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Serviço Social
Material Teórico
Serviço Social brasileiro na década de 1950
Revisão Textual:
Profa. Ms. Luciene Oliveira da Costa Santos
Serviço Social brasileiro na década de
1950
··Introdução
··Contextualização Histórica
··Ideologia desenvolvimentista – Desenvolvimento de
Comunidade
··O Desenvolvimento de Comunidade no meio rural
Nesta unidade, vamos iniciar nossos estudos sobre o governo de Juscelino Kubitschek (1950),
a política governamental “Planos de Metas”, a política de Desenvolvimento de Comunidade
(DC) e a prática profissional do Serviço Social neste contexto.
Nesse sentido, é muito importante aprender como se desenvolveu a década de 1950, onde o
Presidente da República, na época, Juscelino Kubitschek (JK), consolidou a industrialização
brasileira, trouxe inovações como o Programa de Desenvolvimento de Comunidade (DC),
que teve a adesão do Serviço Social.
É importante destacar que o Serviço Social efetivou sua prática profissional de forma acrítica,
conservadora, minimizando as contradições sociais e as desigualdades sociais advindas com
a modernização e industrialização brasileira.
Desta feita, fique atento(a) a essas características do governo de Juscelino Kubitschek,
principalmente ao Desenvolvimento de Comunidade e à prática profissional.
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Unidade: Serviço Social brasileiro na década de 1950
Contextualização
Vamos começar a estudar nesta unidade o Serviço Social brasileiro na década de 1950. Esse
período é muito importante para o Serviço Social.
De 1950 até 1955, o país é governado por Juscelino Kubitschek (JK), que foi responsável
por consolidar a modernização do parque industrial brasileiro, haja vista que, Getúlio Vargas
começou, embrionariamente, este processo, mas foi JK que o sistematizou e o consolidou
através da criação de um planejamento denominado “Plano de Metas”, sob o slogan
desenvolvimentista de crescimento “50 anos em 5 anos”.
Esse plano tinha como objetivo a intervenção estatal nos aspectos político-econômico e social,
definindo prioridades desenvolvimentistas para cinco setores estratégicos: energia, transportes
(construção de portos e abertura de estradas), alimentação (modernização da agricultura),
indústrias de base (siderurgia, metalurgia, metais e química pesada) e educação. De fato, duas
grandes marcas do governo JK foram: a expansão da indústria automobilística e a construção
da nova capital, Brasília, no Planalto Central.
Durante os anos de 1950, o Desenvolvimento de Comunidade é apresentado pela
Organização das Nações Unidas (ONU) como medida dirigida a promover a integração da
população aos planos regionais e nacionais de desenvolvimento econômico e social dos países
em desenvolvimento (Brasil).
A Organização das Nações Unidas (ONU) define o Desenvolvimento da Comunidade como:
[...] processo através do qual os esforços do próprio povo se unem ao das
autoridades governamentais, com o fim de melhorar as condições econômicas,
sociais e culturais das comunidades, de integrar essas comunidades na vida
nacional e capacitá-las a contribuir plenamente para o progresso do país .
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Introdução
Esta unidade trata do Governo Juscelino Kubitschek e as contradições entre política econômica
e social, a soberania e a heteronomia, a ideologia do desenvolvimentismo e seus rebatimentos no
Serviço Social brasileiro, as perspectivas do Serviço Social para o desenvolvimento da comunidade.
Glossário
Heteronomia: significa dependência, submissão, obediência. Aceitação de normas que não são
nossas, mas que reconhecemos como válidas para orientar a nossa consciência.
Contextualização Histórica
No início da década de 1950, com o retorno de Getúlio Vargas ao governo, foram adotadas
medidas para modernização da sociedade brasileira e a consequente industrialização. O presidente
Getúlio Vargas assumiu o governo através de eleições, sendo vitorioso pela aliança PTB-PSD. Num
primeiro momento contava com o apoio de alguns setores da burguesia nacional, boa parte da classe
média e das massas operárias, sob a influência do sindicalismo “pelego”.
Glossário
Pelego: sindicalismo sob influência e atrelados ao governo. Lideranças do movimento
sindical que se apresentam como representantes dos interesses dos trabalhadores, mas
defendem os interesses do empregador.
Com a eleição e posse de Getúlio Vargas, volta à cena no centro da vida pública o nacionalismo,
o populismo e o trabalhismo, adotando-se forte intervenção do Estado na economia. Foi um
período marcado pela criação de várias instituições nacionais com a finalidade de normatizar
e facilitar o desenvolvimento de suas funções em benefício do capital. Na busca de direcionar
ações para as questões sociais, cria-se o Ministério da Educação e Saúde e o Ministério do
Trabalho, Indústria e Comércio.
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Unidade: Serviço Social brasileiro na década de 1950
Atenção
Nacionalismo de Getúlio Vargas buscava união das forças internas para auxiliar o
desenvolvimento industrial.
O governo posterior, eleito a partir de 1955, com Juscelino Kubitscheck (JK), deu impulso
definitivo para efetivar a industrialização, sendo marcante em seu governo a expansão do capital
internacional no país, travestido em investimentos em indústrias nacionais.
Através de um Plano de Metas, sob slogan desenvolvimentista de crescimento “50 anos
em 5 anos”, o Estado passa a intervir na sociedade nos aspectos político-econômico e social,
definindo-se prioridades desenvolvimentistas para cinco setores estratégicos: energia, transportes
(construção de portos e abertura de estradas), alimentação (modernização da agricultura),
indústrias de base (siderurgia, metalurgia, metais e química pesada) e educação. De fato duas
grandes marcas do governo JK foram: a expansão da indústria automobilística e a construção
da nova capital Brasília, no planalto central.
No plano teórico-ideológico os subsídios para o chamado desenvolvimentismo, foram
fornecidos pela Comissão Econômica para a América Latina – CEPAL, com base na
ideologia da industrialização integradora, visando o desenvolvimento nacional. Suas teorias
embasaram as políticas de modernização para o Brasil, beneficiando o capital. O período
caracteriza-se pelas altas taxas de crescimento da economia garantida pela expansão do
intercâmbio com o exterior.
No plano teórico-ideológico, os subsídios para o chamado desenvolvimentismo
foram fornecidos pela Comissão Econômica para a América Latina – CEPAL.
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O desenvolvimentismo cepalino: problemas teóricos e influências no Brasil; disponível em
»» http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-40142001000100004&script=sci_arttext
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Em poucos anos foram construídas Usinas Hidrelétricas como as de Furnas e Três Marias
em Minas Gerais, Usiminas em Ipatinga, também no Estado de Minas Gerais, implantadas as
indústrias automobilísticas em São Bernardo do Campo, São Paulo e indústrias de construção
naval no Rio de Janeiro. Também ocorreu a expansão da malha rodoviária para a promoção e
desenvolvimento do interior, sendo construídas cerca de 20.000Km em rodovias.
Nos anos governados pelo presidente Juscelino Kubitscheck (1955-1960), o país apresentou
altos índices de crescimento econômico, com o aumento do poder aquisitivo dos trabalhadores e
fortalecimento das classes médias, com a consequente intensificação do consumo e da produção.
Esse período ficou conhecido como “anos dourados” não só pelo grande avanço e desenvolvimento
econômico, mas também pela produção de outras áreas do conhecimento: modernização da arquitetura
pelos projetos arrojados de Oscar Niemeyer que se verifica principalmente no projeto urbanístico de
Brasília; o advento da bossa nossa revolucionando a música da época; avanço na área cinematográfica
com filmes retratando problemas sociais da sociedade brasileira originando o movimento do “cinema
novo” cujo ícone foi o cineasta Glauber Rocha; no teatro surge o TBC – Teatro Brasileiro de Comédia
– polo produtor de teatro no Brasil, encenando peças de dramaturgos consagrados (Tennesee Willians,
Arthur Miller e Frederico Garcia Lorca), também nessa área teatral se destacaram Teatro de Arena e o
Teatro Oficina.
Fonte: estudopratico.com.br
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Unidade: Serviço Social brasileiro na década de 1950
Outros aspectos foram relevantes para agravar o quadro de desigualdades sociais no país,
principalmente o parco investimento público nas áreas de educação e alimentação. Ademais, o
plano de metas acabou beneficiando o Sudeste o que gerou um forte processo migratório para
as áreas urbanas de São Paulo e Rio de Janeiro, intensificando os desequilíbrios regionais.
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Ligas Camponesas: Tese de Doutorado de Maria Raimunda Chagas Vargas Rodriguez.
Título: Depois da terra: lutas e contradições no assentamento Palmares. Disponível
em www.pucsp.br/biblioteca
Filme: Ligas Camponesas: Documentário do Cineasta Eduardo Coutinho chamado
“Cabra Marcado para Morrer”.
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Será com o fim da II Guerra Mundial que iniciará um extenso programa de assistência técnica
aos países pobres, principalmente aqueles situados na América Latina.
Em 1945, através de um acordo de cooperação entre o Ministério da Agricultura do Brasil e
a “Inter-American Educational Foundation Inc.” (agência do governo americano), entra no país
o Desenvolvimento de Comunidade a ser aplicado na educação rural.
Durante os anos de 1950, o Desenvolvimento de Comunidade é apresentado pela
Organização das Nações Unidas (ONU) como medida dirigida a promover a integração da
população aos planos regionais e nacionais de desenvolvimento econômico e social dos países
em desenvolvimento.
A Organização das Nações Unidas (ONU) define o Desenvolvimento da Comunidade como um:
[...] processo através do qual os esforços do próprio povo se unem ao das
autoridades governamentais, com o fim de melhorar as condições econômicas,
sociais e culturais das comunidades, integrar essas comunidades na vida nacional
e capacitá-las a contribuir plenamente para o progresso do país. (AMMANN,
2003, p. 38).
Diante desse quadro, insere-se o Serviço Social atrelado a esse movimento internacional
interessado na expansão da ideologia e do modo de produção capitalista, com ênfase no
Desenvolvimento de Comunidade.
A ideologia desenvolvimentista que se instala a partir de 1955 tem por base a expansão da
economia mantendo a soberania. No campo social, a ênfase está na eliminação do pauperismo,
da miséria e do analfabetismo, problemas históricos ligados à área de assistência, entretanto
incapazes de mobilizar a categoria para adesão a essa política.
Apesar disso, o Serviço Social beneficia-se da expansão econômica, ampliando seu campo
de atuação devido principalmente às pressões das classes subalternas por serviços assistenciais.
Nesse período, ocorre a institucionalização do Serviço Social enquanto profissão, através da Lei
3.252 de 27 de agosto de 1957.
O Serviço Social passa a atuar com “grupos” numa abordagem que tem por base o estudo
psicossocial do participante relacionando-o aos problemas com a estrutura social, objetivando
sua integração ao sistema, através de dinâmicas de grupo. Essa perspectiva e estratégia de
trabalho com grupos, antes restritos à recreação e à educação, passam a integrar programas
nacionais das grandes instituições assistenciais (LBA, SESI, SESC) e também nas práticas em
hospitais, favelas, escolas etc.
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Unidade: Serviço Social brasileiro na década de 1950
Você Sabia ?
Essas técnicas de organização social, com a denominação de “Centros Comunitários” têm seus
primeiros registros datados em 1537 no México, funcionando como cooperativas em local onde os
índios aprendiam um ofício e recebiam orientação técnica para lidar com a agricultura. Retomam
também experiências de várias partes do mundo onde recebeu diferentes denominações: Centro
Social, Centro Cívico, Centro de Comunidade, Centro Social de Comunidade.
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Unidade: Serviço Social brasileiro na década de 1950
Material Complementar
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Tese:
RODRIGUEZ. Maria Raimunda Chagas Vargas. Depois da terra: lutas e contradições
no assentamento Palmares. Tese de Doutorado. Disponível em - www.pucsp.br/biblioteca
Filme:
Ligas Camponesas. Documentário do Cineasta Eduardo Coutinho chamado “Cabra
Marcado para Morrer”.
Texto:
O desenvolvimentismo cepalino: problemas teóricos e influências no Brasil. Disponível
em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-40142001000100004&script=sci_arttext
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Referências
YAZBEK, Maria Carmelita. Classes Subalternas e Assistência Social. São Paulo: Cortez, 2013.
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Unidade: Serviço Social brasileiro na década de 1950
Anotações
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