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O BOM ALUNO DE CURSOS À DISTÂNCIA:

• Nunca se esquece que o objetivo central é aprender o conteúdo, e não


apenas terminar o curso. Qualquer um termina, só os determinados
aprendem!

• Lê cada trecho do conteúdo com atenção redobrada, não se deixando


dominar pela pressa.

• Sabe que as atividades propostas são fundamentais para o entendimento do


conteúdo e não realizá-las é deixar de aproveitar todo o potencial daquele
momento de aprendizagem.

• Explora profundamente as ilustrações explicativas disponíveis, pois sabe que


elas têm uma função bem mais importante que embelezar o texto, são
fundamentais para exemplificar e melhorar o entendimento sobre o conteúdo.

• Realiza todos os jogos didáticos disponíveis durante o curso e entende que


eles são momentos de reforço do aprendizado e de descanso do processo de
leitura e estudo. Você aprende enquanto descansa e se diverte!

• Executa todas as atividades extras sugeridas pelo monitor, pois sabe que
quanto mais aprofundar seus conhecimentos mais se diferencia dos demais
alunos dos cursos. Todos têm acesso aos mesmos cursos, mas o
aproveitamento que cada aluno faz do seu momento de aprendizagem
diferencia os “alunos certificados” dos “alunos capacitados”.

• Busca complementar sua formação fora do ambiente virtual onde faz o


curso, buscando novas informações e leituras extras, e quando necessário
procurando executar atividades práticas que não são possíveis de serem feitas
durante as aulas. (Ex.: uso de softwares aprendidos.)

• Entende que a aprendizagem não se faz apenas no momento em que está


realizando o curso, mas sim durante todo o dia-a-dia. Ficar atento às coisas
que estão à sua volta permite encontrar elementos para reforçar aquilo que
foi aprendido.

• Critica o que está aprendendo, verificando sempre a aplicação do conteúdo


no dia-a-dia. O aprendizado só tem sentido quando pode efetivamente ser
colocado em prática.

Aproveite o seu
aprendizado.
LISTA DE QUADRO

QUADRO 1
Fórmulas para gerenciamento do caixa ........................................................... 16

QUADRO 2
Fórmulas para cálculo dos indicadores financeiros dos estoques................... 18

QUADRO 3
Fórmulas para cálculo dos indicadores financeiros das duplicatas a receber.. 22
SUMÁRIO

FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA ................................... 4

1. Administração Financeira........................................................................... 4

2. Responsabilidades do Administrador Financeiro ........................................ 4

2.1 Atribuições do administrador financeiro.................................................. 4

3. Aplicação dos conceitos de Economia e de Contabilidade na Gestão


Financeira ....................................................................................................... 6

3.1 Administração Financeira e a Economia ................................................. 6

3.2 Administração Financeira e a Contabilidade: .......................................... 8

4. Funções da Administração Financeira ....................................................... 8

4.1 Planejamento e Análise das Necessidades Financeiras ......................... 8

4.2 Administração da Estrutura do Ativo da Empresa ................................... 9

4.3 Administração da Estrutura Financeira da Empresa ............................. 10

4.4 Síntese das Responsabilidades do Administrador Financeiro.............. 10

4.5 Ações que devem ser evitadas, pelos gestores, para garantir a saúde
financeira da empresa:............................................................................... 11

ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO .................................................... 12

1. Introdução................................................................................................ 12

2. Gerenciando os Componentes do Capital de Giro ................................... 13


2.1 Administração do Caixa........................................................................ 13

2.2 Administração Financeira de Estoques ................................................. 16

2.3 Administração de Duplicatas a Receber............................................... 19

FLUXO DE CAIXA ........................................................................................... 25

1. Introdução................................................................................................ 25

2. Função do Fluxo de Caixa ........................................................................ 25

2.1 Fluxo de Caixa Realizado ..................................................................... 25

2.2 Fluxo de Caixa Projetado ...................................................................... 25

3. Características do Fluxo de Caixa ........................................................... 26

4. Estrutura do Demonstrativo do Fluxo de Caixa ........................................ 26

5. Gerenciando o Fluxo de Caixa ................................................................. 27

6. Elaboração do Fluxo de Caixa ................................................................. 27

6.1 Rotinas do Gerenciamento do Fluxo de Caixa ...................................... 28

6.2 Análise do Fluxo de Caixa ..................................................................... 29

7. Classificação dos Fluxos de Caixa ........................................................... 30

7.1 Fluxo de Caixa Operacional .................................................................. 30

7.2 Fluxo de Caixa de Investimento ............................................................ 31

7.3 Fluxo de Caixa de Financiamento ......................................................... 31

8. Equivalência de Fluxo de Caixa............................................................... 33

8.1 Planos Equivalentes de Financiamento ................................................ 34

9. Coeficiente de Financiamento .................................................................. 36

CUSTOS PARA TOMADA DE DECISÕES..................................................... 38

1. Margem de Contribuição.......................................................................... 38

2. Ponto de Equilíbrio – Break-Even Point.................................................... 40

2.1 Índice do Ponto de Equilíbrio ................................................................ 41

3. Formação do Preço de Vendas ................................................................ 43

3.1 Formação de Preços baseada em Custos ............................................ 43


3.1.1 Formação de Preço de Venda para Indústria ..................................... 44

ANÁLISE DE INVESTIMENTO....................................................................... 50

1. Introdução................................................................................................ 50

1.1 Valor presente líquido – VPL ................................................................. 51

1.2 Taxa interna de retorno – TIR ............................................................... 52

1.3 Período de recuperação de capital – PAYBACK ................................... 54

1.4 Índice de Lucratividade ......................................................................... 59

2. Fluxo de Caixa de um Projeto.................................................................. 62

2.1 Receita Bruta Operacional .................................................................... 62

2.2 Deduções .............................................................................................. 63

2.3 Receita Líquida Operacional ................................................................. 63

2.4 Custos e Despesas Operacionais ......................................................... 63

2.5 Depreciação .......................................................................................... 63

2.6 Lucro Bruto Operacional – LBO ............................................................ 64

2.7 Impostos sobre o Lucro ........................................................................ 64

2.8 Investimento Bruto ................................................................................ 64

2.9 Necessidade de Capital de Giro........................................................... 64

2.10 Valor Residual ..................................................................................... 65

3. Custo do Capital do Credor e do Acionista ............................................... 72

3.1 Taxa de Desconto do Projeto ................................................................ 72

3.2 Custo do Capital do Credor............................................................... 72

3.3 Custo do Capital do Acionista ............................................................ 73

REFERÊNCIAS ............................................................................................ 75
4

FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA


1. Administração Financeira

A Função Financeira teve seu início a partir do momento que iniciaram as


trocas (escambo), entretanto foi a partir do Século XVIII – em conseqüência da
Revolução Industrial – que ela passa a ser reconhecida como ciência.

Finanças é a aplicação de uma série de princípios econômicos para maximizar a


riqueza ou valor total de um negócio (GROPPELLI, 2002).

Finanças é a arte e a ciência de administrar fundos. Praticamente todos os


indivíduos e organizações obtêm receitas ou levantam fundos, gastam ou
investem. A Administração Financeira ocupa-se do processo, instituições,
mercados e instrumentos envolvidos na transferência de fundos entre pessoas,
empresas e governos (GITMAN, 1997)

2. Responsabilidades do Administrador Financeiro

O administrador financeiro tem como responsabilidade principal gerenciar os


recursos aplicados no ativo e no passivo, de forma a aumentar o valor da empresa e,
assim, gerar riqueza para os seus acionistas.

2.1 Atribuições do administrador financeiro

Para atender as exigências do cargo o administrador financeiro deverá


desempenhar as seguintes atribuições1:
previsão e planejamento – coordena, juntamente, com os demais setores
o planejamento de toda a empresa;

1
BRIGHAM; GAPENSKI e EHRHARDT, 2001, p. 27
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5

decisões de investimento e financiamento – decisões sobre a compra


de ativos – equipamentos, estoques, instalações e outros – e de que
maneira tais aquisições serão financiadas – capital de terceiros, capital
próprio ou ambos. O administrador financeiro deve acompanhar com
cuidado:

saldo de caixa INATIVO: observar as oportunidades de investimento e


de aplicação do saldo disponível, pois dinheiro parado gera custos;
excesso de ESTOQUES: os estoques devem ser planejados para
atender a demanda. Manter estoques altos e sem controle além de
gerar custos, pode comprometer o capital de giro da empresa,
deixando-a em uma situação de aperto financeiro;
especulação financeira pode trazer vantagens econômicas,
proporcionando RENTABILIDADE, porém pode prejudicar a LIQUIDEZ,
lançando a empresa num processo de dificuldades financeiras;

RENTABILIDADE indica o percentual de remuneração do capital investido


na empresa.

LUCRATIVIDADE indica o percentual de ganho obtido sobre as vendas


realizadas.

LIQUIDEZ é a capacidade de pagar em dia os compromissos assumidos

valores a receber em aberto: programação das entradas, bem como


a sistemática fiscalização desta parcela tão importante de fonte de
recursos da empresa;
máquinas paralisadas: deve-se controlar a vida útil das máquinas e
equipamentos, evitando assim a concentração de recursos
subaproveitados que aumentariam sensivelmente “o custo de
oportunidade”.
coordenação e controle – deverá ter conhecimento e manter o devido
controle sobre as decisões de outros departamentos que implicam
gastos;

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6

lidar com os mercados financeiros – escolha das melhores opções


no mercado financeiro para captação e aplicação de recursos;
administração de risco – eliminar, o máximo possível, o risco de a
empresa ter perda financeira: compra de seguros, diluir as aplicações
financeiras entre vários segmentos e outros;

O gestor financeiro decide quais ativos devem ser adquiridos pela empresa,
como esses ativos devem ser financiados, e como a empresa deve
gerenciar seus recursos. Se essas responsabilidades forem
desempenhadas eficientemente, isso ajudará a maximizar os valores das
empresas e também irá contribuir para o bem-estar dos consumidores e
empregados (BRIGHAM; GAPENSKI e EHRHARDT, 2001, p. 28).

3. Aplicação dos conceitos de Economia e de Contabilidade na


Gestão Financeira

A Administração Financeira é considerada por alguns autores como a


Economia Aplicada, o que implica que suas ações dependem do conhecimento dos
conceitos Econômicos. Já a Contabilidade é uma das principais fontes de
informação que Administração Financeira utiliza para a tomada de decisões.

3.1 Administração Financeira e a Economia

A importância da Economia para o ambiente financeiro pode ser mais bem


descrita em função de suas áreas mais amplas - Macroeconomia e Microeconomia.

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3.1.1 Macroeconomia

A Macroeconomia estuda o ambiente global, institucional e internacional em que a


empresa precisa operar. Exemplos de fatores macroeconômicos: a renda média, a
produção nacional, desemprego (causa e conseqüência), taxa de inflação e política
monetária, sistemas bancários, políticas econômicas de governo,

(GITMAN, 1978, p. 4)

Se a empresa opera no âmbito macroeconômico é preciso que o


administrador financeiro esteja atento a:

estrutura institucional da empresa;

às conseqüências que as mudanças na política econômica podem afetar o


seu próprio ambiente de decisão;

prever ameaças e oportunidades para o seu negócio;

conhecer as instituições financeiras e saber como estas funcionam, para


ter como avaliar as fontes de financiamento da empresa.

O administrador financeiro precisa enfrentar não só outros competidores de sua


empresa, mas também as condições econômicas vigentes que podem ser favoráveis
ou desfavoráveis.

3.1.2 Microeconomia

A Microeconomia e suas teorias se interessam pela operação eficiente da


empresa. Visam definir ações que permitirão à empresa atingir sucesso
financeiro, tais como: as relações de oferta e demanda, estratégias de
maximização de lucro, composição de fatores de produção, níveis ótimos
de venda, estratégias de precificação e outros, GITMAN, 1978, p. 4).

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3.2 Administração Financeira e a Contabilidade:

A função financeira e a função contábil tem sido consideradas por alguns


empresários como sendo a mesma coisa. Entretanto são distintas, embora a
Administração Financeira tenha como principal insumo os dados fornecidos pela
Contabilidade. Ao contador, cabe desenvolver e fornecer dados que possibilitem
avaliar o desempenho da empresa em suas situações econômicas, financeiras e
patrimoniais, com base nos quais o Administrador traçará seu plano de:
análise e planejamento financeiro;

estimativas de entradas e saídas de caixa;

levantamento, emprego e distribuição de fundos e seu controle financeiro,


detalhados em suas funções.

4. Funções da Administração Financeira

As principais funções da Administração Financeira, na perspectiva de Gitman


(1978) são:

análise e planejamento das necessidades financeiras;

determinação da estrutura de ativo da empresa;

determinação da estrutura financeira da empresa.

4.1 Planejamento e Análise das Necessidades Financeiras

Elaboração de planos ou orçamentos de forma a orientar a posição financeira


da empresa, possibilitando assim a tomada de decisão no que diz respeito à:
necessidade de aumento da produção e/ou venda; determinação de aumento de
capital de giro; captação de recursos para suprir o déficit ou investimento dos
recursos excedentes.

As entradas de saídas de recursos financeiros de uma empresa podem ser


controladas utilizando o fluxo de caixa, comumente são representadas pelas
seguintes contas:

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9

Entradas: faturamento (vendas) – capital próprio – capital de terceiros


– vendas de imobilizado e alugueis;
Saídas: fornecedores, despesas operacionais, compras de
equipamentos, pagamento de empréstimos.

4.2 Administração da Estrutura do Ativo da Empresa

A determinação da estrutura do ativo de uma empresa significa definir qual o


montante que deverá ser investido em ativos circulantes e fixos. Este planejamento
deverá ser estratégico, de forma a evitar alta imobilização com comprometimento do
capital de giro da empresa.

A FIG. 1 traz a demonstração das fontes e das aplicações financeiras de uma


empresa.

FIGURA 1
Demonstração das fontes e das aplicações financeiras da empresa

ATIVO PASSIVO

APLICAÇÕES FONTES DE RECURSOS

Curto Prazo Capital de Terceiros


Longo Prazo

Fixo Capital Próprio

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4.3 Administração da Estrutura Financeira da Empresa

Esta função determina a maneira de captação de recursos para formar a


estrutura financeira da empresa. Deve-se definir se a empresa utilizará capital
próprio ou capital de terceiros – com financiamento de curto e/ou de longo prazo.

Essa definição afeta tanto a lucratividade quanto a liquidez da empresa.

A FIG. 2 mostra as fontes de recursos comumente utilizadas pelas empresas.

FIGURA 2
Fontes de recursos financeiros das empresas

Recursos de capital de A
terceiros Fontes de
BANCOS T
Financiamento
de Ativos
Estrutura de I
Capital
V
ACIONISTAS
O
Recursos de capital
próprio S
Fonte: Vieira (2005, p. 4)

“Vencer obstáculos com energia e firmeza, são requisitos de um


bom Administrador Financeiro”.

4.4 Síntese das Responsabilidades do Administrador Financeiro

estimar os recursos que serão necessários para executar os planos


operacionais da empresa;

determinar o montante de tais recursos que poderá ser obtido na própria


empresa ou de fontes externas;

identificar os melhores meios e fontes para a obtenção de recursos


adicionais, quando se fizerem necessários;

estabelecer o melhor método para aplicação de todos os recursos para


executar os planos operacionais.

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4.5 Ações que devem ser evitadas, pelos gestores, para garantir a saúde
financeira da empresa:

confundir gastos pessoais com gastos da empresa. O patrimônio da


empresa não pode ser misturado ao patrimônio dos donos;

elaborar plano de negócio incompatível com a realidade do mercado;

investir e fixar metas sem uma avaliação precisa das necessidades


operacionais – investimento não planejado;

ausência de controle dos custos, bem como de outros controles internos


ligados à capacidade de gerenciamento de uma empresa: compras,
vendas, estoques, finanças, contabilidade, recursos humanos, etc.;

estabelecer prazos de venda sem levar em conta o capital de giro;

acumular dívidas e utilizar recursos emprestados a uma alta taxa de juros


para suportar os gastos da empresa;

fazer vendas a prazo sem adotar uma análise de crédito criteriosa


(comprovante de renda ou residência, referências, consultas de crédito,
etc.);

inexperiência dos sócios no ramo de atividade escolhido para o


empreendimento;

remuneração dos sócios incompatível com a situação financeira da


empresa.

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ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO


1. Introdução

Na perspectiva de Vieira (2005), a Administração do Capital de Giro “pode ser


caracterizada como o campo de estudo que trata da gestão dos ativos e passivos
que compõem os grupos circulantes do Balanço Patrimonial – ativo circulante e
passivo circulante”.

Tem como objetivo a manutenção do equilíbrio financeiro da empresa que


pode ser alcançado com a administração criteriosa do quanto deve ser investido nas
contas do ativo circulante e como esses investimentos devem ser financiados.

Cerca de 60% do tempo de um gestor financeiro típico é dedicado ao


gerenciamento do capital de giro.

Capital de Giro Bruto: Capital total investido no ativo circulante

Capital de Giro = AC

Capital de Giro Líquido ou Capital Circulante Líquido

CCL = AC - PC

OBS:
- Quando o CCL é positivo significa a existência de recursos de longo prazo
aplicados nas contas de curto prazo do ativo;
- Quando o CCL for negativo indica a existência de aplicações de longo prazo sendo
financiadas por recursos de curto prazo.

(VIEIRA, 2005)

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2. Gerenciando os Componentes do Capital de Giro

O Capital de Giro Bruto consiste em quatro componentes principais: caixa,


títulos financeiros, estoques e contas a receber. As empresas geralmente seguem
um ciclo no qual elas compram estoques, vendem os produtos a prazo, e então
acumulam contas a receber. Uma política correta de capital de giro destina-se
minimizar o tempo entre os desembolsos de caixa para matérias-primas e o
recebimento em dinheiro das vendas.

2.1 Administração do Caixa

O caixa pode ser considerado um “ativo não lucrativo”. Embora necessário


para pagar as despesas operacionais, deve ser bem administrado para não
ocasionar dinheiro parado, pois o caixa em si não recebe juros.

A Administração de Caixa eficiente inclui gerenciamento correto das entradas


e saídas de caixa, que abrange:
melhorar as previsões de fluxos de caixa;

sincronizar as entradas e saídas de caixa;

acelerar os recebimentos;

deslocar os fundos disponíveis para onde são necessários;

controlar os desembolsos.

2.1.1 Ciclo Operacional

É o período que vai da compra de matérias-primas até o recebimento das vendas


dos produtos acabados.

Nas empresas industriais a duração do ciclo operacional depende:

do prazo de estocagem de matérias-primas;

da extensão do ciclo produtivo;

do prazo de estocagem dos produtos acabados;

do prazo de crédito concedido aos clientes.

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Graficamente tem-se:

Ciclo Operacional

Compra Venda Recebimento

PME PMC ou PMRV

Ciclo Operacional = PME + PMC Ou CO = PME + PMC

2.1.2 Ciclo de conversão de caixa ou ciclo de caixa

O ciclo de conversão de caixa representa o período médio compreendido entre


os pagamentos e os recebimentos operacionais.

Graficamente tem-se:

Ciclo Operacional

Compra de
Matéria-Prima Venda de Prod. Acabado Cobrança Dupl. a Receber

PME = 85 dias PMC = 70 dias

0
D=35 D=85 D=155

PMP=35 dias

Pgto.Duplicatas Recebimento

Ciclo de Conversão de Caixa

Fonte: Vieira, 2005.

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CO = Ciclo Operacional
Ciclo de Conversão de Caixa = CO - PMP PMC = Período Médio de Cobrança
‘ PME = Período Médio de Estoque
Ciclo de Conversão de Caixa = PME + PMC - PMP PMP = Período Médio de Pagamento

- Quanto maior o Ciclo de Conversão de Caixa, maior o custo para a


empresa, pois representa maior tempo de utilização de financiamento ou
mesmo do Capital Próprio;

- Ciclo de Conversão de Caixa positivo significa que a empresa precisa se


utilizar de recursos de origem não operacional (empréstimos de curto
prazo) para o financiamento das suas atividades operacionais.

2.1.3 Giro de Caixa

O giro de caixa representa o número de vezes em que o caixa girou no período de


análise. Quanto maior for o giro de caixa, menor será a necessidade de caixa para
suportar as operações.

Maximização do giro do caixa

Existem maneiras de maximizar o giro do caixa, minimizando, por conseguinte, as


necessidades de caixa:

aumentar o giro do estoque por meio de: aumento do giro das matérias-
primas; diminuição do ciclo de produção; aumento do giro de produtos
acabados;

acelerar o processo de recebimento;

reduzir o prazo concedido nas vendas a prazo;

aumentar o prazo de pagamento a fornecedores.

O QUADRO 1 traz as principais fórmulas utilizadas para o gerenciamento do caixa.

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QUADRO 1
Fórmulas para gerenciamento do caixa

Pagamento Anual de Duplicatas


Giro de Caixa no Ano ---------------------------------------------
Saldo Médio de Caixa

Saldo Médio de Caixa Pagamento Anual de Duplicatas


ou Caixa Mínimo -------------------------------------------------
Giro de Caixa

360
Giro de Caixa ----------------------------------------
Ciclo de conversão de caixa

2.2 Administração Financeira de Estoques

O Estoque representa um investimento importante em Ativo Circulante para a


maioria das empresas industriais.

A Gestão de Estoque é geralmente controlada pelas áreas de Compras, de


Produção e Vendas. O Gestor Financeiro não exerce controle direto, apenas
contribui na tomada de decisão, pois tem a responsabilidade tanto de levantar o
capital necessário para manter estoques quanto pela lucratividade geral da empresa.

Objetivos Financeiros x Objetivos de Produção x Objetivo da Empresa :

objetivo financeiro: alcançar o maior giro de estoque possível, porque


quanto maior for o giro de estoque menor será a necessidade de
investimento que a empresa fará;

objetivo de produção: manter estoques suficientes para satisfazer a


demanda de produção;

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objetivo da empresa: determinar o nível ótimo de estoque que reconcilie


esses objetivos conflitantes;

2.2.1 Mensuração de Desempenho Financeiro dos Estoques

De um ponto de vista financeiro, o estoque é um ativo e representa dinheiro


preso, que não pode ser utilizado para outros propósitos. Além disso, manter
estoques gera custos de capital, de armazenagem e de risco.

A área de finanças deseja o menor estoque possível e precisa de alguma


mensuração do nível de estoque. O investimento total em estoques é uma boa
medida, mas em si mesmo não se relaciona às vendas.

Duas medidas que efetivamente se relacionam com as vendas são:

Giro de Estoque ou Rotatividade;


Cobertura de Estoque ou Período Médio de Estocagem

2.2.2 Rotatividade ou Giro de Estoque

A Rotatividade ou o Giro de Estoque é a relação existente entre o consumo anual


e o estoque médio do produto. Em princípio, quanto maior o Giro dos Estoques
melhor será a situação da empresa, uma vez que tal acontecimento estará indicando
um alto grau de comercialização de seus produtos (grande demanda, boa aceitação,
etc.). Todavia, a rotação elevada poderá exprimir um subinvestimento em estoque,
revelando que a empresa opera com estoques inferiores à suas necessidades,
perdendo, portanto, oportunidades de vendas e, conseqüentemente, de gerar
maiores lucros. Da mesma forma, uma baixa rotação pode denotar
superinvestimento em estoques, ou seja, a empresa estaria investindo em estoques,
quantidades superiores às suas necessidades.

2.2.3 Cobertura de estoque ou período médio de estoque (PME)

A Cobertura de Estoque, também conhecida por Período Médio de Estoque ou


Período de Renovação dos Estoques indica o número de meses ou de dias durante
os quais poderá o estoque movimentar-se, sem que haja necessidade de nova
encomenda. É o prazo decorrido entre a compra (efetivo recebimento) e a venda ou
consumo do material.

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QUADRO 2

Consumo Médio Anual (un.)


Giro de Estoque de Produto Acabado ------------------------------------------
Estoque Médio (un.)
(consumo em unidades)

Custo de Mercadoria Vendida (CMV)


Giro de Estoque de Produtos Acabados -----------------------------------------------------------
Estoque médio de produto acabado (R$)
(Consumo em R$)

Custo dos Materiais Utilizados


Giro de Estoque de Matéria-Prima -----------------------------------------------------
Estoque médio de matéria-prima

Período Médio de Estocagem (PME) 360


-----------------------
Giro de Estoque

Período Médio de Estocagem (PME) 360 x estoque ($)


-----------------------------
CVM

Período Médio de Estocagem (PME) Estoque Médio em unidades


--------------------------------------------
Consumo Médio em unidades

Lucro Bruto Vendas x Margem Bruta

Lucro Líquido Vendas x Margem Líquida

Margem Bruta Lucro Bruto


-------------------------------
Vendas

Margem Líquida Lucro Líquido


-------------------------------
Vendas
Fórmulas para cálculo dos indicadores financeiros dos estoques

Quanto menor for o período médio de estoques da empresa, mais


líquida ou ativa a empresa poderá ser considerada.

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2.3 Administração de Duplicatas a Receber

As empresas, em geral, preferem vendas a vista em vez de vendas a crédito,


porém pressões competitivas forçam a maioria das empresas a oferecer crédito. A
fim de conservar os clientes atuais e atrair outros, a maioria das Empresas acha
necessário oferecer crédito.

Já que para quase todas as empresas as duplicatas a receber representam uma


grande parte dos seus ativos circulantes, dá-se, normalmente, muita atenção à
administração eficiente dessas duplicatas.

2.3.1 Políticas de Concessão de Crédito

A política de crédito é o conjunto de princípios que, durante certo período,


norteiam o comportamento da empresa quanto à concessão de crédito. Em
situações de forte concorrência entre empresas, a política de prazos de pagamento
pode ser utilizada como vantagem competitiva, para conquistar novas fatias de
mercado.

Ao estipular uma política de crédito a empresa estará colocando em prática


uma estratégia mercadológica para atrair clientes, mas se não houver recursos
financeiros para administrar um volume elevado de valores a receber, pode-se
comprometer a situação financeira da mesma, pois não haverá liquidez financeira
para honrar os compromissos assumidos.

2.3.2 Tipos de Política de Crédito

O crédito para vendas a prazo é liberado segundo três tipos de política:

liberal: maior risco de não recebimento ou de impontualidade;

rígida: menor risco de não recebimento ou de impontualidade;

compatível: risco médio, pela utilização simultânea das políticas


anteriormente citadas;

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O risco existente na autorização de uma venda a prazo é o do recebimento


com impontualidade, o que prejudica o fluxo diário de caixa do fornecedor, e o do
não recebimento. Ambos são prejudiciais.

2.3.3 Variáveis da política de crédito

A Política de Crédito de uma empresa consiste em determinar quatro variáveis:

a) O Período de crédito - fixação de prazos para pagamentos pelos


clientes: É o período de tempo que a empresa concede aos clientes para
pagamento das compras realizadas.
A definição de prazos depende:

da política adotada pela concorrência;


das características e do risco inerentes ao mercado consumidor;
da natureza do produto vendido;
do desempenho da conjuntura econômica;
do atendimento de determinadas metas gerenciais internas;
de mercadologia;
do prazo do fornecedor e outros fatores.
b) Os Padrões de Crédito - fixação de critérios para aceitação (seleção)
de clientes: os padrões de crédito da empresa definem os critérios mínimos
para a concessão de crédito a um cliente. O estabelecimento de padrões de
crédito requer implicitamente uma medida de qualidade de crédito, que é
definida em termos da probabilidade de inadimplência de um cliente.

b.1) Processo para Avaliação de um Pedido de Crédito: a concessão de

crédito deve ser feita com muito critério técnico, com base em:

análises de balanços: analisar os elementos de decisão, apoiada em


índices de liquidez e estimativas do risco de não pagamento;

informações comerciais junto a fornecedores;

bancos ou instituições especializadas (exemplo: Serasa).

vendedores;

visita às instalações da empresa e entrevistas com seus executivos;

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o solicitante de crédito possui casa própria;


há quanto tempo o solicitante trabalha em seu emprego atual;
qual a dívida a pagar do solicitante em relação à sua renda anual?
o cliente potencial tem o histórico de ser pontual em seus pagamentos.

b.2) Padrões de crédito x vendas x recebimento: espera-se que à medida


que uma empresa afrouxa seus padrões de crédito, cresçam suas vendas,
enquanto um arrocho nos padrões de crédito implicará em menores vendas.
Quando as condições de crédito são afrouxadas, concede-se crédito a
clientes menos confiáveis que provavelmente retardarão o pagamento de
suas contas. Quando os padrões de crédito são arrochados, a concessão de
crédito será limitada aos clientes mais confiáveis, e a expectativa é que
paguem suas contas mais depressa.

c) A Política de Cobrança: definição dos métodos de cobrança


(instrumentos, agressividade relativa, etc.). Análise permanente das duplicatas
com atraso e o esforço para seu recebimento;

Tipos de Procedimentos de Cobrança


Inúmeros tipos de procedimentos de cobrança são normalmente empregados.
Se uma conta não for paga na data do vencimento, com a passagem do
tempo as cobranças tornam-se mais pessoais e rigorosas. Os procedimentos
básicos de cobrança são: cartas; telefonemas; visitas pessoais; agência de
cobrança; ação judicial.

d) Descontos - formalização de procedimentos para concessão de


descontos:

Os descontos financeiros são oferecidos objetivando o incremento das


vendas, atraindo novos clientes ou incentivando volumes maiores de vendas,
e também, a redução de necessidade de caixa através de uma diminuição do
prazo médio de cobrança.

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22

2.3.4 Os cinco Cs do crédito

A base de concessão de crédito deve respeitar os cincos Cs do crédito, criados


por Weston e Brigham:
caráter - percepção de integridade ou qualidade moral – o cliente procurará
cumprir a sua obrigação?

condições – constatações de problemas conjunturais – quais serão os possíveis


efeitos de acontecimentos externos sobre a capacidade do cliente para pagar as
suas dívidas;

capacidade: constatação de competência gerencial para o negócio – o


desempenho operacional e financeiro do cliente permitirá a geração de recursos
para efetuar os pagamentos?

capital - existência de condições financeiras – o cliente possui bens e outros


recursos disponíveis para cobrir o valor exigido pela transação?

colateral - existência de garantias que poderiam ser disponibilizadas – o cliente


pode oferecer garantias reais ou não?

Estas condições devem existir, simultaneamente, em qualquer relação de compra e


venda. O atendimento a elas significa a tranqüilidade que o ativo “Duplicatas a
Receber” deve merecer.

QUADRO 3

Giro de Duplicatas a Receber Vendas Anuais a Credito


------------------------------------------
Duplicatas a Receber

Período Médio de Cobrança (PMC) 360


------------------------
Giro de Duplicatas

Período Médio de Cobrança (PMC) 360 x duplicatas a receber


-------------------------------------------
Vendas anuais a crédito
O Período Médio de Cobrança mostra a média em dias que a
empresa leva para cobrar uma duplicata. Se o índice encontrado for
menor que o prazo concedido para pagamento, então o índice é
aceitável.
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Fórmulas para cálculo dos indicadores financeiros das duplicatas a receber


23

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

Exercício 1

Ativo Circulante Passivo Circulante


Disponível 53.172 21,0 Fornecedores 57.584 21,2
Estoques 51.657 20,4 Empréstimos 95.910 35,2
Clientes 89.145 35,2 Controladas/Coligadas 40.180 14,8
Controladas/Coligadas 12.423 4,9 Outras Contas 78.492 28,8
Outras Contas 47.114 18,6
Total 253.511 100,0 272.166 100,0

Com os dados da tabela acima, pede-se:

a) Capital de Giro;
b) Capital de Giro Líquido ou Capital Circulante Líquido;

Exercício 2
Uma empresa opera com ciclo de caixa de 32 dias, resultante de 15 dias de
estoques, 35 dias de recebimento de clientes e de 18 dias de pagamento a
fornecedores. As vendas totais anuais é de R$ 2.000.000,00 sendo que desse valor
R$1.200.000,00 correspondem a vendas a prazo. As compras são realizadas a
prazo e o montante anual foi de R$1.700.000,00. A empresa trabalha com uma
margem de lucro bruta de 25%. Determine o valor de cada item componente do
circulante dessa empresa e o capital circulante líquido.

Exercícios 3
Uma empresa apresenta os seguintes dados: custo anual das mercadorias vendidas
de R$24.000.000 e o estoque médio de R$6.000.000.
Responda as questões abaixo:
a) Qual será a taxa de giro de estoque?
b) Qual seria a redução no estoque se o giro de estoque crescesse para 12
vezes por ano?
c) Se o custo de estocagem corresponde a 25% do estoque médio, de quanto
será a economia?

Exercício 4
Em cada um dos seguintes casos, calcule o investimento médio em estoque.
Suponha um ano de 360 dias.
a. A empresa tem vendas de R$2.000.000,00, uma margem bruta de 20% de
lucro e o período médio de estoque de 60 dias.
b. O custo de mercadoria vendida é de R$230.000,00 e o período médio de
estoque é de 65 dias.
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24

c. As vendas da empresa são de R$790.000,00, sua margem bruta de lucro é de


12% e a taxa de giro de estoque é de 5.
d. O custo de mercadorias vendidas da empresa é de R$5.480.000,00 e a taxa
de giro de estoque é de 6.

Exercício 5
O PMP da Cia. Barcos Ltda. é de 50 dias. A Empresa tem uma taxa de Giro de
Estoque de 4 e Giro de Duplicatas a receber de 9. Seus desembolsos anuais com
pagamento de duplicatas são de aproximadamente R$2.500.000,00. Calcule a
necessidade mínima de caixa operacional, supondo um ano de 360 dias.

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25

FLUXO DE CAIXA
1. Introdução

O fluxo de caixa é um instrumento gerencial de grande importância na tomada


de decisões empresariais, possuindo como objetivos básicos:

coletar dados;

organizar dados;

gerar subsídios (dados, informações) para previsões.

2. Função do Fluxo de Caixa

O Fluxo de Caixa visa o controle rígido dos recursos financeiros da empresa,


de forma a permitir antecipadamente a decisão quanto ao destino a ser dado aos
recursos, bem como determinar como serão pagos os desembolsos.

O Fluxo de Caixa é um instrumento de Gestão que provém da


integração do contas a receber com o contas a pagar, podendo se
referir ao passado (fluxo realizado) ou ao futuro (fluxo projetado).

2.1 Fluxo de Caixa Realizado

Quando se olha para o passado e se comparam as contas recebidas com as


contas pagas.

2.2 Fluxo de Caixa Projetado

Quando se compara o contas a receber com o contas a pagar.


O fluxo de caixa projetado permite visualizar, simultaneamente, o contas a pagar e o
contas a receber e, conseqüentemente, decidir sobre:

o melhor momento da compra;

o melhor momento da venda à vista;


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26

os momentos mais “carregados” do contas a pagar;

projetar “estouros / sobras” de caixa;

3. Características do Fluxo de Caixa

O fluxo de caixa possui as seguintes características:

é imediato – o que indica que deva ser atualizado diariamente –


garantindo assim uma visão realistas da situação financeira da empresa;

permite olhar tanto para o passado quanto para o futuro - o que possibilita
ao administrador projetar, dia-a-dia dentro de determinados limites, a
evolução de seu disponível. Dessa forma ele poderá tomar, com a devida
antecedência, as medidas que se façam necessárias para enfrentar a
escassez ou excesso de recursos;

de fácil análise - ou o dinheiro entrou ou não entrou. Ou saiu ou não saiu.

4. Estrutura do Demonstrativo do Fluxo de Caixa

Fluxo de Caixa ou Fluxo Financeiro

A- Entradas
Discriminação de todos os ingressos

B- Saídas
Discriminação de todos os desembolsos

C- Saldo no Período (A-B)

D- Saldo Acumulado Anterior

E- Saldo Acumulado Atual (C+D)

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27

5. Gerenciando o Fluxo de Caixa

Saldo Inicial

Entradas

Saídas

=
Saldo Final

Aplicação no
Aporte de recursos
- + negócio
próprios

ou de terceiros Aplicação
Financeira

6. Elaboração do Fluxo de Caixa

O fluxo de caixa, a primeira vista, é uma ferramenta simples de ser utilizada,


o que dificulta a sua elaboração é o levantamento dos dados referentes às entradas
e saídas do caixa. Principalmente quando se trata de pequenas empresas, pois seus
empreendedores adotam procedimentos nem sempre recomendáveis no trato
dessas contas. Dessa maneira, algumas dicas são fundamentais para a elaboração
do fluxo de caixa, para que este forneça informações confiáveis à tomada de
decisão:

todos os pagamentos deverão ser feitos em cheque - evitar os


pagamentos em dinheiro, isto porque se perde o histórico da operação;

criar um fundo de troco para as pequenas despesas - passar para esse


fundo, no início da semana, valor suficiente para despesas como
condução e café e prestar contas no final da semana;

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28

não confundir pessoa física com pessoa jurídica - evitar sempre que
possível o pagamento de contas da empresa com cheque do sócio e vice-
versa;

não confundir pró-labore com lucro - pró-labore é a retirada do sócio que


trabalha na empresa, enquanto que o lucro é a remuneração do capital
investido;

realizar sempre a conciliação bancária - é importante lembrar que o saldo


da empresa não vai coincidir com o do banco, em função do período de
tempo existente entre o recebimento/emissão do cheque e a operação
bancária, daí a importância da conciliação bancária, no mínimo
semanalmente;

documentar todas as operações com cópias - todo o cheque emitido


deverá ser acompanhado de cópia. Igual procedimento se aplica a
contratos e recibos. Enfim, o arquivo das informações é muito importante
para futuras consultas.

6.1 Rotinas do Gerenciamento do Fluxo de Caixa

6.1.1 Elaboração

verificar o saldo inicial;

obter previsão do contas a receber;

obter previsão do contas a pagar;

atualizar diariamente o movimento do caixa, lançando na planilha de


trabalho (ou no sistema) as informações obtidas em seus respectivos
campos e datas.

6.1.2 Monitoramento

providenciar extratos bancários;

conciliar os extratos bancários com seus lançamentos e identificar os


depósitos;

atualizar os saldos;

comparar campos de “previstos” com “realizado”;

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29

analisar os saldos para aporte de recursos ou para direcionar as


aplicações;

analisar as contas problemáticas e as contas que superam as previsões


(gráficos);

tomar medidas preventivas e corretivas para a saúde do caixa.

6.2 Análise do Fluxo de Caixa

A análise é feita depois do lançamento dos dados. Deve-se verificar a relação


das entradas com as saídas de dinheiro. Se houver um equilíbrio entre essas contas,
significa que o valor de dinheiro que entrou foi suficiente para pagar todos os
compromissos assumidos.

Duas situações demonstradas pelo fluxo irão exigir mais atenção do gerente
financeiro:

quando as entradas forem inferiores às saídas – estouro de caixa;

quando as entradas forem superiores às saídas – excedente de caixa.

6.2.1 Estouro de Caixa

Existem momentos que, por vários motivos, o famoso “estouro de caixa”


acontece. O contas a pagar é superior ao contas a receber e o saldo é insuficiente
para pagar os compromissos assumidos pela empresa. No quadro abaixo tem-se um
resumo dos possíveis sintomas de um estouro de caixa, as causas prováveis que
levaram a essa situação e algumas sugestões de como melhorar esse desempenho.

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30

Sintomas Causas Decisões

Insuficiência Aumento de Capital Próprio


Vendas baixas;
crônica de (aporte de capital pelos sócios
Excesso de
caixa; ou ingresso de novos sócios);
investimentos em Adequação do nível de
estoque; operações e recursos
Excesso de disponíveis;
Captação
imobilizações; Contenção de custos e
sistemática de Excesso de retirada despesas;
recursos Venda de ativos;
dos sócios;
através de Geração de novas receitas e
Descompasso
empréstimos; maior controle do contas a
negativo entre
recebimento e receber (redução da
inadimplência).
pagamento;
Sensação de Alterações nas datas dos
Recessão econômica.
esforço desembolsos;
desmedido. Vendas a vista;
Operações financeiras para
reforçar o caixa, arcando com
os custos.

7. Classificação dos Fluxos de Caixa

Os fluxos de caixa podem ser classificados em:

Fluxo de caixa operacional;

Fluxo de caixa de investimento;

Fluxo de caixa de financiamento.

7.1 Fluxo de Caixa Operacional

É aquele que mostra a movimentação financeira relacionada com a atividade


principal da empresa.

Exemplos: Compra de material, pagamento de pessoal, Receitas resultantes


de vendas etc.

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7.2 Fluxo de Caixa de Investimento

São as saídas monetárias da empresa destinadas à aquisição de ativos


permanentes (terreno, maquinário, equipamento), assim como as entradas de
recursos financeiros provenientes da venda destes mesmos ativos.

7.3 Fluxo de Caixa de Financiamento

Decorrentes de decisões de captação de recursos junto aos acionistas e às


instituições financeiras, para pagamento de dividendos, juros, amortizações de
empréstimos e para suprir a necessidade da empresa face aos fluxos operacionais e
de investimento.

Cálculo do Valor Presente

Fórmula para Pagamento sem entrada

n
VP = R x [(1+i) -1]
----------------------

[i.(1+i)n]

Onde:
Fórmula para Pagamentos com Entrada
VP = Valor Presente;

R = Valor da Parcela ou
VP = R x [(1+i) n– 1] Prestação;
----------------
[i(1+i)n-1] I = Taxa de juros;

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32

Cálculo do Valor da Prestação

Fórmula para Pagamento sem Entrada

R = VP x [i.(1+i)n]
-----------------
[(1+i)n-1]

Fórmula para Pagamento com Entrada

R = VP [i.(1+i)n-1]
-------------
[(1+i)n -1]

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33

E X E R C Í C I O S PROPOSTO S

Execício 1
Uma pessoa financia um objeto em 5 parcelas iguais e seguidas de R$1.000,00 a
partir do próximo mês (ou seja, sem entrada). Se a taxa bancária de juros é de 7%
ao mês, qual é o Valor Presente (VP) deste objeto?

Exercício 2
Considere o problema do exemplo anterior e uma nova alternativa. Refinanciar a
compra do objeto que custa o Valor Presente em 5 parcelas iguais e seguidas a
partir do mês inicial. Considere a mesma taxa bancária de juros. Qual deverá ser o
valor de cada nova parcela R?

Exercício 3

O gerente da empresa Alfa detectou a necessidade da aquisição imediata de 4


computadores. Analisando o seu fluxo de caixa projetado ele percebeu que haverá
uma sobra de caixa mensal de R$1.800,00 nos próximos 6 meses. Ele poderá
utilizar este dinheiro para aquisição das máquinas. Ele recebeu algumas propostas
de financiamento. Analise a melhor opção.

Valor do Financiamento = R$6.000,00


Taxa de juros mensal = 6%

1a. Opção – pagamento de 6 parcelas fixas, sem entrada;


2a. Opção – pagamento em 4 parcelas fixas, sem entrada;
3a. Opção – pagamento em 3 parcelas fixas, com entrada.

8. Equivalência de Fluxo de Caixa

Dois ou mais fluxos de caixa são equivalentes a uma determinada taxa de


juros, se os seus valores atuais, calculados com essa mesma taxa, forem iguais. O
estudo da equivalência se faz no regime de juros compostos.

Convém ressaltar que se os fluxos de caixa tiverem o mesmo valor atual a


uma determinada taxa de juros, então os seus montantes após n períodos, obtidos
com essa mesma taxa, serão necessariamente iguais.

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34

É importante destacar que a equivalência de fluxos de caixa depende da taxa de


juros. Assim, se dois fluxos são equivalentes a uma certa taxa, essa equivalência
deixará de existir se a taxa for alterada.

8.1 Planos Equivalentes de Financiamento

8.1.1 Sistema Americano - Pagamento Final

O financiamento feito pelo Plano de Pagamento Final implica que o valor


financiado é pago de uma só vez, no final do período. Os juros são capitalizados ao
final de cada período (mês ou ano). Esta modalidade de pagamento é utilizada em:
Papéis de Renda Fixa (Letras de Câmbio ou Certificado de Depósito com renda
final), Títulos descontados em banco comercial;

8.1.2 Sistema Americano - Pagamento Periódico de Juros

É realizado o pagamento somente de juros ao final de cada período. No final


do prazo do empréstimo é pago, além dos juros do último período, também o
principal integral. Esta modalidade é utilizada em - Papéis de Renda Fixa, com renda
paga periodicamente (letras de câmbio com renda mensal, certificado de depósito
com renda mensal, trimestral).

8.1.3 Sistema Francês - Sistema Price

A parcela periódica de pagamentos compreende os juros do período mais


amortização de parte do principal. Esta modalidade é utilizada em: financiamento
imobiliário, crédito direto ao consumidor: automóveis, eletrodomésticos:

Como Calcular:

Cálculo do valor da prestação;


Cálculo dos juros do período pela aplicação da taxa do contrato sobre
os valores do saldo (remanescente do principal) no início do período;
Cálculo da amortização do principal, pela diferença entre o valor da
prestação e o valor dos juros do período.
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35

Observa-se que os juros de cada prestação vão diminuindo com o


tempo, pois o principal remanescente vai se tornando cada vez
menor. Como o valor da prestação é constante, a parcela de
amortização de cada prestação vai aumentando ao longo do tempo.

8.1.4 Sistema de Amortização Constante – SAC

O financiamento é pago em prestações decrescentes. Cada parcela


compreende pagamento de juros e da amortização de parte do principal.

Esta modalidade é utilizada em: financiamentos imobiliários e em financiamentos à


empresa, por parte de entidades governamentais.

Como cálcular:

Cálculo da amortização do principal, que tem valor constante em todas as


prestações, por meio da divisão do principal pelo número de prestações;

Cálculo dos juros do período, pela aplicação da taxa do contrato sobre o


valor do saldo (remanescente do principal) no início do período;

Cálculo do valor da prestação pela soma da amortização do principal com


os juros do período.

Em cada período, o principal remanescente decresce do valor de


uma amortização. Como todas as amortizações são iguais esse
decréscimo será uniforme, e, portanto os juros dos períodos
também serão uniformemente decrescentes ao longo do tempo.

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36

9. Coeficiente de Financiamento

Um gerente de uma agência de automóveis quer calcular coeficientes para


financiamentos, por unidade de capital emprestado. Estes coeficientes quando
aplicados ao total do capital darão como resultado a prestação. Sabendo-se que a
agência cobra 5% de juros ao mês, calcule o coeficiente para 6 e 12 meses.

Usando a HP:
Para 6 meses
Pela HP Visor
Limpe as memórias:[F][REG] 0.00
Entre com a taxa de juros: 5[i] 5.00
Entre com o número de meses:6[n] 6.00
Entre com a unidade de capital 1.00
emprestado:1[PV]
Calcule o coeficiente para as -
prestações:PMT 0.19702

Desconsidere o sinal negativo. Ele só representa a direção de saída do fluxo. Neste


caso, para um financiamento de R$10.000,00, em 6 meses, as prestações devem
ser de:

10.000,00 x 0,19702 = 1.970,20

Para 12 meses
Pela HP Visor
Limpe as memórias:[F][REG] 0.00 PMT = PV x i(1+i)n
------------------------
n
Entre com a taxa de juros: 5[i] 5.00 (1+i) – 1
Entre com o número de meses:12[n] 12.00
Entre com a unidade de capital 1.00
emprestado:1[PV]
Calcule o coeficiente para as -
prestações:[PMT] 0.11283

Empregando a Fórmula:

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37

E X E R C Í C I O S P ROPOSTOS

Exercício 1
Um empresário adquiriu um equipamento por R$42.000,00 hoje, com pagamentos
em 5 prestações trimestrais postecipadas, a uma taxa de juros de 4% ao trimestre.
Se o empresário decidir quitar o financiamento no final do terceiro trimestre (após
efetuar o terceiro pagamento), qual será o valor pago para resgatar a dívida nesta
data? Fazer os cálculos assumindo que o empresário contraiu o financiamento nos
seguintes sistemas: PRICE e SAC.

Exercício 2
Uma empresa adquiriu um financiamento no valor de R$185.000,00 em um Banco
de Desenvolvimento, se comprometendo a pagar em 4 prestações anuais, a uma
taxa de juros de 8% ao ano. No entanto, a empresa só começará a pagar as
prestações no final do terceiro ano, pois conseguiu negociar com o Banco esse
período de carência. Montar as tabelas de amortização e determinar os valores das
prestações, juros e saldos, nos seguintes sistemas: PRICE e SAC.
OBS: Durante o período de carência a empresa não paga a prestação, mas o valor
financiado é acrescido dos juros correspondente a este período.

Exercício 3
Um empresário adquiriu uma frota de caminhões por R$300.000,00 hoje, com
pagamentos em 6 prestações mensais a uma taxa de juros de 1,5% ao mês. Sendo
que a primeira prestação ocorre somente no final do 3º mês após a compra. Se o
empresário decidir quitar o financiamento após efetuar o quarto pagamento, qual
será o valor pago para resgatar a dívida nesta data? Fazer os cálculos, assumindo
que o empresário contraiu o financiamento os seguintes sistemas: PRICE e SAC.

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38

CUSTOS PARA TOMADA DE DECISÕES

1. Margem de Contribuição
Pode-se entender Margem de Contribuição como a parcela do preço de venda
que ultrapassa os custos e despesas variáveis e que contribuirá para a absorção dos
Custos Fixos e, ainda, para a formação do Lucro.

A Margem de Contribuição Unitária é dada pela fórmula:

MCunitária = PV – (CV + DV)


MCunitária = Margem de Contribuição
Unitária;
PV = Preço de Venda;
CV = Custo Variável
DV = Despesa Variável

Exemplo 1
Determinado produto é vendido por R$15,00 a unidade. O seu custo variável unitário
é formado por: material direto (MD) no valor de R$3,00 e mão-de-obra direta (MOD)
R$4,00. A comissão de venda é de 5% sobre o valor vendido e os impostos de
venda correspondem a 15% do preço de venda. A média de venda da empresa é de
300 unidades por período. Pede-se:
a) O valor a margem de contribuição unitária;
b) O valor da margem de contribuição total;
c) Análise do dado encontrado.

Exercício 2
A empresa está estudando qual o produto dará mais lucro, para poder incentivar
suas vendas. Os custos fixos da empresa são de R$2.455.000,00.

Produto Custo Direto Custo Custo Preço de Margem de


Variável Indireto Variável Venda Contribuição
Variável Total Unitária
A 700 80 780 1.550
B 1.000 100 1.100 2.000
C 750 90 840 1.700
P e d e -se

a) Calcular a margem de contribuição de cada produto;


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39

b) Analisando a margem de contribuição, determine qual o produto deverá ter


suas vendas incentivadas. Explique a sua resposta;

c) Faça a Demonstração dos Resultados para as seguintes vendas: produto A


1.500 unidades; produto B 1.800 unidades e produto C 1.000 unidades.

Pr o d ut o s A B C To t a l
Ve n d a s

( - ) C u s t o Va r i á ve l d o s
P r o d u t o s Ve n d i d o s
( = ) Ma r g e m d e
Contribu ição
( - ) C u st o s F i xo s Tot ai s

(=) Resultado

Produto/ MP MOD CIF Custo total


Modelo $/un $/un $/un $/un
01 300 500 450 1.250
02 400 500 550 1.450
03 500 600 550 1.650
04 600 600 550 1.750
Exercício 3
Preços de Venda por Unidade A empresa Arquivaço S A fabrica armários de
Modelo 01 R$ 1.500 aço de diversos modelos e que têm as
Modelo 02 R$ 1.550 seguintes características de custos num ní
Modelo 03 R$1.750 vel de produção de 100 unidades de
Modelo 04 R$1.900 cada:

De acordo com esses dados, apresente a margem de contribuição de cada produto.


Quais são os dois produtos que garantem maior lucratividade para a empresa?

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40

2. Ponto de Equilíbrio – Break-Even Point

Refere-se ao ponto de venda em que não há lucro nem prejuízo, ou seja, no


qual, os gastos totais (custos totais + despesas totais) são iguais às receitas totais.

Fórmula:

Receita Total = Gastos Totais

Quantidade x Preço de Venda = Custo Fixo + (Custo Variável x Quantidade)

(Quantidade x Preço de Venda) – (Custo Variável x Quantidade) = Custo Fixo

( QxPV) – (CV x Q) = CF

QPE = CF MC x QPE = CF
----------------
(PV – CV)

Receita no PE = Qpe x PV

Onde:
QPE = Quantidade no Ponto de Equilíbrio ou Produção no Ponto de Equilíbrio;
CF = Custo Fixo;
PV = Preço de Venda;
CV = Custo Variável.

Exemplo 1
Preço de Venda = R$10,00
Custo Fixo Total = R$2.000,00
Custo Variável = R$6,00
Pede-se:
a) Calcular a Margem de Contribuição e a Quantidade no Ponto de Equilíbrio;
b) Demonstração do Resultado no Ponto de Equilíbrio.

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41

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO


Receita Total
Custo Variável Total
Margem de Contribuição Total
Custo Fixo
Lucro Líquido Operacional

2.1 Índice do Ponto de Equilíbrio

Pelo índice do ponto de equilíbrio a empresa poderá saber o quanto as suas


receitas de vendas podem cair e ainda permanecer na faixa de segurança. Significa
dizer o quanto as receitas podem cair sem entrar no prejuizo.

Índice de Ponto de Equilíbrio = Custo Fixo


----------------------------------------------------------
Receita Vendas – Custo Variável Total

OBSERVAÇÃO
Quanto menor o Índice de Ponto de Equilíbrio, tanto melhor, pois maior
será a Margem de Segurança da Empresa. Um PE de 0,10 indicará que a
empresa contará com uma Margem de Segurança de 90%, ou seja, para
a empresa entrar em prejuízo a receita precisará cair 90%.

Exemplo 2
Diante dos seguintes dados:

Especificações Cia X Cia Y Pede-se


Vendas Anuais 100.000,00 100.000,00 a. O Ponto de Equilíbrio para as
duas empresas em termos de
Preço Médio de Venda p/ un 10,00 5,00 unidade;
b. O Ponto de Equilíbrio e termos
Custo Variável p/ un 8,00 2,50 de vendas;
c. O Índice do Ponto de Equilíbrio
Custo Fixo Total 16.000,00 25.000,00 e a Margem de Segurança;
d. Conclusões.

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42

E X E R C Í C I O S P R O P O S T O S

Exercício 1
Com os seguintes dados:
Custos Fixos = R$12.000,00;
Custos Variáveis = R$7,50 por unidade produzida
Preço de Venda = R$10,50
Pede-se:
a) A Quantidade no Ponto de Equilíbrio;
b) Receita no Ponto de Equilíbrio;
c) Demonstração do Resultado no Ponto de Equilíbrio.

Exemplo 2
Qual a Quantidade e a Receita no Ponto de Equilíbrio, se o Custo Fixo Total for de
R$24.000,00, o Custo Variável Total igual a R$9,60 por unidade produzida e o Preço
de Vendas de R$12,00 por unidade. Faça a Demonstração de Resultado no Ponto
de Equilíbrio.

Exemplo 3
Você pode alugar um carro a R$1,00 por quilômetro, ou então, adquiri-lo. Os Custos
Fixos na compra do carro serão de R$11.000,00 por ano e os Custo Variáveis de
R$0,50 por quilômetro. Quantos quilômetros você terá de dirigir o carro por ano, a
fim de que a compra se torne mais econômica do que o aluguel?

Exemplo 4

Os dados abaixo foram estimados para 100% da capacidade da Cia. Industrial de


Portões Praia.
Pede-se:
Especificações Valores
Vendas Líquidas: 100.000 un 2.500.000,00 a) Determinar a percentagem da
Material Direto (CV) 360.000,00 capacidade de operação, ou
MOD (CV) 400.000,00 seja, o índice do Ponto de
DIF (CF) 400.000,00 Equilíbrio
CIF (CV) 500.000,00 Segurança.
b) Calcular o volume de vendas
Despesas Comerciais e Adm. (CF) 150.000,00 no Ponto de Equilíbrio;
Despesas Comerciais e Adm. (CV) 240.000,00 c) Preparar a Demonstração de
Resultado
Equilíbrio
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43

3. Formação do Preço de Vendas

Vários fatores influenciam a formação de preço de um produto ou serviço, dentre


eles:

concorrência: mercados onde há várias empresas oferecendo produtos


semelhantes, o preço tenderá a ser menor do que se não houvesse
competidores;
clientes: as empresas devem se preocupar com a reação dos clientes ao
estabelecer ou alterar os preços dos produtos;
gastos: a empresa espera recuperar todos os gastos efetuados para produzir
o produto e ainda obter algum lucro;
governo: pode influir nos preços por meio de: subsídios, incentivos fiscais à
produção, restrições ou estímulos à importação, criação ou ampliação de
tributos.

3.1 Formação de Preços baseada em Custos

O preço de venda de um produto está mais relacionado com fatores externos


à empresa do que propriamente aos seus custos. Entretanto, o preço obtido a partir
do custo é uma referência valiosa para comparar com o preço de mercado e
determinar a conveniência ou não de vender o produto pelo preço que o mercado
esteja disposto a pagar.

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44

3.1.1 Formação de Preço de Venda para Indústria

Calcular Custo de Produção

Calcular o Custo de Fabricação ou de Produção

Mão-de-Obra Direta + Material Direto (Matéria-Prima) + Custo Indireto de Fabricação.


(MOD + MD + CIF)
Cálculo do Material Direto

Custo da Nota Fiscal - Descontos Concedidos - Impostos Recuperáveis, incluso no custo


de aquisição (ICMS) + Fretes pagos pelo comprador + Seguro de responsabilidade do
comprador + Impostos não recuperáveis não inclusos no preço de venda do produto (IPI)
+ Custos de recebimento e inspeção + Custos de armazenamento.

Cálculo da MOD

Salário Base + Horas Extras +13º Salário proporcional + Férias Proporcionais +


Adicional de Férias (1/3 sobre férias) + INSS Patronal + FGTS + Outros

Calcular o Mark-UP
Corresponde aos gastos que só acontecem após a venda. Constitui-se,
normalmente dos seguintes elementos:
PIS sobre Faturamento (Programa de Integração Social – Imposto Federal) – 0,65% sobre
a receita bruta de vendas;

COFINS – Contribuição Social sobre Faturamento (Imposto Federal) = 2% sobre


faturamento;

ICMS – Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre


Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação.
Imposto de competência estadual;
Comissões e Encargos Sociais: percentual em relação ao preço de venda;
Fretes: percentual em relação ao preço de venda

% Despesas Administrativas + % Despesas Fixas de Vendas + % Despesas Financeiras +


% Custos Fixos de Fabricação + % de Lucro Líquido Operacional

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45

Calcular o Preço de Venda

PV = Custo de Fabricação
---------------------------------
1 – Mark-Up

Exemplo 1
A Indústria ABC Ltda. possui os seguintes dados, referentes ao seu custo de
produção:
a) Custo Unitário de Produção = R$500,00;
b) PIS = 0,65%;
c) COFINS = 2,0%;
d) ICMS = 18,0%;
e) Comissão sobre vendas = 5,0%;
f) Lucro = 15,0%.

Pede-se:
Calcular o Preço de Venda para este produto.

3.1.2 Formação do Preço de Venda para o Comércio:

Cálculo do Valor da Mercadoria:


(+) Valor da Mercadoria constante na Nota Fiscal;

(-) Valor do ICMS

(+) Valor do Frete de responsabilidade do comprador

Cálculo do Mark-Up:
(+) % de Lucro Líquido Operacional;

(+) % Comissão sobre Vendas;

(+) % Impostos;

(+) % de Custos Fixos

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46

Cálculo do Preço de Vendas:

PV = Custo Total Unitário da Mercadoria


---------------------------------------------------
(1-Mark-Up)

Exemplo 2
O Armarinho Agulha Ltda., quer calcular, com a seguinte estrutura de custos, o preço
de venda de um determinado produto.
- Valor unitário do produto constante na Nota Fiscal = R$13,00;
- Frete pago = R$1,30;
- ICMS destacado na Nota Fiscal = R$1,56;
- ICMS = 18%;
- PIS = 0,65%;
- COFINS = 2,0%;
- Venda Média Mensal da Empresa = R$3.000,00;
- Custo Fixo Mensal = R$R$450,00;
- Comissão sobre vendas = 8,0%;
- Lucro Desejado = 10,0%.
Pede-se:
Calcular o Preço de Venda do Produto citado.

3.1.3 Formação de Preço para Empresas Prestadoras de Serviços

Cálculo do Custo Total Unitário dos Serviços Prestados


(+) Salário de Pessoal;

(+) Encargos Sociais;

(+) Custos Fixos Unitário.

Cálculo do Mark-Up
% de Impostos;

% de Comissão sobre vendas;

% de Lucro Líquido Operacional

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47

Preço de Venda = Custo Unitário Serviço Prestado


------------------------------------------------
(1- Mark-UP)

Exemplo 3

A empresa de Assistec, especializada em consertos de eletrodomésticos, apresenta


os seguintes dados na composição do seu custo:
- Oito técnicos com disponibilidade de 176 hora/mês cada um;
- Custos Fixos Mensais = R$1.200,00;
- Salário do pessoal técnico sem encargos = R$1.765,00;
- Encargos sobre a folha de pagamento de 71% do valor dos salários;
- ISS sobre a prestação dos serviços = 3,0%;
- PIS = 0,65%.
O proprietário da empresa deseja um Lucro de 15% sobre o preço de venda de seus
serviços e deseja saber quanto deve cobrar por uma hora técnica, referente aos
serviços prestados.

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48

E X E R C Í C I O S P R O P O S T O S

Exercício 1
A Mercantil Ltda. projetou os seguintes valores associados às suas operações. Com
base nos números fornecidos, pede-se calcular o mark-up da empresa.

Descrição Valor Descrição Valor

Faturamento R$ 500.000,00 por mês Outros gastos R$70.000,00 por mês

Comissões 2% do valor da venda ICMS 18% do valor da venda

Aluguel da Loja R$20.000,00 por mês Lucro R$10.000,00 por mês

Pede-se:
a) Calcular o mark-up da empresa.

Exercício 2
A Indústria Unida Ltda. pretende vender os seus produtos com uma margem igual a
10%. Sabe-se que o custo variável da empresa é igual a R$540,00 por unidade. As
demais taxas associadas ao preço são iguais a 40%, incluindo custos fixos, demais
despesas e impostos. Pede-se:
a) Qual deveria ser a taxa de marcação correspondente?
b) Qual deveria ser o preço praticado?

Exercício 3

Valor pago pela matéria-prima R$2.100,00, com 12% de ICMS incluso.

Despesas variáveis de vendas 4%

Despesas fixas comerciais e administrativas 12%

PIS e COFINS 3,65%

ICMS sobre vendas 17%


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A empresa Radical Ltda. apresentou os dados que constam na tabela abaixo.


49

Pede-se:
a) Qual o mark-up multiplicador para um lucro de 10% sobre o preço de vendas?
b) Qual o valor do preço de vendas para um lucro de 20%?
c) Qual a margem de contribuição para um preço de venda de R$3.500,00?
d) Qual será o ICMS a recolher sobre um preço de venda de R$3.500,00?

Exercício 4
Uma loja de perfumes deseja aplicar um mark-up considerando ICMS igual a 18%,
comissão de venda igual a 2%, despesas iguais a 25% e margem de lucro igual a
15%. Qual o valor da taxa de marcação que ela deve usar?

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50

ANÁLISE DE INVESTIMENTO

1. Introdução

Diante das várias alternativas de investimento as empresas optam por


aquelas que lhes oferecem um retorno financeiro superior à melhor aplicação já
existente no mercado. Decisões que envolvem a escolha de aplicação em projetos
nem sempre são simples, pois na maioria das vezes a escolha de um exclui o outro.

Com vistas a contribuir para a escolha entre projetos excludentes Brasil (2002),
sugeriu estudar as seguintes metodologias:

valor presente líquido – VPL;


taxa interna de retorno – TIR;
período de recuperação do capital – Payback;
índice de lucratividade – IL;
valor anual equivalente – VAE.

Horizonte de Planejamento: período de tempo determinado pela empresa,


para analisar os ganhos líquidos referentes a determinado projeto.
Normalmente esse período é definido baseado na vida útil dos ativos
envolvidos, (CLEMENTE, 2008).

Fluxo de Caixa de um Projeto: resultado da diferença entre as entradas e


saídas esperadas de recursos.

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51

1.1 Valor presente líquido – VPL

Brasil (2002), esclarece que quando se analisa o VPL de um projeto busca-se


o potencial de criação de valor sobre o investimento exigido por ele.
Sobre o resultado se faz as seguintes considerações:

Se o VPL for maior do que zero = aceita-se o projeto;

Se o VPL for igual ou menor do que zero = rejeita-se o projeto

VPL = FC0 + FC1 + FC2 + FC3 +......+ FCn


- --------- ---------- -- ---------- --------------
2 3 n
(1+i) (1+i) (1+i) (1+i)

Sendo:
FC = Fluxo de caixa (do período zero até o período n);
i = taxa de desconto

Taxa de desconto ou Taxa Mínima de Atratividade – i

Representa o retorno esperado pelo resultado do projeto. Deverá ser no


mínimo igual à taxa de juros paga pela melhor alternativa de investimento.

Cálculo do VPL pela HP

f REG FC1 CHS g CFo FC2 g CFj .... FCn g CFj i f NPV

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52

Exercício 1
Analisar se o projeto com os seguintes fluxos de caixas projetados deve ser aceito
ou rejeitado. Suponha uma taxa de atratividade de 10% ao ano.

Anos Fluxos de Caixa (milhão)


0 -15
1 4
2 4
3 4
4 3
5 3
6 3
7 3
8 2
9 2
10 5
Fonte: Brasil, (2002)

Exercício 2
Calcular o VPL da mesma série de fluxos de caixa do exercício 1, considerando
taxas de desconto de 6%, 8%, 10%, 12%, 14% e 16% ao ano.

1.2 Taxa interna de retorno – TIR

A TIR representa a taxa máxima que um projeto suporta sem dar prejuízo, ou
seja, a que faz VPL igual a zero. Segundo Brasil (2002), é o ponto de reversão da
decisão de investir.

Cálculo do VPL pela HP

f REG FC1 CHS g CFo FC2 g CFj .... FCn g CFj f IRR

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53

Análise da TIR
Se a TIR for maior que a Taxa de Desconto, aceita o projeto;
Se a TIR for menor ou igual a Taxa de Desconto, rejeita o projeto.

Exercício 1
Encontre a taxa interna de retorno (TIR) da seguinte série de fluxos de caixa. A taxa
de desconto é de 10%.

Anos Fluxos de Caixa


0 -20
1 8
2 8
3 4
4 4
5 4

Exercício 2
Calcular e analisar a TIR para os projetos que apresentam os fluxos de caixa da
tabela abaixo. Qual seria o projeto mais indicado?

Anos Projeto 1 Projeto 2


0 -30 -20
1 -15 -10
2 20 15
3 25 20
4 40 25

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54

Exercício 3
Um investidor tem duas opções de aplicação, cujos fluxos de caixa abaixo. Os
projetos são mutuamente excludentes. Escolha qual a melhor opção de aplicação
utilizando a análise da TIR.

Anos Projeto 1 Projeto 2


0 - 177,88 - 100,00
1 276,79 100,00
2 100,00 200,00

1.3 Período de recuperação de capital – PAYBACK

A recuperação do capital investido em determinado projeto é medido pelo


método do Payback, considerando a mudança do valor do dinheiro no tempo.
Quanto maior o payback maior será o risco de recuperação do capital investido.

PAYBACK

Significa o tempo suficiente para que os fluxos de caixa gerados


pelo projeto paguem o investimento, ou seja, quando o resultado da
diferença do que se investiu e o total de fluxos de caixa gerado for
igual a zero.

1.3.1 Payback simples

O payback simples é calculado pela diferença entre o valor investido e os


fluxos de caixa gerados pelo projeto. Quando a soma dos fluxos de caixa gerados
pelo projeto for suficiente para pagar o investimento.

Pelo critério do payback deve desprezar todos os fluxos


de caixa gerados após o período de recuperação do
capital investido.
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
55

Exercício 1
Calcule o payback simples do projeto abaixo e faça a análise do resultado.

Ano Fluxo de Caixa Saldo do Projeto


0 -200
1 100
2 100
3 100

1.3.2 Payback corrigido

No payback corrigido considera-se o valor líquido dos fluxos de caixa.

OBS: Quando o Payback se dá entre dois anos utiliza-se a seguinte fórmula para
sua definição:

Payback = FCn -

------------------------- x (Ano +- Ano -) + Ano-

FCn - + FCn+

Exercício 1
Calcular o Payback do projeto abaixo, considerando uma taxa de desconto de 10%
ao ano.

Ano Fluxo de Caixa VPL (valor presente líquido) VPL Acumulado


0 -200
100
100
100

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56

Exercício 2
Em quanto tempo o projeto que apresente os fluxos de caixa será capaz de pagar o
seu investimento. Considere o custo de capital de 8,4% ao ano. Faça os cálculos
pelo Método do Payback Simples e pelo Payback Corrigido.

Método do Payback Simples


Ano Fluxo de Caixa Saldo do Projeto
0 (15.000)
1 3.800
2 4.700
3 4.100
4 3.900
5 2.900

Método do Payback Corrigido


Ano Fluxo de Caixa VPL (valor presente líquido) VPL Acumulado
0 (15.000)
1 3.800
2 4.700
3 4.100
4 3.900
5 2.900

Exercício 3
A Demonstração de Resultado e o Fluxo de Caixa de duas empresas que operam no
mesmo ramo estão representados nos quadros abaixo. Faça a análise de qual a
empresa que valerá mais no final do sexto ano. Utilize o método do VPL para fazer a
análise.

GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS


57

Empresa Gerais
Demonstração de Resultados

1 2 3 4 5 6
Vendas 1.000 1.050 1.100 1.200 1.300 1.450
Despesas à (700) (745) (790) (880) (970) (1.105)
vista
Depreciação (200) (200) (200) (200) (200) (200)
LAIR

1 2 3 4 5 6 Acumulado
LAIR
Depreciação 200 200 200 200 200 200
Invest.de (600) 0 0 (600) 0 0
Capital
Invest. (50) (50) (20) (20) (20) (10)
Capital de
Giro
Fluxo de
Caixa
Fluxo de Caixa

GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS

Custo de Capital = 10%


58

Empresa Campos

Demonstração de Resultados

1 2 3 4 5 6
Vendas 1.000 1.050 1.100 1.200 1.300 1.450
Despesas à (700) (745) (790) (880) (970) (1.105)
vista
Depreciação (200) (200) (200) (200) (200) (200)
LAIR

1 2 3 4 5 6 Acumulado
LAIR
Depreciação 200 200 200 200 200 200
Invest.de (200) (200) (200) (200) (200) (200)
Capital
Invest. (20) (20) (20) (30) (30) (50)
Capital de
Giro
Fluxo de
Caixa
GESTÃO FINANCEIRA Fluxo de CaixaE MÉDIAS EMPRESAS
PARA PEQUENAS
59

1.4 Índice de Lucratividade

É a relação entre o valor presente líquido (VPL) do projeto pelo valor presente
da soma dos desembolsos. Brasil (2004), reforça que o índice de lucratividade é “o
valor presente líquido por unidade de investimento”.

IL = VPL
--------------------------

VPdesembolsos

1.4.1 Análise de um único projeto

Critérios de análise pelo IL

IL maior do que zero aceita o projeto

IL menor ou igual a zero rejeita o projeto

Exercício 1
Determinado projeto apresenta os seguintes fluxos de caixa:

Anos Fluxos de Caixa


0 (165.000)
1 90.000
2 75.000
3 65.000
4 50.000

A taxa de desconto considerada para este projeto é de 12% ao ano.


GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
60

Pede-se:
a) Calcular o índice de lucratividade;
b) Decida se o projeto deve ser aceito. Justifique a sua resposta.

Exercício 2
O analista de investimento de uma empresa recebe as seguintes informações sobre
um projeto: no ano inicial haverá um desembolso de R$1,6. No ano seguinte o
empreendimento deverá gerar R$10, proveniente de suas operações. No ano 2
haverá gasto de R$10 para reestruturação do negócio. A taxa de desconto do
projeto será de 28% ao ano. Dê a sua contribuição para que o analista tome a
decisão acertada, informando-lhe o seguinte:
a) A tabela com os respectivos fluxos de caixa;
b) o índice de lucratividade;
c) a sua opinião sobre a aceitação do projeto. Justifique a sua resposta.

1.4.2 Análise para Projetos mutuamente excludentes

Em uma análise de dois Projetos A e B, mutuamente excludentes, pode


resultar análise contraditória entre os resultados do VPL e do IL, ou seja, pelo VPL o
Projeto A é o melhor, e pelo IL o Projeto B é o mais indicado. Diante de um impasse
como esse a alternativa é calcular o VPL e o IL pelo fluxo de caixa diferencial entre o
projeto A e o B e não pelos fluxos de caixa gerados por cada um deles,
separadamente.

Critério de análise em Projetos Mutuamente Excludentes

Se o VPL e o IL do fluxo de caixa diferencial for maior do que zero,


escolhe o projeto que tiver gerado o maior VPL individual.

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61

Exercício 3
A tabela abaixo apresenta os fluxos de caixa de dois projetos mutuamente
excludentes, faça a análise de aceitação dos mesmos. Considere uma taxa de
desconto de 12% ao ano.

Anos Projeto A Projeto B FCA - FCB


0 (165) (125)
1 90 75
2 75 60
3 65 50
4 50 30

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62

2
2. Fluxo de Caixa de um Projeto

Para entender como os fluxos de caixa de um projeto são gerados apresenta-


se a seguir os componentes do Fluxo de Caixa de um Projeto e em seguida como
cada um desses componentes é calculado.

COMPONENTES DO FLUXO DE CAIXA DE IUM PROJETO

Receita Bruta Operacional


(-) Deduções
Receita Líquida Operacional
(-) Custos e Despesas Administrativas
Lucro Bruto (EBITDA)
(-) Depreciação
Lucro Bruto Operacional (LBO)
(-) Imposto sobre o LBO
(+) Depreciação
(-) Investimento Bruto
(-) Variações na Necessidade de Capital de Giro ( NCG)
(+) Valor Residual
Fluxo de Caixa do Projeto

Lucro Bruto = EBTIDA = Earning Before Interest, taxes, Depreciation and


Amortization.

Lucro Bruto Operacional = EBIT = Earning Before Interest e Taxes

2.1 Receita Bruta Operacional

Nesta linha deverá ser lançado o valor correspondente às entradas de caixa


proveniente da venda de serviços e produtos resultantes do investimento.

2
As informações desta unidade foram extraídas de BRASIL (2004, p. 43-54)
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63

2.2 Deduções

Deverão ser computados todos os tributos incidentes sobre a receita bruta,


tais como: Contribuição Social, PIS/PASEP, COFINS, ICMS e IPI.

2.3 Receita Líquida Operacional

É a diferença entre o valor da Receita Bruta e as Deduções.

2.4 Custos e Despesas Operacionais

Todos os desembolsos necessários para a realização do projeto deverão ser


computados nesta linha. Exemplo: custos de matéria-prima, de transformação e de
manutenção; despesas de vendas, comissões marketing de despesas
administrativas.

2.5 Depreciação

Não representa saída de caixa, mas deve ser incluída por significar um
benefício fiscal, na medida em que reduz o valor do lucro. Este benefício é uma
entrada de caixa importante. O seu lançamento deve ser como despesa antes da
apuração do lucro e sua devolução após ter feito o cálculo do imposto. A
depreciação normalmente de faz de forma linear, ou seja, de forma uniforme ao
longo dos anos.

A TAB.1 traz a vida útil contábil de alguns ativos.

Tabela 1

Ativo Vida Útil Taxa de Depreciação


(anos) Anual
Edificações e Construções 25 4%
Máquinas, Equipamentos, Instrumentos e 10 10%
Aparelhos de Medição
Móveis e Utensílios 10 10%
Instalações 10 10%
Veículos de Carga 4 25%
Automóveis de passageiros 5 20%
Computadores 2 50%
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Vida útil de alguns ativos


64

2.6 Lucro Bruto Operacional – LBO

Representa o valor operacional do projeto. “Projetos que geram grandes


montantes de LBO em relação ao capital investido tendem a ter maiores VPL e
menores períodos de recuperação – payback”.

2.7 Impostos sobre o Lucro

Os impostos sobre o lucro se referem ao Imposto de Renda e Contribuição


Social. Após conhecer as alíquotas calcula-se o valor do imposto multiplicando-a
pelo valor do lucro.

Imposto = alíquota x LBO

2.8 Investimento Bruto

Corresponde ao valor total do desembolso provocado pela compra e


instalações de equipamentos e outros ativos fixos que deverão ser adquiridos no
projeto. Devem incluir também os custos com frete, seguro e treinamento.

Valor dos Ativos Fixos


(+) Despesas com frete
(+) Despesas com Seguro
(+) Despesas com Treinamento
(-) Alienação de Ativos já Existentes
(-) Impostos com Venda de Ativos já Existentes

2.9 Necessidade de Capital de Giro

Brasil (2004), esclarece que a necessidade de capital de giro pode ser


calculada pela diferença entre as contas operacionais do ativo (Clientes e Estoques)

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65

e as contas operacionais do passivo (Fornecedor, Salários e Contribuições a Pagar,


Impostos a Pagar calculado sobre as Operações, Fretes a Pagar etc.).

Necessidade de Contas Operacionais - Contas Operacionais


Capital de Giro ( NCG) = do Ativo do Passivo

Variação de NCG = após calcular a NGC de todos os períodos, calcula-se a


variação, ou seja, se no ano posterior a NCG for igual a NCG do ano anterior
então não houve variação na NCG. Caso aumente a NCG deverá ser colocado
apenas o valor que variou, para mais ou para menos.

2.10 Valor Residual

O valor residual é encontrado pela diferença entre o valor contábil do projeto


no último ano e o valor de mercado do empreendimento. Em geral o valor de
mercado do projeto é superior ao valor contábil. Esse valor pertence aos
investidores.

Valor de Venda do Projeto

(-) Valor Contábil dos Ativos

(-) Despesas de Vendas dos Ativos

(=) Ganho de Capital

(-) Impostos sobre o Ganho de Capital

(=) Valor Residual

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66

Exemplo 1

Suponha um projeto de aquisição de frota de automóveis, cujas projeções de receita


bruta operacional são conforme mostrado na tabela seguinte:

Ano Receita Bruta Operacional ($ Mil)

1 1.200

2 1.200

3 1.500

4 1.500

5 1.500

Impostos Alíquota (%) Ano 0

Investimento
PIS/PASEP e Cofins 8 R$ 170

Vida Útil dos Ativos 5 anos


Custos e despesas Operacionais

Depreciação Linear Receita Líquida

Operacional

Imposto sobre o Lucro Imposto de Renda = 25%

Contribuição Social = 12%

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67

Dados para o cálculo da Variação do Capital de Giro

Estoque 3% da Receita Líquida Operacional (RLO)

Contas a Receber de Clientes 20% da RLO

Contas a Pagar a Fornecedor 12% da RLO

Salários e Contribuições 5% da RLO

Impostos sobre Operações 3% da RLO

Valor de Venda da Frota no último ano 25% do valor de aquisição

Despesas de Venda 2% do valor da aquisição

Taxa de Desconto 15% ao ano

Pede-se;

a) Calcular o VPL do projeto;

b) Análise do resultado.

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68

Quadros Auxiliares

Ano Receita Deduções Receita


Operacional ($ Mil) (Impostos = 8%) Operacional
Líquida
0

Ano Receita Líquida Custos e Despesas


Operacional Operacionais

Valor do Investimento Vida Útil Depreciação Anual


Cálculo da Receita Líquida Operacional

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Cálculo dos Custos e Despesas Operacionais

Cálculo da Depreciação
69

Apuração do Lucro Bruto Operacional

Ano Receita Líquida Custos e Depreciação Lucro Bruto


Operacional Despesas Anual Operacional
Operacionais

Ano Receita Estoques Clientes Fornecedores Salários Impostos NCG ($


Líquida (93% x (20% x (12% x ROL) (5% x ( 3% x Mil)
Operacional ROL) RLO) ROL) ROL)

5
Cálculo da Necessidade de Capital de Giro

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70

Cálculo da Variação de Necessidade de Capital de Giro (NCG)

Ano Variação de NCG

Apuração do Valor Residual Valor (R$ Mil)

Valor do Investimento

Valor de Venda dos Ativos

(-) Valor Contábil dos Ativos

(-) Despesas de Vendas dos Ativos

(=) Ganho de Capital

(-) Impostos sobre o ganho de Capital (37%)

(=) Valor Residual

OBS: No último ano do projeto os valores correspondentes a NCG são devolvidos à


empresa, proprietária do projeto.
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Cálculo do Valor Residual
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Construção do Fluxo de Caixa do Projeto (Valores em $ Mil)

ANO Investimento Lucro Impostos Depre Variação Valor Fluxo de


Bruto Operacional ciação NCG Resid Caixa do
Bruto ual Projeto

a) VPL

b) Análise
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3. Custo do Capital do Credor e do Acionista

3.1 Taxa de Desconto do Projeto

Também chamada de taxa mínima de atratividade, custo de oportunidade do


investimento, ou custo médio ponderado do capital (WACC – Weighted Average Cost
of Capital). Brasil (2004), explica que a taxa do projeto será definida pela forma de
como ele foi financiado: capital de terceiros e/ou capital dos acionistas. O cálculo
pode ser feito utilizando a seguinte fórmula:

i= Kd x (1-t) x E + Ke x PL
------------ -----------
E + PL E + PL

Onde:
i = taxa de desconto;
Kd = Custo do capital do credor;
t = alíquota de imposto sobre a renda;
Ke = Custo do capital do proprietário (acionista ou cotista);
E = Valor de mercado da dívida;
PL = Valor de mercado do capital do proprietário;
E/(E+PL) = Proporção do ativo financiado por dívida;
PL/(E+PL) = Proporção do ativo financido pelos proprietários.

3.2 Custo do Capital do Credor

A taxa do credor (Kd) é formada por uma taxa básica de juros da economia
mais o spread. A taxa básica é representada por uma taxa livre de risco (rf),
normalmente se utiliza a taxa SELIC, descontada da inflação. O spread é o valor que
se cobra pelo risco do não recebimento.

Kd = rf + spread

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3.3 Custo do Capital do Acionista

O custo do capital do acionista além da taxa livre de risco incorpora também


uma taxa adicional correspondente ao risco do negócio.

Ke = rf + β x (rm – rf)

Onde:
Ke = Custo do capital do proprietário;
rf = Taxa livre de risco;
β = Coeficiente beta: medida de risco do negócio em relação ao mercado;
rm = Retorno esperado de uma carteira diversificada de investimento;

Exercício 1

Calcular o custo do capital do credor, supondo que a taxa livre de risco real é de 11%
ao ano e que o spread de risco é determinado pela tabela a seguir:

E/(E+PL) Classificação do Risco Spread


0% AAA 0,30%
10% AAA 0,30%
20% A+ 1,00%
30% A- 1,5%
40% BB 2,50%
50% B+ 3,0%
60% B- 5,0%
70% CCC 6,0%
80% CC 7,5%
90% C 9,0%

A empresa tomadora possui uma estrutura de capital representada pela relação


E/(E+PL) de 50%. ou seja, metade do valor do seu ativo deverá ser financiada por
credores e a outra metade pelo proprietários.

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Exercício 2

Uma empresa pretende implementar um projeto. O risco do negócio é bastante alto,


e seu β equivale a 1,6. A taxa de retorno esperada de uma carteira de mercado é de
18% ao ano e a taxa livre de risco é de 12% ano ano. Determine o valor do retorno
mínimo que o acionista desta empresa deve esperar obter com o projeto.

Exercício 3

Utilizando os dados de custo do capital do credor e dos proprietários calculados nos


exercícios anteriores, determine a taxa de desconto apropriada ao projeto a ser
desenvolvido por uma empresa, supondo uma alíquota de imposto de 37%.

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REFERÊNCIAS

ASSAF, Alexandre Neto. Estrutura e Análise de Balanços: um enfoque


econômico-financeiro. São Paulo. Editora Atlas, 2010.

__________ Estrutura e Análise de Balanços: um enfoque econômico-


financeiro. Livro de Exercício. São Paulo. Editora Atlas, 2010.

BRASIL, Haroldo Guimarães. Avaliação Moderna de Investimento. Rio de Janeiro,


Qualitymark Editora Ltda.

BRIGHAM, Eugene F., GAPENSKI, Louis C., EHRHARDT, Michael C.


Administração Financeira. São Paulo. Editora Atlas, 2001.

BRUNI, Adriano Leal. A Administração de Custos, Preços e Lucros. 4ª ed. São


Paulo. Atlas, 2010.

GITMAN, Lawewnce J. Princípios de Administração Financeira. São Paulo.


Editora Harper & Row do Brasil Ltda., 1978.

GROPPELLI, A.A. & NIKBAKHT, Administração Financeira. São Paulo. Editora


Saraiva, 2002.

IUDÍCIBUS, Sérgio. Análise de Balanços. São Paulo. Editora Atlas, 2010.

KUHNEN, Osmar Leonardo. Matemática Financeira Empresarial. São Paulo.


Editora Atlas, 2006.

PAXSON, Dean e WOOD, Douglas. Dicionário Enciclopédico de Finanças. São


Paulo. Editora Atlas, 2001.

PUCCINI, Abelardo de Lima. Matemática Financeira: objetiva e aplicada. São


Paulo. Editora Saraiva, 2006.

SEIFFERT, Peter Quadros. Empreendendo Novos Negócios em Corporações.


São Paulo. Editora Atlas, 2005.

TPD/IOB. Treinamento Programado a Distância. São Paulo. IOB.

VIEIRA, Marcos Villela. Administração Estratégica do Capital de Giro. São Paulo,


Editora Atlas, 2005.

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