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Jéssica Daniele Fávaro

Disciplina: Fundamentos Da Educação Sexual - Estudo Dirigido 3 - Egito

Escrever um texto de 5 a 10 páginas em que você compare e comente as


atitudes e comportamentos sexuais da atualidade com as concepções sobre
sexo e erotismo no Antigo Egito.

Quando pensamos em antigo Egito logo nos vem à mente as imagens das
majestosas pirâmides e da grande Esfinge, mas pouco se fala da sexualidade no
antigo Egito e o quanto o sexo estava relacionado as crenças dessa importante
civilização, que o via de uma forma muito mais aberta do que vemos hoje. Por este
motivo, o objetivo desde texto é realizar uma comparação entre atitudes e
comportamentos sexuais da atualidade com as concepções sobre sexo e erotismo
no Egito Antigo.

O erotismo não era visto como um tabu no antigo Egito, mas sim como um
aspecto importante da vida e um valioso elemento devido ao culto da fertilidade. A
religião reafirmava essa normalidade da sexualidade e da erotização, uma vez que
muitas divindades eram relacionadas ao erotismo, havendo até contos que
exaltavam as características eróticas e sexuais dos deuses. Antigos hieróglifos
esculpidos em templos dão uma dimensão dessa importância do sexo para os
deuses do antigo Egito, sendo que ele também é parte essencial no mito sobre a
criação do antigo Egito, uma vez que se acreditava que os deuses haviam realizado
atos sexuais para a criação do mundo, evidenciando o aspecto místico criado pelo
sexo na crença religiosa egípcia.

Nas imagens a seguir, gravadas no Papiro de Londres 10018, o qual faz parte
do acervo egípcio do British Museum, é possível ver representações dos deuses
Osiris, Geb, Atum e Nut. Destaca-se o deus Geb em um momento de autofelação,
representando a fertilidade e auto sustentabilidade da terra.
Figura 1- Papiro de Londres 10018, Museu Britânico

Fonte: www.britishmuseum.org

Figura 2 - Parte destacada do Papiro de Londres 10018, Museu Britânico

Fonte: geocities.internetarchaeology.org

Já na próxima figura, uma representação do mito criacionista deus Atum,


extraída da tumba de Ramsés IV, o referido deus expele os deuses Chu e Tefnut de
seu órgão sexual.
Figura 3 - Deus Atum expelindo os deuses Chu e Tefnut

Fonte: www.flickriver.com/photos/theheartindifferentkeys/2369394902/

Muitas evidencias de como os egípcios viviam sua sexualidade foram


perdidas ao longo da história, principalmente sobre a vida dos cidadãos comuns.
Mas sabe-se que os egípcios entendiam que sem o ato sexual a sociedade não
poderia se desenvolver. A justificativa para tal pensamento pode ser devido a
precariedade da vida no Egito, ocasionada pelas secas constantes e altas taxas de
mortalidade infantil, fazendo com que a fertilidade da terra e das pessoas fosse uma
preocupação constante.

Segundo o egiptólogo Luís Manoel de Araújo, a vida sexual começava cedo


no antigo Egito, sendo que os casamentos muitas vezes eram programados ainda
na infância. O autor ressalta que os príncipes recebiam seu harém pessoal já na
adolescência, o qual continuaria a aumentar ao longo de seu reinado como faraó e
os altos funcionários também dispunham de concubinas, apesar da família
monogâmica constituir o padrão da sociedade egípcia e do casamento ser um
preceito importante dessa cultura.

Devido a essa importância do casamento, o adultério era visto como algo


condenável e passível de punição, principalmente para as mulheres que poderiam
ser mortas por cometer esse tipo de crime, sendo até mesmo queimadas ou jogadas
aos cães, como é possível ver no documentário “O sexo na Antiguidade 1” do canal
The History Channel e narrado no conto egípcio A Tale of two Brothers2, gravado no
Papiro D'Orbiney3, parte do acervo do British Museum,

“And the youth went to the valley of the acacia; and his elder brother
went unto his house; his hand was laid on his head, and he cast dust
on his head; he came to his house, and he slew his wife, he cast her
to the dogs, and he sat in mourning for his younger brother.”.

Um aspecto que parece não ter tido relevância para os antigos Egípcios e
posteriormente se tornou essencial em outras culturas era o conceito de virgindade,
uma vez que não há menção de sua importância nos textos remanescentes daquela
época. O que realmente importava aos egípcios era a fertilidade e a possibilidade de
gerar filhos, uma vez que o indivíduo não seria bem-sucedido sem herdeiros, os
quais manteriam seu nome e seu culto após sua morte. Para afastar a possibilidade
da sombra da infertilidade os faraós podiam contar com o auxílio dos deuses, já os
cidadãos comuns, que eram impedidos de frequentar os templos, costumavam
recorrer a magia e ao culto de deuses secundários, como o deus Bes, protetor das
crianças e das mulheres grávidas, para assegurar a fertilidade e evitar complicações
durante o parto, sendo este último um fator que preocupava muitas mulheres, tanto
no aspecto de saúde quanto na crença de demônios que poderiam reclamar a
criança.

Figura 1 - Imagem do deus Bes

Fonte: Google Imagens

1
Disponível no link https://www.youtube.com/watch?v=cZE9gRMr4mo
2
Disponível em inglês no site http://www.reshafim.org.il/ad/egypt/texts/anpu_and_bata.htm
3
Disponível no site https://archive.org/stream/papyrusdorbineyb00britrich#page/n0/mode/2up
A partir dos aspectos dessa importante civilização, citados a cima, há muito o
que se comparar com os dias atuais. Como já mencionado, o erotismo não era visto
como um tabu no antigo Egito, mas sim como um aspecto importante da vida e um
valioso elemento devido ao culto da fertilidade. Sob esse aspecto já podemos
realizar a primeira comparação com a atualidade, onde, apesar de todos os avanços
nessa temática, a sexualidade ainda é vista como algo a ser escondido e velado,
reservado apenas a vida intima. Até mesmo a educação sexual, tão importante para
a formação do indivíduo, é constantemente barrada e vista socialmente como
impropria às crianças e adolescentes, contribuindo para que os jovens iniciem suas
vidas sexuais sem o devido entendimento acerca de seus corpos e dos cuidados
necessários a uma prática sexual sadia e segura.

A menção e naturalidade do sexo e da sexualidade dentro da religião também


é outro ponto importante de diferenciação entre o Egito antigo e a atualidade. As
religiões atuais, em sua maioria, tendem a tornar o que consideram sagrado como
algo puro, distanciando-se de tudo relacionado a sexualidade e sexo, uma vez que
este seria algo pecaminoso e impuro, devendo ser reservado apenas para a
procriação, realizado por um homem e uma mulher e dentro do casamento.

Dentro da religião católica, por exemplo, os santos, e principalmente as


santas, são frequentemente associados a castidade e a pureza. O maior exemplo é
a Virgem Maria, a qual teria gerado o filho de Deus, Jesus, sem ato sexual,
mantendo sua pureza e virgindade, mas há diversos outros exemplos de santas e
santos que se mantiveram puros como Santa Inês, São Tomás de Aquino, entre
outros, que foram recompensados espiritualmente por sua pureza e força perante o
pecado sexual.

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