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Yasmin Nascimento – 4º Período - DRAMA


 A leptospirose é uma zoonose de distribuição mundial causada por leptospiras


patogênicas do gênero Leptospira;
 Em primeiro lugar lixo não é uma massa indiscriminada de materiais, ele possui  É uma infecção transmitida aos seres humanos pela urina contaminada de
inúmeros resíduos e que por serem diferentes precisam de diferentes manejos; animais (mamíferos) que contém as bactérias nos tecidos renais;
 A classificação do lixo é variada, pode ser definido como seco (papel, vidro  A transmissão pode ser direta através do contato entre homem e animal ou pelo
plástico – potencialmente reciclável) ou úmido (parte orgânica); contato com água ou solo contaminado;
 A classificação também pode se relacionar com o potencial risco dos materiais,  A penetração pode acontecer inclusive com a pele intacta
sendo: classe I (perigosos) e classe II (não perigosos – se dividem em A [são  É comumente assintomático ou possui quadro autolimitado parecido com
biodegradáveis, solúveis ou combustíveis] e B [não decompostos facilmente]); outras infecções;
rejeitos radioativos devem receber manejo de acordo a CNEN.  10 a 15% das infecções humanas evoluam para formas clínicas graves que, em
 A classificação mais utilizada é baseada na origem dos resíduos: geral, manifestam-se como duas síndromes características (e possivelmente
o Domiciliar: proveniente dos lares, são diversificados; superpostas): a síndrome ou tríade de Weil, caracterizada por icterícia,
o Comercial insuficiência renal aguda e diátese hemorrágica, que apresenta letalidade entre 5
o Público e 20% na maioria das séries clínicas; e a forma grave de envolvimento pulmonar
o Serviços de saúde: são potencialmente perigosos pois pode conter ou síndrome da hemorragia pulmonar grave (SHPS, doinglês severe
material biológico além de produtos químicos e perfurocortantes; hemorrhagic pulmonary syndrome), cuja letalidade é superior a 50%;
o Industrial: varia de acordo o ramo, são os mais perigosos ou tóxicos;  A doença é fortemente associada com o componente epidemiológico;
o Agrícola;  Foi epidemia urbana no século 20 e no século 21 vem se arrastando com
o Entulho; endemia rural e epidemia em aglomerações urbanas com má drenagem e chuva;
 Mundialmente o maior impacto esta na América Latina, índia e Ásia;
 O principal reservatório é constituído pelos roedores sinantrópicos das espécies
Rattus norvegicus (ratazana ou rato-de-esgoto), Rattus rattus (rato de telhado ou
rato preto) e Mus musculus (camundongo ou catita). O R. norvegicus é o
principal portador do sorovar Icterohaemorraghiae, um dos mais patogênicos
para o homem.
 É doença de notificação compulsória
 MICROBIOLOGIA: Leptospiras são espiroquetas, e pertencem a um filo de
bactérias didermas primitivas (dupla membrana);
o Possuem corpo celular cilíndrico com dois filamentos axiais inseridos
no espaço periplasmático;
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o São aeróbias e móveis; o Esses patógenos possuem fator de virulência e capacidade de resistir a
o Visualizadas em preparações aquosas em microscopia de contraste de atividade bactericida do soro normal e na ausência de anticorpos
fase ou campo escuro; específicos, não são fagocitados e destruídas por neutrófilos ou
o Seu genoma consiste em dois cromossomos circulares (metabolismo e macrófagos; a resistência pode ocorrer por neutralização do fator H;
sobrevivência; o As leptospiras não patogênicas são rapidamente destruídas via sistema
o São catalase e oxidade-positivas; complemento;
o Crescem em meio de cultura lentamente; o A afinidade das proteínas de superfície do patógeno com as membranas
 ESPÉCIES E SOROVARES: Existem mais de 200 sorovares patogênicos e celulares sugere uma interação inicial que é responsável pela aderência
60 saprófitos; e há pelo menos 17 espécies classificadas; celular e invasão, se destacando (Lig A e B), expressas exclusivamente
o As principais são a Leptospira interrogans stricto sensu ou lato sensu; durante o período de infecção;
o A sorovar Copenhageni pertence à Leptospira interrogans stricto sensu é a o A disseminação é por via hematogênica e em até 48h se isola a leptospira
principal causa de leptospirose grave; em todos os órgãos, incluindo LCR;
 EPIDEMIOLOGIA: o Lesões mais intensas tem teoricamente relação da ação direta sobre as
o A OMS estima que anualmente se tenha 1 caso por 100.000 indivíduos membranas das células parenquimatosas, inicialmente dela integra e
em regiões de clima temperado e 10 a 100 casos por 100.000 em regiões posteriormente pela ação de produtos granulosos e de sua degradação;
tropicais úmidas; são provavelmente taxas subestimadas; o Lipopolissacarídeos são menos tóxicos de gram-negativos; um dos
o A maior incidência nas regiões tropicais tem relação com a maior mecanismos é a ativação de macrófagos via receptores Toll-like tipo 2;
capacidade de sobrevida das leptospiras em solo úmido e clima quente; o Uma resposta do tipo Th1, pró-inflamatória, com níveis elevados de
o Em condições favoráveis elas podem sobreviver por meses; TNF-alfa são realizados a severidade e alta letalidade devido a danos
o Porém a maior incidência em países tropicais também tem relação com capilares;
as condições de drenagem e saneamento;  PATOLOGIA:
o De 80 a 95% dos pacientes não evoluirão para formas graves; o No fígado ocorre colestase, mais acentuadamente na região centro-
o A intensidade do inóculo é possivelmente um fator importante na lobular, todas as alterações sugerem lesão no aparelho bile-excretor; a
determinação do estabelecimento da infecção e sua evolução; destrabeculação de hepatócitos é clássico.
o É uma doença mais comum no sexo masculino e na faixa etária de o No TG são comuns hemorragias gastrintestinais por sufusões
adulto jovens; hemorrágicas;
o No BR o baixo nível socioeconômico, proximidade da residência e o Nos rins as principais alterações são nefrite intersticial e necrose tubular
esgotos abertos, locais de acumulo de lixo, moradia em vales propensos aguda → migração de Leptospiras e deposição de antígenos em
a alagamentos são fatores fortemente associados; glomérulos e túbulos; além de glomerulonefrite e nefrite instersticial –
o Entre 1996 e 2005 o BR registrou frequência anual de 3.165 casos acompanhada de edema, vasodilatação e tumefação endotelial. A
laboratorialmente confirmados, com 349 mortes; necrose tubular aguda ocorre principalmente distalmente; pode haver
o É doença de notificação compulsória desde 1985; IRA;
 PATOGENIA: a infecção por leptospiras patogênicas produz um espectro de o Nos pulmões se encontram pneumonite hemorrágica (principal causa
doenças variado que vai desde formas subclínicas às severas potencialmente de morte da doença) com presença de síndrome da angustia respiratória;
letais; o No coração observa-se miocardite intersticial e arterite coronariana e na
o O completo mecanismo não é totalmente compreendido; musculatura estriada ocorre necrose hialina e infiltração hemorrágica;
o A via de aquisição da infecção ocorre pela invasão do patógeno por  FISIOPATOLOGIA DAS FORMAS GRAVES:
microlesões de pele ou via mucosas; o As leptospiras são altamente móveis, sendo que após a infecção atingem
rapidamente a corrente sanguínea e se disseminam;
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Não apresentam tropismo seletivo, porém após 14 e 28 dias após a


o o Forma anictérica: corresponde a fase precoce; é quando os anticorpos
infecção aderem a superfície luminal de túbulos proximais renais e começam a ser detectados no soro; a principal manifestação clinica é a
passam a colonizar o lúmen. meningite do tipo linfocitária benigna → cefaleia, vomito e
o A excreção renal de leptospiras ocorre num período limitado de tempo, ocasionalmente sinais de irritação meníngea; o acometimento ocular →
enquanto que nos adaptados podem manter a colonização renal e uveíte, pode surgir na terceira semana até 1 ano após o desaparecimento
excreção por toda vida; da sintomatologia e varia de 4 a 8 meses;
o É frequentemente descrita como uma vasculite sistêmica; o Forma ictérica: é a síndrome acima descrita; a icterícia ocorre de 3 a 7 dias
o A leptospirose cursa com um quadro de resposta infamatória sistêmica após o inicio da doença → coloração amarelo vermelhada → rubínica.
com ativação endotelial, secreção de citocinas e estresse oxidativo → O comprometimento renal é caracterizado por elevação de ureia e
aproximam da sepse por Gram-negativas; creatinina com aumento da fração de excreção de sódio e alterações
o Desfechos letais estão relacionados com a PTX3 e interleucinas 6 e 8; variáveis como leucocitúria, hematúria, proteinúria e cristalúria; a IRA
o O quadro pode apresentar uma hipopotassemia e perda de volume, que pode ser agravada pelas alterações hemodinâmicas → desidratação e
se relacionam fisiologicamente com um quadro de hipovolemia e hipotensão. O envolvimento cardíaco é mais acentuado na forma
desidratação → necrose tubular aguda; ictérica → miocardite aguda, as manifestações mais comuns são
o Uma hemorragia pulmonar pode complicar o curso da doença ainda alterações eletrocardiográficas de arritmia. As hemorragias podem
mais; ela é acompanhada de depósitos lineares de imunoglobulina e ocorrer na pele, mucosas ou órgãos internos; nas pulmonares podem
complemento → mecanismo de agressão por autoanticorpos contra variar de leves até graus maciços → no BR maior fator de risco para
antígenos in situ; óbito.
 QUADRO CLINICO E EXAMES COMPLEMENTARES:  O comprometimento pulmonar se caracteriza ao exame
o A clínica da doença é dividida em duas etapas de acordo a evolução da radiológico por infiltrado pulmonar difuso;
doença:  DIAGNÓSTICO: deve ser feito baseado em elementos de ordem
 Fase precoce: se caracteriza por febre abrupta, acompanhada epidemiológica, associado a manifestações clinicas e confirmação laboratorial;
de cefaleia e mialgia, anorexia, náuseas e vômitos. Pode ocorrer o Caso confirmado: (1) isolamento da leptospira em algum espécime clinico;
diarreia, artralgia, hiperemia ou hemorragia conjuntival, (2) aumento de quatro vezes o título inicial ou título único maior ou
fotofobia, dor ocular e tosse. Frequentemente não é igual a 1:800 pela reação de soroaglutinação microscópica; (3)
diferenciada de outras causas de doenças febris. É autolimitada anticorpos IgM pela reação de ELISA;
e regride em 3 a 7 dias, sem sequelas;  O primeiro na urina, sangue ou líquor pode ser feito em meios
 Fase tardia: evolução de cerca de 15% dos pacientes, a de cultura apropriados → semi-sólido de Fletcher ou liquido
manifestação clinica grave geralmente é formada pela de Stuart → possui baixa sensibilidade nos primeiros dias de
Síndrome de Weil (icterícia + insuficiência renal + sintomas e só é negativa após 6 a 8 semanas de incubação;
hemorragias). A síndrome de hemorragia pulmonar é  A maioria é detectada por sorologia, são detectáveis no sangue
caracterizada por lesão pulmonar aguda e sangramento após 5 a 7 dias.
pulmonar maciço; essa clínica cursa com letalidade superior a  MAT (micro-aglutinação) é padrão ouro, porém o ELISA é o
50%; mais utilizado;
o O período de incubação é variável: 7 a 14 dias com extremos de 1 a 30  O PCR tem se mostrado útil → polimerase em cadeia;
dias;  Os exames laboratoriais são inespecíficos no geral, mas podem
o Pode ter evolução bifásica: o primeiro período é o de leptospirosemia ser solicitados leucograma, plaquetas e hemograma;
(4 a 7 dias) e o segundo é o que pode durar de 4 a 30 dias → fase imune;  O LCR esta frequentemente alterado;
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 No coagulograma na fase aguda pode haver alongamento de riquetsioses, doença de Chagas aguda, pneumonias, pielonefrite aguda,
protombina, e não ocorre coagulação intravascular; apendicite aguda, sepse, meningites, colangite, colecistite aguda,
 Gasometria: alcalose respiratória e acidose metabólica; coledocolitíase, esteatose aguda da gravidez, síndrome hepatorrenal,
 O estudo do tórax pela radiologia pode ser normal ou mostrar síndrome hemolítico-urêmica, outras vasculites, incluindo lúpus
infiltrado, mais raramente pode ocorrer o derrame pleural; eritematoso sistêmico, dentre outras.
 TRATAMENTO:
o De modo geral é uma doença autolimitada;
o Formas leves e moderadas requerem tratamento sintomático,
hidratação e antibioticoterapia;
o Nas formas graves a terapêutica de suporte é de suma importância e
compreende:
 Reposição volêmica
 Correção de distúrbios hidro-eletrolíticos
 Reversão da IRA ou diálise;
 Antibioticoterapia precoce (doxiciclina/amoxicilina – casos
brandos/ penicilina ou ceftriaxona – casos graves e de
internação)
 Suporte ventilatório continuo;
o São fatores de risco preditores de óbito em pacientes com leptospirose
grave:
 idade acima de 35 anos, alteração do estado mental,
insuficiência renal aguda, em especial com hiperpotassemia e
oligúria, altos níveis séricos de ureia e creatinina, arritmias,
trombocitopenia, elevação sérica progressiva de enzimas
hepáticas, hipotensão e choque e, em especial, insuficiência
respiratória ou hemorragia pulmonar que elevam o risco de
óbito para mais de 50%.
 PROFILAXIA: em trabalhadores de área de risco → profilaxia antibiótica,
sendo a doxiciclina é o mais recomendado; além disso cuidados gerais e uso de
EPIs;
 VACINAS: no BR não existe vacina disponível, mas as humanas são baseadas
em extrato bruto da bactéria e só protegem contra os sorotipos nela contidos;
 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: Considerando-se que a Leptospirose tem
um amplo espectro clínico, os principais diagnósticos diferenciais são:
o Fase precoce: Dengue, influenza (síndrome gripal), malária, riquetsioses,
doença de Chagas aguda, toxoplasmose, febre tifóide, entre outras
doenças.
o Fase tardia: Hepatites virais agudas, hantavirose, febre amarela,
malária grave, dengue hemorrágico, febre tifóide, endocardite,

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