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O Iceberg

Resolvi chamar esta atividade de “O Iceberg”, e você compreenderá o porquê durante a


explicação. O Iceberg é uma atividade para ajudar a desenvolver a consciência
emocional. Você pode utilizar este material tanto com crianças de primária, como
adolescentes, jovens e adultos. É importante que eles já tenham tido algum contato com
alguma atividade de educação emocional, para que a experiência seja mais completa, ou
seja, é interessante que já tenham um vocabulário emocional básico (Para isso sugiro
utilizar o meu conto “Carlota não quer falar” e o Projeto Educação Emocional com
Carlota).

Durante o último mês estive utilizando este material com o meu grupo de prova, que está
formado por aproximadamente 7 crianças (6 a 11 anos). Neste grupo existem crianças
com situações muito diferentes, tais como: TDAH, altas capacidades, DEL (distúrbio
específico da linguagem). Eles adoraram fazer as atividades propostas. Durante o
processo tive que fazer algumas alterações e adaptações no material. Além disso também
utilizei este material para realizar uma oficina com um grupo de adolescentes, e a
resposta foi muito positiva. Porém, antes de apresentar a atividade em si, quero falar um
pouco sobre a Consciência Emocional.
O QUE É CONSCIÊNCIA EMOCIONAL?

A CONSCIÊNCIA EMOCIONAL é a capacidade de reconhecer um sentimento no


mesmo momento em que ele aparece; é a pedra angular da Inteligência Emocional.

A criança não possui um conhecimento emocional inato profundo. A percepção de nossas


próprias emoções envolve saber como prestar atenção, ou decifrar o nosso próprio estado
interno. Ou seja, se trata de fazer uma auto-análise, do que sentimos, no momento em
que sentimos. Também é importante avaliar sua intensidade: é necessário detectá-los no
momento em que aparecem, com pouca intensidade em princípio para poder controlá-los
sem esperar a transbordar.
Muitos de nós não exercitamos a nossa consciência emocional quando éramos crianças,
e isso torna as coisas mais difíceis agora que já somos adultos, você não acha? Então
devemos começar a trabalhar nisso sem demora. O lado positivo é que podemos
trabalhar as capacidades emocionais em qualquer lugar: Nas empresas onde
trabalhamos; na sala de aula; nas igrejas; em casa; nas consultas; nas atividades
estraescolares etc.

Agora vou contar uma pequena história pessoal para que você possa compreender a
necessidade de trabalhar de forma específica a consciência emocional.

As vezes quando ia buscar meu filho ao colégio, ele me dizia: “_ Mãe, me sinto muito
entediado.” - Confesso que, a princípio, me incomodou muito escutar isso, acho tão
chato uma criança que reclama de tudo, principalmente de estar entediado, quando
poderia utilizar a sua imaginação para divertir-se. No entanto, resolvi colocar de lado
meus próprios sentimentos, e observar melhor aquela situação que estava repetindo-
se constantemente. “_ Filho, porque você acha que está entediado? _É porque não
tenho vontade de fazer nada. _Como assim você não quer fazer nada? Nem brincar
com os teus brinquedos favoritos? _Me sinto muito cansado para brincar, mãe.”
Aí estava o problema! Ele estava cansado, porém como não conseguia compreender
isso, dizia que se tratava de tédio.


Isso acontece com todos, adultos e crianças. Às vezes, a tristeza está disfarçada de raiva
ou medo de frustração. Não reconhecer e expressar corretamente os sentimentos pode
gerar sérios conflitos interpessoais.

Sugestões para desenvolver a consciência emocional


1. Aceitar que não compreendemos tudo: quando o assunto são as emoções, nada é
tão claro e óbvio como pode parecer. Devemos saber que às vezes o sentimento que
expressamos pode ser apenas "a ponta do iceberg", uma reação a outro sentimento que
está escondido abaixo, mais profundo, lá dentro de nós. A história de Jorge Bucay que
proponho hoje pode ajudá-lo a criar essa consciência.

2. Pergunte e pergunte-se: De onde veio esse sentimento? O que causou isso? Existem
outros sentimentos acorrentados a ele? Estou triste, é verdade. Mas, por que estou triste?
O que aconteceu?

3. Conhecer as emoções: é importante saber como cada emoção é: como a sentimos


internamente; como se expressa externamente; que linguagem é usada quando a
sentimos; quais são as expressões corporais que acompanham uma determinada emoção
(através da minha história "Carlota não quer falar" e o Projeto de Educação Emocional
que eu coloco à sua disposição gratuitamente em pdf é possível trabalhar essa
habilidade).

Agora vamos ver como apliquei esta atividade

1. Conte a história "A Fúria e a Tristeza":

É uma maneira excelente para que os participantes compreendam a complexidade dos


sentimentos:

Num reino encantado onde os homens nunca podem chegar, ou talvez onde os homens
transitem eternamente sem se darem conta...
Num reino mágico onde as coisas não tangíveis se tornam concretas...
Era uma vez... Um tanque maravilhoso.

Era uma lagoa de água cristalina e pura onde nadavam peixes de todas as cores
existentes e onde todas as tonalidades de verde se refletiam permanentemente...
Aproximaram-se daquele tanque mágico e transparente a tristeza e a fúria para se
banharem em mútua companhia.
As duas tiraram os vestidos e, nuas, entraram no tanque.
A fúria, que tinha pressa (como sempre acontece com a fúria), pressionada pela urgência
– sem saber porquê – banhou-se rapidamente e, ainda mais rapidamente saiu da água...
Mas a fúria é cega ou, pelo menos, não distingue claramente a realidade. Por isso, nua e
apressada, pôs, ao sair, o primeiro vestido que encontrou....
E aconteceu que aquele vestido não era o dela, mas o da tristeza...
E assim, vestida de tristeza, a fúria foi-se embora.
Muito indolente, muito serena, disposta como sempre a ficar no lugar onde estava, a
tristeza terminou o seu banho e, sem pressa – ou melhor dito, sem consciência da
passagem do tempo – com preguiça e lentamente, saiu do tanque.
Na margem, deu-se conta de que a sua roupa já não estava lá.Como todos sabemos, se
há uma coisa que não agrada à tristeza é ficar nua. Por isso vestiu a única roupa que
havia junto do tanque: a roupa da fúria.
Contam que, desde então, muitas vezes nos encontramos com a fúria, cega, cruel, terrível
e agastada. Mas se nos dermos tempo para olhar melhor, percebemos de que esta fúria
não passa de um disfarce e, por detrás do disfarce da fúria, na realidade, está escondida
a tristeza. (Jorge Bucay in "Contos para Pensar")

2. Mostrar o Iceberg

Eu desenhei um Iceberg que você pode projetar ou imprimir e colocar na parede. Eu


imprimi ele em A3 e o coloquei na parede para ilustrar o que eu estava explicando. O
Iceberg é uma metáfora visual muito interessante para ensinar sobre sentimentos ocultos.
Os grupos com os quais trabalhei foram capazes de entender muito bem toda a
explicação do Iceberg e, em seguida, complementamos a atividade com os cartões para
colocar os emojis, de acordo com a explicação abaixo.
Atividade com O Iceberg

Como já falamos, há sentimentos que são apenas a expressão externa de outros


sentimentos mais profundos. Portanto, a raiva pode ser apenas a ponta do iceberg para
sentimentos que estão escondidos e misturados como podem ser: medo, frustração,
solidão. Depois de contar a história de Jorge Bucay "A Fúria e a Tristeza" você pode
mostrar ao grupo O ICEBERG, e como há sentimentos ocultos, disfarçados. Na ponta do
iceberg, vemos um sentimento que parece muito claro para nós, mas abaixo, nas
profundezas existem outros sentimentos que podemos encontrar quando nos
preocupamos em falar com a pessoa, fazendo-lhes perguntas, porque às vezes ela não
sabe o que realmente está sentindo.

3. Contar um conto:

Escolha uma história onde os personagens vivam uma série de situações e através de
seus comportamentos expressem seus sentimentos. Abaixo, coloquei algumas histórias
como sugestões. Ao contar a história, é importante identificar alguns sentimentos para
servir como base para aqueles que estão na parte inferior do iceberg. Exemplo: se você
está contando a história da Branca de Neve, você pode dizer que ela sentiu muito medo
de ficar sozinha na floresta, depois que foi abandonada pelo homem encarregado de
matá-la. Esse sentimento de medo serve como uma base (ponta do iceberg - ou centro da
ficha) para procurar outros sentimentos escondidos. Durante a atividade (jogo), esse
sentimento base identificado durante a contação servirá como ponto de partida para
identificar outros sentimentos. Você ajudará o grupo a identificar esses sentimentos
através de perguntas: Vocês acham que a floresta é um lugar bonito? Por que uma
pessoa pode sentir medo na floresta? Ela estava sozinha ou acompanhada? Ela era uma
pessoa acostumada a estar sozinha na floresta? A partir das perguntas podemos
identificar outros sentimentos que culminaram com medo, que podem ser: solidão,
insegurança, decepção, etc.

Este material pode ser utilizado em muitas sessões. Você pode trabalhar com muitas
histórias diferentes.

APÓS CONTAR A HISTÓRIA:

Colorir o iceberg (as crianças amam essa parte);


Escolha um personagem e um momento na história para analisar um sentimento básico
e descobrir os sentimentos escondidos.

Além disso, você também pode usar os cartões com emojis quando o grupo já entendeu a
atividade. Existem 4 modelos de fichas base para usar: Amor, Raiva, Tédio, ficha em
branco. Junto com estes são também os emojis que expressam diferentes emoções. Você
deve imprimi-los da maneira que melhor lhe convier. Eu, por exemplo, imprimi os cartões
e os emojis e os plastifiquei. Eu também imprimi muitos cartões em branco para que as
crianças pudessem desenhar emoções, foi muito positivo. No centro da ficha deve estar o
sentimento base e nos extremos os sentimentos ocultos. Eles utilizaram o lista dos 40
Estados Emocionais como material de consulta.
ALGUMAS FOTOGRAFIAS DA ATIVIDADE COM O GRUPO DE PROVA

SUGESTÕES DE CONTOS
PROPOSTA: O GÊNIO E O PESCADOR:
GÊNIO:
a) Que sentimento o gênio expressou quando saiu do vaso? (Fúria)
b) Agora pense em quanto tempo ele esteve preso no vaso. O que ele deve ter pensado
durante esse tempo? Que sentimentos ele pode ter sentido?
c) A raiva que ele sentia poderia ter outros sentimentos escondidos? Será que o gênio
sentiu solidão durante este tempo? Ele gostaria de retornar à sua prisão?

PESCADOR:
a) O que o pescador sentiu quando o Gênio disse que o mataria? (Medo)
b) Ele tinha uma família? O que poderia acontecer com sua família se ele morresse?
c) Quais outros sentimentos o pescador poderia sentir diante das ameaças do Gênio?

OUTRAS HISTÓRIAS SUGERIDAS:

1- O Patinho Feio; 5 - A vespa afogada.


2 – A roupa nova do Rei; 6 - A parábola do filho pródigo;
3 - Cinderela; 7 – Davi e Golias.

4 – O Pequeno Príncipe (é mais longo,
mas pode ser feito com adolescentes, com
o livro como leitura sugerida)

Espero que este material possa ajudá-lo. Se você tiver alguma dúvida, escreva-me.

Claudine Bernardes
Especialista em Contos e Fábulas Terapêuticas
www.acaixadeimaginacao.com
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