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Uma publicação da Igreja Batista da Lagoinha

Edição agosto/2009

Gerência de Comunicação

Ana Paula Costa

Transcrição:

Else Albuquerque

Revisão:

Vanessa Freitas

Capa e Diagramação:

Luciano Buchacra
Introdução

“No princípio, criou Deus os céus e a terra.” Esse é


o primeiro verso do primeiro capítulo de Gênesis.
Trata-se da criação dos céus e da terra e de tudo o
que neles há. Já no segundo versículo temos a re-
velação de que “a terra, porém, estava sem forma e
vazia”. Entre esses dois primeiros versos algo acon-
teceu. Podemos dizer que fora uma calamidade,
Satanás se rebelou contra Deus. As implicações do
pecado de Satanás não atingiram somente a ele,
mas toda a Terra, que ficou em ruínas. Somente o
Criador poderia restaurar, recriar, reconstruir algo
que foi destruído pelo pecado. E assim Ele o fez e

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faz até os dias de hoje. Deus continua restaurando
todo aquele que se aproxima dele caído e cheio de
pecados. Há um processo a ser realizado, e enten-
der esse processo é convite que fazemos a você,
querido leitor. Permita-se entender o poder restau-
rador de Deus!

Boa leitura!

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Entendendo
o processo

Deus criou céus e terra perfeitos. Absolutamen-


te nada fora criado de maneira imperfeita ou incom-
pleta. Houve e há excelência em tudo o que saiu
das mãos do Senhor Deus. Em Isaías, no capítulo
45, verso 18, temos esta verdade proclamada: “Por-
que assim diz o Senhor, que criou os céus, o Deus que
formou a terra, que a fez e a estabeleceu; que não a
criou para ser um caos, mas para ser habitada. Eu sou
o Senhor, e não há outro.” Deus não criou a terra va-
zia, caótica, deformada, Deus não a criou como um

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deserto. Podemos, então, imaginar o planeta Terra,
onde habitamos, absolutamente perfeito, cheio de
beleza, de glória e excelência absoluta. Assim tudo
foi gerado pelas mãos do Senhor. A Escritura diz
que tudo estava cheio de glória, de majestade, de
harmonia. “Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era
muito bom.” (Gn 1.31.) Contudo, o segundo verso,
diz, em sua tradução literal: “A terra veio a ser sem
forma e vazia.” O que terá acontecido? O que hou-
ve com aquela plenitude inicial? O que se vê, entre
o primeiro e o segundo versículo, é um espaço de
tempo que não sabemos determinar. Não é possível
dizer com precisão o quanto se passou nem como.
Nas versões atuais encontramos: “A terra, porém,
estava sem forma e vazia; [...]” O que aconteceu en-
tre os dois primeiros versículos de Gênesis, não diz
muito a respeito de nós, de certa forma, não faz par-
te da história do homem. A humanidade, que ainda
não existia no princípio da criação, não vivenciou
este momento e, portanto, desconhece os detalhes
mais profundos. A Escritura fala da rebelião lidera-
da por um ser angelical chamado Lúcifer. Com ele,
um terço dos anjos do Senhor se rebelou. Em Isaías
14.12 está escrito: “Como caíste desde o céu, ó estre-

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la da manhã, filha da alva! Como foste cortado por
terra, tu que debilitavas as nações! E tu dizias no teu
coração: Eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus
exaltarei o meu trono e no monte da congregação me
assentarei, aos lados do Norte; subirei acima das mais
altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo. Contu-
do, serás precipitado para o reino dos mortos, no mais
profundo do abismo.”
Ocorreu nesse tempo um cataclismo – uma
transformação geológica –, uma situação que mu-
dou tudo, e a terra passou a ser sem forma e vazia.
Em Gênesis 1.2 diz: “A terra, porém, estava sem forma
e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espíri-
to de Deus pairava por sobre as águas.”
Havia trevas, abismo, embora o Espírito de Deus
estivesse lá, pairando sobre as águas. De acordo
com o dicionário Michaelis a palavra vazio signifi-
ca: “Que não contém nada ou só contém ar. Despeja-
do. Desabitado, vago, desocupado. Frívolo, fútil, vão,
oco.” A princípio podemos entender o vazio como
aquilo que não contém nada ou contém apenas ar
ou que contém alguma coisa, mas em quantidade
muito inferior à sua capacidade. No vazio, não há
ocupantes ou frequentadores, e se há, certamente

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será em pequena quantidade. A terra mostrava-se
despovoada, desocupada, desabitada.
Na Terra restou o vácuo, a ausência de conteú-
do, o oco, o abismo. Não é difícil ter-se aí uma ideia
das trevas sobre a face desse abismo. Esse vazio, de
caráter informe, ilimitado e indefinido, precedeu e
propiciou a recriação: o nascimento de todos os se-
res e realidades do universo.
Esse estado geral desordenado e indiferencia-
do de elementos antecede a intervenção divina, a
partir do verso terceiro de Gênesis, que estabelece a
retomada da ordem universal. Continuam ali os ele-
mentos primordiais da criação perfeita: o Espírito de
Deus, a terra e as águas. Assim, se fizermos uma lei-
tura atenta dos versos seguintes, poderemos ver, de
uma forma muito clara, que Deus realiza de modo
definitivo um processo de recriação e restauração.
O que Gênesis descreve é uma sequência de
ações que se processam passo a passo, de forma
ordenada e conjugada. No processo, etapas não
são queimadas. Pelo contrário, o que Deus cria a
cada etapa é necessário à próxima e complementa
a etapa anterior. Em síntese: “Disse Deus: Haja luz;
e houve luz. E viu Deus que a luz era boa; e fez sepa-

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ração entre a luz e as trevas. À porção seca chamou
Deus Terra e ao ajuntamento das águas, mares. E viu
Deus que isso era bom. A terra, pois, produziu relva,
ervas que davam semente segundo a sua espécie e
árvores que davam fruto, cuja semente estava nele,
conforme a sua espécie. E viu Deus que era bom. Fez
Deus os dois grandes luzeiros: o maior para governar
o dia, e o menor para governar a noite; e fez também
as estrelas, para governarem o dia e a noite e fazerem
separação entre a luz e as trevas. E viu Deus que isso
era bom. Disse também Deus: Povoem-se as águas de
enxames de seres viventes; e voem as aves sobre a ter-
ra, sob o firmamento dos céus. E viu Deus que isso era
bom. Produza a terra seres viventes, conforme a sua
espécie: animais domésticos, répteis e animais selvá-
ticos, segundo a sua espécie. E assim se fez. E fez Deus
os animais selváticos, segundo a sua espécie, e os ani-
mais domésticos, conforme a sua espécie, e todos os
répteis da terra, conforme a sua espécie. E viu Deus
que isso era bom.
Ao contrário do que se via antes da reconstru-
ção, uma terra informe e vazia, é possível imaginar
Deus, ao final de cada uma de suas obras, distan-
ciar-se para contemplá-la, suspirando diante da

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criação, satisfeito com o resultado, tomado pela
sensação de dever cumprido ou de sonho realizado.
Deus para em cada etapa, examina, contempla e, ao
final de cada feito, reconhece que o que produzira
fora bom.
Somente depois de toda a estrutura necessária
à sobrevivência e bem-estar do ser humano, é que
se completaria o propósito de Deus, “que não criou
a terra para ser um caos, mas para ser habitada”, se-
gundo Isaías 45.18. Em Gênesis 1, do verso 26 ao 31,
o ponto máximo da criação: “Também disse Deus:
Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nos-
sa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do
mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domés-
ticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que
rastejam pela terra. Criou Deus, pois, o homem à sua
imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher
os criou. E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecun-
dos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; domi-
nai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e
sobre todo animal que rasteja pela terra. E disse Deus
ainda: Eis que vos tenho dado todas as ervas que dão
semente e se acham na superfície de toda a terra e to-
das as árvores em que há fruto que dê semente; isso

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vos será para mantimento. E a todos os animais da
terra, e a todas as aves dos céus, e a todos os répteis da
terra, em que há fôlego de vida, toda erva verde lhes
será para mantimento. E assim se fez.”
Nesse momento, ao final do sexto dia, comple-
tara Deus sua obra no verso 31 de Gênesis: “E viu
Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom;
e foi a tarde e a manhã, o dia sexto.”
Até então, Deus criara elementos completos:
fenômenos naturais, fauna e flora. Tudo fora produ-
zido com atribuições e finalidades absolutamente
definidas e claramente descritas. Qual a finalidade
de cada elemento, o papel de cada componente no
todo, a finalidade da terra, da água, do sol, da lua
e das estrelas, dos vegetais e animais? Tudo estava
definido no momento em que fora criado. Por outro
lado, o primeiro estágio que o homem experimen-
tou, ao ser criado pelo Senhor, foi aquele que co-
nhecemos como inocência, uma página em branco,
com o potencial de vir a ser.
“Farei o homem à minha imagem e semelhança”.
Deus criou homem e mulher e os abençoou dando-
lhes a missão de dominar sobre todo animal que
voa, que anda e que rasteja sobre a terra. Aqui não

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se inclui dominar sobre os semelhantes, os outros
homens.
Façamos o homem à nossa imagem e seme-
lhança: temos consciência disso? Temos sentido em
nosso coração o que isso significa: ter sido criado à
imagem e semelhança de Deus? Temos percebido
o quanto há de amor nesse divino propósito: que
fôssemos como Ele? Já nos ocorreu que Deus nos
contemplou no final daquele sexto dia e só então a
Palavra afirma que o que Ele havia feito era “muito
bom?”

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A criatura

“Assim, pois, foram acabados os céus e a terra e


todo o seu exército. E, havendo Deus terminado no dia
sétimo a sua obra, que fizera, descansou nesse dia de
tudo o que tinha feito. E abençoou Deus o dia sétimo
e o santificou; porque nele descansou de toda a obra
que, como Criador, fizera.” (Gn 2.1-3.)
“[...] Então, formou o Senhor Deus ao homem do
pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida,
e o homem passou a ser alma vivente. E plantou o Se-
nhor Deus um jardim no Éden, na direção do Oriente,
e pôs nele o homem que havia formado. Do solo fez o
Senhor Deus brotar toda sorte de árvores agradáveis

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à vista e boas para alimento; e também a árvore da
vida no meio do jardim e a árvore do conhecimento
do bem e do mal. E saía um rio do Éden para regar o
jardim e dali se dividia, repartindo-se em quatro bra-
ços.” (Gn 2.7-10.)
O Pai fez o homem perfeito e à sua semelhança.
Ele não saiu das mãos de Deus cheio de traumas,
não trouxe qualquer bagagem na sua alma, ne-
nhuma marca no seu espírito, porém ele se tornou
imperfeito. Do mesmo modo como a natureza foi
recriada, o ser humano tem experimentado esse
processo de recriação. A terra estava sem forma
e vazia e as trevas cobriam a face do abismo. Se
olharmos o homem hoje, veremos que ele está sem
forma e vazio e as trevas o cobrem. A própria vida
parece não ter forma. Há muitas pessoas que bus-
cam uma forma de vida, querem um modelo, mas
falta-lhes algo. O vazio existencial é uma desgraça
porque, enquanto este vazio não for preenchido,
enquanto esse vazio não for cheio, não transbordar,
o homem continuará sem forma, o vazio aumentará
cada vez mais e as trevas irão cobri-lo.
A Bíblia revela que o deus deste século, Sata-
nás, tem como que coberto os olhos dos homens,

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os tem envolvido com densas trevas para que ne-
les não resplandeça a luz do evangelho da graça de
Deus. É por isso que, muitas vezes, quando falamos
de Jesus com alguém e dizemos que Jesus Cristo é a
luz do mundo, que Ele preenche o vazio, dá a forma
e transforma, a pessoa não consegue ver, não con-
segue perceber essa verdade.
O Espírito de Deus pairava sobre a face das
águas, ou seja, o Espírito Santo está sobre as pes-
soas. O Espírito Santo está sobre você, nesta hora,
querendo provocar emoções profundas no seu
espírito para que você perceba, para que tenha o
entendimento de que não precisa continuar sem
forma, vazio e em trevas. Pela graça de Deus é per-
mitido ao homem parar no tempo, como naquele
período entre o primeiro e o segundo versículo
de Gênesis. É permitido nascer de novo, restaurar
a alma ferida, preencher o vazio, afastar as trevas e
encontrar a forma, cujo padrão é a excelência.
Jesus falou que aquele que anda em trevas não
sabe para onde vai (João 12.35). É muito importan-
te ter a compreensão que o ser humano não pre-
cisa andar em trevas, não precisa sentir esse vazio.
Quantas vezes você contempla o seu casamento e

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o vê sem forma, contempla o mundo aí fora, sem Je-
sus, disforme, caótico. Mas existe uma forma que é
a Palavra de Deus e, quando a pessoa escolhe viver
segundo os princípios bíblicos, tudo passa a ser di-
ferente. O vazio é totalmente preenchido e a certe-
za maior passa a existir: “Eu sei para onde estou indo.”
O Espírito Santo, de uma forma tão gloriosa,
paira sobre a face das águas. Águas, na Bíblia, têm
o sentido de povos, nações. Todas as pessoas, sem
exceção, têm o Espírito Santo pairando sobre elas. O
Espírito Santo está trabalhando naqueles que estão
perto e naqueles que estão longe. O Espírito Santo
está ali pairando, desejando que uma semente seja
plantada para que ele faça germinar a semente viva,
que é a Palavra de Deus, e provoque a salvação, a
transformação na vida daquela pessoa.

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A recriação

Este é o quadro do ser humano: sem forma e va-


zio. Mas, de repente, começa a acontecer um pro-
cesso de restauração que é, exatamente, o início
da obra do Espírito Santo e que sempre nos leva a
Jesus. A partir do verso terceiro do capítulo um do
livro de Gênesis, inicia-se um processo de recriação,
de restauração da vida, em que a cada dia algo era
criado e apreciado. Passo a passo, encadeado. Cada
passo completava o estágio anterior e preparava o
próximo.
Da mesma forma, é possível ao homem tam-
bém ser restaurado dentro de igual processo. Deus

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poderia construir e destruir com o estalar de um
dedo, mas não o fez. Foram necessárias sete etapas,
incluindo o contemplar, celebrar e descansar, que
encerram o ciclo. Imediatistas como somos e tão
ocupados em buscar o prazer e fugir do sofrimento,
talvez o mais difícil seja exatamente aceitar a res-
tauração em todas as suas fases, no tempo determi-
nado, sem saltar etapas, na certeza de estarmos sob
o olhar atento do Pai.
Do versículo três até o versículo cinco, podemos
ver que a primeira criação fora a luz. Diz assim: “Disse
Deus: Haja luz; e houve luz. E viu Deus que a luz era boa; e
fez separação entre a luz e as trevas. Chamou Deus à luz
Dia e às trevas, Noite. Houve tarde e manhã, o primeiro
dia.” Se algo que muitos desejam é a luz, veja que no
ato da restauração, da recriação do homem, a primeira
coisa que toca é exatamente a luz. “Haja luz”. Não é
uma luz que vem do sol, nem da lua, nem das estrelas,
porque o sol, a lua e as estrelas ainda não haviam sido
criados. A primeira coisa que foi criada foi a luz. O Se-
nhor disse: “Haja luz”; e a luz se fez.
Há na restauração, portanto, etapas que se so-
brepõem tendo em vista consertar o que se que-
brou ou se desgastou, recompor o que se despe-

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daçou, preenchendo os vazios ou substituindo
partes, que passam a não ter mais significado. Não
há como alguém “se refazer” ou recriar algo, como
seu casamento, sua carreira, ou sua relação com os
filhos, sem vivenciar alguns estágios.
No processo da restauração há cinco estágios
que nós encontramos aqui no capítulo um do livro
de Gênesis e que veremos a seguir:

1º estágio – LUZ

Na restauração de uma pessoa, de uma família,


de um casamento, na restauração da saúde, seja lá
que área da vida for, a primeira coisa a ser restau-
rada, a ser criada dentro do coração do homem é
a luz. A pessoa começa a ver, a ter sensibilidade, a
saber qual o caminho a ser tomado, começa a per-
ceber, a ter conhecimento, há ter equilíbrio.
Havia um homem, extremamente instruído,
chamava-se Saulo. Era um homem de uma cultura
tremenda. Havia estudado aos pés de Gamaliel, que
era uma sumidade – pessoa notável –, mas, a des-
peito de toda a sua cultura, Saulo era um homem
sem forma, vazio e em trevas. Além disso, era um

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homem violento: quem discordasse do seu modo
de pensar, seria preso e açoitado e até morto por
ordem de Saulo, um homem poderoso e insensível,
principalmente em relação aos cristãos. Infelizmen-
te, as maiores desgraças, muitas vezes, são pratica-
das em nome de uma religião. A Bíblia diz que, um
dia, este homem tão religioso saiu com alguns do-
cumentos procurando cristãos, pessoas que tinham
a luz, que tinham tido um encontro com Jesus, cujas
vidas haviam sido preenchidas e a luz os dominava,
para prendê-los e até matar. Saulo estava envolto
em trevas, porque as trevas estavam dentro dele,
apesar de ser meio dia e o sol estar no seu zênite,
ponto mais elevado. Ele estava no caminho para
Damasco e, ao meio dia, um clarão tremendo veio,
foi um “haja luz” para Saulo, a ponto de ele cair do
seu cavalo. O brilho foi tão intenso que ele ficou
cego naquele momento. Ele não conseguia ver ou-
tra coisa a não ser aquela imagem presa na sua re-
tina e nisso ouviu uma voz que lhe dizia: “[...] Saulo,
Saulo, por que me persegues? Ele perguntou: Quem és
tu, Senhor? E a resposta foi: Eu sou Jesus, a quem tu
persegues” (At 9.4-5). Era como se Jesus dissesse: “Eu
sou a luz, Saulo, e vim para que você não continue em

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trevas. Eu vim para espantar toda a escuridão da sua
vida. Eu vim para dar forma à sua vida disforme. Sau-
lo, eu vim para preencher o vazio da sua alma e para
que você não ande mais em trevas.” E o que aconte-
ceu? Aquele homem tão arrogante precisava, agora,
de alguém para o guiar, pois não conseguia mais ca-
minhar com os próprios olhos. Alguém o levou até
um discípulo, chamado Ananias, que orou por ele e,
quem sabe, enquanto ele orava, Saulo chorava como
um bebê ao nascer? A Escritura diz que dos seus olhos
caíram como que escamas e Saulo passou a ser Paulo,
o abençoado apóstolo Paulo. E daquele instante nun-
ca mais se viu Paulo sem forma, vazio, acorrentado às
trevas porque a Luz o alcançou.
Uma das verdades tão gloriosas é que Jesus deu-
se a conhecer. Foi ele quem disse: Quem me segue
não andará em trevas, mas terá a luz. Ele não disse
“eu tenho a luz, mas eu sou a luz”. Quando as tre-
vas envolvem o seu coração, quando há situações
e perguntas para as quais você precisa de clareza,
de discernimento, saiba que a luz é Jesus. Precisa-
mos entender que há um mundo diferente, paralelo
ao nosso: o mundo espiritual, tão real quanto este
mundo que nossos olhos podem contemplar.

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Nós não conseguimos ver o mundo espiritual, não
o tocamos com nossos cinco sentidos, mas, pela fé,
podemos percebê-lo e nos dar conta de que na nossa
vida muitas ingerências do mundo espiritual aconte-
cem. Na restauração de uma pessoa, de uma família,
de um casamento, na restauração da saúde, seja lá
que área da vida for, a primeira coisa a ser restaurada,
a ser criada dentro do coração do homem é a luz. A
pessoa começa a ver, a ter sensibilidade, a saber qual o
caminho a ser tomado.

2° estágio – SEPARAÇÃO

Há um outro estágio no processo da restauração


do homem. Este pode ser verificado nos versos seis,
sete e oito, do capítulo um de Gênesis: “E disse Deus:
Haja firmamento no meio das águas e separação en-
tre águas e águas. Fez, pois, Deus o firmamento e se-
paração entre as águas debaixo do firmamento e as
águas sobre o firmamento. E assim se fez. E chamou
Deus ao firmamento Céus. Houve tarde e manhã, o
segundo dia.”
Não existe possibilidade de, logo depois da luz
vir, do vazio ser preenchido, e a vida passar a ter for-

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ma, sem que aconteça uma separação. Esta separa-
ção precisa ocorrer. Jesus disse que: “Se alguém quer
vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e
siga-me” (Mateus 16.24). Pode ser que essa separa-
ção venha a ser violenta; algumas vezes dramática
e traumática na sua própria vida. Porém, há algu-
mas coisas que precisam ser separadas: o pecado
que tem que ser abandonado, situações têm que
ser deixadas, alguns relacionamentos que devem
ser quebrados. Tem que haver uma separação. A
própria palavra Igreja refere-se aos chamados, aos
separados. Não é você que provoca essa separação,
pois normalmente as pessoas irão deixá-lo. Muitas
vezes, alguns relacionamentos que eram incoeren-
tes deixarão de existir, não haverá mais prazer neles.
“Mas a impudicícia e toda sorte de impurezas ou
cobiça nem sequer se nomeiam entre vós, como con-
vém a santos; nem conversação torpe, nem palavras
vãs ou chocarrices, coisas essas inconvenientes; an-
tes, pelo contrário, ações de graças. Sabei, pois, isto:
nenhum incontinente, ou impuro, ou avarento, que
é idólatra, tem herança no reino de Cristo e de Deus.
Ninguém vos engane com palavras vãs; porque, por
essas coisas, vem a ira de Deus sobre os filhos da deso-

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bediência. Portanto, não sejais participantes com eles.
Pois, outrora, éreis trevas, porém, agora, sois luz no Se-
nhor; andai como filhos da luz [...]” (Efésios 5.3-9.)
Nesse estágio faz-se uma separação, e esta sepa-
ração é necessária ao processo de restauração.

3º estágio – LIBERTAÇÃO

Temos aqui um outro estágio. Vejamos o que


está escrito nos versos nove e dez do primeiro ca-
pítulo de Gênesis: “Disse também Deus: Ajuntem-se
as águas debaixo dos céus num só lugar, e apareça
a porção seca. E assim se fez. À porção seca chamou
Deus Terra e ao ajuntamento das águas, mares. E viu
Deus que isso era bom.”
Até aquele momento a terra e a água estavam
misturadas, mas havia a necessidade de terra seca.
E, quando Deus ordenou, a terra saiu das águas:
houve uma libertação. No momento em que a
pessoa vem para Jesus, começa a experimentar o
glorioso milagre chamado libertação. Antes, ele e
o pecado eram uma única coisa; os vícios, os erros,
a mentira eram normais, a vida era conturbada, mil
situações erradas eram uma única coisa. Mas, agora,

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pelo poder da Palavra de Deus, este milagre come-
ça a operar, a terra seca começa a despontar. A liber-
tação começa a acontecer.
“[...] Se vós permanecerdes na minha palavra, sois
verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a ver-
dade, e a verdade vos libertará. Responderam-lhe: So-
mos descendência de Abraão e jamais fomos escravos
de alguém; como dizes tu: Sereis livres? Replicou-lhes
Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: todo o que
comete pecado é escravo do pecado. O escravo não
fica sempre na casa; o filho, sim, para sempre. Se, pois,
o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.”
(João 8.31-36.)

4º estágio – VIVIFICAÇÃO

Outro estágio que encontramos está descrito


nos versículos 11, 12 e 13 de Gênesis capítulo um: “E
disse: Produza a terra relva, ervas que deem semente
e árvores frutíferas que deem fruto segundo a sua es-
pécie, cuja semente esteja nele, sobre a terra. E assim
se fez. A terra, pois, produziu relva, ervas que davam
semente segundo a sua espécie e árvores que davam
fruto, cuja semente estava nele, conforme a sua espé-

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cie. E viu Deus que isto era bom. Houve tarde e manhã,
o terceiro dia.”
Existe aqui um estágio novo de vivificação, ou
seja, existe uma semente dentro de você que vai co-
meçar a brotar. Frutos virão, frutos que talvez nun-
ca fizeram parte da sua vida: o amor, a bondade, a
longanimidade, a fé, a mansidão, a temperança, a
verdade. Estes frutos estão aí, frutos que são efeitos
da semente viva: a Palavra de Deus que foi plantada
em você.
Não posso conceber, de forma alguma, alguém
que se diz um crente no Senhor Jesus que não seja
uma pessoa frutífera.
“Então, Jesus proferiu a seguinte parábola: Certo ho-
mem tinha uma figueira plantada na sua vinha e, vindo
procurar fruto nela, não achou. Pelo que disse ao viticul-
tor: Há três anos venho procurar fruto nesta figueira não
acho; podes cortá-la; para que está ela ainda ocupando
inutilmente a terra? Ele, porém, respondeu: Senhor, dei-
xa-a ainda este ano, até que eu escave ao redor dela e
lhe ponha estrume. Se vier a dar fruto, bem está; se não,
mandarás corta-la.” (Lucas 13. 6-9.)
Você pode querer abortar os frutos, mas a se-
mente está aí. Onde você estiver, não importa o lo-

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cal, você está plantado ali pelo Senhor, florescendo,
dando frutos para a glória do Senhor. A vontade do
Pai é que a sua Igreja seja frutífera, que cada mem-
bro tenha uma vida cheia dos frutos do Espírito San-
to.

5º estágio – TESTEMUNHO

O último estágio é o do testemunho, nós o en-


contramos a partir do versículo 14 até o versículo 19
do capítulo primeiro de Gênesis. Na obra do Senhor,
na criação, todo poder do Senhor vai se envolven-
do e proclamando o seguinte: “Disse também Deus:
Haja luzeiros no firmamento dos céus, para fazerem
separação entre o dia e a noite, e sejam eles para si-
nais, para estações, para dias e anos. E sejam para lu-
zeiros no firmamento dos céus, para alumiar a terra. E
assim se fez. Fez Deus os dois grandes luzeiros: o maior
para governar o dia, e o menor para governar a noite;
e fez também as estrelas. E os colocou no firmamento
dos céus para alumiarem a terra, para governarem o
dia e a noite e fazerem separação entre a luz e as tre-
vas. E viu Deus que isto era bom. Houve tarde e ma-
nhã, o quarto dia.”

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Jesus disse: “Vós sois a luz do mundo.” Jesus tam-
bém disse: “[...] nem se acende uma candeia para
colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alu-
mia a todos os que se encontram na casa” (Mateus
5.14-15).
Quando você diz: “Eu sou a luz do mundo”, signi-
fica que você passou por todo este processo de res-
tauração de Deus, com um alvo, com uma proposta,
para que você seja um testemunho forte daquilo
que Deus faz e daquilo que Ele quer e pode fazer
em qualquer coração.
“Vós sois as minhas testemunhas, diz o Senhor,
o meu servo a quem escolhi; para que saibais, e me
creiais, e entendais que sou eu mesmo, e que antes
de mim deus nenhum se formou e depois de mim
nenhum haverá. Eu, eu sou o Senhor, e fora de mim
não há salvador. Eu anunciei salvação, realizei-a e a
fiz ouvir; deus estranho não houve entre vós, pois sois
as minhas testemunhas, diz o Senhor; eu sou Deus.
Ainda antes que houvesse dia, eu era; e nenhum há
que possa livrar alguém das minhas mãos; agindo eu,
quem o impedirá?” (Isaías 43.10-13.)

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Conclusão

Nosso Deus é soberano, Ele reina antes da fun-


dação do mundo, quando a terra era sem forma e
vazia. Assim como a terra, você também era sem
forma e vazio, mas Ele deu-lhe forma e preencheu
o seu vazio, trouxe a luz, houve a restauração. O Es-
pírito do Senhor sempre faz a separação, trazendo
a libertação e os frutos. Fazendo com que o brilho,
a luz do Senhor seja realidade em sua própria exis-
tência.
Há milhões e milhões de anos, Deus criou todas
as coisas, mas, neste exato momento, o Espírito do
Senhor paira sobre a sua vida que está sem forma

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e vazia, sem uma definição muito clara porque as
trevas o têm envolvido; um vazio existencial tem
consumido toda a razão do seu próprio existir, oca-
sionando uma busca interminável. Neste momen-
to, você pode saber o quanto Deus o ama, que Ele
pode não apenas restaurar a sua vida, mas Ele pode
fazer tudo novo. A ruína não é o decreto final sobre
a sua existência. Neste momento o conhecimento
da luz do Senhor está vindo a você. Jesus é a luz que
ilumina a todos. Ele disse: “[...] Eu sou a luz; quem me
segue não andará em trevas; pelo contrário, terá a
luz da vida” (João 8.12). Você precisa permitir que
esse milagre seja realizado em sua vida. Quando
você escolhe tomar Jesus Cristo como seu Senhor
e Salvador, experimentando a graça maravilhosa do
perdão e de uma nova vida, o próprio Deus opera
a separação e a libertação e os frutos virão de uma
forma espontânea, e a luz e o testemunho serão a
realidade maior na sua caminhada.
Com Ele há é possível experimentar o perdão
que liberta, permitindo nascer de novo. Isaías 61.1-
4, expressa a vontade do Senhor para a minha e a
sua vida: “O Espírito do Senhor Deus está sobre mim,
porque o Senhor me ungiu para pregar boas-novas

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aos quebrantados, enviou-me a curar os quebranta-
dos de coração, a proclamar libertação aos cativos e
a pôr em liberdade os algemados; a apregoar o ano
aceitável do Senhor e o dia da vingança do nosso
Deus; a consolar todos os que choram e a pôr sobre os
que em Sião estão de luto uma coroa em vez de cinzas,
óleo de alegria, em vez de pranto, veste de louvor, em
vez de espírito angustiado; a fim de que se chamem
carvalhos de justiça, plantados pelo Senhor para a
sua glória. Edificarão os lugares antigamente assola-
dos, restaurarão os de antes destruídos e renovarão as
cidades arruinadas, destruídas de geração em gera-
ção.” Deus anseia operar em você a boa, agradável
e perfeita vontade dele (Romanos 12.2). Neste mo-
mento, leitor amado, eu o convido a entrar em um
momento especial de oração, expressando a Deus
os seus sentimentos.
“Pai, esta é a descrição de como tu fizestes todas
as coisas. Que nesta hora tu possas operar um milagre
tão glorioso. Tu chamaste as coisas que não são como
se já fossem e, ó Deus, chamamos aqueles que ainda
não experimentaram a graça do novo nascimento,
para que venham para os teus braços, experimentan-
do o teu perdão, experimentando a nova vida, e que

33
todos sejam edificados pela tua palavra. Em nome de
Jesus. Amém”.

Deus abençoe!

Pr. Márcio Valadão

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JESUS TE
AMA E QUER
VOCÊ!

1º PASSO: Deus o ama e tem um plano


maravilhoso para sua vida. “Porque Deus amou
o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigê-
nito, para que todo o que nele crê não pereça, mas
tenha a vida eterna.“ (Jo 3.16.)

2º PASSO: O Homem é pecador e está

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separado de Deus. “Pois todos pecaram e ca-
recem da glória de Deus.“ (Rm 3.23b.)

3º PASSO: Jesus é a resposta de Deus,


para o conflito do homem. “Respondeu-lhe
Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida;
ninguém vem ao Pai senão por mim.“ (Jo 14.6.)

4º PASSO: É preciso receber a Jesus em


nosso coração. “Mas, a todos quantos o rece-
beram, deu-lhes o poder de serem feitos filhos
de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome.“
(Jo 1.12a.) “Se, com tua boca, confessares Je-
sus como Senhor e, em teu coração, creres que
Deus o ressuscitou dentre os mortos, será sal-
vo. Porque com o coração se crê para justiça
e com a boca se confessa a respeito da salva-
ção.” (Rm 10.9-10.)

5º PASSO: Você gostaria de receber a


Cristo em seu coração? Faça essa oração de
decisão em voz alta:

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“Senhor Jesus eu preciso de Ti, confesso-te o
meu pecado de estar longe dos teus caminhos.
Abro a porta do meu coração e te recebo como
meu único Salvador e Senhor. Te agradeço por-
que me aceita assim como eu sou e perdoa o
meu pecado. Eu desejo estar sempre dentro
dos teus planos para minha vida, amém”.

6º PASSO: Procure uma igreja evangé-


lica próxima à sua casa.
Nós estamos reunidos na Igreja Batista da
Lagoinha, à rua Manoel Macedo, 360, bairro
São Cristóvão, Belo Horizonte, MG.
Nossa igreja está pronta para lhe acom-
panhar neste momento tão importante da
sua vida.
Nossos principais cultos são realizados
aos domingos, nos horários de 10h, 15h e
18h horas.

Ficaremos felizes com sua visita!

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Uma publicação da Igreja Batista da Lagoinha

Gerência de Comunicação

Rua Manoel Macedo, 360 - São Cristóvão

CEP 31110-440 - Belo Horizonte - MG

www.lagoinha.com

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