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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA- CAMPUS XIX


CURSO DE DIREITO

ELIZANDRA BRITO RODRIGUES

A ÉTICA COMO BASE PARA O SERVIDOR PÚBLICO NO


EXERCÍCIO DE SUAS FUNÇÕES

CAMAÇARI – BA
MAIO DE 2018
ELIZANDRA BRITO RODRIGUES

Artigo solicitado como requisito parcial de


nota na disciplina Ética Profissional, no Curso
de Direito do Departamento de Ciências e
Tecnologia da Universidade do Estado da
Bahia- Campus XIX.

Orientador: Prof.ª Ana Maria

CAMAÇARI – BA
MAIO DE 2018
1 INTRODUÇÃO

Em nosso país sempre existiu uma cultura baseada em agentes públicos se


utilizarem da máquina estatal em benéfico próprio ou de terceiros obtendo vantagens
indevidas. Pondo em xeque a real função da administração pública.

A sociedade brasileira atravessa uma profunda insatisfação com aqueles que


teoricamente deveriam servir para o melhor funcionamento do país. É comum a
preocupação atual pela defesa de padrões éticos na atividade política, administração
pública, prestação jurisdicional e gestão negocial, diante de tantos escândalos que
vêm à tona e mostram uma moral de fachada e uma conduta corrupta e corruptora em
todos os níveis sociais (MARTINS FILHO, 2010, p. 03).

Nossa sociedade vive na atualidade uma redescoberta da ética. Há exigência


de valores morais em todas as instâncias sociais, sejam elas científicas políticas ou
econômicas. Certamente essa situação não se dá por acaso; basta observarmos que
ela surge no mesmo momento em que a sociedade passa por uma grave crise de
valores, identificada pelo senso comum como falta de decoro, de respeito pelos outros
e de limites e, pelos estudiosos, como dificuldades de os indivíduos internalizarem
normas morais, respeito às leis e regras sociais (PASSOS, 2010, p.15).

Deste modo se faz necessário mostrar ao servidor como exercer corretamente


seus deveres baseado pelos princípios éticos e morais, pois tanto o serviço público
quanto o servidor público devem ser vistos como fatores de desenvolvimento capazes
de atender as demandas sociais, conforme estudaremos melhor neste trabalho.

2 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO CONCEITO DE ÉTICA

O conceito de Ética evoluiu consoante as mudanças sofridas pelos valores


morais e pelas leis vigentes ao longo da história. Sendo assim regulador social da
moral e um indicativo do desenvolvimento histórico e cultural da humanidade.

Fazendo um recuo no tempo analisaremos o conceito de ética para a civilização


grega, que variou conforme seus pensadores. Para Sócrates, por exemplo, a
sabedoria era o valor necessário para quem almejava ser feliz. A ética era racional, e
preconizava as acepções do bem e do mal e da virtude. Segundo ele, o conhecimento
do bem levaria a práticas virtuosas e consequentemente faria os homens felizes. Já
para Platão, existiria uma hierarquia onde o bem assumiria lugar de destaque. Para
ele a questão moral não é meramente um problema individual, mas sim coletivo. Isto
é, a harmonização das atitudes, das atividades da alma e das virtudes constituiria a
justiça. Cabe ao Estado formar o homem espiritualmente conduzindo os indivíduos a
praticar virtudes que os tornarão felizes. Para Aristóteles, o homem é um ser social e
político fadado a viver em sociedade.

Mais a frente na história, temos o conceito de Thomas Hobbes:

O Estado, de acordo com Hobbes é instituído quando uma


multidão de homens concorda e pactua que qualquer homem
ou assembleia de homens a quem seja atribuído pela maioria
o direito de representá-los (ou seja, de ser seu representante),
todos sem exceção, tanto os que votaram a favor como contra
ele, deverão autorizar todos os seus atos (do homem ou
assembleia de homens), tal como se fossem seus próprios atos
e decisões, a fim de viverem em paz uns com os outros e
serem protegidos do restante dos homens (DIAS, 2008, p. 69).

Percebe-se a figura do pacto social, onde os indivíduos abrem mão de direitos


individuais em nome do Estado objetivando viver em uma sociedade pacífica.

Nessa linha histórica, chegamos a era medieval, também conhecida como


idade das trevas, por seu total desapego ao racionalismo. Logo, até mesmo os seus
conceitos éticos estavam atrelados aos dogmas religiosos. Era necessário agir
consoante a vontade Deus, seguindo fielmente os preceitos religiosos.

Em Immanuel Kant, nos deparamos com uma moral universal, erga omnes,
baseada na racionalidade humana, pois, segundo ele, o homem já nasce capacitado
para diferenciar o certo do errado. Logo, a razão deve orientar a conduta humana.

3 CONCEITO
Nos dizeres de Boff (2003, p.11) “Ética é um conjunto de valores e princípios,
de inspirações e indicações que valem para todos, pois estão ancorados na nossa
própria humanidade”.

Ainda, segundo Vásquez (2006) a ética é um conjunto de valores morais e


princípios que norteiam a conduta humana na sociedade. A ética serve para que haja
um equilíbrio e bom funcionamento social, possibilitando que ninguém saia
prejudicado. Neste sentido, a ética, embora não possa ser confundida com as leis
materiais, está relacionada com o sentimento de justiça social.

Deste modo, a Ética é um pilar social, responsável por reger nosso


comportamento em sociedade e consciência moral. Nas palavras de Vásquez (2006,
p. 18), “ética é a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em sociedade.
Ou seja, é a ciência de uma forma específica do comportamento humano”.

4 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: CONCEITO E ATUAÇÃO

A administração pública pode ser compreendida como o grupo de órgãos,


agentes e serviços, instituídos pelos Estado e seu poder de geri-los. Possui por
escopo o interesse público, ou seja, social, tais como a diminuição da burocracia, a
descentralização administrativa, e a melhoria na qualidade dos serviços prestados a
população.

Conforme preleciona Carvalho Filho (2012:04-05), que admite classificação da


função administrativa, na Administração Pública, em três critérios (subjetivo, objetivo
material e objetivo formal), defende que tecnicamente essa função “é aquela exercida
pelo Estado ou por seus delegados, subjacentemente à ordem constitucional ou legal,
sob regime de direito público, com vistas a alcançar os fins colimados pela ordem
jurídica”.

Nos dizeres de JOSÉ CRETELLA JÚNIOR (1966, p.24): Adotando-se o critério


subjetivo ou orgânico, administração é o complexo de órgãos aos quais se confiam
funções administrativas, é a soma das ações e manifestações da vontade do Estado,
submetidas à direção do chefe do Estado.
Os autores que se decidem pelo critério objetivo consideram a administração como a
atividade concreta do Estado dirigida à consecução das necessidades coletivas de
modo direto e imediato.

Consoante a isso e ainda explanando acerca da sua atuação Celso Antônio


Bandeira de Mello define serviço público com as seguintes palavras:

"Serviço Público é, portanto, toda atividade de oferecimento de utilidade ou


comodidade material destinada à satisfação da coletividade em geral, mas fruível
singularmente pelos administrados, que o Estado assume como pertinente a seus
deveres e presta por si mesmo ou por quem lhe faça as vezes, sob um regime de
Direito Público, portanto, consagrador de prerrogativas de supremacia e de restrições
especiais, instituído em favor dos interesses definidos como públicos no sistema
normativo." ¹

5 PRINCÍPIOS ÉTICOS NA CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA

Conforme elucida Meirelles (2000, p. 19) “os princípios da administração


pública são regras de observância permanente e obrigatória para o bom administrador
e constituem os fundamentos da atividade pública.”

A nossa Carta Magna deu enfoque aos princípios cujos quais a administração
pública deve obrigatória observância. São:

Princípio da Legalidade: a gestão pública deve obedecer às leis ao exercer suas


atividades, para não ocasionar invalidades. Princípio da Impessoalidade: Todas as
atividades devem ser dirigidas a qualquer cidadão, sem distinção de qualquer
natureza. Princípio da Moralidade: as atividades públicas devem obedecer aos
princípios morais e éticos. Princípio da Publicidade: os atos praticados devem ser
obrigatoriamente publicados para controle de seus feitos. Princípio da eficiência: nas
palavras de Mazza (2013, p. 94), “O conteúdo jurídico do princípio da eficiência
consiste em obrigar a Administração a buscar os melhores resultados por meio da
aplicação da lei.

¹ MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 32ªedição. São Paulo: Malheiros
Editores, 2015, p. 695.
Por meio destes princípios, tenta-se garantir a produtividade e eficiência dos
serviços públicos, bem como uma economia e redução nos desperdícios do dinheiro
público.

6 AGENTES PÚBLICOS

Kátia Janine Rocha, define o servidor público:

Entende-se por servidor público todo aquele que, por força de lei, contrato ou qualquer
ato jurídico, preste serviços de natureza permanente, temporária ou excepcional,
ainda que sem retribuição financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a
qualquer órgão do poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas, as
entidades paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, ou
em qualquer setor no qual prevaleça o interesse do Estado (ROCHA, 2010, p. 46).
Celso Antônio Bandeira de Mello, conceitua os servidores públicos como:
“Uma espécie dentro do gênero “agentes públicos”. Esta expressão “agentes públicos”
é a mais ampla que se pode conceder para designar genérica e indistintamente os
sujeitos que servem ao Poder Público como instrumentos expressivos de sua vontade
ou ação, ainda quando o façam apenas ocasional ou episodicamente. Quem quer que
desempenhe funções estatais, enquanto as exercita é um agente público. O Servidor
Público, como se pode depreender da Lei Maior, é a designação genérica ali utilizada
para englobar, de modo abrangente, todos aquelas que mantêm vínculos de trabalho
profissional com as entidades governamentais, integrados em cargos ou empregos da
União, Estados, Distrito Federal, Municípios, respectivas autarquias e fundações de
Direito Público. Em suma: são os que entretêm com o Estado e com as pessoas de
Direito Público da Administração indireta relação de trabalho de natureza profissional
e caráter não eventual sob vínculo de dependência” (MELLO, 2005, p. 226-231).
Assim sendo, o agente público pode ser entendido como aquele que atua em
determinado cargo ou função pública, auxiliando o estado no cumprimento de suas
obrigações. Funcionários estatais e remunerados com o dinheiro público, promovendo
assim, a execução de serviços necessários a população.

7 LEI 8.112/90
Existe ampla legislação, responsável por regular o comportamento dos
funcionários públicos.
Art. 116. São deveres do servidor:
IX - manter conduta compatível com a moralidade administrativa;
XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder.
Art. 117. Ao servidor é proibido:
IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em
detrimento da dignidade da função pública;
XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer
espécie, em razão de suas atribuições;
XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas;
XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços
ou atividades particulares;

8 CÓDIGO DE ÉTICA

O Decreto nº 1.171 aprovou o Código de Ética Profissional do servidor público


do federal, devendo ser seguido pelos demais agentes públicos, quais sejam
municipais, estaduais, distritais e federais.
Seção I
I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios
morais são primados maiores que devem nortear o servidor público, seja no
exercício do cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá o exercício da
vocação do próprio poder estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes serão
direcionados para a preservação da honra e da tradição dos serviços públicos.
II - O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua
conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e
o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas
principalmente entre o honesto e o desonesto, consoante as regras contidas
no art. 37, caput, e § 4º da Constituição Federal.
III - A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o
bem e o mal, devendo ser acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem
comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta do servidor
público, é que poderá consolidar a moralidade do ato administrativo.
IV- A remuneração do servidor público é custeada pelos tributos pagos direta
ou indiretamente por todos, até por ele próprio, e por isso se exige, como
contrapartida, que a moralidade administrativa se integre no Direito, como
elemento indissociável de sua aplicação e de sua finalidade, erigindo-se, como
consequência, em fator de legalidade.
V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade deve
ser entendido como acréscimo ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão,
integrante da sociedade, o êxito desse trabalho pode ser considerado como
seu maior patrimônio.
VI - A função pública deve ser tida como exercício profissional e, portanto, se
integra na vida particular de cada servidor público. Assim, os fatos e atos
verificados na conduta do dia a dia em sua vida privada poderão acrescer ou
diminuir o seu bom conceito na vida funcional.
VII - Salvo os casos de segurança nacional, investigações policiais ou interesse
superior do Estado e da Administração Pública, a serem preservados em
processo previamente declarado sigiloso, nos termos da lei, a publicidade de
qualquer ato administrativo constitui requisito de eficácia e moralidade,
ensejando sua omissão comprometimento ético contra o bem comum,
imputável a quem a negar.
VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não pode omiti-la ou falseá-
la, ainda que contrária aos interesses da própria pessoa interessada ou da
Administração Pública. Nenhum Estado pode crescer ou estabilizar-se sobre o
poder corruptivo do hábito do erro, da opressão ou da mentira, que sempre
aniquilam até mesmo a dignidade humana quanto mais a de uma Nação.
IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados ao serviço
público caracterizam o esforço pela disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga
tributos direta ou indiretamente significa causar-lhe dano moral. Da mesma
forma, causar dano a qualquer bem pertencente ao patrimônio público,
deteriorando-o, por descuido ou má vontade, não constitui apenas uma ofensa
ao equipamento e às instalações ou ao Estado, mas a todos os homens de boa
vontade que dedicaram sua inteligência, seu tempo, suas esperanças e seus
esforços para construí-los.
X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de solução que compete
ao setor em que exerça suas funções, permitindo a formação de longas filas,
ou qualquer outra espécie de atraso na prestação do serviço, não caracteriza
apenas atitude contra a ética ou ato de desumanidade, mas principalmente
grave dano moral aos usuários dos serviços públicos.
XI - 0 servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais de seus
superiores, velando atentamente por seu cumprimento, e, assim, evitando a
conduta negligente. Os repetidos erros, o descaso e o acúmulo de desvios
tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e caracterizam até mesmo imprudência
no desempenho da função pública.
XII - Toda ausência injustificada do servidor de seu local de trabalho é fator de
desmoralização do serviço público, o que quase sempre conduz à desordem
nas relações humanas.
XIII - 0 servidor que trabalha em harmonia com a estrutura organizacional,
respeitando seus colegas e cada concidadão, colabora e de todos pode
receber colaboração, pois sua atividade pública é a grande oportunidade para
o crescimento e o engrandecimento da Nação.
Seção II
XIV - São deveres fundamentais do servidor público:
a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função ou emprego público
de que seja titular;
b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento, pondo fim ou
procurando prioritariamente resolver situações procrastinatórias,
principalmente diante de filas ou de qualquer outra espécie de atraso na
prestação dos serviços pelo setor em que exerça suas atribuições, com o fim
de evitar dano moral ao usuário;
c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integridade do seu caráter,
escolhendo sempre, quando estiver diante de duas opções, a melhor e a mais
vantajosa para o bem comum;
d) jamais retardar qualquer prestação de contas, condição essencial da gestão
dos bens, direitos e serviços da coletividade a seu cargo;
e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aperfeiçoando o processo
de comunicação e contato com o público;
f) ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios éticos que se
materializam na adequada prestação dos serviços públicos;
g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção, respeitando a
capacidade e as limitações individuais de todos os usuários do serviço público,
sem qualquer espécie de preconceito ou distinção de raça, sexo,
nacionalidade, cor, idade, religião, cunho político e posição social, abstendo-
se, dessa forma, de causar-lhes dano moral;
h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de representar contra
qualquer comprometimento indevido da estrutura em que se funda o Poder
Estatal;
j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências específicas da defesa
da vida e da segurança coletiva;
l) ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de que sua ausência provoca
danos ao trabalho ordenado, refletindo negativamente em todo o sistema;
m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e qualquer ato ou fato
contrário ao interesse público, exigindo as providências cabíveis;
n) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, seguindo os métodos
mais adequados à sua organização e distribuição;
o) participar dos movimentos e estudos que se relacionem com a melhoria do
exercício de suas funções, tendo por escopo a realização do bem comum;
p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas ao exercício da
função;
q) manter-se atualizado com as instruções, as normas de serviço e a legislação
pertinentes ao órgão onde exerce suas funções;
r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as instruções superiores, as
tarefas de seu cargo ou função, tanto quanto possível, com critério, segurança
e rapidez, mantendo tudo sempre em boa ordem.
s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por quem de direito;
t) exercer com estrita moderação as prerrogativas funcionais que lhe sejam
atribuídas, abstendo-se de fazê-lo contrariamente aos legítimos interesses dos
usuários do serviço público e dos jurisdicionados administrativos;
u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder ou autoridade
com finalidade estranha ao interesse público, mesmo que observando as
formalidades legais e não cometendo qualquer violação expressa à lei;
v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe sobre a existência
deste Código de Ética, estimulando o seu integral cumprimento.
Seção III
Das Vedações ao Servidor Público
XV - E vedado ao servidor público;
a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e
influências, para obter qualquer favorecimento, para si ou para outrem;
b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de cidadãos
que deles dependam;
c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente com erro ou
infração a este Código de Ética ou ao Código de Ética de sua profissão;
d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de direito
por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral ou material;
e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance ou do seu
conhecimento para atendimento do seu mister;
f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos, paixões ou
interesses de ordem pessoal interfiram no trato com o público, com os
jurisdicionados administrativos ou com colegas hierarquicamente superiores ou
inferiores;
g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de ajuda
financeira, gratificação, prêmio, comissão, doação ou vantagem de qualquer
espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa, para o cumprimento da sua
missão ou para influenciar outro servidor para o mesmo fim;
h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encaminhar para
providências;
i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do atendimento em
serviços públicos;
j) desviar servidor público para atendimento a interesse particular;
l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente autorizado, qualquer
documento, livro ou bem pertencente ao patrimônio público;
m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno de seu
serviço, em benefício próprio, de parentes, de amigos ou de terceiros;
n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitualmente;
o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra a moral, a
honestidade ou a dignidade da pessoa humana;
p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a empreendimentos
de cunho duvidoso.

Portanto, cabe ao servidor zelar da própria conduta, bem como, se necessário,


denunciar, caso tenha conhecimento, qualquer ato de um colega de trabalho que
desobedeça a administração pública. A conduta do servidor e a conduta da
administração pública estão intimamente ligadas. Devendo o agente transparecer
confiança sendo um exemplo de conduta para a sociedade.

7 OS CRIMES PRÓPRIOS

Mesmo com código de ética próprio e legislação específica, se fez necessário


ao nosso código penal dedicar um capitulo para tipificar os crimes próprios, isto é,
aqueles que só podem se cometidos por agentes públicos. Brevemente citados a
seguir;

Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou


qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse
em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:
Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no
exercício do cargo, recebeu por erro de outrem
Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da
estabelecida em lei
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda
que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela,
vantagem indevida:
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas
em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal
vantagem:
Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício,
ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer
interesse ou sentimento pessoal
Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante
a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Muito se fala em ética, moral, valores, código de conduta, mas a realidade é


que na administração publica brasileira existe uma predileção pelo interesse pessoal,
não cumprindo seu principal papel que é o de servir a sociedade.

É perceptível a imprescindibilidade de uma postura ética por parte dos


servidores, bem como outras características exigíveis aos profissionais da área
pública. Sendo visto como um agente desenvolvedor da administração, um
profissional do estado, assim representando-o, portando, devendo se portar
respeitando os princípios e valores éticos basilares a nossa sociedade. Exercendo
suas funções com respeito consciência e efetividade, de modo a atender as demandas
sociais.

Destarte, o compromisso do agente público e a ética no âmbito organizacional


dos setores públicos atravessou melhorias com a criação dos códigos de condutas
espalhados pelas mais diversas esferas administrativas mesmo ainda estando longe
daquilo que seria considerado ideal.
REFERÊNCIAS

Álvaro L. M. Vallss; O que é ética; editora Brasiliense; Coleção Primeiros Passos; N.


177; 1994.
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CUNHA, Rogério Sanches. Manual de direito penal: parte especial. 9ª ed., editora
Juspodivm, 2017.
. Decreto nº 1171, de 22 de junho de 1994. Código de Ética Profissional
do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil. Acesso em: 04 de nov.2012.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo, 30ª ed., editora forense, RJ,
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MARTINS FILHO, Ives Gandra. Ética e Ficção: de Aristóteles a Tolkien. Campus
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MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 30. ed. Malheiros. 2005.
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. Malheiros.
19.ed. 2005.
PASSOS, Elizete. Ética nas Organizações. 1. ed. 8ª imp. São Paulo: Atlas, 2012.
Regime Jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das
fundações públicas federais. Lei nª 8.112/90.
ROCHA, Kátia Janine. Ética e Cidadania no Setor Público. Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia. Paraná. Educação a Distância. Disponível em:
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