantagens em relação ao GLP, as


principais verificadas no estudo do edifício Catânia foram as seguintes:

 Menor custo financeiro;

 Densidade menor, o que facilita a sua dispersão no ambiente;

 Não existe armazenamento de gás no interior da edificação;

 Ponto de auto-inflamação maior;

 Produto gerado em Alagoas;

 Fornecimento contínuo e sem interrupções;


55

CAPÍTULO II

APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS

No presente capítulo serão apresentados e analisados os dados obtidos


através do questionário fechado aplicado ao morador do edifício Catânia e da
entrevista realizada junto ao Diretor de Serviços Técnicos do Corpo de Bombeiros
Militar de Alagoas.

O questionário fechado buscou verificar a opinião do morador do referido


edifício em relação ao GN, que se trata de uma nova fonte de energia que está
sendo apresentada para a sociedade alagoana e maceioense.

A entrevista foi realizada junto ao citado Diretor, e buscou contemplar a


opinião do Corpo de Bombeiros ao advento do uso do GN como fonte de energia
combustível para os fogões dos edifícios da cidade de Maceió, onde foi verificado
se realmente está ocorrendo aplicação das normas que satisfazem a segurança
contra incêndio e pânico.
56

2.1 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS QUESTIONÁRIOS

O quantitativo de mulheres e homens no edifício Catânia aparece


bastante desigual, onde através do gráfico é percebido que os homens tiveram uma
maior participação que chega a sessenta e dois por cento do total das pessoas
submetidas ao questionário.
57

A disposição apresentada no gráfico demonstra que o número de


pessoas entre vinte e um anos e quarenta anos consiste em grande maioria das
pessoas submetidas ao questionário aplicado no edifício Catânia, esse número
perfaz um total de cinqüenta e nove por cento do total.
58

A população de moradores existentes no edifício Catânia possui


considerável nível de escolaridade, o que se tornou notório mediante o quantitativo
de pessoas que possuem o nível superior que conforme o gráfico aponta para
cinqüenta e nove por cento do total de pessoas submetidas ao questionário. O fator
escolaridade é determinante para influenciar o processo participativo do
condomínio. O que foi observado é que o morador possui conhecimento do que
está acontecendo em sua volta e participa das decisões tomadas no edifício.
Vale salientar que o nível de escolaridade foi um ponto crucial para a boa
compreensão e resposta do questionário.
59

Cerca de quarenta e cinco por cento dos moradores que responderam ao


questionário, acreditam que o aproveitamento incorreto dos recursos naturais é a
principal causa da dependência que o Brasil possui em relação ao petróleo, vale
destacar ainda que trinta e um por cento do total dos moradores também
correlacionaram a falta de interesse político como um item importante na
contribuição para dependência petrolífera brasileira, o morador tem consciência da
potencialidade do país e o que falta para o desenvolvimento são políticas corretas
para o setor.
60

Para sessenta e cinco por cento dos moradores submetidos ao


questionário à aparição de novas fontes de energia causaria maior concorrência e
diminuição os preços, o Gás Natural aparece como exemplo da referida situação,
pois o mesmo poderá substituir diversas fontes de energia, principalmente o
petróleo, o que é observado é que o Gás Natural na atualidade possui um custo
baixo em relação aos seus concorrentes acirrando a concorrência no setor.
61

Foi apontado por cerca de sessenta e dois por cento dos moradores que
responderam ao questionário que a diminuição dos custos do condomínio foi o
principal motivo da substituição dos gases no edifício, o que demonstra que a
segurança que o Gás Natural possui não foi o motivo principal, pois o mesmo em
relação ao Gás Liquefeito de Petróleo possui uma série de vantagens e dentre estas
um item importante é a segurança maior que o Gás Natural proporciona aos seus
usuários.
62

A porcentagem de setenta e nove por cento de opiniões sim, em relação


ao conhecimento da participação do corpo de bombeiros no processo de
substituição dos gases no edifício Catânia, demonstra que o morador participou do
processo de substituição dos gases ocorrido no edifício.
63

Esta foi à única pergunta do questionário que obteve unanimidade em sua


resposta, ou seja, cem por cento dos questionados onde os moradores afirmaram
que conheciam o tipo de gás utilizado nos fogões.
64

Apesar da unanimidade dos moradores em afirmarem que conheciam o


tipo de gás utilizado no edifício Catânia, foi observado que no referido quesito dez
por cento dos moradores afirmam que o gás utilizado é o Gás Liquefeito de
Petróleo, somados ainda a três por cento de opiniões para o gás de Nafta, onde se
verificou a existência de moradores que não sabiam o tipo de gás utilizado no
edifício. No entanto oitenta e sete por cento dos moradores sabem que o Gás
Natural é o gás usado nos fogões do edifício.
65

Para oitenta e três por cento dos moradores do edifício Catânia, a


chegada do Gás Natural se dá por tubulações externas ao edifício e que são ligadas
às tubulações internas do edifício. Verifica-se que o conhecimento do uso do Gás
Natural no edifício, por parte dos moradores acabou por influenciar na resposta
atual, pois as porcentagens obtidas em ambas perguntas são bastante próximas.
66

A segurança que o Gás Natural proporciona no seu uso e a diminuição de


liberação de poluentes no meio-ambiente são uma das principais características que
o gás possui. O morador do edifício Catânia julga que as duas características são
fatores importantes que um gás deve possuir, onde cinqüenta e sete por cento
gostariam de ter um gás proporcione segurança e vinte e cinco por cento gostariam
de ter um gás que poluísse menos o meio-ambiente,logo,o Gás Natural atende aos
dois anseios dos moradores.
67

Cerca de setenta e sete por cento dos moradores sabem que o Gás
consumido nos fogões do edifício é proveniente de exploração realizada no próprio
estado de Alagoas, o que demonstra que o Gás Natural está sendo divulgado como
uma nova fonte de energia, e que principalmente o mesmo constitui-se em uma
grande oportunidade para desenvolvimento do estado, gerando recursos e emprego
para os alagoanos.
68

Entre todas as perguntas realizadas no questionário esta foi a que obteve


maior equilíbrio em suas respostas, onde cerca de vinte oito por cento dos
moradores afirmam que o residencial é setor com maior participação do Gás
Natural, e em segundo lugar com vinte e quatro por cento das opiniões aparece os
setores industrial e comercial, e na terceira opção temos o setor de combustível com
a finalidade para postos de combustíveis de automotores. Contrariando a opinião
emitida pelo morador o setor que tem menor participação no consumo do gás natural
é o residencial, conforme o estudo realizado.
69

2.2 ENTREVISTA

A entrevista foi realizada junto ao Diretor de Serviços Técnicos do Corpo


de Bombeiros Militar de Alagoas, esta é responsável pelo cumprimento da legislação
de segurança contra incêndio e pânico em Alagoas. A finalidade principal da
realização da entrevista foi de verificar quais as providências que estão sendo
adotadas pelo Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas na substituição de gases nas
edificações residenciais privativas multifamiliares, observando principalmente as
normas que estão em vigência, além de buscar a opinião quanto ao novo mercado
do Gás Natural em Alagoas.

Na primeira pergunta ao Diretor de Serviços Técnicos, foi questionado ao


mesmo qual seriam os motivos da inserção do GN nas edificações citadas obtendo-
se a seguinte resposta “No tocante a prevenção contra incêndio, o gás natural (GN)
foi muito importante por motivo do abastecimento ser diretamente por tubulação, o
que não acontecia com o Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) por ter a central de gás,
conseqüentemente maior risco de vazamento ou de explosão”. A opinião demonstra
que o GN vem para ofertar melhores condições de segurança ao morador,
principalmente no que se refere à armazenagem interna, onde anteriormente eram
usados cilindros para o uso do GLP. Com o advento do GN no edifício o
armazenamento não existe mais armazenamento de cilindros na edificação, o que
gera mais segurança.

Na segunda pergunta ao Diretor de Serviços Técnicos, foi questionado ao


mesmo se Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas tem sido avisado pelas
edificações residenciais privativas multifamiliares quando ocorre a substituição do
GLP pelo GN, e principalmente aquelas edificações que utilizaram as mesmas
tubulações após a substituição, onde obtive como resposta que “Na maioria das
Vezes, a Diretoria de Serviços Técnicos (DST), não é avisada quando ocorre a
substituição do GLP pelo GN, porém tem sido freqüente a entrada de projeto de
segurança contra incêndio e pânico por engenheiro de segurança, solicitando a
modificação de GLP para GN”. Na referida resposta foi observado que o
conhecimento da substituição dos gases acontece via projeto de instalação do gás
70

que é enviado ao Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas, e que na maioria das


vezes o Corpo de Bombeiros não é avisado, ou seja, não existe uma consulta
prévia para saber se é possível ocorrer à substituição, logo o caso do edifício
Catânia ilustra bem a realidade, pois primeiro foi feito à substituição do gás. No
caso em estudo o edifício Catânia recebeu uma fiscalização do Corpo de Bombeiros
em seguida o edifício fez um requerimento para realização de vistoria técnica na
edificação, visando obter a renovação do certificado de aprovação. No entanto, foi
observado que a data de realização do teste de estanqueidade é vinte e nove de
setembro de dois mil e três e o requerimento de vistoria para o certificado de
aprovação é de nove de dezembro de dois mil e três, o que nos demonstrou que a
substituição ocorreu somente com o conhecimento do consumidor (Edifício Catânia)
e do fornecedor( Algás), pois o Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas só começou a
ter conhecimento e participar do processo em virtude da realização das
fiscalizações que ocorrem diariamente nos bairros.

Na terceira pergunta ao Diretor de Serviços Técnicos, foi questionado ao


mesmo qual seriam os testes utilizados nas edificações que utilizavam o GLP e que
foi substituído pelo GN e permanecem a usar a tubulação de origem, onde foi
informado que “A Diretoria de Serviços Técnicos (DST) não é responsável pelos
testes nas tubulações ou centrais de GLP ou GN, porém todos os projetos de
segurança contra incêndio e pânico que tem central de gás canalizado é obrigatório
à apresentação do teste de estanqueidade, portanto, na substituição do GLP pelo
GN este teste continua sendo obrigatório”. Na realidade o único teste realizado é o
de Estanqueidade, o que demonstrou que não são apresentados ao Corpo de
Bombeiros Militar de Alagoas quesitos importantes como: cálculo teórico que
autorize a substituição, verificação do nível de Monóxido de carbono, à realização da
verificação dos ambientes, à correta substituição dos reguladores de pressão, a
regulagem ou implantação dos dispositivos de segurança. Quesitos como os citados
são importantes para a realização de uma substituição segura.

Na quarta pergunta ao Diretor de Serviços Técnicos, foi questionado ao


mesmo quais literaturas que estão sendo utilizadas no Corpo de Bombeiros Militar
de Alagoas, onde respondeu que “Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico
de Alagoas e Normas Técnicas da ABNT”.O que foi observado é que apesar de citar
71

o uso das normas da ABNT, muitos critérios que nelas estão contidos não estão
sendo seguidos, haja vista que o COSCIP de Alagoas em seu texto afirma, que
caso se verifique quaisquer divergências entre normas constantes no COSCIP e
outras por ele adotadas e oriundas de outros órgãos ou instituições, prevalecerão
aquelas que apresentarem maiores restrições em relação aos critérios de
segurança, logo critérios que deveriam ser observados não estão sendo cumpridos,
o que acaba prejudicando o nível de segurança nas edificações residenciais
privativas multifamiliares.

[
72

CAPÍTULO III

CONSIDERAÇÕES FINAIS

3.1 Considerações Gerais

Considerando as informações provenientes do estudo realizado quanto a


forma que vem ocorrendo a substituição do GLP pelo GN nas edificações
residenciais privativas multifamiliares, foi verificado que as hipóteses que
anteriormente foram mencionadas e que levantavam diversas suspeitas, onde as
principais hipóteses eram: a de ocorrência de possíveis falhas no processo de
substituição dos gases, a falta de testes necessários que permitissem a substituição
dos gases e a falta de conhecimento da substituição dos gases por parte do
CBMAL.

Através do estudo abordado foi possível visualizar falhas no processo de


substituição dos gases ocorrido nas edificações, pois as exigências mínimas para a
substituição dos gases não foram realizadas, deixando de ser observado as
seguintes: verificação teórica através de cálculo que permita o uso da tubulação, a
medição do nível de monóxido de carbono, a verificação de adequação do ambiente,
a substituição dos reguladores de pressão e a regulagem dos dispositivos de
segurança ou até mesmo a sua instalação. Na entrevista concedida pelo Diretor de
Serviços Técnicos ficou bastante claro que na maioria dos casos o CBMAL não toma
conhecimento da substituição dos gases nas edificações, o que confirma uma das
hipóteses abordadas.
73

O primeiro capítulo do estudo buscou realizar uma abordagem ao estudo


do GLP, ao estudo do GN e a substituição do GLP pelo GN no edifício Catânia.

O estudo do GLP foi baseado na investigação dos seguintes critérios: a


sua formação, a origem no mundo e no Brasil, a composição e suas propriedades e
seus usos e vantagens.

No estudo do GN foram observados os seguintes tópicos: a sua


formação, a origem no mundo e no Brasil, a composição e suas propriedades, a sua
associação e seus usos e vantagens.

Na substituição do GLP pelo GN no edifício Catânia foram enfatizados os


seguintes pontos: o edifício Catânia, o uso do GLP, admissão do GN e as vantagens
do GLP e do GN no edifício.

No segundo capítulo está o resultado obtido da apresentação e análise


dos dados, obtidos através de aplicação do questionário ao morador do edifício e da
entrevista realizada junto ao Diretor de Serviços Técnicos do CBMAL.

3.2 Conclusões

É chegada à conclusão que o processo de substituição do GLP pelo GN


nas edificações residenciais privativas multifamiliares é realizado em sua maioria
sem a ciência do CBMAL, além de possuir erros e falhas no decorrer do processo.
O que requer maior atenção do CBMAL como órgão fiscalizador da segurança
contra incêndio e pânico em Alagoas e na capital Maceió, uma vez que em tais
edificações, habita um considerável número de pessoas, o que reforça a
preocupação com a situação.

Os moradores do edifício Catânia demonstraram que possuem


conhecimento das mudanças que estão ocorrendo em seu redor, principalmente ao
que se refere à substituição do GLP pelo GN, onde ele evidencia o entendimento do
GN como uma nova fonte de energia, que é gerada no próprio estado de Alagoas.
74

3.3 Sugestões

Apesar do processo de substituição do GLP pelo GN possuir a


participação de vários setores da sociedade, representados pela ALGÁS S.A , pelos
consumidores e pelo CBMAL, as sugestões serão dirigidas ao CBMAL,pois este tem
papel fundamental na defesa dos interesses do cidadão alagoano e em específico
neste estudo ao maceioense, logo são realizadas as seguintes sugestões:

 Realização de convênio com a ABNT, para possibilitar o


acompanhamento da evolução das normas de segurança contra incêndio e pânico;
 O seguimento das normas existentes na ABNT para conversão de
GLP para GN e vice-versa nas edificações;
 Reunião com o Sindicato dos Condomínios do Estado de Alagoas
ou similar existente, explanando ao mesmo os caminhos a serem percorridos para
realização da substituição dos gases nas edificações;
 Fiscalização aos edifícios que realizaram a substituição dos gases
sem o conhecimento do CBMAL;
 Firmar acordo junto a ALGÁS S.A para que a mesma seja uma
parceira na cobrança das exigências mínimas nos edifícios que solicitarem a
substituição dos gases;

 Reestruturação do projeto de gás canalizado exigido pelo CBMAL,


de forma que o mesmo contemple as normas da ABNT;
75

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABREU, Percy Louzada de. MARTINEZ, José Antônio. Gás natural: o combustível
do novo milênio. 2. ed. Porto Alegre: Plural Comunicação, 2003.

ALAGOAS. Decreto nº 004, de 22 de janeiro de 2000.Reforma do Código de


Segurança Contra Incêndio e Pânico.

ALAGOAS. Lei nº 6212, de 26 de dezembro de 2000.Dispõe da Organização Básica


do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Alagoas e dá outras providências.
Diário Oficial do Estado de Alagoas, Poder Executivo, Maceió, AL, 23 de janeiro
de 2003.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 13523. Central de Gás


Liquefeito de Petróleo. Rio de Janeiro, Out. 1995.

_______________________________NBR 13932. Instalações Internas de gás


liquefeito de petróleo (GLP)-Projeto e execução. Rio de Janeiro, Ago. 1997.

_______________________________NBR 14570. Instalações internas para uso


alternativo dos gases GN e GLP - Projeto e execução. Rio de Janeiro, Ago. 2000.

CALDEIRA, Jorge. Mauá, o Empresário do Império. São Paulo: Companhia das


Letras, 1995, p. 289/90.

FELTRE, Ricardo. Fundamentos da Química: volume único. 1. ed. São Paulo:


Moderna, 1990. 505 p.

Gás canalizado atende 3 mil apartamentos,Alagoas, 11/05/04.Disponível em


<http://www.algas.com.br>. Acesso em 17/06/04.

Gás Natural; O que é: Disponível em <http://www.algas.com.br/gas-


natural/oquee.asp.>.Acesso em 16/06/2004).
76

Gás Natural; Reserva: Disponível em <http://www.algas.com.br/gas-


natural/reserva.asp.>.Acesso em 16/06/2004).

MELLO, Vanderlei de. Proposta para instalação e utilização de Gás Liqüefeito de


Petróleo - GLP, como fonte alternativa para a pista da escola de bombeiros em
Franco da Rocha –São Paulo (1995).

O GLP O que é densidade: Disponível em


<http://www.ultragaz.com.br/glp/o_glp/densidade.htm>. Acesso em 18/06/04.

Petróleo : Disponível em <http://bioloógos.ubbi.com.br.pagina3. html>. Acesso em


14/06/04.

Petróleo Informações Técnicas GLP-Gás Liquefeito de Petróleo. Disponível em


<http://www.redenergia.com.br/Petroleo/petrloleo.html#GLP>. Acesso em 15/06/04.

Plano de Ação de Emergência Integrado: Disponível em<


http://www.algas.com.br>. Acesso em 16/06/04.

SANTOS, Edmilson Moutinho dos. Gás natural: estratégias para uma nona
energia no Brasil. São Paulo: Annablume, 2002.
77

ANEXO

Anexo I
78
79
80

Anexo II
81

Anexo III
82
83
84

Anexo IV

Este questionário está endereçado ao morador do Edifício Catânia que


possuir idade mínima de 18 anos, exigência que visa atingir maior precisão na sua
aplicação e conseqüentemente na análise das respostas. Será distribuído um por
apartamento. O presente documento servirá de embasamento para um estudo
monográfico a ser apresentado ao final do Curso de Gestão Contra Sinistros do
Corpo de Bombeiros do Ceará, e será usado como forma de aprovação no curso.
O citado estudo vem sendo realizado por mim Sérgio André Silva Verçosa, onde
sou morador do apartamento 801 do próprio Edifício Catânia. O motivo de não
poder está realizando o questionário junto aos Senhores moradores é que no
momento estou em curso no Estado do Ceará, portanto agradeço a participação e
ajuda neste trabalho que é muito importante para minha carreira profissional no
Corpo de Bombeiros de Alagoas. Muito Obrigado!

Questionário

Observação: Assinale com um ( X ) apenas uma das alternativas oferecidas.

1.Sexo: Masculino ( ) Feminino ( ).

2.Idade: ______
2.1 ( ) 0 a 20 anos.
2.2 ( ) 21 a 40 anos.
2.3 ( ) 41 a 60 anos.
2.4 ( ) Acima de 60 anos.

3. Grau de Escolaridade:_____________
85

4. O Sr(a) como cidadão brasileiro,sabe qual dos motivos abaixo contribui


para a dependência que o país possui em relação ao petróleo e seus
derivados (gasolina,óleo diesel, GLP ,querosene e etc.) ?

4.1( )Falta de interesse político.


4.2( )Limitação dos recursos naturais do país.
4.3( )Tecnologia de baixo padrão.
4.4( )Aproveitamento incorreto dos recursos naturais do país.
4.5( ) Não sei responder.

5.Com o descobrimento de novas fontes de energia combustível, em sua


opinião qual seria o principal reflexo no Brasil?

5.1( )Possibilidade de exportação para outros países.


5.2( )Aumento do número de empregos na indústria.
5.3( )Aumento da concorrência entre as fontes de energia combustível e
conseqüentemente diminuição dos preços.
5.4( )Não sei responder.

6. Recentemente o Edifício Catânia mudou o tipo de gás utilizado nos fogões,


em sua opinião qual o motivo gerador da substituição dos gases?

6.1( ) Aumento da segurança no edifício.


6.2( ) Exigência do Corpo de Bombeiros.
6.3( ) Diminuição nos custos do condomínio.
6.4( )Não sabia que havia sido mudado o tipo de gás.

7. O Sr(a) tem conhecimento da participação do Corpo de Bombeiros Militar de


Alagoas no acompanhamento ao cumprimento das normas de segurança
durante a substituição dos gases ?

7.1( ) Sim.
7.2( ) Não.
7.3( ) Nunca me interessei em saber.
86

8. O(A) Senhor(a). sabe qual o tipo de gás que é utilizado nos fogões para
cocção(cozimento) dos alimentos de sua residência?

8.1( ) Sim.
8.2( ) Não.

9. Em caso de resposta afirmativa, qual entre os gases abaixo, é consumido


atualmente no Edifício Catânia?
9.1( ) Gás de Hidrogênio.
9.2( ) Gás Natural.
9.3( ) Gás Liquefeito de Petróleo(Gás de Botijão).
9.4( ) Gás de Nafta
9.5( ) Outros ______________.

10. O(A) Senhor(a). tem conhecimento qual a forma que é usada para levar o
gás aos fogões do Edifício Catânia?

10.1( ) O gás vem de canalizações(tubulações)públicas e externas ao edifício para


as canalizações(tubulações) internas do edifício que levam a o fogão.
10.2( ) O gás vem de recipientes que permanecem fixos no edifício e que são
ligados às 10canalizações (tubulações) internas, e esta levam o mesmo ao fogão.
10.3( ) É utilizado em botijões dentro das residências(apartamentos).
10.4( ) Não sei responder.

11. O gás que é utilizado no Edifício Catânia é necessário para o cozimento de


alimentos, como consumidor(a) o que o/a Sr(a). espera que o referido gás lhe
proporcione?

11.1( ) Seja um gás que proporcione segurança quando usado.


11.2( ) Economia Financeira.
11.3( ) Que polua menos o Meio-Ambiente.
11.4( ) Possua um fácil acesso ao mesmo e tenha continuidade no fornecimento.
87

12. O Sr(a). como consumidor(a) do gás usado no Edifício Catânia, sabe de


qual mercado é proveniente o gás consumido no Edifício Catânia?

12.1( ) De outros estados.


12.2( ) De outros países.
12.3( ) De Alagoas.
12.4( ) Não sei de onde vem o gás.

13. O gás natural vem aumentando a sua participação no mercado nacional e


estadual, em sua opinião qual dos setores abaixo o gás natural tem maior
participação?

13.1( ) Indústrias.
13.2( ) Residencial(apartamentos).
13.3( ) Comércio(panificações,restaurantes etc. ).
13.4( ) Combustível( postos de combustíveis).
13.5( ) Não sei responder.
88

Anexo V

Esta entrevista está endereçada ao Diretor de Serviços Técnicos do


Corpo de Bombeiro Militar de Alagoas. O presente documento servirá de
embasamento para um estudo monográfico versando sobre “A substituição do Gás
Liquefeito de Petróleo pelo Gás Natural nas edifcações residenciais privativas
multifamiliares da cidade de Maceió: estudo de caso do edifício Catânia” o mesmo
será apresentado ao final do Curso de Gestão Contra Sinistros do Corpo de
Bombeiros do Ceará, e será usado como forma de aprovação. O citado estudo vem
sendo realizado por mim Cap BM Sérgio André Silva Verçosa, Muito Obrigado!

Entrevista

1. No setor residencial, Maceió foi a terceira capital brasileira a receber o Gás


Natural (GN), como cidadão maceioense o que o Senhor pensa sobre os motivos da
inserção do GN nas edificações residenciais privativas multifamiliares?

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2. Ocupando a função de Diretor de Serviços Técnicos do Corpo de Bombeiros


Militar de Alagoas, e responsável pela segurança contra incêndio e pânico.
Pergunta-se ao Senhor, o Corpo de Bombeiros tem sido avisado pelas edificações
residenciais privativas multifamiliares quando ocorre a substituição do GLP pelo GN,
principalmente aquelas edificações que utilizam as mesmas tubulações após a
substituição?Justifique.

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-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
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89

3. Quais os testes utilizados nas edificações residenciais privativas multifamiliares


que anteriormente utilizavam o GLP e agora substituíram pelo GN, e permanecem a
usar tubulação de origem?

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-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-----------------------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------

4. Quanto à literatura disponível sobre o GN, o que o Corpo de Bomberios Militar de


Alagoas tem adotado como fonte, para diminuir e esclarecer as possíveis dúvidas
existentes?

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-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
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-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
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-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
90

Anexo VI

Tabela 01 – O sexo dos Moradores.

Respostas Quantidade Porcentagem ( % )


Feminino 11 38
Masculino 18 62
Total 29 100

Tabela 02 - A idade dos Moradores do edifício.

Respostas Quantidade Porcentagem


(%)
0 a 20 anos. 01 03
21 a 40 anos. 17 59
41 a 60 anos. 08 28
Acima de 60 anos. 03 10
Total 29 100

Tabela 03- Nível de escolaridade do morador.

Respostas Quantidade Porcentagem ( % )


Fundamental 03 10
Médio 09 31
Superior 17 59
Total 29 100
91

Tabela 04 - Contribuição para dependência de petróleo do Brasil.

Respostas Quantidade Porcentagem ( % )


Falta de interesse 09 31
político.
Limitação dos 01 3
recursos naturais.
Tecnologia de 06 21
baixo padrão.
Aproveitamento 13 45
incorreto dos
recursos naturais.
Não sei responder 00 00
Total 29 100

Tabela 05 - Reflexo da descoberta de novas fontes de energia


combustível.

Respostas Quantidade Porcentagem ( % )


Exportação para 04 14
outros países.
Aumento do 06 21
número de
empregos.
Aumento da
concorrência e 19 65
diminuição de
preços.
Não sei responder 00 00
Total 29 100
92

Tabela 06 - O Motivo para substituição dos gases no edifício.

Respostas Quantidade Porcentagem ( % )


Aumento da 09 31
segurança no
edifício.
Exigência do Corpo 02 07
de Bombeiros.
Diminuição dos 18 62
custos do
Condomínio.
Não sei responder 00 00
Total 29 100

Tabela 07 - O Morador e o conhecimento da participação do Corpo


de Bombeiros na substituição dos gases.

Respostas Quantidade Porcentagem ( % )


Sim. 23 79
Não. 06 21
Nunca me
interessei em 00 00
saber.
Total 29 100

Tabela 08 - O morador sabe qual tipo de gás utilizado nos fogões do


edifício.

Respostas Quantidade Porcentagem ( % )


Sim. 29 100
Não. 00 00
Total 29 100
93

Tabela 09 - O gás que é consumido atualmente.

Respostas Quantidade Porcentagem ( % )


Gás de Hidrogênio. 00 00
Gás Natural. 25 87
Gás Liquefeito de 03 10
Petróleo.
Gás de Nafta. 01 03
Outros. 00 00
Total 29 100

Tabela 10 - A forma que o gás chega aos fogões do edifício.

Respostas Quantidade Porcentagem ( % )


A tubulação
externa leva o gás
para tubulação 24 83
interna e esta o
conduz aos fogões.
O gás vem de
recipientes fixos
localizados no 02 07
edifício e
distribuído por
tubulação interna.
O gás é utilizado
em botijões nos 00 00
apartamentos.
Não sei responder. 03 10
Total 29 100
94

Tabela 11- O que o morador espera do gás utilizado.

Respostas Quantidade Porcentagem ( % )


Proporcione
segurança no seu 16 55
uso.
Economia 04 14
Financeira.
Polua menos o
ambiente. 07 24

Fácil acesso e
continuidade no 02 07
fornecimento.
Total 29 100

Tabela 12 - De onde vem o Gás Natural consumido no edifício.

Respostas Quantidade Porcentagem ( % )


De outros estados. 03 10
De outros países 03 10
De Alagoas. 22 77
Não sei de onde 01 03
vem o gás.
Total 29 100

Tabela 13 - O setor de maior participação do Gás Natural.

Respostas Quantidade Porcentagem ( % )


Indústrias. 07 24
Residenciais 08 28
(apartamentos).
Comércio 05 17
(panificações,
restaurantes etc.)
Combustível (postos 07 24
95

de combustíveis).
Não sei responder. 02 07
Total 29 100

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