TURNER, Victor. O Processo Ritual: Estrutura e Antiestrutura. Tradução de
Nancy Campi de Castro. Petropolis, Rio de Janeiro. Editora Vozes. 1974. Ler: Capítulo 3 - Liminaridade e “Communitas” (pp.116-160)
TURNER, Victor. Dramas, Campos e metáforas. Niterói, EdUFF. 2008 [1974].
Ler: capítulo 1 – Dramas sociais e metáforas rituais (pp.19-53)
TURNER, Victor. Dramas, Campos e metáforas. Niterói, EdUFF. 2008 [1974].
Capítulo 3 “Hidalgo: a História como drama social” (pp. 91-143);
Centralização, estruturas e o processo ritual - Roberto Da Matta (Resenha
sobre “O Processo Ritual: Estrutura e Antiestrutura”) Victor Turner membro do Comitê de Pensamento Social e do Departamento de Antropologia da Universidade de Chicago Estudo do fenômenos da estrutura social O livro tem um aspecto inovador: tomar o fenômeno da sociedade como objeto de estudo Usa de outras disciplinas (como literatura e história), diferentes domínios humanos para ver a antropologia de um aspecto mais criativo e chegar a novas perspectivas Trabalho na África Central, em Zâmbia, com os Ndembu (um povo de língua Bantu) e depois parte novamente para os EUA ou Inglaterra e estudou o movimento hippie dos Franciscanos, de Bob Dylan e dos revolucionários e marginais antigos e modernos Preocupação pelo com o homem a sua busca e sofrida reflexão sobre si mesmo (reflexão nesse sentido, feita pelos ritos, é o papel dos ritos) Antropologia social a raiz é o próprio homem O espírito humano Funcionalismo objeto como “um organismo vivo que opera a partir de um dado centro que é marcado em termos de demonstração (ou prova) pela sua própria continuidade e sobrevivência, tudo de acordo com a metáfora organicista” Funções/papéis que determinados elementos desempenham para manter o “organismo” vivo, uma organização “organismos que devem ter ethos, alvos, mensagens, significados e destinos” Funcionalismo Estruturalismo “(a) experiências de campo curtas, pouco profundas ou fragmentadas, (...)(b) experiências de campo não- ortodoxas (...)(c) as teorias da Linguística que, sabemos, é urna disciplina cujo objeto é descentralizado, já que uma língua é feita de relações entre fonemas, teoria que foi a que mais influenciou Lévi- Strauss” ” (...)a experiência de campo de cada um desses antropólogos conduziu a uma ênfase maior ou menor em outros aspectos da cultura e sociedades humanas” “(...)a reflexão já não se alimenta mais de um centro, um sistema fechado, onde cada relação só faz sentido quando ligada ao todo; mas, ao contrário, ele se nutre de conceitos tais como lógica, invariantes, contrastes e oposições polares” Foco não é mais as sociedades ou sistemas, mas as relações lógicas ou performances sociais “(...)o livro coloca o ponto de vista de estudar os rituais como “se fazendo” e não apenas como um feixe de relações lógicas ou formais: como uma estrutura de comunicação.” “(...)rituais, mitos e ideologias veiculam dramas, expressam sentimentos, resolvem e colocam problemas, permitem o ensino de paradigmas, controlam energia; submetem categorias, grupos e pessoas. Numa palavra: eles dizem coisas, fazem e, sobretudo, fabricam coisas.” Os ritos tem centralidade; tem um processo, desenvolvimento interno, que é caracterizado pelo surgimento de communitas Criou e usou pela primeira vez a dicotomia clássica estrutura X communitas “Ideia de anti-estrutura reflete e expressa a ordem social” Ideia de communitas abrange tudo o que fica dentro desta ordem Processo ritual é um processo pelo qual pode-se enfatizar as ligações, que normalmente estão escondidas nos símbolos e hierarquias sociais Método de estudo de caso Drama Social (em Turner) Que é estudar a sociedade pelos seus conflitos, “através dos seus momentos mais conscientes, quando as regras instituídas e reificadas do cotidiano se chocam de modo inevitável com as ações humanas que as próprias regras engendram” “Embora as sociedades sempre legislem de modo coletivo, até mesmo abolindo o indivíduo enquanto categoria sociológica, o fato é que o mundo social é conduzido muitas vezes de modo pessoal, com uma unidade representando (por delegação ou não) o corpo social como um todo” Noção de drama social “permite descobrir o processo de tomada de consciência destas relações conflitivas e inevitáveis, centrais mesmo no mundo social” e ver sociedades diversas de uma mesma forma básica “(...)a noção de drama social e sua perspectiva aberta aos conflitos, regras sociais, motivações individuais e zonas de atrito e mudança é um dos pontos mais importantes de toda a obra de Turner, seja pelo seu uso, seja pelo que sugere como possível aplicação” “(...)os mecanismos mais básicos se transformam em regras quando são conscientizados” Proibições só são proibições e viram tabu quando são conscientes “(...)tentar situar como ponto central da investigação a liberdade, a emoção e a communitas” “(...)o estudo dos rituais e dos símbolos, quando realizados com imaginação e uma real preocupação pelo destino e lugar do homem no mundo, pode produzir sínteses que ultrapassam as fronteiras culturais e sociais, indicando a raiz mesma da humanidade na sua busca incessante de sentido e de transformação” Em “O Processo Ritual”, Turner consegue retomar o rito e o drama como sujeitos da antropologia social, que são dois momentos fundamentais da consciência Para de olhar para os sistemas e agora olha-se para como os homens lidam com os sistemas Sistemas “(...)se são os responsáveis por cada humanidade particular, só podem existir com elas em perpétuo estado de conflito, mudança e confusão”