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AUTARQUIA DO ENSINO SUPERIOR DE GARANHUNS (AESGA)

FACULDADES INTEGRADAS DE GARANHUNS (FACIGA)


CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

WAGNER DMITRY GUEIROS CAVALCANTE

OTIMIZAÇÃO PARAMÉTRICA DE VIGAS DE CONCRETO ARMADO EM


SISTEMAS ESTRUTURAIS

GARANHUNS
2018
WAGNER DMITRY GUEIROS CAVALCANTE

OTIMIZAÇÃO PARAMÉTRICA DE VIGAS DE CONCRETO ARMADO EM


SISTEMAS ESTRUTURAIS

Monografia entregue à Autarquia do


Ensino Superior de Garanhuns (AESGA),
como pré-requisito para a conclusão do
curso de graduação em Engenharia Civil.

Orientador: Prof. MSc. Renan Gustavo


Pacheco Soares

GARANHUNS
2018
WAGNER DMITRY GUEIROS CAVALCANTE

OTIMIZAÇÃO PARAMÉTRICA DE VIGAS DE CONCRETO ARMADO EM


SISTEMAS ESTRUTURAIS

BANCA EXAMINADORA

Monografia entregue à Autarquia do Ensino Superior de Garanhuns (AESGA),


como pré-requisito para a conclusão do Curso de Graduação em Engenharia Civil,
da Faculdades Integradas de Garanhuns (FACIGA)

Aluno aprovado em ______ de ____________________ de 20___.

____________________________________________________________
Prof. MSc. Renan Gustavo Pacheco Soares

____________________________________________________________
Prof.(a) Examinador 1

____________________________________________________________
Prof.(a) Examinador 2
AGRADECIMENTOS
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Variação da forma dos cabos devido a cargas ........................................ 14


Figura 2 – Ponte de Messina: Ponte pênsil com tirantes .......................................... 15
Figura 3 – Estádio em Vancouver com cobertura sustentada por cabos ............ Error!
Bookmark not defined.
Figura 4 – Funiculares de cabos e arcos .................................................................. 16
Figura 5 – Gateway Arch em Saint Louis, Missouri - USA ......... Error! Bookmark not
defined.
Figura 6 – Partes constituintes das treliças ................. Error! Bookmark not defined.
Figura 7 – Retas verticais com espaçamentos “e” traçados em viga biapoiada ........ 19
Figura 8 – Aplicação de momentos de extremidade na viga ..................................... 20
Figura 9 – Viga biapoiada ......................................................................................... 20
Figura 10 – Viga em balanço..................................................................................... 21
Figura 11 – Viga Contínua ........................................................................................ 21
Figura 12 – Associação discreta Arco x Treliça......................................................... 22
Figura 13 – Associação contínua Treliça x Treliça .................................................... 23
Figura 14 – Comportamento Linear da Estrutura ...................................................... 25
Figura 15 – Comportamento Não-Linear da Estrutura .............................................. 26
Figura 16 – Fissuração do concreto .......................................................................... 27
Figura 17 – Deslocamento por efeitos de 2ª ordem .................................................. 27
Figura 18 – Comparação de fissuração entre viga armada e não armada ................ 30
Figura 19 – Gráfico da retração do concreto ............................................................. 34
Figura 20 – Problema Exemplo ................................................................................. 36
Figura 21 – Processo de otimização por forma ........... Error! Bookmark not defined.
Figura 22 – Processo de Otimização Topológica ........ Error! Bookmark not defined.
Figura 23 – Aba “Inserção de dados” ........................................................................ 45
Figura 24 – Aba “Comparativo final”.......................................................................... 46
Figura 25 – Aba “Valor dos insumos” ........................................................................ 46
Figura 26 – Vigas Baldrame 25 cm e fck 25 ................ Error! Bookmark not defined.
Figura 27 – Vigas aéreas 25 cm e fck 25 com erro ................................................... 49
Figura 28 – Verificação de flecha viga v1 .................................................................. 49
Figura 29 – Verificação de flecha viga v2 .................................................................. 49
Figura 30 – Verificação de flecha V2 aérea h=25 x fck=30 ....................................... 50
Figura 31 – Verificação de flecha V2 aérea h=25 x fck=35 ....................................... 50
Figura 32 – Verificação de flecha V2 aérea h=25 x fck=40 ....................................... 51
Figura 33 – Percentuais de insumos para altura de 50 cm e fck = 25 MPa .............. 53
Figura 34 – Percentuais de insumos para altura de 50 cm e fck = 50 MPa .............. 53
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Avaliação entre associações ..................... Error! Bookmark not defined.


Tabela 2 – Comparativo de custos das vigas baldrames .......................................... 54
Tabela 3 – Comparativo de custos das vigas aéreas ................................................ 56
RESUMO

Um dos objetivos primordiais de um projeto estrutural é que ele cumpra todos os


requisitos de desempenho necessários durante a vida útil do empreendimento. Um
dimensionamento ineficiente pode causar uma elevação do custo, bem como causar
sérios problemas durante a vida útil da estrutura. As vigas têm um papel
fundamental dentro de um sistema estrutural, tendo um custo significativo dentro da
obra. Nesta monografia, buscou-se mostrar meios para que se possa projetar os
elementos estruturais com segurança e ainda ter o menor custo possível para cada
caso analisado. Com isso o estudo teve o seguinte questionamento: Como otimizar
o custo de vigas retangulares biapoiadas submetidas à flexão simples através de
técnicas computacionais? A metodologia utilizada pode ser classificada como uma
pesquisa descritiva, onde esta metodologia tem o objetivo de estabelecer relações
entre variáveis. Quanto aos procedimentos técnicos para a obtenção dos resultados,
podem ser classificados como experimental, pois visa selecionar um objeto de
estudo e verificar os efeitos que as variáveis causam nele. Para isso foi utilizado o
software Cypecad (versão educacional), para modelar e calcular a estrutura e uma
planilha eletrônica para fazer a tabulação dos dados obtidos da estrutura analisada.
O sistema estrutural lançado foi uma estrutura térrea em concreto armado, com
paredes de alvenaria de vedação. Diferentes resistências do concreto foram
utilizadas para cada amostra, sendo de 25, 30, 35, 40, 45 e 50 MPA, com alturas de
vigas de 25, 30, 35, 40, 45 e 50 cm. Com a variação do Fck e da altura das vigas,
foram obtidas as respectivas áreas de aço e as disposições construtivas no
programa. Posteriormente os dados foram lançados na planilha eletrônica e os
custos das vigas foram compostos, considerando como fórmula para a composição
do custo das vigas, os preços do concreto, formas, e armação, de acordo com a
tabela da SINAPI, por fim, foi verificado na planilha qual a relação fck/altura melhor
se encaixou para o caso analisado. Para a estrutura térrea analisada, a opção com
um menor custo para as vigas baldrame foi a de 25 cm de altura com um concreto
de 30 MPa e para as vigas da laje, a melhor opção foi a 30 cm de altura com fck de
30 MPa.

Palavras-chave: Otimização paramétrica. Concreto armado. Fck. Estruturas.


SUMÁRIO

1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS ......................................................................... 11


2 PRINCIPAIS SISTEMAS ESTRUTURAIS...................................................... 13
2.1 Sistemas de cabos ....................................................................................... 13
2.2 Sistemas de arcos ........................................................................................ 15
2.3 Sistemas de Treliças .................................................................................... 17
2.4 Sistemas de Vigas ........................................................................................ 19
2.5 Sistemas de Pilares ...................................................................................... 21
2.6 Associação entre sistemas .......................................................................... 22
3 MÉTODOS DE ANÁLISE ESTRUTURAL ...................................................... 24
3.1 Análise Linear ............................................................................................... 24
3.2 Análise Não-linear ........................................................................................ 25
4 O CONCRETO E SUAS PROPRIEDADES.................................................... 29
4.1 Formação do concreto ................................................................................. 29
4.2 Propriedades do concreto fresco ................................................................ 30
4.1.1 Trabalhabilidade ............................................................................................. 31
4.1.2 Segregação .................................................................................................... 31
4.1.3 Exsudação ...................................................................................................... 31
4.3 Propriedades do concreto endurecido ............................................................ 32
4.3.1 Resistência mecânica ..................................................................................... 32
4.3.2 Permeabilidade ............................................................................................... 32
4.3.3 Durabilidade.................................................................................................... 32
4.3.4 Deformações .................................................................................................. 33
5 TIPOS DE OTIMIZAÇÃO ............................................................................... 35
5.1 Otimização Paramétrica ............................................................................... 36
5.2 Otimização de Forma.................................................................................... 36
5.3 Otimização Topológica................................................................................. 37
6 UTILIZAÇÃO DE SOFTWARES NO CÁLCULO ESTRUTURAL .................. 39
7 METODOLOGIA............................................................................................. 41
7.1 Classificação da pesquisa ........................................................................... 41
7.2 Procedimentos da pesquisa ........................................................................ 43
7.3 Ferramentas computacionais ...................................................................... 44
7.4 Apresentação da planilha eletrônica desenvolvida ................................... 45
8 RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................... 48
8.1 Análise da variação da altura e fck para vigas baldrame e áreas ............ 48
8.1.1 Vigas h = 25 cm e fck = 25, 30, 35, 40, 45 e 50 MPa ..................................... 48
8.1.2 Vigas h = 30 cm e fck = 25, 30, 35, 40, 45 e 50 MPa ..................................... 51
8.1.3 Vigas h = 35 cm e fck = 25, 30, 35, 40, 45 e 50 MPa ..................................... 51
8.1.4 Vigas h = 40 cm e fck = 25, 30, 35, 40, 45 e 50 MPa ..................................... 52
8.1.5 Vigas h = 45 cm e fck = 25, 30, 35, 40, 45 e 50 MPa ..................................... 52
8.1.6 Vigas h = 50 cm e fck = 25, 30, 35, 40, 45 e 50 MPa ..................................... 52
8.2 Análise dos resultados em relação aos custos dos insumos .................. 52
8.3 Custos finais em relação a variação da altura e fck .................................. 54
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................... 57
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 58
11

1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Na engenharia, um termo bastante estudado nas últimas décadas tem sido o


da otimização estrutural, onde vem sendo desenvolvidas técnicas para se conseguir
soluções mais rápidas e econômicas, sem que se deixe de lado a qualidade e
segurança estrutural. Com a competitividade no mercado cada vez maior, os
conceitos e técnicas de otimização vão deixando de ser uma opção para virar uma
obrigação nos conhecimentos de todo engenheiro projetista, pois as empresas
visam cada vez mais a economia de materiais e rapidez nos processos de produção
para assim aumentar o lucro.
Com projetos cada vez mais complexos e esbeltos, a evolução da tecnologia
fez com que o processo de otimização ficasse mais simplificado, pois atualmente
existem muitos softwares no mercado que facilitam todo o processo de se obter as
inúmeras soluções para os problemas, mas o papel do engenheiro não pode ser
deixado de lado, pois os softwares são apenas uma ferramenta de auxilio no
desenvolvimento e não fazem todos os processos automaticamente, eles tem que
ser alimentados com os requisitos de cada projeto e a partir do conhecimento prático
e teórico do projetista, ser escolhida a melhor solução do sistema estrutural.
Diante disso, foi feito tal questionamento: Como otimizar o custo de vigas
retangulares biapoiadas submetidas à flexão simples através de técnicas
computacionais? Como objetivos, procurou-se estabelecer um método de otimização
de vigas através de softwares obtidos no mercado, apresentar os custos totais das
vigas para a estrutura e verificar qual a melhor relação entre fck/altura que se
encaixa para a estrutura estudada.
A metodologia de pesquisa pode ser classificada como uma pesquisa
exploratória, pois tem como objetivo proporcionar uma maior familiaridade com o
tema e construir hipóteses e também como uma pesquisa descritiva, pois tem o
objetivo de estabelecer relações entre variáveis no objeto de estudo.
Esta monografia está organizada em nove capítulos, onde o primeiro são as
considerações iniciais, o segundo refere-se aos principais sistemas estruturais
utilizados na construção civil, o terceiro aborda sobre os tipos de análise estrutural
mais comumente utilizadas e suas diferenças. O quarto capítulo fala sobre as
principais propriedades do concreto fresco e endurecido, o quinto aborda sobre os
principais tipos de otimização estrutural, o sexto aborda um conceito bastante visto
12

atualmente no dia a dia dos projetistas, que é a utilização de softwares nos projetos
estruturais. O sétimo capítulo apresenta a metodologia utilizada na monografia, o
oitavo apresenta os resultados obtidos através da pesquisa e o nono capítulo traz as
considerações finais da pesquisa.
13

2 PRINCIPAIS SISTEMAS ESTRUTURAIS

Na concepção arquitetônica, a estrutura é o principal elemento para gerar


forma e espaço. Ela tanto pode ser a própria arquitetura como pode estar embutida
dentro da forma que será construída, sendo assim ela tem um espaço amplo de
possibilidades em que ela pode estar atuando. A estrutura representa o método do
projetista unir, materiais, forma, e forças atuantes (ENGEL, 2001).
Para Rebello (2000), a melhor solução estrutural não existe. Para se ter uma
boa solução estrutural, o sistema deve responder a alguns pré-requisitos dentro de
uma hierarquia definida como: melhor forma de transmissão de cargas para o solo,
os materiais mais adequados e a relação da estrutura com o espaço gerado.
Diante disso, existem diversas possibilidades para a escolha do melhor
sistema estrutural, cabendo ao projetista escolher a que mais se adequada a
necessidade de cada projeto, sempre seguindo os princípios de viabilidade, técnica,
econômica e artística.

2.1 Sistemas de cabos

Engel (2001, p.58) define o sistema de Cabos e arcos como: “Um material
não rígido, flexível, formado de modo definido e suportado por extremidades fixas,
que pode suportar-se a si próprio e cobrir um vão”.
As características quanto a distribuição das forças se dá por desviar as forças
externas através de esforços normais simples, os arcos atuam com compressão e os
cabos com tração. Esses sistemas não podem ser projetados de forma livre,
principalmente os cabos se moldam, em sua curva funicular, de acordo com as
forças que estão sendo aplicadas neles. Os arcos não podem variar em sua forma, a
sua curva funicular depende de uma certa condição de carga aplicada (SILVA, 2014)
No que se refere a relação peso/vão, Silva (2014) diz que devido a seus
esforços serem simples (compressão ou tração), os sistemas estruturais de Arcos e
Cabos são os mais econômicos para cobrir grandes vãos.
Sales et al (2005) definem fio como sendo uma barra que apenas ocorre
tração em sua seção transversal, os fios não conseguem mobilizar outros esforços
solicitantes a não ser o de tração. O cabo é uma barra a qual é feita por um arranjo
de fios. A falta de esforços de flexão faz dos cabos barras perfeitamente flexíveis.
14

Quanto ao comportamento estrutural dos cabos, Rebello (2000) diz que a


forma dos cabos é definida diretamente por a posição, intensidade, sentido,
quantidade e intensidade das forças aplicadas neles, essa variação de forma é
denominada de funiculares das forças.
Ainda de acordo com o mesmo autor, um dos pontos negativos dos sistemas
de cabos é que eles se tornam estruturas pouco estáveis quando submetidos a
variação de forças acidentais, principalmente em relação a ação dos ventos. Para
dar estabilidade, os sistemas de cabos devem estar sempre associados a outros
sistemas estruturais.
A Figura 1 representa a forma que os cabos adquirem quando aplicadas
cargas de diferentes modos.

Figura 1 – Variação da forma dos cabos devido a cargas

Fonte: Rebello (2000)

Os sistemas estruturais de cabos são utilizados em coberturas de estádios,


ginásios, entre outros, mas principalmente são utilizados em pontes (SOUZA;
RODRIGUES. 2008). Na Itália foi construída uma ponte suspensa, mostrada na
Figura 2, com 5010 m de comprimento com um vão livre de 3300 m.
15

Figura 2 – Ponte de Messina: Ponte pênsil com tirantes

Fonte: Souza e Rodrigues (2006)

Os cabos também são utilizados para dar sustentação às coberturas, como é


possível ver no estádio em Vancouver na Figura 3.

Figura 3 – Estádio em Vancouver com cobertura sustentada por cabos

Fonte: Pet Eng Civil UFPR (2011)

Assim, é possível observar que os cabos são sistemas estruturais bastante


utilizados devido a sua grande capacidade de vencer grandes vãos.

2.2 Sistemas de arcos

Seja por questões estéticas ou por questões de ter vãos livres para vencer
obstáculos os arcos são sistemas bastantes utilizados em várias épocas da
humanidade.
Fonseca (2011, p. 1) define os arcos como:

Estruturas curvas constituídas por materiais delgados como barras, tem a


finalidade de dar sustentação para a estrutura onde estão inseridos devido a
sua grande capacidade de resistir as forças de compressão e momentos
fletores.
16

Quando os cabos são rebatidos, usando elementos rígidos, eles se


transformam em arcos, onde nos cabos atuam os esforços de tração, nos arcos
atuam a compressão, e em alguns casos, a flexão. Mas deve-se evitar que nos
arcos ocorra flexão, colocando suas formas em função das funiculares das cargas
resultantes, pois se sempre que as funiculares desviam do eixo do arco ocorrem os
esforços de flexão (REBELLO, 2000). O autor da Figura 4 ilustra simulações de
como os cabos e os arcos tomam formas diferentes devido à localização das forças.

Figura 4 – Funiculares de cabos e arcos

Fonte: Rebello (2000)

De acordo com Sales et. al (2005) os arcos eles se classificam em:


 Isostáticos: Quando apresentam dois apoios fixos e uma rótula em seu centro.
 Hiperestáticos: Quando apresentam duas rótulas em suas extremidades.
 Biarticulados: Apresentam dois apoios fixos em suas extremidades
 Atirantados: Possui um apoio móvel e outro fixo e eles são ligados por um
tirante.
 Com uma articulação: São biengastados e apresentação uma articulação em
seu centro.

De acordo com Sales et. al (2005) os arcos hiperestáticos são os mais


indicados quando se leva em consideração o custo, mas em relação a seus esforços
solicitantes deve-se levar em consideração que eles não têm uma elevada
resistência quanto a recalques e variações de temperatura. Quando a estrutura for
suscetível a recalques, é recomendada a utilização de arcos triarticulados ou
atirantados.
17

Em relação aos materiais e seções recomendadas, Rebello (2000) diz que os


materiais mais recomendados para a construção de arcos são aqueles que resistam
bem a seu esforço característico, que é o de compressão. Sendo assim, os materiais
mais recomendados são o concreto, madeira e o aço.
Os arcos de concreto são utilizados quando se tem problemas com
manutenção, que em relação aos outros dois, necessitada de menos cuidados. Em
relação a utilização da madeira, é utilizado quando se tem requisitos estéticos. Arcos
em aço devido a seu reduzido peso próprio, são recomendados para grandes vãos.
Sales et. al (2005) acrescentam que os arcos de aço, devido a seu baixo peso
próprio ainda diminuem os esforços em outros elementos estruturais, como nas
fundações, assim tendo economia de outros materiais. No que se refere aos limites
de utilização Rebello (2000) diz que os arcos em coberturas podem atingir até 120
metros de vão, enquanto em ponto fica na ordem de 500 metros.
Na Figura 5 é mostrado um monumento em forma de arco em Saint Louis,
EUA.

Figura 5 – Gateway Arch em Saint Louis, Missouri - USA

Fonte: Silva (2014)

O Gateway Arch é o mais alto monumento em solo norte-americano com 200


metros de altura.

2.3 Sistemas de Treliças

Os sistemas de treliças se caracterizam por ser dispostas de formas unidas


com articulações, que conseguem mudar a direção das forças e distribuí-las ao
longo de grandes distâncias sem precisar de apoio intermediário. Ao modo de
montagem das barras se dá o nome de triangulação (ENGEL, 2001).
18

Souza e Rodrigues (2008) definem treliça como sendo:

O conjunto de elementos de construção (barras redondas, chatas,


cantoneira) que são interligados entre si, sob forma geométrica triangular,
através de pinos, soldas, rebites ou parafusos e que visam formar uma
estrutura rígida, com a finalidade de resistir a esforços somente a normais.

As treliças (elementos lineares), devido a sua seção ser pequena se


comparado com seu comprimento, podem transmitir as cargas apenas ao longo do
seu comprimento, fazendo com que ocorram apenas esforços normais ao longo de
suas barras, ou seja, barras tracionadas e/ou barras comprimidas (ENGEL. 2001).
Na Figura 6, é possível observar que independente do formato das treliças os
elementos serão os mesmos e terão funções iguais.

Figura 6 – Partes constituintes das treliças

Fonte: Silva (2014)

As partes constituintes das treliças são: Os banzos superiores e inferiores, os


montantes e as diagonais.
Rebello (2000) descreve duas características que todas as treliças terão, são
elas: em qualquer situação, as barras das treliças sempre estarão atuando em
compressão e tração, e a outra é de que são sempre formados triângulos na
montagem das treliças. O mesmo autor diz também que o ângulo das diagonais das
treliças fique entre 30º e 60º, pois diagonais muito inclinadas aumentam a
quantidade de barras e diagonais com pequenas inclinações desenvolvem esforços
maiores. Outra recomendação é que as cargas sempre estejam aplicadas nos nós,
19

pois cargas aplicadas fora deles geram esforços de flexão, fazendo com que
aumente o dimensionamento das barras, tornando assim as treliças antieconômicas.
Quanto aos materiais utilizados nas treliças, o mesmo autor recomenda que sejam
eles tenham uma boa resistência aos esforços que a caracterizam, como o aço e a
madeira.
Devido a sua característica de apresentar esforços simples e favoráveis e
assim apresentar baixo consumo de materiais, as treliças são recomendadas para
vencer grandes vãos, como de pontes e coberturas. Também podem ser aplicadas
para a sustentação de pisos com grandes vãos em substituição de vigas de alma
cheia. Em coberturas, os vãos podem chegar até 120 metros e em pontes 300
metros (REBELLO, 2000).

2.4 Sistemas de Vigas

As vigas, juntamente com os pilares, são os elementos mais utilizados nas


edificações em termos de estrutura, seja elas de aço, madeira ou concreto.
Engel (2001) Define vigas como:

As vigas são elementos estruturais retos, resistentes a flexão, e que não só


são capazes de resistir às forças que atuam na direção de seu eixo, mas
também por meio de esforços secionais, suportar forças perpendiculares a
seu eixo e transmiti-las lateralmente ao longo do mesmo até seus extremos.
As vigas são elementos básicos dos sistemas estruturais de seção-ativa.

Sales et. al (2005) faz uma demonstração do comportamento estrutural das


vigas usando um material flexível qualquer, no caso foi utilizada uma borracha.
O autor da Figura 7 mostra o experimento que foi feito para representar os
esforços de tração e compressão, em que foram traçadas duas retas com uma
distância conhecida “e” na borracha, ela foi apoiada com o intuito de garantir a
isostaticidade da mesma.

Figura 7 – Retas verticais com espaçamentos “e” traçados em viga biapoiada

Fonte: Sales et al (2005)


20

Na figura 8, a flexão, devido à aplicação das forças, é representada, onde


foram aplicados momentos de extremidade com o intuído de se ter apenas esforços
de flexão.

Figura 8 – Aplicação de momentos de extremidade na viga

Fonte: Sales et al (2005)

Com isso é possível observar que na parte superior o espaçamento “e”


diminuiu, caracterizando o esforço de compressão, da mesma maneira que na parte
inferior o espaçamento “e” aumentou, caracterizando assim o esforço de tração.
Também é possível observar que em certo ponto o espaçamento se manteve
constante.
Mas, em praticamente todos os casos, as vigam não atuam somente com a
flexão pura, mas também a força cortante é notável. A força cortante é uma força
vertical interna que provoca a tendência de escorregamento entre as fibras das
vigas. (BASTOS, 2000)
Segundo Rebello (2000), a classificação das vigas depende da posição e
quantidades dos apoios, elas podem ser biapoiadas, contínuas e em balanço.
As Vigas biapoiadas apresentam esforços de compressão na parte superior e
tração na parte inferior, como pode ser visto na Figura 9.

Figura 9 – Viga biapoiada

Fonte: Rebello (2000)

Já nas vigas em balanço, os esforços se invertem, ficando a compressão na


parte de baixo e tração na parte de cima, como é representado na Figura 10.
21

Figura 10 – Viga em balanço

Fonte: Rebello (2000)

As vigas contínuas, representadas na Figura 11, por serem hiperestáticas,


tem uma compensação dos momentos nos apoios.

Figura 11 – Viga Contínua

Fonte: Rebello (2000)

Fazendo uma comparação com vigas biapoiadas de vão igual, as vigas


contínuas apresentam momentos fletores mais baixos, tornando a peça mais
econômica
Quanto aos limites de utilização e aos materiais, Rebello (2000) diz que as
vigas de alma cheia de concreto são aplicadas em menores vão, algo em torno de
20 metros. Isso se dá devido a seu elevado peso próprio, sendo assim a solução
que mais consome material. Outros materiais também são comumente aplicados,
como o aço e a madeira. Mas por outro lado, diferentemente dos arcos e dos cabos,
o vão sob a viga é totalmente aproveitável, tornando-se assim o sistema mais
utilizado.

2.5 Sistemas de Pilares

Rebello (2000) diz que a posição e a forma dos pilares têm uma grande
influência na concepção arquitetônica, sendo assim, é um dos elementos mais
importantes na concepção estrutural.
Os pilares quando submetidos a apenas cargas verticais, são submetidos a
apenas a compressão simples, mas há casos em que outras forças atuam sobre
eles, como é o caso das pontes, onde os ventos agem sobre a estrutura, causando
assim a flexão. A compressão simples, pode causar nos pilares a flambagem. A
22

intensidade da flambagem depende muito da seção e comprimento do pilar, ela


sempre ocorre na direção de menor rigidez ou menos travada (BASTOS, 2006).
Quanto as seções e materiais, Sales et. al (2005) diz que devido a
simplicidade da execução de formas, armaduras e lançamento, as seções circulares
e maciças de concreto armado são as mais utilizadas, mas também pode-se utilizar
as seções de aço e madeira. Conforme Rebello (2000), os pilares de aço são mais
fáceis quanto a execução, mas são mais caros em relação ao custo, se comparado
com os de concreto armado. Os pilares de madeira são mais usados quando são
solicitados nos projetos de arquitetura, onde a estética é predominante.
No que se refere aos limites de utilização, os espaçamentos entre os pilares
com os materiais de aço ou concreto, os mais econômicos são entre 4 e 6 metros, já
os pilares de madeira, ficam entre 3 e 4 metros. (REBELLO, 2000)

2.6 Associação entre sistemas

Analisando os principais sistemas de estruturas, é notório que eles


separadamente não constituem um sistema estrutural completo. Para uma viga ter
um sistema completo simples, é necessário estar unidos os pilares, formando assim
um pórtico, isto é, para que se tem um sistema estrutural completo, é necessária
uma associação entre 2 ou mais sistemas. Essa associação é fruto da concepção
arquitetônica, sempre observando as funções e espaços que se requeiram
(REBELLO, 2000).
Existem 2 tipos de associações entre sistemas: os discretos e os contínuos.
Os contínuos se caracterizam por ser uma associação entre os sistemas para formar
um novo sistema, mas que podem se distinguir e separar os sistemas básicos. Já a
associação contínua os elementos são infinitamente repetidos, originando formas
contínuas. Na Figura 12 é ilustrada uma associação discreta entre arco e treliça.

Figura 12 – Associação discreta Arco x Treliça

Fonte: Rebello (2000)


23

Na Figura 13, é representada uma associação contínua de várias treliças.

Figura 13 – Associação contínua Treliça x Treliça

Fonte: Rebello (2000)

Com a associação de várias treliças, forma-se uma estrutura de cobertura


muito utilizada em postos de combustível.
Rebello (2000) apresenta uma tabela que relaciona os principais tipos de
associação entre sistemas e classifica quanto ao material de utilização, o vão que
pode ser vencido e a versatilidade de uso.

Tabela 01 – Avaliação entre associações


Associação Aço Concreto Madeira Vão Versatilidade Total
cabo x cabo 5 2 2 5 1 15
cabo x arco 5 4 3 4 1 17
cabo x treliça 5 1 3 3 3 15
cabo x v de alma cheia 3 4 3 4 3 17
cabo x pilar 5 3 3 1 3 15
arco x arco 4 5 4 4 1 18
arco x treliça 5 2 4 4 1 16
arco x v de alma cheia 4 5 4 3 1 18
arco x pilar 5 5 3 3 3 19
treliça x treliça 5 1 3 4 2 15
treliça x v de alma cheia 5 1 4 3 5 18
treliça x pilar 5 1 5 3 5 19
v de alma cheia x v de alma cheia 4 5 4 4 5 22
v de alma cheia x pilar 5 5 5 3 5 23
pilar x pilar 5 5 4 3 3 20
Fonte: Adaptado de Rebello (2000)

Diante dos resultados apresentados, é possível observar que o clássico


pórtico plano de viga e pilar foi o mais bem avaliado na tabela.
24

3 MÉTODOS DE ANÁLISE ESTRUTURAL

A análise estrutural é a etapa mais importante de todo a concepção do projeto


estrutural, pois é dos seus resultados que sai o dimensionamento e detalhamento
dos elementos constituintes da estrutura, assim como o comportamento esperado
quando em serviço. A análise estrutural consiste em analisar e calcular os
deslocamentos e os esforços solicitantes em todos os elementos estruturais
(KIMURA, 2007).
Todas as formas de análise estrutural partem de condições matemáticas que
se deve respeitar em todas as suas etapas, essas condições são: condições de
equilíbrio, compatibilidade entre deformações e deslocamentos e leis construtivas
dos materiais (MARTHA, 2010).

3.1 Análise Linear

Fontes (2005) diz que na análise linear considera-se os materiais como sendo
elástico-lineares. A elasticidade de um material é definida como a capacidade do
material voltar as suas propriedades originais quando aplicadas forças de correntes
de ações externas, se o material recuperar totalmente sua forma ele é considerado
perfeitamente elástico. Caso o material recupere parcialmente sua forma inicial, ele
é chamado de parcialmente elástico. Timoschenko e Goodier (1980 apud FONTES,
2005) dizem que até certo ponto todos os materiais utilizados na engenharia
possuem a propriedade elástica.
A NBR 6118 (ABNT, 2014) diz que para análise linear global, as
características dos materiais podem ser definidas pela seção bruta do concreto dos
elementos da estrutura, já para a análise local, em caso de fissuração, ela deve ser
levada em consideração. A NBR 6118 (ABNT, 2014) também diz que a análise linear
pode ser aplicada no dimensionamento dos elementos estruturais em estado-limite
último, desde que a ductilidade mínima seja garantida. Fontes (2005) diz que a
ductilidade pode ser garantida quando as peças forem dimensionadas nos domínios
1, 2 e 3.
Fontes (2005) diz que o funcionamento da análise linear é feito utilizando a lei
de Hooke, onde existe uma constante de proporcionalidade que relaciona
25

linearmente a deformação e a tensão dos materiais, onde cada material tem seu
coeficiente, essa constante é conhecida como módulo de elasticidade.

σ=E.ε (1)
Onde, σ = tensão atuante, E = módulo de elasticidade longitudinal, ε = deformação

O deslocamento linear da estrutura é representado na Figura 14.

Figura 14 – Comportamento Linear da Estrutura

Fonte: Kimura (2007)

O autor da figura 14 exemplifica o comportamento da análise linear, onde


aplicada uma determinada carga externa “2P”, causará na estrutura um
deslocamento “2d”. Ou seja, a estrutura tem um comportamento proporcional ao
acréscimo de carga.
A análise linear das estruturas apresenta uma aproximação do real
comportamento das estruturas, a que dá uma base para entender o modo de
funcionamento. Mas apesar de ser a forma mais utilizada, ela apresenta alguns
empecilhos, como por exemplo, em alguns casos pode haver um
superdimensionamento da estrutura, tornando-a antieconômica. A análise que mais
se aproxima da realidade comportamental das estruturas é a análise não-linear
(CORRÊA, 2015).

3.2 Análise Não-linear

De acordo com Pereira (2002), a análise não-linear tem como objetivo


apresentar uma forma mais real e segura do comportamento das estruturas, para
26

isso a complexidade da formulação do problema é aumentada e para isso os


recursos computacionais também devem ser mais avançados.
Fontes (2005) diz que uma análise não-linear necessita de grandes esforços
computacionais, pois para que ocorra a análise, toda a geometria da estrutura e
também suas armaduras (obtidas por análise linear) precisam ser conhecidas. A
partir disso são feitas várias iterações até que a última iteração seja muito próxima
da anterior. Kimura (2007) diz que a análise não-linear vem influenciando
significativamente na evolução nos modelos estruturais empregados hoje em dia.
Kimura (2007, p.458) define a estrutura da análise como sendo:

De forma bastante simplificada, pode-se dizer que uma análise não-linear é


um cálculo no qual a resposta da estrutura, seja em deslocamentos,
esforços ou tensões, possui um comportamento não-linear, isto é,
desproporcional à medida que um carregamento é aplicado.

Fontes (2005) diz que uma análise não-linear necessita de grandes esforços
computacionais, pois para que ocorra a análise, toda a geometria da estrutura e
também suas armaduras (obtidas por análise linear) precisam ser conhecidas. A
partir disso são feitas várias iterações até que a última iteração seja muito próxima
da anterior. Kimura (2007) diz que 100% dos projetos de edifícios de concreto
armado estão levando em consideração os aspectos da análise não-linear.
Diferentemente da análise linear, que uma constante relaciona a tensão x
deformação, tendo uma reta como representação, na análise não-linear o gráfico é
definido, de acordo com Kimura (2007), por uma curva.

Figura 15 – Comportamento Não-Linear da Estrutura

Fonte: Kimura (2007)

Pereira (2002, p.35) diz que “O comportamento não-linear de uma estrutura,


sob ação de um carregamento qualquer, pode ser classificado de acordo com seus
27

efeitos”. A não-linearidade pode ser classificada como: Não-linearidade física e não-


linearidade geométrica.
A não-linearidade física está relacionada com a alteração das propriedades
dos materiais. Um dos fatores que geram a não linearidade física é a ocorrência de
fissuração no concreto armado, onde de acordo com a carga aplicada e devido à
baixa resistência do concreto à tração, ocorre a fissuração na parte de baixo da viga,
como é possível observar na Figura 16. (KIMURA, 2007)

Figura 16 – Fissuração do concreto

Fonte: Kimura (2007)

A não-linearidade geométrica se apresenta quando as estruturas estão


sujeitas a esforços de 2ª ordem. Kimura (2007) explica que na maioria das vezes as
estruturas são calculadas respeitando as condições de equilíbrio quando a estrutura
está não-deformada, ou seja, são considerados apenas os efeitos de 1º ordem, mas
isso representa uma aproximação, que na verdade as estruturas estão em equilíbrio
considerando-as em estado deformado, que são os efeitos de 2ª ordem.
A configuração de deformação para a estrutura sob os efeitos de 2ª ordem é
representada pela Figura 17.

Figura 17 – Deslocamento por efeitos de 2ª ordem

Fonte: Kimura (2007)


28

É possível observar na Figura 17 que quanto mais alto o prédio mais ele se
deslocará devido aos efeitos de 2ª ordem.
Fontes (2005) exemplifica a não-linearidade geométrica através das
considerações para o cálculo de pilares de múltiplos andares, onde de acordo com a
altura, os pilares têm acréscimo de momento fletor devido ao vento atuante na
estrutura.
29

4 O CONCRETO E SUAS PROPRIEDADES

De acordo com Giongo (2007), ainda que as construções sejam feitas com
outros materiais em suas estruturas (aço, madeira, alvenaria estrutural, entre
outros), o concreto ainda é presente, nem que seja apenas nos elementos de
fundações. Diante disso é necessário para, tanto o projetista como o engenheiro de
campo, conhecer as propriedades e usos do concreto.

4.1 Formação do concreto

Araújo (2010) diz que o concreto, puramente, resulta da mistura de agregados


(miúdos e graúdos), de cimento e água, mas também em casos de necessidades
especiais, pode haver a mistura de aditivos como: retardadores ou aceleradores de
pega, aditivos plastificantes, entre outros. Também podem haver a mistura de
adições como: escórias de alto-forno, pozolanas, entre outros, que visam melhorar
ou acrescentar propriedades do concreto.
De acordo com as definições Pinheiro (2007) Neville e Brooks (2013), foi
elaborado um quadro resumo da função dos materiais constituintes do concreto.

Quadro 1 – Materiais constituintes do concreto


MATERIAL PRINCIPAIS FUNÇÕES

Unir fragmentos de outros materiais e


CIMENTO + ÁGUA
preencher vazios entre eles.

Dar condições de resistência aos esforços e


AGREGADOS (AREIA E BRITA) ao desgaste, aumentar o volume da mistura
e reduzir na contração.

Aumentar durabilidade, resistência,


ADITIVOS E ADIÇÕES
trabalhabilidade.

Fonte: Do autor (2018)

Devido à baixa resistência do concreto à tração, Bastos (2006) diz que


procurou-se adicionar ao concreto materiais que o ajudasse no combate a esses
esforços. Do material composto de aço com concreto surgiu o concreto armado,
onde o concreto absorve as tensões de compressão e as barras de aço, as de
30

tração. O aço também auxilia o concreto na absorção das tensões de tração, como é
no caso dos pilares.
Araújo (2010) diz que sem a aderência entre o concreto e o aço, não haveria
o concreto armado, pois sem aderência, as deformações das barras e do concreto
não seriam próximas, assim não trabalhariam em conjunto para evitar a ruína das
peças de concreto.
Pfeil (1989 apud BASTOS 2006) exemplifica na Figura 18, o trabalho em
conjunto do concreto com o aço através da comparação entre uma viga de concreto
simples e uma viga de concreto armado, onde a viga de concreto simples rompe
bruscamente logo após a primeira aparição de fissura, quando as tensões de tração
superam a resistência do concreto. Já quando é adicionada a armadura na viga,
eleva-se significativamente a resistência à tração.

Figura 18 – Comparação de fissuração entre viga armada e não armada

Fonte: Pfeil (1989 apud BASTOS 2006)

Bastos (2006) diz que outro bom aspecto é que o concreto protege as
armaduras da corrosão, contribuindo para a durabilidade do conjunto, mas só
acontece desde que haja um cobrimento mínimo de acordo com o ambiente a que
esteja exposto.

4.2 Propriedades do concreto fresco

As propriedades do concreto são divididas quando ele está em seu estado


fresco ou endurecido. Sobral (2000, p. 6) define o concreto fresco como sendo
aquele que “enquanto a pasta estiver no estado fluido ou plástico e permitir uma
rearrumação das partículas constituintes por uma ação dinâmica qualquer.”
31

4.1.1 Trabalhabilidade

Sobral (2000) diz que as crescentes exigências no controle de qualidade do


concreto geralmente estão ligadas às propriedades do concreto endurecido. Porém
é visto que as propriedades do concreto ainda fresco devem ser analisadas em
conjunto, pois elas estão interligadas. Se as propriedades do concreto fresco não
estivem satisfatórias, o concreto endurecido não terá qualidade.
Para Sales (2005) um concreto trabalhável é aquele que não apresente
exsudação e segregação e que suas características se adequem a cada tipo de obra
a que se destine e também aos métodos de lançamento, adensamento e
acabamento que serão utilizados na obra.
De acordo com Sobral (2010) o componente físico mais importante da
trabalhabilidade é a consistência. A consistência traduz propriedades intrínsecas que
estão relacionadas com a mobilidade da massa e a coesão entre seus elementos
constituintes.

4.1.2 Segregação

Neville e Brooks (2013) dizem que a segregação é a separação dos materiais


constituintes do concreto. A segregação ocorre devido ao transporte ou lançamento
incorreto do concreto nos elementos estruturais. Sobral (2000) diz que existem 2
tipos de segregação. A primeira é quando os materiais mais pesados tentem a se
deslocar mais rápido e se depositar no fundo das formas. A outra é quando a pasta
de cimento e água se separa nitidamente dos demais materiais devido ao excesso
de água. Outra forma de acontecer a segregação, segundo o mesmo autor, é pelo
excesso de vibração no concreto.

4.1.3 Exsudação

De acordo com Sobral (2010), a exsudação é um tipo particular de


segregação, ela ocorre quando água da mistura sobe para a superfície do concreto
recém-lançado. Quando a água é impedida de evaporar-se pela sua camada
superposta, uma camada de concreto poroso, fraco e de pouca durabilidade poderá
surgir.
32

4.3 Propriedades do concreto endurecido

Almeida (2002) diz que algumas das propriedades do concreto endurecido


são: resistência mecânica, durabilidade, permeabilidade. Giongo (2007) cita outras
propriedades como a retração, fluência e deformação imediata.

4.3.1 Resistência mecânica

Neville e Brooks (2013) dizem que, embora muitas vezes, em certas


situações, outras propriedades são mais importantes, a resistência do concreto é a
mais importante, pois normalmente dá uma ideia de qualidade do concreto. Metha e
Monteiro (1994) acrescentam que através dos dados da resistência do concreto,
outras propriedades do concreto como: módulo de elasticidade, resistência a
intempéries, estanqueidade e impermeabilidade, podem mensuradas.
No que se refere a resistência à compressão, Metha e Monteiro (1994) dizem
que a relação água-cimento e a porosidade são os principais fatores que influenciam
na resistência do concreto, onde existe uma relação inversamente proporcional, ou
seja, quando mais porosidade no concreto, menor é a resistência.

4.3.2 Permeabilidade

Romano (2004) define permeabilidade como a propriedade que identifica a


possibilidade de passagem da água por determinado material, ou seja, um material
muito permeável a água tem facilidade de passar.
Metha e Monteiro (1994) dizem que água está presente no concreto desde o
começo, pois atua como agente de hidratação dos componentes do cimento na
mistura com os demais. Mas boa parte da água evaporável do concreto é perdida e
com isso são deixados os poros vazios ou não-saturados. São por esses poros que
ocorrem os principais ataques agressivos ao concreto.

4.3.3 Durabilidade

Para Metha e Monteiro (1994) a durabilidade do concreto é considerada


sinônimo de vida útil longa. A durabilidade está relacionada com a capacidade do
33

material resistir às ações externas (intempéries, ataque químico, abrasão, entre


outros) mantendo suas qualidades, forma e capacidade de uso originais. Mas ainda
de acordo com os mesmos autores, nenhum material é propriamente durável, pois
todo material chega um dia ao fim da sua vida útil.
Fusco (2008) diz que para se ter um concreto de boa durabilidade ele tem que
ser fabricado com materiais não-expansivos e que tem uma boa resistência às
agressões do meio externo. O mesmo autor diz que, em quase sua totalidade, os
mecanismos de agressão ao concreto são transportados através dos poros e
fissuras que ocorrem dentro do mesmo.
O mesmo autor (2008, p. 41) diz “[...] as agressões usuais perigosas para a
integridade do concreto estão associadas a fenômenos expansivos no interior da
massa de concreto já endurecido, ou à dissolução dos produtos de hidratação do
cimento.”
Metha e Monteiro (1994) cita três fenômenos de agressão física ao concreto,
são eles: erosão, abrasão e cavitação. A erosão, ainda de acordo com os mesmos
autores, é classificada como o desgaste por abrasão através de fluidos em
estruturas hidráulicas. A cavitação também ocorre em estruturas hidráulicas, mas ela
ocorre pela formação de bolhas de vapor que faz com que o concreto perca massa.
A abrasão é classificada por Fusco (2008) como o desgaste pelo atrito do concreto
com partes sólidas que deslizam sobre sua superfície.
As principais agressões químicas ao concreto são: solubilização por águas
ácidas, águas sulfatadas e reatividade dos agregados com os álcalis do cimento
(FUSCO, 2008).
Metha e Monteiro (1994) reforçam que na prática os agressões físicas e
químicas ocorrem em conjunto, por exemplo, em concretos muito permeáveis,
fissurados os agentes químicos penetram mais facilmente.

4.3.4 Deformações

Algumas das deformações do concreto são: deformação por retração,


deformação imediata e fluência.
De acordo com Almeida (2002) a retração do concreto é diminuição do seu
volume desde a cura até atingir um equilíbrio compatível com as condições do
34

ambiente. O autor da Figura 19 mostra que a retração ocorre de maneira mais


rápida nos primeiros meses após a cura do concreto.

Figura 19 – Gráfico da retração do concreto

Fonte: Almeida (2002)

Giongo (2007) diz que existem basicamente três causas para a retração no
concreto que são: a evaporação parcial da água capilar, retração química pela
contração da água que vai sendo combinada com o cimento e a retração por
carbonatação decorrentes da hidratação do cimento.
A deformação imediata e a fluência são classificadas por Almeida (2002)
como deformação por ações externas. Enquanto a deformação imediata o próprio
nome já diz, é aquela que ocorre assim que a carga é aplicada no elemento, a
fluência é a deformação que ocorre ao longo do tempo em que a carga continuar
sendo aplicada.
35

5 TIPOS DE OTIMIZAÇÃO

Dois conceitos que podem ser facilmente confundidos são os de redução e


otimização. A redução nos custos, muitas vezes pode não levar em consideração a
perda de qualidade e segurança nos produtos e serviços. Já a otimização leva em
conta além do custo, a qualidade e segurança do produto ou serviço, buscando uma
equação ótima (BRONDANI, 2008).
Um dos principais objetivos da construção civil é produzir com eficiência, com
otimização nos gastos para gerar mais lucro para a empreiteira. Para Mattos (2006)
uma obra, independentemente de localização, recursos, prazo, cliente e tipo de
projeto, é, com certeza, uma atividade econômica, como tal, o custo dela é de
fundamental importância.
De acordo com Ferraz (2008), os problemas de engenharia estão,
normalmente, associados a uma grande quantidade de variáveis de projeto, elas
devem ser especificadas para que se tenha um produto eficiente e seguro e ainda
com uma minimização no custo de fabricação. Ainda de acordo com o mesmo autor,
esta etapa de especificação de variáveis consiste em uma tarefa complexa em
função da grande quantidade de opções que o engenheiro tem a sua disposição e
também dos parâmetros de projeto que devem ser respeitados.
Silva (2010) diz que a otimização é definir uma função objetivo na qual se
queira maximizar ou minimizar, e que existam variáveis de projeto e se tenham as
restrições que essas variáveis precisam respeitar. As variáveis são os parâmetros
que são alterados durante a otimização, geralmente nas estruturas são as
dimensões, a forma do elemento ou a distribuição do material no elemento. As
restrições são pré-determinadas por normas técnicas, disposições construtivas ou
experiência do projetista, o qual imagina um valor aceitável que ele imagina que irá
produzir bons resultados.
Sacoman (1998) diz que a solução teórica de um projeto pode ter infinitas
soluções e, na prática, várias delas podem ter soluções aceitáveis. Com a
competividade atual no mercado, não basta apenas uma solução ser apenas
aceitável, deve-se serem respondidas algumas perguntas como: Pode-se obter um
projeto mais econômico? Há risco dentro dos limites aceitáveis?
36

5.1 Otimização Paramétrica

De acordo com Silva (2010), as principais abordagens para a otimização de


estruturas são: paramétrica, topológica e por forma. A otimização paramétrica é
aquela que a sua topologia e a forma da peça são mantidas constantes, sendo
assim, as variáveis giram em torno de aspectos da dimensão da peça, relação
dentre as dimensões, espessuras, entre outros.
Para Venturatto Junior (2016), alguns parâmetros que definem a geometria da
estrutura são colocados dentro de um intervalo com o intuído de maximizar ou
minimizar a função. Cada combinação dos parâmetros que é gerada, dentro desses
intervalos, possui características únicas.
Silva (2010) apresenta na Figura 20 um clássico problema de otimização,
onde é aplicada uma carga F em um elemento estrutural e o objetivo é achar a
melhor seção que atenda todas as restrições e que gaste a menor quantidade de
material na fabricação da peça.

Figura 20 – Problema Exemplo

Fonte: Silva (2010)

Silva (2010) diz que no exemplo da Figura 20, resolvendo por otimização
paramétrica, a forma da viga seria mantida, assim como a distribuição do material na
peça, variando apenas as dimensões da peça.

5.2 Otimização de Forma

Robalinho (1998) define a otimização de forma como sendo aquela que se


busca alterar a forma dos contornos das estruturas através. Venturatto Junior (2016,
p. 64) diz que na otimização de forma, “os contornos da estrutura são
parametrizados por curvas que tem seus parâmetros otimizados através das
condições impostas na formulação do problema”.
37

Silva (2010) diz que devido à complexidade das formas, o método dos
elementos finitos é o mais utilizado para a análise da estrutura durante o processo
de otimização. O mesmo autor descreve um típico processo de otimização por
forma, representado na Figura 21.

Figura 21 – Processo de otimização por forma

Fonte: Silva (2010)

Silva (2010, p. 8) descreve o processo da seguinte forma:


Inicialmente é mostrado a estrutura inicial com o carregamento
correspondente e a região de fixação. Na segunda etapa são especificadas
as direções e regiões em que se deseja alterar a forma. Mediante essa
informação o software realiza uma análise de sensibilidade em cada uma
dessas direções, ou seja, ele avalia o quanto a mudança da forma em cada
direção influencia na melhora da função objetivo (por exemplo rigidez).
Terminada a análise de sensibilidade o software decide o quanto alterar (ou
não) a forma em cada direção especificada. Trata-se de um processo
iterativo que após algumas iterações fornece o resultado final apresentado.

Assim, é possível observar que a otimização por forma é um processo de


múltiplas iterações até que se chegue na forma ideal buscada.

5.3 Otimização Topológica

Diferente do que acontece na otimização paramétrica e de forma, Venturatto


(2016) diz que a topologia ótima é encontrada sem considerar uma distribuição fixa
dos materiais.
VirtualCAE (2016, p.1) define a otimização topológica como sendo
“procedimento numérico empregado para esculpir a distribuição mais adequada de
38

material de uma estrutura dentro de um espaço determinado de design, submetido a


um conjunto de cargas e condições de contorno.”
De acordo com Vetturazzi (2017), a otimização topológica é utilizada quando
não se tem um perfil pré-definido para a geometria. Diante disso a otimização parte
de um modelo genérico pré-estabelecido.
Silva (2010) diz que o método de otimização topológica distribui o material no
interior de um elemento com o intuito de maximizar ou minimizar uma função custo
determinada, como por exemplo aumentar a rigidez e diminuir o peso do elemento.
O material em cada ponto pode variar entre vazio, onde não há material e sólido,
onde todo o espaço é preenchido com material. Bakhtiary et al (1996) diz que o
material antes homogêneo, no começo do processo, se torna altamente não
homogêneo, são criados buracos e aberturas no material para se ter a topologia
mais otimizada. Esse processo é representado na Figura 22.

Figura 22 – Processo de Otimização Topológica

Fonte: Coutinho (2006)

Coutinho (2006) apresenta na Figura 22, uma forma de otimização topológica,


onde inicialmente tinha um elemento totalmente homogêneo e depois das iterações
o objeto otimizado tornou-se não homogêneo.
39

6 UTILIZAÇÃO DE SOFTWARES NO CÁLCULO ESTRUTURAL

Com o passar das épocas, as estruturas, sejam elas de concreto, aço,


madeira, entre outros, foram ficando cada vez mais esbeltas e complexas, assim
criando muitos desafios para os projetistas.
Coelho Junior e Lima (2018) dizem que os projetos estruturais estão em
constante evolução técnica, buscando a otimização dos custos e tempo, que devido
ao rápido crescimento das cidades e de suas demandas são fatores primordiais nos
projetos estruturais.
De acordo com Fischer (2003), antigamente os cálculos dos projetos de
estruturas eram feitos através de modelos matemáticos simples, utilizando pequenas
máquinas de calcular. Kimura (2017) diz que nessa época os computadores
ocupavam salas inteiras e os cálculos levavam dias para serem feitos. Ainda antes
de existirem computadores, de acordo com Vergutz e Custódio (2010), os cálculos
eram todos realizados a mão, desde os cálculos até o detalhamento dos elementos,
levando mais tempo ainda para a conclusão do projeto. A partir disso Fischer (2003)
diz que a evolução dos microcomputadores e dos softwares foi de grande
importância, pois desde que seja bem utilizado eles facilitam a elaboração do projeto
e auxiliam na obtenção de estruturas mais econômicas.
A medida que as estruturas foram ficando cada vez mais sofisticadas, os
custos também subiram, diante disso veio a necessidade de criar ferramentas que
auxiliam o projetista nos mais diversos cálculos estruturais (FISCHER, 2003).
Kimura (2007) ainda diz que qualquer etapa da concepção de uma edificação,
seja ela o lançamento de dados, a análise estrutural, o dimensionamento ou o
detalhamento dos elementos estruturais, é influenciada pela rapidez e precisão que
a informática proporciona.
Atualmente os projetos estruturais são feitos através de pacotes
computacionais disponíveis no mercado, esses pacotes permitem resultados com
aproximações satisfatórias do real comportamento da estrutura, eles analisam a
estrutura como um todo e não por partes. Também deve-se observar que com esses
softwares se ganhou muito mais produtividade e dinamismo, pois eles dão a
possibilidade de testar várias possibilidades até encontrar o caso mais apropriado
para cada tipo de projeto, respeitando condições de segurança, durabilidade e
economia (VERGUTZ; CUSTÓDIO, 2010).
40

Mas, de acordo com Fischer (2003), há fatores que devem ser levar em
consideração. Os softwares não dispensam o papel do engenheiro, no qual a
experiencia e conhecimento dos processos é de fundamental importância. Vergutz e
Custódio (2010) dizem também que a boa formação acadêmica é de fundamental
importância assim como o bom conhecimento prático e teórico, pois a entrada dos
dados e interpretação das saídas corretas é de fundamental importância no
desenvolvimento do projeto estrutural.
Sendo assim podemos afirmar que os softwares são uma ferramenta de
auxílio e não uma substituição ao papel do engenheiro nos projetos.
41

7 METODOLOGIA

Na Engenharia Civil, um termo bastante estudado nas últimas décadas tem


sido o da otimização estrutural, onde vem sendo desenvolvidas técnicas para se
conseguir soluções mais rápidas e econômicas, sem que se deixe de lado a
qualidade e segurança estrutural. Com a competitividade no mercado cada vez
maior, os conceitos e técnicas de otimização vão deixando de ser uma opção para
se tornar uma obrigação nos conhecimentos de todo engenheiro projetista, pois as
empresas visam cada vez mais a economia de materiais e rapidez nos processos de
produção para assim aumentar o lucro. Diante disso, pergunta-se: Como otimizar o
custo de vigas retangulares biapoiadas submetidas à flexão simples através de
técnicas computacionais? Desta forma, buscou-se nesta pesquisa, estabelecer um
método de otimização de vigas utilizando planilhas eletrônicas e softwares
disponíveis no mercado, com o intuito de verificar qual a melhor relação entre
fck/altura que se encaixa para determinado tipo de estrutura.

7.1 Classificação da pesquisa

De acordo com o objetivo, a pesquisa pode ser classificada como uma


pesquisa exploratória, pois de acordo com Gil (2002, p.41), este tipo de pesquisa
“têm como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a
torná-lo mais explícito ou a constituir hipóteses”, e também pode ser classificada
como uma pesquisa descritiva, pois de acordo com o mesmo autor, a pesquisa
descritiva pode ter também o estabelecimento de relações entre variáveis do objeto
de estudo. A revisão teórica foi embasada em dissertações, livros, revistas, artigos
científicos, entre outros, conforme apresentados no quadro 2:

Quadro 2 – Bases da fundação teórica


Temas Autores/Obras
Principais sistemas estruturais BASTOS, P. S. S.
Fundamentos do concreto armado
ENGEL, H
Sistemas de estructuras
FONSECA, F. Z
Sistemas estruturais em edificações de Campinas
REBELLO, Y. C. P.
A Concepção Estrutural e a Arquitetura
SALES, J. J. et al
Sistemas estruturais: Teoria e exemplos
42

SILVA, M. C. B
Estrutura e arquitetura: Fundamentos
SOUZA, M. F. S. M; RODRIGUES, R. B.
Sistemas Estruturais para Edificações
Métodos de análise estrutural ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS (ABNT).
NBR:6118: Projeto de estruturas de concreto -
Procedimentos
CORRÊA, M. R.
Introdução ao comportamento não linear de estruturas
FONTES, F. F
Análise estrutural de elementos lineares segundo a
NBR 6118:2003
KIMURA, A
Informática aplicada em estruturas de concreto
armado: cálculos de edifícios com o uso de sistemas
computacionais
MARTHA, L. F
Análise de estruturas: conceitos e métodos básicos
PEREIRA, A
Projeto ótimo de pórticos planos com restrição à
flambagem
PINHEIRO, L. M
Fundamentos do concreto e projetos de edifícios
O concreto e suas propriedades ALMEIDA, L. C.
Concreto
ARAÚJO, J.M.
Curso de concreto armado
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS (ABNT)
NBR 6118/2014
BASTOS, P. S. S.
Fundamentos do concreto armado
FUSCO, P. B
Tecnologia do concreto estrutural
SOBRAL, H. S.
Propriedades do concreto fresco
GIONGO, J. S
Concreto armado: Introdução e Propriedades dos
Materiais
MEHTA, P. K.; MONTEIRO, P. J. M.
Concreto - Estrutura, Propriedades e Materiais
NEVILLE, A. M.; BROOKS, J. J.
Tecnologia do concreto
ROMANO, C. A.
Apostila de tecnologia do concreto
SALES, A. T. C.
Propriedades do Concreto fresco
Tipos de otimização BRONDANI. G.
Um estudo sobre otimização do custo na projeção de
vigas com utilização de vários tipos de concreto em
empresas de construção civil
BAKHTIARY. N. et al.
A New Approach for Sizing, Shape and Topology
Optimization.
COUTINHO, K. D
Método de otimização topológica em estruturas
tridimensionais
FERRAZ. R.
Otimização de projetos de engenharia
43

MATTOS. A. D
Como preparar orçamentos de obras
ROBALINHO, E
Otimização da forma geométrica de estruturas
utilizando o método dos elementos de contorno
SACOMAN, M. A. R
Otimização de projetos
VENTURATTO JUNIOR, R
Análise de escoamento e otimização paramétrica de
um pré-distribuidor de turbina hidráulica
VETTURAZZI. R
Otimização topológica: Como reduzir custos com
matéria-prima e superar a crise
VIRTUALCAE
Otimização topológica: entenda o que é.
Utilização de softwares no cálculo COELHO JUNIOR, A. P. O; LIMA. W. N.
Estudo comparativo entre o cálculo manual e
estrutural
Computacional das lajes de um edifício de quatro
pavimentos
FISCHER. N.
Softwares auxiliam o cálculo estrutural
KIMURA, A
Informática aplicada em estruturas de concreto
armado: cálculos de edifícios com o uso de sistemas
computacionais
VERGUTZ, J. A; CUSTÓDIO, R.
Análise comparativa de resultados obtidos de
softwares de dimensionamento de estruturas de
concreto

Fonte: Do autor (2018)

Quanto aos procedimentos técnicos, a pesquisa pode ser classificada como


pesquisa experimental, pois de acordo com Gil (2002, p.47), este tipo de pesquisa
“consiste em determinar um objeto de estudo, selecionar as variáveis que seriam
capazes de influenciá-lo, definir as formas de controle e de observação dos efeitos
que a variável produz no objeto.”

7.2 Procedimentos da pesquisa

Foram utilizados os softwares Cypecad (versão educacional), para modelar e


calcular a estrutura e uma planilha eletrônica para fazer a tabulação dos dados
obtidos da estrutura analisada. O sistema estrutural lançado no Cypecad foi uma
estrutura térrea em concreto armado, com paredes de alvenaria de blocos cerâmicos
para vedação. Diferentes resistências do concreto foram utilizadas para cada
amostra, sendo de 25, 30, 35, 40, 45 e 50 MPa, com alturas de vigas de 25, 30, 35,
44

40, 45 cm. Com a variação do fck e da altura das vigas, foram obtidas as respectivas
áreas de aço e as disposições construtivas no programa.
Posteriormente foram compostos os custos das vigas, considerando como
fórmula para a composição do custo das vigas, os preços do concreto, formas e
armação, de acordo com a tabela da SINAPI. Os resultados encontrados permitiram
identificar a viga que melhor se enquadra no aspecto custo em função da variação
da seção, resistência do concreto e execução, para o carregamento considerado.

7.3 Ferramentas computacionais

Para o auxílio nos procedimentos da pesquisa foram utilizados dois softwares,


o cypecad (versão educacional) e o excel.
O cypecad, de acordo com sua fornecedora, a Multiplus (2018) é um
programa para projetos estruturais, onde nele é possível fazer projetos em concreto
armado, pré-moldado, misto de aço e concreto, onde o programa engloba todas as
etapas de lançamento da estrutura, análise, cálculo e por fim detalhamento dos
elementos.
Os procedimentos do cypecad são todos baseados em normas brasileiras,
como a NBR 6118 (2014) para o concreto armado, a NBR 6122 (2010) para as
fundações, entre outras.
De acordo com a Multiplus (2018), uma das principais vantagens do cypecad
é na facilidade de lançamento da estrutura, onde a partir do lançamento de arquivos
DWG/DXF, o programa reconhece o pré-dimensionamento dos elementos. Também
reduz a redundância no cálculo do peso próprio da estrutura, onde já é calculado
automaticamente pelo programa.
Meyer (2013) diz que o excel é um aplicativo de criação de planilhas
eletrônicas e as planilhas eletrônicas são um tipo de programa de computar que
utiliza tabelas para realizar cálculos ou apresentar dados. Portanto é um programa
que facilita no cálculo, organização e apresentação de dados.
45

7.4 Apresentação da planilha eletrônica desenvolvida

A planilha foi criada com o intuído de fazer a tabulação dos dados obtidos no
dimensionamento e verificações da estrutura estudada. O primeiro passo é inserir os
dados que são obtidos no cypecad. Na figura 23 é mostrada a interface para a
inserção dos dados.

Figura 23 – Aba “Inserção de dados”

Fonte: Do autor (2018)

Nesta primeira etapa é escolhido se os preços obtidos no SINAPI serão


desonerados ou onerados, tão é necessário informar se as vigas analisadas são as
baldrames ou não, pois existe diferente nas preços caso seja baldrame.
Posteriormente são identificadas as vigas que estão sendo analisadas. Também são
inseridos os dados de altura, fck, diâmetro de estribo e agregado graúdo está se
utilizando. Após isso, são inseridos os dados sobre o peso do aço utilizado no
dimensionamento da estrutura, o peso é separado por diâmetro. Também é inserida
a área de aço transversal, as quantidades de forma e concreto e informado o maior
diâmetro utilizado na viga, todos esses dados são informados no Cypecad.
Após clicar no botão “Salvar dados”, os dados são armazenados e clicando
em “Resultados”, será direcionado para a aba “comparativo final”, onde nesta aba é
apresentado todos os dados armazenados anteriormente. Na Figura 24, é mostrada
como são distribuídos os dados de acordo com o menor custo.
46

Figura 24 – Aba “Comparativo final”

Fonte: Do autor (2018)

Nesta aba, é possível ver todos os custos de todas as tabulações feitas.


Aplicando filtros, a relação fck/altura com o menor custo é mostrada.
Também é possível ver, na Figura 25, os percentuais que cada insumo está
incidindo no custo total das vigas e o custo deles através da aba “Valor dos
insumos”.

Figura 25 – Aba “Valor dos insumos”

Fonte: Do autor (2018)


47

O custo do aço é dividido em desonerado e onerado e o custo do concreto


dividido em vigas baldrame e aéreas. O valor será alterado de acordo com a
inserção dos dados no começo.
48

8 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Neste capítulo serão apresentados os resultados obtidos através da pesquisa,


onde serão ilustrados em gráficos e figuras. As cargas lineares nas vigas baldrames
foram de 5.46 KN/m, onde foram calculadas através do peso das paredes com altura
de 2.80 m e 1.95 KN/m de carga nas vigas aéreas externas paredes de 1 m, que
corresponde a empena do telhado embutido. A base da viga foi considerada padrão
de 15 cm e os pilares de 15x25.

8.1 Análise da variação da altura e fck para vigas baldrame e áreas

Nesse subtópico seram analisadas as variações nas taxas de aço necessária


para que seja aceitável em todas as verificações da norma.

8.1.1 Vigas h = 25 cm e fck = 25, 30, 35, 40, 45 e 50 MPa

Foram lançadas no Cypecad as vigas com altura de 25 cm e com resistência


a compressão de 25 MPa. Nas vigas baldrames não ocorreram erros que pudessem
comprometer a seção da viga, como pode ser visto na figura 26. Diante disso os
resultados foram anotados e analisados.

Figura 26 – Vigas Baldrame 25 cm e fck 25

Fonte: do autor (2018)

No Cypecad quando ocorre erro de dimensionamento em alguma viga, ela


apresenta uma cor vermelha, como é representado na Figura 27. Para as vigas
49

aéreas que transmitem a carga da laje, a altura de 25 cm não foi suficiente,


apresentando um problema quanto a flecha ativa em 3 meses. Com esse erro foi
descartado os seus valores e consequentemente não foram analisados.

Figura 27 – Vigas aéreas 25 cm e fck 25 com erro

Fonte: do autor (2018)

Também é possível verificar, representados nas Figuras 28 e 29, os limites


máximos de flecha, os quais estão ocasionando problemas nas vigas v1 e v2

Figura 28 – Verificação de flecha viga v1

Fonte: Do autor (2018)

A viga v1 apresentou uma fecha de 10.50 mm, sendo que o limite é 8.82 mm,
portanto, não passando na verificação.

Figura 29 – Verificação de flecha

Fonte: Do autor (2018)


50

A viga v2 apresentou uma fecha maior, ficando em 13.03 mm, sendo que o
limite é 8.30 mm, portanto, não passando na verificação.
Com os valores de flecha das vigas v1 e v2 estando acima do limite, deve-se
alterar a rigidez da peça, para que a flecha diminua.
Para a altura de 25 cm e fck 30 MPa, as vigas baldrames passaram em todas
as verificações, sendo assim foram anotados e analisados os resultados. Para as
vigas aéreas com o aumento do fck de 25 para 30 MPa a V1 passou na flecha ativa,
mas a viga 2 apresentou um problema na verificação, como é visto na Figura 30.

Figura 30 – Verificação de flecha V2 aérea h=25 x fck=30

Fonte: do autor (2018)

Como a flecha na viga V2 ficou acima do limite foi descartado o valor de 25


cm de altura com 30 MPa de fck.
Com o aumento fck para 35 MPa, nas vigas baldrames não houveram
alterações significativos em termos de dimensionamento, sendo assim os dados
foram anotados. Quanto as vigas áreas, a flecha continuou acima do limite permitido
na viga v2, como é mostrado na Figura 31, com isso os resultados foram
descartados.

Figura 31 – Verificação de flecha V2 aérea h=25 x fck=35

Fonte: do autor (2018)

Com o aumento no fck para 35 MPa, foi observada uma redução na flecha
ativa, passando de 11.36 mm para 9.73 mm, mas ficando acima do limite.
51

Mantendo a altura de 25 cm na viga e aumentando o fck para 40 MPa, as


vigas baldrames não tiveram alterações significativas em seu dimensionamento. A
viga v2 continuou com problema na flecha limite, como é visto na Figura 32.

Figura 32 – Verificação de flecha V2 aérea h=25 x fck=40

Fonte: Do autor (2018)

Com o aumento do fck para 40 Mpa, a flecha diminuiu, ficando próximo do


permitido por norma.
Com a alteração para o fck de 45 MPa foi necessária uma alteração nas vigas
baldrame devido as armaduras mínimas. A viga área v2 passou no limite de flecha,
sendo assim foram anotados os resultados.
Para o fck de 50 MPa, tanto as vigas baldrames quanto as vigas aéreas não
sofreram alterações significantes em relação ao dimensionamento.

8.1.2 Vigas h = 30 cm e fck = 25, 30, 35, 40, 45 e 50 MPa

Para as vigas de altura 30 cm, todas as verificações de dimensionamento


atenderam as normas. A partir do fck de 30 MPa, foi necessário aumentar a taxa de
armadura, pois estava acusando problema com relação a taxa mínima. Para os
demais valores não ocorrem mudanças significativas.

8.1.3 Vigas h = 35 cm e fck = 25, 30, 35, 40, 45 e 50 MPa

Variando a altura para 35 cm, todos os resultados foram analisados e


anotados, observou-se que a partir do fck de 30 Mpa foi necessário aumentar a taxa
de armadura para que as verificações da norma fossem atendidas. A partir dessa
resistência as demais não apresentaram mudanças significativas.
52

8.1.4 Vigas h = 40 cm e fck = 25, 30, 35, 40, 45 e 50 MPa

Para a altura de 40 cm, todos os resultados passaram em todos os critérios


de dimensionamento de acordo com a norma, também foi observado que a partir do
fck de 45 MPa foi necessário aumentar a taxa de armadura para atender a taxa
mínima exigida por norma. Também com o aumento do fck não foi observada
alterações na taxa de armadura.

8.1.5 Vigas h = 45 cm e fck = 25, 30, 35, 40, 45 e 50 MPa

Aumentando a altura para 45 cm, os resultados mantiveram o padrão dos


anteriores, com isso foram analisados e anotados todos os resultados. Com a
variação do fck, não houveram mudanças significativas na taxa de armadura.

8.1.6 Vigas h = 50 cm e fck = 25, 30, 35, 40, 45 e 50 MPa

Para as vigas com 50 cm, todos os resultados passaram nas verificações,


sendo assim, foram anotados os resultados. Também com o aumento do fck não
houveram alterações na área de aço necessária.

8.2 Análise dos resultados em relação aos custos dos insumos

Para a composições dos custos de uma viga, é necessário saber os insumos


que fazem parte desta composição. Para as vigas são: o aço, a forma e o concreto.
Sendo assim é necessário observar qual insumo está com uma maior porcentagem
no custo total para assim escolher a melhor opção em relação ao custo da viga.
É possível observar na figura 33, para um concreto de 25 MPa o maior custo
de insumo foi o aço, ficando em 54% do custo total, em quanto o concreto ficou com
36% e as formas com apenas 10%.
53

Figura 33 – Percentuais de insumos para altura de 50 cm e fck = 25 MPa

Fonte: Do autor (2018)

Já na figura 34, é possível observar que aumentando o fck para 50 MPa, o


custo do aço e concreto ficaram equiparados com 46% para aço e 45% para o
concreto, enquanto a forma continuo com a porcentagem equiparada a anterior.

Figura 34 – Percentuais de insumos para altura de 50 cm e fck = 50 MPa

Fonte: Do autor (2018)


54

Em relação aos percentuais dos insumos, foi observado que quanto mais
baixo o fck, o principal insumo na composição dos custos se torna o aço. A medida
que aumenta o fck do concreto, os custos do aço e do concreto ficam equiparados
em relação ao custo total da viga, isso ocorreu para vigas com alturas elevadas que,
aumentando o fck, não ocorreu aumento ou diminuição significativo nas taxas de
armadura, mas o valor do concreto aumenta, sendo assim, ficando com custos
semelhantes.

8.3 Custos finais em relação a variação da altura e fck

Com a edificação estudada foi para uma estrutura térrea com uma laje, as
vigas foram divididas em dois tipos, as baldrames e as aéreas, com isso foram
analisadas com custos diferentes.

Tabela 02 – Comparativo de custos das vigas baldrames


VIGA FCK ALTURA VALOR (R$)
V1 a V14 Baldrame 30 25 R$ 3.216,81
V1 a V14 Baldrame 35 25 R$ 3.229,63
V1 a V14 Baldrame 25 25 R$ 3.254,14
V1 a V14 Baldrame 40 25 R$ 3.262,15
V1 a V14 Baldrame 25 30 R$ 3.318,56
V1 a V14 Baldrame 30 30 R$ 3.350,95
V1 a V14 Baldrame 45 25 R$ 3.480,30
V1 a V14 Baldrame 35 30 R$ 3.526,07
V1 a V14 Baldrame 40 30 R$ 3.570,33
V1 a V14 Baldrame 25 35 R$ 3.644,32
V1 a V14 Baldrame 50 25 R$ 3.666,88
V1 a V14 Baldrame 45 30 R$ 3.703,08
V1 a V14 Baldrame 30 35 R$ 3.824,93
V1 a V14 Baldrame 35 35 R$ 3.908,21
V1 a V14 Baldrame 50 30 R$ 3.926,57
V1 a V14 Baldrame 40 35 R$ 3.955,93
V1 a V14 Baldrame 45 35 R$ 4.165,69
V1 a V14 Baldrame 25 40 R$ 4.167,01
V1 a V14 Baldrame 30 40 R$ 4.229,67
V1 a V14 Baldrame 35 40 R$ 4.280,94
V1 a V14 Baldrame 40 40 R$ 4.337,03
V1 a V14 Baldrame 50 35 R$ 4.439,42
V1 a V14 Baldrame 25 45 R$ 4.506,04
V1 a V14 Baldrame 45 40 R$ 4.528,15
V1 a V14 Baldrame 30 45 R$ 4.558,05
55

Tabela 02 – Comparativo de custos das vigas baldrames (continuação)

V1 a V14 Baldrame 35 45 R$ 4.615,24


V1 a V14 Baldrame 40 45 R$ 4.677,80
V1 a V14 Baldrame 25 50 R$ 4.779,76
V1 a V14 Baldrame 30 50 R$ 4.837,15
V1 a V14 Baldrame 50 40 R$ 4.849,93
V1 a V14 Baldrame 45 45 R$ 4.890,98
V1 a V14 Baldrame 35 50 R$ 4.900,25
V1 a V14 Baldrame 40 50 R$ 4.969,29
V1 a V14 Baldrame 45 50 R$ 5.204,51
V1 a V14 Baldrame 50 45 R$ 5.249,88
V1 a V14 Baldrame 50 50 R$ 5.600,54
Fonte: Do autor (2018)

Para as vigas baldrames, diante das variações feitas na estrutura estudada, a


melhor altura para as vigas baldrame foi de 25 cm, pois nos quatro melhores
resultados está inserida em todos.
Em dados gerais, a melhor escolha em função do custo para as vigas
baldrames foi a de 25 cm de altura com o concreto de 30 MPa, ficando com um
custo total de R$ 3.216,81. Para os concretos de 25, 35, e 40 MPa os resultados
ficaram bem próximos. Com esse dado é possível observar que com o aumento do
fck, a diminuição das taxas de armadura compensou a elevação do custo do
concreto.
Para as vigas aéreas da primeira laje, com a altura de 25 cm só passaram
com o aumento do fck para 45 e 50 MPa, os outros resultados apresentaram
problemas nas verificações.

Tabela 03 – Comparativo de custos das vigas aéreas


VIGA FCK ALTURA VALOR (R$)
V1 a V14 aérea 30 30 R$ 3.632,92
V1 a V14 aérea 45 25 R$ 3.675,05
V1 a V14 aérea 25 30 R$ 3.680,02
V1 a V14 aérea 35 30 R$ 3.766,39
V1 a V14 aérea 40 30 R$ 3.822,32
V1 a V14 aérea 50 25 R$ 3.854,05
V1 a V14 aérea 25 35 R$ 3.870,47
V1 a V14 aérea 45 30 R$ 3.949,69
V1 a V14 aérea 30 35 R$ 4.063,38
V1 a V14 aérea 35 35 R$ 4.105,23
V1 a V14 aérea 25 40 R$ 4.141,26
V1 a V14 aérea 40 35 R$ 4.158,57
56

Tabela 03 – Comparativo de custos das vigas aéreas (continuação)


V1 a V14 aérea 50 30 R$ 4.164,10
V1 a V14 aérea 45 35 R$ 4.314,57
V1 a V14 aérea 30 40 R$ 4.369,47
V1 a V14 aérea 35 40 R$ 4.418,66
V1 a V14 aérea 40 40 R$ 4.472,41
V1 a V14 aérea 50 35 R$ 4.569,55
V1 a V14 aérea 25 45 R$ 4.652,73
V1 a V14 aérea 45 40 R$ 4.655,80
V1 a V14 aérea 30 45 R$ 4.702,63
V1 a V14 aérea 35 45 R$ 4.757,50
V1 a V14 aérea 40 45 R$ 4.817,45
V1 a V14 aérea 25 50 R$ 4.923,26
V1 a V14 aérea 50 40 R$ 4.964,49
V1 a V14 aérea 30 50 R$ 4.978,32
V1 a V14 aérea 45 45 R$ 5.021,99
V1 a V14 aérea 35 50 R$ 5.038,86
V1 a V14 aérea 40 50 R$ 5.105,01
V1 a V14 aérea 45 50 R$ 5.330,72
V1 a V14 aérea 50 45 R$ 5.366,30
V1 a V14 aérea 50 50 R$ 5.710,65
Fonte: Do autor (2018)

Como aconteceu para as vigas baldrames, o fck com melhores resultados foi
o de 30 MPa e entre as alturas foi a de 30 cm a melhor opção. Também a altura de
25 cm, nos dois resultados que passaram nas verificações com o fck de 45 e 50
MPa ficaram entre os melhores resultados.
Em dados gerais, o melhor resultado foi o de 30 cm de altura com o fck de 30
MPa com um custo total para as vigas de R$ 3.632,92.
57

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com a busca constante da redução de custo na construção civil, para assim


obter mais lucro, criar meios para tal se faz necessário. Através de técnicas de
otimização é possível achar soluções ótimas para que se consiga a redução desses
custos e também otimizar os processos envolvidos dentro da Construção civil.
Na concepção estrutural existem diversas alternativas para que o projetista
escolha de acordo com o projeto. Para a estrutura estudada, no caso das vigas,
dentro da limitação de altura de até 50 cm e fck comercial mais encontrados,
existiram 36 casos possíveis para a escolha das vigas baldrames e 32 casos para as
vigas aéreas, com uma variação de custo entra a melhor escolha e a pior de 174%
para as vigas baldrame e 157% para as vigas aéreas. Isso demonstra que o papel
do engenheiro é de fundamental importância para que a estrutural tenha o menor
custo possível e se enquadre em todas as normas disponíveis.
Também pode ser observado que para uma estrutura térreo o fck de 30 MPa
foi o que obteve os melhores resultados, tanto para as vigas baldrames, quanto para
as vigas aéreas da laje. Quanto a altura para as vigas baldrames, uma altura de 25
cm foi a melhor escolha e para as vigas da laje, a altura de 30 cm foi a com o custo
menor.
Outro fator que poderia ter sido incluso, seria verificar qual dimensão de pilar
melhor se encaixa para que se tenha uma maior redução no custo da estrutura. Isso
pode ser expandido na planilha em futuros estudos.
58

REFERÊNCIAS

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Universidade Estadual de Campinas. Disponível em: <
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<https://docente.ifrn.edu.br/valtencirgomes/disciplinas/construcao-de-edificios/abnt-
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CORRÊA, M. R. Introdução ao comportamento não linear de estruturas. 2015.


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