Teorias da Personalidade I - 2 interpessoais. Tornou-se um ótimo estudante.
Relacionamentos
Carl Rogers – Perspectiva centrada no cliente
Introdução: Carl Rogers escreveu vários livros e artigos que atraiu e
conservou vários seguidores. Ele criou e promoveu a terapia centrada
no cliente. Sendo o pioneiro no movimento de grupos de encontro e
um dos fundadores da Psicologia Humanista. Sua posição e filosofia
sofreram mudanças nos 40 anos, sua visão permaneceu otimista e
humanista.
A posição teórica de Rogers mudou conforme os anos. Ele mesmo
indica em que o seu pensamento, transferiu sua ênfase ou modificou
sua abordagem. Estimulou os outros a testarem suas afirmações.
Desencoraja a formação de uma escola de pensamento em que se
inspira em conclusões pessoais. Seu trabalho não foi limitado a
simplesmente influenciar a Psicologia, sendo um influenciador em
várias áreas.
História Pessoal: Rogers nasceu em 8 de janeiro de 1902, em Oak Park
de Illinois. Sua família era religiosa sendo rigorosamente
fundamentalista. Sua infância foi limitada devido as crenças e atitudes
de seus pais e pela assimilação que ele mesmo fez de suas ideias.
Passou parte de sua infância de maneira isolada, sem relacionamentos
superficiais. Fantasias nitidamente bizarras.
Suas experiencias na Universidade de Wisconsin foram significativas e
recompensadoras. Encontrou lá aproximações e intimidade reais
longe do seu vinculo familiar. Estudou no segundo ano da faculdade
para o ministério religioso. Foi no ano seguinte para China para assistir
uma conferência de Federação Mundial de Estudantes Cristãos, em
Pequim. Isto seguiu sua repercussão para a China Ocidental. Essas
atividades religiosas fundamentalista mais liberais, tendo a
oportunidade de desenvolver independência psicológica.
Começou estudos de graduação em Teologia no Union Theological
Seminary, porém optou por terminar seu trabalho em Psicologia no
Theachers College, na Universidade de Colúmbia. Tal mudança
ocorreu devido a um seminário de estudantes que possibilitou a
Rogers a examinar suas dúvidas crescentes de seu comprometimento
religiosa. Após, ficou surpreso por saber que alguém poderia ter
mérito fora da religião, trabalhando próximos a indivíduos que
precisam de ajuda.
Seu primeiro emprego foi Rochester, Nova Iorque. Iniciou um trabalho
com crianças que haviam sido encaminhadas por várias agências
sociais. Durante 12 anos em Rochester, progrediu sobre o processo
de psicoterapia de uma abordagem direta para uma abordagem
centrada no cliente. Seminário de dois dias em Otto Rank. Em
Rochester escreveu The Clinical Treatment of the Problem Child
(1939). Este livro motivou o magistério na Universidade do Estado de
Ohio. Seu ensino e estimulo vindo dos estudantes graduados
possibilitou a ele fazer um exame mais formal sobre a natureza da
relação psicoterapêutica em Psicoterapia e Consulta (1942). Em 1945,
ganhou a oportunidade de estabelecer um novo centro de
aconselhamento baseado em suas ideias, sendo diretor até 1957.
Enfatizava em uma confiança nos pacientes, uma vez que podia
também confiar na equipe para administrar o centro.
Em 1951, Rogers publicou sua teoria em Terapia Centrada no Cliente,
ressaltando sobre a primeira teoria formal sobre a terapia e
personalidade. Sendo objetivado que a maior força orientadora da
relação terapêutica é o cliente, não o terapeuta. Atraiu críticas por
inverter a relação terapêutica, mas era revolucionária. Abalou a
autoridade do terapeuta e a suposta falta de consciência do paciente
(discutido por outros autores). Tornar-se pessoa (1961).
Embora seu trabalho em Chicago tenha sido satisfatório envolveu-se
com a patologia de uma paciente perturbada. Ele fugiu do centro,
férias e buscou terapia. Após a terapia, seu trabalho tornou mais
espontâneo. Em 1957, foi para a Universidade de Wisconsin em
Madison, sendo indicado como psiquiatra e psicólogo, tendo conflito
com o departamento de Psicologia. Sentia liberdade para ensinar e
liberdade para aprender dos estudantes que estavam sendo limitados.
“Pressupostos Correntes sobre a Educação Universitária: Uma
exposição apaixonada” (1969). Sendo rejeitado pelo The American
Psychologist, gozava de uma ampla distribuição entre os estudantes
graduados. Rogers deixou o magistério em 1963. Foi para Instituto da
Ciencia e Comportamento em La Jolla, California. Ajudou a
estabelecer Centro de Estudos da Pessoa, uma associação de pessoas
em profissões de ajuda. Influenciou o campo da educação, escreveu
Liberdade para Aprender (1969), esclarecendo os tipos de condições
educacionais que defendia, cujo o estabelecimento estava
comprometido de forma ativa e uma exposição clara sobre a natureza
do ser humano.
Seu trabalho com grupos originou de seus doze anos em Califórnia,
onde foi livre para experimentar, inventar e testar suas ideias, sem
influencias restritivas de instituições sociais e respeitabilidade
acadêmica. Sua obra resumia tal pensamento: Grupos de encontro
(1970). Mais recentemente, explorou a cerca das tendenciais atuais
de casamento, um estudo naturalístico em Novas formas de Amor
(1972), analisando diversas vantagens e desvantagens de padrões de
relacionamentos. Lecionou em Universidade Internacional dos
Estados Unidos em San Diego, abandonando o cargo por discordar de
seu presidente a respeito dos direitos dos estudantes, dedicando-se
em tempo integral ao Centro de Estudos da Pessoa. Escreve, faz
conferencias e trabalha em seu jardim, possuindo tempo para
conversar com seus colegas, esposa, filhos e netos.
Antecedentes Intelectuais: Sua teoria é influenciada por suas
experiencias clínicas. Afirmando que conservou a objetividade e
evitando a estreita identificação com outra escola ou tradição
especifica. Seus alunos de Chicago, sugeriram que Rogers encontraria
nas ideias de Martin Buber e Soren Kierkegaard um eco de sua própria
posição emergente. Estes escritos são uma fonte de fundamentação
para as marcas que Rogers traz da filosofia existencial. Descobriu
paralelos de seu trabalho para com fontes orientais, do Zen Budismo
e nos trabalhos de Lao-Tsé. Foi influenciado por sua compreensão dos
trabalhos já desenvolvidos, é nitidamente uma contribuição norte-
americana para a compreensão da natureza humana.
Conceitos principais:
As pessoas usam suas experiencias para se definir. Uma estrutura
através da qual as pessoas podem construir e modificar sua opinião
sobre elas mesmas.
Campo da experiencia: Há um campo único para cada indivíduo. Este
campo ou campo fenomenal, contem tudo que se passa no organismo
a qualquer momento, e que está potencialmente disponível a
consciência. Inclui eventos, percepções, sensações e impactos que
não se toma consciência, onde poderia tomar caso focalizasse sua
atenção a esses estímulos. É um mundo privativo e pessoal, onde
pode ou não ser correspondente a realidade objetiva.
De início, a atenção é colocada na experimentação do seu mundo, não
na realidade comum. O campo é limitado por restrições psicológicas
e biológicas. Temos tendência a dirigir nossa atenção para perigos
imediatos, assim como experiencias seguras e agradáveis, não
somente aceitar tudo.
Self: Se encontra dentro do campo de experiencia. Não é estável e
imutável, sendo observado em dado momento como estável. Se dá
devido, ao congelar uma secção de experiencias a fim de observa-las.
Concluiu que a ideia do eu não representa uma acumulação de
aprendizagens ou condicionamentos efetuados na mesma direção, é
uma Gestalt cuja significação vivida é suscetível de mudar
sensivelmente (até mesmo sofrer reviravolta) em consequência da
mudança de qualquer destes elementos.
O self é uma Gestalt organizada e consistente num processo de
constante de formar-se e reformar-se à medida que as situações
mudam. É o processo fluido subjacente. Usa o termo para designar ao
continuo processo de reconhecimento. Esta diferença, em uma
ênfase na mudança e na flexibilidade, que fundamenta sua teoria e
sua crença, acreditando que as pessoas são capazes de crescimento,
mudança e desenvolvimento pessoal.
 O self ou ato conceito é uma visão que a pessoa tem de si própria,
tanto em experiencias, estimulações presentes e expectativas
futuras.
Self Ideal: É o conjunto de características que os indivíduos mais
gostariam de poder reclamar como descritivas de si mesmo. É uma
estrutura móvel e variável, passando por redefinição constante. A
diferença entre o self e o self ideal consiste em desconforto,
insatisfação e dificuldades neuróticas. Aceitar-se como se é na
realidade, e não como quer ser, é sinal de saúde mental. Aceitar-se não
é resignar ou abdicar de si mesmo; é estar mais perto da realidade,
de seu estado atual.
Congruência e Incongruência:
Congruência trata-se do grau de exatidão entre a experiencia da
comunicação e a tomada de consciência. Ela se relaciona as
desigualdades entre o experienciar e tomar consciência. Um alto grau
significa que a comunicação (o que você está expressando), a
experiencia (o que está ocorrendo em seu campo) e a tomada de
consciência (o que você está percebendo) são todas semelhantes.
Suas observações e as do observador são consistentes.
Incongruência ocorre quando há diferenças entre a tomada de
consciência, a experiencia e a comunicação desta. Trata-se da
inabilidade de perceber com precisão ou incapacidade de
comunicação precisa. Quando a incongruência está entre a tomada
de consciência e a experiencia, designa-se repressão. Não se tem
consciência do que estão fazendo. As psicoterapias focam em tornar
consciente o que as pessoas estão fazendo em atitudes, pensamentos
e ações na medida que afetam e aos outros; trabalhando em cima da
incongruência.
Quando a incongruência está entre a tomada de consciência e a
comunicação, a pessoa não expressa o que está sentindo, passando
ou experenciando. A ausência de congruência social é com frequência
uma falta de autocontrole e consciência pessoal. A pessoa não
expressa suas emoções devido ao medo e de velhos hábitos de
encobrimento que são difíceis de superar. É possível que a pessoa
tenha dificuldade em compreender os que os outros esperam dela.
Pode ser sentida com tensão, ansiedade e em situações mais
extremas, como confusão interna. A confusão aparece quando você
não é capaz de escolher entre os diferentes estímulos aos quais estão
expostos. Não saber diferenciar entre os estímulos genuínos e os
impostos. O problema é reconhecer como estímulos diferentes entre
si, uma vez que tem de ser capaz de trabalhar sobre sentimentos
diferentes em dados momentos diferentes. A ambivalência não é rara
ou anormal, mas não reconhece-los ou enfrenta-los pode causar
ansiedade.
Tendência a Auto Atualização:
Um aspecto básico da natureza humana que direciona a pessoa a uma
maior congruência e funcionamento realista. É um impulso que é de
toda a vida humana de expandir-se, estender-se, tornar-se
autônomo, desenvolver-se amadurecer. A tendência a expressar e
ativar todas as capacidades do organismo, na medida que essa ativação
valoriza o self ou o organismo.
Cada um de nós possui um impulso inerente em direção a sermos
competentes e capazes quanto o que estamos aptos a ser
biologicamente. A pessoa é impedida a tornar-se total, completa e
auto realizada.
O impulso em direção a saúde não se trata de uma força esmagadora
que supera os obstáculos ao longo da vida, porém, é facilmente
embotado, distorcida e reprimida. Rogers vê como uma força
motivadora dominante numa pessoa que está funcionando de modo
livre, não paralisada por eventos passados ou por crenças correntes
que a mantem a incongruência. Um dos aspectos centrais para o
pensamento de Rogers de que o crescimento é possível e central para
o projeto do organismo.
Dinâmica
Crescimento Psicológico:
As forças positivas em direção a saúde e ao crescimento são naturais
e inerentes ao organismo. Os indivíduos têm capacidade de
experienciar e de se tomarem consciência de seus desajustamentos.
Você pode experienciar a incoerência entre seu autoconceito e
experencias reais, esta capacidade que reside em nós é a associada a
tendência subjacente a modificação do autoconceito, no sentido de
estar realmente de acordo com a realidade.
Postura então um movimento natural para a resolução e distante do
conflito. Vê o ajustamento não como um estado estático, mas como
um processo na qual novas aprendizagens e novas experienciais são
cuidadosamente assimiladas.
Tendenciais em direção a saúde são facilitadas por qualquer relação
interpessoal, na qual um dos membros esteja livre da incongruência
para estar em contato com seu próprio centro de autocorreção.
Aceitar-se a si mesmo é um pré-requisito para uma aceitação mais fácil
e genuína dos outros. Em compensação, ser aceito por outro conduz
a uma vontade cada vez maior de aceitar-se a si próprio. Autocorreção
e autoincentivo é a principal forma pela qual se minimiza os
obstáculos ao crescimento psicológico.

Obstáculos ao Crescimento Psicológico:
Rogers afirmou que tais obstáculos aparecem na infância e são
aspectos normais ao desenvolvimento. Motivos que estavam na
primeira infância mais tarde podem inibir desenvolvimento da
personalidade.
Quando a criança começa a tomar consciência do self, desenvolve
uma necessidade amor ou de consideração positiva. Se faz sentir de
maneira continua e penetrante, é universal e não se preocupa se é
adquirida ou inata.
As crianças não separam suas ações das de seu total, uma vez que
reagem a aprovação de uma ação, como se fosse a aprovação de si
mesmas. Da mesma forma, reagem a desaprovação como se fosse as
desaprovações de si mesma.
O amor é tão importante para a criança que ela acaba por ser guiada
não pelo caráter agradável ou desagradável de suas experiencias, mas
pela promessa de afeição que elas encerram. A criança começa a agir
da forma que lhe garante amor ou aprovação, sejam
comportamentos saudáveis ou não para elas. Podem agir contra seu
próprio interesse, chegando a se perceber em termos destinados a
princípio a agradar ou apaziguar os outros. Isso não aconteceria caso
a criança sempre se sentisse aceita e aprovada dos sentimentos,
mesmo que alguns fossem inibidos. Em tal situação ideal a criança
nunca se sentiria pressionada a se despojar ou repudiar partes não
atraentes, mas autenticas de sua personalidade.
São chamados de condições de valor aqueles comportamentos ou
atitudes que negam algum aspecto do self. Condições de valor são
obstáculos básicos a exatidão da percepção e a tomada de
consciência realista. Há vendas e filtros seletivos destinados a
assegurar esse suprimento interminável de amor da parte dos
parentes e dos outros. Acumulamos certas ações, atitudes ou
condições cujo o cumprimento sentimos necessário para
permanecemos dignos. Essas ações idealizadas constituem áreas de
incongruência pessoal. Criam uma discrepância entre o self e o
autoconceito. Para mantermos uma condição de valor temos de negar
determinados aspectos de nós mesmos.
O crescimento é impedido devido a pessoa negar os impulsos
diferentes do seu autoconceito artificialmente “bom”. Continua a
distorcer as experiencias, afim de sustentar sua autoimagem. Quanto
maior distorção, tende a ser maior os erros e criação de novos
problemas.
Cada experiencia de incongruência entre o self e a realidade, aumenta
a vulnerabilidade, onde aumenta as defesas, interrompendo as
experienciais e criando novas ocasiões de incongruência. Se as
defesas não funcionar, a pessoa toma consciência das discrepâncias
entre o comportamento e as crenças. Pode ter consequências de
pânico, ansiedade crônica, retraimento e psicose. A psicose pode ser
a representação externa de um aspecto anteriormente negado da
experiencia. O episódio psicótico é uma tentativa de desesperada da
personalidade de reequilibrar-se e de permitir a realização de
necessidades e experiencias internas frustradas. A terapia consiste em
por de lado as condições de valor prejudiciais, e retomar as forças
saudáveis de uma pessoa para sua dominância original.