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Quando pensamos em antigo Egito logo nos vem à mente as imagens das
majestosas pirâmides e da grande Esfinge, mas pouco se fala da sexualidade no
antigo Egito e o quanto o sexo estava relacionado as crenças dessa importante
civilização, que o via de uma forma muito mais aberta do que vemos hoje. Por este
motivo, o objetivo desde texto é realizar uma comparação entre atitudes e
comportamentos sexuais da atualidade com as concepções sobre sexo e erotismo
no Egito Antigo.
O erotismo não era visto como um tabu no antigo Egito, mas sim como um
aspecto importante da vida e um valioso elemento devido ao culto da fertilidade. A
religião reafirmava essa normalidade da sexualidade e da erotização, uma vez que
muitas divindades eram relacionadas ao erotismo, havendo até contos que
exaltavam as características eróticas e sexuais dos deuses. Antigos hieróglifos
esculpidos em templos dão uma dimensão dessa importância do sexo para os
deuses do antigo Egito, sendo que ele também é parte essencial no mito sobre a
criação do antigo Egito, uma vez que se acreditava que os deuses haviam realizado
atos sexuais para a criação do mundo, evidenciando o aspecto místico criado pelo
sexo na crença religiosa egípcia.
Nas imagens a seguir, gravadas no Papiro de Londres 10018, o qual faz parte
do acervo egípcio do British Museum, é possível ver representações dos deuses
Osiris, Geb, Atum e Nut. Destaca-se o deus Geb em um momento de autofelação,
representando a fertilidade e auto sustentabilidade da terra.
Figura 1- Papiro de Londres 10018, Museu Britânico
Fonte: www.britishmuseum.org
Fonte: geocities.internetarchaeology.org
Fonte: www.flickriver.com/photos/theheartindifferentkeys/2369394902/
“And the youth went to the valley of the acacia; and his elder brother
went unto his house; his hand was laid on his head, and he cast dust
on his head; he came to his house, and he slew his wife, he cast her
to the dogs, and he sat in mourning for his younger brother.”.
Um aspecto que parece não ter tido relevância para os antigos Egípcios e
posteriormente se tornou essencial em outras culturas era o conceito de virgindade,
uma vez que não há menção de sua importância nos textos remanescentes daquela
época. O que realmente importava aos egípcios era a fertilidade e a possibilidade de
gerar filhos, uma vez que o indivíduo não seria bem-sucedido sem herdeiros, os
quais manteriam seu nome e seu culto após sua morte. Para afastar a possibilidade
da sombra da infertilidade os faraós podiam contar com o auxílio dos deuses, já os
cidadãos comuns, que eram impedidos de frequentar os templos, costumavam
recorrer a magia e ao culto de deuses secundários, como o deus Bes, protetor das
crianças e das mulheres grávidas, para assegurar a fertilidade e evitar complicações
durante o parto, sendo este último um fator que preocupava muitas mulheres, tanto
no aspecto de saúde quanto na crença de demônios que poderiam reclamar a
criança.
1
Disponível no link https://www.youtube.com/watch?v=cZE9gRMr4mo
2
Disponível em inglês no site http://www.reshafim.org.il/ad/egypt/texts/anpu_and_bata.htm
3
Disponível no site https://archive.org/stream/papyrusdorbineyb00britrich#page/n0/mode/2up
A partir dos aspectos dessa importante civilização, citados a cima, há muito o
que se comparar com os dias atuais. Como já mencionado, o erotismo não era visto
como um tabu no antigo Egito, mas sim como um aspecto importante da vida e um
valioso elemento devido ao culto da fertilidade. Sob esse aspecto já podemos
realizar a primeira comparação com a atualidade, onde, apesar de todos os avanços
nessa temática, a sexualidade ainda é vista como algo a ser escondido e velado,
reservado apenas a vida intima. Até mesmo a educação sexual, tão importante para
a formação do indivíduo, é constantemente barrada e vista socialmente como
impropria às crianças e adolescentes, contribuindo para que os jovens iniciem suas
vidas sexuais sem o devido entendimento acerca de seus corpos e dos cuidados
necessários a uma prática sexual sadia e segura.